PADRÃO
PADRÃO
PADRÃO
com os Descobrimentos .
PADRÃO
O esforço é grande e o homem é pequeno.
Padrão: marco de pedra com emblemas simbólicos, que assinalava a posse de Portugal sobre
as terras descobertas. Era erguido pelos navegadores portugueses nas terras que iam
descobrindo, tendo como emblemas a cruz e as quinas. Outra função do padrão era
testemunhar, pelas "Quinas" gravadas no monumento, o domínio português das terras que
iam sendo descobertas. Outra função é difundir a fé cristã pelos vários cantos do mundo.
Na verdade, Diogo Cão terá sido o primeiro a usar um padrão no ano de 1482, no Cabo de
Santa Maria, em vez das tradicionais cruzes de madeira, que eram usados anteriormente para
estas funções. Diogo Cão foi um navegador português do século XV. Foi ele que, fazendo
viagens de descobrimento da costa africana entre 1482 e 1486 enviado por D. João II, trouxe
dados que permitiram atingir a África do Sul.
Análise Formal
4 Quadras;
Os três primeiros versos de cada estrofe são decassilabicos e o último octossilábico;
Esquema Rimático: ABAB CDCD EFEF GHGH. Rima Cruzada
Importa ainda referir todo o vocabulário que está relacionado com o mar como "areal", "naveguei",
"navegador",...
A 1ª estrofe é uma introdução ao poema , já que se identifica o sujeito poético e aquilo que ele
fez: deixou um padrão “junto ao areal moreno” e continuou com a sua navegação.
Em "... deixei / este padrão ao pé do areal moreno / E para diante naveguei" - vv. 2-4), sugere
não só a dificuldade da viagem mas também o desembarque na costa africana seguido de uma
partida imediata porque era urgente prosseguir com a façanha dos descobrimentos;
Na 2º estrofe, o sujeito poético reconhece que aquele padrão assinala que a missão do
navegador foi cumprida.
Assim, o padrão “sinala ao vento e aos céus/Que, da obra ousada, é minha a parte feita” , ou
seja, o padrão indica que o navegador cumpriu a sua missão.
Nas duas últimas estrofes, o sujeito poético mostra o significado das Quinas e da Cruz.
3ºestrofe:
a personificação das "Quinas" ("Ensinam estas Quinas..."- v. 10) que denunciam o poder
educacional / instrutivo e o intuito evangelizador dos Portugueses (levarão a sua cultura, a sua
língua e a sua religião a outros povos); o hipérbato — "E ao imenso e possível oceano /
Ensinam estas Quinas, que aqui vês” mais uma vez ao serviço da glorificação dos portugueses.
A contraposição entre o "mar com fim", que é "grego ou romano" e o "mar sem fim", que é
"português", afirma a sua superioridade relativamente às dos povos da Antiguidade Clássica.
Estes últimos dominaram apenas o conhecido, o "mar com fim, o Mare Nostrum, enquanto os
Portugueses se apropriaram do desconhecido, do "mar sem fim", que foram desvendando,
acentuando-se, assim, a sua dimensão épico-heroica.
a hipérbole "o mar sem fim é português", que vem acentuar o sentimento de posse do mar
pelos navegadores lusitanos dos séculos XV e XVI, numa exaltação de todo um povo (herói
coletivo), e de Diogo Cão, em particular (herói individual),
4ºestrofe:
A cruz mostra qual o último objetivo da navegação: a procura do porto sempre por
descobrir(Céu), que só será encontrado “na eterna calma”(depois de morrer),e até lá, guiar-se-
á pela vontade de Deus, que o incentiva a navegar constantemente.
Como traços mais relevantes do autorretrato do sujeito poético, podemos apontar: a ânsia e a
exaltação de navegar que o impelem invariavelmente "para diante", na busca do "porto
sempre por achar"; o sentimento de insatisfação pela imperfeição da sua obra e, contrastiva
mente, o seu desejo de alcançar a perfeição; a tomada de consciência dos limites humanos (:
“O esforço é grande o homem é pequeno” e “a obra é imperfeita”), mas ao mesmo tempo o
orgulho pela obra realizada, ainda que não totalmente perfeita, a grande força de vontade e
determinação, aliadas à capacidade de esforço, de autossuperação; a ida para "diante", por
estar ciente de que a obra realizada / a realizar tem uma dimensão transcendente e coletiva.