Apuntes NEP 13 de Maio
Apuntes NEP 13 de Maio
Apuntes NEP 13 de Maio
No início, as atividades eram “meio emboladas”, conta Scapi, mas, depois, a Equipe
decidiu organizá- las em três frentes:
Trabajo directo: O trabalho direto, denominado também de trabalho de base, era a ação
central do 13 de Maio NEP a que se subordinavam as demais, desde o desenvolvimento de
novos cursos para abordar temas necessários à formação dos militantes daqueles
movimentos emergentes, até a elaboração de recursos pedagógicos, também com a
finalidade de auxiliar a organização dos trabalhadores. Como trabalho direto, entendia-se o
acompanhamento e a assessoria a oposições sindicais, movimentos populares ou entidades
recém-tiradas “das mãos dos pelegos”. Isso consistia em levar àqueles movimentos que
começavam a se construir de forma autônoma a experiência que se tinha com a organização
de atividades de base, a redação de boletins e outros veículos de comunicação, a preparação
de assembléias e outras atividades.
Los cursos se fueron elaborando apenas detectaran fallas en el trabajo de base. Así mismo,
las discusiones que existían en el transcurso de los cursos fueron punto de partida para la
generación de nuevos cursos.
a. Faz-se o projeto do curso e aprofunda-se a discussão sobre ele. Isso envolve a questão do
eixo do curso, objetivos a serem atingidos, recursos a serem utilizados para atingir os
objetivos em questão. Dessa discussão, nascia o protótipo do curso.
b. Curso piloto: a primeira experiência.
c. Avaliação da Equipe: levantam-se todos os elementos discutidos anteriormente, só que
agora já testados na prática. A discussão, geralmente, leva a modificações do roteiro
anterior.
d. Novas experiências práticas que fornecem novos e mais aprimorados elementos de
avaliação, tais como, acertos e gargalos na forma do conteúdo do curso, ritmo, dinâmicas e
outros recursos pedagógicos utilizados.
e. Nova avaliação da Equipe enriquecida por avaliações e observações pessoais dos
monitores e dos participantes em relação ao curso e às suas partes singulares. Nesta etapa
da discussão, geralmente eram elaboradas novas alterações e um novo roteiro, levando em
consideração as dificuldades e os acertos com que se deparavam nos mais diferentes grupos
para os quais o curso já foi ministrado.
f. Novas experiências práticas, englobando a riqueza de sugestões de toda a dinâmica de
criação e avaliação, que vêm servir de nova base para ulteriores avaliações e
aprimoramentos dos cursos.
1 – Questões de Sindicalismo
Roteiro: - como está a situação dos trabalhadores da categoria, da região e do País? e a
situação dos patrões? - quem produz a riqueza? para quem produz? - o processo produtivo:
salário, lucro, preço, mais-valia – clases sociais - como e para que surgiram os sindicatos –
sindicato livre e sindicato atrelado – sindicato e aparelho sindical.
3 – Campanha salarial
Roteiro: - avaliação das campanhas anteriores – estudo do contexto econômico-político-
sindical em que se desenvolve a campanha – definição dos objetivos e instrumentos –
mecanismos de acompanhamento e controle – negociação e mobilização da categoria –
formas de luta e direção.
9 – Análise de conjuntura
Quando falamos em estudo de conjuntura estamos nos referindo ao presente. Para
entendermos bem a atualidade, temos que dominar as determinações objetivas dos
acontecimentos. Somente assim estaremos preparados para compreender o possível dentro
da conjuntura e diferenciá-lo de pretensões e propostas desvinculadas das linhas de força
objetivas da história. Para nós, a importância da Análise de Conjuntura está no fato de
prever. O teste da teoria é a prática. As nossas análises semanais de conjuntura são úteis
para os leitores apreenderem a teoria submetida ao teste da prática. Observação: Os textos
semanais você pode receber fazendo uma assinatura anual.
Com a crescente demanda por atividades de formação por todo o Brasil, a Equipe do 13 de
Maio NEP, fixada em São Paulo, não conseguia mais atender todos os pedidos. Em 1988
surgiu a necessidade e a idéia de dar início à formação de multiplicadores do Programa de
Formação da Entidade. Foi a partir dessa premência que a idéia de desenvolver roteiros,
cursos, programas se cristalizou. Quem assumiu a tarefa de formar novos monitores, como
são denominados os educadores ou multiplicadores, foi Humberto Bodra. A escolha se deu
por ser ele o mais organizado e detalhado.
Com base nesses princípios, os objetivos colocados para o trabalho de formação política a
ser empreendido são:
Contribuir para que os setores populares se tornem sujeitos ativos e conscientes, que se
capacitem para atuar de forma efetiva nas decisões e rumos da vida econômica e política de
nosso País, bem como para criar espaços próprios de organização, rompendo com a lógica
da delegação de poderes, tanto nas instâncias de representação da sociedade como naquelas
criadas pelos próprios trabalhadores.
Contribuir para que sejam recuperadas as mediações e a organicidade entre o patamar
institucional e os movimentos sociais que lhes deram origem, buscando-se “uma
consistência necessária para que os excluídos possam fazer valer seus interesses na
transformação democrática da [...] realidade”.
Formar e capacitar militantes dos movimentos sindical, popular, partidário e pastoral para
que possam agir de forma crítica, consciente e criativa na condução de suas entidades, suas
relações e lutas, e também para enfrentar problemas concretos no planejamento e na ação
desse trabalho.
Socializar os elementos básicos para uma compreensão da realidade e para transformála,
contribuindo na integração dos grupos atingidos, superando os desníveis de formação entre
os seus participantes.
Difundir a necessidade de que a formação seja vista como um esforço permanente,
desenvolvendo programas, e não eventos isolados e assistemáticos de formação,
promovendo, dessa forma, uma cultura de formação.
Formar e capacitar educadores, para que, junto a suas entidades e regiões, desenvolvam,
na prática, programas próprios de formação.
Manter uma Equipe ágil, com mobilidade e custos reduzidos, que possibilite levar até as
regiões e entidades mais distantes e necessitadas as atividades de formação.
Continuar o programa de formação desenvolvido pelo 13 de Maio NEP, adaptando-o às
novas exigências da realidade e dos grupos atingidos.
Manter e aperfeiçoar a Equipe de trabalho, tornando-a capaz de atender de forma mais
adequada todos os cursos do programa, permitindo, também, o aperfeiçoamento e a
especialização em temas específicos da realidade.
Priorizar a preparação de formadores para que estes possam desenvolver atividades (de
formação) junto a suas entidades, grupos e movimentos.
Manter e aperfeiçoar o boletim de acompanhamento da conjuntura semanal.
C3. Curso de monitores: Este programa compõe-se de estudos teóricos, tanto sobre os
temas dos cursos como de fundamentos teóricos mais gerais, sobre concepção
metodológica, vivências pedagógicas comentadas, oficinas a respeito das principais
dinâmicas utilizadas em cursos de formação básica e práticas onde o formando realiza
atividades educativas que, em seguida, são comentadas e avaliadas. É estruturado para que
os participantes se capacitem a ministrar três cursos básicos: Como funciona a sociedade,
Comunicação e expressão e Como fazer análise de conjuntura.165 Esses são apenas uma
base sobre a qual o curso de monitores é desenvolvido e uma opção de programa mínimo a
ser colocado em prática. Muitos são os casos de formadores que desenvolvem seus próprios
cursos, adaptando os roteiros estudados à realidade de seus movimentos. Duração: 13
encontros, sendo 01 (um) intensivo de 10 dias, seguido de 12 encontros de 3 dias cada,
realizados em intervalos de 2 a 3 meses ao longo de 2 anos.
Foi por este processo que as pessoas superaram seu estágio inicial de consciência. Viveram
novas relações que se chocaram com antigos valores por elas interiorizados. A migração
para o sudeste em busca de uma vida melhor e o choque com a dura realidade das fábricas,
a adolescência e o contato com a realidade da escola, a vivência das relações de opressão
sobre a mulher no trabalho ou em casa, são algumas das situações que levam as pessoas a
questionar sua vida e seus valores, que se tornam insuficientes para explicar as contradições
de sua vivência presente. Esta percepção inicial leva, no começo, à revolta como ato
individualizado, e apenas em certas condições pode levar a uma nova fase de seu processo
de consciência. Estas condições parecem estar ligadas à existência de situações de
grupalização, onde o indivíduo percebe sua revolta na revolta dos outros e desenvolve um
sentido de grupo de coletivo. A percepção do problema comum pode levar a uma ação
coletiva, a novas vivências e à emergência de novos valores. Neste contexto, agem os
grupos de jovens, pastorais, sindicatos e movimentos populares, e é onde se encontra a
maior parte de nosso público. Ainda nesta fase, enfrentamos as aparências, lutamos
contra os efeitos e não as causas. Lutamos por melhores salários, melhores condições de
vida, contra uma injustiça etc. Os limites desta percepção ficam claros quando começamos
a nos indagar sobre as causas e não nos contentamos em saber que existe miséria, os baixos
salários, a precariedade da moradia, da saúde, a violência. Buscamos saber por que existe
tudo isto, quais as causas, as raízes destes fenômenos. Procuramos saber como funciona
para saber como mudar.
Não podem mais ser encontradas no horizonte imediato da vivência de cada um. Exigem
conhecimento do funcionamento estrutural da sociedade, de história e de meios teóricos
para estas compreensões. São necessárias mediações teóricas
Sabemos que qualquer novo valor ou conceito não é assumido a não ser pelo fato de ser
vivenciado, de preferência em situações de grupalização. Assim, partimos de um
conhecimento universal, já existente antes da atividade de formação, na forma de
conhecimento acumulado que, na situação do curso, deve ser vivenciado pelo grupo,
reconstruído como conceito e traduzido para aquela realidade particular. Não adianta
definir conceitos, eles devem ser vividos. Isto é feito nas atividades através de uma série
de mediações, recursos e dinámicas que permitem aos participantes traduzirem os
conceitos para sua realidade. Simulam-se situações e criam-se problemas que exigem
soluções e o grupo vai recriando conceitos dirigidos pelo monitor. Afirmamos que o
educador não pode ser um simples promotor da participação, ele é um agente
fundamental na condução da atividade que, ao mesmo tempo, é dirigida e
profundamente participativa.
Para proporcionar essa vivência, a Equipe expressa em seu Programa de Formação que são
utilizadas várias técnicas “para possibilitar este partilhar, onde o monitor orienta a
participação em busca da reconstrução dos conceitos”. Para isto, são utilizadas desde
técnicas de Maiêutica, que, no fundamental, consistem em provocar o diálogo e a
contraposição de idéias (que vêm da prática socrática do „partejar‟ o conhecimento), até
técnicas psicodramáticas adaptadas à prática educativa. Como exemplo de tais dinâmicas,
mencionam:
Buscando situar a proposta educativa do 13 de Maio NEP no âmbito desse debate, apontam
que ela era “identificada como a herança tradicional e dogmática da transmissão de
conteúdos pré-estabelecidos”.
Do ponto de vista caricatural, essa prática seria enquadrada como educação “tradicional”.
Ao entrar em contato com formulações mais recentes no campo da educação popular, a
Equipe do 13 de Maio NEP percebe uma preocupação com a socialização do conhecimento
universal acumulado. O texto de Marcos Arruda, que defende a concepção metodológica
dialética, ilustra a afirmação: “[...] nossa primeira tarefa é ajudar os trabalhadores a se
apropriarem do conhecimento universal acumulado [...].”
Na concepção da Equipe, quando se fala em educação política, não basta apenas “partir do
conhecimento universal acumulado, é necessário questionar a forma com a qual se pretende
socializá-lo”. Nesse sentido, a questão que se coloca é: se se trata do simples ato de
transmissão deste conhecimento, o verticalismo é inevitável? O centro da polêmica entre a
concepção metodológica defendida pelo 13 de Maio NEP e a chamada Concepção
metodológica dialética (CDM) apresentada no texto de Marcos Arruda diz respeito à
identificação de qual é o ponto de partida do processo educativo: se da realidade concreta
de cada grupo ou do conhecimento universal acumulado.
[...] o nosso ponto de partida para a educação nova e diferente deve ser aquilo que os
trabalhadores trazem para os cursos de formação, começando a construir para além do que
eles já conhecem, restituindo, recapitulando e integrando todo este conhecimento no seu
próprio processo de crítica [...]. Somente tomando como ponto de partida o próprio
trabalhador e seu conhecimento é que podemos valorizar ese conhecimento e fazê-lo
transfigurar a si próprio.
Assim, “o conhecimento ganha sentido à medida que se traduz para um contexto concreto,
assim, como este contexto só se compreende à luz do conhecimento anterior. Mas, se isto é
assim, o conhecimento sistematizado, portanto teoria, estaria numa posição de anterioridade
em relação à realidade concreta imediata. Como ficaria então a proposta na equação
Prática-Teoria-Prática? (P –T– P)” (Idem, p. 51).
Para o 13 de Maio NEP, a forma como se relacionam prática e teoria, tanto na produção do
conhecimento, como na prática política, não se dá, geralmente, sem mediações, pois “todo
conhecimento deriva de uma prática, de um contexto histórico concreto, assim como, tanto
este conhecimento como esta prática, são manifestações sociais”. Desse modo, uma prática
humana, uma ação social concreta, histórica, “possibilita uma reflexão, uma abstração
teórica, nela baseada, que será a base para futuras ações transformadoras e novas sínteses
teóricas. Portanto, um processo ininterrupto de ações e sínteses sucessivas.” (13 de Maio
NEP, 1992, pp. 52-53).
Em diversos depoimentos e nos relatórios e avaliações a que tive acesso, menciona-se que
as atividades educativas do 13 de Maio NEP têm como característica fundamental o fato de
que os educadores, na condução dos cursos ou seminários, vão construindo os conceitos em
diálogo com os participantes, a partir de questões-chaves. Exemplos disso podem ser
citadas as seguintes dinâmicas: No curso Como funciona a sociedade: “Que País é esse”?.
No Questões de sindicalismo: “Como é que você faria?”. Segundo Iasi (2001), “esse tipo de
„joguinho‟ está presente em tudo”. Destaca que não se trata de um acidente, não é um
aspecto casual dentro do programa. É “o valor mestre”, a “chave mestre”. Está presente no
curso „Como funciona‟, no „Comunicação e expressão‟, no „Questão de gênero‟, e em
vários pontos do curso Formação de monitores.
Como dito anteriormente, essa prática, identificada como tendo sido inspirada na Maiêutica
socrática, era um procedimento adotado para busca do conhecimento, significando
literalmente: a arte de fazer partos. Iasi (2007), em seu depoimento, destaca que não se trata
de um princípio pedagógico, mas sim de “um procedimento ligado a uma concepção do
senso-comum, ligada a uma concepção do processo de consciência, por meio de uma
concepção da dialética”.
Na primeira parte, Sócrates convida à busca da verdade através de uma exortação. Esta
primeira motivação para o diálogo é o chamado protéptico. Numa segunda parte do
diálogo, Sócrates vai indagando ao interlocutor até chegar no que chama da “boa questão”.
Esta segunda parte, chamada de élenkhos, é subdividida em duas sessões: primeiro
Sócrates comenta as respostas, demonstrando que são preconceitos, opiniões oriundas da
percepção aparente das coisas, através dos sentidos, faz isso utilizando a técnica da
eiróneia (ironia) visando quebrar a solidez aparente do preconceito; depois o filósofo
continua com as perguntas, só que agora sugerindo certas direções para que o interlocutor
possa construir a definição do conceito da coisa. É nesta última parte do método, que
Sócrates realiza a maiêutica, ou seja, o parto do conceito verdadeiro (IASI, 2002, p.2).
No caso do 13 de Maio NEP, a maiêutica é utilizada para fazer emergir o senso comum e
não a verdade, como é para Sócrates. Construiu-se uma fusão da maiêutica e élenkhos, diz
Iasi(2001), e na prática formativa dos educadores da Entidade o “parto” dosenso comum é
feito por uma combinação da ironia com a maiêutica.
Esse primeiro momento do diálogo educativo poderia ser chamado de dialética negativa,
onde o monitor faz emergir o senso comum para colocá-lo em contradição lógica. Num
segundo momento, da dialética positiva, trata-se da construção do conceito. Acontece que,
no nosso caso, partimos do pressuposto de que o conceito já existia e a tarefa educativa é
eminentemente de socialização de conceitos. O diálogo ainda é um meio de construção do
conceito, mas no caso de sua existência anterior, seria melhor falar em “reconstrução do
conceito”. Daí a impressão de varios pedagogos que participaram de nossas atividades de
que nosso método seja “construtivista” (IASI, 2001, p. 3).
O senso comum, prossegue Iasi (2001), “seria exatamente a primeira forma de consciência
formada pelos valores assumidos de maneira ocasional e arbitrária a partir da vivência
imediata das relações do indivíduo”. A primeira tarefa, portanto, da educação popular é
fazer brotar esse senso comum “como afirmação e colocá-lo em contradição, questioná-lo,
não diretamente, mas através do diálogo e da maiêutica para que ele veja a sua afirmação
como algo externo que saiu dele e que entrou em contradição lógica” (Idem, p.3).
uma vez „parido‟ o senso comum, abriu-se o espaço que antes era ocupado por ele para a
reconstrução do conceito. Mas este conceito não pode ser uma simples idéia que ocupa o
lugar da antiga, pois assim corre-se o risco do conceito simplesmente se somar ao senso
comum como mais um dos elementos que compõe sua unidade incoerente (IASI, 2001).
Durante as atividades, essa reconstrução conceitual se dá por meio da simulação de uma
relação vivida, para que se estabeleça o vínculo e por meio dessa “vivência” possa ser
apresentado o novo conceito como um valor a ser assumido pelo indivíduo. O emprego da
Maiêutica, juntamente com as dinâmicas de grupo, compõem, pois, os procedimentos que
integram os roteiros dos cursos e seminários da Entidade. A sua construção parte do
entendimento de que o vínculo educativo é algo que o monitor busca desde o início da
atividade por meio do diálogo e do envolvimento do grupo. Por isso, acrescenta Iasi (2001),
“o grupo é a peça chave da dinâmica educativa”, pois “permite que o indivíduo reproduza,
na situação grupal, o processo de identidade e veja no produto do grupo a manifestação de
si mesmo”
Essa concepção foi consolidada em 1992, como dito no capítulo terceiro, a partir de um
debate iniciado com a criação da primeira turma de monitores, em 1988, e tomou corpo
durante uma discussão promovida pela Secretaria de Formação do PT, com a publicação do
texto Uma contribuição à questão metodológica. Segundo tais documentos, para o 13 de
Maio NEP, a formação política está situada no conjunto das estratégias de transformação da
realidade. Seus educadores posicionam-se para além da dicotomia entre uma concepção
basista ou conteudista. Identificam em seu trabalho educativo elementos herdados da
tradição dos PCs de fazer formação política, no que diz respeito ao desenvolvimento do
conteúdo, bem como aspectos da tradição cristã, desenvolvidos pelas Comunidades
Eclesiais de Base. Esses dizem respeito, sobretudo, à forma, quando buscam desenvolver
atividades mais participativas. A partir da crítica da denominada Concepção Metodológica
Dialética, predominante nos movimentos de educação popular e exposta de forma
detalhada no capítulo terceiro, formou-se a concepção do 13 de Maio NEP, sintetizada no
seguinte trecho:
Essa prática tem o objetivo de facilitar a apreensão do conteúdo dos cursos e promover uma
aproximação com a realidade dos participantes. Trata-se de situações simuladas, próximas a
situações psicodramáticas, em que se torna possível que o conceito seja primeiro
vivenciado para depois ser definido. Tais dinâmicas criadas pelos educadores são
compartilhadas nos cursos de formação de educadores, debatidas e modificadas nos
encontros ou boletins do Fórum Nacional de Monitores. Em relação ao seu emprego nos
cursos é importante mencionar que alguns educadores têm questionado em que medida a
sua utilização, em alguns casos, pode ou não distorcer a apreensão do conteúdo. Verifiquei
que esse debate ainda está candente no âmbito do FNM.
c. O emprego da maiêutica
Por fim, é importante mencionar a existência de uma lacuna, reconhecida pela Equipe, no
que refere à discussão e posicionamento acerca das concepções pedagógicas no campo da
educação de forma geral, tanto em relação ao seu papel no âmbito da sociedade capitalista,
como sobre a sua importância num contexto de construção de uma nova sociedade.