Material420565 PDF
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Escol
ade
Negóci
os
Uma Visão Geral da Economia:
Importância na Área de Negócios
1. Introdução
Na pessoa “muquirana” (para alguns, para outros, segura) que economiza todo e qualquer centavo.
Nossa, se formos colocar no papel todas as imagens que ligamos à economia, teríamos
uma lista longa.
A lista é longa sim, pois a Economia está ligada a praticamente tudo o que vivenciamos.
É cada vez mais comum discutirmos sobre fatos econômicos como: aumento de preços,
períodos de crise econômica, desemprego, diferenças salariais, balança comercial,
Economia Universidade Anhembi Morumbi
oscilações na taxa de câmbio, crescimento de setores, taxa de juros, elevação de
impostos e tarifas públicas, globalização, entre outros. Como a maioria das pessoas
liga a Economia ao âmbito financeiro e a problemas sociais e de política econômica, à
primeira vista estudar Economia tem baixa popularidade.
Então para que estudar Economia? Os autores Hall e Lieberman (2003) apontam alguns
motivos interessantes:
• Mais um motivo para que você pense a respeito: para ajudar na preparação da sua
carreira.
Vamos lá?
2. Conceito de Economia
Microeconomia Macroeconomia
4. O Problema da Escassez
Resumindo:
4.2. Os Bens
BEM é tudo aquilo capaz de satisfazer uma necessidade humana (RIZZIERI, 2005, p.10).
Existem vários critérios de classificação dos bens:
• livres: são abundantes na natureza, podem ser obtidos com pouco ou nenhum
esforço humano e por isso não possuem preço (ex.: ar, luz do sol, mar, etc.)
• Terra (ou recursos naturais): Na economia, o termo terra é usado no sentido amplo
indicando os elementos da natureza que podem ser utilizados na atividade produtiva
(solo para agricultura e construções prediais, recursos hídricos, recursos minerais,
etc.). O preço pago pela utilização do recurso terra é denominado aluguel.
A economia nos ensina que não existe “nada grátis”, para conseguirmos algo, temos
que renunciar a outras coisas e esse é o princípio do custo de oportunidade.
Dessa relação, surge nosso primeiro fluxo: o fluxo real da economia. Por Fluxo Real
entendemos o movimento dos recursos produtivos e bens e serviços entre os diversos
agentes econômicos. Como estamos tratando de uma simplificação vamos considerar
apenas dois grandes agentes: as famílias, proprietárias dos recursos de produção e as
empresas, produtoras dos bens e serviços disponíveis. As firmas contratam mão-de-
obra, compram matérias-primas e bens de investimento (ou seja, adquirem os recursos
produtivos) e, produzem bens que são posteriormente vendidos a outras firmas as quais
transformam o produto ainda mais, até que o produto final seja vendido ao consumidor/
famílias.
Sabemos que toda vez que um bem é transferido de um agente para outro, são
efetuados pagamentos em troca deles. Surge, então, mais um fluxo: o fluxo monetário.
As empresas ao adquirem os recursos produtivos das famílias, pagam por eles; os donos
das terras recebem aluguel por suas propriedades, os trabalhadores recebem os salários
b) Como produzir?
É determinado pela concorrência entre produtores. Cada produtor procurará
minimizar seus custos e buscará métodos e recursos mais eficientes para
maximizar seus resultados e sobreviver à concorrência. Cria-se um mercado de
fatores de produção, no qual as empresas buscam os melhores recursos para
sua produção.
c) Para quem?
Será determinado pela oferta e demanda no mercado de fatores de produção,
já que a remuneração destes recursos (aluguéis, lucro, juros e salários)
determina a renda disponível de cada agente, o que permite a aquisição de
certos bens e serviços, fazendo com que o preço se torne um instrumento
de exclusão, visto que alguns indivíduos não terão renda disponível para o
consumo de alguns bens.
Podemos usar esse fluxo para analisar vários mercados e situações. E, se quisermos um
fluxo mais complexo e realístico, basta incluirmos o governo, o mercado financeiro e
ainda, o comércio internacional.
1. Introdução
2. A Microeconomia
• Visão global: Ela não foca sua análise em uma empresa específica, como a
Administração de Empresas, e sim no mercado no qual esta empresa está inserida.
A Microeconomia também é chamada de Teoria dos Preços, porque são os preços que
coordenam as decisões dos agentes econômicos no mercado.
4. A Demanda
Isso faz sentido. Quanto mais elevado for o preço de um produto, menores quantidades
o consumidor está disposto a adquirir, porém, quando o preço sofre reduções, os
consumidores aspiram por quantidades cada vez maiores.
Como exemplo, consideremos a demanda mensal de uma família por sucos de laranja.
A tabela a seguir ilustra as quantidades demandadas de suco a cada preço:
Cabe destacar que o termo Demanda é usado para se referir a toda a curva e não
a apenas a um ponto dela; quando nos referimos a um ponto da curva, usamos a
expressão quantidade demandada. Mudanças nos preços provocam alterações na
quantidade demandada, já que ocorre o deslocamento ao longo da curva de demanda.
Dentro do nosso exemplo, quando o preço sobe de R$2,00 para R$3,00 o litro, a
família deixa de consumir 40 litros e passa a consumir 20 litros mensais de suco de
laranja, passando do ponto D para o ponto B na curva de demanda.
Para entender a utilidade marginal decrescente vale lembrar a antiga história do copo
de água. Inicialmente, como a sede é grande, este copo de água traz uma satisfação
elevada. Quanto mais água for consumida, maior será a satisfação total (a utilidade total
é crescente), mas à medida que a sede é saciada, o próximo copo passa a trazer uma
utilidade cada vez menor. Como utilidade marginal (ou suplementar) representa a utilidade
que o consumidor obtém ao consumir uma unidade adicional de um bem, ela diminui à
medida que se consome mais e mais. Em decorrência disso, quanto mais saciados estiverem
os consumidores, menor deve ser o preço do produto para induzir um consumo maior.
Isso ajuda a explicar, por exemplo, porque os lançamentos (as novidades) têm sempre um
preço elevado, como os consumidores não estão saciados, pelo contrário, estão ávidos por
consumir, o preço é elevado. À medida que o consumo vai se pulverizando, a saciedade
aumenta, a utilidade marginal decresce e, portanto, a tendência é que os preços caiam.
Além do preço do próprio bem, existem outros fatores que interferem na demanda
por um bem ou serviço, como a renda do consumidor, as preferências do consumidor,
tamanho do mercado e o preço dos bens relacionados - substitutos e complementares.
Esses fatores provocam deslocamentos da curva de demanda.
Porém, isto não ocorre com todos os bens, o que nos permite classificar os bens em:
• Bens normais: bens cuja quantidade demandada aumenta quando se eleva a
renda.
d) Outros fatores:
Além dos fatores citados, existem outros que afetam a demanda de um bem. Um deles
é o tamanho do mercado. Por exemplo, se a população de uma região aumenta, o
tamanho do mercado consumidor aumenta e, portanto, a demanda de alguns bens se
deslocará para a direita. Outro fator é a expectativa em relação ao futuro. Por exemplo,
se uma pessoa acredita que seus rendimentos serão maiores no futuro, tende a consumir
mais desde hoje, aumentando a demanda dos bens. Já se uma pessoa acredita que
o preço de determinado bem irá subir em algumas semanas, tende a aumentar o
consumo deste bem hoje para se antecipar ao aumento.
Vimos que vários fatores podem afetar a demanda de um bem. O quadro a seguir
apresenta um resumo:
Oferta pode ser definida como a quantidade de um bem ou serviço que os produtores
estão dispostos e aptos a oferecer a cada faixa de preços, em determinado período de
tempo (BOYES & MELVIN, 2006, p.41). Cabe ressaltar que ofertar é diferente de vender.
“Ofertar é ter a intenção ou estar disposto a vender, enquanto que vender é fazê-lo de
fato. A oferta mostra as intenções de venda dos produtores” (MOCHÒN, 2006, p.27).
Assim como na Demanda, o principal fator que interfere na oferta é preço do próprio
bem. A relação entre preço e quantidade ofertada define a Lei da Oferta, a qual
estabelece que existe uma relação positiva entre quantidade ofertada e seu preço,
ou seja, quando o preço do bem aumenta, a produção e a venda deste bem se
tornam mais lucrativas, e por isso, os produtores tendem a produzir mais deste bem,
aumentando a quantidade ofertada (considerando ceteris paribus).
Além do preço do próprio bem, existem outros fatores que interferem na oferta de um
bem ou serviço, como a tecnologia, os custos de produção, a lucratividade dos outros
bens relacionados,número de produtores. Esses fatores provocam deslocamentos da
curva de oferta.
b) Tecnologia:
Qualquer melhora da tecnologia permite produzir a custos menores, estimulando
a produção e elevando a oferta (a curva se deslocaria para a direita). Exemplo: a
descoberta de um novo fertilizante pode aumentar a produtividade na agricultura,
aumentando a oferta dos produtos beneficiados pela inovação tecnológica. Porém,
avanços tecnológicos que aumentem os custos, tendem a reduzir a oferta de um bem,
deslocando a curva para a esquerda.
d) Outros fatores:
Além dos fatores citados, existem outros que afetam a oferta. O número de empresas
ofertantes é um deles. Um aumento no número de produtores, provoca
consequentemente, um aumento na oferta, deslocando a curva para a direita. Outro
fator a ser considerado apenas para alguns bens e serviços é o clima. No caso de
produtos agrícolas e pecuários o clima é um fator relevante. Por exemplo, uma geada
Uma observação importante é que nossa análise de mercado está voltada para
os mercados competitivos, aqueles em que existem muitos compradores e muitos
vendedores, de tal forma que nenhum deles individualmente consegue exercer influência
significativa sobre os preços e quantidades de mercado. Nesse mercado, quem determina
o equilíbrio entre oferta e demanda não são os consumidores nem os produtores, é
o próprio mercado. Existem outras formas de organização dos mercados, com mais
concentração, com produtos diferenciados, etc. Mas vamos deixar esse assunto para
outra unidade, por enquanto só nos interessa saber que nosso modelo de oferta e
demanda pressupõe um mercado competitivo.
Determinação do Equilíbrio:
Qd = 10-2P
Qo = 2 + 2P
Quantidade Quantidade
Preço Excesso de Oferta (+) Pressão sobre
demandada ofertada
(R$/camisa) Excesso de Demanda (-) o Preço
camisas/mês camisas/mês
80,00 2.000 8.000 + 6.000 Redução ( )
70,00 3.000 7.000 + 4.000 Redução ( )
60,00 4.000 6.000 + 2.000 Redução ( )
50,00 5.000 5.000 0 Nenhuma
40,00 6.000 4.000 - 2.000 Elevação ( )
30,00 7.000 3.000 - 4.000 Elevação ( )
Esse excesso faz com que os fabricantes fiquem com mercadoria encalhada,
aumentando os estoques. Com a intenção de realizar alguma receita e eliminar o
excesso de mercadoria, os produtores passam a vender o seu produto a preços
mais baixos. Essa redução de preços faz com que aumente a quantidade demandada
(deslocamento ao longo da curva de demanda) de camisas, ao passo que a quantidade
ofertada se reduz (deslocamento ao longo da curva de oferta).
A redução nos preços continuará até atingir o nível de R$ 50,00, quando a quantidade
de camisas que os consumidores estarão dispostos a adquirir será exatamente igual à
quantidade de camisas que os produtores estarão dispostos a oferecer no mercado (ou
seja, ocorrerá uma pressão sobre os preços até que estes atinjam o equilíbrio).
Excesso de Demanda:
Esse excesso de demanda faz com que os consumidores disputem entre si as camisas
disponíveis no mercado, e com isso o preço começa a se elevar. Essa elevação de preços
faz com que diminua a quantidade demandada (deslocamento ao longo da curva de
A elevação nos preços continuará até atingir o nível de R$ 50,00, quando a quantidade
de camisas que os consumidores estarão dispostos a adquirir será exatamente igual à
quantidade de camisas que os produtores estarão dispostos a oferecer no mercado (ou
seja, da mesma forma que ocorre com o excesso de oferta, o o excesso de demanda
provoca uma pressão sobre os preços até que estes atinjam o equilíbrio).
Podemos concluir que mesmo ocorrendo um desvio temporário entre o preço praticado
e o preço de equilíbrio, este último tende a ser alcançado naturalmente, através da
interação entre as forças da oferta e da demanda, sem que haja intervenção de nenhum
agente externo (ex.: governo). Assim, o equilíbrio é uma situação na qual não há forças
inerentes que estimulem uma mudança, por isso a tendência é que o preço se estabilize
neste patamar, sem pressão para variações. Cabe ressaltar que mudanças podem
acontecer apenas como resultado de fatores exógenos que alterem a demanda e/ou a
oferta e portanto, deslocariam o equilíbrio. Isso veremos a seguir.
Se qualquer uma das variáveis que afetam a demanda ou a oferta mudar, uma das
curvas se deslocará e o equilíbrio do mercado também mudará. Conhecer a teoria da
oferta e da demanda faz com que muitos desses efeitos sejam previsíveis. Vamos analisar
alguns deles:
b) Movimentos da Oferta
Mudanças no custo dos fatores de produção, na quantidade de produtores, na
tecnologia e na lucratividade dos outros bens relacionados, deslocarão a oferta, o que
consequentemente, afetarão equilíbrio do mercado.
Esses são apenas alguns exemplos. Com esta abordagem podemos explicar o
movimento dos preços de diversos mercados. Você é capaz de usá-la para descrever
situações do nosso cotidiano, por exemplo, para descrever por que os celulares e as TVs
de LCD inicialmente apresentaram um preço elevado e hoje são mais acessíveis, por que
no verão os imóveis do litoral apresentam um aluguel mais elevado, por que o comércio
é aquecido na época do Natal, entre outros. Imagine uma situação e tente explicá-la
usando as ferramentas da oferta e demanda, tenha certeza que conseguirá.
Você já sabe traçar tendências sobre o comportamento dos preços, mas não temos
ferramentas suficientes para dimensionar o tamanho das mudanças. Sabemos que
pela Lei da Demanda um aumento do preço provoca uma redução na quantidade
demandada, mas de quanto é essa redução? Será uma redução pequena ou expressiva?
Para conseguirmos responder esse tipo de indagação precisamos conhecer mais uma
ferramenta: a elasticidade. Assunto para nossa próxima unidade. Nos encontramos lá!!
Mas como saber o “quanto”? Para responder a essa questão, a Economia utiliza a
Elasticidade. A Elasticidade é uma medida de sensibilidade de uma variável em
relação a outra. A Elasticidade informa a variação percentual que ocorrerá em uma
variável em decorrência da variação de 1% em outra variável.
Essas perguntas são relevantes não apenas para economistas, mas para qualquer
profissional da área de negócios. Por exemplo, para o lançamento de um produto no
mercado é preciso projetar a demanda, conhecendo o público-alvo e analisando suas
características e preferências.
Vamos lá?
Esse resultado mostra que para cada movimentação no preço das agendas, a
quantidade demandada é afetada duas vezes (2x) mais.
Antes de analisarmos esses efeitos, precisamos conceituar a receita total. Receita Total
é a quantidade paga pelos compradores e recebida pelos vendedores do bem, é o
faturamento da empresa, ou ainda o valor monetário das vendas. É calculada como o
preço unitário multiplicado pela quantidade vendida.
RT = P. Q
Esse resultado mostra que um aumento na renda provoca uma elevação na demanda
por carne de frango em uma proporção 0,5 vezes maior. No exemplo, a renda
aumentou 20% e a quantidade demanda de frango aumentou 10% (ao passar de 50
para 55 quilos).
3 - Elasticidade-preço da oferta
Esse resultado mostra que para cada movimentação no preço dos refrigerantes, a
quantidade ofertada é afetada 1,2 vezes mais.
• Elástica (Epo > 1): um aumento no preço provoca uma elevação na quantidade
ofertada em uma proporção maior.
• Inelástica ( 0 < Epo < 1): um aumento no preço provoca uma elevação na
quantidade ofertada em uma proporção menor.
• Unitária (Epo = 1): um aumento no preço provoca uma elevação na quantidade
ofertada na mesma proporção.
Os produtores definem sua produção levando em conta uma série de aspectos como o
comportamento da demanda, fatores de produção, produtividade do trabalho, custos,
entre outros. A demanda nós já estudamos e os demais aspectos são assunto para nossa
próxima unidade.
1. Introdução
Esta unidade concentra-se no estudo das variáveis que afetam diretamente as empresas,
ou seja, no que está por trás da curva de oferta.
Em Microeconomia denominamos este estudo de Teoria da Firma. Esta teoria foi criada
pelo economista britânico Ronald Coase, em seu artigo publicado em 1937, intitulado
“A Natureza da Firma”. Segundo o autor, as firmas trabalham com o lado da oferta
de mercado, ou seja, com os produtos e serviços que irão produzir para oferecer aos
consumidores.
Isso parece uma afirmação óbvia e simples, e é; mas nesta simplicidade está uma
importante relação econômica: são as firmas que reúnem o capital e trabalho
necessários para transformar as matérias-primas em produtos, agregando valor
durante o processo de produção. Para produzir, as firmas ainda precisam basear-se na
demanda, para ajustar a oferta aos desejos e necessidades dos consumidores. É isso
que faz o mercado funcionar!
Vamos lá?
Segundo Móchon (2006) a firma tem como função básica transformar os fatores de
produção em bens e serviços próprios para o consumo ou para o investimento. Carvalho
(2005), afirma que “a firma é uma unidade de produção que atua racionalmente
procurando maximizar seus resultados relativos à produção e lucro”.
A atividade fundamental de uma empresa é, portanto, a produção de bens e serviços.
Mas o que é produção? Este é o nosso segundo conceito inicial.
Fatores de produção:
No esquema anterior percebemos que o processo produtivo se inicia com a seleção
e combinação dos fatores de produção (insumos). Existem dois tipos de fatores de
produção: fixos e variáveis.
Processo de Produção:
O processo produtivo é a relação física que descreve a forma pela qual os insumos (ou
fatores de produção) são transformados em produto.
Função de Produção:
O empresário, ao definir o que produzir, como e quanto será produzido, irá combinar
as quantidades de fatores de produção para obter a quantidade necessária de produto
final. A relação entre a quantidade de insumos e a quantidade de produto final em
determinado período de tempo é definida pela função de produção.
Assim:
Exemplo: Considere uma empresa que produz sapatos masculinos. Sua função
de produção indica o máximo de sapatos que poderão ser produzidos a partir de
determinada quantidade de couro, pregos, cola, borracha, energia elétrica, mão de
obra, máquinas, área utilizada de oficina etc.
Como simplificação, a função de produção é expressa por apenas dois insumos: mão
de obra (L) e capital (K).
Q = f (L,K)
a) Produto Total (Q): representa a quantidade total de um produto obtida por uma
determinada combinação de fatores de produção.
Como definimos, o capital como o fator de produção fixo, não altera seu valor. Desse
modo, o quadro estabelece a produção de sorvetes que se obtém a partir de diferentes
níveis de trabalho. Reparem que, conforme vamos empregando mais trabalhadores,
o produto total aumenta até alcançar um máximo; depois, na medida em que mais
Observe que o produto médio, assim como o produto total, aumenta no início e atinge
um máximo; porém, a partir de um determinado número de trabalhadores adicionados,
o produto médio passa a cair (em nosso exemplo, a partir do 4° trabalhador).
A partir deste ponto, o produto marginal é negativo o que significa que acréscimos de
trabalhadores fazem decrescer a quantidade produzida proporcionalmente, tornando
inviável para o produtor agregar mais mão de obra dada sua estrutura de capital (fator
de produção fixo).
Por que as curvas de produção apresentam este comportamento? Porque as formas das
curvas de produção refletem a Lei dos Rendimentos Decrescentes, que descreve a taxa
de mudança na produção de uma empresa quando se varia apenas a quantidade de
um fator de produção.
É importante lembrar que a Lei dos Rendimentos Decrescentes não aborda as possíveis
alterações na qualidade da mão de obra e também não pode ser confundida com
retornos negativos. A Lei dos Rendimentos Decrescentes descreve um produto marginal
declinante mas não, necessariamente, um produto marginal negativo.
Uma empresa precisa definir quais recursos e em que quantidade serão utilizados na
produção de seus bens e serviços. Essa quantidade de recursos definirá os custos da
empresa. Assim como nós, consumidores, as empresas também querem comprar
gastando pouco.
3. 1 - Custos econômicos
O custo de tempo do proprietário é medido pelo que ele poderia ganhar trabalhando
em outro lugar; e o custo de investimento é o que ele poderia receber em outro lugar
em juros sobre um investimento de risco equivalente.
Para isso, ele faz a compra com o dinheiro que tem disponível, em vez de
colocá-lo em uma instituição financeira, ganhando juros sobre o capital aplicado.
Esse rendimento, que a aplicação financeira teria trazido, também é um custo implícito
do negócio, uma vez que o agricultor sacrificou o ganho na forma de juros para
viabilizar o empreendimento. Ou seja, pensando como economistas, interpretamos o
custo de oportunidade do dinheiro colocado no negócio como a renda que poderia ter
sido ganha, caso o dinheiro fosse aplicado em uma instituição financeira e rendesse
juros.
Essa distinção entre custos econômicos e contábeis traz uma diferença entre lucro
Se o custo contábil considera apenas os custos explícitos, temos que o lucro contábil será
a diferença entre as receitas e os custos explícitos. Já o lucro econômico será a diferença
entre a receita e os custos econômicos (custos explícitos mais custos implícitos). Desse
modo, como consideramos uma parcela maior de custos, o lucro econômico é inferior
ao lucro contábil.
Vimos que no curto prazo existem fatores de produção fixos e variáveis e a utilização
destes fatores gera diferentes níveis de produto; portanto, resultará em diferentes níveis
de custos. Os custos podem ser classificados em:
b) Custos variáveis: soma dos custos associados à utilização dos fatores de produção
variáveis (ex. salários dos trabalhadores, compra de matérias-primas etc.). Esses
custos variam de acordo com o volume de produção (para produzir mais unidades,
é necessário adquirir mais matéria-prima e, portanto, maior será esse tipo de
custo). Se nada for produzido, o custo variável será zero e aumentará à medida que
aumenta a produção.
c) Custo total: é o total de gastos da firma, ou seja, é a soma de todos os custos fixos
e variáveis:
Já que o custo total é a soma dos custos fixos e variáveis, podemos desmembrar o custo
médio em custo médio fixo e custo variável fixo.
O custo fixo médio (CFMe) representa o custo fixo por unidade produzida, ou seja, o
custo fixo dividido pela quantidade. Quanto maior a produção da empresa, menor será
o custo fixo médio.
Já o custo variável médio (CVMe) representa o custo variável dividido pela quantidade
produzida. Assim:
O ponto de equilíbrio da firma ou “break-even point” pode ser definido como o ponto
no qual a receita de vendas cobre todos os custos fixos e variáveis, ou seja, a empresa
não tem lucro nem prejuízo (o lucro é igual a zero). Em outras palavras, é o ponto
mínimo de produção e vendas em que a empresa pode funcionar sem que ocorram
perdas.
Ou seja, a empresa precisa vender 25 unidades para não ter prejuízo (terá lucro igual
a zero). Se vender menos que 25 unidades, os custos superarão as receitas, gerando
prejuízo; e, se vender mais que 25 unidades as receitas serão maiores que os custos,
proporcionando a geração de lucro.
Todas as empresas buscam auferir lucros. É o lucro que move o ciclo produtivo. Por isso
conhecer o ponto de equilíbrio é um ferramenta importante para que a empresa que
esteja abaixo do ponto, tenha uma meta a percorrer e, para que, as empresas que estão
operando com lucros, saibam o quanto superaram essa marca.
1. Introdução
Quantos produtos e serviços diferentes são oferecidos para venda no mercado
brasileiro? Ninguém sabe quantificar isso, mas podemos afirmar que são dezenas
de milhões. A diferenciação do produto nos faz perder a noção de quantos bens e
serviços há à disposição. A comercialização dos produtos é feita em um mercado com
compradores e vendedores que também apresentam características diferentes. Um
serviço médico, por exemplo, é comercializado de forma diferente do que um pneu para
automóveis.
Vamos conhecê-las?
Vamos começar com a palavra concorrência. Hall e Lieberman (2003, p.254) trazem
um exemplo interessante para ilustrar esse conceito. Concorrência pode representar uma
rivalidade mais agressiva, como a que existe entre dois boxeadores competindo em um
ringue, ou ainda pode representar uma forma menos pessoal de concorrência como o
vestibular em que milhares jovens concorrem entre si por uma vaga na universidade.
Este último tipo de concorrência é impessoal: o candidato está fazendo o melhor que
pode, buscando se destacar em relação aos demais candidatos que também estão
fazendo a prova em diversas salas de aula espalhadas pelo país.
A hipótese de que uma firma isoladamente não consegue interferir no preço de mercado
tem uma consequência importante, já que afeta o comportamento da demanda do
produto.
Mesmo que essa estrutura seja apenas um modelo ideal, um referencial mais teórico,
é importante conhecê-la. Troster (2005, p.195) salienta que a concorrência perfeita é
empregada em muitos estudos que procuram descrever o funcionamento da economia
pelas inúmeras consequências derivadas de suas hipóteses, daí a importância de seu
conhecimento.
• Barreiras legais: a lei limita que alguns produtos só podem ser produzidos por
uma firma.
• Monopólios estatais (ou institucionais). Estão em setores estratégicos ou de
infraestrutura. Exemplo: Petrobrás.
• Patentes e direitos autorais: direito único de produzir o bem, evitando que o
outro copie a ideia durante certo período. Exemplo: medicamentos (a patente
é justificada como meio da indústria recuperar o capital investido em anos de
pesquisa até o lançamento do medicamento), direitos autorais do escritor de um
livro ou de um compositor.
É muito comum nos monopólios (e até nos oligopólios) uma prática denominada
Discriminação de Preços. Ela representa a prática de vender os mesmos bens por
preços diferentes. Para ser considerada discriminação de preços é preciso que o bem
tenha a mesma qualidade e o mesmo custo.
• Cada empresa tem um pequeno poder sobre os preços, dado que os produtos
são diferenciados e o consumidor tem opções de escolha, de acordo com suas
preferências. Uma empresa pode cobrar um preço diferente em relação aos seus
concorrentes, já que existem consumidores que aceitarão pagar mais caro pela
identificação com a marca ou pela diferenciação que observa no produto, porém
Exemplos de concorrência monopolística podem ser dados pelo setor de serviços como
salões de beleza, academias de ginástica, bares etc.
4.3.2 - Oligopólio
• As firmas são interdependentes, ou seja, a ação de uma firma provoca uma reação
das concorrentes. As empresas possuem controle sobre os preços, mas devem
levar em ‘conta as prováveis reações de seus rivais antes de tomar decisões. Essa
interdependência faz com que as empresas desenvolvam ações estratégicas para
conquistar mercado, assim cada mercado passa a ter uma forma de atuação
diferente, o que dificulta a elaboração de um modelo único para explicar o
funcionamento dos oligopólios.
Para evitar que se formem mercados muito concentrados e até mesmo monopólios
naturais, os governos buscam medidas para a organização de um sistema de defesa
da concorrência. No Brasil, quem trata destes assuntos é o Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cadê), que é responsável pela “prevenção e repressão às infrações
sobre a ordem econômica orientada pelos princípios constitucionais de liberdade de
iniciativa, livre concorrência, defesa dos consumidores e repressão ao abuso do poder
econômico” (MOCHÒN, 2006, p. 139).
Como exemplo, temos a fusão das empresas Brahma e Antarctica, cujo processo foi
analisado pelo CADE que determinou que a nova empresa (Ambev) deveria vender a
marca Bavária para que a fusão fosse autorizada.
A Teoria dos jogos é o estudo das decisões em situação interativa, ou seja, é uma
estrutura usada para analisar oligopólios ou outra situação em que o comportamento
de uma pessoa afeta as outras. Não é uma abordagem usada apenas em Economia, é
muito utilizada em Ciência Política, estratégia militar, Sociologia, entre outras.
Conceitos Básicos
É o exemplo clássico da teoria dos jogos, é a maneira mais fácil de entender como a
Teoria dos Jogos funciona.
Cada preso é abordado pela polícia, de forma isolada, na tentativa dessa confissão.
Se nenhum confessar o assassinato, os presos serão condenados apenas por roubo,
pegando uma pena de 5 anos.
Cada prisioneiro é um jogador e a matriz de payoffs para esse jogo está ilustrada a
seguir:
- Eu estou fazendo o melhor que posso em função do que o meu concorrente está fazendo;
- O meu concorrente está fazendo o melhor que pode em função do que eu estou fazendo.
Reparem ainda que, nesse caso, para cada indagação o melhor resultado é confessar,
ou seja, independente da ação do outro jogador, cada um tem uma estratégia melhor.
Desse modo, podemos criar jogos a partir de situações como decisões de produção,
decisões políticas, guerra de preços, lançamento de produtos, decisões de promoção e
publicidade, divulgação em mídias distintas (por exemplo, fazer ou não propaganda na
TV), entre outros.
Você não quer tentar uma situação que pode ser analisada através de um jogo
corporativo? Tente e envie sua sugestão para o professor pelo Fórum.
Essa situação pode ocorrer no mercado de trabalho, quando uma empresa se instala
em uma cidade do interior; por ser única torna-se exclusiva demandante da
mão de obra local.
1. Introdução
Vamos lá?
• Valor monetário: Os bens e serviços que integram o PIB não são medidos
em quantidades produzidas e sim no valor em moeda corrente do país. Isso se
A dupla contagem:
justifica porque como existem muitos tipos diferentes de bens e serviços e cada um
é mensurado por uma unidade diferente (metros, toneladas, unidades, litros, etc.),
Na economia existem os bens finais,
seria difícil encontrar uma unidade comum para somá-los. Porém, ao utilizar o valor
que chegam ao consumidor final, e os
monetário podemos combinar todos os produtos e serviços em um único valor.
bens intermediários, que são utilizados
no processo de produção de outros
• Bens e Serviços Finais: a medição do PIB é limitada aos bens e serviços finais, ou
bens.
seja, os bens e serviços disponíveis ao consumidor final. Essa limitação existe para
evitar o problema da dupla contagem.
O valor dos bens intermediários já
está incluído no preço dos bens finais.
Desse modo, no cálculo do PIB considera-se o valor agregado em cada estágio de
Por exemplo, se uma fábrica produz
produção. Entende-se por valor agregado, a diferença entre o valor da produção e o
papel que a outra usará para fazer um
valor dos bens intermediários utilizados nessa produção.
caderno, o papel é chamado de bem
intermediário, e o caderno é o bem
• Produzidos para o mercado:
final.
No PIB, computa-se apenas os bens e serviços produzidos. Assim compras de terrenos
e de ativos financeiros como ações e títulos não são incluídos, pois são um direito de
Se considerarmos toda a produção
propriedade e de recebimento futuro, mas não representam bens e serviços.
de cadernos e de papel no cálculo do
Também não entram no cálculo do PIB compras de segunda mão (como automóveis
PIB, estaremos contando duplamente
usados, por exemplo), uma vez que já foram produzidos em períodos anteriores e
a produção de papel, já que seu
computados no cálculo quando da primeira venda.
valor está embutido na produção de
cadernos.
O PIB ainda inclui apenas os bens e serviços que serão destinados à venda, ou
seja, que são produzidos para o mercado. Se você limpa sua própria casa, está
produzindo um serviço final – a faxina, mas você está produzindo esse serviço para
PIB x PNB:
Esta observação permite a distinção entre PIB e PNB (Produto Nacional Bruto).
O PIB representa a produção interna do país, enquanto o PNB representa a produção
realizada apenas por nacionais. A diferença entre eles é denominada de Renda
Líquida Enviada ao Exterior (RLE), a qual se divide em Renda enviada ao exterior e
renda recebida do exterior.
Assim, uma multinacional instalada no país gera produção interna (incluída no PIB),
mas como uma parte da remuneração da empresa é enviada ao exterior a título de
remessa de lucros, essa remessa não faz parte do PNB, porque não é remuneração
dos fatores de produção de propriedade nacional. Como o Brasil é receptor de
capitais internacionais (seja como investimentos ou empréstimos), a renda líquida
enviada ao exterior é maior do que a recebida e portanto, o PNB brasileiro é menor
que o PIB.
Afinal, como medir o PIB? O PIB mede três coisas ao mesmo tempo: o total
produzido, a renda total de todas as pessoas da economia e a despesa total com
os bens e serviços produzidos na economia, uma vez que a renda total e a despesa
total têm na verdade o mesmo valor. Com base nisso, existem três formas de medir a
atividade econômica de um país, dentre elas podemos destacar:
O PIB pode ser medido como sendo a despesa total com a produção final da
economia, ou seja, podemos considerar todas as despesas e cada setor para adquirir
e produzir os bens e serviços. O valor monetário total das despesas é igual ao valor
monetário total da produção. O Total de despesas se divide em:
• Despesas das famílias = Consumo (C)
• Despesas das empresas = Investimentos (I), que é a despesa com bens de capital
utilizados para produzir outros bens e serviços.
• Despesas do governo (G)
• Exportações líquidas = Exportações (X) menos as importações (M)
PIB = C + I + G + (X – M)
A ótica da renda consiste na análise dos fatores que recebem para produzir o
produto total. Vimos que o total do produto pode ser calculado computando-se as
despesas de cada setor e, como as despesas de um setor constituem renda para
outro, o valor total do produto pode ser analisado computando-se a renda de todos
os setores da economia. A renda pode ser observada pela remuneração dos fatores
de produção. Assim:
• Salários (S) = remuneração do trabalho (incluindo os benefícios sociais,
contribuições para o serviço social e as aposentadorias)
• Juros (J) = remuneração do proprietário do capital financeiro
• Lucros (L) = remuneração da capacidade empresarial (ganho das empresas e a
renda de seus proprietários)
• Aluguéis (A) = renda da cessão do uso de propriedade (terra, lojas, residências,
fazendas etc)
PIB = A + L + J + S
Se considerarmos a participação do governo na renda gerada,
temos
PIB = A + L + J + S + T
sendo T os tributos
O PIB real apresenta o valor dos bens e serviços produzidos este ano caso fossem
avaliados aos preços vigentes em algum outro ano específico do passado (RAMALHO,
2004a, p.4)) .
“Para obter uma medida do montante produzido que não seja afetada pelas variações
dos preços, usamos o PIB real, que é a produção dos bens e serviços avaliada a preços
constantes. Para calcular o PIB real, selecionamos primeiro um ano como ano-base.
Utilizamos então os preços de um bem no ano-base para calcular o valor dos bens e
serviços em todos os anos. Em outras palavras, os preços do ano-base fornecem a base
para comparar quantidades em diferentes anos”. (MAMKIW, 2007, p. 509)
5. Crescimento x Desenvolvimento
O PIB é utilizado como um indicador da economia que revela quanto o uso dos recursos
produtivos gera valor na transformação das matérias primas em mercadorias,
destacando quanto aquela economia produziu de renda e riqueza no ano.
Entretanto, sabemos que a simples mensuração do produto não basta para explicar
o fenômeno do crescimento. O produto pode aumentar em decorrência de fatores
quantitativos, como a utilização de quantidades maiores de recursos produtivos, e de
fatores qualitativos, como o aumento da produtividade (que estudamos nas unidades
anteriores).
Mas no caso do Brasil há ainda uma parcela muito grande de adultos quase
analfabetos, e de outro lado cidadãos instruídos por cursos universitários e de
pós-graduação. Isso acarreta uma diferença educacional que é refletida nos níveis
salariais, o que acentua a desigualdade social do país.
É importante termos bem nítida essa diferença, pois é possível um país crescer sem se
desenvolver.
Existem vários indicadores sobre saúde, educação, emprego, etc. A Organização das
Nações Unidas (ONU) desenvolveu um indicador para monitorar o desenvolvimento
humano, aumentando as opções das pessoas para que possam ter uma vida mais longa
e saudável, se educar, ter acesso aos recursos necessários para um padrão de vida
melhor, defendendo a redução das desigualdades (PASSOS & NOGAMI, 2003, p. 549).
A combinação dessas três variáveis de cada país prevê que o aumento do produto da
economia deve também contemplar a melhora da qualidade de vida da população,
refletidas no aumento da expectativa de vida, da melhora da educação, tornando o
crescimento econômico efetivamente universal e benéfico à população (RAMALHO,
2004b, p.5).
Desde que o IDH passou a ser divulgado, o Brasil apresenta um índice crescente, mas
como seus valores estavam abaixo de 0,8 e eram superiores a 0,5, era classificado
entre os países de médio desenvolvimento humano. Para efeito de ilustração, em
1997 o indicador atingiu 0,739, classificando o Brasil como a 79° economia em nível
de desenvolvimento humano. Já em 2004, o indicador subiu para 0,792, elevando a
classificação para a 69° economia em nível de desenvolvimento humano.
Em 2005, a ONU inclui o Brasil no grupo dos países de alto desenvolvimento humano; o
país é o último entre os 70 países considerados de alto desenvolvimento humano.
Essas são duas questões que exigem grande atenção dos economistas, sociólogos,
educadores, profissionais de saúde, etc., que juntamente aos políticos tratam
diretamente os possíveis arranjos políticas que permitem a distribuição de recursos de
forma condizente com as condições das cinco regiões do país (RAMALHO, 2004b, p.6)
A partir das próximas unidades, discutiremos de que forma o governo pode conduzir sua
política econômica para promover o crescimento, melhorar a desigualdade e atingir
outros objetivos macroeconômicos.
1. Introdução
A partir de agora destacaremos cada uma dessas políticas, iniciando pela Política
Monetária.
Vamos lá?
A Política Monetária pode ser definida como sendo um conjunto de medidas adotadas
pelo governo com o objetivo de controlar a oferta de moeda e as taxas de juros, de
forma a assegurar a liquidez ideal da economia do país. Antes de estudarmos a política
monetária em si, precisamos entender o conceito e as características da moeda.
Vamos tomar como exemplo o cinema. Para comprar o ingresso você utiliza o dinheiro
que tem no bolso ou no banco, ele é aceito sem nenhum problema. Porém você não
consegue dar a sua roupa como forma de pagamento. Como não se trata de um meio
aceito por todos, o vestuário não pode ser considerado moeda. Esse exemplo simples
serve para conceituar a moeda.
Assim, a moeda pode ser definida como um objeto de aceitação geral utilizado na troca de bens e serviços
Esse sistema tinha algumas dificuldades: nem sempre era possível encontrar alguém com
o gosto exatamente inverso para trocar as mercadorias (se eu produzo laranjas e quero
trocar por camisas é difícil encontrar alguém que tenha camisas e queira laranjas).
Ainda que encontre pode não ocorrer coincidência de quantidades a serem trocadas.
Afinal, quantas laranjas valem uma camisa? Além disso, caso não encontre alguém
disposto a trocar pode ocorrer problemas em adquirir bens essenciais (um alfaiate
passará fome se não encontrar um fazendeiro com desejo de adquirir roupas?).
Dos inconvenientes da troca, começou a ser utilizada uma grande variedade de objetos
como meios de pagamento para facilitar as transações. Determinaram uma mercadoria
que fosse aceita por todos e com quantidade limitada (um certo grau de raridade) para
que tivesse valor. Várias mercadorias foram utilizadas como o sal, o gado, etc.
d) Era da moeda-papel:
Em decorrência dos riscos de carregar tantas moedas de ouro, surgiu as “Casas de
Custódia”, uma instituição na qual as pessoas depositavam os metais e outros valores
sob garantia e recebiam um certificado de depósito. As pessoas passaram a carregar
os tais certificados para efetuar seus pagamentos e quando precisavam, iam a uma
Casa de Custódia e trocavam o certificado pela quantidade de moeda metálica
correspondente.
f) Moeda Bancária:
Com a evolução do sistema bancário desenvolveu-se outra modalidade de moeda: a
moeda escritural ou bancária. São os depósitos à vista que passam a ser movimentados
por cheques, ordens de pagamento e cartões eletrônicos.
Cabe ressaltar que um cheque ou um cartão eletrônico não são moedas, são formas de
mobilizar ou transferir moeda. E o cartão de crédito, é moeda? Não, e não está ligado à
quantidade de moeda bancária. Mochòn (2006, p.320) faz uma distinção interessante:
quando pagamos uma roupa com cartão de crédito, o banco que emite o cartão paga à
loja a quantia devida e mais tarde temos que pagar ao banco, é um dívida, um crédito.
Assim, podemos estabelecer uma relação entre a taxa de juros e a demanda por moeda.
Quanto menor a taxa de juros, maior o estímulo a guardar o dinheiro esperando uma
oportunidade maior e, quanto maior a taxa de juros, maior será a compra de títulos que
proporcionam rendimento e menor será a demanda por moeda para especulação.
A oferta de moeda pode ser dividida entre a oferta de moeda pelo Banco Central e a
oferta de moeda pelos bancos comerciais.
O Banco Central do Brasil, também referido como Bacen, foi criado como instituição
financeira federal pela lei n° 4.595 de 31/12/1964, em substituição à Sumoc
(Superintendência de Moeda e Crédito). Sua função principal é executar a política
monetária formulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e para tanto dispõe de
alguns instrumentos que veremos a seguir.
Estes R$ 60,00 retornam ao banco na forma de novo depósito e R$ 24,00 (40%) viram
reservas e R$ 36,00 são reemprestados. Estes R$ 36,00 voltam ao sistema na forma
de depósitos e 40% (R$ 14,40) vão para as reservas e o restante (R$ 21,60) pode ser
emprestado... e assim sucessivamente, até que o saldo a ser emprestado seja zerado.
Efeito Multiplicador:
Outra forma de chegarmos a esse valor seria somar todos os depósitos criados, ou seja,
R$ 100,00 + R$ 60,00 + R$ 36,00 + R$ 21,60 + .... = R$ 250,00
Por exemplo, quando o Bacen vende títulos do governo ao público, está diminuindo a
Com mais títulos em circulação, o governo terá que pagar os juros destes papéis aos
seus compradores e, portanto, a dívida pública é afetada diretamente.
As operações de open market são o mecanismo mais utilizado no Brasil para se fazer o
controle diário da oferta de moeda.
Por exemplo, se o Banco Central aumentar a taxa de reserva, os bancos comercais terão
que enviar mais dinheiro ao Banco Central para cada depósito efetuado, o que diminui
as disponibilidades dos bancos emprestarem, diminuindo o multiplicador bancário, a
criação de moeda e a oferta monetária. No contrário, se a taxa do depósito compulsório
diminuir, a oferta monetária se expande.
Essa é uma medida do Bacen não só de controlar a maior ou menor liquidez da moeda
na economia, mas também de assegurar a garantia dos cidadãos (pessoa física) ou
empresas (pessoa jurídica) que mantém suas reservas nos bancos.
Uma instituição bancária que não consegue honrar seus compromissos e “quebra” deixa
muitos cidadãos e empresas em situação difícil de honrar também seus compromissos
de gastos e ou investimentos, o que é muito ruim para a economia como um todo.
c) Taxa de redesconto:
As taxas de redesconto são taxas cobradas pelo Bacen para emprestar recursos aos
bancos em casos de emergência (empréstimos de assistência à liquidez para cobrir as
insuficiências de caixa diante a demanda de recursos pelos depositantes).
A taxa de redesconto é usada para controlar a oferta de moeda. Por exemplo, uma taxa
de redesconto elevada representa um desestímulo ao aumento de empréstimos por parte
dos bancos comerciais, porque os bancos sabem que se emprestarem demais e tiverem
problemas de caixa terão que recorrer ao Banco Central e a taxa desse “socorro” está
muito elevada, não representando uma vantagem na operação. Os bancos tendem
então a deixar um montante para insuficiências (aumentar suas reservas voluntárias), o
que diminui a capacidade de emprestarem e a oferta monetária.
Uma redução na oferta de moeda faz com que a taxa de juros praticada pelo mercado
aumente, pois ao se escassear o dinheiro, os demandantes dispõem-se a pagar taxas de
juros mais elevadas pelo dinheiro disponível.
Com base nesta relação entre taxa de juros e quantidade de moeda, podemos classificar
a política monetária em:
Segundo Ramalho (2004) o nível de preços geral da economia pode ser visto de duas
maneiras. Ele é o preço de uma cesta de bens e serviços que quando aumenta as
pessoas precisam pagar mais pelos bens e serviços que compram. Ele também pode
ser visto como uma medida do valor da moeda. Desse ângulo, um aumento do nível de
preços significa uma redução no valor da moeda porque cada real que o indivíduo tem
na carteira compra uma quantidade menor de bens e serviços.
Quando temos o efeito inverso, ou seja, quando ocorre uma queda persistente no nível
de preços, temos o fenômeno da Deflação.
a) Inflação de Demanda
Segundo Lanzana (2001, p.104), a inflação de demanda é causada por um excesso de
procura em relação à oferta disponível. Para Luque e Vasconcellos (2005, p.339), ela
pode ser entendida como “dinheiro demais em busca de poucos bens”.
A política preconizada para combater esse tipo de inflação assenta-se nos instrumentos
que provoquem a redução no nível de demanda agregada. De forma direta, o
governo pode reduzir seus gastos e indiretamente pode usar os instrumentos de política
monetária para desencorajar o consumo e o investimento, através de medidas que
diminuam a quantidade de moeda da economia ou ainda através de um aumento nas
taxas de juros e restrições ao crédito. Também pode aumentar a carga tributária, assim
contribuindo para reduzir a renda disponível.
b) Inflação de Custos:
A inflação de custos é causada por pressões nos custos de produção e o consequente
repasse para os preços. Está associada, portanto, ao lado da oferta.
Podemos destacar algumas razões que contribuem para o aumento dos custos e podem
contribuir para a elevação no nível de preços:
c) Inflação Inercial:
Segundo Lanzana (2001, p.106) este tipo de inflação ocorre independente de pressões
de demanda ou de custos e está associada aos mecanismos de indexação da economia,
ou seja, à prática de reajustar preços a partir da constatação da existência da inflação.
Dado o conceito clássico de inflação que apresentamos na unidade, vamos nos prender
na visão monetarista. A teoria clássica da inflação define o conceito de inflação através
da chamada Teoria Quantitativa da Moeda.
O primeiro pensador a tratar a teoria quantitativa da moeda foi David Hume, filósofo
do século XVIII que já ensaiava reflexões diante dos aspectos da economia. Porém, o
economista que tratou com muita propriedade a teoria quantitativa da moeda foi Milton
Friedman, Prêmio Nobel de economia em 1976, que nos idos dos anos 1960 deu
grande contribuição científica ao tratar o fenômeno da inflação (RAMALHO, 2004).
Sendo:
M = volume de moeda (meios de pagamento) existente na economia
V = velocidade de circulação da moeda (número de vezes que a moeda “troca de mão”
em determinada unidade de tempo
P = nível de preços da economia
Q = quantidade produzida pela economia
Essa equação revela que um aumento na quantidade de moeda (M) deve se refletir em
uma das outras três variáveis; como a velocidade de circulação da moeda é considerada
constante no curto prazo, o aumento na quantidade de moeda deve ser compensado ou
pelo aumento no nível de preços ou pelo aumento na quantidade produzida.
Vamos a um exemplo:
Para essa quantidade de moeda, o nível de preços tem que necessariamente ser igual
a 2. O que aconteceria se o governo emitisse mais moeda aumentando o volume
existente no mercado para M = 400?
A ideia do governo emitir moeda como meio de obter receitas para pagar suas dívidas
é chamada de imposto inflacionário. Essa atitude, via de regra, expande os meios de
pagamento, o M da equação quantitativa, o que resulta na elevação dos preços da
economia. Se M aumentou, preservando-se a igualdade de MV = PY, o nível de preços
P aumenta, ou seja, há inflação. Nessa situação, os indivíduos perdem o poder aquisitivo
imediatamente, uma vez que a mesma quantidade de moeda que o seu salário
representa não compra mais a mesma cesta de bens e serviços que anteriormente
comprava.
1. Introdução
A Política monetária já foi abordada e com ela discutimos o papel do Banco Central no
controle da oferta de moeda e o papel dos juros para regular a economia.
O governo também atua na economia de forma mais direta através da política fiscal, ou
seja, através da administração da receita e dos gastos públicos.
2 - O Papel do Estado
• Função Alocativa
Está associada ao fornecimento de bens e serviços não oferecidos adequadamente pelo
sistema de mercado. São diagnosticadas algumas falhas no sistema econômico que o
mercado, isoladamente, não consegue dar conta.
As externalidades negativas, por sua vez, surgem quando uma atividade impõe
custos não indenizados às pessoas. Um exemplo disso é a poluição que a produção
industrial causa aos riachos. O governo pode intervir para minimizar a geração
das externalidades, tributando o causador do problema e recompensar os agentes
afetados.
• Bens públicos: “São bens de consumo coletivo, que têm por principal
característica a impossibilidade de excluir determinados indivíduos de seu consumo,
uma vez delimitado o volume à disposição do público” (VASCONCELLOS, 2002,
p.392).
Quando adquirimos uma camiseta, pagamos por ela. Outra pessoa, que não pagou
pelo bem, está excluída de seu consumo e mesmo que quisesse comprar a camiseta,
teria acesso a outra peça, pois a peça adquirida por nós não está mais disponível.
Nesse caso, o consumo de um bem é excludente, pois o consumo realizado por uma
pessoa exclui automaticamente o consumo por outros. Esse princípio da exclusão é
reforçado pelo sistema de preços, pois serão os preços estabelecidos pelo mercado
que selecionará os agentes que consumirão o bem.
Alguns bens e serviços são fornecidos pelo Estado para evitar o princípio da exclusão,
são os bens públicos. Um exemplo é o caso da segurança nacional que é oferecida
para todos e os seus custos são repartidos de forma compulsória entre toda a
sociedade.
Essa transferência pode ser direta, como por exemplo, a previdência social, ou na forma
de redirecionamento na oferta de bens públicos, como por exemplo, um programa de
saneamento de favelas.
• Função Estabilizadora
“Está relacionada à intervenção do Estado na economia para alterar o comportamento
dos níveis de preço e emprego, pois o pleno-emprego e a estabilidade de preços
não ocorrem de maneira automática” (GARCIA, 2005, p. 522). Assim, o Estado
deve controlar os grandes agregados econômicos, evitando excessivas flutuações
e procurando diminuir os efeitos das quedas da atividade produtiva.
A forma como estas duas políticas, tributária e de gastos, são usadas afeta diretamente o
comportamento da economia.
Já quando o governo tem por objetivo o controle da inflação, as medidas fiscais vão no
sentido inverso, ou seja, adota-se uma política fiscal contracionista ou restitiva, com a
ampliação da carga tributária (o que inibe o consumo das famílias e o investimento das
empresas) e/ou a redução dos gastos públicos.
- Princípio da neutralidade:
As decisões sobre alocação de recursos se baseiam nos preços relativos determinados
pelo mercado. A neutralidade dos impostos seria obtida quando eles não alterassem os
preços relativos, minimizando sua interferência nas decisões econômicas dos agentes
de mercado. Assim, um dos objetivos do sistema tributário é não ter impactos negativos
sobre a eficiência econômica (GARCIA, 2005, p.522).
- Princípio do benefício
As pessoas devem pagar impostos em proporção aos benefícios que recebem do
governo. A lógica desse princípio é que, com exceção dos mais pobres, não é certo
beneficiar um grupo de pessoas a custo de outros - os que obtêm o benefício de um
programa governamental devem pagar por ele. Uma aplicação desse princípio são os
serviços públicos que utilizam taxas específicas (exemplo: energia, abastecimento de
A) Forma de incidência
Os impostos podem ser:
B) Base de incidência
3. 2 - Gastos do Governo
Os gastos do governo podem ser divididos em gois grandes grupos:
• Despesas correntes:
Gastos realizados com o objetivo de manter a máquina governamental funcionando.
São divididas em:
• Despesas de Investimentos:
Despesas efetuadas para aumentar a capacidade de produção de bens e serviços no
país (construção de hidrelétricas, rodovias, hospitais, escolas etc.).
Lanzana (2001) faz uma reflexão importante sobre os gastos públicos brasileiros. Ele
mostra que o Brasil tem uma excessiva rigidez do gasto público, ou seja, grande parte
dos gastos são despesas correntes com o consumo do governo e juros, o que impede
cortes expressivos.
O governo dispõe de uma parcela muito pequena da receita para operar livremente, a
maior parte dos recursos arrecadados é destinada a gastos já comprometidos e que não
podem ser cortados, seja por sua essencialidade, seja por medidas legais.
• Déficit Operacional:
No lado das despesas são excluídos os gastos com correção cambial e monetária
das dívidas interna e externa. É considerada a medida mais adequada para refletir as
necessidades de financiamento do setor público.
• Déficit primário:
Exclui, além da correção monetária e cambial, os juros reais das dívidas interna
e externa, refletindo a situação das contas públicas, caso o governo não tivesse
dívida. (exclui-se os gastos financeiros). É chamado também de déficit fiscal, por
incluir apenas as receitas e despesas do exercício, excluindo as despesas com juros e
correções das dívidas passadas.
CONSEQUÊNCIAS
A tabela a seguir mostra a evolução da dívida pública brasileira nos últimos anos:
Fonte: Banco
Central do Brasil
O governo tem que fazer um superávit primário para arcar com uma parte considerável
dos juros da divida para que financie com novas emissões a parte menor (o restante), o
que colaboraria para reduzir a velocidade de crescimento desta dívida.
1. Introdução
Vamos lá?
2 - O Comércio Internacional
Esse fenômeno permite que cada país se especialize naquilo que faz
melhor e ganhe o suficiente para poder comprar os bens e serviços
que não produz, alimentando o comércio internacional.
Vejamos um exemplo:
Consideremos apenas dois países, Brasil e Japão, que produzam apenas dois bens,
café e arroz. Temos apenas a mão de obra como fator de produção e ela está apta a
trabalhar nas duas produções.
• Ganho líquido:
Com a especialização de cada país na produção do bem que possui vantagem absoluta,
haveria um ganho líquido de 600 Kg de café e 150 Kg de arroz.
Cada país deveria se dedicar à produção de bens em que tivesse custos comparativos
menores em relação aos demais países.
Assim, o Princípio das Vantagens Comparativas sugere que cada país deva se
especializar na produção daquela mercadoria em que é relativamente mais eficiente, ou
que tenha um custo relativamente menor (VASCONCELLOS, 2002, p. 354).
Essa é a mercadoria que deve ser exportada e deve-se importar as mercadorias cuja
produção interna implicaria num custo relativamente maior (ao comparar com o custo
dos demais países).
Vamos a um exemplo:
Nesse caso o Brasil supera a produção japonesa para ambos os bens, possui portanto
vantagem absoluta na produção de café e soja. Mesmo assim, valerá a pena para o
Brasil se concentrar apenas na produção de apenas um dos bens, no caso o café.
O inverso ocorre para a produção de soja, o custo relativo no Japão é menor do que no
Brasil, porque para os brasileiros produzir 1kg de soja representa abrir mão de 2kg de
café (1500/750) enquanto que no Japão, produzir 1kg de soja representa abrir mão de
0,5kg de café (300/600).
Do mesmo modo que definimos a taxa de câmbio do dólar, existem taxas de câmbio
para as diversas moedas estrangeiras (francos, marcos, libras, escudos, pesos, etc.).
Quanto maior a oferta de divisas, menor será a taxa de câmbio e, quanto maior a
demanda por divisas, maior será a taxa de câmbio. Define-se como valorização
cambial ou apreciação cambial, o aumento do poder de compra da moeda nacional
perante as outras moedas (quando um real compra mais dólares), ou seja, quando a
taxa de câmbio cai (por exemplo, quando o valor do dólar cai). Por raciocínio análogo,
uma desvalorização cambial ocorre quando há perda do poder de compra da moeda
nacional (quando um real compra menos dólares), isso corresponde a um aumento na
taxa de câmbio (no preço do dólar, por exemplo).
Sendo:
E = taxa de câmbio nominal
P* = preço do produto estrangeiro
P = preço do produto nacional
A taxa de câmbio é uma variável muito importante dentro de uma economia, pois pode
influenciar o nível de produção e de inflação, além do próprio comércio internacional e
dos movimentos de capitais entre os países.
Uma forma de reduzir a taxa de câmbio é aumentar a taxa de juros da economia; juros
mais altos atraem capital estrangeiro para investir no Brasil, aumenta a oferta de dólares
e com isso pressiona o câmbio para baixo.
Atualmente, a taxa de câmbio tem sido usada pelos países como forma de controlar
a inflação, chamamos isso de âncora cambial. Uma valorização cambial torna a
moeda nacional mais forte, estimula a compra de produtos importados, aumentando
a concorrência com os nacionais, o que provoca uma pressão pela queda dos preços
domésticos, controlando a inflação.
4 - Regimes Cambiais
Como a taxa de câmbio não se altera, esse sistema permite um maior controle
da inflação, mas possui como desvantagem a vulnerabilidade das reservas
internacionais, já que para manter a taxa cambial fixa ocorrem oscilações sobre
o volume de reservas internacionais do país e sobre a quantidade de moeda
nacional.
No Brasil, esse sistema vigorou nos Planos Cruzados (1986) e Verão (1989).
A vantagem desse sistema é que a política monetária fica mais independente do câmbio
e as reservas internacionais são mais protegidas de ataques especulativos.
Essa volatilidade faz com que alguns países adotem a chamada flutuação suja (ou
flutuação dirigida ou dirty floating). Nesse sistema o câmbio flutua livremente, mas
dentro de certos limites que o Banco Central não comunica ao mercado. Se o mercado
estiver muito oscilante ou em um patamar que está afetando negativamente a economia,
O Banco Central intervém para estabilizar ou para direcionar a taxa para o patamar
desejável.
5 - Balanço de Pagamentos
É um resumo contábil das transações econômicas (comerciais e financeiras) que um
país faz com o resto do mundo, durante certo período de tempo. A partir desse balanço
pode-se avaliar a situação econômica internacional do país. No Brasil, é elaborado pelo
Banco Central a partir do registro das transações efetuadas entre residentes no país e
residentes em outras nações.
1. Balança Comercial:
Registra as operações de compra e venda de mercadorias, ou seja, inclui as
exportações e as importações de mercadorias.
2. Balança de Serviços:
• Turismo: Saldo das receitas e despesas com turistas. Dólares recebidos por
turistas estrangeiros (entrada de divisas) menos dólares despendidos por turistas
brasileiros no exterior (saída de divisas).
3. Transferências Unilaterais:
Referem-se ao fluxo de recursos provenientes de pessoas trabalhando fora do país,
donativos, manutenção de estudantes no exterior e aposentadorias. Por exemplo, se um
brasileiro vai trabalhar no Japão e remete parte de seu salário para o Brasil será uma
entrada de dólares no balanço de pagamentos brasileiro.
5. Balança de Capitais:
É a conta que indica as alternativas de cobertura do déficit em transações correntes,
envolvendo as operações que modificam a estrutura de direitos e obrigações de um
país em relação ao resto do mundo. É dividida em:
6. Erros e Omissões:
Surge em função de equívocos existentes no registro das operações do país com o
exterior. Na verdade, algumas contas são registradas com valores estimados. Este item
entra no balanço para corrigir os erros estatísticos e as transações não registradas.
O superávit significa que há mais divisas do que as necessárias para cobrir as saídas
e esta “sobra” representa um aumento nas reservas internacionais do país. Já o déficit
mostra que as entradas não foram suficientes e tal resultado negativo poderá ser coberto
por uma saída de divisas ou de ouro do país, reduzindo as reservas internacionais.
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21 Câmbio e Internacionalização da Economia Universidade Anhembi Morumbi
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pelo autor ou por ele expressamente autorizados.
Fonte:
FERREIRA, Renata. Economia. São Paulo: Universidade Anhembi Morumbi, 2009. 190p. E-book.