A História Oculta Do Sionismo.. A Verdadeira História Da Formação Do Estado de Israel - Ralph Schoenman
A História Oculta Do Sionismo.. A Verdadeira História Da Formação Do Estado de Israel - Ralph Schoenman
A História Oculta Do Sionismo.. A Verdadeira História Da Formação Do Estado de Israel - Ralph Schoenman
Nablus, Cisjordânia ocupada por Israel, 22 de janeiro: Com ambas as mãos engessa-
das, Imad Omar Abu Rub explicava em sua cama do Hospital Rafidiya o que aconte-
ceu quando o exército israelense chegou ao povoado palestino de Qabatiya.
“Entraram nas casas como animais, gritando” – disse o estudante de 22 anos da Uni-
versidade de Bir-Zeit. “Os soldados nos arrancaram de casa dando-nos pontapés na
cabeça e espancando-nos com as culatras de seus rifles.”
Então, ele foi levado a um edifício em construção onde os soldados puseram um
balde vazio em sua cabeça.
Vários soldados o derrubaram e agarraram seus braços – ele disse – de forma que
suas mãos ficaram sobre uma grande pedra. Outros dois lhe bateram nas mãos com
pedras menores até quebrar-lhes os ossos.
Estas lesões são produtos de uma nova política oficial do exército israelense: é a po-
lítica de massacrar os palestinos com a esperança de pôr fim à onda de protestos nos
territórios ocupados na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, que começou no início de
dezembro. No transcurso dos protestos, as balas israelenses mataram pelo menos 38
palestinos.
Na cama ao lado da do sr. Abu Rub, Hassan Arif Kemal, um estudante secundarista
de Qabatiya, de 17 anos, contava uma história quase idêntica.11
“Subjugando os protestos”
John Kifner, correspondente do jornal New York Times,
chamou as rondas sistemáticas de “parte de uma série de no-
vas e duras medidas, incluindo sanções econômicas e punições
coletivas, que o exército de Israel e outras autoridades estão
impondo na esperança de subjugar os protestos, que se trans-
formaram em um crescente e organizado movimento de mas-
sas palestino nos territórios ocupados da Faixa de Gaza e da
Cisjordânia”.18
As novas ordens do exército permitem detenções sem qualquer
tipo de acusação específica ou julgamento, mesmo em cortes mi-
litares. Além disso, de acordo com a edição do dia 23 de março do
New York Times, “os novos procedimentos afastam a possibilidade
de revisão das sentenças de prisões administrativas e permitem
que os comandos locais ordenem as detenções”.
18 KIFNER, John. New York Times, Nova York, 21 fev. 1988.
12 Ralph Schoenman
“Zonas liberadas”
Nenhum tipo de trégua pode ser esperada por Israel. As vilas
em Gaza e na Cisjordânia têm respondido de forma desafiante ao
bárbaro massacre promovido por Israel, declarando a si próprias
como “zonas liberadas”, levantando barricadas nas ruas e hastean-
do a bandeira palestina.
A Newsweek informa: “Seus protestos são habilmente coor-
denados através de panfletos publicados pelo nebuloso Coman-
do Nacional Unificado do Levante. Seus panfletos são a lei da-
quela terra.”23
Apesar da repressão brutal, a moral palestina nunca esteve tão
alta. Esse espírito talvez seja o fator de maior preocupação para o
Estado de Israel. O primeiro-ministro, Yitzhak Shamir, declarou à
televisão israelense:
23 Newsweek, 28 mar. 1988.
A história oculta do sionismo 15
Caros amigos,
Nós estamos enviando esta carta desde nossa amada terra – nossa honrada terra,
uma terra de dignidade, de coragem e rebeldia –, de nossa Palestina, de nossa Jeru-
salém, a cidade sagrada.
Nós enviamos esta carta em nome de nosso povo; um povo paciente que hoje está se
levantando bem alto e conduzindo uma luta sem paralelos em toda a nossa história.
Nós queremos que vocês saibam que o povo palestino não foi derrotado. Eles estão
vivos. Eles estão lutando. Eles estão dizendo que não irão aceitar humilhação e sub-
missão.
A confiança de nosso povo é reforçada pela certeza de que a legitimidade desta luta é
imensa. E nosso povo sabe que a vitória é certa, sejam quais forem os sacrifícios, seja
qual for o preço que teremos de pagar.
Hoje, nosso povo está sofrendo. Eles estão derramando seu sangue para ganhar li-
berdade, dignidade e honra, o direito para determinar seu destino, o direito de viver
Nós não estamos mais de joelhos. Nós estamos firmes sobre nossos pés. Nós não ire-
mos nos render. Nós acreditamos que é legítimo que exijamos ajuda e assistência de
todos os povos do mundo que estão lutando para se verem livres de toda opressão.
Nós solicitamos que vocês não somente falem em apoio à nossa luta em seus discur-
sos e protestos, mas também exijam que seus governos assumam uma clara postura
de oposição aos métodos repressivos e criminosos do sionismo. Nós solicitamos o
seu apoio moral e material para o povo palestino, que está lutando para obter sua
vitória final.
Ralph Schoenman
Santa Bárbara, Califórnia,
19 de abril de 1988.
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