Sebenta de Arte Cisoria
Sebenta de Arte Cisoria
Sebenta de Arte Cisoria
Índice
Índice……………………………………………………………………………….pág.1
Objectivos…………………………………………………………………………..pág.2 1
Arte de Trinchar…………………………………………………………………….pág.3
Salmão fumado…………………………………………………………………….pág.13
Arte Cisória
Conteúdos:
Arte de Trinchar
Embora exista, ou tenha existido, uma categoria profissional que engloba este
serviço (chefe Trinchador), poucas são as casas que dispõem de um profissional para o
efeito.
O profissional deve ter o conhecimento das várias carnes ou peixes, suas junções
ósseas e outros pormenores que depois terão influência no serviço, é de suma
importância que as peças trinchadas na suma rendem 30 a 40 por cento mais do que
vindas directamente cortadas da cozinha.
Para isso, é indispensável que este serviço seja feito em base de conhecimentos,
não só teóricos com práticos.
Vaca, vitela, carneiro, borrego, cabra, cabrito, porco, leitão, peru, pato, galinha,
frango, faisão, galinhola, pintada, perdiz, pombo, lebre, coelho, etc.
Definem-se por carnes vermelhas, todas as que provêm de reses adultas e que
por isso apresentam um aspecto sanguíneo, casos: da vaca, carneiro, cabra, cavalo, etc.
Como carnes brancas, aquelas cujo teor sanguíneo se não faz notar e que depois
de confeccionadas se apresentam mais claras, como: Vitela, cabrito, borrego, peru,
galinha, frango, pato, etc.
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É conveniente conhecer a sua divisão óssea e a forma como se conseguem
trinchar fatias ou postas, com a melhor apresentação possível.
Tanto em peixes como em carnes e bem assim nalguns mariscos, as formas de dividir
certas espécies são iguais ou semelhantes. Noutros casos, a diferença é apenas a da
espessura das doses e outros há, em que tal operação permite a preferência de quem a
está a executar.
Assim temos:
Além destes, existem ainda os peixes fumados quer grados, quer miúdos, que são
apresentados frios e trinchados em fatias finas ou servidos inteiros, conforme o seu
tamanho.
No respeitante a carnes acontece quase o mesmo, pois tanto se trincham carnes quentes
como frias e peças grandes ou mais pequenas.
O material a utilizar, varia conforme a iguaria que se vai trinchar, pelo que deverá
existir um conjunto de trinchantes, tesouras, tábuas, fuzil, “réchauds”, alem do carro de
quentes sempre que possível.
Tábua com o tamanho aproximado de 60x25 cm., que poderá ser rectangular ou
ovalada. Deverá possuir uma ranhura ou friso com aproximadamente 2cm. de largura
por 1 cm. de profundidade e que incida numa concavidade onde se junte o suco ou
molho excedente, que é aproveitado para acompanhar a iguaria, ao mesmo tempo que
tal ranhura impede que os sucos se alastrem para fora da tábua. 5
Outras tábuas menores deverão existir para as peças mais pequenas, como:
Chateaubriand, Costela de Vaca, Porterhouse-Steack, Entrecôte Duplo, Frango, Galinha,
Pato, Faisão, etc.
Faca de bico com cerca de 15 cm. para frangos, Patos, Perdizes, etc.
-Garfo de mesa.
-Colher de sopa.
Quando se serve com carro de quentes, são desnecessárias a tábuas, pois estes dispõem
de placa de alumínio, sobre a qual as peças vão colocadas e onde são trinchadas. Todos
os materiais de serviço, deverão estar em perfeito esta de conservação e limpeza,
prontos a ser utilizados no momento necessário.
O peso atribuído por cada dose normal varia dentro dos seguintes valores e um pouco
em função da categoria do estabelecimento:
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IGUARIA CAPITAÇÂO Á CAPITAÇÂO EM ESPESSURA
Vaca Assada 180 a 200 gr. 120 a 150 gr. 1 a 1.5 cm.
Vitela Assada 150 a 180 gr. 120 a 150 gr. 0.5 a 1,0 cm.
Vitela Grelhada 150 a 180 gr. 150 a 150 gr. 0.5 a 1.0 cm.
Porco Assado 130 a 180 gr. 120 a 150 gr. 0.3 a 0.5 cm.
Porco Grelhado 150 a 180 gr. 120 a 150 gr. 0.5 cm.
Carneiro 150 a 180 gr. 120 a 150 gr. 0.5 a 1.0 cm.
Peru 200 a225 gr. 150 a 180 gr. 0.3 a 0.5 cm.
Pato 200ª 225 gr. 150 a 180 gr. 0.3 a 0.5 cm.
Outra Charcutaria 120 a 150 gr. 80 a 120 gr. 0.2 a 0.5 mm.
Entidade Acreditada por: Cursos Homologados por: Formação Co - Financiada por:
Plaforma - Consultadoria e Formação, Lda.
Avenida Dr. Francisco Sá Carneiro, Lote 9, Loja E - Marinheiros
2415 – 376– Leiria, Telf.: 244 854 078 Fax.: 244 854 094
E-mail: [email protected] URL: www.plaforma.pt
Técnicas Mesa - Bar Nível III
UFCD:3348 – Arte Cisória
Curso n.º 5 – Acção n.º1
Formador: António Manalvo
Peixes Fumados 100 a 130 gr. 80 a 100 gr. 0.1 a 0.2 mm.
Nesta época de comida empratada, isto é, servida no prato, em que a carne nos é
apresentada fatiada, nada nos recorda a necessidade de saber trinchar.
Foi contudo durante séculos, nas cortes reais e nas grandes casas, considerada
uma arte destinada a ser executada por um nobre ou, em alternativa, o cumprimento
deste ofício permitia ascender à nobreza. Foi um ofício da Casa Real, entregue a uma
determinada família e que passava por tradição para o seu descendente. Em Portugal,
essa função esteve na família dos Lobos, durante o reinado de D. João III, tendo sido D.
Filipe Lobo, quarto filho do 2º Barão de Alvito o primeiro dos Lobos que exerceu o
ofício de Trinchante-mor do Rei. Posteriormente e durante vários séculos manteve-se na
família Cunha. Um dos conjurados de 1640, D. António Álvares da Cunha, Senhor do
Morgado de Tábua, foi Trinchante de El-Rei D. João IV e de D. Pedro II.
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Não existe nenhum livro português sobre a arte de trinchar. Embora não tenha
feito uma investigação exaustiva sobre o tema, não me recordo de, em algum livro de
culinária de língua portuguesa, existir sequer um capítulo sobre o assunto.
Apesar disso não existia casa burguesa que soubesse receber, em que o dono da
casa não soubesse trinchar. Era uma distinção que competia ao homem da casa em dias
de cerimónia, apenas substituída pela oferta dessa opção a um convidado que se queria
honrar. Recordações que se guardam na memória, de dias de festa, como a época de
Natal, e a que os mais novos dificilmente terão acesso.
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Peixes
Quando por efeito da confecção, peixe não permita que a regra indicada seja
seguida á risca, coloca-se o mesmo com o lado lombo, voltado para o cliente, embora
tenha de ficar com o rabo voltado para o lado esquerdo.
Salmão Fumado
O salmão fumado é apresentado sobre uma prancha e corta-se por meio de uma
faca longa e flexível, de bom corte e que esteja bem afiada.
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Utilizando todo o movimento da faca e com movimentos amplos para tirar fatias
o mais finas possível. É indicado começar-se pela cauda, colocando a faca em posição
oblíqua, 170° aproximadamente.
Foto.1-Salmão colocado sobre prancha com indicação dos cortes a efectuar obtendo
fatias muito finas.
1ºFixa-se o garfo junto á cabeça do peixe e com a faca de peixe ou outro garfo vai-se
separando as espinhas dorsais do peixe, continuando até cerca do rabo.
4ºCom a faca ou uma colher de sopa, junto á espinha pela parte superior, e começando
onde separamos a cabeça, até ao rabo, passa-se a colher de costas a favor da carne e de
concavidade para a espinha retirando assim a primeira metade e colocando de costas ao
lado do peixe. Agora com a colher e o garfo simplesmente se vai levantando a espinha a
partir da cabeça com o garfo e ajudando com a colher de costas e finaliza-se colocando
a espinha num prato á parte. Por fim com a colher e o garfo em simultâneo volta-se a 1ª
parte para cima da que ficou de forma a tentar obter o peixe como se ainda estivesse
completo. Por uma questão de brincadeira pode-se voltar a colocar o rabo e a cabeça
como se de facto ele ainda esteja inteiro.
O Linguado
Retirar as espinhas laterais, por meio de uma faca de peixe ou colher de sopa,
através de um movimento efectuado de dentro para fora.
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Fazendo deslizar a faca ou a colher ao longo da espinha dorsal, da cabeça para a
cauda, afastar os filetes de modo a se poder começando na espinha junto á cabeça
separar a espinha dos filetes que estão na parte inferior e assim depois se voltar a
colocar por cima destes para repor a forma do peixe antes de despinhado.
1 Disponha o frango sobre a tábua com o peito para cima. Segure-o com o garfo
trinchante; com a faca trinchante corte a pele entre a perna e o peito. Em seguida,
desloque a faca para baixo e corte rente ao peito.
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2 Levante a coxa e puxe-a para trás para soltar o osso do corpo. Isso permite
remover numa única fatia a carne assada das fendas da espinha dorsal. Repita com a
outra perna.
3 Segure a ave com o garfo e a faca. Mantenha a faca o mais rente possível à
coluna e fatie de cima para baixo no sentido longitudinal de um dos lados do osso para
soltar o peito. Repita do lado contrário.
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4 Agora temos 2 pernas e 2 peitos. Para servir porções iguais tanto de carne
branca quanto de carne escura, divida essas partes em metade. Corte os peitos ao meio
em diagonal discreta e reserve.
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ao Trinchar de forma hábil, haverá pouco desperdício, pois pouquíssima carne restará
nos ossos ou na carcaça.
Instrumentos da profissão: o garfo trinchante possui uma espiga longa que
termina em dentes curtos e curvos; quando segurados ao contrário, eles firmam a carne
sem danificá-la. Para servir, use um garfo no formato de diapasão, com dois dentes
longos e rectos e haste curta, que é óptimo para espetar e picar.