Fundamentos Filosóficos 1
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Conteúdo
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1. INTRODUÇÃO
Seja bem-vindo ao estudo da disciplina Fundamentos Filo-
sóficos, disponibilizada para você em ambiente virtual (Educação
a Distância).
Em nome do Centro Universitário Claretiano, damos-lhe as
boas-vindas, pois é um prazer para nós recebê-lo para iniciarmos
esta caminhada de estudo da filosofia. Desejamos que você em-
preenda com muito ânimo este itinerário.
O que é filosofia? Para que serve filosofia? Por que estudar
filosofia? Com certeza, você já deve ter feito este tipo de pergunta,
especialmente se já teve algum contato com filosofia. Nesta apos-
tila, tem-se por objetivo principal construir com você respostas
para estas questões, mostrando como a filosofia pode nos ajudar
a compreender as coisas de modo mais crítico. Além disso, filoso-
fia e religião têm, desde sua origem, uma íntima relação. Ao lado
da arte, elas são tidas como caminhos que levam à verdade. No
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não acreditar em nada, mas sim de saber por que se acredita, bus-
car os fundamentos de nossas "verdades".
A filosofia exigirá audácia, rigor e abertura para uma realida-
de mais complexa, mais abrangente, mais global rumo à verdade
que se encontra dispersa em meio a um emaranhado de formas
provindas das ideias, da cultura e dos preconceitos coletivos.
Filosofar é um ato de liberdade. Só é livre quem filosofa,
quem pergunta, quem decide tomar nas mãos a condução do pen-
samento, sem deixar conduzir por outrem. Na universidade trilha-
mos conjuntamente o caminho do conhecimento, contudo cada
um deverá caminhar com suas próprias pernas.
Agora iremos prosseguir identificando alguns ramos ou es-
pecificidades da filosofia. Incialmente, apresento:
a) Ontologia ou Metafísica: tem início desde a filosofia an-
tiga, procura o conhecimento dos fundamentos do ser,
das coisas, a busca dos fundamentos últimos de toda re-
alidade, o que faz com que uma coisa seja ela mesma e
não outra.
b) Lógica: foi desenvolvida, sobretudo, por Aristóteles, tra-
ta do conhecimento das leis que regem o pensamento
correto, verdadeiro, independentemente de seu conteú-
do. A lógica preocupa-se com as regras de verificação da
verdade no discurso. Pode ser dividida em lógica formal
que se preocupa com o desenvolvimento do pensamen-
to, forma e a não formal, com seu conteúdo.
c) Epistemologia: tal concepção é desenvolvida por Augus-
to Comte, o pai do positivismo. A epistemologia analisa
e critica as ciências, avalia seus métodos e resultados,
relaciona as ciências e procura refletir sobre seu desen-
volvimento.
d) Ética: estuda os valores morais, a liberdade, a vontade, a
responsabilidade, a obrigação, um fundamento racional
que justifica o que é bom e o que é mau. É o debruçar da
filosofia sobre os procedimentos e convenções morais.
Glossário de Conceitos
O Glossário permite a você uma consulta rápida e precisa
das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom domínio
dos termos técnico-científicos utilizados na área de conhecimento
dos temas tratados na disciplina Fundamentos Filosóficos. Veja a
seguir a definição dos principais conceitos desta disciplina:
© Caderno de Referência de Conteúdo 31
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados. Responder, dis-
cutir e comentar estas questões e relacioná-las com a Teologia,
pode ser uma forma de você medir o seu conhecimento, ter con-
tato com questões pertinentes ao assunto tratado e de lhe ajudar
na preparação para a prova final, que será dissertativa. Mais ainda:
é uma maneira privilegiada de você adquirir uma formação sólida
para a sua prática profissional.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a bibliografia básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte também as apresen-
tadas no Plano de Ensino e no item Orientações de estudo para a
unidade.
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Dicas (Motivacionais)
O estudo desta disciplina convida você a um olhar mais apu-
rado da educação como processo de emancipação do ser huma-
no. Procure ficar atento para as explicações teóricas, práticas (do
senso comum) e científicas presentes nos meios de comunicação,
e partilhe com seus colegas seus comentários. Ao compartilhar o
que observamos com outras pessoas, temos a oportunidade de
perceber o que nós e os outros ainda não sabemos, aprendendo
a ver e notar o que não tínhamos percebido antes desenvolvendo
discriminações. Observar é, portanto, uma capacidade que nos im-
pele à maturidade.
Você como aluno do curso de Graduação na modalidade EAD
necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. Para
isso você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor pre-
sencial e, principalmente da interação com seus colegas. Sugeri-
mos que organize bem o seu tempo, realize as atividades nas datas
estipuladas.
É importante que você anote suas reflexões em seu caderno
ou Bloco de Anotações, pois no futuro poderá utilizá-las na elabo-
ração de sua monografia ou futuras produções científicas. Mesmo
que suas reflexões não tenham uma utilização imediata, elas o aju-
darão a fixar os conteúdos na memória, a aprofundar as questões
em sua mente e a guardar suas intuições no coração.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie
seu conhecimento, corrija seus preconceitos e se lance a horizon-
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1. Objetivos
• Introduzir o debate acadêmico sobre o que é filosofia.
• Compreender a relação entre filosofia, poesia e política.
• Refletir sobre as principais tendências da história da filo-
sofia.
• Identificar e interpretar filosofia e senso comum.
2. Conteúdos
• O que é filosofia.
• Filosofia, poesia e política.
• Filosofia e senso comum.
• Filosofia e sua história.
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4. Introdução À UNIDADE
Estamos prestes a iniciar um estudo que o levará a conhecer
uma área específica do conhecimento humano muito falado, mas
pouco conhecida e aprofundada pela maioria das pessoas: a filo-
sofia.
Faremos uma viagem pelas principais ideias e implicações
dessa área do conhecimento, procurando defini-la, entender suas
relações com as demais áreas, passando pelos principais filósofos,
desde o nascimento até à consolidação da filosofia como atividade
humana racional, crítica e fundamentada pela busca da verdade.
Você estudará, nesta unidade, a definição de filosofia, com
toda a sua implicação problemática, a sua relação com a poesia e
a política. Em seguida, você conhecerá a conceituação de senso
comum, em contraposição à proposta filosófica, pois, em sentido
filosófico, são contrárias. Por fim, você entrará em contato breve
com os períodos históricos da filosofia, pois é sabido que ela só
tem sentido de existir quando propõe questões e respostas que
estejam em sintonia com o momento histórico em que ela é exer-
citada e vivida.
Vamos, então, ao nosso estudo!
5. O QUE É FILOSOFIA?
O termo filosofia tem origem grega e é composto por duas
palavras: “philo” e “sophia”. “Philo” significa amizade, amor entre
iguais. “Sophia”, por sua vez, significa sabedoria. Assim, etimolo-
gicamente, filosofia é amor e respeito pela sabedoria. O filósofo é
aquele que ama a sabedoria, o que tem amizade pelo saber, aque-
le que deseja o saber.
Figura 1 Clube da Mafalda
Fonte: ARANHA.; MARTINS. Introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 1993. P.38.
Galileu Galilei–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Galileu Galilei (em italiano Galileo Galilei, Pisa, 15 de fevereiro de 1564 — Flo-
rença, 8 de janeiro de 1642) foi um físico, matemático, astrônomo e filósofo ita-
liano que teve um papel preponderante na chamada revolução científica. Ele
desenvolveu os primeiros estudos sistemáticos do movimento uniformemente
acelerado e do movimento do pêndulo. Descobriu a lei dos corpos e enunciou
o princípio da inércia e o conceito de referencial inercial, idéias precursoras da
mecânica newtoniana. Galileu melhorou significativamente o telescópio refrator
e terá sido o primeiro a utilizá-lo para fazer observações astronômicas. Com ele
descobriu as manchas solares, as montanhas da Lua, as fases de Vênus, quatro
dos satélites de Júpiter, os anéis de Saturno, as estrelas da Via Láctea. Estas
descobertas contribuíram decisivamente na defesa do heliocentrismo. Contudo
a principal contributo de Galileu foi para o método científico, pois a ciência as-
sentava numa metodologia aristotélica. Desenvolveu ainda vários instrumentos
como a balança hidrostática, um tipo de compasso geométrico que permitia me-
dir ângulos e áreas, o termômetro de Galileu e o precursor do relógio de pêndulo.
O método empírico, defendido por Galileu, constitui um corte com o método aris-
totélico mais abstrato utilizado nessa época, devido a este Galileu é considera-
do como o "pai da ciência moderna (Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Galileu_Galilei>. Acesso em: 20 ago. 2010).
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Outra característica do senso comum é sua atitude prática
diante do mundo. Especialmente em nossa época, vivemos sobre
o império daquilo que é útil. As coisas que não têm utilidade práti-
ca e imediata são logo descartadas. Não muito raramente, algumas
pessoas afirmam que a teoria somente atrapalha e o que interessa
Fernando Pessoa––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Fernando Antônio Nogueira Pessoa nasceu em 13 de junho de 1888 em Lis-
boa. Em 1893 morre seu pai e em 1894, seu irmão, Jorge. No ano seguinte, sua
mãe casa-se com João Miguel Rosa, cônsul português em Durban, na África
do Sul. Em 1896, a família parte para Durban onde Fernando Pessoa estuda e
aprende o inglês. Em 1905, ele regressa definitivamente a Lisboa, com intenção
de se inscrever no Curso Superior de Letras. (Disponível em: <http://www.netsa-
ber.com.br/biografias/ver_biografia_c_861.html>. Acesso em: 20 ago. 2010).
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Os pré-socráticos –––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Os pré-socráticos são filósofos que viveram na Grécia Antiga e nas suas colô-
nias. Assim são chamados, pois são os que vieram antes de Sócrates, conside-
rado um divisor de águas na filosofia. Muito pouco de suas obras está disponível,
restando apenas fragmentos. O primeiro filósofo do qual temos uma obra siste-
mática e com livros completos é Platão, depois Aristóteles.
São chamados de filósofos da natureza, pois investigaram questões pertinen-
tes a esta, como de que é feito o mundo. Alguns se propuseram a explicar as
transformações da natureza. Tinham preocupação cosmológica. A maior parte do
que sabemos desses filósofos é encontrada na doxografia de Aristóteles, Platão,
Simplício e na obra de Diógenes Laércio (século 3º d. C.), Vida e obra dos filó-
sofos ilustres. A partir do século 7º a.C., há uma revolução monetária da Grécia,
e advêm a ela inovações científicas. Isso colaborou com uma nova forma de
pensar, mais racional. Os pré-socráticos inspiraram a interpretação de filósofos
contemporâneos como Nietzsche, que nos iluminou com a sua obra A filosofia na
época trágica dos Gregos e Hegel, que aplicou seu sistema na história da filoso-
fia. São eles: Tales de Mileto, Anaximandro, Anaxímenes, Pitágoras, Xenófanes,
Heráclito, Parmênides, Zenão de Eléia, Empédocles, Anaxágoras, Leucipo de
Mileto e Demócrito. (Disponível em: <http://www.consciencia.org/pre_socraticos.
shtml>. Acesso em: 20 ago. 2010).
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Sócrates–––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Sócrates nasceu em Atenas em 470/469 a. C. e morreu na mesma cidade em
399 a.C., condenado devido a uma acusação de "impiedade": ele foi acusado de
ateísmo e de corromper os jovens com a sua filosofia, mas, na realidade, estas
acusações encobriam ressentimentos profundos contra Sócrates por parte dos
poderosos da época. Ele era filho de um escultor, chamado Sofronisco, e de uma
parteira chamada Fenarete. Desde a juventude, Sócrates tinha o hábito de de-
bater e dialogar com as pessoas de sua cidade. Ao contrário de seus predeces-
sores, Sócrates não fundou uma escola, preferindo também realizar seu trabalho
em locais públicos (principalmente nas praças públicas e ginásios), agindo de
forma descontraída e descompromissada (pelo menos na aparência), dialogan-
do com todas as pessoas, o que fascinava jovens, mulheres e políticos de sua
época. (Disponível em: http://br.geocities.com/carlos.guimaraes/socrates.html>.
Acesso em: 20 ago. 2010).
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9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAs
Sugerimos, neste tópico, que você procure responder às
questões a seguir, que tratam da temática desenvolvida nesta uni-
dade, bem como que as discuta e as comente.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
testar seu desempenho. Se encontrar dificuldades em responder
a essas questões, procure revisar os conteúdos estudados para
sanar suas dúvidas. Este é o momento ideal para você fazer uma
revisão do estudo desta unidade. Lembre-se de que, na Educação
a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma coo-
perativa e colaborativa. Portanto, compartilhe com seus colegas
de curso suas descobertas.
Confira, na sequência, as questões propostas para verificar
seu desempenho no estudo desta unidade:
1) O que é filosofia?
2) O que é senso comum? Quais suas principais características?
3) Faça uma autoanálise e também observe ao seu redor.
Como o senso comum aparece? Cite exemplos de ati-
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10. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, você pôde compreender a filosofia não
apenas como conjunto de saberes teóricos que nada têm a ver
com a realidade, com a verdade. Antes, a filosofia é uma pos-
tura. É atitude de espanto e de dúvida. O espanto e a dúvida se
dão em relação ao senso comum. No entanto, não podemos nos
esquecer de que ela sempre ocorre num mundo marcado pela
política, relacionando-se também com as outras áreas do saber,
tais como a poesia.
Prosseguindo, na Unidade 2, estudaremos a transição do
“mithós” para o “logos” a partir do exame de algumas escolas pré-
socráticas.
Até lá!
11. E-REFERÊNCIAs
CLUBE DA MAFALDA <http://clubedamafalda.blogspot.com>. Acesso em: 20 ago. 2010.
HEIDEGGER, M. Que é isso – a filosofia? Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br>.
Acesso em: 20 ago. 2010. 12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Lista de figuras
Figura 1 - Clube da Mafalda. Disponível em:<http://clubedamafalda.blogspot.com>.
Acesso em: 20 ago. 2010.
Figura 2 - Aristóteles e Homero: Disponível em: <http://www.uah.edu/colleges/liberal/
philosophy/heikes/302/time/rembrant/aristotle.html>. Acesso em: 20 ago. 2010.