Verdades Esclarecidas Sobre o IESTE Pr. José Calixto PDF

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VERDADES 4.

ESCLARECIDAS
UMA COMPREENSÃO ADVENTISTA ACERCA DO IEST
AGRADECIMENTOS

A Deus, por ser a razão do meu viver.


Aos meus pais, por me criar nos caminhos da verdade.
A minha esposa Daisy por ser minha amada companheira
e incentivadora.
Aos meus filhos Caroline e Bruno, por serem a maior
herança e fonte de alegria.
Ao pastor Euripedes, presidente da Associação Rio
de Janeiro Sul, por apoiar meu ministério e incentivar a
publicação deste conteúdo - Verdades esclarecidas.
Ao pastor Jean Dourado, por colaborar na coleta de
material sobre o tema.
Ao pastor João Fabrício, ao irmão Francisco Vieira,
a irmã Silvina Maria Moura Antonio e a Lizandra Carla
Tavares Vieira, por participarem na pesquisa de opinião sobre
o IEST.
Aos irmãos do Distrito de Nilo:51)0ns, por compartilhar
comigo as lutas e bênçãos do ministério.
E a todos os colegas e amigos, que me incentivaram
de um modo direto ou indireto no preparo desse conteúdo.
ÍNDICE

PREFÁCIO 9
INTRODUÇÃO 11

Capítulo 1
ORIGEM E PROPÓSITOS DOS DISSIDENTES 13
• Origem 13
Chegada do Hartland ao Brasil 14
Linha do tempo: Hartland Institute (1981 1992) 14
Propósitos 16
M. L. Andreasen (1876-1962) 17
Conclusão 18

Capítulo 2
ESCLARECIMENTOS SOBRE
O LIVRETO "QUESTÕES ESCLARECIDAS" 19
1. Esclarecimento - página oito 19
2. Esclarecimento - página nove e dez 20
3. Síntese do relatório da comissão administrativa
da Associação Geral da IASD 23
4. Participação membro do IEST 24
4. Esclarecimento - página treze 25
5. Esclarecimento - página quinze 26
6. Síntese do livreto A oportunidade do século 26
7.• Síntese do livreto Questions On Doctrine 28
5. Esclarecimento da página vinte 29
6. Perfeccionismo - Pensamento de Andreasen 30
7. Perfeccionismo - Pensamento adventista 31
8. Perfeição e vida sem pecado — Citações de
Ellen G. White 32
9. Síntese do livreto A natureza humana de Cristo 33
10. A natureza humana de Cristo - Pensamento
Adventista C
35
12. Esclarecimento da Página vinte e sete 37

Capítulo 3
PESQUISA DE OPINIÃO 43
Lizandra Carla Tavares Vieira 43
Silvina Maria Moura Antonio 44

Capítulo 4
O PECADO ORIGINAL 51
1. Pecador ao nascer 52
2. Jesus como Homem singular 52
• 1. Jesus poderia ter pecado? 53
4. Tentado em todas as coisas 53
5. Semelhança de carne pecaminosa 54
6. Pensamento de Lutero e Melangton
• sobre pecado original 55
7. Pecado original—Pensamento de Ellen G. White 56
8. Somos responsáveis pelo pecado de Adão? 57
8. Descrição da encarnação de Cristo no livro
Questions On Doetrine 59
9. Imitar a Cristo - Pensamento de EGW 60

Capítulo 5
TEMAS DOUTRINÁRIOS QUE
IDENTIFICAM A IGREJA REMANESCENTE 62
I. Quando uma nova luz é urna doutrina? 62
Nova Luz - Natureza e relevância 64
Luz sempre brilhando 66
Características da nova luz 66
Nova luz no tempo de Ellen G. White 67
Quando uma pessoa tem Nova luz:
Orientações adicionais de Ellen G. White 68
Nova Luz: Responsabilidade da igreja 69
2. O que significa "viver sem intercessor" 70
O selo de Deus como sinal de controvérsia 71
VERDADES ESCLARECIDAS

Provisão divina para viver sem intercessor 73


Chuva serôdia 73
Perfeição após o fechamento da porta da graça 74
3. Influência cósmica na compreensão da Bíblia 75
Influências do anjos caldos 75
Influências dos anjos bons 76
4. Como identificar a igreja verdadeira 78
Esperança aos que professam a verdade 81

CONCLUSÃO FINAL 86
PREFÁCIO

O Senhor, na fase final do Seu ministério terrestre, deixou


várias advertências e sinais que teriam lugar no tempo do fim.
É impressionante que tais previsões seriam encontradas em
muitas situações e aspectos da vida, como na família, no mundo
social, fisico e acima de tudo no meio religioso. É exatamente
neste particular, que Jesus alertou sobre a infiltração de
sofismas, enganos e distorções da verdade deixada por Ele e
sobre Ele.
•E é fácil perceber que quanto mais próximo do tempo do
fim, mais acirrada seria esta operação do erro para dificultar
a compreensão da verdade e experimentar a graça da salvação
em Cristo Jesus.
Na história do movimento adventista, desde seu início, o
inimigo tem arregimentado pessoas não orientadas pelo
Espírito do Senhor para trazerem divisões entre o povo de
Deus com distorções do texto bíblico sobre verdades capitais
ao exercício de no,sa fé.
Daí a neçessidade de, como igreja e indivíduos, nos
preparar neste momento para cuidar do rebanho do Senhor
contra os enganos finais dos lobos devoradores.
Este compêndio tem o propósito de tornar-se mais um
esforço da liderança da igreja em guiar as ovelhas do Senhor a
pastagens seguras, e de preservar conceitos e valores das
crenças fundamentais do povo remanescente. Um estudo com
oração e com a mente aberta à influência do Espírito Santo,
certamente nos levará a um retorno às verdades do Senhor e
sobre o Senhor — nosso grande Deus.
9
VERDADES ESCLARECIDAS

Agradecemos ao pastor Calixto que exaustivamente


buscou em oração e pesquisa, respostas às indagações e
inquietações sobre temas fundamentais que norteiam nossa
experiência cristã.
Que você, querido leitor, possa ser tocado pelo Espírito
Santo ao paginar este livro, e que deste modo, sob a influência
celestial, encontre paz, compreensão bíblica e poder para '
testemunhar de nosso grande Criador e Redentor! Amém!

Pastor Euripedes Vieira Carvalho


Presidente da Associação Rio de Janeiro Sul da IASD
INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da história adventista, tem havido


movimentos separatistas que batalham contra os propósitos
da denominação. Na verdade, a existência da dissidência e dis-
córdia extrapola o tempo em que o mundo foi criado (Ap 12:9).
Naturalmente, para incitar dúvidas na mente do membro,
com frequência os opositores utilizam ensinos proveitosos,
como a conduta cristã, a alimentação, a música etc. Explica-
ções distorcidas sobre temas como estes, tendem a confun-
dir o membro porque estes ensinos são parecidos a que os
ASD creem e pregam.
É evidente que as grandes marcas dos grupos dissidentes
são as "semelhanças" com a igreja e não as "diferenças". Ob-
viamente, se eles se apresentassem totalmente diferentes ou
totalmente errados, não conseguiriam enganar. Dificilmente
alguém aceitaria um movimento que está com uma bandeira
negra contendo um crânio e ossos cruzados. Se viessem as-
sim, muitos iriam gritar: "É falso!". Portanto, o falso para
enganar tem que ser "o errado", mas que se confunde com "o
verdadeiro".' Entretanto, não tem sido esta a maneira em que
alguns grupos, como o Hartland e o IEST, se apresentam para
ganhar a simpatia dos membros da igreja adventista? Eles as-
seguram que se depender deles, jamais sairão da igreja, que
quem anda expulsando-os é a própria IASD que está em
apostasia. Deste modo, paira em muitas mentes a dúvida se o
IEST é um ministério independente ou dissidente, se está apoi-
ando a igreja ou procurando formar uma outra dentro da dei.
Devido aos crescentes questionamentos que tem surgi-
do contra a igreja, preparamos este conteúdo, objetivando
•11
VERDADES ESCLARECIDAS

esclarecer contradições doutrinárias que não correspondem


com os princípios defendidos pela mesma.
Portanto, são preparados cinco capítulos; sendo que eles
possuem quantidade diferente de páginas, mas com idêntica
relevância em sua abordagem. Com isso, o capítulo um trata
da origem e do propósito do Instituto Hartland e associa-
dos, o capítulo dois faz um estudo comparativo entre afirma-
ções do IEST, baseado no livreto "Questões esclarecidas", e
o que a IASD crê, baseado na crença e pensamentos e teólo-
gos adventistas.
O capítulo três mostra o resultado de uma pesquisa de
campo por meio do método subjetivo de análise.
O capítulo quatro estuda a temática relacionada ao peca-
do original e o último capítulo descreve quatro temas doutri-
nários que apontam para uma acurada compreensão acerca da
igreja verdadeira — "Quando uma Nova Luz é uma Doutrina?",
"O que significa viver sem intercessor", "Influências cósmi-
cas na compreensão da Bíblia" e "Como identificar a igreja
verdadeira".
Todos estes assuntos se propõem a esclarecer a
significância da Verdade que nos diferenciam do IEST dentro
do contexto da Bíblia e do Espírito de Profecia; também acen-
tua a convicção de que somos parte de um povo que é a meni-
na dos olhos de Deus (Ze 2:8).
Além do mais, o esforço feito para o preparo deste con-
teúdo é justificado mediante ao propósito que o mesmo en-
cerra — preparar melhor o povo de Deus para viver em confor-
midade com as doutrinas puras, santas e verdadeiras.

'Material fornecido via e-mail, pelo pastor Jean Dourado, em 2 dezembro


de 2009.

12
Capítulo!

ORIGEM E PROPÓSITOS
DOS DISSIDENTES

Geralmente a IASD exerce sua missão através de uma


estrutura organizada de igrejas, associações, uniões, divisões
e a Associação Geral. Incorporadas nessas entidades estão
vários ministérios relacionados com educação, publicação,
saúde e a mídia. Além desses departamentos mantidos pela
igreja, existem outros ministérios particulares, independen-
tes ou de apoio com o propósito de auxiliar no cumprimento
da missão da igreja.
No entanto, em alguns casos, esses ministérios particula-
res têm trabalhado contra os propósitos da denominação, tor-
nando-se críticos destrutivos da liderança da igreja, abalando
a confiança dos membros na organização, desviando recursos
que poderiam ser usados no cumprimento da missão. Tal com-
portamento constitui urna séria preocupação à igreja.
Entre os movimentos que representam ameaça, destacam-
se Hope International, o Hartland Institute nos EUA e o
IEST, no Brasil.
Por meio de matérias publicadas e palestras apresenta-
das, verificou-se que a Hope International, o Hartland
Institute e outros têm demonstrado má vontade de trabalhar
em harmonia com a igreja adventista.

Origem
A Hope International é uma organização particular loca-
lizada em Eatonville, Washington e foi iniciada por um grupo
de leigos. Mais tarde, esse grupo convidou o pastor aposenta-
i3
VERDADES ESCLARECIDAS

do, Ron Spear, para se unir a eles. Hoje tem sido fonte de brigas
em igrejas locais, não somente em Washington onde está loca-
lizada a sua sede, mas também em outras partes do mundo.
M o Hartland é uma escola particular de nível superior em
Rapidan, Virginia. Reconhecemos que essa instituição tenha aju-
dado a IASD durante muito tempo e isso foi bem visto no passa-
do por ser comum na América. No entanto, depois de jubilado,
Collin Standish assumiu a presidência do Hartland e tomou uma
decisão nessa instituição de não mais seguir as orientações da
IASD. Assim, este movimento começou a seguir caminhos dife-
rentes da Organização adventista, além de se tornar cada vez mais
crítico da liderança e das práticas deno-minacionais.

Chegada do Hartland no Brasil


A chegada desse movimento no Brasil ocorreu no inicio
da década de 2000, com a vinda de um grupo de estudantes
conferencistas do Hartlandpara Fortaleza, no Ceará. Na oca-
sião, um membro da IASD, Francisco Herculano, uniu-se ao
Hartland e montou uma gráfica, "Folha de outono" para tradu-
zir e divulgar o material publicado por Colin Standish (presi-
dente do Hartland).
Porém, em janeiro de 2006, um outro membro da igreja,
Diego Silva, ex-aluno do Hartland (EUA), decidiu formar uma
Instituição semelhante aqui no Brasil — Rio de Janeiro. Então,
no bairro Taquara, Duque de Caxias, RJ, foi fundado o IEST —

Instituto de Educação e Saúde de Taquara, denominado como


um centro de formação de missionários.'
Mediante a ;undação deste movimento aqui no Rio de
Janeiro, Francisco Herculano uniu-se a Diego Silva e transfe-
riram a gráfica "Folha de outono" para Duque de Caxias, RJ.

Linha do tempo: Hartland Institute (1981 - 1992)


1981: Em outubro, é estabelecido o Ministério de Saúde
do Leste dos EUA.
14
Origem e Propósitos dos Dissidentes

• 1982: Em 25 de julho, é realizado na Blue Mountain


Academy um encontro de vários profissionais adventistas in-
teressados no estabelecimento do Hartland Institute, Orga-
nização Self:Suport, ocasião em que é eleita uma comissão
diretiva para o estabelecimento da Instituição.
1983: Em 21 de março é adquirida uma propriedade no
estado da Virgínia (EUA), por 900.000.000 de dólares.
1983: Em 23 de setembro o Hartland inicia as ativida-
des escolares, com 13 alunos.
1983: Dezembro — Primeiras conferências bíblicas.
1984: Inicio das atividades do Centro de Saúde. Inicia o
programa de colportagem para os alunos durante o verão -
nesse ano, passa a fazer parte da OC/: Outposts Center
International (Associação das Instituições Adventistas de
Suporte Próprio) e da e4SI: Federação dos Empresários
Adventistas nos Estados Unidos.
1984: A Flistoric Truth Publications, de Paradise, da
Califórnia é incorporada ao Hartland Institute, adotando pos-
teriormente o nome de Hartland Publications, tornando-se
uma editora que publica dezenas de livros sobre saúde, educa-
ção, religião, história, família, além da produção de inúmeros
vídeos, revistas etc.
1987: Início da construção do Hartland Wellness Center
(Centro de Bem-Estar), concluído em 1990 um moderno e
bem equipado centro de tratamentos naturais.
1987: Primeira Campanha Evangelística de estudantes do
Hartland, na Tanzânia, Africa.
1990: É estabelecida a Hartland World Mission (Mis-
são Mundial Hartland). Atua direta ou indiretamente em 54
países ao redor do mundo, enviando estudantes para desen-
volverem projetos de saúde, educação e evangelismo.
1992: De 4 a 5 de março, numa reunião realizada pela
OC/, o Hartland é expulso da relação de membros da entida-
15
VERDADES ESCLARECIDAS

de por não ser uma entidade que apóia a Igreja adventista e por
receber dízimos dos membros para as suas atividades.
1992 — Em 04 de agosto, a ASI exclui o Hartlandusando
as mesmas razões utilizadas pela OC/ (mencionadas acima).

Propósitos
Concernente a índole desse povo: Em sua maioria, são
• pessoas maravilhosas, que anseiam pela reforma e pelo
• reavivamento da igreja, mas infelizmente não fazem da ma-
neira correta, como também é o caso do Hartland, Hope
International e outros nos EUA.2
Quanto ao Hartland, inicialmente foi bem aceito pela igre-
ja, devido aos propósitos que apresentava em relação a ser uma
entidade de• sustento próprio dedicada à saúde e à educação.
Porém, ao revelar-se um movimento paralelo dentro da igreja,
com duras acusações contra a organização da mesma e seu mi-
nistério, pretendendo ser um remanescente fiel dentro da IASD,
acusando-a de apostasia, levantando os membros contra a lide-
rança, atacando a teologia defendida pela IASD, promovendo
conceitos teológicos contrários à Bíblia e ao Espírito de Pro-
fecia — pretendendo utilizar os livros de Ellen G White, para
defender suas posições, recebendo dízimos dos membros para
as suas atividades, conduzindo os membros a formarem "uma
Igreja dehtro da Igreja" etc., o Hartland Institute foi conside-
rado uma organização contrária à Igreja. 3
Ademais, a afronta à igreja ampliou-se a partir do mo-
mento em que Standish, do Hartlanduniu-se a Spear da Hope
International, tornando-se colaborador de Our Firm
Fundation -- literatura qup expressa forte intenção de corro-
er a doutrina ou a estrutura da igreja. Deste modo, eles espa-
lham materiais gratuitamente aos líderes e membros da igreja
no campo mundia1. 4
De fato, o principal objetivo deles não é ajudar a resolver
problemas e cumprir a missão, como querem demonstrar, mas
16
Origem e Propósitos dos Dissidentes

criticar os que não concordam com suas ideologias ou teo-


logias.
No próprio livreto Questões esclarecidas, página 5, eles
afirmam que "provavelmente, nenhum outro ministério no
Brasil tem causado mais polêmica e controvérsia dentro da
IASD que o IEST'. De fato, a chegada desse grupo em qual-
quer igreja, causa danos irreparáveis e deixam consequências
desastrosas para a fé dos membros.
Como vemos nas afirmações de Ron Spear, suas críticas
ferinas podem abater o povo de Deus. Diz Spear: "Os pasto-
res adventistas caíram em apostasia; então, de acordo com
ele, não dá para confiar mais na Organização e a igreja não
está cumprindo a missão — está se unindo cada vez mais com
o mundo em transgressão". 5
Além do mais, para compreender melhor a origem des-
ses movimentos no seio da IASD vamos destacar um resumo
histórico de um líder (Milton L. Anclreasen) que no ocaso de
seu ministério, passou a criticar a igreja com ideologias con-
traditórias, cujo efeito devastador é amplamente notório no
meio clenominacional até hoje.

Milian L. Andreasen (1876 1962) -

Provavelmente seja mais conhecido pelos seus protes-


tos contra líderes da igreja durante os últimos anos de sua
vida. Andreasen passou a discordar de temas doutrinários de
relevância para a igreja; e então, se tornou um ferrenho críti-
co á Organização. Isso é muito lamentável considerando seus
longos anos de serviço ativo e fiel à Igreja.
Para Andreasen, o ponto de maior discórdia e incômodo,
foi a publicação do livro (Questions On Doctrine em 1957),
do qual será incluído um breve comentário sobre "a
encarnação do Filho de Deus", no próximo capítulo.
Quando seus primeiros protestos para• líderes de igrejas
não produziram os resultados que ele queria, expressou sua dis-
17
VERDADES ESCLARECIDAS

sidência por meio de "Cartas para as igrejas". A controvérsia


gerada resultou em suas credenciais ministeriais temporaria-
mente retiradas. Infelizmente, embora a fratura entre Andreasen
e os dirigentes da igreja tenha sido amenizada, as controvérsias
suscitadas por suas ações, ampliaram a circulação e expressão.
A doutrina do perfeccionismo, elaborada por ele, foi de-
fendida por Herbert Douglas, Kenneth Wood, C. Mervyn
Maxweel e outros. A partir desses seus apoiadores surgiram
alguns ministérios independentes que se tornaram extrema-
mente hostis à Organização adventista. Dentre esses grupos,
os dois mais influentes no mundo são os já citados, Hope
International e Hartland Institute.
Sobre afirmações dúbias ou contraditórias, levantadas por
eles, no livreto Questões esclarecidas, serão feitos alguns
esclarecimentos no próximo capítulo.

Conclusão
Observou-se que o povo de Deus tem sido atacado por
heresias descabidas, desde os dias apostólicos (2Jo 10). Po-
rém, mesmo assim, nos é assegurado que esta igreja será triun-
fante; para isso, Deus espera que sejamos guardiões da sã dou-
trina (Tf 2:2) e que defendamos a verdade em todos os con-
tornos, mesmo em meio as mais atrozes oposições.

Referências
http://wwvv.iestrj.corn.br/quem_somos.html, acessado em 3 de
dezembro de 2009.
2 Alexandre Carneiro, "História do adventismo", material preparado pelo
IEST em 2008; disponível em: http://www.centrowhite.org.br/Minneapolis/
documentos/perfeccionismo/pdf.
Dados extraídos de conteúdo fornecido por e-mail do pastor Jean
Dourado, em 2 de dezembro de 2009.
4 Pasousia, I° semestre de 2008, 77.

Ron Spear, De volta para o Egito (Rio de Janeiro, Publicações Folhas


de Outono, 2006).

18
Capítulo 2

ESCLARECIMENTOS SOBRE O LIVRIETO


"QUESTÕES ESCLARECIDAS"

Membros e pastores da igreja que convivem com o IEST


afirmam que eles causam males crônicos à igreja em diferen-
tes lugares. Este povo costuma declarar ser possuidor de "nova
luz", de conhecimentos não descobertos antes, que a igreja
adventista çaiu em apostasia e saiu da verdade, etc.
Para ressaltar alguns pontos contraditórios desse movi-
mento, far-se-á urna pequena síntese das obras Oportunida-
de do século, de Herbert Douglass, Última gera çâo, de
Milian L. Andreasen (1876-1962) e A Natureza Humana de
Cristo, de Joe Crews. Estes autores referidos pelo IEST, em
algum momento não compartilharam com a ideologia ou teo-
logia da IASD; além disso, acentuam acirradas críticas à Or-
ganização por não comungar com suas crenças.
Portanto, tendo como base o ponto de vista da igreja
adventista, procuraremos desenvolver alguns esclarecimen-
tos sobre afirmações contraditórias que apresentam no livreto
"Questões esclarecidas", preparado pelo IEST em 2006.

Esclarecimento -- página oito


Ao descrever nesta página, a questão: O LEST é urna fi-
lial do Instituto Hartland? Nesse livreto é afirmado que
"não". Porém, o comentário feito na mesma página, tem mais
a ver com um evidente sim. E por que seria o sim? Obviamen-
te, no próprio parágrafo que segue ao "não", é declarado que o
IEST é semelhante ao Hartland em sua estrutura organiza-
cional, suas filosofias e seus objetivos; também ressaltam que
19
VERDADES ESCLARECIDAS

recebem pastores e administradores do Hartland para seus


eventos espirituais, para ensinar nas classes de Bíblia e de
saúde; além do mais, recebem de lá o apoio financeiro. Em
ista de todo esse conjunto de relações estreitas com o
Hartland, o que falta para que eles se assumam como repre-
sentação dessa instituição americana?
E que problema existe em não desejarem ser filial do
Instituto Hartland,já que ele se intitula um ministério de apoio
à Igreja, e ao mesmo tempo defende que é bem visto nos EUA?
Que desconforto há em pertencer ao Hartland, já que basica-
mente tudo o que fazem aqui no Brasil, tem como base o que
vem de lá, desde o material teológico, apoio organizacional,
financeiro etc.? Será que o lEST ainda não alcançou as metas
estipuladas pelo Hartland para que• seja aceito• como filial?
Naturalmente, há tempo que nossa igreja já deu as res-
postas que os inquietavam; porém, não convencidos com os
esclarecimentos feitos pela Organização adventista, eles pro-
curam mudar de estratégia para disfarçar as antigas heresias
com novas roupagens. Sobre isso, confira o próximo escla-
recimento.

Esclarecimento — página nove e dez


Neste item, declaram que o Hartland é visto como
movimento separatista nos Estados Unidos apenas por ,

alguns líderes e pastores, mas todos os obreiros do


Hardand são membros ativos nas igrejas adventistas.
Na página anterior (página oito), afirma que o IEST não
é filial do Hartland; mas nesta, já indica que apenas por al-
guns líderes e pastores são tidos como separatistas. Então,
qual deve ser a intenção por trás dessa afirmativa? Não estão
sugerindo que o membro da IASD no Brasil também pode fa-
zer parte do grupo deles e continuar sendo membro da Igreja
Adventista? Não insinuam que sendo aceitos corno membros
lá nos EUA, aqui também pode proceder do mesmo modo?
20
Esclarecimentos Sobre o Livreto "Questões Esclarecidas"

No entanto, será que uma declaração como esta possui algum


apoio oficial da Igreja? A IASD vê do mesmo modo que eles
afirmam? Qual Associação da IgrejaAdventista do Sétimo Dia
tem dado esse apoio ao procedimento crítico deles? Você já
procurou saber o que a igreja adventista revela ser a verdade,
sobre o que eles dizem?
Lideres da igreja adventista afirmam que os danos causa-
dos pelo Hartland e pelo IEST, entreS os membros da igreja,
são irreparáveis. Aliás, basta examinar algumas declarações
de Ron Spear, no livro De volta para o Egito, publicado pelo
IEST, que se nota o volume de lixo que é lançado contra a
igreja de Deus. Por um lado criticam a igreja adventista de
estar em apostasia; mas, por outro lado, declaram que os líde-
res do Hartland são membros da nossa igreja. Também afir-
mam que uma pessoa pode pertencer ao IEST e continuar com
o nome no livro da igreja. Neste caso, parece notório que tais
afirmações são desleais e objetivam enganar os membros da
igreja, não é verdade?
Ademais, para compreender melhor os malefícios que
as doutrinas ensinadas pelo IEST causam para a IASD, apli-
camos uma pesquisa de opinião com alguns pastores
adventistas que enfrentaram problemas com eles. As respos-
tas do pastor João Fabrício, são relevantes porque ele
pastoreava a igreja de Mesquita, RJ, onde havia um foco des-
se grupo.'

A. Que contribuições o IEST deixou para a Igreja


de Mesquita, enquanto você pastoreava lá?
Respostas: 1) Má utilização e distorção do Espírito de
Profecia. 2) Exaltação do vegetarianismo como meio de sal-
vação. 3) Paralisação evangelística da igreja. 4) Preconceito
acentuado com os não vegetarianos. 5) Desrespeito velado
com os pastores, principalmente os da administração. 6) Es-
pírito de rebeldia e desconfiança em relação ao ministério.
21
VERDADES ESCLARECIDAS

Mediante estas situações revestidas de intenções con-


traditórias como percebemos, seria proveitoso para a missão
que nos foi dada, abrir os púlpitos de nossas igrejas a estas
orientações que misturam a verdade bíblica com uma inter-
pretação particular e humana? Isso não seria mesclar a verda-
de com o erro? Será que temos a exata dimensão do que sig-
nifica isso para o resultado final de nossa missão?
Alguém que não utiliza corretamente o Espírito de Pro-
fecia, que critica os pastores (sacerdotes), contrariando as
ordens dadas por Deus, que não reconhece a autoridade da
.

Igreja de Deus na Terra, contrariando o próprio Cristo (Ef


5:23; Mt 18: 17) e o Espírito de Profecia está em condições
de ajudar a IASD a levar a mensagem de salvação ao Mundo?
Na próxima opinião do pastor Fabrício há mais esclare-
cimentos relevantes, confira!

B. Que aspectos doutrinários e administrativos, o


IEST mais discorda e critica a IASD?
Respostas: a) A natureza do pecado: Não somos peca-
dores de nascença, dizem eles. b) Podemos parar de pecar de
forma absoluta ainda nesta vida antes do fechamento da porta
da graça c) Acreditam que a administração (ministério) da
igreja não merece confiança pelo fato de que muitos pastores
não são vegetarianos.
Observe novamente que, enquanto o /EST afirma que pre-
serva a teologia histórica da IASD, que trabalha para purificar
a igreja, que proclama as três mensagens angélicas e que pro-
cura apresentar doutrinas para unir a igreja, esse movimento
chega à IASD para provocar efeitos danosos —.a igreja fica
mais vulnerável às divisões doutrinárias e a ter uma membresia
totalmente dividida entre si.
Acerca do envolvimento do IEST na Igreja de Mesquita,
o irmão Francisco Vieira, afirma que pessoas agregadas a esse
movimento tentam fazer daquele templo adventista um quar-
22
Esclarecimentos Sobre o Livreto "Questões Esclarecidas"

tel general — exercer domínio completo, e desse modo,


desestruturar a convicção dos membros e causarem transtor-
nos indescritíveis para o nosso povo que frequenta ali. 2 Mas,
além dessas graves ponderações, o que a organização mundial
da IASD declara sobre os separatistas, como a Hope
International, Hartland e IEST? Destacamos a seguir um re-
sumo da avaliação feita pela comissão administrativa da As-
sociação Geral da IASD sobre esses dissidentes.

Síntese do relatório da comissão administrativa da


Associação Geral da IASD
A comissão administrativa da Associação Geral da IASD,
no ano de 2000 provou claramente que este movimento
Hartland e associados estão em nosso meio, não como um
ministério independente, com o objetivo de apoiar na missão,
mas como dissidentes. Eles atuam como oposição aos pro-
gramas, doutrinas e objetivos da igreja.
O relatório realça que o plano maldoso deles é se apresen-
tar como um grupo pequeno de "remanescente" dentro do grupo
maior, que segundo eles abandonou a fé histórica tanto na teolo-
gia como na prática. Eles dizem que o grupo genuíno é composto
daqueles que aceitam a mensagem dessas organizações parti-
culares? Afirmam também, que se a igreja está em apostasia,
não há nenhuma razão para existir e o Senhor deve erguer uma
nova igreja que sirva como Seu instrumento para estes últimos
dias. Neste caso, pela maneira em que eles comportam e se
apresentam, querem ser o pequeno grupo de "santos" que se
enéõritra no meio da igreja que, julgam estar em apostasia.
Quanto à existência de apostasia na Igreja Adventista, o
próprio Jesus reconheceu a coexistência do trigo e do joio;
porém, a acusação de que a igreja de Deus está em apostasia é
completamente excomungada. 4
No julgamento dos dissidentes (Hartland, TEST e outros),
se uma decisão da liderança da igreja não está correta, eles re-
23
VERDADES ESCLARECIDAS

jeitam a liderança e começam a acreditar e agir como se eis


pensassem melhor, enquanto, dizem permanecer como mem-
bros leais da igreja e dela nunca se desligar. Deste modo, vivem
em constante batalha para minar a autoridade da igreja. 5
Diante desses problemas sérios que eles causam entre o
nosso povo, você acha que devemos ficar indiferentes e aceitar
o que eles dizem? O relevante voto tomado pelos lideres da
Associação Rio Fluminense mostra como a igreja está atenta
para impedir que o engano se propague entre o povo de Deus.

PARTICIPAÇÃO MEMBROS DO IEST


Considerando:
- Distorções doutrinárias apresentadas por seus ensinos;
- Espírito separatista que infundem entre os membros;
2008-061 —VOTADO recomendar que as Igrejas e Grupos
do território da ARF não permitam nenhuma participação dos
membros do /ESTem nossos programas; que os nossos irmãos
não se envolvam com as reuniões e ensinos do 1E87; ficando os
que assim procederem passíveis de disciplina por negação da fé.
Em realidade, creio ser um dever ministerial a proteção
do rebanho contra qualquer coisa que ameace a integridade de
fé dos membros.
• No casoNclessas orientações que são disseminadas pela
teologia falsa do IEST, observa-se que há muita confusão dou-
trinária que acaba afetando os sinceros que querem seguir a
Deus. Por conta destas e de outras coisas que vemos ao longo ,
desse estudo, é considerado um risco deixar que essa teolo-
gia contraditória e anti-bíblica afete a compreensão da verda-
de que realmente salva do pecado e guia no serviço.
Ellen G White, em seu tempo, também enfrentou pro-
blemas com movimentos contrários à igreja e ela ressalta que
esses ministérios dissidentes, como o Instituto de Hartland,
24
Esclarecirnentos Sobre o Livreto "Questões Esclarecidas"

a Hope Internacional e o IEST acusam continuamente o povo


de Deus, quando o Espírito Santo deseja derramar sobre nós a
chuva serôdia, e assim nos encher com o Seu poder. De fato,
eles fazem uso dos escritos de Ellen G White de maneira
1. tendenciosa. nara tentarem sustentar a doutrina pós-queda da
natureza humana de Cristo, e outros ensinos radicais.
Além do mais, o IEST empenha para assegurar ao leitor
que Colin Standish não tem nenhum problema com a IASD.
Porém, a importância de se entender isso, se notará a seguir!

Esclarecimento -- página treze


É assegurado que o pastor Colin Standish não foi de-
mitido da obra denominacional. Afirmam que todos os
obreiros do Hartland são membros ativos nas igrejas
adventistas. Para ratificarem o que dizem, apresentam Standish
como estando em 'posição confortável dentro da igreja.
Mas, é possível que alguém que tenha mudado partes do
Manual da Igreja para harmonizar com suas teorias, deveria
estar de bem com uma organização tão séria, como a nossa
igreja adventista?
Porém, o que Standish mudou no Manual da Igreja?
O citado relatório na revista Parousia, 1° semestre de
2008, página 92 uita que Standish, utilizando o Manual da
Igreja e (nitras fontes denominacionais, escreveu um voto
batismal significativamente diferente do que é encontrado no
atual Manual da Igreja, e aprovado- pela igreja mundial.'
Porém, que mudanças ele fez no Manual da igreja, para
se adequar ao seu modo de crer? Eis, a seguir, alguns pontos
que ele therou:
a) — Jesus tomou sobre Si nessa natureza pecaminosa.
b) — O voto que trata do dízimo não identifica a igreja
a.dventista como o repositório do dizimo, como no voto ofi-
cial da IASD.
25
VERDADES ESCLARECIDAS

Nesse voto batismal formulado por Standish, é mencio-


nada a igreja remanescente,' mas nunca identificada como a
IASD. Mediante situações como estas, ficou decidido, pelo
relatório da Associação Geral que:
1) Os que promovem o uso desses votos reformulados

por ele demonstram não reconhecer a autoridade da IASD. 7


2) A Hope International, Hartland e outros ministé-

rios associados a ele não puderam estar em harmonia com o


corpo da igreja adventista mundial.'
Então, se a Organização mundial da igreja, não aprova as
afirmações errôneas de Standish, você acha que podemos
aceitar que suas crenças estão em harmonia conosco e que os
membros do Hartland são bem aceitos na IASD, como afir-
ma o /EST?

Esclarecimento — página quinze


O IEST assegura que Cristo tomou nossa decaída na-
tureza. Para ratificar tal argumento, destacam os nomes de
Herbert Douglass e M. L. Andreasen, que assumiram posição
de grande proeminência na Organização adventista; porém, já
vimos que como obreiros, fizeram fortes oposições a Orga-
nização por não aceitar alguns temas defendidos por eles,
como a natufeza humana de Jesus e o perfeccionismo.
Para realçar suas crenças, o IEST, utiliza o livreto, A
Oportunidade do século e como os Adventistas do Sétimo

Dia a perderam. Nesta obra, Douglass esboça fortes crítica à


igreja por haver publicado o livro Questions On Doctrine
(QOD) em 1957, pela Associação Geral da IASD. Vejamos
uma síntese desta obra de Herbert Douglas.

Síntese do livreto A oportunidade do século


Neste livreto Douglass destaca que na década de 1950, a
IASD tinha a necessidade de esclarecer sua posição com re-
26
Esclarecimentos Sobre o Livreto "Questões Esclarecidas"

lação aos seguintes temas: 1) Que a expiação de Cristo não


foi completada na cruz; 2) que ca salvação é o resultado da
graça em junção com as obras da lei; 3) que o Senhor Jesus
Cristo era um ser criado, não existente por toda a eternidade;
4) e que na encarnação, Ele participou da natureza humana
caída e pecaminosa.
De acordo com Douglass, seu intento de poupar a deno-
minação da vergonha e de problemas ainda piores, não foi con-
siderado pelos líderes adventistas da época. E mesmo que ele e
seu grupo tenham feito oposições ao lavarem (literalmente) as
mãos e mostrarem não ter envolvimento com o material (QOD),
a publicação ocorreu mediante comentários congratuladores.
Douglass diz ter ficado boquiaberto com o que ele cha-
mou descuido proposital e relata que ao M. L. Andreasen per-
ceber que os autores do livro Questions On Doctrine e os
presidentes da Associação Geral, não estavam interessados
em reconhecer suas preocupações, escreveu cartas a todos
os membros da igreja. Devido a essa insatisfação manifesta-
da, passou a pertencer a "ala dos lunáticos". Os pontos dis-
cordantes que Douglass ainda descreve, são:
1) Jesus possuía todas as paixões naturais de uma criança,
de um jovem e de um adulto — de auto-preservação, de confor-
to físico, de atração pelo sexo oposto e de ser apreciado por
Seus amigos.
2) Sua natureza inferior adotou as paixões humanas nor-
mais que buscam fins egoístas e indulgentes.'
Pelo fato de a IASD não aceitar afirmações como estas,
é que esse autor realça que a IASD naquela época (década de
1950), perdeu a oportunidade de acertar.
Deste modo, Douglass menciona que os adventistas uti-
lizam argumentos de natureza ilógica ao dizer que Cristo nun-
ca pecou ou herdou paixões e poluições. '°
grketanto, é sobre esse ensinamento que Andreasen cons-
truiu sua teologia, na pressuposição de que sendo Cristo exata-
27
VERDADES ESCLARECIDAS

mente como nós, então outros seres humanos também deveriam


viver da mesma forma — especialmente os da última geração.
Então, se a verdade estivesse nas declarações destes au-
tores, como explicar inquietações como essas: haverá no Céu
alguma geração melhor ou superior à outra? Alguém poderá
se salvar lavando seus próprios pecados em seus próprios
méritos ou em outra fonte que não seja no sangue do Cordei-
ro (Jesus)? Para Andreasen, o ser humano, por seus próprios
méritos, pode ser perfeito, deixar de pecar etc.
Dado a importância desse tema, haverá pormenor mais
adiante; porém, trataremos a seguir de algumas informações
adicionais sobre o livro Questions On Doetrine.

Síntese do livro Questions Ou Doctrine


O livro Questões sobre doutrina nasceu de um diálogo
entre os evangélicos fundamentalistas Donald Grey Barnhouse
e Walter Martin e os líderes'adventistas LeRoy Edwin Froom,
Roy AllnAnderson e Walter E. Read. Barnhouse era pastor
presbiter ano e editor da revista Eternity; Martin era pesqui-
sador de movimentos religiosos e caçador de seitas nos EUA.
De acordo com Jorge Knight, o livro tornou-se o mais polê-
mico da história da Igreja e em consequência," gerou muita
turbulência na Igreja Adventista do Sétimo Dia. De um lado,
estava a liderança da Associação Geral, promovendo o livro
dentro e fora da denominação. Do outro lado, estava, por exem-
plo, M. L. Andreasen acusando o livro de "apostasia" de algu-
mas doutrinas fundamentais da IASD. A ala critica tornou-se
tão forte que a liderança da denominação decidiu que o livro,
após ter vendido cerca de 150 mil cópias, não mais deveria
ser impresso; no entanto, em muitas partes do mundo e tam-
bém no território da Divisão Sul-Americana, havia uma atitu-
de positiva, como é bem refletida na declaração de Arnaldo B.
Cristianini, então editor associado da Casa Publicadora Bra-
sileira (1959):
28
Esclarecimentos Sobre o Livreto "Questões Esclarecidas"

"Nenhum obreiro adventista deveria privar-se de ler esse


tratado que é uma autentica declaração de fé, destinado a de-
monstrar a natureza genuinamente evangélica das crenças dos
Adventistas do Sétimo Dia". Também Enoque de Oliveira, que
ocupava a função de ministerial da DSA (1959), destacou que
o presente número (Questions On Doctrine) foi preparado
por um grupo credenciado de estudiosos adventistas e nele
encontram respostas especificas a 50 proposições sobre nos-
sas crenças e ensinos.' 2
Mais recentemente (2008), o Dr. Alberto R. Timm, des-
creve que no território da DSA, o livro Questions Oh Doctrine
tem sido considerado, ao longo dos anos, não apenas como
uma expressão genuína e confiável da teologia adventista do
sétimo dia, mas também como um valioso corretivo às ten-
dências legalistas e perfeccionistas. 13
Entretanto, há outros autores que compartilham dos en-
sinos de Andreasen (quanto à natureza humana de Cristo),
como é o caso de Joe Crews. Quanto a isso, haverá um tópico
neste capítulo sobre algumas de suas pressuposições. No en-
tanto, a seguir teremos um breve esclarecimento da teoria re-
lacionada ao "perfeccionismo" que o lEST defende.

Esclarecimento da Página Vinte


O TEST declara repudiar a doutrina do perfeccionis-
mo também conhecida como "carne santa".
Inclusive, sobre este ponto, dedicam quatro páginas no
referido livreto. Mas, o que expressa a doutrina "carne san-
ta"? G. A. Roberts descreve que no ano 1900 levantou-se em
Indiana (EUA) este ensino fanático. O aspecto essencial da
doutrina era que quando Jesus passou pelo jardim do Getsemani
teve uma experiência que todos os que O seguem devem ter.
Ensinavam que Jesus tinha carne santa e aqueles que O segui-
am por essa experiência do jardim, teriam igualmente carne
29
VERDADES ESCLARECIDAS

santa. Ensinava-se que apenas os que tinham esta carne santa


eram do verdadeiro Israel, os outros pertenciam à multidão
mista e eventualmente seriam extirpados. 14
Entretanto, o que dizer do perfeccionismo divulgado e
defendido com muita ênfase, por Andreasen e seus seguido-
res, nesse caso o IEST?
Andreasen afirmava que por meio da ministração final de
Cristo no santuário celestial, 15 Deus demonstrará que a per-
feição atingida por Cristo não era a única, mas pode ser repe-
tida nos santos do tempo do fim. 16 Segundo ele, Jesus não virá
até que esse nível de perfeição tenha sido atingido pela última
geraçAo. A ideia dele é que, assim como Jesus viveu, em carne
humana pecaminosa, uma vida sem pecado de perfeição abso-
luta, assim devemos nós — por meio de Sua expiação no san-
tuário celestial, ser absolutamente perfeitos. Dizia que a men-
sagem de Deus para a geração final de crentes em 1888 é:
podemos deixar de pecar e podemos ser perfeitos.

Perfeccionismo — Pensamento de Andreasen


No quinto item, da página 25, do livreto Questões
Esclarecidas, resume a teologia da última geração afirmando
que é possível viver sem pecar antes da volta de Jesus. Tal
declaração, segundo o IEST, está em harmonia com a Bíblia e
o Espirito de Profecia. Mas, será isso um ensino bíblico mes-
mo? E a IASD crê deste modo ou isto apenas reflete a uma
interpretação de Andreasen e seus seguidores?
O que Deus requer da última geração? Para M. L.
Andreasen a geração final de cristãos necessita alcançar a "per-
feição absoluta". Segundo ele "assim como uma pessoa se
torna vitoriosa sobre uma tentação, ela pode chegar a sê-la
sobre todo pecado. Terminada a obra e alcançado o triunfo
sobre o orgulho, a ambição, o amor ao mundo e todo mal,
estará pronta para a trasladação. Terá sido provado em todos
os pontos. O maligno veio e nada achou. Estará irrepreensível
30
Esclarecimentos Sobre o Livreto "Questões Esclarecidas"

mesmo perante o trono de Deus. Deus terá terminado nele


Sua obra. Estarão sujeitos a toda atentação, mas não cederão.
Provarão que é possível viver sem pecar". 17
Felizmente, ensinos como esses não correspondem ao
que a IASD professa em suas crenças. Se crêssemos como
Andreasen, quem na história humana, já foi aprovado, a não
ser Cristo? Se até agora ninguém conseguiu ser perfeito, quem
conseguirá viver sem pecado, antes do fechamento da porta
da graça? Para esclarecer mais este tema, veremos a seguir o
modo em que Amin A. Rodor descreve o pensamento
adventista sobre o perfeccionismo: 8

PerfeeSnismo Pensamento Adventista


Segundo Rodor, a maneira de pensar defendida pelos


perfeccionistas, tende a formar pessoas com atitudes frias,
acusadoras, marcadas por uma postura de superioridade, em
relação aos demais irmãos e cheios de justiça própria. Em
lugar de se tornarem mais cristãos, eles se tornam mais fariseus
porque querem reproduzir o caráter de Cristo, em geral, com
uma lista de "faça e não faça".
Desta maneira, os que citem na doutrina do perfec-
cionismo, se consideram melhores que os irmãos da mesma
fé; assim, dividem a igreja e procuram levá-la a perder o foco
missionário, além de pouco ou nada fazerem para trazer no-
vos membros. A missão dos perfeccionistas se esgota ao se
tornarem vegetarianos críticos. 19 Para eles, imitar a Cristo é
sempre entendido em termos daquilo que comemos ou dei-
xamos de comer. Porém, à semelhança de Adolph Hittler,
pessoas podem ser vegetarianas e, ao mesmo tempo, serem
tão más como o próprio diabo. O que comemos ou não co-
memos, assim como outros desempenhos do estilo de vida,
são importantes, mas apenas dentro do contexto do caráter
de verdadeiro amor cristão?' Reproduzir o caráter de Cristo
é reproduzir na vida o fruto do Espírito Santo (015:22 26).21 -

31
VERDADES ESCLARECIDAS

Sobre perfeição e vida sem pecado, Ellen G. \Vhite faz


outras declarações relevantes.

Perfeição e Vida sem Pecado -- Citações de Ellen


G. White
Segundo Roy Adams, um dos textos sobre perfeição mais
mal compreendido, nos escritos de Ellen G White é citado em
Parábolas de Jesus: "Quando o caráter de Cristo se reprodu-
zir perfeitamente em Seu povo, então virá para reclamá-los como
Seus".22 A compreensão popular dessa declaração cria o retrato
de uma igreja voltada para si mesma, lutando para atingir a per-
feita reprodução do caráter de Cristo para que Jesus possa vir.
Mas o que Ellen O White realmente estava dizendo? Adams
comenta que no contexto dessa citação, ela aplica aos proces-
sos de crescimento e reprodução de frutos na vida crista. Nesta
mesma página a ênfase primária volta-se para a necessidade de
olharmos para fora de nós mesmos. O destaque aqui está em
um ministério amoroso, compassivo e abnegado. Não há ne-
nhum enfoque sobre perfeição sem pecado. A única maneira de
apressar a vinda do Senhor é por meio do serviço amorável em
favor de outros. O propósito da reprodução do caráter de Cris-
to em nós é para que (Cristo) possa ser reproduzido em outros.
White ressalta que "(Cristo) é um perfeito e santo exem-
plo, dado para que o imitemos. Não podemos igualar ao mo-
delo, mas não seremos aprovados por Deus se não o copiar-
mos e, segundo a capacidade que Deus tem dado, assemelhá-
lo".23 Ela ainda afirmou: "Jamais podemos igualar o modelo;
mas podemos imitá-lo e nos assemelharmos a Ele segundo a
nossa capacidade". 24 Ela também observou que "ninguém é
perfeito (no sentido pleno) senão Jesus". 25
Além do mais, esta autora também destaca que,
• 1) "Aqueles que Cristo louva no juízo, talvez tenham co-
nhecido pouco de teologia, mas nutriram seus princípios.
32
Esclarecimentos Sobre o Livreto "Questões Esclarecidas"

Mediante a influência do Divino Espírito, foram uma bênção


para os que os cercavam"."
• 2) "A perfeição do caráter do cristão é alcança& quando
o impulso de auxiliar e abençoar a outros brotar constante-
mente do íntimo — quando a luz do céu encher o coração e for
revelada no semblante". 27
Adams acrescenta que apocalipse 14:5 não faz distinção
espiritual entre o remanescente final e os santos das eras pas-
sadas. O que distingue será ci fato de que, como Já, eles man-
terão sua lealdade e integridade durante a mais severa e cruel
perseguição da história do mundo. Terão que passar pelo mais
aflitivo tempo de angústia, que incluirá as terríveis sete últi-
mas pragas descritas em apocalipse 16.
Enfim, apesar das limitações humanas, o Senhor Deus
trata a todos de maneira amorosa, enquanto milita neste mun-
do de pecado.
A maneira equilibrada em que a IASD aborda o tema
relacionado ao perfeccionismo, torna-se coerente afirmar
que o texto de Mateus 5:48, pode ser entendido à luz de
Lucas 6:36: "Sede misericordioso como é misericordioso
vosso Pai que está no Céu", onde o enfoque da perfeição
que Deus espera de nós, está em almejar uma vida de mise-
ricórdia em prol dos semelhantes, como exemplificada pelo
próprio Cristo
Sendo assim, além desses esclarecimentos, o tema que
trata da "natureza humana de Cristo", também tem sido alvo
de muita polêmica, e deve ser mais esclarecido. Então, vamos
considerar a maneira em que os contrários à igreja defendem
este ,assunto por meio da obra de Soe Crews.

Síntese do livreto "A natureza humana de Cristo"


Crews, neste livreto divulgado pelo /RST, apresenta ensi-
nos que divergem radicalmente do que a igreja adventista en-
sina Observe suas afirmações:
33
VERDADES ESCLARECIDAS

1) — Os que ensinam que Jesus tinha uma natureza pré-


lapsariana, sepem uma falsa doutrina (neste caso inclui a
MSD).
2) — Jesus teve uma natureza humana exatamente como a
nossa.
3) -- Se Jesus participou da mesma carne e sangue que os
filhos, tinha que ser carne e sangue pecaminosos.
4) — Jesus deu um exemplo do tipo de vitória que pode
vir a cada filho de Adão através da dependência do Pai.
5) — Nós podemos superar o pecado, sendo nossa nature-
za o que é (pecaminosa).
6) — Jesus só podia condenar o pecado, se tivesse uma
carne com pecado.
7) — A vitória de Cristo se reproduz em nós.
8) — Podemos participar da natureza divina de Jesus e ter
a "mente de Cristo". Sua experiência sem pecado na carne é
uma garantia de que qualquer um de nós pode ter a mesma
vitória se dependermos do Pai como Jesus o fez.
9) — Podemos ser perfeitos em nossa esfera (agora, mes-
mo antes do fechamento da porta da graça), com nenhuma
consciencia de ter acariciado um mal proceder sequer. 28
10) — Se o Filho de Deus não viveu a natureza calda do
homem, então a escada não foi descida do céu à Terra.
A igreja adventista não comunga com tais declarações e
devido a isso, somos criticados como estando em apostasia,
que seguimos doutrinas anti-bíblicas etc. Em contra partida
asseveram que são membros dessa igreja e que não querem
sair dela. Este tipo de afirmação, não parece incoerente e es-
tar com uma conotação de "lobos" no meio das ovelhas, que-
rendo minar a força do povo de Deus?
Mas o que a IASD ensina sobre a natureza pecaminosa de
Cristo? Vejamos sobre isto a seguir!
34
Esclarecimentos Sobre o Livreto "Questões Esclarecidas"

A natureza humana de Cristo -- Pensamento


Adventista
De acordo com o teólogo adventista George Knight, o tema
da natureza pecaminosa de Cristo não foi discutido na Assem-
bléia de Minneápolis, em 1888, como asseguram os dissi-
dentes, mas na Assembléia de 1895, quando A. T. Jones disse
em um de seus sermões que "a natureza de Cristo é precisa-
mente a nossa natureza". Jones destaca que em sua natureza
humana não há uma partícula de diferença entre Ele e vós."
Essa crença de Jones foi confrontada por líderes da IASD
com o claríssimo texto de Ellen G White: "Ele [Cristo]... é
um irmão em nossas fraquezas, mas não em possuir idênticas
paixões. Sendo sem pecado, sua natureza recuava do mar." ,
Em fevereiro de 1896, Ellen G White escreveu uma car-
ta a um ministro adventista (W L. H Baker), que trabalhava na
ilha da Tasmânia Ela dizia:
1) -- "Sede cuidadoso, extremamente cuidadoso, em como
tratais com a natureza humana de Cristo. Não O apresentes
diante das pessoas como um homem com propensões para o
pecado. Ele é o segundo Adão. O primeiro foi criado um ser
puro, não contaminado pelo pecado, sem uma mancha de pe-
cado sobre ele; ele podia cair, e de fato caiu, através da trans-
gressão. Por causa do pecado, sua posteridade nasce com ine-
rente propensão para a desobediência. Mas Jesus foi o Filho
Unigênito de Deus. Ele tomou sobre Si a natureza humana, e
foi tentado em todos os pontos como a natureza humana é
tentada, mas nem por um momento houve nEle uma inclina-
ção maligna. Ele foi assaltado por tentações no deserto, como
Adão foi assaltado com tentações no Éclen".31
Ao observar este texto de Ellen G. White, nota-se que
estas afirmações feitas por Crews são infundadas. Crews e
seus seguidores deveriam ser mais cautelosos em afirmar que
Cristo teve inclinação pecaminosa ou maligna, você também
concorda? Vejamos outra citação de White que deixa mais
35
VERDADES ESCLARECIDAS

evidente que em Cristo não houve a mínima inclinação para a


corrupção:
2) — "Nunca, de nenhuma forma, deixeis a mais leve im-
pressão sobre as mentes humanas, de que a mancha, ou incli-
nação para a corrupção repousou sobre Cristo, ou que Ele sob
qualquer circunstância, tenha cedido à corrupção".
No texto a seguir, está evidente que, enquanto todos os
seres humanos já nascem com inerente propensão para o pe-
cado, Cristo desconhecia tal inclinação.
3) — "Satanás não encontrou nada nEle [Cristo] que pu-
desse encorajar Seus assédios". 32 Jesus no pensamento de
White, era um ser único, exclusivo, e exemplo, mas sobretu-
do, para ser o nosso Salvador.
Corroborando com estas afirmações de White, Adams
enfatiza que, "se Cristo foi completamente como nós — 100%
— se Ele tivesse partilhado exatamente da mesma forma a he-
rança do pecado e culpa que todos recebemos de Adão, então,
Ele teria sido limitado como Salvador. Mais do que isto, Ele
próprio necessitaria de um Salvador."
• Todavia, como combinar os pensamentos da impecami-
nosidade da natureza humana de Cristo, com o fato de que Ele
tomou sobre Si a natureza calda do homem? Ellen G White
define:
• 1) — "Em todos os pontos, exceto no pecado, a divindade
deveria tocar a humanidade" .m
• 2) — Cristo tomou "a natureza, mas não a pecaminosidade
do homem"."
• Rodor acrescenta que Cristo aceitou a mortalidade e as
enfermidades da condição humana, tais como cansaço, fome,
sede, tristeza e sujeição à tentação. Tendo o pecado sobre Ele,
mas não nEle. Cristo não tinha corrupção inerente, ao contrá-
rio • dos verdadeiros crentes e santos, que necessitam cons-
tantemente dos méritos de Cristo. 36
36
Esclarecimentos Sobre o Livreto "Questões Esclarecidas"

Nestas afirmações, White elimina qualquer dúvida sobre


a natureza em que Cristo assumiu' ao vir a este mundo. Jesus
jamais foi infectado pelo pecado, como nós seres humanos
pecadores o somos. E essa diferença O habilita a ser nosso
salvador.

Esclarecimento da Página vinte e sete


Nesta página, o /ESTdest,aca que a•IASD não é Babilônia;
e cita o Espírito de Profecia para enfatizar que para eles a
IASD é a igreja da profecia bíblica. E na mesma página diz
que não é relutante em aceitar a autoridade da igreja. No
entanto, uma grande contradição surge quando analisamos es-
tas declarações com as afirmações feitas por Ron Spear no
livreto De volta para o Egito, publicado pelo IEST.
Neste livro, Spear utiliza textos de Ellen G White, fora do
contexto, para provar que a igreja está unindo-se cada vez mais
com o mundo em transgressão; que líderes da Associação Ge-
ral, divisões, uniões e associações são responsáveis pela
apostasia da igreja, e que estão fazendo o povo errar.
A impressão nessa página vinte e sete é que o IEST está
enganando a si mesmo. Veja bem, por um lado diz que não é
relutante em aceitar a autoridade da igreja, por outro lado,
toda a literatura que utiliza e divulga, está contra ao que a IASD
ensina. Porventura isso não parece farisaísmo? Não dá evi-
dência que o IEST quer estar com a igreja, mas na verdade,
engana os membros?
Não foi por casualidade que Ellen G White ressaltou:
Surgirão mensagens de acusação contra o povo de Deus, imi-
tando a obra feita por Satanás em acusar o povo de Deus. Enga-
narão o povo, e porão de mistura com o erro os Testemunhos da
irmã White, servindo-se de seu nome para dar influência à sua
obra. Escolhem dos Testemunhos certos trechos que acham que
podem ser torcidos de modo a apoiar sua atitude e os põem numa
moldura de falsidade, para que o seu erro tenha peso e seja aceito
37
VERDADES ESCLARECIDAS

pelo povo. Dão falsa interpretação, e aplicammal o que Deus deu


à igreja para advertir, aconselhar, reprovar, confortar e animar os
que constituirão o povo remanescente de Deus."

Sobre isso, White ainda ressalta:


1) —Alguns apanham da Palavra de Deus e também dos Tes-
temunhos parágrafos ou sentenças destacados que podem ser in-
terpretados de maneira a se ajustarem a suas ideias, e nelas se
detêm, e apóiam-se em suas próprias posições, quando Deus não
os está dirigindo. Ai está o vosso perigo."
• 2) —Tomais passagens dos Testemunhos que falam do fim do
tempo da graça, da sacudidura do povo de Deus, e falais da saída
• dentre esse povo de um outro povo mais puro, santo, que surgirá.
Ora, tudo isso agrada ao inimigo. Não devemos adotar; desneces-
sariamente, um procedimento que origine divergências ou suscite
dissensões. Não devemos dar a impressão de que se nossas ideias
particulares não forem seguidas, é porque os pastores estão fa-
lhando na compreensão e na fé e estão andando em trevas."
3) — Devemos dirigir as armas de nossa peleja contra nossos
adversários, mas nunca contra aqueles que estão sob as ordens de
marcha do Rei dos reis e que estão travando varonilmente as bata-
lhas do Senhor dos senhores. Que ninguém vise a um soldado a
quem Deus reconhece, a quem Deus enviou para transmitir uma
mensagem especial ao mundo e realizar uma obra especial.°
"Os soldados de Cristo talvez nem sempre revelem perfeição
em sua marcha, mas as suas faltas não devem suscitar da parte de
seus companheiros palavras que debilite, ç sim palavras que for-
taleçam e que os ajudem a recuperar o terreno perdido. Não de-
vem converter a glória de Deus em desonra, dando uma vanta-
gem aos piores adversários de seu Rei" 41
Na Carta 48, 1894, White afirma que "a critica e a con-
denação dos irmãos são consideradas como critica e conde-
nação de Cristo".
• 38
Esclarecimentos Sobre o Livreto "Questões Esdansecidas"

Além do mais, as páginas 26 e 28 do livreto Questões


esclarecidas, induz que o membro não precisa canalizar o
dízimo somente para a organização, como a IASD orienta, e
nas páginas 25,26 e 32 enfatiza o valor dos conteúdos produ-
zidos por M. L. Andreasen e por Herbert Douglas -- teologia
rejeitada pela IASD desde seu começo.
Também nas páginas 32 a 37 apresentam perguntas que
insinuam dúvidas acerca da confiança na igreja. Apresentam
pontos que confundem o membro e podem trazer
consequências trágicas ao povo de Deus. Naturalmente, quando
as doutrinas e a autoridade da liderança se tornam desacredi-
tadas, o rebanho tende a ficar vulnerável diante da ação dos
inimigos de Deus.

Conclusão
De acordo com o que vimos neste estudo, as explicações
que o IEST expõe no livreto Questões esclarecidas,
correspondem plenamente ao que a Hope International e o
Hartland propagam e creerri. Notamos também que esse povo
dissidente procura destacar que compartilham das mesmas
crenças que os adventistas — que estão "casadinhos" com a
igreja; mas infelizmente, ao contrário de esclarecer, ensinam
pontos doutrinárioa que não correspondem ao que a Bíblia e
o Espírito de Profecia ensinam, dentro do contexto.
L Observamos também que o Hartland e o IES7' não que-
rem sair do nosso meio, mas, estão afetando a fé de pessoas
abalizadas da igreja. Sendo assim, foi provado que esse movi-
, mento não apoia em nada e nem soma forças com a IASD para
cumprir a missão mas trabalha com deslealdade para enganar
os membros; por isso, como vimos no relatório da Associa-
ção Geral, eles não estão autorizados a fazer parte de nossas
I igrejas e somos orientados a não frequentar suas reuniões onde
- que seja (2Jo 10), porque qualquer relação com os dis-
sidentes, pode ser comparada com a triste história de Babão,
que apesar de toda a compreensão que possuía da verdade, se
39
VERDADES ESCLARECIDAS

enveredou para a apostasia, a ponto de se tornar referência


aos que perderão a salvação (Nm 22:7 21 e Ap 2:14).
-

Conta-se uma lenda de um homem que sempre gostava


de alimentar-se de carnes de aves e que, para preparar seu prato
preferido, jogava ração para que os pássaros pudessem se
aproximar dele. Enquanto isso, com sua potente arma, ele
conseguia matar a ave de sua preferência. Porém, devido ao
barulho provocado pelo tiro que disparava, os demais pássaros
fugiam de sua presença. Deste modo, não conseguia capturar
grandes quantidades por vez, como desejava. Então, um dia
este homem teve urna idéia fenomenal: decidiu mudar de
estratégia para conseguir resultados bem maiores.
A lenda conta que "ele se transformou em um pássaro
para pegar os próprios pássaros da espécie que mais desejava".
O homem passou a conviver com as aves, sentir o que elas
sentiam, gostar do que elas gostavam, falar a linguagem que
elas entendiam, amar como elas gostavam de ser amadas, e
assim, de uma maneira muito sutil e capciosa, ele conseguia
pegar e abater grandes quantidades de aves sem que elas
dessem conta do que estava sucedendo.
Quegdo, você deve ter entendido o que esta lenda está
dizendo! Esta alegoria pode ser comparada com a estratégia
que o inimigo tem utilizado para dizimar os membros da igreja.
No passado, os dissidentes procuravam mostrar os pontos que
os diferenciavam. No entanto, hoje, além de continuarem com
os métodos antigos, procuram dizer que são dos nossos, que
estão conosco, que não querem sair de nosso meio, e ainda,
quando a igreja trata de discipliná-los, até ameaçam
juridicamente a Organização ou se põem como vitimas.
Você já viu situação como essa? Na realidade, espero com
isso falar-lhe ao coração, porque você é muito especial. Então,
mesmo que seja necessário derramar lágrimas de sangue, tome
sua decisão de permanecer na igreja adventista, por amor a
Jesus, como já fizeram a Lizandra, Silvina e muitos outros.
40
Esclarecimentos Sobre o Livreto "Questões Esclarecidas"

Os testemunhos destas duas irmãs estão exarados no próximo


capítulo para servir de exemplo a todos quantos se encontram
no vale da decisão.

Referências
Respostas por e-mail no mês de outubro de 2009, da Associação Mineira
Leste, onde trabalha.
2 Este irmão, foi indicado pela ARJSul para ajudar a liderança da igreja de
Mesquita, em 2008, período em que o grupo de IEST estava causando grandes
confusões ali.
Para maior compreensão deste item, ler o relatório completo, publicado
na Adventist Review, Ministry e na revista Paro usia, em português, 1° semestre
de 2008, 75-89. Se você não tem este exemplar, pode solicitará sua Associação.
Ibidem, 92.
Ibidem, 95.
Parousia, 94.
Ibidem, 94.
Ibidem, 96.
9 Ibidem, 39.

'° Herbert Douglass, A Oportunidade do século (Caxias, RJ: Publicações


folhas de Outono, 2009), 32.
" Cit. em Marco De Benedicto, "Pontes para Diálogo", Ministério,
novembro e dezembro de 2009, 27-29.
12 Cit. em Paroztsia, "Questões Sobre Doutrina: História e Impacto na
Divisão Sul-Americana", 2° semestre de 2008, 98.
13 Ibidem, 95-109.
" Sobre o fanatismo da "carne santa", ver G. A. Roberts, "Fanatismo da
Carne Santa", Notas e manuscritos de E.G White (São Paulo: ME, s/d), 185-
187.
" Alessandre Carneiro, "História do adventismo", material preparado
pelo IEST em 2008; disponível em: http://www.centrowhite.org.br/
Minneapolis/documentos/perfeccionismo/pdf.
16 Roy Adams, "O que Deus requer?: Uma Análise critica da teologia da

última geração", Pasousia, 49.


" M. L. Andreasen, A última geração (Caxias, RJ: Publicações IEST,
2009), 10 e 1 1.
" Para um estudo sobre como viver sem intercessor após o fechamento
Ia porta da graça, ver capítulo cinco, tema dois.
'9 Parousia, "Editorial", 2° semestre de 2008, 8.

41
VERDADES ESCLARECIDAS

20 Ibidem, 9.
21 Ibidem, 6 e 7.

n Parábolas de Jesus, 69. Cit. Roy Adams, "O que Deus requer?: Uma
análise crítica da teologia da última geração", Parousia, 2° semestre de 2008,
47-62. Por se tratar de um conteúdo essencialmente denominacional, não
constará o nome Ellen G. White em suas obras.
" Testemunho para a igreja, 2:549. Cit. em Parousia, 20 semestre 2008, 50.
24 Review and Herald, 5 de fevereiro de 1895, 81. Cit. em 50.

"Manuscrito 24, 1892. Cit. em ibidem.


26 Desejado de todas as nações, 638.

27 Parábolas de Jesus, 384.

28 Ice Crews, A natureza humana de Cristo (Caxias, RJ: Publicações


IES1; 2009), 10-22.
29 Signs ofthe time, 30 de junho de 1896. Cit. em Main A. Rodor, "Editorial",
Parousia, 2° semestre de 2008, 5.
30 Ibidem, 29 de maio de 1901.

31 Ellen G. White, Carta 8, 1895. Cit. em SDABC, 5: 1.128.


32 SDABC, 5: 1. 129.

33 Adatns, fite Natureze of Christ, 71. Cit em Parousia, 2° semestre de


2008, 58.
34 SDABC, 5:1131.

" Ellen Cl White, The Signs of the times, 29 de maio de 1901. Cit. Parousia,
"Cristo e os Cristãos", 2° semestre de 2008, 59.
36 Ibiden, 60.

37 A Igreja Remanescente (Tatu', SP; Casa Publicadora Brasileira, 2000),


38 e 39.
39 Mensagens escolhidas, 1: 179.

" Ibidem.
40 lbidem, 3: 344 -345.

41 Ibidem.

42
Capitulo 3

PESQUISA DE OPINIÃO

Além do que foi enunciado até aqui, este estudo funda-


menta-se em duas pesquisas de opinião, respondidas por pes-
soas que passaram pelo lEST; no entanto, atualmente são lide-
res atuantes da Igreja Adventista. Deste modo, elas podem tes-
temunhar o que o IEST representou para suas vidas; além dis-
so, suas opiniões são sumamente relevantes para o esclareci-
mento do tema, confira!

Pesquisa respondida por Lizandra Carla Tavares


Vieira
Há 24 anos Lizandra é membro da IASD e frequentou o
IEST por dois anos e meio. Atualmente ela faz parte da IAS])
de Rocha Sobrinho (ARISul) e respondeu a pesquisa por email
em 04/12/2009.
1) -- Por clutr, você foi parar no IES'I"? Fui convidada a
participar de um Congresso de uma semana com palestras
espirituais numa Instituição que até então não sabia exatamente
o que era; mas lá fiquei sabendo que era um colégio para for-
',mar médicos missionários. Mesmo assim não sabia da posi-
ção da igreja quanto a esta instituição e passei lá uma semana,
\,até muito agradável.
2) -- O que mais lhe motivou a sair do TEST?
A pregação deles não é totalmente incorreta, mas peri-
t, 1 ,-, O assunto que me foi alertado e que me levou a não
- I • mais foi que temos que buscar a perfeição em Je-
1 1, mais se focarmos isso de maneira errada, em algum mo-
não precisaremos mais de Jesus para operar nossa sal-
, 43
VERDADES ESCLARECIDAS

vação. Existem outras doutrinas que acho que são perigosas;


por isso eu decidi não me envolver mais. Quero que fique
claro: Eu não tenho nada contra as pessoas de lá, ao contrário
eu amo a cada uma que conheci. Mas as doutrinas que são
pregadas lá não são apoiadas pela igreja e até fazem as pesso-
as se sentirem mais santas que as outras, e isso não vem de
Deus.

Pesquisa respondida por Silvina Maria Moura An-


tonio em 12/12/09.
Igreja que pertence: IASD Banco de Areia
• 1) — Quanto tempo passou envolvida com o movimen-
to IEST? Quase dois anos.
• Inicialmente gostaria de dizer que é de livre vontade que me
ponho a escrever e tenho um objetivo bem definido ao testemu-
nhar sobre particularidades de minha vida religiosa que ainda me
trazem dor quando as revivo. Eu quero tomar urna posição clara e
bem definida sobre o que creio e como creio. Desejo me unir a
todos que almejam esclarecer os pontos obscuros que tem se
interposto entre a doutrina bíblica aceita pela Igreja Adventista
do Sétimo Dia e a crença• disseminada pela mentalidade de
dissidência que tem assolado a mesma ao longo de sua histó-
ria. Percebi que muitas dessas posições nascem no seio da
igreja, mas não se identificam com o seu corpo doutrinário,
assumindo assim, uma interpretação particular que nega a ori-
gem de sua vinculação doutrinária professada inicialmente.
Nos dois anos iniciais de minha conversão, tive uma men-
talidade assim e gostaria de contar da dificuldade que é en-
xergar isso quando estamos cegados por um conjunto articu-
lado de coisas. Esse conjunto se compõe, a meu ver, de justi-
ça própria, em união com os erros doutrinários próprios do
pensamento dissidente, e os defeitos de um caráter não trans-
formado, e que resiste ao processo de transformação pelo
Espírito Santo.
44
Pesquisa de Opinião

Por meio desta pesquisa, quero falar de como quase me


perdi buscando o que eu já tinha, mas não era visível para mim.
2) -- Por que foi parar no IEST?
Foi através do meu pai da fé que conheci também o IEST
e muitas das pessoas que frequentam aquele espaço. Eu via lá
a prática exterior dessas coisas que eu aprendia na teoria com
ele. Fiquei completamente apaixonada pelo trabalho que lá se
realizava e depois de um ano de existência daquela Instituição
eu fui a uma reunião aberta que se chama até hoje "Convoca-
ção". Tudo o que eu desejava viver em minha igreja local eu
via lá. A adoração solene, o acolhimento, a obediência às re-
gas de saúde, o clima da floresta e o som suave das águas da
cachoeira. Eu desejei mudar para lá e criar os meus filhos •
naquele lugar. Queria passar a minha vida a limpo.
3) — O que mais a motivou a sair do IEST?
O que me motivou a sair do IEST não está na aparência
dessa Instituição. Na verdade, se dependesse de algo visível
externamente para tomar a decisão de deixá-la, eu não o teria
feito. O que me fez sair foi o poder de Deus reclamado em
minha vida pelas orações dos que me amavam e o trabalho
dedicado do pastor Luiz Cláudio Leite.
Deus enviou um ministro que ganhou a minha simpatia e
conquistou a minha confiança pelo jeito como resolvia os
conflitos na igreja local e no distrito. Pela forma de como se
dava à igreja e aos irmãos. Foi mn conjunto de acontecimen-
tos que desencadeou uma situação adversa que acabou explo-
dindo, dando origem mais tarde à minha saída voluntária do
TEST.
Resumindo ao máximo posso dizer que convidei o pas-
tor Wagner Vilela, que estava no distrito de Nilópolis
(ARJSul), na época em que começou o meu envolvimento,
para um retiro lá no IEST, Ele ficou desconfiado çconversou
comigo e me interrogou longamente sobre o grupo procuran-
45
VERDADES ESCLARECIDAS

do me dissuadir da ideia, mas foi em vão. Brigamos em urna


comissão da igreja e não chegamos a lugar algum.
Não passou muito tempo, houve no distrito de Nilópolis
uma avaliação do ministério do pastor Vilela e conheci dois
outros pastores da Associação ARTSul.
Nessa reunião de avaliação, depois da exposição do pas-
tor Mauricio Lima, presidente da ARJSul (na época), o pas-
tor Jean Dourado, ministerial (na época), iniciou uma pales-
tra sobre o Hartland e mencionou o IEST ligando-o ao con-
ceito de grupos dissidentes e não recomendando que se abris-
sem espaços para que os participantes de lá pregassem nas
igrejas adventistas.
Fiquei tão aborrecida que quase não podia me conter.
Quando acabou a reunião eu pedi para falar com ele e nesse
dia estavam muitos membros da comissão da minha igreja
local. Perto deles eu enchi o pastor de perguntas sobre que
erros doutrinários que ele dizia existir no IEST. Ele me expli-
cou algumas coisas sobre o Hardand, mas nada sobre o IEST.
Eu me prontifiquei a ir com ele imediatamente ao IEST
para que ele conversasse com os responsáveis e conhecesse
o que eu havia conhecido. Ele disse que não podia invadir o
espaço particular de Uma instituição por uma questão de ética
e eu não só não entendi como fui descortês.
Falei que tinha visto o Leonardo Boff sendo perseguido
pela Igreja Católica e não pude fazer nada e que não queria
que isso acontecesse de novo. Não nessa Igreja. Disse que
não sai da minha antiga denominação para ficar pulando de
galho em galho, mas que não aceitaria tal procedimento. De-
fendi tão ardorosamente o TEST que mal podia respirar por
sentir pessoalmente essa ofensa.
Após a minha fala o pastor encerrou a conversa me di-
zendo simplesmente: Irmã, a senhora é uma verdadeira
adventista. Mas eu não sai satisfeita dali, pois não o havia con-
46
Pesquisa de Opinião

vencido de que ele estava errado a respeito do IEST. Eu não


queria brigar. Eu queria que as pessoas entendessem que o
que eu via era perfeito e que eles deveriam ajudar a igreja a
ser assim também. Por que eles falavam tão mal do que pare-
cia tão certo? Eu realmente não entendia aquilo.
O nosso pastor Villela foi embora e ficamos um tempo
sem pastor. Eu orava a Deus por um servo dEle, alguém que
colocasse as coisas no lugar. Depois de algum tempo recebe-
mos um pastor e eu esperava que ele fosse excluir todo mundo
envolvido com esse movimento. Ele frustrou as minhas expec-
tativas. Eu aguardava ansiosa pela exclusão, mas ela não veio.
Ao contrário, ele mostrava disposição de conhecer e conversar
com todos. Ele entrou de férias e todos, a seu pedido e com o
aval da igreja local, permaneceram nos cargos. Eu também.
Apesar de não querer mais, não consegui dizer não a ele.
O distrito continuava o trabalho. Fiquei profundamente
aborrecida com o ancião da época quando ele impediu uma
pessoa que também ia ao IEST de pregar no Sábado Missioná-
rio. Tudo o que ouvi foi: Estou cumprindo ordem da Associa-
ção. Entreguei os meus cargos e escrevi ao pastor, que ainda
estava de férias, explicando a minha decisão, dizendo que es-
tava largando os cargos e que não confiava nos seus líderes
hierárquicos. Estava também querendo saber se ele aprovava
o que o ancião fez. A resposta sé veio um mês depois, visto
que ele estava em um lugar sem comunicação.
Ele me escreveu querendo tratar desse assunto pessoalmen-
te. Tivemos desencontros por causa dos nossos horários que não
coincidiam. Como não conseguíamos conversar no período em
que eu queria, depois de oito dias eu escrevi um e-mail dizendo a
ele que não precisava mais vir. Encerrei o assunta
• Para a minha surpresa ele não tinha encerrado. Ligou para
mim quando conseguiu aceitar os compromissos naturais de iní-
cio de ano eclesiástico e começou uma série de visitas para mim,
que duraram sete encontros. Eu o ouvia e aprendia muito, mas
47
VERDADES ESCLARECIDAS

o meu pensamento de revelar o /EST para ele estava sempre


presente. Essa era a minha oração todas as madrugadas.
Na madrugada que antecedeu a que seria a última visita
dele, eu orei a Deus pedindo que não me deixasse enganada.
Eu sabia que a igreja estava errada e o IEST certo, mas se hou-
vesse qualquer erro no IEST, que Ele me mcstrasse.
O Espirito de Deus trabalhou intensamente comigo e ao
ler, a pedido do pastor, um trecho do livro Os enganos da
nova teologia, algo aconteceu em meu ser que eu não consi-
go explicar até hoje. Como se de repente tudo o que o pastor
vinha falando fizesse sentido, não porque ele falou, mas por-
que eu vi com os• meus próprios olhos. Em linhas gerais o
texto dizia o seguinte:
1) "Uma geração inteira de pastores (ministros Adven-
tistas) aceitou a Nova Teologia; 2) a nova teologia é doutrina
Romana (EGW diz que estas doutrinas Romanas são o Vi-
nho da Prostituição de Babilônia); 3) a igreja aceita agora a
pregação da,predestinação; 4) há textos que igualam a igreja às
igrejas protestantes em aceitação das doutrinas católicas
(Como a do Pecado Original de Agostinho); e, 5) os auto-
res afirmam que a Nova Teologia (que a IASD aceitou) é o
âmago da mensagem do anti cristo".
-

• Após ler o que li, irrompi em choro e não conseguia mais


parar. Tudo o que os pastores haviam dito estava escrito no
material do IEST. Fui ao banheiro tentar me recompor. Dez
minutos depois, encerramos a visita, mas eu não conseguia
parar de pensar no que acabara de acontecer. Quando resolvi
defender o IEST, pensei que estaria defendendo a igreja
adventista. Naquele momento, tomei a decisão de sair do IEST
e lutar para que os irmãos que iam lá conversassem com o
pastor para enxergarem aquilo que eu agora via. A maioria re-
sistiu e não quis. Os que aceitaram as visitas não prossegui-
ram com o trabalho e aos poucos fui percebendo o grande
abismo que estava me esperando.
48
Pesquisa de Opinião

O pastor continuou me acompanhando. Através de tex-


tos mandados por e-mail, eu , ia tirando as muitas dúvidas
que surgiam. Aprendi sobre a mensagem de saúde dentro de
seu contexto, o que era adoração solene, a leitura do Espi-
rito de Profecia dentro de seu contexto histórico e muitas
outras coisas que estão relacionadas com o viver cristão. O
meu olhar foi ampliando e a mensagem adventista ganhou
mais ainda importância para mim. A minha igreja local é hoje
um foco importante do meu trabalho e sinto ali, Deus agin-
do e controlando a Sua obra. Retratei-me com o pastor Jean
Dourado (a quem eu havia ofendido) e tornei a decisão de
defender a Igreja de Deus tão ardorosamente como antes eu
defendia o IEST. Com a diferença de evitar a contenda com
as pessoas.
4) Em sua opinião, como a IASD poderia orientar os
membros para não serem envolvidos com movimentos
dissidentes?
Penso que cada caso é um caso. Existem várias formas e
doutrinas dissidentes e às vezes alguns irmãos pregam de for-
ma que parecem que são dissidentes. Vejo isso com mais
frequência nas mensagens sobre saúde. Ao conhecer um pou-
co de nossa história percebo que a dissidência está na raiz que
ajudou a estruturar essa igreja. Começou no Céu e no movi-
mento'de 1844 também existia.
Dentro do meu pouco conhecimento e da minha limitada
experiência adventista eu sugiro treinamentos e reuniões onde
a história do desenvolvimento da teologia adventista fosse
discutida. Não sugiro para um departamento especifico, mas
para um público realmente interessado em aprofundar esse
conhecimento e relacioná-lo à guia de Deus como estamos
estudando no livro de Números. Essas seriam pessoas que
pudessem ajudar o conjunto maior de membros a entender
algumas coisas que os grupos dissidentes julgam sem dar o
conhecimento do contexto.
49
VERDADES ESCLARECIDAS

Sugiro também que a igreja continue com os seus pro-


gramas de reavivamento que tanto tem tocado a minha vida e
de muitos membros.
Que os pastores, os líderes e os membros estejam sen-
síveis para a complexidade do problema da dissidência e não
a vejam de forma simplista: Fazer de conta que ela não existe
ou punir qualquer um por tabela.
Possibilitar aos membros novos (dentro do possível)
conhecer a sua igreja e se apaixonar por ela todos os dias. O
relacionamento dos membros com os pastores, nesse senti-
do, ajuda muito.
Cultivar um sentimento de missão global (a igreja está
presente na maioria dos países), da qual todos fazemos parte.
Conhecer o contexto histórico das mensagens chaves do
Espírito de Profecia. Digo isso porque eu ficava me sentindo
oprimida com os Conselhos sobre o Regime Alimentar até
que descobri, num Seminário de Saúde, que eram conselhos
específicos para problemas específicos. Eu continuo vegeta-
riana quase veganal por amor e não por obrigação.
• Penso que todo o material recolhido nessa pesquisa deve
ser usado para esclarecer os membros na igreja.

Referências

'Os veganos boicotam qualquer produto de origem animal (alimentar
ou não), além de produtos que tenham sido testados em animais ou que
incluam qualquer forma possível de exploração animal nos seus ingredientes
ou processos de manufactura.

50
Capítulo 4

O PECADO ORIGINAL

Há na Bíblia duas definições de pecado, uma em termos


de comportamento e a outra do ponto de vista de relaciona-
mento. Adão e Eva desobedeceram aos dois aspectos de pe-
cado: Desobedecem à ordem de Deus de não comer o fruto
da árvore proibida (Gn 3:2 6), e duvidaram da palavra de Deus.
-

Assim, "pecado é a transgressão da lei" (1 Jo 3:4), e "tudo o


que não provém da fé também é pecado" (Rm 14:23).
Definir pecado meramente como violação da lei ou atos
maus é olhar apenas para a manifestação exterior. Em sua raiz,
pecado é uma relação rompida entre Deus e o pecador.
A morte ou a condenação não passa a cada pessoa apenas
por causa do seu próprio pecado. Também faz isto, mas em
um sentido mais profundo, a morte passa a todos por causa do
pecado de Adão, ou do relacionamento rompido com Deus
(Rm 5:15 19).
-

Portanto, Paulo, com a frase "a morte reinou" (v.14), des-


creve que os homens são nascidos pecadores a partir do peca-
do de Adão. Assim, os bebês morrem antes de pecarem consci-
entemente ou são egocêntricos antes de conhecer o pecado.
Portanto, se o único pecado de Adão é fonte de morte
para todos os homens, desde o momento em que foi cometi-
do antes que qualquer homem houvesse nascido,' então a
impecabilidade de Cristo é a fonte de toda justiça.
O fato bíblico de que o pecado é transmitido para cada
bebê nascido (não a culpa de Adão, mas a morte, o resulta-
do de seu pecado) significa que o pecado não pode ser defi-
ido meramente como ato, mas inclui más escolhas, pensa-
51
VERDADES ESCLARECIDAS

• mentos (Mt 5:28) e natureza pecaminosa. Se não fossemos


nascidos pecadores, não precisaríamos de um salvador até o
primeiro ato ou pensamento (Jo 14:6; At 4:14).
Se Jesus viesse com a natureza pecaminosa, mas resis-
tisse, então talvez outra pessoa fizesse o mesmo, e tal pessoa
• não precisaria de Jesus para salvá-la.
Pecador ao nascer
A teologia católica desde Agostinho afirma que todos nas-
cem com o pecado original, isto é: Cada um vem ao mundo
com a culpa do pecado de Adão, porque cada um estava lá
seminalmente presente em Adão, participando de sua culpa.
Assim, semelhantemente, Jesus viria ao mundo com a
culpa do pecado original. Para contornar essa difícil situação
de Agostinho, a teologia católica inventou a imaculada con-
cepção-- Maria nasceu sem a mancha do pecado.
No entanto, se esta maneira de crer tivesse fundamento, po-
deria se afirmar que se Deus pôde salvar Maria sem Jesus, por
que não salvar a todos os outros seres humanos? Assim, esta cren-
ça se toma perigosa porque tira Jesus do foco salvífico, e desse
modo, interfere radicalmente no propósito divino em nos salvar.
Jesus como homem singular
Jesus foi o único ser que viveu antes de Seu nascimento.
A palavra grega Monogènes, significa o "único de uma espé-
cie" (Ver: Jo 1:14, 18, 3:16, 18; 1Jo 4:9). Vemos que este
mesmo termo bíblico usado para referir a Jesus, também é
referido em outros episódios: 1) O filho morto da viúva da
Naim era tudo o que ela possuía (Lc 7:12); 2) Jairo pode ter
tido filhos, mas foi sua única filha que morreu (8:42); 3) o
endemoniado era o único filho de seu pai nesta condição
(9:38). Nessas três passagens, Monogenes não significa úni-
co gerado, mas somente um de sua espécie.
Em Hebreus 11:17, Isaque é chamado Monogenes (úni-
co), quando na realidade, Ismael era o primeiro filho de Abraão.
52
O Pecado Original

A palavra Monogenes, é usada para Jesus, por ser Ele o


(mico filho que também era Deus. Único gerado pelo Espírito
Santo, único homem que existiu eternamente como Deus,
único que era semelhante, mas não o mesmo que outros seres
humanos. Cristo veio •com um eterno e impecável relaciona-
mento com Deus. Ele não é apenas outro homem, mas Deus
feito homem.
• O outro termo grego, Preitotokos ou primogênito se re-
fere não tanto ao tempo mas a importância. Vemos por exem-
plo, que em Colossenses 1:18, Jesus é referido como o
primogênito dentre os mortos.
—Aqui está dizendo que Jesus foi o primeiro a ressusci-
tar dos mortos?
—De modo algutn!
Outros ressuscitaram antes de Cristo, como foi o caso•
do filho da viúva de Sarepta (I Re 17:20-23); de Lázaro (João
11); e do filho morto da viúva de Naim (Lc 7:14 e 15).
Portanto, a melhor compreensão deste termo Prâtotokos
pode ser encontrado nos relatos de pessoas que não sendo o
primeiro filho, foram chamadas de primogênito, como é o
caso de Davi também (Si 89:26).

Jesus poderia ter pecado?


Concordamos com Philip Schaff, que afirma: "Houvesse
Ele sido dotado desde o principio com absoluta impecabili-
dade, ou com a impossibilidade de pecar, não poderia haver-
Se tornado verdadeiramente homem, tampouco poderia cons-
tituir o modelo que devemos imitar e Suas tentações seriam
uma representação teatral desprovida de realidade". 2

Tentado em todas as coisas


A expressão "tentado em todas as coisas a nossa seme-
lhança" (Hb 4:15), mostra que Ele compartilhou a humanida-
de. Tentações e a possibilidade de pecar foram muito reais
53
VERDADES ESCLARECIDAS

em Cristo. Ele assumiu a natureza humana com todas as suas


obrigações, inclusive a possibilidade de ser subjugado pela
tentação.3 Na verdade, o texto não indica que Jesus foi tenta-
do a assistir programa de televisão, fumar, ultrapassar limite
de velocidade, mas infere que Ele foi tentado a desistir de sua
dependência de Deus.'
• Suas tentações foram maiores que as nossas, porque so-
mente alguém que nunca cedeu poderia sentir a força do mal
de forma plena.' Jesus resistiu à tentação até ao ponto de trans-
pirar gotas de sangue e finalmente derramar por completo o
Seu sangue (Hb 12:4).6
Cristo não possuía a mesma deslealdade pecaminosa,
corrupta e decaída que nós possuímos, pois então Ele não
poderia ser um sacrifIcio perfeito.'

Semelhança de carne pecaminosa


Da mesma forma que a serpente de bronze foi feita à se-
melhança das serpentes venenosas e foi erguida para a salva-
ção das pessoas, assim o Filho de Deus, feito "em semelhan-
ça de carne pecaminosa" (Rm 8:3), deveria tornar-se o Salva-
dor do mundo.
Embora feito em semelhança de carne pecamino&
não pecou, e Suá completa ausência de pecado acha-se
de qualquer questionamento. Cristo assumiu a naturez
mana num ponto em que — comparada à natureza de Adi
tes da queda — existia decréscimo de força física e mei
embora Ele a assumisse sem envolver-Se com o peca&
Sua natureza humana era rodeada de fraquezas (H1
Mt 8:17; Is 53:4). Tinha, pois, necessidade de oferecer,
forte clamor e lágrimas, orações e súplicas a Quem O
livrar da morte" (Hb 5:7), identificando-Se desta form
as necessidades e debilidades tão comuns à humanidad(
Portanto, de acordo com os ensinos bíblicos da IA
humanidade de Jesus não foi a humanidade de Adão an
P./
O Pecado Original

queda, tampouco foi a humanidade decaída de Adão após a


queda, em todos os aspectos.'
Sobre isso, White assegura:
1) — Cristo foi a única pessoa que andou sobre a Terra em
quem não havia • nenhuma mancha de pecado. Ele era puro,
imaculado e irrepreensível. Que houvesse sobre a Terra Alguétn
sem a contaminação do pecado perturbava grandemente o autor
do pecado, e ele não deixou de usar nenhum meio para vencer a
Cristo com o seu poder ardiloso e enganador. Mas nosso Salvador
recorria a Seu Pai celestial em busca de sabedoria e força para
resistir ao tentador e vencê-lo. O Espírito de Seu Pai celeste ani-
mava e regia Sua vida. Ele era sem pecado. A virtude e a pureza
caracterizavam Sua vida.'
2) — Cristo, o segundo Adão, veio em semelhança de carne
pecaminosa. Em beneficio do homem, tomou-Se sujeito à tristeza,
ao cansaço, à fome e à sede. Era sujeito à tentação, mas não
cedeu ao pecado. NEle não havia nenhuma mancha de pecado.
Jesus declarou: "Eu tenho guardado os mandamentos de Meu
Pai" (Jo 15:10). Tinha infinito poder só porque era perfeitamente
obediente à vontade de Seu Pai. O segundo Adão resistiu ao em-
bate da prova e tentação para que pudesse tomar-Se o Proprietá-
rio de toda a humanidade. l°

Pensamento de Lutero e Melanchton sobre pecado


original
A Confissão redigida por Melanchton e que estava em har-
monia com as afirmações de Lutero, foi apresentada ao impe-
rador Carlos V em 1530 na Dieta de Augsburgo, e afirmava
que: (1) Todos são concebidos e nascem em pecado. (2) Chei-
os de concupiscência e más inclinações desde o seio materno.
(3) Não podem por natureza ter nenhum temor de Deus e ver-
dadeira fé nEle. (4) A mesma concupiscência e o pecado origi-
nal inatos são verdadeiros pecados. (5) Se não nasceram pelo
batismo e pelo Espirito Santo estão condenados pela ira de Deus.
55
VERDADES ESCLARECIDAS

• Quanto a Lutero r Ellen G. White destacou: "Anjos


• celestiais estavam ao seu lado, e raios de luz procedentes do
trono de Deus traziam-lhe à compreensão os tesouros da ver-
•dade. Sempre temera ofender a Deus, mas agora a profunda
convicção de seu estado pecaminoso apoderou-se dele como
nunca dantes". 11
Lutero afmnou que "nesta vida, nunca acontecerá que es-
tejamos livres de todos os pecados. Mesmo se os pecados re-
ais... estejam ausentes — o que é muito raro — ainda o pecado
original não estará ausente". 12 Com base nesse fato, Lutero
• acrescenta que "um cristão é justo e pecador ao mesmo tempo,
santo e profano, um inimigo de Deus e um filho de Deus.
E sobre Melâncton, White ressaltou:
"A providência de Deus enviou Melâncton a Vitemberg. Jo-
vem, modesto e tímido nas maneiras, o são discernimento de
Melâncton, seu extenso saber e convincente eloquência, combi-
nados com a pureza e retidão de caráter, conquistaram a admira-
ção e estima gerais... Logo tomou-se um fervoroso discípulo do
evangelho, o amigo de mais confiança e valioso apoio para
Lutero...". 13

Pensamento de Ellen G. White sobre pecado origi-


nal
"Não permitamos que Deus seja desonrado pela declaração
de lábios humanos: "Estou sem pecado; sou santo." Lábios santi-
ficados nunca pronunciarão palavras tão presunçosas... Que os
que se sentem inclinados a fazer alta profissão de santidade se
contemplem no espelho da lei de Deus. "Ao verem o vasto alcan-
ce dos seus preceitos, e compreenderem que ela opera como
perscrutadora dos pensamentos e intenções do coração, não se
presumirão de estar sem pecado"?'
Nenhum dos apóstolos e profetas declarou jamais estar
sem pecado. Homens que viveram o mais próximos de Deus,
que sacrificariam a vida de preferência a cometer conscien-
56
O Pecado Original

temente um ato mau, homens a quem Deus honrou com divina


luz e poder, confessaram a pecarninosidade de sua natureza.
"Eles não puseram sua confiança na carne, nem alegaram
possuir justiça própria, mas confiaram inteiramente na justi-
ça de Deus".
De fato, todo cristão genuíno deve compreender que a cada
passo para frente na experiência cristã, o arrependimento se
aprofundará. Saberá que toda suficiência está em Cristo uni-
camente, e fará a confissão do apóstolo: 'Eu sei que em mim,
isto é, na minha carne, não habita bem algum' Rom 7:18. 15
Com base nessas declarações sobre o pecado original,
os adventistas não diferem em muito dessas afirmações de
Lutero e de Melâncton.

Somos responsáveis pelo pecado de Adão?


A IASD não ensina que cada ser humano deve ser respon-
sabilizado pelo pecado de Adão, e que Deus considera a cada
um culpado daquela transgressão. Em realidade, herdamos de
Adão, por descendência, o status de pecadores, e estamos
sujeitos às implicações dessa condição, inclusive o de nas-
cermos sob condenação, pois Paulo diz que antes da conver-
são os homens são "por natureza filhos da ira" (Ef 2:3), sim-
plesmente porque nosso primeiro pai não poderia transmitir
outra coisa aos• seus descendentes.
Diferentemente do que Ellen G. White fez a respeito do
batismo infantil, guarda do domingo e outras posições sus-
tentadas pela Reforma Protestante do século 16, ela nâclo con-
trariou o conceito do pecado original exposto na Confissão
de Augsburgo, a principal declaração luterana de fé.
Sem Cristo, não estamos menos perdidos que Adão quan-
do teve de assumir a culpa de sua transgressão; e isso não
apenas porque pecamos nossos próprios pecados, mas, antes
de tudo, porque recebemos de nosso primeiroS pai esse triste
legado de culpa.
57
VERDADES ESCLARECIDAS

• Ellen G White ressalta: "Quanto ao primeiro Adão, os ho-


mens nada recebem dele senão culpa e a sentença de morte". 18
Deste modo, devido a queda de Adão, o pecado ganhou
dimensão universal, como revela o texto de Romanos 5:12:
"Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e
pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos
os homens porque todos pecaram."
Este relato destaca que "um só homem", refere ao pai da
humanidade (Adão), que foi a causa do pecado. A frase "en-
trou o pecado", corresponde ao efeito do mal. A transgressão
original escancarou a porta para o pecado. Os termos "no
mundo" indicam que o Planeta e tudo o que há nele ficou po-
luído com o pecado. E a sentença: "A morte passou a todos os
homens", demonstra que indistintamente todos os habitantes
da Terra se tornaram sujeitos ao pecado.
Sendo assim, através da desobediência de Adão, o peca-
do, com suas implicações, atingiu a todos. Nesse aspecto, é
correta a nossa solidariedade com Adão. "É a desobediência
de Adão que torna pecadora uma pessoa, e não meramente
seus próprios atos de pecado (desobediência)"." Isso signi-
fica que primariamente pecamos porque somos pecadores, e
não que nos tornamos pecadores só ao pecar! Apenas o pri-
meiro homem tornou-se pecador por pecar, e Jesus tornar-
Se-ia se pecasse.
Isso mostra que o pecador não deixa de ser pecador mera-
mente por não praticar o pecado, pois ele já é pecador antes
que peque (ver: Sal 51:5). "Ao passo que o nascimento natural
marca todas as pessoas com os resultados da transgressão de
Adão, todo aquele que experimenta o nascimento espiritual re-
cebe os beneficios da perfeita vida e do perfeito sacrifício de
Cristo... A rebelião de Adão resultou em pecado, condenação e
morte para todos. Cristo inverteu a tendência descendente". 18
Para obter maior ênfase acerca deste tema, veremos a
seguir uma breve descrição da encarnação de Cristo.
58
O Pecado Original

Descrição da encarnação de Cristo no livro


Questions On Doetrine
No livro Questions On Doctrine, tão criticado por
Andreasen e seus seguidores, é dito que Cristo, em Sua
encarnação tornou o que Ele não era antes. Ele tomou sobre
si uma forma humana corporal e aceitou as limitações da
vida humana como o modo de existência enquanto esteve na
Terra entre os homens. Deste modo, a Divindade se uniu à
humanidade em uma pessoa ao tornar-se Ele o Único Deus-
homem.
Em Sua encarnação Jesus tornou carne. Tinha fome, sede
e cansaço. Necessitava de alimento e repouso e era revigora-
do pelo sono. Participou da sorte do homem, anelando por
simpatia humana e precisando de assistência divina. Contudo,
Ele sempre permaneceu Filho de Deus.
Peregrinou na Terra, foi tentado e provado, e foi tocado
pelos sentimentos de nossas fraquezas humanas: Todavia, Ele
viveu uma vida inteiramente livre de pecado. Possuía uma
real e genuína natureza humana, urna que deve passar pelos
vários estágios de crescimento, como qualquer outro mem-
bro da raça... Contudo, ao mesmo tempo reteve Sua divinda-
de — único exclusivo Deus-homem Ele era o segundo Adão,
vindo na "semelhança" da carne pecaminosa (Rm 8:3), mas
não • tendo uma só mancha de suas depravadas propensões e
paixões.
Em ambas as naturezas, a divina e humana, Ele era perfei-
to; era impecável. Por isso, aos fariseus, Ele disse: "Quem
dentre vós me convence de pecado?" (Jo 8:46). Paulo decla-
rou que Jesus "Não conheceu pecado" (2Co 5:21), que era
"Santo, inculpável, sem mancha, separado dos pecadores" (Hb
7:26). Pedro afirmou que Ele "não cometeu pecado" (1 Pe .

2:22) e João assegurou que "nele não existe pecado" (1Ju


3:5). No entanto, seria possível que seres pecadores, como
nós poderia imitar o modelo perfeito — Jesus?
59
VERDADES ESCLARECIDAS

Imitar a Cristo — Pensamento de Ellen G White


White descreve que embora o homem deva buscar o imi-
tar a Cristo, o que não 'deve ser entendido superficialmente,
"não podemos, nunca podemos nos igualar ao modelo"? Ela
define qual a "imitação do modelo" que é esperada de nós. "O
amor pelas almas por quem Cristo MO1Teu conduzirá à nega-
ção do eu e à disposição de fazer qualquer sacrificio para ser-
mos co-obreiro do Mestre."
Todo o contexto tem a ver com a imitação de Cristo no
• esforço missionário, para salvar a outros. E corroborando com
este item, George R. Knight ressalta que a demonstração fi-
nal ao universo do que a graça de Deus pode fazer na vida
humana não é alguém retratar uma pessoa que ftnalrnente al-
cançou a vitória sobre pizza quatro queijos, refrigerantes, ou
algum artigo de alimentação ou comportamento. 2I Trata-se da
reprodução do caráter de Cristo. Knigth destaca que todas as
normas e regulamentos sem o amor de Jesus muito contribu-
em para a religião sombria, triste, desolada -- ou pior ainda,
religião destrutiva."

Conclusão
Este tópico tratou de apontar de modo objetivo, os ensi-
nos sobre o pecado original. Sendo assim, mostrou-se que
apesar das trágicas consequências do pecado, Jesus se tomou
triunfante em todas as coisas; por isso, nEle não houve nada
que pudesse manchar Sua natureza perfeita. Deste modo, atra-
vés de Seus méritos, podemos nos achegar ao trono da graça
divina e obter expiação por nossos pecados.

Referências
' R.C.H. Linski, Interpretation of Romans (Columbus, Ohio: Warburg
Press, 1945), 366.
2 Cit. em Nisto cremos, 74.

60
O Pecado Original

3Ibidem, 72.
4 Ibidem.

5 Parousia, 1° semestre 2008, 31-44.


Nisto cremos, 73.


7 Manuscrito 94, 1893.
8 Nisto Cremos, 71.

9 lhe Youth:s Instructor, fevereiro de 1873.

" Manuscrito 99, 1903; cit. em Mensagens escolhidas, 3: 129-142.


" O Grande Conflito [1973], 119.
• 12Luther:s Works, 12:319.
" O Grande Conflito [1973], 131.
14 Atos do Apóstolos, 561, 562.
" Ibidem, 561.
16 Sevent Day Adventist Bible Comentaty, 6:1074.
Norman R Gulley, "Preliminary Consideration of the Effects and
Implications ofAdatn's Sin", éldventist Perspectives, Summer, 1988, Vol. II, N°
2,36).
" Nisto Cremos, 1989, 162.
• 19Testemunho para a igreja (Tann, SP: Gasa Publicadora Brasileira,
2005),2:549.
Ibidem.
21 Parousia, 2° semestre de 2008, 19.

22 Ibidem, 20. •

61
Capítulo 5

TEMAS DOUTRINÁRIOS QUE


IDENTIFICAM A IGREJA REMANESCENTE

Os assuntos exarados neste capitulo objetivam prevenir


e fortalecer o membro da igreja contra ensinamentos que não
correspondem às verdades deixadas por Jesus, em Sua Pala-
vra; além disso, apresenta pontos doutrinários que nos identi-
ficam como igreja remanescente. Para alcançar esses objeti-
vos, o estudo baseou-se em reconhecidos autores do meio
adventista.
O primeiro tópico trata-se de "quando uma nova luz é uma
doutrina?".' O segundo tópico desenvolve a temática, "o que
significa viver sem intercessor". 2 A resenha do terceiro as-
sunto analisa a "Influência cósmica na compreensão da IM-
blia"3. O último tema descreve: "Como identificar a igreja ver-
dadeira".4
Afinal, caminhar sob a ótica de uma nova luz, deve ser o
objetivo primordial daqueles que almejam chegar ao Céu; mas
tudo isso, requer muita cautela. É o que mostra o próximo
conteúdo.

1. Quando uma Nova Luz é uma Doutrina?


A revelação progressiva tem ocupado um importante pa-
pel para o desenvolvimento da Igreja Adventista do Sétimo
Dia.' Na realidade, sem Deus derramando "nova luz" sobre
Sua Palavra revelada, a Bíblia não existiria e muito menos o
cristianismo.
Sobre este tópico, Ellen G White foi indagada: "A se-
nhora pensa que o Senhor tem alguma luz nova mais intensa
62
Temas Doutrinários Que Identificam a Igreja Remanescente

para nós como um povo?" Ela respondeu: "Com toda a certe-


za. Não somente penso assim, mas posso falar com conheci-
mento de causa. Sei que há preciosa verdade a ser desdobrada
para nós, se somos o povo que deve permanecer em pé no dia
da preparação de Deus." 6
Entretanto, ela pondera que tenhamos muita firmeza por-
que surgirão homens e mulheres proclamando possuir algu-
ma nova luz ou alguma nova revelação, e cuja tendência é aba-
lar a fé nos marcos antigos.'
A mesma autora acrescenta que tem havido uns e outros
que, Testudando a Bíblia, julgaram descobrir grande luz, e teo-
rias novas, mas não têm sido corretas. As Escrituras são toda
verdade, mas por aplicarem-nas mal, homens chegam a erra-
das conclusões.'
Podemos compreender melhor isso através da experiên-
cia que a igreja vivenciou na sessão da Conferência Geral em
Ultrech, Holanda, em 1995. Algumas vozes pregavam a orde-
nação de mulheres como sendo uma nova luz de Deus para a
Igreja nos últimos dias. Espalhavam documentos para a maior
parte da América do Norte e do mundo, declarando a ordena-
ção de mulheres como "nova luz", "verdade presente" e "reve-
lação progressiva". Inclusive, um documento dizia que Deus
é ativo através da história, sempre trazendo novas verdades
para a luz.
Em realidade, historicamente os Adventistas tem enten-
dido que Deus é ativo em Seu próprio tempo, usando o termo
"verdade presente" para denotar verdades que não foram pre-
sentes nos tempos passados, mas que Deus tem conduzido
Seu povo para descobrir.
Por outro lado, existe outra ideia paralela de "revelação
progressiva", na qual sugere que Deus não tem revelado toda
verdade no tempo passado, que a revelação não esteve confi-
nada para o pensamento dos profetas e discípulos do passado,
mas que Deus vive e é ativo hoje e amanhã.
63
VERDADES ESCLARECIDAS

Para os defensores desta revelação progressiva, a decla-


ração "verdade presente" representa verdades que não foram
presentes no passado — os profetas e discípulos não foram
privilegiados para ter a "nova luz" que necessitamos em nossa
cultura do século 21. Neste caso, parece que Deus desviou
Moisés, Jeremias, Pedro, Tiago, Paulo e outros para revelar a
nós a "verdade presente". Esta revelação progressiva é
redefinida para significar que "Deus não tem revelado toda
verdade para os tempos passados". De acordo com os defen-
sores dessa teoria, o caráter dinâmico da revelação implica
que a verdade está sempre mudando.
No entanto, esse ensino carece de sustentação porque,
se a "nova luz" não estava presente no passado e se Deus não
revelou nossà "verdade presente" para os profetas e discípu-
los, com que critério pode o crente hoje determinar se uma
"nova luz" é realmente luz ou trevas?
Se Deus (segundo esta teoria) não revelou nossa "verdade
presente" para os profetas e discípulos, como saber se a ordena-
ção de mulheres é nova luz ou trevas? Como pode o crente saber
se a prática do homossexualismo é nova luz ou trevas? Como
saber se a afirmação científica de que a Terra tem milhões de
anos é nova luz ou trevas? Como saber se a fala ininteligível e
estática do movimento carismático é nova luz ou trevas? Corno
saber se as sugestões para comermos alimentos imundos, be-
bermos bebidas alcoólicas, usarmos joias é nova luz ou trevas?
Devido a isso, quando algum grupo ou pessoa clama ter
nova luz é essencial avaliar a natureza e relevância da "nova
luz"; isto é, com base na revelação que os profetas, apóstolos
e Ellen G. White receberam de Deus.
No tópico a seguir, será tratado mais sobre isso.

Nova luz: Natureza e relevância


O sábio Salomão descreve que a luz da verdade avança
constantemente (Pv 4:18). E ela tem exercido uma forte
64
Temas Doutrinários Que Identificam a Igreja Remanescente

influência na igreja; contudo, muitos divulgam certas vi-


sões de Ellen G. White, especialmente aquelas que advo-
gam mudanças nas crenças e práticas da igreja, declarando
ser nova luz.
Concernente a natureza da nova luz, White esclarece que
em cada época há novo desenvolvimento da verdade, uma men-
sagem de Deus para essa geração. As velhas verdades são to-
das essenciais; a nova verdade não é independente da antiga,
mas desdobramento dela. Só compreendendo as velhas ver-
dades é que podemos entender as novas. Quando Cristo quis
expor aos discípulos a verdade de Sua ressurreição, come-
çou 'por Moisés, e por todos os profetas', e explicava-lhes
o que dEle se achava em todas as Escrituras (to 24:44 e 45).
A luz que brilha na nova ampliação da verdade, é que glorifi-
ca a velha. 9
Entretanto, se Jesus estivesse conosco hoje, nos diria
como disse aos discípulos: "Ainda tenho muito que vos dizer,
mas vós não o podeis suportar agora" (Jo 16:12). Jesus ane-
lava abrir ao espírito dos discípulos verdades vivas e profun-
das, mas sua compreensão deficiente e anuviada o tornavam
impossível. Não podiam ser beneficiados com verdades gran-
des, gloriosas e solenes. A ausência do crescimento espiritu-
al fecha a porta aos ricos raios de luz que resplandecem de
Cristo. Os que ouviam os Seus ensinamentos, possuídos de
opiniões preconcebidas, não assimilavam o sentido que tinham
Seus pronunciamentos.'°
Portanto, o desenvolvimento da verdade, também desig-
nado "verdade presente", é um teste para o povo de cada gera-
ção, que são responsáveis pela verdade que nas gerações pas-
sadas não conheciam As verdades que a Escritura registrou e
que tinham sido esquecidas, agora resplandecem com novo
lustre. Quando aquelas verdades foram dadas, Deus não con-
denou aquelas gerações por não obedecer. "Deus não leva em
conta o tempo de ignorância" (At 17:30).
65
VERDADES ESCLARECIDAS

Luz sempre brilhando


De acordo com White, a reforma não terminou com
Lutero, como muitos supõem. Ela haverá de prosseguir até a
conclusão da história terrestre. Lutero tinha uma grande obra
a fazer, em refletir a outros a luz que Deus permitiu brilhasse
sobre ele; todavia, não recebeu toda a luz que devia ser dada
ao mundo. Desde aquele tempo, nova luz tem continuamente
resplandecido sobre as Escrituras, e novas verdades têm sido
constantemente reveladas."
Na eternidade, compreenderemos as verdades que Cristo al-
mejava expor a Seus discípulos, mas que eles não tinham fé sufi-
ciente para apreender. Por todo o sempre aparecerão novas vi-
sões da perfeição e da glória de Cristo. Através dos séculos
infindáveis o fiel Senhor da casa tirará de Seu tesouro coisas no-
vas e velhas. 12

Nova luz: Características


Entretanto, apesar de vivermos em época de muita luz;
"existe muita coisa a que se chama luz", está abrindo o cami-
nho para as artimanhas de Satanás. Muitos ensinos apresenta-
dos que parecem verdadeiros, e, contudo, devem ser analisa-
dos cuidadosamente e com muita oração; pois podem ser ar-
tifícios sutis do inimigo. A senda do erro parece muitas vezes
estar bem vizinha da vereda da verdade. Ela quase não é
distinguível da verdade que leva à santidade e ao Céu. Mas a
mente iluminada pelo Espírito Santo sabe discernir que essa
senda diverge do caminho reto. Depois de algum tempo se vê
que os dois se acham vastamente separados.
Então, quais são as características da Nova Verdade?
—1 Apresenta nova perspectiva da velha verdade: A
antiga redenção continua a oferecer novas perspectivas.
2 É um desdobrar se da antiga verdade: "O homem que
— -

rejeita ou despreza a nova luz, não possui realmente a velha"»


66
Temas Doutrinários Que Identificam a Igreja Remanescente

3 Está em harmonia com ac fundação do Adventismo:


• White exorta que "não devemos receber as palavras dos •

que vêm com uma mensagem em contradição com os pontos


especiais de nossa fé". 15 Portanto, quais são as característi-
cas daqueles que professam ter a nova luz? 1) Estão envolvi-
das na oração diligente e estudo da Bíblia; 2) vivem uma vida
justa; 3) estão sempre crescendo na graça de Jesus; 4) tem
uma vital conexão com Cristo; 5) caminham obedientemente
na luz presente; 6) purifica o pecado da vida; 7) possuem ati-
tude de humildade; 8) seguem a luz da reforma de saúde; 9)
aceitam e aplicam as antigas verdades; 10) aceitam o Espírito
de Profecia; 11) são pessoas escolhidas e iluminadas pelo
Espírito Santo; e 12) andarn na proporção da luz que recebeu.
O contexto dessas orientações indica que o membro da
igreja não deveria consultar os não-adventistas a respeito de
nova luz para o tempo do fim, porque Deus revelou a nova luz
para Sua igreja remanescente. Mas isso significa isso? Os
adventistas não precisam ir para igrejas carismáticas para des-
cobrir nova luz acerca de línguas ou procurar uma experiên-
cia de exorcismo que tem lugar em determinadas religiões. A
revelação bíblica mostra a verdade sobre tais assuntos.
Portanto, quando Deus deseja comunicar nova luz, Ele
revelará para Seu povo sem a intermediação daqueles que ne-
cessitam de luz avançada da verdade de que nós já temos. En-
tão, devemos procurar nova luz nos seminários de outras reli-
giões? Procurar nova luz sobre sexualidade no que os psicó-
logos e a mídia dizem? Em realidade, não devemos ignorar os
conhecimentos que encontramos nas literaturas seculares ou
evangélicas ou que as universidades seculares oferecem, mas
tudo deve ser avaliado a luz do que Deus já nos deu em Sua
Palavra e no Espírito de Profecia.

Nova luz no tempo de Ellen G White


Esta autora também destaca que temos de estar firmados
na fé segundo alui da verdade que nos foi dada em nossa pri-
67
VERDADES ESCLARECIDAS

meira experiência. Naquele tempo, erro após erro procurava


forçar entrada entre nós; ministros e doutores introduziam
novas doutrinas. Nós estudávamos as Escrituras com muita
oração e o Espirito Santo nos trazia ao espirito a verdade. Por
vezes noites inteiras eram consagradas à pesquisa das Escri-
turas, a pedir fervorosamente a Deus Sua guia. Juntavam-se
para esse fim grupos de homens e mulheres pios. O poder de
Deus vinha sobre mim, e eu era habilitada a definir claramen-
te o que era verdade ou erro."
Aquilo a que o irmão D. chama luz, é aparentemente ino-
fensivo; não parece que alguém pudesse por aquilo ser preju-
dicado. Mas, irmãos, é o ardil de Satanás, é a cunha que usa
para penetrar. Isto foi tentado repetidamente. Alguém aceita
umas ideias novas e originais, que não parecem discordar da
verdade. Fala disso e sobre isso se demora, até que lhe parece
revestido de beleza e importância, pois Satanás tem poder para
lhe dar essa falsa aparência. Por fim torna-se o seu tema todo
absorvente, o único e grande ponto em volta do qual tudo gira;
e a verdade é desarraigada do coração.' 7
Portanto, vemos que nova luz não é dada a qualquer um, mas
é dada para um nível de espiritualidade individual. Então, qual
deve ser a responsabilidade da igreja? Vejamos no próximo item.

Quando uma pessoa tem Nova luz: Orientações adi-


cionais de Ellen G. White
Segundo White, quando um irmão recebe nova luz sobre
as Escrituras, deve expor francamente sua maneira de enten-
der, e todo pastor deve pesquisar as Escrituras com espirito
de singeleza, a fim de ver se os pontos apresentados podem
ser confirmados pela palavra inspirada. "E ao servo do Senhor
não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos e
apto para ensinar."
Os seguintes caminhos são recomendados para determi-
nar a genuinidade da nova luz:
6-8
Temas Doutrinários Que Identificam a Igreja Remanescente

1 -- É Cristo centralizado? Estou mais aberto para Je-


sus? Faz meu salvador mais precioso para mim e faz meu ca-
ráter mais semelhante a Cristo?
2 Está em harmonia com toda Escritura? Deus tem

dado direção pela qual nós podemos testar toda doutrina (Is
8:20).
3 Produz frutos para justiça? Aquele que se declara

possuir nova luz, pelos seus atos vive em conformidáde com


a luz que dizem ter?
Nova luz: Responsabilidade da Igreja
Um grande cuidado deve ser tomado na aceitação de nova
luz. Inclusive, em seu interesse pela igreja, White foi prolixa
para estabelecer as práticas antes de aceitar nova luz dentro
da igreja. Ela chamou a igreja para estar aberta para nova luz,
porém, opôs fortemente a atitude ou presunção de que temos
toda a verdade para nosso tempo. A investigação de novas ideias
é importante, mas de igual maneira, entendemos que Deus não
tem deixado Seu povo, e escolhido um homem solitário aqui
e outro ali como único merecedor para ser depositário de Sua
verdade. Ele não dá para um homem nova luz contrária à fé
estabelecida para o corpo.
Portanto, devemos estar dispostos a investigar no cândido
caminho todos os pontos da controvérsia. Se um irmão está
ensinando erro, aqueles que estão em posição de responsabili-
dade possuem a incumbência de corrigir; e se ele está ensinan-
do a verdade, eles tem a obrigação de posicionarem-se ao seu
lado... se é a verdade, nós necessitamos dela. Todos temos a
obrigação diante de Deus para saber que ele nos enviou.
Este esclarecimento denota que a nova luz n'ão é um tópi-
co privado, a igreja deve estar aberta para ela. Porém, quanto a
isso, White, dá mais advertência:
1) — "Advirto a Igreja Adventista do Sétimo Dia a ser cui-
dadosa quanto à maneira por que recebeis toda ideia nova e
69
VERDADES ESCLARECIDAS

aqueles que pretendem ter grande iluminação. O caráter de


sua obra parece ser acusar e despedaçar". 19
2) — Existem mil tentações disfarçadas, preparadas para
os que têm a luz da verdade; e a única segurança para qualquer
de nós está em não recebermos nenhuma nova doutrina, ne-
nhuma interpretação nova das Escrituras, antes de submetê-la
à consideração dos irmãos de experiência. Deve ser apresen-
tada a eles, com espírito humilde e pronto para aprender, fa-
zendo fervorosa oração; e, se eles não virem luz nisto, atendei
ao seu juízo," porque "na multidão de conselheiros há se-
gurança". Provérbios 11:14.

Conclusão
Nestes dias finais, em que a igreja de Deus vem sendo
bombardeada com todos os tipos de "Nova Luz", novos méto-
dos de interpretação da Bíblia, novas práticas de estilos de
vida, novas formas de adoração, novas sugestões para movi-
mentos ecumênicos etc., torna-se de relevância primordial
estudar mais a Bíblia com oração e clamar mais pelo batismo
do Espírito Santo, para que desse modo, possamos discernir
o que é bom (lTs 5:21) e termos a guia do Senhor para pre-
servarmos os tesouros das Escrituras. 2'
Além do mais, há um outro assunto muito significativo
que está indiretamente relacionado ao conteúdo, trata-se do
que significa viver sem intercessor.

2. O que significa "viver sem• intercessor"


Um texto inspirado que tem trazido certa polêmica, assim
se expressa: "Os que estiverem vivendo sobre a Terra, quando a
intercessão de Cristo cessar no santuário celestial, deverão,
sem mediador, estar em pé na presença do Deus santo". 22
Devido a esta descrição, muitos creem que, quando Cristo
deixar o santuário celestial ficarão soltos a sua própria sorte,
70
Temas Doutrinários Que Identificam a Igreja Remanescente

com o risco de cair em pecado em qualquer instante e perder-se


para sempre. Mas será isso que a autora quis dizer no contexto
de seus escritos? Essa eventual possibilidade tem despertado
sérias discussões. Entretanto, espera-se que na continuidade
deste estudo o tema fique mais aclarado na mente do leitor.

O selo de Deus como sinal de controvérsia


Ao aproximar o desfecho da história do pecado, o grande
conflito entre o bem e o mal se aguçará. O diabo dará vazão a
toda a sua ira contra os filhos fiéis de Deus (Ap 12: 12, 17), e
induzirá os governantes e dirigentes religiosos a unirem-se
na imposição do falso dia de repouso, o domingo (Ap 16:14).
Quem aceitar esse dia de guarda estará recebendo desse modo
a marca da besta (Ap 13:16, 17).
Ellen G White descreve que o sábado se torna o ponto
especial de controvérsia por toda a cristandade, e as autorida-
des religiosas e seculares se combinam para impor, a obser-
vância do domingo?' Mas Deus não deixará que pessoa algu-
ma que deseje o conhecimento da verdade seja enganada quanto
ao desfecho da controvérsia."
Ninguém deverá sofrer a ira de Deus antes que a verdade
se lhe tenha apresentado ao espírito e consciência, e haja sido
rejeitada. Neste conteXto, o remanescente proclamará em alta
voz a tríplice mensagem angélica, convidando aos moradores
da Terra a temer a Deus e a adorá-Lo como Criador.
Estará em jogo a fidelidade sem reservas a Deus e a Sua
Lei. Como sinal visível, o Sábado será a pedra de toque de
lealdade.25 Todo mundo conhecerá a verdade presente, e terá a
oportunidade de aceitá-la ou de rejeitá-la.
No momento em que os fiéis aos preceitos divinos rece-
berem o selo do Deus vivo, "Cristo se levantará" (Dn 12:1) e
"com grande voz dirá: Está feito" (Ap 16:17); então, toda a
hoste angélica depõe suas coroas e Jesus faz o solene aviso:
"Quem é injusto, faça injustiça ainda..." (Ap 22:11).
71
VERDADES ESCLARECIDAS

• 1— A partir deste momento — no fechamento da porta da


graça, o destino eterno de todos os seres humanos ficará fi-
xado para sempre. Todos terão feito sua decisão de forma
definitiva a favor ou contra Deus. Não haverá mais possibili-
dade de mudança. 26 A chegada deste grande momento — o tér-
mino do tempo da graça, será uma decisão de Deus, mas não
será arbitrária. E o que há de suceder com os ímpios após o
fechamento da porta da graça?
Em realidade, a partir do momento em que Cristo deixar
de oferecer perdão no santuário celestial, não haverá mais
razão para que o Espírito Santo possa prosseguir convencen-
do os ímpios do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8). En-
tão, fechando-se definitivamente a porta da salvação, será
impossível obter o perdão divino.
Sobre este solene momento, White descreve que "enquanto
Jesus segue intercedendo pelo homem no santuário celestial, os
governantes e o povo continuarão sentindo a influência fre adora
do Espírito Santo." Mas, "ao deixar Jesus Sua posição como
intercessor do homem junto a Deus (...) o Espírito repressor de
Deus é retirado da Terra" (no caso, é retirado dos impios),28
deixando livre os incrédulos para realizar todo tipo de maldade.
Outra consequência da finalização do ministério
intercessor de Cristo é que ficará livre o caminho para que
Deus comece a dar o castigo que merecem os transgressores
de Sua lei — no caso, as sete pragas começarão a cair sobre os
ímpios (Ap 16:1-21). Enquanto o Salvador intercede no san-
tuário, Seu sangue expiatório impede que os pecadores rece-
bam o pleno castigo de sua culpa.
Hoje, Cristo advoga pelos culpados diante do Pai, dizen-
do: "Poupa, poupa o pecador por mais algum tempo, até selar-
mos na fronte os servos de Deus (Ap 7: 1-3).
2 — Acerca disso, White ainda acrescenta que "enquanto
Jesus oficiava no santuário, era impossível serem derrama-
dos as pragas; mas terminando ali Sua obra de intercessão,
72
Temas Doutrinários Que Identificam a Igreja Remanescente

nada havia para deter a ira de Deus, e ela irrompeu com fúria
sobre a cabeça desabrigada do pecador culpado, que desde-
nhou a salvação e odiou a correção". 29 E que provisão hão de
ter os justos nessa ocasião?

Provisão divina para viver sem intercessor


O fato de Cristo terminar Seu ministério intercessor no
Céu não significa que se esquecerá de Seus fiéis na Terra.
Mais que nunca, estará com eles para sustentá-los durante o
tempo de angústia (Dn 12:1). Assim como esteve com os três
jovens hebreus na fornalha, Cristo acompanhará Seus segui-
dores no tempo do fim. O Senhor enviará Seus anjos para es-
tar com os justos durante o tempo de angústia, a fim de
protegê-los e animá-los no tempo de perigo."
Anjos virão a eles nas celas solitárias, trazendo luz e paz
do Céu?' E Jesus continua cumprindo a promessa de estar
com Seus seguidores "todos os dias, até a consumação dos
séculos (Mt 28:20).
E o Espírito Santo retirará dos justos quando terminar o
tempo da graça? A medida que os seres humanos vão se dis-
tanciando de Deus, o Espírito Santo, também vai se distanci-
ando dos ímpios. Enquanto isso, os fiéis de Deus recebem o
Espírito em seu coração de forma cada vez mais abundante.

Chuva serôdia
Antes que termine o tempo da graça a "chuva serôdia"
virá para preparar os santos para estarem em pé no período
em que as sete últimas pragas serão derramadas.'
Hoje o selo como marca de propriedade de Deus já está
sendo colocado em cada crente quando aceita a Cristo (Ef
1:13) e só se concluirá por ocasião da morte ou do fecha-
mento da porta da graça. Antes que Cristo se retire do santua-
rio, o Espírito Santo selará os que decidiram ser fiéis a Deus
sem medir o preço.
73
VERDADES ESCLARECIDAS

No tempo do fim, realizar-se-á. uma obra especial de


selamento para proteger os justos do castigo que os ímpios
sofrerão (Ez 9:3-6; Ap 7:3;9:4), e para prepará-los para vi-
ver sem intercessor."
• Portanto, a observância do Sábado, como sinal visível de
lealdade e obediência a Deus, constitui um elemento funda-
mental do selo de Deus. O selo de Deus colocado na fronte
não é "um selo ou marca que se possa ver, mas uma confirma-
ção na verdade, de modo que os selados são irremovíveis". 34
O selo de Deus é um caráter semelhante ao de Cristo. 35 O
selo não é um objeto que uma pessoa possa pôr ou tirar se-
gundo as circunstância.
E que fatores ocasionará a angústia de Jacó? Embora ve-
nham a sofrer perseguições por sua fé manifestada na obedi-
ência à Lei de Deus, o que mais os angustiará será o temor de
"não terem se arrependido de todo pecado, que devido a algu-
ma falta (...) se mostrassem indignos, e perdessem a vida por
causa dos seus defeitos de caráter". 36

Perfeição após o fechamento da porta da graça


•Quando Cristo deixar de interceder no santuário celestial,
os crentes terão alcançado um estado de impecabilidade? Te-
rão chegado à perfeição? De acordo com Juan Vieira, depois
do fechamento da porta da graça, a vida dos justos poderia ser
considerada em uma dupla perspectiva. Da perspectiva de
Deus, os fiéis já terão alcançado o estado de impecabilidade
e perfeição, todos os seus pecados terão sido perdoados, e
seu caráter estará preparado para o Céu.
Da perspectiva dos crentes, eles se sentirão totalmente
indignos e não terão nenhum ar de santidade ou de perfei-
ção." Carlos A. Steger afirma que embora todo pecado seja
uma imperfeição, nem toda imperfeição é pecado. Os justos
manterão sua natureza caída e imperfeita até a Segunda vinda
de Jesus, ocasião em que seu corpo será transformado (ver: I
74
Temas Doutrinários Que Identificam a Igreja Remanescente

Co 15: 53; 1 Ts 4: 16-17). Agora, enquanto nosso Sumo Sa-


cerdote está a fazer expiação por nós, devemos procurar tor-
nar-nos perfeitos em Cristo."
Mediante a grande oferta de misericórdia que Cristo nos
oferece hoje, vale a pena nos achegarmos muito mais confia-
damente, junto ao trono da graça para obtermos socorro em
ocasião oportuna (Rb 4:16)."
Conclusão
Esse item destacou pontos bastante comentados nos úl-
timos dias; porém, focalizados de modo distorcido por al-
guns autores. Além do mais, vimos que por ocasião do fe-
chamento da porta da graça, os ímpios estarão desprotegidos
ido sangue de Cristo, mas o Espírito Santo não deixará os
cristãos até que sejam recebidos nas mãos de Cristo, por
ocasião de Seu retorno. Por outro dado, ninguém se sentirá
perfeito até que se adentre pelos portais eternos, ocasião
em que o corpo corruptível se revestirá de incorruptibilidade
(/ Co 15:52-54). Diante de tudo, resta a todos os fiéis se
segurarem as mãos de Deus.
3. Influências cósmicas na compreensão da Bíblia
De acordo com Ellen G White, "o Senhor nunca exige
que creiamos em alguma coisa sem nos dar suficientes pro-
vas sobre que fimdamentarrnos nossa fé. Sua existência, Seu
caráter, a veracidade de Sua Palavra, baseiam-se em testemu-
nhos que falam a nossa razão: Esses testemunhos são abun-
dantes. Todavia, Deus não afasta a possibilidade da dúvida..
Os que quiserem duvidar hão de encontrar oportunidade: Ao
passo que os que desejam realmente conhecer a verdade, en-
contrarão abundantes provas em que basear sua fé". 4°

Influência dos anjos caídos na interpretação da MIL


As tentativas de Satanás e anjos maus para redirecionar in-
terpretações da Bíblia não podem ser negadas. Precisamos ser
75
VERDADES ESCLARECIDAS

conscientes da influência tanto dos santos anjos quanto dos anjos


maus. Satanás e seus anjos podem influenciar o exegeta.
Algumas afirmações bíblicas sobre a influência do mal
no estudo das Escrituras:
1)— 2Co 4: 3 e 4: "... o deus deste século cegou os entendi-
mentos dos incrédulos..."
2) — 1Co 2:14: "Ora, o homem natural não aceita as cousas do
Espírito de Deus porque lhe são loucura, e não pode entendê-las
porque elas se discernem espiritualmente".
3) — Ef 6:12: "Porque a nossa luta não é contra o sangue e a
carne, e, sim, contra os principados e potestades... contra as for-
ças espirituais do mal..."
4) — 1Tm 4:1: "... nos últimos tempos, alguns se apostarão da
fé, por obedecerem a espíritos de demônios".
O episódio da tentação de Cristo no deserto (Mt 4: 3 -

11), também indica como o próprio Satanás desempenha uma


função na interpretação equivocada da Palavra de Deus. De
fato, o inimigo possui fatais habilidades hermenêuticas com
respeito à capacidade de raciocínio do intérprete bíblico.
• Acerca disso, Ellen G White exorta: "Quando a Palavra de
Deus é aberta sem reverência e sem oração, quando os pensa-
mentos e afeições não estão firmados em Deus ou em harmo-
nia com a Sua vontade, a mente é obscurecida por dúvidas... o
inimigo assume o controle dos pensamentos, e sugere inter-
pretações que não são corretas". 41 No entanto, apesar da exis-
tência de forças opositoras do mal, que atuam na interpretação
das Escrituras, existe uma influência divina mais poderosa.

Influência de Anjos bons na interpretação da Bíblia


White também sugere que quando Lutero descobriu uma
Bíblia latina na biblioteca da universidade, "anjos celestiais
estavam a seu lado, e raios de luz procedente do trono de Deus
traziam-lhe à compreensão os tesouros da verdade". 42
76
Temas Doutrinários Que Identificam a Igreja Remanescente

Também, acerca de Guilherme Muller, ela informa que


"Deus mandou um anjo mover O coração de um lavrador, que
não havia crido na Bíblia, a fim de levá-lo a examinar as pro-
fecias. Anjos de Deus repentinamente visitavam aquele esco-
lhido, para guiar seu espírito e abrir a sua compreensão nas
profecias que sempre tinham sido obscuras para o povo de
Deus".43
Portanto, White sugere que "se vos achegardes ao estudo
dos Escrituras com humildade, com fervorosa oração pedindo
orientação, anjos de Deus vos abrirão suas vivas realidades"»
Entretanto, além dessas inspiradas afirmações, autores
bíblicos também nos apresentam importantes dados sobre o
auxílio de anjos bons e do Espírito Santo para a compreensão
das Escrituras:
1 - Dn 8:16: O anjo Gabriel é enviado para "dar a entender a
este (Daniel) a visão".
2-. Dn 9:22, 23: "Agora sai para fazer-te entender o senti-
do..."
3- Jo 14:26: "Mas o consolador... vos ensinará todas as coisas
e vos fará lembrar de tudo...".
• 4- Jo 16:13: "...o Espírito da verdade, Ele vos guiará em toda
verdade;...'.
3-. Lc 24:6,7: "Lembrai-vos de como vos preveniu.., que o
Filho do homem... seja crucificado e ressuscite no terceiro dia".
Neste caso o anjo ajudou a lembrar das palavras de Jesus e a
entender o seu verdadeiro significado. De fato, podemos estar
seguros que anjos de Deus acham-se em redor dos que estão
desejosos de serem ensinados nas coisas divinas."

Conclusão
Diante do exposto, o estudo da Bíblia nos trará mais a
comunhão com Deus e faz com que não venhamos a compre-
77
VERDADES ESCLARECIDAS

ender mal os claros ensinos das Escrituras. Também, nos con-


tribui para que estejamos revestidos do poder Espírito Santo
para testemunhar do amor de Deus. Evidentemente, o espírito
com que pesquisamos as Escrituras, determinará o caráter do
assistente que teremos ao nosso lado."

4. Como identificar a igreja verdadeira


No entender de alguns separatistas, em algum momento
da história a denominação perdeu o rumo e a razão de existir.
Dizem que a igreja foi vomitada da boca de Deus. Por isso,
afirmam que a coisa mais sensata a fazer é formar uma nova
organização dentro da própria organização.
Esses dissidentes utilizam declarações reprovadoras do
Espirito de Profecia como motivo para suas acusações. De
fato, Ellen G White em algumas ocasiões usou expressões
duras para repreender a igreja que ela tanto amava. Estas re-
provações que pertencem à década de 1880 e 1890, época em
que a Associação Geral passava por graves dificuldades espiri-
tuais e administrativas; então, ela afirmou: 1) "A presença e a
glória divinas haviam partido da igreja" » 2) "A igreja se encon-
trava em condições laodiceana e que a presença de Deus já não
estava no meio dela"." 3) "A igreja seria abatida até os infer-
nos"." 4) "A igreja estava voltando para o Egito"." 5)"O cabo
que ancorava a igreja à Rocha Eterna havia sido cortado, e ela
agora se achava à deriva no mar, sem mapa nem bússola" . 51 6)
"A igreja corria o risco de tomar-se gaiola de toda a ave imun-
da e aborrecível". " 7) "A cidade fiel (a igreja) se havia torna-
do prostituta"."
Então, White queria afirmar que a igreja foi repudiada
por Deus? Antes de precipitar nessa direção, convém analisar
esses escritos à luz de seu contexto histórico, geográfico e
situacional.
Vejamos ainda o que ela afirmou antes da Assembléia da
Associação Geral de 1901:
78
Temas Doutrinários Que Identificam a Igreja Remanescente

"A voz de Battle Creek, que tem sido considerada como


autoridade para determinar de que maneira deve ser efetuada
a obra, não é mais a voz de Deus"?'
"Faz alguns anos que eu considerava a Associação Geral
corno a voz de Deus"."
"Isso desses homens se encontrarem num lugar sagrado,
para serem como a voz de Deus para o povo, conforme antes
acreditávamos ser a Associação Geral — é algo que já passou". 56

Entretanto, a partir de 1901; as coisas começaram a mu-


dar para melhor. A Assembléia da Associação Geral (AG) fez
importantes modificações em seus métodos e quadro de fun-
cionários. Ellen G. White, satisfeita com as mudanças, apre-
sentou um relatório favorável.
• 1) — Quem supondes vós tem estado entre nós desde que co-
meçou esta assembleia? Quem tem mantido afastados os aspec-
tos censuráveis que geralmente aparecem numa reunião como
essa? Quem tem andado de um lado para outro nos corredores
• deste tabernáculo? O Deus do Céu e Seus anjos. E eles não vie-
ram até aqui para dilacerar-vos, mas para conceder-vos mentes
•sãs e tranquilas. Têm estado entre nós para realizar as obras de
Deus, e deter os poderes das trevas, para que não fosse impedida
a obra que Ele queria que se realizasse. Os anjos de Deus têm
estado trabalhando entre nós
Nunca fiquei mais surpresa em minha vida do que pelo rumo
que as coisas tomaram nesta reunião. Esta obra não é nossa. Foi
efetuada por Deus. Foram-me apresentadas instruções a esse
respeito, mas até que a questão fosse resolvida nesta reunião, não
consegui entender tais instruções. Anjos de Deus têm andado de
um lado para outro nesta congregação. Desejo que cada um de
vós se lembre disso, e desejo que vos lembreis também de que
Deus disse que curaria as feridas de Seu povo."
2) — Durante a assembleia da Associação Geral o Senhor atuou
poderosamente por Seu povo. Toda vez que penso nessa reunião,
79
VERDADES ESCLARECIDAS

uma agradável solenidade se apodera de mim, transmitindo-me à


alma um fulgor de gratidão. Vimos os majestosos passos do Se-
nhor nosso Redentor. Louvamos o Seu santo nome, pois Ele trou-
xe livramento a Seu povo."

• Mesmo com essas afirmações, decorrido apenas dois


meses daquela Assembleia, a escritora soube que seu filho
Edson White, continuava a utilizar as declarações reprovadoras
escritas por ela em 1898, aplicando-as ao novo período. Nes-
se contexto, ela escreveu a seu filho: "Sua conduta seria se-
guida, caso não tivesse havido mudanças na AG". ... "fere-me
pensar que você está usando palavras que escrevi antes da
Assembleia". O tempo, o lugar e as circunstâncias alteram as
condições, mudando a relação das coisas."
E lamentável que os opositores da igreja utilizem afirma-
ções como essas, fora de contexto, para acusar a IASD que há
no seio da igreja muito mundanismo, incredulidade e apostasia.
Na realidade, se negássemos as dificuldades em qualquer
instituição humana, seria uma grande hipocrisia porque os
problemas dizem respeito a áreas tão diversas como o estilo
de vida (desleixo na reforma da saúde, modéstia, diver-
sões impróprias, negligência na observância do sábado
etc.), teologia (infiltração de cristologias, sotereologia,
escatologia, negação do juizo investigativo em 1844, des-
crença no Espírito de Profecia etc.) e estrutura adminis-
trativa (ameaça de congregacionalismo, pressão para or-
denação de mulheres, emprego inadequado do dizimo, mi-
nistérios dissidentes etc.). 6°
Esses problemas por mais dignos de lástima que sejam não
desqualifica a igreja, como destacou Ellen G. White: "Cristo dis-
se que até ao fim do tempo haveria falsos irmãos na igreja". 0
A igreja de Deus na Terra nunca foi, mesmo na sua me-
lhor fase, composta de 100% de fieis.e A igreja, apesar de
representar o Céu, em si mesma não é o Céu. E apenas uma
80
Temas Doutrinários Que Identificam a Igreja Remanescente

pescadora de almas para o Céu, e t a rede do evangelho não


pega somente peixes bons, mas também peixes maus.
Na seara do Senhor o trigo e o joio crescem juntos. Isso
• é comprovado com o que ocorreu entre os doze discípulos de
Jesus e também ocorre hoje. Contudo, "Quando chegar o tem-
po da ceifa, o decreto dominical deflagrará uma grande cri-
• se".63 A igreja de Deus será então, individual e coletivamente,
peneirada ou sacudida, revelando claramente quem serve a
Deus (Am 9:9; Lc 22:31, 32). Os adventistas que têm a verda-
de, mas não vivem, serão lançados fora, como folha seca."
Quem sai da igreja durante a sacudidura são os apóstatas;
•os fieis permanecem.° 9 joio que há de ficar nas denomina-
ções caídas, será atado para ser queimado; enquanto que o tri-
go das outras denominações sairá dela para se unir ao trigo
adventista e serem ambos recolhidos no celeiro de Cristo.
Então a igreja de Deus será sem mácula, nem ruga, nem coi-
sas semelhantes (Ef 5:27).
• Quanto à mensagem de censura, de reprovação e de cas-
tigo que Deus envia; ferem para curar e não para destruir. 66
White destaca: "Sei que o Senhor ama Sua igreja. Ela não deve
ser desorganizada ou esfacelada em átomos independentes.
Não há nisto a mínima coerência; não existe a mínima eviden-
cia de que tal coisa venha a se dar". 67

Esperança aos que professam a verdade


White projeta palavras de esperançosas certezas àqueles
que fazem parte do povo de Deus:
1) — "O Senhor não deixará que sua obra seja prejudicada,
mesmo que seus obreiros se mostrem indignos. Deus tem homens
de reserva, preparados para enfrentar as exigências, de modo
• que Sua obra seja guardada de toda influência contaminadora. O
Senhor usará em Sua obra homens que tenham para com os prin-
cípios a firmeza do aço, que não sejam demovidos pelos sofismas
• dos que perderam a visão espiritual"."
81
VERDADES ESCLARECIDAS

2) —"Deus tem um povo em que todo o -Céu se acha interessa.-


do, e eles são o único objeto na Terra precioso ao coração de
Deus. Que todos os que lerem estas palavras lhes deem toda a
consideração; pois em nome de Jesus desejo com elas impressio-
nar cada pessoa. Quando se levanta alguém, de nosso meio ou
fora de nós, tendo a preocupação de proclamar uma mensagem
que declare que o povo de Deus pertence ao número dos de
Babilônia, e que pretenda que o alto clamor é um chamado para
sair dela, podereis saber que esse tal não é portador da mensa-
gem de verdade". 69
White descreveu que esses ministérios independentes
acusam continuamente o povo de Deus, exatamente numa épo-
ca quando o Espírito Santo deseja derramar sobre nós a chuva
serôdia.
Por muitos críticos, a igreja é considerada a um lugar em
que só cheira mal; porém, seria aceitável criticar um sofredor
que vai ao hospital em busca de cura? Estamos autorizados
para criticar um povo que Jesus mostrou amor eterno? E como
Cristo se sente quando as línguas ferinas atingem os mem-
bros de Sua igreja?
Segundo White, "coisa alguma neste mundo é tão preci-
osa para Deus como Sua igreja. Coisa alguma é por Ele guar-
dada com tão cioso cuidado. Coisa alguma ofende tanto ao
Senhor como um ato que prejudique os que lhe estão fazendo
o serviço. Ele chamará às contas todos quantos ajudam
Satanás em sua obra de criticar e desanimar" 70
O texto paulino exorta: "... entre vós penetrarão lobos
vorazes, que não pouparão o rebanho. Se levantarão homens
falando cousas pervertidas para arrastar os discípulos atrás
deles" (At 20: 29 e 30). Paulo acrescenta que se alguém pre-
gar outro evangelho que vá além do que já temos pregado,
seja amaldiçoado (ver Gl 1:8).
Em realidade, chegou o momento de nos unirmos mais, à
liderança da igreja, para que a missão seja mais rapidamente
82
Temas Doutrinários Que Identificam a Igreja Remanescente

concluída. White ressaltou que "a obra de Deus nunca poderá •

ser terminada a não ser que os homens e as mulheres que cons-


tituem a igreja concorram ao trabalho e unam os seus esfor-
ços aos dos ministros e oficiais da igreja". 71

Conclusão
Vimos que nossa primeira necessidade deve consistir em
buscar o Espírito Santo e vigiar sempre, para não sermos en-
ganados com mensagens pervertidas como se estivessem vin-
do de um "anjo" que vem do céu, as quais encantam tanto quanto
encantou Eva no Eden.
Necessitamos deixar claro que há diferença nítida, entre
os que servem a Deus, e os que não o servem (Mal. 3:18).
Para isso, não podemos ficar em cana do muro, se rebelando
contra os pilares clã verdade ou criticando a menina dos olhos
de Deus — Sua igreja. Lançar lama naqueles que pertencem a
Jesus é obra satânica. Deus deseja que olhemos mais para o
lindo ministério que Sua igreja desenvolve em prol dos peca-
dores, que sejamos felizes por pertencer a um povo cuja exis-
tência está firmada numa raiz profética inabalável.

Referências
'Baseado na obra, Here Tire Stand: Evaluating New Trends in me
Church, de Samuel Koranteng-Pipim, escrita num período em que a Igreja
Adventista enfrentava crises doutrinárias na Austrália.
2 Ver Alberto R. Timm, Ed., Carlos A. Steger, "O que significa viver sem
intercessor", O futuro: A Visão adventista dos últimos acontecimentos,
Unaspress, 203-211.
3 Para uma abordagem mais ampla, ver matéria de John T. Baldwin,
inserida na obra de George W. Reid, ed., Compreendendo as escrituras,
Unaspress, 2007.
Ver mais esclarecimento: José Barbosa, "Deixou a Igreja Adventista de
ser a Igreja verdadeira?", Revista Adventista, dezembro de 2003, 8-11.
O termo "Revelação progressiva" significa que Deus abre continuamente
verdades reveladas que nós frequentemente referimos como "nova luz".

83
VERDADES ESCLARECIDAS

6 Mensagens escolhidas, 3:174.


7 Eventos finais, 91.

8 Mensagens escolhidas, 2:102.

I 9 Parábolas de Jesus, 127.

1 ° Mensagens escolhidas, 1: 403-404.

" História da Redenção, 353


12 My Life Today, p. 360. cit. em Ellen G. White, Maranata! - Meditação

Matinal, (Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1977).


" Testemunhos Seletos, 3: 268.
• 14 Ibidem, 127 e 128.
" Mensagens escolhidas, 1:161.
16 Obreiros evangélicos, 302.

17 Testemunhos seletos, 2:104.

• " A Igreja Remanescente, 26.


'9 Mensagens escolhidas, 2: 69.
29 Testemunhos seletos, 2: 104 e 105.

21 Koranteng-Pipim. Here We Stand: Evaluating New Trenas in Me

Church. Maryland: Review and Herald, 2005.


22 Grande Conflito, 425.

23 Ibiden, 614.

24 Ibidem, 605.

27 Ibidem.

" Ibidem, 615, 678.


• 27 Ibidein, 668.
28 Patriarcas e profetas, 201.

" História da redenção, 404.


3 ° Grande conflito, 629, 630.

71 Ibidem, 627.

32 Primeiros escritos, 86.

37 Testemunho para Ministro, 446.

34 Comentário bíblico adventista, 4:1183.

" Ibidem, 7: 981.


76 Grande Conflito, 619.

37 Testemunho seletos, 2: 174.

38 Grande Conflito, 425.

39 Carlos A. Steger, "O que significa viver sem intercessor", 0 Futuro:

Visão adventista dos últimos acontecimentos (engenheiro Coelho, SP:


(Jnaspress, 2004), 203-211.

84
Temas Doutrinários Que Identificam a Igreja Remanescente

417 Caminho para Cristo, 105.


41 Grande conflito, 704 e 705.

" lbidem, 122.


43 Primeiros escritos, 229.

" Signs of the Times, 18 de setembro de 1893, 6.


45 Grande conflito, 600.

° Testemunho para ministros, 108.


47 Testemunho seletos, 3:254, Cit. Barbosa, "Deixou a IASD de ser a

igreja de Deus"? Revista Adventista, dezembro de 2003, 8-11.


Notebook Leafles, 1:99.
Review and Herald, 1° de agosto de 1893.
50 Testemunhos para a igreja, 5:217.

Review and Herald, 24 de julho de 1888.


52 Carta 51, 1886; cit. em Testemunhos para ministros, 265.

53 Special Testemunies on Education, 181.


54 Manuscript Releases, vol. 17, 185.

55 Ibidem, vol. 17, 216.

" General Conference Bulletin, 3 de abril de 1901, 25.


" General Conference Bulletin, 25 de abril de 1901, 463 e 464.
" Review and Herald, 26 de novembro de 1901.
59 Carta 54, 1901.

66 Cit. em Jorge Night, The Fat Lady and the Kingdom...

61 Parábolas de Jesus, 72, 73.

62 Mensagens escolhidas, 1:122.

63 Grande conflito, 610, 611.

° Testemunho para igreja, 89.


65 Serviço• cristão, 49.

66 Testemunho para ministro, 22 e 23.


67 Ibidem, 68 e 69.

Review and Herald, 02 de maio de 1899.


° Testemunhos Para Ministros, págs. 32 41.
-

70 Testemunhos para a Igreja, vol. 6 (Tatu!, SP: Casa Publicadora


Brasileira, 2005), 42.
71 Obreiros evangélicos (Tatu!, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1993),
p.352.

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CONCLUSÃO FINAL

• Nesse estudo observou-se como o IE'ST procura infiltrar-


se entre os membros da igreja de um modo imperceptível,
utilizando com eficácia ensinos que os adventistas professam
desde o primórdio de sua história, como o regime alimentar,
a modéstia cristã, a música e a liturgia, para que desse modo
possa confundir os irmãos e implantar suas teorias contradi-
tórias. É devido a esse modo sutil utilizados por eles, que
poucos percebem que "eles estão entre nós, mas não são dos
nossos". De fato, as incoerências em muitas afirmações do
IEST são tão capciosas que quase não se nota; somente atra-
vés do Espírito Santo é que se torna possível enxergar a visão
distorcida que eles possuem da Organização, dos líderes, e,
principalmente, das doutrinas da Igreja Adventista.
• Notou-se também que a essência desse grupo consiste
em acusar e desqualificar os membros que não concordam
com eles. Além disso, -vimos que os envolvidos na Hope
International, no Hartland e no IEST, se colocam como pa-
drão que todos devem seguir (ver: Parousia, 1° semestre de
2008, 81.); e ainda mais, afirmam que não desejarn sair dessa
igreja.
Inegavelmente, se a igreja adventista tivesse concordado
com a teoria dos separatistas, inclusive as doutrinas da natu-
reza humana de Cristo e o perfeccionismo, há muito tempo
nossa Organização já estaria radicada fora do contexto da ver-
dade estabelecida na Bíblia e no Espírito de Profecia.
Portanto, ficou notório nessa pesquisa que de diferentes
maneiras, os dissidentes procuram lançar dúvidas sobre nossa
mensagem, no afã de causar aberturas perigosas nas doutrinas
que Deus estabeleceu para o Seu povo. Isso é muito maligno!
86
Conclusão Final

Percebe-se conclusivamente porque a Igreja Adventista


Mundial tomou decisões firmes para que esses dissidentes
não sejam aceitos como membros em nosso meio e nem que
falem na igreja.
• Então, mesmo em meio às tormentas heréticas que vem
surgindo ou em meio às inúmeras vozes que afirmam ter a
verdade, nosso Deus quer que mantenhamos e defendamos a
Verdade. Pois, aqueles que não estiverem convictos e segu-
ros do que os Adventistas do 7'' Dia creem, juntar-se-ão com
movimentos espúrios e tornar-se-ão estorvo para a igreja ou
reflexos de outras corporações religiosas.
Finalmente, conta-se a história de uma mtte que viu seu
bebê seguindo pela estrada à fora, segurando na mão do vovô.
Lá da janela gritava: "Meu filhinho, para onde você vai?" Por
três vezes o pequeno respondeu: "Eu vou com o vovô!" De
fato, o pequenino nem compreendia para onde estava indo,
mas sabia que estava segurando nas mãos do vovô.
Esta ilustração indica que somente nas mãos de Jesus é
que encontramos segurança contra os engodos oriundos de
diferentes fontes — literaturas falsas, programas de televisão,
de rádio, da internet etc. Unicamente por meio da comunhão
diária com Cristo é que poderemos avançar em meio aos con-
flitos, provas, oposições, ameaças e, então — avistar o Pais
Celestial.

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