Análise Da Influência Do Tipo Seção Transversal No Comportamento de Estacas Isoladas Via Modelagem Numérica
Análise Da Influência Do Tipo Seção Transversal No Comportamento de Estacas Isoladas Via Modelagem Numérica
Análise Da Influência Do Tipo Seção Transversal No Comportamento de Estacas Isoladas Via Modelagem Numérica
100
desconsideráveis. Com relação ao domínio
horizontal, respeitou-se uma distância de três 75
vezes L, tomado a partir do seu eixo, para cada
50
lado.
25
0
0 500 1000 1500 2000
Ep/Es
50
quadrada, com mesma área lateral que a padrão
(lado igual a 0,393 m);
25 • Carga vertical de 1000 kN, aplicada sob a
forma de pressão uniformemente distribuída no
0 topo da estaca.
0 500 1000 1500 2000 Em todos os casos adotou-se um domínio
Ep/Es horizontal de três vezes o comprimento da
Figura 3. Comparação de respostas da estaca isolada com estaca, tomado a partir do eixo desta.
L = 20 m e H/L = 1,5. Trabalhou-se com três comprimentos de estaca:
5, 10 e 20 m, o que corresponde a valores de
100
L/D de 10, 20 e 40, respectivamente. Por fim,
para cada caso considerou-se duas
possibilidades para a extensão (H/L) do
75 domínio vertical: igual a 5 ou igual a 10.
Uma vez que a tendência dos resultados
Ep*w*D/P .
0
No primeiro caso, para as estacas de atrito em
0 500 1000 1500 2000 solo homogêneo, adotou-se dois valores de Es
Ep/Es nas análises: 15 MPa e 50 MPa.
A Figura 5 apresenta uma comparação entre
Figura 4. Comparação de respostas da estaca isolada com
L = 40 m e H/L = 1,5.
os recalques no topo da estaca para cada caso,
sendo que a estaca padrão é simbolizada pela
Portanto, como se pôde verificar, o DIANA legenda “Círculo”, a de mesma área lateral
foi validado com eficácia para a modelagem como “Perímetro” e a de mesma área
numérica de fundações em estacas isoladas. transversal como “Área”. Esta nomenclatura foi
seguida em todas as demais análises
apresentadas a seguir.
4 ANÁLISES Essa ilustração permite observar que a
substituição da estaca de seção circular por uma
O estudo da influência da substituição do tipo de quadrada, seja esta com o mesmo perímetro
de geometria da seção da estaca nos recalques ou com a mesma área transversal, tem-se
se deu pela análise linear e elástica de dois valores de recalques semelhantes,
conjuntos de casos. O primeiro foi escolhido principalmente no caso de um solo com maior
com o intuito de representar estacas de atrito em resistência (Es = 50 MPa).
solo homogêneo e o segundo o de estacas de Na Figura 6 é apresentada a comparação de
20 Estacas de atrito - Es = 15 MPa
Círculo
18 Perímetro
16 Área
H/L = 5 H/L = 10
14
.
)
m12 Estacas de atrito - Es = 50 MPa
(m
e 10
u
q
l 8
ac H/L = 5 H/L = 10
e
R6
4
2
0
10 20 40 10 20 40 L/D 10 20 40 10 20 40
5 Estacas de ponta - Es = 50 M Pa
4 H/L = 5 H/L = 10
0
10 20 40 10 20 40 10 20 40 10 20 40
L/D
estacas a fim de se reduzir o tempo das análises Adotou-se uma camada única de solo com
sem o comprometimento dos resultados. Es = 35 MPa, υs = 0,3, domínio vertical de
Apresenta-se a seguir um exemplo de um grupo 100 m e horizontal (a partir do centro do bloco)
com 16 estacas, em que se avaliou a influência de 60 m. Utilizou-se um bloco com 1,5 m de
nos recalques ao se substituir suas estacas de altura e com as mesmas propriedades que as
seção circular por outras quadradas de mesmo estacas. A carga vertical total aplicada foi de
perímetro ou com mesma área transversal. 16000 kN, uniformemente distribuída em um
A Figura 7 apresenta a geometria em planta pilar fictício quadrado de 0,50 m de lado.
do bloco de 16 estacas com diâmetro “D” igual Neste problema foram comparados os
a 0,50 m, Ep = 20 GPa e υc = 0,2. Assim como recalques máximos e os nos topos das estacas
nas análises de estacas isoladas, utilizaram-se “A”, “B” e “C” (Figura 7). Apresentam-se na
estacas quadradas de mesma área lateral Tabela 3 os recalques obtidos em cada análise.
(denominadas “Perímetro”, lado B = 0,786D) e
de mesma área transversal (denominadas Tabela 3. Recalques máximos no grupo e nas estacas
“Área” lado B = 0,886D). “A”, “B” e “C” do grupo de 16 estacas. Unidade: mm.
Caso Circular Área Perímetro
Rec. Máximo 25,28 25,18 25,87
Estaca A 23,00 22,95 23,61
Estaca B 22,72 22,68 23,34
Estaca C 23,00 22,95 23,61
REFERÊNCIAS
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
BITTENCOURT, D.M.A.; LIMA, B.E.A. Análise dos
O presente trabalho apresentou um estudo fatores de interação em radier estaqueado:
comparação entre duas abordagens numéricas, 2009.
paramétrico realizado para se avaliar a 136 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação
influência na substituição da seção circular de em Engenharia Civil) – Escola de Engenharia Civil,
estacas por outras mais simples, no caso Universidade Federal de Goiás, 2009.
CUNHA, F. R. L. da. Análise numérica da interação
quadradas de mesmo perímetro ou quadradas de solo-estrutura em fundações estaqueadas. 2003.
mesma área transversal, com o intuito de se 125 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) –
reduzir o tempo de processamento em análises Escola de Engenharia Civil, Universidade Federal de
numéricas 3-D que utilizam o Método dos Goiás, Goiânia, 2003.
LIMA, B. S. Otimização de fundações estaqueadas.
Elementos Finitos. 2007. 118 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Depois de realizada a validação da Civil), Publicação G.DM-151A/07, Departamento de
ferramenta numérica do programa DIANA, Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de
análises de estacas isoladas em estacas de atrito Brasília, Brasília, 2007.
SALES, M. M. Análise do comportamento de sapatas
e de ponta e a aplicação em um grupo de 16 estaqueadas. 2000. 229 f. Tese de Doutorado,
estacas mostraram que a substituição não afeta Publicação G.TD/002A, Departamento de Engenharia
significativamente os recalques da fundação. Civil e Ambiental, Universidade de Brasília, Brasília.
Ambos os tipos de estacas quadradas foram 2000.
SALES, M. M.; FARIAS, M. M.; CUNHA, R. P. da.
eficazes na aproximação, porém as de mesma Importância do domínio na análise numérica do
área transversal apresentaram resultados recalque de estacas isoladas. In: 11º CONGRESSO
bastante próximos ao caso padrão de estaca com BRASILEIRO DE MECÂNICA DOS SOLOS E
seção circular. Assim, até que outros estudos ENGENHARIA GEOTÉCNICA, 1998, Brasília.
Anais... Brasília: ABMS, 1998, v. 1, p. 237-252.
mais abrangentes não sejam desenvolvidos, SOUZA, R. da. Análise dos fatores de interação entre
pode-se empregar esta simplificação em grupos, estacas em radiers estaqueados: comparação entre
como feito por Bittencourt e Lima (2009) e duas ferramentas numéricas. 2010, 205 f. Dissertação
Souza (2010). Nestes casos, conseguiu-se de Mestrado. Publicação D0019G10, Escola de
Engenharia Civil, Universidade Federal de Goiás,
efetuar as modelagens com tempos de Goiânia. 2010.
processamento razoáveis. LEE, I. K. Application of Finite Element Method in Geot.
Por fim, recomenda-se a realização de outras Eng. – Part I – Linear Analysis. Chapter 17 in Finite
análises do tipo de aproximação estudado em Element Techniques – A Short Course of
Fundamentals and Application. Univ. of New South
grupos de estacas e em radiers estaqueados para Wales. Australia. 1973.
que se possa avaliar a influência desta nos OTTAVIANI, M. Three-dimensional finite element
mecanismos de interação radier-solo-estacas e, analysis of vertically loaded pile groups.
consequentemente, no comportamento global Géotechnique, London, v. 25, n. 2, p. 159-174, 1975.
POULOS, H. G. Methods of analysis of piled raft
do sistema de fundação. foundations. A Report Prepared on Behalf of
Technical Committee TC18 on Piled Foundations. Ir
W.F. van Impe (chairman). International Society of
AGRADECIMENTOS Soil Mechanics and Geotechnical Engineering. 2001.
46 p.