Mercado Valores Mobiliarios - Ebook - 13 - Jun PDF
Mercado Valores Mobiliarios - Ebook - 13 - Jun PDF
Mercado Valores Mobiliarios - Ebook - 13 - Jun PDF
3ª edição
Data da última atualização:
04/04/2014
ISBN 978-85-67896-00-7
1.Mercado de valores mobiliários. 2.Comissão de Valores Mobiliários.
I. Título.
CDD – 332.6322
© 2014 - Comissão de Valores Mobiliários
Este livro é distribuído nos termos da licença Creative Commons Atribuição - Uso não comercial
- Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Brasil. Qualquer utilização não prevista nesta licença
deve ter prévia autorização por escrito da Comissão de Valores Mobiliários.
President e
Leonardo Porciúncula Gomes Pereira
Diret ores
Ana Dolores Moura Carneiro de Novaes
Luciana Pires Dias
Roberto Tadeu Antunes Fernandes
Equipe Técnica
Anal ist as da Coordenação de Educação Financeira
Júlio César Dahbar
Marcelo Gomes Garcia Lopes
Diagramação e Capa
Leticia Brazil
Agradeciment o
Agradecemos a todos os colaboradores da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, da
Associação Brasileira das Companhias Abertas – ABRASCA, da Associação Brasileira das
Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais – ANBIMA, da ANCORD – Associação
Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e
Mercadorias, da Associação dos Analistas e Pro ssionais de Investimento do Mercado de
Capitais – APIMEC NACIONAL, da Cetip S.A. – Mercados Organizados, do Instituto Brasileiro
de Governança Corporativa – IBGC e do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores –
IBRI, do Instituto Educacional BM&FBOVESPA, bem como aos professores do 11º Programa
TOP de Treinamento de Professores, realizado entre 28 de janeiro e 1º de fevereiro de 2013, que
colaboraram com valiosas sugestões para a revisão deste material.
Esta obra é disponibilizada de acordo com os termos da licença Creative Commons Atribuição
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nem criar outros trabalhos baseados nele.
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LIVRO DEDISTRIBUIÇÃO GRATUITA. VEDADA A SUA COMERCIALIZAÇÃO
Este livro foi elaborado com nalidade educacional. Sua redação procura apresentar
de forma didática os conceitos relacionados aos temas aqui abordados. Os exemplos
utilizados e a menção a serviços ou produtos nanceiros não signi cam recomendação
de qualquer tipo de investimento.
As normas citadas neste livro estão sujeitas a mudanças. Recomenda-se que o leitor
procure sempre as versões mais atualizadas.
É com grande prazer que apresento o livro sobre mercado de capitais, elaborado pelo
Comitê Consultivo de Educação da Comissão de Valores Mobiliários – CVM.
Na minha visão, a educação deve gurar como um dos principais pilares de qualquer
iniciativa que vise o desenvolvimento sustentável e sadio do mercado de capitais. É
fundamental que todos os participantes do mercado – reguladores, autorregulado-
res, bolsas, corretoras, administradores de companhias abertas, auditores, para citar
apenas alguns – compreendam adequadamente seus direitos e deveres. Essa compre-
ensão, a meu ver, não pode ser adequadamente construída sem uma visão geral sobre
o que é e como se organiza o nosso mercado de capitais.
Este livro foi desenvolvido com o propósito de servir como material de referência
para um curso sobre mercado de capitais, com duração de um semestre em uma ins-
tituição de ensino superior. A obra também será utilizada no Programa TOP, curso
promovido semestralmente e voltado para a atualização de docentes que já lecionam
disciplinas sobre o mercado de capitais. O livro cobre diversas matérias afeitas ao
mercado de capitais, como, por exemplo, o Sistema Financeiro Nacional, os diferen-
tes valores mobiliários (incluindo capítulos especí cos para discutir os fundos de in-
vestimento e os derivativos), e as regras aplicáveis às companhias abertas (incluindo
uma discussão sobre as melhores práticas de governança corporativa).
O livro vem para se somar a outras importantes iniciativas da CVM que visam ofe-
recer aos participantes do mercado instrumentos de educação. Dentre tais iniciati-
vas, destaco o Portal do Investidor (www.investidor.gov.br), as cartilhas e guias que
apresentam ao público investidor, de forma bastante didática, alguns dos principais
participantes e produtos do mercado de capitais, e as diversas palestras que tem sido
feitas pela CVM.
Este livro foi fruto do trabalho do Comitê Consultivo de Educação da CVM, insti-
tuído pela Deliberação CVM 498/06, e que congrega, além da CVM, a Associação
Brasileira das Companhias Abertas – ABRASCA, a Associação Brasileira das Enti-
dades dos Mercados Financeiro e de Capitais – ANBIMA, a ANCORD - Associação
Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e
Mercadorias, a Associação dos Analistas e Pro ssionais de Investimento do Merca-
do de Capitais - APIMEC Nacional, a BM&FBOVESPA S.A. Bolsa de Valores, Mer-
cadorias & Futuros, Cetip S.A. – Mercados Organizados e o Instituto Brasileiro de
Relações com Investidores – IBRI, e também contou com a participação do Instituto
Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC. Gostaria de parabenizar a todos os
envolvidos no processo de elaboração desse livro pelo trabalho realizado.
Por m, acho importante destacar que este livro cará disponível na Internet e está
sendo licenciado em Creative Commons, sendo, portanto, autorizada a sua livre im-
pressão, reprodução e utilização, sem necessidade de prévia autorização da CVM,
desde que sem caráter comercial. Esperamos assim poder contribuir para a dissemi-
nação de conhecimento de mercado de capitais, medida salutar para a existência de
um mercado justo e e ciente.
Boa leitura!
O livro, por essa razão, está estruturado em doze capítulos que dialogam com o con-
teúdo do Programa TOP. No capítulo inicial é apresentada uma visão mais ampla da
intermediação nanceira e do papel dos mercados nanceiros, seguida da estrutura
do Sistema Financeiro Nacional. São realizadas breves referências a essas institui-
ções, antecedendo uma exposição mais detalhada da Comissão de Valores Mobiliá-
rios. Essa introdução é complementada pelo capítulo seguinte, em que são tratados
os valores mobiliários segundo a Lei nº 6.385/76, diploma legal que instituiu a CVM
e disciplinou esse mercado, sendo também apresentadas informações sobre outros
tipos de investimento.
O Capítulo 3 é dedicado aos fundos de investimento, apresentando os principais con-
ceitos e características para, em seguida, detalhar as diferentes classes de fundos.
Algumas informações de interesse do investidor, apesar de não serem matérias de
competência da CVM, foram incluídas pela sua evidente utilidade, como orientações
sobre assuntos tributários.
O Capítulo 4 trata das sociedades por ações que tenham valores mobiliários de sua
emissão admitidos à negociação em mercado. Para abordar tema tão amplo, que
poderia abranger diversos volumes de um livro, foram feitas algumas escolhas, de
modo a apresentar as principais estruturas e conceitos. Priorizou-se, assim, uma
abordagem dos direitos dos acionistas, da disciplina da divulgação de informações,
da administração da companhia, das assembleias e, além disso, uma breve nota sobre
governança corporativa.
Esperamos que o livro possa colaborar com as discussões e os estudos sobre o mer-
cado de capitais entre professores universitários e alunos, bem como contribuir para
disseminar o conhecimento sobre o Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro para
o público em geral.
1.1. Mercado Financeiro 28
1.1.1. Intermediação Financeira e Mercados Financeiros 28
1.1.2. O Mercado de Capit ais 33
1.1.3. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional 37
O importante aqui é destacar que as decisões dos agentes econômicos (famílias, empre-
sas e governo) que compõem esse sistema econômico moderno, embora individuais,
estão interligadas e impactam o todo. De um lado, as famílias oferecem os insumos
necessários para a produção das empresas, como o trabalho, o capital e os imóveis, em
troca dos rendimentos do salário, juros, lucros e aluguéis, o que em conjunto formam
a renda dessas famílias. Com essa renda, as famílias adquirem os produtos e serviços
ofertados pelas empresas. O governo, por sua vez, recolhe impostos e taxas dessas fa-
mílias e empresas, e devolve para a sociedade em forma de projetos sociais ou serviços
básicos não ofertados pelas empresas. Esse uxo está representado na gura 1.
No entanto, para que um agente de citário possa utilizar os recursos disponíveis dos
agentes superavitários para realizar suas decisões de consumo ou investimento, é
preciso que esse uxo de recursos entre eles seja viabilizado. Isso porque, na maioria
dos casos, as necessidades de poupança e empréstimo individuais diferem em alguns
aspectos, como por exemplo, valor e prazo. Uma família pode querer aplicar R$
10.000,00 por um ano, enquanto outra queira apenas R$ 5.000,00 por seis meses, ou
uma empresa demande R$ 1.000.000,00 em investimentos para pagar em cinco anos.
Se cada poupador tivesse que encontrar um tomador de recursos com as mesmas
necessidades de volume e prazo, para a realização de um empréstimo, seria muito
difícil a efetivação dos negócios.
Foi para suprir essa demanda do mercado que surgiram e desenvolveram-se institui-
ções especializadas em intermediar essas operações. Inicialmente, sua função básica
era pegar emprestado daqueles que poupam, pagando uma remuneração representada
pelos juros, e emprestar para os demais, naturalmente a uma taxa mais alta, ganhando
com a diferença. Essas instituições concentram a poupança e a distribuem aos tomado-
res de recursos, atendendo, ao mesmo tempo, as necessidades de volume nanceiro e
prazo de cada um. Com o passar do tempo, essas instituições foram se especializando e
oferecendo outros serviços, como veremos adiante. Da mesma forma desenvolveram-se
novos instrumentos, sistemas e produtos para organizar, controlar e desenvolver esse
mercado. Chamamos este sistema, como um todo, de Sistema Financeiro.
Figura 2
Mercado monetário
As transferências de recursos a curtíssimo prazo, em geral com prazo de um dia,
como aquelas realizadas entre as próprias instituições nanceiras ou entre elas e o
Banco Central, são realizadas no chamado mercado monetário. Trata-se de um mer-
cado utilizado basicamente para controle da liquidez da economia, no qual o Banco
Central intervém para condução da Política Monetária. Resumidamente, se o volume
de dinheiro estiver maior do que o desejado pela política governamental, o Banco
Central intervém vendendo títulos e retirando moeda do mercado, reduzindo, assim,
liquidez da economia. Ao contrário, caso observe que a quantidade de recursos está
inferior à desejada, o Banco Central intervém comprando títulos e injetando moeda
no mercado, restaurando a liquidez desejada.
Mercado de câmbio
É o mercado em que são negociadas as trocas de moedas estrangeiras por moeda na-
cional. Participam desse mercado todos os agentes econômicos que realizam transações
com o exterior, ou seja, têm recebimentos ou pagamentos a realizar em moeda estrangei-
ra. Esse mercado é regulado e scalizado pelo Banco Central do Brasil, que dele também
participa para execução de sua Política Cambial.
Mercado de crédito
É o segmento do mercado nanceiro em que as instituições nanceiras captam recur-
sos dos agentes superavitários e os emprestam às famílias ou empresas, sendo remune-
radas pela diferença entre seu custo de captação e o que cobram dos tomadores. Essa
diferença é conhecida como spread. Assim, as instituições nanceiras nesse mercado
têm como atividade principal a intermediação nanceira propriamente dita.
Entretanto, em alguns casos, o mercado de crédito é insu ciente para suprir as ne-
cessidades de nanciamento dos agentes. Isso pode ocorrer, por exemplo, quando
determinada empresa necessita de um volume de recursos muito superior ao que
uma instituição poderia, sozinha, emprestar. Além disso, pode acontecer de os cus-
tos dos empréstimos no mercado de crédito, em virtude dos riscos assumidos pelas
instituições nas operações, serem demasiadamente altos, de forma a inviabilizar os
investimentos pretendidos. Isso ocorre, em geral, nos investimentos produtivos de
duração mais longa, de valores mais altos e, que, portanto, envolvem riscos maiores.
Porém, esse tipo de investimento é fundamental para o crescimento econômico. De-
senvolveu-se, assim o Mercado de Capitais, ou Mercado de Valores Mobiliários.
O estudo dessas características é que permite que os mercados nanceiros sejam classi -
cados em diferentes segmentos, embora possa haver diferentes classi cações, dependen-
do da natureza do que se está estudando. É possível, por exemplo, classi car os mercados
nanceiros quanto ao prazo da operação, quanto aos ativos e produtos nanceiros utili-
zados ou quanto à nalidade da aplicação.
Como se pode observar, a característica marcante nesse exemplo não foi o prazo da
operação e nem a nalidade do investimento, mas tão somente as características da
intermediação nanceira propriamente dita, o que envolve o tipo de ativo utilizado,
a maneira utilizada para a captação dos recursos, e em alguns casos até mesmo o
tipo de intermediário. É sob essa perspectiva que o mercado de capitais será apre-
sentado. Portanto, inicialmente serão apresentadas as principais características desse
mercado, destacando exemplos e diferenças, especialmente em relação ao mercado
de crédito, para que, ao nal, se possa chegar a algum conceito que melhor o de na.
É o que será feito nos próximos parágrafos.
As instituições nanceiras que atuam como prestadoras de serviços não assumem a res-
ponsabilidade pelo cumprimento das obrigações estabelecidas e formalizadas entre os
Até o momento, o sistema nanceiro foi estudado considerando a sua função principal
de alocação de recursos na economia, com foco nos diversos segmentos que o com-
põem. Nessa parte, o Sistema Financeiro será analisado sob outro ângulo, consideran-
do a estrutura do Sistema Financeiro Nacional, em que o estudo se direciona para as
instituições que o compõem. O Banco Central do Brasil propõe, conforme tabela a se-
guir, uma subdivisão do sistema nanceiro nacional em três níveis: órgãos normativos;
entidades supervisoras e operadores.
ÓRGÃOS ENTIDADES
OPERADORES
NORMATIVOS SUPERVISORAS
Resseguradores
CONSELHO NACIONAL Superint endên-
Sociedades Seguradoras
DESEGUROSPRI- cia de Seguros
VADOS Privados
Sociedades de Capit alização
(CNSP) (SUSEP)
Su p e r i n t e n d ê n -
CONSELHO NACIONAL
ci a Naci onal de
DEPREVIDÊNCIA Ent idades f echadas de previdência complement ar (f undos
Prev i dênci a Com-
COMPLEMENTAR de pensão)
pl ement ar
(CNPC )
(PREVIC)
É o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. Foi criado pela Lei
4595/64, conhecida como a Lei da Reforma Bancária, em substituição à extinta Su-
perintendência da Moeda e do crédito, em uma década em que o sistema nanceiro
passou por profundas mudanças estruturais e regulamentares.
Desde a edição da Lei 10.190/01, o CNSP é composto por seis membros: Ministro de Es-
tado da Fazenda ou seu representante (Presidente), Superintendente da SUSEP (Vice-
Presidente) e representantes do Ministério da Justiça, Banco Central do Brasil, Mi-
nistério da Previdência e Assistência Social e da Comissão de Valores Mobiliários.
É uma autarquia federal que tem como principal missão institucional assegurar a
estabilidade do poder de compra da moeda nacional e um sistema nanceiro sólido
e e ciente.
A CVM foi criada em 07 de dezembro de 1976 pela Lei 6.385, com a nalidade de
disciplinar, scalizar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. Con-
siderando que o objeto de estudo deste livro é o mercado de capitais e que a CVM
é a autarquia federal por ele responsável, mais a frente há uma seção especí ca para
tratar do assunto.
A Susep foi criada em 1966 pelo Decreto-Lei 73/66, que também instituiu o Sistema
Nacional de Seguros Privados, como órgão responsável pelo controle e scalização
. Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervi-
sionados;
Banco do Brasil
O Banco do Brasil é o mais antigo banco comercial do Brasil e foi criado em 12 de
outubro de 1808 pelo príncipe regente Dom João VI. É uma sociedade de economia
mista de capital público e privado. É também uma empresa aberta que possui ações
cotadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA). O Banco do Brasil opera
como agente nanceiro do Governo Federal e é o principal executor das políticas de
crédito rural e industrial.
Além das atividades comuns de um banco comercial, a CEF também atende aos tra-
balhadores formais, por meio do pagamento do FGTS, PIS e seguro-desemprego, e
aos bene ciários de programas sociais e apostadores das loterias.
Bancos Comerciais
Os Bancos Comerciais são as instituições nanceiras mais tradicionais, que operam
uma rede de agências, captam depósitos à vista, de livre movimentação, depósitos a
prazo e disponibilizam recursos para nanciar, a curto e médio prazo, as pessoas fí-
sicas e as empresas. Podem ser instituições públicas ou privadas. Devem ser constitu-
ídos sob a forma de sociedade anônima (sociedade por ações) e na sua denominação
social deve constar a expressão “Banco” (Resolução CMN 2.099/94).
Cooperativas de Crédito
As sociedades cooperativas são uma forma societária, conforme previsto na Lei
5.764/71, em que as pessoas que dela participam comprometem-se a contribuir com
bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum,
sem objetivo de lucro. As cooperativas de crédito, portanto, exploram serviços nan-
ceiros a elas permitidos. Dividem-se em: singulares, que prestam serviços nanceiros
de captação e de crédito apenas aos respectivos associados, podendo receber repasses
de outras instituições nanceiras e realizar aplicações no mercado nanceiro; cen-
trais de cooperativas ou federações de cooperativas, que prestam serviços às singula-
res liadas, e são também responsáveis auxiliares por sua supervisão; e confederações
de cooperativas centrais, que prestam serviços a centrais e suas liadas. As coopera-
tivas de crédito equiparam-se a uma instituição nanceira e, portanto estão sujeitas
à legislação e às normas gerais aplicáveis ao sistema nanceiro, como também à Lei
Agências de Fomento
Agências de fomento são instituições criadas por Unidade da Federação que têm
como objeto social nanciar capital xo e de giro associado a projetos na Unidade da
Federação onde tenham sede. São constituídas sob a forma de sociedade por ações de
capital fechado com controle acionário da Unidade da Federação que a instituiu. A
constituição e o funcionamento das agências de fomento dependem de autorização
do Banco Central do Brasil, sendo que cada Unidade só pode constituir uma agên-
cia. Na denominação social da instituição deve constar obrigatoriamente a expressão
Agência de Fomento, acrescida da indicação da Unidade da Federação controladora.
Não podem ser transformadas em nenhum outro tipo de instituição autorizada a
Bancos de Câmbio
Os bancos de câmbio são instituições nanceiras especializadas na realização de ope-
rações de compra e venda de moeda estrangeira, transferências de recursos do e para
o exterior, nanciamento de exportação e importação, adiantamento sobre contratos
de câmbio e outras operações, inclusive de prestação de serviços, previstas na regula-
mentação do mercado de câmbio. Podem ainda: atuar no mercado nanceiro nacional,
inclusive em bolsas de mercadorias e futuros, bem como em mercado de balcão, para
realização de operações, por conta própria, referenciadas em moedas estrangeiras ou
vinculadas a operações de câmbio; efetuar depósitos inter nanceiros; e realizar outras
atividades que vierem a ser autorizadas pelo Banco Central do Brasil. Podem captar re-
cursos de repasses interbancários, depósitos inter nanceiros e no exterior. É permitido
aos bancos de câmbio manter contas de depósito não movimentáveis pelo titular, sem
remuneração, cujos recursos sejam destinados à realização de operações ou à contra-
Bancos de Desenvolvimento
Bancos de Investimento
As companhias hipotecárias são instituições nanceiras que têm por objeto social:
Devem ser constituídas sob a forma de sociedades por ações e em sua denominação
social deve constar a expressão “Companhia Hipotecária”. Às companhias hipotecá-
rias é facultado emitir letras hipotecárias, cédulas hipotecárias, debêntures e obter
empréstimos e nanciamentos no País e no exterior. As normas do Sistema Financei-
ro da Habitação (SFH) não se aplicam às companhias hipotecárias.
Administradoras de Consórcio
A administradora de consórcio é uma pessoa jurídica prestadora de ser viços res-
ponsável pela formação e administração de grupos de consórcio. O grupo de con-
sórcio é uma sociedade não personificada, que tem como objetivo a captação de
poupança, em um sistema de autofinanciamento, que permite aos consorciados a
aquisição de bens e ser viços.
As sociedades de arrendamento mercantil são instituições que têm como objeto a reali-
zação de operações de arrendamento mercantil (leasing). Nessa operação, o arrendador
coloca um determinado bem à disposição do arrendatário, para uso, durante um prazo
As sociedades corretoras de câmbio são instituições que têm como objeto social
exclusivo a intermediação em operações de câmbio e a prática de operações no
mercado de câmbio de taxas flutuantes. Deverá ser constituída sob a forma de
sociedade por ações ou por quotas de sociedade limitada e em sua denominação
social deve constar obrigatoriamente a expressão “corretora de câmbio”. São su-
per visionadas pelo Banco Central do Brasil.
Instituições Auxiliares
Além das entidades relacionadas acima, também integram o SFN as sociedades segu-
radoras, as sociedades de capitalização, as entidades abertas de previdência comple-
mentar e os fundos de pensão.
Sociedades Seguradoras
As sociedades seguradoras são especializadas nos contratos de seguros, por meio dos
quais assumem a obrigação de indenizar o contratante (segurado), ou a quem este de-
signar, caso o risco indicado no contrato venha a ocorrer. Recebe, para isso, o prêmio
estabelecido. São constituídas sob a forma de sociedades por ações.
Sociedades de Capitalização
Embora a lei faça referência ao Sistema Financeiro Nacional, esta expressão deve
ser entendida em sentido amplo, de mercado nanceiro ou de mercado de capi-
tais, abrangendo os seguros, o câmbio, os consórcios, a capitalização ou qual-
quer outro tipo de poupança.
A primeira fase é conhecida como “colocação”, por meio da qual o agente tem o obje-
tivo de colocar, inserir o dinheiro no sistema econômico, o que, muitas vezes, se faz
por meio da movimentação dos recursos em países com regras mais permissivas e
naqueles que possuem um sistema nanceiro liberal.
Além do COAF, outras autoridades e instituições, tais como a Polícia Federal, a Re-
ceita Federal, a Controladoria-Geral da União, o Ministério Público, a CVM e o BCB,
dentro do trabalho conjunto da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à
Lavagem de Dinheiro (ENCCLA) e, conforme recomendações expedidas pelo Grupo
de Ação Financeira (FATF/GAFI), têm se engajado de forma sistemática e progressiva
na identi cação, na prevenção e no combate à lavagem de dinheiro, o que pode ser
visto no aumento do número de investigações e condenações. Essas autoridades têm
aumentado suas capacidades de atuação, seja ampliando recursos, seja cooperando
com outros órgãos para o intercâmbio de informações e experiências. Além disso, os
tribunais especializados recém-criados para julgar esses processos aumentaram os
esforços na luta contra o crime de lavagem de dinheiro.
Essa situação começa a se modi car quando o Governo que assumiu o poder em abril
de 1964 iniciou um programa de grandes reformas na economia nacional, dentre as
quais gurava a reestruturação do mercado nanceiro, quando diversas novas leis
foram editadas.
Entre aquelas que tiveram maior importância para o mercado de capitais, podemos
Após alcançar o seu ponto máximo em julho de 1971, iniciou-se um processo de re-
alização de lucros pelos investidores mais esclarecidos e experientes, que começaram
a vender suas posições. O quadro foi agravado progressivamente quando novas emis-
sões começaram a chegar às bolsas, aumentando a oferta de ações, em um momento
em que muitos investidores, assustados com a rapidez e a magnitude do movimento
de baixa, procuravam vender seus títulos.
Na segunda metade da década de 70, a partir do Decreto Lei 1.401/76, foram feitas
as primeiras tentativas para atrair capitais externos para aplicação no mercado de
capitais brasileiro, mas o processo de internacionalização do mercado aconteceu
com mais força a par tir do final da década de 1980, com a edição da Resolução
do CMN nº 1.289/87.
Ao listar suas ações nas bolsas americanas, as companhias abertas brasileiras foram
obrigadas a seguir diversas regras impostas pela SEC (Securities and Exchange Co-
mission), órgão regulador do mercado de capitais norte-americano, relacionadas
a aspectos contábeis, de transparência e divulgação de informações, os chamados
“princípios de governança corporativa”.
A partir daí, as empresas brasileiras começam a ter contato com acionistas mais exi-
gentes e so sticados, acostumados a investir em mercados com práticas de governan-
ça corporativa mais avançadas. Ao número crescente de investidores estrangeiros
soma-se uma maior participação de investidores institucionais brasileiros de grande
porte e mais conscientes de seus direitos.
Com o passar do tempo, o mercado de capitais brasileiro passou a perder espaço para
outros mercados devido à falta de proteção ao acionista minoritário e a incertezas em
relação às aplicações nanceiras. A falta de transparência na gestão e a ausência de
instrumentos adequados de supervisão das companhias in uenciavam a percepção
de risco e, consequentemente, aumentavam o custo de capital das empresas.
1.3.2. Estrutura
Com o objetivo de reforçar sua autonomia e seu poder scalizador, o governo federal edi-
tou, em 2001, a Medida Provisória nº 8, posteriormente convertida na Lei nº 10.411/02)
pela qual a CVM passa a ser uma entidade autárquica em regime especial, vinculada ao
Ministério da Fazenda, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de au-
toridade administrativa independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato
xo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia nanceira e orçamentária.
É importante destacar que a CVM não tem competência para determinar o res-
sarcimento de eventuais prejuízos sofridos pelos investidores em decorrência da
ação ou omissão de agentes do mercado.
Ao lado das atribuições, a Lei ofereceu à CVM os meios materiais e institucionais neces-
sários ao cumprimento de sua missão, notadamente: o poder normativo, através do qual
a CVM regula a atuação dos diversos agentes do mercado; e o poder punitivo, através do
qual, assegurado o direito de ampla defesa, permite a penalização de quem descumpre as
normas baixadas pelo órgão ou de quem pratica atos fraudulentos no mercado.
Não pode deixar de ser mencionado que a CVM tem a responsabilidade de denunciar
ao Ministério Público a ocorrência de indícios de ilícito penal nos processos em que
apura as irregularidades no mercado. Mecanismo semelhante permite o encaminha-
mento do processo à Secretaria da Receita Federal quando da ocorrência de indícios
de ilícito scal.
A lei assegura também à CVM o direito de participar de processos judiciais que en-
volvam matéria de interesse do mercado de valores mobiliários. Segundo a legislação,
a Autarquia será sempre intimada a, em querendo, manifestar-se nesses processos,
juntando parecer, ou oferecendo esclarecimentos.
Entretanto, não se aplica qualquer penalidade sem que seja assegurado ao acusado
o amplo direito de defesa. Instaurado o procedimento administrativo para apurar a
Concluído o inquérito, este será julgado pelo Colegiado da Autarquia, cabendo re-
curso da decisão tomada ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional.
As normas baixadas pela CVM estão, inicialmente, vinculadas a uma política de re-
gulação prévia e claramente explicitada ao mercado. As normas, além disso, não são
baixadas sem que o mercado tenha a oportunidade de sobre elas se manifestar e,
inclusive, participar de sua elaboração.
A CVM entende que esses cuidados são indispensáveis à e ciência do processo nor-
mativo. Primeiro, porque não se colocam os entes objetos da regulação em perma-
nente sobressalto. Depois, porque o debate e a participação no processo normativo
não só permitem a elaboração de documentos condizentes com a realidade do mer-
cado, como também comprometem o regulado com a regulação, na medida em que
ele se torna, mais que o cumpridor da norma, um dos seus autores.
Para assegurar que o seu trabalho seja coerente com as expectativas da sociedade e
dos entes regulados, a CVM fundamenta a sua atividade regulatória em um conjunto
de princípios extraídos sobre o que se deve esperar da regulação, qual o seu alcance
e suas limitações.
A explicitação desses princípios e a sua divulgação ao mercado permite que seus diver-
sos segmentos entendam como e por que a CVM edita normas. Além disso, essa estru-
tura conceitual é importante também como base para as atividades de autorregulação,
na medida em que estabelece diretrizes para o exercício de iniciativas disciplinadoras
que as entidades do mercado decidam adotar no âmbito de suas atividades.
Interesse Público
ConƲabilidade
EƲciência do Mercado
Mercado Livre
A Autorregulação
Nas suas relações internacionais, a CVM participa das atividades de inúmeras organizações
que congregam reguladores de valores mobiliários, como a IOSCO – International Orga-
nization of Securities Commissions, o COSRA – Conselho de Reguladores de Valores das
Américas, e o IIMV – Instituto IberoAmericano de Mercados de Valores. Participa tam-
bém das atividades de outras entidades internacionais, como o MERCOSUL e o En-
larged Contact Group on the Supervision of Investment Funds – ECG, entre outros.
MERCOSUL
O MERCOSUL é um tratado de livre comércio entre os países membros (Brasil, Ar-
gentina, Uruguai, Paraguai e, por último, Venezuela). Sua estrutura básica é com-
posta pelo Conselho de Mercado Comum (órgão deliberativo máximo) e pelo Grupo
do Mercado Comum (órgão executivo), que, por sua, vez, se divide em dez diferentes
subgrupos de trabalho.
Neste capítulo serão apresentados alguns desses valores mobiliários e suas princi-
pais características. Antes, porém, será feita uma introdução sobre o conceito de
valor mobiliário. Essa discussão torna-se importante na medida em que a caracte-
rização de um título como valor mobiliário o submete às regras e à scalização da
CVM, com signi cativa mudança na forma como esses títulos podem ser ofertados
e negociados no mercado.
De acordo com essa nova de nição, “são valores mobiliários, quando ofertados pu-
blicamente, quaisquer títulos ou contratos de investimento coletivo que gerem direito
de participação, de parceria ou remuneração, inclusive resultante da prestação de
serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros”.
IV - as cédulas de debêntures;
VI - as notas comerciais;
Valores Mobiliários 71
de investimentos audiovisuais e as cotas de fundos de investimento imobiliário
– FII, entre outros; e
2.1.1. Ações
Ação é a menor parcela do capital social das companhias ou sociedades por ações. É,
portanto, um título patrimonial e, como tal, concede aos seus titulares, os acionis-
tas, todos os direitos e deveres de um sócio, no limite das ações possuídas.
Como o “acionista” é também “sócio” do negócio, estes dois termos serão utili-
zados como sinônimos neste livro, em relação às sociedades por ações.
Os acionistas podem ganhar também com a possível valorização do preço das ações.
Entretanto, não há garantia de valorização. Ao contrário, o preço está sujeito a uma
1
O artigo 172, da Lei 6404/76 prevê algumas hipóteses de exclusão desse direito, conforme transcrito abaixo:
“Art. 172. O estatuto da companhia aberta que contiver autorização para o aumento do capital pode prever a emissão,
sem direito de preferência para os antigos acionistas, ou com redução do prazo de que trata o § 4o do art. 171, de ações
e debêntures conversíveis em ações, ou bônus de subscrição, cuja colocação seja feita mediante:I - venda em bolsa de
valores ou subscrição pública; ou II - permuta por ações, em oferta pública de aquisição de controle, nos termos dos
arts. 257 e 263.Parágrafo único. O estatuto da companhia, ainda que fechada, pode excluir o direito de preferência para
subscrição de ações nos termos de lei especial sobre incentivos scais.”
Valores Mobiliários 73
série de fatores internos e externos. Ele depende não só do desempenho da própria
companhia, mas também das perspectivas para o setor em que ela atua e para a eco-
nomia de uma forma geral. Em casos extremos, as ações podem, inclusive, perder
totalmente seu valor, como é o caso, por exemplo, da liquidação de uma companhia
(falência), em que todo o patrimônio seja usado para quitar as dívidas existentes.
Espécies de Ações
As ações podem ser de diferentes espécies, conforme os direitos que concedem a seus
acionistas. O Estatuto Social das companhias de ne as características de cada espécie
de ações, que podem ser:
2.1.2. Debêntures
As debêntures são títulos de dívida emitidos por sociedades por ações e que conferem
aos seus titulares direitos de crédito contra a companhia emissora. Por de nição da
Lei 6.385/76, são valores mobiliários.
Uma mesma emissão de debêntures pode ter várias séries, de forma a adequar o rece-
bimento dos recursos às necessidades da empresa.
Condições
Na emissão de debêntures, é obrigatória a elaboração de um documento cha-
mado “Escritura de Emissão”, onde são especificados os direitos e deveres dos
debenturistas e da emissora.
Valores Mobiliários 75
cado terá obrigatoriamente a intervenção de um “Agente Fiduciário” dos debenturis-
tas, que poderá ser uma pessoa física que atenda aos requisitos para o exercício de
cargo em órgão de administração da companhia, ou instituição nanceira que tenha
por objeto social a administração ou a custódia de bens de terceiros.
Direitos e resgate
Os debenturistas são credores da Companhia e são remunerados pelo investimento
(juros xos ou variáveis, participação no lucro da companhia, prêmio etc.), nas con-
dições e prazos de nidos na Escritura de Emissão, além da quantia relativa ao valor
investido, que pode ser recebida no vencimento ou antes, mediante amortização do
valor nominal da debênture.
2
De nição de investidor quali cado dada pela Instrução CVM 409/2004
Garantias
A emissão da debênture poderá ser efetuada com ou sem garantias. No caso da emis-
são com garantia, temos:
Existem dois tipos de emissões sem garantia: as Quirografárias (debênture sem pri-
vilégio) e as Subordinadas. Em ambos os casos, o debenturista não terá nenhuma
garantia ou preferência no caso de liquidação da companhia.
Conversibilidade
Valores Mobiliários 77
2.1.3. Bônus de Subscrição
Bônus de subscrição são títulos negociáveis emitidos por sociedades por ações, que
conferem aos seus titulares, nas condições constantes do certi cado, o direito de
subscrever ações do capital social da companhia, dentro do limite de capital autori-
zado no estatuto.
Os bônus de subscrição podem ser atribuídos, como vantagem adicional sem custo,
aos subscritores de emissões de ações e debêntures. No entanto, a emissão pode tam-
bém ser alienada, caso em que o investidor terá que pagar um preço por esse direito,
para que, em futuras emissões, possa ter a preferência na subscrição.
Nesse sentido, o Conselho Monetário Nacional, pela resolução 1723/90, de niu como
valores mobiliários as notas promissórias emitidas por sociedades por ações, des-
tinadas à oferta pública. A Comissão de Valores Mobiliários, por sua vez, editou a
Instrução CVM 134/90, que regulamenta a matéria.
Portanto, como valores mobiliários, as notas promissórias são títulos emitidos por
Esse risco poderia ser reduzido com a utilização de instrumento que permita às ins-
tituições nanceiras captar recursos de médio e longo prazo, que lhes propicie ge-
renciar mais adequadamente, e com segurança jurídica, a sua liquidez. Essa foi a
principal motivação para a criação da Letra Financeira, e demonstra a importância
desse novo instrumento para o nanciamento de projetos de longo prazo e para a
promoção da estabilidade do sistema nanceiro.
A Letra Financeira não pode ser emitida com valor unitário inferior a R$ 300.000,00
(se contiver cláusula de subordinação) ou R$ 150.000,00 (se não contiver cláusula de
Valores Mobiliários 79
subordinação), e deve ter prazo mínimo de 24 meses para o vencimento, vedado o
resgate, total ou parcial, antes do vencimento pactuado.
Os Fundos, por meio da emissão de cotas, reúnem aplicações de vários indivíduos para
investimento em carteiras de ativos nanceiros disponíveis nos mercados nanceiro e
de capitais. As cotas dos fundos são valores mobiliários, conforme Lei 6.385/76.
Este livro possui um capítulo dedicado aos fundos de investimento, em que as suas
principais características serão estudadas.
Por outro lado, para evitar que mecanismos de investimento com características mais
parecidas com fundos venham a se constituir como clube exclusivamente para se
eximir de certas exigências regulamentares, o que poderia colocar o investidor em
risco, estabeleceram-se algumas salvaguardas nas normas dos clubes, como o já cita-
do limite ao número de cotistas do clube.
O Clube de Investimento tem critérios para a escolha das ações que farão parte
da sua carteira. Esses critérios são conhecidos como “política de investimento” e
são usados para escolher as ações que comporão a carteira do Clube.
Os clubes são utilizados, em geral, por grupos de amigos, familiares, colegas de tra-
balho ou pessoas com objetivos comuns, como forma de aplicação em conjunto das
suas economias no mercado de capitais. Os grupos podem reunir-se periodicamente
para debater as melhores oportunidades de investimento, permitindo a participação,
o controle e o aprendizado por todos.
Valores Mobiliários 81
O clube só pode ser constituído sob a forma de condomínio aberto, em que os
cotistas podem requerer o resgate de suas cotas, de acordo com as condições esta-
belecidas no estatuto. O seu funcionamento obedece a normas da CVM, da BM&-
FBOVESPA e a um estatuto social próprio, que determina seus principais aspectos
e só pode ser alterado, salvo algumas exceções, por decisão dos participantes em
assembleia geral, que têm poderes para decidir sobre todas as matérias relativas aos
interesses do clube.
A carteira dos clubes de investimento deve ser composta por, no mínimo, 67% em
ações, bônus de subscrição, debêntures conversíveis em ações de emissão de compa-
nhias abertas, recibos de subscrição, cotas de fundos de índices de ações negociados
em mercado organizado e certi cados de depósitos de ações, respeitadas as regras
emitidas pela CVM e pelas entidades administradoras de mercados organizados. Ne-
nhum cotista pode ser titular de mais de 40% do total das cotas do clube.
A regulamentação dos BDRs é dada pela Instrução CVM 332/2000, que classi ca
os programas de BDRs nos níveis I, II e III e determina a necessidade de registro na
CVM. Os níveis são de nidos conforme as características de divulgação de infor-
mações, distribuição e negociação, e a existência, ou não, de patrocínio das empre-
sas emissoras dos valores mobiliários objeto do certi cado de depósito.
BDRNível I
Valores Mobiliários 83
ministração, ou de órgãos societários com funções equivalentes, de acordo com a
legislação vigente no país de origem; e
Os BDRs patrocinados nível I só podem ser adquiridos no Brasil por instituições nan-
ceiras, fundos de investimento, administradores de carteira e consultores de valores
mobiliários autorizados pela CVM (em relação aos seus próprios recursos), entidades
fechadas de previdência complementar, empregados da empresa patrocinadora ou de
outra empresa integrante do mesmo grupo econômico e pessoas físicas ou jurídicas
com investimentos nanceiros superiores a R$ 1.000.000, conhecidos no mercado
como “investidores superquali cados”.
BDRNíveis II e III
Os BDRs patrocinados nível II e III caracterizam-se por exigir registro da companhia
emissora na CVM e serem admitidos à negociação em mercados de balcão organi-
zado ou bolsa de valores. A diferença entre eles é que o BDR patrocinado nível III é
registrado na hipótese de distribuição pública simultânea no exterior e no Brasil.
A mesma estabelece que não são considerados estrangeiros os emissores que tenham
sede no Brasil ou cujos ativos localizados no Brasil correspondam a 50% ou mais
daqueles constantes das demonstrações nanceiras individuais, separadas ou con-
solidadas, prevalecendo a que melhor representar a essência econômica dos negócios
para ns dessa classi cação.
BDRNão Patrocinado
A regulamentação prevê ainda a existência do BDR não patrocinado, que é o progra-
Os DRs, Depositary Receipts, são certi cados representativos de ações ou outros valores
mobiliários que representem direitos a ações, emitidos no exterior por instituição depo-
sitária, com lastro em valores mobiliários depositados em custódia especí ca no Brasil.
São regulamentados pela Resolução CMN nº 1.289/87 e pela Instrução CVM nº 317/99.
Valores Mobiliários 85
Securitizar é transformar créditos a receber – como os provenientes das vendas a
prazo nas atividades comerciais, nanceiras ou prestação de serviços – em títulos
negociáveis no mercado. O Certi cado de Recebível Imobiliário, portanto, é uma
securitização de direitos creditórios originados nos nanciamentos imobiliários.
Conforme a instrução, nenhum CEPAC pode ser distribuído no mercado sem prévio
registro na CVM da operação a que estiver vinculado. Além disso, deve haver a emis-
são de prospecto, contendo os dados básicos da operação e a quantidade de CEPAC
para alienação. O Município, em conjunto com a instituição líder da distribuição po-
derá requerer o registro de distribuição pública para realização do leilão de CEPAC.
Interessante notar que os CEPAC não geram direito de crédito e nem de participa-
ção contra o município emissor. Geram tão somente o direito inerente ao certi ca-
do, que pode ser repassado ou utilizado dentro das condições do plano que o criou.
Ou seja, não são nem títulos de dívida e nem de capital. Os CEPAC são valores mobi-
liários com características bastante peculiares.
Valores Mobiliários 87
2.7. Cont rat os de Invest iment o Col et ivos
Conforme inciso IX, artigo 2º, da Lei 6.385/76, são valores mobiliários, “quando oferta-
dos publicamente, quaisquer outros títulos ou contratos de investimento coletivo, que
gerem direito de participação, parceria ou remuneração, inclusive resultante da presta-
ção de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros”.
Esta de nição foi incluída em 2001, pela Lei 10.303. Com essa alteração, pode-se dizer
que os conceitos de valor mobiliário e contrato de investimento coletivo caram bas-
tante próximos, embora não representem a mesma coisa. A adoção de um conceito
mais amplo para valor mobiliário e, especialmente, a citação expressa a contrato de
investimento coletivo, foi realizada justamente para submeter tais contratos ao poder
de regulamentação e scalização da Comissão de Valores Mobiliários.
A seguir serão listados alguns investimentos que, apesar de não serem valores mo-
biliários, são bastante conhecidos. Como eles não estão diretamente ligados ao Mer-
cado de Capitais, estão fora do objetivo principal deste livro, motivo pelo qual serão
abordados de forma bastante breve.
2.8.1. Poupança
2.8.2. CDB
A diferença entre o CDB e o RDB é que o primeiro pode ser negociado antes do ven-
cimento enquanto o segundo é inegociável e intransferível.
Valores Mobiliários 89
o valor investido é devolvido sem os juros.
Letras de Crédito Imobiliário (LCI) são títulos de renda xa emitidos por insti-
tuições nanceiras, que conferem aos seus titulares direito de crédito pelo valor
nominal, juros e, se for o caso, atualização monetária. As LCIs devem ser lastreadas
por créditos imobiliários garantidos por hipoteca ou alienação duciária de coisa
imóvel e só podem ser emitidos por Bancos Comerciais, Sociedades de Crédito
Imobiliário, Bancos Múltiplos com carteira de crédito imobiliário, Companhias
Hipotecárias, Caixa Econômica Federal, Associações de Poupança e Empréstimo
e demais espécies de instituições nanceiras que venham a ser autorizadas pelo
Banco Central do Brasil a realizar operações de crédito imobiliário.
Letras Hipotecárias (LH) são títulos de crédito garantidos por créditos hipotecá-
rios, emitidos por instituições nanceiras autorizadas a conceder créditos hipote-
cários, que conferem a seus titulares direito de crédito pelo valor nominal, juros e,
se for o caso, atualização monetária nelas estipulados.
Portanto, a diferença entre esses dois instr umentos financeiros está relaciona-
da às instituições que podem emiti-los e aos créditos que podem ser utilizados
como lastro para as emissões.
Os Títulos Públicos são emitidos pelo Governo Federal com o objetivo de captar
recursos para o nanciamento da dívida pública e das atividades governamentais
(educação, saúde, etc.). O órgão responsável pela emissão e controle dos títulos e pela
administração da dívida mobiliária federal é a Secretaria do Tesouro Nacional.
3
www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto
As Cotas
Um fundo é organizado sob a forma de condomínio e seu patrimônio é dividido em
cotas, cujo valor é calculado diariamente por meio da divisão do patrimônio líquido
pelo número de cotas existentes. Uma cota é uma fração de um fundo. A soma de todas
as cotas dos investidores resulta no valor do patrimônio de um fundo de investimento.
Quando o investidor aplica seu dinheiro em um fundo, ele está adquirindo uma de-
terminada quantidade de cotas, cujo valor é diariamente apurado pela instituição que
administra o fundo.
Para calcular o quanto você obteve de rendimento, basta dividir o valor atual da cota
pelo valor da cota do dia da aplicação. Para apurar o valor atual do investimento,
multiplique a quantidade de cotas que você possui pelo seu valor no dia.
. Seja feita uma nova aplicação (um novo montante de cotas está sendo adquirido);
Existem alguns motivos que podem levar alguém a investir com a ajuda de um fundo:
você conta com gestão pro ssional para o seu dinheiro, tem acesso à uma estratégia
de diversi cação a custos menores, podendo ter uma carteira de investimento que
você não conseguiria montar sozinho. O investidor tem ainda a vantagem de conse-
guir resgatar rapidamente o seu dinheiro.
Fundos de Investimento 93
Gestão ProƲssional
Quando você coloca dinheiro no fundo, está entregando suas economias para um
gestor pro ssional. Esses especialistas são treinados para escolher aplicações e mo-
nitorar o mercado diariamente, avaliando as melhores opções de investimento. Para
pessoas que não possuem grande conhecimento do mercado ou que não tenham in-
teresse ou tempo para se especializar no assunto, pode ser uma boa opção contar
com essa ajuda pro ssional.
DiversiƲcação
A maior parte dos fundos possui muitos títulos diferentes em sua carteira. Essa va-
riação depende da classe do fundo. De qualquer forma, ainda que possuam títulos
da mesma natureza, muitas vezes os gestores procuram utilizar diferens prazos de
vencimento e diferentes emissores. É o famoso “evitar colocar todos os ovos em uma
única cesta”. Se acontecer algo errado com alguma aplicação, as outras que derem
certo podem compensar ou minimizar essa perda. Ou seja, o fundo permite que você
diversi que seus investimentos, apesar de estar realizando a aplicação em um único
produto. É claro que você poderia fazer isso sozinho, colocando seus recursos em
vários tipos diferentes de aplicações, mas isso poderia implicar em um custo muito
alto ou ser inviável caso o valor a ser aplicado seja pequeno.
A aplicação em conjunto pode permitir que o investidor acesse mercados que não
poderiam ser alcançados de forma individual. Alguns investimentos podem exigir
uma aplicação mínima alta. Isso deve-se, principalmente, ao investimento mínimo
exigido por alguns tipos de investimentos.
Custos Menores
Facilidade de Resgate
Quando uma pessoa aplica seus recursos, ela normalmente tem um plano para aquele
dinheiro. Imagine que você planejava algo, mas um imprevisto ocorreu e você precisa
do dinheiro antes do que esperava. Dependendo do tipo de investimento que você
fez, você poderá demorar um pouco para conseguir resgatar o dinheiro – imagine
se você tivesse optado por comprar um imóvel e tivesse que vendê-lo, por exemplo.
Como não é admitido o resgate de cotas por decisão do cotista, ele tem que vender
Fundos de Investimento 95
suas cotas a terceiros se quiser receber o seu valor antes do encerramento do fundo.
Por este motivo, diversos fundos fechados passaram a ser negociados em mercados
organizados de bolsa ou balcão, facilitando a “revenda” das cotas a outros investido-
res interessados.
O exemplo mais comum são os Fundos de Investimento Imobiliário (FII), mas tam-
bém há Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) e Fundos de Inves-
timento em Participações (FIP) negociados em bolsa.
Há outro tipo de fundo que, apesar de não ser um fundo fechado, foi desenhado
especi camente para ser negociado em bolsa de valores: os Fundos de Índice (ou
Os fundos de investimento são classi cados principalmente quanto aos ativos nos
quais eles estão autorizados a investir seu patrimônio.
Estes fundos têm a rentabilidade geralmente está associada às taxas SELIC ou CDI
e são considerados mais conser vadores quanto ao risco, sendo compatíveis com
objetivos de investimento de curto prazo, pois suas cotas são menos sensíveis às
oscilações das taxas de juros.
. no mínimo, 95% de sua carteira composta por ativos que acompanhem refe-
rido indicador; e
Além disso, podem utilizar derivativos apenas com o objetivo exclusivo de proteção
(hedge), sem permitir alavancagem.
Fundos de Investimento 97
Como este tipo de fundo procura acompanhar a variação das taxas de juros, pode se
bene ciar de um cenário de alta dessas taxas.
Os Fundos de Renda Fixa devem ter como principal fator de risco a variação da
taxa de juros e/ou de índice de preços. Devem aplicar pelo menos 80% de seus re-
cursos em ativos relacionados diretamente, ou sintetizados via derivativos, ao fator
de risco que dá nome à classe. Podem utilizar derivativos tanto para proteção da
carteira quanto para alavancagem.
Nos fundos de Renda Fixa a rentabilidade pode ser bene ciada pela inclusão, em
carteira, de títulos que apresentem maior risco de crédito, como os títulos privados.
Como seu principal fator de risco é a variação nos preços das ações que compõem
sua carteira, podem ser compatíveis com objetivos de investimento de longo prazo
e que suportem uma maior exposição a riscos em troca de uma expectativa de ren-
tabilidade mais elevada.
Devem manter, no mínimo, 80% de seu patrimônio investido em ativos que sejam
relacionados, direta ou indiretamente (via derivativos), à variação de preços de uma
moeda estrangeira, ou a uma taxa de juros denominada cupom cambial. Os mais
conhecidos são os chamados Fundos Cambiais Dólar, que buscam acompanhar a
variação de cotação da moeda americana. Geralmente o crédito do resgate se dá no
dia seguinte ao da solicitação.
Os títulos componentes de sua carteira são mantidos fora do país. Para o investidor
no Brasil, este fundo é uma forma ágil e de baixo custo operacional para aplicar em
papéis do governo brasileiro negociados no exterior.
Devem apresentar política de investimento que envolva vários fatores de risco, sem
o compromisso de concentração em nenhum fator em especial, podendo investir em
ativos de diferentes mercados – como renda xa, câmbio e ações – e utilizar derivativos
tanto para alavancagem quanto para proteção da carteira.
Considerados os fundos com maior liberdade de gestão, buscam rendimento mais eleva-
do em relação aos demais, mas também apresentam maior risco, sendo, portanto, com-
patíveis com objetivos de investimento que, além de procurar diversi cação, tolerem
uma grande exposição a riscos na expectativa de obter uma rentabilidade mais elevada.
1
De nição de investidor quali cado dada pela Instrução CVM 409/2004
Fundos de Investimento 99
O funcionamento do fundo e a distribuição de cotas (esta última, em se tratando de
condomínio fechado) dependem de registros prévios na CVM. Para negociação, as cotas
de fundo fechado deverão ser registradas em bolsa de valores ou em mercado de balcão
organizado, cabendo aos intermediários assegurar a aquisição por investidores quali -
cados, além da aplicação mínima de 25 mil reais por investidor exigida pelas normas.
As cotas do FIDC poderão ter dois níveis de classe – sênior ou subordinada – cuja prin-
cipal diferença é a prioridade na amortização e resgate. Ou seja, em caso de perdas no
fundo decorrentes, por exemplo, de inadimplência proveniente dos direitos creditórios,
as cotas subordinadas funcionam como um colchão, sendo as primeiras a absorver os
prejuízos e protegendo, ao menos em parte, as cotas seniores.
As cotas seniores de fundos fechados, por sua vez, podem ainda ser subdivididas em sé-
ries, diferenciadas por prazos e valores para amortização, resgate e remuneração. Aos
cotistas de uma mesma série, no entanto, deverão ser assegurados os mesmos direitos e
obrigações. Cada classe ou série de cotas destinada à colocação pública deverá ser classi-
cada por agência classi cadora de risco em funcionamento no país.
O fundo não admite afetação do patrimônio, de forma que cada cota corresponderá a
uma fração ideal do patrimônio, não havendo correspondência com nenhum ativo ou
grupo de ativos que compõem a carteira. A remuneração dos cotistas seniores, com
base no benchmark do fundo, poderá ser complementada pelas cotas subordinadas, e
até o limite destas, sendo proibida por legislação a promessa de rendimento predeter-
minado aos condôminos.
Por ser constituído sob a forma de condomínio fechado, o cotista do FII não pode so-
licitar o resgate de suas cotas, o que só pode ocorrer em caso de liquidação do fundo
Como as cotas dos FII não são resgatáveis, a única forma de se desfazer do investi-
mento é vender as cotas para outro investidor, de forma semelhante ao que ocorre
quando investimos em ações de companhias abertas. Em virtude disso, quase todos
esses fundos têm as cotas registradas para negociação em mercado de bolsa de valo-
res ou de balcão organizado, com as operações realizadas pelos investidores através
de uma corretora ou distribuidora de valores mobiliários.
Destaca-se que, apesar de ser titular (“dono”) das cotas do fundo, o cotista de um
FII não poderá exercer qualquer direito real sobre os imóveis e empreendimentos
integrantes do patrimônio do fundo. Por outro lado, ele também não responde pes-
soalmente por qualquer obrigação legal ou contratual do administrador ou relativa
aos imóveis integrantes do fundo.
Embora questões tributárias não sejam de competência da CVM, não se pode deixar
de mencionar as regras especí cas de tributação dos cotistas nos investimentos em
FII, matéria relevante à decisão de investimento. A Lei 11.196/05 estabeleceu que os
rendimentos recebidos pelos cotistas pessoas físicas são isentos de Imposto de Renda
quando as seguintes condições forem atendidas cumulativamente:
. o cotista bene ciado tiver menos do que 10% das cotas do Fundo;
O investidor deverá prestar atenção a esta regra, pois caso as condições citadas não
sejam atendidas, ocorrerá retenção de 20% do rendimento distribuído a título de Im-
posto de Renda, qualquer que seja o cotista.
Conhecidos também como ETFs (Exchange Traded Funds), são fundos de inves-
timento que visam re etir as variações e rentabilidade de um índice de referência
(índice subjacente). Constituído sob a forma de condomínio aberto e com cotas ne-
gociadas em bolsa de valores, os ETF são relativamente novos no Brasil, mas sua
popularidade vem aumentando entre os investidores.
Recebimento de Dividendos
A metodologia de cálculo do índice subjacente assume que quaisquer cupons, recibos
de subscrição, certi cados de desdobramento, dividendos, juros sobre capital próprio,
boni cações ou outros direitos declarados, relativos às ações da carteira teórica, sejam
imediatamente reinvestidas na mesma proporção da composição da carteira teórica,
mesmo que tais Distribuições não sejam imediatamente pagas ou distribuídas.
Exemplo:
O fundo adquire Certi cados de Investimento Audiovisual (CAV), que são títulos de
participação em projetos audiovisuais, de forma que a remuneração do FUNCINE
dependerá do desempenho comercial dos projetos investidos.
Exemplo:
Deve ser constituído sob a forma de condomín io fechado, exclusivo para pesso-
as físicas ou jurídicas estrangeiras (residentes, domiciliadas ou com sede no ex-
terior), fundos ou outras entidades estrangeiras de investimento coletivo, cujos
recursos sejam destinados à aplicação em car teira diversificada de valores mo-
biliários de emissão de empresas emergentes.
Como regra geral, pelo menos 95% do patrimônio do fundo deve ser investido em
cotas de outros fundos. Além disso, os FICFI são divididos nas mesmas classes dos
FI e só podem aplicar em cotas de fundos desta mesma classe, com exceção dos FIC
Multimercado que, por sua própria natureza, podem aplicar em quaisquer outros
tipos de fundos.
Como cada fundo só pode oferecer uma única taxa de administração e um único
Uma das vantagens da estratégia Master & Feeder atua justamente no balanceamen-
to entre a quantidade de fundos e os custos de gestão: cria-se apenas um grande FI
(Master) que centraliza o trabalho mais crítico de gestão e uma grande variedade de
outros fundos FIC (Feeder) que atendam aos diversos per s de investidores.
. Distribuidor: Responsável pela venda das cotas do fundo. Pode ser o pró-
prio administrador ou terceiros contratados por ele.
Todos os cotistas devem ser convocados por carta para a assembleia geral. Essa carta
deve especi car os assuntos a serem deliberados e o local, a data e a hora da assem-
bleia. O Administrador está obrigado a enviar essa carta com 10 dias de antecedência,
no mínimo, da data da realização da Assembleia.
O resumo das decisões da Assembleia Geral deve ser enviado a cada cotista no
prazo de até 30 dias após a data de sua realização, podendo ser utilizado para
esse m o extrato de conta mensal. A Instrução CVM 409/04 obriga a realização
anual de uma assembleia geral, para deliberar sobre as demonstrações contábeis do
fundo, no prazo de até 120 dias após o término do exercício social.
A Assembleia Geral poderá ser instalada com a presença de qualquer número de co-
tistas. Em regra, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, cabendo a cada
cota um voto, mas o regulamento poderá estabelecer quorum quali cado para as de-
liberações. Entretanto, na hipótese de destituição do administrador de fundo aberto,
esse quorum quali cado não poderá ultrapassar metade mais uma das cotas emitidas.
Os cotistas podem votar por meio de comunicação escrita ou eletrônica, desde que
recebida pelo administrador antes do início da assembleia, observado o disposto no
regulamento, que pode, inclusive, dispor sobre a possibilidade de as deliberações da
assembleia serem adotadas mediante processo de consulta formal, sem necessidade
de reunião dos cotistas.
3.7.1. Regulamento
3.7.2. Prospecto
Ainda, os fundos que pretendam realizar operações que possam resultar em per-
das patrimoniais ou, em especial, levar à ocorrência de patrimônio líquido negativo,
devem inserir na capa de seu prospecto, de forma clara, legível e em destaque, uma
das seguintes advertências, conforme o caso:
Além das informações sobre taxas e despesas, a lâmina traz uma tabela com os retor-
nos dos últimos cinco anos, que enfatiza a existência, caso exista, de anos com ren-
A lâmina deve ser atualizada mensalmente até o dia 10 de cada mês com os dados
relativos ao mês imediatamente anterior, e enviada imediatamente à CVM. O admi-
nistrador deve entregar a lâmina ao futuro cotista antes do seu ingresso no fundo e
divulgá-la em lugar de destaque na sua página na internet.
Nesse sentido, a CVM, através da Instrução CVM 409/2004, determina regras para a
divulgação de informações e de resultados dos fundos de investimento. Esse conjun-
to de informações pode ser dividido em:
. informações periódicas;
. informações eventuais;
Desde de janeiro de 2013, , os administradores devem remeter aos cotistas dos fundos
(exceto aqueles destinados exclusivamente a investidores quali cados) a demonstra-
ção de desempenho do fundo, conforme modelo especí co, até o último dia útil de
fevereiro de cada ano. O objetivo dessa nova informação é auxiliar o investidor a
comparar o desempenho de diferentes fundos de investimento, bem como o impacto
de taxas e despesas sobre a rentabilidade.
3.8. Riscos
. Risco de mercado: decorre das oscilações nos preços dos títulos que com-
põem a carteira do fundo. Uma vez que estes ativos são contabilizados por seu
valor de mercado, quanto maior a oscilação nos preços, maior a oscilação no
valor das cotas e mais difícil estimar o valor de resgate ou de venda das cotas.
. Risco de liquidez: pode ser tanto dos ativos quanto das cotas que compõem o
fundo. No caso dos ativos, o risco de liquidez consiste na eventual di culdade que
o administrador possa encontrar para vender os ativos que compõem a carteira do
fundo, cando impossibilitado de atender aos pedidos de resgate do investimento.
No caso das cotas, o risco de liquidez decorre da di culdade, no fundo fechado, do
investidor encontrar um comprador para as suas cotas, forçando-o a vender por um
valor mais baixo que o esperado, caso sua necessidade de recursos seja imediata.
Imposto de Renda
Os fundos de investimentos são classi cados em três categorias para efeitos de Im-
posto de Renda. O cálculo do imposto depende do período em que você permanecer
com o dinheiro investido no fundo e do tipo fundo.
. Fundos de Ações
São fundos que devem ter, no mínimo, 67% dos seus recursos em ações negociadas em
Bolsa de Valores. Esses fundos contam com alíquota única de Imposto de Renda, inde-
pendente do prazo em que o investidor permanecer com os recursos investidos. O impos-
to será cobrado sobre o rendimento bruto do fundo, quando você resgatar sua aplicação.
Para ns de tributação, são considerados fundos de curto prazo aqueles cuja carteira de
títulos tenha prazo médio igual ou inferior a 365 dias. Eles estão sujeitos à incidência de
imposto de renda na fonte conforme as seguintes alíquotas:
Como você pode observar, neste tipo de fundo, se um investidor deixar sua aplicação
por um período superior a dois anos ele pagará 15% de imposto de renda sobre o
rendimento do fundo.
O Sistema Come-cotas
Os fundos de investimento são classi cados pela CVM, como regulador, e pela Anbi-
ma, como entidade autorreguladora do mercado de fundos.
A classi cação CVM faz uma diferenciação dos grupos mais voltada à separação por
classe de risco, enquanto a classi cação Anbima, desdobra essa divisão, com um maior
detalhamento, visando a uma melhor comparabilidade dos fundos de investimento.
I. Fundos de investimento
Nas companhias, o capital social é dividido em ações que são subscritas pelos sócios,
os acionistas. Elas são consideradas sociedades de capital, pois, ao contrário do que
ocorre, por exemplo, nas Sociedades por Cotas de Responsabilidade Limitada, não há
nenhum contrato que ligue diretamente os sócios. As ações são, a princípio, de livre
negociação, podendo cada um dos acionistas negociar sua participação na sociedade
quando melhor lhe convier, sem necessidade de concordância dos demais sócios.
Companhia Aberta
Companhia Fechada
Por exclusão, a companhia que não possui valores mobiliários de sua emissão ne-
gociados em mercados organizados, será considerada uma companhia fechada, ou
companhia de capital fechado.
Qual o termo correto: Sociedade por Ações ou Sociedade Anônima? Não existe
uma de nição formal e as duas opções podem ser utilizadas. A própria “Lei das
S.A.” utiliza os dois termos: na ementa ela fala em “Dispõe sobre as Sociedades
por Ações” e logo em seguida, no artigo primeiro, aparece: “A companhia ou so-
ciedade anônima terá o capital dividido em ações[...]”. Ressaltamos, entretanto,
que atualmente o termo considerado mais adequado é “Sociedade por Ações”,
sobretudo após a proibição de emissão de ações ao portador, um dos principais
motivos que lhes davam a caracterização de “anônimas”.
Companhias 123
4.2. O Acionist a e seus direit os
Da mesma forma, quem investe em uma companhia aberta deseja participar dos lucros
que vierem a ser obtidos. Seja subscrevendo ações em um aumento de capital, seja adqui-
rindo-as no mercado, o investidor está buscando aplicar seus recursos em uma empresa
que consiga bons resultados em suas atividades para participar do seu rateio depois.
Por isso, a Lei das S.A. estabelece que um dos direitos essenciais de qualquer acionis-
ta de uma companhia, seja ela aberta ou fechada, é o de participar dos lucros, sob a
forma de distribuição de dividendos.
A Lei das S.A. determina que, do resultado do exercício, deverão ser deduzidos os
prejuízos acumulados em exercícios anteriores, constituída uma provisão para paga-
mento do imposto de renda, participações estatutárias de empregados e administra-
dores, além de outras deduções determinadas ou permitidas pela legislação. O valor
que encontramos após estas operações denomina-se “lucro líquido”.
O Dividendo Obrigatório
Segundo a Lei 6.404/76, os acionistas têm direito a receber como dividendo uma parce-
la dos lucros obtidos pela sociedade em cada exercício social. É chamada de “Dividendo
Obrigatório” a menor porcentagem do lucro que deve ser distribuída como dividendos.
A decisão sobre a destinação do lucro é tomada a cada ano pela Assembleia Geral.
Qualquer porcentagem dos lucros poderá ser destinada aos acionistas, contanto que
esse valor seja maior ou igual ao Dividendo Obrigatório.
Existem alguns mitos sobre qual o menor valor que o estatuto pode de nir para o di-
videndo obrigatório. Com objetivo didático, podemos considerar três situações, com
a indicação do artigo da lei que dispõe sobre cada caso:
. Como regra geral, o estatuto pode de nir como dividendo obrigatório qual-
quer porcentagem do lucro. Poderia ser de nido, por exemplo, o valor de 1% (um
por cento) do lucro (artigo 202, caput);
Companhias 125
. Se o estatuto for omisso e posteriormente a Assembleia Geral decidir alterá-
-lo para estabelecer um valor, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a
25% do lucro líquido ajustado (artigo 202, parágrafo segundo).
Nos exercícios sociais em que houver lucro, mas a situação nanceira da companhia
for incompatível à distribuição de dividendos, ele poderá não ser distribuído nem
na porcentagem obrigatória. Em tais exercícios, os órgãos da administração deverão
informar tal fato à Assembleia Geral, juntamente com parecer do Conselho Fiscal
(se em funcionamento) e encaminhar à CVM exposição justi cativa da informação
transmitida à Assembleia. Nesta hipótese, os lucros não distribuídos serão registra-
dos como reserva especial e, caso não sejam absorvidos por prejuízos em exercícios
subsequentes, deverão ser pagos como dividendo tão logo a situação nanceira da
companhia o permita.
A Lei das S.A. permite que uma sociedade emita ações preferenciais, que podem ter seu
direito de voto suprimido ou restrito por disposição do estatuto social da companhia.
Em contrapartida, tais ações deverão receber uma vantagem econômica em relação às
ações ordinárias. A lei permite, ainda, que as companhias abertas tenham várias classes
de ações preferenciais, que conferirão a seus titulares diferentes vantagens.
No caso das companhias abertas, existem algumas opções de vantagens que podem
ser conferidas aos seus titulares das ações preferenciais em troca da supressão do
direito de voto. A mais conhecida é aquela que oferece dividendos pelo menos 10%
maiores do que aquele oferecido às ordinárias, mas não é a única possível. Veja a
seguir opções de vantagens que podem ser oferecidas:
Companhias 127
4.2.4. O Direito de Preferência para a Subscrição de Ações
Quando alguém adquire ações, passa a ser titular de uma fração do capital social de
uma companhia. Todavia, quando o capital é aumentado e novas ações são emitidas,
as ações até então detidas por tal acionista passam a representar uma fração menor
do capital, ainda que o valor em moeda seja o mesmo.
Diluição de participação: imagine, por exemplo, que você possua 1.000 ações
de uma empresa que tem um total de 10.000 ações. Você é dono, portanto, de
10% da companhia. Em determinado momento, ela está precisando de dinheiro
para investimentos e decide emitir 2.500 novas ações, vendendo esses ativos no
mercado, para outros investidores. Note que você continua dono das mesmas
1.000 ações, mas a companhia agora tem um total de 12.500 ações, e você, então,
passa a ser dono de apenas 8% da companhia. Chamamos de “diluição” essa
redução da participação dos acionistas antigos pela emissão de novas ações.
Para evitar que ocorra essa diminuição na participação percentual detida pelo inves-
tidor no capital da companhia, a lei assegura a todos os acionistas, como um direito
essencial, a preferência na subscrição das novas ações que vierem a ser emitidas em
um aumento de capital, na proporção de sua participação no capital, anteriormente
ao aumento proposto. Dessa forma, se o investidor assim desejar, pode subscrever
essas novas ações, na mesma proporção que já possuía, e manter exatamente a mesma
participação que possuía antes da emissão.
O prazo para o exercício do direito de preferência deverá ser xado pelo estatuto
social da companhia ou na Assembleia em que for deliberado o aumento do capital
social e não poderá ser inferior a 30 dias. Neste período, o acionista deverá manifestar
sua intenção de subscrever as novas ações emitidas no âmbito do aumento de capital.
Caso não o faça, perderá o direito de preferência.
Da mesma forma como ocorre com as ações, os acionistas também terão direito de
preferência nos casos de emissão de títulos conversíveis em ações, tais como debên-
tures conversíveis e bônus de subscrição.
Além disso, os acionistas não terão direito de preferência nos casos de:
4.2.5. Boniƥcações
Ao longo das atividades, a Companhia poderá destinar parte dos lucros sociais para
a constituição de uma conta de “Reservas”. Caso a companhia queira, em exercício
social posterior, distribuir aos acionistas o valor acumulado na conta de Reservas,
poderá fazê-lo na forma de Boni cação, podendo efetuar o pagamento em espécie ou
com a distribuição de novas ações.
1
Companhias com capital autorizado são aquelas que já possuem em seu estatuto social autorização para aumento de
capital até determinado valor.
Companhias 129
4.2.6. Direito de Voto
Nas sociedades por ações, a vontade social forma-se por meio do exercício do direito
de voto, manifestado nas Assembleias Gerais.
Ao exercer tal direito, o acionista, seja minoritário ou controlador, deve sempre ob-
servar o princípio básico de que o voto visa ao atendimento do interesse da sociedade,
e não aos interesses particulares de cada acionista.
A Lei das S.A. estabelece que o voto proferido de forma contrária ao interesse da so-
ciedade poderá vir a ser anulado e que o acionista poderá vir a ser responsabilizado
pelos prejuízos que sua conduta contrária ao interesse social causar à sociedade ou
a terceiros, ainda que seu voto não tenha prevalecido na Assembleia Geral.
Por outro lado, a lei admite que o estatuto social preveja a existência de uma ou
mais classes de ações preferenciais sem direito a voto ou com voto restrito. Para
tanto, faz-se necessário que:
No entanto, há casos em que as ações preferenciais, ainda que não possuam direito de
voto, podem votar como qualquer outra ação, entre os quais vale destacar:
Companhias 131
Direito de voto por falta de pagamento de dividendos
Por m, os acionistas titulares de ações preferenciais adquirem o direito de voto caso
a companhia deixe de pagar os dividendos xos ou mínimos a que zerem jus pelo
prazo previsto no estatuto social, que não pode ser superior a três exercícios sociais.
Vale destacar que este direito de voto só é concedido caso o estatuto determine
como vantagem, para as ações preferenciais, o pagamento prioritário de divi-
dendos xos ou mínimos. Caso a vantagem atribuída às ações preferenciais seja
o reembolso de capital, como é permitido pela lei, esses acionistas não adquirem
direito de voto, mesmo após três anos sem o pagamento de dividendos.
A Lei das S.A. estabelece as regras sobre a competência para a convocação das As-
sembleias Gerais das sociedades por Ações, atribuindo aos órgãos da administração
a competência principal para convocar a Assembleia Geral.
No entanto, a Assembleia Geral poderá ser convocada por iniciativa dos acionistas
minoritários, nas seguintes hipóteses:
Deste modo, qualquer acionista, ainda que titular de uma única ação, terá a faculda-
de de convocar a Assembleia Geral individualmente, desde que sua realização esteja
prevista em lei ou no estatuto e os administradores tenham se omitido no cumpri-
mento de seu dever de efetuar a convocação.
A Lei das S.A. permite que qualquer acionista solicite à CVM o adiamento da As-
Companhias 133
sembleia, nas seguintes hipóteses:
Em qualquer das duas situações, o acionista minoritário deve apresentar tal pedido
à CVM com antecedência mínima de 8 dias úteis da data inicialmente estabelecida
para a realização da assembleia. A CVM, por sua vez, ao receber a solicitação do acio-
nista minoritário, deve ouvir a companhia antes de tomar a decisão sobre o aumento
ou a interrupção do prazo de convocação da assembleia.
Com o alinhamento das normas brasileiras aos padrões internacionais, como será
visto a seguir, reforçou-se o princípio da relevância e da representação dedigna
como características qualitativas fundamentais da informação contábil- nanceira.
Relevante é a informação capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser
tomadas pelo usuário, enquanto dedigna é a informação que se propõe a retratar
a realidade econômica do fenômeno, de forma completa, neutra e livre de erro.
Em um trabalho conjunto da CVM com diversas outras instituições dos setores pú-
Companhias 135
blico e privado, foi realizado, ainda no nal da década de 90, um estudo a respeito dos
principais pontos da legislação que precisavam de modi cações para permitir a conver-
gência internacional das normas contábeis. O estudo resultou em um documento enca-
minhado pela CVM ao Ministério da Fazenda, que se transformou na Lei 11.638/07.
Ainda em 2007, foi publicada a Instrução CVM 457, que estabeleceu que:
Companhias 137
4.3.2. Demonstrações Financeiras
Também devem ser encaminhadas para a CVM e para a Bolsa na data de sua publi-
cação ou quando forem colocadas à disposição dos acionistas (o que ocorrer primei-
ro), através de um sistema eletrônico. É importante destacar que as demonstrações
nanceiras aqui mencionadas não devem ser confundidas com eventuais publicações
resumidas do demonstrativo, nem com as Demonstrações Financeiras Padronizadas
(DFP), que serão explicadas ainda neste capítulo.
Ressalta-se que caso sejam realizadas projeções empresariais, elas devem ter acom-
panhamento sistemático no ITR, que deve apresentar claramente a concretização ou
não das etapas planejadas anteriormente.
Companhias 139
Ressalta-se que o envio do formulário DFP, como regra geral, não dispensa o envio
das demonstrações nanceiras que serviram de base para o seu preenchimento e
vice-versa. Ele é um documento complementar que oferece os mesmos dados em uma
forma diferente, uniforme e comparativa.
Atos ou fatos relevantes devem ser comunicados prontamente. São considerados rele-
vantes todos os atos e fatos ocorridos nos negócios da companhia ou de suas contro-
ladas, inclusive decisões do acionista controlador e deliberações da assembleia geral
ou dos órgãos de administração da companhia, ou qualquer outro ato ou fato de
caráter político-administrativo, técnico, negocial ou econômico, que possa in uir de
modo ponderável:
Companhias 141
um trabalho de oferecer orientação e sugestões às companhias abertas e aos pro ssio-
nais do mercado de capitais, através de seus “Pronunciamentos”, sobre as alternativas
mais adequadas de divulgação de informações, buscando aprimorar continuamen-
te a qualidade, a transparência, a tempestividade, a acessibilidade e o detalhamento
dessas informações.
Além do que exige a lei, portanto, a informação adicional de alto valor focaliza fatores
macroeconômicos, dados sobre o setor, as estratégias da empresa, a posição compe-
titiva e a contribuição dos ativos intangíveis. Vale ressaltar que o RI também pode
identi car, por meio de pesquisas e contato direto, quais são as principais demandas
dos participantes do mercado: metas da empresa para os próximos anos, suas expec-
tativas e planos no âmbito operacional e comercial; geração e distribuição da riqueza;
atuação socioambiental vinculada com as operações da empresa e as altruístas.
Este assunto será tratado com maior profundidade no capítulo “Governança Corpo-
rativa”. Por enquanto, cabe enfatizar que a análise das práticas de governança corpo-
rativa aplicada ao mercado de capitais envolve, principalmente: transparência, equi-
dade de tratamento dos acionistas e prestação de contas.
Companhias 143
Os editais de convocação de Assembleias Gerais Ordinárias ou Extraordinárias
devem enumerar, expressamente, o local, data e hora, a ordem do dia, todas as ma-
térias a serem deliberadas, não se admitindo que sob a rubrica “assuntos gerais” haja
matérias que dependam de deliberação da assembleia. Adicionalmente, as empresas
deverão remeter à Bolsa, na data da publicação da convocação, os documentos colo-
cados à disposição dos acionistas, incluindo propostas a serem deliberadas.
De qualquer forma, a empresa está obrigada a transmitir para a CVM e para a Bolsa,
em formato eletrônico, as atas destas reuniões e assembleias na forma e nos prazos
estipulados pela legislação.
A lei agora dispõe que “o acionista poderá participar e votar à distância em assem-
bleia geral, nos termos da regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários”. Em-
bora a referida regulamentação ainda não tenha sido emitida, ressalta-se que a CVM
já se manifestou no sentido de que não há impedimento para que as companhias
realizem assembleia em que se faça uso do voto à distância. Para tanto, as empresas
devem assegurar que os meios escolhidos para conferir o voto à distância sejam dis-
ponibilizados a todos os acionistas, preservem a segurança das votações (inclusive
possibilitando a veri cação da qualidade de acionista das pessoas que exercerão o
direito de voto), e garantam a possibilidade de posterior veri cação da forma como
cada acionista votou.
O conceito atual de acionista controlador não mais o associa apenas à pessoa, física
ou jurídica, que detém a maioria das ações com direito a voto. Por outro lado, bus-
ca-se identi car em uma sociedade quem de fato exerce o poder de controle, seja
uma pessoa ou um grupo de acionistas.
Há outras possibilidades para o exercício do poder de controle que não apenas a ma-
joritária, exercida devido à propriedade da maioria absoluta das ações com direito a
voto. Pode haver um controle compartilhado, em que o poder é exercido por diver-
sas pessoas em grupo constituído, por exemplo, em um acordo de acionistas. Pode
ainda existir a gura do controle minoritário, na hipótese de uma companhia com
ações dispersas no mercado, em que um acionista ou grupo de acionistas, mesmo
com menos da metade do capital votante, exerça de fato o poder de controle. E mais,
mesmo em uma estrutura societária com um sócio majoritário, pode não ser este
quem de fato exerça o poder de controle.
Companhias 145
se uma questão de fato, no sentido de identi car quem realmente tem poderes para
dirigir as atividades sociais e orientar o funcionamento dos demais órgãos. Assim, o
acionista controlador deixa de ser visto como apenas mais um dentre todos os acio-
nistas da companhia e passar a ser visto como se fosse um órgão da sociedade, inte-
grante da estrutura, com objetivos, direitos e deveres.
A Lei das S.A., introduzindo esse conceito moderno, apresenta duas características que
devem estar presentes simultaneamente para a caracterização do acionista controlador:
. no reconhecimento de que esse poder, caso mal utilizado, pode ser prejudi-
cial aos acionistas minoritários e que, por isso, precisa da tutela regulamentar.
Em uma companhia aberta, se por força de seu estatuto social o Conselho Fis-
cal não for permanente, será instalado mediante pedido, em qualquer Assembleia
Geral da companhia, de acionistas que representem, no mínimo, os percentuais
de nidos pela CVM em função do capital social de cada companhia.
Companhias 147
Não podem ser eleitos para o Conselho Fiscal empregados ou membros dos órgãos
de administração da companhia ou de sociedade do mesmo grupo, nem cônjuges ou
parentes até terceiro grau dos administradores. Também são inelegíveis para o cargo
de conselheiro scal as pessoas impedidas por lei especial, ou condenadas por crime
falimentar, de prevaricação, suborno, concussão, peculato, contra a economia popular,
a fé pública ou a propriedade, ou a pena criminal que vede, ainda que temporariamente,
o acesso a cargos públicos, além daquelas declaradas inabilitadas por ato da CVM.
O órgão é colegiado, isto é, seus membros se reúnem para analisar os assuntos de sua
competência e emitem pareceres e manifestação a respeito. Todavia, a scalização
pode ser exercida pelos membros individualmente. Embora os pareceres e manifes-
tações sejam, normalmente, do Conselho como um todo, qualquer de seus membros
pode ler suas manifestações individuais nas Assembleias Gerais da companhia.
Companhias 149
arquivada no registro do comércio e publicada. O conselheiro eleito deve ter reputa-
ção ilibada, sendo inelegíveis as pessoas impedidas por lei especial, ou condenadas
por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, contra
a economia popular, a fé pública ou a propriedade, ou a pena criminal que vede, ainda
que temporariamente, o acesso a cargos públicos, bem como as pessoas declaradas
inabilitadas por ato da Comissão de Valores Mobiliários.
Além disso, também não pode ser eleito para integrar o Conselho de Administração,
salvo dispensa da Assembleia Geral, a pessoa que ocupar cargos em sociedades que
possam ser consideradas concorrentes no mercado e que tenha interesse con itante
com a sociedade, presumindo-se ter interesse con itante com a sociedade a pessoa
que, cumulativamente:
. tenha sido eleita por acionista que também tenha eleito conselheiro de ad-
ministração em sociedade concorrente, e
Em regra, as deliberações das Assembleias Gerais são tomadas por maioria dos votos,
isto é, o acionista controlador tem o poder de aprovar matérias postas em votação. A m
de evitar que o acionista controlador sempre indique a totalidade do Conselho de Ad-
ministração, a Lei das S.A. criou alguns mecanismos visando facilitar a eleição de parte
de seus membros por acionistas minoritários: o voto múltiplo e a votação em separado.
O Voto Múltiplo
Como regra geral, cada ação ordinária confere ao seu titular o direito a um voto nas
deliberações da Assembleia (as ações preferenciais também, se não tiverem seu direi-
to de voto suprimido pelo estatuto social). Todavia, nas deliberações para eleição de
Conselheiros, os acionistas podem requerer a adoção do sistema de voto múltiplo,
que facilita a eleição pelos minoritários.
Por este sistema, cada ação passa a ter direito não mais a um único voto, mas sim a
tantos votos quantos forem as vagas no Conselho a serem preenchidas. Os acionis-
tas minoritários podem concentrar seus votos em um ou mais candidatos, e, desta
forma, possibilitar a eleição de seus representantes no Conselho de Administração.
A deliberação por voto múltiplo deve ser requisitada, com antecedência de 48 horas
em relação à data da Assembleia Geral, pelos acionistas que desejarem utilizar tal
A Votação em Separado
Os preferencialistas, para poderem exercer esse direito, devem reunir interessados que,
conjuntamente, detenham pelo menos 10% do capital total da companhia. Já os titula-
res de ações ordinárias interessados deverão deter, pelo menos, 15% do capital votante.
Companhias 151
4.7. Reorganizações Societ árias
Além disso, com objetivo de melhorar seu desempenho, muitas delas decidiram
focar em apenas alguns setores, ou mesmo em apenas um, abrindo mão de atuar
nas demais áreas e repassando parte de suas operações em atividades consideradas
não estratégicas para seu novo direcionamento.
Transformação
Incorporação
Fusão
Assim como na incorporação, na fusão, duas ou mais sociedades unem seus patri-
mônios. A diferença crucial, entretanto, é que nesta operação todas as sociedades fu-
sionadas deixam de existir juridicamente, e uma nova sociedade é criada, com nova
personalidade jurídica e sucedendo-lhes em todos os direitos e obrigações.
Cisão
A operação de cisão é caracterizada pela transferência de partes do patrimônio da
sociedade cindida para uma ou mais sociedades, que podem ter sido constituídas
para este m ou já existirem.
A cisão pode ser classi cada em total ou parcial. Na primeira, a sociedade original
deixa de existir, tendo todo o seu patrimônio sendo dividido em duas ou mais partes.
No segundo caso, a cisão parcial, a sociedade original continua existindo, tendo ape-
nas parte do seu patrimônio subtraído para a operação de cisão.
Companhias 153
154 Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro
5. Governança Corporat iva
As origens da governança corporativa como teoria remetem a con itos inerentes à pro-
priedade dispersa e à divergência entre os interesses dos diversos sócios – muitas vezes,
pouco organizados – e os interesses dos gestores. Este modelo é comum em sociedades
como os Estados Unidos e Inglaterra. No Brasil, em que a propriedade concentrada
predomina, os con itos de governança ocorrem à medida que a empresa cresce e novos
sócios, sejam investidores ou herdeiros, passam a fazer parte da sociedade.
Os fatos descritos a seguir nada mais são do que um exemplo da possível montagem de
um hipotético sistema de governança corporativa em uma empresa. Procura-se ilustrar
que, a despeito de opiniões de que só empresas de grande porte podem adotar tais prá-
ticas, a governança corporativa, na verdade, trata-se de um modelo de administração
aplicado a qualquer empresa, independente de seu porte ou estágio de maturidade.
A empresa geralmente nasce quando alguém, muitas vezes um indivíduo com es-
pírito empreendedor, identi ca uma necessidade dentro da sociedade (produtos ou
serviços que as pessoas desejam), que ele acredita poder atender, em troca de remu-
neração por esta atividade.
Conforme a empresa cresce ele percebe não ser mais viável que só uma pessoa tome
conta de tudo, e começa a trazer seus familiares (esposa, lhos, irmãos, etc.) para que
lhe ajudem, ou começa a contratar seus primeiros funcionários, para que cuidem de
áreas especí cas do negócio. A partir daí o fundador começa a perder (ou a dividir)
o poder de decisão, e também não tem mais controle absoluto sobre tudo o que acon-
tece na empresa. Seus familiares ou os empregados tomam algumas decisões sem
Torna-se então necessária a criação de alguns controles formais, para que as informa-
ções sejam transmitidas a quem delas precise e tem o direito de recebê-las. Passam a
ocorrer também reuniões periódicas para a tomada de decisões relevantes, nas quais são
ouvidas as opiniões dos envolvidos. O fundador delimita as alçadas de decisão de cada
uma das pessoas que trabalha no negócio, identi cando em que situações e até que va-
lores nanceiros elas podem tomar decisões sem consultar ou aguardar por sua aprova-
ção. Nesta fase são criados alguns controles internos e uma gestão mais compartilhada.
Aparece então uma oportunidade de ampliação do negócio, mas, sem ter os recursos
necessários, o empreendedor precisa buscar um nanciamento bancário. O banco
exige que ele aprimore sua contabilidade, e é contratado um contador e um auditor,
para preparar e scalizar as contas e demonstrações nanceiras da empresa. O nan-
ciador exige ainda receber periodicamente informações sobre o negócio e sua saúde
nanceira, e trimestralmente a empresa envia esses dados ao gerente da conta. Apri-
moram-se controles internos e adota-se a prática de auditoria dos números.
Vendo o sucesso do negócio, um amigo lhe propõe uma parceria e aporta uma boa
quantia de dinheiro na empresa em troca de parte da sociedade. Com estes recursos,
a empresa pode amortizar boa parte da dívida com o banco, mas o fundador tem que
abrir mão de uma parte dos lucros e também de seu poder de decisão. E a entrada de
um novo sócio amplia a divisão do poder decisório.
Com a chegada da idade, e preocupados com o futuro de sua família, os dois sócios
começam a distribuir sua participação no negócio (ações ou quotas) para seus lhos.
De dois sócios a empresa passa a ter vários, e periodicamente todos se reúnem para
serem informados dos rumos do negócio e tomar decisões relevantes para a empresa.
Os dois sócios iniciais continuam próximos do negócio, mas não atuando no dia a dia,
nem nas decisões operacionais, mas apenas aconselhando o pro ssional que gere o ne-
gócio. Eles percebem que precisam de outros conhecimentos para exercer melhor essa
função, e convidam outro empresário da cidade (especializado em algum assunto de
interesse da empresa) para contribuir no processo decisório, em troca de alguma remu-
neração, formando um pequeno conselho de administração para comandar a empresa.
Ao longo do século XX, a economia dos diferentes países tornou-se cada vez mais mar-
cada pelo processo de globalização e pelo crescimento das operações das grandes ins-
tituições nanceiras e de prestação de serviços, ao lado das atividades industriais. A
origem dos debates sobre governança corporativa está intrinsecamente ligada neste con-
texto à estrutura de propriedade dispersa de grandes empresas e da di culdade, nesses
casos, de garantir o alinhamento entre os interesses das empresas e os rumos da gestão.1
Como bem demonstra Paul Frentrop (2002), trata-se de uma preocupação bastante
antiga que já era objeto de re exões no século XVII, época das grandes navegações
protagonizadas pelas companhias de comerciantes estruturadas em ações. Mas as
discussões somente ganharam vulto no século XX, intensi cando-se à medida que
aumentava o papel do sistema nanceiro e do mercado de capitais.
1
Cf. MORCK, 2005.
Durante os anos 30, após os efeitos mais severos da crise, novas grandes corpora-
ções continuaram surgindo nos Estados Unidos. Diferenciavam-se, contudo, da
maior parte das empresas que haviam prosperado nas décadas anteriores, nas mãos
de famílias ou de indivíduos que se tornaram mundialmente conhecidos: Du Pont,
Morgan, Rockfeller, entre outros. Na cultura empresarial predominante até este mo-
mento, os proprietários — um ou alguns indivíduos ou famílias — tinham o poder
sobre as decisões administrativas de suas empresas, frequentemente ocupando os
mais importantes cargos da gestão.
No país que continuaria, ao longo do século, a se rmar nas relações de força in-
ternacionais, o capitalismo demonstrava sinais de avanços rumo à complexidade.
A estrutura de propriedade dispersa, com ações negociadas no mercado de capitais
(bolsas de valores), tornava-se característica cada vez mais comum entre suas empre-
sas.4 Paulatinamente, esse tipo de controle passou a caracterizar empresas também
em outros países (SILVA, 2006, p. 5).
2
Com a mobilização dos recursos nacionais para os esforços militares, as grandes perdas sofridas e as dívidas assumi-
das, enfrentaram nos anos seguintes sérias di culdades econômicas (Cf. HOBSBAWM, 2007).
3
Grande crise econômica que teve como marco principal a queda da bolsa de Nova Iorque (1929), causada basicamente
por um excesso de produção nos Estados Unidos em relação à capacidade para absorção (compra) de seus produtos pelo
mercado interno e externo, evidente desequilíbrio entre a oferta e a demanda (HOBSBAWM, 2007).
4
Essa estrutura de controle, na época, foi objeto de atenção de estudiosos como Berle e Means (1932).
No mesmo ano, foi divulgado o primeiro código de governança elaborado por uma
empresa, a General Motors (GM) nos Estados Unidos. Sintomas do mesmo movimento
são veri cados pouco depois nos resultados de uma pesquisa realizada por um Fundo
de Pensão denominado Calpers (California Public Employees Retirement System) nos
Estados Unidos, que constatou que mais da metade das 300 maiores companhias da-
quele país já tinham seus manuais de recomendações de governança corporativa6 .
5
De acordo com o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, “Partes interessadas são indivíduos ou
entidades que assumem algum tipo de risco, direto ou indireto, relacionado à atividade da organização. São elas, além
dos sócios, os empregados, clientes, fornecedores, credores, governo, comunidades do entorno das unidades operacio-
nais, entre outras” (IBGC, 2009, p. 54).
6
Linha do Tempo IBGC, disponível ao nal deste capítulo
Com o passar do tempo, veri cou-se que os investidores estavam dispostos a pagar
mais por empresas que adotavam boas práticas de governança corporativa e que tais
práticas não apenas favoreciam os interesses de seus proprietários, mas também a
longevidade das empresas.
7
Inspirado no Institute of Director (IoD), do Reino Unido.
8
IBGC.Histórico. Disponível em www.ibgc.org.br
9
Aquisição de uma empresa por outra sem prévia negociação com a administração ou os acionistas, geralmente através
de transação em bolsa.
10
É um mecanismo de proteção que garante aos acionistas minoritários o direito de alienar suas ações por valor similar
àquele pago ao controlador em caso de alienação de ações realizada pelos controladores
A Sociedade por ações, um dos tipos de sociedades empresárias previstas pela le-
gislação brasileira, é regida pela Lei 6.404/76, que normatiza, entre muitos outros
aspectos, elementos do sistema de governança corporativa. Como exposto no ca-
pítulo “Companhias”, esse tipo de sociedade caracteriza-se pela divisão do capital
em partes de igual valor nominal — as ações — por meio das quais se materializa
a participação do acionista.
Conforme a Lei das S.A., a Assembleia Geral, convocada e instalada, tem poderes
para decidir todos os negócios relativos ao objeto da companhia e tomar as resoluções
que julgar convenientes à sua defesa e desenvolvimento. O Artigo 122 dispõe que com-
pete privativamente à Assembleia Geral:
A pergunta sobre quem são os administradores nos termos da lei brasileira não apre-
senta resposta simples. A administração das sociedades por ações compete ao conse-
lho de administração e à diretoria ou só à diretoria, naquelas em que o Conselho não
é obrigatório ou que não tiver sido constituído11.
Como órgão deliberativo colegiado, o Conselho atua por meio de reunião devidamente
convocada, da qual resultam deliberações sobre as matérias constantes da pauta. Com-
pete ao Conselho, conforme a Lei das S.A.:
11
Nos termos da Lei das S.A., o Conselho de Administração é obrigatório nas sociedades por ações de capital aberto,
nas de capital autorizado e nas de economia mista.
Ainda que existam normas impostas por instituições nanciadoras, órgãos reguladores,
bolsas de valores e legislações, a adoção de grande parte das boas práticas de governança
corporativa é voluntária, ou seja, cabe às empresas a decisão de incorporar ou não as
recomendações elaboradas. Além disso, as recomendações de boas práticas desenvol-
vidas nacional e internacionalmente passaram a ser voltadas não apenas a empresas de
propriedade dispersa, mas a empresas familiares e a organizações de naturezas diversas.
5.6.1. Transparência
5.6.2. Equidade
Os princípios da governança são a base das práticas que podem ser aplicadas por
qualquer organização, independente do porte, natureza jurídica ou tipo de controle.
Em linhas gerais, é ele quem decide o rumo do negócio, sendo responsável por seu di-
recionamento estratégico e pela escolha, orientação e pelo monitoramento dos execu-
tivos. Para questões que demandem um maior aprofundamento de temas especí cos,
o conselho pode fazer uso de comitês para colaborar na e ciência de sua atuação12.
Os executivos ou diretores são responsáveis pela gestão do negócio. São eles que ope-
12
De acordo com Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, “Comitês são órgãos assessórios ao Con-
selho de Administração. Sua existência não implica a delegação de responsabilidades que competem ao Conselho de
Administração como um todo” (IBGC, 2009, p. 43). Podendo constar do estatuto ou não, consistem em grupos de
estudos formados por conselheiros (e convidados, se necessário) que avaliam temas em profundidade e elaboram reco-
mendações com o intuito de fundamentar decisões posteriores do conselho pleno.
Os quatro macro-temas que serão vistos a seguir (gestão de riscos, recursos huma-
nos, estratégia e estrutura de capital) resumem os aspectos das organizações que são
cruciais para seu bom desenvolvimento e, portanto, requerem envolvimento direto
do conselho de administração. Outros assuntos que merecem destaque são o acom-
panhamento pelo Conselho das práticas de governança adotadas, dentro do seu papel
de guardiões da boa governança e a preocupação com con itos de interesse, que
devem ser endereçados pelas organizações em seus códigos de conduta.
Em 2008, durante a crise nanceira internacional, o Brasil foi palco de diversos casos
O conselho de administração, para lograr que a diretoria identi que os riscos pre-
ventivamente, deve agir de forma proativa através de questionamentos e da requisi-
ção de implantação de sistemas.
5.8.2. Estratégia
Essas diretrizes devem ser repassadas para que a gestão elabore o detalhamento da
estratégia a ser aprovado pelo conselho de administração e, posteriormente, por ele
monitorado.
13
Para maiores detalhes sobre sucessão, avaliação e remuneração de conselheiros de administração e diretor presiden-
te, Cf. IBGC, 2011.
Nos anos 1980, sustentabilidade foi inicialmente de nida como o processo de “sa-
tisfazer as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações
futuras suprirem suas próprias necessidades” (Relatório Brundtland/ONU). Décadas
mais tarde, ao adotar tal conceito, as organizações incorporaram o triplo alicerce
econômico- nanceiro, social e ambiental à sua estrutura (tripple bottom-line), caben-
do aos administradores a responsabilidade de integrá-lo à estratégia de negócios, por
cujo processo de implementação os gestores devem responder.
Neste sentido, os aspectos intangíveis (ou não nanceiros) como goodwill, marca,
reputação, respeito ao meio ambiente, aos direitos humanos, entre outros, tornaram-
se temas relevantes para as organizações. A partir de diferentes motivações, a Res-
ponsabilidade Corporativa, um dos princípios básicos da governança corporativa,
ganhou relevância, envolvendo noções de longo prazo e impactos globais.
Conforme argumenta Carlos Eduardo Lessa Brandão (2006, 87-88), tais temas têm o
potencial de afetar o ambiente de negócios das empresas, pois estão intimamente liga-
dos ao comportamento de acionistas, clientes, fornecedores, funcionários, legisladores
e comunidades ligadas direta ou indiretamente às atividades da empresa, as chamadas
partes interessadas (stakeholders). Trata-se, portanto, de um entendimento mais abran-
gente dos aspectos que interferem na estratégia de negócios da organização.
Em 2012, o Brasil foi sede da Con ferência das Nações Unidas sobre Meio Am-
biente e Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. Na opor tun idade, a exemplo
de outras iniciativas de governança corporativa 14 , as diversas entidades e par-
ticipantes do mercado de capitais brasileiro demonstraram estar alinhados com os
temas de sustentabilidade, dos quais são ilustrativos:
14
A BM&FBOVESPA, em conjunto com várias instituições – ABRAPP, ANBIMA, APIMEC, IBGC, IFC, Instituto
ETHOS e Ministério do Meio Ambiente – decidiram unir esforços para criar um índice de ações que seja um referen-
cial (“benchmark”) para os investimentos socialmente responsáveis, o ISE - Índice de Sustentabilidade Empresarial.
(Disponível em: www.bm ovespa.com.br).
A este esforço soma-se a iniciativa de uma parcela signi cativa dos fundos de pensão brasileiros que adotam em seus
investimentos os Princípios do Investimento Responsável (PRI), onde rea rmam o compromisso com a perenidade das
empresas onde investem.
As Relações com Investidores podem ser de nidas como parte da administração estra-
tégica de uma companhia, uma vez que envolvem atividades em que a comunicação irá
contribuir positivamente para a justa avaliação da companhia. O executivo de Relações
com Investidores (RI) é responsável por uma comunicação de mão dupla, pois fornece
ao mercado e entidades legisladoras e scalizadoras informações sobre dados históricos
e perspectivas da companhia, bem como informa à alta administração da companhia a
percepção e as demandas das partes interessadas em relação à companhia.
Embora essas metas sejam relativamente simples de listar, os meios para atingi-las
podem ser complexos, requerendo vários tipos de recursos analíticos e estratégias de
comunicação. O RI, portanto, é um meio de acesso às informações estratégicas, tanto
do lado dos investidores quanto da companhia.
O leque de ações é extenso e vai desde explicações para justi car critérios de avaliação
de um determinado ativo contábil até informações detalhadas sobre estratégias de
parceria no mercado, passando pelas questões regulatórias e direitos dos acionistas.
Assim, o pro ssional de RI precisa estar muito bem informado. Ele deve conhecer as
estratégias e entender do setor e da legislação pertinente para informar aos agentes
do mercado de capitais, que demandam, entre outras, informações mais detalhadas
sobre o desempenho das companhias e níveis de transparência e equidade.
Uma área de RI bem estruturada contribui para integrar as diversas áreas de ati-
vidade da companhia, uma vez que precisa promover uma cultura especí ca de
difusão da informação para todos os públicos estratégicos, inclusive o interno.
A área de RI deve estar presente no dia a dia das companhias abertas e dos agentes do
mercado, o que tende a se acentuar no caso das companhias que pretendem chegar ou
já estão em níveis mais avançados de Governança Corporativa. A importância hie-
rárquica e a valorização da área de RI estão vinculadas aos objetivos de transparência
e boas práticas de governança como elemento de geração de valor.
Nos Estados Unidos, por exemplo, segundo dados do NIRI (National Investors Re-
lations Institute), mais de 20% dos pro ssionais de RI já respondem diretamente aos
presidentes executivos, o que signi ca que as companhias mantêm diretorias próprias
dedicadas à atividade, vinculadas diretamente ao principal executivo. Essa posição
re ete o grau de valorização da atividade naquele mercado e estabelece o potencial de
crescimento da área no Brasil.
Tanto o público interno quanto o externo precisam ter convicção a respeito das boas
práticas de governança e de seus benefícios para a companhia e para o conjunto dos in-
vestidores. Entre os principais “mantras” de um RI estão as frases: “Diga sempre a ver-
dade” e “Se não souber responder, não tenha dúvida em dizer ‘não sei’, pois é a sua cre-
dibilidade como pro ssional que está em jogo, assim como a imagem da companhia”.
Boa parte das demandas são apresentadas pelos próprios investidores. Para atendê-
-las, as companhias que adotam práticas diferenciadas criam conselhos e comitês
independentes, separam as funções do presidente executivo daquelas do presidente
do Conselho, criam comitês de divulgação de informações (disclosure) e adotam uma
política de remuneração dos executivos, ou seja, reformulam estrategicamente sua
estrutura de governança.
As compan hias que chegam à Bolsa com ofertas públicas iniciais de ações funcio-
nam como vitrine do mercado acionário para os investidores. Nesse contingente
estão incluídos também os seus colaboradores, pois várias companhias destinam
uma fatia do total de ações para esse investidor de varejo. Isso contribui para
ampliar o conceito de aplicação em ações, alinhar os interesses dos trabalhadores
às estratégias da companhia, além de contribuir para o fomento da cultura de
companhia aberta não apenas junto à alta direção.
A questão cultural ganha maior dimensão para companhias que estão abrindo o ca-
pital. Essa mudança cultural precisa ser absorvida no dia a dia da companhia, con-
forme a nova estrutura é implantada.
Decisão consciente
A partir do momento em que a companhia decide abrir seu capital e ter o mercado
acionário como parceiro, encerra-se obrigatoriamente uma etapa de baixo disclosure.
Isso signi ca tomar um caminho sem volta enquanto estiver no mercado, porque
diante das normas societárias e da nova realidade global não é possível ser uma com-
panhia “meio aberta” ou “relativamente transparente” sem prejudicar sua credibili-
dade e sujeitar seus administradores a possíveis punições pelo órgão supervisor.
Programas efetivos
Para disseminar essa cultura é importante adotar programas realistas e bem direcio-
nados de educação e treinamento interno a todos os funcionários. A grade curricular
Atualização e informação
A companhia deve incluir alguns aspectos ligados à área de RI nos critérios para
avaliação de seu pessoal em determinados escalões da estrutura hierárquica, cer-
ti cando-se, por exemplo, de que acompanhem as notícias divulgadas sobre a
sociedade e suas operações no mercado. Elaborar cartilhas internas e programas
especiais de recursos humanos é uma alternativa utilizada com bons resultados em
diversas companhias.
Valor da governança
A companhia deve estar preparada para administrar eventuais crises que envolvam
os mais variados tipos de problemas. É importante que pro ssionais da companhia
saibam lidar com casos de vazamento de informação privilegiada (inside informa-
tion), divulgação incorreta de dados, con itos regulatórios ou con itos societários,
incidentes que envolvam o meio ambiente, questões sindicais e trabalhistas, entre ou-
tras. Há diversos outros exemplos que podem con gurar crises, como a apresentação
de resultados negativos no ano ou no trimestre, mudanças na política de distribuição
de dividendos e outros episódios que podem causar um desgaste para a imagem da
companhia e prejudicar o valor de suas ações no mercado.
Esses fatos também devem ser incluídos como vetores de risco no planejamento de
administração de crises. Mas, sobretudo, não podem nem devem, nos termos da re-
Admitir um problema e reconhecer suas dimensões é o primeiro passo para uma es-
tratégia e caz em momentos de crise, abrindo caminho para que a companhia, seus
administradores e executivos consigam manter a con ança do investidor.
Analista buy side é uma de nição que abrange os analistas e os gestores de fundos de
investimentos. São pro ssionais que atuam na ponta das negociações e cujos movi-
mentos de compra ou venda, quando associados a grandes fundos, podem afetar as
oscilações e tendências do mercado. Cabe à área de RI suprir esses analistas com in-
formações adequadas às suas demandas. Embora as informações sobre a companhia
sejam as mesmas, analistas buy side e sell side têm necessidades diferenciadas.
Cabe ao RI informar ao gestor e ao analista buy side sobre os fatores mais relevantes
para agregar valor às ações da companhia, suas vantagens competitivas, fundamen-
tos da companhia, resultados nanceiros e operacionais e o progresso, que estão in-
timamente relacionados aos interesses de informação por parte desse pro ssional,
com base no fundo que ele administra. Uma informação importante é que fatores não
nanceiros (governança corporativa, reputação, marca, capital intelectual, liderança,
responsabilidade social e ambiental, transparência, comunicação, inovação) têm im-
portância crescente na avaliação de uma companhia. A estratégia para a sustentabi-
lidade do negócio é outro tema preponderante, altamente valorizado pelos gestores.
Diversos fatores chamam a atenção dos analistas, como os planos de expansão da com-
panhia, o comportamento das sociedades que passaram por processo de fusão e a ela-
boração de relatórios separados para cada unidade de negócios ou linha de produtos.
Analistas sell side são pro ssionais que atuam em bancos e corretoras de valores fazen-
do a prospecção de investimentos e recomendando a compra ou venda das ações. Eles
acompanham de perto o comportamento das ações e das companhias e suas demandas
de informação, portanto, estão focadas na necessidade de dados pontuais e mais deta-
lhados, o que signi ca maior exigência de contato constante com a área de RI.
Os analistas que atuam como sell side buscam o máximo possível de disclosure (ca-
pacidade de divulgar informações com transparência) da companhia e, assim como
acontece no buy side, também exigem contato com a alta gerência.
A par tir dessas discussões, o analista tem condições de comparar e avaliar quais
compan hias possuem as tecnologias mais for tes, os produtos com as melhores
características, os melhores custos de fabricação, a maior lealdade por par te
dos clientes. É impor tante que as compan hias consigam combinar os aspectos
quantitativos e qualitativos ao fornecer essas informações.
Para atuar adequadamente junto ao sell side, o pro ssional de RI pode fazer uma
avaliação preliminar para identi car a in uência desses analistas no mercado. É im-
portante estudar o seu trabalho, pelo menos durante um período su ciente para de-
terminar a qualidade e a abrangência de suas pesquisas, seus interesses especí cos e
as possibilidades de cobrirem a companhia em questão.
Assim como os gestores pro ssionais de recursos e os analistas que operam nesse
mercado — no cenário nacional ou internacional — os investidores institucionais
precisam contar com canais de comunicação ágeis, uentes, e cientes e desimpedi-
dos, de modo integral. Atendimento telefônico e audioconferências são instrumentos
fundamentais e devem ser oferecidos pela área de RI como parte de sua rotina.
Reuniões desen hadas de modo especial para esse público são muito impor tan-
tes, até para que a companhia possa aferir com maior grau de precisão quais são
. O site de RI, que por sua natureza, é uma ferramenta de comunicação de-
mocrática, equânime e tempestiva e deve garantir que as informações públicas
estejam disponíveis e apresentadas de maneira didática e de fácil acesso;
Na área de RI, esse contato representa um desa o que deve crescer em importância.
Ao atuar como porta-voz da companhia junto aos agentes do mercado internacional,
o RI aprimora o relacionamento da companhia com esses investidores e analistas em
diversos aspectos ligados ao desempenho e perspectivas da companhia, governança
corporativa, responsabilidade social e ambiental, assim como às perspectivas da eco-
nomia brasileira, fatores políticos, questões jurídicas e tributárias, regulamentação
local, problemas setoriais, práticas de gestão e culturais.
Além dos requisitos básicos de objetividade e clareza nas informações — com o máxi-
Sua interface será com os principais bancos de investimento, corretoras, hedge funds,
instituições depositárias, analistas e administradores de fundos de investimentos. Isso
exige uma dose elevada de informação sobre tendências da economia mundial e prin-
cipais expectativas em relação aos mercados emergentes. É preciso conhecer a cultu-
ra desses investidores, suas necessidades e características próprias, assim como saber
administrar o relacionamento da companhia com os órgãos reguladores e a imprensa
especializada internacional.
Dependerá em grande parte da quali cação pro ssional e da percepção dos pro s-
sionais de RI o sucesso das iniciativas das companhias brasileiras e a valorização dos
ativos nacionais frente ao novo ciclo de sustentabilidade econômica, preocupações
sociais e ambientais e práticas empresariais éticas.
Para a companhia aberta isso não deve ser apenas uma exigência da regulamentação
ou uma “grande evolução”, mas precisa ser compreendido como uma decorrência
normal da rotina no mercado. Entretanto, embora os recursos tecnológicos permi-
tam que as informações sejam divulgadas em tempo real para todos, é preciso levar
em conta as diferentes demandas dos públicos.
Cabe ao RI, nesse aspecto, organizar a oferta de material para que a informação esteja
disponível de modo aberto e democrático a todos, porém oferecendo sempre uma
abordagem mais atraente para cada tipo de público.
Além dos investidores, a comunicação da companhia deve ser tratada pela área de RI
como um instrumento estratégico de contato com seus diversos públicos — pro ssionais
do mercado, órgãos reguladores, bolsas de valores, academia, entidades e instituições.
O pro ssional de RI tem como responsabilidade assegurar que esse contato traga
o máximo de transparência e transmita segurança ao mercado, cuidando também
de resguardar as grandes estratégias da companhia sem prejudicar a divulgação de
sua real situação. Cabe ao RI programar e conduzir os contatos com o mercado de
maneira equilibrada.
Ela pode ser realizada várias vezes ao ano, de acordo com os critérios estabelecidos
pela área de RI, sendo que no mínimo deve ser realizada uma vez ao ano, envidan-
do seus melhores esforços para realizar apresentações em diferentes localidades.
. A apresentação deve ter início com uma sessão expositiva, cujas informações
devem ser escritas em slides, e terminar com uma sessão de perguntas e respostas;
6.3.3. Teleconferências
Esse tipo de comunicação pode ser feito tanto por meio de telefone (audioconferência),
como pela internet (webcast, transmissão do áudio ao vivo, acompanhado de apresen-
tação de slides ou de vídeo), sendo preferível a utilização simultânea dos dois meios
para garantir maior disseminação e a equidade na divulgação das informações.
A teleconferência para o mercado brasileiro deve ser feita em português e, especi ca-
mente aquela sobre divulgação de resultados, seguindo a legislação societária brasilei-
ra. A companhia que zer teleconferência em quaisquer outros idiomas deve dispo-
nibilizar em seu site, o mais breve possível, a transcrição completa da apresentação,
incluindo a sessão de perguntas e respostas traduzida para os idiomas utilizados,
dando acesso a todos os públicos que acompanharam as teleconferências.
Os sites de RI na internet têm evoluído de tal modo que chegam até a ocupar, em
alguns casos especí cos, o papel de site institucional da companhia. É fundamental
que haja permanente atualização das informações, que devem ser acompanhadas por
seu histórico completo, especialmente no caso das informações nanceiras.
O uso de sites requer critérios bastante rigorosos de qualidade. O conteúdo das in-
formações nanceiras é requisito fundamental e deve ter su ciente profundidade. A
versão eletrônica dos comunicados, anúncios de dividendos, relatórios e outros dados
deve ser interativa, até porque não há limites de capacidade.
Equidade
Franqueza e Independência
Integridade e Responsabilidade
6.4.1. Transparência
6.4.2. Equidade
O pro ssional de RI deve zelar pela veracidade da informação que distribui, para que
seja completa e con ável, sem meias-verdades ou distorções que enfatizem o lado po-
sitivo do fato ou que soneguem ou atenuem os aspectos menos favoráveis. Deve estar
convicto de que a informação completa e sincera só trabalha em favor da reputação
da companhia, fortalecendo a credibilidade da organização e do pro ssional.
Princípio essencial a ser observado pelo RI é o respeito total pelas leis do país e pela
regulamentação oriunda dos órgãos que disciplinam seu mercado de trabalho (CVM,
Banco Central, Bolsa de Valores etc.). Nenhuma ação deve ser iniciada antes que a in-
dagação sobre legalidade tenha sido respondida a rmativamente. O uso de qualquer
informação, para vantagem pessoal, con gura transgressão grave desse princípio.
Para ter suas ações negociadas na Bolsa, as empresas precisam abrir o capital. A le-
gislação de ne como companhia aberta aquela que pode ter seus valores mobiliários
negociados de forma pública, tais como ações, debêntures e notas promissórias. Em
outras palavras, somente empresas que abriram o capital podem ter seus valores mo-
biliários negociados publicamente, por exemplo, em bolsa de valores.
É comum que, junto com esse pedido, as empresas também solicitem à CVM a auto-
rização para realizar venda de ações ao público, tecnicamente conhecida como dis-
tribuição pública de ações. Por ser a primeira colocação pública de títulos da compa-
nhia, é chamada de Oferta Pública Inicial ou IPO (do inglês, Initial Public O ering).
A distribuição realizada pela companhia pode ser primária (ações serão emitidas,
ou “criadas”, e em seguida vendidas aos investidores), secundárias (ações que já
eram de algum sócio, normalmente sócio-fundadores, serão vendidas aos investi-
dores), ou mista. A diferença básica é que na distribuição primária o dinheiro da
venda irá para o caixa da companhia, pois é ela quem está emitindo e vendendo
as ações, enquanto na distribuição secundária o dinheiro vai para o sócio que está
vendendo as ações, não para a companhia.
Ainda neste capítulo serão abordados com mais detalhes os tipos e as classi cações
das Ofertas Públicas.
Na Bolsa, há companhias listadas desde 1910. Por que abriram o capital? Qual
foi a motivação que as levou a tomar essa decisão tão importante? Quais são as
vantagens desse processo?
Para essas perguntas, não existe resposta única, uma vez que a realidade das empresas
difere muito entre si. Muitas vezes, uma mesma companhia realiza diversas colocações
de ações após a abertura de capital, tendo cada uma delas um objetivo especí co.
A seguir, listamos alguns dos benefícios que a abertura de capital pode trazer para o
empreendedor e sua empresa.
Dentre as motivações, sem dúvida a mais comum é o acesso a recursos para nanciar
projetos de investimento. Existem algumas maneiras para a empresa se nanciar, como:
Capital de terceiros
A empresa pode também recorrer ao capital de terceiros. Além da forma mais tradi-
cional, como empréstimos bancários, há outras opções: a emissão de títulos de renda
xa (debêntures ou notas promissórias) e a securitização de recebíveis (Fundos de
Investimento em Direitos Creditórios).
Embora muitas vezes seja interessante nanciar-se por meio de dívida, nem sempre
essa oportunidade está disponível ou pode não ser adequada às necessidades da em-
presa. Muitos projetos de investimento sofrem com a ausência de fontes de crédito de
longo prazo, que seria o per l mais compatível para esta nalidade.
Abertura de capital
Uma terceira alternativa é o nanciamento por meio da emissão de ações, ou seja,
do aumento do capital próprio e admissão de novos sócios. É uma fonte de recursos
que não possui, teoricamente, limitação. Enquanto a empresa tiver projetos viáveis e
rentáveis, provavelmente os investidores terão interesse em nanciá-los.
Quando a companhia tem certo grau de endividamento, a abertura de capital pode ser
uma forma de buscar um equilíbrio na estrutura de capital, balanceando o uso do cré-
dito e do capital próprio, reduzindo o custo total do endividamento. O menor custo de
capital, pode viabilizar projetos cujo retorno não seria atrativo anteriormente, abrin-
do um leque muito maior de oportunidades de investimento e de crescimento.
Entretanto, como essas aquisições podem exigir grande volume de recursos, nem sem-
pre disponíveis, a captação de recursos através da abertura de capital pode ser uma
alternativa de realizar a operação sem que seja necessário descapitalizar a empresa.
A abertura de capital também pode proporcionar liquidez patrimonial, que nada mais
é do que a possibilidade de empreendedores e/ou seus sócios transformarem, a qual-
quer tempo, parte das ações que possuam na empresa em dinheiro. É possível vender
algumas dessas ações no ato da abertura de capital ou no futuro, negociando na Bolsa.
Além disso, se a empresa tiver recebido investimentos de algum fundo de venture capi-
tal ou private equity, a abertura de capital pode representar a saída que esses sócios de-
sejam. Geralmente, tais investidores atuam em empresas de capital fechado de menor
porte, proporcionando-lhes estrutura, condições nanceiras e, muitas vezes, apoio ad-
ministrativo. Em contrapartida, só se tornam sócios de empresas em que possam ter
uma posição relevante no capital e desde que vislumbrem a possibilidade de vender,
com lucro, sua participação societária, de preferência por meio da abertura de capital.
Outra situação que ilustra o benefício que a liquidez patrimonial pode trazer é o mo-
mento do processo sucessório e de partilha da herança. Muitas empresas brasileiras
já estão na segunda ou terceira geração da família fundadora. Os fundadores, como
empreendedores, têm o sonho de viver o dia a dia da empresa, mas nem sempre o
mesmo ocorre com os herdeiros ou, pelo menos, com todos os herdeiros. Adicione-se
a esse fato a impossibilidade de todos os herdeiros permanecerem no comando.
São casos de potencial con ito que, se não forem bem administrados, poderão afetar
e paralisar as atividades e projetos da empresa, ameaçando sua competitividade e até
sua sobrevivência. Uma solução preventiva é, desde o início, facilitar a partilha e o
processo sucessório por meio da abertura de capital, proporcionando uma saída fácil
para os que não desejarem permanecer na sociedade, vendendo sua parte na Bolsa.
Apesar de ser muito difícil mensurar o valor agregado à imagem em função da aber-
tura de capital, não são poucos os casos em que empresas listadas em bolsa melhora-
ram as condições de negociação com fornecedores, passaram a contar com maior ex-
posição de suas marcas, ganharam competitividade e elevaram o comprometimento
de seus funcionários, abrindo-lhes a oportunidade de também se tornarem acionistas.
Outro efeito interessante, nesse caso associado à postura ativa e vigilante dos inves-
tidores e dos pro ssionais de investimentos no relacionamento com a companhia,
é o ganho de e ciência que tende a ocorrer em toda a organização, à medida que a
empresa passe a se disciplinar e se organizar melhor para garantir os resultados pro-
jetados e justi car sua estratégia.
Embora esta seja uma razão forte e legítima, nem sempre os investidores aceitam
confortavelmente participar de uma operação de reestruturação nanceira, em par-
ticular no caso de uma empresa nova que ainda não apresente histórico na Bolsa.
Para fazer a captação de recursos com esse objetivo, a companhia deve justi cá-la
muito bem para o mercado, explicando seus planos e a mudança na estrutura de
capital que o ingresso desses recursos representará.
Algumas situações de nidas na legislação e que caracterizam a oferta como pública são:
a utilização de listas ou boletins, folhetos, prospectos ou anúncios destinados ao público;
a negociação feita em loja, escritório ou estabelecimento aberto ao público, entre outros.
Entre os casos de oferta pública que podem ser dispensadas de registro, destacamos
a oferta pública de valores mobiliários de emissão de empresas de pequeno porte e
de microempresas. Para este caso especí co, são dispensadas automaticamente do
registro para ofertas de até R$ 2.400.000,00 em cada período de 12 meses, observa-
da a regulamentação.
Por outro lado, quando não envolvem a emissão de novos títulos, caracterizando
apenas a venda de ações já existentes — em geral dos sócios que querem desinvestir
ou reduzir a sua participação no negócio — elas são chamadas de ofertas secundá-
rias. Neste caso, os recursos serão destinados aos proprietários que estão vendendo as
ações, e não ao caixa da empresa.
Além disso, quando a empresa está realizando a sua primeira oferta pública, ou seja,
quando está abrindo o seu capital, a oferta recebe o nome de oferta pública inicial ou
IPO (do inglês Inicial Public O ering).
Quando a companhia já tem o capital aberto e já realizou a sua primeira oferta an-
teriormente, as emissões são conhecidas como ofertas subsequentes ou, no termo
em inglês, follow on.
7.4. Prospect o
. Os riscos do negócio;
Com o objetivo de padronizar os prospectos e facilitar sua análise, existe uma estru-
tura pré-estabelecida para o documento, que deve ser seguida pelos ofertantes tanto
em relação à forma quanto ao conteúdo. Em síntese, esse documento contém dois
grandes grupos de informações: relativas ao emissor, cujo conteúdo provém do for-
Uma seção muito importante do prospecto e que deve ser analisada com muita
atenção pelos investidores é a que trata sobre os “Fatores de Risco”. Nesta seção
são explicitados os riscos relacionados ao valor mobiliário ofertado, à compa-
nhia, ao ambiente econômico de uma forma geral e à própria oferta em questão.
e-Bookbuilding
É uma ferramenta para a apuração de intenções de compra de ativos via Internet, que
facilita a interligação virtual dos participantes do sistema de distribuição de títulos e
valores mobiliários na BM&FBOVESPA.
As OPAs voluntárias, por outro lado, são aquelas realizadas sem que nenhuma norma
especí ca tenha obrigado a sua realização. Elas são realizadas unicamente por von-
tade do ofertante de realizar a aquisição por oferta pública. A própria Lei prevê a
A OPA será sempre dirigida indistintamente aos titulares de ações de mesma espécie
e classe daquelas que sejam objeto da OPA e deve ser realizada de maneira a assegu-
rar tratamento equitativo a todos os destinatários. O ofertante da OPA deve guardar
sigilo até a sua divulgação ao mercado.
Quanto à liquidação nanceira, a OPA pode ser: de compra, quando a proposta é o pa-
gamento em moeda corrente; de permuta, quando o proponente oferece o pagamento
em valores mobiliários; ou mista, na hipótese de o pagamento prometido ser parte
em dinheiro e parte em valores mobiliários. Há ainda a possibilidade de uma oferta
pública alternativa, em que aos destinatários é dada a escolha da forma de liquidação.
Somente estão sujeitas a registro na CVM as OPAs obrigatórias, em qualquer hipótese,
e as voluntárias, quando envolverem permuta por valores mobiliários.
Além dos procedimentos gerais que abrangem todos os tipos de OPA, cada uma, seja
obrigatória ou voluntária, possui regras especí cas, conforme detalhadas na Instrução
CVM 361/2002. A seguir, um breve resumo das características de cada uma delas.
Companhia com capital pulverizado é aquela que não possui um acionista majoritá-
rio ou grupo controlador especí co. Nesse tipo de companhia, a oferta pública para
aquisição do controle é uma alternativa para adquirir o controle, já que não há um
único acionista majoritário com quem negociar privadamente. Além disso, represen-
ta um processo mais transparente e justo para todos os acionistas. Este tipo de OPA
está previsto no artigo 257 da Lei 6.404/76.
OPA Concorrente
É a OPA voluntária realizada por um terceiro que não o ofertante ou pessoa a ele vin-
culada e que tenha por objeto as ações de OPA já apresentada para registro perante
a CVM (ou por OPA não sujeita a registro) que esteja em curso. A OPA concorrente
deve observar as mesmas regras da OPA com que for concorrer.
Como uma companhia fechada não pode negociar suas ações em bolsa nem em bal-
cão organizado, os acionistas minoritários, quando quisessem vender suas ações,
teriam que procurar, por conta própria, alguém interessado nas ações ou, alternati-
vamente, oferecê-las ao próprio acionista controlador. Entretanto, como não haveria
a formação de preço do mercado de bolsa, seria difícil de nir o valor justo para a
transação. Aproveitando-se dessa situação, o acionista controlador poderia, eventu-
almente, oferecer ao minoritário um valor muito abaixo do valor justo.
A OPA para cancelamento de registro de companhia aberta, a ser realizada pela pró-
pria companhia ou pelo seu acionista controlador, direto ou indireto, deverá observar
os seguintes princípios gerais:
. Deve ser imutável e irrevogável após a sua publicação, salvo expressa e pré-
via autorização pela CVM.
Observe-se que a opção entre aderir ou não à OPA, bem como quanto a concordar
ou não com o fechamento de capital, é exclusiva do acionista minoritário, não po-
dendo o responsável pela realização da OPA obrigá-lo em qualquer caso. Portanto,
caso pre ra, o acionista minoritário poderá continuar a integrar o capital social da
companhia fechada. Não terá à sua disposição, porém, um mercado onde as ações de
emissão da companhia são negociadas, o que pode di cultar a alienação das ações
quando ele desejar se desfazer do investimento.
Determinação do Preço
O avaliador prepara o laudo com pelo menos três referências de preço (utilizando
três critérios diferentes) e informa aquele que entende ser o justo para os efeitos da
É importante destacar que, caso o resultado da nova avaliação seja igual ou menor do
que o preço por ação utilizado na OPA, os acionistas que tiverem tomado a iniciativa
ou que votaram favoravelmente a requerer a realização da Assembleia deverão arcar
com os custos incorridos pela companhia referentes à nova avaliação, incluindo os
custos do avaliador e da convocação e realização da assembleia.
Se o resultado da nova avaliação for melhor que o preço utilizado na OPA, este novo
valor prevalecerá, facultando-se ao ofertante desistir do processo de cancelamento
de registro.
As ações detidas pelos controladores usualmente não estão disponíveis para nego-
ciação no mercado. Portanto, na prática, quando o controlador aumenta sua partici-
pação na companhia, ele retira ações de circulação. Com um menor número de ações
circulando no mercado, pode haver uma redução no número de negócios realizados,
prejudicando a correta preci cação dos papéis da companhia no mercado e, no limi-
te, di cultando a saída do investidor quando ele desejar se desfazer das suas ações.
Considerando que isso seria um prejuízo ao minoritário, o legislador decidiu estabe-
lecer algumas hipóteses de obrigatoriedade de realização dessa modalidade de OPA.
Na hipótese da realização desta nova avaliação ser aprovada pelos acionistas mino-
ritários e o valor dela resultante ser superior ao preço originalmente ofertado pelo
acionista controlador, este somente poderá desistir da OPA caso se comprometa a
adotar o procedimento alternativo anteriormente descrito, alienando as ações exce-
dentes no mercado.
A Lei das S.A. confere aos acionistas minoritários com participação no capital votan-
te o direito ao tag along. Além disso, os regulamentos dos segmentos diferenciados
da BM&FBOVESPA e, em alguns casos, os próprios estatutos sociais das companhias
preveem situações que conferem direito ao tag along.
Tag along é o direito atribuído ao minoritário de alienar suas ações ao novo con-
trolador por ocasião da transferência do controle de companhia aberta.
Nos termos da Instrução CVM 361/2002, os destinatários da oferta pública por alie-
nação de controle são apenas os minoritários titulares de ações com direito a voto
pleno e permanente. Ou seja, os titulares de ações preferenciais sem direito a voto ou
com voto restrito não têm direito de exigir que o novo controlador também adquira
as ações por eles detidas1.
Nada impede, porém, e muitas companhias já vêm procedendo desta forma, que seja
incluído no estatuto social um dispositivo estendendo expressamente o direito ao tag
along aos titulares de ações sem direito a voto. Neste caso, eles também poderiam
vender as ações de sua propriedade na oferta pública por alienação de controle.
O preço a ser pago na oferta pública aos acionistas minoritários deve corresponder a,
no mínimo, 80% do valor por ação pago aos acionistas que alienaram o bloco de con-
trole. Essa porcentagem, entretanto, pode ser majorada por determinação estatutária,
aumentando ainda a essa proteção conferida aos acionistas minoritários.
1
Conforme entendimento da CVM, ainda que tais acionistas tenham adquirido o direito de voto em função do não
pagamento de dividendos, eles não passam a ter direito de participar da oferta pública por alienação de controle, uma
vez que o direito a voto por eles adquirido não tem caráter permanente.
2
Até 09/05/2011, no Nível 2, a obrigação era de 100% do preço para as ações ON e 80% para as ações PN.
Todo esse conjunto resulta em benefícios gerados pelas bolsas de valores para a eco-
nomia e a sociedade, entre os quais cabe destacar:
Com o passar do tempo, os mercados de bolsa e balcão assumiram também, além das
funções acima descritas, a responsabilidade pela autorregulação dos seus ambientes,
sistemas e operadores, com autonomia su ciente para normatizar, scalizar e punir
as operações realizadas em seus mercados. A função estatal, nesse modelo, se reduz
à supervisão e orientação do sistema, estabelecendo requisitos mínimos necessários,
objetivos a serem atingidos e controles necessários.
Mercados Regulamentados
. mercado de bolsa;
Essa mudança gerou certa descon ança do mercado sobre a capacidade de uma socie-
dade com ns lucrativos criar estrutura independente e e ciente de autorregulação.
Nesse sentido, a Instrução CVM 461/07 determina que, entre os órgãos necessários
na estrutura de uma Entidade Administradora, deve constar um Conselho de Autor-
8.1.1. Histórico
Longe vai o ano de 1890, quando Emílio Rangel Pestana cria uma Bolsa Livre para
operar valores nanceiros na cidade de São Paulo. A iniciativa frustra-se no ano
seguinte por causa dos percalços do Encilhamento1, resultando no fechamento da
Bolsa. Só em 1895 a iniciativa paulista cria a Bolsa de Títulos de São Paulo, que
reúne os corretores de títulos e de câmbio.
1
Política nanceira de estímulo á indústria, criada pelo Ministro Ruy Barbosa, baseada no aumento do
meio circulante com a criação de bancos emissores, trocando o lastro-ouro por títulos da dívida pública,
que resultou em espiral in acionária e grande número de falências.
Deixa de ser oƥcial, passa a chamar-se Bovespa - Bolsa de Valores de São Paulo,
1967 e corretores oƥciais se transformam em sociedades corretoras (ou empresas
individuais com o mesmo objeto social).
Cri a-se a BM& F – Bol sa Mercant i l e de Fut uros, com a Bovespa como
1986
i nst i t ui dora.
Acordo entre a BM&Fe a BMSP– Bolsa de Mercadorias de SP, com troca de nome
1991
para BM&F – Bolsa de Mercadorias e Futuros.
1997 Acordo entre a BM&F e a BBF – Bolsa Brasileira de Futuros, do Rio de Janeiro.
1999 Uniƥcação das operações de pregão com as demais bolsas de valores do país
. Como Bolsa O cial de Valores, torna-se uma associação civil, sem ns lucra-
tivos, que congrega os corretores o ciais de fundos públicos, caracterizados como
pro ssionais autônomos ou rmas individuais, que dirigem seus negócios para a cor-
retagem de ações e obrigações, e exclusividade na intermediação de câmbio o cial.
. Em 2007, a con guração da Bolsa modi ca-se por completo: deixa de ser uma
associação civil e transforma-se numa companhia, e os títulos patrimoniais das
corretoras integralizam o capital da nova companhia. Ocorre a desmutualização2,
ou transformação da associação civil integrada exclusivamente pelos membros re-
gistrados em sociedades por ações, e da abertura do capital das companhias resul-
tantes de referida transformação para a negociação das respectivas ações em bolsa
de valores. A desmutualização da Bovespa envolve duas etapas, realizadas no
mesmo dia: cisão parcial da Bovespa, com a versão de parcelas de seu patrimônio
em duas sociedades (Bovespa Holding e Bovespa Serviços S.A.); e incorporação
das ações da Bovespa Serviços ao capital da Bovespa Holding. Desmutualizando,
as sociedades corretoras detentoras de títulos patrimoniais da Bovespa passam a
proprietárias de ações representativas do capital da Bovespa Holding.
2
Associações civis sem ns lucrativos são entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou serviços a
um círculo restrito de associados ou sócios. Ao deixar de ser uma associação, a Bolsa promoveu a sua desmutualização
e consequente transformação em sociedades por ações.
• Ações
• Direit os de subscrição de ações
• Recibos de ações
AÇÕES
• RCSA – Recibos de Cart eira Sel ecionada de Ações
• BDRs pat rocinados
• Opções
• Debênt ures
• Not as promissórias
• CRIs (Cert i ƥcados de recebíveis Imobiliários)
TÍTULOS DE
• FIDCs (Fundos de Recebíveis)
RENDA FIXA
• FII (Fundos de Invest iment o Imobiliário)
• Fundos de investimento em direitos creditórios (FDIC)
• Fundos de invest iment o em quot as de FDIC
Formas de negociação
Mercado à Vista
Mercado a termo
No mercado a termo são negociados contratos para compra ou venda de quantidade
especí ca de ações, para liquidação em uma data futura, em prazo determinado, a
um preço xado. Geralmente, os prazos dos contratos a termo podem variar entre 16
e 999 dias corridos. Nesse mercado, os preços dependem do valor da ação no mercado
à vista e da taxa de juros esperado para o período do contrato.
Nesse mercado, a liquidação pode ser por decurso de prazo, ou seja, no vencimento
do contrato, ou antecipada, antes da data do vencimento do contrato. Somente o com-
prador pode liquidar a operação antecipadamente, se assim desejar, em um modelo de
contrato conhecido como “à vontade do comprador”. A liquidação pode ser somente
nanceira, podendo ser solicitada até V-3, terceiro dia útil anterior ao vencimento do
contrato, mediante venda à vista, pelo comprador, das ações compradas a termo.
Mercado Futuro
Assim como no mercado a termo, no mercado futuro são negociados contratos para li-
quidação em data futura, a preço xado. O preço é função do valor do ativo no merca-
do à vista e da taxa de juros esperada para o período. Porém, os dois mercados diferem
em aspectos operacionais, especialmente no que diz respeito à garantia e à liquidação.
A liquidação dos contratos futuros é calculada pelo preço médio dos negócios rea-
lizados com o ativo objeto no mercado à vista na data de vencimento. Entretanto, o
investidor que desejar pode sair de sua posição por meio de uma operação oposta
envolvendo o mesmo ativo objeto e mês de vencimento. Com isso, o investidor “zera”
a sua posição e não precisa ir para a liquidação física. Assim, a data de vencimento é
a última data em que os negócios podem ser encerrados por meio da realização dessa
operação inversa. Do contrário, a liquidação deverá ser obrigatoriamente física. Os
contratos têm vencimentos todos os meses, sempre na terceira segunda-feira.
Mercado de Opções
As opções sobre ações têm vencimento na terceira segunda-feira de cada mês. A liqui-
dação da negociação é realizada em D+1, no primeiro dia útil subsequente à negociação
e a liquidação do exercício é feita em D+3, no terceiro dia útil após o dia do exercício.
Açúcar Ouro
Mini Ibovespa
Créditos de carbono
3
O conceito surgiu a partir de acordos ambientalistas internacionais, como o Protocolo de Montreal, Eco92, Protocolo
de Kyoto e Rio+10. Em 1997, em Kyoto, as reduções voluntárias de CO2 se transformaram em obrigatórias. O Protocolo
de Kyoto estabelece que a emissão de CO2 deve ser reduzida em torno de 5% ao que era emitido em 1990.
8.2.3. Câmbio
O processo que envolve a compra e a venda, tanto no mercado primário como no secun-
dário, pode ser dividido em três fases: pré-negociação, negociação e pós-negociação.
Pré-negociação (Pré-trading)
Negociação (Trading)
Ocorre quando os investidores, representados pelas Corretoras ou Distribuidoras,
enviam ordens de compra e venda para o pregão eletrônico - sistema de negociação.
Para que a efetivação desse negócio seja concluída, é necessária uma terceira fase,
conhecida como pós-negociação.
Pós-negociação (Pós-trading)
Ocorre com as seguintes etapas da compensação, liquidação e custódia (guarda
dos ativos).
Fluxo da ordem
O cliente envia sua ordem ao intermediário e este insere a oferta no sistema de nego-
ciação, por meio de uma tela (terminal) de negociação, fornecida ou não pela BVMF.
Repassador
Pode ser Intermediário autorizado pela CVM e/ou Banco Central (não corretoras parti-
cipantes), vinculado à corretora do segmento Bovespa, ou Agente autônomo, vinculado
à corretora do segmento Bovespa e não sicamente lotado nas dependências destas.
Fluxo da ordem
O cliente envia sua ordem para o sistema de negociação por meio de tela de negociação
fornecida pelo ISV (Independent So ware Vendor) ou desenvolvida pela corretora.
O acesso direto do cliente nal deve ser autorizado/patrocinado por sua corretora.
O Direct Market Access (DMA) é um modelo de negociação que permite que o cliente
nal tenha acesso direto ao ambiente eletrônico de negociação em Bolsa, representado
e sob a responsabilidade do participante. Desta forma, o investidor pode enviar suas
próprias ofertas ao sistema de negociação e recebe, em tempo real, as informações de
mercado, incluindo o livro de ofertas.
Co-Location (Modelo 4)
. Liquidação por saldo bruto: A liquidação das operações ocorre para cada
operação por agente.
CENTRAL DEPOSITÁRIA
Todos os at ivos mant idos na Cent ral Deposit ária de At ivos pos-
suem codiƥcação ISIN (padronização int ernacional para a codiƥ -
CODIFICAÇÃO ISIN cação de t ít ulos ƥnanceiros, que at ribui a cada at ivo um código
único de ident iƥcação), o que permit e sua perf eit a ident iƥcação
em qualquer part e do mundo.
ESTRUTURA DECONTAS Est e procediment o viabiliza a prest ação de vários ser viços, mas
INDIVIDUALIZADAS EM NOME não implica em um relacionament o diret o ent re a inst it uição e o
DOS INVESTIDORESFINAIS invest idor ƥnal . O represent ant e do invest idor perant e a Cent ral
Deposit ária é sempre o agent e de cust ódia.
Este novo ambiente de gestão pro ssional faz com que o investidor veja os segmentos
de listagem diferenciadoscomo um criador de valor na empresa, in uenciando posi-
tivamente os resultados que espera obter com seu investimento.
. extensão para todos os acionistas das mesmas condições obtidas pelos con-
troladores quando da venda do controle da companhia;
8.5.2. Níveis 1 e 2
Na adoção das normas dos segmentos de listagem, além do Novo Mercado a Bolsa
criou ainda dois outros níveis diferenciados de governança corporativa, que apresen-
tam nível crescente de obrigações: Nível 1, Nível 2 e Novo Mercado.
O comparativo completo dos segmentos de listagem será visto nas próximas páginas,
mas destacamos a seguir alguns dos principais pontos dos Níveis 1 e 2:
Nível 1:
. Companhias listadas nesse segmento devem também manter um free oat mí-
nimo de 25% (ou seja, pelo menos 25% das ações não devem estar nas mãos do grupo
de controle da companhia, mas sim disponíveis para negociação no mercado);
As empresas candidatas ao Bovespa Mais são aquelas que desejam ingressar no mer-
cado de capitais de forma gradativa, ou seja, que acreditam na ampliação gradual da
base acionária como o caminho mais adequado à sua realidade, destacando-se as de
pequeno e médio porte que buscam crescer utilizando o mercado acionário como
uma importante fonte de recursos.
Permit e a
Permit e a Soment e ações ON
CARACTERÍSTI-
exist ência Permit e a exis-
Permit e a exist ên- exist ência de podem ser nego-
de ações ON t ência de ações
CAS DAS AÇÕES cia soment e de ações ON e ciadas e emit idas,
e PN (com ON e PN (conf or-
EMITIDAS ações ON PN (conf orme mas é permit ida a
direit os me legisl ação)
legislação) exist ência de PN
adicionais)
DISTRIBUIÇÕES PÚ-
Esf orços de dispersão acionária Não há regra
BLICAS DE AÇÕES
COMPOSIÇÃO DO
Mínimo de 5 membros, dos quais
pelo menos 20% devem ser inde-
CONSELHO DE Mínimo de 3 membros (conf orme legisl ação)
pendent es com mandat o uniƥcado
ADMINISTRAÇÃO
de at é 2 anos
DEMONSTRAÇÕES
Traduzidas para o inglês Conf orme l egisl ação
FINANCEIRAS
REUNIÃO PÚBLICA
ANUAL E CALENDÁ-
Obrigat ório Facult at ivo
RIO DE EVENTOS
CORPORATIVOS
DIVULGAÇÃO
Polít ica de negociação de valores mobiliários e
ADICIONAL DE Não há regra
INFORMAÇÕES * código de condut a
ADESÃO À CÂMARA
DE ARBITRAGEM DO Obrigat ório Facult at ivo Obrigat ório Facult at ivo
MERCADO
* a partir de 10/05/2011
* * para ações PN, passou de 80% para 100% a partir de 09/05/2011
8.6. Os Índices
Em cada mercado de ações existem inúmeros índices, cada um com objetivos dife-
rentes. Alguns procuram fazer uma média geral do mercado, outros de determinado
setor da economia, ou ainda medir, por exemplo, o desempenho das menores empre-
sas que estão na bolsa.
A lista a seguir apresenta alguns dos principais índices do mercado de ações brasi-
leiro. A lista completa, a descrição detalhada e a metodologia de cálculo de cada um
deles podem ser obtidas no site da BM&FBOVESPA. O Ibovespa, por ser o principal
deles, será analisado detalhadamente.
8.6.1. O Ibovespa
. Estar entre os ativos elegíveis que, no período de vigência das três carteiras
anteriores, em ordem decrescente de Índice de Negociabilidade4 (IN), represen-
tem em conjunto 85% do somatório total desses indicadores;
Um ativo que seja objeto de oferta pública realizada durante o período de vigência
das três carteiras anteriores ao rebalanceamento será elegível, mesmo sem estar lista-
do todo o período, desde que:
4
Índice de Negociabilidade é uma média geométrica entre a participação de uma ação no número de negócios (peso de
1/3) e em volume nanceiro negociado (peso de 2/3), sempre em relação ao total do mercado.
5
São ações cuja cotação seja inferior a R$ 1,00. Para detalhes sobre o enquadramento como penny stock para as metodo-
logias dos índices, consulte o Manual de De nições e Procedimentos dos índices da BM&FBOVESPA.
Free oat é o percentual das ações que estão “disponíveis para negociação no
mercado”, também chamadas de “ações em circulação”. Neste caso, entende-se
como “disponíveis” as ações que não pertencem ao controlador, às pessoas a ele
vinculadas, nem aos administradores e que não estão em tesouraria.
Se um ativo deixar de atender a dois dos critérios de inclusão citados, forem classi -
cados como Penny Stocks, entrarem em situação especial ou ainda se enquadrarem
em outros critérios estabelecidos pela BM&FBOVESPA, será excluído do índice.
Também nessa visão tradicional, tal ambiente é normalmente percebido como uma
organização menos formal (ainda que isso não signi que informalidade) de redes
de negociação em torno de alguns participantes e sem um local especí co (como os
antigos pregões de viva voz dos mercados de bolsa) para a realização das negociações,
muitas vezes fechadas por telefone ou mensagem eletrônica entre as partes, sendo
apenas registradas, posteriormente, junto à entidade administradora.
No que diz respeito aos mercados de bolsa e de balcão organizado, ou mercados orga-
nizados, como cita a norma, a instrução não criou conceitos, mas estabeleceu certas
características que de niriam um mercado como de bolsa ou de balcão organizado.
Nesse sentido, determinou, por exemplo, características que poderiam criar situa-
ções de risco para os investidores e que somente são admissíveis ao mercado de bal-
cão não organizado.
Por ser muito tênue a separação em bolsa e balcão, a CVM optou por não enunciar
conceitos distintos para mercados de bolsa e de balcão, propondo alguns critérios
para que seja possível classi car em um tipo ou em outro:
Para chegar à forma que tem hoje, a regulamentação dos mercados passou por di-
versas alterações ao longo do tempo. A informação sobre esses movimentos regu-
latórios, como veremos a seguir, pelo menos desde a instituição da CVM em 1976,
serve como um guia sobre as diferentes concepções e o caminho que se percorreu
para chegar à atual estrutura.
Desde 1985, reconhecendo que os títulos e valores mobiliários poderiam ser negociados
de forma privada, diretamente entre investidores (ou seja, sem a presença de institui-
ções nanceiras intermediárias), a CVM determinou que a simples presença de um
intermediário (sociedade ou pro ssional) na operação já a tornaria pública, no que se
entendeu como o mercado de balcão não organizado. Foi apenas em 1997 que uma
alteração na Lei nº 6.385/76 trouxe a distinção entre os dois mercados balcão, organi-
zados ou não, ainda que com conceito residual para este último: são aqueles em que as
negociações são realizadas com participação de instituições integrantes do sistema de
distribuição, que não seja realizada em mercados de bolsa ou balcão organizado.
Em 1996, a CVM editou nova norma substituindo a Instrução CVM nº 93/88 que até
então regulava os mercados de balcão organizado, xando regras para as entidades
que tivessem interesse de estabelecer tais sistemas organizados para negociação de
títulos e valores mobiliários de renda variável em mercado de balcão. Tais entidades
passaram a se constituir como órgãos autorreguladores, auxiliando a Comissão de
Valores Mobiliários a scalizar os seus respectivos participantes e as operações nelas
realizadas. Naquele mesmo ano, foi criada a então chamada Sociedade Operadora
do Mercado de Acesso (SOMA), que tinha por modelo mercados de balcão norte-
-americanos. Uma das principais características desse sistema informatizado que
conectava diversas instituições nanceiras era a existência de formadores de mercado
Como já mencionado brevemente, em 1997, a Lei nº 6.385/76 foi alterada para passar
a prever expressamente o mercado de balcão não organizado, bem como atribuindo
poder à CVM para expedir normas gerais sobre esse tema.
Em 2007, com a edição da Instrução 461, a CVM atualizou o marco normativo dos mer-
cados de valores mobiliários, modernização necessária para eliminar diversas lacunas
normativas então existentes e reduzir a rigidez da regulamentação, lidando, ao mesmo
tempo, com dois desa os do contexto mais amplo de mercado no Brasil e no mundo: o
movimento de desmutualização, como já visto no capítulo sobre Bolsa de Valores, e o
aumento da concorrência entre os mercados de bolsa e outros ambientes de negociação.
Antes de tratar especi camente dos mercados de balcão existentes no Brasil, não se
pode deixar de mencionar uma atualização importante nas regras relacionadas à in-
fraestrutura do mercado de capitais. Em 2013, a Lei nº 12.810, ao dispor sobre algu-
mas atividades, tratou das atividades de depósito centralizado e de registro de opera-
ções e valores mobiliários. Portanto, o registro do valor mobiliário é uma atividade
diferente da sua custódia em uma instituição nanceira ou do depósito centralizado
em uma central depositária.
9.2. A Cet ip
Histórico
9.3. Procediment os
Em sua atividade como registradora, realizada desde o início de sua atuação, desta-
cam-se ativos como CDBs, DIs, cotas de fundos, debêntures e derivativos. São ofere-
cidos ao mercado nanceiro módulos de suporte à distribuição de valores mobiliários
que possibilitam o registro eletrônico da colocação, o depósito e a liquidação nan-
ceira em benefício da segurança e da transparência. As instituições podem realizar a
operação em um mesmo ambiente, contemplando desde a distribuição primária até a
negociação em mercado secundário.
9.3.2. Depositária
9.3.3. Negociação
Essa solução traz ainda link de integração ao sistema da Associação Brasileira das
Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), permitindo que os par-
ticipantes que precisam reportar suas operações a essa entidade possam fazê-lo dire-
tamente a partir do sistema da Cetip. Para isso, basta ter uma autorização do parti-
cipante do mercado.
Débitos e créditos são lançados nas contas dos bancos liquidantes no Sistema de
Transferência de Reserva (STR) do Banco Central. Com o DVP, as operações são
nalizadas somente se os requisitos a seguir forem atendidos: os títulos devem estar
efetivamente disponíveis na posição do vendedor; e o comprador deve possuir os re-
cursos integrais para seu pagamento. Também são realizados o processamento de
TEDs e a liquidação de DOCs e de boletos bancários, garantindo segurança em tran-
sações interbancárias.
A gestão de risco é uma das tarefas mais importantes em uma entidade administra-
dora de mercado organizado de valores mobiliários. Nesse sentido, diversas soluções
são oferecidas, entre elas o Agente de Cálculo, que visa calcular diariamente o valor
marcado a mercado (Mark to the Market ) do portfólio de cada bene ciário nal
junto a uma instituição nanceira, o que pode ser realizado devido à centralização
e à padronização dos registros e à identi cação do bene ciário nal junto à Cetip.
Também pode ser mencionada a administração de colateral para cobertura das ex-
posições dos derivativos de balcão registrados, implementado em julho de 2011 e
atualmente utilizado por outras instituições no exterior.
Outra solução que propicia mitigação de riscos é a funcionalidade Cetip | DRRC, que
possibilita de nir um limite de risco diferente para cada parte, oferecendo facilidade
e custo operacional mais baixo quando comparados a outras formas de mitigação. Sua
principal vantagem é a mitigação do risco de crédito. É exível, pois as partes da opera-
ção estabelecem a periodicidade de apuração e um limite de risco. O limite pode ser uni-
lateral, em favor apenas de uma das partes da operação, ou bilateral, em favor das duas.
Diariamente, a Cetip apura a Taxa DI, índice de extrema relevância para o setor,
utilizado como indexador de inúmeras operações do mercado nanceiro.
CDA e WA
O Certi cado de Depósito Agropecuário (CDA) foi regulamentado para substituir o
“conhecimento de depósito” enquanto o Warrant Agropecuário (WA), por sua vez, é
um título de crédito que confere direito de penhor sobre a mercadoria descrita no CDA
correspondente. Ambos são títulos de execução extrajudicial. O CDA e o WA podem
ser garantidos por aval bancário ou seguro e negociados em conjunto ou isoladamente.
É uma promessa de entrega futura de produtos rurais (CPR de Produtos). Por meio
desse instrumento, seus emitentes — produtores rurais, suas associações e coopera-
tivas — recebem pagamento à vista relativo à venda de mercadorias. As CPRs têm
sido utilizadas como instrumento de nanciamento, proporcionando a negociação
da safra agrícola sem endividamento referenciado em taxas de juros e com redução
das pressões sazonais de preços das mercadorias. Trata-se de um título cambial nego-
ciável em mercado de balcão e em bolsa de mercadorias, nas seguintes modalidades,
com liquidação física ou nanceira.
A LCA é um título emitido por instituições nanceiras utilizado para captar recursos
para o agronegócio. Criados em 2004, esses papéis têm como um de seus atrativos,
atualmente, o fato de que, para investidores pessoa física, os rendimentos são isentos
de Imposto de Renda. O registro do título na Cetip exige também o registro do las-
tro, que pode abarcar, neste caso, um rol de diferentes garantias, como soja, café, boi
ou outra mercadoria.
Pode ser emitida por empresas ou pessoas físicas, tendo instituição bancária como
contraparte, con gurando um instrumento de crédito ágil, que pode ser emitido com
ou sem garantia, real ou dejussória. A remuneração da CCB pode ser baseada em
uma taxa pre xada, taxa utuante (DI, Selic), índice de preços e variação cambial.
Em 2008, o Colegiado da CVM concluiu que as CCBs serão valores mobiliários caso a
instituição nanceira em favor das quais elas foram emitidas realize uma oferta pública
de CCBs e exclua sua responsabilidade nos títulos. Dessa forma, não estariam sujeitas
ao regime imposto pela Lei nº 6.385/76 caso não sejam objeto de oferta pública e a insti-
tuição nanceira permaneça responsável pelo seu adimplemento, hipótese em que po-
derão circular no mercado sem estar sujeitas à regulamentação e scalização da CVM,
assim como os demais títulos de emissão de instituições nanceiras, como os CDBs.
Export Note
São títulos representativos de créditos em moeda estrangeira a serem recebidos futu-
ramente, originados da venda de mercadorias ou serviços para o exterior. Lastreiam
contratos de compra e venda entre o exportador e as empresas estrangeiras importa-
doras. A presença do contrato mercantil de compra e venda é fundamental para asse-
gurar legalidade à operação. O comprador pode ser qualquer investidor, instituição
nanceira ou não, sem que haja necessidade de estar ligado ao comércio exterior. Já o
vendedor, necessariamente, terá de ser exportador.
Em 2013, o acentuado movimento de alta do dólar fez crescer a procura das empre-
sas por mecanismos de proteção contra oscilações da moeda norte-americana. Uma
mostra desse movimento foi o incremento do volume das operações de Termo de
Moedas, contrato usado como hedge por importadores e exportadores.
Por ser um contrato de balcão, a modalidade Termo de Moeda é uma das mais pro-
curadas especi camente pelas empresas em momentos de oscilação cambial. É um
produto simples e fácil de ser contratado e utilizado para quem quer mitigar o risco
de oscilações. Como não é um derivativo padronizado, detalhes como vencimento
e valor podem ser ajustados de acordo com as necessidades de cada cliente, além de
terem sempre um banco como contraparte.
Títulos Públicos
Por força da Lei nº 6.385/76, os títulos públicos não se enquadram na de nição de
valor mobiliário, sendo aqui citados apenas para informação quanto aos produtos
negociados no mercado de balcão.
. Debêntures
. Nota Comercial
. Cotas de Fundos
As corretoras são instituições nanceiras com múltiplas funções. Sua principal ati-
vidade é a execução de ordens de compra e de venda de ativos para seus clientes, mas
podem também auxiliar o investidor por meio da disponibilização de informações
de análise de investimentos, provenientes de seus departamentos técnicos ou de ter-
ceiros. Outra atividade que as Corretoras e Distribuidoras podem realizar é a admi-
nistração de Fundos de Investimentos. Elas são remuneradas através da cobrança de
taxas pelos serviços prestados.
. Assessoria de especialistas;
Os agentes autônomos de investimento são pessoas físicas que atuam como prepostos
dos integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários, especialmente as
corretoras. Como opção, podem também exercer as suas atividades sob a forma de
sociedade ou rma individual, desde que constituídas exclusivamente para esse m.
Para exercer suas atividades, os agentes autônomos devem ser credenciados por en-
tidade autorizada pela CVM, que mantenha uma estrutura de autorregulação, ado-
tando, entre outros, código de conduta pro ssional para a atividade. Para o creden-
Esses pro ssionais se responsabilizam pela gestão dos recursos de seus clientes, e
podem assumir, por exemplo, a gestão da carteira de fundos ou clubes de investimen-
tos. Eles são responsáveis pelas decisões sobre os tipos de ativos nanceiros que farão
parte da carteira que administram, e em que proporção, considerando, entre outros
fatores, os riscos e as políticas de investimentos pré-de nidas.
Registro e cancelamento
A administração de carteira só pode ser exercida por pessoa natural ou jurídica auto-
rizada pela CVM. A obtenção do registro depende da comprovação de certos requisi-
tos. As pessoas físicas devem ter reputação ilibada, curso superior e comprovada ex-
periência. As pessoas jurídicas devem, entre outras exigências, manter departamento
especializado em análise.
O que se busca ao conceder a autorização apenas para pro ssionais e empresas que
atendam aos requisitos é assegurar que os administradores de carteira tenham as com-
petências mínimas necessárias e a reputação desejada para o desempenho da função.
Informações
Além disso, sempre que divulgar publicamente dados com base em desempenho his-
tórico das carteiras administradas ou de valores mobiliários e índices de mercado de
capitais, o administrador de carteira de valores mobiliários deve acrescentar, com des-
taque, a seguinte mensagem: “A ADMINISTRADORA ALERTA QUE RESULTADOS
OBTIDOS NO PASSADO NÃO ASSEGURAM RESULTADOS FUTUROS”.
Segregação de atividades
Para reduzir potenciais con itos de interesse, a gestão de carteira deve estar comple-
tamente segregada das demais atividades desempenhadas pelo administrador de car-
teira. Para isso, procedimentos operacionais devem ser adotados, como a segregação
física de instalações.
Responsabilidades do administrador
A pessoa física ou jurídica, no exercício da atividade de administração de carteira
de valores mobiliários, é responsável, civil e administrativamente, pelos prejuízos
Mudanças a caminho
A CVM estuda algumas alterações, debatidas em audiência pública, nas normas que
regem a atividade de administrador de carteiras. Uma das mudanças propostas, diz
respeito aos requisitos para obtenção da autorização, que poderá exigir a aprovação
em exame de certi cação em substituição ao critério “experiência” atualmente exigi-
do. As vantagens dessa possível mudança são a maior objetividade do critério e a pos-
sibilidade de exigência de uma manutenção periódica da certi cação, que garantirá
a constante atualização de conhecimentos desses pro ssionais.
Outra proposta diz respeito à gestão de riscos. Nas regras atuais não há exigência
de informação da política de gestão de riscos do administrador. A nova proposta
pretende introduzir uma seção especí ca sobre o assunto, estabelecendo requisitos
mínimos, como os procedimentos para identi car e acompanhar a exposição das
carteiras aos variados tipos de riscos, os métodos de preci cação dos ativos, os
pro ssionais envolvidos e a periodicidade de revisão da política.
O Analista, além de ser aprovado em prova de quali cação técnica, deve obedecer ao
código de conduta pro ssional da entidade que o credenciou. Deve evitar situações
de con ito de interesses, buscando informações idôneas e dedignas, para usar
como base em suas análises e recomendações.
A atividade pode ser exercida de forma autônoma ou vinculada. O analista deve agir
com integridade e ética pro ssional e manter independência em relação à pessoa ou
instituição a que estiver vinculado.
Assim como ocorre com outros prestadores de ser viços do mercado de valores
mobiliários, os consultores devem ser credenciados na CVM para desempenhar
suas atividades. O objetivo é criar mecanismos de proteção ao investidor, de
forma a impedir situações de potencial conflito de interesses, manipulação de
mercado ou uso de informações privilegiadas.
O home broker é uma ferramenta de acesso aos mercados da bolsa, oferecida por
quase todas as corretoras, por meio da qual os investidores podem negociar di-
retamente pela internet, enviando ordens de compra e venda. Pelo home broker,
os investidores podem também verificar a execução das ordens e ter acesso às
cotações dos ativos negociados.
Algumas corretoras oferecem pacotes, que podem incluir acesso via web, aplicativos
para dispositivos móveis ou programas especiais para análises dos ativos. As ferra-
mentas e os custos de utilização, podem variar entre as instituições e até entre dife-
rentes pacotes de tarifas oferecidos por uma mesma corretora.
Além do home broker, as instituições oferecem outras formas para envio de or-
dens, como a mesa de operações. Esse ser viço coloca um grupo de profissionais
à disposição dos clientes, para orientação e execução de ordens.
Além de chat e email, o acesso à mesa de operações é realizado por telefone, o que
torna esse meio de acesso uma contingência para o investidor do home broker em
caso de falha das conexões via internet.
. Escrito;
Além disso, a instrução passou a exigir que o intermediário mantenha registro com-
probatório de todas as ordens solicitadas pelos clientes, inclusive gravação de voz,
quando realizada por telefone.
As ordens somente poderão ser executadas se transmitidas por escrito, por telefone
ou outros sistemas de transmissão de voz, ou ainda sistemas eletrônicos de conexões
automatizadas. Independente da forma de transmissão, todas as ordens devem ser
registradas, identi cando o horário do recebimento, o cliente que as tenha emitido e
as condições de execução.
. Ordem limitada: é aquela que deve ser executada somente a preço igual ou
melhor do que o especi cado pelo cliente (esta é a modalidade de ordem mais
utilizada);
. Ordem on stop: também conhecida como “ordem stop”, é aquela que espe-
ci ca um nível de preço que, se atingido, criará uma nova ordem, essa sim de
compra ou venda, com características previamente de nidas pelo investidor.
Uma ordem on-stop de compra deve ser executada a partir do momento em que, no
caso de alta de preço, ocorra um negócio a preço igual ou superior ao preço especi-
cado. Somente neste momento será disparada a ordem de compra.
Uma ordem on-stop de venda deve ser executada a partir do momento em que, no
caso de baixa de preço, ocorra um negócio a preço igual ou inferior ao preço especi-
cado, o que disparará a criação da ordem de venda.
. Validade para o dia: só é válida para o dia em que foi encaminhada (inclusi-
ve no a er market, se o ativo estiver disponível para negociação neste período);
. Validade até a data especi cada: a oferta terá validade até a data especi -
cada (até 30 dias);
. Validade até cancelar: a oferta terá validade até que o investidor a cancele
(até 30 dias);
Nas negociações via home broker, o investidor deve veri car o tipo de ordem que po-
derá ser executada. Para algumas modalidades, pode ser necessário o contato direto
com a mesa de operações da instituição.
Como foi visto no capítulo sobre bolsa de valores, o pregão é o ambiente em que efeti-
vamente ocorrem as negociações. É o espaço que permite o encontro de compradores
e de vendedores que, após analisarem as ofertas de compra e venda, poderão realizar
o fechamento das operações.
Por muito tempo, o pregão era realizado em um espaço físico nas instalações da bolsa,
onde os corretores se encontravam pessoalmente, com cadernetas e telefones através
dos quais recebiam ordens, encontravam contrapartes e registravam operações.
A partir de 2005 na Bovespa e de 2009 na BM&F (que na época eram sociedades dife-
rentes) o pregão presencial, chamado de pregão viva-voz, foi extinto, passando as ne-
gociações a serem realizadas única e exclusivamente através dos sistemas eletrônicos.
10.5. Af t er Market
. Só podem ser negociados papéis que estejam no índice Ibovespa e/ou IBrX-
100 e que tenham sido negociados durante o pregão regular do dia;
Para os papéis que estejam sendo negociados no after market, as negociações são
consideradas como realizadas no próprio dia. Portanto, as ordens com validade
para o dia podem ser executadas no período adicional. Da mesma forma, uma
compra no pregão normal e uma venda no after market caracterizam uma ope-
ração de day trade1.
O objetivo dos leilões é evitar variações bruscas nas cotações dos ativos por situa-
ções ou ordens consideradas atípicas. Ao ser atingido algum dos parâmetros esti-
pulados, a negociação do ativo é suspensa e ele entra em processo de leilão por um
prazo determinado. Durante o leilão, os participantes e investidores têm a oportu-
nidade de analisar a situação e, se for o caso, ajustar sua posição.
1 Operações de compra e venda realizadas em um mesmo dia, de um mesmo título, pela mesma sociedade corretora
(distribuidora), de um mesmo comitente, cuja liquidação é exclusivamente nanceira.
A bolsa estabelece também limites com relação à negociabilidade. Assim, para uma
ação não negociada nos últimos 5 pregões ou na hipótese de ação estreando, a opera-
ção deverá se realizar em leilão de 15 minutos.
Nesse sentido, de “oferecer um tempo para que o mercado se ajuste”, o circuit breaker
tem objetivo semelhante ao do leilão, com a diferença que o leilão considera ativos
isolados, enquanto que no circuit breaker todo o pregão da bolsa é suspenso.
Por esse mecanismo, a bolsa impõe limites para a variação negativa do índice boves-
pa que, se atingidos, interrompem as negociações. Dependendo da força da queda do
índice2, as regras de interrupção dos negócios mudam.
Se o Ibovespa cair 10%, os negócios serão interrompidos por 30 minutos. Reaber tos
os negócios, se a queda atingir 15%, a interrupção passa a ser de uma hora. Se,
novamente após a reaber tura dos negócios, a oscilação negativa chegar a 20%, a
bolsa poderá suspender os negócios em todos os mercados, por prazo definido a
seu critério. Nessa hipótese, a decisão deverá ser comunicada ao mercado.
2
Sempre considerada em relação ao fechamento do dia anterior.
Abrangência e Competitividade
Cada Formador de Mercado poderá se credenciar para representar mais de uma ação
ou mais de uma debênture de empresas diferentes, podendo também representar
mais de um ativo por empresa. Deverá, entretanto, solicitar à bolsa credenciamento
especí co para cada ativo em que desejar atuar.
Além disso, uma mesma ação ou debênture poderá ter mais de um Formador de
Mercado, em um modelo competitivo. No entanto, a bolsa estabelecerá o limite
máximo de formadores para cada ativo.
Por esse contrato, o Formador de Mercado poderá ser remunerado. Poderá, ainda, re-
ceber, com o objetivo exclusivo de proporcionar suporte operacional ao seu trabalho,
numerário para a liquidação de operações.
Regras de Negociação
As ofertas de um ativo que conta com Formador de Mercado competem em condi-
ções de igualdade com as demais ofertas do mercado. A bolsa, como forma de incen-
tivar a atividade, poderá conceder vantagens de custo.
Além disso, para garantir transparência ao mercado, a bolsa mantém uma lista atuali-
zada com a relação de formadores credenciados, os respectivos ativos e as característi-
cas principais da operação.
Por m, o serviço de custódia dos ativos também é taxado. Há dois tipos de cobrança.
Uma de manutenção de conta, mensal, variável dependendo da conta estar com ou
sem movimentação e do tipo de ativo custodiado. Outra sobre o valor em custódia,
que é uma taxa mensal e calculada regressiva e cumulativamente sobre o valor da
carteira no último dia útil do mês de forma pro rata, com isenção para até determi-
nada faixa de valor. Essas taxas são cobradas dos intermediários, mas alguns deles
optam por não repassar esse custo ao cliente, como diferencial comercial.
É muito importante lembrar que, além das taxas e custos incidentes sobre as opera-
ções, os investidores estão sujeitos à cobrança de impostos, conforme determinação
da Secretaria da Receita Federal do Brasil.
Com respeito aos proventos, como os dividendos e os juros sobre capital próprio, o
Banco de Títulos se encarrega de reembolsar o doador, na mesma data e no mesmo
montante, e debita os valores do tomador. No que se refere aos eventos realizados em
ativos, como as boni cações, grupamentos e desdobramentos, o investidor doador
recebe os ativos objeto do empréstimo com as quantidades ajustadas.
Portanto, o aluguel de ações pode ser uma operação vantajosa tanto para o doador,
desde que conheça as informações completas sobre a operação, incluindo os direitos
que perderá durante o prazo do contrato, quanto para o tomador, que pode utilizar
do mecanismo para suas estratégias de operação.
Ainda assim, podem ocorrer falhas no sistema de entrega dos ativos. Com o in-
tuito de saná-las, a bolsa realiza operações especiais, de modo a permitir que os
vendedores faltantes cumpram com suas obrigações e os compradores recebam o
que compraram. Uma dessas operações consiste na realização de uma operação de
empréstimo, na qual o vendedor assume a posição de tomador do empréstimo no
BTC, por meio de um sistema conhecido como BTC automático. Porém, para que
essa operação se concretize, o ativo desejado deve estar disponível para emprésti-
mo no Banco de Títulos.
Se não houver ativo disponível para aluguel, inicia-se operação de recompra do ativo. A
ordem de recompra, como é chamada, é uma operação em que a Bolsa autoriza o par-
ticipante representante do investidor comprador da operação, a realizar a recompra do
ativo que havia sido adquirido na data da operação e não recebido por falta de entrega.
A ordem tem até 2 dias para ser realizada pelo intermediário, ou seja, de D+4 até
D+6. O participante tem até D+7 para con rmar a execução da ordem de recompra.
Uma vez realizada a recompra, a liquidação obedece aos procedimentos normais do
mercado. Assim, na hipótese de a recompra ter sido realizada em D+6 e, pelo fato
Importante destacar que o Agente de Compensação responsável pela falta da entrega as-
sume todas as despesas da operação, como também possíveis diferenças entre os valores
da compra e da recompra.
Se o participante não con rmar a recompra, a câmara considera que a ordem não foi
executada e a operação ca sujeita às regras de reversão de operações, a menos que a
ordem não tenha sido executada pelo fato de o ativo objeto da recompra estar, duran-
te o período da recompra, com as negociações suspensas. Nessa hipótese, a ordem
de recompra será válida pelos 3 dias subsequentes ao reinício dos negócios do ativo.
O processo de recompra pode ser também cancelado, havendo concordância das par-
tes, desde que o ativo objeto da operação seja entregue pela parte faltosa à câmara de
compensação e liquidação da bolsa, observadas as condições do regulamento da bolsa.
Ressarcimento de prejuízos
O que caracteriza essa categoria de investidor é o fato de ele não possuir residência ou
sede no Brasil, independente de sua nacionalidade. Apesar de grande parte dos inves-
tidores não residentes serem estrangeiros, um brasileiro também pode ser investidor
não residente caso esteja domiciliado no exterior. Portanto, o termo “Investidores
não Residentes” é mais preciso que o termo “Investidor Estrangeiro”, embora este seja
mais popular no mercado.
O representante deve conhecer muito bem o investidor não residente, pois ele deve
evitar a intermediação de operações que envolvam recursos oriundos de atos ilícitos,
devendo adotar práticas, procedimentos e condutas a serem observados, seguidos e
aplicados por seus colaboradores e dirigentes.
10.14.2. Custodiante
A origem do termo “derivativos” está associada à ideia de que os preços desses contratos
possuem estreita ligação, ou seja, derivam dos preços do ativo subjacente ao contrato.
11.2. Finalidades
Hedge (Proteção)
Arbit ragem
Especul ação
É como um seguro de preço. Tem como objetivo proteger o valor de um ativo contra
possíveis variações futuras. Uma empresa com dívida em dólar, por exemplo, pode
comprar contratos futuros desta moeda, se protegendo contra perdas que poderiam
ser causadas por aumento na cotação da moeda. Da mesma forma, um pecuaris-
ta pode assumir uma posição vendedora no mercado futuro, garantindo o preço de
venda e se protegendo contra queda no preço da arroba do boi gordo.
11.2.2. Arbitragem
O arbitrador é o participante que tem como meta o lucro, mas praticamente não assu-
me riscos. A estratégia do arbitrador é comprar no mercado em que o preço está mais
barato e vender no mercado em que está mais caro, lucrando um diferencial de compra
e venda praticamente imune a riscos, porque sabe exatamente por quanto irá comprar e
vender. Normalmente o diferencial de preços utilizado pelo arbitrador para realizar suas
operações é muito pequeno, e os lucros vêm da quantidade e do volume das operações.
11.2.3. Especulação
O especulador pode manter posições em aberto de um dia para o outro, por períodos
mais ou menos longos, como pode, também, fazer uma aposta direcional de preços
ao longo de um mesmo dia, realizando uma compra e uma venda não simultâneas
para o mesmo vencimento, na mesma sessão de negociação, executando o chamado
day-trade. Ao nal daquele dia, seu resultado será a diferença apurada entre preço de
venda e preço de compra.
A Importância do Especulador
Como já foi demonstrado, o arbitrador também não assume riscos. O único partici-
pante que assume risco é o especulador, que entra no mercado arriscando seu capital
em busca de lucro. Dessa forma, o fato de os especuladores abrirem e encerrarem
Como as posições assumidas pelos especuladores são muito arriscadas e eles não
precisam do ativo-objeto, não costumam permanecer por muito tempo no mercado e
di cilmente carregam suas posições até a data de liquidação do contrato. A operação
de especulação mais conhecida é a day-trade, que consiste na abertura e no encerra-
mento da posição no mesmo dia.
A especulação não deve ser confundida com “manipulação”, que é a compra ou venda
de ativos em mercado com a nalidade de criar falsa aparência de negociação ativa e,
assim, in uenciar a ação dos demais investidores. A BM&FBOVESPA, assim como
todas as bolsas, bem como a Comissão de Valores Mobiliários, monitoram as nego-
ciações de forma a coibir, identi car e punir a manipulação, que é sujeita a sanções
administrativas e até penais.
Deve-se entender o mercado futuro como uma evolução do mercado a termo. Você se
compromete a comprar ou vender certa quantidade de um bem (mercadoria ou ativo
nanceiro) por um preço estipulado para a liquidação em data futura.
Se, no vencimento do contrato, a valorização do ouro for inferior à taxa pre xada
negociada entre as partes, receberá a diferença a parte que comprou taxa pre xada
e vendeu ouro. Se a rentabilidade do ouro for superior à taxa pre xada, receberá a
diferença a parte que comprou ouro e vendeu taxa pre xada.
Você deve observar que a operação de swap é muito semelhante à operação a termo,
uma vez que sua liquidação ocorre integralmente no vencimento.
MERCADO DEBALCÃO
MERCADO ORGANIZADO
CARACTERÍSTICAS NÃO ORGANIZADO
(BOLSA)
(OTC)
Fonte: Opciones Fin ancier as, Un En foque Fu ndamental. Prosper Lamonte. Editor a
Macgr aw-H ill, 1993, retir ado de Sér ie Int rodutór ia – Mercados de Der ivativos – BM&F.
Uma posição em derivativos pode ser de nida como o saldo líquido dos contratos ne-
gociados pelo mesmo contratante para a mesma data de vencimento. O participante
abre uma posição quando assume uma posição comprada ou vendida em determina-
do vencimento que anteriormente não possuía.
Classi ca-se um participante em vendido (short) ou comprado (long) de acordo com sua
posição líquida em determinado vencimento. Se o número de contratos vendidos for maior
que o número de contratos comprados, sua posição será vendedora (short); caso contrário, a
posição será compradora (long). É importante frisar que a posição líquida é xada para um
único vencimento do mesmo contrato.
Exemplo 1
Se esse participante tivesse comprado 30 contratos de dólar para março e vendido 20 con-
tratos de dólar para esse mesmo vencimento, qual seria sua posição líquida?
Exemplo 2
Derivativos agrícolas
O mercado de derivativos responde a uma necessidade genuína da comercialização de
determinadas mercadorias. Por exemplo, nos Estados Unidos, a colheita de trigo é re-
alizada apenas durante algumas semanas, enquanto o consumo do cereal ocorre o ano
todo. Então, alguém precisa carregar a mercadoria, até que seja consumida por inteiro,
arcando com os custos de aquisição, armazenagem e transporte, e sujeitando-se aos
riscos das variações de preço.
Somente o mercado de derivativos pode oferecer ao agricultor (que pretende vender sua
produção, assim que efetuar a colheita, pelo melhor preço) e ao processador ou usuário
do produto (que espera comprar o produto no decurso do ano, pelo melhor preço) os
meios de garantir sua necessidade de xação de preço, por meio de operações de hegding.
Derivativos Ʋnanceiros
A principal aplicação dos derivativos nanceiros diz respeito à possibilidade de
proteção (hedge). Empresas que tenham contratos de exportação, importação ou
que, de alguma forma, possuam créditos a receber ou obrigações a cumprir em
moedas estrangeiras podem se proteger contra variações adversas na moeda que
A mesma situação ocorre com empresas que estejam sujeitas às taxas de juro interna-
cionais ou que queiram se proteger da volatilidade dessas taxas. Investidores indivi-
duais e fundos de investimento nanceiro, possuidores de carteiras de ações, podem
utilizar os derivativos de índice de ações para proteger o valor de suas carteiras diante
das oscilações de preço das ações.
Os derivativos também podem ser utilizados para investimento. Sobre isso, é bom
lembrar que os derivativos são ativos de renda variável e devem ser considerados
como investimentos de risco.
Gerenciamento de Riscos
A partir dos conceitos de nidos, pode-se concluir que derivativos são instrumentos
nanceiros utilizados, em essência, para gerenciar riscos, uma vez que seu valor de-
pende de outros ativos aos quais se referem. Como já visto, os derivativos podem ser
utilizados de quatro formas: como mecanismo de proteção, elevação de rentabilidade
(alavancagem), especulação e arbitragem.
Essas quatro formas de utilização se confundem, pois não é muito fácil distinguir
as fronteiras que as separam. Com o avanço das comunicações, o crescimento das
relações comerciais e a globalização, o capital adquiriu grande mobilidade e os deri-
vativos, sem dúvida, tornaram-se importantes veículos para o aumento da e ciência
em uma economia altamente competitiva em âmbito mundial.
Ausência de Ausência de
POSIÇÕES Int ercambialidade Int ercambialidade
int ercambialidade int ercambialidade
Observe que:
Exemplos de Utilização
Imagine a situação do cafeicultor ainda no início da produção. Ele não tem ne-
nhuma garantia do preço que poderá ser praticado ao nal da safra. Examine duas
hipóteses possíveis:
Você já percebeu que, neste exemplo, o cafeicultor correrá o risco de queda acentu-
ada nos preços, enquanto o torrefador correrá o risco de alta nos preços do café no
mercado à vista.
Agora que você entendeu a natureza do risco de cada participante do exemplo, monta-
se uma operação a termo de maneira a eliminar os riscos associados às atividades de
cada um. Para eliminar os riscos de variações adversas de preço, o cafeicultor e o
torrefador podem realizar uma operação a termo, tendo como base os pressupostos
do exemplo a seguir.
Suponha que, pelo preço de R$100,00/saca de 60kg, o cafeicultor consiga pagar todos
os custos de produção e ainda obter lucro razoável em sua atividade. Considere tam-
bém que R$100,00 seja o preço máximo que o torrefador poderá pagar para auferir
lucro e não ter prejuízo em sua atividade.
Resultados da operação
Hipótese A: safra recorde e consequente queda nos preços. Suponha que o preço esta-
belecido no nal da safra seja de R$90,00/saca. O produtor obterá êxito nessa operação,
pois conseguirá vender sua produção por R$100,00, preço superior ao estabelecido pelo
mercado (R$90,00). Os custos de produção serão cobertos e a lucratividade, garantida.
O torrefador pagará preço mais alto do que o estabelecido pelo mercado a vista, mas que
Hipótese B: escassez de café no mercado e consequente alta nos preços. Suponha que
o preço estabelecido pelo mercado à vista no nal da safra seja de R$120,00/saca.
Neste caso, quem obterá êxito será o torrefador, que comprará por R$100,00 uma
mercadoria cujo valor de mercado é de R$120,00. O produtor venderá a mercadoria
ao torrefador por preço inferior ao estabelecido pelo mercado, mas que cobre todos os
seus custos de produção e garante lucratividade razoável para sua atividade.
Conclusão
No mercado de ações, operações a termo são bastante frequentes, admitindo diversas mo-
dalidades: comum (em reais); em dólares ou em pontos (naqueles em que o preço a termo
é indexado) e exível (quando se admite a troca do ativo objeto depositado em garantia).
O comprador a termo usualmente vende ações que estavam em sua carteira para
aplicar o resultado da venda em papéis de renda xa (ou em outros ativos de risco).
No vencimento, resgata sua aplicação original e reconstitui sua posição em ações li-
quidando a operação a termo (comprando as ações). Já o vendedor a termo, quando
faz uma operação nanceira, geralmente toma dinheiro emprestado para comprar
ações no mercado a vista e usá-las como garantia em vendas a termo. No vencimento,
com o dinheiro da venda de ações paga o empréstimo inicial. Em ambos os casos, os
agentes têm condições de precisar o resultado nal da estratégia em termos de taxa
de juro. Há muitas variantes dessas operações envolvendo empréstimo de ações e
liquidações antecipadas, todas realizadas dentro dos parâmetros (de prazos, preços e
tipos de ativos) admitidos pela bolsa.
Tal como no contrato a termo, você se compromete a comprar ou a vender certa quanti-
dade de um bem (mercadoria ou ativo nanceiro), por um preço estipulado, para liqui-
dação em data futura. A principal diferença é que, no mercado a termo, os compromissos
são liquidados integralmente nas datas de vencimento; no mercado futuro, esses compro-
missos são ajustados nanceiramente às expectativas do mercado acerca do preço futuro
daquele bem, por meio do procedimento de ajuste diário (que apura perdas e ganhos).
A padronização dos contratos é condição imprescindível para que a negociação possa ser
realizada em bolsa. Imagine um pregão no qual cada um dos participantes negociasse
determinado tipo de boi ou café com cotações e unidades de negociação diferentes. A ne-
gociação de pregão seria impraticável. Graças à padronização, os produtos em negociação
se tornam completamente homogêneos, tornando indiferente quem está comprando ou
vendendo a mercadoria. Todas as condições sob as quais os ativos serão transferidos de
uma contraparte para outra são estabelecidas por meio das especi cações do contrato,
de nidas pela bolsa. Apenas dois itens podem variar na BM&FBOVESPA: o número de
contratos ofertados e o preço negociado entre as partes.
Diversas commodities e ativos nanceiros servem como base para contratos futuros.
Veri ca-se, no entanto, que muitas outras commodities ou ativos nanceiros não têm
contratos futuros. Você poderia, por exemplo, questionar a razão pela qual produtos
como arroz e feijão não possuem contratos futuros.
Assim, os participantes recebem seus lucros e pagam seus prejuízos de modo que o
risco assumido pela câmara de compensação das bolsas se dilua diariamente até o
vencimento do contrato. O ajuste diário é uma das grandes diferenças entre os mer-
cados futuro e a termo. Neste, há um único ajuste na data de vencimento, de maneira
que toda a perda se acumula para o último dia. Logo, o risco de não cumprimento do
contrato é muito maior do que nos mercados futuros, em que os prejuízos são acerta-
dos diariamente. O mecanismo de ajuste diário será mais bem ilustrado adiante, com
exemplos de operações no mercado futuro.
Caso o pagamento do ajuste diário negativo devido não seja efetuado, a BOVESPA
intervém, utilizando a margem depositada em garantia para saldar o prejuízo e en-
cerrar a posição inadimplente, de forma a evitar o risco de acumulação de perdas que
possam afetar a segurança do mercado.
. Da própria BM&BOVESPA.
Para mitigar o risco de não cumprimento do contrato futuro gerado por eventual di-
Exemplo
D+0 2.621
Resultado da exportação
Resultado geral
R$78.660,00/US$30.000,00 = R$2,622/dólar
Caso ocorresse alta na taxa cambial, o resultado do mercado futuro para o exportador
seria negativo e, ao mesmo tempo, o resultado da exportação seria maior. No entanto,
o resultado geral seria o mesmo, mantendo, assim, a taxa de câmbio da operação. O
inverso ocorreria para o importador. Portanto, para ambas as partes, as cotações do
dólar foram pre xadas, contendo perdas de preço em suas operações comercias.
Como visto, um dos principais motivos pelo qual os contratos futuros somente são
negociados em bolsa é a necessidade de controle e de garantias. É neste ponto que
se destaca a importância da câmara de compensação, ou clearing house, no cumpri-
mento das obrigações assumidas pelos participantes, pois ela se torna compradora de
todos os vendedores e vendedora de todos os compradores, controlando as posições
em aberto de todos participantes e realizando a liquidação de todas as operações.
Esse sistema de liquidação diária e de garantias não só permite que os hedgers utili-
zem os mercados futuros com e ciência, mas também que outros investidores com
objetivos distintos, como especuladores e arbitradores, participem desse mercado por
meio de grande variedade de estratégias operacionais. Com a atividade das clearing:
. A liquidação nanceira dos contratos futuros foi facilitada, já que estes eram
padronizados e podiam ser trocados facilmente. Se, como consequência de su-
cessivas operações, um participante é, simultaneamente, comprador e vendedor,
sua posição na câmara de compensação é liquidada. As contrapartes de cada um
desses negócios mantêm seus direitos e suas obrigações originais. A vantagem
adicional é que se tornou possível a entrada no mercado de pessoas que não têm
interesse de entregar ou de receber a commodity. Ou seja, viabilizou a participa-
ção de especuladores e investidores, aumentando a liquidez das operações.
. Cada transação possui uma terceira parte, pois a Clearing passa a ser o com-
Atualmente, há opções negociadas sobre uma in nidade de ativos e bens, como ações
de uma empresa, índices de preços, contratos futuros, títulos do Tesouro e mercado-
rias. As opções são negociadas tanto em bolsa quanto no balcão.
. Prêmio: é o valor pago pelo titular ao lançador da opção para ter direito de
comprar ou de vender o objeto da opção;
. Preço de exercício: preço pelo qual o titular pode exercer seu direito;
. Data de exercício: último dia no qual o titular pode exercer seu direito de
comprar ou de vender, conhecido como data de vencimento da opção.
. Opção de venda (ou put): o titular adquire o direito de vender o objeto do con-
trato, mas não a obrigação, por preço xo (preço de exercício), em data futura acor-
dada pelas partes (data de exercício ou de vencimento). Para ceder o direito de venda
ao titular/comprador, o lançador/vendedor recebe um valor chamado de prêmio.
11.10.2. Classiƥcações
Quanto ao Modelo
. Modelo americano: a opção pode ser exercida a qualquer momento, até a
data de vencimento acordada entre as partes.
Quanto ao Objeto
. Opção sobre mercadoria a vista ou disponível: quando o objeto da opção é
um ativo ou uma mercadoria negociada no mercado a vista.
O titular acredita que o preço a vista do ativo-objeto (PV) vai subir e que, na data de ven-
cimento, será maior que o preço de exercício (PE) mais o prêmio pago. Caso isso ocorra,
exercerá seu direito de comprá-lo pelo preço de exercício, quando poderá vendê-lo por
preço maior no mercado à vista, obtendo lucro na operação.
Observe que, se o preço à vista atingir 125, exercerá seu direito de comprar por 100 e
venderá o ativo-objeto no mercado à vista por 125, obtendo lucro de 25 (125 – 100).
Como ele gastou 10 com o prêmio, seu lucro líquido será de 15.
Essa operação apresent a prejuízo limit ado ao prêmio pago pelo t itular
da opção, ou seja, seu risco est á limit ado ao prêmio da opção. Os lucros,
porém, são ilimitados, uma vez que, quanto mais o preço a vista (PV)
subir além do nível determinado por PE + prêmio, maior será o ganho do
t itular da opção.
Essa operação tem prejuízo ilimit ado para o l ançador. Quanto mais o
preço a vist a subir para além do nível determinado por PE + prêmio,
maior será a perda para o l ançador da opção.
O comprador da put acredita que o preço à vista do ativo-objeto (PV) vai cair e que,
na data de vencimento, será menor que o preço de exercício (PE) menos o prêmio pago
(PR). Caso isso ocorra, exercerá seu direito de vender pelo preço de exercício e recom-
prará o ativo-objeto pelo preço menor no mercado à vista, obtendo lucro na operação.
Observe que, se o preço à vista atingir 50, exercerá seu direito de vender o ativo-objeto
por 100 e o recomprará no mercado à vista por 50, obtendo lucro de 50 (100 – 50). Como
ele gastou 10 com o prêmio, seu lucro líquido será de 40.
O lançador da put acredita que o preço à vista do ativo-objeto (PV) vai subir e que, na
data de vencimento, será maior que o preço de exercício (PE) menos o prêmio (PR). Caso
isso ocorra, cará com o valor do prêmio pago pelo comprador da opção. Por outro lado,
se o preço à vista cair e alcançar valores menores que o PR, poderá ser exercido.
Swap consiste em um acordo entre duas partes para troca de risco de uma posição
ativa (credora) ou passiva (devedora), em data futura, conforme critérios preestabele-
cidos. As trocas (swaps) mais comuns são as de taxas de juro, moedas e commodities.
No mercado de swap, você negocia a troca de rentabilidade entre dois bens (mercado-
rias ou ativos nanceiros), a partir da aplicação da rentabilidade de ambos a um valor
em reais. Por exemplo: swap de ouro × Ibovespa.
Exemplo
Imagine que a empresa GHY possui ativo de R$10.000.000,00 pre xado a 17% ao ano
para receber em 21 dias úteis e que quer transformar seu indexador em dólar + 10% sem
movimentação de caixa. Para isso, contrata um swap, cando ativo em dólar + 10% e
passivo em 17%, ao mesmo tempo em que o banco X, que negociou o swap com a em-
presa, ca ativo a uma taxa pre xada em 17% ao ano e passivo em dólar + 10% ao ano.
A empresa GHY está exposta ao risco de alta na taxa de juro pre xada no swap. No
vencimento do contrato, serão aplicadas as variações dos indexadores sobre o valor
referencial, conforme demonstrado a seguir. Suponha que, no período, a variação
do câmbio foi de 2%.
Como a variação cambial mais 10% cou acima dos 17% estipulado pela taxa pré,
pode-se concluir que a empresa GHY receberá do banco X o valor líquido de
A palavra swap signi ca troca, ou seja, ao fazer uso de um contrato de swap as contra-
partes trocam uxo de caixa baseado em prazo, valor de referência e variáveis. É na
regra da formação de parâmetros que ocorre a valorização de um contrato de swap.
Conceitos Importantes
. Variável: preço ou taxa que será apurada ao longo de um período para va-
lorizar o parâmetro.
Exemplos:
. Swap pré × taxa de DI: trocam-se uxos de caixa indexados a uma taxa
pre xada por uxos indexados à taxa de DI.
Swap de moeda
Contrato em que se troca o principal e os juros em uma moeda pelo principal mais
os juros em outra moeda.
Exemplo:
Swap de índices
Exemplo:
Swap de commodities
Contrato por meio do qual duas instituições trocam uxos associados à variação de
cotações de commodities.
Comprador paga
para t er o direit o As part es se
Comprador e vendedor são obrigados a de comprar (ven- obrigam a t rocar o
NATUREZA DO comprar ou a vender cert a quant idade de der) e vendedor result ado líquido
CONTRATO uma commodit y a det erminado preço e em ƥca obrigado a das dif erenças
det erminada dat a f ut ura vender (comprar) ent re dois Ʀuxos
se a cont rapart e de rendiment os
exercer seu direit o
Exist ência de um
Exist ência de sist ema de garan- Exist e a opção de
Assumido pel a
RISCOS um sist ema de t ias para opções t er um sist ema de
cont rapart e
garant ias negociadas em garant ias
bol sas
Comprador e
vendedor depo- Soment e o vende-
Dependent e das sit am margem de dor (chamado l an-
Dependent e das
rel ações de crédit o garant ia na bol sa. çador) é obrigado a
DEPÓSITO DE rel ações de crédit o
ent re as par t es. As variações diá- deposit ar margem
SEGURANÇA ent re o comprador
Inexist e mecanis- rias de preços são de garant ia. Mas
e o vendedor
mo de ajust e diário compensadas no não há ajust es
dia seguint e pelo diários
ajust e diário
Impossibilidade de
encerrar a posição Em geral , não exis-
Int ercambialidade Int ercambialidade
POSIÇÕES ant es da dat a da t e int ercambialida-
de posições de posições
liquidação do de de posições
cont rat o
A análise de investimentos tem por objetivo de nir expectativas de preços futuros ba-
seado em um conjunto de técnicas, que podem ser usadas de forma integrada, ou sepa-
radamente, dependendo da especialização do analista e da forma como os diversos pro-
ssionais interagem no processo de recomendação, escolha e decisão de investimentos.
. Seleção de Portfolios
. Análise Técnica
Valor Presente
Combinação de Ativos
Melhor Momento
O melhor momento para adquirir as ações ou títulos. Para isso podem ser utilizadas
séries temporais de preços, ltros e outras referências estatísticas.
Os objetivos de investimento são variados. Uns investem com foco no curto prazo,
outros pensam em um horizonte de tempo mais longo. Há investidores mais conser-
vadores com relação ao risco, outros mais moderados, enquanto alguns são agressivos.
Em relação aos objetivos, há os investidores do tipo buy and hold, que compram e
mantêm os ativos com objetivos bem de nidos, e os buy and sell, que compram e
vendem com base na rentabilidade esperada para um período.
Vejam no quadro abaixo alguns exemplos que combinam o tipo de investidor, o per l
provável e o objetivo de investimento.
PADRÕES DE PERFIL
HORIZONTEDO OBJETIVO DE
INVESTIDORES EMPRESAS OU RETORNO-RISCO
INVESTIMENTO INVESTIMENTO
ATIVOS
HTF Cur t íssimo Prazo Qual quer At ivo Muit o Agressivos Compra e Vende
Compra e Mant ém
Pagadoras de
Conser vadores ou para objet ivos de
PESSOA FÍSICA Longo Prazo Dividendos ou de
moderados aposent adoria ou
boa Governança educação dos ƥl hos
Compra e Venda
depois de cumprido
PESSOA FÍSICA Médio Prazo Não t em pref erência Agressivos
o objet ivo de rent a-
bilidade
Portanto, a análise de investimento deve ser exível. O analista deve construir mode-
los que considerem o per l do investidor e suas expectativas.
Os analistas são pro ssionais que elaboram relatórios de análise, com opiniões e re-
comendações que auxiliam os investidores no processo de tomada de decisão de in-
vestimento. A atividade pode ser exercida de forma autônoma ou vinculada.
Esses pro ssionais geralmente são classi cados em duas categorias: os analistas sell
side, que emitem parecer de avaliação em relatórios para investidores e usualmente
trabalham em departamento de research em instituições nanceiras; e os analistas
buy side, que avaliam empresas como apoio a administradores de portfólios e geral-
mente trabalham em gestoras de ativos, independentes ou não.
Não existe uma referência exata de quem foi o precursor da Análise Fundamentalista.
Ela está muito associada ao crash da bolsa de valores nos Estados Unidos em 1929 e
à depressão econômica que se seguiu, e durou praticamente por toda a década de 30.
Nessa época, começou a car claro que os investidores não podiam prescindir de
informações econômicas e nanceiras das empresas. Apesar de já existirem análises
baseadas em grá cos, cada vez mais era necessário avaliar o desempenho nanceiro
e contábil das empresas para veri car , por exemplo, sua capacidade de crescimento
e de geração de lucros. Os primeiros livros a tratar do assunto foram Graham(1934),
com o livro Security Analysis, e Williams(1938), e eory of Investment Value.
A análise fundamentalista tem como base a noção de que o valor real de uma empre-
sa está relacionado às suas características nanceiras – perspectivas de crescimento,
uxos de caixa e risco.
É uma loso a de investimento que busca objetivos de médio e longo prazo. Pressu-
Tudo isso acarreta distorções entre o valor de mercado e o valor potencial, o que
refuta o princípio da racionalidade de que o mercado sempre preci ca corretamente
o valor das ações.
Valor Potencial
Valor calculado em função das expectativas do uxo de Caixa, considerando o ho-
rizonte temporal da análise, potencial de alavancagem, a taxa de desconto e risco
associado ao retorno exigido, intenções de investimentos e de fusões e aquisições e a
taxa de crescimento no período e na perpetuidade.
Valor de Mercado
É o valor re etido pela cotação de mercado ao longo do tempo.
. Gitman (2001): “o valor de uma ação, (...), é igual ao valor atual de todos os
benefícios futuros que se espera que ela ofereça. Esses benefícios são vistos como
uma série de dividendos distribuídos durante um horizonte temporal in nito”.
. Damodaran (1999): um ativo deve ser avaliado tomando por base seu uxo
de benefícios futuros, considerando a in uência do ambiente interno e externo
à empresa.
Existem duas vertentes de análise que diferem basicamente pela importância na or-
denação de fatos que interferem no valor da empresa.
Análise econômica
O desempenho das empresas e dos ativos nanceiros está intimamente ligado ao de-
sempenho da economia. Este, por sua vez, pode ser in uenciado pelo ambiente polí-
tico, por valores éticos e pelo cenário internacional.
Análise Setorial
Um setor é caracterizado por agrupar empresas que possuem uma estrutura produ-
tiva semelhante ou que oferecem bens e serviços similares. A análise setorial é uti-
lizada para determinar o posicionamento e o potencial de desenvolvimento de uma
empresa em relação ao seu setor de atuação.
Para isso, são analisados fatores, conhecidos como forças competitivas, tais como o
nível de concorrência, a ameaça de novos entrantes ou de produtos substitutos e o
poder de barganha dos consumidores e fornecedores.
Essas forças permitem identi car se existem mais oportunidades ou ameaças para a
empresa. A análise setorial busca quanti cá-las, para a realização de projeções quanto
a preços praticados, estrutura de demanda, estrutura de oferta, estrutura mercadoló-
gica, concorrência, fornecimento, tecnologia empregada e qualidade da mão de obra.
Em R$ milhões
Caixa e aplicação
ƥnanceira Passivo Circul ant e Fornecedores
At ivo Circul ant e:
2012: 2.415 Emprést imos
Cont as a receber no 2012: 3.378
curt o prazo Sal ários a pagar
2011: 2.203 2011: 1.275
Impost os a pagar
Estoques
Capit al social
Pat rimônio líquido
Reservas
2012: 1.306
2011: 1.250 Lucros e Prejuí-
zos acumul ados
R$ milhões
2012 2011
2012 2011
R$ milhões
TRABALHO - PESSOAL E
802,97 21,71 634,26 20,14
ENCARGOS SOCIAIS
GOVERNO - IMPOSTOS,
1.743,40 47,13 1.472,35 46,76
TAXAS ECONTRIBUIÇÕES
CAPITAL PRÓPRIO -
6,33 0,17 7,2 0,23
LUCROS RETIDOS
. Market Value Added - MVA: sua visão é de médio e longo prazo. Pode ser
representado pelo valor presente da soma dos EVA´s futuros, cuja periodicidade
vai depender do grau de maturação dos investimentos no tempo. Empresas de
energia devem ter seu MVA medido para períodos de 10 anos. Empresas com
maior giro de ativos podem ter seu MVA medido para períodos de 5 anos.
. Objetivos de investimento.
Meio Ambiente
. Água
. Minérios
. Manejo Florestal
. E ciência Energética
. Satisfação do Consumidor
. Direitos Humanos
. Direitos Trabalhistas
. Governança
A inserção dos fatores ESG, integrado aos fatores econômicos, nos modelos de valua-
tion pode mudar o conceito de agregação de valor, pela incorporação progressiva
das externalidades provocadas pelo processo circular de produção e consumo e que
podem representar novas percepções quanto à reputação das empresas.
Foi, entretanto, Charles Dow que formulou, no século XIX, os princípios fundamentais
para o desenvolvimento da análise técnica, inicialmente chamada de Teoria da Grá ca
e depois de Teoria Dow. Ele morreu em 1902, sem ter visto o crash de 1929, depois de
ter fundado o Wall Street Journal e o Dow Jones Industrial Average (o nome Jones vem
de Edward Jones, sócio fundador da Dow Jones & Company), que servia de base para
suas pesquisas sobre evolução dos preços das ações. Dow jamais escreveu um livro,
apenas artigos e cartas que, em 1922, foram transformadas em um livro, compilado por
William Peter Hamilton, chamado “ e Stock Market Barometer” .
O mais prudente é usar o método de análise técnica, que indica o momento mais ade-
quado de compra ou venda, combinado com a análise fundamentalista, que indica o
que comprar e qual o seu valor potencial.
A Teoria Dow está voltada para a interpretação dos movimentos de mercado. Dow
criou o Dow Jones Industrial Average, composto de 12 empresas industriais e do
setor de transporte. A partir do comportamento do índice, ele desenvolveu vários
princípios relacionados a tendências e sinais de reversão.
“A con guração grá ca dos preços tende a se relacionar com a direção que eles
tomarão no futuro”.
Dow foi o primeiro a enunciar que as ações do mercado se movem juntamente, se-
guindo a trajetória das empresas mais representativas, o que tornava possível medir a
intensidade das oscilações através de uma média. Foi, assim, o precursor da metodo-
logia de formulação de índices de comportamento das bolsas.
A Teoria Dow foi a primeira semente de um conjunto de estudos de grá cos de preços e
volumes, que evoluiu e se so sticou, e que medem as forças de oferta e procura nos mer-
cados de ações. Dow identi cou quatro fases que se repetem na formação dos preços:
Nesses períodos existem sinais que caracterizam a mudança de uma fase para outra
e que se mostram através de guras.
Ralph Elliot desenvolveu este método de análise em seu livro “ e Wave Principles”,
em que diz que o mercado de ações funciona baseado em um padrão de cinco ondas
nas tendências de alta e três ondas nas tendências de baixa.
Frost & Pretcher (1990) mostram que, em um ciclo completo de alta, existe o ciclo
completo do mercado de ações.
TENDÊNCIA PRIMÁRIA 1 1 2
ONDAS PRIMÁRIAS 5 3 8
ONDAS INTERMEDIÁRIAS 21 13 34
GráƲco em Linha
Cada dia ou período é um ponto que pode ser o preço médio, o preço de fechamento
ou uma média móvel.
GráƲco de Barras
Cada dia ou período é descrito por uma barra que mostra os preços de abertura, má-
xima, mínima e fechamento. É o padrão mais usado pelos analistas atualmente e serve
como referência para análise de guras de continuidade e reversão de tendências.
É igual ao grá co de barras com a diferença que as barras são re etidas em cores,
contendo as mesmas referências de preços de abertura, máxima, mínima e fechamen-
to. As cores geralmente são branca e preta, podendo, alternativamente, serem verde
e vermelha dependendo das características do sistema grá co em que é analisado.
A cor é branca quando o preço de fechamento é maior do que o de abertura, e preta
quando ocorre o contrário.
Escala: a apresentação dos grá cos pode ser feita em escala aritmética ou logarít-
mica. Esta tem a vantagem de amortecer movimentos atípicos e costuma mostrar a
tendência primária com mais nitidez, facilitando a análise comparada com as linhas
de tendências e indicadores técnicos.
Gaps de Preços: ocorrem quando o preço mínimo de mercado em um dia está acima
do preço máximo do dia anterior. No caso de o mercado estar em tendência de baixa,
o comportamento é inverso. Quando os movimentos estão contidos dentro de ten-
dências primárias de alta ou baixa, os gaps de preço devem ser fechados no futuro,
mas no caso de reversão de tendência, o fechamento do Gap pode não acontecer.
Suporte: representa uma linha de preços em que a pressão compradora é maior, seja
nas referências de tempo intraday, diária, semanal, mensal, etc.
12.2.4. Figuras
. Retângulos: são típicos sinais de inde nição de tendência dos preços, geral-
mente con rmando as tendências do período.
Formações de reversão
Ombro Cabeça Ombro de topo
Formação de dois topos (fundos), consecutivos no mesmo nível, identi cados pela
letra M (W). A formação é con rmada após rompimento do último topo (fundo), e o
objetivo é calculado projetando para cima (para baixo) a amplitude da última perna
de baixa (alta), de forma que a formação seja simétrica com sua porção anterior. A
gura ombro cabeça ombro pode ser caracterizada como um caso especial de topo
ou fundo Triplo.
Essas formações serão apenas citadas pela maior complexidade de sua descrição:
. Deriva
. Diamante
Existe na realidade uma grande quantidade de indicadores. Isso sugere que, no mo-
nitoramento das operações, os analistas façam uma análise de correlação entre eles,
para evitar que re itam exatamente o mesmo comportamento, evitando consultas
desnecessárias.
. Índice Estocástico;
. Momentum.
A média móvel simples representa a média dos preços médios ou de fechamento in-
dicados no grá co de barras e posicionados ao nal do período, que pode ser de
curto, médio e longo prazo. A média mais usada costuma ser de 21 dias, que re ete o
número de dias úteis do mês.
Indicadores de Volatilidade
Re etem as bandas em que as tendências de mercado se movimentam. São muito im-
portantes para detectar mudanças atípicas de volatilidade que podem indicar maior
nervosismo do mercado ou reversão de tendência.
. Bandas de Bollinger
. Keltner Channel
Volume
Analisar tecnicamente o mercado não é possível sem que se faça o acompanhamento do
volume de negócios nas bolsas. Todas as análises baseadas em tendências, guras, in-
dicadores e médias são mais próximas da realidade quando con rmadas pelo volume.
Movimentos de preços devem ser con rmados pelos movimentos de volume, ainda
mais em um mundo globalizado. Isso é mais importante nos momentos de acumula-
ção de preços, no nal de ciclos de baixa, ou de distribuição, no nal de ciclos de alta,
em especial para investidores comuns.
Investidores com objetivos orientados para períodos menores devem olhar com aten-
ção o comportamento dos volumes das ações, analisando preço e volume sob a máxi-
cai oscil a respeit ando um preço mínimo compradora bol sa em f ase de acumulação
sobe oscil a respeit ando um preço máximo vendedora bol sa em f ase de dist ribuição.
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