Aula 2 - Ligacoes Quimicas

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QUÍMICA I - PROFESSOR JEFFERSON LIMA

TÉCNICO INTEGRADO EM EDIFICAÇÕES


TÉCNICO INTEGRADO EM ELETROTÉCNICA

2 LIGAÇÕES QUÍMICAS
Na natureza, poucos elementos são encontrados em sua forma pura, sendo
cerca de 90 dentre os mais de 110 elementos conhecidos. O grande fato é que
apesar de poucos elementos descritos, a combinação destes pode gerar
milhões de substâncias químicas diferentes, assim como as letras do alfabeto
que se unem para formar milhões de palavras.

Outro fato é que em condições naturais de temperatura e pressão, somente


os gases nobres são formados por átomos isolados, ou seja, átomos que não
possuem afinidade em se unir com outros átomos para formar substâncias
mais estáveis. Os átomos dos demais elementos químicos tendem a se unir
formando agregados mais estáveis que os átomos de origem, formando
compostos com valores de energia mais baixo que seus átomos de origem.

As forças que mantém os átomos unidos são fundamentalmente de


natureza elétrica e são denominadas ligações químicas. Assim, a
diferenciação dos materiais se dá pela composição dos mesmos e pelas
ligações químicas existentes no material, que resulta em uma geometria
particular.

A união dos átomos através da formação de ligações químicas é uma forma


de alcançar uma maior estabilidade do aglomerado formado, tendência natural
dos compostos, associado com uma menor energia final da substância
formada. Por analogia, podemos associar à tendência da água descer em uma
cascata ou em uma ladeira. A água desce porque o estágio final é
energeticamente mais favorável, mesmo com as pequenas perdas de água que
ocorrem ao longo do caminho.

Nas ligações químicas não é diferente, as ligações são formadas porque o


produto final da interação é mais estável que os seus precursores, como pode
ser visto na Figura 01.

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Figura 01 – Atrações eletrostáticas entre núcleos na formação de ligações químicas.

1. TEORIA ELETRÔNICA DE VALÊNCIA E SÍMBOLO DE LEWIS

Na formação das ligações químicas, a interação entre os átomos distintos


ocorre através de seus elétrons, sendo estes os responsáveis pelas ligações. O
que se observa é que apesar dos elétrons apresentarem as mesmas
propriedades, elétrons de átomos diferentes apresentavam particularidades no
momento da formação de ligações químicas, onde uns átomos formavam mais
ligações e outros menos.

Assim, os cientistas da época associaram esta capacidade de formação de


ligações químicas dos átomos à sua estrutura eletrônica, e chamaram de
valência a capacidade de um átomo de ligar-se
ligar se aos outros. Desta maneira
dizemos que o hidrogênio tem uma valência (monovalente), o oxigênio tem
duas valências (bivalente), o nitrogênio possui três valências (trivalente), o
carbono é tetravalente e assim por diante.
diante

Em 1916, Gilbert Lewis e Walter Kossel chegaram a uma explicação lógica


para a união dos átomos, criando a teoria eletrônica da valência
valência. Essa teoria
associava a capacidade de formação de ligações químicas dos átomos, com

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sua configuração eletrônica, onde os elétrons da camada mais externa eram os


responsáveis pelo surgimento de ligações. Essa camada foi então denominada
de camada de valência (CV).

A teoria eletrônica de valência usava como base os elementos do grupo 18


(grupo 0), também conhecidos como gases nobres. Esses elementos
apresentavam características importantes, como o fato de serem quimicamente
inertes, além de apresentarem em sua camada de valência 8 elétrons (com
exceção do hélio, que só possuía 2 elétrons na CV). Assim, Lewis admitiu que
os demais átomos da tabela periódica se juntavam para tentarem adquirir
configurações eletrônicas semelhantes as dos gases nobres (8 elétrons na
CV), chegando assim a uma maior estabilidade. Essa estabilidade podia ser
adquirida pelos átomos ao ganhar, perder ou compartilhar elétrons, e essa
regra ficou conhecida como regra do octeto.

Lewis criou também uma simbologia para os elementos químicos, a fim de


representar o número de elétrons da sua camada de valência. Os símbolos de
Lewis eram apresentados com o símbolo químico do elemento mais um ponto
para casa elétron de valência. Os pontos são colocados nos quatro lados do
símbolo do elemento, onde cada lado pode acomodar até dois elétrons. Todos
os lados do símbolo são equivalentes e a colocação dos pontos é arbitrária.

Ex.: O enxofre (S) tem configuração eletrônica [Ne] 3s2 3p4 S

Existem algumas exceções a regra do octeto, como no caso do NO e do


BF3.
N O F
B – 6 e- na Camada de Valência
-
N – 7 e na Camada de Valência B
F F
Em resumo, as ligações químicas ocorrem na camada de valência e tem o
objetivo de fazer com que os átomos atinjam configuração eletrônica
semelhante à dos gases nobres, ou seja, obedeçam a regra do octeto. Existem
três tipos de ligação química: iônica, covalente e metálica.

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2. LIGAÇÃO IÔNICA, ELETROVALENTE OU HETEROPOLAR

O termo ligação iônica refere-se às forças eletrostáticas que existem


entre íons de sinais contrários. Os íons devem ser formados a partir de átomos
pela transferência de um ou mais elétrons de um átomo para outro. As
substâncias iônicas geralmente são resultantes da interação de metais (lado
esquerdo da tabela periódica) com não-metais (lado direito, exceto gases
nobres).

Ex.: NaCl (cloreto de sódio). Na + Cl [Na]+[ Cl ]-

Isso indica que o átomo de sódio perdeu um elétron e o átomo de cloro


ganhou um. A transferência de elétrons para formar íons de cargas opostas
ocorre quando os átomos envolvidos diferem fortemente em suas atrações por
elétrons. Tendo cargas elétricas opostas, os cátions e os ânions se atraem e
mantém-se unidos através da ligação iônica.

ATENÇÃO: Na formação do íon, a retirada do elétron ocorre sempre na


camada eletrônica mais externa (maior nível), mesmo que sejam observados
níveis menores com maior valor de energia.

Ex.: 26Fe: 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d6

+2
26Fe : 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 3d6

É comum em ligações iônicas a formação de íons com diversos valores


de carga elétrica. Dessa maneira, é chamada de eletrovalência a carga elétrica
dos íons. Além de cada íon possuir uma eletrovalência particular, sabe-se que
na formação das ligações iônicas o tamanho dos íons são modificados em
relação aos seus átomos originais. Os cátions são íons menores que seus
átomos originais, devido ao fato de após perder elétron (s) a atração entre
núcleo e os elétrons seguintes se da de forma mais acentuada, diminuindo o
raio iônico. Para os ânions é observado efeito contrário, e o raio aniônico é
maior que o raio de seu átomo original.

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3. LIGAÇÃO COVALENTE, MOLECULAR OU HOMOPOLAR

Em uma ligação covalente os átomos adquirem a configuração de gás


nobre pelo compartilhamento de elétrons. Quando dois átomos estão próximos
o suficiente um do outro, ocorrem interações eletrostáticas entre eles. Os dois
núcleos carregados positivamente repelem-se mutuamente, assim como os
dois elétrons carregados negativamente, enquanto o núcleo e os elétrons
atraem um ao outro. Para que ocorra a formação de uma entidade estável, as
forças atrativas devem exceder as forças repulsivas (Figura 02).

Repulsivas
Atrativas

Figura 02 – Interações eletrostáticas na formação da ligação covalente.

3.1. ESTRUTURA DE LEWIS

Nas estruturas de Lewis para ligações covalentes mostramos cada par


de elétrons compartilhados entre os átomos como um traço e os pares de
elétrons não-compartilhados como um par de pontos. H
O C
Ex.: H2O (água); CH4 (metano) H H H H
H
A união dos átomos forma uma molécula com menor nível de energia.
Na ligação covalente entre átomos iguais podemos dizer que o raio covalente
(r) é igual à metade do comprimento da ligação (d), isto é, metade da distância
que separa os dois núcleos (Figura 03). Ex.: H2; O2; N2

Comprimento da ligação
Raio covalente
r

d
Figura 03 - Raio e comprimento das ligações covalentes.

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O compartilhamento de elétrons pode gerar três tipos de ligações


covalentes. As ligações simples são caracterizadas pelo compartilhamento de
um par de elétrons, enquanto que as ligações duplas e triplas são formadas
através do compartilhamento de dois e três pares de elétrons respectivamente.
As duas últimas ligações também podem ser chamadas de ligações múltiplas.

De forma semelhante à união entre dois átomos iguais, o comprimento


da ligação entre dois átomos distintos é igual à soma dos seus raios atômicos.
Em resumo, nas ligações covalentes normais os dois átomos precisam ganhar
elétrons para atingir o octeto, restando apenas compartilhar elétrons entre si.
Esse tipo de ligação é comumente encontrado entre ligações de não-metais,
semi-metais e entre esses elementos e o átomo de hidrogênio.

3.2. LIGAÇÃO COVALENTE DATIVA, COORDDENADA OU SEMIPOLAR

A ligação covalente dativa é caracterizada pela união entre dois átomos


estabelecidos por pares de elétrons que são cedidos apenas por um dos
átomos. A representação da ligação entre o elemento central e os demais
átomos é feita através de uma seta, diferenciando-a das ligações covalentes
normais (representadas por um traço). De forma análoga as outras ligações,
esse tipo de ligação só ocorre porque o produto formado é mais estável que
seus precursores.

Nas ligações dativas, cada par coordenado equivale a uma ligação


dupla, fato este que motiva a substituição da seta por uma ligação dupla nas
estruturas de Lewis.

3.3. FORMULAÇÃO DE COMPOSTOS COVALENTES

De modo geral, a montagem das fórmulas dos compostos covalentes


deve ser realizada de acordo com a configuração eletrônica da camada de
valência de cada átomo. A tabela abaixo ajuda a prever as possíveis ligações
que podem ser realizadas.

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Tabela 01 - Esquema dos principais tipos de ligações covalentes.

Grupo 14 Grupo 15 Grupo 16 Grupo 17

Camada externa 4 e- 5 e- 6 e- 7 e-

3 cov. normais 2 cov. normais 1 cov.normal e


Possibilidades 4 cov. normais
1 dativa e até 2 dativas até 3 dativas
04 simples 03 simples 1 simples
2 simples e 1 1 simples e 1 2 simples 1 simples e 1
dupla dupla dativa
Distribuída em:
1 simples e 1 1 dupla e 1 1 simples e 2
1 tripla
tripla dativa dativas
3 simples e 1 1 dupla e 2 1 simples e 3
2 duplas
dativa dativas dativas

4. COMPOSTOS IÔNICOS E MOLECULARES

Um composto é considerado molecular quando apresenta


exclusivamente ligações covalentes (normais ou dativas). Nesse caso a
molécula é a menor partícula que representa a substância.

O O C O S O
Ex.: H2O; CO2; SO2 H H
O
Um composto é considerado iônico desde que possua pelo menos uma
ligação iônica. O O
N K+Cl- S
Ex.: NaCl, NaNO3; KCl; Na2SO4 -
O Na + Na+-O O
O O-Na+

5. POLARIDADE DA LIGAÇÃO E ELETRONEGATIVIDADE

A polaridade da ligação surge da diferença de eletronegatividade entre


os átomos participantes da ligação química. Assim, podemos ter dois tipos de
ligações: ligação covalente apolar - os elétrons estão igualmente
compartilhados entre os átomos; ligação covalente polar - um dos átomos
exerce maior atração pelos elétrons ligantes que o outro.

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Se a diferença na habilidade relativa em atrair elétrons é grande o


suficiente, uma ligação iônica é formada.

A eletronegatividade é a habilidade de um átomo em receber elétrons.


Linus Pauling formulou uma escala de eletronegatividade baseada em dados
termodinâmicos. Em cada período existe um aumento contínuo na
eletronegatividade da esquerda para a direita. Com algumas exceções, a
eletronegatividade diminui com o número atômico em um grupo.

6. MOMENTO DE DIPOLO (µ)

Sempre que duas cargas elétricas de mesma magnitude, mas de sinais


contrários são separadas por uma distância (d), estabelece-se um dipolo. A
medida quantitativa da magnitude de um dipolo é chamada de momento de
dipolo, denominado µ.

µ = Q. d

Um fato importante é que o momento de dipolo da molécula não está


somente associado à polaridade das ligações entre os átomos, mas ao
somatório de todas as ligações da molécula. Assim, é possível que uma
molécula que possua ligações covalentes polares, apresentar um momento de
dipolo igual a zero, ou seja, a molécula pode ser apolar mesmo possuindo
ligações covalentes polares.

Ex.: CO2 (µ = 0); BCl3 (µ = 0), H2O (µ ≠ 0)

apolar
polar
Cl
apolar O
B
O C O H H
Cl Cl

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7. GEOMETRIA MOLECULAR

As moléculas têm formas espaciais e tamanhos definidos pelos ângulos


e pelas distâncias entre os núcleos de seus átomos constituintes. A forma e o
tamanho de uma molécula, com a força e a polaridade de suas ligações,
determinam enormemente suas propriedades.

7.1. FORMAS ESPACIAIS MOLECULARES

Usamos estruturas de Lewis para explicar as fórmulas dos compostos


covalentes, entretanto elas não indicam as fórmulas espaciais das moléculas,
elas simplesmente mostram o número e os tipos de ligações entre os átomos.

A forma espacial como um todo de uma molécula é determinada por


seus ângulos de ligação, formados pelas linhas que unem os núcleos dos
átomos na molécula. Os ângulos de ligação, junto com o comprimento de
ligação, definem de maneira exata a forma espacial e o tamanho da molécula,
que é caracterizada por ser a forma mais estável da molécula.

Dessa maneira é possível observarmos moléculas de um mesmo


sistema binário com geometrias moleculares diferentes (Figura 04).

Figura 04 – Diferentes geometrias moleculares observadas num sistema AB2

As possíveis formas espaciais de moléculas do tipo ABn, dependem do


valor de n. Para determinado valor de n, apenas algumas formas espaciais
gerais são observadas, onde dispõe-se de uma modelo para elaboração da
geometria da molécula, considerando-se as ligações envolvidas e os pares de
elétrons não ligantes.

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8. MODELO DA REPULSÃO DOS PARES DE ELÉTRONS DO NÍVEL DE


VALÊNCIA. (RPENV)

Um par ligante de elétrons define uma região no espaço, na qual é mais


provável que os elétrons sejam encontrados. Essas regiões são chamadas de
domínios de elétrons. Igualmente um par não-ligante (ou par livre) de elétrons
define um domínio de elétrons localizado em certo átomo.

Cada ligação múltipla em uma molécula também constitui um domínio


único de elétron. Em geral, um domínio de elétron consiste em um par não-
ligante, uma ligação simples ou uma ligação múltipla. Uma vez que os
domínios de elétrons são carregados negativamente, eles se repelem e os
domínios de elétrons tentam ficar fora do caminho do outro. A melhor
disposição de determinado número de domínios de elétrons é a que minimiza
as repulsões entre eles. Essa idéia simples é a base do modelo RPENV.

9. LIGAÇÃO METÁLICA

No estado sólido, os átomos dos metais e de alguns semimetais se


agrupam de forma geometricamente ordenada, dando origem as células,
grades ou retículos cristalinos.

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Cada retículo cristalino pode apresentar estruturas diferentes, de acordo


com o número de átomos que rodeiam um dado átomo do retículo cristalino.
Esse número de átomos é chamado de número de coordenação e são
característicos nos metais.

Os metais são caracterizados por possuírem brilho, maleabilidade e alta


condutividade elétrica, fato esse associado a sua estrutura organizacional, que
é conseqüência das ligações envolvidas entre os metais.

A prata e o cobre são os metais que possuem as maiores


condutividades elétricas e térmicas entre os elementos, fato associado às
ligações metálicas existentes e à sua estrutura geométrica. A origem das
ligações metálicas provém de uma teoria conhecida como teoria da nuvem
eletrônica ou mar de elétrons.

9.1. TEORIA DA “NUVEM” ELETRÔNICA

Nesse modelo o metal é visto como uma rede de cátions metálicos em


um “mar” de elétrons de valência. Os elétrons de valência estão confinados no
metal por meio de atrações eletrostáticas aos cátions; de forma que são
uniformemente distribuídos pela estrutura.

A alta condutividade térmica é explicada pela mobilidade dos elétrons


que permite a rápida transferência de energia cinética pelo sólido. A habilidade
dos metais em deformar pode ser explicada pelo fato de os átomos metálicos
formarem ligações com átomos vizinhos.

9.2. PROPRIEDADES DOS METAIS

Os metais apresentam as seguintes propriedades gerais: brilho metálico,


condutividade térmica e elétrica elevadas, densidade elevada, ponto de fusão e
ebulição elevados, resistência a tração, maleabilidade e formação de ligas
metálicas.

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10. FORÇAS INTERMOLECULARES

Em condições ambientes, os compostos iônicos são sólidos, devido as


forças elétricas de atração existente entre seus cátions e ânions. Do mesmo
modo, os metais são quase todos sólidos, devido a forte união que a ligação
metálica exerce sobre seus átomos.

No entanto, existem substâncias de massas moleculares próximas, mas


que tem propriedades físicas muito diferentes; isso prova que entre as
moléculas podem existir forças de intensidades maiores ou menores que
acabam influindo nas propriedades das substâncias. São exatamente essas
forças ou ligações entre as moléculas que são chamadas de forças
intermoleculares.

As forças intermoleculares podem ser de três tipos: dipolo-dipolo, ligação


de hidrogênio e forças de Van der Waals.

10.1. DIPOLO-DIPOLO

Ocorre entre moléculas que apresentam ligações covalentes polares.


Nessas ligações um dipolo elétrico permanente é observado, devido à grande
diferença de eletronegatividade dos átomos participantes da ligação química.
δ+ δ- δ+
Ex.: H - Cl H - Cl

10.2. LIGAÇÃO DE HIDROGÊNIO

Um caso especial de ligação do tipo dipolo-dipolo ocorre quando temos


o átomo de hidrogênio ligado a átomos pequenos e fortemente eletronegativos
como o flúor, oxigênio e nitrogênio. A forte atração entre esses núcleos é
chamada de ligação de hidrogênio.

O exemplo mais conhecido de ligação de hidrogênio é a água, que


devido a essas ligações apresenta uma estrutura sólida menos densa que a
estrutura líquida, fato não observado nas demais moléculas. Essa propriedade
é observada devido à geometria adquirida pela água no estado sólido, que

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através das ligações de hidrogênio existentes forma uma estrutura cristalina


menos condensada, diminuindo sua densidade.

10.3. FORÇAS DE VAN DER WAALS

As forças intermoleculares presentes nas moléculas apolares são as de


caráter mais fraco dentre as forças intermoleculares. Esse tipo de força
acontece de forma momentânea, ou seja, em um determinado momento as
atrações eletrostáticas entre os átomos da molécula formam um dipolo, que é
dito como dipolo induzido. Mesmo sendo fracas, essas forças são evidenciadas
no fato das moléculas apolares permanecerem unidas, fato que seria
impossível caso não ocorresse nenhum tipo de interação entre as moléculas.

11. OXIDAÇÃO E REDUÇÃO

De forma geral, as ligações químicas ocorrem através de processos de


transferência ou compartilhamento de elétrons. No processo de formação das
ligações a transferência de elétrons é a ferramenta mais utilizada, onde o
processo envolvido é conhecido como oxi-redução.

Dizemos que um átomo ou molécula sofreu oxidação quando perde


elétrons, enquanto que sofre redução quando ganha elétrons. Os processos
que envolvem perda e ganho de elétrons são chamados de processos de
oxidação-redução ou simplesmente oxi-redução. Após o processo, os átomos
adquirem um valor de carga elétrica, que é comumente chamando de número
de oxidação (Nox). O Nox é observado tanto em compostos iônicos quanto em
compostos moleculares. No primeiro caso o número de oxidação é igual a
eletrovalência do próprio átomo.

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11.1. NÚMEROS DE OXIDAÇÃO USUAIS

Os átomos podem apresentar número de oxidação variados, mas de


forma geral seus valores seguem um modelo baseado na posição dos átomos
na tabela periódica.

De forma geral temos:

1. Metais alcalinos: Nox = +1


2. Metais alcalinos terrosos: Nox = +2
3. Grupo do Boro: Nox = +3
4. Grupo do Carbono: Nox = +4
5. Grupo do Nitrogênio: Nox entre -3 e +5
6. Calcogênios: Nox entre -2 e +6
7. Halogênios: Nox entre -1 e +7

11.2. CÁLCULO DO Nox

O cálculo do número de oxidação dos átomos isolados e dos mesmos


nas moléculas segue três regras básicas:

1. Elementos e substâncias simples apresentam Nox igual a zero.


Ex.: C, S, N, Ca, etc, H2, O2, N2,etc.
2. O Nox do átomo de hidrogênio é +1, podendo ser -1 em alguns casos.
Ex.: NaH (hidreto de sódio; Nox H= -1); H2O (Nox H = +1)
3. O Nox do átomo de oxigênio é -2, podendo ser -1
Ex.: H-O-O-H (água oxigenada; Nox O= -1); H2O (Nox O = -2)
4. A soma dos números de oxidação de todos os átomos em uma
molécula neutra tem que ser igual a zero.
5. No caso de moléculas carregadas, a soma de todos os números de
oxidação dos átomos tem que ser igual a carga da molécula.

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