Caracterização Da Cadeia Petroquímica e de Transformação de Plásticos PDF
Caracterização Da Cadeia Petroquímica e de Transformação de Plásticos PDF
Caracterização Da Cadeia Petroquímica e de Transformação de Plásticos PDF
e da Transformação de Plásticos
Caracterização da Cadeia Petroquímica e da
Transformação de Plásticos
(Concorrência ABDI n° 01/2009, processo nº 116/08)
PRODUTO FINAL
Caracterização da cadeia
Notas Técnicas
I. Arranjos produtivos locais
II. Moldes
III. Design
IV. Normas técnicas
V. Reciclagem
VI. Matérias-primas renováveis e química verde
VII. Exportações e benchmarking internacionais de competitividade
VIII. Tributos e políticas de regulação na cadeia
Base de Informações
Anexo: Painéis de Especialistas
1
Sumário
Tabela 1: Valor médio de produtos típicos das exportações brasileiras da cadeia soja-carnes
(US$/quilograma) ............................................................................................................................... 17
TABELA 2: ÍNDICE COMPARATIVO DO VALOR MÉDIO DOS PRODUTOS TÍPICOS DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DA CADEIA
TABELA 3: VALOR MÉDIO DE PRODUTOS TÍPICOS DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DA CADEIA METALMECÂNICA (US$ /
QUILOGRAMA) ........................................................................................................................................ 18
TABELA 4: ÍNDICE COMPARATIVO DO VALOR MÉDIO DOS PRODUTOS TÍPICOS DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DA CADEIA
TABELA 5: VALOR MÉDIO DE PRODUTOS TÍPICOS DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DA CADEIA ALGODÃO-VESTUÁRIO (US$
/ QUILOGRAMA) ...................................................................................................................................... 19
TABELA 6: ÍNDICE COMPARATIVO DO VALOR MÉDIO DOS PRODUTOS TÍPICOS DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DA CADEIA
FIGURA 1A. CADEIA PRODUTIVA DE PETROQUÍMICA DA TRANSFORMAÇÃO DE PLÁSTICOS – VERSÃO BÁSICA .............. 21
TABELA 7: VALOR MÉDIO DE PRODUTOS TÍPICOS DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DA CADEIA PETROQUÍMICA-PLÁSTICOS
TABELA 8: ÍNDICE COMPARATIVO DO VALOR MÉDIO DOS PRODUTOS TÍPICOS DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DA CADEIA
2
FIGURA 1B. CADEIA PRODUTIVA DE PETROQUÍMICA DA TRANSFORMAÇÃO DE PLÁSTICOS – VERSÃO COMPLETA ......... 30
2. Importância das pequenas e médias empresas para a indústria brasileira de transformados plásticos 43
PAULO .................................................................................................................................................. 48
CATARINA .............................................................................................................................................. 49
PARANÁ ................................................................................................................................................ 50
GERAIS .................................................................................................................................................. 51
TABELA 9. SELEÇÃO DAS MICRORREGIÕES BRASILEIRAS QUE APRESENTAM MAIOR ESPECIALIZAÇÃO NO EMPREGO GERADO
QUANTITATIVA ........................................................................................................................................ 58
3
7. Proposições de diretrizes de políticas para as aglomerações locais da indústria brasileira de
transformados plásticos............................................................................................................................... 64
7. Reflexões sobre possíveis diretrizes gerais de políticas para as aglomerações locais da indústria
Japão ....................................................................................................................................................... 79
Alemanha ................................................................................................................................................ 80
Portugal ................................................................................................................................................... 81
China ....................................................................................................................................................... 84
Importações ............................................................................................................................................ 88
GRÁFICO 4. PARTICIPAÇÃO DE PAÍSES SELECIONADOS NO TOTAL DAS IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE MOLDES PARA
PLÁSTICOS .............................................................................................................................................. 92
4
GRÁFICO 6. FABRICANTES DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE TRANSFORMAÇÃO DE
TABELA 2. MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA TRANSFORMAÇÃO DE PRODUTOS PLÁSTICOS EM USO NO BRASIL ...... 95
BORRACHA ............................................................................................................................................. 96
moldes ......................................................................................................................................................... 97
................................................................................................................................................................... 107
FIGURA 3. OPINIÃO DAS EMPRESAS SOBRE A IMPORTÂNCIA DAS UNIVERSIDADES E INSTITUTOS DE PESQUISA ........... 122
FIGURA 4. OPINIÃO DAS EMPRESAS SOBRE A IMPORTÂNCIA DAS INSTITUIÇÕES DE TESTES, ENSAIOS E CERTIFICAÇÕES . 122
FIGURA 5. OPINIÃO DAS EMPRESAS SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS CENTROS DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL ............. 122
ANEXO 1. INFRAESTRUTURA CIENTÍFICA, TECNOLÓGICA E TÉCNICA DE APOIO AO DESIGN E À INOVAÇÃO TECNOLÓGICA .... 128
5
Escritórios de design de produto ........................................................................................................ 129
Introdução.................................................................................................................................................. 140
Norma Técnica: conceito e sistema de produção de normas técnicas em química no Brasil ................... 143
Sistema de produção de normas técnicas na cadeia produtiva do plástico no Brasil ............................... 145
O processo de adesão das empresas produtoras à conformidade às NBRs da cadeia do plástico ....... 147
Processos recentes para produção de NBRs e de adesão à conformidade para produtos da cadeia do
6
Recomendações ......................................................................................................................................... 155
TABELA 2. COLETA SELETIVA DE RESÍDUOS SÓLIDOS EM RELAÇÃO À GERAÇÃO TOTAL DE RESÍDUOS ......................... 164
TABELA 3. PARTICIPAÇÃO DA POPULAÇÃO NA COLETA SELETIVA SOBRE A COLETA TOTAL ...................................... 164
Japão.......................................................................................................................................................... 172
QUADRO 3. SISTEMA DE LOGÍSTICA REVERSA DAS EMBALAGENS DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS ................................. 178
Conclusão................................................................................................................................................... 180
7
1.1 O surgimento de uma bioeconomia e o papel dos plásticos de fontes renováveis e biodegradáveis .. 182
TABELA 1. COMPARAÇÃO ENTRE BIOPRODUTOS COM USOS CONCORRENTES AOS DE FONTES FÓSSEIS E AQUELES DE USOS
FIGURA 2. POSSÍVEL DIAGRAMA ESQUEMÁTICO PARA PLATAFORMAS PRODUTIVAS DE UMA BIORREFINARIA ............. 187
FIGURA 4. OPORTUNIDADES PARA GERAÇÃO DE NOVOS PRODUTOS A PARTIR DA LIGNINA .................................... 192
1.3. Associações internacionais relacionadas a bioplásticos e a seus produtos intermediários ................ 193
Iniciativas industriais recentes no Brasil visando o desenvolvimento do etanol celulósico ................. 214
5. Oportunidades e desafios específicos ao Brasil na produção de químicos verdes e de bioplásticos .... 215
8
QUADRO 1. PRINCIPAIS INICIATIVAS BRASILEIRAS NA PRODUÇÃO DE BIOPLÁSTICOS E DE SEUS PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS
.......................................................................................................................................................... 216
GRÁFICO 1. DEPÓSITO DE PETENTES EM RESINAS NO MERCADO INTERNACIONAL (2007 A JULHO DE 2009) ............ 222
PVC................................................................................................................................................................. 223
PE ................................................................................................................................................................... 223
PS.................................................................................................................................................................... 224
PP ................................................................................................................................................................... 225
PP ................................................................................................................................................................... 235
PVC................................................................................................................................................................. 237
PS.................................................................................................................................................................... 239
PE ................................................................................................................................................................... 241
FIGURA 1. IMPORTAÇÕES DE PRODUTOS TRANSFORMADOS PLÁSTICOS (US$ 83 BILHÕES EM 2005, CAP.39) ......... 244
9
1. Incidência tributária ao longo da cadeia de plásticos – situação atual ................................................. 249
Figura 1 – Cadeia Produtiva dos Plásticos – Área de Análise das Cargas Tributárias ....................... 250
SIMULAÇÃO 1: Efeitos das legislações pertinentes ao Estado do Rio de Janeiro ................................. 262
SIMULAÇÃO 2: Efeitos do incentivo às importações de resinas (base Santa Catarina) ........................ 266
Quadro 4 – Simulação 2 – Resinas Importadas com Incentivo de ICMS vs. Compra de Fornecedor
10
4.1.4 Paraná .......................................................................................................................................... 273
Quadro 5 – Principais Órgãos de Regulação e Fiscalização na Cadeia dos Plásticos ........................ 279
11
Cadeia Petroquímica e da Transformação de Plásticos
1
A Nota Técnica sobre Reciclagem, integrante deste Relatório, trata deste tema e integra em sua abordagem a
dimensão social.
12
destacada, a governança e o modelo de gestão dos recursos em porvir. Ocorre que o problema
sério, na atualidade, é a disponibilidade de matérias-primas básicas (nafta ou gás) em volumes
e condições econômicas adequadas para o desenvolvimento da indústria petroquímica
brasileira em condições competitivas globais e, com ela, de todos os segmentos industriais
subseqüentes. Embora este trabalho diga respeito apenas a uma cadeia restrita – os plásticos –
que se desenvolve a partir da base petroquímica, o problema do abastecimento de matérias-
primas é muito mais amplo. O exemplo notório desta questão é a indústria de fertilizantes,
onde a indisponibilidade de matérias-primas consiste num problema de dotação de recursos
para dois de seus insumos principais (fósforo e potássio) e de indisponibilidade por razões
econômicas (no caso da uréia, produzida a partir de gás). Neste caso, é possível constatar que
os investimentos dependem essencialmente de matérias-primas e insumos em condições
competitivas. O mesmo problema de indisponibilidade (em condições competitivas
internacionalmente) afeta vários outros segmentos industriais dependentes de matérias-primas
de origem petroquímica (gás ou nafta). Ao problema do gás soma-se o problema da energia (e
das chamadas utilidades) – e a indústria petroquímica é intensiva nestas utilidades.
O problema das matérias-primas não é exclusivamente brasileiro. Empresas dos
Estados e da Europa padecem desse mesmo grave problema (embora em proporções
diferentes e com intensidades incomparáveis). Quanto mais uma empresa petroquímica
depende de matérias-primas, e quanto mais ela produz commodities básicas (quer dizer, mais
indiferenciadas, mais próximas da base de recursos), maiores são os impactos das políticas de
atração de investimentos e de valorização dos recursos dos países com disponibilidade –
Arábia Saudita, Kuwait, Omã, Qatar. Por isso mesmo, as respostas das empresas
petroquímicas mais tradicionais (dos EUA e da Europa) à política de oferta de matérias-
primas para atração de investimentos praticada pelos países do Oriente Médio incluíram as
duas extremidades do espectro – a busca por fontes confiáveis e a bom preço; e a fuga em
direção aos produtos diferenciados, nos quais o custo de matéria-prima influencia menos a
competitividade.
Uma das maiores empresas petroquímicas do mundo, nascida no ambiente
historicamente mais favorável para essa indústria e depois fortemente internacionalizada,
reconhece hoje o quadro insuficiente do seu ambiente institucional de origem – os Estados
Unidos – e sustenta a necessidade de uma política de preços adequada para a sobrevivência
13
nesse país (Cook, 2005) 2. Entretanto, ao lado da defesa bastante contundente de uma política
de preços e de energia que permita a sobrevivência do setor nos EUA, ela definiu vários
outros eixos que mostram as suas dificuldades – e o caráter limitado das expectativas – com
relação a essa questão: a) busca de matérias-primas em países com oferta abundante (como
Omã e Kuwait); b) estudos e pesquisas com vistas ao desenvolvimento de projetos de olefinas
com base em carvão (na China); c) investimentos em GNL (LNG) no Texas (para importar
gás); d) estabelecimento de um empreendimento conjunto (JV) com a empresa PIC (do
Kuwait) para a produção de MEG (monoetilenoglicol, utilizado em indústrias como a de
fibras sintéticas) e DEG (dietilenoglicol, utilizado em solventes de vários processos
industriais e em fluidos). As respostas desta empresa tão tradicional e de dimensões tão
grandes, além de fortemente internacionalizada, mostram a falta de perspectivas claras e
caminhos em que apostar. Daí o recurso às diferentes alternativas.
As empresas petroquímicas brasileiras possuem outras condições – mais modestas,
certamente. Os recursos naturais do Oriente Médio estão disponíveis em bases muito seletivas
e por meio de contratos que não podem ser assimilados ao simples funcionamento dos
mercados. O labirinto das negociações envolvendo as estruturas políticas e empresariais
daqueles países é, em si mesmo, um ativo difícil. Ademais, as escolhas envolvem, além dos
parâmetros políticos e econômicos, dimensões negociais, das relações diplomáticas, em que
os EUA possuem algumas evidentes vantagens. Mas o caminho da busca de fontes
alternativas de matérias-primas por meio de investimentos no exterior, mesmo que fosse
factível do ponto de vista empresarial, não o seria de uma perspectiva da economia e do
desenvolvimento brasileiro. O Brasil, diferentemente do Japão, por exemplo, não possui uma
estratégia ativa de busca de recursos naturais em outras regiões (Ozawa, 1979) 3, em que
pesem os esforços muito recentes das duas grandes empresas brasileiras de recursos naturais
(Petrobras e Vale).
2
Cook, P. “New dynamics of supply and demand”, apresentação feita à National Paint and Coatings Association
Board, 14/março/2005.
3
Ozawa, Terutomo, “Multinationalism, Japanese Style. The Political Economy of Outward Dependency”,
Princeton. Princeton University Press. 1979.
14
O pré-sal e alguns efeitos passíveis de antecipação
4
Existem muitos debates em curso sobre esta questão, a começar pela estimativa das reservas exploráveis
economicamente, onde a gama de estimativas vai de varia em 200%.
5
Lembrar das cenas do filme “Festa de Babette”.
15
pelos equipamentos. A Dinamarca é uma tradicional exportadora de alimentos processados
que estão associados a marcas comerciais de grande valor, mas o complexo transbordou para
atividades que podem parecer à primeira vista distantes do propriamente alimentar: é o caso
dos processos fermentativos, que ajudaram a desenvolver os conhecimentos que a indústria
farmacêutica também utiliza.
16
oportunidades e difundem seu dinamismo nas demais etapas. Esse dinamismo compartilhado
depende crucialmente da competitividade das empresas atuantes em cada uma das etapas. A
matéria-prima com preços competitivos é tão importante quanto a competitividade das
empresas de processamento dos grãos, de criação dos animais ou do abate e industrialização.
Esse preço viabiliza, com variações cíclicas, a competitividade dos agricultores
nacionais sem impedir a competitividade das empresas situadas em cada uma das demais
etapas. Os ganhos desse arranjo são evidentes: os produtores agrícolas brasileiros contam,
localmente, com compradores para a sua produção; e os seus mercados, mais variados,
favorecem a sua posição competitiva. É evidente que as capacidades econômicas, industriais e
tecnológicas são extremamente diferentes nos diversos segmentos, mas quem poderá dizer
que o progresso técnico, gerado sobretudo pelo comando das maiores empresas, não se
difunde pela cadeia e não reforça a posição competitiva do conjunto?
Tabela 1: Valor médio de produtos típicos das exportações brasileiras da cadeia soja-
carnes (US$/quilograma)
1990 1995 2000 2005 2006 2007
Soja 0,23 0,23 0,19 0,24 0,23 0,28
Torta 0,17 0,17 0,18 0,20 0,20 0,24
Carnes 1,44 1,51 1,23 1,54 1,63 1,85
Fonte dos dados: SECEX/MDIC
TABELA 2: ÍNDICE COMPARATIVO DO VALOR MÉDIO DOS PRODUTOS TÍPICOS DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
DA CADEIA SOJA-CARNES (SOJA = 1)
1990 1995 2000 2005 2006 2007
Soja 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
Torta 0,7 0,7 0,9 0,8 0,9 0,8
Carnes 6,2 6,6 6,4 6,4 7,2 6,5
Fonte dos dados: SECEX/MDIC
17
Minério => aço => máquinas
TABELA 4: ÍNDICE COMPARATIVO DO VALOR MÉDIO DOS PRODUTOS TÍPICOS DAS EXPORTAÇÕES
BRASILEIRAS DA CADEIA METALMECÂNICA (MINÉRIOS = 1)
1990 1995 2000 2005 2006 2007
Minérios 1 1 1 1 1 1
Aços 33 37 19 25 22 23
Motores 512 530 512 341 312 293
Máquinas 169 233 246 124 129 131
Automóveis 369 344 338 192 190 184
Fonte dos dados: SECEX/MDIC
Para efeito de comparação entre as magnitudes dos valores médios, uma tonelada de
minério de ferro é vendida por um preço equivalente a dois quilogramas de motor, nos anos
1990, 1995 e 2000. Nos anos recentes, essa proporção modificou-se (com a alta dos preços
das matérias-primas) e hoje a tonelada de minério corresponde a 3-3,5 quilos de motor.
18
A competitividade de cada uma dessas atividades e dos seus produtos típicos depende
de fatores próprios. Eles envolvem cada etapa e as suas respectivas empresas; mas repousa
sobre uma base competitiva de recursos – o minério. É impensável que esta cadeia fosse, no
seu conjunto, competitiva, se os preços cobrados desde a matéria-prima básica fossem – por
hipótese absurda – equivalentes aos preços australianos (o outro grande exportador de
minério) acrescidos dos fretes até as fábricas brasileiras. Seria impensável que a
metalmecânica brasileira pudesse ser competitiva se o seu minério tivesse qualidade inferior,
sobre os preços superiores. Ao contrário, bem ao contrário, o preço da matéria-prima de base
não apenas não impede a competitividade da cadeia, mas a estimula. É graças a isso que o
Brasil exporta minérios que viabilizam alguns milhares de empregos, associados à mineração,
e produtos de base mineral (como aço, peças, motores, máquinas), geradores de algumas
importantes centenas de milhares de empregos.
Estes dois exemplos, que poderiam ser ampliados para muitos outros (madeira e
celulose; laranja e suco processado; bauxita e alumínio), mostram uma condição básica da
competitividade de qualquer cadeia – o preço da matéria-prima básica viabiliza a
competitividade das atividades que se seguem, na cadeia. Mostram, também, que as regras de
formação de preços podem seguir desenvolvimentos bastante diversos.
TABELA 5: VALOR MÉDIO DE PRODUTOS TÍPICOS DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DA CADEIA ALGODÃO-
VESTUÁRIO (US$ / QUILOGRAMA)
1990 1995 2000 2005 2006 2007
Algodão 1,16 1,15 1,11 1,15 1,11 1,18
Fios 3,44 3,49 2,87 2,48 2,70 2,93
Tecidos 4,36 4,49 3,84 4,44 4,76 5,28
Roupas 14,70 14,93 10,22 15,86 18,31 22,22
Fonte dos dados: SECEX/MDIC
19
TABELA 6: ÍNDICE COMPARATIVO DO VALOR MÉDIO DOS PRODUTOS TÍPICOS DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS
DA CADEIA ALGODÃO-VESTUÁRIO (ALGODÃO = 1)
1990 1995 2000 2005 2006 2007
Algodão 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0
Fios 3,0 3,0 2,6 2,2 2,4 2,5
Tecidos 3,8 3,9 3,5 3,9 4,3 4,5
Roupas 12,7 12,9 9,2 13,8 16,5 18,8
Fonte dos dados: SECEX/MDIC
20
Elementos constitutivos da cadeia petroquímica e de plásticos
21
QUADRO 1. CAPACIDADE PRODUTIVA DAS PRINCIPAIS UNIDADES DE PETROQUÍMICAS BRASILEIRAS
(do início das atividades ao presente)
Ano de início Capacidade produtiva após
Principais unidades de Capacidade produtiva
das expansões
petroquímicas brasileiras (mil toneladas)
atividades (mil toneladas)
Petroquímica União 1972 180 600
Copene 1976 388 1.200
Copesul 1982 450 1.135
Rio Polímeros 2005 540 540
1. O Brasil possui todos os elos mais relevantes da cadeia petroquímica, e seu processo de
reestruturação, iniciado há vinte anos, culminou com a formação de dois principais atores
no que se refere à primeira e segunda gerações: Braskem e Quattor. A grande empresa
nacional de petróleo tem participações relevantes nesses grupos empresariais e tem dado
sinais de pretender ampliar a sua participação.
a) As duas empresas principais estão estruturadas como dois blocos de capitais, com
participações de diferentes acionistas controladores e uma fração de suas ações no
mercado.
b) Esta estrutura de capital parece ser a mais adequada a um setor cuja expansão se
dá, necessariamente, com grandes descontinuidades, típicas de uma indústria onde
prevalecem grandes (e crescentes) unidades de produção, na forma de complexos
integrados, com fortíssimas economias de escala.
22
d) Os produtores de primeira geração do Brasil – os craqueadores – fracionam a
nafta, seu principal insumo, ou o gás natural, mais recentemente, transformando-os
em petroquímicos básicos, como olefinas (principalmente eteno, propeno e
butadieno) e aromáticos (tais como benzeno, tolueno e xilenos). No Brasil, existem
quatro centrais petroquímicas – onde os craqueadores estão instalados – sendo que
três deles compram a nafta, um subproduto do processo de refino de petróleo, da
Petrobrás, e, em escala bem menor, de outros fornecedores (estrangeiros, no
exterior). O quarto compra gás natural da Petrobrás.
23
h) Por mais relevantes que sejam as preocupações com relação à questão do poder
econômico, da promoção da concorrência e dos direitos dos consumidores, e elas
de fato são importantes, este documento volta as suas apreensões, neste episódio
em processo de discussão e possível concretização para uma outra questão: o
desvio de percurso que a possível fusão (ou aquisição) da Quattor poderá
ocasionar na trajetória, superior, de busca de uma associação internacional por
parte da Braskem. É nossa apreciação, já manifestada anteriormente, que existe na
indústria petroquímica – mundialmente – um processo de deslocamento de
produtores menos eficientes e de consolidação em torno de alguns grandes pólos
de matéria-prima. Isso deverá ocasionar uma gradual saída de países que foram
centrais na petroquímica, mas que deverão ceder lugar a outras empresas, de
outros países. A compra, recente, de uma grande empresa norte-americana por
uma empresa saudita, possui dois ensinamentos relevantes. O primeiro é a
existência de uma disputa por ativos sem perspectivas claras de futuro nas suas
configurações acionárias atuais. A segunda é a agilidade que revelam estes
competidores emergentes da cena industrial petroquímica internacional, lastreada
em vigor financeiro sem paralelo.
a. O ‘prêmio’ cobrado pela Petrobrás assume a forma de landed cost, ou seja, soma
um custo de frete internacional à matéria-prima produzida no Brasil;
b. Por ter o mercado europeu como base, o preço cobrado pela nafta tem como lastro
o barril de petróleo tipo Brent, substancialmente mais caro que o óleo pesado
produzido no Brasil.
6
Houve mudanças recentes na fórmula de cálculo do preço da nafta, mas ainda não foram dadas ao
conhecimento público. Pelas indicações existentes, houve sensíveis aperfeiçoamentos, com benefícios para os
compradores. Permanece a insuficiência da oferta.
24
c. A qualidade da nafta fornecida pela Petrobras é inferior – em rendimento – àquelas
que servem de referência.
3. O processo de agregação de valor ao longo da cadeia petroquímica pode ser visto nas
Tabelas 7 e 8.
TABELA 7: VALOR MÉDIO DE PRODUTOS TÍPICOS DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DA CADEIA PETROQUÍMICA-
PLÁSTICOS (US$ / QUILOGRAMA)
1990 1995 2000 2005 2006 2007
Nafta 0,44 0,62 0,66
Resinas 0,72 0,78 0,84 1,19 1,32 1,45
Plásticos 2,84 3,17 2,76 2,83 3,05 3,41
Fonte dos dados: SECEX/MDIC
TABELA 8: ÍNDICE COMPARATIVO DO VALOR MÉDIO DOS PRODUTOS TÍPICOS DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DA
CADEIA PETROQUÍMICA-PLÁSTICOS (NAFTA = 1)
2005 2006 2007
Nafta 1,0 1,0 1,0
Resinas 2,7 2,1 2,2
Plásticos 6,4 4,9 5,1
Fonte dos dados: SECEX/MDIC
25
comprar localmente, para/de uma única fonte de escoamento/fornecimento, a
regulação envolve problemas que nem sempre podem ser muito facilmente
solucionáveis (sobre este ponto, ver a Nota Técnica 8, neste documento).
26
7. A terceira geração petroquímica engloba o segmento dos transformadores plásticos que,
através de processos industriais variados, utilizando diferentes tecnologias, como
extrusão, sopro, injeção, termoformagem, compressão, imersão, que transformam os
produtos da segunda geração petroquímica em produtos a serem consumidos e utilizados
pela população. Ver, sobre este ponto, a Figura 2, que relaciona processos de produção e
os segmentos de mercado atendidos, mostrando as principais matérias-primas utilizadas
em cada processo.
9. É possível compreender este processo de consumo como uma espécie de “quarta geração”,
embora isso possa contrariar as visões mais convencionais de cadeia produtiva. De fato, as
relações entre as etapas (ou “gerações”) não ocorrem apenas num sentido, de maneira
uniforme. O relacionamento entre os diferentes elos da cadeia – e destes com elementos
externos ao fluxo de matérias-primas – é determinante das possibilidades de
desenvolvimento da cadeia como um todo. Desde a matéria-prima básica (nafta ou gás), o
relacionamento, regrado ou pautado por elementos de confiança recíproca, condiciona
fortemente os investimentos: a cadeia petroquímica é muito dependente de disponibilidade
de matéria-prima e de contratos (ou elementos de segurança) com relação ao
fornecimento.
27
progressos tecnológicos dos transformadores plásticos. Uma boa parte das inovações na
terceira geração são desenvolvidas nos laboratórios das empresas de segunda geração, em
projetos compartilhados entre essas empresas e as empresas transformadoras, usuárias de
suas resinas. Por vezes, as empresas da segunda geração vão até o ponto de viabilizarem o
desenvolvimento de equipamentos adequados às soluções que pretendem ver introduzidas
na terceira geração.
PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÃO
Roto- Termo-
Extrusão Injeção Sopro Co-extrusão ...
moldagem formagem
Sacola
PEs, PP, PVC
Sacos
PP,
PP, PEAD, PEAD,
Utensílios
PS, PVC, PS,
Domésticos
PET PVC,
PET
Eletro-
PS
domésticos
Auto- PEAD,
SETORES DE APLICAÇÃO
PEAD
mobilística PP
Dutos PVC, PEAD,
Tubos PP
Construção PVC, PEAD, PVC,
Civil PP PEAD, PP
Embalagens
PEBD, EVA PEAD
Medicamentos
PET, PEBD,
Embalagens
PEBD, PS, PP, PP, PELBD,
Alimentos/Bebid PEAD, PS, PP
PELBD EVA PEAD, PEAD, PP,
as
PVC PET
PP,
PEAD,
Embalagens PEBD,
PEBD,
Cosméticos EVA
PVC,
PET
Fonte: GE Chemicals
28
11. Além da heterogeneidade dos processos produtivos, a indústria de transformadores
plásticos apresenta diferentes tipos de empresas, de padrões competitivos e de mercados
de atuação.
29
FIGURA 1B. CADEIA PRODUTIVA DE PETROQUÍMICA DA TRANSFORMAÇÃO DE PLÁSTICOS – VERSÃO COMPLETA
d) A cadeia produtiva (Figura 1B) é formada pelo fluxo básico entre as gerações, em
relações que são plurais, bidirecionais e envolvendo elementos intangíveis, ao
lado dos fluxos de matérias-primas e produtos. Os elementos intangíveis de
relacionamento podem ser de conflito ou de cooperação, envolvendo preços,
contratos, compartilhamento de projetos ou de investimentos. O mesmo pode ser
dito para cada um dos elos da cadeia, que envolvem, sempre, relações mais
próximas ou mais distantes, criando com isso condições mais ou menos favoráveis
para a criação de perspectivas comuns e para a geração de valor “em cadeia”.
15. O elo dos consumidores da indústria petroquímica, ou a “quarta geração”, exerce papel
relevante na dinâmica competitiva do setor.
a. As interações com clientes cujo uso dos produtos permite identificar problemas,
propor soluções, sinalizar tendências, etc. (learning by using). Embora muitas
firmas de transformadores plásticos sejam hábeis no processo de aprimoramento
com o suporte tecnológico oferecido pelos fornecedores de matérias-primas, são as
demandas e as oportunidades dos usuários finais que induzem os
transformadores a tomarem essa atitude.
30
b. O tipo de usuário final, por sua vez, implica diferentes relações entre usuários e
produtores, bem como diferentes estratégias tecnológicas e, por conseguinte,
diferentes vetores de capacitações e competências:
1. Marketing
2. Marcas
3. Diferenciação de produtos
4. Design
1. Novas soluções
3. Prazos
4. Economias de escala
5. Economias de escopo
6. Qualidade e conformidade
7. Agregação de valor
31
A preparação do material recuperado para reciclagem e uso industrial envolve unidades
industriais relativamente estruturadas.
ii. As formas dos produtos plásticos são definidas através do emprego de máquinas
(tooling) de duas principais categorias: moldes e cunhas (dies). Os moldes são
usados para formar uma parte plástica completamente tri-dimensional. Os
processos de fabricação que usam moldes são compressão, injeção, sopro,
termoformagem, moldagem por injeção e reação. Uma cunha, por sua vez, é
usada para formar duas das três dimensões de uma parte plástica. A terceira
dimensão, freqüentemente grossa ou comprida, é controlada por outras variáveis
de processo. Os plásticos que usam cunhas são os obtidos por extrusão, pultrusão
e termoformagem. Muitos processos de produção de plásticos não fazem
distinção entre os termos moldes e cunhas. Moldes são os equipamentos
predominantes.
iii. O design da máquina para produzir uma parte plástica específica precisa ser
considerado durante o design da parte por si só. O desenhista (designer) da
máquina precisa considerar diversos fatores que podem afetar a parte fabricada,
como o material plástico, o encolhimento, o equipamento do processo.
Adicionalmente, pressões competitivas dentro da indústria de plástico requerem
32
que o desenhista da máquina considere como facilitar a comutação de máquinas,
otimizar a manutenção e simplificar (ou eliminar) operações secundárias. No
passado, os moldes e cunhas eram construídos quase artesanalmente por
ferramenteiros qualificados. Hoje, o desenvolvimento se dá por meio de centros
de maquinaria de controle numérico (NC), baseados em computadores
numericamente controlados (CNC) e sistemas de designs com auxilio
computacional (CAM).
33
2) Universidades e Institutos de Pesquisa: constituem importantes
repositórios de competência científica e tecnológica para a cadeia produtiva
e disponibilizam conhecimento de ponta sobre novos caminhos e
possibilidades tecnológicas.
34
hidrólise da celulose – e apontado caminhos para a sua superação. Sobre este tema está em
desenvolvimento uma TN específica.
22. Moldes
a) Um grande número dos produtos plásticos é fabricado através de moldagem. Os
moldes são produtos geralmente fabricados em aço ou alumínio e possuem
complexidade tecnológica variada. Algumas indústrias, como a automobilística,
demandam moldes complexos e de alta tonelagem, ao passo que alguns segmentos
35
de utilidades domésticas, como a fabricação de baldes e bacias, podem demandar
moldes mais simples e passíveis de produção em série.
b) De toda forma, os moldes representam um elo crítico da cadeia de transformação
de produtos plásticos. Esses produtos que garantem que os atributos exigidos pelos
clientes nos projetos serão cumpridos e tem no cumprimento de prazos de entrega
um importante fator de competitividade. Essas duas características trazem duas
importantes implicações para a competitividade no setor de moldes: por um lado, a
confiança do cliente no trabalho do fornecedor assume caráter crítico, sendo que a
garantia de satisfação do cliente acaba sendo mais importante do que o preço do
molde; por outro lado, esse tipo de relação gera possibilidades de cooperação inter-
indústria na solução de problemas, abrindo novas possibilidades de
desenvolvimento para a indústria de produtos plásticos e, conseqüentemente, de
seus fornecedores.
c) A indústria brasileira de moldes não tem conseguido acompanhar a tendência
internacional de oferecer produtos de maior qualidade em um prazo de entrega
menor. Pelo contrário, a entrega de produtos em desacordo com as especificações
técnicas e/ou com atraso tem feito que empresas brasileiras percam clientes para
fornecedores estrangeiros, destacadamente da China.
23. Design
a) A Nota Técnica sobre Design tem o objetivo esclarecer como essa ferramenta pode
se transformar em diferencial competitivo para a indústria de transformação de
plásticos, além de facilitar a interação entre os atores da cadeia de produtos
petroquímicos e plásticos.
b) O design não se limita à aparência do produto, mas está relacionado com seus
atributos de funcionalidade, desempenho, manufaturabilidade e reciclabilidade. O
emprego de design permite a seleção de materiais e processos produtivos mais
adequados, reduzindo custos e otimizando o desempenho do produto. Trata-se de
importante meio diferenciação em segmentos estabelecidos e de criação de novas
oportunidades de aplicação, principalmente através da substituição de matérias
como aço e vidro por produtos plásticos.
c) A indústria brasileira de maneira geral não concebe o uso do design como parte da
estratégia competitiva, sendo que o emprego de recursos humanos qualificados e o
36
aproveitamento da infra-estrutura tecnológica existente ainda são restritos a
algumas empresas.
d) No entanto, na medida em que o ambiente competitivo se paute por parâmetros
técnicos de diferenciação e inovação tecnológica, a importância do emprego do
design na indústria tende aumentar. Quanto antes as empresas se adequarem a esse
contexto, maiores as possibilidades de assegurarem posições competitivas
duradouras.
37
Sindicato das Indústrias das Resinas Sintéticas no Estado de São Paulo Siresp,
pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos Abimaq
e pela Abiquim. O INP mantém convênio com a ISO, integrando o Subcomitê
11 (produtos transformados) um dos constituintes do Comitê de Plásticos da
ISO (Technical Committee TC61). O escopo de abrangência para efeito de
normalização do INP refere-se a produtos transformados aplicados a
embalagens e acondicionamentos plásticos.
• Transformados de resina termofixa – para esta categoria de produtos constata-
se a existência de ação específica da Abiquim em normalização para a família
dos poliuretanos; trata-se da Comissão Setorial de Poliuretanos, constituída na
Abiquim em 2001. No desenvolvimento de um projeto para propor ou atualizar
uma NBR a Comissão usa o procedimento habitual da ABNT para produção de
normas técnicas. Na categoria de usuários, o setor dos produtores de
transformados de PU tem sido representado pela Associação Brasileira da
Indústria do Poliuretano Abripur; esta entidade congrega, entre seus
associados, empresas transformadoras de pequeno e médio porte.
25. Reciclagem
a) Os produtos plásticos são freqüentemente apontados como grandes vilões
ambientais devido ao longo tempo que levam para se degradar no ambiente.
Enquanto estes produtos ganham importância crescente no cotidiano da sociedade
contemporânea, a disseminação das alternativas de reciclagem e de reuso desses
materiais ganha importância nas discussões políticas.
b) O Brasil possui bons índices de reciclagem, não apenas de plásticos, mas de
resíduos sólidos de maneira geral, quando comparado com outros países. No
entanto, esse quadro não é reflexo de políticas bem estruturadas, mas sim do fato
de que incentivos de mercado pela venda desses produtos movem uma camada da
população de baixa renda a atuar de forma informal nessa atividade.
c) Em diversos países foram criados mecanismos de incentivos e de regulação em
relação à reciclagem dos resíduos gerados pela sociedade. Em geral, procuram
38
impor responsabilidades aos produtores, vendedores e consumidores, sendo que o
peso da obrigação de cada ator nesse processo varia de país para país. É possível
sustentar que o modelo europeu tipicamente é mais
d) No Brasil não existe regulação nacional a respeito da reciclagem, mas inúmeros
programas municipais que divergem em eficiência e escala. Por outro lado, o país
possui uma política sobre resíduos sólidos transitando no Poder Legislativo há
quase vinte anos. Os exemplos apontados na presente Nota Técnica servem de
insumo aos formuladores de políticas públicas a delinearem uma política de
reciclagem sustentável e adequada à realidade brasileira.
39
27. Exportações e benchmarking internacionais de competitividade
a) O objetivo desta nota técnica é avaliar o mercado nacional e internacional de
resinas termoplásticas. A análise se baseia nas principais resinas utilizadas por
diversos setores industriais no Brasil e no mundo, na dinâmica de depósito de
patentes de tais resinas e nas tendências de inovação dos setores demandantes nos
últimos 30 meses, além da análise da balança comercial dos transformados por
resinas e da exportação das resinas segundo destino e representatividade.
b) Para se entender a dinâmica da indústria de resinas termoplásticas no mundo é
importante prospectar o desenvolvimento tecnológico do lado da oferta, através de
novas propriedades e otimizações tecnológicas das resinas, bem como pelo lado da
demanda dos setores nos quais as resinas são utilizadas (civil, cosméticos,
automobilístico, etc.). Em termos de número de depósitos de patentes pela
indústria ofertante de resinas, o Polipropileno e o Poliestireno são as resinas mais
dinâmicas. Sob o mesmo critério, o setor de embalagens é o mais dinâmico dos
setores demandantes, e o PP é a resina com maior número de depósitos
considerando diferentes setores.
c) A balança comercial dos transformados plásticos de resina foi avaliada sob os
critérios de representatividade da resina exportada frente ao país importador,
desempenho da indústria brasileira em determinado país, posição no país
importador da resina frente ao total de importações deste país e o potencial
importador dos países que realizam trocas comerciais com o Brasil.
d) A balança comercial para a resina policloreto de vinila (PVC) apresentou um
déficit de US$ 34 milhões e, por outro lado, a balança comercial da resina
polietileno de alta densidade (PEAD), apresentou um superávit de US$ 18
milhões. A análise mais criteriosa dos dados mostra que existem bons mercados
para uma maior inclusão de resinas termoplásticas nacionais, com destaque aos
PVC, PEAD e PET.
40
fiscais/tributárias. A Nota avançou também na caracterização de um conjunto de
regimes especiais que diferentes estados oferecem para as empresas deste setor.
b) Ademais, relacionou e comentou como diferentes organismos produzem
mecanismos regulamentares que interferem na produção de transformados
plásticos e repercutem – de diferentes formas e em sentidos diversos – no seu
desenvolvimento.
41
NT I: ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS
42
competitiva dos produtores locais, identificando tais benefícios, sua extensão e os efeitos
sobre a competitividade dos produtores.
7
Deve-se apontar que é possível que a elevação do tamanho médio das unidades locais na indústria de
transformados plásticos, medido pelo Valor Bruto da Produção, pode ser decorrente da elevação dos preços das
matérias-primas, em especial do petróleo, verificada nesse período.
43
Se tomarmos as informações de tamanho médio a partir dos dados de valor adicionado
– por meio da razão entre o Valor da Transformação Industrial (VTI) e o número de unidades
locais (UL) – cenário semelhante pode ser verificado (Tabela 2).
8
De modo geral, quanto mais perto da base de consumo final dos produtos, maior tende a ser o valor bruto da
produção.
44
médio das empresas. Nesse caso, como as grandes empresas possuem normalmente mais do
que uma unidade local, o tamanho médio pode estar subestimado pela presença de empresas
multiplantas.
45
TABELA 3. DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DO EMPREGO NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS – BRASIL
(classe industrial CNAE 2.0 – 222: “Fabricação de produtos de material plástico” – 2007)
46
consumo intermediário, uma vez que os principais usos de transformados plásticos são as
embalagens e insumos para algumas indústrias mais importantes como eletrônica, automotiva
e construção civil. A exceção evidente, que possivelmente ajuda a confirmar a regra e a
evidenciar uma outra possibilidade, é o caso do Amazonas, cuja participação na indústria de
transformados plásticos é marcadamente diferente daquela que possui de uma maneira geral.
Esta exceção está presa à importância da indústria de eletroeletrônicos, que como se sabe é
grande consumidora de produtos transformados plásticos.
Voltando ao objetivo principal desta NT, que é a identificação de aglomerações de
empresas de transformados plásticos, será preciso abrir a distribuição do emprego entre as
regiões dos estados. Para isso, são tomados os 5 estados mais importantes e apresentadas as
informações da distribuição regional das empresas dentro desses estados.
No estado de São Paulo (Tabela 4), quase 38% do emprego do estado era gerado na
microrregião de São Paulo, que é composta, além da cidade de São Paulo, pelos municípios
do Grande ABCD (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema),
Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Essa região é responsável por quase 17% do
total de emprego na indústria de transformados plásticos do Brasil.
Manaus
Rio de Janeiros
Campinas
São Paulo
Joinvile
Porto Alegre
47
TABELA 4. DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DO EMPREGO NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS NO ESTADO DE SÃO PAULO
(classe industrial CNAE 2.0 – 222: “Fabricação de produtos de material plástico” – 2007)
Unidade da Federação Volume de emprego %
São Paulo 52.476 37,7
Campinas 12.081 8,7
Osasco 10.004 7,2
Guarulhos 9.969 7,2
Jundiaí 7.194 5,2
Sorocaba 6.096 4,4
Itapecerica da Serra 6.082 4,4
Moji das Cruzes 3.847 2,8
São Jose dos Campos 3.217 2,3
Franco da Rocha 2.568 1,8
Limeira 2.552 1,8
Bragança Paulista 2.071 1,5
Ribeirão Preto 1.729 1,2
Tatuí 1.598 1,1
Marília 1.448 1,0
Outras 16.411 11,8
TOTAL 139.343 100,0
Fonte: RAIS/MTE.
48
TABELA 5. DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DO EMPREGO NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS NO ESTADO DE SANTA CATARINA
(classe industrial CNAE 2.0 – 222: “Fabricação de produtos de material plástico” – 2007)
Municípios - SC Volume de emprego %
Joinville 11.662 35,7
Blumenau 4.382 13,4
Criciúma 4.145 12,7
Tubarão 3.372 10,3
Joaçaba 2.549 7,8
Florianópolis 2.223 6,8
São Bento do Sul 1.045 3,2
Chapecó 923 2,8
Itajaí 828 2,5
Outras 1.566 4,8
TOTAL 32.695 100,0
Fonte: RAIS/MTE.
49
TABELA 6. DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DO EMPREGO NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL
(classe industrial CNAE 2.0 – 222: “Fabricação de produtos de material plástico” – 2007)
Mucípios - RS Volume de emprego %
Porto Alegre 12.482 43,0
Caxias do Sul 9.794 33,7
Montenegro 1.561 5,4
Gramado-Canela 1.091 3,8
Santa Cruz do Sul 856 2,9
Passo Fundo 684 2,4
Outras 2.589 8,9
TOTAL 29.057 100,0
Fonte: RAIS/MTE.
Por fim, os dados do estado de Minas Gerais apontam que quase metade dos 20 mil
empregos do estado na indústria de transformados plásticos estavam na microrregião de Belo
Horizonte (Tabela 8).
50
TABELA 8. DISTRIBUIÇÃO REGIONAL DO EMPREGO NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS NO ESTADO DE MINAS GERAIS
(classe industrial CNAE 2.0 – 222: “Fabricação de produtos de material plástico” – 2007)
Municípios - MG Volume de emprego %
Belo Horizonte 10.081 49,4
Varginha 2.251 11,0
Divinópolis 1.012 5,0
Pouso Alegre 945 4,6
Juiz de Fora 898 4,4
São Lourenço 854 4,2
Outras 4.366 21,4
TOTAL 20.407 100,0
Fonte: RAIS/MTE.
Outro recorte que pode ser feito é por meio das principais microrregiões brasileiras
que possuem concentração de produtores de transformados plásticos, como mostra a Tabela 9.
TABELA 9. SELEÇÃO DAS MICRORREGIÕES BRASILEIRAS QUE APRESENTAM MAIOR ESPECIALIZAÇÃO NO EMPREGO GERADO NA INDÚSTRIA
DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
(classe industrial CNAE 2.0 – 222: “Fabricação de produtos de material plástico” – 2007)
Volume
Quociente
Microrregião HC de
Locacional
emprego
MICRO 35.061 – São Paulo 1,5725 19.105 52.476
MICRO 13.007 – Manaus 2,3291 6.257 10.965
MICRO 42.008 – Joinville 2,1411 6.215 11.662
MICRO 35.057 – Osasco 2,2963 5.647 10.004
MICRO 35.059 – Guarulhos 1,9471 4.849 9.969
MICRO 35.047 – Jundiaí 2,3677 4.156 7.194
MICRO 43.016 – Caxias do Sul 1,7129 4.076 9.794
MICRO 35.060 – Itapecerica da Serra 2,5321 3.680 6.082
MICRO 29.021 – Salvador 2,1012 3.605 6.878
MICRO 33.018 - Rio de Janeiro 1,2976 2.922 12.743
MICRO 43.026 – Porto Alegre 1,2972 2.860 12.482
MICRO 41.037 – Curitiba 1,3180 2.559 10.606
MICRO 42.019 – Criciúma 2,3839 2.406 4.145
MICRO 41.011 – Londrina 2,2132 2.347 4.282
MICRO 42.018 – Tubarão 2,8995 2.209 3.372
MICRO 35.032 – Campinas 1,2126 2.118 12.081
MICRO 31.030 – Belo Horizonte 1,1308 1.166 10.081
MICRO 35.046 – Sorocaba 1,2165 1.085 6.096
MICRO 32.009 – Vitória 1,5285 1.038 3.001
MICRO 26.017 – Recife 1,3477 919 3.561
MICRO 35.062 – Mogi das Cruzes 1,2557 783 3.847
MICRO 52.010 – Goiânia 0,9872 (39) 3.039
MICRO 42.012 – Blumenau 0,7685 (1.320) 4.382
MICRO 35.050 – São Jose dos Campos 0,7073 (1.331) 3.217
Fonte: elaboração própria a partir dos dados da RAIS/MTE.
51
Os dados da tabela mostram, além do volume de emprego, dois indicadores de
especialização regional da indústria. Primeiro, o Quociente Locacional (QL), que é um
indicador bastante utilizado em estudos de economia regional e mostra a especialização
produtiva de uma determinada região, a partir da razão entre o peso da indústria de
transformados plásticos na indústria local e o peso desse setor na total do Brasil. Nesse
sentido, se o QL for superior à unidade, significa que é possível identificar a existência de
especialização relativa na região. Por exemplo, na microrregião de São Paulo, o QL de 1,5725
evidencia a existência de especialização dessa região na indústria de transformados plásticos.
No entanto, deve-se advertir que os Quocientes Locacionais de diferentes regiões não podem
ser diretamente comparáveis.
O segundo indicador apresentado na tabela é o HC – horizontal cluster, que ao
contrário do QL, permite a comparação da especialização das diferentes microrregiões. O HC
é calculado pela diferença entre o volume de emprego da região na indústria de transformados
plásticos e o total de emprego que tornaria o QL igual a 1. Por apresentar dados absolutos de
emprego, o HC permite a comparação entre as diversas microrregiões. Assim, tomando
novamente a microrregião de São Paulo, o HC apresenta um total de 19.105 empregos, o que
significa o total de empregos na indústria de transformados plásticos que supera os empregos
necessários para que a especialização fosse igual a 1.
Pelos dados, percebe-se a importância da microrregião de São Paulo, o que fica
evidenciada pela expressiva especialização da sua estrutura industrial. Em grande parte, como
foi apontado nas seções anteriores, essa especialização decorre da concentração de produtores
na região do Grande ABC paulista. Essa concentração possui duas naturezas complementares,
mas ambas estão associadas à proximidade dos produtores aos seus mercados-destinos.
Primeiro, parte desses produtores atende a demanda intermediária de indústrias localizadas na
região. Um exemplo disso é a indústria automobilística local, que certamente demanda aos
produtores locais produtos de plástico que vão ser utilizados na montagem dos automóveis.
Mesmo raciocínio pode ser feito em relação a outras indústrias, como a eletrônica, de
alimentos e de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos 9.
A segunda natureza da concentração dos produtores na microrregião de São Paulo
decorre da presença concentrada da região de produtores de artefatos de plásticos, como
utensílios domésticos, que se beneficiam da proximidade geográfica do maior mercado
9
A presença de um conjunto concentrado de produtores de cosméticos na região do Grande ABC, e em especial
em Diadema, também representa uma importante fonte de demanda dos fabricantes de transformados plásticos,
usados na embalagem dos produtos cosméticos.
52
consumidor do país, a Região Metropolitana de São Paulo. Nesse sentido, por conta disso, as
empresas são capazes de reduzir custos de logística de transportes e distribuição, o que lhes
confere certamente vantagens competitivas importantes.
Esses mesmos argumentos podem ser aplicados para outras microrregiões que
apresentam índices de especialização (QL e HC) elevados. Esse é o caso de Osasco,
Guarulhos, Jundiaí e Itapecerica da Serra, em que a concentração dos produtores de
transformados plásticos está associada a uma espécie de “transbordamento” desses fenômenos
de São Paulo, em direção a essas regiões. Nesse sentido, a “especialização” das empresas
fabricantes de transformados plásticos não está acompanhada pela “especialização” da
estrutura produtiva local, uma vez que esses produtores estão localizados em uma região cuja
estrutura industrial é bastante diversificada, o que pode trazer benefícios importantes para a
sua competitividade.
Em outras regiões do estado de São Paulo, como Campinas e Sorocaba, que também
apresentam índices de especialização elevados, esses efeitos de localização em uma estrutura
produtiva diversificada também podem ser verificados. Assim, como na Região Metropolitana
de São Paulo, os produtores locais de transformados plásticos atuam no atendimento da
indústria local usuária e ao mercado consumidor de artefatos de plástico destinados ao
consumo final.
Porém, as regiões que apresentam os maiores índices de especialização, medido pelo
HC, depois da microrregião de São Paulo são as regiões de Manaus e de Joinville, cujo índice
supera o patamar de 6.200 empregos em ambos os casos. Em grande parte, a presença
aglomerada de produtores de transformados plásticos nessas regiões decorre dos efeitos
dinâmicos da presença das indústrias usuárias nessas regiões. No caso de Manaus, a presença
de empresas fabricantes e montadoras de produtos eletrônicos representa uma grande fonte de
demanda, uma vez que essa indústria é uma grande usuária de transformados plásticos.
Já no caso de Joinville, a aglomeração de fabricantes de transformados plásticos está
relacionada com a existência de uma importante indústria metal-mecânica local, que possui
inclusive entre os seus segmentos um conjunto de produtores de moldes, que são utilizados na
indústria de transformados plásticos. Esse mesmo fenômeno pode ser verificado na região de
Caxias do Sul, que também apresenta índice de especialização elevado (o HC é superior a
4.000 empregos) e a concentração de produtores de plásticos está relacionada com a
existência de um conjunto de benefícios relacionados com a concentração geográfica da
indústria metal-mecânica na região, o que inclui também a produção de moldes para a
indústria de transformados plásticos.
53
A lista de microrregiões que possuem índices de especialização elevados ainda inclui
diversas capitais de estados brasileiros, como Salvador, Rio de Janeiro, Porto Alegre,
Curitiba, Belo Horizonte, Vitória e Recife. A exemplo do que foi apontado para a Região
Metropolitana de São Paulo, o elevado volume de emprego, e em consequência os altos
índices de especialização, estão associados à presença de produtores locais que atendem a
demanda intermediária de transformados plásticos, por exemplo de embalagens, e o consumo
final de artefatos de plástico nos mercados locais.
Por fim, deve-se destacar duas microrregiões do estado de Santa Catarina,
especificamente ao Sul desse estado, que são Criciúma e Tubarão, que apresentam índices de
especialização elevados, uma vez que o QL é mais alto que 2 e o HC é superior a 2.000
empregos em ambas as regiões. Nessas regiões, a elevada especialização está associada à
aglomeração de produtores de artefatos de plástico, em que grande parte dos fabricantes
destina seus produtos ao mercado de consumo final. Um dos produtos mais importantes que
são fabricados pelas formas locais são copos de plástico (ver BOX da próxima seção). Nessas
regiões, assim como nas experiências clássicas e mais tradicionais dos distritos industriais, há
uma profícua convergência entre a elevada “especialização” dos produtores e a forte
“especialização” da estrutura produtiva localizada, o que é capaz de gerar um conjunto de
externalidades locais, que exerce papel fundamental para a competitividade dos produtores.
54
final (consumidores, famílias, produtos finais) amplo e diversificado, ele estimula a
localização de produtores de produtos transformados plásticos, mesmo que eles destinem
localmente apenas uma fração de sua produção. A importância das grandes capitais (e de suas
respectivas regiões metropolitanas) é emblemática: Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre,
São Paulo.
Ao lado destas capitais (ou regiões metropolitanas), existem casos interessantes em
que a indústria de transformados plásticos está ligada a uma fonte de demanda muito
específica, de um setor ou uma atividade econômica com forte concentração local. O exemplo
mais evidente deste padrão é o da indústria de transformados plásticos da Zona Franca de
Manaus. Ela por certo não está vinculada à demanda local, e não se beneficia, como no caso
anterior, de uma demanda ampla e diversificada de setores industriais e consumidores finais;
ela está diretamente vinculada à produção e à trajetória de um ou vários setores industriais.
No caso da indústria de Manaus, pelo que se conhece, a demanda é muito vinculada ao setor
de eletroeletrônicos. Este padrão tipificado por Manaus representa a segunda forma
característica de localização.
A diferença entre estes dois primeiros padrões deve ser assinalada. No primeiro caso,
existe efetivamente uma demanda ampla e diversificada. No segundo, a demanda é fortemente
vinculada a um setor industrial ou a uns poucos setores industriais. No primeiro caso, a
indústria de plásticos está diluída, por assim dizer, num tecido industrial e num mercado
consumidor de grandes amplitudes e graus de diversificação. No segundo caso, é possível
argumentar, a indústria de transformados plásticos está inserida em cadeias específicas e os
seus produtos serão, quase sempre, voltados para usos e clientes muito específicos. A
especialização dos produtores, neste caso, significará possivelmente o atendimento de
demandas bem definidas, mas dificilmente poderão eles beneficiar-se de mercados plurais, de
cruzamentos laterais de informações e conhecimentos, advindos de outros produtores, de
outros mercados, de uma trajetória enriquecida pela densidade do padrão de consumo e pela
diversidade dos padrões industriais.
Existe um terceiro padrão de localização que pode ser considerado mais propriamente
típico de aglomeração setorial localizada (ou APL). Trata-se daquele que vigora em
municípios como os da região Sul do estado de Santa Catarina, em municípios como o de
Criciúma (ou as regiões no seu entorno). Trata-se de uma região que concentra empresas
dedicadas sobretudo à produção de artefatos plásticos voltados para “exportação”, quer dizer,
que não são consumidos localmente, seja pela indústria, seja pelos consumidores finais.
55
Algumas das empresas existentes nesses municípios da região Sul do estado de Santa
Catarina são bastante antigas e originaram-se, por diversificação, de capitais oriundos de
outras atividades. No caso da indústria de produtos plásticos descartáveis (como são
classificados os copinhos e seus congêneres), alguns desses capitais originaram-se da
atividade carbonífera.
A origem deste segmento industrial na região Sul de Santa Catarina data do início dos
anos 1960 e está ligada a empresas como a Incoplast (fundada em 1962 no município de São
Ludgero), dedicada inicialmente à produção de calçados com uso de PVC. No município de
Orleans, em 1967, foi fundada a Plazom, produzindo sacolas e embalagens. A estas duas
precursoras juntam-se depois a Canguru (fundada em 1970, como parte de um grupo maior –
Zanatta, e localizada em Criciúma) e a Minasplast (1977, em Urussanga, dedicada a
descartáveis). Outras empresas de porte considerável surgiram posteriormente, reforçando o
segmento de plásticos da região nas suas feições de produtor-exportador (para outras regiões
do Brasil). É o caso da Copobrás (no início dos anos 1990).
Algumas destas empresas, que se especializaram em algum segmento e grupo de
produtos, consolidaram posições industriais e econômicas bastante sólidas e passaram a
diversificar a sua presença regional. A Copobrás, por exemplo, possui filiais industriais em
Minas Gerais e no Paraná. O mesmo ocorre com outras empresas, que foram ao encontro dos
seus mercados consumidores.
56
QUADRO 1. BIOGRAFIA DO FUNDADOR DO GRUPO EMPRESARIAL JORGE ZANATTA
• Em 1956 abriu a firma "Jorge Zanatta & Cia. Ltda.", estabelecimento comercial do ramo de ferragens em
geral, com sede em Criciúma, SC.
• Em Maio de 1970 fundou a "Canguru Embalagens", indústria de embalagens plásticas, com sede em
Criciúma, SC, juntamente com outros sócios.
• Em Julho de 1973 fundou a "Promove", indústria de edição e impressão de produtos gráficos, com sede em
Criciúma, SC, juntamente com outros sócios.
• Em Maio de 1974 fundou a "Descartáveis Zanatta", indústria de copos e outros descartáveis plásticos, com
sede em Criciúma, SC, juntamente com outros sócios.
• Em Setembro de 1974 fundou a "Servimec", indústria metal mecânica para o desenvolvimento e fabricação
de peças e máquinas, com sede em Criciúma, SC, juntamente com outros sócios.
• Em Outubro de 1974 fundou a "Imbralit", indústria de telhas e caixas d´água de fibrocimento, com sede
em Criciúma, SC, juntamente com outros sócios.
• Em Novembro de 1978 fundou a "Canguru Agropecuária", empresa agropecuária, com sede em Criciúma,
SC e atividades em diversos municípios de Santa Catarina, juntamente com outros sócios.
• Em Maio de 1979 fundou a "Zanatta Administradora", empresa de transporte rodoviário de cargas, com
sede em Criciúma, SC, juntamente com outros sócios.
• Em Novembro de 1985 fundou a "Canguru Embalagens Chapecó", indústria de embalagens plásticas, com
sede em Chapecó, SC, juntamente com outros sócios.
• Em Setembro de 1992 fundou a "Canguru Embalagens Riograndense", indústria de embalagens plásticas,
com sede em Pelotas, RS, juntamente com outros sócios.
• Em Outubro de 1993 fundou a "TSA Química do Brasil", indústria de tintas e solventes, com sede em
Criciúma, SC, juntamente com outros sócios.
• Em Maio de 1997 fundou a "ITW-Canguru Rótulos", indústria de rótulos plásticos, com sede em Criciúma,
SC, uma joint venture com a Illinois Tool Works Inc., com sede nos Estados Unidos.
• Em Setembro de 1998 fundou a "Descartáveis Zanatta Três Corações", indústria de copos e outros
descartáveis plásticos, com sede em Três Corações, MG, juntamente com outros sócios.
• Em Outubro de 1999 adquiriu a Cerâmica Meneghel-Volpato Ltda., que passou a chamar-se "Cerâmica
Zanatta", indústria de telhas cerâmicas, com sede em Cocal do Sul, SC.
• A partir de 2007 Jorge Zanatta passou a dedicar-se exclusivamente à presidência do Conselho de
Administração do "Grupo Empresarial Jorge Zanatta", um dos maiores conglomerados econômicos do
Estado de Santa Catarina, do qual é o principal controlador.
http://www.imbralit.com.br/curriculo.pdf
57
elas possuam, individual ou coletivamente, uma ou mais competências diferenciadas.
Também é possível que uma região possua competências e qualificações diferenciadas por
causa de uma ou de um pequeno grupo de empresas, sem que se possa dizer que a região é
especializada na atividade.
É possível dizer que o estado de Minas Gerais, por exemplo, é especializado na
indústria siderúrgica, envolvendo as duas acepções – a siderurgia tem um peso destacado na
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indústria e na economia do estado e as empresas siderúrgicas de Minas são
possivelmente as mais avançadas (mais do que as do Rio de Janeiro ou as de São Paulo). É
possível empregar a mesma primeira acepção para caracterizar, por exemplo, a indústria
sucroalcooleira dos estados de Alagoas e Pernambuco, mas comparativamente à indústria do
Paraná ou de São Paulo, as qualificações daqueles estados são inferiores. É provável que a
indústria mineira não possa ser considerada especializada, na primeira acepção, em
farmacêutica, mas é indiscutível que o estado reúne competências diferenciadas –
especializações – em biotecnologia farmacêutica.
58
empresas que formam a indústria de transformados plásticos nas principais capitais (ou
regiões metropolitanas) tendem a ser mais produtivas e a apresentar níveis de competências
diferenciais acumuladas superiores, mesmo que não sejam responsáveis por uma fatia de
produção (emprego etc) muito elevada da região.
As aglomerações setoriais da indústria de plásticos, especializadas, freqüentam a
coluna da esquerda do quadro. É possível que algumas estejam na célula superior, tendo
acumulado competências específicas da atividade, em níveis diferenciados; mas haverá
muitos casos em que as empresas sobreviverão e alimentarão a produção coletiva que torna a
região especializada (na acepção da importância que a atividade possui na região) muito mais
por fatores competitivos associados ao “custo dos fatores” ou a vantagens estáticas típicas da
produção em moldes tradicionais. Em pelo menos dois dos casos, o desenvolvimento da
indústria de transformados plásticos está vinculado a uma política tributária estadual
fortemente incentivadora de produção com isenções parciais de tributos (sobre este ponto, ver
a NT 8, neste volume).
59
Moulds Production Center” (ZMPC), a empresa recebeu uma completa variedade de
máquinas de moldes, com capacidade para integrar a produção. Entretanto, devido à
capacidade não ser plenamente utilizada, além de outras razões administrativas, a empresa
entrou em falência. Esse fato deixou muitos trabalhadores desempregados em Yuyao.
Para seu sustento, muitos desses trabalhadores começaram seus próprios negócios, e
nesse período, a competição de preços era muito intensa. Entretanto, devido à fraca relação
com outras firmas e organizações sociais intermediárias, tais empresas não eram capazes obter
matérias-primas rapidamente ou manter relações com fornecedores externos a preços baixos.
Assim, tais empresas permaneceram estagnadas por um longo período de tempo.
Com o objetivo de dar o suporte necessário a tais empresas, o governo de Yuyao criou
um mercado especializado em moldes em 1995, em cooperação com a CLIA, e o local desse
mercado foi definido como sendo a área onde estas 150 pequenas empresas informalmente
estavam concentradas.
Após isso, as pequenas indústrias de molde desenvolveram-se rapidamente e no
período de 2001 a 2005, o número de empresas de moldes em Yuyao cresceu de um pouco
mais de 1.000 para mais de 1.300, e o número de empregados cresceu de cerca de 20.000 para
mais de 50.000. E, ao mesmo tempo, o volume da produção de moldes cresceu de 800 para
3.000 milhões de Yuan e, exceto pelas 16 maiores empresas que exportam de 70 a 80% de sua
produção, a maioria das pequenas empresas de moldes recebem encomendas exclusivamente
do mercado doméstico.
Atividades do APL
60
3. Construção de um centro de treinamento em CAD/CAM e em outras tecnologias para
trabalhadores qualificados, em cooperação com a Faculdade de Tecnologia Baotou e o
departamento de educação de Yuyao.
4. Construção de um centro de exibição de máquinas e moldes para as empresas menores
conhecerem as técnicas praticadas pelas principais empresas locais.
5. Construção de um centro de informações, em cooperação com o departamento de
ciência da província de Zhejiang, constituindo uma base de dados para uso da
indústria.
6. Construção de um centro de inspeção e medição para ajudar as empresas a resolver
problemas tecnológicos em cooperação com instituições de ensino e pesquisa.
7. Estabelecimento de um centro de P&D de inovação de moldes em cooperação com
três instituições
a. Instituto Automobilístico da Universidade de Zhejiang para a recomendação
de novas tecnologias;
b. O Instituto de Máquinas de Beijing para o desenvolvimento de novos
softwares/programas.
c. O Laboratório Nacional de Moldes da Universidade do Leste da China para
pesquisas fundamentais de moldes.
Vojvodina, Sérvia
61
compartilham os mesmos objetivos de oferecer um melhor desenvolvimento de produtos da
melhor qualidade ao mercado. Ele foi fundado em Junho de 2004 na região de Vojvodina.
Atividades do APL
• Número de Empresas: 15
• Número de Instituições científicas e de suporte a pesquisa: 5
• Número de empregados: 1030
62
Vale Oyonnaxienne
O Pólo Europeu de Plásticos (European Plastics Pole – PEP está localizado no Vale
Oyonnaxienne o sua produção representa cerca de 12% da indústria francesa de plásticos. É
um centro de competências com desempenho científico e técnico. Criado em 1989, o PEP foi
projetado como uma ferramenta para permitir à indústria se estabelecer nas áreas de pesquisa
e tecnologia.
A partir do trinômio qualidade, prazos e custos, o centro oferece às empresas da cadeia
conhecimento e tecnologia. Formado na década de 1990, o PEP tem inovado
permanententemente, permanecendo à frente nas áreas de controle de processo e de custos de
produção. Seu projeto completo é composto de 4 fases:
1ª ) The European Plastics Pole (PEP);
2ª ) A Escola de Processamento de Plástico (ESP);
3ª ) O Centro de Empresas e Inovação;
4ª ) O Parque Científico e Tecnológico.
Demandado pela indústria e conduzido pelo Conselho Geral de l'Ain, o Pólo Europeu
de Plásticos (PEP) está instalado em Bellignat, e inclui todos os processos de transformação
de plásticos para todas as indústrias (matérias-primas, equipamentos, máquinas e
ferramentas). Nos últimos anos tem um efetivo de 50 empregados.
A pesquisa, transferência de tecnologia, desenvolvimento tecnológico, conhecimentos
e serviços são agrupados em três unidades de negócios:
• Materiais
• Processos e ferramentas
• Ferramentas de design digital e simulação.
Estas unidades de negócios são animados por linhas de programas de qualidade: um
programa on-line é uma prioridade de P&D e de especialização para o PEP. Todas as linhas
do programa são realização da política de P&D. Quatro linhas do programa foram
implementadas:
• processos e ferramentas avançadas,
• controle em tempo real dos processos,
• microestruturas e
• biopolímeros.
O Centro norteia-se pelos princípios básicos de funcionamento:
• Competência do pessoal
63
• Novos equipamentos
• Confidencialidade dos negócios
• Capacidade de resposta a situações de emergência
• Preços Competitivos
• Qualidade do trabalho
• Complementaridade do trabalho das equipes
64
transformados plásticos, as propostas estão agrupadas em quatro áreas mais importantes, que
são: gestão da produção das pequenas e médias empresas, redução da informalidade, gestão
de ativos intangíveis e serviços técnicos e tecnológicos.
No que se refere à gestão de pequenas e médias empresas, que se configuram como
um componente importante na estrutura de oferta da indústria de transformados plásticos,
sugere-se que sejam estabelecidos dois programas principais e complementares. Primeiro,
propõe-se um programa de extensionismo industrial junto às pequenas empresas aglomeradas,
que tenha o intuito de elevar o padrão de gestão da produção na indústria de transformados
plásticos. A existência de estruturas produtivas localizadas, em que as pequenas empresas
estão aglomeradas geograficamente, facilita enormemente o estabelecimento de um programa
como esse, já que proporciona a redução significativa dos custos de implantação e de gestão
do programa e permite a criação de ferramentas específicas de gestão voltadas para os
produtores locais, como indicadores físicos de produtividade e sistemas de benchmarking
locais. Ressalte-se que já existe um programa de extensionismo industrial, o PEIEx, do
Ministério do Desenvolvimento do governo federal, que pode ser adaptado e aplicado aos
diferentes sistemas locais da indústria de transformados plásticos.
Segundo, propõe-se a criação de um programa de difusão de TIB – Tecnologia
Industrial Básica e de sistemas de normatização para a indústria de transformados plásticos,
que podem estar associados a normas de produtos (como no caso dos artefatos plásticos,
como copos ou embalagens) ou de processos produtivos. É verdade que esse programa deve
estar integrado ao programa de extensionismo industrial já mencionado. Essa deficiência
revela um gargalo institucional importante, já que os organismos de apoio ao setor,
especialmente na área de serviços técnicos e tecnológicos não foram capazes de criar um
sistema de padronização dos produtos.
Associado a esse ponto, é preciso adotar medidas que estejam associadas a uma
profunda redução da informalidade do setor, por meio de uma profunda intensificação das
ações de fiscalização, especialmente entre as pequenas e médias empresas. Essa medida pode
ter efeitos danosos à competitividade, e até à sobrevivência, das empresas no curto prazo, mas
permitem o desenvolvimento de novas capacitações mais associadas ao fortalecimento da
indústria de transformados plásticos e, em especial, das empresas de pequeno e médio porte.
No que se refere à gestão dos ativos intangíveis, as propostas aqui sugeridas estão
fortemente associadas à área de desenvolvimento de produto e design, uma vez que essa é
uma das deficiências mais importantes dos pequenos produtores de transformados plásticos.
65
Na verdade, nota-se a ausência generalizada de investimentos mais vultosos e sistemáticos na
área de desenvolvimento de produto e design entre as pequenas empresas do setor.
Porém, deve-se ter em mente que os processos de desenvolvimento de produto das
empresas são características intrínsecas das empresas individuais, já que revelam sua
capacidade de diferenciação do produto, atributo fundamental no processo de concorrência
intercapitalista. Nesse sentido, as ações devem concentrar-se em áreas pré-competitivas,
focalizando seus esforços na criação de condições para que as empresas incorporem
elementos de design aos seus produtos, às equipes de desenvolvimento e às suas rotinas.
Algumas ações propostas envolvem o fortalecimento ou criação de instituições de
pesquisa voltadas à área do design, que envolvam entre suas atividades a pesquisa de
aplicações de novos materiais. Uma das tarefas que devem ser incorporadas por esse centro é
a prospecção sistemática de tendências de mercado, informações que poderão compor um
banco de dados que será transferido às empresas. Para o caso das empresas de pequeno e
médio porte, essa instituição seria de grande importância, já que possibilitaria o acesso a um
conjunto de informações pelas quais as pequenas empresas têm grande dificuldade de
obtenção.
Outro elemento importante que deve fazer parte do esforço de incremento dos
investimentos na área de desenvolvimento de produto é a incorporação de elementos de
design na formação de técnicos voltados para a indústria de transformados plásticos. A
incorporação desses atributos aos produtos permitiria que os profissionais envolvidos nas
áreas de desenvolvimento das empresas fossem incorporando novos elementos e conceitos de
design às suas atividades, o que certamente teria efeitos positivos para a competitividade das
empresas. Ainda na área do estimulo à intensificação das atividades de desenvolvimento de
produto, é preciso que sejam criados mecanismos que estimulem a interação entre as
empresas e as universidades e institutos de pesquisa, especialmente na área de novos
materiais, em que os requisitos de qualificação técnica e tecnológica são expressivos.
Deve-se ressaltar que a intensificação dos esforços de pesquisa e desenvolvimento de
novos materiais na indústria de transformados plásticos é um requisito importante para o
desenvolvimento de capacitações tecnológicas entre as empresas. Isso pode permitir a melhor
aplicação novos materiais desenvolvidos pela indústria petroquímica (de primeira e segunda
geração), especialmente por meio da interação com as equipes de desenvolvimento dessas
empresas e com pesquisadores da universidade.
Pode-se apontar, no entanto, a dificuldade das pequenas e médias empresas em manter
equipes mais expressivas de desenvolvimento de produto entre os seus quadros. Nesse
66
sentido, ressalta-se o papel e a importância das instituições de serviços técnicos e
tecnológicos.
Assim, na área dos serviços técnicos e tecnológicos, a exemplo da experiência
internacional, devem ser criadas e fortalecidas instituições de apoio e de serviços nesses
sistemas locais de produção, com vistas à criação de “Centros de Excelência” na indústria de
transformados plásticos. Nesses centros de excelência, será preciso integrar institutos de
pesquisa; institutos de prestação de serviços técnicos e tecnológicos, nas áreas de metrologia e
normas técnicas; universidades; produtores de moldes; fornecedores de máquinas e
equipamentos; empresas beneficiadoras de resinas; e reciclagem. O foco dessas ações deve
assentar-se nas especificidades das produtores locais, de acordo com a sua segmentação e
inserção no mercado (agricultura, automobilística, eletro eletrônicos, alimentos, cosméticos,
farmacêutica, área médica).
Essas instituições de apoio, além de atuar na prestação de serviços técnicos e
tecnológicos às empresas, poderiam também exercer o importante papel de disseminação de
informações técnicas e de mercados para as empresas. Esses serviços são especialmente
importantes para as empresas de pequeno porte, já que elas têm uma maior dificuldade de
acesso a informações. Por exemplo, nas principais aglomerações de empresas de
transformados plásticos no Brasil, podem ser promovidos eventos e congressos técnicos
anuais, de modo que seja estabelecido um fórum para a apresentação de tendências para o
setor, com o intuito de disseminação de informações e de novos conhecimentos.
Essas sugestões de diretrizes de políticas de caráter geral, podem se desdobrar nas
seguintes medidas:
10
Esta seção reproduz as principais conclusões do estudo produzido para o APL de Criciúma.
67
e) conscientizar empresas e instituições de que se deve criar um path dependence dos
processos de aprendizagem considerando a inexistência de cópia e transferência de um
sistema ideal
f) elaborar estudo sobre a participação dos fornecedores e estabelecer condições para se
instalarem no arranjo
g) abrir espaços permanentes para fornecedores divulgarem seus produtos e trocarem
informações tecnológicas
h) criar canais de comunicação com clientes - site, mídia, fone
i) ampliar o sistema de venda para mercados com maior nível de exigência de qualidade
j) promover a transferência tecnológica estimulando a demanda de determinado bem ou
serviço
k) estimular a contratação de profissionais especializados (mestres, doutores,
especialistas na área)
l) incentivar a inovação dividindo o risco da introdução de novos produtos e/ou serviços
através da criação de fundos governamentais para este fim
m) desenvolver fundos de financiamento de longo prazo
II. CRIAR CONDIÇÕES PARA DESENVOLVIMENTO FORMAL DE ATIVIDADE DE P&D NAS EMPRESAS
a) criar infraestrutura tecnológica - laboratórios, técnicos especializados
b) destinar recursos financeiros anuais para P&D
c) intensificar as atividades internas de P&D estimulando a capacidade de criação em
projetos de desenvolvimento de produto - concepção, design, protótipo
d) fazer acordos e alianças em projetos cooperativos tecnológicos com outras empresas -
concorrentes e fornecedores - e com instituições de pesqueisa interna e externo ao
arranjo
e) utilizar dos instrumentos legais de proteção a inovação
f) criar sistema de informação que permita ter acesso a conhecimentos específicos da
atividade do arranjo
g) estimular o desenvolvimento de ações interativas - complementaridade produtiva
h) participar de feiras, eventos e cursos de atualização tecnológica
i) instituir sistema anual de prêmio para empresa inovadoras
68
III. CAPACITAR E TREINAR MÃO-DE-OBRA PARA PRÁTICAS INOVATIVAS
a) realizar cursos de atualização tecnológica
b) promover treinamento operacional em fases do processo produtivo
c) realizar curso de difusão de uso das tecnologas de informação
d) promover seminários explicativos sobre dinâmica de processos interativos e
cooperativos
e) instituir programas de intercâmbio entre empresas e instituição de ensino e pesquisa
para trocas de informações e obtenção de conhecimento
f) proporcionar estágios remunerados para trabalhadores que estejam fazendo cursos
técnicos e superiores
g) desenvolver prática de necessidade constante de aperfeiçoamento técnico-profissional
h) criar sistema de incentivo para trabalhadores que realizam cursos técnicos e superiores
69
c) criar regime de incentivos públicos atrelado a desempenho econômico
d) constituir câmaras de discussão envolvendo atores públicos e privados em assistência
e apoio
e) estimular a passagem de empresas em condição de informalidade para a formalidade
f) desenvolver condições para o aproveitamento do know-how local em iniciativas
privadas próprias
g) criar empresas como desmembramentos (spin-offs) das empresas existentes
h) conscientizar a formação do empresário coletivo destacando que a produtividade está
ancorada na força cooperativa dos agentes
i) conceder subsídios e/ou incentivos fiscais as MPEs para encorajar os empreendedores
a ingressar no negócios
j) promover cursos de gestão
k) adequar a infraestrutura básica da região às necessidades do empresário
l) destacar as vantagens da localização do arranjo
m) programas de redução no custo do trabalho que não através da redução nos salários
como adotado pelo governo alemão
n) programas que estimulem a atuação de empresas na rede desenvolvendo atividades
similares ou atividades ao longo da cadeia, como acontece no Reino Unido
o) criação de um núcleo ou centro de atendimento que forneça informações, aponte
diretrizes, faça diagnósticos, preste consultoria sobre formas adequadas de gestão de
negócios
70
f) desenvolver diferentes formas de cooperação entre as empresas locais tais como
consórcio de compras de insumos e máquinas e equipamentos e de promoção de
exportação (criação de um órgão específico para esse fim), atividades de P&D,
informações sobre o mercado e tendências, criação da marca local, marketing
g) estabelecer ações que visem fortalecer a confiança entre agentes, empresas e
instituições, a partir das relações histórica, social e cultural de conformação do arranjo
h) promover fóruns pautados nos mercados externos para servir de incentivo aos
produtores domésticos à exportação, prestar assessoria sobre mercados externos e
auxiliar na elaboração de contratos (serviços de advocacia)
i) gerenciar as informações tecnológicas para as inovações
Uma das principais fragilidades da indústria brasileira de transformados plásticos e – por via
de conseqüência – da sua cadeia produtiva a montante (resinas termoplásticas) prende-se à sua
incapacidade de assumir papéis mais protagonistas. Esta fragilidade é compreensível do ponto
de vista das empresas, individualmente. Mas é muito mais difícil de compreender quando se
tem em mente uma série de características da indústria.
Por um lado, o tecido empresarial brasileiro é suficientemente desenvolvido nas etapas
anteriores e posteriores ao setor de transformados plásticos. E isso coloca uma questão
extremamente inquietante e perturbadora – por que as empresas do setor de transformados
plásticos possuem fragilidades, insuficiências e deficiências competitivas tão freqüentes?
Essa questão é ainda mais perturbadora quando se considera o mapa da indústria de
transformados plásticos – concentrada em regiões absoluta ou relativamente desenvolvida (as
regiões metropolitanas e as grandes regiões industriais) ou aglomerada em regiões
especializadas. Por que razão estes dois elementos não são suficientes para oferecerem às
empresas de transformados plásticos possibilidades de superarem as suas deficiências e
efetivamente se desenvolverem?
71
NT II: MOLDES
72
Entre os fatores que determinam a competitividade da indústria de moldes está a
competência em design e a construção de equipamentos de alta qualidade, com o emprego de
unidades produtivas que disponham de tecnologias avançadas, força-de-trabalho qualificada,
oferta de serviços de assistência técnica ao cliente.
Dentro do conceito de qualidade dos moldes e matrizes estão os fundamentos de
design que irão elevar a vida útil, o desempenho (incluindo mais peças por ciclo e mais ciclos
por hora), a durabilidade e facilidade de manutenção. A vida útil e a durabilidade sugerem
produção contínua dentro das especificações sem desgaste em excesso, fadiga ou ruptura
prematura e estão intimamente relacionadas à seleção e utilização de materiais, peças e
componentes de qualidade adequada.
A complexidade dos moldes é definida de acordo com o grau de detalhamento interno,
o grau de integração tecnológica (formação de furos ou rebaixos internos, por exemplo) e
ação interna (incorporando movimentos internos para ejetar a parte moldada, por exemplo).
Os moldes de cavidade única são os mais simples. Já os moldes de múltiplas cavidades podem
ser de dois tipos. Existem moldes nos quais diversas cavidades se destinam a produzir o
mesmo produto, como no caso das tampas de garrafas. Por outro lado existem moldes nos
quais as diferentes cavidades são destinadas a produzir diferentes partes de um mesmo
produto. Esses moldes envolvem uma maior dificuldade em fazer com que a resina o preencha
de maneira uniforme.
Na indústria de moldes e matrizes o termo precisão é empregado para medir com que
exatidão os moldes atingem as variações toleráveis nas medidas dos produtos finais. Dessa
forma, alguns moldes são mais “precisos” do que outros.
Um exemplo de produto plástico que exige baixo nível de precisão do molde pode ser
o balde comum, no qual variações significativas em suas dimensões podem ser toleráveis. Os
moldes de precisão média seriam aqueles nos quais precisão e funcionalidade são importantes,
mas não tão críticos para o uso final. Esse seria o caso de produtos como gabinetes de
computador, painéis de teclado de computador, faces de relógios. Os moldes de alta precisão
seriam aqueles nos quais precisão e funcionalidade são críticos para o desempenho do produto
final. Esses produtos podem ter diversas partes que serão encaixadas e/ou partes muito
pequenas. Um exemplo seria a capa de telefones celulares, por serem pequenos, os buracos
para os botões do teclado precisam ser perfeitos e a capa posterior, a anterior e o protetor da
bateria precisam todos encaixar perfeitamente.
A precisão dos moldes é crítica porque os erros na manufatura podem originar
produtos deformados, manchados ou com imperfeições na superfície. Esses erros, por sua vez,
73
podem ocasionar impactos negativos no desempenho do produto final. Algumas aplicações
impõem rígidos padrões de exatidão dimensional, com a tolerância de variação chegando a ser
inferior a 0,015 milímetros.
A busca por adequação a rígidos padrões técnicos, conciliando a demanda por maior
qualidade e a exigência de prazos menores tem tido suporte crítico da microinformática,
sobretudo através das máquinas com controle numérico computacional (CNC) e de programas
de computador criados para auxiliar o projeto e a fabricação dessas ferramentas.
O emprego de máquinas CNC permite a redução de custos e dá mais agilidade, com
impactos positivos na produtividade e competitividade das empresas. Os avanços nessas
máquinas têm permitido maior agilidade no design e na produtividade das máquinas,
permitindo que os fabricantes de moldes e matrizes consigam reduzir o tempo de produção
necessário para a manufatura, levando a um aumento no número de moldes produzidos sem a
necessidade de aumentar o tamanho da fábrica ou o número de máquinas. A crescente
sofisticação dos sistemas computacionais que controlam essas máquinas tem permitido,
principalmente após a segunda metade da década de 1990, mudanças significativas na
velocidade, precisão e versatilidade da produção de moldes. Por exemplo, as superfícies em
curva, que consistem em séries incrementais de superfícies planos, podem ser produzidas a
níveis específicos de acabamento em centro de usinagem com CNC. Isso reduz e, em alguns
casos elimina, o tradicional, custoso e demorado acabamento manual
Já os sistemas CAD (computer aided design, ou projeto auxiliado por computador) e
CAM (computer aided manufacturing ou manufatura auxiliada por computador) dão suporte
ao design das peças e dos moldes. O uso desses sistemas dá maior segurança na fabricação de
moldes, pois reduz a possibilidade de ocorrência de erros, uma vez que a análise em 3D
permite uma melhor visualização de componentes complexos se comparada à visualização em
duas dimensões.
Mais recentemente, os sistemas computacionais CAE (computer aided engineering ou
engenharia auxiliada por computador) vêm ganhando espaço na indústria de produção de
moldes. Enquanto as ferramentas CAD/CAM definem as dimensões e a estrutura dos
produtos, os sistemas CAE ajudam na definição de outras características, como os melhores
materiais, os acabamentos, os processos de fabricação e de montagem e até as interações com
elementos externos, como forças aplicadas, temperatura, etc. São simuladores de desempenho
dos moldes e do produto final, avaliando, de maneira virtual, a eficiência e o acerto necessário
dos parâmetros técnicos envolvidos. Embora não substituam os testes, são ferramentas
74
valiosas para melhorar a qualidade do produto e para reduzir custos resultantes de erros nos
projetos.
O processo de fabricação de moldes com freqüência exige relacionamento estreito com
os clientes, que podem ser os transformadores de produtos plásticos ou a empresa que
demanda o componente plástico para uma aplicação final (a “quarta” geração da indústria
petroquímica). Em ambos os casos, estabelecer uma relação estreita entre os fabricantes de
moldes e os transformadores de produtos plásticos é essencial para elevar a competitividade
de ambas as indústrias.
A indústria de moldes é muito importante no apoio durante o processo de
desenvolvimento de produtos plásticos, servindo como um elo importante entre o designer de
produto e o transformador plástico. As relações prolongadas entre usuários e fornecedores
permitem o acúmulo de competências e a resolução conjunta de soluções técnicas ao longo do
projeto. Nesse sentido, alguns produtores de moldes participam como gestores de projetos de
todo o processo de design e testes dos moldes. Esse tipo de serviço acaba sendo importante na
competitividade e aumenta a possibilidade de fidelização dos clientes.
75
FIGURA 1. PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO COOPERATIVO DE MOLDES E PRODUTOS PLÁSTICOS
Extraído de: Li M., Wang J., Wong Y.S., Lee K.S. (2005) A collaborative
application portal for the mould industry. International Journal of Production
Economics, 96 (2), pp. 233-247.
O processo apresentado na Figura 1 pode ser considerado como o modelo ideal dentro
da indústria de plásticos. A avaliação de moldabilidade e de manufaturabilidade exige
competências técnicas relacionadas ao design e à composição da matéria-prima que será
empregada. Isso ajuda a explicar porque as principais empresas fornecedoras de matérias-
primas para a indústria de plásticos oferecem uma gama de serviços tecnológicos em design e
moldes. Esse componente ganha ainda mais importância nos casos de novas aplicações e de
substituição de componentes, como aço e vidro, por produtos plásticos. Comumente, nesses
casos existem poucas informações de domínio público e contar com a participação de todos os
elos da cadeia aumenta a possibilidade de o produto final atingir os propósitos para o qual foi
idealizado.
O estabelecimento de relações duradouras entre os elos da cadeia apresenta diversas
vantagens do que as simples relações pontuais de compra e venda. Em geral, essas relações
envolvem além da troca de bens e serviços, um fluxo de informações e conhecimentos entre
todos agentes envolvidos que tendem a retroalimentar o processo, de modo a aumentar a
capacidade de agregar valor ao projeto atual e dos projetos futuros. De forma resumida, o
desenvolvimento colaborativo de moldes e produtos plásticos possui as seguintes vantagens:
76
• fornece um ambiente integrado e ferramentas que permitem às equipes de
trabalho elaborarem soluções mais eficientes, utilizando informações
consistentes;
• as equipes de projeto podem trabalhar em tempo real em diferentes localidades
separadas espacial e temporalmente;
• a visualização colaborativa ajuda a reduzir a ambigüidade e a interpretação
equivocada dos dados;
• a colaboração com a ação e feedback ajudar a melhorar a qualidade do projeto,
a reduzir o tempo de desenvolvimento e os custos.
Esse tipo de relação é mais observado em setores pautados por ambientes competitivos
voltados à diferenciação de produtos e à inovação tecnológica. É preciso haver fornecedores
de insumos, máquinas, equipamentos e ferramentas capacitados em termos científicos e
tecnológicos que sejam capazes de elaborar e propor soluções para os problemas postos pelas
indústrias de transformação de produtos plásticos e as usuárias desses componentes em busca
de criar posições diferenciadas para seus produtos.
Por exemplo, o desenvolvimento da indústria automotiva pode fortalecer a indústria
local de moldes, pois um único veículo pode demandar mais de 400 moldes de injeção de
plásticos. Cada novo modelo de automóvel exige a produção de mais de uma centena de
moldes por conta de pequenas alterações em pára-choques, espelhos retrovisores, lateral
interna da porta, frisos, entre outros componentes.
Na medida em que o grau de exigência do cliente se eleva, menor o espaço para a
competição por preços, pois atributos de qualidade, desempenho e prazo de entrega tendem a
exercer maior peso nessas transações. A confiança no fornecedor passa a ser crítica,
reforçando as possibilidades de se estabelecer relações de longo prazo.
77
com indústrias demandantes por soluções inovadoras com elevado grau de exigências técnicas
parece ser característica comum desses países. Historicamente, os produtores de moldes e
matrizes tenderam a especializar-se em uma ou poucas indústrias, na manufatura de produtos
de certos tipos e tamanhos ou em mercados regionais. Além disso, esses fabricantes tendem a
estar próximos aos clientes, pois assim elevam sua capacidade de oferecer assistência nas
fases de design e produção, além de prover serviços de manutenção e reparo com mais
agilidade
Além disso, o desenvolvimento da indústria em alguns desses países contou com o
auxílio de instituições que promoviam suporte ao desenvolvimento tecnológico. Essas
instituições permitiram a cooperação intensa entre os atores da indústria local e/ou
estrangeira, facilitando a difusão das tecnologias e a disseminação das melhores práticas
produtivas e gerenciais. Em alguns casos houve a constituição de centros tecnológicos, com
ou sem suporte governamental, nos quais as empresas compram conjuntamente os
equipamentos que serão utilizados pelos integrantes desses centros. Esse instrumento revela-
se de grande valia para a competitividade das pequenas e médias empresas para as quais, em
muitos casos, a escala de produção não justifica o montante de investimento para manter
internamente esses recursos.
Estados Unidos
78
empresas locais arcam com elevados salários e com pesados custos de treinamentos de seus
funcionários, o que culmina com produtos mais caros quando comparado aos principais
fornecedores asiáticos.
As autoridades governamentais têm se engajado na promoção de políticas de
fortalecimento da indústria estadunidense de moldes e matrizes. Existem pelo menos 10
programas federais e 16 programas estaduais que, direta ou indiretamente, visam manter a
competitividade das empresas locais. Esses programas se resumem a oferta de financiamento,
assistência em treinamento e serviços de suporte e consultoria para elevar a competitividade.
Além disso, algumas agências governamentais destinam recursos à realização de pesquisa e
desenvolvimento pelos fabricantes estadunidense de moldes e matrizes.
Japão
79
Em resumo, o modelo de desenvolvimento da indústria de moldes japonesa foi
baseado nos seguintes alicerces:
• Acumulação de expertise e know-how através do aprendizado interativo entre
fabricantes de moldes e seus clientes.
• Expansão do mercado através do desenvolvimento de indústrias demandantes de
moldes.
• Existência de uma excelente indústria de suporte aos fabricantes de moldes, que
forneciam máquinas e componentes, com as quais se estabeleceram atividades
colaborativas de pesquisa e desenvolvimento.
O Japão possui desde 1957 uma associação de produtores de moldes, Japan Die &
Mold Industry Association (JaDMA), que fornece informações sobre desenvolvimento
tecnológico, bem como sobre possíveis mudanças nos padrões. Além disso, com o intuito de
melhorar o patamar tecnológico da indústria e difundir as melhores técnicas, realiza
treinamentos técnicos em CAD/CAM, promove fóruns sobre tecnologias e incentiva a
cooperação entre as empresas japonesas e entre essas e empresas de países em
desenvolvimento.
Alemanha
80
fomenta programas de P&D nas universidades, com destaque para a Universidade de Aachen,
onde há um centro avançado para P&D denominado Laboratory for Machine Tools and
Production Engineering Rhineland-Westphalia Technical Institute, com uma equipe de
aproximadamente 600 pesquisadores. Além disso, conta com apoio de vários institutos da
Sociedade Fraunhofer para suporte em Pesquisa Aplicada. Alguns desses institutos são
voltados especificamente para a indústria moldes e plásticos, como o Fraunhofer Institute for
Machine Tools and Forming Technology IWU em Chemnitz, o Fraunhofer Institute for
Chemical Technologies ICT in Berghausen, e Fraunhofer Institute for Manufacturing and
Advanced Materials Near-Net-Shape Production Technologies Department, em Bremen.
Além disso, o Fraunhofer Institute of Production Technology e o Laboratory for Machine
Tools, ambos localizados em Aachen, formaram uma joint-venture com o Fraunhofer Center
for Manufacturing Innovation, situado em Bostom, para formar uma empresa de consultoria
que da assistência às firmas em tecnologia de produção de moldes e matrizes, além de prestar
apoio no posicionamento dessas firmas no mercado.
Contudo, assim como Japão e EUA, a indústria alemã tem observado o deslocamento
de produtores de moldes para regiões de baixo custo, como o Leste Europeu e a China, sendo
que esse deslocamento muitas vezes ocorre como conseqüência de um deslocamento anterior
do usuário final.
Portugal
A indústria de moldes para matérias plásticas teve o seu início em 1943, na Marinha
Grande, numa pequena empresa de moldes para vidro que, dois anos mais tarde, viria a
produzir o primeiro molde português para plástico.
A indústria portuguesa de moldes agrega aproximadamente 250 companhias,
concentradas principalmente em duas regiões, Marinha Grande e Oliveira de Azeméis.
Atualmente, Portugal exporta cerca de 90% de sua produção de moldes, o que coloca o país
entre os dez que mais exportam moldes para plásticos no mundo. A evolução das vendas e das
exportações foram resultados de um posicionamento ativo que teve início em 1986, quando
começou a implementar um processo de re-orientação estratégica em vários níveis. Os
principais fatores por trás desse reposicionamento podem ser resumidos da seguinte forma:
• A possibilidade de expansão dos mercados para exportação após a entrada de Portugal
na União Européia constituiu uma meta privilegiada para os moldes portugueses.
• Diversificação dos segmentos de mercado, com um redirecionamento progressivo dos
moldes de brinquedos e aparelhos elétricos para um número crescente de clientes em
81
indústrias mais demandantes, como a automobilística, eletrônica, utilidades
domésticas e embalagens.
• Melhorias na complexidade e capacidade dos moldes produzidos.
• Mudança na estrutura e dinâmica industrial, com consolidação de grupos econômicos,
criação de redes informais e desenvolvimento de marketing internacional.
• Mudança no relacionamento com clientes, com melhorias radicais nos prazos de
entrega e na qualidade, bem como a disponibilização de uma maior variedade de
serviços às indústrias a montante e a jusante.
• Forte adoção de novas tecnologias no setor, conseguida através de esforços de
investimentos consideráveis. Atualmente, as empresas portuguesas investem cerca de
15% das vendas na aquisição e desenvolvimento de tecnologias, a maior proporção
entre todos os membros da associação internacional de produtores de moldes, matrizes
e ferramentas.
Embora o salto qualitativo da produção de moldes na indústria portuguesa tenha sido
observado na segunda metade da década de 1980, a constituição da CEFAMOL – Associação
Nacional da Indústria de Moldes – ainda em 1969, foi muito importante para o
desenvolvimento e expansão dessa indústria.
Desde sua fundação, essa instituição atua para estabelecer cooperação em pesquisa
tecnológica e a formação técnico-profissional de todos os níveis, quer pela troca de
experiências e métodos, quer por encontros e congressos da Indústria de Moldes. Esses
eventos visam estimular as empresas e associações a apresentarem experiências obtidas em
diversas áreas, como os sistemas CAD/CAM e de técnicas de trabalhar com o aço.
A ação da CEFAMOL propiciou o estabelecimento de uma rede de relacionamentos,
reforçada pelas empresas que se originaram ao longo dos anos por spin-offs e pela troca de
pessoal entre as empresas, fomentando a cooperação e a difusão das melhores técnicas.
Em 1991, a CEFAMOL ajudou a indústria local a fundar o Centro Tecnológico da
Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos (CETIMFE), um centro avançado de
P&D para a indústria de moldes. O CETIMFE disponibiliza tecnologias CAD/CAM/CAE para
as empresas locais aumentarem a produtividade e a qualidade de seus produtos. Outra
entidade privada que constitui a infra-estrutura de suporte à indústria portuguesa de moldes é
o Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica (CENFIM), um
centro de treinamento profissional para o setor metalúrgico. O CENFIM oferece cursos que
variam de formação gerencia à treinamentos técnicos em áreas como CAD/CAM e
82
programação de controle numérico computadorizado. Esse centro é responsável pela
formação de pessoal bem treinado em fundamentos de desenho de moldes, furação,
torneamento, usinagem, fiação e em processos EDM.
Coréia do Sul
83
China
A indústria de moldes chinesa é ampla e tem apresentado forte crescimento. Desde o
ano 2000, o país se consolidou como terceiro maior produtor mundial de moldes, por valor, e
o segundo em termos de quantidade.
Atualmente, existem cerca de 18.000 empresas de moldes na China com uma grande
variação de tamanho. Algumas empresas chinesas impressionam pelo porte e pela capacidade
produtiva. Existem empresas com mais de 2.000 funcionários – a maior, Foxconn Precision
Components Co., emprega 6.000 pessoas sendo parcela significativa composta por
ferramenteiros e designers – e chegam a produzir 7.000 moldes por ano. As grandes empresas
utilizam CAD/CAM, têm chão-de-fábrica bem organizado, possuem máquinas de alta
velocidade. Porém, ao lado de uma relativamente pequena porção de grandes fabricantes de
moldes, existem milhares de fabricantes de moldes mais simples, de baixa qualidade,
produzidos na indústria artesanal, que emprega entre cinco e dez pessoas cada uma.
O número de fabricantes estrangeiros também tem crescido na indústria de moldes
chinesa, sobretudo na província de Guangdong e região metropolitan de Shangai. O fato de
muitas empresas que utilizam moldes em seus processos produtivos estarem instaladas na
China está impulsionando o deslocamento de seus fornecedores para as suas proximidades.
Outro determinante desse fenômeno é o custo da mão-de-obra, exemplificado pela Tabela 1.
84
por empresas estrangeiras, a indústria tem crescido rapidamente através da transferência de
tecnologia e da aquisição de softwares e maquinários tecnologicamente avançados.
O governo chinês tem participado ativamente no desenvolvimento dessa indústria, ao
encorajar investimentos estrangeiros e ao desenvolver uma área destinada especificamente
para produção de moldes – Yuyao, também conhecida como “Cidade dos Moldes”. O plano
de construir a “Cidade dos Moldes” teve início no 9° Plano Quinquenal Chinês (1996 – 2000).
Em 2006, após oito anos de desenvolvimento, havia mais de 650 empresas fabricantes de
moldes e mais de 100 fornecedores e distribuidores de materiais e componentes, formando um
sistema de intensa cooperação e divisão do trabalho.
Além disso, a indústria de moldes e matrizes beneficia-se do extensivo sistema
educacional chinês. Algumas escolas técnicas estão equipadas com máquinas avançadas e têm
buscado preparar os estudantes para a produção de moldes mais complexos. Diversas
universidades têm programas voltados à pesquisa e desenvolvimento voltados a moldes e
matrizes, sendo o principal deles o Centro Nacional de Pesquisa e Engenharia CAD para
Moldes e Matrizes na Universidade de Jiao Tong.
85
QUADRO 1 – CLASSIFICAÇÃO CNAE PARA A INDÚSTRIA DE MOLDES
Notas Explicativas:
Esta subclasse compreende:
a fabricação de enxadas, facões agrícolas, cavadeiras e outras ferramentas e utensílios para a
agricultura- a fabricação de pás, picaretas, serras manuais, chaves de fenda, inglesa, colheres para
pedreiros, limas, grosas e semelhantes; almotolias; martelos, plainas manuais, etc.- a fabricação de
serras e lâminas para serras; facas e tesouras para máquinas e aparelhos mecânicos- a fabricação de
acessórios intercambiáveis para ferramentas manuais, mecânicas e para máquinas-ferramenta
(brocas, pontas, punções, fresas, placas e acessórios similares)
Esta subclasse compreende também:
a fabricação de caixas, moldes, modelos e matrizes
Esta subclasse não compreende:
a fabricação de máquinas-ferramenta (2840-2/00)- a fabricação de ferramentas elétricas manuais
(furadeiras, politrizes, etc.) (2840-2/00)- a fabricação de lingoteiras para siderurgia (2861-5/00)
Fonte: IBGE
Um trabalho – aliás, muito interessante – publicado por Resende e Gomes mostrou que
muitas das empresas de moldes atuam simultaneamente nos segmentos de moldes para
plásticos e de moldes para metais não-ferrosos. Na pesquisa de campo que realizaram, com
uma dezena de empresas de Joinville (um dos principais pólos da indústria de moldes), os
autores constataram que todas as empresas operavam simultaneamente nos dois segmentos. O
peso relativo da indústria de moldes para plástico era superior (entre 50% e 90%), mas em
metade das empresas a proporção do segmento de moldes para metais era de pelo menos 40%.
Evidentemente, este não é um problema meramente estatístico. É muito comum que as
empresas se vejam levadas a buscar diversificar a sua produção e os seus segmentos de
atuação como modo de enfrentar as oscilações cíclicas e conjunturais da demanda 11.
A despeito dessas dificuldades, é necessário construir estimativas que possam
representar a atividade.
11
Esse ponto foi explorado de maneira aprofundada por L. F. Tironi, num trabalho de pesquisa que produziu
resultados muito interessantes e, apesar de antigo, reflete comportamentos associados a fenômenos estruturais,
portanto duradouros.
86
Os dados utilizados nessa seção foram extraídos da Relação Anual de Informações
Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). Foi usada como unidade de análise setorial a Classificação
Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) 2543-8/00 Fabricação de Ferramentas. Embora
essa unidade abranja outras atividades que não a produção de moldes e matrizes, permite a
realização de análises pertinentes para a indústria em questão, de uma forma aproximada, mas
imperfeita.
Segundo dados da RAIS, em 2007 havia 1.053 estabelecimentos cuja atividade
principal era a produção de ferramentas. A distribuição geográfica desses estabelecimentos
pode ser observada no Gráfico 1, sendo que três estados se destacam dos demais: São Paulo,
Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
87
brasileiras apresenta defasagens tecnológicas e organizacionais em relação aos principais
produtores mundiais desses bens.
O desenvolvimento local de produtos requer capacidade local de produção de moldes
em termos competitivos. No entanto, são crescentes os exemplos de empresas que recorrem a
importações para suprir suas necessidades. Há ainda exemplos de empresas que preferiram
reativar ferramentarias a comprar moldes de empresas nacionais.
Os motivos para isso vão dos longos prazos de entrega e de corpos técnicos deficientes
até a pouca flexibilidade para realização de alterações em produtos em desenvolvimento e a
incapacidade das empresas para assumir pedidos grandes de um mesmo cliente.
Embora nos últimos anos tenha havido um movimento de modernização do parque
fabril nacional a partir da aquisição de máquinas-ferramenta com controle numérico
computadorizado (CNC) e de sistemas computacionais de auxílio ao projeto e à fabricação
(CAD/CAM), atualmente, entre 60% e 70% dos moldes de maior tonelagem e complexidade
– como os demandados pela indústria automobilística – são importados, cabendo aos
fabricantes nacionais a produção de moldes menores e mais simples.
Grande parte dos fabricantes nacionais de moldes produz moldes de diferentes tipos e
tamanhos, em vez de se especializar no atendimento a um nicho específico do mercado. O
reflexo disso é que, além de produzir com custos mais elevados pela ausência de economias
de escala, as empresas nacionais demonstram saber mais sobre os seus processos internos que
sobre as necessidades de seus clientes.
Há um questionamento freqüente da dificuldade de se encontrar operadores
familiarizados com os sistemas CAD/CAM. No entanto, parece ser mais grave a falta de
profissionais treinados nos sistemas CAE – ainda de baixa aplicação no Brasil. Esses
profissionais precisam, além de familiaridade com recursos de informática, deter bons
conhecimentos sobre polímeros, projetos de moldes e processos de injeção.
Além disso, a presença de engenheiros como projetistas de moldes é reduzida no
Brasil se comparada aos principais produtores mundiais de moldes. Essa questão tem impacto
negativo na capacidade de concepção e de adaptação de projetos que, por sua vez, reduz a
competitividade tanto das empresas produtoras de moldes quanto da própria indústria de
transformação de plásticos.
Importações
As informações sobre comércio internacional da indústria brasileira de moldes para
plásticos foram obtidas junto ao Sistema de Análise das Informações de Comércio Exterior
88
via Internet, denominado ALICE-Web, da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O Sistema ALICE-
Web é atualizado mensalmente, quando da divulgação da balança comercial, e tem por base
os dados obtidos a partir do Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX), sistema
que administra o comércio exterior brasileiro.
12
Resende e Gomes, 2004.
89
GRÁFICO 3. IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE MOLDES SEGUNDO PAÍS DE ORIGEM
90
Os principais exportadores de moldes para plásticos para o Brasil são os Estados
Unidos, Japão, Alemanha, França, da Itália, os países da Península Ibérica e os Tigres
Asiáticos. O Gráfico 3 e o Gráfico 4 mostram, respectivamente, o total importado e a
participação de países selecionados na importação da indústria de moldes. Ambas as análises
chamam a atenção para o forte crescimento das importações chinesas que passaram de 1,12%
do total importado no período 2000-2002 para 20,69% no período 2006-2008. Outro país que
obteve crescimento na participação foi a Coréia do Sul que entre 2000 e 2002 foi responsável
por 6,16% das importações brasileiras, passando para 9,52% no período 2006-2008.
Essa crescente participação das importações asiáticas remete a uma tendência de perda
de competitividade da indústria local, inclusive em segmentos de menor conteúdo
tecnológico. Isso por que as importações oriundas da China, Taiwan e Coréia do Sul
correspondem principalmente a moldes mais simples e de mais fácil execução nas áreas de
eletroeletrônicos, aparelhos de DVD, televisores e celulares 13.
13
Plástico Moderno, novembro de 2005. Será necessário, em trabalhos posteriores, buscar identificar quem são
os principais importadores.
91
GRÁFICO 4. PARTICIPAÇÃO DE PAÍSES SELECIONADOS NO TOTAL DAS IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE MOLDES PARA PLÁSTICOS
Embora os moldes sejam específicos aos produtos, cada processo produtivo envolve
um tipo específico de máquina que, por sua vez, pode ser empregada na produção de um
número ilimitado de produtos, bastando que o molde seja trocado. A indústria de máquinas
para a indústria de plásticos possui ao menos cinco segmentos principais, acrescidos de
equipamentos periféricos de diferentes tipos:
1. Injetoras
2. Sopradoras
3. Rotomoldadoras
4. Termoformadoras
5. Extrusoras
Além destes equipamentos básicos, cada processo possui ainda elementos
complementares. Os moldes variam de acordo com o processo de transformação dos produtos
plásticos. Produtos moldados por injeção, sopro, rotomoldagem ou termoformagem
demandam diferentes tipos de moldes. Já as matrizes são empregadas principalmente nos
processos de extrusão.
92
Segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) existem 86
estabelecimentos na Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) 25866-6/00
Fabricação de máquinas e equipamentos para transformação de material plástico. Contudo,
segunda dados da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) existem no
Brasil 212 fornecedores de máquinas e equipamentos para a indústria brasileira de
transformados plásticos (Anexo 1). Essa diferença nos dados pode ser devido ao fato de que o
dado da Abimaq engloba empresas que apenas distribuem máquinas e equipamentos de outros
fabricantes e, principalmente, porque os dados da RAIS são agregados segundo a principal
atividade industrial declarada pela empresa. No caso da indústria brasileira de máquinas para
esse segmento, existe um número considerável de empresas que fornecem para outras
indústrias, havendo a possibilidade de se enquadrarem em outro grupo de atividade da CNAE.
O Gráfico 5 aponta uma concentração de fabricantes de máquinas e equipamentos para
indústria de plásticos nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O
Gráfico 6, por sua vez, mostra de que dentro desses há uma concentração nas microrregiões
de São Paulo (SP), Joinville e Criciúma (SC) e Caxias do Sul (RS). Verificamos que, não por
coincidência, estas são também as regiões que se destacam na produção de moldes e matrizes
para a indústria de transformação de produtos plásticos. Os fabricantes de máquinas e
equipamentos introduzem no setor novas possibilidades de processamento, melhorando
variáveis importantes no processo de concepção de um produto plástico, como velocidade do
ciclo, redução do desperdício, qualidade, economia de matéria prima e energia. A
proximidade geográfica facilita a cooperação entre os agentes da indústria, permitindo a troca
de informações e a prestação de serviços tecnológicos importantes para o desenvolvimento de
novas máquinas e o aprimoramento das já existentes.
93
GRÁFICO 5. FABRICANTES DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE TRANSFORMAÇÃO DE PRODUTOS
PLÁSTICOS SEGUNDO A UNIDADE DA FEDERAÇÃO
94
mais de 56 mil máquinas e equipamentos para transformação de plásticos no Brasil, sendo as
injetoras (63,4%), as extrusoras (18,2%) e as sopradoras (12,3%) as máquinas predominantes
na indústria nacional (Tabela 2).
A Tabela 2 também mostra que existe um número considerável de máquinas e
equipamentos com mais de 10 anos de uso, chegando a representar 45% das máquinas tipo
extrusora-balão e 40% das injetoras existente na indústria brasileira. Essas máquinas
comprometem a produtividade e a competitividade dos transformadores de produtos plásticos;
Em geral são produtos com menor ciclo de produção, com baixa eficiência energética e com
alto índice de desperdício de matéria-prima.
95
GRÁFICO 7. IMPORTAÇÕES DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA TRANSFORMAÇÃO DE PRODUTOS PLÁSTICOS E BORRACHA
96
GRÁFICO 9. IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE EXTRUSORAS SEGUNDO PAÍSES DE ORIGEM SELECIONADOS
97
O desafio colocado para a indústria de moldes possui pelo menos quatro dimensões:
capacidade de projeto, agilidade no desenvolvimento, financiamento e custos. As evidências
recentes não permitem ver de maneira muito positiva a indústria de moldes nesses três
atributos.
O desenvolvimento local de produtos requer capacidade local de produção de moldes
em termos competitivos. No entanto, são crescentes os exemplos de empresas que recorrem a
importações para suprir suas necessidades. Há ainda exemplos de empresas que preferiram
reativar ferramentarias a comprar moldes de empresas nacionais.
Essa deficiência limita as possibilidades de atuação junto a clientes que demandam,
além de produtos com elevados padrões de qualidade, desempenho e cumprimento de prazos,
cooperação na solução dos problemas técnicos que emergem durante o desenvolvimento do
produto.
Nesse ponto é importante reconhecer que a indústria de transformação de plásticos no
Brasil, de maneira geral, não se enquadra ao que nos referimos por padrão competitivo
pautado por diferenciação de produtos e por inovação tecnológica. Esse fator limita as
possibilidades de atuação dos fornecedores de moldes prioritariamente – embora não
exclusivamente – junto às empresas das indústrias demandantes de produtos e componentes
de plástico.
Ao pensar no desenvolvimento da cadeia de produtos plásticos em termos
competitivos é preciso considerar o desenvolvimento da indústria de moldes pelas
possibilidades que a interação duradoura entre esses elos pode representar no
desenvolvimento de produtos diferenciados. Os formuladores de políticas públicas precisam
pensar a cadeia de forma integrada, antecipando a solução dos gargalos e oferecendo
oportunidades de crescimento sustentável.
Um primeiro gargalo freqüentemente apontado para o aprimoramento da indústria
brasileira de moldes reside na falta de recursos humanos tecnicamente capacitados, elemento
fundamental para o alcance de diferenciais de competitividade.
Conforme já mencionado, a presença de mão-de-obra tecnicamente qualificada nas
empresas de todos os elos da cadeia é crucial para o estabelecimento de cooperação e de
interações que fomentem a criação de posições diferenciadas. A busca de bom funcionamento
do molde eleva a competitividade do transformador ou da indústria cliente. A parceria entre
cliente, transformador de plástico e fornecedor de moldes é essencial para obter produtos com
melhores custos e com atributos diferenciados.
98
Embora hoje o Brasil conte com o ensino das técnicas do CAE em vários cursos de
graduação oferecidos no país, um dos fatores que ainda inibem o uso dos softwares CAE, de
simulação de preenchimento do molde, é a dificuldade de se encontrar profissionais capazes
de operar o recurso eletrônico. Raros, esses profissionais precisam aliar os conhecimentos de
informática a boas noções sobre polímeros, projetos de moldes e processos de injeção,
O estudo apontou que a indústria nacional de moldes e de máquinas e equipamentos
para transformação de produtos plásticos já sente os efeitos das pressões competitivas,
sobretudo dos produtos chineses. A integração da cadeia vista de forma ampla, ou seja,
envolvendo os elos laterais ao processo produtivo, pode ser encarada como instrumento de
defesa para as empresas locais. A cooperação e troca de informações entre usuários e
fornecedores eleva as possibilidades de desenvolvimento de soluções diferenciadas, fugindo
da competição por preços que, aparentemente, é uma batalha perdida para os asiáticos.
99
ANEXO 1. FORNECEDORES DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE
TRANSFORMADOS PLÁSTICOS (FONTE: ABIMAQ)
100
FORNECEDORES DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
41 DALTECH COMPRESSORES LTDA.
42 DANDEC INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
43 DIGICON S/A.CONTROLE ELETRÔNICO PARA MECÂNICA
44 DIGMOTOR EQUIPS.ELETROMECÂNICOS DIGITAIS LTDA.
45 DM ROBÓTICA DO BRASIL LTDA.
46 DORNBUSCH & COMPANHIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
47 DUBUIT DO BRASIL SERIGRAFIA IND.E COM.LTDA.
48 EISELE EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA.
49 ELETRO-FORMING EQUIPAMENTOS PARA EMBALAGENS LTDA.
50 ENGEPLAN EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA.
51 ENGEPROM EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA.
52 ENIPLAN INDÚSTRIA E PLANEJAMENTO LTDA.
53 ENIPLAN/RHO INDÚSTRIA, TRATAMENTO DE AR E GASES LTDA. - EPP
54 EQUIFABRIL INDUSTRIAL LTDA.
55 EQUIPAMENTOS CORONA TRATA LTDA.
56 EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS UNIDEUTSCH LTDA.
57 EXTRUMAK INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÁQUINAS LTDA.
58 EXTRUSÃO BRASIL MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS LTDA.
59 FERLEX VIATURAS E EQUIPAMENTOS LTDA.
60 FIBERMAQ EQUIPAMENTOS LTDA.
61 FILSAN ENGENHARIA MECÂNICA LTDA.
62 FLEXO STEEL INDUSTRIAL LTDA.
63 FLEXO TECH INDUSTRIAL LTDA.
64 FLEXOPOWER INDÚSTRIA COMÉRCIO REPRESENTAÇÕES LTDA.
65 GAMA INDÚSTRIA DE MATRIZES LTDA. - ME
66 GOLD PRESS MÁQUINAS E RECICLAGEM LTDA. ME
67 GRABE BOMBAS E EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA. EPP
68 GRAFICTRON BRASIL DE TATUÍ LTDA.
69 HAGANE FACAS E SERRAS INDUSTRIAIS LTDA.- EPP
70 HAVER & BOECKER LATINOAMERICANA MÁQUINAS LTDA.
71 HB SOLUÇÕES EM AR COMPRIMIDO LTDA.
72 HECE MÁQUINAS E ACESSÓRIOS IND.E COM.LTDA.
73 HIMACO HIDRÁULICOS E MÁQUINAS IND. E COM. LTDA.
74 HIMAFE IND.E COM.DE MÁQUINAS E FERRAMENTAS LTDA.
75 HVN MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA. - ME
76 INBRAS-ERIEZ EQUIPS.MAGNÉTICOS E VIBRATÓRIOS LTDA.
77 INDUSFACAS COMÉRCIO E BENEFICIAMENTO LTDA.
78 INDUSMACK DO BRASIL LTDA.
79 INDÚSTRIA DE MÁQUINAS MIOTTO LTDA.
80 INDÚSTRIA DE MÁQUINAS PARA PLÁSTICOS IMAP LTDA - EPP
81 INDÚSTRIA DE MÁQUINAS PILON LTDA.
82 INDÚSTRIA DE MÁQUINAS PROFAMA LTDA.
83 INDÚSTRIA MECÂNICA LARESE LTDA.
84 INDUSTRIAL BUSSE MÁQUINAS E IMPL.AGRÍCOLAS LTDA.
85 INDÚSTRIAS ROMI S/A.
86 INEAL ALIMENTADORES PARA INJETORAS LTDA.
87 J.FERNANDES INDÚSTRIA METALÚRGICA DE ROSCAS LTDA.
101
FORNECEDORES DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
88 JASOT IND.E COM.DE MÁQUINAS E EQUIPS.LTDA.
89 JM AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL JUNDIAÍ LTDA.
90 JONFRA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL LTDA.
91 KIE MÁQUINAS E PLÁSTICOS LTDA.
92 KILINMAK IND.COM.IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA.
93 L&A INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
94 LABMAQ DO BRASIL LTDA. EPP
95 LASERFLEX MATRIZES GRÁFICAS LTDA.
96 LAVAGEM AMERICANA INDÚSTRIA DE MÁQUINAS LTDA. (ASPO)
97 LGMT EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA.
98 LUIZ DUANETTI NETO-ME -SISTEMA MÁQUINAS E EQUIPS.
99 M.L.C. INDÚSTRIA MECÂNICA LTDA.
100 MACAM IND. COM. MÁQUINAS EMBALAGENS PLÁSTICO LTDA.
101 MAGMAR INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÁQUINAS LTDA - EPP.
102 MAQPLAS INDUSTRIA E COMERCIO DE MAQUINAS LTDA.
103 MÁQUINAS E EQUIPS.INDUSTRIAIS SANTAMARIA LTDA.
104 MÁQUINAS FERDINAND VADERS S/A.
105 MÁQUINAS KLEIN S/A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO
106 MÁQUINAS MILLER IND.E COM.DE EXTRUSORAS LTDA. EPP
107 MÁQUINAS SANMARTIN LTDA.
108 MÁQUINAS TIGRE S/A.
109 MÁRIO BERTI JÚNIOR ULTRA-SOM - EPP
110 MAVI MÁQUINAS VIBRATÓRIAS LTDA.
111 MCI INDÚSTRIA COM. PRODUTOS ELETRÔNICOS LTDA. ME
112 MECA INDÚSTRIA ELETRO ELETRÔNICA E AUTOMAÇÃO LTDA.
113 MECÂNICA DE PRECISÃO ALMEIDA LTDA.
114 MECANOPLAST INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
115 METALMAX INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS LTDA
116 METALPLAN EQUIPAMENTOS LTDA.
117 METALÚRGICA CORTESA LTDA.
118 METALÚRGICA ESCARPA LTDA.
119 METALÚRGICA PARRA IND. E COM. DE MÁQUINAS LTDA - EPP
120 MH EQUIPAMENTOS LTDA.
121 MINEMATSU IND. E COM. MÁQS. E EQUIPAMENTOS LTDA.
122 MINERALMAQ MÁQS.PARA MINERAÇÃO METAL.E QUIM.LTDA.
123 MONTE MOR IND. E MONTAGEM DE MÁQUINAS INDS. LTDA.
124 MOOG DO BRASIL CONTROLES LTDA.
125 MOYNOFAC IND.E COM.DE MÁQS.EQUIP.P/PLÁSTICOS LTDA.
126 MUDREI INDÚSTRIA E MANUTENÇÃO HIDRÁULICA LTDA.
127 MULTI UNIÃO COMÉRCIO E USINAGEM LTDA.
128 MULTIPET INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE EQUIPAMENTOS LTDA
129 MULTIVIBRO INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
130 MUT FAC FACAS INDUSTRIAIS LTDA.
131 MVL MÁQUINAS VIBRATÓRIAS LTDA. - EPP
132 NACBRAS MÁQUINAS GRÁFICAS LTDA.
133 NETZSCH IND.E COM.DE EQUIPAMENTOS DE MOAGEM LTDA.
134 NEWLONG HASEBRAS MÁQUINAS INDUSTRIAIS LTDA.
102
FORNECEDORES DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
135 NTG EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA.
136 ORYZON INDÚSTRIA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS LTDA.
137 OSCAR FLUES INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
138 OTOCARVA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
139 PALLMANN DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
140 PAVAN ZANETTI INDÚSTRIA METALÚRGICA LTDA.
141 PCMC DO BRASIL LTDA.
142 PINTARELLI INDUSTRIAL LTDA.
143 PIOVAN DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
144 POLIMÁQUINAS INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
145 POLISTAR ELETRÔNICA LTDA.
146 POLISUL INDÚSTRIA DE MÁQUINAS LTDA. ME
147 POLITRON IND.NAC.DE MÁQS.E COMPONENTES ELETR.LTDA.
148 POLY-URETHANE INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
149 POPPI MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS LTDA.
150 PRIMOTÉCNICA MECÂNICA E ELETRICIDADE LTDA.
151 PRISCELL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
152 PROJETA MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS LTDA.
153 PRONATEC EQUIPAMENTOS INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
154 RAEDER INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
155 RAX SERVICE LTDA.
156 RC TEC INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA
157 REXNORD CORRENTES LTDA.
158 ROBEL DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÁQUINAS LTDA.
159 ROCHAFLEX IND.COM. MÁQS.E PEÇAS GRÁFICAS LTDA. EPP
160 RONE INDÚSTRIA E COMÉRCIO MÁQUINAS LTDA.
161 ROSCAPLAS COMÉRCIO E INDÚSTRIA LTDA.
162 ROTATEK SERVIÇOS E USINAGEM INDUSTRIAL LTDA.
163 ROTOBRAS INDÚSTRIA DE MÁQUINAS LTDA.
164 ROTOLINE EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA.
165 ROTOMEC ENGINEERING INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
166 RUBBERCITY ARTEFATOS DE BORRACHA LTDA.
167 RULLI STANDARD INDÚSTRIA E COM.DE MÁQUINAS LTDA.
168 SAGEC MÁQUINAS LTDA.
169 SANDRETTO DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÁQUINAS INJETORAS LTDA.
170 SÃO CAETANO ENVASADORAS AUTOMÁTICAS LTDA.
171 SCHENCK PROCESS EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA.
172 SCHMUZIGER INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÁQUINAS LTDA.
173 SCREENER EMBALAGENS LTDA.
174 SEE SISTEMAS INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
175 SEIBT MÁQUINAS PARA PLÁSTICOS LTDA.
176 SEMAC-SOCIEDADE DE ESTRUTURAS E MECÂNICA LTDA.
177 SEMAN INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA.
178 SEMCO EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA.
179 SERIMATIQUE INDÚSTRIA DE MÁQUINAS LTDA. EPP
180 SETORMAQ INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÁQUINAS LTDA.-ME
181 SIDEL DO BRASIL LTDA.
103
FORNECEDORES DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE TRANSFORMADOS PLÁSTICOS
182 SIEMENS LTDA.
183 SILME INDÚSTRIA DE PRENSAS HIDRÁULICAS LTDA.
184 SKM INDÚSTRIA DE MÁQUINAS LTDA.
185 SOMAX AMBIENTAL & ACÚSTICA LTDA.
186 SONITRON ULTRA SÔNICA LTDA.
187 SOPLAST PLÁSTICOS SOPRADOS LTDA.
188 SRE IND.E COM.DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS LTDA.
189 STAR BUSINESS COM.IND.DE EQUIPAMENTOS INDS.LTDA.
190 STORCK DO BRASIL LTDA.
191 SULPOL INDÚSTRIA METALÚRGICA LTDA.
192 TEC ENGINEERING DO BRASIL LTDA.
193 TECK TRIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE MÁQUINAS LTDA.
194 TECNAL EQUIPAMENTOS PARA LABORATÓRIO LTDA.
195 THE HUDSON-SHARP MACHINE DO BRASIL LTDA.
196 TORNEARIA CAÇULA LTDA. ME
197 TRACING INDUSTRIAL DE EQUIPAMENTOS LTDA.
198 TRESCE INDÚSTRIA DE MÁQUINAS LTDA.
199 UNIPLAS-IND.COM.IMP.EXP.MÁQUINAS E PLÁSTICOS LTDA.
200 UNIVERSAL PROCESS EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS LTDA.
201 URSO BRANCO IND.DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS LTDA.
202 USIGRAV MÁQS. ESP. FERRAMENTARIA E GRAVAÇÕES LTDA.
203 USIMAC EQUIPAMENTOS LTDA. EPP
204 USPS ELETRÔNICA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA.
205 VIDROS VITON LTDA.
206 VITOR CIOLA INDÚSTRIA DE MÁQUINAS LTDA.
207 VOMM EQUIPAMENTOS E PROCESSOS LTDA.
208 VRAN-TEC MÁQUINAS INDUSTRIAIS LTDA.
209 WELTECH DO BRASIL LTDA. - ME
210 WINDMOELLER & HOELSCHER DO BRASIL LTDA.
211 WORTEX MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS LTDA.
212 WUTZL SISTEMAS DE IMPRESSÃO LTDA.
104
BIBLIOGRAFIA
ABDI. Panorama Setorial: Plásticos. Série Cadernos da Indústria ABDI – Volume VI. ABDI -
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial e CGEE - Centro de Gestão e Estudos
Estratégicos. Brasília, 2008
Chanda, M.; Roy, S. K. (2007). Plastics Technology Handbook, 4a. Ed.. CRC Press. ISBN:
978 0849 37039 7.
Hage, E., Viveiros, H. e Silva, C. H. (2007). Estudo Prospectivo Setorial – Plásticos. CGEE.
ABDI.
Padilha, G.M. A.; Bomtempo, J.V. (1999) A inserção dos transformadores de plásticos na
cadeia produtiva de produtos plásticos. Polímeros, Oct./Dec. 1999, vol.9, no.4, p.86-91.
ISSN 0104-1428. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/po/v9n4/6187.pdf
105
Rodrigues, Susana C. S. F. (2002). Business strategy and organisational performance: an
analysis of the Portuguese mould industry. University of Wolverhampton (Thesis). UK.
106
NT III: DESIGN
Existem diferentes acepções para o termo design, e não concerne ao escopo desta Nota
discuti-las ou mesmo recuperá-las. Esta Nota compreende as atividades de design como um
processo técnico e criativo que visa conceber um artefato, criar ou modificar suas
configurações, elementos, materiais e componentes de modo a atribuir-lhe características
particulares de funcionalidade, desempenho, aparência, manufaturabilidade, dentre outras 14. O
design agrega valor ao produto e remete a atributos que vão além da posse do tangível de um
produto, sobretudo no seu desempenho ao longo do ciclo de vida, uma vez que permite
agregar valor desde sua idealização, fabricação, manutenção, desmontagem, no seu conteúdo
de funcionalidade até aspectos envolvendo as possibilidades de reuso e de reciclagem.
Esses aspectos fazem do design uma importante ferramenta para a competição dos
produtos, sobretudo por ser reconhecido como um importante meio de criação de nichos de
14
A coordenação do projeto e os consultores envolvidos reconhecem que esta definição convive, lado a lado,
com muitas outras, mais ou menos compatíveis, menos ou mais divergentes. A escolha desta definição,
específica, prende-se a um critério de abrangência.
107
mercado e de possibilidades de diferenciação em segmentos estabelecidos, representando
oportunidades de alcance a novos mercados, substituindo materiais como aço, vidro e
madeira.
Essas oportunidades de aplicação para plásticos envolvem uma ampla gama de trade
offs, pois determinados materiais são mais indicados para certas aplicações e, ao mesmo
tempo, apresentam restrições quanto aos métodos de produção que podem ser empregados,
quanto à disponibilidade de cores e de atributos visuais, além de outras relativas ao próprio
desempenho. Fazer com que um projeto de produto alcance os objetivos e metas inicialmente
propostos envolve conciliar as características dos materiais – como resistência, força,
grossura, estabilidade dimensional – com fatores como tipo de aplicação, temperatura e outras
condições a que o produto será exposto durante o processo produtivo e durante sua vida útil,
homogeneidade do material, exposição a cargas.
108
FIGURA 1. MODELO “FUNIL” DE DESIGN
Existe uma clara tendência de substituir produtos tradicionais, tais como madeira,
vidro ou aço, por produtos plásticos. O emprego das ferramentas de design é muito importante
para selecionar os materiais mais indicados, além dos cálculos dimensionais e de outros
parâmetros que irão garantir manufaturabilidade, desempenho e a competitividade do produto.
Muitos desses avanços tecnológicos estão relacionados a novas resinas, novos aditivos ou
agentes de reforço, e a implementação dessas inovações com freqüência envolve mudanças no
processamento dos materiais com as máquinas existentes ou mesmo a inclusão de novos
109
processos e maquinarias, cabendo ao design a formatação ótima dessas mudanças. Algumas
subsitutições são possíveis porque as ferramentas de design, em sintonia com os demais elos
do processo, viabilizam as soluções adequadas.
c. Ecodesign e Reciclabilidade
Nos últimos anos tem se observado uma tendência crescente em projetar produtos que
minimizem o impacto ambiental. Esse fenômeno, muitas vezes denominado ecodesign, na
cadeia de produção de plásticos se manifesta principal, mas não exclusivamente, na produção
de artigos com a reciclabilidade em foco. A idéia é que ao se desenhar um produto, além de
considerar o melhor desempenho dinâmico, condições de transporte e armazenamento,
considere-se também o fluxo reverso e a reciclagem do material.
O conceito de ecodesign é recente, tendo sido cunhado no início da década de 1990
após esforços de empresas do setor eletrônico dos Estados Unidos em criar produtos que
fossem menos agressivos ao meio ambiente.
A integração das questões ambientais ao design de produto requer um conjunto de
ferramentas de avaliação e análise modular, com base em metodologias de suporte. Por
exemplo, o Instituto Fraunhofer, da Alemanha, desenvolveu um grupo de indicadores de
avaliação especialmente dedicados às questões ambientais, como:
• Indicador de Toxicidade Potencial (TPI) para produtos e componentes.
• Avaliação de TPI de processos baseado na análise de fluxos materiais.
110
• Indicador de potencial de reciclagem: viabilidade de produtos/componentes para
determinados processos de reciclagem.
• Intensidade energética dos recursos baseado nas matérias-primas do produto.
A disseminação dessas e de outras ferramentas de apoio ao ecodesign devem
complementar as políticas em curso de promoção ao design de produto, como o Programa
Brasileiro do Design, e o debate acerca da Política Nacional dos Resíduos Sólidos.
Pensando nisso, a Associação Brasileira da Indústria do PET (ABIPET) publicou as
Diretrizes para Projeto de Garrafas de PET, focado na reciclabilidade das embalagens. Esse
documento é um guia destinado a passar ao projetista de embalagens as características que
facilitem a reciclagem dos produtos.
A ABIPET estabeleceu parâmetros de reciclagem para projetos de embalagens,
etiquetas, rótulos, tinta de impressão, dentre outros, recomendando que estes sejam
removíveis e que os adesivos continuem nas garrafas quando elas forem lavadas em solução
de soda cáustica a 1,5 % por 15 minutos e a temperaturas entre 85ºC e 90ºC.
As medidas dessa diretriz, relacionadas na Tabela 1, além de proporcionarem ganhos
do ponto de vista ambiental, tendem a beneficiar os profissionais que atuam na coleta e
separação: os produtos que seguirem essas recomendações tendem a ser mais valorizados no
mercado de reciclados pós-consumo, sobretudo por reduzirem o grau de contaminação da
resina reciclada.
O exemplo aqui mencionado e explorado de maneira mais detalhada sobre o PET
serve também como meio de ilustrar o potencial de interseção, na cadeia dos plásticos, entre
design e reciclagem, que envolve também as dimensões moldes e normas técnicas, e pode
incluir ainda o processo de regulação (e tributação). Uma política de promoção da reciclagem,
tenha ela caráter público, privado ou híbrido, pode mobilizar competências de design, e pode
ensejar a mobilização de novas competências em moldes e relacionar-se com a produção de
normas técnicas que ajudem a redirecionar o desenvolvimento de soluções para alcançar
níveis superiores de reciclagem.
111
TABELA 1. PARÂMETROS DE RECICLAGEM PARA PROJETOS DE EMBALAGENS (ABIPET)
Corpo
ATRIBUTO OU COMPONENTE IDEAL PARA RECICLAGEM EXCEÇÕES E CUIDADOS
continua...
112
...continuação
Rótulo
ATRIBUTO OU COMPONENTE IDEAL PARA RECICLAGEM EXCEÇÕES E CUIDADOS
continua...
113
...continuação
Outros
ATRIBUTO OU COMPONENTE IDEAL PARA RECICLAGEM EXCEÇÕES E CUIDADOS
114
transferência de conhecimento interindústria ocorre, principalmente, por meio de
treinamentos, demonstrações e prestações de serviços tecnológicos que os fornecedores de
resinas oferecem a seus principais clientes.
115
Existem ainda empresas especializadas na venda de serviços e equipamentos de
prototipagem, uma ferramenta importante quando há incerteza sobre o desempenho do
produto ou quando se quer avaliar o design, a resistência e o processo de fabricação da peça.
A prototipagem permite testar a funcionalidade de determinadas peças e verificar com
antecedência se a peça atende às expectativas, permitindo possíveis correções de trajeto no
projeto ou ainda no desenvolvimento dos moldes, evitando que imperfeições comprometam o
investimento realizado.
De fato, manter internamente esse conjunto de competências pode ser difícil e custoso
demais para os transformadores plásticos de menor porte. Por outro lado, o relacionamento
estreito entre os fornecedores de resinas e os transformados plásticos acaba, muitas vezes,
restritas aos clientes de maior porte. Nesse sentido, emerge a necessidade de uma infra-
estrutura pública e privada de suporte tecnológico ao setor.
15
Em que pesem os esforços consubstanciados na Lei de Inovação e nos novos ambientes que vêm sendo
estimulados desde a sua promulgação, o relacionamento entre as IPP – Instituições Públicas de Pesquisa e as
empresas (ou organizações privadas) ainda não possui a agilidade exigida pelos processos econômicos.
116
Cabe ressaltar que só a presença dessa infra-estrutura tecnológica não garante que a
indústria adentrará em uma trajetória ascendente nas atividades de tecnologia e inovação. Tal
sucesso depende da soma de outros fatores, como a interação e cooperação entre os agentes e
a presença de mão-de-obra qualificada internamente às empresas. A experiência internacional
ilustra e documenta este argumento.
Um estudo sobre a indústria de plástico da Alemanha 16 destaca que a probabilidade de
uma empresa buscar assistência da infra-estrutura tecnológica existente está positivamente
relacionada com o número de empregados qualificados de que dispõe. O predomínio de
trabalhadores pouco qualificados dificulta as possibilidades de aprendizado das firmas,
limitando a elevação de seus padrões. As empresas que não têm competência para identificar,
filtrar e utilizar o conhecimento que existe além de suas fronteiras tendem a lhe dar pouca
importância.
A comunicação efetiva entre os transformadores plásticos com os demais elos que
compõem a cadeia é facilitada – ou mesmo viabilizada – através do emprego de pessoal
qualificado, pois só assim os transformadores serão capazes não apenas de se comunicar
efetivamente com os engenheiros das empresas clientes, mas também para ajustar sua
produção de modo a atender as suas necessidades de manufatura e saber levar os problemas
tanto para os fornecedores de matérias-primas quanto aos prestadores de serviços de design,
quando for o caso de contratá-los.
Contudo, muitas vezes esses serviços são atrelados a volumes mínimos de compras.
Isso acaba por excluir um grande número de pequenas e médias empresas que adquirem
16
Streb, Jochen (2003). ‘Shaping the national system of inter-industry knowledge exchange Vertical integration,
licensing and repeated knowledge transfer in the German plastics industry’. Research Policy, 2003, vol. 32, no6,
pp. 1125-1140.
117
matéria-prima via distribuidor, possuindo elos limitados com o fabricante de matéria-prima.
Evidentemente, quanto mais pulverizada for a estrutura da indústria, esse ponto, mais uma
vez, reforça a existência da infra-estrutura tecnológica de promoção e suporte às atividades de
design para que as empresas com esse perfil ampliem as possibilidades de desenvolver
produtos que sejam competitivos em mercados pautados por atributos de qualidade e
desempenho.
118
2. Diagnóstico do emprego de ferramentas de design na transformação de plásticos no
Brasil
17
Os estudos mais relevantes nesse campo são: Danish Design Centre (2003); British Design Council (2004);
Swedish Industrial Design Foundation (2004); Finnish Design Technology Agency (2005).
119
− 85% afirmam que a aplicação de design aumenta a participação de mercado;
− 90% dos respondentes declararam que o design é estratégico ou significante;
− 90% dos respondentes declararam ter desenvolvido produtos com design diferenciado
nos últimos 3 anos;
− A maior importância do design de produto é para melhorar a aparência e a
funcionalidade do produto.
Contudo, a forma como as perguntas foram estruturadas não permite aferir o real
impacto em termos quantitativos do design em cada um dos pontos analisados, além de não
permitir certeza a respeito das relações causais propostas. Outro ponto remete ao fato de a
amostra incluir apenas empresas que declararam realizar design de produto, impedindo
comparações em termos de desempenho entre empresas que realizam e as que não realizam
design.
A ênfase dada ao papel do design na criação de nichos e na diferenciação de produtos
se justifica pelo argumento de que a oportunidade de acesso a mercados menos sensíveis a
preço através do emprego do design pode representar a principal possibilidade de crescimento
– e até mesmo sobrevivência – das empresas brasileiras. Isso porque se tem observado uma
crescente tendência de o mercado nacional estar exposto a uma dupla pressão competitiva 18.
Por um lado, há uma pressão para baixo nos preços das resinas termoplásticas resultante da
ampliação de capacidade produtiva de petroquímicos básicos em países com reservas
abundantes de gás – sobretudo do Oriente Médio. Por outro lado, há uma segunda pressão,
fortalecida pela primeira, oriunda da importação de transformados plásticos de países voltados
para a produção em larga escala, a custos baixos – destacadamente da China. O domínio do
design surge como ferramenta competitiva para acesso e fidelização de clientes para produtos
plásticos, fortalecendo a posição interna das empresas locais e inibindo a penetração de
importações nesses mercados.
No item anterior destacamos a importância de o setor contar com uma infra-estrutura
tecnológica composta por instituições de apoio ao design e à inovação tecnológica. O Brasil
possui uma quantidade significativa de universidades com cursos de pós-graduação (mestrado
e doutorado), cursos de graduação e cursos tecnológicos voltados ao design ou a materiais
poliméricos. Além disso, existem universidades, institutos de pesquisa e centros de teste e
certificação que podem prestar auxílios tecnológicos e assessoria em design às empresas
interessadas. Por fim, o estudo mapeou escritórios de design de produto e centros de
18
Esse tema é tratado de maneira mais aprofundada no capítulo geral, sobre a cadeia.
120
capacitação profissional voltados para a indústria de transformação plástica. Todas essas
instituições (Anexo 1) representam os elementos necessários para a consolidação da infra-
estrutura de apoio, porém não há indícios que essas instituições estejam fortemente
articuladas com o setor industrial. As Figuras 3, 4 e 5 mostram que mesmo no universo das
empresas que implementaram inovação tecnológica, essas instituições não foram apontadas
como fontes relevantes de informação e conhecimento.
121
FIGURA 3. OPINIÃO DAS EMPRESAS SOBRE A IMPORTÂNCIA DAS UNIVERSIDADES E INSTITUTOS DE PESQUISA
FIGURA 4. OPINIÃO DAS EMPRESAS SOBRE A IMPORTÂNCIA DAS INSTITUIÇÕES DE TESTES, ENSAIOS E
CERTIFICAÇÕES
FIGURA 5. OPINIÃO DAS EMPRESAS SOBRE A IMPORTÂNCIA DOS CENTROS DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL
122
O Brasil possui, desde 1995, um programa nacional de promoção ao design: o
Programa Brasileiro de Design (PBD), que visa motivar os empresários e engajá-los ao
objetivo maior de inserir o design no sistema produtivo. O programa tem caráter
descentralizado e reúne diversas instituições, tais como o Ministério da Ciência e da
Tecnologia, a Financiadora de Estudos e Projetos, o Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico, a Confederação Nacional da Indústria, o Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial.
Ao completar dez anos de atividade, foi realizada uma avaliação do PBD e uma
reorientação de suas estratégias. Essa avaliação concluiu que um aspecto positivo da política
foi a introdução do tema design em âmbitos diversos, com criação de cursos de design,
prêmios, publicações periódicas. No entanto, reconheceu que muito desse crescimento ocorre
de forma desarticulada e sem um melhor aproveitamento do potencial sinérgico entre os
setores público e privado, além de permanecer o desafio de maior inserção da inovação pelo
design nos setores produtivos. Uma das razões dessa desarticulação pode estar na avaliação de
que nenhuma destas instituições que coordenam o programa tem uma relação intrínseca com
design, mesmo que todas elas possam ter instrumentos de apoio ao design. Logo, não se trata
apenas de coordenação, mas de responsabilidade intrínseca. A questão, aqui, é saber a quem
cabe a liderança nesta matéria. Certamente não pode ser uma instituição que tem esta
atribuição diluída por muitas outras, mas um programa pluri-institucional com uma
coordenação mais efetiva, com metas definidas de maneira mais explícita, ao lado dos
instrumentos para sua viabilização.
O planejamento estratégico delineado para o período 2007-12 prevê o reforço das
ações de promoção – foco dos primeiros anos da política – e a alavancagem de ações de
educação e suporte. A principal diretriz do planejamento estabelecido visa ampliar o número
de empresas que incorporam em sua estratégia de negócios o design e inovação, promovendo
o desenvolvimento da gestão do design e da inovação nos setores produtivos como estratégia
de crescimento.
A incorporação de mão-de-obra capacitada por parte das empresas da indústria é
indispensável para dotá-las de capacidade de transformar o conhecimento existente em novos
produtos e processos que possam garantir-lhes competitividade em mercados pautados por
parâmetros de qualidade, diferenciação e desempenho.
No entanto, segundo a Relação Anual das Informações Sociais (RAIS), no ano de
2005 a indústria de fabricação de produtos de plástico e de borracha empregava 333.648
pessoas, das quais 56% não havia completado o ensino médio. Já a Pesquisa de Inovação
123
Tecnológica (PINTEC) aponta que dentro do universo das empresas que introduziram alguma
inovação tecnológica na indústria de produtos de plásticos e de borrraca havia, em 2005,
1.489 pessoas ocupadas nas atividades internas de pesquisa e desenvolvimento. Esse valor
representa 0,45% do total de pessoas empregadas nessa indústria naquele ano.
O Brasil possui casos de produtos plásticos que foram premiados em eventos nacionais
e internacionais de design (Anexo 2 e 3). Além desses, sabemos que existem outros esforços
individuais em pesquisa, desenvolvimento e inovação em novos produtos e novas aplicações
de produtos plásticos (Quadro 1, 2 e 3). Cabe às políticas públicas elaborar mecanismos que
tornem esses esforços endógeno e sistêmico à cadeia de produtos petroquímicos e plásticos,
de modo que a indústria esteja apta a sobreviver em um ambiente cada vez mais competitivo.
Esse caso ilustra bem como a atuação da cadeia de forma agregada, permitida e reforçada
pela capacitação técnica das empresas envolvidas, permite o desenvolvimento de produtos
de alto valor agregado em mercados nos quais desempenho e qualidade são mais
importantes do que o preço.
124
QUADRO 2. REDUÇÃO DA QUANTIDADE DE MATÉRIA-PRIMA
A empresa EngePack, sediada em São Paulo-SP, foi a primeira a produzir embalagens PET no
País e uma das pioneiras da introdução no Brasil, em 1991, do modelo europeu de
operações de sopro dentro da unidade do cliente.
A cadeira recebeu menção honrosa no 1º Prêmio Abiplast Design por oferecer tais
vantagens. O design da cadeira foi concebido de modo a se adequar ao máximo à realidade
dos usuários. Nesse sentido a peça dispõe de quatro rodas, duas das quais móveis, o que
permite manobrá-la com maior facilidade, possui braços ergonômicos, para proporcionar
maior firmeza ao sentar; e, ainda, assento vazado – com a possibilidade de acoplar
reservatórios opcionais – e largura suficiente para permitir a passagem na porta do boxe do
banheiro. Além disso, possui a base separada do assento, o que facilita o transporte à
distância, sendo ainda fácil de ser montada e desmontada. A intenção da Marfinite é
permitir que as pessoas possam comprar a cadeira, ao invés de alugarem, uma prática muito
comum com cadeiras convencionais para esse tipo de uso.
Conclusão
O caráter endógeno passa pela modernização das empresas da terceira geração, pois no
universo de mais de 11 mil estabelecimentos há um número elevado de empresas operando
com máquinas obsoletas, de baixa produtividade, com alto desperdício de matéria-prima e
125
alto consumo de energia elétrica. Além disso, remete a harmonizar o ambiente competitivo,
eliminando a competitividade espúria obtida pelas empresas que operam na informalidade
tributária e de não cumprimento das normas técnicas.
Quando aqui nos referimos ao caráter sistêmico do processo, entende-se que é preciso
observar a cadeia produtiva de produtos petroquímicos e plásticos da forma mais ampla e
completa que for possível. Para que o país adquira competitividade no setor de produtos
plásticos, é preciso que a indústria de matérias-primas (a segunda geração petroquímica)
também esteja capacitada tecnologicamente. Embora essa indústria se encontre em posição
favorecida desse ponto de vista em relação aos transformadores plásticos, há uma enorme
atraso vis-a-vis as principais empresas internacionais. A simples consulta em seus respectivos
sites a respeito dos serviços tecnológicos que prestam aos seus clientes evidencia esse ponto.
Além disso, a relação entre inovação e design obrigatoriamente passa por uma indústria de
moldes competitiva, apta a utilizar os instrumentos tecnológicos avançados (como
CAD/CAM/CAE) e capaz de produzir dentro dos parâmetros de qualidade e de prazos
estipulados pelos clientes.
126
FIGURA 6. A ESCADA DO DESIGN
Extraído de: Centro de Design Dinamarquês (2003) The economics effects of design.
127
ANEXO 1. INFRAESTRUTURA CIENTÍFICA, TECNOLÓGICA E TÉCNICA DE APOIO AO DESIGN E À INOVAÇÃO
TECNOLÓGICA
128
Escritórios de design de produto
Empresa Localização
Anexar Design | Marketing | Comunicação
Bertussi Design
Bend Design
CTG Design
DABLIU DESIGN
DESIGN INVERSO
design.comDESENHO Bento Gonçalves/RS
Di20 Studios Florianópolis/SC
Domus Design São Paulo / SP
Edison Barone
FAZdesign Joinville/SC
Forma & Função
Habto Design de Produto Rio de Janeiro – RJ
Índio da Costa Design
Inove Design
Indústria da Imagem - Design de Embalagem Belo Horizonte/MG
Megabox Design Quatro Barras/PR
Nó Design São Paulo/SP
Odois
Oggi Design Savassi / BH
ParaDesign
PlexuDesign Contagem/MG
Quatter Design Belo Horizonte / MG
Rocca Porena Comunicação e Marketing Curitiba/PR
Sentidos Design São Paulo/SP
Vanguard Design
TotalBrand São Paulo/SP
Uaná Design
Zon Design
129
Centros de capacitação profissional
SENAI ROVERTO MANGE Operador de torno cnc Anápolis GO
Desenhista técnico mecânico CAD Manaus AM
SENAI WALDEMIRO LUSTOZA
Técnico em Metalmecânica Manaus AM
SENAI ANTONIO SIMÕES Técnico em Metalmecânica Manaus AM
SENAI FEIRA DE SANTANA Técnico em Mecânica Feira de Santana BA
Mecânico de usinagem Salvador BA
Serviços de Design Salvador BA
SENAI CIMATEC Técnico em Ferramentaria Salvador BA
Técnico em Metalmecânica Salvador BA
Técnico em Plásticos Salvador BA
Ferramenteiro de manutenção de moldes Juazeiro do Norte CE
SENAI WANDERILLO DE CASTRO CÂMARA
Técnico em Metalmecânica Juazeiro do Norte CE
SENAI ALEXANDRE FIGUEIRA RODRIGUES Técnico em Mecânica Maracanaú CE
SENAI SANTO AMARO Técnico em Metalmecânica Recife PE
SENAI CASCAVEL Técnico em Metalmecânica Cascavel PR
Técnico em Ferramentaria São José dos Pinhais PR
SENAI CETMETAL
Técnico em Metalmecânica São José dos Pinhais PR
Técnico em Metalmecânica Caxias do Sul RS
Técnico em processos de usinagem industrial Caxias do Sul RS
SENAI JOSÉ GAZOLA
Técnico Ferramenteiro Caxias do Sul RS
Técnico Matrizeiro Caxias do Sul RS
SENAI PANAMBI Técnico em Metalmecânica Panambi RS
Técnico em Metalmecânica São Leopoldo RS
SENAI LINDOLFO COLLOR Técnico Ferramenteiro São Leopoldo RS
Técnico Matrizeiro São Leopoldo RS
SENAI BLUMENAU Técnico em Metalmecânica Blumenau SC
SENAI CAÇADOR Técnico em Mecânica Caçador SC
SENAI CONCÓRDIA Técnico em Mecânica Concórdia SC
SENAI INDAIAL Técnico em Mecânica Indaial SC
SENAI ITAJAÍ Técnico em Metalmecânica Itajaí SC
Técnico em Mecânica Jaraguá do Sul SC
SENAI JARAGUÁ DO SUL
Técnico em Metalmecânica Jaraguá do Sul SC
Técnico em Ferramentaria de Moldes Joinville SC
SENAI JOINVILLE NORTE
Técnico em Metalmecânica Joinville SC
SENAI LAGES Técnico em Mecânica Lages SC
SENAI LUZERNA Técnico em Mecânica Luzerna SC
SENAI POMERODE Técnico em Mecânica Pomerode SC
SENAI RIO DO SUL Técnico em Mecânica Rio do Sul SC
SENAI EUVALDO LODI Técnico em Metalmecânica Contagem MG
SENAI JOSÉ FAGUNDES NETTO Técnico em Metalmecânica Juiz de Fora MG
SENAI TAFT ALVES FERREIRA Técnico em Metalmecânica Sete Lagoas MG
SENAI ADEMAR MARRA Técnico em Metalmecânica Três Marias MG
SENAI MACAÉ Técnico em Metalmecânica Macaé RJ
SENAI NOVA FRIBURGO Técnico em Metalmecânica Nova Friburgo RJ
Sistema FIRJAN Serviços de Design Rio de Janeiro RJ
Técnico em Metalmecânica Rio de Janeiro RJ
SENAI EUVALDO LODI
Técnico Ferramenteiro Rio de Janeiro RJ
SENAI HENRIQUE LUPO Técnico em Metalmecânica Araraquara SP
SENAI JOÃO MARTINS COUBE Técnico em Metalmecânica Bauru SP
SENAI BRAGANÇA PAULISTA Técnico em Metalmecânica Bragança Paulista SP
SENAI ROBERTO MANGE Técnico em Metalmecânica Campinas SP
SENAI MANUEL GARCIA FILHO Técnico em Metalmecânica Diadema SP
Técnico em Metalmecânica Guarulhos SP
SENAI HERMENEGILDO CAMPOS DE ALMEIDA
Técnico Ferramenteiro de Moldes para plásticos Guarulhos SP
SENAI LUZ SCVONE Técnico em Metalmecânica Itatiba SP
Técnico em Plásticos Jundiaí SP
SENAI CONDE ALEXANDRE SICILIANO
Técnico Ferramenteiro de Moldes para plásticos Jundiaí SP
SENAI NAMI JAFET Técnico Ferramenteiro de Moldes para plásticos Mogi das Cruzes SP
Técnico em Metalmecânica Osasco SP
SENAI NADIR DIAS DE FIGUEIREDO Técnico Ferramenteiro de Moldes para Metais Osasco SP
Técnico Modelador Industrial Osasco SP
SENAI MARIO HENRIQUE SIMONSEN Técnico Modelador Industrial Piracicaba SP
SENAI A. JACOB LAFER Técnico em Metalmecânica Santo André SP
Técnico em Plásticos São Bernardo do Campo SP
SENAI MARIO AMATO
Técnico Ferramenteiro de corte, dobra e repuxo São Bernardo do Campo SP
Técnico Ferramenteiro de corte, dobra e repuxo São Carlos SP
SENAI ANTONIO ADOLPHO LOBBE
Técnico Ferramenteiro de Moldes para plásticos São Carlos SP
SENAI ANTÔNIO DEVISATE Técnico em Metalmecânica São José do Rio Preto SP
SENAI SANTOS DUMONT Técnico Ferramenteiro de corte, dobra e repuxo São José dos Campos SP
SENAI ARY TORRES Técnico Ferramenteiro de corte, dobra e repuxo São Paulo SP
Técnico Ferramenteiro de Moldes para plásticos São Paulo SP
SENAI HUMBERTO REIS COSTA Técnico Ferramenteiro de corte, dobra e repuxo São Paulo SP
SENAI MARIANO FERRAZ Técnico Ferramenteiro de Moldes para plásticos São Paulo SP
Técnico em Metalmecânica São Paulo SP
SENAI ROBERTO SIMONSEN Técnico Ferramenteiro de corte, dobra e repuxo São Paulo SP
Técnico Ferramenteiro de Moldes para plásticos São Paulo SP
SENAI SUÍÇO-BRASILEIRA Técnico em Metalmecânica São Paulo SP
SENAI ETTORE ZANINI Técnico em Metalmecânica Sertãozinho SP
Técnico em Metalmecânica Sorocaba SP
SENAI GASPAR RICARDO JÚNIOR Técnico Ferramenteiro de corte, dobra e repuxo Sorocaba SP
Técnico Ferramenteiro de Moldes para plásticos Sorocaba SP
Técnico em Metalmecânica Taubaté SP
SENAI FÉLIX GUISARD
Técnico Ferramenteiro de corte, dobra e repuxo Taubaté SP
SENAI VALINHOS Técnico em Metalmecânica Valinhos SP
130
Centros e núcleos de design
NAD Desenvolvimento Integrado de Produtos Plásticos (Design, Engenharia de Projeto, Projeto de
Molde, Fabricação de Molde e Try-out). Embalagens. Brinquedos. Produtos Médicos Hospitalares. BA
Mobiliário. Joalheria. Prototipagem.
NAD Mobiliário, Calçados e Artefatos de Couro, Desenho Industrial Gráfico e Vestuário BA
NAD Design de Embalagem e Gráfico CE
NAD Metalurgia MG
NAD Modelagem tri-dimensional - engenharia reversa, prototipagem rápida MG
NAD Embalagens, Produtos eletroeletrônicos MG
NAD Engenharia de Produto - Prototipagem Placas Eletrônicas MG
NAD Centro de Design (Centro de ação de promoção, divulgação e articulação para todos os
MG
segmentos)
NAD Design de Embalagem PE
NAD Vestuário, Embalagens, Plástico, Cerâmica, Artes Gráficas PR
NAD Transformação de Plásticos SP
NAD Cerâmica, Plástico e Química SP
131
Cursos de pós-graduação relacionados com materiais, polímeros e plásticos
CDTN - Mestrado em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais Belo Horizonte-MG
CEFET/MA Mestrado em Materiais São Luis-MA
EESC/USP - Mestrado e doutorado em Materiais São Carlos-SP
FAENQUIL/USP - Mestrado e doutorado em Engenharia de Materiais Lorena-SP
FAENQUIL/USP - Mestrado em Novos Materiais e Química Fina Lorena-SP
IEEL/USP - Doutorado em Engenharia de Materiais São Paulo-SP
IMA/UFRJ- Mestrado doutorado em Ciência Tecnologia de Polímeros Rio de Janeiro-RJ
IME - Mestrado e doutorado em Ciência dos Materiais Rio de Janeiro-RJ
IPEN - Mestrado e doutorado em Tecnologia Nuclear e Materiais São Paulo-SP
MACKENZIE - Mestrado Profissionalizante em Engenharia de Materiais São Paulo-SP
PUC-RS - Mestrado e doutorado em Engenharia e Tecnologia de Materiais Porto Alegre-RS
UCS - Mestrado em Materiais Caxias do Sul-RS
UDESC - Mestrado em Ciência e Engenharia de Materiais Joinville-SC
Campos dos Goitacazes-
UENF - Mestrado e torado em Engenharia e Ciência dos Materiais
RJ
UEPG - Mestrado em Engenharia e Ciência dos Materiais Ponta Grossa-PR
UERJ - Mestrado em Ciência e Tecnologia de Materiais Rio de Janeiro-RJ
UFBA - Mestrado em Engenharia Química Salvador-BA
UFC - Mestrado e doutorado em Engenharia e Ciência dos Materiais Fortaleza-CE
UFCG - Mestrado e doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais Campina Grande-PB
UFMG - Mestrado e doutorado em Engenharia Metalúrgica e de Minas Belo Horizonte-MG
UFMG - Mestrado e doutorado em Engenharia Química Belo Horizonte-MG
UFOP/REDEMAT- Mestrado e doutorado em Engenharia de Materiais Ouro Preto-MG
UFPE - Mestrado e doutorado em Ciência dos Materiais Recife-PE
UFPR - Mestrado e doutorado em Engenharia Curitiba-PR
UFRGS - Mestrado e doutorado em Ciência dos Materiais Porto Alegre-RS
UFRGS - Mestrado e doutorado em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de
Porto Alegre-RS
Materiais
UFRGS - Mestrado Profissionalizante em Engenharia de Minas, Metalúrgica e de
Porto Alegre-RS
Materiais
FAENQ/UIL/USP - Mestrado em Novos Materiais e Química Fina São Paulo-SP
UFRN - Mestrado e doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais Natal-RN
UFSC - Mestrado e doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais Florianópolis-SC
UFSCar - Mestrado doutorado em Engenharia e Ciência dos Materiais São Carlos-SP
UNESP/Bauru-Mestrado e doutorado em Ciência e Tecnologia de Materiais Bauru-SP
UNESP/IS - Mestrado em Ciência dos Materiais Ilha Solteira-SP
UNICAMP - Mestrado e doutorado em Engenharia Mecânica Campinas-SP
UNICAMP - Mestrado e doutorado em Engenharia Química Campinas-SP
UNIFEI - Mestrado em Materiais para Engenharia Itajubá-MG
USF/Itatiba - Mestrado em Engenharia e Ciência dos Materiais Itatiba-SP
USP -Mestrado e doutorado em Engenharia Metalúrgica São Paulo-SP
USP/SC - Mestrado doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais São Carlos-SP
UTFPR - Mestrado em Engenharia Mecânica e de Materiais Curitiba-PR
132
Cursos de Graduação
CEFET/MA - Engenharia de Materiais São Luiz-MA
CEFET/MG – Engenharia de Materiais(em criação) Belo Horizonte-MG
Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina – Design de Produto Florianópolis - SC
Centro Universitário La Salle – Design de Produto Canoas - RS
Centro Universitário UNA – Design de Produto Belo Horizonte - MG
Centro Universitário Vila Velha – Design de Produto Vila Velha - ES
EESC/USP – Engenharia de Materiais e Manufatura São Carlos-SP
Escola de Engenharia Mackenzie – Engenharia de Materiais São Paulo-SP
Faculdade da Cidade do Salvador – Design de Produto Salvador - BA
Faculdade Integrada do Ceará – Design de Produto Fortaleza - CE
Faculdades Integradas de Ensino Superior de Linhares – Design de Produto Linhares - ES
FAENQUIL/USP - Engenharia de Materiais Lorena-SP
Fundação Armando Álvares Penteado FAAP – Design de Produto São Paulo - SP
IME - Engenharia de Materiais Rio de Janeiro-RJ
Instituto Politécnico/RJ - Engenharia Mecânica c/ ênfase em Materiais Nova Friburgo-RJ
Instituto Superior Tupy de Joinville – Design de Produto Joinville - SC
POLI/UFRJ - Engenharia de Materiais Rio de Janeiro-RJ
PUC-RIO - Engenharia de Materiais Rio de Janeiro-RJ
PUC-RJ – Design – Projeto de Produto RJ Rio de Janeiro - RJ
SOCIESC - Curso em Engenharia de Plásticos Joinville-SC
SOCIESC - Curso em Engenharia Mecânica Joinville-SC
UCL – Faculdade do Centro Leste – Design de Produto Serra – ES
UCL/RJ- Engenharia Produção c/ ênfase em Materiais e Metalurgia Serra-ES
UCS - Engenharia de Materiais Caxias do Sul-RS
UEPG - Engenharia de Materiais Ponta Grossa-PR
UFCG - Engenharia de Materiais Campina Grande-PB
UFRGS - Engenharia de Materiais Porto Alegre-RS
UFRN - Engenharia de Materiais Natal-RN
UFSC - Engenharia de Materiais Florianópolis-SC
UFSCar - Engenharia de Materiais São Carlos-SP
ULBRA - Engenharia de Plásticos Canoas-RS
UNESP - Engenharia de Materiais Guaratinguetá-SP
UNIFEI– Engenharia de Materiais S. B. do Campo-SP
UniLeste/MG - Engenharia de Materiais Coronel Fabricano-MG
Universidade Bandeirante de São Paulo – Design de Embalagens São Paulo - SP
Universidade de Caxias do Sul – Design de Produto Caxias do Sul - SC
Universidade de Marília – Design de Produto Marília - SP
Universidade de Rio Verde – Design de Produto Rio Verde - GO
Universidade do Estado de Minas Gerais – Design de Produto Belo Horizonte - MG
Universidade do Oeste de Santa Catarina – Design de Produto Xanxerê - SC
Universidade do Oeste Paulista – Design de Produto Presidente Prudente - SP
Universidade Federal do Ceará – Design de Produto Fortaleza - CE
Universidade Federal do Paraná – Design de Produto Curitiba - PR
Universidade FUMEC – Design de produto Belo Horizonte - MG
Universidade Paulista – Design de Produto São Paulo - SP
USF/Itatiba – Engenharia de Materiais Itatiba-SP
USP - Engenharia de Materiais São Paulo-SP
133
Laboratórios e institutos de
Vínculos Institucionais Localização
pesquisa
LEPCom - Laboratório de
Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais -
Engenharia de Polímeros e Belo Horizonte - MG
UFMG
Compósitos
Pesquisa em Físico Química de
Instituto de Química - UNB Brasília - DF
Polímeros (LabPol)
Embalagens Plásticas Centro de Tecnologia de Embalagem Campinas - SP
Laboratório de Polímeros Instituto de Química - UNICAMP Campinas - SP
Polímeros e Propriedades
Departamento de Física - UFOP Ouro Preto - MG
Eletrônicas de Materiais – LAPPEM
Processos de Polimerização
Engenharia de Polímeros - COPPE - UFRJ Rio de Janeiro - RJ
(LMSCP)
134
ANEXO 2. CASOS DE SUCESSO
135
ANEXO 3. PRÊMIOS E CONCURSOS
136
Prêmio Descrição Periodicidade Organizador(es)
Estimular e promover o setor de iluminação, através da
premiação e divulgação das empresas cujos produtos
industrializados caracterizem-se por trazer soluções
Prêmio Abilux Associação Brasileira
criativas ou inovadoras graças à inserção do design e que
Empresarial de Anual da Indústria de
tenham contribuído para a melhoria do produto,
Design Iluminação (ABILUX)
preocupando-se com a iluminação eficiente, fortalecendo
a sua posição competitiva no mercado e adequando-se aos
requisitos ou interesses da sociedade.
O Prêmio House & Gift de Design é um estímulo de criação
e inovação de produtos do setor de artigos para casa,
dentro dos conceitos de forma e função. Tem por objetivo
reconhecer as peças que atinjam os mais altos índices nas
Prêmio House & Grafite Feiras e
métricas de avaliação (forma e função), definindo o estilo Anual
Gift de Design Promoções
contemporâneo de design no Brasil, criando tendências e
moda. É considerado referência para designers e empresas
do segmento de artigos para casa e busca destacar a
criatividade e inovação do design brasileiro.
O Prêmio Abiplast Design tem como objetivo incentivar a
criatividade e a inovação tecnológica dos produtos
Associação Brasileira
plásticos por meio do design, contribuindo para o
Abiplast Design Anual da Indústria do
desenvolvimento e a competitividade do produto
Plástico (ABIPLAST)
brasileiro, com enfoque na nobreza e versatilidade do
material.
Agência de Promoção
de Exportações e
Investimentos (Apex-
O principal objetivo desse prêmio é promover o
Brasil), Ministério do
Design Excellence reconhecimento internacional do design de produtos e
Anual Desenvolvimento,
Brazil serviços desenvolvidos no país, com vistas ao
Indústria e Comércio
fortalecimento da Marca Brasil.
Exterior (MDIC),
Centro de Design do
Paraná
Visa incentivar o aprimoramento da embalagem nacional e
Prêmio ABRE Associação Brasileira
estimular o interesse da indústria usuária de embalagem
Design de Anual de Embalagem
em investir em novos projetos e promover a integração
Embalagem (ABRE)
entre os diversos elos desta cadeia.
Casa Brasil Design e
Trata-se de um concurso de design de produtos, que tem
Negócios, Sindicato
como objetivo integrar a criatividade e a inovação
Salão Design Casa da Indústria de
tecnológica por meio do design, para ajudar a promover e Anual
Brasil Mobiliário de Bento
desenvolver a cultura do design entre empresários,
Gonçalves
profissionais e estudantes.
(Sindimóveis)
O Prêmio Salão Design Movelsul tem como objetivo Sindicato da Indústria
Salão Design incentivar a criatividade e a inovação tecnológica por meio de Mobiliário de
Bienal
Movelsul do design, contribuindo para o desenvolvimento do setor Bento Gonçalves
moveleiro. (Sindimóveis)
Reúne uma mostra de 40 novos projetos de estudantes de Associação dos
Prêmio Jovens
20 Faculdades de Design Industrial e Projeto de Produto do Anual Designers de Produto
Designers
Estado de São Paulo. (ADP)
O objetivo principal da presente premiação é incentivar o
fortalecimento e disseminação do design brasileiro. Para
Museu da Casa
isso mapeia o que de mais importante vem ocorrendo na
Prêmio Design Brasileira (Secretaria
área de equipamentos para o habitat, sua área de atuação,
Museu da Casa Anual de Estado da Cultura
dividida nas seguintes categorias: Mobiliário, Utensílios,
Brasileira do Governo do
Iluminação, Têxteis e revestimentos, Equipamentos eletro-
Estado de São Paulo)
eletrônicos, Equipamentos de construção, Trabalhos
escritos e Novas idéias / conceitos.
Fonte: Anuário Design Brasileiro, 2008
137
BIBLIOGRAFIA
ABDI. Panorama Setorial: Plásticos. Série Cadernos da Indústria ABDI – Volume VI. ABDI -
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial e CGEE - Centro de Gestão e Estudos
Estratégicos. Brasília, 2008
Chanda, M.; Roy, S. K. (2007). Plastics Technology Handbook, 4a. Ed.. CRC Press. ISBN:
978 0849 37039 7.
Fayad M,. Motamen H. (1986). The Economics of the Petrochemical Industry. New. York,.
NY: St. Martin's Press; 1986.
Hage, E., Viveiros, H. e Silva, C. H. (2007). Estudo Prospectivo Setorial – Plásticos. CGEE.
ABDI.
138
Revista Plástico Industrial. Vários números.
Roy, R.; Riedel, J. (1997). Design and innovation in successful product competition.
Technovation, Vol.17 No. 10, pp. 537-548.
139
NT IV: NORMAS TÉCNICAS
Objetivos
Introdução
Visando cumprir os objetivos propostos para esta nota técnica, esta fase do projeto foi
dedicada à caracterização do processo de produção de normas técnicas em química e à
interação com parte dos interlocutores do setor produtivo da cadeia do plástico identificados
anteriormente.
O objeto da caracterização do processo de produção das normas técnicas em química
compreende, por um lado, identificar os agentes atualmente envolvidos, seus respectivos
papéis e interações existentes, e por outro, qualificar o atual estágio de desenvolvimento da
metrologia em química, fundamento requerido para validar a qualidade e a confiabilidade das
normas técnicas de interesse da cadeia produtiva do plástico. Esta caracterização subsidia a
identificação de aspectos pertinentes à trajetória do sistema de produção dessas normas
técnicas, em termos de seu histórico e tendências futuras.
A interlocução com o setor produtivo da cadeia do plástico permitiu qualificar alguns
fatores intervenientes na competitividade dos produtos dessa cadeia provocados pela adoção
(ou não) das normas técnicas em química pelos agentes do mercado do setor.
O desenvolvimento desta nota técnica é iniciado por um quadro geral de referência
envolvendo a metrologia em química, no qual se assinalam alguns aspectos da repercussão do
desenvolvimento da metrologia na competitividade dos produtos nos mercados. Em
sequência, é apresentada a conceituação pertinente às normas técnicas e as principais
características do sistema de produção de normas técnicas em química no Brasil e,
especificamente, o processo de produção e controle de notas técnicas relacionadas a produtos
140
do setor de plásticos no Brasil. A partir dos levantamentos feitos por meio deste projeto,
pode-se identificar e descrever um conjunto de processos de adesão à conformidade de
normas de produtos pelas empresas do setor de plásticos. A presente nota é finalizada com
conclusões e recomendações relacionadas à adesão de normas técnicas em química com um
potencial fator de competitividade das empresas e agregadamente do setor de plásticos no
Brasil.
Metrologia em química
141
As medições de grandezas físicas, como massa, tempo e comprimento, não dependem
de matrizes e componentes específicos. Em química, encontra-se uma realidade diferente e é
muito difícil, ou mesmo impossível, dispor de referências específicas ou padrões que
atendam, de forma completa, a enorme diversidade de necessidades metrológicas dessa área.
Em decorrência, alguns conceitos teóricos estabelecidos, embora corretos e reconhecidos,
mostram-se de difícil implantação prática (GOLZE, 2003).
A metrologia em química, que compreende um campo bastante amplo e complexo de
atuação, tornou-se tema integrante da agenda de desenvolvimento de muitos países. Assim,
para conseguir o grau requerido de confiabilidade no processo de medição em química, é
necessário identificar e controlar as variáveis envolvidas e fazer uso de várias ferramentas
metrológicas, de maneira a se atingir o grau necessário relativo à comparabilidade e à
rastreabilidade dos resultados emitidos.
Rastreabilidade é um conceito metrológico associado à qualidade de uma medição.
Quando é feita uma avaliação laboratorial de um material, de caráter físico ou químico, há
necessidade de relacionar o resultado obtido com referências reconhecidas
internacionalmente, para assegurar a aceitação do mesmo. Este relacionamento é feito pelo
uso de padrões e metodologias validadas e reconhecidas.
Para conseguir comparabilidade de resultados ao longo do tempo e do espaço, é
essencial estabelecer um elo entre os resultados de medição e de todas as etapas individuais, a
uma mesma referência estável ou a uma medição padrão. Os resultados podem ser
comparados pela sua relação com essa referência comum (EURACHEM / CITAC GUIDE,
2003).
Resultados analíticos comparáveis a qualquer tempo e lugar, que tenham a sua
rastreabilidade estabelecida, de acordo com padrões internacionalmente aceitos, constituem
uma forte base de apoio às transações comerciais e mesmo políticas. Do ponto de vista
internacional, as questões de natureza técnica associadas à qualidade e confiabilidade dos
produtos foram introduzidas nas transações comerciais por meio do conceito de “barreiras
técnicas”, redefinido no âmbito da criação da Organização Mundial do Comércio OMC e
objeto do atual Agreement on Technical Barriers to Trade TBT.
Segundo Temple, Slembeck e Williams (2002), firmas comercializando um produto
dominante no mercado irão competir em custo e qualidade e podem desenvolver novas e mais
eficientes medições e técnicas para terem vantagem competitiva. A seleção das melhores
medições e técnicas emerge da base técnica das firmas produtoras e de uma variedade de
142
alternativas usadas pelas firmas competidoras, ou seja, elas aparecem após o mercado ter
escolhido o produto dominante.
Pelas conclusões expostas por Ponçano, Carvalho e Makiya (2006), o crescimento
acelerado da metrologia em química no contexto internacional permite prever que, dentro de
poucos anos, não mais haverá espaço no mercado para produtos sem qualidade assegurada. E,
qualidade assegurada exige que os resultados laboratoriais que sustentam os dados relatados
para esses produtos por quaisquer laboratórios de ensaios, sejam eles de indústria, centros de
pesquisa, prestadores de serviços, universidades, órgãos de controle ou de fiscalização sejam
exatos e confiáveis.
143
passando a ser responsável pela Secretaria Técnica do Comitê. O âmbito de atuação do
ABNT/CB 10 é a normalização no campo da química, compreendendo produtos químicos
inorgânicos, produtos químicos orgânicos, produtos e preparados químicos diversos no que
concerne a terminologia, requisitos, métodos de ensaio e generalidades. Este âmbito de
atuação, estabelecido pela ABNT em setembro de 2000, visa contemplar a atual classificação
internacional para a indústria química, presente na International Standard Industry
Classification ISIC, da Organização das Nações Unidas ONU, e está amparada pela
Classificação Nacional de Atividades Econômicas CNAE, do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística IBGE (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
2009).
É usual a Abiquim constituir, por sua própria iniciativa, o que se denomina de Comissão
Setorial para um produto específico. A Abiquim possui hoje nove comissões setoriais.
No âmbito internacional, a ABNT mantém convênio com a International
Standardization for Organization ISO, instituição congênere com atuação em normalização
técnica e reconhecida pela Organização Mundial do Comércio OMC. Na prática, tal convênio
permite à ABNT homologar uma norma ISO como uma NBR, no caso da coincidência de já
existir norma ISO que atenda uma demanda de normalização de produto para o mercado
brasileiro.
Pelos procedimentos da ABNT, os trabalhos técnicos de um Comitê são
operacionalizados por Comissões de Estudos; estas comissões constituem os fóruns técnicos
onde são desenvolvidas as normas técnicas. Elas possuem um âmbito de atuação específico,
restrito a um escopo pré-aprovado pelo Conselho Técnico da ABNT. Participam dessas
Comissões, por meio de trabalhos voluntários, representantes de universidades, institutos,
instituições governamentais, não governamentais, entidades representativas e empresas
produtoras e consumidoras (produtos e serviços). O processo ABNT para homologação de
uma NBR é compreendido pelas seguintes etapas: concepção de um projeto de norma; criação
de uma Comissão de Estudos; discussão técnica entre os intervenientes; consulta pública
nacional e análise; homologação e publicação da NBR pela ABNT. A relação atualizada sobre
as Comissões de Estudos do ABNT/CB10 está disponibilizada nas páginas eletrônicas da
ABNT e da Abiquim.
Segundo Ponçano (2007), a norma técnica proporciona maior facilidade e segurança nas
trocas de informações entre o fornecedor e o consumidor, eliminando ruídos na comunicação
entre ambos; cria padrões mínimos de qualidade, em respeito ao seu consumidor, aos novos
mercados que pretende alcançar e, ainda, à imagem de sua empresa e seu setor industrial;
144
promove a difusão tecnológica, consolidando e estabelecendo parâmetros consensuais entre
os fornecedores, consumidores e a academia.
Ainda segundo essa autora, as comissões de estudos que trabalham em normas técnicas
são importantes difusoras de tecnologia, pois reúnem agentes especializados nas mais
diferentes matérias, que trocam, continuamente entre si, conhecimentos que são incorporados
a cada um deles. Norma técnica tem ainda o mérito de provocar a necessidade de capacitação
tecnológica dos agentes envolvidos para buscar a melhoria do produto, dos processos, e da
mão-de-obra nos centros e institutos de pesquisa (PONÇANO, 2007). Existe, portanto, uma
relação direta e forte entre a norma técnica e a política industrial, entendida como ação
estruturante das capacitações técnicas e tecnológicas, com efeitos importantes sobre a
competitividade das empresas e da cadeia do plástico.
145
Transformados de resina termofixa – para esta categoria de produtos constata-se
a existência de ação específica da Abiquim em normalização para a família dos
poliuretanos; trata-se da Comissão Setorial de Poliuretanos, constituída na
Abiquim em 2001. No desenvolvimento de um projeto para propor ou atualizar
uma NBR a Comissão usa o procedimento habitual da ABNT para produção de
normas técnicas. Na categoria de usuários, o setor dos produtores de
transformados de PU tem sido representado pela Associação Brasileira da
Indústria do Poliuretano Abripur; esta entidade congrega, entre seus associados,
empresas transformadoras de pequeno e médio porte.
146
QUADRO 1. INTERLOCUTORES E ENTREVISTADOS
Caixa d´água
Janela de PVC
Forro de PVC
Tubo de polietileno PE
Cadeiras plásticas
Tubos de PVC
147
Poliuretanos PU: colchões e colchonetes
Dessa relação foram selecionados para serem descritos e discutidos aqueles processos de
adesão às NBRs que fossem mais apropriados para a aprendizagem e a compreensão de
fatores relevantes à competitividade das empresas. São eles: copos plásticos descartáveis;
cadeiras plásticas; tubos de PVC; sacolas plásticas tipo camiseta; e poliuretanos PU, nos dois
tipos de espuma: colchões e colchonetes; e painéis industrializados.
A relação acima indicada, que contempla apenas produtos transformados, já é por si só
reveladora de um primeiro aspecto de repercussão prática para o mercado:
a existência e a adesão às normas técnicas NTs adquirem maior relevância quando o
mercado consumidor é difuso (ou seja, com grande número de consumidores de distintas
naturezas).
Vale dizer que, em situações onde a relação de mercado se dá entre poucos agentes, os
ditos “agentes especialistas” de mercado entre produtores – mercado tipo B2B (“business to
business”) –, a adesão às NTs é ação imprescindível e peremptória para a competitividade
desses agentes, pois no caso de resinas petroquímicas, as empresas estão mais expostas à
competição em padrão internacional.
Outro aspecto relevante refere-se ao “papel de comunicação” exercido pelas normas
técnicas nos processos de “arbitragem das relações entre o Produtor e o Consumidor”. A
existência das NTs, a difusão das mesmas na sociedade e a adesão à conformidade por parte
dos produtores, são fatores que facilitam, e tornam menos onerosa, a arbitragem das relações
de mercado. Trata-se de um papel das normas técnicas de amplitude social e, portanto, de
natureza pública.
O exame dos processos de adesão à conformidade a NTs para os produtos a seguir
descritos levou à constatação de dois tipos de situação, que são aqui denominadas como:
processo convencional e processo induzido.
148
quantidade possível de produtores na adesão à conformidade, no menor prazo
de tempo possível.
Pode-se verificar que o advento do processo induzido na cadeia do plástico no Brasil
está associado a duas questões centrais: a) uma delas, a mais importante, está ligada à
motivação concorrencial, causada pela postura, cada vez mais disseminada, do consumidor
em optar por produtos de bom preço e também de boa qualidade; e b) a outra, tem origem em
questões próprias do ambiente institucional brasileiro, entre eles a baixa eficácia da
fiscalização ao cumprimento à conformidade e da efetiva punição dos agentes que produzem
e vendem produtos em não-conformidade.
O “programa de qualidade” é o instrumento mais usual que vem sendo utilizado nos
processos induzidos de adesão à conformidade pelos produtores da cadeia do plástico no
Brasil.
A seguir são apresentados os processos de adesão à conformidade selecionados para o
desenvolvimento desta nota técnica.
Tubo de PVC
149
Sacolas plásticas tipo camiseta
150
de crianças. A norma passou a incorporar requisitos de produção e vários métodos de ensaio
capazes de assegurar que as sacolas suportem mesmo o peso anunciado pelos fabricantes.
O Programa é de execução complexa, pois se desconhece o número exato de empresas
transformadoras do segmento. Estima-se que 15 empresas fabricantes sejam responsáveis por
75% a 80% da produção nacional. Até 2009, contam-se 9 empresas certificadas.
Cadeira plástica
A edição de norma técnica da cadeira plástica data de 1998 e tem tido dificuldades em
seu processo de adoção pelos fabricantes transformadores.
151
A partir de um programa de qualidade liderado pelo INP, o processo de adesão à
conformidade pelos transformadores evoluiu para a instituição do Selo de Conformidade
Inmetro, obtido pela homologação por aquele órgão do respectivo Regulamento de Avaliação
de Conformidade.
O programa do Selo de Conformidade alcançou a adesão de 90% dos transformadores.
Entretanto, este resultado e a continuidade do programa estão momentaneamente
comprometidos devido a interpelações judiciais interpostas por empresas, as quais questionam
a validade de alguns métodos dos ensaios de desempenho do produto previstos na norma
técnica referenciada associada ao Selo de Conformidade Inmetro.
Já no caso dos painéis elaborados com espuma PU rígida, a primeira norma foi adotada
em 2006 (NBR ABNT 15366:2006). Os primeiros movimentos de adesão espontânea por
parte de algumas empresas transformadoras datam de 2007. Uma dessas empresas teve por
motivação a necessidade de atender uma demanda de profissionalização do fornecimento, seja
pela qualidade do produto, inclusive em mercados internacionais, seja para atender requisitos
de instituições financeiras onde os consumidores tomam créditos para seus projetos. Os
transformadores que estão buscando a adesão à conformidade estão encontrando dificuldade
152
com a infra-estrutura laboratorial para a realização dos ensaios previstos na NBR, em termos
da existência de laboratórios capacitados, dos prazos de execução e dos custos.
Constatações e Conclusões
1. Tomando por base que o processo de adesão à conformidade seja composto por quatro
fases - normalização, conscientização, implantação e fiscalização -, o levantamento
feito permite a constatação da seguinte realidade para as empresas transformadoras da
3ª geração da cadeia do plástico.
a) na normalização, há um espectro de produtos aguardando a edição de normas
e uma dificuldade de ritmo de atualização de normas já existentes;
b) na conscientização, verifica-se o desconhecimento da existência de normas
por parte da grande maioria das empresas;
153
c) as empresas que aderem à implantação das normas encontram dificuldade
com a existência de infra-estrutura habilitada para realização dos ensaios
requeridos, nos prazos e custos compatíveis com a dinâmica do mercado;
d) o mercado conta com a baixa eficácia do sistema de fiscalização em todos os
níveis, o que fragiliza a norma e o próprio mercado.
2. Nota-se que os movimentos de adesão à conformidade às NBRs pelos fabricantes de
produtos transformados da cadeia do plástico tem tido por motivação as mudanças no
marco regulatório nacional e internacional. Em particular, em termos nacionais, a
regulamentação em 1997 (Decreto 2.181/97) da lei que instituiu o Código de Defesa
do Consumidor (Lei 8.078, de 11/09/1990).
3. Outro elemento importante de motivação para adesão à conformidade é oriundo da
dinâmica competitiva do mercado. Os espaços de mercado, nacional e internacional,
estão sendo ocupados, cada vez mais, por produtos de qualidade assegurada. Nessa
medida, a adesão à conformidade significa para as empresas produtoras e
transformadoras, principalmente para essas últimas, maior possibilidade de
diferenciação competitiva, ou seja, com obtenção de resultados empresariais acima
da média dos concorrentes.
4. Nos termos do jargão empresarial, “a qualidade do produto vale dinheiro”. A partir
disso, as empresas conseguem justificar os custos a se arcar com programas de
qualidade, individuais internos às empresas ou agregados para o coletivo de empresas
do próprio setor.
5. Esse efeito de diferenciação competitiva por qualidade tem seu potencial ampliado e é
mais efetivo para o resultado das empresas quando a cadeia produtiva adere de
forma agregada à conformidade às normas técnicas. Em outras palavras, as
empresas estão constatando que “qualidade resulta em bom negócio para as
empresas e que bom negócio valoriza a cadeia como um todo”.
6. Novamente, a adesão à conformidade tem cada vez mais relevância para as empresas
transformadoras da cadeia do plástico, devido ao objetivo de ampliar a inserção em
mercados de outros países ou de outras regiões. Este movimento está traduzido no
esforço de exportação de produtos transformados por intermédio do Projeto Export
Plastic, iniciativa conjunta da Abiplast, INP e Abiquim. Em valores, a exportação de
transformados de plásticos em 2008 foi de US$1,185 bilhão (1,45% do PIB),
representando um crescimento de 22% em relação aos valores de 2007.
154
7. A experiência vivida nos movimentos pela qualidade na cadeia do plástico tem
demonstrado que a adesão à conformidade produz um efeito positivo de inibir as
atividades de mercado na economia informal. Vale dizer, que maior número de
empresas atuando com produtos em conformidade representa potencial aumento de
arrecadação de tributos pelos governos em seus vários níveis, municipal, estadual e
federal.
8. Traduzindo esta conclusão conforme terminologia desta nota, “a não-conformidade
técnica leva à não-conformidade fiscal”, ou ainda, em forma positiva, “ a adesão à
conformidade técnica leva à conformidade fiscal (e, portanto, a uma maior
arrecadação).
Recomendações
155
difusão da cultura da normalização técnica (em apoio à necessidade apurada de
melhoria da conscientização), pois essa é a missão básica desse tipo de rede. Os
instrumentos que as redes metrológicas utilizam para atender essa missão são os
programas de comparação laboratorial, os treinamentos e os eventos.
5. A despeito do esforço nacional em aparelhamento da infra-estrutura laboratorial para
ensaios e análises por meio de diferentes instrumentos de política pública, entre os
quais caberia citar o Programa de Tecnologia Industrial Básica TIB, constatou-se uma
carência expressiva desse tipo de infra-estrutura de apoio para a normalização no
setor de plástico no Brasil, conforme já indicado.
6. Entre as recomendações cabíveis para suprir tal deficiência, uma delas emergiu de
forma melhor definida e pode servir de balizamento para outros segmentos da cadeia.
Trata-se do segmento de espumas de PU rígidas, onde surgiu a recomendação do
seguinte teor:
a) criação de um centro tecnológico com capacitação laboratorial para atender as
necessidades do conjunto das empresas do segmento;
b) investir na formação de técnicos operacionais, de técnicos de nível médio e
de especialistas em nível de pós-graduação;
c) desenvolver competências nas áreas de gestão para normalização e de
gestão ambiental.
7. A reflexão sobre demandas de qualificação de profissionais envolvidos em
normalização técnica na cadeia do plástico indica ser recomendável uma atenção ao
tópico de capacitação gerencial. No mesmo padrão de excelência da formação
técnica requerida para atuar nas atividades de normalização. Entre as demandas
citadas figuram competências gerenciais: a) para a articulação entre empresas e
organismos / entidades recomendada anteriormente nesta seção; e b) no uso da
conformidade técnica como um dos instrumentos de diferenciação competitiva da
empresa, portanto uma ação estratégica que pode contribuir para que a empresa
obtenha rendimentos acima da média em relação aos concorrentes.
Nos levantamentos feitos por meio deste projeto a respeito do tema normalização no
mercado brasileiro, surgiram alguns aspectos em nível institucional que cabem registro para
eventual consideração.
156
1. A aplicação de normas internacionais ao mercado brasileiro deve ser feita com a
necessária flexibilização que tome em conta aspectos natos da realidade do País, em
termos culturais, sociais, econômicos e de meio ambiente.
2. O ordenamento jurídico brasileiro contempla a função de Normalização técnica
em legislação específica de defesa do consumidor e não como uma função com
regulação direta pelo mercado, como nos países desenvolvidos industrialmente. Por
consequencia a normalização no Brasil é assunto de natureza processual e
jurídica, onde as normas técnicas têm “força de lei”. Nesse sentido, a normalização
no Brasil tem menos agilidade que em países como a Inglaterra, berço da
normalização, onde a regulação deve ocorrer diretamente entre os agentes, sendo o
recurso à justiça uma situação onde há excepcionalidades que justifiquem tal ação.
3. Em decorrência desse ordenamento jurídico, há no Brasil, com freqüência, recursos
interpostos à justiça em matéria de normalização. Este tipo de encaminhamento limita
as iniciativas de regulação direta entre os agentes econômicos. Ademais, no
procedimento jurídico em prática têm prevalecido decisões circunscritas ao conteúdo
técnico das normas afins do recurso interposto. Este procedimento não alcança as
demais dimensões não-técnicas envolvidas nas questões de normalização, tal como
indicado nesta norma técnica. Considere-se ainda que, mesmo que fundamentadas nos
conteúdos técnicos das normas, as decisões judiciais poder ser vulneráveis, pois há
nuances e especificidades que dificilmente poderão ser integralmente contampladas
em uma norma técnica. Isso vale mesmo quando a equipe que formulou a norma
possui as melhores competências.
4. “Norma técnica não resolve todos os problemas”. É impossível inserir numa norma
todo o conhecimento para lidar com as situações de mercado, sobretudo no caso de
produtos químicos.
5. O processo de produção de normas no Brasil dá origem a situações metodológicas de
difícil equacionamento em segmentos como a 3ª geração da cadeia do plástico.
Nesses segmentos, nos quais grande parte dos produtos vai diretamente ao consumo
de massa, quem melhor representa o consumidor na definição das especificações
dos produtos nas comissões de estudos? Ainda no caso do Setor de Química, há uma
situação singular pela qual um mesmo agente econômico pode ser ora consumidor,
ora produtor/fornecedor. Como equacionar seu papel representativo nas comissões
de estudos para normalização?
157
6. Por último, cabe reflexão, no caso brasileiro, sobre a eficácia do processo de adesão à
conformidade à normalização pelos agentes produtores em decorrência de novos
instrumentos de certificação que estão sendo introduzidos no mercado. É o caso de
certificações de conformidade emitidas por organizações do próprio sistema brasileiro
de normalização. Num ambiente institucional onde as normas técnicas já possuem
“força de lei”, o quê pode ter mais força do que uma lei?
158
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA QUÍMICA. Normas Técnicas ABNT
CB10. Disponível em: < http://www.abiquim.org.br/normas técnicas/abnt>. Acesso em: 08
Julho 2009.
BUREAU INTERNATIONAL DES POIDS ET MEASURES - BIPM. Evolving needs for metrology in
trade, industry and society and the role of the BIPM. BIPM, 2003. 164p. Disponível em:
<http://www1.bipm.org/en/publications/official/>. Acesso em: 08 Junho 2009.
159
NT V: RECICLAGEM
160
resinas termoplásticas e, por conseqüência, aumentando a margem de venda para
produtos reciclados.
b. Aquecimento do mercado de trabalho e valor do salário mínimo: quanto maiores as
possibilidades de emprego no mercado formal, menor tende a ser o número de
catadores nas ruas. Isso porque a sentimento de estabilidade e os benefícios
trabalhistas proporcionados pelo trabalho formal pode deslocar uma massa de
catadores para outras atividades da economia. Da mesma forma, um salário mínimo
elevado aumentaria a quantidade mínima mensal de material reciclado que deveria ser
coletada para ser economicamente mais vantajosa.
161
Cooperação e Desenvolvimento Econômico – possui um arcabouço legal que responsabiliza
as empresas a reciclarem os resíduos gerados pelos seus produtos e por suas embalagens.
Além disso, existem leis que obrigam produtores a adicionarem um percentual mínimo de
matéria-prima em seus produtos ou ainda que imponham taxas a embalagens que utilizem
muita matéria-prima ou que não sejam recicláveis.
Conforme já mencionado, o desempenho brasileiro na reciclagem está associado à
primeira dimensão expostas. Além disso, os índices de reciclagem mais elevados são
verificados nas regiões mais densamente povoadas dos grandes centros urbanos brasileiros.
A Figura 2 representa uma cidade na qual A é a região mais densamente ocupada e a
região D a menos densamente ocupada. A concentração de catadores, e por conseqüência o
índice de reciclagem, será maior na região A do que nas demais, pois o tempo necessário para
coletar uma quantidade razoável de material reciclável nas regiões com menor densidade
populacional pode não justificar a presença de catadores.
• Região populosa;
• Concentração de lixo e de catadores
(renda garantida)
162
QUADRO 1. O CASO DE UMA COOPERATIVA DA CIDADE DE SÃO PAULO
Após o agravamento da crise financeira internacional, o preço das latas de alumínio, das garrafas PET e
do papelão, três dos principais produtos da indústria de reciclagem, caiu entre 50% e 60%.
Os Gráficos 1 e 2 foram cedidos por uma cooperativa de coleta e triagem de resíduos domiciliares
19
situada na zona sul da cidade de São Paulo , e ilustram como a crise financeira provocou uma queda abrupta
do faturamento e a redução da renda média mensal de um cooperado – que chegou a R$ 275,00 em fevereiro
de 2009 frente R$ 810,00 em outubro de 2008. Paralelamente, o número de cooperados foi reduzido de 126
em junho de 2008 para 88 um ano depois (uma queda de 30%).
Ainda que sem capacidade de generalização, este Caso não é isolado. Não há dúvidas quanto à
importância desse tipo de atividade em termos econômicos, sociais e ambientais, o que justificaria a
elaboração de instrumentos de política pública que visassem dar sustentabilidade a esses empreendimentos,
sobretudo nos momentos de queda acentuada dos preços praticados no mercado.
19
Agradecemos a colaboração prestativa da senhora Sandra Caselta da Cooperativa de Reciclagem da Capela do
Socorro.
163
No entanto, ao analisar os programas de coleta seletiva brasileiro, nos deparamos com
um cenário muito distante do ideal. Segundo a pesquisa Ciclosoft 2008, menos de 10% dos
municípios brasileiros desenvolvem programas de coleta seletiva. Dentre esses municípios,
observa-se uma enorme variação entre escalas, métodos, procedimentos que resultam em
programas com abrangência territorial limitada e que desviam dos aterros sanitários um
volume de materiais recicláveis crescente, porém pouco significativo, se comparado aos
volumes desviados pelos catadores avulsos.
Essa pesquisa aponta que existem no país cinco municípios com programas de coleta
seletiva que abrangem 100% do seu território: Curitiba/PR, Itabira/MG, Londrina/PR, Porto
Alegre/RS, Santo André/SP e Santos/SP. As Tabelas 1, 2 e 3 apresentam a diversidade nos
resultados e nos custos de cada um desses programas.
164
Itabira/MG 0.105.199 186,8 13,3
Porto Alegre/RS 1.440.939 297,4 11,7
Curitiba/PR 1.788.559 316,0 07,5
Santo André/SP 0.673.234 291,2 06,2
Santos/SP 0.418.375 411,9 03,5
Fonte: Ministério das Cidades. Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos (2006)
1.1. Londrina/PR
165
Além disso, o suporte público é restrito ao transporte do material coletado, fato que não
resolve um dos principais desafios dessa atividade: a volatilidade dos preços.
1.3. Curitiba/PR
O programa de coleta seletiva capital do estado do Paraná teve início em 1989 e ocorre
vez por semana nos bairros mais distantes e três vezes na região central. O programa da
cidade de Curitiba apresenta algumas características inovadoras, como o fato de contar com
uma única central de triagem que emprega cerca de cem pessoas com salários fixos. Esse fator
ajuda a diminuir a evasão de trabalhadores em momentos de crise ou de mercado de trabalho
166
aquecido, como ocorre com trabalhadores de cooperativas que não têm salários fixos ou
direitos trabalhistas.
Além disso, o programa conta com um incentivo a participação da população de baixa
renda, normalmente a camada que mais necessita de educação ambiental. Esse incentivo
consiste em permitir que as pessoas troquem quatro quilos de material reciclado por um quilo
de alimento. Ao todo são 88 pontos de troca que permitem que a coleta seletiva atinja os
pontos onde os caminhões da prefeitura não costumam chegar.
Porém, o programa curitibano também sofre com a concorrência dos catadores.
Enquanto o programa de coleta seletiva da prefeitura arrecada pouco mais de 30 toneladas de
material reciclável por dia, os mais de três mil catadores existentes na cidade são responsáveis
por tirar das ruas diariamente mais de 500 toneladas de material reciclável.
Com o objetivo de integrar os catadores ao programa oficial, está em curso um projeto
da administração municipal para a construção de vinte e cinco parques de reciclagem,
barracões dotados de infra-estrutura para recepção, classificação e venda do material coletado
pelos catadores. A idéia é que cada parque atenda até 100 catadores, sejam eles organizados
ou não em associações ou cooperativas.
Um dos objetivos desses parques é centralizar a venda do material reciclável de modo
a eliminar a presença dos atravessadores, o que aumentaria a margem obtida pelos catadores e
cooperativas. Além disso, o projeto prevê que os parques agreguem áreas de pesagem e
triagem, sanitários, oficinas, contêineres para armazenamento e espaço para treinamento e
cursos de capacitação.
167
serviço é executado diariamente. O restante da cobertura (3%) é resultado da separação do
material feita em cerca de vinte estações comunitárias de coleta espalhadas em bairros da
periferia e de 500 PEVs que são de responsabilidade de empresas parceiras responsáveis pela
manutenção.
O programa municipal coleta, em média, aproximadamente 350 toneladas mensais,
direcionadas às cooperativas e a outros programas sociais que fazem a triagem e venda para
empresas recicladoras. Ao todo, a coleta seletiva beneficia cerca de 300 pessoas que
trabalham em cinco programas sociais.
Contudo, o projeto da prefeitura sofre a concorrência de 1.500 catadores de resíduos
que não são integrados ao programa. Eles não fazem parte de cooperativas e vendem seus
produtos diretamente para ferros velhos. Estima-se que 300 toneladas de material reciclável
acabem nas mãos dos catadores todos os meses. Nesse caso também não existe proposta para
integrar esses indivíduos, mas, sim, propostas para dificultar sua ação.
1.5. Santos/SP
168
recolhimento. Estima-se que a quantidade coletada por catadores informais seja oito vezes
superior à quantidade coletada pelo programa oficial da prefeitura local. Segundo a
administração municipal da cidade de Santos, existe um projeto em curso para agregar os
catadores ao programa de coleta seletiva.
169
Até 2003 havia unidades desse tipo em trinta e cinco nações e grande parte das novas plantas
estão sendo instaladas na Ásia. Na União Européia, 154,5 kg per capita de resíduos sólidos
são destinados anualmente à reciclagem energética. No Japão essa quantia chega a 314 kg, em
Cingapura 252 kg e nos EUA 105 kg. 20.
2.1. Europa
20
Themelis, 2003.
170
QUADRO 2. PROGRAMA ALEMÃO DE RECICLAGEM DE EMBALAGENS
A Alemanha possui um dos programas de reciclagem mais bem sucedidos do mundo. Esse sistema é
baseado em mecanismos impositivos criados pelo “Regulamento de Embalagem” (Verpackungsordung), de
1991. Essa regulamentação obriga o comércio e a indústria a recolher e aproveitar os materiais do material das
embalagens por elas. Além disso, são também responsáveis pelo transporte e venda desse material para sua
reciclagem e reutilização.
O Regulamento de Embalagem foi estabelecido com o objetivo de induzir a redução na quantidade das
embalagens utilizadas pela indústria e para aumentar as taxas de reciclagem. A regulamentação prevê ainda a
imposição taxas sobre a reciclagem da embalagem pós-consumo. Essa taxa varia de acordo com a quantidade e
do tipo do material empregado.
Esse mecanismo legal é conhecido como Sistema Dual, pois prevê que os agentes da indústria e do
varejo podem ser dispensados dessa obrigação individual desde que participem de um sistema amplo e
publicamente acessivo para a coleta, separação e reciclagem de embalagens usadas. individual de reciclagem
das embalagens. Nesse caso, o produtor deve recolher uma taxa à empresa Duales System Deutschland (DSD),
que se encarrega de reciclar as embalagens dos bens colocados em circulação. O pagamento desta taxa
autoriza o produtor a utilizar o selo "Ponto Verde"
Antes da implantação do Sistema Dual, só existiam na Alemanha iniciativas isoladas para reutilização
das embalagens. O trabalho da DSD é executado de acordo com as normas dos municípios, sendo que
predomino o sistema de logística reversa. Nesse sistema os consumidores despejam as embalagens em
containers localizados em pontos centrais, cabendo à DSD fazer a coleta posteriormente.
Antes da implantação do Sistema Dual, só existiam na Alemanha iniciativas isoladas para reutilização
das embalagens. Mas após a regulamentação ocorrida em 1991, o consumo de embalagens na Alemanha tem
decrescido em aproximadamente 1 milhão de toneladas por ano. A Tabela X sumariza os principais resultados
obtidos com o programa.
Fonte: Lege, Klaus-Wilhelm (Editor). 1° Guia de Tecnologias Ambientais Brasil-Alemanha 1999-2000. Publicação
da Câmara Brasil-Alemanha. São Paulo – Brasil. 1998
171
legislação para a instalação de plantas incineradoras que não recuperam a energia dos
materiais. Em 1997, 54% das plantas incineradoras do continente recuperavam a energia dos
materiais, e atualmente esse número se aproxima de 90%.
Japão
172
170 para a reciclagem dos veículos seus veículos. Com isso, espera-se reduzir os custos
crescentes da disposição de restos de automóveis em aterros sanitários, inclusive através do
desenvolvimento de novas tecnologias e do incentivo ao emprego de conteúdo reciclável nos
automóveis japoneses. Por exemplo, a Toyota fundou no Japão um centro técnico de
reciclagem automóvel com o objetivo de testar novas técnicas de desmantelamento de
veículos para recuperação e vem desenvolvendo tecnologias para elevar a taxa de recuperação
de materiais.
Por outro lado, existem cerca de 200 unidades de incineração de resíduos sólidos com
recuperação energética no território japonês. O governo local tem apoiado iniciativas nesse
sentido desde 1994 ao regulamentar o “princípio fundamental para a introdução de energia
alternativa”. A última meta divulgada pelo governo japonês estabelecia que em 2010 a
capacidade de reciclagem energética deveria ser dez vezes maior do que os níveis de 2001.
Além disso, o Japão possui dezenove plantas de grande escala para reciclagem
química de resíduos plásticos. Esse tipo de reciclagem ainda é pouco difundido no mundo,
sobretudo pelo elevado custo tecnológico envolvido. A reciclagem química promove
despolimerização dos materiais plásticos para a obtenção de gases e óleos, a serem utilizados
como matéria-prima na fabricação de outros polímeros com as mesmas propriedades das
resinas originais, permitindo a utilização de misturas de diferentes tipos de plásticos – o que
não é possível na reciclagem mecânica, por exemplo.
Estados Unidos
173
rígidos ou que os mesmos contenham 25% de matéria-prima reciclada, enquanto em
Wisconsin a exigência de conteúdo reciclado é de 10%.
Nos Estados Unidos, há 98 plantas de reciclagem energética de resíduos sólidos
operando em vinte nove estados. Essas unidades gerenciam 16% do lixo total do país, um
número baixo se comparado ao observado no Japão e na Europa.
O estado da Flórida concentra o maior número de unidades de reciclagem energética.
Ao todo existem doze plantas instaladas que processam 20% de todo o resíduo estadunidense
destinado à recuperação energética. O governo local exerceu papel importante na construção
desse cenário ao obrigar, em 1970, que as dezenove unidades administrativas mais
importantes da Flórida pesquisassem a recuperação da energia contida nos resíduos sólidos
em alternativa à disposição em aterros.
21
O Handbook of Plastic Recycling (2002) apresenta evidências desta afirmação.
174
podem ser aplicadas na indústria de utensílios domésticos (como baldes, cabides, prendedores
de roupas, pentes, brinquedos, vassouras, escovas etc.), produção de fibra de poliéster para
indústria têxtil, sacolas plásticas, embalagens primárias para produtos não-alimentícios
(produtos de limpeza, óleo diesel etc.) e alimentícios (desde que cumpram os requisitos
legais), embalagens secundárias, fios, cabos e acessórios para automóveis.
O potencial de demanda para produtos revalorizados, de forma geral, está limitado por
dois fatores principais. Por um lado, há a necessidade de aceitação de mercado que, por sua
vez, é baseada na percepção que os consumidores e transformadores plásticos fazem do
produto ou nas questões de saúde e segurança e aceitação técnica relacionadas a seu uso. Por
outro lado, há a aceitação técnica, baseada na necessidade de os reciclados cumprirem
determinados padrões de funcionamento e de manufaturabilidade
Além disso, a partir do momento que os consumidores que valorizam a
responsabilidade sócio-ambiental dos fabricantes são propensos a procurar por produtos
revalorizados e, mais do que isso, muitas vezes estão dispostos a pagar mais por isso. Esse
ponto pode representar uma oportunidade de negócio para as empresas que queiram atuar
nesse segmento, ampliando a divulgação de que seus produtos são “ambientalmente corretos”.
Existem, grosso modo, dois mercados para plásticos reciclados. O mercado primário
no qual a resina reciclada é utilizada para a mesma aplicação do produto que a originou e o
mercado secundário que, em geral, envolve uma queda na qualidade do produto inicial, que
passa de um uso (primário) de maior valor para uma gama de produtos de menor valor. O
mercado secundário é a principal destinação dos materiais plásticos reciclados, pois as
oportunidades de aplicação são mais amplas e as especificações menos rígidas.
Quanto a sua origem, os plásticos podem ser classificados como pós-industrial ou
como pós-consumo. Os primeiros são gerados em processos industriais e incluem aparas,
rebarbas, sobras e também peças que não atingiram a qualidade necessária para ir ao mercado.
Já os plásticos de origem pós-consumo são os descartados pelos consumidores, sendo que as
embalagens são responsáveis por parcela significativa desse descarte. Essa diferenciação é
importante, pois os plásticos de origem pós-consumo tendem a ser mais contaminados do que
os de origem pós-industrial, tornando o processo de reciclagem mais caro, complexo e em
alguns casos inviável
O Gráfico 3 mostra que 61% do material plástico reciclado no Brasil provém dos
resíduos pós-consumo, a despeito de apenas 7% dos municípios brasileiros disporem de
coleta seletiva dos resíduos sólidos municipais. Do total de plásticos utilizados no Brasil,
21,2% dos plásticos gerados no país são reciclados mecanicamente. Esse índice é um dos
175
mais altos do mundo, superando inclusive a média da União Européia que é 18,3%, conforme
mostra o Gráfico 4.
176
Primeiramente, a qualidade da matéria-prima com freqüência é precária. A resina
reciclada pode apresentar diferentes propriedades físicas e mecânicas em relação ao material
virgem, devido a degradações durante seu ciclo de uso e durante o processo de reciclagem.
Outro fator que contribui para a perda de propriedades das resinas recicladas é a
contaminação causada por gordura, restos orgânicos, alças metálicas, grampos, adesivos,
substâncias tóxicas ou mesmo de outros plásticos. Contudo, os materiais recolhidos pelos
catadores geralmente carecem de separação e pré-tratamento adequados, etapas primordiais
para evitar ou minimizar a contaminação.
Por outro lado, a ausência de programas bem estruturados se reflete na dificuldade de
os recicladores conseguirem garantia de fornecimento de matéria-prima em quantidade
desejada. Segundo o Instituto Plastivida, a indústria de reciclagem de plásticos atua hoje com
30% de sua capacidade ociosa por falta de material a ser reciclado (IRPm, 2008).
Esses fatores favorecem que a matéria-prima reciclada seja destinada prioritariamente
a mercados secundários que, em geral, envolvem uma queda na qualidade e no valor do
produto inicial. Um forte indício nesse sentido é que quase um quinto do mercado de plásticos
reciclados é composto pelo segmento de utilidades domésticas (cabides, prendedores de
roupa, vasos, bandejas, bacias, pentes, vassouras etc.), caracterizado pela baixa especificidade
técnica da matéria-prima utilizada.
Plastivida
177
tecnologia terá a capacidade de suprir 30% das necessidades energéticas de um município de
150.000 habitantes através do próprio lixo gerado por esta população.
178
O Brasil possui há quase 20 anos um projeto para regulamentação de um Plano
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), um tema de grande interesse para a cadeia de
reciclagem no país.
O primeiro projeto lei brasileiro referente a uma PNRS foi protocolado em 1991 (PL
203/1991). Atualmente tramita no Poder Legislativo na forma do Projeto de Lei 1991/07 – um
substitutivo do anterior. Em síntese, o texto tem como principais objetivos reduzir a geração
de resíduos sólidos, ampliar a reutilização e a reciclagem, promover a inclusão social e
econômica dos catadores e promover a disposição final ambientalmente correta. Para tal,
estabelece diretrizes gerais, definições, instrumentos, gestão integrada e responsabilidades.
O ponto de maior divergência do PNRS concentra-se no artigo 18, segundo o qual
“Compete ao gerador de resíduos sólidos a responsabilidade pelos resíduos sólidos gerados,
compreendendo as etapas de acondicionamento, disponibilização para coleta, coleta,
tratamento e disposição final ambientalmente adequada de rejeitos.”
Existe forte pressão do setor produtivo contra este princípio, já que explicita a
responsabilidade financeira e operacional do setor pelo gerenciamento desses resíduos.
Contudo, a experiência brasileira pautada no princípio de que a responsabilidade recaia sobre
o usuário, mas sem medidas de caráter impositivo e até mesmo sem apoio de políticas de
promoção sugere um posicionamento mais austero das autoridades governamentais.
O instituto Plastivida tem participado da discussão acerca da PNRS, disponibilizando
pareceres e propostas sobre legislações ambientais estaduais e municipais. A posição
defendida pelo instituto é de partilha de responsabilidade entre poder público, indústria e
consumidores finais de modo a criar incentivos à indústria da reciclagem e a criação de
empregos formais.
Na experiência internacional, responsabilizar as atividades industriais envolvidas na
manufatura – da matéria-prima ao produto final – e, quando se mostrar viável, de forma
compartilhada com as atividades de varejo e com os consumidores, se mostrou a medida mais
eficiente e efetiva para recuperar os resíduos gerados pela população. No caso brasileiro é
imprescindível que a política vise a inserção social adequada dos catadores informais,
sobretudo na forma de cooperativas, e a difusão da importância de os consumidores
participarem ativamente dos programas. Existem experiências individuais espontâneas que
podem ser tomadas como exemplo, como no caso de redes e grupos de hipermercados,
atacadistas e varejistas que disponibilizam pontos de entrega voluntária de recicláveis e,
posteriormente, destinam os resíduos a cooperativas parceiras.
179
Uma forma complementar de fomentar a reciclagem de plásticos no Brasil seria o
tratamento tributário diferenciado. Os benefícios sociais, econômicos e ambientais advindos
da ampliação da reciclagem no Brasil justificam por si mesmo a legitimidade da isenção
tributária desses produtos. Esse tratamento serviria como estimulo inicial para dotar a
indústria de reciclagem de escala, eficiência e produtividade que a permita se consolidar de
forma sustentável.
Conclusão
A análise da reciclagem de plásticos não pode e não deve ser analisada de forma
isolada é preciso integrá-la à totalidade de resíduos sólidos urbanos gerados pela sociedade. O
Brasil está repleto de programas municipais de coleta seletiva para reciclagem dos resíduos,
no entanto são experiências isoladas e sem escala mínima de eficiência – mesmo nas cidades
nas quais a coleta seletiva abrange a totalidade do território. Os programas oficiais, em geral,
respondem por uma pequena parcela dos resíduos sólidos gerados pelos cidadãos, cabendo
aos inúmeros catadores informais o maior percentual. Nesse cenário, a cidade de Londrina
aparenta ser uma das raras exceções, pois, embora ainda existam deficiências em seu
programa, foi o município que até aqui melhor consegui integrar a participação dos catadores
ao programa local de coleta seletiva. Mesmo assim, não há relato de experiências de
replicação e de ampliação do programa londrinense.
No caso dos materiais plásticos a correta separação dos materiais tem peso
fundamental no valor do produto reciclado, o que reforça a importância de estruturação de
programas que permitam a triagem e o pré-tratamento adequado – etapas geralmente não
observadas quando o material advém de um catador informal. Novamente, os casos
apresentados se referem a esforços individuais, voluntários e geograficamente localizados.
Embora não exista uma política que possa ser considerada ideal, parece não haver
dúvidas quanto a necessidade de haver políticas de incentivo, promoção e de caráter
impositivo relacionadas à reciclagem. As opiniões e exemplos explorados nesse documento
servem para dotar os atores envolvidos e os formuladores de políticas públicas das
alternativas existentes de modo que seja possível criar uma posição adequada à realidade
brasileira.
180
BIBLIOGRAFIA E FONTES
ABDI. Panorama Setorial: Plásticos. Série Cadernos da Indústria ABDI – Volume VI. ABDI -
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial e CGEE - Centro de Gestão e Estudos
Estratégicos. Bras Besenília, 2008
ABRELPE (2009) Panorama dos resíduos sólidos no Brasil – 2008. Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais. São Paulo – SP. Brasil.
Berenyi, Eileen Brettler (2009). Recycling and Waste-to-Energy: Are They Compatible?
2009 Update. Governmental Advisory Associates. June 2009
Bontoux, Laurent (1999) The incineration of waste in Europe: issues and perspectives a
report prepared by IPTS for the committee for environment, public health and consumer
protection of the European parliament Institute for prospective technological studies
Seville March 1999
181
NT VI: MATÉRIAS-PRIMAS RENOVÁVEIS E QUÍMICA VERDE
Segundo a OCDE (2009), cuja pauta de temas, abordagens e definições costuma ter
ampla adesão em diferentes países, o conceito de desenvolvimento sustentável está baseado
em elementos que preservem no longo prazo e em boas condições, (i) fatores ambientais
essenciais à vida, como a biodiversidade, a potabilidade da água, a pureza do ar e a fertilidade
do solo; (ii) recursos renováveis como a água, madeira e alimentos; (iii) capacidades
tecnológicas para o desenvolvimento de alternativas ao esgotamento de recursos não-
renováveis, como o petróleo, ou para o enfrentamento a desafios ambientais de grande
alcance, como o aquecimento global.
Uma das características fundamentais deste modelo é a redução quantitativa na
utilização dos insumos produtivos, e a alteração qualitativa nos insumos utilizados, de modo a
diminuir o montante de poluição gerada por unidade de produto.
O chamado ‘paradigma’ produtivo pautado na utilização de insumos de fontes
tradicionais é, em geral, altamente poluente, principalmente no que se refere à emissão de
CO2, contribuindo para o agravamento do aquecimento global. Deste modo, urge o
desenvolvimento e intensificação de uso de novas tecnologias pautadas na utilização de
insumos menos poluentes. Segundo estudo do BNDES & CGEE (2008), a substituição de
insumos de origem fóssil pelos renováveis na produção de plásticos pode contribuir
fortemente para a redução de emissões de gases causadores do efeito estufa. Adicionalmente,
a produção de bioplásticos consome uma quantidade de energia muito inferior àquela
utilizada na produção de plásticos de fontes tradicionais.
É neste contexto que se insere a produção de plásticos de natureza mais sustentável.
Segundo Pradella (2006), os bioplásticos são aqueles que possuem como insumo principal
materiais poliméricos advindos de uma fonte de carbono renovável, geralmente (mas não
exclusivamente) um carboidrato derivado de um plantio comercial de larga escala, como a
cana-de-açúcar e o milho. É importante aqui destacar a existência de duas trajetórias de
desenvolvimento que, em alguns casos, estão sobrepostas: a de plásticos biodegradáveis e a
182
de plásticos produzidos através de insumos renováveis. É importante fazer essa diferenciação
porque nem todo plástico feito a partir de matéria-prima renovável é biodegradável, assim
como nem todo plástico dito biodegradável vem de fonte renovável. Segundo estudo do
BNDES & CGEE (2008), um plástico pode ser considerado biodegradável quando, ao ser
exposto a condições ambientais específicas, degrada-se por ação microbiana em um curto
período de tempo. Correlacionado à emergência desta rota tecnológica, existe um robusto
esforço internacional para desenvolvimento e difusão de normas técnicas para produção e
certificações que atestem a presença deste atributo, corroborando com a consolidação do
mercado para este tipo de produto. A avaliação dos efeitos de cada uma destas alternativas
ainda está sob debate, mas é relevante mencionar que alguns estudos, como o de Vasconcelos
(2008), argumentam que o plástico oxibiodegradável não possui efeitos ambientais robustos,
já que não são plenamente decompostos pelos microrganismos, mas sim apenas fragmentados
e transformados em pó, o que desautorizaria a reivindicação de que estes materiais são
ambientalmente corretos.
183
indústria. Um dos seus projetos mais importantes foi o desenvolvimento de um carro,
introduzido em 1941 por Henry Ford, cujo estofado interior e corpo consistiam em 100% de
material bio-sintético. Mais especificamente, estas partes eram compostas por celulose, soja e
resina de formaldeído nas proporções de 70%, 20% e 10% (Kamm, 2006).
Conforme representado na Figura 1, o conceito de biorrefinaria é análogo ao das
tradicionais refinarias, as quais produzem múltiplos produtos a partir, basicamente, do
petróleo.
184
de altíssimas escalas de capital 22 e custos reduzidos de matéria-prima (sobretudo gás),
principalmente no Oriente Médio (onde a matéria-prima pode custar uma fração do seu preço
na Europa ou nos EUA), colocam um forte desafio adicional à consolidação de rotas
alternativas de produção.
A outra classe refere-se a produtos totalmente novos, não produzidos a partir de fontes
tradicionais, cuja demanda está vinculada principalmente a novos atributos de desempenho
e/ou qualidade. Um exemplo seria a produção de ácido poliático, cuja única fonte viável de
produção é o ácido lático derivado da glicose. As vantagens potenciais do investimento neste
tipo de produção são: i) a desvinculação parcial da sua competitividade do custo unitário de
produção, quando destinados a usos potenciais não passíveis de serem atendidos pelos
produtos de fontes tradicionais; ii) a existência de um imenso potencial de crescimento de
mercado a partir do desenvolvimento de novos usos; e iii) o uso mais efetivo das propriedades
inerentes à biomassa. No entanto, o investimento no desenvolvimento deste tipo de produto
enfrenta necessariamente uma maior incerteza e risco com relação à introdução bem sucedida
no mercado.
Os principais biopolímeros utilizados para a confecção de plásticos verdes são:
• PA (Polímeros de Amido): Polissacarídeos produzidos a partir do amido.
• PAA (Polímeros Alifáticos-Aromáticos): Os monômeros deste grupo são atualmente
produzidos por rota petroquímica. Existe grande potencial para que diais e diácidos
utilizados em sua produção sejam gerados a partir de matérias-primas renováveis.
• PLA (polilactato): Poliéster produzido por síntese química a partir de ácido láctico por
fermentação bacteriana da glicose.
• PHA (polihidroxialcanoato): Poliésteres produzidos por bactérias através de
biossíntese direta de carboidratos ou óleos vegetais.
• PHB (polihidroxibutirato): produzido a partir da sacarose, este polímero é
completamente biodegradável e renovável, com decomposição final em água e
dióxido de carbono pela ação de microorganismos em ambientes naturais. Dele pode-
se derivar um copolímero, o PHB-HV(polihidroxibutirato-valerato).
22
O expoente desta escala elevadíssima é representado pelo conceito de Verbund adotado pela BASF, que reúne,
num único local, uma enorme quantidade de operações industriais (petro)químicas, em base integrada, com
enormes economias de matérias-primas e consumo de energia (incluindo calor e vapor). Embora o planejamento
da produção e a própria operação sejam enormemente complexas, e a gestão das vendas e dos estoques apresente
problemas, as economias são consideráveis e propiciam as condições para que a BASF consiga competir com as
bases de produção ligadas a matérias-primas muito baratas. Ver, sobre este ponto, o capítulo de Harm Schröter
(“Competitive Strategies of the World´s Largest Chemical Companies, 1970-2000”) em L. Galambos et al., The
Global Chemical Industry in the Age of the Petrochemical Revolution, Cambridge UP, 2007.
185
Além das já conhecidas vantagens ambientais relativas de produtos concebidos a partir
de fontes renováveis e/ou daqueles biodegradáveis através da utilização concomitante de
diversas fontes de matérias-primas renováveis (milho, cana-de-açúcar, gramíneas) bem como
do aproveitamento intensivo de seus subprodutos (etanol, açúcar, lignina), as biorrefinarias
podem maximizar suas margens e se tornar economicamente viáveis. Esta diversificação a
partir da incorporação de novas plataformas químicas de produção é então de suma
importância para sua viabilização comercial e justificação do investimento quando
confrontado àqueles altamente intensivos em escala de fontes tradicionais.
TABELA 1. COMPARAÇÃO ENTRE BIOPRODUTOS COM USOS CONCORRENTES AOS DE FONTES FÓSSEIS E AQUELES
DE USOS NÃO-CONCORRENTES
186
FIGURA 2. POSSÍVEL DIAGRAMA ESQUEMÁTICO PARA PLATAFORMAS PRODUTIVAS DE UMA BIORREFINARIA
187
diminuindo consequentemente o risco associado à alta incerteza nas etapas produtivas mais a
montante.
Um exemplo dessa modalidade de desenvolvimento de soluções pelas gerações
usuárias (a jusante da cadeia) é a rede varejista estadunidense Wal-Mart que criou a Rede de
Valores Sustentáveis, visando incorporar ao seu modelo de negócios fornecedores que
agreguem uma imagem ambientalmente positiva a sua marca. Adicionalmente, pode-se citar a
parceria firmada entre a Braskem e a fabricante de brinquedos Estrela para impulsionar a
utilização do polietileno verde 23.
Nos EUA, em resposta a uma demanda do Escritório do Programa da Biomassa, o
Laboratório Nacional de Energia Renovável (NREL) e o Laboratório Nacional do Noroeste
do Pacífico (PNNL) identificaram doze alicerces químicos que podem ser obtidos a partir do
açúcar, por via biológica ou química, cujo desenvolvimento corrobora para viabilizar
economicamente a operação das biorrefinarias. Alicerces são moléculas com múltiplos grupos
funcionais com o potencial de serem transformados em novas famílias de moléculas com
diversas utilizações industriais possíveis, entre elas a fabricação de bioplásticos e químicos
verdes. As rotas de geração destes alicerces estão representadas na Figura 3.
23
Disponível em
http://www.braskem.com.br/site/portal_braskem/pt/sala_de_imprensa/sala_de_imprensa_detalhes_7531.aspx
188
FIGURA 3. FAMÍLIA DE PRODUTOS DERIVADOS DO AÇÚCAR
O etanol não foi considerado como um dos doze principais “blocos de construção”
químicos potenciais das biorrefinarias gerados a partir de açúcares segundo este documento.
Isto ocorreu porque os laboratórios responsáveis pelo estudo consideraram que a via
alcoolquímica: (i) possui baixo potencial relativo de geração de produtos finais; e (ii) possui
risco de insuficiência de suprimento de matéria-prima no caso de uma quebra mais aguda da
produção devido à existência usos alternativos consolidados para o etanol, principalmente no
setor de transportes, nos principais países produtores. Argumentamos neste trabalho que, para
o Brasil, que já possui um setor produtivo altamente competitivo consolidado para o etanol, a
aposta na alcoolquímica possui caráter diferente do mencionado, atrelada principalmente ao
desenvolvimento da segunda geração para produção de etanol, que pode aumentar
substancialmente a produção por área de cultura plantada, impactando fortemente sobre o
custo de produção de seus derivados, entre os quais os intermediários químicos para a
produção de bioplásticos. Além disto, o etanol pode servir de matéria-prima para a geração
interna de produtos hoje importados, como alguns acetatos e éter etílico, contribuindo assim
para a diminuição do déficit comercial brasileiro relativo ao setor químico. Por fim, conforme
será melhor desenvolvido no Item 4, o desenvolvimento da segunda geração tecnológica
189
permitirá ao Brasil o aproveitamento integral de compostos da biomassa derivada da
utilização da cana-de-açúcar para a produção de bioplásticos e químicos verdes que hoje são
desperdiçados ou possuem outros usos alternativos, como a lignina. Não obstante, cabe
ressaltar que há importantes desafios técnicos e científicos colocados a este desenvolvimento,
que devem ser, conforme a linha argumentativa desenvolvida neste trabalho, enfrentados a
partir de esforços – inclusive políticos - de interação e de coordenação entre diversas áreas do
conhecimento 24
Com relação às novas rotas de transformação do açúcar em blocos de construção
químicos, muitas estão pautadas pela utilização de fermentação aeróbica de bactérias ou
fungos. Já na conversão dos blocos de construção em seus derivados, as transformações
químicas ou enzimáticas parecem ser as mais relevantes, sendo que as principais são a
redução química, a desidratação, a cisão e a polimerização direta. Algumas conversões
biológicas podem ocorrer sem a necessidade da existência de um bloco de construção
intermediário. Por exemplo, o 1-3 propanediol pode ser convertido diretamente do açúcar ao
produto final, o que é o caso do produto Susterra™ da DuPont Tate & Lyle 25, utilizado na
produção de resinas de poliéster e como reticulador na química de uretanos.
Cada rota de transformação possui suas próprias vantagens e desvantagens. As
conversões biológicas podem ser modificadas de modo a resultarem em estruturas
moleculares específicas, porém as condições de operação devem ser relativamente suaves. Já
as conversões químicas podem ser operacionalizadas com altos rendimentos, porém menores
especificidades de conversão são auferidas, ou seja, as estruturas moleculares obtidas são
mais comuns (NREL & PNNL 2004).
Os principais campos para aplicação dos derivados do açúcar na produção de
bioplásticos e de seus produtos intermediários estão relacionados à geração de:
• Butanediol (BDO), tetrahidrofuran (THF) e gama-butirolactona (GBL);
• Substituto o ácido tereftaláctico utilizado na produção de PET e PTB;
• 3-HPA, produto que não possui similar na rota petroquímica tradicional pode ser
utilizado na produção tanto de commodities como de químicos especiais;
• Ácido aspártico, ácido poliaspártico e poliaspartatos que podem ser utilizados na
produção de dispersantes, anti-incrustantes e superabsorventes;
• Poliésteres e poliamidas a partir do ácido glutâmico;
24
Ver Item 2.
25
Fonte: http://www.duponttateandlyle.com/products_susterra.html, acessado em 14/08/2009
190
• BDO, THF, GBL e polienos a partir do ácido itacônico;
• Insumos para policarbonatos, para polímeros acrilatos e para novos poliésteres a partir
do ácido levulínico;
• Novos polímeros a partir do 3-HBL;
• 1,3-propanediol, propileno glicol, poliésteres, elastômeros e poliuretanos a partir do
glicerol;
• Resinas de poliéster insaturadas e glicóis a partir do sorbitol, do xilitol e do arabinitol;
• Eteno, buteno e propeno a partir do etanol.
Assim como o açúcar, a lignina é outro importante produto extraído da biomassa, com
potenciais efeitos para a consolidação das biorrefinarias integradas. A lignina é um polímero
que se constitui na parede celular dos vegetais, protegendo-os contra choques físicos e
químicos. A estrutura da lignina é complexa e se altera de acordo com a fonte da biomassa,
assim como sua quantidade. Segundo estudo do NREL & PNNL de 2007, no geral, a lignina é
um material muito abundante que contribui com cerca de 30% do peso e 40% do conteúdo
energético da biomassa, podendo ser aproveitado para o desenvolvimento e produção de
inúmeros químicos verdes, entre eles o bioplástico. No caso da cana-de-açúcar, está presente
principalmente na palha e no bagaço, sendo atualmente queimada para geração de energia,
utilizada na ração de animais ou deixada no campo. A exploração da lignina como insumo
principal para a geração de bioplástico e de seus intermediários está relativamente mais
atrasada do que a exploração dos derivados do açúcar e, portanto, possui maiores incertezas
com relação ao longo prazo.
191
FIGURA 4. OPORTUNIDADES PARA GERAÇÃO DE NOVOS PRODUTOS A PARTIR DA LIGNINA
192
• Precursores de novas gerações de polióis;
• Produtos substitutos do fenol-formaldeído e espuma de uréia-formaldeído;
• Resinas selantes e adesivas;
As aplicações acima possuem potencial para apresentação de características positivas,
como baixo custo de produção unitário, maior resistência ao calor e biodegradabilidade.
Porém, parece haver uma baixa capacidade de coloração destas resinas, o que limita seu uso
comercial.
193
produção de bioplásticos e de seus intermediários 26, o que corrobora com nosso argumento de
que a demanda por estes produtos deve ser “puxado” pela criação de novos usos potenciais
pelos entes mais a jusante na cadeia, em um processo de constante co-desenvolvimento e
aprimoramento com as empresas de segunda geração.
26
Entre os quais: Carrefour, Coca-Cola, Danone e Tetra Pak International.
194
No restante deste item, buscamos apontar os principais players na produção de
bioplásticos e de seus produtos intermediários, no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e no
Japão.
Brasil
• Braskem (www.braskem.com.br): Fundada em 2002, a Braskem é uma subsidiária da
Organização Odebrecht. A Braskem está construindo uma planta industrial de eteno
produzido a partir de etanol no valor de R$ 500 milhões em Triunfo, no RS, para
produção de polietileno verde. Há uma planta-piloto em operação desde 2007, com
capacidade de produção de 12 toneladas por ano. Já em Camaçari, na Bahia, são
produzidos buteno e propeno verdes, para a geração de polietileno verde de baixa
densidade linear e polipropileno verde, respectivamente. Por fim, a Braskem
inaugurou recentemente, também em Camaçari, duas plantas para produção de ETBE
a partir de matérias-primas renováveis, um substituto para o aditivo à gasolina MTBE,
de origem fóssil. O investimento neste caso foi da ordem de R$ 100 milhões.
• Corn Products Brasil (www.cornproducts.com.br): Subsidiária do grupo Corn
Products International, foi fundada em 1929 na cidade de São Paulo. Além de
adoçantes, amidos, polióis, ingredientes funcionais e proteicos, esta empresa produz
biopolímeros a partir do milho, sob a marca Ecobras™, utilizando um poliéster
biodegradável fabricado pela BASF e um polímero vegetal produzido pela matriz.
Adicionalmente, a empresa fornece apoio técnico aos seus clientes a partir do seu
Centro de Desenvolvimento de Ingredientes, localizado em Mogi Guaçu, São Paulo.
• Dow Chemical & Crystalsev (www.dow.com/facilities/lamerica/brasil/;
www.crystalsev.com.br): A estadunidense Dow Chemical estabeleceu em 2007 um
memorando de entendimento para criação de uma joint venture com o grupo produtor
de açúcar e álcool Crystalsev, para produção de polietileno a partir do etileno de
etanol, que será comercial DOWLEX™. A planta terá capacidade produtiva prevista
de cerca de 350 mil toneladas anuais, com previsão de início de operação para 2011.
• PHB Industrial (www.biocycle.com.br): Esta empresa é uma planta piloto fundada
pela associação do Grupo Irmãos Biagi e com Grupo Balbo, ambos do setor
sucroalcooleiro brasileiro. Está localizada em Serrana, São Paulo, juntamente à Usina
da Pedra. O PHB produzido está registrado sob a marca comercial Biocycle. O
investimento na planta, que gera atualmente 60 toneladas anuais, foi de cerca de R$ 30
195
milhões, e esta conta com 18 funcionários.
• Quattor (www.quattor.com.br): Em parceria com um grupo de pesquisadores da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e com suporte da Financiadora de
Estudos e Projetos (FINEP) e do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), a Quattor
desenvolveu a tecnologia para produção de propeno a partir da glicerina, um
subproduto da fabricação de biodisel, para a produção de polipropileno. O catalisador
para conversão da glicerina já está patenteado. A expectativa é que em 2012 a empresa
já possua o Propeno e Polipropileno Verde para comercialização.
• Solvay Indupa & Copersucar (www.solvayindupa.com.br ;
www.copersucar.com.br): A Solvay planeja a construção de uma nova planta de
produção de PVC baseada no etanol produzido a partir da cana de açúcar com
capacidade de produção de 60 kton de etileno/ano para 2011. Para isto, estabeleceu
um acordo com a Cooperativa de Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do
Estado de São Paulo (Copersucar) que prevê o fornecimento de 150 milhões de litros
de etanol por ano.
Estados Unidos
• Cargill e Codexis (www.cargill.com ; www.codexis.com): Estas duas empresas
anunciaram em 2003 uma acordo para desenvolver uma nova plataforma bioquímica
para a produção de químicos industriais renováveis. Apoiada nos conhecimentos sobre
funcionamento metabólico e experiência no desenvolvimento e comercialização de
processos biológicos possuídos pela Cargill, e na tecnologia de evolução molecular
patenteada sob a marca MolecularBreeding da Codexis, as empresas buscarão o
aprimoramento da produção de 3-HP a partir de materiais renováveis.
• Dupont (www.dupont.com): A DuPont é uma empresa estadunidense altamente
diversificada, e umas das principais em plásticos de alta performance, entre os quais se
encontram diversas iniciativas relacionadas ao uso de insumos renováveis, a saber: i)
Poliol feito a partir de propanediol de fontes 100% renováveis, comercializado sob a
marca Cerenol™ (poliol). É biodegradavel sem ter sua funcionalidade afetada ii) Os
polímeros comercializados sob a marca Pro-Cote são concebidos a partir de proteínas
presentes na soja, ou seja, são 100% renováveis. Possuem uma ampla gama de
propriedades não encontradas conjuntamente em nenhum material similar. Estão entre
suas funcionalidades o aumento da ''potência'' de adesivos, a interação com pigmentos
196
e minerais, propriedades impermeabilizantes e resistência ao calor, além de ser
anfótero27 e hidrófilo; iii) Produz fibras de nylon sob a marca Sorona® com
conteúdo 37% renovável, derivado do milho. Pode ser utilizada em filmes, filamentos
e resinas.
• DuPont&Genencor: . A DuPont, em parceira com a Genencor, identificou os genes
dos microorganismos que estavam relacionados a algumas características desejadas, e
através da engenharia genética desenvolveu um microorganismo que converte
eficientemente glicose em propanediol em uma única etapa, o que corrobora para a
viabilização comercial do processo.
• DuPont Tate & Lyle Susterra(www.duponttateandlyle.com) : Estas empresas
formaram uma joint venture para a produção de propanediol a partir de matéria-prima
100% renovável derivada do milho, que é comercializado sob a marca Susterra™.
Este possui aplicações comerciais como fluído e anticongelante. Além disso, é
componente de polímeros como poliuretanos e resinas de poliéster insaturadas.
Adicionalmente, produzem propanediol sob a marca Zemea® para substituição de
glicóis de fontes tradicionais na fabricação de cosméticos e produtos de cuidado
pessoal. Naturalmente, microorganismos convertem glicose em glicerol, que por sua
vez é convertido em 1,3-propanediol
• Metabolix (www.metabolix.com): Esta empresa, fundada em 2002, empreende
esforços de P&D para o desenvolvimento de uma biorrefinaria que produziria tanto
bioplásticos como bioenergia a partir da biomassa. Para isto, estabeleceu acordos
cooperativos com o Centro de Pesquisa Colaborativa Australiano, focando a cana-de-
açúcar, e com o Centro de Ciência Donald Danforth, para coprodução de bioplásticos,
biodiesel e óleos vegetais..
• Metabolix & Archer Daniels Midland Company (www.metabolix.com
www.adm.com/en-US/Pages/default.aspx): Estas empresas estabeleceram uma joint
venture para desenvolvimento de um sistema de fermentação microbiana de grande
escala para produção de uma família de polímeros conhecidos como
polihidroxialcanoato, comercializados sob a marca Mirel. A planta que está sendo
construída em Clinton, Iowa, tem capacidade produtiva de 110 milhões de libras e
deve entrar em operação ainda em 2009.
27
Substância que pode agir como ácido ou base, dependendo da reagente utilizado. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anfótero
197
• NatureWorks (www.natureworksllc.com): Fundada em 1997, esta empresa é uma
subsidiária da Cargill. Ela produz biopolímero e fibras de alta performance de PLA a
partir de amido de milho, comercializado sob a marca Ingeo™. Com capacidade de
produção de 140.000 toneladas métricas por ano, emprega atualmente cerca de 120
pessoas. A partir de sua planta em Blair, Nebraska, atende a América do Norte,
Europa e Pacífico Asiático, e trabalha conjuntamente com os entes de terceira e quarta
geração para criar novos usos para seus produtos.
Europa
• Arkema (http://www.arkema.com/): A partir de óleo de mamona importado do Brasil,
da Índia e da China, esta empresa produz PA sob a marca Rilsan® HT, com aplicações
como dutos para combustíveis em automóveis. Segundo a empresa, a produção de seu
bioplástico gera 40% menos CO2 do que as poliamidas convencionais.
Adicionalmente, a empresa produz elastômero termoplástico de alto desempenho e
adesivo hot melt com grande uso em têxteis a partir de óleo vegetal.
• Basf (www.basf.com): A Basf possui um ampla linha de poliamidas de fontes
parcialmente renováveis, comercializadas sob as marcas Ultramid®, Miramid® e
Capron®. Recentemente, a empresa lançou o produto Ultramid Balance ®, que possui
mais de 60% de material renovável advindo de ácido sebácio, um derivado do óleo de
mamona. Outro lançamento recente de destaque foi o Ultramid CR®, próprio para ser
utilizado na fabricação de veículos devido ao seu alto poder de absorção de impacto
pós-colisão. A empresa ainda produz polióis de fontes renováveis, sob a marca
Lupanol Balance ®, e Poli(butilenotereftalato) sob a marca Ecoflex®.
• Bayer Material Science (www.bayermaterialscience.com): A Bayer introduziu uma
blenda de policarbonato contendo PLA, feito a partir de recursos renováveis:
Makroblend ® BC25 contém 25% de PLA e Makroblend ® BC400 contém 40% de
PLA.
• BIOP Biopolymer Technologies (www.biop.eu): Esta empresa alemã produz um
biopolímero 100% biodegradável a partir de batatas, sob a marca BIOPAR®,
comercializado desde 2002.
• Novamont (www.materbi.com): Fundada por um grupo de pesquisadores em 1990,
esta empresa produz resinas renováveis sob a marca Mater-Bi®, que são
biodegradáveis e compostáveis, a partir de amido de milho. Pode ser aplicada na
198
produção de filmes, artigos termoformáveis, aditivos, produtos moldados por injeção,
espumas, entre outros. Um projeto seu de destaque foi sua parceria com a Goodyear
que gerou a tecnologia BioTred ® para substituição do carbono negro e da sílica na
composição de pneus, já que estes possuem efeitos ambientais deletérios.
• Rodenburg Biopolymers (http://www.biopolymers.nl/en/): Esta empresa holandesa
produz bioplástico a partir de batata, sob a marca Solanyl®. Segundo seu site, além da
utilização de matéria-prima de fonte renovável, o processo desenvolvido consome
65% menos energia do que a produção convencional de polietileno.
• Total Petrochemicals & Galactic (www.totalpetrochemicals.com): Estas empresas
formaram uma joint venture para o desenvolvimento de uma tecnologia de produção
de Ácido Poliláctico (PLA). A planta que está sendo construída na Bélgica possuirá
capacidade de produção de 1500 toneladas anuais utilizando um novo processo
tecnológico.
Japão
• Cargill Dow LLC & Mitsui Chemicals: Em 2001, estas duas empresas anunciaram
um acordo para desenvolvimento da produção comercial de PLA, comercializado sob
a marca Lacea®. O acordo estabelecia uma troca de ativos de propriedade intelectual
relacionadas ao desenvolvimento de aplicações. Com este arranjo, clientes de ambas
as empresas poderão utilizar a tecnologia sem se preocupar com restrições
relacionadas à questões de propriedade intelectual.
• Ever Corn (http://www.japan-cornstarch.com/e_9.html): Esta empresa, subsidiária da
Japan Corn Starch Co, produz plástico biodegradável a partir do milho, que possui
aplicações como bens moldáveis, laminação de papel e embalagens, inclusive
alimentícias. Adicionalmente, é compatível com outros plásticos biodegradáveis.
• Mitsubishi Plastics (http://www.mpi.co.jp/english/corporate/04.htm) : Produção de
cartões de plástico a partir de PLA. A empresa busca sempre um trabalho de
desenvolvimento de produto em conjunto com clientes para atingir especificações.
Este produto ainda possui uma resistência ao calor similar ao produto convencional.
• Showa (www.shp.co.jp/en): Esta empresa produz Poli(butileno succinato) e
Poli(butileno succinato adipato) de fontes renováveis sob a marca Bionolle 3000®.
• Toyota: O Laboratório de Florestação e de Biotecnologia do Fundo de Empresas de
Risco da Toyota desenvolveu um processo de produção de PLA de via enzimática a
199
partir de batata doce. Em 2003, a empresa lançou o automóvel Raum, que utiliza o
bioplástico Toyota Eco-Plastic extensivamente.
200
• Novas rotas fermentativas de baixo custo;
• Processos de desidratação efetivos e seletivos para açúcares;
• Processos de catálise seletivos;
• Novas tecnologias de oxidação eficientes e seletivas, que sejam capazes de operar em
conjunto com sistemas de desidratação;
• Microrganismos ou culturas de microrganismos modificados capazes de: i) aumentar a
taxa de rendimento da fermentação; ii) processar simultaneamente açúcares de cinco e
seis carbonos; iii) produzir enzimas para conversão da biomassa e fermentar os
açúcares resultantes, de modo a consolidar etapas do processo produtivo de etanol
celulósico;
• Novos métodos de análise de engenharia para identificação de novos campos de
melhoramento;
• Novas rotas de polimerização direta;
• Processos contínuos de conversão;
• Melhoramento dos métodos de pré-tratamento para exposição dos açúcares na
produção de etanol celulósico.
O desenvolvimento e consolidação da produção de bioplásticos e de seus
intermediários está intrinsecamente vinculada à interação entre diversos campos disciplinares,
de modo geral compreendidos entre a biologia, a química e a engenharia genética. Neste
sentido, trata-se aqui de uma tecnologia baseada em ciência, ou seja, seu desenvolvimento
requer um avanço concomitante da fronteira científica básica e aplicada o que exige, por
consequência, uma ampla e robusta interação entre agentes do mercado e aqueles mais
diretamente envolvidos com a produção do conhecimento, principalmente as universidades e
as instituições de pesquisa.
A geração de novas biotecnologias industriais possui um papel chave neste contexto.
Embora alguns destes produtos possam ser gerados sem o uso direto de biotecnologia
moderna (principalmente aqueles com usos concorrentes aos de insumos fósseis), muitos
outros requerem processos fermentativos avançados ou o uso de microrganismos
geneticamente alterados. Adicionalmente, avanços nas biotecnologias agrícolas,
especialmente aqueles relacionados a traços qualitativos que aumentam a quantidade de certos
componentes da planta, como a lignina, podem ter um grande impacto positivo sobre a
produção de novos bioplásticos. Como exemplo, a pesquisa tem avançado na produção de
PHB (um tipo de poliéster) a partir de gramíneas geneticamente modificadas, que são
201
atualmente capazes de produzir 3,7% do seu peso em PHB, sendo que um mínimo de 5% é
requerido para sua viabilidade comercial. Adicionalmente, a DuPont, por exemplo, em
parceria com a Genencor, desenvolveu um microorganismo geneticamente modificado capaz
de converter diretamente a glicose presente na biomassa em propanediol. (OCDE, 2009)
202
encontram fora do controle direto das empresas, como incertezas sobre o futuro, sobre a
legislação envolvendo este tipo de produtos e seus insumos (como o etanol), confiabilidade da
previsão de destinação de recursos estatais para a área e, ainda, com relação à duração de
programas estatais. Neste sentido, é fundamental assegurar através de políticas públicas fontes
de suprimento de insumos renováveis estáveis ao setor industrial, o que passa, no nosso
entendimento, pelo suporte ao desenvolvimento de novas rotas de produção pautadas por
rupturas tecnológicas, como é o caso do desenvolvimento do etanol celulósico.
203
de, a princípio, estabelecer escritórios comerciais, aos quais se segue a fundação de
organizações de pesquisa e, finalmente, de plantas produtivas em mercados em maior
crescimento relativo como Brasil, Índia e China. A Novozymes conduz P&D colaborativa,
por exemplo, com organizações como a Corporação de Recursos do Álcool da China (CRAC)
para desenvolvimento da segunda geração de produção de etanol naquele país. Organizações
estatais como a CRAC são importantes parceiras para firmas multinacionais de biotecnologia,
incluindo fabricantes de químicos verdes e bioplásticos, porque elas possuem alta capacidade
técnica e financeira para empreender P&D e facilitam a formação de acordos colaborativos
entre empresas estatais de biotecnologia, como aquelas vinculadas ao Instituto de
Microbiologia da Academia de Ciências Chinesa, a Universidade Yangtze Meridional e a
Universidade Tsinghua (USITC, 2008).
No mesmo sentido, a formação de alianças com distribuidores é fundamental para
potencializar a inserção dos plásticos derivados de fontes renováveis no mercado, devido ao
importante papel que este ente realiza na ligação das empresas de segunda geração com os
transformadores e usuários finais. No Brasil, por exemplo, a Braskem estabeleu um acordo
com a Toyota Tsusho, trade company da Toyota Corporation, para comercialização de
polietileno verde na Ásia a partir do início da próxima década 28.
Por fim, o papel das universidades nas alianças para produção e transferência de
tecnologia e conhecimento é extremamente importante. Nos EUA, por exemplo, o Centro
para Catálise Benéfica ao Meio-Ambiente (CEBC), um centro de pesquisa multi-
universitário 29 financiado pelo governo federal, possui foco na geração de tecnologias que vão
transformar a manufatura catalítica de produtos químicos em processos seguros e ecológicos.
O CEBC possui ainda membros da indústria como Archer Daniels Midland, BASF Catalysts,
BP, Chevron, Conoco, DuPont, Eastman Chemical, ExxonMobil, Novozymes, e Procter &
Gamble. Estes parceiros possuem acesso preferencial aos resultados de pesquisa do projeto, e
na contratação dos estudantes envolvidos. (USITC 2008)
28
Disponível em
http://www.braskem.com.br/site/portal_braskem/pt/sala_de_imprensa/sala_de_imprensa_detalhes_7983.aspx .
Acessado em 15/08/2009.
29
Inclui as seguintes instituições: Universidades do Kansas e Iowa, Universidade de Washington e Universidade
Prairie View A&M
204
3. Políticas públicas de incentivo à produção e ao consumo de químicos verdes e
bioplásticos em países selecionados
30
Segundo a Abiquim, em 2008 o déficit na balança comercial brasileira no que tange ao setor químico foi de
US$ 23,2 bilhões. Disponível em http://www.abiquim.org.br/conteudo.asp?princ=ain&pag=balcom. Acessado
em 26/08/2009.
205
desenvolvimento conjunto de uma biorrefinaria integrada com a DuPont e pesquisas
conjuntas com a Novozyme e a Genencor relacionadas a bioquímica, custo e atividade
enzimática, de grande importância para o desenvolvimento da segunda geração de produção
de etanol e consolidação técnica e econômica das biorrefinarias.
É consenso entre representantes industriais que o governo federal é um parceiro
estável e exerce um importante papel no financiamento de atividades de pesquisa. Há também
a opinião generalizada de que as alianças com agências e laboratórios governamentais são
importantes porque facilitam auferir direitos de propriedade intelectual. Importantes são,
ainda, as oportunidades proporcionadas às pequenas e médias empresas (PMEs) para o
empreendimento de pesquisa avançada, as quais teriam muita dificuldade em fazê-lo sem a
intervenção governamental. Como exemplo, o Departamento de Energia dos EUA (DOE)
licencia o microrganismo modificado Eschericia coli desenvolvido em seus laboratórios para
as PMEs para a geração bioquímica de ácido succínico a partir da glucose, utilizado na
produção de butanediol (BDO), tetrahidrofurano (THF) e a família gama butil-lactona (GBL)
(NREL & PNNL, 2004 e USITC, 2008). Na Europa, uma iniciativa de destaque é o
Renewable Bio-polymer FOAMs (http://www.rebiofoam.eu/), que busca desenvolver um
novo tipo de embalagem, totalmente hidrossolúvel, obtida a partir de matérias-primas
agrícolas que não são utilizadas como alimentos. Este projeto de pesquisa é financiado pelo
EU Seventh Framework Programme, envolvendo dez parceiros em oito países europeus
(Itália, Polônia, Espanha, República Tcheca, Irlanda, Alemanha, Países Baixos e Reino
Unido), em associação com a European Renewable Raw Materials Association (ERRMA),
um organismo dedicado à promoção na Europa do uso de materiais renováveis nos setores de
energia e de materiais.
Existem basicamente cinco tipos de políticas relacionadas ao desenvolvimento e à
adoção de biopolímeros, a saber: i) suporte à pesquisa, desenvolvimento e comercialização;
ii) incentivos tarifários; iii) regulações de uso compulsório; iv) garantias de empréstimo; e v)
políticas relacionadas a matérias-primas agrícolas. Devemos ressaltar que grande parte dos
incentivos públicos ao desenvolvimento e produção de biopolímeros se dá de modo indireto,
através da destinação de recursos ao desenvolvimento e consolidação do mercado de produtos
intermediários, como o etanol.
Cabe ainda mencionar o papel das certificações, por criar mecanismos pelos quais se
minimiza a imensa assimetria de informações existente entre os produtores e os
consumidores. O governo pode assim atuar de modo a apontar para o mercado aqueles
produtos que realmente possuem atributos de qualidade e desempenho que os creditem a
206
serem classificados como bioprodutos, e assim possibilitar aos seus produtores o auferimento
de maiores margens justamente por esta diferenciação, corroborando para a viabilização
econômica de sua operação no longo prazo. Algumas das principais certificações relacionadas
à produção de bioplásticos e de seus produtos intermediários são a ASTM D6866 e a EN
13432.
207
Há também um campo fértil à ação governamental na ampliação do mercado
consumidor para este tipo de produto. Segundo a OCDE (2009), as principais políticas são:
• Criação de mercado: São instrumentos desta natureza: regulamentações de uso
compulsório; direcionamento de compras estatais; barreiras ao comércio, inclusive de
matérias-primas (estabelecidas ou retiradas), subsídios à produção; mandatos
ambientais; entre outras.
• Fóruns públicos e conscientização ambiental: O governo deve agir de modo a
direcionar a demanda, através de políticas educacionais e de conscientização, da
importância do consumo de produtos ambientalmente mais amigáveis frente àqueles
de origem tradicional.
Na sequência, sintetizamos as principais políticas dos países selecionados para esta
análise, extraídos do trabalho da USITC de 2008:
Brasil
208
Estados Unidos
Políticas diretamente relacionadas ao desenvolvimento, produção e comercialização de bioplásticos
Tipo de Política Descrição
Os Programas de Pesquisa Inovativa de Pequenos Negócios (SBIR) e de Transferência Tecnológica de
Suporte a P&D e Pequenos Negócios (STTR) fornecem garantias para que pequenos empreendimentos qualificados
a Comercialização empreendam pesquisa e comercializem tecnologia, respectivamente, incluindo bioplásticos e seus
intermediários
209
China
210
União Europeia
Japão
211
4. A posição do Brasil na produção de matérias-primas renováveis
31
Com a taxa de câmbio a R$ 1,8 por dólar.
32
Unidade de energia gerada/unidade de energia fóssil utilizada.
33
Segunda a ÚNICA, o Brasil exportou 3,5 bilhões de litros em 2007.
212
de litros atualmente produzidos 34, com consolidação e aumento das importações dos
mercados norte-americano e japonês, principalmente. Atualmente, o Brasil é o único produtor
que gera excedentes exportáveis de etanol.
Segundo Macedo & Nogueira (2005), a tecnologia atual para processamento industrial
da cana para o etanol já atingiu sua maturidade plena. Do mesmo modo, as reduções de custos
esperadas a partir de ganhos incrementais, num horizonte de dez anos, serão modestas. Cabe
ressaltar que a emergência da segunda geração de tecnologia para produção de etanol pode
alterar completamente o ambiente competitivo do setor, a partir de modificações nos custos de
produção relativos e de balanços energéticos entre os players.
34
Segundo a ÚNICA, a produção de etanol esperada para a safra 2008/09 é de 27.506.096.000 de litros.
213
utilizem o etanol como insumo, caso da alguns produtores de bioplásticos e de seus produtos
intermediários.
35
http://www.inovacao.unicamp.br/etanol/report/news-pes_ufrj070813.php
36
http://www.dedini.com.br/pt/dhr.html .
37
http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=3106&bd=1&pg=1&lg
214
processo e planeja o início da produção comercial para 2012 38.
38
http://www.estadao.com.br/noticias/economia,petrobras-deve-iniciar-producao-de-etanol-celulosico-em-
2012,380467,0.htm
215
QUADRO 1. PRINCIPAIS INICIATIVAS BRASILEIRAS NA PRODUÇÃO DE BIOPLÁSTICOS E DE SEUS PRODUTOS
INTERMEDIÁRIOS
BRASIL
Primeira Geração
Empresa Produto Matéria – Prima
Eteno Etanol
Braskem Buteno Etanol
Propeno Etanol
Quattor Propeno Glicerina
Solvay Indupa &
Eteno Etanol
Copersucar
Segunda Geração
Polietileno Buteno
Braskem
Polipropileno Propeno
Dow e Crystalserv Polietileno Etanol
PHB Industrial PHB Cana-de-açúcar
Quattor Polipropileno Glicerina
Solvay Indupa &
PVC Eteno
Copersucar
Adicionalmente, como a quase totalidade das iniciativas brasileiras estão pautadas pela
utilização da rota alcoolquímica, a consolidação da produção brasileira de bioplásticos
depende fortemente da expectativa da disponibilidade segura, no médio e longo prazo, de
etanol a preços competitivos 39, o que parcialmente esbarra, aos níveis de produção atuais, na
sua destinação quase que absoluta ao setor de transportes, fortalecida na década de 2000 com
o surgimento e explosão das vendas de carros flex fuel. Adicionalmente, espera-se no médio
prazo um forte aumento da demanda externa por etanol, pautada principalmente pelo
crescimento industrial recente e aumento da renda em países com altos contingentes
populacionais, como China e Índia.
39
Cabe aqui lembrar que, na década de 1990, devido ao abrandamento da crise do petróleo e a queda de seus
preços, ao que se somou o aumento da cotação internacional do açúcar e maior rentabilidade do mercado de
exportação, houve uma severa queda na produção brasileira de etanol, o que resultou na necessidade da
importação do produto e da utilização de metanol na mistura com a gasolina. (BACCARIN, 2005)
216
Conclusão
217
correlacionados a consolidação das biorrefinarias que, de modo análogo às refinarias
tradicionais, são plantas que integram tecnologias para processamento integral da biomassa, a
partir de diversas plataformas de produção.
Com relação aos desafios econômicos, aqueles de caráter geral mais relevantes são o
custo e a disponibilidade de matéria-prima e de capital. Para a análise dos desafios mais
específicos desta natureza, é importante destacar a existência de duas categorias de produtos
relacionadas à rota renovável. A primeira refere-se àqueles produtos que possuem usos já
atendidos por produtos oriundos de fontes fósseis. Estes possuem a vantagem de já
encontrarem um mercado de consumo consolidado, porém estão expostos a uma forte pressão
por baixos custos de produção, reforçada pelo surgimento de novos atores com plantas
altamente competitivas operando a altas escalas a partir de uma robusta base de recursos
fósseis, principalmente no Oriente Médio. Já a outra categoria é a daqueles produtos com
novos atributos de desempenho, que se destinam a usos ainda não atendidos pela rota baseada
em recursos fósseis.
Deste modo, verificamos a emergência de importantes oportunidades tecnológicas na
produção de químicos verdes e de bioplásticos para países em desenvolvimento,
principalmente devido às competências acumuladas por estes ao longo do tempo na produção
e no processamento de recursos renováveis. Evidentemente, o Brasil possui um papel central
neste contexto, principalmente relacionado à via sucroquímica e alcoolquímica de geração de
produtos de alto valor agregado (Padrella, 2006). O Brasil é o país com as maiores vantagens
comparativas na produção de etanol, com menores custos de produção, uma consolidada
infra-estrutura de distribuição e consumo e maior balanço energético frente aos demais países
produtores, pautado por um intenso processo de aprendizado tecnológico. Ademais, o país
possui experiências – algumas datam da década de 1970 – na produção e no incentivo político
a estas rotas tecnológicas de produção de químicos verdes e de bioplásticos.
Há importantes especificidades nas iniciativas brasileiras que corroboram para a
consolidação destas rotas. Principalmente, chama a atenção alianças verificadas entre os
produtores de açúcar e etanol – etapa análoga à extração na rota petroquímica – com os
produtores de segunda geração tecnológica. É o caso, por exemplo, das parcerias identificadas
entre a Dow Chemical e a Crystalsev, para a produção de polietileno, e Solvay Indupa e a
Copersucar, para PVC. No entanto, apesar dos potenciais benefícios que podem ser auferidos
pela indústria brasileira a partir de uma participação mais intensa neste mercado, o país deve
enfrentar importantes desafios específicos a sua realidade. Em primeiro lugar, o
desenvolvimento da segunda geração tecnológica para produção de etanol é crucial para a
218
manutenção da competitividade brasileira neste mercado no longo prazo. Além de possibilitar
um aumento na produção deste insumo por área plantada de cana-de-açúcar, esta tecnologia
facilitaria o aproveitamento de compostos com alto potencial para geração de produtos de alto
valor agregado, como a lignina. Ademais, o país deve maximizar o aproveitamento da ampla
diversidade existente nos setores mais a jusante da cadeia, principalmente o de
transformadores plásticos, para “'puxar”' o desenvolvimento tecnológico nas etapas mais a
montante, corroborando para a consolidação da cadeia como um todo. Conforme
argumentamos neste trabalho, além de um amplo envolvimento do setor privado, é necessário
que ambos os desafios sejam politicamente enfrentados. O BIOEN, Programa de Bioenergia
da FAPESP, é uma importante iniciativa no sentido de coordenar esforços para a consolidação
das biorrefinarias, agindo tanto no desenvolvimento do etanol celulósico como no da rota
alcoolquímica. No entanto, este programa necessita de uma avaliação científica mais
profunda. Já com relação ao aproveitamento mais integral da ampla diversidade dos usuários
intermediários e finais de químicos verdes e de bioplásticos, é necessária uma atuação política
no sentido de potencializar os usos para estas tecnologias, impulsionando o crescimento deste
mercado, através, por exemplo, da imposição de uso compulsório, e da criação de fóruns
públicos e de programas de conscientização ambiental. Ademais, há espaço para ação
governamental no investimento em infra-estrutura, como em alcooldutos, na pesquisa
prospectiva que vise o minoramento da incerteza do setor privado com relação à viabilidade
das diferentes alternativas tecnológicas no longo prazo, e no subsídio à pesquisa científica e
na criação de capital humano.
219
BIBLIOGRAFIA E FONTES
220
OCDE (2009). The bioeconomy to 2030: designing a policy agenda. Disponível
em http://www.oecd.org/document/48/0,3343,en_2649_36831301_42864368_1_1_1_1,00
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OLIVEIRA, M & VASCONCELOS, Y. Uma história de sucesso e polêmicas , in Revista Fapesp, n.
112, Abril de 2006. Disponível
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PRADELLA, J.G.C. (2006) Biopolímeros e Intermediários Químicos. Centro de Tecnologia de
Processos e Produtos. Laboratório de Biotecnologia Industrial- LBI/CTPP. Centro de Gestão e
Estudos Estratégicos, Relatório Técnico nº 84 396-205 , mar 2006, São Paulo. Disponível
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Disponível
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biofuel industries. Investigation n. 332-481, USITC Publication 4020, Jul 2008. Disponível
em http://www.usitc.gov/publications/332/pub4020.pdf . Acesso em 03/08/2009.
VASCONCELOS, Y. Degradação difícil - estudo revela que plásticos oxibiodegradáveis não se
decompõem na natureza como esperado. Revista Pesquisa Fapesp, n. 152, Out. 2008.
Disponível em:http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=3660&bd=1&pg=1&lg= . Acesso
em 04/08/2009.
221
NT VII: EXPORTAÇÕES E BENCHMARKING INTERNACIONAIS DE COMPETITIVIDADE
Objetivo
Fonte: Elaboração SIQUIM, com base em dados extraídos da Derwent Innovation Index, 2009
Foi utilizada metodologia de text mining para análise das patentes e identificação do foco de
cada resina, assim como os depositantes mais representativos, os quais são apresentados a
seguir.
222
PVC
As líderes de depósito de patentes de PVC nos últimos 2 anos foram LG Chem com 17
depósitos, Ruifeng Polymer 13 depósitos e Arkema, 12.
A LG Chem desenvolve patentes visando maior processabilidade do PVC, aumento da
elasticidade e da resistência a tensão. O foco dos depósitos de patentes depositadas pela
Ruifeng Polymer é em modificadores para melhoria das propriedades de resistência ao
impacto, ao clima e resiliência. Já a Arkema desenvolve agentes para otimização e extrusão
do PVC, otimização de processo e seu uso em estruturas multicamadas para containers, filmes
e tubulações.
No Brasil, foram depositadas 5 patentes no período sendo 2 com prioridade no país
que foram depositadas pela Petroflex e pela Universidade Federal de Pernambuco. Os outros
3 pedidos de patentes são das: Rohm & Haas, Air Products e Bayer.
EVA
As líderes de depósito de patentes de EVA nos últimos 2 anos foram Du Pont com 9
depósitos, GE e Lanxess com 4 depósitos de patentes cada.
A primeira, Du Pont, foca na composição de EVA com PS para utensílios domésticos
(copos, bandejas, etc), buscando maior resistência térmica. Na GE, EVA entra na composição
polimérica para estruturas de janelas e painéis sendo que as propriedades reivindicadas nas
patentes são alta resistência com redução de matérias voláteis, maiores flexibilidades e
alongação. Já a Lanxess, o polímero em questão é utilizado em composição elastoméricas
facilitando o processamento, reduzindo a viscosidade e estabilizando a temperatura.
No Brasil, foram identificados 8 depósito de patentes, sendo apenas 1 de origem
brasileira da Líder Ind. e Com Brinquedos. As demais são da Lanxess, Goodyear e Wacker
Polymer.
PE
Os principais depositantes de PE no período de 2007 a 2009 são Dow Global Tech,
Fina Tech, ExxonMobil Chem, Total Petrochem, Univation, Basell Polyolefine, Equistar
Chem e Borealis.
223
A Dow Global Tech sobressai com depósitos nos 3 tipos de PE (PEAD – 25 patentes,
PEBD – 24 patentes, PEBDL - 6). A Basell Polyolefine destaca-se em PEAD com 19
depósitos e no PEBD com 17. A Equistar Chem possui 13 depósitos tanto em PEAD quanto
em PEBD e também é líder de depósito em PEBDL com 6. A Boreallis possui 13 em PEAD e
11 em PEBD.
No Brasil, a Braskem apresenta depósitos para PEAD (3) e PEBD (2), no entanto das
lideres do mercado internacional somente a Univation aparece com 1 deposito para ambas as
resinas.
PS
As maiores empresas depositantes de patentes no período de 2007 à 2009 são: JSR,
BASF e Fuji Film, somando estas um total de 121 patentes no período considerado.
As 3 maiores depositantes possuem patentes que estão relacionadas à utilização do
poliestireno como padrão de comparação em cromatografia. Além disso, a BASF possui
patentes que fazem referência a este polímero como parte da composição de soluções
dispersantes utilizadas em tintas, adesivos e selantes e em materiais absorvedores de água,
composição para membrana de troca iônica e processo de preparação de poliestireno isotático
funcionalizado. A Fuji Film também se destaca com patentes em que o poliestireno é usando
no preparo de dispersões fluoradas utilizadas na composição de filmes, nas soluções de
revestimentos e em constituinte de composições utilizadas em lentes.
No Brasil foram depositadas 9 patentes de PS sendo 2 com prioridade no país
depositadas pela Petroflex. A Hutchinson, Arkema, Degussa, Rohm & Haas, Bayer Material
Science, Goodyear, Lanxess depositaram 1 patente cada.
PET
As principais depositantes de patentes para o PET são: Fuji Film, Hitachi Chem e 3M
Innovative Properties, somando 34 patentes depositadas no período de 2007 a 2009.
A Fuji Film apresenta patentes para filmes de PET utilizados como suportes em
composições para garantir maior rigidez ao material utilizado em filtros de cores, suporte para
meio de gravação e filme de PET para revestimento de composição fotossensível.
224
A Hitachi Chem possui a maioria de suas patentes para utilização do PET em
composições para revestimentos, como filmes de PET com composição fotossensível e
composições de resina polida para revestimentos.
A 3M Innovative apresenta patentes de filmes de PET para revestimento de
composição adesiva de proteção, produção de artigos laminados utilizados em dispositivo
ótico, PET laminado para composição higroscópica fotocurável e substrato flexível para
revestimento de composição adesiva.
Não foram localizadas patentes com deposito no Brasil com foco neste estudo.
PP
As principais depositantes de patentes para o PP são: Borealis, Japan Polychem e
Sumitomo, somando 112 patentes depositadas no período de 2007 à 2009.
A Borealis apresenta patentes de filme de Polipropileno Biaxialmente Orientado
(BOPP) para embalagem de alimentos, BOPP para capacitores, catalisadores para
polimerização do PP, produção de PP ramificado em condições brandas na presença de
catalisador metalocênico, composição para resina de PP heterofásica para utilização em
artigos para injeção, novo PP utilizado em artigos, filmes, revestimentos, espumas e
moldagem por sopro, PP para embalagens medicinais e de alimentos com boas propriedades
mecânicas, alta estabilidade térmica, pureza e rigidez, composição polimérica para produtos
moldados por termoformagem ou extrusão.
As patentes depositadas pela Japan Polychem são de compostos organoalumínio com
alta taxa de escoamento, PP modificado para moldagem, espumas e extrusão, copolímero de
PE e PP com boas propriedades de moldagem, aparência e reciclabilidade para espumas
moldadas, copolímero de PP para fibras, embalagens para alimentos e produtos sanitários com
alta taxa de escoamento e transparência, PP para filmes orientados utilizados em embalagens
para alimentos com propriedades de estabilidade, eficiência de processo, moderada
cristalinidade e custo reduzido, bloco copolímero de PP com boa flexibilidade, resistência ao
impacto e composição de PP com auto-decomposição, favorável ambientalmente.
A Sumitomo depositou em copolímero etileno-propileno para resinas aplicadas em
motores de veículos e utensílios domésticos com melhores propriedades de rigidez e
resistência ao impacto, processo de produçãoα de -olefinas poliméricas com reagentes
controlados, com fácil separação de solventes, e econômico com catalisadores metalocênicos
e sólidos contendo titânio, magnésio e halogênio, polimerização em fase líquida, tendo PP
225
com partículas de tamanho uniforme, para utensílios domésticos, motores de veículos,
embalagens, etiquetas e rótulos, PP com propriedades de expansão para espumas com
diversas aplicações como embalagens, caixas, containeres para alimentos, materiais de
construção e componentes de automóveis, composição polimérica de PP para filmes com alta
estabilidade dimensional e resinas de PP para revestimento com resistência acústica, utilizada
em motores de veículos, gabinete de dispositivos.
No Brasil, foram depositadas 10 patentes de PP no período, sendo apenas 2 com
prioridade no país, uma da Universidade Federal do Rio de Janeiro e uma da Petroflex. As
outras empresas depositantes foram: Rohm & Haas com 2 depósitos e Hutchinson, Johnson &
Johnson, Lanxess, Xerox Corp, Bayer Material Science e Air Products and Chem, todas com
apenas 1 patentes depositada.
Em relação ao consumo global das resinas, estima-se que em 2009 sejam consumidas
178,1 milhões de toneladas sendo a seguinte distribuição por polímero: PS (6%); PET (8%);
PEBD (10%); PEBDL (10%); PEAD (17%); PVC (18%); PP (25%), os demais como ABS e
PC (7%).
Os vários setores demandantes de resinas plásticas são: embalagens (para alimentos,
setor agrícola, cosméticos, higiene e limpeza e transporte de cargas frágeis), automobilístico,
construção civil, bens de consumo, telecomunicação, complexo da saúde, aeroespacial e
defesa (como, por exemplo, na produção de conectores eletrônicos).
As tendências de maior relevância do uso de plásticos envolvem reciclagem,
integração, inovação, novas propriedades, automação e setores demandantes. Essas tendências
serão exemplificadas a seguir.
Integração Petroquímica/Transformado
O complexo petroquímico da Arábia Saudita, Petro Rabigh, será beneficiado com
construção e integração de um parque de polímeros que está sendo construído e em Abu
Dhabi. Tal complexo conta com espaço para 50 transformadores e capacidade para processar
1 milhão de t/ano principalmente de PE (filme) e BOPP (filme) além de uma série de artigos
226
transformados como pára-choques, grama sintética, cabos e tubos, o investimento é de US$ 4
bilhões e estima-se que até 2012 esteja em operação.
Injeção e Extrusão
Em termos de demanda global para máquinas processadoras é previsto aumento de
4,7% por ano até 2012, alcançando valor de US$ 24,9 bilhões. Entre os transformados, o de
extrusão é o de maior demanda até 2012 que acompanha a área de construção civil em termos
de tubos e estruturas. Não obstante, as injetoras continuarão a contar com 2/5 dos
processadores.
Robótica
A automação robótica gerado especificamente para indústria de transformação plástica
continua em expansão por promover qualidade e segurança. Em 2007 os fornecedores de
robôs da América do Norte tiveram aumento de demanda na ordem de 34% para o setor
considerado. Na Bélgica, também se tem notado cada vez mais o aumento da produtividade
nas injetoras que adotaram a automação robótica.
227
Novas capacidades na Ásia incluem a joint venture entre a: Sabic e LyondellBasell,
em Al Jubail, na Arábia Saudita com capacidade de 400.000 ton/ano de PEAD e PEBDL. A
ExxonMobil está construindo uma planta de PE e PP em Singapura.
228
A busca por materiais que possuem maior flexibilidade e resistência ao impacto levou
a japonesa Sekisui Plásticos a desenvolver a “P-Cel”, uma espuma de PEAD para embalagens
de alimentos congelados. Esta espuma reduz a umidade e permeabilidade ao oxigênio.
Ainda em relação à inovação dos plásticos usados em embalagens de alimentos, a
empresa Coestar Internacional recebeu o certificado da FDA para continuar o
desenvolvimento de embalagens para produtos mais sensíveis a exposição de oxigênio o que
permitirá mais tempo na prateleira dos supermercados.
Na área de bebidas estudos mostram que na América do Norte o PET é o polímero
mais adequado para substituir garrafas de alumínio e vidro para bebidas carbonatadas, pois é
o que emite menor gás estufa. O número de garrafas feitas de PET excedeu o número das
garrafas de vidro no mundo. É esperado um crescimento de 5% ao ano, até 2012, para
embalagens de PET, 1,6% para vidro e 3% metal.
Nesse sentido, a Ecolab desenvolveu produtos que permitam esterilização
antimicrobiana com baixas concentrações de ácido peroxiacético. Os produtos foram
desenvolvidos para utilização em embalagens assépticas para bebidas, como garrafas de PET
ou PEAD. A embalagem é estável na prateleira, adequada, eficiente energeticamente e
reciclável, o que torna o produto mais atrativo para os vendedores e consumidores.
No entanto, as principais marcas de água estão aumentando seus esforços para reduzir
a quantidade de plástico em suas garrafas, uma vez que só nos Estados Univos, as garrafas de
água somam 20% do mercado de PET. Com o intuito de diminuir custos e responder ao
aumento das preocupações dos consumidores com o meio ambiente, multinacionais como
Pepsi, Coca-Cola, Nestlé e Danone vem propondo soluções de redução do consumo de PET e
reciclagem. A Aquafina, da Pepsi, lançou uma garrafa com redução de 50% de PET em sua
composição, o que eliminará 34 milhões de kg de PET anualmente. Por outro lado, a Nestlé, a
Coca-Cola e o Grupo Danone se juntaram para fazer a reciclagem do PET, sendo que 25% das
garrafas de água da Nestlé são provenientes de reciclagem.
Visando a reutilização dos polímeros, foi lançado na Plastics Recycling Conference
realizada em Orlando, o PEAD homopolímero reciclável para utilização em garrafas de leite e
água. O primeiro processo viável comercialmente para reciclar garrafas de PEAD foi
desenvolvido no Reino Unido com o financiamento do Waste & Resources Action
Programme (WRAP), uma iniciativa do governo para redução de resíduos. O processo foi
desenvolvido por um consórcio da Nampak Plastics, uma empresa de moldes da África do Sul
e por grandes cadeias de supermercados. O Fraunhofer Institute na Alemanha testou e
qualificou o processo.
229
O segmento de bebidas alcoólicas também vem investindo na substituição de garrafas
de vidro por PET. A empresa alemã Heineken está introduzindo neste ano uma garrafa PET
para cerveja na República Tcheca. Outro exemplo é a empresa José García Carrión (JGC) que
colocou no mercado espanhol vinho de mesa embalado em garrafas PET.
Os polímeros que mais se destacam no setor de embalagens para transporte são
EPS, PEAD reciclado, PP e PET reciclado. Nesta área o EPS (poliestireno expandido) exerce
a função de segurança em embalagens de cargas frágeis, como eletro eletrônico e bebidas
(vinho), resultando na diminuição da taxa de danos em uma variedade de aplicações,
considerando os trade offs ambientais 40. O HIPS (PS de alto impacto) que é utilizado pela
Airdex International em embalagens para transporte aéreo com finalidade e uso médico.
A 3M desenvolveu o primeiro sistema mundial a base de PEAD reciclado que provê
absorção do impacto eliminando a necessidade de materiais adicionais de embalagens. Para
Instituto de Energia e Pesquisa Ambiental da Alemanha a análise do ciclo de vida e a busca
por materiais ambientalmente amigáveis fazem com que seja cada vez mais usado o PET
reciclado para embalagens de transporte. Já a Daimler opta pelo PP expandido para embalar
os carros.
Na área farmacêutica é importante ressaltar que as embalagens crescem a 5,3% ao
ano, sendo estimado atingir US$ 47 bilhões em 2013 com oportunidade para os países do
BRIC. Neste sentido, a Arch Plastic investe US$ 1 milhão em expansão de fábrica para
embalagens farmacêuticas nos EUA.
40
Por exemplo, o impacto de reproduzir em TV de 40’’ gastaria muito mais energia do que o protegido com EPS
no transporte da TV.
230
Atualmente a maioria das fábricas tem pelo menos 1 modelo elétrico ou híbrido e
investe em plásticos e compósitos como meio de diminuir o consumo de combustíveis
(veículos mais leves) e conseqüentemente menor emissão de gás estufa. Além disso o plástico
permite liberdade de design inovando no estilo, que cada vez mais ganha importância no
setor.
Recentemente na Europa no Fórum Global de Economia de combustível, várias
agências internacionais clamam por 50% de redução de combustível até 2050 através de
veículos mais leves entre outras estratégias, uma vez que está previsto triplicar a frota
automobilística o que acarretará em sérios problemas relativos às mudanças climáticas se não
forem reduzidas às emissões veiculares. Outra preocupação é a necessidade de priorizar a
economia de combustível. Com esse objetivo, várias parcerias entre empresas da indústria
química e/ou de transformação de plásticos com as produtoras de automóveis estão sendo
consolidadas objetivando veículos mais leves através do maior uso das resinas plásticas.
231
desenvolver transformado de PP para substituir aço e reduzir em 30% em peso o automóvel
para a montadora FIAT. Também se destaca a Exxon Mobil que vem desenvolvendo
transformado de PP para uso da Citroen Berlingo e Peugeot.
Outras parcerias podem ser citadas utilizando resinas para a indústria de automóveis,
como: a Elastogran do grupo BASF com soluções inovadoras para a Artega, a própria Basf
com TATA Motors na Índia, e a Sabic Innovative Plastic com Hyundai Motor Company.
Existem também as empresas químicas tradicionais que através de subsidiárias ou
unidades de negócios se dedicam a este setor, entre elas, a Mitsubishi Chemical Corp com
Borealis AG na produção pára-choque de PP e uma variedade de autopeças para o interior de
automóveis, a DuPont Automotive que tem oferecido mais de 100 produtos para Indústria
automotiva global, e a Dow Automotive oferecendo soluções para a indústria automobilística.
O apelo ambiental faz com que as empresas automotivas busquem resinas como EPP
pela Volkswagen, BMW, Audi e Volvo como absorvedor de impacto e de som assim como a
Renault no Brasil tem aumentado o uso de PET reciclado em carpetes e estofados de
caminhão.
Outros exemplos de desenvolvimentos são: as blendas de PE e PS por serem mais
leves que o poliuretano, além de reduzir a emissão de VOC.
232
A produtora de PVC, Mechichem, do México, está investindo na compra de mais de
uma dúzia de fábricas na América Latina para consolidar a indústria de PVC no país e
concorrer com os EUA. Na Rússia, a Rusvenil recebeu autorização para construir mais uma
planta de PVC, e esta terá capacidade de 330.000 toneladas/ano.
Observa-se na construção civil, um aumento para o desenvolvimento de EPS como
reforço de concreto e em painéis colocados entre estruturas metálicas pela Nova Chemical.
A partir dos monômeros (matérias primas) por resina (PP, PVC, PS, PE’s e PET)
foram construídos fluxogramas 41 que permitam a visualização da agregação do valor até os
transformados plásticos para o ano de 2008.
Os fluxogramas apresentam os preços e quantidades de importação e exportação assim
como os respectivos países de origem e destino. No caso de transformado há fatores reais de
agregação (FRT) que leva em consideração, além da importação e exportação, a produção
nacional.
Cabe observar que esses fluxogramas constituem uma amostragem em que somente
foram levados em conta os transformados onde, na pauta de importação está discriminada a
resina utilizada.
41
Com os dados de comércio exterior levantados nas notas técnicas anteriores, foi construída a cadeia, em
termos de valor agregado, para aquelas resinas cujos transformados encontravam-se descritos explicitamente nas
guias da Nomenclatura Comum Mercosul (NCM).Os valores referência foram obtidos através de dados do
MDIC, e posteriormente analisados, podendo observar o fator de agregação de valor desde a matéria-prima até o
produto transformado.
233
Transformados de PP
Fator de CHAPAS sem suporte Aplicações FRT
Agregação Preço unitário Quantidade Países Construção
Civil,
FIT 1,78 I: US$ 3.383/ton 29.081 ton O: América Latina 33%; EUA 11% Embalagens,
Matéria Prima (monômero) 2,07
FET 1,72 US$ 2.609/ton 42.399 ton D: EUA 31%; Argentina 15% Fitas e Filmes
Propeno
CHAPAS Metalizadas
Preço unitário Quantidade Países Preço unitário Quantidade Países
I: US$ 1.371/ton 27.866 ton O: Líbia 41%; Bélgica 30% FIT 4,70 I: US$ 8.9180/ton 1.135 ton O: Índia 25%; EUA 24% Embalagem
54,50
para alimentos
E: US$ 786/ton 26.630 ton D: Holanda 54% E: US$ 7.124/ton 122 ton D: Argentina 100%
FET 4,70
TUBOS
FIR 1,38
Preço unitário Quantidade Países
Construção
FIT 1,93 I: US$ 3.663/ton 1.105 ton O: Argentina 72% 2,24
FER 1,93 Civil
E: US$ 1.515/ton 174.711 ton D: Argentina 28%; China e Peru 12% SACOS de malha de PE/PP
Preço unitário Quantidade Países
I-FIT 3,11
3,11 Embalagens em
I: US$ 5.902/ton 182 ton O: Canadá 28%; México 34% 3,61
geral
FET 2,60 E: US$ 3.934/ton 363 ton D: Uruguai 70%
CORDÉIS PE/PP
Preço unitário Quantidade Países
Atadeiras ou
Legenda: FIT 1,51 US$ 2.857/ton 103 ton O: Holanda 62%; EUA 17% Amarradeiras - 1,75
I- Valor de Importação Agricultura
E- Valor de Exportação FET 5,72 US$ 8.667/ton 0,021 Kg D: Chile e Paraguai
O- Principais Origens de Importação
D- Principais Destinos de Exportação MONOFILAMENTOS
FIR- Fator de agregação de valor de importação (Resina/Matéria Prima)
FER- Fator de agregação de valor de Exportação (Resina/Matéria Prima) Preço unitário Quantidade Países
FIT- Fator de agregação de valor de importação (Transformado/Resina) Amarração de
FET- Fator de agregação de valor de Exportação (Transformado/Resina) FIT 2,45 I: US$ 4.650/ton 63 ton O: Itália 36% 2,84
Cargas
FRT-Fator de agregação real de transformado (Transformado Importado/(% resina
produzida no país + % resina Importada)) E: US$ 0 0
234
PP
235
Transformados de PVC
MONOFILAMENTOS
Preço unitário Quantidade Países
FIT 2,30 Sonda
I: US$ 2.809/ton 1.393 ton O: China 37%; Urugua 27% 2,61
hospitalar
FET 2,44 E: US$ 3.387/ton 2.938 ton D: Paraguai 22%; Argentina 19%
Legenda:
I- Valor de Importação TUBOS RÍGIDOS
E- Valor de Exportação Preço unitário Quantidade Países
O- Principais Origens de Importação
D- Principais Destinos de Exportação FIT 1,80 I: US$ 2.206/ton 848 ton O: Paraguai 34% Construção civil 2,05
FIR- Fator de agregação de valor de importação (Resina/Matéria Prima)
FER- Fator de agregação de valor de Exportação (Resina/Matéria Prima) E: US$ 2.461/ton 5.894ton D: Angola 52%
FET 1,93
FIT- Fator de agregação de valor de importação (Transformado/Resina)
FET- Fator de agregação de valor de Exportação (Transformado/Resina)
FRT-Fator de agregação real de transformado (Transformado Importado/(% resina
produzida no país + % resina Importada))
236
PVC
237
Matéria Prima (Monômero)
Estireno
Resina
Poliestireno
Preço unitário Quantidade Países
DESPERDICIOS,RESIDUOS E APARAS
Preço unitário Quantidade Países
238
PS
239
Transformados de PE
Fator de SACOS Aplicações FRT
Agregação Preço unitário Quantidade Países
FIT 2,75 I: US$ 4.856/ton 3.262 ton O: Argentina 15% Embalagens 3,03
Matéria Prima (Monômero)
FET 2,43 E: US$ 3.864/ton 10.244 ton D: Argentina 21%; EUA 18%
Etileno
CORDÉIS
Preço unitário Quantidade Países Preço unitário Quantidade Países
I: US$ 6.469/ton 19 ton O: Estados Unidos 100% Amarraduras,
FIT 2,29 I: US$ 4.041 /ton 652 ton O: Portugal 41% agropecuária, 2,5
E: US$ 11.092/ton 0,411 ton D: Paraguai 100% construção civil
FET 1,61 E: US$ 2.553 /ton 891 ton D: Paraguai 67%
DESPERDICIOS,RESIDUOS E APARAS
FIR 0,27
Preço unitário Quantidade Países
FIT 0,28 I: US$ 494/ton 2.564 ton O: EUA 100% Calçados 0,31
FER 0,14
FET 1,41 E: US$ 2.248/ton 45 ton D: Angola 100%
Resina MONOFILAMENTOS
Preço unitário Quantidade Países
Polietilenos Utilizadas na
FIT 2,65 pesca e
I: US$ 4.682/ton 146 ton O: Indonésia 33%; EUA 23% 2,93
Preço unitário Quantidade Países embarcações
FET 5,54 (cordas)
E: US$ 8.803/ton 58 ton D: Colômbia 17%; França 14%
I: US$ 1.766 /ton 433.192 ton O: Argentina 40%; EUA 38%
CHAPAS
Preço unitário Quantidade Países Estocagem,
exposição e
Legenda: FIT 2,43 I: US$ 4.294/ton 411 ton O: EUA 39%; Chile 22% preparo de 2,69
I- Valor de Importação produtos
E- Valor de Exportação E: US$ 2.638/ton 2.585 ton D: Argentina 35%; Peru 26% alimentícios
O- Principais Origens de Importação
FET 1,66
D- Principais Destinos de Exportação
FIR- Fator de agregação de valor de importação (Resina/Matéria Prima)
FALSOS TECIDOS
FER- Fator de agregação de valor de Exportação (Resina/Matéria Prima) Preço unitário Quantidade Países
FIT- Fator de agregação de valor de importação (Transformado/Resina) FIT 2,43
FET- Fator de agregação de valor de Exportação (Transformado/Resina) I: US$ 6.181/ton 956 ton O: EUA 34%; Alemanha 28% Isolante 3,87
FRT-Fator de agregação real de transformado (Transformado Importado/(% resina
produzida no país + % resina Importada)) FET 15,25 E: US$ 24.257/ton 2 ton D: Argentina 95%
240
PE
241
Transformados de PET
Fator de
Matéria Prima (Monômero) Agregação CHAPAS, E<5 MICR. Aplicações FRT
Ácido Tereftálico Preço unitário Quantidade Países
Embalagens
FIT 5,01 em geral,
Preço unitário Quantidade Países
I: US$ 7.599 /ton 775 ton O: Japão 25% ; Coréia do Sul 23% 5,90
Cordas, Fios
FET 10,19 E: US$ 13.879/ton 6 ton D: Espanha 52% ; Argentina 44%
de costura
I: US$ 1.077 /ton 405.024 ton O: México 85%
E: US$ 0 0 ton
PET
Preço unitário Quantidade Países
Legenda:
I- Valor de Importação
E- Valor de Exportação TUBOS
O- Principais Origens de Importação
D- Principais Destinos de Exportação Preço unitário Quantidade Países
FIR- Fator de agregação de valor de importação (Resina/Matéria Prima) FIT 6,13 Construção
FER- Fator de agregação de valor de Exportação (Resina/Matéria Prima) I: US$ 9.302 /ton 99 ton O: Japão 47% ; Espanha 39% 7,23
Civil
FIT- Fator de agregação de valor de importação (Transformado/Resina)
FET- Fator de agregação de valor de Exportação (Transformado/Resina) FET 14,41 E: US$ 19.616/ton 1 ton D: Angola 100%
FRT-Fator de agregação real de transformado (Transformado Importado/(% resina
produzida no país + % resina Importada))
242
PET
O programa Exporta Plastic é uma iniciativa governamental bem sucedida para o setor
de plásticos e tem como mérito reunir todos os elos da cadeia produtiva. Vinculado à Agência
Brasileira de Promoções à Exportação e Investimentos, a APEX-Brasil 42 e ao MDIC
(Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) através do Fórum de
Competitividade de Transformado Plásticos 43, tal programa foi aprovado em 2003.
As metas estratégicas desse programa visam: gerar empregos e renda, expandir e
consolidar a capacidade exportadora da indústria de Produtos Plásticos do Brasil, ampliar a
participação das pequenas e médias empresas, aumentar o volume e o faturamento das
42
Que tem como planejamento: Identificar vocações produtivas regionais, Fortalecer as entidades de classe,
Realizar estudos e prospecções de mercado, Firmar acordos de cooperação com redes internacionais, Realizar
grandes eventos, Inserir novas empresas no mercado internacional, Promover encontros de negócios com
importadores, Executar/coordenar eventos internacionais, Promover a imagem do Brasil
43
O objetivo deste programa é o de elevar a competitividade industrial das principais cadeias produtivas do país
no mercado mundial, com ações relativas à geração de emprego, ocupação e renda, ao desenvolvimento e à
desconcentração regional da produção, ao aumento das exportações, à substituição competitiva das importações
e à capacitação tecnológica das empresas.
243
exportações diretas de transformados plásticos, disseminar e fomentar a cultura exportadora
no setor, aumentar a competitividade da cadeia produtiva e desenvolver novos mercados e
aplicações.
Os mercados alvos do Programa envolvem o volume de importação dos países,
isenção de taxas de importação do produto de origem brasileira, taxa de importação
estabelecida através de acordos comerciais envolvendo Brasil/Mercosul e serviço regular de
transporte.
A figura a seguir mostra os valores de importações de produtos plásticos
transformados por diversos países que são considerados alvos para o Export Plastic, e a ainda
pequena participação das exportações brasileiras para esses mesmos destinos.
Importações de produtos transformados plásticos
Fonte: Monografia de Andréa Carla Barreto Cunha, “Programa Export Plastic Nacional: promoção da exportação de
produtos de plásticos transformados” curso de especialização GETIQ 2008/2009. Elaboração Unidade Coordenadora do
Export Plastic (UCEX)
244
Canadá: importou do mundo em 2005, o equivalente a US$5,9 bilhões de
produtos transformados, mas a participação brasileira é insignificante, com cerca de 0,15%.
México: em 2005, a importação foi equivalente a US$9 bilhões de produtos
plásticos transformados, a participação do Brasil nas importações foi de apenas 0,3%. A
grande possibilidade está no fato de o Brasil e o México manterem acordos multilaterais no
âmbito da ALADI e do Mercosul e outros Bilateriais o que reduz as taxas de importação de
alguns produtos negociados. Na logística, o Brasil já entrega cargas no México em dois portos
marítimos: Vera Cruz e Altamira com serviços regulares desde os principais portos
brasileiros.
Espanha: concede o Sistema Geral de Preferências ao Brasil que permite a
isenção ou redução das taxas de importação dos produtos brasileiros em aproximadamente
85% da pauta exportadora.
Colômbia e Venezuela: trata-se de importantes importadores sul americano de
produtos plásticos transformados devido ao seu consumo interno. Existem poucos
concorrentes localizados no mercado interno e tecnologia relativamente defasada aplicada aos
processos de manufatura de plásticos.
Chile: Trata-se de um dos maiores importadores de produtos plásticos
transformados da América do Sul. O Brasil e o Chile mantêm acordos multilaterais no âmbito
da ALADI e do Mercosul, eliminando as tarifas de importação de produtos. Além da opção de
entrega de mercadoria via rodovias, o Brasil também entrega cargas no Porto de Valparaiso.
África do Sul: maior mercado do continente africano para produtos plásticos.
245
plásticos foi de US$ 1.831 milhões e 411 mil toneladas, contra US$ 880 milhões e 230 mil
toneladas em 2000, um aumento de 108% em valor e 78,7% em quantidade. As exportações
em 2007 atingiram US$ 1.185 milhões e 333 mil toneladas, enquanto que em 2000 foram de
US$ 408 milhões e 135 mil toneladas, um crescimento de 190% em valor e 146,7% em
quantidade.
As empresas participantes do Programa Export Plastic, em 2007, foram responsáveis
pela exportação de US$ 286 milhões e 83 mil toneladas, representando 24% do valor e e 25%
da quantidade total das exportações do setor.(
Programa PROGEX
O PROGEX - Programa de Apoio Tecnológico à Exportação tem como objetivo
central gerar novas empresas exportadoras e/ou ampliar a capacidade das que já atuam no
mercado internacional, por meio da adequação tecnológica dos seus produtos a exigências de
mercados específicos.
Este é um programa concebido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT, pelo
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC e pela Secretaria
Executiva da Câmara de Comércio Exterior - CAMEX, a partir de uma experiência bem
sucedida realizada em São Paulo pelo IPT, com apoio do SEBRAE. Em parceria com a
FINEP, o IPT, o SEBRAE e demais instituições de pesquisas tecnológicas credenciadas, o
PROGEX permite às micro, pequenas e médias empresas um aporte tecnológico por meio de
consultorias e serviços objetivos e dirigidos, visando alavancar as exportações.
O Progex tem a finalidade de prestar assistência tecnológica às micro e pequenas
empresas que queiram se tornar exportadoras ou aquelas que desejam melhorar seu
desempenho nos mercados externo e interno. O Programa Export Plastic nacional
disponibilizou 4 PROGEX’s para aquelas empresas associadas que necessitavam de
adequação aos seus processos industriais no sentido de viabilizar as exportações. No caso a
empresa associada ao Export Plastic que participar do Progex via o Programa, conta com um
suporte financeiro tanto da FINEP quanto do Export Plastic. Nesse convenio a empresa
associada ao programa conta com a visita de uma equipe do “Instituto Tecnológico” que vai a
246
empresa para um diagnóstico podendo desencadear diversas ações como a adequação das
normas técnicas internacionais, atendimento aos requisitos de transporte e segurança na
exportação, adequação dos produtos de acordo com os requisitos de design do mercado
importador, além da análise do processo produtivo para solucionar problemas específicos
como aumento da produtividade, melhora da qualidade e redução de custos.
247
Em relação ao mercado demandante de resinas, a principal tendência é busca por
sinergia de propriedades muitas vezes antagônicas como, por exemplo, leveza e rigidez. Além
disso, espera-se a prática cada vez maior de reciclagem, a criação de novos clusters e
construção de mega plantas de resinas no mercado asiático.
A balança comercial das resinas como dos transformados é deficitária, apesar das
taxas de exportação de transformados tanto em volume quando em valor terem crescido em
média 146% e 190%, respectivamente, considerando os anos de 2000 a 2007, enquanto que o
aumento das importações no mesmo período foi de 79% em quantidade e 108% em valor.
Também é possível analisar a balança comercial sob o ângulo do valor agregado.
Proporcionalmente o país exporta quatro vezes mais resinas (em quantidade) em relação aos
transformados, porém quando levamos em consideração o valor, as resinas possuem 1/3 do
valor de exportação dos transformados plásticos. Destaca-se também que o valor de
importação de transformados foi 4 vezes maior.
No Brasil as importações de transformados plásticos agregam valor no mínimo para
PP, PE’s, PS, PVC e PET de 2 vezes o valor das respectivas resinas, podendo chegar a 7
vezes para tubos de PET, 50 vezes no caso de chapas de PP e 240 vezes em tubos para
hemodiálise de PP.
Em suma, o país exporta mais o produto com menos valor agregado e importa mais
produtos com maior valor agregado, denotando o caráter de produção de resinas como
pseudo-commodities e não especialidades.
248
NT VIII: TRIBUTAÇÃO E REGULAÇÃO NA CADEIA DOS PLÁSTICOS
O efeito da pesada carga tributária como um dos agentes que mais afeta a
competitividade da indústria brasileira como um todo é assunto amplamente debatido e
conhecido, porém de enorme complexidade e com condicionantes regionais, estaduais e
municipais que tornam o tema de difícil abordagem e entendimento.
O assunto tem sido objeto de inúmeros estudos, análise e propostas, no âmbito da
reforma tributária brasileira e, embora atingindo a todos os segmentos econômicos, encontra
na cadeia produtiva dos plásticos uma variedade de medidas pontuais e localizadas que afetam
a competitividade dos agentes da cadeia diferentemente nas regiões, microrregiões, estados e
municípios em que se encontram.
A chamada “Guerra Fiscal”, onde estados e municípios brigam por apresentar aos
potenciais investidores o melhor “pacote” de incentivos, visando estimular o desenvolvimento
de sua área de atuação e “otimizar” sua arrecadação, geram grande desequilíbrio entre as
regiões as transações comerciais inter e intra-regionais. Além disso, em algumas situações,
estados que oferecem incentivos às importações de produtos com similares nacionais
disponíveis em outros estados da União, impõem condições inviáveis de competitividade aos
produtores nacionais. A dimensão do país e enormes disparidades entre as regiões, juntamente
com o desconhecimento e a dificuldade de identificar os reais efeitos que algumas políticas de
incentivo promovem na cadeia produtiva dos plásticos, contribuem para tornar esse quadro
ainda mais complicado.
Na presente Nota Técnica, abordamos esses aspectos, de forma a apontar em que
pontos da cadeia produtiva dos plásticos essa realidade da “Guerra Fiscal” promove o
desequilíbrio e a perda de competitividade para alguns agentes e para o setor de modo geral.
A cobertura e simulação de todas as possíveis situações seria uma tarefa muito extensa
e praticamente inviável de ser realizada num estudo como este, sendo esta Nota Técnica parte
de um diagnóstico mais amplo da Cadeia dos Plásticos.
A presente análise apresentará os seguintes tópicos, de forma esquemática:
249
• Os impactos tributários ao longo dos principais elos da cadeia produtiva dos
plásticos, incidentes nas fases de compra de insumos, produção, comercialização e
consumo.
• Incentivos Fiscais Regionais e seus efeitos na cadeia produtiva dos plásticos.
• Simulação de situações específicas, demonstrando os riscos de perda de
competitividade ao longo da cadeia.
É importante ressaltar que a legislação tributária tem um comportamento muito
dinâmico e, por isso, é um assunto que requer contínuo acompanhamento das mudanças
impostas pelos estados e municípios brasileiros.
A Figura 1 ilustra as fronteiras de análise das cargas tributárias. A área demarcada será
o universo de análise da incidência de impostos.
Figura 1 – Cadeia Produtiva dos Plásticos – Área de Análise das Cargas Tributárias
250
Para tal, será considerado como o início da cadeia produtiva a compra da matéria-
prima básica (nafta, etano, propano) e como o final da cadeia o consumo final do produto
transformado.
251
Figura 2- Matérias-primas Petroquímicas – Tributos - Pontos de Atenção
Propeno• Isenção PP
de IPI •Cosméticos
TRANFORMAÇÃO – 3ª GERAÇÃO
Petróleo Nafta Frascos
•Fármacos
CENTRAIS
•
Benzeno
PIS/COFINS: 5,6%, com crédito na alíquota
Pré-formas deIndustrial
•Sacaria 9,25%
PVC
Filamentos •Produtos Químicos
Outros PS CONSTRUÇÃO CIVIL
Peças Auto
AUTOMOBILÍSTICA
PET Peças Eletro TEXTIL
Etano
Fonte de desequilíbrio: Isenção de ICMS na compra de
AGROINDÚSTRIA
Gás
UPGN’s/UFL’s
Tubos e conexões
CRACKERS
Eteno EVA
Natural VESTUÁRIO
etano e propano no RJ Estruturas
CALÇADOS
Propano Propeno Outros
Fios e cabos ELETROELETRÔNICA
TELECOMUNICAÇÕES
Brinquedos
As cargas tributárias das centrais petroquímicas, que atuam na primeira geração, hoje
com a reestruturação do setor petroquímico praticamente consolidada, poderiam ser
analisadas num conceito de integração até a segunda geração. Mesmo antes da reestruturação,
para o caso do eteno produzido a partir do etano e propano, na antiga Riopol (atualmente
Quattor), o conceito de integração já estava embutido na configuração original. Com a
reestruturação, também passa a valer o mesmo conceito para o propeno produzido, que antes
era vendido para a Suzano Petroquímica, que foi incorporada também pela Quattor.
No caso das centrais à base de nafta, a Braskem e a Quattor já estão praticamente
integradas até a segunda geração, mas ainda existem alguns trâmites da reestruturação não
concluídos e, além disso, a Braskem ainda comercializa petroquímicos básicos com algumas
empresas de segunda geração, que pertencem a outros grupos empresariais. Ocorre também o
fornecimento de petroquímicos básicos (propeno é um exemplo) oriundo de refinarias.
252
Dessa forma, existem basicamente duas situações diferentes com relação às questões
tributárias no elo dos produtos de primeira geração na cadeia produtiva, qual sejam, os
produtos com consumos cativos (cadeias integradas) e os produtos vendidos para terceiros
(cadeias não integradas). Na verdade, esse desequilíbrio aparece devido à configuração e
estrutura das empresas do setor, e não à questão tributária propriamente dita.
Da mesma forma que nas matérias-primas petroquímicas, os petroquímicos básicos de
primeira geração são vendidos sem IPI.
Ainda com relação aos impostos federais, a central petroquímica localizada em
Camaçari mantém o incentivo de isenção de IR.
A Figura 3 destaca os principais aspectos que afetam as operações da 1ª geração
petroquímica, sob a ótica da tributação.
Tributos Federais:
Matérias 1ª Geração 2ª Geração 3ª Geração USO FINAL
primas • Isenção de IR em Camaçari
Eteno Filmes EMBALAGENS para:
PE • IsençãoChapas
de IPI
PRODUTORES RESINAS / INTERMEDIÁRIOS
•Alimentos
PETROQUÍMICAS
REFINARIAS
Propeno •Cosméticos
TRANFORMAÇÃO – 3ª GERAÇÃO
Tubos
CRACKERS
Eteno EVA
Natural VESTUÁRIO
Estruturas
CALÇADOS
Propano Propeno Outros
Fios e cabos
ELETROELETRÔNICA
Cadeia não integrada da 1ª a 2ª geração tem
TELECOMUNICAÇÕES
Brinquedos
regime normal de tributação.
253
1.1.3 Segunda Geração – Resinas Termoplásticas
254
Figura 4 – Petroquímicos de 2ª geração, Resinas – Tributos – Pontos de Atenção
Tributos Federais:
Matérias
• Isenção de IR em 1ª
primas Camaçari
Geração 2ª Geração 3ª Geração USO FINAL
Eteno Filmes EMBALAGENS para:
• IPI de 5% PE
Propeno •Cosméticos
TRANFORMAÇÃO – 3ª GERAÇÃO
Petróleo Nafta PP Frascos
•Fármacos
CENTRAIS
Tubos e conexões
CRACKERS
Eteno EVA
Natural
(ICMS) Estruturas
VESTUÁRIO
CALÇADOS
Propano Propeno Outros
• Importação (PIS/COFINS) Fios e cabos ELETROELETRÔNICA
TELECOMUNICAÇÕES
Brinquedos
É aqui que a “Guerra Fiscal” atua de forma mais danosa para toda a cadeia dos
plásticos e também onde as políticas diferenciadas para importação e exportação afetam mais
fortemente a competitividade da cadeia produtiva ampliada.
Esse elo da cadeia é o que opera com a maior alíquota de IPI, de 15%, o que vem
sendo objeto de freqüentes reivindicações por parte do setor de transformados plásticos,
embora parte do PIS/COFINS possa ser recuperado através do crédito presumido do IPI.
Cabe observar que, com o advento da sistemática de não cumulatividade do PIS e da
COFINS para empresas optantes pelo lucro real, deixou de existir o crédito presumido
previsto na lei 10276/01.
Especificamente com relação ao IPI, o desequilíbrio de alíquotas ocorre devido à
diferenciação tributária feita para alguns setores finais de aplicação do produto transformado,
que pode variar de 0 a 5%, como é o caso do segmento de embalagens e de alimentos,
gerando acúmulo de crédito para a indústria de transformação, a terceira geração.
255
A Figura a seguir mostra de forma esquemática um exemplo de como ocorre esse
desequilíbrio de alíquotas de IPI na cadeia produtiva ampliada.
Tributos Federais:
Matérias 1ª Geração 2ª Geração 3ª Geração USO FINAL
• IPI de 15%
primas
Eteno Filmes EMBALAGENS para:
PE
PRODUTORES RESINAS / INTERMEDIÁRIOS
Chapas •Alimentos
PETROQUÍMICAS
REFINARIAS
Propeno •Cosméticos
TRANFORMAÇÃO – 3ª GERAÇÃO
Petróleo
Fontes de desequilíbrio:
Nafta PP Frascos
•Fármacos
CENTRAIS
• Políticas regionais/estaduais/municipais
Benzeno PVC
Pré-formas •Sacaria Industrial
Gás compra
Etano nos estados AGROINDÚSTRIA
UPGN’s/UFL’s
Tubos e conexões
CRACKERS
Eteno EVA
Natural VESTUÁRIO
o IPTU Estruturas
CALÇADOS
Propano Propeno Outros
o ISS Fios e cabos ELETROELETRÔNICA
TELECOMUNICAÇÕES
Brinquedos
256
1.2. Incentivos Fiscais Regionais e Seus Efeitos
Os tributos que afetam a cadeia de plásticos, bem como a todas as outras atividades
econômicas, podem ser divididos em duas categorias principais, que permitem facilitar a
análise da matéria:
1. Tributos Federais
2. Tributos Regionais
Os tributos federais tendem a afetar igualmente todas as cadeias produtivas, sem
diferenciação, enquanto que os regionais podem promover a diferença e o desequilíbrio nas
cadeias produtivas.
No caso da cadeia dos plásticos, os efeitos desses dois tipos de tributos podem atacar a
competitividade do setor, seja de forma individual, seja pela soma ou efeitos cumulativos que
possam agregar.
As situações que se apresentam são inúmeras e muito dinâmicas, pois a cada Programa
de Incentivo, Lei/Decreto, que um estado ou município apresenta, os efeitos na cadeia mudam
as condições de competitividade, gerando ainda mais desequilíbrios e impedindo a
consolidação do segmento em bases sólidas.
Por essas razões, transformadores são muitas vezes forçados a transferirem suas
fábricas (quando possuem recursos para tal) de estados, criarem filiais para usufruir de
incentivos, ou mesmo venderem ou fecharem suas unidades. Isso dá ao setor uma
instabilidade enorme e essa instabilidade é incompatível com os elos da cadeia a jusante e a
montante, formado por empresas e grupos econômicos de porte e que operam com
perspectivas de longo prazo, ficando dependentes de um elo intermediário enfraquecido.
É fundamental que as políticas de incentivo ao desenvolvimento e fortalecimento do
setor de transformação considerem e avaliem criteriosamente todos os efeitos sobre toda a
cadeia produtiva. Além disso, a visão a nível nacional tem que prevalecer, pois as medidas
que visam reduzir as diferenças regionais não podem afetar partes da cadeia, em termos da
competitividade industrial nacional.
Um exemplo disso aparece nas importações, onde se pode ter a seguinte situação:
• Governo Federal determina as alíquotas do Importo de Importação (II) para
resinas => o que influencia na competitividade do produto nacional, mas dá o
mesmo tratamento para todos, ou seja, afeta igualmente todos os produtores
nacionais de resinas;
257
• Governos Estaduais, que oferecem incentivos para a importação que chega
pelos portos de seus estados, com isenção de ICMS na entrada, por exemplo,
(SC, PR, PE, ES), impõem aos produtores nacionais de outros estados uma
situação de competição desfavorável e, a empresa de 3ª geração que importa a
resina fica em situação privilegiada com relação ao seu concorrente nesse elo
da cadeia.
• Com a pressão continua por preços mais baixos, feita pelos consumidores
finais, pequenas diferenças no padrão de competitividade no setor de
transformação podem afetar fortemente a cadeia.
258
Quadro 1 – Programas de Benefícios e Incentivos Fiscais Regionais
ESTADOS PROGRAMAS
Programa de Desenvolvimento do Estado de Alagoas - PRODESIN- Lei 5671/95 – Decreto
38394/00
Alagoas Crédito Presumido de 50% do ICMS debitado nas saídas
Diferimento do ICMS: Financiamento de até 75% do saldo devedor
• Compras internas ou importação de bens e insumos
• Pagamento do saldo devedor para 360 dias
Amazonas Política Estadual de Incentivos Fiscais e Extrafiscais: Lei 2.826/03 e alterações e Decreto
23.994/03. Crédito Presumido de 90,52% do saldo devedor do ICMS e
ZFM Diferimento do ICMS na Importação de bens e insumos.
Programa “Desenvolve” – Dilação de 90% do ICMS gerado, pelo prazo de seis anos para
recolhimento, com acréscimo de TJLP menos 20%, compensação do crédito do ICMS
acumulado com importação de insumos, diferimento de ICMS na importação de
equipamentos. (Lei 7.980/01 e suas alterações, Lei 8.205/02).
Programa “Bahiaplast” – Lei 7.351/98, com validade de 12 anos que desonera a cadeia de
plásticos. Crédito presumido sobre o valor do imposto destacado: 41,1765% nas operações
Bahia
internas e 70% nas interestaduais. Diferimento de ICMS:
• compras internas ou importações de bens do ativo;
• saídas internas de produtos químicos e petroquímicos intermediários com destino às
indústrias;
• Importação de insumos
Programa “Acelera Bahia” – a ser lançado pelo Governo para redução de ICMS da Indústria
petroquímica.
FUNDAP e Programa de Incentivo ao Investimento no Estado do Espírito Santo - INVEST-
Espírito Santo ES Lei 7.000/01 (art.22) – Decreto 1.152-R/03. Importação de mercadorias com isenção de
ICMS e incentivos de crédito presumido até 70% do ICMS devido.
259
ESTADOS PROGRAMAS
Programa Bom Emprego: Lei 10.689/93 (art. 2º) - Decreto 1.465/03
Dilação de prazo: pagamento de até 90% do ICMS no prazo de 48 meses
Decreto 950/03: Diferimento do ICMS nas importações de insumos e de bens do ativo.
Decreto 949/03:Diferimento de 6 pontos percentuais do ICMS nas operações comerciais
Paraná dentro do Estado. A carga tributária passou de 18% para 12%, exceto nas saídas para o
consumidor final.
Lei 14.985/2006: Importação de mercadorias com isenção de ICMS e incentivos de crédito
presumido ou diferimento de ICMS.
260
ESTADOS PROGRAMAS
PROPLAST/RS - Programa Setorial de Desenvolvimento da Indústria de Transformação de
Produtos Petroquímicos e Químicos do Estado do Rio Grande do Sul - Lei 9.829/93, Decreto
34.681/93. Incentivo de financiamento de 50 a 75% do ICMS devido.
Programa “FUNDOPEM” Fundo Operação Empresa do RS – Decreto 36.264/95,
regulamenta a LEI Nº 6.427/72- Financiamento de parcela de até 75% do ICMS devido.
INTEGRAR/RS - Programa De Harmonização Do Desenvolvimento Industrial Do Rio Grande
Do Sul - Lei 11.916/03 - Dec. 42.360/03: Financiamento de até 9% do faturamento, limitado
a 75% do ICMS gerado no mês
Rio Grande do Sul Decretos 39.239/98 e 31.714/02 (Apêndice XVII do RICMS/RS - Dec. 37.699/97, itens XXIII e
XV):
• Diferimento do ICMS na iImportação de polímeros de polipropileno em formas primárias
sem carga, compostos de função carboxiamida, copolímero hidrogenado/copolímero
randômico, copolímero de propileno, polímero de polipropileno com carga, hidrosilicato
de alumínio/caulim tratado quimicamente, resina de hidrocarbonetos e cera artificial
classificados, respectivamente, nos códigos da NBM/SH-NCM 3902.10.20, 2924.10.29,
3902.90.00, 3902.30.00, 3902.10.10, 2507.00.10, 3911.10.20 e 2712.90.00, desde que os
produtos não possuam similar fabricado neste Estado e que o desembaraço aduaneiro
ocorra neste Estado.
• Diferimento do ICMS na importação de bens do ativo sem similar fabricado no Estado.
PRODEC - Programa de Desenvolvimento da Empresa Catarinense, Lei 11.345/00 - Decreto
1.490/00: Financiamento de até 75% do ICMS devido (poderá ser acrescido de até 25%, se
houver anuência da FECAM e do município interessado, relativa à parcela do ICMS que lhe
cabe; por até 10 anos e 4 anos de carência.
Santa Catarina
Dec. 2.870/01 - RICMS/SC Art. 10, Anexo III: Diferimento do ICMS na importação de
insumos e de bens do ativo fixo com desembaraço em SC, por regime especial.
Programa Pró-emprego, Lei Nº 13.992/07 e Decreto 105/07: crédito presumido de 75% na
venda do produto com ou sem transformação no estado.
São Paulo Redução da alíquota do ICMS de 18% para 12% para produtos petroquímicos, desde que
seja regulamentado um programa de Metas. (Decreto nº 52.430/07).
Elaboração: GAS ENERGY Chemicals
261
Quadro 2 – Alíquotas de ICMS na Ind. de Transformação
1.3 Simulações
262
A base para os cálculos adotou um valor base para a resina (valor da nota fiscal) de
1.000 e, para o produto transformado de 2.000. Os resultados estão apresentados no Quadro 3:
263
Quadro 3 – Simulação 1 – Estado do Rio de Janeiro
264
Algumas conclusões podem ser extraídas dessa simulação, ainda que sem esgotar o
assunto, demonstrando alguns pontos de desequilíbrio:
• O transformador que puder usufruir de todos os incentivos oferecidos pelo estado encontra
uma situação de vantagem competitiva, podendo comprar sua matéria-prima ou vender
seu produto transformado dentro ou fora do estado (3ª e 5ª colunas no Quadro de
simulação);
• O transformador que adquire os incentivos do Plast-Rio, comprando resina no estado fica em
situação extremamente mais competitiva do que se a compra for feita fora do estado,
apenas se a venda do transformado for feita também dentro do estado; caso a venda do
transformado seja feita para outro estado, as situações se equivalem (1ª e 4ª colunas no
Quadro de simulação);
• A operação realizada por transformador no estado em regime normal é mais vantajosa se a
venda do produto transformado for efetuada para outro estado (2ª coluna no Quadro de
simulação).
265
SIMULAÇÃO 2: Efeitos do incentivo às importações de resinas (base Santa Catarina)
O Quadro 4 simula apenas duas situações num estado com incentivo á importação
através da isenção de ICMS: a Importação e a compra de um fornecedor nacional localizado
em outro estado.
266
Quadro 4 – Simulação 2 – Resinas Importadas com Incentivo de ICMS vs. Compra de Fornecedor Nacional
267
3. Pontos de Atenção e Sugestões - Tributação
268
• Importação – Identificação de necessidades em segmentos específicos de revisão das
alíquotas de imposto de importação, como medida de melhoria da competitividade para
alguns segmentos.
• Acúmulo de créditos de tributos em alguns elos, especialmente produtores de resinas.
• Atenção para informalidade no segmento de transformação.
• Condições competitivas para exportação.
Para os Estados e Regiões brasileiros nos quais exista legislação específica que afetam
diretamente a cadeia produtiva dos plásticos, serão destacados os principais instrumentos
vigentes.
269
PLAST-RIO – CODIN
Decreto 33.976/03 e Lei 4.169/03
As empresas industriais integrantes da cadeia de transformação de resinas petroquímicas
listadas no Decreto poderão usufruir os seguintes benefícios fiscais:
• Diferimento do ICMS incidente nas aquisições de equipamentos, ferramentas, peças, partes,
moldes e acessórios, destinados ao ativo fixo das empresas para o momento da alienação ou
eventual saída desses bens;
• Crédito presumido nas operações de saídas de produtos transformados, produzidos por
estabelecimento industrial, desde que derivados de produtos químicos e petroquímicos
básicos e intermediários, produzidos por empresa localizada em Território Nacional,
conforme estabelecido no art. 8° do decreto e ou para reciclagem de termoplásticos;
• Dilatação do prazo de pagamento do saldo devedor do ICMS em 12 (meses);
• Redução para 12% a alíquota do ICMS aplicável nas operações internas, relativas aos
produtos petroquímicos relacionados no Decreto, quando destinados à industrialização em
estabelecimento no Estado do Rio de Janeiro.
270
• As mercadorias fabricadas pelo estabelecimento habilitado ao PLAST-RIO usem, como
matéria-prima, determinados produtos químicos e petroquímicos, produzidos por empresas
industriais fluminenses e relacionados no decreto (para fins da atividade de reciclagem as
matérias-primas das indústrias poderão ser de qualquer material plástico usado);
• As matérias-primas referidas no inciso anterior correspondam a no mínimo 75% (setenta e
cinco por cento) do total das matérias-primas aplicadas na fabricação da mercadoria.
• Os estabelecimentos em relação aos quais haja sido concedido o benefício da dilatação do
prazo de pagamento do saldo devedor do ICMS poderão dilatar por 12 (doze) meses, a
contar da data do respectivo vencimento, nos termos da legislação vigente, o pagamento das
seguintes parcelas de saldo devedor do ICMS:
o 100% do saldo devedor relativo a cada período de apuração completado no período
de 12 (doze) meses a contar da emissão da primeira nota fiscal após a habilitação do
estabelecimento;
o 75% do saldo devedor relativo a cada período de apuração completado no período
de 12 (doze) meses iniciado no dia seguinte ao término do período referido no inciso
anterior;
o 50% do saldo devedor relativo a cada período de apuração completado no período
de 12 (doze) meses iniciado no dia seguinte ao término do período referido no inciso
anterior;
o 25% do saldo devedor relativo a cada período de apuração completado no período
de 12 (doze) meses iniciado no dia seguinte ao término do período referido no inciso
anterior.
Lei 4533/05
Estabelece tratamento tributário especial objetivando a recuperação econômica de
trinta e um municípios fluminenses.
Os municípios beneficiados são: Aperibé, Bom Jardim, Bom Jesus do Itabapoana,
Cambuci, Campos dos Goytacazes, Carapebus, Cardoso Moreira, Carmo, Conceição de
Macabu, Cordeiro, Duas Barras, Italva, Itaocara, Itaperuna, Laje do Muriaé, Macuco,
Miracema, Natividade, Porciúncula, Quissamã, São Fidélis, Santa Maria Madalena, Santo
Antônio de Pádua, São Francisco do Itabapoana, São João da Barra, São José de Ubá, São
Sebastião do Alto, Sapucaia, Sumidouro, Trajano de Morais e Varre-Sai.
O tratamento tributário reduz o ICMS a apenas 2% do faturamento do estabelecimento
industrial instalado ou que venha a se instalar em qualquer um dos referidos municípios.
271
A lei concede ainda o diferimento do ICMS na importação e na aquisição interna ou
interestadual (neste caso, em relação ao diferencial de alíquota) de máquinas, equipamentos,
peças, partes e acessórios destinados a compor o ativo fixo da empresa.
O ato normativo estabelece, também, o diferimento do ICMS na importação de
insumos destinados ao processamento industrial da empresa adquirente e na aquisição interna
de matérias-primas e demais insumos destinados à industrialização, exceto energia, água e
telecomunicações, assim como de materiais secundários. O benefício tem o prazo de duração
de 25 anos.
4.1.2 Bahia
Programa “Desenvolve” – Dilação de 90% do ICMS gerado, pelo prazo de seis anos
para recolhimento, com acréscimo de TJLP menos 20%, compensação do crédito do ICMS
acumulado com importação de insumos, diferimento de ICMS na importação de
equipamentos. (Lei 7.980/01 e suas alterações, Lei 8.205/02).
272
INTEGRAR/RS - Programa De Harmonização Do Desenvolvimento Industrial Do
Rio Grande Do Sul - Lei 11.916/03 - Dec. 42.360/03: Financiamento de até 9% do
faturamento, limitado a 75% do ICMS gerado no mês.
Programa “RS Competitivo” propõe redução de 17% p/ 12% na venda ao varejo para
alguns setores (moveleiro, calçadista e têxtil).
4.1.4 Paraná
273
Outros Incentivos:
• Redução do ICMS de 18% p/ 7% na comercialização de um pacote de produtos.
• Empresas com faturamento bruto mensal de até R$ 18 mil são isentas de ICMS.
• Diferimento de 18% p/ 12% nas operações comerciais dentro do Estado.
274
• Saídas internas;
• Exigência do ICMS na operação seguinte (interna ou interestadual);
• Concessão do enquadramento ao centro de distribuição.
Art. 13º do Decreto 105/07: Dilação de prazo para pagamento do ICMS incremental
• Aplica-se a indústrias e centros de distribuição;
• A dilação é de até 24 vezes, condicionada à prova de capacidade financeira de quitação do
ICMS após a dilação;
• O benefício só pode ser usufruído por 36 meses (no 38° mês o ICMS a recolher será a soma
do ICMS devido no 13° mais o devido no 37° mês e, assim, sucessivamente).
Art. 14º do Decreto 105/07: Benefícios específicos para terminal portuário.
• Redução do ICMS incidente sobre a energia elétrica consumida nas áreas operacionais do
porto;
• Diferimento na importação de bens destinados ao ativo permanente:
o Exige desembaraço em território catarinense;
o Não exige inexistência de similar.
Art. 15º-A Decreto 105/07: Indústria que produzir em território catarinense, produto
idêntico ao importado terá idêntico tratamento dado à importadora.
Poderá ser autorizado à empresa que vier a produzir em território catarinense produto
sem similar catarinense, importado por empresa enquadrada no Programa ou detentora de
regime especial de tributação previsto na legislação do ICMS, a aproveitar crédito presumido,
em substituição aos créditos efetivos, de modo a resultar em tributação equivalente a 3% (três
por cento) do valor da operação própria (Lei nº 14.075, de 3 de agosto de 2007).
275
de CDB, a ser aplicado em projetos, até o fim do exercício seguinte. O saldo devedor do
financiamento poderá ser quitado em leilões.
4.1.7 Pernambuco
276
localizadas no Pólo Farmacoquímico, apesar de estarem situadas na Zona da Mata,
terão, também, crédito presumido de 95%.
Estímulo à Central de Distribuição (CD)
• Nas saídas interestaduais do produto incentivado, crédito presumido do ICMS
correspondente a 3% do valor dessas saídas, por 15 anos, podendo ser prorrogado por
igual período;
• Na entrada do produto por transferência: crédito presumido de 3% do valor das
transferências de produtos de estabelecimento industrial localizado em outra Unidade
da Federação;
• Prazo de 15 anos, podendo ser prorrogado por igual período;
• A CD não possui incentivos para as vendas internas.
277
7. concorram para a utilização racional e sustentável de matéria-prima florestal e de
princípios ativos da biodiversidade amazônica, bem como dos respectivos insumos
resultantes de sua exploração;
8. contribuam para o aumento das produções agropecuária e afins, pesqueira e
florestal do Estado;
9. gerem empregos diretos e/ou indiretos no Estado (OBRIGATÓRIO);
10. promovam atividades ligadas à indústria do turismo.
Empresas que operem para fora do estado com suas controladas, controladoras,
coligadas, matriz e filial, para receberem concessões de diferimento e crédito presumido,
precisam comprovam o atendimento de pelo menos 3 (três) das seguintes condições:
1. geração de novos empregos diretos ou indiretos e realização de investimentos
considerados relevantes em ativo fixo;
2. absorção de novos processos de tecnologia de produto e de processo no parque
industrial do Estado;
3. o bem intermediário a ser industrializado não se constitua em desmembramento do
processo produtivo de bem final;
4. o preço FOB praticado pelo fabricante de bem intermediário nas vendas para
empresa controlada, controladora e coligada seja, no máximo, similar ao preço
médio do mercado (OBRIGATÓRIO);
5. nas transferências entre estabelecimentos matriz e filial, seja utilizado o valor do
custo industrial dos produtos intermediários (OBRIGATÓRIO).
278
A depender do setor final de aplicação do transformado plástico, mais ou menos
regulamentos e normas devem ser atendidos. O Quadro 5 lista os principais órgãos
reguladores que atuam na cadeia produtiva dos plásticos, na maioria dos casos, de forma não
exclusiva, ou seja, estão mais voltados para regulamentações que englobam diversos setores
da produção industrial.
Quadro 5 – Principais Órgãos de Regulação e Fiscalização na Cadeia dos Plásticos
4.2.1 ABNT
279
É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como único Foro Nacional
de Normalização, membro fundador da ISO (International Organization for Standardization),
da COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas) e da AMN (Associação
Mercosul de Normalização).
A ABNT é a única representante no Brasil nas seguintes entidades internacionais: ISO
(International Organization for Standardization), IEC (International Electrotechnical
Comission); e das entidades de normalização regional COPANT (Comissão Panamericana de
Normas Técnicas) e a AMN (Associação Mercosul de Normalização).
Com relação à cadeia produtiva dos plásticos, a ABNT tem papel importante na
definição de normas técnicas para produtos de consumo final, cobrindo uma vasta gama de
produtos, desde sacolas e sacos plásticos até tubos, cabos, caixas d’água, estruturas e peças
para construção civil e indústria automobilística, dentre outros.
Seu papel e importância na competitividade do setor de plásticos estão detalhados na
NT IV sobre Normas Técnicas.
4.2.2 INMETRO
280
• Verificar a observância das normas técnicas e legais, no que se refere às unidades de
medida, métodos de medição, medidas materializadas, instrumentos de medição e
produtos pré-medidos;
• Fortalecer a participação do País nas atividades internacionais relacionadas com
metrologia e qualidade, além de promover o intercâmbio com entidades e organismos
estrangeiros e internacionais;
• Fomentar a utilização da técnica de gestão da qualidade nas empresas brasileiras;
• Planejar e executar as atividades de acreditação de laboratórios de calibração e de
ensaios, de provedores de ensaios de proficiência, de organismos de certificação, de
inspeção, de treinamento e de outros, necessários ao desenvolvimento da infra-
estrutura de serviços tecnológicos no País.
4.2.3 INP
281
Para conduzir esses Programas, por exemplo, o de sacolas plásticas, o CETEA é uma
das entidades envolvidas, responsável pela gestão técnica, e avaliação de conformidade e
emissão de relatórios técnicos.
4.2.4 CETEA
4.2.5 ANVISA
A ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária foi criada pela Lei nº 9.782, de
26 de janeiro de 1999. É uma autarquia sob regime especial, ou seja, uma agência reguladora
caracterizada pela independência administrativa. A gestão da ANVISA é responsabilidade de
uma Diretoria Colegiada, composta por cinco membros.
Na estrutura da Administração Pública Federal, a Agência está vinculada ao Ministério
da Saúde, sendo que este relacionamento é regulado por Contrato de Gestão.
A finalidade institucional da Agência é promover a proteção da saúde da população
por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e serviços
submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos processos, dos insumos e das
tecnologias a eles relacionados.
Além disso, a Agência exerce o controle de portos, aeroportos e fronteiras e a
interlocução junto ao Ministério das Relações Exteriores e instituições estrangeiras para tratar
de assuntos internacionais na área de vigilância sanitária.
Na medida em que os transformados plásticos podem estar presentes em diversos
segmentos que se relacionam com a saúde das pessoas, desde alimentos, medicamentos,
materiais médicos, fitossanitários, etc, a ANVISA pode ter participação ativa nas definições
de padrões e fiscalização do uso correto dos materiais plásticos.
282
Base de Informações
283
Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial