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Sistemas de Equacoes Lineares2013

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Estudos Lógicos Matemáticos I

Prof. Emerson dos Reis Dias - 2013

SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES

Primeiramente vamos falar do conceito de uma equação linear, pois, o mesmo é muito importante por se
tratar das partes de um Sistema Linear.

Segundo Santos (2000: 97), “equação linear é toda equação da forma a1 x1  a 2 x 2  a 3 x 3  ...  a n x n  b em

que a 1 , a 2 , a 3 , ..., a n são números reais, que recebem o nome de coeficientes das incógnitas x 1 , x 2 ,

x 3 , ..., x n , e b é um número real chamado termo independente.”

Vejam a seguir alguns exemplos de equações lineares:

a) 3x + 5z - 4y = 10 b) -5t + 6g – 5h = - 5 – 2z

Já as equações a seguir não são lineares:

a) sx – 3z + 3x = 5 b) j 2 - 5r = 6t – 6 c) h - 3d = - 4f + 8

Sistemas Lineares

Segundo Santos (2000: 217), Sistemas lineares são:

Um conjunto de equações lineares da forma:

�a11 x1  a12 x2  a13 x3  ...  a1n xn  b1


�a x  a x  a23 x3  ...  a2 n xn  b2
�21 1 22 2

...

...


...

�am1 x1  am 2 x2  am3 x3  ...  amn xn  bn

é um sistema linear de m equações e n incógnitas.

A solução de um sistema linear é a n-upla de números reais ordenados (r 1 , r 2 , r 3 , ..., r n ) que é,


simultaneamente, solução de todas as equações do sistema.

Podemos relacionar um sistema de equações lineares, por meio de uma equação matricial da seguinte
forma:
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 a11 a12 ... a1n   x1   b1 


a a 22 ... a 2 n  x  b 
 21  2  2
Considere a matriz A =  a31 a32 ... a3n  , a matriz X =  x3  e a matriz B = b3  , nestas condições,
     
   ...     
a m1 am2 ... a mn   x n  bn 

resolver o sistema de equações lineares acima se reduziria na resolução da equação matricial AX= B, fato
este que poderá ser verificado ao efetuar a multiplicação da matriz A pela matriz X e igualando o resultado
à matriz B.

Sistema Normal

Um sistema é normal quando tem o mesmo número de equações (m) e de incógnitas (n) e o determinante
da matriz dos coeficientes associada ao sistema linear é diferente de zero.

Se m = n e det A  0, então o sistema é normal.

Veja a seguir como determinar se um sistema linear é normal:

x  y  0

2 x  3 y  z  2
3x  z  4

Para determinar se um sistema é normal devemos confirmar duas verdades que são:

1ª - m = n

m = 3, n = 3  m =n, confirmamos a primeira verdade.

2ª - det A  0

1 1 0
det A = 2 3 1 = -4 que é diferente de 0.
3 0 1

Portanto, o sistema é normal.

Veja a seguir um exemplo de um sistema que não é normal:


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x  y  3

y  z  5
t  w  5

Pare e pense! Será que você já sabe por que este sistema não é normal?

Temos m = 3 e n = 5  m  n.

Logo, o sistema não é normal.

Falaremos agora da Regra de Cramer que é um dispositivo para o cálculo de um sistema normal.

Temos, portanto:

Dxi
xi 
D

Em que i  {1, 2, 3,..., n}, D = det A é o determinante da matriz incompleta associada ao sistema, e Dxi é
o determinante obtido pela substituição, na matriz incompleta, da coluna i pela coluna formada pelos
termos independentes.

A regra de Cramer é um instrumento importante para a resolução de sistemas normais.

Veja a seguir a resolução de dois exemplos:

2 x  y  7
a) 
2 x  3 y  3
Devemos primeiramente calcular o determinante.

2 1
2 3

Para calcular o determinante, multiplicaremos os elementos da diagonal principal e subtrairemos da


multiplicação dos elementos da diagonal secundária.

(2. –3) – (1. 2) = -8

Como – 8 é diferente de 0 e m = n o sistema é normal , podemos utilizar a regra de Cramer para resolvê-
lo.
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2 1�
Substituindo, na matriz dos coeficientes  2 , a coluna C 1 (coluna 1) pela coluna formada pelos
 3�

termos independentes, encontramos:

7 1
Dx =
3 3

D x = +(7. -3) – (1. 3)  -21 – 3 = -24

Substituindo, agora, C 2 (coluna 2) pela coluna dos termos independentes, encontramos:

2 7
D y =
2 3

D y = +(2. 3) – (7. 2)  6 – 14 = -8

Assim:

Dx
x
D

 24
x 3
8

Dy
y
D

8
y 1
8

Logo, (x, y) = (3, 1) é a solução do sistema dado.

Podemos fazer a “prova” dos valores encontrados substituindo no sistema. Veja a seguir:

2 x  y  7

2 x  3 y  3
2(3)  1  7

2(3)  3(1)  3
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6  1  7

6  3  3
7  7

3  3
As duas sentenças matemáticas são válidas, portanto os valores encontrados são verdadeiros.

x  y  z  3

b) 2 x  y  z  0
3x  y  2 z  6

m=n=3

1 1 1
D = 2 1 1
3 1 2

1 1 1 1 1
D = 2 1 1 2 1
3 1 2 3 1

D = + ( 1. 1. 2 + -1. -1. 3 + 1. 2. -1) – ( -1. 2. 2 + 1. -1. -1 + 1. 1. 3) = 3  0

Como o sistema é normal, podemos utilizar a regra de Cramer:

Para determinarmos o D x devemos substituir a primeira coluna pelos termos independentes.

0 1 1 0 1
Dx = 3 1 1 3 1
6 1 2 6 1

D x = + ((0. 1. -1) + (-1. –1. 6) + (1. 3. -1)) – ((-1. 3. 2) + (0. -1. -1) + (1. 1. 6))

D x = + (0 + 6 -3) – (-6 + 0 + 6)

Dx =3
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Para determinarmos o D y devemos substituir a segunda coluna pelos termos independentes.

1 3 1 1 3
D y = 2 0 1 2 0
3 6 2 3 6

D y = + ((1. 0. 2) + (3. -1. 3) + (1. 2. 6)) – ((3. 2. 2) + (1. -1. 6) + (1. 0. 3))

D y = + (0 - 9 + 12) – (12 -6 + 0)

D y =-3

Para determinarmos o D z devemos substituir a terceira coluna pelos termos independentes.

1 1 3 1 1
D z = 2 1 0 2 1
3 1 6 3 1

D z = + ((1. 1. 6) + (-1. 0. 3) + (3. 2. -1)) – ((-1. 2. 6) + (1. 0. -1) + (3. 1. 3))

D z = + (6 + 0 – 6) – (-12 + 0 + 9)

D z =3

Assim, teremos:

Dx 3 Dy 3 Dz 3
x  1 y   1 z  1
D 3 D 3 D 3

Logo, (x, y, z) = (1, -1,1) é a solução deste sistema.

Podemos fazer a “prova” dos valores encontrados substituindo no sistema. Veja a seguir:

x  y  z  3

2 x  y  z  0
3x  y  2 z  6

1  (1)  1  3

2(1)  (1)  1  0
3(1)  (1)  2(1)  6

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1  1  1  3

2  1  1  0
3  1  2  6

3  3

0  0
6  6

As três sentenças matemáticas são válidas, portanto os valores encontrados são verdadeiros.

EXERCÍCIOS

Exercício 1

Considerando a equação linear 2x + 3y – z = 7, faça o que se pede.

a) Classifique como verdadeira ou falsa cada uma das afirmações:

I. O terno ordenado (6, -2, -1) é solução dessa equação.

II. O terno ordenado (1, 1, 2) é solução dessa equação.

b) Determine os valores de p e q de modo que os ternos ordenados (2, 1, p) e (-1, q, 3) sejam soluções
dessa equação.

Exercício 2

Os sistemas de equações são úteis para resolver diversos tipos de problema. Veja a situação a seguir e
resolva-a.

A qualidade de um café depende de seu blend, que é uma mistura de variedades de grãos de uma ou mais
regiões produtoras. De acordo com os tipos de grãos misturados e da proporção aplicada, pode-se variar o
sabor e o aroma do café, ajustando-os às exigências dos consumidores.

Uma indústria produz uma marca de café misturando as variedades tupi e catuaí amarelo. O café tupi,
depois de processado, tem o custo de R$ 2,40 por quilograma, e o catuaí amarelo, de R$ 2,80. Se o custo
de 1 kg da mistura das duas variedades, após o processamento, é de R$ 2,64, quanto há de cada
variedade em 1 kg da mistura?
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Exercício 3

Resolva o sistema abaixo utilizando a regra de Cramer.

�x  2 y  2 z  1

�x  2z  3
� y  z 1

REFERENCIAL DE RESPOSTAS

Exercício 1

a)

I. Verdadeiro, pois 2.6 + 3.(-2) – (-1) = 7

II. Falsa, pois 2.1 + 3.1 – 2 ≠ 7

b) Valor de p Valor de q

2.2 + 3.1 – p = 7 2.(-1) + 3.q – 3 = 7

4+3–p=7 -2 + 3q – 3 = 7

p=0 q=4

Exercício 2

Para resolvermos esse problema, vamos indicar x e y, respectivamente, as qualidades de café tupi e de
catuaí amarelo que compõem 1 kg da mistura.

Assim teremos:

�x  y  1 �y  1  x (I)
� ��
�2, 40 x  2,80 y  2, 64 �2, 40 x  2,80 y  2, 64 (II)
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Substituindo (I) em (II), obtemos:

2,40x + 2,80 (1 – x) = 2,64

2,40x + 2,80 – 2,80x = 2,64

-0,40x = -0,16

x = 0,4

Substituindo x por 0,4 em (I), obtemos y = 0,6.

Concluímos que 1 kg dessa mistura contém 0,4 kg de café tupi e 0,6 kg de café catuaí amarelo.

Exercício 3

Primeiro calcule o determinante da matriz: Det(A) = -2

Em seguida, calcule o Dx, Dy e Dz de acordo com a regra.

Dx = -10

Dy = -4

Dz = -2

Finalmente, encontre os valores das incógnitas x, y e z.

Dx 10
x  5
D 2

Dy 4
y  2
D 2

Dz 2
z  1
D 2

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