PALMIER, Luiz. São Gonçalo Cinquentenário
PALMIER, Luiz. São Gonçalo Cinquentenário
PALMIER, Luiz. São Gonçalo Cinquentenário
_
S. Gonçalo Cinquentenário
Serviço Gráfico tio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
São Gonçalo
Cinquentenário
História • Geografia
Estatística
Luiz P a I m i e f
Ao
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Ao Prefeito
Dr. Nelson Correia Monteiro
A história, diz Cícero, é a testemunha dos
tempos, mestra da vida, luz da verdade.
"Testís temporum, lux veritatis, magister
vitae".
L. P.
8 —
"Pero a terra em sy he de muitos bons aares asy frios e tem-
perados coma os dantre doiro e minho por que neste tempo ãagora
asy os achauamos coma os de la agoas sam muitas infindas.
"Em tal maneira he graciosa que querendoa aproueitar darsea
nela tudo".
Porto Seguro (da vosa ilha de vera crus), Io de Maio de 1.500
oje sesta feira.
Olavo Bilac
"Como vós, creio nos altos destinos da Pátria, e como vós tra- s
Getúlio Vargas
SÃO GONÇALO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO — BRASIL
Paróquia Alvará de 10 de Fevereiro de 1647
Distrito da Vila Real da Praia Grande 10 de Maio de 1819
Vila e Município (criação) 22 de Setembro de 1890
Instalação do Município 12 de Outubro de 1890
Supressão do Município 8 de Maio de 1892
Restauração 17 de Dezembro de 1892
Cidade 20 de Novembro de 1922
Comarca 25 de Agosto de 1921
Area 263 quilómetros quadrados
População do Município (estimativa
para 1940) 107.000 habitantes
População da Cidade 70.000 habitantes
Número de habitações da Cidade 12.000
Densidade Demográfica 406 habitantes por Km 2
HISTÓRIA
A história de São Gonçalo, freguesia ou distrito, integra-
se no âmago dos fastos das antigas paróquias ou da Vila
Real da Praia Grande.
Não se despersonalizaram, entretanto, os acontecimen-
tos de aspectos locais e, menos ainda, os feitos próprios da
gente, com atuação restrita às margens dos rios, então cau-
dalosos, dos vales imensos, na orla Atlântica ou margens da
Guanabara. Linhas divisórias, nítidas e precisas, as mon-
tanhas circundantes, deviam formar barreiras, quasi intrans-
poníveis, às freguesias nascentes.
— 16 —
SÃO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
FREGUESIAS
As freguesias marcam a segunda etapa do avanço das
colunas civilizadoras, que prosseguem com os séculos na es-
tratificação das épocas diversas.
A primeira demonstração de atividade do colonizador
era a capela, célula inicial da embrionária aldeia, freguesia,
vila ou cidade.
1 1.° Martimão e Anchieta e Sucessores de Martimão, que diz respeito à fun-
dação de Niterói, São Lourenço, São Gonçalo e outras povoações e cidades, no li-
toral da Guanabara, fronteiro ao da cidade do Rio. —
Antônio Figueira de Al-
meida —História Fluminense.
— 17 —
LUIZ FALMIER
— 18 —
SAO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
ções deviam congregar-se. Mais uma vez confirmava-se o in-
conteste poderio da religião em relação com os primeiros
ocupadores da terra, ainda quasi deshabitada. Estavam levan-
tados os poderosos e duradouros alicerces de uma civilização
cristã. Era das maiores a freguesia de São Gonçalo, cujos limi-
tes alcançavam, primitivamente, as de São João Batista, de
Icaraí, São Lourenço dos índios, N. S. do Destêrro, de Itambí,
São João Batista, de Itaboraí e N. S. do Amparo, dc Maricá.
Com o tempo esse vasto território foi desmembrado para se-
rem criadas outras freguesias.
Dos mais antigos documentos é a provisão e confirma-
ção do padre João de Bastos. 3
Foram vigários da novel paróquia, desde a nomeação do
padre João de Bastos, em 1648, até a substituição do padre
Paulo Estibaire, em 1915, os padres: Antônio da Rocha Frei-
re, Gregório Caldeira de Melo, Francisco Correia Vidigal,
Bento José Caetano Barroso, Antônio Vicente Rodrigues Pe-
reira de Amorim, Carlos dos Mártires Neves de Araújo, Ma-
nuel Luiz dos Reis Cordovil, Manuel Dias de Carvalho,
Manuel de Freitas Magalhães, Eduardo de Andrade Lima,
João Ferreira Goulart e, por último, ó monsenhor José Sil-
veira da Rocha que governa a paróquia, desde 1915 Durante .
— 19 —
. .
LUIZ PALMIER
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flrme ? a nao cont ravir em tempo algum, bem como se res-
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do que assim o disse e
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Ue lhe lavrasse és ^ público instrumento que lhes 11, aceitou
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interessar possa
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Alvarenga reconhecidos
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1H de mim, José Ferreira da Silva, Tabelião, que
o escrevi.
(a) Lourenço Lopes ãe Jesús
(a) Miguel Zacarias ãe Alvarenga
(a) Belarmino Ricardo ãe Siqueira
— 20 —
SÃO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
da a doação pelo futuro barão de São Gonçalo, proprietário
da fazenda do Engenho Novo e pelo proprietário de Itaitindiba
devia ficar garantido o sucesso da construção do novo tem-
plo. Assim, infelizmente, não aconteceu. Fator decisivo
para
o êxito da criação da freguesia foi a oferta do Barão de
São
Gonçalo para que as solenidades religiosas fossem realizadas'
no oratório da fazenda do Engenho Novo.
A lei 311, de 4 de Abril de 1844, criou a nova freguesia.
Foi signatário dêsse importante documento o Dr. João Cal-
das Viana, presidente da província. 5
Criada a freguesia, mais tarde foi o território da mesma
ampliado com os terrenos de propriedade de D Francisca de .
— 21 —
LUIZ PALMIER
DISTRITOS DE PAZ
As mesmas divisas das freguesias primitivas serviram de
limites aos distritos, que, durante quasi século, íoram um
parte integrante do município de Niterói. São Gonçalo, Itaipú
e Cordeiros, correspondiam aos 6.°, 7.° e 8.° distritos de Ni-
terói.
Não houve durante longos anos grandes alterações nes-
sas divisas Todo o progresso, morosíssimo, de tôdas essas re-
.
Igrejas e capelas —
As igrejas e capelas marcaram
época durante largo período —
Colónia, Vice-Reinado, Pri-
meiro e Segundo Reinados. Cada núcleo de população tomava
8 Decreto r.» 211, de 25 de Maio de 1840
limites entre a freguesia de Itaipú e as de São
— —
Art. 1." Ficam declarados por
João Batista de Icarai, São Gonçalo
e Maricá, os pontos designados no parágrafo seguinte:
Parágrafo 3.» — Entre as de Itaipú e Sáo João Batista de Icaraí, a serra de
PUba até a cachoeira do rio do mesmo nome; entre a mesma, e a de São Gon-
çalo, o rio Piiba até p. fazenda de José Jtistiniano de Azeredo Coutinho e a linha
a desta fazenda e a do Engenho Novo do Roçado até a Serra de Inoã, que
SZÍ 2f£i
dividirá a de Itaipú da de Maricá, ficando no demais as divisas existentes.
„ J^}"? de
n.° 9, de 30
^
6 8
! de 12 de Agôsto de 1840 — O govêrno, em virtude do decreto
Abril de 1838, ordena que se observe o seguinte-
»™ o'^!?* s""!.deA paz: fre S uesia d e São Gonçalo, do município de Niterói, fica dividida
1
2-«
está edificada
-° .
° X '° dlstrlt0 Que será o que compreender o terreno, onde
-
— 22 —
SAO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
Oratórios —
Não muito longe das capelas e igrejas
muitas vêzes nas fazendas e mesmo residências particula-
res, os solares dos nossos maiores, ainda demonstração do
arraigado espírito religioso das populações, existiam os ora-
tórios. Na maioria dos casos êsses oratórios interessavam à
comunidade religiosa que afluía para as solenidades do culto
e cumprimento dos preceitos cristãos Nas mais ricas proprie-
.
— 23 —
. .
LUIZ PALMIER
— 24 —
SÃO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
dos: Engenho Pequeno, fazenda, parte integrante da zona
urbana do distrito de Sete Pontes; Engenho do Mato, fazenda
próxima da praia e lagoa de Itaipú; Engenho Novo do Roça-
do, nas proximidades da estação Rio do Ouro, marginal dia
E. F. Maricá; Engenho Novo do Retiro, fazenda que perten-
ceu ao barão de São Gonçalo, às margens do rio Aldeia, no
distrito de Munjolos.
Entre outros, cujos nomes o tempo apagou, êsses devem
estar englobados, na referência de Rocha Pombo, às centenas
dos engenhos espalhados pelo Brasil, ou aos engenhos citados
pelo Marquês do Lavradio. 10
Pau Brasil —
Ao lado dos currais, engenhos e banguês,
atividades agrícolas as mais rudimentares, também predomi-
nou, em todo o litoral, a indústria extrativa, principalmente
a exploração das madeiras, plantas medicinais e ornamentais,
além do comércio de tudo que estivesse ao alcance dos ex-
ploradores .
— 25 —
.
LUIZ PALMIER
— 26 —
SAO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
COMUNICAÇÕES
O
intercâmbio económico com os centros mais populosos
foi, por muito tempo, dificultado pela morosidade dos trans-
portes entre os centros mais populosos, centros produtores
entre si e regiões centrais com o litoral. O aproveitamento
dos rios e da orla marítima, atlântica ou guanabarina, faci-
litou, em grande parte, em São Gonçalo, o comércio impor-
tador ou exportador. Os caminhos de tropas, transformados
depois em estradas carroçáveis, eram já conquistas da civi-
lização Também com o govêrno Imperial providências foram
.
Portos —
Fluviais ou marítimos os portos constituí-
ram elementos básicos dessas comunicações. O pôrto do Rio
de Janeiro era a meta a ser alcançada pelos mercadores; as
enseadas da baía de Guanabara e os portos intermediários fa-
ziam parte de um
vasto sistema de navegação marítima. Além
dos produtos agrícolas eram objeto dêsse comércio os da indús-
tria extrativa e de cerâmica. Os portos de Guaxindiba, Ma-
dama, Ponte, Luz, Rosa, Boa Vista e outros assumiam pro-
porções de centros de adiantado comércio.
Rodovias —
Os caminhos que conduziam aos portos
e os que demandavam
o centro de Niterói, mais se destacavam
no sistema de comunicações internas. Eram as longovias em-
brionárias que deviam participar dos vastos planos rodoviá-
rios dos modernos tempos.
em vez de Guaxindiba.
— 27 —
. . .
LUIZ PALMIER
— 28 —
.
Ponte do Rodízio —
Embora possuindo terras fér-
teis a região de Itaoca permanecia insulada e pouco accessí-
vei, dificultando assim o intercâmbio comercial e social. A
ponte do Rodízio, citada nas leis orçamentárias da Provín-
cia, onde há referência ao Cordão de Itaoca, ligando-a ao con-
tinente, através do canal, foi fator decisivo para o progresso da
região As condições de transporte para Itaoca eram, ante-
.
— 29 —
. .
LUIZ PALMIEB
14
Macedo
Primeiro trabalho em Concreto Monolítico no Brasil
(presldénte) Sistema G. Revllet (construtor), 1869.
— Exmo. Snr. D. T. de
u Refere Matoso Mala as visitas do Imperador a Niterói e São Gonçalo "A se-
gunda visita de D. Pedro II a Niterói reallzou-se a 30 de Abril de 1847, de regresso
de uma viagem ao interior da Província.
"Logo depois da chegada, houve parada da tropa da Guarda Nacional, da Le-
gião de Sao Gonçalo e Niterói e, em seguida, D. Pedro
de honra do palácio onde fôra armado um docel".
H deu beija-mão na sala
"Em 1854 D. Pedro n voltou a Niterói, com a Imperatriz, a 23 de Junho.
"Desfilaram também, em frente ao palácio, as tropas da Guarda Nacional, co-
mandadas pelo Barão de São Gonçalo.
"No dia 25 foram os visitantes a São Gonçalo almoçar com o Barão de Sao
Gonçalo em sua propriedade, vistoso palacete da época no qual hole se acha o
Patronato de Menores".
— 30 —
. .
EMANCIPAÇÃO POLÍTICA
Libertas quce sera tamen inscreveram os libertadores
de 1789, na bandeira dos Inconfidentes, em Minas Gerais.
Os libertadores de São Gonçalo, um século após, pode-
riam adotar a mesma legenda. A freguesia de 1647 ou o dis-
trito de 1819, constituindo, com a freguesia de Itaipú, a área
maior do município da Praia Grande, não podia permanecer
por mais tempo na dependência da supremacia da pequena
faixa das antigas freguesias de São Lourenço e Itacaí. Tôda
a vitalidade da grande comuna era oriunda dos dois distritos
— o atlântico (Itaipú) , o rural (São Gonçalo)
Desdobrando primeiro em Distritos de Paz, mais tarde
em Distritos Policiais, o govêrno republicano concedia, por
fim, a emancipação pelo decreto de 22 de Setembro de 1890;
— 31 —
. .
LUIZ PALMIER
a instalação verificava-se a 12 de
Outubro do mesmo
ano. 18 . . .
— 32 —
Matriz de São Sebastião de Itaipú
nicípio de São Gonçalo. E para constar, lavrou-se a presente ata. assinada pelo
intendente mais moço segundo secretário, pelo governador do Estado, pelo pre-
sidente, membros da Intendência e mais cidadãos presentes.
Dr. Francisco Portela — Governador do Estado. José Joaquim Ferreira Alva-
renga — Presidente. Dr. Gustavo Miguel Duque Estrada Méier — João Belisário
Ribeiro de Almeida — José Francisco de Farias — Pancrácio Frederico Karr Ribei-
—
ro — Antônio Vaz Pinto Coelho da Cunha — Alferes José Martins de Oliveira
—
Cónego João Ferreira Goulart — Cónego Galdino Malafia — Dr. Mário Godinho
João Correia dos Santos — José Mariano Alves — João Ferreira da Costa —
Jo&o
Ricardo Ferreira Campelo — Joaquim Jansen de Faria — Jerónimo Silveira —
João
Crisóstomo do Nascimento — Antônio Simplício da Costa — Joaquim Alves La-
cerda — João Carlos de Melo Palhares — Armando Floriano de Sousa e Silva —Ma-
jor Antônio Muniz Teles de Sampaio — Otaviano de Paula Antunes —Manuel
—
Pedro Correia — Artur Antunes de Lima e Silva — Antônio Martins de Oliveira
Alvaro Ferreira Pinto — José Henrique de Matos — Frederico Antônio da Silveira
— José de Morais Silva — Elói Lima de Oliveira
—
— Oscar Ferreira da Costa —Má-
rio Ferreira da Costa — José Pires Domingues Juvenal Veiga — Rosendo Macha-
do — —
João Correia de Matos José Ferreira Pinto Sobrinho — Joaquim Barbosa
de Azevedo Guimarães — Belarmino Ferreira da Silva —— Firmino da Rosa Dutra —
—
Manuel Reis de Farias — José Pereira Lima Guimarães João Augusto Alves
João Rodrigues Farias — Paulo José Leroux — Curvelo d'Ávila —Antônio Hen-
rique Machado Sampaio — Artur Gomes de Paiva — Carlos Karr Ribeiro —
João
—
Pedro dos Santos Dias — Cândido Gonçalves Bastos — Aristides
— Américo Vieira
Francisco Antônio Barreto Júnior — Joaquim Goulart Geraldo Gomes Araújo
— Egídio Guichard.
20 Na sessão de 24 de Janeiro de 1891, do Conselho de Intendência, o intendente
José Francisco de Faria propôs que fossem agradecidos os serviços prestados pelo
Capitão João Correia dos Santos, cedendo a casa par?, as sessões do Conselho e
que o mesmo fôsse gratificado com a importância de 50S000.
— 33 —
.
LUIZ PALMIER
Supressão do Município —
Maus fados estavam re-
servados ao novo município da Baixada Fluminense
decreto n.° 1, de 8 de Maio de 1892 suprimia o município
O
de
São Gonçalo, reencorporando-o, com os seus distritos, ao de
Niterói. O artigo 1.° determinava a supressão, passando o ter-
ritório a pertencer ao município de Niterói, distribuído pelos
novos distritos. 21
São Gonçalo, com seus vastos territórios, constituía os
6°, 7.° e 8.° distritos de Niterói.
Diversos outros municípios foram igualmente sacrifica-
dos. O Estado do Rio havia sido convulsionado por um mo-
vimento revolucionário, vitorioso. O presidente Porei úncula,
eleito após a promulgação da Constituinte de 9 de Abril de
1892, depois da interinidade do Contra Almirante Carlos Bal-
tasar da Silveira, deu início a uma nova orientação política.
Antes mesmo de ser suprimido, o novo município devia
sofrer rudes golpes na sua autonomia. O decreto 181, de 28
de Março de 18.91, derrogava o artigo 2.° do decreto de 22 de
Setembro de 1890.
Representava essa simples revogação a perda do distrito
de Itaipú, que passou a constituir o 8.° distrito de Niterói, de
acordo com a deliberação de 8 de Abril de 1891
H Decreto n.» 1, de 8 de Maio de 1892.
Artigo 1.°: Fica suprimido o município de São Gonçalo, cujo território passa
a pertencer ao município de Niterói, distribuído pelos seguintes distritos:
6. " distrito: A área compreendida pela linha que parte do Pôrto das Neves, se-
guindo pelo eixo da rua Tamoios, estradas das Sete Pontes, Rio das Pedras e de
Maricá até a ponte denominada — Casco Duro — e daí seguirá o curso dos rios
do Alcântara e Guaxindiba até o mar.
7. ° distrito: A área compreendida pela linha que começa na junção do rio Gua-
xindiba com o Alcântara, seguindo pelo curso dêste até a ponte denominada —
Casco Duro — ; dal pela estrada de Maricá até o rio dos Piabas, seguindo o curso
dêst? até o marco da composição da fazenda do Engenho do Roçado; seguindo daí
às vertentes da serra de Inoã, até encontrar as terras do finado Manuel Teodoro,
seguindo as linhas da fazenda da Itaitindiba, terras de Antônio Gonçalves, fa-
zenda de Cabuçu e da Conceição, terras de José Antônio da Silva, da Conservatória
e da fazenda do Bom Retiro até encontrar o rio Guaxindiba e daí até o rio do
Alcântara.
8. ° distrito: Constituído pela área limitada pela linha que, partindo do morro
em frente à lagoa de Piratininga, seguindo pela margem direita até a situação
cognominada — —
Aperta a Cinta ; continuando o caminho do mesmo nome até
chegar à estrada da Viração, seguindo por esta até a estrada de Itaipú, poi onde
seguirá,- continuando depois pelas estradas de Cantagalo, Pendotíba, Muriquí, até
encontrar a de Maricá, por onde irá até o rio dos Piabas; seguindo por êle até o
marco da composição da fazenda do Engenho do Roçado, continuando pela linha
dos limites desta fazenda até chegar ao lugar — —
Calaboca ,na situação do Ca-
pitão Guerreiro, pertencente a Maricá; daí seguirá os rumos das fazendas Itaocaia
e do Mosteiro de São Bento até o mar.
Nota— A rua Tamoios era a atual rua Padre Marcelino, na linha limítrofe com
Niterói. Não confundir com a atual rua dos Tamoios próximo à estação de São
Gonçalo.
— 35 —
. .
LUIZ PALMIER
— 36 —
.
LENDAS E TRADIÇÕES
Diversões — Divertir o povo foi sempre preocupação
dos centros cultos. Não somente nesses centros. Mesmo
entre os selvagens das Américas ou populações semi-bárba-
ras da África e da Ásia, existem as características dansas,
que algumas perduram em nossos meios semi-civilizados
As macumbas fazem parte do ritual herdado dessas lon-
gínquas paragens. As diversões, em certo período, durante a
formação do núcleo primitivo, não correspondiam às aspira-
ções das elites que bem mal encontravam lenitivo para as
horas de lazer.
Para os próprios governantes, do Brasil-Colônia ou Bra-
sil-Império, as diversões não eram proporcionais ao ambiente
da civilização em marcha. Os mexericos da côrte, os bailes
familiares e as reuniões elegantes da nobreza enchiam as
inúmeras horas de ócio. Nas fazendas êsses saraus dansantes
eram frequentes e de grande esplendor.
O teatro custou a instalar-se. A arte circense jamais cor-
respondeu às exigências do progresso. Não era fácil propor-
cionar diversões ao povo Durante muito tempo perdura essa
.
LUIZ PALMIEB
— 38 —
.
Pista do Alcântara —
Nos últimos anos ainda a ten-
tativa de uma nova pista foi levada a efeito em Alcântara,
onde se reuniam os mais apaixonados amantes das corridas.
Aos domingos, em terras da fazenda do Coelho, alguns páreos
eram disputados, constituindo motivo de grande afluência de
povo para apreciar a corrida de cavalos.
Os prados e pistas gonçalenses passaram à história.
Cavalhadas —
As cavalhadas resistiram mais à onda
avassaladora das conquistas da civilização. Muitos foram os
centros em que as cavalhadas eram motivo de grandes reu-
niões.
As mais celebradas, de São Gonçalo, foram as de Pache-
cos. Por ocasião da festa de Nossa Senhora da Conceição,
nos dias dedicados à Padroeira, em Dezembro, as cavalhadas
ocupavam o lugar de honra do programa.
Eram a principal razão de ser do movimento desusado
das estradas.
Quer de Niterói e São Gonçalo, quer das zonas rurais,
afluíam forasteiros apaixonados pelas cavalhadas. Também
as cavalhadas estão cedendo o seu lugar às novas conquistas
Poço dos Frades —Era a denominação dada aos po-
ços antigos,existentes em diversas localidades, mais ou
menos habitadas, destinadas ao abastecimento dágua potável
às populações. Quasi todos foram inutilizados após a passa-
gem dos encanamentos para a distribuição regular do pre-
cioso líquido.
— 39 —
LUIZ PALMIER
Morro da Peça —
O morro da -Peça, mais conhecido,
fica bem próximo do centro urbano, nos limites dos bairros
do Rocha e Colubandê. Possue ótimas jazidas minerais, pre-
dominando o granito verde-mar que já conquistou os mer-
cados .
— 40 —
. . .
S AO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
portas, dão uma idéia perfeita dêsse intercâmbio de produtos,
os mais variados, objeto de negócio, intenso. O apelido de
Arrota Contos, dado ao mais abastado dêsses comerciantes o
Snr. Joaquim Domingues Lopes, representa bem umsím-
bolo de poder do famoso acumulador de fortunas. Dessas
ruínas, das antigas casas de varanda, com movimento diurno
e noturno, nas trocas constantes de mercadorias, em breve
existirão somente os alicerces. A localidade conserva o nome
"Arrota Contos"
Morro da Mina —
Lendária ou com existência real,
nas mais remotas eras, foi preocupação constante dos pro-
prietários, dos moradores e mesmo das autoridades locais,
a mina de ouro existente nos terrenos da Fazendinha.
Rezam essas lendas estar a mina submersa e fechada
com tampo metálico, lacrado ou fechado a cadeado. Escava-
ções múltiplas teem sido feitas pelos exploradores de tesou-
ros, todos empenhados na descoberta da mina de ouro
O morro da Mina é um símbolo dêsses tesouros hipoté-
ticos e lendários que despertam sempre a atenção dos ambi-
ciosos e dos curiosos.
Diligências —
As dificuldades de transporte, dada a
precariedade dos serviços ferroviários, era atenuada pelas
Diligências, veículos que faziam ponto na esquina da estrada
do Boassú, do lado da primitiva, parada dos trens da Leopol-
dina, próximo à atual praça Palmier, ponto final da linha
dos bondes de São Gonçalo.
Faziam as Diligências o transporte de passageiros para
Niterói e também para as fazendas e municípios vizinhos.
Das Diligências e demais veículos de tração animal não
há mais lembrança. O automóvel dominou por completo a
situação
Pôrto da Madama —
E' pitoresca a nomenclatura das
nossas estações ferroviárias. Da moderna geração poucos se-
rão os que tenham idéia da significação do nome "Pôrto da
Madama", dado à estação do ramal do litoral, da E. F. Leo-
poldina .
LUIZ PALMIER
O Bonde a Vapor —
Com a eletrificação do antigo
ramal de Neves ao Alcântara, passaram para as tradições da
cidade os pequeninos trens da Tramway Rural Fluminense,
o bonde a vapor, bonde áe fogo, como era chamado, pitores-
camente, devido às fagulhas desprendidas pelas chaminés,
quando ainda o combustível usado era a lenha.
Idealizado por D. Carlos Gianeli e mais tarde mantido
por seu irmão, D. Leopoldo Gianeli, teve à frente da adminis-
tração, durante largo período, o ativo e esforçado gerente Hen-
rique Milhomens e na direção das oficinas, situadas à rua
Francisco Portela, em frente ao Patronato de Menores, a
competência técnica de Joaquim Vivas.
Nessas oficinas foram montados os chamados gasolinas,
as primeiras litorinas, grande progresso realizado; com a
mudança do combustível de lenha para gasolina era ado-
tado o motor de explosão
Diversas tentativas foram feitas junto à Câmara para
ser obtida a concessão de uma linha de bondes. Junto ao
Conselho de Intendência os Snrs. Pancrácio Frederico Karr
Ribeiro e José Pereira da Silva, foram os primeiros e mais
tarde os Snrs. João Ricardo Ferreira Campelo e José Fran-
cisco Faria.
Somente em 1897 a Câmara deu a concessão a D. Carlos
Gianeli, com grandes obrigações, conforme o contrato lavrado
em 5 de Agosto de 1899, para inovação do contrato de 1897,
bastando citar algumas das cláusulas: 24
24 Aos cinco dias do mez de Agosto de 1399, presentes o Coronel Ernesto Fran-
cisco Ribeiro, presidente da Camara Municipal de São Gonçalo e D. Carlos Gia-
nelli; o 1." estando auctorisado pelas Assembléas e Camaras Municipaes de 5 de
Dezembro de 1898 e 21 de Julho de 1899, para inovar o contracto celebrado, em
9 de Julho de 1897, por esta Camara, com o 2.° para o estabelecimento de uma
linha de bonds de Neves á Itaypú, entre ambas foi ajustado o contracto seguinte:
— 42 —
. . . .
A
intervenção de 1923, alterando a legislação anterior e
revogando muitos decretos, também anulou a lei 1 797 .
Primeiro: —
A Camara Municipal de S. Gonçalo representada por seo presidente devida-
mente auctorlsado contracta com D. Carlos Gianelli, empreza ou companhia que
organlsar pelo prazo de (30 anos) durante os quaes não poderá fazer concessão
Idêntica no Município, a construção, uso e gôso de uma linha de bonds, que par-
tindo das Neves, passe por S. Gonçalo (como está construída), Alcantara, Engenho
Novo (podendo prolongar esta secção até as divisas do Município de Itaborai (no
poncto que lhe convier) e vá a Ipiratininga Esses ponctos são considerado," for-
.
— 43 —
]
GEOGRAFIA
E' privilegiada, no Estado do Rio de Janeiro, a situação
do município de São Gonçalo. Ocupando estreita faixa na
orla do Atlântico, entre a barra de Piratininga e o maciço
granítico de Itacoatiara, natural divisa com Itaipú-Assú, es-
palha-se na região central, por vales e montanhas, até as
serras de Calaboca, Serrinha e Itaitindiba, linhas divisórias
com Maricá e Itaboraí, até alcançar a baía de Guanabara,
desde o rio Guaxindiba até o rio Bomba.
Topografia —A situação topográfica apresenta gran-
des mutações desde as praias até as máximas altitudes, nas
serras limítrofes.
Montanhas, vales, baía, enseadas, praias atlânticas ou
da Guanabara, rios, lagoas e ilhas, em articulação das mais
perfeitas, constituem a admiração dos apreciadores da nature-
za dadivosa e cheia de encantos. O cascatear dos riachos, que,
escondidos entre o arvoredo compacto, descem das serras,
em busca das plácidas águas da Guanabara ou das lagoas,
em constante calmaria, onde refletem o sol dos trópicos, con-
trasta com o sussurrar contínuo das ondas nervosas e sempre
agitadas do Atlântico-Sul.
Preguiçosos rios deslizam mansamente pelas baixadas,
através dos vales fecundos, em demanda da baía, das lagoas
ou do Oceano. As ilhas verdejantes, que surgem aqui, ali e
acolá, em pleno Atlântico ou na Guanabara, só encontram
paralelo nas massas graníticas, que recebem na base as ca-
rícias das ondas e amparam no cume folhas e flores dos
ninhos de verdura, criados na pedra lisa. A natureza pródiga,
sempre atraente, conjuga-se com as riquezas para os mais
soberbos panoramas.
E' bem o retrato do Brasil, grandioso, rico e ubérrimo,
na miniatura do pequenino município de São Gonçalo não
menos formoso, rico e fértil, nos limites intransponíveis de
uma das menores circunscrições brasileiras, parte integrante
da grande Pátria.
SITUAÇÃO
Coordenadas da sede:
Latitude — S. 22°, 49' 57"
Longitude — E. 0 o , 06' 15"
— 47
LUIZ PALMIER
Superfície —
A superfície do município, desde a cria-
ção, em 1890, correspondendo ao conjunto dos antigos dis-
tritos e, em parte, das primitivas freguesias, foi sempre mo-
tivo de dúvida entre os publicistas e estudiosos, interessados
nos problemas relativos à corografia do Estado do Rio de
Janeiro. Os autores ficaram sempre entre os extremos de
208 e 359 quilómetros quadrados. 26
Sendo um dos menores municípios do Estado foi geral-
mente aceita a primeira dessas áreas. A última divisão admi-
85 Começa na foz do rio Guaxindiba na baía de Guanabara; sobe por aquele
rio até a confluência do rio Guaiana; por êste até o marco com as iniciais B. C. L.,
próximo às suas nascentes; daí em reta até a confluência do rio Cabuçu no rio
da Aldeia; sobe por aquele rio até encontrar um marco sito à sua margem esquerda
daí em reta, passando por um marco situado à margem esquerda da estrada de
Cabuçu, com os dizeres: Limites Municipais — Município de São Gonçalo — até
atingir o alto da serra de Itaitindiba. Continua com Maricá do alto da serra de
Itaitindiba, segue o divisor de águas do oceano até alcançar o da serra da Tiririca:
pelo divisor desta serra até o morro do Telégrafo; segue o espigão dêste morro até
o Alto do Moirão; desce pelo espigão do Alto do Moirão até a ponta de Itaipuassú
no oceano; continua, depois das praias atlânticas, com Niterói: partindo do litoral
do '•"•-no Atlântico, junto à margem d reita da barra da lagoa de Piratininga,
;
segue pelo caminho do Aperta Cinta até encontrar o caminho da Viração; segue por
êste caminho até encontrar a estrada de Italpú, até encontrar o prolongamento
da linha de cumiada da serra de Cantagalo no ponto situado a 87m,00 (oitenta e
sete metros), depois da ponte existente sobre o arroio do Arrozal. Daí segue por
essa linha de cumiada da serra de Cantagalo em direção à pedra de Cantagalo,
continuando pela referida linha de cumiada até encontrar a do contraforte da serra
Grande; segue por êste até o ponto mais alto desta serra; continua pela linha de
cumiada até encontrar o rio Muniquí; segue por êste até encontrar a ponte sôbre
o mssmo, na estrada de Maricá, no lugar denominado Paciência; prossegue, a partir
dessa ponte, pela erírada de Maricá até encontrar a ponte sôbre o rio das Pedras
no lugar denominado Arrota Contos: continua por êsse rio até o ponto em que
êle atravessa pela última vez o caminho do rio das Pedras; segue pelo referido ca-
nVnbo até encontrar o prolongamento da rua Dr. March: contorna por essa rua
até encontrar o rio Bomba; segue por êsse rio até encontrar a rua General Cas-
trioto; segue por esta rua até o cruzamento com a rua Padre Marcelino, continuando
por esta e depois pelo seu prolongamento até a baía de Guanabara, entendendo-se
que, nas estradas e ruas, a divisa passa pelos respectivos eixos.
28 As freguesias, de que resultaram os distritos, que em 1890 constituíram o
município de São Gonçalo, possuíam as seguintes áreas: São Gonçalo
— — 51K ! 86
São Sebastião de Itaipú
2
—
32K, S 40, N. S. da Conceição de Cordeiros
total de 161K, 56 de superfície.
77K 2 30 um
(Relatórios de 1878) .
— 48 —
. .
—
263, São Pedro d'Aldela
26^, São Sebastião do Alto —
270, Maricá — 297, Carmo —315, Miracema — 338.
Saquarema —
358. Santa Teresa —
T96, Rio Bonito —
429. Entre Rios — 452, Itao-
—
cara —
456, Itaguai —
457. Santo Antônio de Pádua —
470, Casimiro de Abreu
49', Bom Jcsús de Itabapoana —
510, Itaboraí — 511, Paraíba do Sul — 532, Cabo
Frio —
539, Sapucaia —
553, Bom Jardim — 568. Rio Claro — 616, Santa Maria
Madalena — —
661, Capivari —
692, Angra dos Reis —
729, Tralano de Morais 733.
Barra do Pirai — —
751, Teresópolis —
763, Araruama — 843, Magé 864, Cachoei-
ras —
888, Cantagaio— —
904, São Fidélis —908, Pirai —
1.022, Petrópolis 1.024,
Parati — 1.036, Cambuci — 1.091, Nova Friburgo — 1.243, Vassouras — 1.271,
Valença — 1.302, Barra Man3a — 1.362, São João da Barra — 1.433, Nova Iguas-
sú — 1.447, Resende — 1.618, Itaperuna — 2.217, Macaé — 3.037, Campos —
4.864. (publicado no -'Diário Oficial" de 2-6-940) .
— 49 —
LTJIZ PALMIÉR
— 50 —
. . .
LUIZ PALMIER
— 52 —
SÃO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
As demais ilhas ficam situadas ainda: na baía de Guana-
bara, nas lagoas e no Atlântico Nas águas territoriais de São
.
Pontas —
No litoral do Atlântico ficam as pontas de
Itaipú ou Andorinhas, de Itacoatiara e da Galheita, ficando
na orla da Guanabara as pontas: Itaoca, São Gabriel, Luz e
Ostras.
Forma — Miniatura do Brasil, tem o município a for-
ma da terra brasileira, uma estreita faixa de terra ao Sul
para alargar-se em direção do Centro e do Norte.
Perímetro —
O perímetro do município é de 97 qui-
lómetros, desde a foz do Guaxindiba, através dêsse rio e do
Guaianã, continuando as divisas de Itaboraí, pelos rios Al-
deia, Cabuçu e a serra de Itaitindiba; divisa de Maricá, pela
serra de Calaboca ou Tiririca até Itaipú- Assú; pelo litoral,
desde a praia de Itacoatiara até a barra de Piratininga; di-
visas de Niterói peia Serra Grande, rios Muriquí, das Pedras
e Bomba, estrada Niterói-Campos, ruas Dr. March e Padre
Marcelino; e o litoral da Guanabara, desde a fábrica Fiat Lux
até a foz do Guaxindiba.
São, em média, 31 quilómetros das divisas com Itaboraí,
22 das de Maricá e 17 com Niterói.
Litoral —
O litoral, nas margens da baía de Guanaba-
ratem 20 quilómetros e mais 7 quilómetros das margens do
Oceano Atlântico, entre Itaipú-Assú e a barra de Piratininga.
28 Carvalho — chamada por alguns autores ilha do 'Ajudante".
80 Tav»r°s — chamou-se "Padre Lemos", "Requlsaba", do "Fagundes" ou
"dr. Fagundes".
— 53 —
. . .
LUI? PALMIEB
CLIMA E SALUBRIDADE
Q clima é dos melhores E' ameno e sêco Fator de máxi-
. .
MONUMENTOS
. . .
— 57 -
LUIZ PALMIER
CAPELA DA LUZ
Acapelinha situada à margem da Guanabara, na ensea-
da da Luz, em frente a Paqúetá, na ilha de Itaoca, é o mais
antigo monumento, do período colonial, nas terras da fre-
guesia de São Gonçalo. Da capela de São Gonçalo, o primi-
tivo templo, às margens do Guaxindiba, não resta o menor
vestígio ou referência, dando idéia do local da construção.
A capela da Luz não está bem conservada. Antigos proprie-
tários da fazenda nem sempre primaram pelo zêlo dêsse mo-
numento. As peças principais, em várias épocas, serviram
muitas vêzes, devido ao abandono, de estábulo ou albergue.
Apesar dêsse verdadeiro sacrilégio, a resistência das velhas
paredes e da construção, em geral, ainda conserva o templo
nas suas linhas primitivas. Somente algumas dependências
secundárias chegaram a ruir. Providências urgentes devem
ser tomadas para salvar esta relíquia.
~ 58j —
. .
IGREJAS DE ITAIPÚ
A zona lacustre fluminense, banhada peio Atlântico, foi
das preferidas para as edificações jesuíticas. Piratininga,
Itaipú, Maricá, Saquarema, Aldeia de São Pedro e Cabo Frio,
são exemplos dignificadores dessas tendências. A freguesia
de São Sebastião de Itaipú proporciona ao pesquisador uma
das mais expressivas demonstrações de zêlo e entusiasmo pela
religião
-59-
.
LDIZ PALMIER
Capela de Piratininga —
Também construção jesuíti-
ca, a igreja de Piratininga, às margens da lagoa de mes-
mo nome, com o clássico estilo, de linhas severas, é outro
templo da era memorável de prosperidade inconteste da re-
gião lacustre.
— 60 —
SAO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
— 61 —
.
LUIZ FALMIER
— 65 —
. .
LUIZ PALMIER
- 66 -
. . .
— 67 —
.
LUIZ PALMISR
Colubandê Tribobó — —
Contrastando com as zo-
nas do litoral, situadas às margens dos rios, na região cen-
tral, estão algumas fazendas de estilo colonial, dignas de
figurar nos circuitos turísticos. Entre outras a do Colubandê
que, além da sede, digna, da observação dos arqueólogos, tem
ao lado um pequenino e belo monumento —
a capela de San-
tana do Colubandê.
O Tribobó, cortado por vários riachos, tem singular atra-
tivo na lagoa do Capote Está transformado no mais impor-
.
Rio do Ouro —
A antiga estrada de Maricá, atual ro-
dovia Niterói-Campos, desde os primeiros quilómetros, a pou-
ca distância do marco inicial, no bairro do Fonseca, na capital
do Estado, ao transpor as divisas de São Gonçalo, nas zonas de
Baldeador, Maria Paula, Paciência, Rio do Ouro, Várzea cias
Moças e Calaboca, apresenta ao excursionista os mais des-
lumbrantes aspectos campestres.
31 Engenho —
chamada "Santo Antônio", na carta topográfica da Mari-
nha "Marim" e "Vidal", segundo outros autores.
(1710);
—m—
SÃO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
— 69 —
LUIZ PALMIER
— 70 —
SAO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
— 71 —
DIVISÃO ADMINISTRATIVA E JUDICIARIA
.
Antigos Distritos —
Com a criação do município, em
1890, foram desmembrados de Niterói os distritos de São
Gonçalo, Itaipú e Cordeiros. Os primitivos distritos corres-
pondiam, em grande parte, aos territórios das freguesias de
São Gonçalo, São Sebastião de Itaipú e N. S. da Conceição
de Cordeiros. São Gonçalo, Itaipú e Cordeiros, os três dis-
tritos do novo município, eram os 6.°, 7.° e 8.° de Niterói.
Distrito de Neves —
Com a emancipação adminis-
trativa, alguns anos depois, foi notável o desenvolvimento,
principalmente do distrito de São Gonçalo, sede do municí-
pio, pelo natural aumento da população e mais intensa vida
industrial e comercial
O progresso manifestado, em todos os ramos de ativida-
de, foi razão bastante para impor o desdobramento, do 1.°
distrito, em dois outros.
— 75 —
LUIZ PALMIER
— 76 —
.
Novas Vilas —
A máxima inovação da lei, em 1938,
foi a elevação à categoria de cidade, de tôdas as sedes de mu-
nicípio e a nova denominação de vila para tôdas as sedes de
distritos de paz. Com essa conquista as sedes de município e
de distrito tiveram nomenclatura generalizada para todo
o país. Em São Gonçalo foram criadas as vilas de Sete Pon-
tes, sede do 5.° distrito, e Munjolos, sede do 6.° distrito. O 2.°
distrito foi desdobrado para dar lugar ao 6.°, com sede em
Munjolos. Ainda foram elevadas à categoria de vilas José —
Mariano, nova denominação de Cordeiros, antiga sede do 2°
distrito; Itaipú, sede do 3.°; Neves, sede do 4.° distrito. As
sedes do 4.° e 5.° distritos, são os bairros de Neves e Sete Pon-
tes, parte integrante da Cidade de São Gonçalo que, quasi
domina os três distritos, com a amplitude do seu perímetro
urbano. Merecem especial referência as demais vilas e res-
pectivos distritos.
contrar a estrada do Lacomba; por esta até a da Fazendinha; por esta até a do
Tribobó; por esta até a ponte sôbre o rio Maria Paula; por êste rio até a sua
confluência no rio Muriqui".
Entre os distritos de José Mariano e Munjolos — "Começa na ronte sôbre o
rio Alcântara, próximo à Praça Gianell; continua pela mesma Praça e pela rodo-
via Niterói-Rio Bonito até a estrada de Cabuçu; por esta até a estrada Restau-
rada; por esta até a rodovia Alcântara-Santa Isabel; por esta até a estrada do
Engenho Novo; por esta, passando pelas fazendas de Campanha e Salvaterra,
até o marco divisório com o município de Itaboraí".
Entre os dlstrlt03 de José Mariano e Sete Pontes — "Começa na confluência
do rio Muriqui com o rio Alcântara; segue pelo primeiro rio até a ponte na ro-
dovia de Maricá, no lugar denominado Paciência".
Entre os distritos de José Pariano e Itaipú— "Começa na ponte sôbre o rio
Muriqui, na rodovia de Maricá; segue por esta até a ponte sôbre o rio do Ouro,
da 1 s rada dp Pprro Maricá; continua pelo rio do Ouro até as suas nascentes
na serra do Calaboca."
Entre os distritos de Neves e Sete Pontes — "Começa na Praça 5 de Julho;
segue pelas ruas Coronel Serrado, Getúlio Vargas. Pio Borges, Floriano Peixoto
e Mauricio de Abreu, até a ponte da E. F. Leopoldina, sôbre o rio Bomba."
— 77 —
LUIZ P AL MIER
— 78 —
.
Itaipú —
A vila de Itaipú, bem à margem do Atlântico,
proximidades da praia e da lagoa, é pequeno reduto de casas,
situadas quasi tôdas ao longo da rodovia Niterói-Itaipú. As
localidades de Fonte e Piratininga, além das praias de Itaipú
e Itacoatiara, são os principais núcleos É a vila, em maioria,
.
— 79 —
LUIZ PALMIER
— 80 —
Praia e rochedos de Itacoatiara
Caso de pescadores em Itaoca
DIVISÃO JUDICIARIA
A
atual situação de destaque da comarca de São Gon-
çalo, entre asdemais do Estado do Rio, corresponde a uma
rápida evolução dos últimos anos.
Durante muito tempo foi precária a colocação entre os
termos e comarcas do Estado.
Termo —
Criado o município pelo decreto n.° 124, de
22 de Setembro de 1890, consta do artigo 3.°, da referida lei,
quanto à situação judiciária: "o município de São Goi^çalo
fará parte da comarca de Niterói".
Somente o decreto n.° 280, de 6 de Julho de 1891, em
seu artigo 2.°, criando o termo distinto de São Gonçalo, no
município da mesma denominação, definiu melhor essa si-
tuação.
— 81 —
.
LUIZ PALMIER
de 1919. 39
Nesse longo período foram juízes municipais os Drs.
Francisco Ferreira de Almeida, instalador do Têrmo, Fran-
cisco Leite Bastos Júnior, Andrade Pinto, Henrique Cas-
trioto de Figueiredo e Melo, Sidenham Ribeiro e Oldemar de
Sá Pacheco. Foram suplentes de juiz substituto, nos primei-
ros anos, os médicos drs. Gustavo Méier e Manuel Antônio
da Costa.
— 82 —
. .
Cartórios —
São três os cartórios de Justiça, que estão
localizados à rua Feliciano Sodré, nas proximidades do edi-
fício da Prefeitura. Primitivamente existiam dois cartórios;
sendo o terceiro ofício criado pelo govêrno para corresponder
às exigências de uma evolução que devia atingir ao máximo
com a última reforma judiciária. Os cartórios do primeiro,
segundo e terceiro ofícios de justiça teem como detentores ò
Sr. Francisco Cardoso Júnior e os Drs. Adino Maciel Xavier
e Paulino Pinheiro Batista. Estão todos bem instalados e o
do 2.° ofício, em prédio próprio, um dos melhores da cidade.
í0 Decreto n.° 1.839, de 23 de Agôsto de 1921. Eleva à categoria de Comarca
o atual têrmo de São Gonçalo, à qual é anexada o têrmo de Maricá que fazln
parte da comarca de Niterói.
— 83 —
.
LUIZ PALMIER
SEGURANÇA PÚBLICA
O Estado do Rio de Janeiro está dividido em Regiões
Policiais. Nas sedes dos principais municípios estão locali-
zadas as regiões, a cargo de delegados diplomados, bacha-
réis em direito.
Sub-delegacias —
Nos distritos a autoridade policial
é o sub-delegado de polícia, que é substituído, nos impedi-
mentos, pelos suplentes de sub-delegado, três por distrito.
Há na sede da delegacia regional um destacamento da
Fôrça Militar do Estado, sob o comando de um sargento.
No distrito de Neves a sub-delegacia e o xadrez estão
instalados em prédio pago pela Prefeitura, havendo também
um destacamento policial, comandado por um cabo. O mu-
— 84 —
6AO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
— 85 -
A CIDADE
.
— 89 —
LUIZ PALMIEE
— 90 —
.
Sede da Paróquia —
A transferência de local da ca-
pela das margens do Guaxindiba para o da atual Matriz
de-
via centralizar a povoação primeira, formada em
tôrnò da
capela de São Gonçalo, para nuclear o mais importante
cen-
tro populoso da região, sede da primeira freguesia,
criada
nessas paragens da sesmaria do prestigioso fidalgo português.
A demonstração cabal do progresso atingido, com o de-
correr dos séculos, pela paróquia de São Gonçalo, foi a cria-
ção do distrito, com a mesma sede e mais tarde a divisão e
subdivisão, tais as proporções do território dêsse aldeamento
inicial
A Vila —
A vila de São Gonçalo, ainda ocupando o mes-
mo local da sede da freguesia e do distrito, foi a conquista
de vitórias outras de mais de dois séculos.
Embora progredindo morosamente era, entretanto, o nú-
cleo mais em
destaque e, por isso mesmo, aquele que mono-
polizava as atenções Desmembrado de Niterói devia ser tam-
.
a Art. l.o —
Para 03 efeitos da cobrança de décima urbana e mais impostos,
"A partir da ponte denominada ponte de Alcântara, no lugar do mesmo
nome, seguindo a Estrada Geral que vai a Niterói, a zona urbana íicará com-
preendida entre a linha das vertentes que desaguam sôbre esta estrada e uma
outra que corre distante desta 200 metros, do lado do litoral. A linha das ver-
tentes terminará na rua Dr. Porclúncula, no ponto em que esta encontru com
a rua Dr. Porclúncula, digo Dr. Portela e a do lado do litoral se estenderá até a
estrada da Conceição por onde seguirá até encontrar a casa da situação de Ma-
nuel Pereira de Morais, de onde se dirigirá em linha reta até a ponte do Boassú,
seguindo daí pelo leito do rio do mesmo nome até o litoral, tíirigindo-se por
artes até as divisas dêste Município com o de Niterói e por estas ainda seguirá
até a situação do tenente Juvenal Jardim, no ponto em que ela se divide com
êste Município; seguindo dêste ponto, as linhas das vertentes que desaguam
para o lado das Sete Pontes, até o ponto de encontro da rua Dr. Porcíúncula e
Dr. Portela — (D. n.° 48, de 26-12-1908).
— 91 —
.
LUIZ PALMIER
As praias —
Ainda não aproveitadas para gôzo da po-
pulação e recurso terapêutico de algumas dezenas de milha-
res de habitantes, algumas praias são aprazíveis e bem uti-
lizáveis para os banhos de mar.
Embora não preparadas, com êsse objetivo, merecem des-
taque a do Paiva, em frente à ilha das Flores, e a do Pôrto
Velho.
Os portos —
Inicialmente, mesmo no período colonial
os portos do litoral da Guanabara, constituíram os mais no-
táveis elementos para uma forte atração para as terras de
São Gonçalo.
Desde os portos das fábricas até as proximidades da zona
rural, todos intensificam o movimento de transporte da ci-
dade com as ilhas, os municípios vizinhos e o Distrito Federal.
TRANSPORTES URBANOS
Bonde de tração animal —
Depois das diligências
que, ao lado das vias marítima e fluvial, concorriam para
maior facilidade das comunicações com os demais centros,
principalmente Niterói, foi o bonde de tração animal o má-
ximo de progresso alcançado ao findar o século XIX
O desenvolvimento da capital do Estado, com os seus
bairros longínquos e aumento da população, exigia maior
facilidade de transporte.
A CompanhiaFerro Carril Niteroiense, mais tarde Carris
Urbanos de procurou resolver o problema, obtendo do
Niterói,
govêrno provincial a concessão de linhas de bondes para os
mais importantes arrabaldes.
Ainda distrito de Niterói, Neves foi dos primeiros a rece-
ber, com festas, êsse melhoramento, verdadeira conquista
para as laboriosas populações operárias — o bondinho de
burro.
Inaugurada em 11 de Outubro de 1885 ficou estacionária,
no largo de Neves, a extremidade da linha do bonde de tração
animal.
— 92 —
SAO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
— 93 —
.
LUIZ PALMIER
42 "Art. l.° —
Fica, o Poder Executivo, autorizado a abrir concurrência para
o serviço de transporte de passageiros em auto-ônibus, entre êste Município e
Niterói
Art. 2.° — No contrato
serão estabelecidas duas linhas obrigatórias da Praça
Dr. Luiz Palmier à Praça Martini Afonso, em Niterói, sendo uma por Sete Pontes
e outra pelo Pôrto do Velho.
Art. 3.° —
Os contratantes gozarão de isenção dos impostos Municipais, du-
rante a vigência do contrato.
Art. 4.° —
O Prefeito fixará no contrato o preço das passagens. (D. n.° 232.
de 5-1930).
Fica concedido a José Salvador da Fonseca o auxílio pecuniário, anual, de
1:2003000 (um conto e duzentos mil réis), enquanto o dito cidadão mantiver o
serviço de transporte de passageiros, no 2.» distrito.
§ único —
Ficam abertos os necessários créditos para êsse fim. (D. n.° 172,
de 15-12-1925) .
— 94 —
. .
Iluminação Elétrica —
A iluminação primitiva era dos
antiquados lampeões de querosene. Somente acesos nas
noites mais escuras, quasi sempre despertavam os protestos
dos mais exaltados leaders populares.
Foi na administração do Coronel Joaquim Serrado, em
1908, querealizado o contrato para a iluminação elétrica
foi
da vila. uma etapa vencida, galhardamente, pela
Era mais
administração e pelo povo. 45
Um
pequeno grupo de lâmpadas nas principais ruas e
praças foi motivo do primeiro contrato. Com o tempo e novas
reclamações foram conquistando êsse melhoramento para
algumas dezenas de ruas. Embora o reforço da iluminação,
em todos os bairros, invadindo mesmo a zona suburbana, pela
evolução natural, continuam todos exigindo luz, e muita luz,
para novos núcleos de população da cidade.
O Comércio —
O comércio não se desenvolveu relati-
vamente ao desdobramento das demais atividades. Concor-
rendo com o comércio carioca e niteroiense, com casas de to-
dos os géneros e com grandes capitais, não seria possível, si-
multaneamente, fossem estabelecidas casas de maior valor
em São Gonçalo.
A proximidade do Rio de Janeiro foi fator decisivo para
o atrofiamento do comércio, atacadista e especializado. Ne-
ves foi sempre, apesar da concurrência, o maior centro co-
mercial, chegando a possuir algumas casas atacadistas de re-
gulares proporções. O aumento sensível da população vai
corrigindo essa lacuna e já tornou-se digno de nota o comér-
cio da cidade, com centenas de casas de todos os géneros -—
bazares, confeitarias, cafés, restaurantes, hotéis, barbearias,
sapatarias, quitandas, relojoarias, alfaiatarias, armazéns de
secos e molhados, lojas de ferragens e muitas outras.
43 Art. 12." —
Fica o Prefeito autorizado a contratar a iluminação elétnco
para a Vila, Pôrto do Velho, dependendo de consulta à Câmara, sóbre as bases e
condições. (D. n.° 16, de '27-2-1907).
— 95 —
. .
LUIZ PALMIER
O Mercado —
As exigências do comércio, principal-
mente do pescado, também impunham a construção de um
mercado, na zona comercial. Atendendo a essa justa aspira-
ção, na administração Jonkopings de Carvalho, foi construí-
do e solenemente inaugurado o mercado público Situado em
.
Cinemas —
Não ficou nesse tentame o ciclo das cons-
truções para divertimentos. O cinema Neves, à rua Alberto
Torres, devido à iniciativa do industrial gonçalense Henrique
Bessa, em 1937, seria a última dessas arrojadas emprêsas,
caso não fôsse, em 1939, construído na Vila Paraíso, um outro
belo e confortável edifício para o cinema Paraíso. Conta hoje
a cidade com quatro cinemas que funcionam diariamente,
com os mesmos programas das telas das capitais próximas.
— 96 —
SAO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
giénicas .
— 97 —
.
LUIZ PALMIER
— 98 —
.
Praça 5 de Julho —
Inaugurado o Hospital, na admi-
nistração do Comandante Álvaro Miguelote Viana, arras-
tava-se ainda, desde alguns anos, o jardim da praça, conflu-
ência das ruas Francisco Portela, Moreira César "e Coronel
Serrado
A idéia do ajardinamento dêsse logradouro vinha de
longa data; desesperançado da iniciativa das administrações
locais, o povo resolveu iniciar o atêrro e os trabalhos do coreto
da praça.
Mais uma vez a iniciativa particular esteve a serviço do
progresso da cidade. Constituída a comissão de melhora-
mentos foi atacada a construção do coreto e o ajardina-
mento. 45
O
terreno era mais baixo que o nível da rua e quasi ao
nível do leito do rio Imboassú. O
coreto foi construído, mesmo
nesse plano inferior e no dia 7 de Setembro de 1928, as come-
morações cívicas foram realizadas no jardim, em construção,
falando os oradores dêsse coreto, cujos alicerces foram mais
tarde cobertos pelo atêrro.
Administrações outras resolveram modificar os planos
da Comissão; as opiniões variavam entre o ajardinamento da
parte baixa e o atêrro, até nivelamento definitivo. Venceu
êsse último alvitre e, somente em 1934, a administração Mi-
guelote Viana, no dia 11 de Novembro, inaugurava a praça
ajardinada com as respectivas placas, denominando-a 5 de
Julho Continuava a melhorar o ambiente urbano, da antiga
.
SERVIÇOS PÚBLICOS
Correios e Telégrafos —
As exigências da população,
em relação aos serviços públicos, aumentam na progres-
são da própria densidade.
As antigas agências de correios foram, aos poucos, me-
lhoradas de categoria; uma agência telegráfica foi criada,
com a obrigação da casa ser paga pela Prefeitura Municipal.
nal. General Cristóvão Barcelos, Prefeito Miguelote Viana, Bispo D. José Pereira
Alves Secretários de Estado, autoridades municipais de Sfto Gonçalo, Niterói e
outras Prefeituras, foi verificada a presença da Diretoria da Associação do Hospital.
Conselheiros, damas de caridade, associados em geral, beneméritos, benfeitores,
quas' tôda a classe médica de Niterói e São Gonçalo, representantes da Imprensa,
e grande representação popular dêste Município, de Niterói e do Distrito Federal.
Para melhor frisar a grandiosidade dos festejos, bastaria lembrar, que foi cal-
culada em mais de 10.000 (dez mil) pessoas o número de visitantes, no dia da
inauguração".
<s Da Com's=ão fizeram parte, entre outros, os Snrs. Ismael Branco, Alberto
Paiva. José Alves Azevedo e Abílio de Matos.
— 99 —
. .
LUIZ PALMIEB
*> Art. I o —
Pica anrovado o acôrdo entabolado entre o Secretário de Es-
tado da Agricultura e Obras Públicas e a Companhia Brasileira Telefónica, nos
têrmos da proposta enviada pela mencionada companhia, em 24 de Maio do cor-
rente ano, da qual deu aquele titular conhecimento, por cópia ao Prefeito dêste
Mun cípio, pelo ofício n° 161, de 30 de Maio último.
Art. 2.» —
Pica a Companhia Brasileira Telefónica Isenta do pagamento de
todos os Impostos municipais, presentes e futuros, durante a vigência do res-
pectivo têrmo,. de acôrdo a ser lavrado, digo, ser assinado com o Govêrno do
Estado do Rio de Janeiro. (Dec. n.° 196, de 9-7-1928).
— 100 —
. .
Indústrias —
As indústrias, localizadas no perímetro
urbano representam a maior riqueza da cidade. Em tôrno
das fábricas de fósforos, vidros, doces, tintas, grandes
fornos, laminação, produtos de pesca, cerâmica, seda cáustica
e tantas outras, aglomeram-se muitas vilas que reúnem po-
pulação de alguns milhares de operários.
O Parque Industrial tende a crescer, graças às facilida-
des proporcionadas para a instalação de novas indústrias,
principalmente na região dos Portos à margem da Gua-
nabara .
MELHORAMENTOS URBANOS
Foi assim, relativamente lenta, a evolução da cidade . .
— iroi —
. . .
LUIZ PALMIEE
Ruas —
Praças —
Avenidas —
O desenvolvimento ur-
bano, em
tôrno das primitivas estradas gerais, não obedeceu
a um plano de urbanismo, constituindo fator principal da
balbúrdia verificada nas construções, situadas nos bairros e
mesmo no centro da cidade
Não será fácil, sem grandes sacrifícios e muito boa von-
tade, corrigir todos êsses defeitos de origem.
As ruas principais ainda são as transformações das ve-
lhas estradas de penetração.
Avenidas, praças, travessas e novas ruas, representam o
crescimento normal da cidade.
A modificação da nomenclatura das ruas foi o primeiro
movimento para uma organização, com caráter definitivo.
A Câmara Municipal, pela deliberação n.° 56, de 12 de Maio
de 1909, resolveu dar nomes às principais ruas. 47
Art. 1.» — Picam mantidas as seguintes denominações dadas às ruas dêsto
Município* Já pelo poder digo pelo uso popular: Avenidas "Nogueira de Carvalho",
. ;;
rua Salvatori (antiga rua do Boqueirão); rua Cap. Rodrigues (antiga Pôrto da
Pedra) rua Dr. Costa (antigo Pôrto Novo) rua Comendador Tavares
; ;
— que co-
meça na rua do antigo Pôrto do Velho e que está hoje com a denominação de
rua Dr. João Damasceno, até a atual rua Guanabara; rua Barão de São Gon-
çalo que começa na rua das Neves e termina no mar junto à usina de lamina-
çâo; rua Visconde de Itaúna (antiga do Pôrto Gradim) ; rua Leroux que começa
na rua Guanabara e "sje estende até a rua Dr. Francisco Portela e vai ao antigo
Pôrto do Gradim. (D. n.° 56, de 6-5-1909)
— 103 —
. . .
LUIZ P Al MIER
Abastecimento dágua —
O abastecimento dágua po-
tável aos centros populosos constitue elemento decisivo
para o progresso urbano.
As grandes cidades lutam, principalmente, com a possi-
bilidade de um razoável abastecimento dêsse precioso líquido.
Os recursos aos poços artesianos, aos pequenos cursos,
rios e riachos, às cacimbas, às cisternas e à água das chuvas,
foram sempre considerados precários abastecimentos e so-
mente utilizáveis em casos extremos.
Não foram outros os processos usados pela população
de São Gonçalo, em todo o período colonial e antes da eman-
cipação política. Os poços, chamados dos Frades, outrora
existentes em várias localidades, eram reminiscências dessa
época
Coincidência feliz a realização do contrato do governo
estadual com a Companhia Cantareira e Viação Fluminense,
nos primórdios da emancipação política, nos primeiros anos
da República
— 104 —
.
— Í05 —
. R
LUIZ PALMIE
LOGRADOUROS DA CIDADE
Ruas 290
Travessas 126
Avenidas 30
Praças . 6
Alamedas 1
Total 453
MOVIMENTO DE CONSTRUÇÕES
E' notável o movimento de construções que alcançou, em
1938, o elevado número de 410 casas. Pode ser calculado, em
média, duas casas por dia, para 1940, tendo em vista o au-
mento constante nos últimos anos.
REPARTIÇÕES ARRECADADORAS
Além das repartições municipais, localizadas no edifício
da Prefeitura, a União e o Estado manteem as coletorias, ar-
recadadoras dos respectivos impostos. As rendas públicas, fe-
derais, municipais ou estaduais, apresentam vultoso aumento
e o movimento das repartições corresponde ao desenvolvimen-
to vertiginoso da cidade e do município. As duas coletorias
federais, l. a e 2. a localizadas no 4.° e 1.° distritos, arrecada-
,
réis.
— 106 —
ECONOMIA
. .
RIQUEZAS NATURAIS
Flora -
—
As reservas florestais, já bastante desfalcadas,
pela exploração da indústria da lenha e do carvão, dão ainda
idéia do valor das matas que cobriam quasi todo o território.
Não somente de matas virgens e capoeiras constam as rique-
zas vegetais. As pastagens nativas são abundantes e as plan-
tas medicinais figuram bem ao lado das plantas ornamentais.
As orquídeas, outrora existentes em vastas zonas das baixa-
das, às margens dos rios e das lagoas, devido à exploração
permanente dos comerciantes dessas plantas, estão reduzidas
a um pequeno número de espécies.
— 109 —
LUIZ PALMIEB
mércio.
— 110 —
.
ÁGUAS MINERAIS
As abundantes riquezas minerais, em exploração, em al-
gumas zonas, fazem ainda prever a existência de muitas ou-
tras, dada a possibilidade de novas explorações do sub-solo.
As águas minerais, já examinadas e consideradas de boa qua-
lidade, são bem aceitas nos mercados consumidores.
— Hl —
. .
LUIZ PALMIEE
Água Itaí 50 —
A fonte São José, de água mineral, da fa-
zenda de Itaitindiba, no 2.° distrito, distante alguns quilóme-
tros da estação de Santa Isabel, E. F. Maricá, está bem captada
e está sendo explorada comercialmente. Está em bela situa-
ção, podendo representar contingente valioso para o turismo,
em terras de São Gonçalo.
Com os novos capitais, a serem invertidos nessas explo-
rações, surgirão, em breve, os parques hidroterápicos, com
atrativos e recursos outros, de grande importância para o
encaminhamento das correntes turísticas.
COMUNICAÇÕES
O transporte marítimo e fluvial, grandemente auxiliado
pelas ferrovias e rodovias, representa fator preponderante do
desenvolvimento económico
Ferrovias —
Três estradas de ferro percorrem o mu-
nicípio, em tôdas as direções. São ao todo 70 quilómetros
de vias férreas em território pouco superior a 200 quilómetros
quadrados
A E. F. Maricá tem a estação inicial na sede do distri-
to de Neves, à margem da Guanabara, e percorre 30 quilóme-
tros até a parada Santa Eulália, na serra de Calaboca, divisa
de Maricá, de onde prossegue em direção a Cabo Frio, com o
desenvolvimento de 155 quilómetros. Da Mensagem do presi-
dente Dr. Joaquim Maurício de Abreu, enviada à Assembléia
Legislativa, em 1895, constam importantes referências sôbre
o programa ferroviário e sôbre a E. F. Maricá. 51
40
Em 1939, de mais de um milhão de litros foi a produção colocada nos mercados.
00 Itaí — rio das pedras.
61 "A de Maricá aue, por efeito da liquidação forçada da Companhia, passou
a ser propriedade do Banco do Brasil e Londres, obteve por decreto n.° 183, de 16
de Março dêste ano, nos termos da lei n.° 109, de 26 de Outubro de 1894, licença
para prolongar sua linha férrea da estação do Alcântara até o pôrto das Neves, em
São Gonçalo, e estabelecer uma linha de navegação a vapor para transporte de
passageiros e cargas entre aquele pôrto e a Capital Federal, ficando sujeitos ao
reg'me da lei n.° 60, de 2 de Fevereiro de 1894, não só o prolongamento como tôda
a estrada de ferro.
A construção dêsse prolongamento e3tá quasi concluída, e, dentro em pouco,
poder-se-á autorizar a abertura do tráfego provisório da secção pronta".
— 112 —
SAO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
SUBÚRBIOS
O estabelecimento de subúrbios, quer da Leopoldina, quer
da Maricá, melhoramento pleiteado sempre pela população,
representaria elemento de máxima importância para o pro-
gresso das regiões percorridas.
A E. F. Maricá em 1913 criou linhas suburbanas, incre-
mentando bastante o progresso da salubérrima região per-
corrida por êsse ramal férreo; iniciativa do Dr. Borges de
Melo.
Outras administrações não prosseguiram com êsse pro-
grama .
— 113 —
LUIZ PALMIER
— 114 —
SAO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
— 115 —
LUIZ PALMIER
AGRICULTURA
Fruticultura —
Ocupa, de fato, o primeiro lugar nas
àtividades agrícolas, a fruticultura. Ainda não explorada com
todos os rigores da moderna técnica agrícola, representa a
cultura das frutas o mais destacado e decisivo elemento do
fastígio dos centros agrários.
— 116 —
. . . .
— 117 -
.
LUIZ P ALMIEE
As- laranjas pera e natal são destinadas à exportação.
As demais são, geralmente, consumidas nos mercados bra-
sileiros. Merece referência especial a laranja seleta de São
Gonçalo, considerada a mais saborosa das laranjas do Brasil.
E' a opinião consagrada por todos os conhecedores das frutas
nacionais e que assim opinam sôbre a afamada laranja seleta
de São Gonçalo.
A exportação, relativamente pequena, dos pomares gon-
çalenses, é devida aos antigos métodos de cultura, somente
modernizados nos últimos anos. Deve ser considerado motivo
principal, dêsse relativo atraso, a facilidade da exportação
para os mercados próximos —
Rio de Janeiro e São Paulo.
Uma cooperativa, de pequenos citricultores, seria recur-
so, dos mais salutares para o maior desenvolvimento da pro-
dução e para a industrialização, com a defesa comercial de
tôda essa riqueza, ainda exposta aos azares das oscilações im-
postas pelos açambarcadores e intermediários. Os modernos
pomares, alguns com dezenas de milhares de laranjeiras, bem
demonstram, pela técnica e nova orientação seguidas, a inte-
ligência e boa compreensão dos nossos agricultores. A laranja
é para São Gonçalo o que o cacau é para a Baía, o café para
São Paulo, o algodão para o Nordeste, a cana de açúcar para
Pernambuco ou Campos, e a própria laranja para a Califórnia
ou Nova Iguassú.
Por isso mesmo, tanto quanto o município de Nova Iguas-
sú, o município de São Gonçalo pode ser chamado a Califór-
nia Brasileira.
Horticultura —
E' explorada pela colónia portuguesa
e alguns dos nossos patrícios. As zonas mais próximas, com
fácil embarque nos bondes e caminhões, abastecem os mer-
cados do Rio de Janeiro e Niterói, dos variados produtos da
horticultura
As couves, nabos, nabiças, alfaces, repolhos, pimentões,
pimentas, xuxús, cenouras, abóboras, aipim, batata
gílós,
doce, quiabos, pipinos, e tantos outros produtos são diaria-
mente exportados. Há grandes plantações de repolhos, toma-
tes, aipim, batata doce e abóboras em quasi tôdas as situações
e fazendas dos distritos.
Floricultura —
A floricultura é atividade agrícola de
grande relêvo. A uberdade do solo e a facilidade de trans-
portes teem garantido o sucesso dessa exigente lavoura. As
flores de São Gonçalo teem alcançado nas exposições e nos
mercados merecido destaque pela beleza e boa apresentação
— 118 —
SÃO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
COOPERATIVA AGRÍCOLA
Estaria ainda estacionária a avicultura, em São Gonçalo,
se novas e modernas granjas Avícolas, bem instaladas, para
a produção em larga escala de ovos, tipo exportação, não es-
tivessem revolucionando os antigos métodos usados, desde as
primitivas eras.
— 120 —
.
Indústrias —
O parque industrial de São Gonçalo,
considerado o mais importante do Estado do Rio e dos mais
notáveis de todo o Brasil, coloca o Município em posição de
grande destaque entre as demais regiões industriais do país.
Bem merecida é a denominação de "Manchester Flumi-
nense" dada à cidade.
Essa importância, pouco representaria em relação ao nú-
mero das fábricas, porque atinge a proporções grandiosas,
quando se considera a variedade dos produtos e o potencial
dos capitais invertidos nas grandes indústrias.
No balanço dos valores económicos do Estado e do país,
bastará avaliar êsse contingente das indústrias gonçalenses
em face dêsse capital e dos milhares de operários ocupados
nessas fábricas.
Somente em algumas das principais indústrias estão in-
vertidos capitais, calculados em mais de 300.000:000^000
E' variadíssima a produção que consta de: cimento, fós-
foros, parafusos, rebites, pregos para trilhos, panelas de fer-
ro, aço laminado, soda cáustica, cloro, cloreto de cálcio, vi-
dros, louças, conservas de peixes, tintas, vernizes, mosaicos,
formicida, telhas, tijolos, tijolos refratários, manilhas, arte-
fatos de madeira e cimento armado, doces, bebidas, couros
curtidos, chocolate, caixas de papelão, vassouras, sal refina-
do, massas alimentícias, perfumes, produtos farmacêuticos,
dinamite, fogos, sabão, móveis, tamancos, silicatos, louça de
barro, essências e brinquedos.
Para melhor calcular o valor dessa produção, em quali-
dade e quantidade, bastaria referir à arrecadação dos impos-
™ Pão o- sesru'n*es os prémios distribuídos pelo Juri da Exposição Avícola,
realizada em Petrópolis, em Maio de 1940.
Para São Gonçalo. Primeiros prémios em galinhas Leghorns e Rhodes e ainda
primeiro prémio em perús Mammouth bronzeados.
— 121 —
LUIZ PALMIEB
— 122 —
. . .
— 123 —
.
LUIZ PALMIER
— 124 —
.
Portos secos —
O intercâmbio dos produtos agríco-
las com os mercados é realizado pelos mais variados veículos.
— 125 —
LUIZ PALMIEE
— 126 —
CULTURA
Cinema Neves
Luiz (Porto ãa Maãama)
1
Vista geral da Cerâmica Vista Alegre em Rio do Ouro (2." distrito)
O velho Engenho Novo do Re
— 129 —
. . . .
LUIZ PALMIER
— 130 —
. .
Colégio Secundário —
Cresce de vulto dos domínios
da cultura a realidade da instalação de um Colégio Secundá-
rio,equiparado. Trata -se de antiga aspiração do povo; ampa-
rada pelo Govêrno Municipal e tendo, em princípio, o apoio
e decisiva colaboração do educador fluminense professor João
Brasil. Adquirido pela Prefeitura o antigo prédio das Irmãs
da Divina Providência, apoiado que estava o movimento pelo
Prefeito Br Eugênio Sodré Borges, o prédio entrou em obras,
.
consr
tJ »u de 15 de Abril de 1836, da Assembleia Legislativa Provincial,
oonc.no.
.
— 131 —
. . .
LUIZ P AL MIER
Imprensa —
A Imprensa tem sido das mais valiosas
armas para o progresso de São Gonçalo, embora o meio nem
sempre tenha sido muito favorável aos lutadores da pena.
Existem atualmente quatro jornais —
"A Comarca", di-
rigida por Turíbio Tinoco; "O São Gonçalo", sob a direção de
Belarmino de Matos 55 e de Aloísio de Matos; "O Discípulo",
dos alunos do Grupo Escolar Nilo Peçanha e o mensário, dos
alunos da Escola Municipal Benjamim Constant, de Cabuçú,
6.° Distrito, "Em Busca da Luz"
— 132 —
. .
— 133 —
LUIZ PALMIER
RELIGIÃO
Paróquias —
A Religião Católica divide o município em
.quatro paróquias: São Gonçalo, Covanca, Cordeiros —
com-
preendendo Pachecos e José Mariano, e Itaipú, parte inte-
grante da paróquia de São Francisco.
A de Sãc Gonçalo tern a sede na Matriz de São Gonçalo,
de que é vigário Monsenhor José Silveira da Rocha, tendo
como coadjutor o Padre Sílvio Marinho. Estão sob as juris-
dição da paróquia de São Gonçalo as capelas da Santana
do Colubandê, São João — no pôrto da Ponte, e N. S. da
Luz, em Itaoca, consideradas monumentos nacionais; a ca-
pela da Conceição, edificada pelo Sr. Inácio Cristóvão, no
bairro da Conceição; a capela de Santa Catarina, no Engenho
Pequeno e a do Abrigo Redentor, recentemente concluída. A
paróquia de Cordeiros está sob a direção do Padre Ambrósio
Smith e compreende as capeias de N. S. da Conceição de
Cordeiros e de N. S. da Conceição de Pachecos, ambas refor-
madas com o auxílio do povo pelo atual vigário.
A capela de Santana também na paróquia de Cordeiros,
«stá edificada na praça principal da vila Munjolos, sede do
8.° distrito; fazem parte da mesma jurisdição as capelas da
— 134 —
.
— 136 —
ASSOCIAÇÕES
.
Irmandades —
As irmandades religiosas constituíram
o germe primeiro da embrionária atividade associativa dos
primitivos povoados que, congregados, deviam resultar no
esplendor da época atual. A emancipação eclesiástica, pela
criação das paróquias, em cada região devia constituir estí-
mulo para «o congraçamento das energias esparsas, em de-
monstração de prestígio de cada centro populoso. Exemplos
dessa tendência, para uma cooperação dos valores sociais,
são as irmandades de São Sebastião/ de Itaipú e de São Mi-
guel e Almas, da matriz de São Gonçalo. 56
Assinam, aprovando o compromisso os demais membros
da mesa e todos os irmãos. Muitas outras, cujos compromis-
sos devem ter sido devorados pelas traças ou recolhidos aos
arquivos eclesiásticos, relembram apenas o apogeu das pres-
tigiosas associações religiosas. Mais modernamente a vida
trepidante dos grandes centros, absorvendo tôdas as ativi-
dades, deixou muito à margem as organizações de puro sen-
timento religioso para que os valores sociais ingressem no
ambiente de dinamismo da ação educativa, mesmo das mo-
dernas associações religiosas
Reminiscências de um passado de glórias ainda resistem
à ação transformadora alguns dêsses compromissos, das cen-
tenárias irmandades, e muitos outros foram instituídos à
— 139 —
. .
LUIZ PALMIER
— 140 —
. .
Sindicatos —
As organizações sindicais, vivendo à som-
bra da modelar legislação social brasileira, que procura am-
parar todos os trabalhadores, tiveram rápida aceitação em
São Gonçalo.
_ 141 —
.
LUIZ PALMIER
Sindicatos Operários —
São muitos os Sindicatos Ope-
rários organizados pelos proletários das diversas fábricas. Vi-
vendo, ora isoladamente, ora em conjunto, para congraça-
mento das vontades e maior prestígio das unidades congrega-
das, conseguem um ambiente de cordialidade maior para a
respeitável classe.
— 142 —
. .
garantidores da grandeza da
fices, pátria, pelo labor conti-
nuado de tôdas as horas.
Associações Esportivas —
Os esportes em São Gonçalo,
desamparados do prestígio que só o poder público pode pro-
porcionar, teem caminhado em alternativas de esplendor e
decadência
Futebol —
Ainda representam maior atração, para os
iniciados nas lides da fisicultura, as disputas em "torno do fu-
tebol. As competições esportivas, em geral mal orientadas, nem
sempre muito representam de êxito para os domínios da edu-
cação física Não se pode negar, entretanto, o valor cada vez
.
A Agea — A Associação
Gonçalense de Esportes Atlé-
ticos, fundada em Dezembro
de 1931, que sucedeu à Liga
Esportiva Gonçalense, fundada em 1919, nesta e naquela foi
fundador e presidente Belarmino de Matos, jornalista e sport-
man, sempre dedicado ao desenvolvimento esportivo do mu-
nicípio, representa a entidade máxima do esporte em São
Gonçalo
Filiada à Federação Brasileira, está fadada a dar me-
lhor orientação a tôdas essas atividades, principalmente de-
pois da oficialização do esporte nacional, em tão boa hora le-
vada a efeito pelo Govêrno da República.
Clubes Esportivos —
Filiados ou não à AGEA, con-
tam-se os seguintes clubes esportivos, somente praticando o
futebol, algumas vêzes o voleibol e basquetebol, além das múl-
tiplas preocupações recreativas, nas respectivas sedes:
— 143 —
. .
LUIZ PALMIER
Maçonaria —
A loja "Cruzeiro Fluminense" fundada
em 1925 e mantida desde longos anos, representa o único
núcleo maçónico do município.
Está filiada ao Grande Oriente do Brasil e realiza regu-
larmente as suas reuniões, com bastante frequência.
Congregando elementos de todas as classes, as reuniões
solenes são de raro esplendor e não poucas vêzes, movimentos
filantrópicos encontram apoio seguro na loja gonçalense.
— 144 —
SAO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
— 145 —
ASSISTÊNCIA
A Assistência Social tem merecido assinalado carinho,
quer por parte do poder público, quer das organizações de
iniciativa privada. Patenteada por qualquer das modalida-
des de amparo coletivo, tomou vulto e constitue demonstra-
ção, das mais positivas, de uma evolução, patenteada já em
outros setores de atividade da população.
Preventórios e preservatórios, asilos e creches, hospitais
e patronatos, amparo à infância e à maternidade, instituições
escolares e pré-escolares, enfim, desde o campo vasto da eu-
genia, pela organização científica de serviços pré-natais ou
pré-nupciais, até a assistência à senilidade, amparada no
Asilo dos Velhos ou no Abrigo Redentor, todas as etapas da
vida humana, de tôdas as classes da sociedade, merecem cui-
dados especiais e amparo cada vez mais perfeito.
Avultam as instituições de assistência médico-social,
como afirmativas simbólicas, de uma tendência para aperfei
çoamento, no sentido de aprimorar as condições de higide;;
de um povo, cioso de sua missão construtora em face das prer-
rogativas raciais.
— 149 —
LUIZ PALMIER
- 150 —
. .
LUIZ PALMIER
— 152 —
. .
— 153 —
.
LUIZ PALMIER
A
Caixa Escolar de São Gonçalo, funcionando de acordo
com a legislação estadual, está instalada em Neves e tem por
objetivo prestar assistência, sob as mais variadas formas, à
coletividade escolar gonçalense. Outras tentativas já haviam
sido objeto de estudo, com a fundação, em 1917, da Caixa Es-
colar Nilo Peçanha, e, mais tarde da Caixa Escolar Municipal.
— 154 —
SÃO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
— 155 —
. ..
LUIZ PALMIEB
deve ser encarada essa iniciativa, tão digna do apoio dos po-
deres públicos e do estímulo das próprias populações benefi-
ciadas .
— 15G —
CIVISMO
. . .
Forte do Imbuí —
O Forte do Imbuí, inaugurado a
24 de Maio de 1901, em território do 3.° distrito de São Gon-
çalo, na ponta do Imbuí, é o antigo forte Pedro II, que teve a
construção iniciada no Império, em 1863.
Prosseguiu a construção morosamente, quasi ao mesma
tempo que a estrada para a Praia de Fora (forte Floriano
Peixoto) e fazia parte do plano de outras fortificações a leste
da fortaleza de Santa Cruz sendo "um forte composto de an-
dares de baterias casamatadas e uma à barbeta, e bem assim
à de um caminho militar, ligando-o à fortaleza da Praia de
Fora
"Essa fortificação deverá compreender uma bateria de
cinquenta bôcas de largo e outras tantas à barbeta, abran-
gendo igualmente extensos alojamentos para guarnição". 60
00 Segundo o Tenente Coronel Aníbal Amorim o custo total, desde o início das
obras importou na elevada soma de 3.311:862S861. Outras obras de aperfeiçoamento
foram realizadas depois da inauguração em 1901.
Com a nova divisão administrativa, modificada por funcionários municipais,
na parte dos limites com São Gonçalo a ponta do Imbuí que udesde 18B0 fazia parte
integrante do município de São Gonçalo passou para o 6. distrito de Niterói
O forte do Imbuí tem ainda terras no município.
— 159 —
.
LUIZ PALMIER
Tiro 555 — Em
1918, quando o Brasil, pelo seu govêrno
chefiado pelo presidente Venceslau Braz e tendo como Mi-
nistro do Exterior o estadista fluminense Nilo Peçanha, de-
— 160 —
.
— 161 —
. . .
LUIZ PALMIER
— 162 —
.
— 163 —
LUIZ PALMIER
Anos Alistados
• :A
1921 . 802
1922 1.400
1923 51
1924 602
1925 494
1926 336
1927 386
1928 503
1929 411
1930 508
1931 544
1932 605
1933 . 2.995
1934 1.224
1935 862
1936 729
1937 976
1938 1.385
1939 1.364
1940 1.769
Total 17.946
- 164 -
ESTATÍSTICA
.
<" "Para dá-la à execução segundo as vistas de interesse público que guiarão a
Legislatura, pareceu-me que devera distinguir e extremar duas ordens de trabalhos:
— 167 —
LUIZ PALMIER
huma que consiste nas observações, experiências e exames dos fatos particulares
QU3 dei em constituir os elementos de huma estatística e que podem ser incum-
bidas cm cada localidade as Autoridades, ou a quaesquer outras pessoas que es-
tejãD em circunstancias de colligi-las: a segunda, que me parece a mais difícil de
desempenhar, consiste na formação do plano, arranjo e avaliação dos multiplica-
dos ek mentos que têm de entrar na confecção de semelhante obra, na organiza-
ção e redação dela. A unidade de sistema e uniformidade de vistas e idéias, que
devem dominar neste trabalho; os esforços e conhecimentos que exige a compila-
ção daqueles elementos, o espirito de investigação e analise Indispnsavel para des-
cobrir entre huma série de fatos particulares (que muitas vezes não parecem á
primeira vl ta ter relações que os ligue) a expressão do fato geral neles contido
e cujo conhecimento importa a Sociedade sob qualquer ponto de vista que a con-
sid remos; tudo isso, digo, forma a parte mais difícil da organização de uma
estafrtica que não pode por Isso ser encarregada senão a uma única pessoa com a
Inteligência e conhecimentos que taes trabalhos exigem."
— 168 —
SAO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
Recenseamento de 1920 —
O recenseamento de 1920
apurou para o município 48.019 habitantes. Foi o primeiro
censo realizado com maior rigor desde a criação do município.
Estatística de 1931 —
Outra tentativa, digna de re-
ferência, que, pela sinceridade de propósitos e honestidade do
funcionário encarregado, o Coronel Rodrigo de Carvalho, me-
rece citação, é a do Prefeito Samuel Barreira, continuada peio
Prefeito Miguelote Viana.
Antes da atual situação de relêvo, em relação à estatís-
tica, com o Departamento Estadual de Estatística e as agên-
cias municipais, eram de real valor êsses esforços isolados.
Os principais dados estatísticos, colhidos pelo Coronel Rodrigo
de Carvalho, podem ser assim resumidos:
PECUÁRIA
Bovinos 1.690
Equinos 1.200
Muares 2.000
Ovinos 330
Caprinos 560
Suínos 4.100
Aves 66.000
PRODUÇÃO AGRÍCOLA
Laranjas caixas — 2.705 000
Farinha de Mandioca quilos — 669 000
Legumes 458 000
Milho •• 413 000
Feijão 50 000
Arroz 500
Goiabas 68 600
Carvão Vegetal sacos — 249 000
Lenha metros — 10 194
— 169 —
LUIZ PALMIEB
— 170 —
.
SITUAÇÃO DEMOGRÁFICA
PERCENTAGEM POR
DISTRITOS DISTRITO
ANOS TOTAL (%)
GERAL
1.» 2.» 3.» 4- 5.» 6.» 1.» 2.O. 3.» 4.»
— 171 —
LUIZ PALMIEF.
DEMOGRAFIA DINÂMICA
— 172 —
..
1937/1939
PERCENTAGEM POR
DISTRITOS DISTRITO
ANOS TOTAL
(%)
GERAL
2.» 3.» 4.» 5.» 6.» 2.». 8.» 6.<
SITUAÇÃO SOCIAL
A
assistência social e médico-social é proporcionada pelo
Instituto de Assistência à Maternidade e à Infância, pelo Hos-
pital de São Gonçalo e pelo Pronto Socorro.
ANOS
ESPECIFICAÇÃO
— 173 —
LUIZ PALMIER
ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR
HOSPITAL DE SAO GONÇALO
Movimento de doentes na Policlínica, no 1.° semestre de 1940
3'
Injeçôes 3^068 2.606 050 3Í091 3^084 2.182 17^046
1.418 1.440 1.S90 2.890 2.005 1.484 10.419
27 24 35 39 34 24 83
Operações 4 59 66 57 35 27 238
67 90 129 146 SO 41 643
Oto-rino-taringologia 35 30 43 57 83 55 303
2 2 1 3 4 3 15
Pré-natal 14 19 18 22 18 1« 107
250 241 281 286 332 297 1.687
2.999 2.788 3.270 3.296 2.924 1.981 17.258
20.843
Pessoas atendidas 34.696
MESES
ANOS TOTAL
Jan. Fev. Março Abril Maio Jun. Julho Agosto Set. Out. Nov. Daí.
1938 53 74 127
1939 135 161 209 225 252 212 191 230 228 282 276 307 2.708
1940 346 269 331 301 309 287 289 2.132
174 —
3Ã O OCNÇALO CINQUENTENÁRIO
ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR
INSTITUTO GONÇALENSE DE ASSISTÊNCIA A MATERNIDADE E A INFÂNCIA
Movimento do lactário e cozinha dietética no 1.° semestre de 1940
ANOS
ESPECIFICAÇÃO TOTAL
1935 193S 1937 1938 1939
Nascimento 27 29 33 39 90 218
1 1 7 12
SITUAÇÃO CULTURAL
MOVIMENTO DIDATICO DO MUNICÍPIO DE SAO GONÇALO
Matrícula geral, segundo as entidades mantenedoras
1935/1939
MATRÍCULA
ENTIDADES MANTENEDORAS
1935 1933 1937 1938 1939
Ensino Municipal
1935/1939
— 175 —
. . .
SITUAÇÃO ECONÓMICA
COMÉRCIO
DISTRITOS
TOTAt
RAMO GERAL
1.» 2.» 3.» 4.» 6.» 6.»
64 34 25 111 42 28 294
Botequins 39 14 86 27 188
Barbearias 20 g 5 48 15 7 103
Quitandas 99 32 146
Lojas de fazendas 13 3 22 4 2 44
6 1 17 8 l 36
Calçados — Oficinas cons.. . . g 22 7 l 38
Açougues 3 12 1 17
Confeitarias 9 4 13
1 5 7
7 22 3 32
Farmácias è 15 3 3 29
Tamancarias 4 Z — 13 19
Armarinhos — — 6 I 1 7
Gabinetes dentários 5 7 1 1 14
Consultórios médicos 2 g 11
2 5 3 19
1 3 4
Colchoarias j 1 2
Alfaiatarias 4 6 2 1 13
Engravates 1 7
Borracheiros 3
Serralheiros — Oficinas 3 4
_ Z Z 2 z 2
3 1 "7 5
— Casas de aluguel
Bicicletas 2 2 5
Ferro Velho — Depósitos 7
Pio — Depósitos 2. Z Z 11 6 17
Kstâncias de lenha 1 5 -i «a . g.
Sal — Depósitos 3
Bombas de gasolina 3
„
3
Estábulos . 1 3 4
i
Portos de embarque 3
2
Inflamáveis — Depósitos '2
Kerbanários J
Aves 0 ovos — Depósitos z Z z 1 z z l
Cal - Depósito 1 l
1
Belchior 3 - 2 - 2
1
1
— 176 —
3AO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
CIRCULAÇÃO
1939
SEGUNDO A LOCALIZAÇÃO
ESPECIFICAÇÃO TOTAL
GERAL
1.» Dist. 2.° Dlst. 3.» Dlst. 4.» Dlst. 3.° Dist. 6.» DIU.
1 — Indústria extrativa:
a) á-sruas minerais !
b) beneíiciamcnto de esolim 1 - - - J
1
S — Indústria elttro-quíir.ica:
1
c) tntaa -. . .
d) fósforos 4
z 1 1
3— Indústria rrctalúrcka:
1 1
4 — Ccrên ica:
1
b) cerâmica eiétrica 1 z 2 !
1
c) olarias traçâo-ammal 1 2 14 2
1 1 SI
d) olarias cítricas 1 1 1 4
1 1
S — Cimento:
7 — Alimentação:
2 4 8
b) conservas dc sardinhas 2 2
1 1
2 1 4
Total» 9 1 7 35 6 3 81
— 177 —
. ..
LUIZ H AL M ) V. U
RODOVIAÇAO
VEÍCULOS EXISTENTES
DISCRIMINAÇÃO
Particulares.
Alufçu-res...
Oficiais
Particulares. .
Alugueres
Oficiais
Ambulâncias.
Coches
Auto Patrol..
Tratores
Plainas
Compressores.
Carroças..
Bicicletas.
— 178 —
o AO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
AGÊNCIAS POSTAIS E TELEGRÁFICAS
MOVIMENTO DÁ AGÊNCIA POSTAL-TEXJSGRAPICA
193 9
Con espondéacia
NATUREZA Expedida Recebida
Í.600 5 500
6X800 5.600
5.000 2.600
350
600 200
3.600 2.700
Bilhetes postais 600 600
8.000 4.000
800 800
1.000 1.000
600 800
Vates 609 600
2.500 3.000
31.650 27.900
1.248 26.716
657 8.671
113 1.646
Urgentes 15 223
B 332
Estaduais 3 81
2 60
2 87
Natureza diversa 8.520 176.893
1.824 41.870
COMÉRCIO
EXPORTAÇÃO
1 — Pescado — 1338/1939 (1)
1 9 3 3 19 3 9
VALOR VALOR
QUILOS (Em mil réis)
QUILOS (Em mil réis)
— 179 -
LUIZ PALMIER
COMÉRCIO
EXPORTAÇÃO _ 1935/1939
2 — Laranja — 1935/1939
EXPORTAÇÃO
ANOS PREÇO MÉDIO VALOR
Caixas Frutos (2) POR CAIXA
3 — Abacaxi — 1935/1939
EXPORTAÇÃO
ANOS PREÇO MÉDIO VALOR
Caixas Frutos (1) POR FRUTO
(1) Média de 12
frutos por caixa —
(2) » » » > » 13 -
(3) Preço médio por caixa de exportação.
SITUAÇÃO ADMINISTRATIVA
RECEITA MUNICIPAL
1893/1940
(1) Prorrogado.
— 180 —
SÃO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
SITUAÇÃO ADMINISTRATIVA
RrcETTA E DESPESA MUNICIPAL, SEGUNDO AS PRINCIPAIS VERBAS
1935/1939
Oespeaa realizada:
DESPESA:
ARRECADAÇÃO FEDERAL
RENDA DAS DUAS COLETORIAS FEDERAIS DE SAO GONÇALO
1918/1939
— 181 —
LUIZ PAl.a!SK
SITUAÇÃO ADMINISTRATIVA
ARRECADAÇÃO MUNICIPAL, ESTADUAL E FEDERAL
1935/1939
PhJw»! 22. 487. 581 27.390.987 29.253.925 2S. 837. 938 31.101.191
EM NÚMEROS RELATIVOS
(%)
4 4 1 6
2 2 2 8
Federai 94 94 94 . 85
— 182 —
FILHOS ILUSTRES
As freguesias seculares e os distritos, que constituíram
mais tarde o município autónomo de São Gonçalo, criado
pelo Governador Portela, nos albores do regime republicano,
foram berço de vultos eminentes, que enchem de glórias a
Pátria Brasileira, prestaram à Nação os mais relevantes ser-
viços e elevaram, bem alto, o nome da terra.de origem. Estão
nesse número o estadista Visconde de Sepetiba, nascido em
Itaipú; os irmãos Beaurepaire Rohan, guerreiros, publicistas e
estadistas, naturais de Sete Pontes; o pintor, poeta e profes-
sor Alberto Silva, também natural de Sete Pontes; o general
Antônio Luiz Rodrigues, militar, veterano do Paraguai, e o
cónego Goulart, político e parlamentar, nascidos no distrito
de São Gonçalo.
Muitos outros filhos de São Gonçalo mereceriam refe-
rência . Mais modernamente, nas artes, nas letras, nas ciên-
. .
Visconde de Sepetiba —
O Visconde de Sepetiba —
Aureliano de Sousa e Oliveira Coutinho —nasceu em Itaipú
a 21 de Abril de 1800 e faleceu na cidade de Niterói, em 25
de Setembro de 1855, depois de ter prestado à Província do
Rio de Janeiro e ao Brasil os mais relevantes serviços.
Formado em direito pela Universidade de Coimbra, de-
pois de haver cursado a Academia Militar, foi Senador pela
Província de Alagoas, Ministro do Império, dos Estrangeiros
e da Justiça, presidente das Províncias de São Paulo e do Rio
de Janeiro.
Além de Fidalgo da Casa Imperial, Gentilhomem da Im-
perial Câmara e presidente dos Cavalheiros do Ipiranga, pos-
suía as condecorações das ordens de Cristo, de Leopoldo da
Bélgica, da Conceição de Vila Viçosa, de São Fernando das
Duas Sicílias, de Carlos III da Espanha, de São João de Je-
rusalém e da Rosa. No exercício das funções de Ministro dos
Estrangeiros dirigiu os atos diplomáticos relativos ao casa-
mento de D. Pedro. Foi o fundador de Petrópolis, antiga
colónia do Córrego Sêco, conforme o notável relatório, publi-
cado no "Álbum do Estado do Rio de Janeiro", comemorativo
do centenário da Independência do Brasil.
São dêsse relatório os seguintes trechos, da mais elevada
significação. "Contratei com a casa de Mr. Carlus Delrue,
negociante de Dunquerque, e ali vice-cônsul do Brasil (o qual
havia feito proposições ao govêrno) a introdução de 600 casais
de colonos alemães, trabalhadores, e oficiais dos ofícios de
que mais se podia precisar, debaixo das condições explícitas
e restritas, que se acham no contrato datado de 17 de Junho
de 1844. pagando-se a 245 francos pelos adultos e metade
pelos de 5 até 15, e nada pelos menores de 5 anos". E finaliza
"persuadido da importância dêsse assunto para futura pros-
peridade, e grandeza do Império, não duvido acreditar que
prestareis ao govêrno da Província tôda a vossa eficaz e valiosa
cooperação no empenho de chamar ao país por todos os moldes
possíveis a maior imigração livre e industriosa. Um país
imenso, e tão rico em produtos, não tem que receiar a sua
dívida, se chamar a si, o mais rapidamente possível, braços,
que em breve a pagarão, aumentando as riquezas particu-
lar e pública" Era um programa de govêrno sabiamente de-
.
- 186 —
3AO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
— 187 —
LUIZ PALMIEB
— 188 —
3AO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
Cónego Goulart —
O Cónego João Ferreira Goulart
é dos mais ilustres filhos de São Gonçalo e representa verda-
deira tradição da terra, onde nasceu em 12 de Outubro de
1844 e veio a falecer a 11 de Março de 1903. Vigário da pa-
róquia, desde 1871, acumulou muitas vêzes o exercício das
paróquias vizinhas e foi o pastor de almas de tôda uma vasta
zona, durante muitos anos. As atividades políticas empolga-
vam o vigário, que subia nos postos eclesiásticos pela posição
de destaque ocupada no clero da diocese e subia também nos
postos políticos, passando de chefe Conservador na terra natal
a senador e deputado. O seu prestígio era reconhecido nas
classes populares, pelo muito que fazia em benefício dos ne-
cessitados, em geral, e nas altas esferas políticas e religiosas,
onde se impunha pelo real valor, inteligência e reconhecida
ascendência em tôdas as camadas populares.
— 189 —
!
LUIZ PA LM TER
General Rodrigues —
Filho do distrito de São Gon-
çalo, de família genuinamente gonçalense, nasceu o general
Antônio Luiz Rodrigues a 8 de Agosto de 1841. Foram seus
pais Luiz Manuel Rodrigues, que ocupou o cargo de delegado
local, e D. a Joana Fialho Rodrigues.
— 190 —
.
SA O GONÇALO CINQUENTENÁRIO
Vem à Mesa, é lido para ser oportunamente julgado pela Assembléla, o seguinte:
PROJETO — 1902 — N. — A Assembléla Legislativa do Estado do Rio de
Janeiro resolve:
Art. 1." — O Governo do Estado mandará anualmente, à Câmara
entregar,
Municipal de São Gonçalo, 15 % dos impostos de exportação cobrados naqueles
portos da município, para o fim exclusivo:
a) de manter seis escolas subvencionadas, sendo três no 1." distrito, nos lu-
gpre denomti'dOí Itaoca. Concelráo e F ngenho Pequeno, duas no 2." distrito, nos
lugares denominados Anala e Guaxindiba e uma no 3." distrito, no luear deno-
minado Birra de Piratininga; vencendo cada um dos respectivos professores o or-
denado anual de l:200F00O e funcionando as referidas escolas em prédios pagos
pela mesma Municipalidade;
b) de conservar as estradas que de Niterói se dirigem a Itaboraí. bem como
a que vai de Niterói a Maricá, no perímetro em que essas estradas atravessam o
dito município de São Gonçalo.
§ vnKo. A Municipalidade prestará anualmente, contas do que despender
ao
Govfrno do Estado.
Art. 2.° —
Revogam-se^ as disposições em contrário.
Sala das. sessões, 2 de Outubro de 1902. —
João Goulart.
— 191 —
LUIZ PALMIER
— 192 —
Visconde de Beaurepaire Rohan
Comendador Alvarenga
— 193 —
LUIZ PALMIER
— 194 -
COLABORADORES DO PROGRESSO
As conquistas pelo trabalho ou pelo saber, através das
gerações, em mais de três séculos, encorporam ao patrimô-
nio da coletividade gonçalense, um vasto repertório de rique-
zas, impossíveis de balancear sem mais profundas pesquisas
e maior dispêndio de tempo.
— 197 -
LUIZ PALMIER
— 198 —
.
Irmãos Gianeli —
Os Irmãos Carlos e Leopoldo Gia-
nelí, de origem italiana, mas, filhos do Uruguai,
foram dos
maiores cooperadores do progresso de São Gonçalo, pálido re-
flexo do muito que fizeram pela indústria moageira, no Brasil
com a criação do Moinho Fluminense, em 1887
Proprietários das fazendas de Guaxindiba e Bom Retiro,
consta das crónicas da época o fausto e bom gôsto predomi-
nantes na primeira dessas propriedades, onde há vestígios in-
deléveis de rico parque e da cudelaria, recordação aoenas de
uma era em que o "Prado de Corridas" representava* o maior
atrativo para os fidalgos apreciadores do aristocrático esporte.
D. Carlos Gianeli, com a concessão da Jinha de bondes e
consequente criação da emprêsa Tramway Rural Fluminense,
prestou ao município o maior dos serviços, quando ainda eram
bem precárias as condições do transporte, urbano e rural.
Distinguido pelo govêrno do Uruguai para exercer o hon-
roso cargo de Cônsul, no Rio de Janeiro, e, mais tarde, secre-
tário da legação do Uruguai, de um dos seus biógrafos é a
síntese relativa a uma personalidade de escol "Montando os
fogosos puros-sangue das suas cudelarias e/a um centauro;
nos salões um diplomata; no mundo dos negócios um "gen-
tleman", que sabia aliar com uma tal perícia a defesa dos
Interesses próprios à ressalva dos interesses alheios, que era
um prazer tratar qualquer assunto com parceiro de tanta fi-
dalguia" .
" Decreto n.° 886, art. 1." O Presidente da Província /ica autorizado para
aceitar o oferecimento feito pelo Barão de Sao Gonçalo da Capela de N. S. da
fazenda denom nadt — Engenho Novo do Retiro, — afim de ser ali exercidas as
funções paroquiais da freguesia de N. S. da Conceição, de Cordeiros, enquanto
nâo for construída a respectiva Matriz.
Art. 2.". Logo que a autoridade eclesiástica do bispado reconhecer que a re-
ferida capela acha-se em estado de servir convenientemente para o culto divino,
será Instalada a freguesia, criada pela lei n.« 311, de 4 de Abril de 1844.
— 199 —
.
LUIZ PALMIER
— 200 —
.
— 202 —
SAO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
LUIZ PALMIER
Antenor Martins —
Entre os muitos fazendeiros que
se projetaram nas lutas políticas podiam ser citados —
Francisco Luiz Ribeiro de Almeida, "Zacarias Alvarenga,
Dr. Francisco Karr Ribeiro, João Agapito de Almeida, Ante-
nor Martins e muitos outros, todos exercendo cargos diversos.
O Capitão Antenor Martins, proprietário da grande fa-
zenda de Ipiiba, exerceu os cargos de vereador e delegado
de polícia, sendo estimado da população pelos constantes ges-
tos de filantropia.
Oscar Maldonado —
A Família Maldonado, de tra-
dições, desde a colónia, projetou-se na política gonçalense,
através da dedicação de Oscar Maldonado. Representando o
município nas Exposições-feiras do Rio de Janeiro, exercendo
funções legislativas na Câmara Municipal ou policiais nos
cargos de sub-delegado ou delegado, era dos mais esforçados
e interessados na solução dos problemas gonçalenses, assu-
mindo sempre gestos de leader. Ainda muitos nomes de co-
laboradores do progresso poderiam ser lembrados, entre êles
os agricultores Feliciano da Fonseca Rangel, João Gomes Xa-
vier, Capitão João Manuel, Américo Faria, Pascoal Mastran-
Marinho Alves Ferreira Pôrto, chefe
gelo, Alberto Ribeiro e
de numerosa família do atual distrito de Munjolos.
— 204 —
ADMINISTRAÇÕES
. .
— 207 —
. . .
LUIZ FALMIER
_ 208 —
. .
CAMARAS MUNICIPAIS
A Constituição cie 9 de Abril de 1892 traçou novos mol-
des administrativos para as comunas fluminenses. Integrado
o Estado no regime constitucional, após o movimento revolu-
cionário de Paraíba do Sul, e a reunião da Segunda Consti-
tuinte Fluminense, coube às Câmaras Municipais o poder de
legislar sobre os interêsses dos municípios. Aos presidentes
dêstes corpos legislativos deviam caber as funções executivas.
LUIZ PALMIER
— 210 —
.
— 211 —
LUIZ PALMIER
— 812 —
.
PREFEITURAS
Era de pânico a situação econômico-financeira do
Esta-
do do Rio quando Nilo Peçanha assumiu o govêrno Leis
sá-
bias foram postas em execução pelo estadista fluminense
para
o restabelecimento do crédito. A reforma da Constituição,
orientada pelo presidente eleito, proporcionou uma legislação'
de emergência para debelar a grave crise A criação das Pre-.
— 213 -
. .
tV 12 P AL MIER
Temístocles de Almeida —
O Dr. Manuel Temístocles
de Almeida, político de tradições, com larga experiência
nas assembléias e na chefia do município de Santo An-
tônio de Pádua, foi nomeado prefeito de São Gonçalo, cargo
que exerceu desde 1912 até a extinção da Prefeitura, em 1913.
Não podendo muito realizar, nesse curto período, teve as vistas
voltadas para diversos serviços públicos.
PRESIDENTES DA CAMARA
Não tardou que os presidentes da Câmara voltassem a
ter funções executivas.
Depois da longa experiência com a Prefeitura e os prefei-
tos, o decreto 1.625, de 17 de Outubro de 1913, revogou o
— 214 —
. . . . .
Lôbo Jurumenha —
Embora eleito presidente da Câma-
ra, o Dr. Lôbo Jurumenha mui raramente podia também
desempenhar-se das funções executivas, garantidas pelo alto
pôsto
A chefia do executivo ficava a cargo do vice-presidente,
principalmente durante o funcionamento do Congresso.
Jonkopings de Carvalho —
Eleito Presidente da Câ-
mara, em 1915, assumiu a chefia do executivo o Coronel An-
tônio Jonkopings de Carvalho, figura de real prestígio nos
meios políticos de São Gonçalo, onde já havia exercido fun-
ções diversas.
Orientou a administração com elevado critério e grande
proveito para a população A construção do mercado em Ne-
.
PREFEITOS NOMEADOS
Voltando ao govêrno, sob aplausos gerais e confiança
maior dos fluminenses, o Dr. Nilo Peçanha, retomava o pro-
grama de reformas e das mais enérgicas medidas administra-
tivas, depois de mais uma encarniçada luta política, das
muitas travadas na terra fluminense. Uma nova lei restabe-
leceu o lugar de Prefeito de São Gonçalo Trata-se do decreto
.
— 216 —
. .
— 217 -
LUIZ PALMIEB
Aloísio Neiva —
Também de pouca duração foi o pe-
ríodo administrativo do Dr. Aloísio Neiva, que governou o
município em 1920.
Ativo e inteligente chegou a traçar plano de govêrno para
deixar dentro em pouco o ambicionado cargo de mando.
Mário Pinoti —
O Dr. Mário Pinoti, que já havia exer-
cido o cargo de Prefeito de Nova Iguassú, foi nomeado Pre-
feito de São Gonçalo pelo presidente Raul Veiga.
— 218 —
. .
PREFEITOS ELEITOS
A eleição dos prefeitos municipais, assegurada pela re-
forma constitucional, era evolução grandiosa nos domínios
da democracia.
Cerceada a liberdade de escolha do chefe da administra-
ção municipal, estavam em cheque os princípios liberais-de-
mocráticos, proclamados pelos republicanos da propaganda.
A República continuava a confirmar a frase de um dos
chefes do movimento de 89 —Não era a verdadeira forma
republicana que se praticava
A democracia era uma ilusão . .
Stefane Vannier —
O Dr. Stefane Vannier era a má-
xima esperança do povo de São Gonçalo. Foi eleito em
1929, em renhido pleito, quando dois grupos pleiteavam a
eleição da Câmara Municipal, com um só candidato a pre-
feito,indicado pelo govêrno do Estado. O antigo partido do-
minante, mesmo à frente do governo só elegeu um vereador,,
sendo eleitos pelo novo grupo os demais nove vereadores.
Era a derrota de uma política que não correspondia aos in-
terêsses da administração.
— 220 —
SAO OONÇAtO CINQUENTENÁRIO
REVOLUÇÃO DE 30
A
revolução realizada em São Gonçalo em 1929
para a
implantação de um novo regime, com as eleições livres
sob a
garantia de fiscais da confiança do presidente Manuel
Du-
arte, conforme prometeu e cumpriu, em todos o*
municípios
do Estado, no mais elogiável gesto democrático, teve solução
de continuidade, no seu primeiro período administrativo, com
a vitória da Revolução de 30, chefiada pelos governos de
Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba do Norte, vitorio-
sa pelo golpe de 24 de Outubro, no Rio de Janeiro, com a
correspondente deposição do presidente Washington Luiz.
Antes da posse do chefe supremo da revolução, presiden-
te Getúlio Vargas, o ambiente das primeiras horas foi da
mais lamentável anarquia em quasi todos os recantos dc
país, salvo, talvez, nos Estados em que já predominavam os
governos revolucionários.
Em São Gonçalo, onde os adeptos da revolução eram em
número diminuto, alguns elementos, de última hora, procu-
raram tomar conta da Prefeitura, com discursos e vivas à re-
volução .
— 221 —
LUIZ PALMIER
Miguelote Viana —
Foi o último governador muni-
cipalda revolução o comandante Álvaro Miguelote Viana.
Nomeado pelo Interventor Ari Parreiras e prestigiado por
êsse eminente patrício, foi o Prefeito que mais tomou inte-
rêsse pela assistência médico-social do município. Ampliou os
serviços do antigo Hospital Municipal e conseguiu o grande
auxílio da Interventoria para a conclusão das obras do Hos-
pital de São Gonçalo, inaugurado com grandes festas com a
presença do Comandante Ari Parreiras e de tôdas as autori-
dades estaduais, municipais e eclesiásticas, no dia 4 de Março
de 1934.
Além de outros serviços nas estradas e ruas, concluiu
a iluminação do Parque da Prefeitura, o ajardinamento da
praça 5 de Julho, também inaugurada em 1934.
Ainda outros serviços foram realizados até a constitu-
cionalização do Estado e consequente posse do Almirante Pro-
tógenes Guimarães.
222 —
. . .
— 223 —
. .
LUIZ PALMIBÍt
ESTADO NOVO
Francisco Lima —
O Coronel Francisco Lima, depu-
tado à extinta Assembléia Legislativa, tomou posse do cargo
de Prefeito no dia 19 de Novembro, sob espectativa geral da
nova era inaugurada com o novo regime.
A iniciativa de um balanço geral na escrita dos últimos
anos, por uma comissão do Departamento das Municipalida-
des, deu em resultado a descoberta de vultoso desfalque, em
parte apurado.
No limitado tempo de govêrno do primeiro prefeito no-
meado, após o 10 de Novembro, pouco também poude reali-
zar, sendo substituído pelo prefeito interventor, em virtude
de uma lei especial, com determinados objetivos.
— 224 —
. .
3 AO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
— 225 —
. .
LUIZ PALMIER
— 227 —
ÍNDICE
I
Prefácio
HISTÓRIA
Período Colonial
L6
Habitantes Primitivos 17
Freguesias
F -eguesia de São Gonçalo
^
18
São Sebastião de Itaipú 19
N. S. Da Conceição de Cordeiros 20
Distritos de Paz " 22
Igrejas e Capelas "
\ 22
Oratórios 23
Contribuição Económica 24
Engenhos e Banguês 24
Pau Brasil 25
O Café 26
Comunicações 27
Portos 27
Rodovias 27
Ferrovias 28
Pontes 29
Ponte do Rodízio 29
Ponte Paraguai 30
Visitas do Imperador 30
Distritos Policiais 30
Emancipação Política 31
Instalação do Município 32
Autoridades 33
Primeiros Governantes 34
Segundo Conselho de Intendência 34
Supressão do Município 35
Reivindicação dos Direitos de Autonomia 36
Primeira Câmara Municipal *5 36
Lendas e Tradições 37
Diversões 37
Fazenda da Bica 38
Prado de Neves 38
Prado de Guaxindiba 39
Pista do Alcântara 39
Cavalhadas 39
Poço dos Frades 39
Morro da Peça 40
Arrota Contos 40
Morro da Mina 4
Diligências 4}
j
Pôrto da Madama f*
O Bonde a Vapor f2
43
Cidade e Vila
— 231 —
LUIZ PALMIEB
GEOGRAFIA
Topografia 47
Situação 47
Limites 48
Superfície 48
Distâncias 49
Orografia 49
Hidrografia 50
Lagoas 50
Rios 50
Canais 51
Portos 51
Ilhas 52
Pontas 53
Forma 53
Perímetro 53
Litoral 53
Especificação das zonas 54
Clima e Salubridade 54
MONUMENTOS
Capela da Luz 53
Ruínas do Convento de Santa Teresa 58
Capela e Fazenda do Colubandê 58
Sítio dos Arcos 59
Igrejas de Itaipú 59
Matriz de São Sebastião 60
Capela de Piratininga 60
Ruínas do Templo de N. S. a da Conceição 60
Matriz de São Gonçalo -. 61
Casas Coloniais 61
Capela de S. João 62
Capela e Fazenda de Ipiiba 62
NATUREZA — TURISMO
Itaipú— Piratininga — Itacoatiara 66
Itaoca— Luz — Itaúna 67
Ilhas 68
Columbandê — Tribobó 68
Rio do Ouro 68
Guaxindiba 69
Itaitindiba 70
Serrinha de Cordeiros 70
— 232 —
.
Comarca 82
Cartórios 83
Cartórios de Paz 84
Segurança Pública 84
Região Policial 84
Sub-delegacias 84
A CIDADE
Sede da Paróquia 9i
A Vila 91
Primitivo Perímetro Urbano , 91
Centro Comercial de Neves 91
As Praias ; 92
Os Portos - 92
Transportes Urbanos 92
Bonde de Tração Animal , 92
Tramway Rural Fluminense 93
Bondes Elétricos 93
ônibus e Automóveis 94
Iluminação Elétrica 95
O Comércio 95
O Mercado 96
O Grupo Escolar 96
Cine-Teatro S. José
Cinemas
O Coreto da Praça Palmier 97
Matadouro Modêlo 97
Água São Gonçalo 97
O Hospital 98
Praça 5 de Julho 99
Serviços Públicos 99
Correios e Telégrafos 99
Telefones 100
Colégios 100
101
Indústrias
Melhoramentos Urbanos . .
101
101
Calçamento
102
Praça da Matriz
Ruas —Praças —
Avenidas 102
104
Cemitérios
Abastecimentos d 'Agua
Atual Perímetro Urbano
—
. .
104
109
106
Logradouros da Cidade
10b
Movimento de Construções
106
Repartições Arrecadadoras
ECONOMIA
Riquezas Naturais
Flora 110
Fauna 110
Indústria da Pesca 111
Minerais
Águas Minerais ,*«
Agua São Gonçalo
— 233 —
LUIZ PALMIER
CULTURA
Escola Júlio Lima 130
Ensino Profissional 130
Escola Típica Rural 130
Colégio Secundário '.
131
Imprensa 132
Instituições Culturais 132
Bibliotecas ! 133
Religião 134
Paróquias 134
Outras Religiões 135
Instituições Religiosas 135
ASSOCIAÇÕES
Irmandades 139
Associações de Classe 140
União dos Varejistas 140
União Agrícola Fluminense 141
Associação dos Proprietários 141
Sindicato dos Comerciantes 141
Sindicatos Operários 142
Concentração Proletária Gonçalense 142
Associações Esportivas 143
Futebol 143
A Agea 143
Clubes Esportivos 143
Centros Espíritas 144
Maçonaria 144
Outras Associações 144
— 234 —
SAO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
ASSISTÊNCIA
Hospital de São Gonçalo
Pronto Socorro de S. Gonçalo 149
Instituto Gonçalense de Assistência 151
Patronato de Menores 151
Asilo Amor ao Próximo 152
Núcleo Educacional do Alcântara 152
153
Preventório Vista Alegre .
CIVISMO
Forte de Imbuí
159
Contribuição Pró Riachuelo 160
Tiro 555 160
Exército Nacional tei
Tiro de Guerra 121 161
A Guarda Nacional e o Fico 162
A Revolta de 93 162
Serviço Militar 163
ESTATÍSTICA
Censo Estadual de 1892 168
Censo Municipal de 1916 168
Recenseamento de 1920 169
Estatística de 1931 169
Departamento Estadual de Estatística 170
Agência Municipal de Estatística 170
Situação Demográfica 171
Estimativa da População por Distritos 171
Demografia Dinâmica 172
Casamentos 172
Nascimentos 173
óbitos 173
Situação Social 173
Assistência Médico-Hospitalar 173
Hospital de São Gonçalo 174
Pronto Socorro 174
Instituto Gonçalense de Assistência à Maternidade e à
Infância 175
Maternidade 175
Situação Cultural 175
Movimento Didático 175
Ensino Estadual, Municipal e Particular 175
Situação Económica 176
Comércio 176
Estabelecimentos Industriais 177
— .235 —
LUIZ PALMIER
FILHOS ILUSTRES
Visconde de Sepetiba 186
Os Beaurepaire Rohan 187
Visconde de Beaurepaire Rohan 187
Luiz de Beaurepaire Rohan 188
Alberto Silva 189
Cónego Goulart 189
General Rodrigues 190
Dr. Genserico Ribeiro 191
Domingos Marcos de Gouveia 192
Dr. Manuel Antônio da Costa 192
Dr. Francisco Tavares 193
Coronel Ferreira da Silva 193
Orlando Rangel 194
COLABORADORES DO PROGRESSO
Gonçalo Gonçalves 198
Romão de Matos Duarte ; : 198
Barão de São Gonçalo 198
Irmãos Gianeli 199
José Mariano Alves 200
Dr. Gustavo Méier 200
Dr. João Batista dos Santos 200
Vicente Sodré 201
Dr. Vicente Licínio Cardoso 201
Dr. Lôbo Jurumenha 201
Felício Palmier 202
José Alves de Azevedo 202
Dr. José Martins 202
Manuel Antunes 203
Samuel Cardoso 203
Dr. Anísio Monteiro 203
Dr. José Devoto 203
Elviro Caldas Filho 204
Assiz Ribeiro 204
Antenor Martins 204
Oscar Maldonado 204
ADMINISTRAÇÕES
Conselhos de Intendência 207
Primeiros Administradores 207
Comendador Alvarenga 208
Antônio José de Bessa 208
— 236 —
SÀO GONÇALO CINQUENTENÁRIO
99 o
Período Constitucional da Nova Republica *g
~
Manuel Raposo dos Santos 2
Pimenta Veloso 223
Alvaro Moitinho 224
Manuel Gonçalves Amarante 224
Estado Novo •
224
Francisco Lima 224
Eugênio Sodré Borges 225
Brígido Tinoco 225
Nelson Correia Monteiro
_ 237 —
J
1 13 03 i