Mecânica Dos Fluidos

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Aula 03

Fluido estática
Como o nome indica é o estudo de fluidos em repouso, deste modo sofrem
somente a ação de forças normais. Como não há deformação podemos aplicar
a segunda lei de Newton.

Resumo:

 Fluido em repouso;
 Somente ação de forças Normais;
 Não há deformação.

Aplicações:

 Prensas hidráulicas, freios hidráulicos, boias, pressões no ar e na água,


etc... (outras).

Forças que atuam no Volume Infinitesimal:

Atuando no volume diferencial de massa, dm, temos as foças de campo e de


superfície.

1. Forças de campo – São as forças que atuam diretamente na massa do


volume. Ex: Gravidade, campo magnético.

⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝑑𝐹𝐵 = 𝑑𝑚. 𝑔 = 𝜌. 𝑑∀. 𝑔 = 𝜌. 𝑔. 𝑑𝑥. 𝑑𝑦. 𝑑𝑧

⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝑑𝐹𝐵 = 𝜌. 𝑔. 𝑑𝑥. 𝑑𝑦. 𝑑𝑧

2. Forças de superfície – São as forças que atuam na superfície do corpo

dz

P x
𝜕𝑝 𝑑𝑦
𝜕𝑝 𝑑𝑦 x (𝑝 + . ) . 𝑑𝑥. 𝑑𝑧
(𝑝 − . ) . 𝑑𝑥. 𝑑𝑧 𝜕𝑦 2
𝜕𝑦 2
y

x
dx
x
x dy x

x x x

x x
Onde

⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝑑𝐹𝑆 = 𝑝. ⃗⃗⃗⃗⃗
𝑑𝐴

Para a componente y temos então, que:

𝜕𝑝 𝑑𝑦 𝜕𝑝 𝑑𝑦
𝑑𝐹𝑦 = (𝑝 − . ) . 𝑑𝑥. 𝑑𝑧 − (𝑝 + . ) . 𝑑𝑥. 𝑑𝑧
𝜕𝑦 2 𝜕𝑦 2

𝜕𝑝
𝑑𝐹𝑦 = − . 𝑑𝑦. 𝑑𝑥. 𝑑𝑧
𝜕𝑦

Fazendo procedimento análogo nas demais direções temos:

𝜕𝑝 𝜕𝑝 𝜕𝑝
⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝑑𝐹𝑆 = (− 𝑖̂. − 𝑗̂ − 𝑘̂) 𝑑𝑦. 𝑑𝑥. 𝑑𝑧
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

𝜕𝑝 𝜕𝑝 𝜕𝑝
⃗⃗⃗⃗⃗⃗𝑆 = − (
𝑑𝐹 𝑖̂ + 𝑗̂ + 𝑘̂) 𝑑𝑦. 𝑑𝑥. 𝑑𝑧
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

Definindo

𝜕𝑝 𝜕𝑝 𝜕𝑝 𝜕 𝜕 𝜕
𝐺𝑟𝑎𝑑 𝑝 ≡ ∇𝑝 ≡ (𝑖̂ + 𝑗̂ + 𝑘̂ ) ≡ (𝑖̂ + 𝑗̂ + 𝑘̂ ) 𝑝
𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧 𝜕𝑥 𝜕𝑦 𝜕𝑧

⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝑑𝐹𝑆 = −∇𝑝. 𝑑𝑦. 𝑑𝑥. 𝑑𝑧

⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝑑𝐹𝑆
∇𝑝 = − 𝑑𝑦.𝑑𝑥.𝑑𝑧 = Força de superfície, negativa, por unidade de volume.

Somando as forças de campo com as de superfície, temos:

𝑑𝐹 = 𝑑𝐹𝑆 + 𝑑𝐹𝐵 = (−∇𝑝 + 𝜌. 𝑔)𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧

Da 2° lei de newton 𝑑𝐹 = 𝑑𝑚. 𝑎 = 𝜌. 𝑑∀. 𝑎 como o fluido está em repouso 𝑎 = 0


logo:

𝑑𝐹
= 𝜌. 𝑎 = 0 = −∇𝑝 + 𝜌. 𝑔
𝑑∀

−∇𝑝 + 𝜌∙𝑔 =0

𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑑𝑒 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎


{ 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 }+ { 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑑𝑒 }=0
𝑑𝑒 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑒𝑚 𝑢𝑚 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑒𝑚 𝑢𝑚 𝑝𝑜𝑛𝑡𝑜
Em componentes:

𝜕𝑝 𝜕𝑝
− + 𝜌. 𝑔𝑥 = 0 → =0 𝑒𝑚 𝑥
𝜕𝑥 𝜕𝑥

𝜕𝑝 𝜕𝑝
− + 𝜌. 𝑔𝑦 = 0 → =0 𝑒𝑚 𝑦
𝜕𝑦 𝜕𝑦

𝜕𝑝 𝜕𝑝
− + 𝜌. 𝑔𝑧 = 0 → = −𝜌. 𝑔𝑧 𝑒𝑚 𝑧
𝜕𝑧 𝜕𝑧

Então:

Restrições:

1. Fluido em repouso;
2. Gravidade é uma força atuante;
3. O eixo z é vertical.

1. Fluidos Incompressíveis

𝑑𝑝
= −𝜌𝑜 . 𝑔 = 𝑐𝑡𝑒
𝑑𝑧
𝑝 𝑧
∫ 𝑑𝑝 = ∫ −𝜌𝑜 . 𝑔. 𝑑𝑧
𝑝0 𝑧0

𝑝 − 𝑝𝑜 = −𝜌0 (𝑧 − 𝑧0 ) = 𝑝0 + 𝜌0 . 𝑔. (𝑧0 − 𝑧)

𝑝 = 𝑝0 + 𝜌0 . 𝑔. (𝑧0 − 𝑧)
ℎ = (𝑧0 − 𝑧)

Esta equação indica que a diferença de pressão entre dois pontos num
Fluido Estático pode ser determinada medindo-se a diferença de elevação
entre eles. Os dispositivos usados para este propósito são chamados de
manômetros.
Manômetro em tubo U

𝒑𝑨𝒎𝒂𝒏 = 𝝆𝟐. 𝒈. 𝒉𝟐 − 𝝆𝟏. 𝒈. 𝒉𝟏 = 𝒈 ∙ (𝝆𝟐 ∙ 𝒉𝟐 − 𝝆𝟏 . 𝒉𝟏 )

Regras:

 Dois pontos quaisquer, situado a mesma cota e no mesmo líquido em


repouso, estão sujeitos a mesma pressão;
 A pressão aumenta à medida que caminhamos para baixo. (ex: piscina)

Densidade relativa

Densidade relativa dos fluidos, d (ou SG – Specific Gravity), é a relação entre


as massas específicas do fluido e a água a 4°C (referência).

Por exemplo, a densidade relativa do mercúrio é d=13,6, então:


1000𝑘𝑔
𝜌á𝑔𝑢𝑎 = e 𝑑𝐻𝑔 = 𝑆𝐺𝐻𝑔 = 13,6
𝑚3

13,6.1000𝑘𝑔 𝑘𝑔
𝜌𝐻𝑔 = 𝑑𝐻𝑔 . 𝜌á𝑔𝑢𝑎 = = 13.600
𝑚3 𝑚3

𝜌 𝛾
𝑑= =𝛾 onde: 𝛾 = 𝜌 ∙ 𝑔
𝜌á𝑔𝑢𝑎 á𝑔𝑢𝑎
Pressões
Atmosfera padrão

Exercícios

Dado o manômetro de tubo múltiplo conforme mostrado na figura, determine a


diferença de pressão pA – pB. A Densidade relativa (SG) do óleo é 0,8 e a do
mercúrio é 13,6.
Determine a pressão nos pontos assinalados A, B, C e D.

Exercícios

3.1-3.5-3.6-3.13-3.19-3.22-3.24-3;28
Aula 4

Força hidrostática sobre superfícies planas (Empuxo)

A força 𝑑𝐹 agindo em 𝑑𝐴 será;

𝑑𝐹 = −𝑝. 𝑑𝐴 = 𝛾. ℎ. 𝑑𝐴 = 𝛾. 𝑦. 𝑠𝑒𝑛𝛼. 𝑑𝐴

E o empuxo total ou força resultante será dado por:

𝐹𝑅 = ∫ −𝑝. 𝑑𝐴 = ∫ 𝛾 . 𝑦. 𝑠𝑒𝑛𝛼. 𝑑𝐴 = 𝛾. 𝑠𝑒𝑛𝛼 ∫ 𝑦. 𝑑𝐴


𝐴 𝐴 𝐴

Onde

∫ 𝑦. 𝑑𝐴 = 𝑦̅. 𝐴
𝐴

A integral, acima, é o momento estático (primeiro momento) da área em


relação ao eixo x.

𝐹𝑅 = 𝛾. 𝑠𝑒𝑛𝛼. 𝑦̅. 𝐴 = 𝛾. ℎ̅. 𝐴

Onde ℎ̅ é a profundidade do centroide da área A. Então a força resultante é


igual a pressão no centroide multiplicada pela área.

O ponto de aplicação do empuxo deve ser localizado de modo que o momento


deste empuxo, em relação a qualquer eixo seja igual a soma dos momentos
dos empuxos elementares em relação ao mesmo eixo, ou seja:
𝐹𝑅 . 𝑦𝑝 = ∫ 𝑦. 𝑑𝐹 = ∫ 𝛾. 𝑦 2 . 𝑠𝑒𝑛𝛼. 𝑑𝐴 = 𝛾. 𝑠𝑒𝑛𝛼 ∫ 𝑦 2 𝑑𝐴
𝐴 𝐴 𝐴

Porém,

∫ 𝑦 2 𝑑𝐴 = 𝐼0
𝐴

Logo temos

𝛾. 𝑠𝑒𝑛𝛼 𝛾. 𝑠𝑒𝑛𝛼 𝐼0
𝑦𝑝 = ∫ 𝑦 2 𝑑𝐴 = . 𝐼0 =
𝐹𝑅 𝐴 𝛾. 𝑠𝑒𝑛𝛼. 𝑦̅. 𝐴 𝑦̅. 𝐴

Porém, pelo teorema dos eixos paralelos, tem-se:

I0 = I𝑥𝑥 + 𝑦̅ 2 . A

𝐼𝑥𝑥
𝑦𝑝 = 𝑦̅ +
𝑦̅. 𝐴

E, da mesma forma,

𝐼𝑥𝑥
𝑥𝑝 = 𝑥̅ +
𝑥̅ . 𝐴
Onde :

Io = Momento de inércia em relação ao ponto “O”;

I𝑥𝑥 = Momento de inércia em relação ao Centroide (CG);

𝑦̅ = distância entre o ponto “O” e o centroide.

Quando a superfície plana cruza a superfície livre do fluído, o valor de 𝑦𝑝 é


dado por:

2
𝑦𝑝 = .𝑦
3
Exercício

A superfície plana inclinada da figura é articulada em A, ao longo de 5 m de


largura. Determinar o empuxo, ⃗⃗⃗⃗
𝐹𝑅 , da água sobre esta superfície e o esforço na
dobradiça.
Empuxo sobre superfícies curvas

Para determinar o empuxo exercido sobre superfícies curvas é, quase sempre,


mais conveniente separar a força resultante em componentes horizontal e
vertical. Conforme as figuras acima, a força horizontal pode ser calculada
aplicando na superfície plana ab, a equação:

𝐹𝐻 = 𝛾. ℎ̅. 𝐴𝑎𝑏

A força vertical pode ser calculada a partir do peso do liquido no volume abc:

𝐹𝑉 = 𝛾. ∀𝑎𝑏𝑐

Determina-se a resultante pela eq.

𝑅 = √𝐹𝐻2 + 𝐹𝑉2

Exercício:

1. Determinar o empuxo exercido pela água em uma comporta vertical


mostrada na fig., de 3 x 4m, cujo topo se encontra a 5m de
profundidade. Determinar, também, a posição do centro de pressão. R:
F=764,4 kN; yp = 6,615m
2. Numa barragem de concreto está instalado uma comporta circular de
ferro fundido com 0,2 m de raio, à profundidade indicada (fig.).
Determinar o empuxo que atua na comporta. R: 5.191 N
3. Uma caixa d’água de 800 l mede 1,0 x 1,0 x 0,8m (Larg. X Compr. X
Alt.). Determinar o empuxo que atua em uma de suas paredes laterais e
o seu ponto de aplicação. R: 3.139,2 N; 0,533 m.
4. Calcular os módulos e as linhas de ação das componentes do empuxo
que age sobre a comporta cilíndrica da Fig., de 3,28m de comprimento.
R: 101,7 kN; 0,847 m.
Exercícios lista em anexo

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