Mayombe
Mayombe
Mayombe
3ºA
1–
“O professor pouco dormiu. A perna molhada doía-lhe atrozmente. Para que insistira?
A sua participação não modificaria em nada as coisas. Sabia que não era um
guerrilheiro excepcional, nem mesmo um bom guerrilheiro. Mas insistira.”
“Saiu, batendo com a porta. Tremendo, Sem Medo deixou-se cair na cadeira. Acendeu
um cigarro avidamente como se cada chupaça fosse a última. Imbecil, pequeno
imbecil! Acabou o cigarro. Os papéis acumulavam-se à sua frente. Dum gesto, varreu
a secretária. Levantou-se e caminhou pela sala. Imbecil, pequeno imbecil!”
“Eu, o Narrador, Sou Milagre. Nasci em Quibaxe, região kimbundo, como o Comissário
e o Chefe de Operações, que são dali próximo.”
Antagonistas:
Secundários:
“E saiu, batendo com a porta. A guerra estava aberta, o Comissário sabia que tinha
feito mais um inimigo. Às quatro da manhã, quando se preparavam para partir, o
Comissário perguntou aos outros: [...]”
• Enredo (plural/singular/temporal/atemporal): Plural e temporal, já que, apesar da
variedade de narradores e de histórias contadas por ângulos diferentes, segue uma
lógica cronológica.
“ Eu, o Narrador, Sou Mundo Novo. Recuso-me a acreditar no que diz Sem Medo. Lá
está ele, ali, no meio dos jovens, rasgando-se nas raízes da mata, rastejando,
triturando os ombros contra o solo duro, putrefato e húmido do Mayombe [...]”
“O Comissário quis assumir sozinho a responsabilidade, pensou Sem Medo. Era o que
tinha a fazer. Despediu o velho e mandou o jipe de urgência buscar o Chefe do
Depósito. Enquanto esperava, foi resolvendo os pequenos assuntos dos militantes de
Dolisie. Mas o seu pensamento estava longe. Os tugas no Pau Caído era uma má
notícia. Em breve descobririam a Base. Além disso dali podiam cortar o caminho do
reabastecimento, a entrada em Angola não era bastante camuflada, prestava-se bem
a ataques. E aquele tipo do João que fora sozinho e furioso! Eles lá saberão o que
hão-de fazer, não tenho que me preocupar.”
2–
I–
Tomar o controle de uma serralheria que estava sob domínio português, podendo
assim libertar os trabalhadores locais, que eram da tribo de Lutamos..
“O Mayombe tinha criado o fruto, mas não se dignou mostrá-lo aos homens:
encarregou os gorilas de o fazer, que deixaram os caroços partidos perto da Base,
misturados com as suas pegadas. E os guerrilheiros perceberam então que o
deus-Mayombe lhes indicava assim que ali estava o seu tributo à coragem dos que o
desafiavam…”
IV - Com base na leitura da obra Mayombe de Pepetela não é possível afirmar que:
Justifique: O que ganha maior ênfase na obra são as disputas entre tribos, não a luta
para libertar Angola de Portugal.