Eureka 26 PDF
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AGENDA OLÍMPICA 74
COORDENADORES REGIONAIS 75
Sociedade Brasileira de Matemática
PROBLEMAS – NÍVEL 1
1. Em um tanque há 4000 bolinhas de pingue-pongue. Um menino começou a
retirar as bolinhas, uma por uma, com velocidade constante, quando eram 10h.
Após 6 horas, havia no tanque 3520 bolinhas. Se o menino continuasse no mesmo
ritmo, quando o tanque ficaria com 2000 bolinhas?
A) às 11h do dia seguinte
B) às 23h do mesmo dia
C) às 4h do dia seguinte
D) às 7h do dia seguinte
E) às 9h do dia seguinte
2000
1500
1000
500
0
cana-de- soja milho eucalipto
açucar
água nutrientes
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8. Dos números a seguir, qual é o único que pode ser escrito como produto de
quatro naturais consecutivos?
A) 712 B) 548 C) 1026 D) 1456 E) 1680
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por hora aumenta para 25 km por hora e o que estava a 25 km por hora diminui
para 20 km por hora. Quanto tempo o amigo que chegar primeiro ao ponto de
partida deverá esperar pelo outro?
A) nada B) 10 min C) 12 min D) 15 min E) 18 min
10. Num relógio digital, as horas são exibidas por meio de quatro algarismos. Por
exemplo, ao mostrar 00:00 sabemos que é meia-noite e ao mostrar 23:59 sabemos
que falta um minuto para meia-noite. Quantas vezes por dia os quatro algarismos
mostrados são todos pares?
A) 60 B) 90 C) 105 D) 180 E) 240
A) 50 B) 60 C) 80 D) 1
E) 120
12. Seis amigos planejam viajar e decidem fazê-lo em duplas, cada uma
utilizando um meio de transporte diferente, dentre os seguintes: avião, trem e
carro. Alexandre acompanha Bento. André viaja de avião. Carlos não acompanha
Dário nem faz uso do avião. Tomás não anda de trem. Qual das afirmações a
seguir é correta?
A) Bento vai de carro e Carlos vai de avião.
B) Dário vai de trem e André vai de carro.
C) Tomás vai de trem e Bento vai de avião.
D) Alexandre vai de trem e Tomás vai de carro.
E) André vai de trem e Alexandre vai de carro.
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4 8 12 16 20 … 376 380
760 756 752 748 744 … 388 384
764 → → → → … → →
← ← ← ← ← … ← ←
U
O número que Sara escreveu onde se encontra a letra U é:
A) 35192 B) 35196 C) 36100 D) 36104 E) 36108
17. No fim de 1994, Neto tinha a metade da idade de sua avó. A soma dos anos
de nascimento dos dois é 3844. Quantos anos Neto completa em 2006?
A) 55 B) 56 C) 60 D) 62 E) 108
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20. No planeta POT o número de horas por dia é igual a número de dias por
semana, que é igual ao número de semanas por mês, que é igual ao número de
meses por ano. Sabendo que em POT há 4096 horas por ano, quantas semanas há
num mês?
A) 8 B) 12 C) 64 D) 128 E) 256
PROBLEMAS – NÍVEL 2
1. Veja o problema No. 4 do nível 1.
2. Veja o problema No. 11 do nível 1.
30°
x
B C
D
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8. Três quadrados são colados pelos seus vértices entre si e a dois bastões
verticais, como mostra a figura.
x
75°
30° 126°
A medida do ângulo x é:
A) 39º B) 41º C) 43º D) 44º E) 46º
10. O número de quadrados que podem ser construídos com vértices nos pontos
da figura abaixo é:
A) 18 B) 14 C) 9 D) 20 E) 10
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14. Samuel possui três irmãos a mais do que irmãs. O número de irmãos de
Samila, irmã de Samuel, é igual ao dobro do número de suas irmãs. O número de
filhos (homens e mulheres) que possui o pai de Samuel e Samila é:
A) 10 B) 13 C) 16 D) 17 E) 20
16. João escreveu todos os números com menos de 4 dígitos usando apenas os
algarismos 1 e 2 numa folha de papel e depois somou todos eles. O valor obtido
foi:
A) 2314 B) 3000 C) 1401 D) 2316 E) 1716
19. Um número com dois dígitos distintos e não nulos é chamado de bonito se o
dígito das dezenas é maior do que o dígito das unidades. A quantidade de
números bonitos é:
A) 72 B) 36 C) 35 D) 64 E) 56
20. O professor Piraldo aplicou uma prova para seus cinco alunos e, após corrigi-
las, digitou as notas em uma planilha eletrônica que calcula automaticamente a
média das notas à medida que elas são digitadas. Piraldo notou que após digitar
cada nota a média calculada pela planilha era um número inteiro. Se as notas dos
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cinco estudantes são, em ordem crescente, 71, 76, 80, 82 e 91, a última nota que
Piraldo digitou foi:
A) 71 B) 76 C) 80 D) 82 E) 91
2+ 3 . 2+ 2+ 3 . 2+ 2+ 2+ 3 . 2− 2+ 2+ 3
obtemos:
A) 2 B) 3 C) 1 D) 2 + 2 E) 2 + 3
A 1
F
E A) B) 1
2
G
3
C) D) 2
2
B C
E) Depende das medidas dos lados de ABC.
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PROBLEMAS – NÍVEL 3
1. Veja o problema No. 17 do nível 1.
3. Uma colônia de amebas tem inicialmente uma ameba amarela e uma ameba
vermelha. Todo dia, uma única ameba se divide em duas amebas idênticas. Cada
ameba na colônia tem a mesma probabilidade de se dividir, não importando sua
idade ou cor. Qual é a probabilidade de que, após 2006 dias, a colônia tenha
exatamente uma ameba amarela?
1 1 1 1 2006
A) 2006 B) C) D) E)
2 2006 2007 2006⋅ 2007 2007
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10. Uma seqüência tem 9 números reais, sendo o primeiro 20 e o último 6. Cada
termo da seqüência, a partir do terceiro, é a média aritmética de todos os
anteriores. Qual é o segundo termo da seqüência?
A) –8 B) 0 C) 4 D) 14 E) 2006
16. O inteiro positivo x é múltiplo de 2006 e x está entre 2005 e 2007. Qual é o
número de possíveis valores de x?
A) 1 B) 2 C) 3 D) 4 E) 5
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Q R
A) 2π – 2
B) 3π
C) π
D) 4
P S
E) 2π – 4
18. Iniciando com o par (2048, 1024), podemos aplicar quantas vezes quisermos a
3a + b a + 3b
operação que transforma o par (a, b) no par , , então, dentre os
4 4
seguintes pares:
1) (1664, 1408)
2) (1540, 1532)
3) (1792, 1282)
4) (1537, 1535)
5) (1546, 1526)
20. Altino está encostado num muro bem alto, durante a noite. A rua onde Altino
está é iluminada por uma lâmpada no topo de um poste de 4 metros de altura, a
10 metros de distância do muro. Altino, um rapaz de 2 metros de altura, anda em
direção ao muro. Seja f(x) a altura, em metros, da sombra de Altino produzida
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pela lâmpada no muro quando Altino está a uma distância de x metros do muro.
Qual alternativa representa melhor o gráfico de f(x)?
f(x) f(x) f(x)
x x
A) B) x
C)
f(x) f(x)
D) x x
E)
21. O piso de um quarto tem forma de um quadrado de lado 4 m. De quantas
maneiras podemos cobrir totalmente o quarto com oito tapetes iguais de
dimensões 1 m e 2 m? Mostramos abaixo três maneiras de fazê-lo:
A) 27 B) 30 C) 34 D) 36 E) 52
23. Considere os 2161 produtos 0 ⋅ 2160 , 1 ⋅ 2159 , 2 ⋅ 2158 , ..., 2160 ⋅ 0 . Quantos
deles são múltiplos de 2160?
A) 2 B) 3 C) 12 D) 13 E) 2161
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25. Um cubo de aresta 1 é cortado em quatro regiões por dois planos: um deles
contém as arestas AB e CD e o outro contém as arestas AE e DF. Qual é o volume
da(s) maior(es) das quatro regiões?
C D 1 1 2
A) B) C)
E 4 3 4
3 1
D) E)
F 8 2
A B
GABARITO
NÍVEL 1 (5ª. e 6ª. Séries)
1) A 6) D 11) C 16) B
2) A 7) B 12) D 17) C
3) B 8) E 13) E 18) D
4) D 9) A 14) C 19) E
5) B 10) C 15) C 20) A
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02. A massa de gordura de uma certa pessoa corresponde a 20% de sua massa
total. Essa pessoa, pesando 100 kg, fez um regime e perdeu 40% de sua gordura,
mantendo os demais índices. Quantos quilogramas ela pesava ao final do regime?
03. Quantos os números de dois algarismos têm a soma desses algarismos igual a
um quadrado perfeito? Lembre-se que, por exemplo, 09 é um número de um
algarismo.
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PROBLEMA 1
Jade escreveu todos os números de 3 algarismos em cartões amarelos, um por
cartão e escreveu todos os números de 4 algarismos em cartões azuis, um por
cartão. Os cartões são todos do mesmo tamanho.
a) Ao todo, quantos cartões foram utilizados? Lembre-se que, por exemplo, 037 é
um número de dois algarismos, bem como 0853 é um número de três algarismos.
b) Todos os cartões são então colocados numa mesma urna e embaralhados.
Depois Jade retira os cartões, um a um, sem olhar o que está pegando. Quantos
cartões Jade deverá retirar para ter certeza de que há dois cartões azuis entre os
retirados?
PROBLEMA 2
No quadriculado a seguir, cada quadradinho tem 1 cm2 de área.
PROBLEMA 3
Esmeralda inventou uma brincadeira. Digitou alguns algarismos na primeira linha
de uma folha. Depois, na segunda linha, fez a descrição dos algarismos digitados
da seguinte maneira: ela apresentou as quantidades de cada um dos que
apareceram, em ordem crescente de algarismo. Por exemplo, após digitar
21035662112, ela digitou 103132131526, pois em 21035662112 existe um
algarismo 0, três algarismos 1, três algarismos 2, um algarismo 3, um algarismo 5
e dois algarismos 6.
a) Ela começou uma nova folha com 1. Fez, então, sua descrição, ou seja, digitou
11 na segunda linha. Depois, descreveu 11, ou seja, digitou 21 na terceira linha, e
assim continuou. O que ela digitou na 10a linha da folha?
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b) Esmeralda gostou tanto de fazer isso que decidiu preencher várias folhas com
essa brincadeira, começando com 01 na primeira linha da primeira folha. Quais
são os dois primeiros algarismos da esquerda do que ela digitou na 2006a linha?
A B
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05. A partir de uma terna ordenada (a, b, c), obtemos uma seqüência de ternas
através de sucessivas transformações do tipo:
(a, b, c) → (a2 ⋅ b, a – b + c, b – c).
Por exemplo, a partir da terna (1, 2, 3), obtemos a seguinte seqüência:
(1, 2, 3) → (2, 2, –1) → (8, –1, 3) → (–64, 12, –4) ...
Se começarmos com (1, 1, 1) como a primeira terna ordenada de uma seqüência,
qual será a soma dos três termos da terna que ocupará a 2006a posição nesta
seqüência?
A C
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PROBLEMA 3
Sejam a e b números reais distintos tais que a2 = 6b + 5ab e b2 = 6a + 5ab.
a) Determine o valor de a + b.
b) Determine o valor de ab.
PROBLEMA 4
Todos os inteiros de 1 a 2006 são escritos num quadro. Então, cada um destes
números é substituído pela soma de seus algarismos. Estas substituições são
realizadas repetidas vezes até que tenhamos 2006 números com 1 algarismo cada.
Dos números que restaram no quadro, qual aparece mais vezes: o 1 ou o 2?
A
G
α I
H
B E
M
F Co
C D
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05. Ao jogarmos uma certa quantidade de dados cúbicos com faces numeradas de
1 a 6, a probabilidade de obtermos soma dos pontos 2006 é igual à probabilidade
de obtermos soma dos pontos S. Qual é o menor valor possível de S?
PROBLEMA 1
Seja n inteiro positivo. De quantas maneiras podemos distribuir n + 1 brinquedos
distintos para n crianças de modo que toda criança receba pelo menos um
brinquedo?
PROBLEMA 2
Encontre todos os pares de inteiros positivos (a; b) tais que (a + 1)(b + 1) é
múltiplo de ab + 1.
PROBLEMA 3
No triângulo ABC tem-se AB = 4, AC = 3 e o ângulo BÂC mede 60o. Seja D o
ponto de intersecção entre a reta perpendicular a AB passando por B e a reta
perpendicular a AC passando por C. Determine a distância entre os ortocentros
dos triângulos ABC e BCD.
PROBLEMA 4
A seqüência Fn é definida por F1 = F2 = 1 e Fn = Fn – 1 + Fn – 2 para n ≥ 3. Encontre
todos os pares de inteiros positivos (m, n) tais que Fm ⋅ Fn = mn.
Problema 01 02 03 04 05 06
Resposta 5 92 17 6 125 60
2 2 23 2 4 22005 22006
01. + + + + + = 2 + 2 + 2 + + 2 + 2 = 2005 ⋅ 2 = 4010 .
2 2 2 23 22004 22005 2005 parcelas iguais
A soma dos algarismos desse número é 4 + 0 + 1 + 0 = 5 .
02. Como 20% da massa total dessa pessoa correspondem à massa de gordura, ela
tem 20% ⋅ 100 = 20 kg de gordura. Ela perdeu 40% da sua gordura, ou seja,
perdeu 40% ⋅ 20 = 8 kg de gordura, e como manteve os demais índices, ela pesava
ao final do regime 100 − 8 = 92 kg.
20
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03. A soma dos algarismos dos números de dois algarismos varia de 1 a 18.
Dessas somas, as que são quadrados perfeitos são 1, 4, 9 e 16. Temos então
• Soma 1: número 10
• Soma 4: números 13, 22, 31 e 40
• Soma 9: números 18, 27, 36, 45, 54, 63, 72, 81 e 90
• Soma 16: números 79, 88 e 97
Portanto, nas condições propostas, há 17 números.
05. Como a área da folha é 300cm2, cada quadrado destacado tem área
300
= 25 cm2 e, portanto, lado medindo 5cm. Logo o volume desse cubo é
12
5 3 = 125 cm3.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
a) Há 999 − 100 + 1 = 900 números de três algarismos, escritos em cartões
amarelos, e 9999 − 1000 + 1 = 9000 números de quatro algarismos, escritos em
cartões azuis. Ao todo, foram utilizados 900 + 9000 = 9900 cartões.
b) Como existe a possibilidade de serem retirados todos os cartões amarelos antes
de aparecer algum azul, para Jade ter certeza de que há dois cartões azuis entre os
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
Como cada quadradinho tem 1 cm2 de área, o lado de cada um mede 1 cm.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
a) Ela escreveu em cada uma das 9 primeiras linhas, na seguinte ordem, 1, 11, 21,
1112, 3112, 211213, 312213, 212223 e 114213. Logo na 10ª. linha ela escreveu
31121314.
b) Esmeralda escreveu em cada uma das primeiras linhas, na seguinte ordem, 01,
1011, 1031, 102113, 10311213, 10411223, 1031221314, 1041222314,
1031321324, 1031223314, 1031223314,..., e percebeu que, a partir da 10ª. linha,
o número 1031223314 começa a repetir.
Portanto os dois primeiros algarismos da esquerda do número que ela digitou na
2006a. linha serão 1e 0.
Problema 01 02 03 04 05
Resposta 20 30 ou – 30 ou ± 30 32 07 00
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03.
Observe que os triângulos AXY e ANM são congruentes, e <YXA = <AMN. Assim,
XY || MN e como XY = MN = MC = NB, segue que os quadriláteros XYCM e
XYNB são paralelogramos, como A é ponto médio de XM e NY temos que [AYC]
= [BAX] = (2/3).12 = 8. Logo, [XYCB] = (8/3).12 = 32.
04. Cada retângulo da decomposição possui um número par de casas, pois possui
a mesma quantidade de casas brancas e pretas. Veja que a maior quantidade de
números pares distintos tais que a soma não supera 64 é 2 + 4 + 6 + 8 + 10 + 12 +
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
Vamos usar a notação:
S_par = soma de todas as casas de numeração par;
S_ímpar = soma de todas as casas de numeração ímpar.
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– 2005) = 1003. Como 1003 é ímpar, uma única casa não é suficiente, mas retirar
as casas de numeração 1006 e 3 basta para que S_par = S_ímpar. Assim, o
número mínimo de casas que o prefeito deve derrubar é 2 casas.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
B
I
Q
H
A C
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
a) Subtraindo as duas equações dadas temos a 2 − b 2 = 6(b − a ) ou seja
(a − b)(a + b + 6) = 0 . Como a ≠ b , temos a + b = −6 .
b) Da parte a), elevando ao quadrado, a 2 + b 2 + 2ab = 36 . Mas, somando as
equações dadas, temos a 2 + b 2 = 6(a + b) + 10ab = −36 + 10ab . Portanto,
−36 + 2ab + 10 ab = 36 o que dá ab = 6.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
Quando trocamos um inteiro positivo pela soma de seus algarismos, não
alteramos o resto da divisão por 9. Isto é explicado pela decomposição do inteiro
na forma:
abcd = 1000a + 100b + 10c + d = 999a + 99b + 9c + a + b + c + d
Daí, temos que:
abcd – ( a + b + c + d ) = 999a + 99b + 9c = 9(111a + 11b + c)
Logo, abcd e a + b + c + d deixam o mesmo resto na divisão por 9.
Como todos os números que restaram no quadro estão entre 0 e 9, inclusive,
todos os números 1 restantes no quadro são originados a partir de números que
deixam resto 1 na divisão por 9 (1, 10, 19, 28, 37, ..., 1999). Da mesma forma,
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Sociedade Brasileira de Matemática
Problema 01 02 03 04 05
Resposta 9 36 750 6 339
01. Sejam a, b, c e d algarismos tais que o par (ab, cd) é centenário. Então,
(10a + b) + (c + d ) = (10c + d ) + ( a + b) = 100
como b + c + d ≤ 27 , 10a ≥ 73 , e assim a ≥ 8 e, de modo análogo, c ≥ 8 . Ainda
mais,
(10a + b) + (c + d ) = (10c + d ) + (a + b) ⇔ 9a = 9c ⇔ a = c .
Temos então 2 casos:
I) a = c = 8 ⇒ 80 + b + 8 + d = 100 ⇔ b + d = 12 , sendo esta uma condição
necessária e suficiente para o par em questão ser centenário. Obtemos assim os 7
seguintes pares:
(83;89), (84;88), (85;87), (86;86), (87;85), (88;84) e (89;83).
II) a = c = 9 ⇒ 90 + b + 9 + d = 100 ⇔ b + d = 1 , obtendo outros 2 pares
centenários:
(90;91) e (91;90).
Há, assim, 9 pares centenários.
02. Seja J a interseção dos segmentos BC e FG. Como M é ponto médio do
segmento BC, oposto ao vértice E, conclui-se que EF é diâmetro, e
∠FGE = ∠BMF = 90° . Sendo ABCDE um pentágono regular, ∠ABC = 108° .
No ∆GHI : ∠GHI = α ⇒ ∠GIH = 90° − α .
No ∆BJH : ∠BHJ = α ⇒ ∠BJH = 72° − α .
No ∆FJM : ∠FJM = 72° − α ⇒ ∠JFM = 18° + α .
Para que os triângulos EFG e HIG sejam semelhantes, como α ≠ 18° + α , a única
possibilidade é termos 90° − α = 18° + α ⇔ α = 36° .
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04. Considere os três planos que passam pelo centro do octaedro e contêm 4 das
12 arestas do octaedro, formando três quadrados. A secção corta no máximo dois
lados de cada quadrado. Portanto corta no máximo 6 arestas do octaedro. Assim,
a maior quantidade de lados que uma secção pode determinar no octaedro regular
é 6. Um exemplo de secção hexagonal é um plano paralelo a duas faces opostas.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
Uma solução:
Observe que teremos 1 criança com 2 brinquedos, enquanto cada uma das n – 1
crianças restantes terá apenas 1 brinquedo. Assim, temos n possibilidades para a
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n + 1
escolha da felizarda criança, e possibilidades para escolher os 2
2
brinquedos desta criança. Restando n – 1 brinquedos e n – 1 crianças, temos (n –
1)! modos de distribuir estes brinquedos entre estas crianças. Assim, temos um
n + 1 n + 1
total de n ( n − 1)! = n! modos de distribuir os n + 1 brinquedos entre
2 2
as n crianças.
Outra solução:
Observe que teremos 1 criança com 2 brinquedos, enquanto cada uma das n – 1
crianças restantes terá apenas 1 brinquedo. Temos n escolhas para a criança que
terá dois brinquedos. Escolhida tal criança, o número de maneiras de distribuir os
n + 1 brinquedos é igual ao número de anagramas da palavra A1A1A2A3…An, que é
(n + 1)! (n + 1)!
= . Assim, o total de maneiras de distribuir os n + 1 brinquedos
2! 2
(n + 1)!
entre as n crianças é n ⋅ .
2
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
Uma solução:
ab + 1 (a + 1)(b + 1) ⇒ ab + 1 ab + a + b + 1 ⇒ ab + 1 (ab + a + b + 1) − (ab + 1) ⇒
⇒ ab + 1 a + b ⇒ ab + 1 ≤ a + b ⇒ a (b − 1) ≤ b − 1 . Desta última desigualdade,
observamos que, se b > 1 , então a ≤ 1 ⇒ a = 1 , ou seja, um dentre os inteiros a e
b vale 1. Suponha, então, sem perda de generalidade, que a = 1. Substituindo,
obtemos a = 1 ⇒ b + 1 2(b + 1) , o que é válido para todo inteiro positivo b. As
soluções são, então, (1, b) e (a, 1).
Outra solução:
Como (a + 1)(b + 1) é múltiplo de ab + 1, existe um inteiro positivo k tal que
(a + 1)(b + 1) = k (ab + 1) ⇔ a( kb − b − 1) = b − k + 1 . Se kb – b – 1 = 0, então
1
k = 1 + , que é inteiro se, e somente se, b = 1. Se kb − b − 1 ≠ 0 então
b
b − k +1
a= ≥ 1 ⇒ b − k + 1 ≥ kb − b − 1 ⇔ k ≤ 2 . Se k = 1, obtemos a = – (b + 1)
kb − b − 1
< 0. Logo k = 2 e a = 1. Verifica-se que (1, b) e (a, 1) são realmente as soluções.
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
Uma solução:
Sejam A’ o ortocentro do triângulo BCD e D’ o ortocentro do triângulo ABC.
C A’
D’
D
60o
A B
3 D
60o
A 4 B
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2 39
e, portanto, a distância entre os ortocentros é .
3
Outra solução:
Sejam A’ o ortocentro do triângulo BCD e D’ o ortocentro do triângulo ABC.
y C A’
D’
D
60o
x
A B
30
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4:
Os primeiros valores da seqüência são:
F1 = 1, F2 = 1, F3 = 2, F 4 = 3, F 5 = 5, F 6 = 8, F 7 = 13, F 8 = 21, F 9 = 34
Nota-se que, para n > 7, Fn > 2n. De fato, indutivamente, se Fn > 2n e Fn + 1 > 2(n
+ 1) então Fn + 2 = Fn + 1 + Fn > 2(n + 1) + 2n > 2(n + 2).
3n 4n
Portanto Fn > 2n > > > n para n > 7, de modo que para resolver as
2 3
3n 4n
equações Fn = n, Fn = , Fn = , basta testar os valores de n menores ou
2 3
iguais a 7.
Se n > 5, de Fm ⋅ Fn = mn devemos ter Fm < m, donde m < 5. Logo pelo menos um
dos números m e n deve ser no máximo 5. Suponha, sem perda de generalidade, n
≤ 5. Observando os possíveis valores de n:
• n = 1 ⇒ Fm = m, cujas soluções são m = 1 e m = 5.
• n = 2 ⇒ Fm = 2m, que não possui solução.
• n = 3 ⇒ 2Fm = 3m, que não possui solução.
• n = 4 ⇒ 3Fm = 4m, que possui a única solução m = 6.
• n = 5 ⇒ Fm = m, cujas soluções são m = 1 e m = 5.
31
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PROBLEMAS – NÍVEL 1
PROBLEMA 1
Considere as seguintes seqüências:
PROBLEMA 2
Na adição abaixo, cada símbolo representa um único algarismo e símbolos
diferentes representam algarismos diferentes.
Determine o valor de cada símbolo, ou seja, descubra tais valores e mostre que
não existem outras possibilidades.
PROBLEMA 3
Um atirador lança flechas no alvo representado
ao lado. Os números indicam a pontuação
obtida em cada região atingida pela flecha (se a
flecha acertar exatamente uma linha, a
pontuação é a menor das duas regiões). Note
que a região fora do retângulo não rende
pontos.
32
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PROBLEMA 4
Dentre os polígonos de 5 lados, o maior número possível de vértices
alinhados, isto é, pertencentes a uma única reta, é três, como mostrado a seguir.
PROBLEMA 5
A partir do tabuleiro mostrado nas figuras abaixo e quatro peças, duas circulares
cinzas e duas quadradas pretas, Esmeraldinho inventou o seguinte jogo:
• Inicialmente, as peças são colocadas no tabuleiro como mostra a figura 1.
Figura 1
33
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Figura 2
PROBLEMAS – NÍVEL 2
PROBLEMA 1
Escrevemos, em fila, os números 1, 2, 3, …, n. A cada passo, tomamos os dois
últimos números da fila anterior, escrevemos primeiramente o último, depois
o penúltimo e, enfim, os outros
n – 2, na ordem em que aparecem. Por exemplo, para n = 12 obtemos
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12 → 12, 11, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10
→ 10, 9, 12, 11, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 → ...
Qual a menor quantidade de passos necessários para escrevermos
novamente os números 1, 2, 3, …, n, nessa ordem, quando
(a) n = 2006?
(b) n = 2005?
34
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PROBLEMA 2
Veja o problema No. 4 do Nível 1
PROBLEMA 3
Encontre todos os pares ordenados (x; y) de inteiros tais que x3 – y3 = 3(x2 – y2).
PROBLEMA 4
Quantos subconjuntos {a, b, c} de três elementos distintos de {1, 2, 3, …, 100}
são tais que b é a média aritmética de a e c (a < b < c)?
PROBLEMA 5
Seja ABC um triângulo acutângulo e H o seu ortocentro. Sejam M, N e R os
pontos médios de AB, BC e AH, respectivamente. Determine a medida do ângulo
MNˆ R se o ângulo ABˆ C mede 70o.
PROBLEMA 6
Em um torneio de tênis de mesa (no qual nenhum jogo termina empatado), cada
um dos n participantes jogou uma única vez contra cada um dos outros. Sabe-se
que, para todo k > 2, não existem k jogadores J1, J2, …, Jk tais que J1 ganhou de
J2, J2 ganhou de J3, J3 ganhou de J4, …, Jk – 1 ganhou de Jk, Jk ganhou de J1.
Prove que existe um jogador que ganhou de todos os outros e existe um jogador
que perdeu de todos os outros.
PROBLEMAS – NÍVEL 3
PROBLEMA 1
Seja ABC um triângulo, P o pé da bissetriz interna relativa ao lado AC e I
seu incentro. Se AP + AB = CB, prove que API é um triângulo isósceles.
PROBLEMA 2
Seja n um inteiro, n ≥ 3 . Definimos f(n) como a maior quantidade possível de
triângulos isósceles cujos vértices pertencem a algum conjunto de n pontos do
plano sem três pontos colineares. Prove que existem constantes positivas a e b
tais que an2 < f(n) < bn2, para todo n inteiro, n ≥ 3 .
PROBLEMA 3
Determine todas as funções f : R → R tais que
f ( xf ( y ) + f ( x) ) = 2 f ( x) + xy
para todos x, y reais.
35
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PROBLEMA 4
Um número inteiro positivo é arrojado quando tem 8 divisores positivos cuja
soma é 3240. Por exemplo, o número 2006 é arrojado porque seus 8 divisores
positivos, 1, 2, 17, 34, 59, 118, 1003 e 2006, somam 3240. Encontre o menor
número inteiro positivo arrojado.
PROBLEMA 5
Seja P um polígono convexo de 2006 lados. As 1003 diagonais ligando vértices
opostos e os 1003 segmentos que ligam os pontos médios dos lados opostos são
concorrentes, ou seja, todos os 2006 segmentos possuem um ponto em comum.
Prove que os lados opostos de P são paralelos e congruentes.
PROBLEMA 6
O professor Piraldo participa de jogos de futebol em que saem muitos gols e tem
uma maneira peculiar de julgar um jogo. Um jogo com placar de m gols a n gols,
m ≥ n , é dito equilibrado quando m ≤ f (n) , sendo f(n) definido por f(0) = 0 e,
para n ≥ 1 , f (n) = 2n − f ( r ) + r , onde r é o maior inteiro tal que r < n e
f (r ) ≤ n .
1+ 5
Sendo φ = , prove que um jogo com placar de m gols a n, m ≥ n , está
2
equilibrado se m ≤ φn e não está equilibrado se m ≥ φn + 1 .
SOLUÇÕES – NÍVEL 1
36
Sociedade Brasileira de Matemática
posição que ele anda três casas; assim, como há 13 algarismos andando 5
vezes duas casas, os algarismos pares andam 10 casas para a direita, mas, no
final da seqüência, andam três casas, então andando 6 × 7 vezes, eu repito a
sequência. Como começa no No.1, na seqüência há 6 × 7 + 1 termos igual a
43. (Pois a seqüência acaba quando o número se repete).
ab
bc
+ ca
abc
Como abc < 3 × 99 = 297 ⇒ a = 0, a = 1 ou a = 2.
Como a + b + c ≡ c (mod 10) ⇒ a + b ≡ 0 (mod 10) ⇒ b + 1 ≡ 0 (mod 10) ou
b + 2 ≡ 0 (mod 10), temos b = 8 ou b = 9 (não podemos ter a = b = 0).
Como a + b + c + 1 = 10 a + b, temos c + 1 = 9a.
Se a = 1, então c = 8
Se a = 2, c = 17 (não é possível!).
Logo, a única solução é a = 1, b = 9 e c = 8.
37
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6⋅5
tanto {0, 1} quanto {1, 0}), obtendo: = 15 possibilidades. Assim são 6 +
2
15 = 21 pontuações possíveis.
b) Usaremos um raciocínio parecido com o do item (a). Veja quando a mesma
pontuação pode ser obtida de dois modos: ( a , b, c ) e ( d , e, f ), com
a ≥ b ≥ c, d ≥ e ≥ f e a + b + c = d + e + f
Se a = d recai no item (a): (b ; c); (e, f) com b ≥ c, e ≥ f e b + c = e + f já
vimos que nesse caso b = e e c = f.
Assim suponhamos a > d. Temos: a ≤ a + b + c = d + e + f ≤ 3d .
Se d = 0,1 ≤ a ≤ 0. Absurdo!
Assim tomemos d > 0. Se a > d já vimos que a ≥ 3d ; como
a ≤ a + b + c = d + e + f ≤ 3d ≤ a ocorrerão todas as igualdades: b = c = 0 e e =
f = d, e concluímos que as únicas pontuações obtidas de dois modos são:
( 3 x, 0, 0 ) e ( x, x, x ) com x > 0 e 3 x ≤ 81 ⇒ x ≤ 27 já que a é uma pontuação
de uma flecha. Temos agora três casos:
(i) a > b > c : Temos que tomar 3 números distintos, seguindo o raciocínio do
item (a), teremos: 6 ⋅ 5 ⋅ 4 mas dessa vez cada trio aparecerá 6 vezes:
{ x, y , z};{ x, z , y};{ y , x, z};{ y , z , x};{ z , x, y};{ z , y , x} que são tudo a mesma
6 ⋅5⋅4
coisa, assim temos = 20 possibilidades.
6
(ii) a > b = c ou a = b > c : Basta contar os pares e multiplicar por dois pois o
par (a, b) gera (a, a, b) e (a, b, b). Já vimos no item (a) que são 15 pares, assim
temos aqui 30 possibilidades.
(iii) a = b = c: Como deduzimos as somas obtidas por (x, x, x) com 0 < x ≤ 27 ,
que já foram contadas então devemos contar apenas: x = 0 e x = 81, isto é,
somente mais 2 possíveis somas.
Assim, como o número de participantes é igual ao número de somas possíveis
distintas, são: 20 + 30 + 2 = 52 participantes.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 4
Ver solução do problema 2 do nível 2.
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1 2 3 4
5 6 7 8
Resultado final
SOLUÇÕES – NÍVEL 2
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b) n = 2005
Para resolver esta questão, recorreremos a exemplos menores:
1, 2, 3 → 3, 2, 1 → 1, 2, 3 → 2 passos
1, 2, 3, 4, 5 → 5, 4, 1, 2, 3 → 3, 2, 5, 4, 1 → 1, 4, 3, 2, 5 → 5, 2, 1, 4, 3 → 3, 4, 5,
2, 1 → 1, 2, 3, 4, 5 → 6 passos
Com base nos exemplos, percebe-se que os números ímpares: 1, 3, 5... estarão
sempre nas posições ímpares: 1ª., 3ª., 5ª., ..., não necessariamente nesta ordem,
conseqüentemente, os pares estarão nas posições pares.
Nota-se também que para os x números ímpares reestabelecerem sua ordem
original, deverão ser feitos x passos, e para os (x – 1) números pares, serão
tomados (x – 1) passos.
Logo para achar o número mínimo de passos necessários, devemos calcular o
mínimo múltiplo comum entre x e (x – 1), que independente do valor de x, será
sempre x ⋅ ( x − 1).
Então, para calcular o valor mínimo de passos para n= 2005, devemos multiplicar
1003 (quantidade de ímpares) por 1002 (quantidade de pares), o que resulta em
1005006.
Mostrarei agora que não existe polígono de 12 lados com 9 vértices colineares.
Em um polígono 3 vértices consecutivos não podem ser colineares, escolhendo 9
pontos em 12, pelo menos haverá um trio de pontos consecutivos. Demostração:
Nomeie os vértices em ordem de V1 a V12 , sendo que V1 é consecutivo de V12 e
V2 ; V2 é consecutivo de V1 e V3 e assim por diante. Sejam:
G1 = {V1 ;V2 ;V3 }
40
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G2 = {V4 ;V5 ; V6 }
G3 = {V7 ; V8 ;V9 }
G4 = {V10 ;V11 ;V12 }
Pelo princípio da casa dos pombos, escolhendo-se 9 vértices, haverá pelo menos
um conjunto com 3 vértices escolhidos.
x = 2 ⇒ ( x, y ) = (2, −1).
(II) y = 0 ⇒ ∆ = 9 e a equação é: x − 3 x = 0 ⇒ x ( x − 3) = 0 , donde x = 0 ou
2
41
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Assim os pares ordenados são: ( x , y ) = (2, − 1), ( − 1, 2), (3, 0), (0, 3) e ( a , a ),
∀ a ∈ Z.
20° θ
R I
M α
20° + θ
H
K
α 20° β
70°– α 70° w w C
B J N
42
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Terna Conclusão
A1 , A2 , An +1 ( An +1 ♦ A1 ∧ A1 ♦ A2 ) ⇒ An +1 ♦ A2
A1 , A3 , An +1 ( An +1 ♦ A1 ∧ A1 ♦ A3 ) ⇒ An +1 ♦ A3
A1 , An , An +1 ( An +1 ♦ A1 ∧ A1 ♦ An ) ⇒ An +1 ♦ An
43
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Vamos supor que nenhum jogador perdeu todas as partidas. Assim, J1 ganhou,
pelo menos 1 partida.
O esquema dele será assim:
J1 ← J 2
Como J 2 também não perdeu todas, o esquema ficará assim:
J1 ← J 2 ← J 3 ← ...
Observe que nenhum jogador pode aparecer 2 vezes nessa seqüência.
Vejamos o porquê:
Supondo que J 2 apareça de novo no esquema:
J1 ← J 2 ← J 3 ← J 4 ← J 2
Observe que ocorre a seguinte situação:
J 2 ganhou de J 3 , J 3 ganhou de J 4 e J 4 ganhou de J 2 .
Como o enunciado da questão não permite essa situação, não podemos repetir
nenhum jogador na seqüência.
Como n não é infinito, essa seqüência é finita.
O único modo de terminar o esquema é se algum jogador não perder nenhuma
partida, pois, após um invicto, não poderemos colocar nenhum outro jogador.
Logo, há um jogador que ganhou de todos os outros.
Da mesma forma que a seqüência tem um fim à direita, ela deve ter um fim à
esquerda.
Pelas mesmas condições citadas acima, o último à esquerda do esquema será o
jogador que perder de todos os outros.
Há um jogador que perdeu de todos os outros.
SOLUÇÕES – NÍVEL 3
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1: RENAN LIMA NOVAIS (RIO DE JANEIRO - RJ)
I) Desenhando a figura da questão, temos:
A C
P
II) Por ser o ponto I incentro, sabemos que este ponto eqüidista dos três lados do
∆ABC , podendo-se inscrever um círculo no ∆ABC . Além disso, por ser o
EUREKA! N°26, 2007
44
Sociedade Brasileira de Matemática
A C
P
IV) Aplicando o teorema das bissetrizes internas no triângulo ∆ABP , de
bissetriz AI , temos:
BI PI AP AB AB AP + AB
= ⇒ = ⇒ =
AB AP PI BI BI PI + BI
Mas como é dito no enunciado da questão que AP + AB = BC , logo temos:
AB BC AB BI
= ⇒ =
BI PB BC PB
V) Assim, podemos notar que os triângulos ABI e CBP são semelhantes pelo
AB BI
caso LAL de semelhança (pois = e ABP ≡ P BC ).
BC PB
Logo BCP ≡ B AI .
VI) Observemos agora a figura novamente alterada:
A C
P
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D( N ) = 1, p, p 2 , p 3 , p 4 , p 5 , p 6 , p 7 ⇒ 1 + p + p 2 + p 3 + p 4 + p 5 + p 6 + p 7 = 3240.
p8 − 1
Note que: 1 + p + p 2 + p3 + p 4 + p5 + p6 + p7 = e que para
p −1
p8 − 1
p ≥3⇒ ≥ 3280 , já que 1 + p + p 2 + p 3 + p 4 + p 5 + p 6 + p 7 é
p −1
crescente. Daí, p ≥ 3 não serve. Para p = 2, temos:
1 + p + p 2 + p 3 + p 4 + p 5 + p 6 + p 7 = 255 ⇒ p = 2 não serve!
Logo N = p não serve.
7
II)
N = p ⋅ q 3 ⇒ D(n) = 1, p, q, pq, q 2 , p ⋅ q 2 , q 3 , p ⋅ q 3 ⇒ 1 + p + q + p ⋅ q + q 2 + pq 2 +
+ q 3 + pq 3 = 3240 ⇒ ( p + 1)(1 + q + q 2 + q 3 ) = 3240. Perceba que estamos atrás
do menor inteiro arrojado > 0 e já temos que 2006 é um inteiro arrojado. Daí,
N ≤ 2006 .
p≥2
⇒ p ⋅ q 3 ≤ 2006 ⇒ q 3 ≤ 1003 ⇒ q ≤ 3 1003 < 11 ⇒ q = 2 ou 3 ou 5 ou 7.
Para
q = 2 ⇒ ( p +1) ⋅ (1+ 2 + 22 + 23 ) = 3240 ⇒ ( p +1) ⋅15 = 3240 ⇒ p + 1 = 816 ⇒ p = 215 ⇒
não serve.
Para
q = 3 ⇒ ( p +1) ⋅ (1+ 3 + 32 + 33 ) = 3240 ⇒ ( p +1) ⋅ 40 = 3240 ⇒ p +1 = 81 ⇒ p = 80 ⇒
não serve.
Para q = 5 ⇒ ( p +1) ⋅ (1+ 5 + 5 + 5 ) = 3240 ⇒ ( p + 1) ⋅156 = 3240 ⇒ p ∉ Z ⇒
2 3
não serve.
Para q = 7 ⇒ ( p +1) ⋅ (1+ 7 + 7 + 7 ) = 3240 ⇒ ( p +1) ⋅ 400 = 3240 ⇒ p ∉ Z ⇒
2 3
não serve.
Logo Para N = p ⋅ q não serve.
3
III)
N = p ⋅ q ⋅ t ⇒ D( N ) = 1, p, q, t, pq, qt, tp, pqt ⇒1+ p + q + t + pq + qt + tp + pqt = 3240 ⇒
⇒ ( p +1)(q +1)(t +1) = 3240. Então temos que achar três números posteriores a três
49
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primos, tal que o produto desses números é 3240. Então esses primos são
divisores positivos de 3240 menos um. Então vamos ver quais são os D(3240)–1
que são primos:
1
3240 2 2
1620 2 4
810 2 8
405 3 3,6,12,24
135 3 9,18,36,72
45 3 27,54,108,216
15 3 81,162,324,648
5 5 5,10,20,40,15,30,60,120, 45, 90, 180, 360, 135, 270, 540, 1080, 405, 810, 1620, 3240.
1
D(3240) −1 = 0,1,2,3,4,5,7,8,9,11,14,17,19,23,26,29,35,39,44,53,59,71,80,89,107,
119,134,161,179,215,269,... Note que no mínimo (p + 1)(q + 1) é 12 (quando p =
2 e q = 3), então no máximo t + 1 é 270 ⇒ tmáx = 269.
Os primos possíveis são: 2, 3, 5, 7, 11, 17, 19, 23, 29, 53, 59, 71, 89, 107, 179,
269.
Para t = 269 ⇒ (p + 1)(q +1) = 12 ⇒ p = 2 e q = 3 ⇒ N = 1614
Para t = 179 ⇒ (p + 1)(q +1) = 18 ⇒ p = 2 e q = 5 ⇒ N = 1790
Para t = 107 ⇒ (p + 1)(q +1) = 30 ⇒ ∃ p, q primos
Para t = 89 ⇒ (p + 1)(q +1) = 36 ⇒ p = 2 e q = 11 ⇒ N = 1958
Para t = 71 ⇒ (p + 1)(q +1) = 45 ⇒ ∃ p, q primos
Para t = 59 ⇒ (p + 1)(q +1) = 54 ⇒ p = 2 e q = 17 ⇒ N = 2006
Para t = 53 ⇒ (p + 1)(q +1) = 60 ⇒ p = 2 e q = 19 ⇒ N = 2014
Para t = 29 ⇒ (p + 1)(q +1) = 108 ⇒ p = 5 e q = 17 ⇒ N = 2465
Para t = 23 ⇒ (p + 1)(q +1) = 135 ⇒ ∃ p, q primos
Para t = 19,17, 11, 7, 5, 3 ou 2 é análogo aos anteriores.
Daí, o menor N é 1614.
iii) Então o menor inteiro positivo arrojado é 1614.
50
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arrojado. Se existir um número arrojado menor que 1260, devem existir naturais
não nulas a, b, c, d, e, f, g, h tais que
1 1 1 1 1 1 1 1 3240 18
+ + + + + + + > = = 2, 571428.
a b c d e f g h 1260 7
Se existir um número arrojado menor que K, ele não poderia ser ímpar, senão os
menores valores para a, b, c, d, e, f, g, h seriam 1, 3, 5, 7, 11, 13, 15 e 17 e
1 1 1 1 1 1 1 3240
1 + + + + + + + < 2,3 < . Se existisse um número arrojado
3 5 7 9 11 13 15 1260
menor que K, ele teria que ser múltiplo de 3, senão as menores valores para a, b,
c, d, e, f, g, h seriam 1, 2, 4, 5, 7, 8, 10, 11 e
1 1 1 1 1 1 1 3240
1 + + + + + + + < 2, 5 < . Então, se existisse um número
2 4 5 7 8 10 11 1260
arrojado menor que 1260, ele teria que ser múltiplo de 6.
O menor valor possível para K corresponde aos menores valores possíveis para a,
b, c, d, e, f, g, h, que são 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8. Então:
1 1 1 1 1 1 1 1
+ + + + + + + K = 3240 ⇒
a b c d e f g h
1 1 1 1 1 1 1 1 2283
⇒ + + + + + + + K = 3240 ⇒ K = 3240 ⇒
1 2 3 4 5 6 7 8 840
3240 ⋅ 840
⇒ K = ⇒ K ≅ 1191,1.
2283
Se houver um número arrojado menor que 1260, ele deve ser maior que 1191, 1 e
múltiplo de 6. Então as únicas possibilidades para K são 1194, 1200, 1206, 1212,
1218, 1224, 1230, 1236, 1242, 1248 e 1254;
• Se K = 1194.
A soma dos oito maiores (e únicos) divisores de 1194 é 1194 + 597 + 398 + 199
+ 6 + 3 + 2 + 1 = 2400 < 3240. Portanto 1194 não é arrojado.
• Se K = 1200.
A soma dos oito maiores divisores de 1200 é 1200 + 600 + 400 + 300 + 240 +
200 + 150 + 120 = 3210 < 3240. Portanto 1200 não é arrojado.
• Se K = 1206.
A soma dos oito maiores divisores de 1206 é 1206 + 603 + 402 + 201 + 134 + 67
+ 18 + 9 = 2640 < 3240. Portanto 1206 não é arrojado.
• Se K = 1212.
A soma dos oito maiores divisores de 1212 é 1212 + 606 + 404 + 303 + 202 +
101 + 12 + 6 = 2846 < 3240. Portanto 1212 não é arrojado.
• Se K = 1218.
51
Sociedade Brasileira de Matemática
A soma dos oito maiores divisores de 1218 é 1218 + 609 +406 + 203 + 174 + 87
+ 58 + 42 = 2797 < 3240. Portanto 1218 não é arrojado.
• Se K = 1224.
A soma dos oito maiores divisores de 1224 é 1224 + 612 + 408 + 306 + 204 +
153 + 136 + 102 = 3145 < 3240. Portanto 1224 não é arrojado.
• Se K = 1230.
A soma dos oito maiores divisores de 1230 é 1230 + 615 + 410 + 246 + 205 +
123 + 82 + 41 = 2952 < 3240. Portanto 1230 não é arrojado.
• Se K = 1236.
A soma dos oito maiores divisores de 1236 é 1236 + 618 + 412 + 309 + 206 +
103 + 12 + 6 = 2902 < 3240. Portanto 1236 não é arrojado.
• Se K = 1242.
A soma dos oito maiores divisores de 1242 é 1242 + 621 + 414 + 207 + 138 + 69
+ 54 + 46 = 2791 < 3240. Portanto 1242 não é arrojado.
• Se K = 1248.
A soma dos oito maiores divisores de 1248 é 1248 + 624 + 416 + 312 + 208 +
156 + 104 + 96 = 3164 < 3240. Portanto 1248 não é arrojado.
• Se K = 1254.
A soma dos oito maiores divisores de 1254 é 1254 + 627 + 418 + 209 + 114 + 66
+ 57 + 38 = 2783 < 3240. Portanto 1254 não é arrojado.
Como a soma dos oito maiores divisores é menor que 3240, em todas as
possibilidades, é evidente que a soma de quaisquer outros oito divisores também
será menor que 3240.
Portanto não há nenhum inteiro positivo menor que 1260 que seja arrojado. Logo
o menor número inteiro positivo arrojado é 1260.
52
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B´ X = XC
Mas veja que: ⇒ NX // CA´, absurdo ( NX ∩ CA´= T ).
B´N = NA´
Portanto, devemos ter: AB // A´B´.
Parte 2: A1 A2
A2006
AB = A´B´. A3
Numerando os vértices, temos que:
A1003 + i é oposto de Ai ,1 ≤ i ≤ 1003
Temos: T
A1 A2 // A1004 A1005 , A2 A3 // A1005 A1006 ,..., A1003 A1004 //
// A2006 A1 .
A1006 A1003
A1005 A1004
Logo:
A1T AT AT A T A T AT A T
= 2 = 3 = ... = 1003 = 1004 ⇒ 1 = 1004 ⇒ A1T = TA1004 .
TA1004 TA1005 TA1006 TA2006 TA1 TA1004 TA1
Portanto teremos:
AT AT AT A T
1 = 1 = 2 = 3 = ... = 1003
TA1004 TA1005 TA1006 TA2005
Ai T Ai Ai +1
Mas: = = 1 ⇒ Ai Ai +1 = A1003 + i A1004 + i , o que acaba, pois
TA1003 + i A1003 + i A1004 + i
Ai Ai +1 e A1004 + i são lados opostos.
n 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
f(n) 0 2 3 5 7 8 10 11 13 15 16 18
Lema: n = f (r ) ou n = f (r ) + 1.
Prova: é equivalente a f (r + 1) = ( f (r ) + 1 ou f (r ) + 2).
Suponha que isto aconteça para r < n – 1.
Então f ( n) = 2n − f ( r´) + r´, f (n − 1) = 2n − 2 − f (r ) + r ⇒
f (n) − f (n − 1) = 2 − f (r´) + r´+ f (r ) − r.
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PROBLEMA 1
1
ex − 1 − x
Calcule ∫ (e x − 1) ⋅ x dx
−1
PROBLEMA 2
Seja N um inteiro positivo. Calcule, em função de N, o volume do sólido definido
por:
x, y, z ∈ [0, +∞)
x + y + z ≤ N
PROBLEMA 3
Dada f: → [ 0, +∞ ) duas vezes diferenciável com f (0) = 0 , f '(0) = 1 ,
1 3
1 + f ( x) = , ∀x ∈ [0,1] , mostre que f (1) < .
f "( x) 2
PROBLEMA 4
Dada uma hipérbole e uma reta não paralela às assíntotas, determine o lugar
geométrico dos pontos médios das cordas da hipérbole paralelas à reta dada.
PROBLEMA 5
2 2 2
As funções y1 (t ) = (1 + t 2 ) ⋅ et , y2 (t ) = (t + t 2 ) ⋅ et e y3 (t ) = (−1 − t + t 2 ) ⋅ et são
soluções da equação diferencial y"(t ) + a(t ) ⋅ y '(t ) + b(t ) ⋅ y (t ) = c(t ) , onde
a (t ), b(t ), c(t ) são funções duas vezes diferenciáveis.
Determine uma função duas vezes diferenciável y (t ) tal que
y"(t ) + a(t ) ⋅ y '(t ) + b(t ) ⋅ y (t ) = c(t ) , y (0) = 0, y '(0) = 0 .
PROBLEMA 6
Escolha três pontos x1, x2, x3 aleatoriamente, independentemente e com
distribuição uniforme no intervalo [0, 1]. Determine, em função do número
positivo m, a probabilidade de que
min{| x1 − x2 |,| x1 − x3 |,| x2 − x3 |} > m .
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 1:
ex − 1 − x e− x − 1 + x xe x − e x + 1
Seja f ( x) = . Temos f (− x) = = , logo
(e x − 1) ⋅ x (e − x − 1) ⋅ (− x) (e x − 1) ⋅ x
xe x − x
f ( x) + f (− x) = = 1.
(e x − 1) ⋅ x
1 1 1
Assim, ∫
−1
f ( x)dx = ∫ ( f ( x) + f (− x))dx = ∫ 1dx = 1 .
0 0
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 2:
O sólido é a união dos cubos unitários [i, i +1) × [j, j + 1) × [k, k + 1) para i, j, k
inteiros não negativos, i + j + k ≤ N. Como cada cubinho tem volume 1, o volume
do sólido é igual ao número de triplas (i, j, k) como acima.
N + 3
O número de triplas (e portanto o volume) é igual a = (N + 1)(N + 2)(N +
3
3)/6.
Isto pode ser demonstrado de várias formas. Por exemplo, podemos pensar que
temos uma fileira de N + 3 quadrados e vamos escolher 3 posições e botar um
marcador em cada uma delas: i será o número de quadrados antes do primeiro
marcador, j o número de quadrados entre o primeiro e o segundo marcadores e k
o número de quadrados entre o segundo e o terceiro marcadores. Claramente, a
cada configuração corresponde uma tripla e vice-versa.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3:
1
Como f(x) ≥ 0 para todo x ∈ R, temos 0 < = f ´´(x) , logo f´ é crescente em
1+ f (x)
[0,1], o que implica que f´(x) > 1 para x > 0, ou seja f também é crescente em
[0,1].
1 1
Assim, para x > 0, temos 0 < = f ´´( x) = < 1 , logo
1 + f ( x) 1 + f ( x)
x x x
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5:
Podemos tomar y1 como solução particular e y2 – y1 e y3 – y1 como soluções
linearmente independentes da equação homogênea associada
y ''(t ) + a (t ) ⋅ y '(t ) + b(t ) ⋅ y (t ) = 0 . Assim a solução geral da equação é
y = c1 y1 + c2 y2 + c3 y3, c1 + c2 + c3 = 1 ou, equivalentemente,
t2
y(t) = (c4 + c5 t + t2) ⋅ e .
Temos y(0) = c4 e y’(0) = c5, donde as condições do enunciado nos dão
2
y = t 2 ⋅ et .
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6:
Seja X=[0, 1]3. Temos X = A1 ∪ A2 ∪ A3 ∪ A4 ∪ A5 ∪ A6 , onde
A1 = {( x, y , z ) ∈ X | x ≤ y ≤ z} , A2 = {( x, y, z ) ∈ X | x ≤ z ≤ y} ,
A3 = {( x, y, z ) ∈ X | y ≤ x ≤ z} , A4 = {( x, y, z ) ∈ X | y ≤ z ≤ x} ,
A5 = {( x, y, z ) ∈ X | z ≤ x ≤ y} e A6 = {( x, y, z ) ∈ X | z ≤ y ≤ x} .
Os conjuntos Ak ,1 ≤ k ≤ 6 têm todos volume 1/6.
Seja agora Y = {( x1 , x 2 , x3 ) ∈ X | min{| x1 − x 2 |, | x1 − x3 |, | x 2 − x3 |} > m} .
Temos
Y = B1 ∪ B2 ∪ B3 ∪ B4 ∪ B5 ∪ B6 , onde Bk = Y ∩ Ak ,1 ≤ k ≤ 6 .
Todos os conjuntos Bk ,1 ≤ k ≤ 6, têm o mesmo volume. Vamos então calcular o
volume do conjunto B1 . Como X tem volume 1, a probabilidade desejada será
6 ⋅ vol ( B1 ) .
Temos B1 = {( x, y , z ) ∈ X | y > x + m, z > y + m} . Claramente, se m ≥ 1 / 2 ,
B1 é vazio, e portanto a probabilidade desejada é 0 para todo m ≥ 1 / 2 .
Suponha agora 0 ≤ m ≤ 1 / 2 . Considere a translação f : B1 → X dada por
f ( x, y, z ) = ( x, y − m, z − 2m) .
Temos f ( B1 ) = {( x, y, z ) ∈ [0,1 − 2m]3 | x < y < z} , e portanto f ( B1 ) tem o
mesmo volume de {( x, y, z ) ∈ [0,1 − 2m]3 | x ≤ y ≤ z} = g ( A1 ) , onde g é a
homotetia dada por g ( p) = (1 − 2m) p . Assim, temos
vol ( B1 ) = vol ( f ( B 1 )) = vol ( g ( A1 )) = (1 − 2m) 3 ⋅ vol ( A1 ) = (1 − 2m) 3 / 6 , e
logo, para 0 ≤ m ≤ 1 / 2 , a probabilidade desejada é igual a
6 ⋅ vol ( B1 ) = (1 − 2m) 3 .
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PROBLEMA 1:
Seja f : → uma função integrável e crescente. Prove que
1 1
1
∫0 xf ( x)dx ≥ 2 ∫0 f ( x)dx
PROBLEMA 2:
Prove que, para todo inteiro n ≥ 2 , o número de matrizes quadradas 2 × 2 com
entradas inteiras e pertencentes ao conjunto {0, 1, 2, …, n – 1} que têm
1
determinante da forma kn + 1 para algum k inteiro é dado por n3 ⋅ ∏ (1 − 2 ) .
p primo p
p|n
PROBLEMA 3:
Uma mesa de bilhar tem o formato de elipse e não tem caçapas. Quando uma bola
bate em um ponto P na borda da mesa, ela segue uma direção simétrica em
relação à reta normal à elipse em P. Prove que se uma bola parte de um ponto A
da elipse e, após bater na mesa nos pontos B e C, retorna a A, então ela baterá
novamente em B.
PROBLEMA 4:
Seja p um polinômio irredutível em Q[x] de coeficientes racionais e grau maior
do que 1. Prove que se p admite duas raízes r e s cujo produto é 1 então o grau de
p é par.
PROBLEMA 5:
Seja f :[0, +∞) → [0, +∞) uma função crescente e bijetora. Prove que a série
∞ ∞ −1
1 f ( n)
∑
n =1 f ( n)
converge se, e somente se, a série ∑
n =1 n 2
converge, sendo f −1
a
função inversa de f.
PROBLEMA 6:
Considere as matrizes
1 2 1 0
A= e B=
0 1 2 1
EUREKA! N°26, 2007
59
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Prove que, para n > 1, não existem inteiros a1 , a2 , a3 ,…, an e b1 , b2 ,…, bn −1 , bn com
a2 , a3 ,..., an e b1 , b2 ,..., bn −1 não nulos tais que
A a1 ⋅ B b1 ⋅ A a2 ⋅ B b2 ⋅ … ⋅ A an ⋅ B bn = I ,
onde I é a matriz identidade de ordem 2.
∑ h(i) ⋅ h(i + 1)
i =0
(Onde cada h(i) representa o número de escolhas possíveis para b e c, tais que
bc ≡ i (mod n) e h(i + 1) representa o número de escolhas para a e d, tais
que ad ≡ i + 1(mod n).
Naturalmente h(0) = 2n − 1 (os possíveis pares são (0,0), (0, 1), ...,(0, n –1),
60
Sociedade Brasileira de Matemática
Seja k primo com n. Vamos provar que existe k´ tal que k ⋅ k´≡ i (mod n) : a
seqüência (k r
mod n ) assume um número finito de valores (entre 0 e n –1).
Existem então dois números iguais na seqüência digamos k 1 = k 2 com
n n
i. Assim, ∑ h(i) ⋅ h(i + 1) = (2n −1)(n −1) + ∑ (n −1) ⋅ (n −1) + (n − 1)(2n −1) =
r =0 i =1
1
= (n − 1) [ (n − 1)(n − 2) + 4n − 2] = n(n − 1)(n + 1) = n3 ∏ 1- 2
p primo p
pn
Vamos agora mostrar por indução que o resultado vale para n = p potência de
k
k −1
primo. Para k = 1 já foi provado. Suponha que k ≥ 2 e que vale para p .
a b pk −1 ⋅ n1 + a´ pk −1 ⋅ n2 + b´
Seja n = p e = k −1 , com ad − bc ≡ 1(mod p k ).
k
k −1
c d p ⋅ n3 + c´ p ⋅ n4 + d´
⇒ a´d´−b´c´≡ 1(mod pk −1 ).
2k −2
Assim, como p ≡ 0(mod pk ),
61
Sociedade Brasileira de Matemática
k −1
(aqui é tal que ⋅ p +1 = a´d´−b´c´ ).
3(k −1) 1
1−
k −1
Como a´⋅d´−b´⋅c ≡ 1(mod p ) existem (por hipótese de indução), p
p2
maneiras de escolhermos a´, d´, b´ e c´. Fixando-se estes valores (e portanto
também) temos que um deles é primo com n = p , pois, caso não fosse assim,
k
a´d´−b´c´ ≡ 1(mod p), absurdo! Seja (a, n) = 1, por exemplo. Existem então p
valores possíveis (módulo p) para cada um dos n1, n2 , n3 e para cada combinação
destes, apenas um valor para n4 tal que n1d´+n4a´−b´n3 − n2c´+ ≡ 0(mod p) .
1 1
Existem então ao todo p3(k −1) ⋅ 1− 2 ⋅ p ⋅ p ⋅ p = p3k 1− 2 maneiras de
p p
escolhermos a, b, c, d. Isto termina nossa prova por indução.
62
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(
é 1 r = 1s . )
Temos p ( x ) = x n + an −1 x n −1 + ... + a1 x + a0 (podemos supor p mônico sem perda de
generalidade).
Como p é irredutível em [ x] , p deve ser igual ao polinômio minimal de r e s
sobre ⇒ se g ( x) ∈ [ x] é tal que g ( s ) = 0 ou g ( r ) = 0, então p( x) g ( x).
Seja g ( x) =
1 n 1
a0
⋅x p ( )
x
.
63
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g (r ) =
1 n
a0
r p 1
r ( ( ))
1
= r n ⋅ p( s ) = 0 ⇒ g (r ) = 0 ⇒ p ( x) g ( x).
a0
Mas g é mônico e tem o mesmo grau de p ⇒
1
p( x) = g ( x) ⇒ p ( x) = x n ⋅ p 1
a0 x ( )
Se α é raiz de p( x) (obviamente α ≠ 0 pois p é irredutível e tem grau > 1),
então,
( α ) = a1 ⋅ α1 ⋅ p(α ) = 0.
p 1
n
n
∞ 1
somente se ∫1 f ( x)
dx converge. Por outro lado,
∞ f −1 ( x) ∞ n +1 f
−1
( x)
∫ 2
dx = ∑ ∫ 2
dx, e
1 x n =1
n x
n +1
f −1 (n) 4n 2 ≤ f −1 (n) (n + 1) 2 ≤ ∫ f −1 ( x) x 2 dx ≤ f −1 (n + 1) n 2 ≤ 4 f −1 (n + 1) (n + 1) 2 ,
n
donde
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1 ∞ f −1 ( n ) ∞ f −1 ( x ) ∞ ∞
∑
4 n =1 n 2
≤ ∫ 1 x 2
dx ≤ 4 ∑ f
n =1
−1
( n + 1) ( n + 1) 2 = 4 ∑ f
n=2
−1
(m ) m 2 ≤
∞ −1
f ( x)
≤ 4∑ f −1 ∞
m =1
( m ) m 2 , e, em particular, ∫1 x 2
dx converge
∞
⇔ ∑f
n =1
−1
( n ) ( n ) 2 converge. Basta agora relacionar a convergência de
∞ ∞
1 f −1 ( x)
∫
1
f ( x)
dx e de
∫ 1
x2
dx , que são integráveis em intervalos finitos.
∫g
−1
( )
( x)dx = xg −1 ( x) − G g −1 ( x) , sendo G (x) uma primitiva de g (x)
1 1
Utilizando g −1 ( x) = , temos então g ( x) = f −1 , e assim:
f ( x) x
b
1 1 1 1 1
∫ f ( x) dx = b f (b) − 1 f (1) − G f (b) + G f (1)
1
1
b f (b )
1 b 1 1
∫ f ( x) dx = f (b) − f (1) − ∫
1 1
f −1 dx
x
f (1)
b f (b )
1 b 1 f −1 ( y )
∫
1
f ( x)
dx = −
f (b) f (1)
+
∫
f (1)
y2
dy (I).
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∞
1
Suponha agora que
∫ f ( x) dx converge. Logo:
1
x x ∞
x 1 1 1
lim
x → ∞ f ( x)
= 2 lim
x →∞ ∫
x/2
f ( x)
dt ≤ 2 lim
x →∞ ∫
x/2
f (t )
dt ≤ 2 lim
x →∞ ∫
x/2
f (t )
dt = 0
x
Então lim = 0 . Fazendo b → ∞ em (I), temos a integral à esquerda
x → ∞ f ( x)
b
convergindo e a parcela indo para zero, o que resulta num valor finito para
f (b)
∞
f −1 ( x)
∫
1
x2
dx , donde concluímos que essa integral converge.
∞
f −1 ( x) f −1 ( x)
Da mesma forma, se
∫
1
x2
dx converge, prova-se que lim
x →∞ x
=0,e
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1
cn −1 +
cn
Então, nossa relação é s = {2a1 , 2b1 ,..., 2an , 2bn , s} = {m0 , m1 , m2 ,...mN , s} ,
em que os m j são inteiros pares. Precisamos uma regra para escrever frações
contínuas como uma simples fração, i.e.
Lema: Dado {c0 , c1 ,..., ck } , para cada inteiro 0 ≤ j ≤ k ,
pj
{c ,..., c } = q
0 j
j
onde
p j = c j p j −1 + p j − 2 , q j = c j q j −1 + q j − 2 (com p0 = c0 , p1 = c0 c1 + 1, q0 = 1, q1 = c1 ).
Esta é uma indução fácil: temos {c0 ,..., c j , c j +1} = {c0 ,..., c j −1 , c j + 1 c j +1} =
1
c j + p j −1 + p j − 2
c j +1 c j +1 (c j p j −1 + p j − 2 ) + p j −1 c j +1 p j + p j −1 p j +1
= = = = , cqd.
1 c j +1 (c j q j −1 + q j − 2 ) + q j −1 c j +1q j + q j −1 q j +1
c j + q j −1 + q j − 2
c j +1
Em particular, aplicando o lema para {m0 , m1 , m2 ,...mN , s} , obtemos, no caso em
que bn ≠ 0,
pN s + pN −1
s= (*)
qN s + qN −1
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{
s = {2a1 , 2b1 ,..., 2an ,1/ s} = m0 , m1 ,..., mN −1 , 1
s } = pq N −1 / s + pN − 2 pN −1 + pN − 2 s
N −1 / s + qN − 2
=
qN −1 + qN − 2 s
,
2 − uv
u + v 2 ≠ 0, teríamos
3
2= ∈ , absurdo. Assim, u + v2 = 0 e
u + v2
uv = 2 ⇒ −v3 = 2 ⇒ 3 2 = −v ∈ , absurdo.
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Nível Universitário
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AGENDA OLÍMPICA
XXIX OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA
NÍVEIS 1, 2 e 3
Primeira Fase – Sábado, 16 de junho de 2007
Segunda Fase – Sábado, 15 de setembro de 2007
Terceira Fase – Sábado, 27 de outubro de 2007 (níveis 1, 2 e 3)
Domingo, 28 de outubro de 2007 (níveis 2 e 3 - segundo dia de prova).
NÍVEL UNIVERSITÁRIO
Primeira Fase – Sábado, 15 de setembro de 2007
Segunda Fase – Sábado, 27 e Domingo, 28 de outubro de 2007
♦
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COORDENADORES REGIONAIS
Alberto Hassen Raad (UFJF) Juiz de Fora – MG
Américo López Gálvez (USP) Ribeirão Preto – SP
Amarísio da Silva Araújo (UFV) Viçosa – MG
Andreia Goldani FACOS Osório – RS
Antonio Carlos Nogueira (UFU) Uberlândia – MG
Ali Tahzibi (USP) São Carlos – SP
Benedito Tadeu Vasconcelos Freire (UFRN) Natal – RN
Carlos Alexandre Ribeiro Martins (Univ. Tec. Fed. de Paraná) Pato Branco - PR
Carmen Vieira Mathias (UNIFRA) Santa María – RS
Claus Haetinger (UNIVATES) Lajeado – RS
Cleonor Crescêncio das Neves (UTAM) Manaus – AM
Cláudio de Lima Vidal (UNESP) S.J. do Rio Preto – SP
Denice Fontana Nisxota Menegais (UNIPAMPA) Bagé – RS
Edson Roberto Abe (Colégio Objetivo de Campinas) Campinas – SP
Élio Mega (Faculdade Etapa) São Paulo – SP
Eudes Antonio da Costa (Univ. Federal do Tocantins) Arraias – TO
Fábio Brochero Martínez (UFMG) Belo Horizonte – MG
Florêncio Ferreira Guimarães Filho (UFES) Vitória – ES
Francinildo Nobre Ferreira (UFSJ) São João del Rei – MG
Genildo Alves Marinho (Centro Educacional Leonardo Da Vinci) Taguatingua – DF
Ivanilde Fernandes Saad (UC. Dom Bosco) Campo Grande– MS
Jacqueline Rojas Arancibia (UFPB)) João Pessoa – PB
Janice T. Reichert (UNOCHAPECÓ) Chapecó – SC
João Benício de Melo Neto (UFPI) Teresina – PI
João Francisco Melo Libonati (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
José Luiz Rosas Pinho (UFSC) Florianópolis – SC
José Vieira Alves (UFPB) Campina Grande – PB
José William Costa (Instituto Pueri Domus) Santo André – SP
Krerley Oliveira (UFAL) Maceió – AL
Licio Hernandes Bezerra (UFSC) Florianópolis – SC
Luciano G. Monteiro de Castro (Sistema Elite de Ensino) Rio de Janeiro – RJ
Luzinalva Miranda de Amorim (UFBA) Salvador – BA
Mário Rocha Retamoso (UFRG) Rio Grande – RS
Marcelo Rufino de Oliveira (Grupo Educacional Ideal) Belém – PA
Marcelo Mendes (Colégio Farias Brito, Pré-vestibular) Fortaleza – CE
Newman Simões (Cursinho CLQ Objetivo) Piracicaba – SP
Nivaldo Costa Muniz (UFMA) São Luis – MA
Osvaldo Germano do Rocio (U. Estadual de Maringá) Maringá – PR
Raúl Cintra de Negreiros Ribeiro (Colégio Anglo) Atibaia – SP
Ronaldo Alves Garcia (UFGO) Goiânia – GO
Rogério da Silva Ignácio (Col. Aplic. da UFPE) Recife – PE
Reginaldo de Lima Pereira (Escola Técnica Federal de Roraima) Boa Vista – RR
Reinaldo Gen Ichiro Arakaki (UNIFESP) SJ dos Campos – SP
Ricardo Amorim (Centro Educacional Logos) Nova Iguaçu – RJ
Sérgio Cláudio Ramos (IM-UFRGS) Porto Alegre – RS
Seme Gebara Neto (UFMG) Belo Horizonte – MG
Tadeu Ferreira Gomes (UEBA) Juazeiro – BA
Tomás Menéndez Rodrigues (U. Federal de Rondônia) Porto Velho – RO
Valdenberg Araújo da Silva (U. Federal de Sergipe) São Cristovão – SE
Vânia Cristina Silva Rodrigues (U. Metodista de SP) S.B. do Campo – SP
Wagner Pereira Lopes (CEFET – GO) Jataí – GO
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