2007 - CM Moçambique - Estratégia Da Propriedade Intelectual 2008 - 2018
2007 - CM Moçambique - Estratégia Da Propriedade Intelectual 2008 - 2018
2007 - CM Moçambique - Estratégia Da Propriedade Intelectual 2008 - 2018
CONSELHO DE MINISTROS
ESTRATÉGIA DA PROPRIEDADE
INTELECTUAL
2008 - 2018
1
6.4.2. Agregar valor à produção nacional................................................................................... 30
6.4.3. Priorizar e incentivar as soluções técnicas locais. ............................................................. 31
6.4.4. Favorecer o desenvolvimento do distrito com base na incorporação da propriedade
intelectual nos produtos locais .......................................................................................... 32
6.4.5. Estimular a utilização estratégica da propriedade intelectual pelas Pequenas e Médias
Empresas (PMEs) como forma de incentivar a competitividade e inovação.................... 33
6.5. Conhecimento Tradicional e Biodiversidade. ................................................................... 34
6.5.1. Divulgar e consciencializar o sistema da propriedade intelectual no seio dos detentores
dos conhecimentos tradicionais. ....................................................................................... 38
6.5.2. Estabelecer um quadro jurídico eficaz de promoção e tutela dos recursos genéticos e dos
conhecimentos tradicionais. .............................................................................................. 39
6.5.3. Favorecer a aquisição e tutela dos direitos da propriedade intelectual pelas comunidades
locais. ................................................................................................................................ 40
6.6.3. Promover a investigação, identificação, inventariação, industrialização, exploração e
comercialização dos recursos genéticos e dos conhecimentos tradicionais associados.
Elaborar e implementar uma Agenda Nacional de investigação e inovação para a
utilização sustentável dos recursos da biodiversidade genética moçambicana e dos
conhecimentos tradicionais associados............................................................................. 40
6.5.4. Promover, monitorar e controlar a exploração do conhecimento tradicional no país....... 41
6.6 Criatividade e Desenvolvimento da Industria Cultural. .................................................... 42
6.6.1. Divulgar o sistema da propriedade intelectual em todos sectores da sociedade............... 44
6.6.2. Incentivar a criatividade no seio dos autores, artistas intérpretes e executantes............... 45
6.6.3. Fortalecer e expandir o sistema de gestão colectiva abrangente do direito de autor e dos
direitos conexos............................................................................................................................. 45
6.6.4. Valorizar e promover a indústria cultural nacional........................................................... 47
6.7 Gestão do Sistema da Propriedade Intelectual ........................................................................ 48
6.7.1. Criar mecanismos inter-institucionais de coordenação e harmonização de políticas e
legislação em PI ............................................................................................................................ 49
6.7.2. Garantir capacitação institucional e formação do pessoal das instituições de
administração da propriedade intelectual...................................................................................... 49
6.7.3. Adequar os mecanismos legais e de coordenação de modo a responderem eficazmente às
acções de combate à contrafacção e pirataria. .............................................................................. 50
6.7.4. Reforçar a tutela dos direitos da propriedade intelectual .................................................. 51
6.7.5. Garantir a sustentabilidade financeira do sistema. .............................................................. 52
ANEXO I: Glossário ......................................................................................................................... 54
ANEXO II: Matriz de Acção da Propriedade Intelectual................................................................. 57
Utilização estratégica da propriedade intelectual pelos agentes económicos.................................... 67
Quadro jurídico eficaz de promoção e tutela dos recursos genéticos e dos conhecimentos
tradicionais. ....................................................................................................................................... 74
Incentivos e apoio ao desenvolvimento de criação artística.............................................................. 78
Objectivo Estratégico 20............................................................................................................... 79
2
Expandir o sistema de gestão colectiva a todo país........................................................................... 79
Existência de mecanismos para promoção da indústria cultural e protecção dos direitos dos
criadores. ........................................................................................................................................... 80
Existência de mecanismos inter-institucionais de coordenação e harmonização de políticas e
legislação em Propriedade Intelectual ............................................................................................... 81
Instituições de administração da propriedade intelectual mais capacitadas, com pessoal
melhor formado. ................................................................................................................................ 82
Mecanismos legais e de coordenação adequados para resposta eficaz às acções de combate à
contrafacção e pirataria...................................................................................................................... 83
Reforçada a tutela dos direitos da Propriedade Industrial ................................................................. 84
3
1. INTRODUÇÃO
Na actual sociedade de conhecimento e de globalização constitui eixo fundamental de
progresso a valorização e a promoção da criatividade, inovação e competitividade. A
dinâmica global já evidenciou a importância fulcral da Propriedade Intelectual (PI) na
realização deste objectivo. Com efeito, o sistema da propriedade intelectual é uma área
transversal que visa a valorização das ideias humanas promovendo, desta maneira, a
competitividade, o progresso e desenvolvimento das nações.
No entanto, o país não estabeleceu ainda uma visão comum que deverá inspirar o referido
quadro, o que tem provocado alguns problemas de harmonização no sector.
O PARPA preconiza no seu ponto 223 o seguinte para que a C&T possa jogar um papel
estratégico, deve ser estabelecido um sistema nacional de C&T completamente desenvolvido.
Por exemplo, tal sistema incluirá políticas directivas e estratégias das instituições públicas e
privadas, que geram um conhecimento (i.e. pesquisa científica), que transforme o
conhecimento em produtos, serviços e soluções (i.e. o resultado de inovação), que desenvolva
recursos humanos (por exemplo, sector de educação) que dirija e coordene o sistema (i.e.
MCT) e também os papéis, relações e ligações entre os intervenientes dentro do sistema de
C&T que deve ser estabelecido e correctamente mantido para permitir o funcionamento do
sistema tal como se exigido.
5
Neste sentido, efectuaram-se consultas a nível provincial e nacional envolvendo diversas
instituições do Estado, comunidades locais, instituições de investigação cientifica,
universidades, artistas, agentes económicos e a sociedade civil em geral.
Para além disso, foi realizado um estudo sobre a situação da propriedade intelectual e os seus
níveis de conhecimento e utilização com o apoio da Organização Mundial da Propriedade
Intelectual. Os resultados do referido estudo foram importantes para o diagnóstico da situação
da propriedade intelectual no país e ajudaram a delinear os problemas que merecerão maior
atenção nas acções a serem definidas e desenvolvidas no futuro.
6
2. CONTEXTO
A Estratégia da Propriedade Intelectual insere-se no âmbito dos esforços do Governo de
Moçambique visando dinamizar o processo de Investigação e Desenvolvimento (I&D), a
industrialização do país, a criação cultural, a valorização dos recursos locais e da criatividade
local e, neste contexto, o estabelecimento de um quadro jurídico e institucional cada vez mais
adequado a incentivar e consolidar o fortalecimento da PI em Moçambique.
No quadro desses esforços e ciente de que a PI constitui um dos suportes mais importantes
para as actividades de Investigação e Desenvolvimento (I&D) susceptíveis de favorecer a
inovação necessária para a competitividade das empresas o Governo, reafirmando o
compromisso de incentivar a criatividade e de proteger o produto dessa criatividade através de
mecanismos que assegurem a atribuição dos direitos de exploração exclusiva e a repressão da
concorrência desleal, incluindo a pirataria e a contrafacção, pretende consolidar o quadro
institucional até aqui estabelecido.
Com efeito e ciente ainda de que a criação de tais mecanismos não constitui por si só uma
garantia para o estabelecimento de um sistema eficiente, o Governo preconiza a adopção de
uma estratégia da PI que, de acordo com as necessidades e prioridades do País e dos recursos
disponíveis, seja adequada a encontrar as melhores soluções para o desenvolvimento e,
sobretudo, para o combate à pobreza absoluta.
Neste sentido, o Governo de Moçambique já levou a cabo uma série de iniciativas visando a
definição de um quadro legal e institucional e realizando uma série de acções concretas em
prol do estabelecimento e desenvolvimento do sistema da propriedade intelectual.
7
Ao longo dos últimos anos, o Governo tem envidado esforços para o estabelecimento das
bases do sistema da propriedade intelectual no país que consistiram essencialmente:
a) Na criação de um quadro jurídico e institucional nacional;
b) Na adesão aos principais instrumentos internacionais relativos à propriedade
intelectual; e
c) Na adesão às principais organizações regionais e internacionais activas neste domínio.
8
3. PANORAMA GERAL DA PROPRIEDADE INTELECTUAL EM
MOÇAMBIQUE
Nessa altura e tal como sucede hoje, a PI era tratada em duas vertentes em conformidade com
as duas grandes áreas tradicionais: a propriedade intelectual propriamente dita, mais
conhecida por direitos de autor e direitos conexos, e a propriedade industrial.
Note-se, entretanto, que o sistema económico adoptado pela Constituição da então República
Popular de 1975, de base centralizada, não promovia a iniciativa privada, pois o papel do
Estado era tripartido: Estado planificador, regulador e produtor. Deste modo, a inexistência do
sistema da PI era, neste período, irrelevante.
Em 1986, o Governo introduz o Programa de Reabilitação Económica (PRE) que, entre outras
estratégias, estabelece a necessidade de financiamento externo através do Banco Mundial
(BM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI). A cooperação com estas instituições veio a
influenciar significativamente a dinâmica da economia moçambicana por exemplo, iniciando-
se a privatização de empresas e outras formas de participação do Estado na economia, a
reforma legal incluindo a revisão da própria Constituição.
Surge, em 1990, a segunda Constituição da República de Moçambique independente que
determina a intervenção indirecta do Estado, deixando este de ser o principal agente
1
Cfr. Decreto nº30.679, de 2 4 de Agosto de 1940 que aprova o Código da Propriedade Industrial tornado
extensivo às então províncias ultramarinas, entre elas Moçambique, através da Portaria nº17043, de 20 de 4
Fevereiro, de 1959 e do Código de Direitos de Autor e Conexos , aprovado pelo Decreto nº46.980, de 27 de
Abril, de 1966, igualmente tornado extensivo às então províncias ultramarinas, incluindo Moçambique, através
da Portaria nº 679/71, de 7 de Dezembro.
9
económico e passando a ser agente promotor e regulador da economia e estabelecendo o
princípio da iniciativa privada (conforme artigo 97, al. c); reconhece o direito à propriedade
privada ( artigo 86), à liberdade de empresa e de investimento nacional e estrangeiro ( artigos
107 e 108 respectivamente).
Por outro lado, o Código Civil aprovado pelo Decreto-Lei nº 47344 de 25 de Novembro de
1966 e tornado extensivo às então províncias ultramarinas, através da Portaria n.º 22869 de 18
de Dezembro de 1967, faz referência à protecção da propriedade intelectual estabelecendo
alguns princípios de base.
A Constituição da República de 2004 reconhece o direito de propriedade e o direito à
liberdade de criação científica, técnica, literária e artística e protege os direitos inerentes à
10
5
propriedade intelectual (artigo 94).
Para além destas normas programáticas, o Governo moçambicano adere a uma série de
organizações regionais e internacionais activas na área da propriedade intelectual,
nomeadamente, a Organização Mundial do Comércio, a Organização Mundial da Propriedade
Intelectual e a Organização Africana Regional da Propriedade Intelectual.
11
3.3. Quadro institucional
A criação do (IPI) imprimiu, no domínio dos direitos da propriedade industrial, uma nova
12
dinâmica não só em termos de consolidação do sistema como também no âmbito da formação
e divulgação.
13
4. IMPORTÂNCIA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL
14
4.2. Importância especifica- económica da Propriedade Intelectual
Numa economia assim estruturada, os bens intangíveis são mais valiosos do que os bens
tangíveis. É neste contexto que se inserem os direitos da propriedade intelectual, bens
intangíveis por excelência que, cada vez mais, estão a tornar-se um mecanismo de
acumulação e de avaliação da riqueza e um instrumento imprescindível para as trocas
comerciais.
Para além disso, os direitos da propriedade intelectual ajudam a agregar valor aos produtos.
Considere-se, a título de exemplo, as indicações geográficas e as denominações de origem:
este direito da propriedade intelectual tem sido usado nos últimos tempos para agregar valor a
produtos especiais e com características peculiares. A sua especialidade deriva do facto de
serem raros, provirem de uma região determinada, resultarem da combinação de factores
humanos (saber fazer local tradicional), condições climáticas, etc. Por esses produtos, o
consumidor está disposto a pagar muito mais pela sua aquisição.
16
5. VISÃO E OBJECTIVOS
5.1. Visão
5.2. Objectivos
Numa sociedade de conhecimento, o desenvolvimento só e possível com a valorização da
criatividade e da capacidade inovadora, através da propriedade intelectual. Ciente deste
imperativo, o Governo de Moçambique criou uma série de instrumentos para a
operacionalização do sistema da PI no país.
No entanto, a particular dinâmica registada por esta área a nível nacional, regional e
internacional, bem como os desafios quotidianos impostos por este sector exige acções
concertadas, uma visão e um posicionamento comum dos vários intervenientes na área da
17
propriedade intelectual.
Objectivo Geral:
Criar as premissas fundamentais para a valorização da criatividade, dos resultados da
investigação científica e tecnológica e da capacidade de inovação local, promovendo a
utilização do Sistema da Propriedade Intelectual em prol do desenvolvimento científico,
tecnológico, económico, cultural e social do país.
Objectivo Específico:
• Proporcionar mecanismos eficazes para promover a utilização do Sistema da PI no
país;
• Criar mecanismos de harmonização do quadro legal e institucional da PI;
• Sistematizar e racionalizar as acções de formação, divulgação, promoção, tutela,
capacitação institucional e financiamento da PI;
• Permitir a integração da PI em todos os sectores relevantes do país com vista a agregar
valor aos produtos e serviços disponibilizados pelos mesmos;
• Promover e tutelar as soluções técnicas dos problemas locais desenvolvidas pelos
inovadores locais;
• Valorizar a criatividade local, através da criação de mecanismos de protecção e
compensação dos inovadores, criadores e artistas e a tutela das suas criações;
• Assegurar aos vários actores do sistema a obtenção dos benefícios proporcionados
pela PI;
• Harmonizar as visões, missões, políticas e permitir a incorporação da PI em todas as
estratégias sectoriais e acções levadas a cabo pelo sector público e privado em prol do
desenvolvimento do país;
• Criar um mecanismo de articulação, concertação, coordenação e comunicação inter-
institucional e com os vários actores do sistema da PI;
• Disponibilizar, para o sector público e privado, o conhecimento e a base jurídica de
suporte necessárias para as acções de transferência de tecnologia (compra e venda),
que permitam negociar em melhores condições e na base do direito internacional, os
interesses de Moçambique.
18
6. QUADRO ESTRATÉGICO E AREAS ESTRATÉGICAS
A natureza transversal do sistema da propriedade intelectual impõe que o mesmo seja
integrado em todos os sectores da vida social, económica, científica e cultural do pais. A sua
correcta aplicação e utilização irá dinamizar todos os sectores e incentivará a criatividade,
inovação e progresso do país.
Urge de imediato empreender acções que permitirão uma maior difusão do mesmo e uma
paulatina integração em todos os sectores. A médio prazo, será necessário criar as bases para
que a formação, em todos os níveis, incorpore as bases para a valorização das ideias e os
agentes económicos agreguem valor aos seus produtos, através da incorporação da PI na
produção, assim como criar um conjunto de bens intangíveis. Em suma, é necessário criar
uma cultura de propriedade intelectual no país.
Foram identificadas as principais áreas estratégicas onde serão levadas a cabo acções
concretas para dinamizar o sistema da PI no país:
• Divulgação;
• Educação;
• Investigação Científica e Tecnológica;
• Inovação e Competitividade Industrial;
• Conhecimento Tradicional e Biodiversidade;
• Criatividade e desenvolvimento da industria cultural;
• Gestão do Sistema de Propriedade Intelectual.
21
da investigação científica;
• A insuficiência de mecanismos e incentivos que estimulem a actividade de
investigação;
• A fuga de quadros investigadores para outras actividades em detrimento do
desenvolvimento da investigação científica;
• A fraca interacção entre os mídias e as instituições de investigação científica e
tecnológica na divulgação dos resultados das investigações;
• A fraca interacção entre os detentores do conhecimento local e os investigadores
científicos em processos de investigação, impossibilitando a investigação sobre os
fenómenos locais e disponibilização sobre os problemas locais relevantes;
• A deficiente ligação entre as diferentes instituições de investigação científica,
universidades e entre estas e os utilizadores do produto de investigação;
• A ausência de ligação entre as instituições de investigação e o sector produtivo,
impedindo a aplicação dos resultados da investigação no mesmo e a sua capacidade de
inovação;
• A falta de recursos financeiros para o financiamento das actividades de investigação
científica, inovação e tecnológica;
• A inexistência de um sistema de incentivos para a investigação e para a disseminação
dos resultados da investigação;
• A escassez de quadros altamente qualificados e falta de política de partilha de
benefícios resultantes da exploração dos direitos da propriedade intelectual nas
instituições de investigação e ensino superior;
• A não valorização e exploração comercial dos direitos da propriedade intelectual; e
• A inexistência de um sistema de promoção e exploração comercial dos direitos da PI,
e de transferência de tecnologia para o sector produtivo nas instituições de
investigação.
A ocorrência dos factores supra mencionados tem como consequência a falta de incentivos
para a investigação e por conseguinte a escassez da produção científica ou a sua fraca
divulgação. Esta situação seria ultrapassada se todo o potencial que a Propriedade Intelectual
oferece para a valorização e incentivo da criatividade, investigação científica e inovação fosse
utilizada.
O Governo, nos seus esforços de desenvolvimento do país e de luta contra a pobreza, tem
solicitado às instituições de investigação, um papel de liderança na procura de soluções para
22
os vários problemas enfrentados pelo país.
Uma vez desencadeado este processo, surgirão mais inovação e criatividade, mais soluções
para os problemas das populações e, por conseguinte mais bem-estar, redução da pobreza
absoluta, desenvolvimento económico, científico, tecnológico, social e cultural. Para que esta
situação seja revertida será necessário realizar os seguintes objectivos estratégicos:
• Definição clara dos direitos da propriedade intelectual que lhe assistem nas políticas e
regulamentação da propriedade intelectual das instituições e ensino e investigação;
O cumprimento deste objectivo será feito através das seguintes acções estratégicas:
Um sistema de inovação só pode surtir os seus efeitos e contribuir para o progresso do país se
for sustentado por um corpo organizado de inovadores. Para, além disso, os inovadores
deverão poder contar com o apoio do Governo e do sector privado na realização da sua nobre
tarefa. Esse apoio pode consistir no apoio financeiro para a concretização das ideias destiladas
pelos inovadores, mas poderá, igualmente, consistir na assistência cientifica e técnica das
instituições de investigação e do sector produtivo no desenvolvimento dos protótipos e na
testagem dos resultados obtidos pelo inovador.
O cumprimento deste objectivo será feito através das seguintes acções estratégicas:
Oitenta por cento da informação tecnológica em circulação no Mundo pode ser obtida através
da consulta dos bancos de dados de patentes. Com efeito, o direito de exclusividade na
utilização e exploração económica de uma patente não impede que terceiros, mediante a
devida autorização do titular, possam ter acesso e usufruir da mesma.
Convém considerar igualmente que muitas patentes caíram já no domínio público por
caducidade do tempo de protecção. No entanto, as referidas patentes encerram ainda,
tecnologias úteis e que podem ser exploradas sem necessidade de solicitar qualquer tipo de
26
autorização ao titular.
A informação de patentes existente nos variados bancos de dados de muitos países poderá ser
utilizada no processo de formação dos técnicos nas instituições de formação, permitindo aos
mesmos conhecer o “estado da arte” da tecnologia em vários campos do saber.
Refira-se, igualmente, que uma quantidade significativa dessa informação pode ser obtida de
uma maneira livre através da utilização das tecnologias de informação e comunicação.
27
6.4. Inovação e Competitividade Industrial
O maior desafio ao desenvolvimento tecnológico e industrial do país é incrementa a sua
capacidade de inovação e de competitividade.
Países com muitos menos extensão, menos afortunados em termos de recursos naturais e
condições climáticas e uma população numerosa conseguem produzir mais alimentos e,
inclusive, exportar para os países carenciados como Moçambique. Este facto demonstra que
não basta ter as riquezas naturais, é necessário utilizar o conhecimento para domesticar a
natureza e utilizá-la a favor do Homem.
O Presidente da República realçou de facto na sua comunicação3 que “...em certas zonas do
país temos pedra ou argila em abundância, recursos que são pouco explorados para a
melhoria das casas de habitação. Noutras zonas do país não exploramos o suficiente as
oportunidades para o surgimento de pequenas unidades de processamento da produção
local...”
2
“Distrito, base para a dinamização do combate à pobreza”, comunicação apresentada na cerimónia de tomada
de posse de Ministros, Vice-Ministros e Governadores Provinciais por S.Excia Armando Guebuza, Presidente da
República de Moçambique, 14 de Fevereiro de 2005.
28
valorização das imensas potencialidades naturais do país, agregar valor aos mesmos e gerar a
riqueza necessária para proporcionar o bem-estar do seu glorioso povo.
A realidade prática demonstra que, actualmente, o sistema económico, no seu todo, tem
procurado obter resultados e impôr-se no mercado sem a utilização do sistema da propriedade
intelectual. Os resultados são evidentes: fraca produtividade, pouco valor atribuído aos
produtos e serviços, dependência absoluta aos factores naturais e aos factores tradicionais de
produção.
Neste contexto, seria necessário que cada distrito, como pólo de desenvolvimento, procurasse
identificar produtos susceptíveis de valorização através dos direitos da propriedade intelectual
e criasse todas as condições para o seu fomento.
Por fim, o reconhecimento e a tutela dos direitos da propriedade intelectual permite a atracção
e a retenção do investimento estrangeiro no país. Com efeito, a transferência de tecnologia, a
realização da investigação e da inovação, e, por conseguinte, o estabelecimento de empresas
inovadoras estrangeiras baseadas no conhecimento só será possível se forem criadas as
condições de tutela das suas criações e dos direitos delas derivantes.
3
Ibidem
29
A economia nacional pode ser mais produtiva, ter maior produtividade, ser inovadora e
competitiva. Aos produtos e serviços nacionais pode-se acrescentar valor com a incorporação
e utilização estratégica do sistema da propriedade intelectual. A propriedade intelectual só
será utilizada pelo universo económico moçambicano se forem realizados os seguintes
objectivos estratégicos:
A não utilização estratégica da propriedade intelectual impede a criação dos incentivos aos
potenciais inovadores da empresa. Por conseguinte, a empresa não terá capacidade de
inovação.
31
• Realização de feiras e concursos sobre as tecnologias úteis e simples; e
Neste contexto, seria necessário que cada distrito, como pólo de desenvolvimento,
diagnosticasse o seu potencial em termos de produtos típicos locais ou que possuem maiores
vantagens competitivas.
O cumprimento deste objectivo será feito através das seguintes acções estratégicas:
32
• Promoção dos trajes típicos locais, moda e agregação de valor e promoção da sua
tutela através da utilização das marcas e dos desenhos industriais ou dos mecanismos
de tutela do folclore;
O Continente Africano é um dos mais ricos em Biodiversidade. Com efeito, os seus extensos
territórios apresentam uma grande variedade ecológica corporizada por uma infinidade de
espécies vegetais e animais que abundam nos mais diversificados habitats naturais que variam
de florestas profundas, savana, zonas áridas, desérticas, sob a influência de condições
climáticas do tipo temperado e tropical que exibem uma profunda diversidade e endemismo.
No entanto, estudos efectuados no Mundo revelaram a riqueza e a utilidade das plantas e dos
animais existentes. Com efeito, os referidos estudos evidenciaram que mais de dois terços de
espécies de plantas existentes no Mundo (35.000 dos quais têm valor medicinal) são
originários dos países em vias de desenvolvimento. Os referidos estudos revelaram ainda que,
pelo menos 7.000 componentes medicinais usados pela medicina convencional derivam de
plantas. Na indústria farmacêutica, os produtos naturais contribuem aproximadamente em 25-
50% das vendas totais.
Estima-se que na região Sub-Sahariana existam mais de 40.000 espécies de plantas das quais
mais de 4.000 espécies são usadas como plantas medicinais. No entanto, essa riqueza natural
é pouco conhecida e explorada, sendo menos de 10% as espécies que foram estudadas e cujo
potencial terapêutico foi avaliado.
34
Será, provavelmente, por esse motivo que apesar das grandes potencialidades do continente
africano em matéria de recursos genéticos, a sua contribuição ainda não é muito alta. Com
efeito, em 2000 espécies vendidas, dois terços são provenientes da Europa, seguidos da Ásia
com uma percentagem significativa e em franco crescimento. As espécies africanas e latino-
americanas estão ainda por ser identificadas e melhor exploradas.
No entanto, nos últimos tempos tem-se verificado um crescente interesse das companhias
farmacêuticas e investigadores estrangeiros, na sua maioria ocidentais, para explorar esse
potencial e o conhecimento local associado à utilização dessas plantas e das suas propriedades
terapêuticas.
Os países e as comunidades locais que detêm esses recursos genéticos e o conhecimento sobre
os mesmos deveriam beneficiar da sua exploração. Contrariamente a esse facto, tem-se
verificado uma manipulação das populações locais para revelarem esses conhecimentos sem
receberem uma compensação adequada e uma exploração desenfreada dos mesmos
colocando-os em risco de extinção.
35
Neste contexto, a comunidade internacional tem envidado esforços para ultrapassar esta
situação. Podem ser assinalados, nesta perspectiva, a Convenção das Nações Unidas sobre a
Diversidade Biológica, algumas normas do Acordo sobre os Aspectos dos Direitos da
Propriedade Intelectual Relacionados com o Comércio (TRIPS) emanado pela Organização
Mundial do Comércio e os esforços do Comité Inter- governamental da Organização Mundial
da Propriedade Intelectual sobre os conhecimentos tradicionais e o folclore.
A nível regional, pode ser assinalado o “Pacto Andino sobre o sistema comum de acesso aos
recursos genéticos” de 1996, do qual fazem parte a Bolívia, Colômbia, Equador, Perú e
Venezuela.
A União Africana tinha já emanado um Modelo de Lei que serviu para alguns países como
fonte de inspiração doméstica da legislação sobre a matéria.
Por sua vez, a Organização Africana Regional da Propriedade Intelectual (ARIPO) lançou em
Novembro de 2006, em Maputo, um debate sobre a “proposta de instrumento legal para a
protecção dos conhecimentos tradicionais e do folclore”.
36
• a aprovação da Política da Medicina Tradicional pela Resolução do Conselho de
Ministros n° 11/2004 de 14 de Abril;
37
Por outro lado, a atribuição dos direitos da propriedade intelectual aos detentores dos
conhecimentos tradicionais poderia facilitar a tutela desses mesmos direitos. A tutela dos
direitos da propriedade intelectual poderá ser efectuado utilizando os direitos da propriedade
intelectual tradicional, considerando a fonte dos recursos genéticos e os detentores dos
conhecimentos tradicionais no momento da atribuição dos direitos da propriedade intelectual
tradicional ou criando um sistema “sui generis” de protecção.
O cumprimento deste objectivo será feito através das seguintes acções estratégicas:
6.5.2. Estabelecer um quadro jurídico eficaz de promoção e tutela dos recursos genéticos
e dos conhecimentos tradicionais.
Como já foi amplamente ilustrado, a conjuntura internacional avança no sentido de criar um
quadro jurídico sólido que vise, essencialmente, o reconhecimento do valor dos recursos
genéticos e dos conhecimentos tradicionais associados, à concessão dos direitos de
propriedade intelectual a tais conhecimentos, o estabelecimento de mecanismos eficazes de
partilha de benefícios resultantes da exploração dos referidos direitos.
Vários países já emanaram legislação sobre a matéria e estão já a colher frutos do sistema.
O cumprimento deste objectivo será feito através das seguintes acções estratégicas:
Urge portanto fomentar uma maior investigação, de modo a permitir a sua exploração em
40
benefício da humanidade.
O cumprimento deste objectivo será feito através das seguintes acções estratégicas:
41
O cumprimento deste objectivo será feito através da seguintes acções estratégicas:
• Criação de uma entidade nacional responsável pela gestão e exploração dos recursos
genéticos e dos conhecimentos tradicionais associados;
• Estímulo ao envolvimento e à participação das comunidades em projectos de
exploração do Conhecimento Tradicional Local; e
• Capacitação dos indivíduos e das comunidades para desenvolver a advocacia da
matéria a nível local.
A Política Cultural e a Estratégia de sua implementação4 define a cultura como sendo “um
conjunto complexo de maneiras de ser, estar, comportar-se e relacionar-se desde o
nascimento até à morte, passando pelos rituais que marcam os principais momentos do
processo de integração social e de socialização. A cultura compreende: os aspectos criativos;
as artes visuais e cénicas; os materiais: vestuário, arquitectura e instrumentos de trabalho;
as instituições: as estruturas económicas, sociais, políticas e militares; os filosóficos: ideias,
crenças e valores.”
O imenso manancial que corporiza o património cultural moçambicano pode contribuir para o
desenvolvimento do país. A “política cultural” e a Lei sobre “a protecção legal dos bens
materiais e imateriais do património cultural moçambicano”5 já definem as bases para a
valorização do património cultural.
4
Resolução n° 12/97 do Conselho de Ministros de 10 de Junho.
5
Lei ° 10/88 de 22 de Dezembro de 1988.
42
Neste contexto, a propriedade intelectual constitui um instrumento de operacionalização das
várias políticas e estratégias nacionais, regionais e internacionais no âmbito do
desenvolvimento cultural.
Na realidade, a pirataria é um crime e como tal deve ser combatido. Mercê desta constatação,
deverá exigir-se de todos uma mudança radical de mentalidade, decretando tolerância zero à
pirataria e estabelecendo os meios para o seu combate.
43
Com vista à implementação eficaz destes princípios e permitir que a propriedade intelectual
sirva de motor para a valorização, tutela e promoção da cultura e para o desenvolvimento da
indústria cultural, os seguintes objectivos estratégicos deverão ser realizados:
Tal como se evidenciou no caso dos imensos recursos naturais do nosso país, a existência de
um enorme e rico património cultural no nosso país não está a gerar os recursos necessários
para promover a criatividade, o incentivo aos criadores e o desenvolvimento da indústria
cultural.
A não utilização do sistema da propriedade intelectual não é uma acção deliberada dos artistas
e criadores de auto exclusão, mas resulta da falta de conhecimento do sistema. Por
conseguinte, a utilização do sistema da propriedade intelectual poderá ser despoletada se os
seus potenciais beneficiários forem sensibilizados e tiverem consciência da sua existência e
utilidade.
O cumprimento deste objectivo será feito através das seguintes acções estratégicas:
44
da sua importância.
O cumprimento deste objectivo será feito através das seguintes acções estratégicas:
• Promoção dos mecanismos que permitam a justa compensação dos autores e artistas
pelas obras realizadas.
A Lei dos Direitos de Autor6 prevê que os poderes de gestão dos direitos de autor e direitos
6
Lei nº 4/2001 de 27 de Fevereiro
45
conexos podem ser exercidos pelo seu titular através de um representante. A mesma lei
estabelece que, para o exercício dessas prerrogativas, poderão ser constituídas sociedades de
gestão colectiva dos direitos de autor. Na realidade, este dispositivo só veio legitimar uma
instituição que já tinha sido criada em Maio de 2000 por iniciativa dos próprios artistas – A
Sociedade Moçambicana de Autores (SOMAS).
O sistema de gestão colectiva dos direitos de autor permite conferir a uma entidade
independente, normalmente de carácter privado, a responsabilidade de fiscalização da
exploração económica dos direitos de autor e efectuar a colecta das compensações pela
utilização das obras em nome dos legítimos titulares. A entidade efectua posteriormente uma
redistribuição dos valores obtidos aos titulares.
O funcionamento correcto deste sistema permite aos autores usufruírem dos direitos que lhes
competem sem dispêndio inútil de energia e recursos e permitindo uma compensação
contínua pela própria obra.
Para que os benefícios da cultura possam fluir em benefício de todo o povo moçambicano é
necessário dinamizar a criação da riqueza através da exploração económica do rico
património cultural moçambicano.
O instrumento de base para lograr este objectivo é o enquadramento dos bens culturais no
sistema da propriedade intelectual e, desta maneira, promover a sua valorização,
comercialização, tutela e, por conseguinte, a compensação do autor, artista ou comunidade
detentora dos mesmos.
A propriedade intelectual é uma área transversal que influencia o sector público e privado.
Neste contexto, existe um interesse em estabelecer uma visão comum e um desenvolvimento
harmonioso do sector.
O sector privado e a sociedade civil tais como a SOMAS e outras agremiações de artistas, os
Agentes da Propriedade industrial, as Associações dos Praticantes da Medicina Tradicional,
etc. têm, igualmente, desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento destas áreas.
Neste contexto, urge criar um mecanismo de articulação entre as várias instituições e sectores
com interesse na área da propriedade intelectual, de modo a definir uma visão concertada
sobre as políticas, legislação, acções em prol da disseminação, tutela e utilização estratégica
da propriedade intelectual em prol do desenvolvimento económico, social, cultural, científico
48
e tecnológico do país.
O cumprimento deste objectivo será feito através das seguintes acções estratégicas:
O cumprimento deste objectivo será feito através das seguintes acções estratégicas:
O cumprimento deste objectivo será feito através das seguintes acções estratégicas:
51
Inspecções Gerais das áreas económicas. Estas entidades deverão beneficiar igualmente das
acções de sensibilização e formação de modo a agirem no terreno, com conhecimento da
matéria. Deverão ser criados mecanismos para uma sua acção rápida sempre que detectem
alguma anomalia relacionada com o funcionamento do sistema.
O reforço do sistema de tutela dos direitos da propriedade intelectual exige, portanto, a
criação de órgãos especializados, a atribuição de claras competências, a formação de técnicos
especializados com conhecimento profundo das particularidades da matéria e mecanismos que
facilitem a mobilidade e actuação célere no casos em que se detectem os fenómenos.
O cumprimento deste objectivo será feito através das seguintes acções estratégicas:
52
receita dependem do financiamento do Orçamento do Estado e de receitas provenientes das
taxas de licenciamento ou cobradas no âmbito da protecção dos direitos da PI.
O Orçamento do Estado é largamente financiado por fontes externas o que faz antever a sua
insuficiência. Por sua vez, as taxas de licenciamento não têm carácter regular dada a
sazonalidade da procura dos serviços da PI e, no caso de Moçambique, a relativa escassez de
activos da PI, resultando que, muitas vezes os próprios institutos funcionam com alguma
dificuldade e em alguns casos trata-se de entidades em fase de implantação, requerendo
investimentos estruturais e recrutamento de mão- de- obra carente de formação.
Por tudo isto, a capacidade financeira e humana dos órgãos de administração da PI é ainda
reduzida e, estando Governo com grandes deficiências financeiras, não pode financiar ao
todo, todas as acções que se prevêem no âmbito da estratégia da PI.
O cumprimento deste objectivo será feito através das seguintes acções estratégicas:
53
ANEXO I: Glossário
7
Adoptamos a definição de propriedade intelectual, tal como disposta no artigo 2º, inciso VIII, da Convenção
de Estocolmo de 1967, que instituiu a Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI).
54
Patente: título concedido para a protecção de uma invenção.
Modelo de Utilidade A invenção que confere a um objecto ou parte deste, uma configuração,
estrutura, mecanismo ou disposição de que resulte uma melhoria funcional, num produto ou
processo.
Marca: todo o sinal distintivo, visualmente perceptível, que identifica e distingue produtos e
serviços de outros análogos, de procedência diversa, bem como certifica a conformidade dos
mesmos com determinadas normas ou especificações técnicas.
Biodiversidade: Tudo aquilo que vive na natureza, por exemplo: plantas, árvores, insectos,
55
peixes, animais e micro - organismos. A biodiversidade é constituída, portanto, pelas
diferentes espécies vivendo juntas no mesmo espaço.
56
ANEXO II: Matriz de Acção da Propriedade Intelectual
57
ÁREA ESTRATÉGICA I: DIVULGAÇÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL
Acções de Adopção de mecanismos eficazes para a desmistificação da Propriedade Intelectual e a sua difusão e utilização para o benefício de
toda a sociedade e para o desenvolvimento do país;
MÉDIO PRAZO
ÁREA ESTRATÉGICA II: EDUCAÇÃO E PROPRIEDADE INTELECTUAL
59
ÁREA ESTRATÉGICA III: INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA E TECNOLÓGICA.
3. Criação de unidades que forneçam informação e prestem assistência técnica sobre a obtenção, gestão,
comercialização e tutela dos direitos de propriedade intelectual dos investigadores;
4. Produção e disseminação de material informativo sobre a propriedade intelectual.
60
ÁREA ESTRATÉGICA III: INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA E TECNOLÓGICA.
Acções de
1. Promoção da transferência das tecnologias geradas para o sector produtivo mediante a devida compensação.
MÉDIO PRAZO
61
ÁREA ESTRATÉGICA III: INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA E TECNOLÓGICA.
1. Definição clara dos direitos da propriedade intelectual que cabem nas políticas e regulamentação da
propriedade intelectual das instituições e ensino e investigação;
5. Desenvolvimento de programas e medidas que facilitem a aquisição dos direitos da propriedade intelectual
pelos investigadores.
62
ÁREA ESTRATÉGICA III: INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA E TECNOLÓGICA.
4. Promoção da transferência das tecnologias geradas para o sector produtivo mediante a devida
compensação.
63
ÁREA ESTRATÉGICA III: INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA E TECNOLÓGICA.
2. Criação de mecanismos para a assistência técnica na negociação dos contratos de transferência da referida
Acções de
CURTO PRAZO tecnologia para o país;
4. Criação de programas de incentivos aos cientistas nacionais na diáspora para colaborar nos processos de
educação e de investigação científica e de desenvolvimento tecnológico nacional.
64
ÁREA ESTRATÉGICA III: INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA E TECNOLÓGICA.
Resultados Acesso às bases de dados de patentes nacionais e estrangeiras. Criação de uma base nacional com acesso por
esperados até 2012 todos os usuários nacionais e estrangeiros
1. Disponibilização das várias fontes de informação tecnológica existentes no país, facilitando a consulta da
mesma nos respectivos arquivos ou incentivando a sua disponibilização através das plataformas
proporcionadas pelas novas tecnologias de informação;
5. Incentivo à utilização da informação tecnológica e a sua adaptação para responder às necessidades locais;
65
ÁREA ESTRATÉGICA IV: INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE INDUSTRIAL
Objectivos Objectivo Estratégico 9
até 2012 Prestar apoio e assistência científica e técnica aos inovadores
Resultados esperados Sistema de apoio e assistência técnica para os inovadores na comercialização dos resultados do próprio esforço criativo,
até 2012 designadamente, na elaboração de contratos de transferência e cessão de tecnologia e nas negociações relativas aos contratos.
1. Incentivo à criação de associações de inovadores que poderão velar pelos interesses dos seus associados;
2. Criação de estruturas e mecanismos de apoio aos inovadores na aquisição, tutela, gestão e comercialização dos direitos da
propriedade intelectual para os inovadores locais;
3. Realização de acções de formação e informação aos inovadores sobre a importância estratégica da propriedade intelectual
na valorização da criatividade;
Acções de
CURTO PRAZO 4. Estabelecimento de mecanismos de articulação com o sector produtivo para o desenvolvimento de protótipos, testagem e
implementação dos produtos da inovação;
5. Incentivo para a criação de círculos de interesse a nível local que proporcionem condições de trabalho (com ferramenta
própria) e aglutinem mestrias, de modo a promover a capacidade inovadora e a transferência de conhecimentos para as
novas gerações;
6. Realização de feiras, exposições, prêmios para os inovadores locais priorizando soluções simples que resolvam os
problemas enfrentados pelas populações locais.
Acções de
Estabelecimento de sistemas de financiamento dos inovadores locais par o desenvolvimento das suas ideias.
MÉDIO PRAZO
66
ÁREA ESTRATÉGICA IV: INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE INDUSTRIAL
3. Assistência técnica às empresas para a criação de estruturas internas de inovação, aquisição, tutela e gestão
dos direitos da propriedade intelectual gerados pelas mesmas.
Acções de Criação de instituições públicas relevantes, estruturas e mecanismos de apoio aos empresários na aquisição,
gestão, tutela e comercialização dos direitos da propriedade intelectual.
MÉDIO PRAZO
67
ÁREA ESTRATÉGICA IV: INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE INDUSTRIAL
4. Apoio ao empresariado para estabelecer sistemas de investigação e inovação interna com vista à melhoria
contínua da tecnologia e da qualidade dos seus produtos;
5. Valorização da produção nacional e agregação de valor à mesma através do incentivo de pequenas indústrias
de processamento.
68
ÁREA ESTRATÉGICA IV: INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE INDUSTRIAL
Resultados
Criado sistema de incentivos ao desenvolvimento de tecnologias locais simples e baratas
esperados até 2012
1. Incentivo à inovação através da promoção do desenvolvimento das tecnologias simples e tutela das mesmas
através da atribuição de patentes de modelos de utilidade;
4. Criação de mecanismos para facilitar a aquisição, tutela e compensação dos direitos relacionadas com os
modelos de utilidade.
69
ÁREA ESTRATÉGICA IV: INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE INDUSTRIAL
4. Promoção de festivais, festas típicas e de evocação das tradições, cultura e história locais aliadas à
realização de feiras de comercialização dos produtos típicos locais, incluindo dos produtos gastronómicos
típicos nos menus locais e nos circuitos turísticos, tutelando-os e valorizando-os através da sua identificação
por intermédio dos direitos da propriedade intelectual, nomeadamente, marcas de certificação,
denominações de origem e indicações geográficas;
5. Promoção dos trajes típicos locais, moda e agregação de valor e promoção da sua tutela através da
70
utilização das marcas e dos desenhos industriais ou dos mecanismos de tutela do folclore;
6. Incentivo à protecção e ao desenvolvimento das técnicas locais de produção local, através dos segredos
industriais e de outros direitos da propriedade industrial adequados;
7. Promoção das feiras de inovação no âmbito agro-industrial, pesca artesanal, olaria, tecelagem, gastronomia
e outros produtos típicos e incentivo à protecção dos respectivos produtos através do sistema da propriedade
intelectual convencional ou dos conhecimentos tradicionais.
71
ÁREA ESTRATÉGICA IV: INOVAÇÃO E COMPETITIVIDADE INDUSTRIAL
4. Estímulo à transferência tecnológica entre os inovadores e as PMEs e entre estas através da valorização e
respeito recíproco dos direitos da propriedade intelectual;
5. Incentivo à utilização da informação tecnológica pelas PMEs, em particular das patentes para potenciar a
sua capacidade de inovação.
72
ÁREA ESTRATÉGICA V: CONHECIMENTO TRADICIONAL E BIODIVERSIDADE.
3. Produção de material informativo sobre o sistema da propriedade intelectual, a vantagem da sua utilização
estratégica pelos indivíduos e comunidades locais e os ganhos daí derivantes;
Acções de
CURTO PRAZO 4. Realização de acções de formação para os sujeitos relevantes nas comunidades locais sobre a utilização e
gestão estratégica da propriedade intelectual em prol do desenvolvimento local;
5. Introdução de programas de formação do conhecimento tradicional nos programas curriculares das áreas
relevantes;
6. Capacitação e apoio das comunidades na negociação com as instituições ou empresas que efectuam a
prospecção dos recursos genéticos e dos conhecimentos tradicionais de modo a tutelarem eficazmente os
seus interesses e a tirarem vantagem dos mesmos.
73
ÁREA ESTRATÉGICA V: CONHECIMENTO TRADICIONAL E BIODIVERSIDADE.
74
ÁREA ESTRATÉGICA V: CONHECIMENTO TRADICIONAL E BIODIVERSIDADE.
Resultados
Sistema de apoio para as comunidades locais
esperados até 2012
1. Incentivo à aquisição dos direitos da propriedade intelectual pelas comunidades locais e garantia da sua
tutela;
2. Desenvolvimento de modelos de contrato e memorandos de entendimento sobre a exploração dos direitos
da propriedade intelectual que garantam os interesses das comunidades locais e a partilha justa de
Acções de
benefícios;
CURTO PRAZO
3. Introdução de mecanismos de controlo para permitir e impor uma obtenção legal dos conhecimentos
tradicionais;
4. Imposição do dever de revelação da fonte dos recursos genéticos ou dos conhecimentos tradicionais para a
obtenção dos direitos da propriedade intelectual, sempre que estes forem utilizados.
75
ÁREA ESTRATÉGICA V: CONHECIMENTO TRADICIONAL E BIODIVERSIDADE.
76
11. Criação de uma entidade nacional responsável pela gestão e exploração dos recursos genéticos e dos
conhecimentos tradicionais associados;
12. Estímulo ao envolvimento e à participação das comunidades em projectos de exploração do Conhecimento
Tradicional Local;
13. Capacitação dos indivíduos e das comunidades para desenvolver a advocacia da matéria a nível local.
77
ÁREA ESTRATÉGICA VI: CRIATIVIDADE E DESENVOLVIMENTO DA INDUSTRIA CULTURAL
Resultados
Incentivos e apoio ao desenvolvimento de criação artística
esperados até 2012
1. Apoio ao desenvolvimento das escolas de artes e ofícios no país que permitirão a capacitação específica
sobre as técnicas e estilos nas áreas de literatura, dança, música, escultura, artesanato, desenho;
4. Capacitação das agremiações de autores e artistas de modo a prestarem assistência técnica aos seus
associados na exploração económica das suas obras;
5. Promoção de mecanismos que permitam a justa compensação dos autores e artistas pelas obras realizadas.
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ÁREA ESTRATÉGICA VI: CRIATIVIDADE E DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA CULTURAL
Objectivos
Objectivo Estratégico 20
até 2012 Fortalecer e expandir o sistema de gestão colectiva abrangente do direito de autor e dos direitos conexos
Resultados esperados
Expandir o sistema de gestão colectiva a todo país.
até 2012
1. Consolidação da sociedade de gestão colectiva actualmente existente, permitindo que a mesma actue em todas as
potenciais áreas;
2. Incentivo à criação de outras sociedades de gestão colectiva nas áreas em que se demonstre imperioso;
3. Realização de acções de promoção das sociedades de gestão colectiva de modo que todos os autores e artistas
nacionais beneficiem dos seus serviços;
6. Ratificação de eventuais instrumentos internacionais que possam facilitar a operacionalização do sistema no país;
8. Melhoria do sistema de gestão das sociedades de gestão colectiva e dotá-las de meios e recursos para a sua
actuação;
79
ÁREA ESTRATÉGICA VI: CRIATIVIDADE E DESENVOLVIMENTO DA INDUSTRIA CULTURAL
Resultados esperados
até 2012 Existência de mecanismos para promoção da indústria cultural e protecção dos direitos dos criadores.
2. Criação de mecanismos que garantam a obtenção, gestão, comercialização e tutela dos direitos da propriedade
intelectual inerentes aos produtos culturais;
5. Incentivo aoo uso das novas tecnologias de modo a permitir a melhoria da qualidade dos produtos culturais;
6. Desenvolvimento de programas e incentivos que permitam o fomento das exportações dos produtos culturais;
80
ÁREA ESTRATÉGICA VII: GESTÃO DO SISTEMA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL
81
ÁREA ESTRATÉGICA VII: GESTÃO DO SISTEMA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL
82
ÁREA ESTRATÉGICA VII: GESTÃO DO SISTEMA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL
83
ÁREA ESTRATÉGICA VII: GESTÃO DO SISTEMA DA PROPRIEDADE INTELECTUAL
Resultados
esperados até 2012 Reforçada a tutela dos direitos da Propriedade Industrial
1. Sensibilização do sistema judicial e dos agentes da lei e ordem sobre a importância da propriedade
intelectual e da sua tutela;
2. Realização das acções de formação para as instituições que velam pelos direitos da propriedade intelectual;
3. Criação de uma única secção judicial especializada em propriedade intelectual, de modo a imprimir
Acções de
competência, dinamismo e celeridade na resolução de litígios na matéria;
CURTO PRAZO
4. Criação de secções ou unidades especializadas nas instituições de aplicação dos direitos da propriedade
intelectual para se ocuparem da matéria tais como a Polícia e nas Alfândegas;
5. Criação de mecanismos de articulação e coordenação das acções de luta contra a violação dos direitos da
propriedade intelectual entre as instituições competentes.
84