Jardinagem (Apostila) PDF
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Gerência de Desenvolvimento 1
Luciana Bon Duarte Fantini
Coordenação Técnica
Cely Monti
Verônica Leopoldina Pellissari
Assistente
Letícia Garcia
© Senac-SP 2007
Editoração e Revisão
Globaltec Artes Gráficas
Jardinagem
2007
ÍNDICE
O jardim como um todo / 05
Condições especiais para plantas especiais / 07
Planejando o jardim / 08
O jardim durante o ano / 10
O jardim durante o dia / 11
O jardim e sua vida / 12
Características de algumas plantas ornamentais / 13
A planta como ser vivo / 14
Anatomia das plantas / 16
A flor / 17
Condições para o florescimento das plantas / 18
A folha / 19
A raiz / 21
O caule / 24
Reprodução por estacas / 26
Reprodução por divisão / 27
Reprodução por esporos / 28
Reprodução por rizomas / 29
Reprodução por folhas / 30
Enxertia por borbulha / 31
Alporquia / 32
Os seres vivos / 33
Principais pragas e doenças / 34
Problemas causados por insetos, lesmas e outros seres vivos / 35
Receitas caseiras para combater as pragas / 37
Formas de manejo ecológico de pragas e doenças / 39
Reconheça as principais plantas invasoras / 40
Técnicas de plantio / 41
Os solos / 43
Adubos / 45
Problemas mais freqüentes / 53
manutenção de jardins – cuidados básicos / 56
Referências bibliográficas / 57
Jardinagem
A face oeste, do sol poente, é mais quente, uma vez que a temperatura se “acumula” nos
minerais do solo, fazendo a água evaporar mais depressa. Assim, somente as plantas que
possuem raízes e folhas mais resistentes podem se adaptar a essas condições. Outras es-
pécies, se plantadas nesses locais, precisarão de regas mais constantes. Os arbustos, como
azaléias, hibiscos, pingos-de-ouro, ou plantas resistentes à seca, como cactáceas e suculen-
tas, se adaptam com facilidade às condições do sol poente.
A face norte é a mais ensolarada durante o inverno. Isto faz com que seja a ideal para o
plantio de hortaliças, pois, mesmo nos meses frios de junho e julho, as plantas terão mais
calor junto ao solo, permitindo a germinação e o crescimento, se irrigadas. A face norte
também é ideal para o plantio de espécies que florescem durante o ano inteiro. É o caso
das roseiras, cuja poda é feita a partir do dia 23 de junho. A partir dessa data, os dias se tor-
nam mais longos e ensolarados, o que faz com que elas floresçam mais. As plantas típicas de
inverno, como petúnias, begônias, sempre floridas, hortênsias, entre outras, têm floração
mais abundante, se expostas à face norte.
A face sul do terreno, ao contrário da face norte, é a mais sombreada e fria. Diz a sabedo-
ria popular que o joão-de-barro nunca constrói o seu ninho voltado para o sul, para evitar
os ventos frios, que sopram principalmente nas madrugadas.
Também as folhagens se ressentem do frio. As folhas das samambaias, por exemplo, a 5ºC
começam a amarelar e a secar. Plantas como antúrios, jibóias e comigo-ninguém-pode não
devem ficar sujeitas a correntes de ar frio. Outras plantas, no entanto, como árvores e ar-
bustos, que têm ramos e troncos lenhosos, podem se adaptar com mais facilidade a essas
condições.
Se observarmos esses princípios básicos, as chances de sucesso serão maiores, pois os
danos e as condições impróprias, que dificultam o crescimento dos vegetais e favorecem o
ataque de pragas e doenças, que, por sua vez, atingem normalmente as plantas mais fracas,
estarão sendo evitados.
Planejando o jardim
Um projeto de paisagismo envolve muitos aspectos, como os arquitetônicos, agronômicos,
artísticos e até psicológicos, pois cada pessoa tem uma preferência.
Um item importante tanto para a execução de jardins como de hortas e pomares é o pla-
nejamento das atividades e a intenção futura.
As plantas não devem ser compradas apenas pela beleza ou vontade. Como já vimos, é
preciso estudar as condições do terreno e usar as plantas adequadas à luz e à temperatura
do local.
Um item importante é o porte das plantas adultas e o crescimento das raízes para evitar
problemas futuros com calçadas e passeios.
Outro aspecto importante a ser considerado é saber como as plantas ficam mais bem
distribuídas. Elas podem ser plantadas isoladas, em grupos, formando maciços, como bor-
daduras e cercas vivas, ou formando conjuntos diversos.
Isolada Maciços
Bordaduras
Cercas vivas
O tipo de solo adequado à planta é outro item essencial a ser considerado no planejamento
do jardim. Porém, não chega a ser um fator limitante, uma vez que podemos melhorar as
suas condições de fertilidade, umidade, ventilação e estrutura, como veremos adiante. Mas
é preciso saber preparar o berço para a planta ter boas condições de crescimento.
Para ter um jardim em estilo tropical, inglês, japonês, moderno ou clássico, precisamos
escolher as plantas certas. Mas, mesmo que não se tenha essa preocupação, é importante
pelo menos definir os traços do jardim. Só assim teremos um projeto no futuro.
O projeto deve levar em consideração as necessidades da planta em termos de luz, tempe-
ratura, ventilação, umidade e altitude; enfim, as condições climáticas de origem da planta.
Algumas condições podem ser modificadas. Outras, não. Por exemplo: a altitude na qual
a planta naturalmente cresce é impossível de ser modificada, a não ser que pesquisemos
espécies geneticamente modificadas. É o que acontece com as roseiras. Naturalmente,
elas são originárias de regiões frias, montanhosas, com inverno e verão bem definidos e
umidade moderada. São condições que ocorrem naturalmente na Ásia, Europa e Mediter-
râneo. Mas foram desenvolvidas variedades que se adaptam às condições tropicais. Hoje,
é possível ter rosas em praticamente todos os locais, desde que a variedade escolhida seja
a adequada ao clima.
Acmea Aechmea sp 1, 2, 3, 4, 7, 8, 10
Afelandra Aphelandra sp 1, 4, 6, 8, 11
Aglaonema Aglaonema sp 1, 2, 3, 4, 6, 9, 12 1. Necessitam
Alocásia Alocasia sp 2, 3, 4, 6, 9, 12 de boa
Antúrio Anthurium sp 2, 4, 6, 9, 12 luminosidade
Azaléa japonesa Fatsia japonica 2, 3, 4, 6, 9, 11
2. Podem ser
Árvore-da-felicidade Polyscia sp 2, 4, 6, 9, 11
colocadas à
Aspárago Asparagus sp 2, 3, 4, 6, 9, 12 meia-sombra
Aspidistra Aspidistra elatior 2, 3, 4, 6, 9, 12
Azálea Azalea sp 1, 4, 6, 9 ,11
Begônia Begônia sp 1, 4, 6, 9, 11 3. Toleram locais
Beijo-de-estudante Impatiens walleriana 1, 4, 6, 8, 11, 13 sombrios
Calancoe anã Kalanchoe pumila 1, 5, 6, 9, 11
Calatéia Calathea sp 2, 3, 4, 5, 9, 12
Cheflera Schefflera sp 1, 2, 3, 4, 6, 8, 13 4. Gostam de
Cissus Cissus sp 1, 2, 3, 5, 6, 8, 11 água
Clorofito Chlorophytum comosum 1, 2, 3, 4, 6, 9, 10, 12
Columnea Columnea sp 1, 4, 6, 8, 11
5. Preferem solo
Comigo-ninguém-pode Dieffenbachia sp 1, 4, 6, 8, 11
mais seco
Corações emaranhados Ceropegia woodii 1, 2, 3, 5, 6, 9, 11
Crassula Crassula sp 1, 5, 6, 9, 11
Criptanto Cryptanthus bromefioides 1, 4, 7, 9, 10 Necessitam
6.
Crisântemo Chrysanthemum morifolium 1, 2, 4, 7, 9, 13 de adubação
Cu-de-mulata Thumbergia alata 1, 4, 6, 9, 11, 13 química
Dalechampia Dalechampia spathulata 1, 4, 6, 9, 11
Dizigoteca elegantíssima Dizygotheca elegantissima 1, 4, 6, 9, 11 7. Dispensam
Dracena godsefiana Dracaena godsefiana 1, 4, 6, 8, 11 adubação
Episcia Episcia cupreata 1, 4, 6, 8, 10, 11 química
Espada-de-São-Jorge-anã Sansevieria trifasciata 1, 2, 3, 5, 6, 9, 12
Falsa seringueira Ficus elastica “variegata” 1, 2, 3, 4, 6, 8, 11 8. Aconselha-se
Fatshedera Fatshedera lizei 1, 2, 4, 6, 8, 11 poda
Ficus benjamina Ficus benjamina 1, 5, 6, 8, 11
Ficus lirata Ficus lyrata 1, 2, 3, 4, 6, 8, 11, 14
Filodendro aveludado Philodendron andreanum 1, 2, 3, 4, 6, 8, 11 9. Não necessita
Fitonia Fittonia sp 1, 2, 4, 6, 8, 11 de poda
Flor-de-cera Hoya carnosa 1, 2, 5, 6, 9, 11
Flor-de-maio Zygocactus truncatus 1, 5, 6, 9, 11
Geogenanto Geogenanthus undatus 2, 5, 6, 8, 11 10. Propagação
Ginura Gynura x sarmentosa 1, 4, 6, 8, 11 através de
Guaimbé Philodendron bipinnatilidum 1, 2, 3, 4, 6, 9, 10 brotos
Hera Hedera helix 1, 2, 3, 5, 6, 8, 11
Iuca Yucca aloifolia 1, 4, 6, 9, 11 11. Propagação
Jibóia Raphidophora aurea 1, 2, 3, 5, 6, 8, 11 por estaquia
Ligularia Ligularia tussilaginca 1, 4, 6, 9, 11
Lírio-da-paz Spathiphyllum wallisii 1, 4, 6, 9, 12
Maranta Maranta sp 2, 3, 4, 6, 9, 12 12. Propagação
Mimo-de-vênus Hibiscus sp 1, 5, 6, 8, 11 por divisão
Monstera Monstera sp 2, 3, 5, 6, 8, 11 de mudas
Neoregelia Neoregelia carolinae 1, 5, 6, 9, 10
13. Propagação
Orelha-de-burro Syngonium podophyllum 1, 4, 6, 9, 11 por sementes
Orelha-de-gato Kalanchoe tomentosa 1, 5, 6, 9, 11
Peperomia Peperomia sp 1, 2, 5, 6, 9, 11
Pereskia Pereskia aculeata 1, 2, 5, 6, 9, 11
14. Propagação
Piléia Pilea cadierei 1, 4, 6, 8, 11 por alporquia
Sapatinho-de-judeu Thumbergia mysorensis 1, 4, 6, 8, 11, 13
Semania Seemania latifolia 1, 4, 6, 9, 11
Tilandsia Tillandsia cyanea 1, 4, 7, 9, 10, 12
Unha-de-gato Ficus pumila 1, 2, 4, 6, 8, 11
Violeta africana Saintpaulia ionantha 1, 5, 6, 9, 11
Ou
luz
CO2 + H2O C6 H12 O6 + O2 + H2O (vapor)
A flor
É o órgão sexual das plantas, embora elas também
possam se reproduzir por outras partes, como ga-
lhos, folhas, raízes e brotos laterais.
Quando as plantas se reproduzem pela polinização
das flores, chama-se reprodução sexuada.
A vantagem desse tipo de reprodução é que o “cruza-
mento” entre duas plantas pode trazer novas carac-
terísticas à espécie, como vigor, resistência às pragas
e doenças, melhor porte, maior quantidade de flores
etc. Por outro lado, também pode significar perda de
características boas, como o açúcar dos frutos, por
exemplo.
Quando não há cruzamento entre plantas, chama-se
reprodução assexuada. É como se fosse uma clonagem:
as plantas reproduzidas são cópias das plantas-mãe. As
vantagens podem ser muitas, como a manutenção do
tamanho, sabor, aroma, porte, coloração etc. Pode ha-
ver vantagem também quanto ao tempo de produção,
pois é muito mais demorado a semente germinar e
crescer do que fazer uma estaca de um galho.
É preciso cuidado, contudo, pois as plantas podem
perder a resistência às pragas e doenças, principal-
mente quando se reproduzem plantas naturalmente
mais fracas.
A flor é formada por diferentes partes. As pétalas,
sépalas e brácteas são folhas modificadas.
Os vegetais, quando têm os dois sexos ao mesmo
tempo, são chamados monóicos (mono = uma; oikos
= casa). São plantas “hermafroditas”. Ou podem ter
os sexos separados e, então, são denominados diói-
Flor de uma quaresmeira: cos (di = dois; oikos = casa).
p - pendúculo
No caso das plantas dióicas, existem as plantas ma-
c - cálice cho e fêmea. Normalmente só a planta fêmea produz
co - corola frutos, pois apenas ela tem ovários. Mas pode aconte-
e - estames cer um processo chamado partenogênese, quando o
g - gineceu macho produz um “falso” fruto. É o caso do mamão
eg - estigma macho, quando produz o mamão em “corda”.
et - estilete
Ao contrário do que se pensa, a árvore da felicidade
não tem plantas “machos” e “fêmeas”. São espécies
diferentes!
A folha
Além de ser o “pulmão” da planta, a folha serve como órgão de absorção de água e luz, de
excreção do excesso de minerais, de manutenção da temperatura e de reprodução.
As folhas podem ser de vários tipos:
linear
ociculada
germinada trifoliada digitada duplicada
pilosa
flutuante
Nas partes superior e inferior, as folhas apresentam inúmeros poros, os estômatos. São
importantes para a fotossíntese, respiração, transpiração e eliminação de resíduos. Tam-
bém apresentam nervuras por onde correm a seiva e os gases. Essas nervuras dão origem
ao pecíolo, que prende as folhas ao caule. Na base de cada folha, podemos encontrar uma
gema ou “olho” de brotação, de onde surgem os novos ramos.
Durante a poda, o corte feito acima e contrário às gemas evita o acúmulo de seiva, prote-
gendo a folha contra o aparecimento de fungos e bactérias que causam podridões.
Nos troncos, existe uma região superior denominada crista ou “cangote”, e uma inferior
conhecida por “colar” ou “pescoço” por onde a água escorre.
Na poda, é importante preservar a crista e o colar, pois é onde vai crescer um tecido novo
de cicatrização.
Como a folha é órgão de absorção, a adubação foliar pode ser uma boa solução na hora de
aplicar adubos.
Todo produto foliar, como inseticida, fungicida, adubo, “limpa-folhas” etc., deve ser aplica-
do à tarde para evitar as manchas causadas pelo sol.
A raiz
A raiz é um órgão vital para a planta. Mesmo sem folhas ou flores, os vegetais podem so-
breviver por algum tempo, mas sem as raízes é impossível a absorção de água e minerais
pelas plantas terrestres.
Também pelas raízes há eliminação de resíduos ou “fezes” alimentares. Nem tudo o que
a planta absorve é usado na alimentação e crescimento e precisa ser eliminado ou pelas
folhas, através da transpiração, ou pelas raízes. É importante preparar um sistema de dre-
nagem que permita que os restos alimentares sejam eliminados do vaso.
A planta respira por todas as partes, inclusive pela raiz. Se o solo estiver duro ou encharca-
do, faltará oxigenação e as raízes apodrecerão.
Não se pode deixar água no fundo dos pratos de suporte, pois o excesso de água facilita o
crescimento de bactérias que causam doenças.
As raízes absorvem água e minerais através de pequenos pêlos absorventes. É a região ativa
da raiz, onde devem ser localizados os nutrientes na hora de adubar. Pelas pontas, a raiz
solta ácidos, que permitem a penetração no solo. Junto ao caule, a raiz torna-se dura como
o tronco, permitindo a sustentação da planta. Nessa parte dura, como não existem pêlos
absorventes, os minerais não são mais retirados do solo. Portanto, os adubos não devem
ser colocados nessa região.
Bem próximo ao caule, há uma região chamada colo ou coleto. Se o adubo entrar em con-
tato com essa parte, pode queimar ou “sapecar” as plantas. Também não se deve cobrir o
colo com terra na hora de plantar.
Muitas plantas se reproduzem pelas raízes, através de brotos laterais, permitindo a multi-
plicação de mudas por divisão das touceiras.
As raízes são importantes órgãos de reserva. Nos períodos de frio, as plantas armazenam
seus nutrientes nas raízes, e, quando chega o período de crescimento, esses nutrientes são
carregados pela seiva para produzir folhas e frutos novos. Geralmente, nas luas minguantes
e novas, a seiva desce para as raízes, onde fica armazenada. Por isso, essas são as melhores
épocas para as podas das partes aéreas ou para colher raízes e tubérculos.
Cuidado na hora de plantar e transplantar!
Todo ferimento na raiz pode causar a entrada de fungos, bactérias e nematóides, que vivem
no solo e causam doenças às plantas.
Na arborização de ruas e parques, é importante verificar se o sistema radicular não preju-
dicará a calçada ou provocará tombos.
Existem diferentes tipos de raízes.
Raiz apressória Raiz escora Raiz tabular
O caule
Além de servir de sustentação para folhas, flores e frutos, o caule também transporta a
seiva.
Há dois tipos de seiva:
• seiva bruta: formada pela água e minerais absorvidos do solo;
• seiva elaborada: são os açúcares produzidos a partir da fotossíntese.
No caule, há dois tipos de vasos de transporte:
• o xilema, que transporta a seiva bruta e é interno ao tronco;
• o floema, que transporta a seiva elaborada e ocupa posição mais externa.
O caule também respira e faz fotossíntese. Por isso, é errado fazer caiação ou pintar o
caule das plantas.
Há caules flexíveis ou herbáceos, como o dos gerânios, das marias-sem-vergonha etc., e
caules lenhosos ou duros, como o das árvores e arbustos. Também há caules subterrâneos,
como os bulbos e rizomas.
Pelo caule e pelos ramos é possível fazer a produção de estacas. No caso dos caules her-
báceos, o enraizamento é fácil. Mas, quanto mais lenhoso for o caule, mais difícil enraizar a
estaca. Nesse caso, usamos “hormônios” de enraizamento.
As estacas podem ser de caules cortados ou podem ser enraizadas na própria planta. Nes-
se caso, chamamos o processo de alporquia.
flor aberta
pecíolo
gema lateral
nó (base da folha)
entre nós
colo ou coleto
raiz
As estacas devem ser tratadas com hormô- As estacas herbáceas retiradas com folhas,
nio vegetal antes de serem enraizadas. das pontas dos ramos, devem ter a sua me-
tade inferior livre das folhas, para diminuir
a transpiração da planta.
Produção de estacas
Devem permanecer embrulhados por um O “pó marrom” (esporos) deve ser espa-
período de 10 dias, ao final do qual se per- lhado sobre a terra e mantido em local úmi-
ceberá um “pó marrom”, que deve ser co- do, ou amarrado num saco plástico, por um
letado. mês, até que surjam os protalos.
As estacas das quais são re- As borbulhas devem ser reti Detalhe de uma borbulha
tiradas as borbulhas para en- radas com bastante cuidado para enxertia.
xertia devem ser de ramos para que não se danifiquem
ainda verdes e vigorosos. as gemas ou “olhos”.
A borbulha deve ficar bem Depois deve ser fixada com Depois de 30 dias, se consta-
inserida no corte. fita plástica, ráfia ou uma tira tado o pegamento da borbu-
de pano encerada. lha, será retirado o amarri-
lho e aparado o cavalo, logo
acima do local do enxerto.
Quando o broto atingir 8 a
10 cm, é conveniente des-
pontá-lo.
Alporquia
Os seres vivos
Em um jardim existem inúmeros seres vivos que se relacionam entre si e com o ambiente.
A saúde desse ecossistema vai depender da forma como ele é manejado. Um ponto-chave
para o equilíbrio ecológico é a biodiversidade, ou seja, a variedade de espécies que existem
no local.
Todo ser vivo tem um inimigo natural, que controla o crescimento de sua população. Se
soubermos respeitar esse princípio, o uso de uma quantidade enorme de produtos agro-
tóxicos pode ser evitado.
Qualquer espécie pode tornar-se inconveniente quando a sua população cresce desorde-
nadamente. Além disso, o que consideramos normalmente como praga pode ter um papel
importante no controle biológico de outras espécies. É o caso das joaninhas, que podem
servir para controlar populações de pulgões ou de vespas, que, por sua vez, combatem
lagartas e formigas. Mesmo as formigas, apesar dos prejuízos que causam, têm um papel
importante na retirada de folhas e matéria orgânica.
jar-se no solo, às vezes causando grandes estragos. Controle: manejo ecológico, método
caseiro e produtos químicos.
Nematóides: pequenos vermes cilíndricos. Vivem no solo e parasitam as plantas. Alojam-
se nas raízes, formando galhas, pequenos nódulos. Sugam a seiva da planta, impedindo que
a água e os minerais cheguem à copa. A planta seca, ficando com aparência de “triste”. As
folhas ficam enroladas e quebradiças. Controle: eliminação das plantas doentes e adição
de matéria orgânica no solo, o que promove o aparecimento dos inimigos naturais dos
nematóides. Há nematicidas, produtos químicos utilizados para o controle desses vermes.
O plantio de hortelã ou cravo-de-defunto no local diminui a infestação de nematóides no
solo.
Calda de fumo
200 g de fumo de corda e 1 litro de água Pique e macere o fumo, deixando de molho por
24 horas. Coe num pano fino e dilua em 5 litros de água. Pulverize contra pulgões, perce-
vejos, trips e lagartas. Para melhorar o efeito, acrescente duas colheres de sabão de coco
em pó ou ¼ de barra de sabão de coco.
Extrato de fumo
100 g de fumo de corda e 2 litros de água Deixe ferver por 20 minutos. Depois de frio,
injete nos orifícios de brocas (larvas de besouros), tapando com sabão de coco neutro.
água de sabão
2 copos de extrato de fumo, 200 g de sabão de coco neutro e 10 litros de água. Deixe fer-
ver e filtre. Depois de frio, aplique contra cochonilhas sem carapaça. Para cochonilhas com
carapaça, aplique preparado feito com água, álcool e óleo mineral na proporção 1:1:0,1. Se
possível, retire as cochonilhas mortas, pois podem ficar ovos, que eclodem novamente.
água
Os ácaros surgem em épocas secas e frias. Se as plantas forem regadas nesse período,
molhando-se embaixo das folhas, a população diminui bastante.
Técnicas de plantio
O terreno deve estar preparado e o solo já adubado, pelo menos 30 dias antes do plantio.
Os berços são abertos de acordo com o tipo de muda.
Para árvores, o ideal é que sejam feitos com 70 cm de profundidade por 60 cm de com-
primento e largura (70x60x60). Para arbustos, com 50 cm de profundidade por 40 cm de
comprimento e largura (50x40x40x).
Mesmo que as mudas sejam pequenas, essas medidas são as indicadas, pois favorecerão o
crescimento das plantas nos primeiros anos de vida.
A terra que se retira dos berços deve ser separada em dois montes: um com os 20 cm
formados pela terra da superfície e outro com o restante dela. Isso porque a parte de cima
do solo é a mais fértil e, junto com a terra previamente preparada com adubos orgânicos
e químicos, deverá ser devolvida ao berço. O restante da terra pode ser adubado e usado
em outros berços, desde que se esperem 20 a 30 dias para plantar.
Ao plantar, coloque apenas a metade da terra no berço. Em seguida, regue abundantemente.
A rega durante o plantio é importante para que a terra se compacte e o solo não fique
ressecado.
Em seguida, preencha o berço com terra até o nível do solo, não se esquecendo de colocar
a muda na mesma altura em que estava plantada. Regue em seguida e diariamente nos pri-
meiros 30 dias. Se puder, faça ao redor das plantas uma coroa com capim, serragem, casca
de arroz ou outra cobertura morta, para evitar o ressecamento do solo e o aparecimento
de ervas daninhas.
Se preciso, faça o tutoramento das mudas para que não tombem. Use cabo de vassoura ou
ferro de construção e, de preferência, sisal ou corda para amarrá-las. O laço deve ser em
oito, para evitar o estrangulamento do caule.
Plantio em vasos
No fundo do vaso, deve-se colocar material de drenagem, como cascalho ou brita mistu-
rada com areia.
A terra deve ser comprimida com as mãos A planta não deve ficar em contato
levemente, a fim de não compactar com a água.
o solo demasiadamente.
Os solos
O solo é um recurso natural renovável. É formado ao longo de milhares de anos pela de-
composição das rochas que se encontram nas camadas mais profundas da crosta terrestre.
A água, a temperatura, os ventos, as raízes das plantas e os microorganismos são respon
sáveis pelas transformações das rochas, dando origem a diferentes tipos de solos.
A camada superficial do solo, com profundidade de 20 a 30 cm, é a mais importante para
o crescimento das plantas, pois é nessa região que crescem as raízes e onde se concen-
tra a maior parte dos minerais disponíveis às plantas. Também é uma região com maior
acúmulo de matéria orgânica. Por isso, é importante que seja preservada. Logo abaixo,
encontramos o subsolo, mais pobre em minerais, com maior quantidade de pedras e
menor concentração de água e oxigênio. Essa camada pode estender-se por muitos me-
tros, até encontrar a rochamãe ou rocha matriz. É essa rocha que deu origem ao solo e,
portanto, muitas das características minerais dele estão relacionadas com o tipo de rocha
encontrada em uma região.
Alguns solos são formados pela deposição de minerais e material orgânico trazidos pela
água e pelos ventos. São solos que têm características diferentes da rocha matriz. Podem
perder facilmente suas qualidades (exemplo: beira de rios, praia, charcos e floresta ama-
zônica).
Tipos de solo
Há vários tipos de solos. De forma geral, podem ser classificados em:
• Argilosos: com mais de 35% de argila, são solos ricos em minerais; geralmente pro-
fundos, apresentam dificuldade de drenagem e aeração. Têm coloração avermelhada,
embora existam diferentes tipos de argila, com muitas colorações.
• Arenosos: com mais de 70% de areia, formada principal-mente por quartzo, um mi-
neral branco. São solos leves, sujeitos à erosão e ao empobrecimento. Retêm pouca
umidade. Os minerais que contêm às vezes não podem ser aproveitados, pois estão na
forma primária, ou seja, não decomposta.
• Humíferos: são solos ricos em matéria orgânica, com boa fertilidade. Por vezes, são
muito encharcados e com pouca aeração. Devido à grande quantidade de matéria or-
gânica, são geralmente ácidos.
• Calcários: são formados por restos de conchas, animais marinhos ou rochas calcárias.
São solos ricos, porém muito permeáveis. Não retêm umidade.
Adubos
Ao todo, são 17 os minerais essenciais às plantas. Os minerais de que elas necessitam em
maior quantidade, chamados macro-nutrientes, são: nitrogênio (N), fósforo (P), potássio
(K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S).
Os micronutrientes, necessários em pequenas quantidades, são: ferro (Fe), manganês (Mn),
boro (Bo), molibdênio (Mo), cobre (Cu), zinco (Zn) e cobalto (Co).
Cloro (Cl) e alumínio (Al) em pequenas quantidades podem se tornar tóxicos às plantas.
A planta necessita também de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), os quais retira
da água e do ar.
Macro-nutrientes
Nitrogênio: é o elemento químico que exerce efeito mais rápido e pronunciado sobre os
vegetais. Estimula o crescimento vegetativo (folhas, ramos e caules). Dá cor verde-escuro
às folhas. Aumenta o tamanho dos grãos e a quantidade de proteínas. Controla a utilização
de potássio, fósforo e outros nutrientes. Torna as plantas mais suculentas (exemplo: alface,
rabanete e hortaliças).
Fósforo: junto com o nitrogênio, é um dos principais elementos para o crescimento das
plantas. Auxilia o aproveitamento de outros nutrientes do solo. Pode ser encontrado em
adubos comerciais, resíduos vegetais, estrume e naturalmente nos solos. Está relacionado
à floração, à frutificação e à formação de sementes. Auxilia a maturação dos frutos e a for-
mação de raízes laterais. Fortalece os tecidos de sustentação, evitando o tombamento das
mudas. Aumenta a qualidade das safras, dando resistência a certas doenças.
Potássio: é um elemento químico que existe em grande quantidade nos solos, mas que
logo acaba, devido ao grande consumo pelas plantas e às perdas que ocorrem em virtude
da água da chuva e de regas excessivas. Está ligado ao crescimento e fortalecimento das raí-
zes, ao vigor e à resistência a certas doenças. Serve de equilíbrio ao nitrogênio e ao fósforo,
neutralizando os seus efeitos prejudiciais. É importante para a fotossíntese. Também age na
formação de grãos e sementes, tornando-os maiores e mais pesados. Auxilia o desenvolvi
mento de tubérculos.
Como fazer a medição do pH: o pH do solo pode ser medido com o uso de peagâme-
tros, encontrados à venda no comércio, ou pelo envio de amostras de solo a laboratórios
(Instituto Agronômico de Campinas). O emprego de calcário depende da acidez do solo e
das exigências de cada cultura. A medição deve ser feita periodicamente, pois com o tem-
po o pH sofre mudanças. É mais recomendável o calcário dolomítico, por ser mais barato
e apresentar certa quantidade de magnésio essencial às plantas. A cal virgem é usada quan-
do se deseja uma ação imediata, mas seu efeito é menos prolongado. Cinzas de madeira
podem ser colocadas periodicamente, dando bons resultados. Tome cuidado com a cal
virgem, pois, por ser cáustica, pode causar alergias e queimaduras.
Micro-nutrientes
Manganês (Mn): faz parte de inúmeras reações químicas no interior das plantas, tais
como: produção de proteínas, ácido ascórbico (vitamina C), desdobramento das moléculas
de água e fotossíntese.
Cloro (Cl): tem papel importante na formação de raízes e partes aéreas da planta. É
mais comum que esteja em excesso, pois a água de irrigação já contém certa quantidade.
Pequenas concentrações podem causar toxidez, deixando as folhas queimadas. Por isso,
devem-se evitar adubações com esse elemento químico.
Cobre (Cu): é importante para a respiração, fotossíntese, aproveitamento de nitrogênio,
transporte de água no interior da planta e resistência a doenças causadas por fungos.
Ferro (Fe): está ligado à formação de clorofila e de outros pigmentos da planta. Também
é importante para a formação das proteínas do vegetal.
Molibdênio (Mo): toma parte nas reações químicas da planta, atuando como um ativador.
Está ligado à fixação de nitrogênio e produção de proteínas.
Cobalto (Co): não existem estudos detalhados sobre o papel desse elemento nas plantas.
Sabe-se que ele é essencial para a fixação de nitrogênio.
Para se fazer o diagnóstico da deficiência de nutrientes, deve-se atentar para os seguintes
aspectos:
• se os sintomas são generalizados, várias plantas apresentam o mesmo problema;
• se ocorrerem em algumas plantas e em locais específicos, os danos podem ser cau-
sados por pragas, doenças, manejo incorreto de fatores ambientais ou características
genéticas;
• na planta, caso uma folha apresente os sintomas, a folha oposta também deve apresen-
tá-lo (simetria dos sintomas). Isso depende da posição em relação à luz.
Como adubar
Os adubos podem ser líquidos ou sólidos. Na adubação foliar, utilizam-se adubos dissol-
vidos que, aplicados sobre as folhas, têm uma ação muito mais rápida. Já na adubação do
terreno, são usados adubos granulados, que devem ser misturados ao solo para depois
serem dissolvidos pela água e aproveitados pelas plantas. Também existem adubos líquidos
“raiz”, que são regados sobre o solo.
O adubo granulado precisa sempre ser incorporado ao solo. Ele não deve ficar exposto,
jogado superficialmente, devendo sempre ser misturado à terra. Deve-se tomar cuidado
com a proximidade das raízes e do caule da planta, pois o contato pode causar danos.
Como a absorção dos adubos químicos é rápida, o excesso pode causar intoxicações no
vegetal. Nesses casos, é preciso regar abundantemente as plantas para tentar diminuir a
concentração de nutrientes. É mais fácil perder-se uma planta pelo excesso de nutrientes do
que por sua falta. Os adubos peletizados são de ação lenta e evitam a queima das plantas.
A adubação antes do plantio deve ser feita com um período de 30 dias de antecedência,
nos meses secos, ou 20 dias antes, nos meses chuvosos, para que os nutrientes sejam
dissolvidos. Após o plantio, deve-se irrigar diariamente por um período de um mês, dimi-
nuindo as regas posteriormente.
Em mudas já plantadas, as adubações posteriores são feitas em “coroa”, abrindo-se sob
a copa das plantas um círculo de aproximadamente 5 cm, onde é colocado o adubo. Em
seguida, cobre-se com terra o orifício e rega-se. Em gramados e jardins, podem-se abrir
pequenos buracos ao redor da planta, onde são colocados os adubos.
Colocar
adubo nas
bordas
Fórmulas de adubos
Os adubos podem ser preparados com vários minerais. É importante que contenham ma-
cro e micronutrientes e, sempre que possível, matéria orgânica.
As fórmulas representam as quantidades proporcionais de N (nitrogênio), P (phosphorum),
K (kalium ou potássio) - é o famoso NPK.
Podemos fazer qualquer fórmula, mas as mais comuns são:
10 . 10 . 10 - para plantas equilibradas;
4 . 14 . 8 - para plantas floríferas ou de frutos;
8 . 8 . 8 - para plantas pouco exigentes;
20 . 20 . 20 - para plantas exigentes e de porte.
Não se devem aplicar adubos foliares no período da manhã, pois os raios de sol podem
queimar as folhas, deixando-as manchadas.
A quantidade de adubos depende da espécie, levando-se em consideração o máximo ren-
dimento da planta. Para absorver melhor o adubo, podem-se intercalar duas aplicações no
período recomendado, dividindo-se ao meio a quantidade prescrita.
É aconselhável fazer o rodízio dos produtos, pois, apesar da garantia do fabricante, alguns
deles contêm menos que o indicado no rótulo.
Também é melhor aplicar adubos que contenham microelementos necessários às plantas.
Os adubos minerais não substituem as adubações orgânicas feitas com húmus vegetal ou
animal. Também a farinha de ossos e a torta de mamona dão bons resultados. Os adubos
orgânicos dão “vida” ao solo, aumentando a quantidade de microorganismos, que auxiliam
a alimentação das plantas. Mas todo adubo orgânico deve ser previa-mente curtido e estar
isento de pragas e doenças. Para isso, é preciso preparar a compostagem desses materiais.
Épocas de adubações
• No jardim: devem-se intercalar adubações orgânicas e minerais durante o ano, uti-
lizando-se estas últimas nos períodos chuvosos. No plantio e meses secos, devem-se
utilizar adubos orgânicos.
1a. adubação mineral: início das chuvas (out./nov.);
2a. adubação mineral: meio do período chuvoso (fev./mar.);
3a. adubação mineral: antes da floração;
4a. adubação mineral: depois da poda ou colheita.
Nas folhas
• manchas castanhas e quebradiças: falta de água, frio, excesso de potássio (junto às
nervuras);
• manchas castanho-escuras macias: excesso de água, doenças causadas por bacté-
rias;
• manchas castanhas com centro esbranquiçado: doenças causadas por fungos;
• manchas esbranquiçadas sobre as folhas: salpicos de adubos, água fria, excesso de
luz;
• pintas pretas na parte superior da folha: pragas (insetos sugadores), doenças (bac-
térias);
• amarelecimento e queda das folhas: envelhecimento natural, excesso de água, cor-
rentes de ar frio, excesso de luz (p. ex.: peperônias), insetos sugadores, ácaros;
• manchas castanhas e folhas quebradiças: falta de água, frio, excesso de potássio
(junto às nervuras);
• queda de folhas verdes: choque térmico, excesso de ventos, período de adaptação
após o plantio;
• perda da característica variegata: falta de luz;
• folhas retorcidas com margens queimadas: solo alcalino;
• folhas retorcidas e margens dobradas: viroses transmitidas por trips ou insetos
sugadores;
• planta com aspecto “triste”, murcha repentina e generalizada: nematóides do
solo, problemas com as raízes;
• folhas sem viço: excesso/falta de luz, deficiência de nitrogênio, presença de ácaros,
excesso de poeira;
• folhas murchas: excesso/falta de água, excesso de calor, raízes apertadas, presença
de pragas ou doenças nas raízes;
• queda das folhas superiores: excesso de cálcio, falta de água, pragas ou doenças;
• queda das folhas inferiores: falta de luz, temperatura inadequada, pragas ou doen-
ças;
• queda e amarelecimento após o plantio: natural, se forem em pequena quantida-
de; solo solto junto às raízes, terra ressecada ou adubação exagerada;
• orifícios nas folhas: choques mecânicos (granizo, galhos, pessoas, animais, objetos),
insetos sugadores;
Nas flores
• ausência de flores: exposição incorreta à luz, desequilíbrio nutritivo (excesso de ni-
trogênio), pouca umidade, transplante ou poda em época errada;
• flores mal formadas: luz, adubação, presença de pragas (pulgão) ou doenças causa-
das por fungos e bactérias;
• flores murcham rapidamente: regas insuficientes, pouca luz, muito calor;
• queda de flores e botões florais: deficiência nutritiva, luz inadequada, falta/excesso
de água, danos causados por insetos, processo abortivo natural (p. ex.: mangueira).
Nos frutos
• frutos não se formam: deficiência nutritiva (micro ou macronutrientes), falta de água
ou luz, podas em períodos errados, clima inadequado à espécie;
• frutos não se desenvolvem: deficiência nutritiva, problemas climáticos, pragas e do-
enças;
• queda de frutos verdes: deficiência nutritiva, mudanças bruscas de temperatura,
processo abortivo natural;
• frutos com pintas pretas: ácaros ou insetos sugadores;
• frutos com manchas brancas ou podridões: doenças (fungos ou bactérias);
• frutos com pouco sabor: adubação exagerada de NPK, deficiência de micronu-
trientes.
Nas raízes
• baixo crescimento das raízes: deficiência nutritiva, falta de espaço para crescimento
das raízes, entulhos, cascalho ou objetos enterrados no solo;
• crescimento exagerado das raízes: deficiência nutritiva (ex.: samambaias e plantas
epífitas), excesso de adubo no solo;
• crescimento enovelado ou para fora do vaso das raízes: falta de espaço, solo
saturado, deficiência nutritiva;
• presença de nódulos das raízes: normal nas leguminosas; causado por nematóides;
• raízes machucadas, quebradas ou rachadas das raízes: nematóides, larvas de
insetos.
No solo
• limo verde: excesso de rega, falta de drenagem;
• manchas brancas: água dura (excesso de calcário), muita adubação;
• rachaduras no vaso: falta de espaço para as raízes, mudanças de temperatura;
• terra dura: falta de água, falta de matéria orgânica no solo;
• terra encharcada, pesada: falta de drenagem, excesso de matéria orgânica, solo
muito argiloso;
• solo cansado, velho: deficiência nutritiva, excesso de plantas no vaso, irrigação exa-
gerada, falta de aeração;
• vasos pequenos: amarelecimento de folhas, murcha e queda de flores e botões, baixo
crescimento das plantas.
Um projeto bem concebido deve ser bem implantado e com uma manutenção periódica a
fim de manter as características originais do projeto. O jardim nunca é um produto finali-
zado ele é uma paisagem em processo em função do crescimento das plantas ao longo do
tempo.
A manutenção periódica do jardim é um procedimento que tem como objetivo manter o
desenvolvimento das áreas verdes na sua melhor forma conforme foram projetadas.
Logo após a implantação do jardim é importante manter uma atenção especial para que as
plantas se adaptem ao novo local. As regas podem ser mais freqüentes e a observação do
enraizamento é importante para garantir a “pega” das mudas.
A manutenção tem alguns procedimentos rotineiros que serão detalhados a seguir.
Rega: normalmente feita pelo proprietário ou por algum funcionário. As empresas de
manutenção podem fazer as regas nos dias específicos para a realização dos serviços, mas
em um jardim padrão esse serviço é realizado uma vez por mês em média e é importante
garantir as regas nos outros dias do mês. Observar sempre as necessidades hídricas de
cada planta.
Limpeza: varredura do local, remoção de plantas mortas e doentes, retirada de ervas
daninhas, corte de grama.
Poda: podem ser de formação das plantas ou de limpeza da vegetação – verificar procedi-
mentos adequados já explicitados na apostila.
Afofar canteiros: procedimento necessário para melhor aeração do solo e penetração de
adubos.
Adubação: verificar os períodos e produtos adequados.
Controle fitossanitário: observar existência de pragas e doenças e combatê-las com as
técnicas adequadas.
A pessoa responsável na manutenção das áreas verdes deverá usar equipamentos e ferra-
mentas adequados para cada atividade.
Cuidar do seu próprio jardim pode ser uma atividade bastante prazerosa.
Referências bibliográficas
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LORENZI, Harry & SOUZA, Hermes Moreira de. Plantas ornamentais no Brasil: arbustivas,
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BERGAMIM FILHO, Armando; KIMATI, H.; AMORIM, L.; CAMARGO, L. & REZENDE, J.
Manual de fitopatologia. São Paulo, Agronômica Ceres, 1997.
COELHO, Fernando S. & VERLENGIA, Flávio. Fertilidade do solo. 2. ed. São Paulo, Instituto
Campineiro de Ensino Agrícola, 1988.