ARTIGO - MACHADO - VERGUEIRO - 2010 - A Prática Da Gestão Participativa em Espaços de Acesso À Informação - o Caso Das Bibliotecas Públicas e Comunitárias
ARTIGO - MACHADO - VERGUEIRO - 2010 - A Prática Da Gestão Participativa em Espaços de Acesso À Informação - o Caso Das Bibliotecas Públicas e Comunitárias
ARTIGO - MACHADO - VERGUEIRO - 2010 - A Prática Da Gestão Participativa em Espaços de Acesso À Informação - o Caso Das Bibliotecas Públicas e Comunitárias
Resumen
En el artículo se plantea la posibilidad de que las bibliotecas públicas incorporen los principios de la
gestión participativa en sus prácticas cotidianas, con el fin de mejorar y ampliar la relación con sus
comunidades. Se explica la complejidad de las prácticas participativas en la sociedad contemporá-
nea y se destaca el caso de las bibliotecas comunitarias como un proyecto social de gran expansión
en el Brasil por sus procesos de gestión participativa. Se defiende la creación de mecanismos que
garanticen la participación cualificada de la comunidad en la gestión de las bibliotecas públicas,
reconociendo que involucrar los liderazgos locales en las decisiones implica importantes cambios
culturales y de comportamiento.
Palabras clave: bibliotecas públicas, bibliotecas comunitarias, gestión pública, gestión participativa
Cómo citar este artículo: MACHADO, Elisa Campos; VERGUEIRO, Waldomiro. A prática da ges-
tão participativa em espaços de acesso à informação: o caso das bibliotecas públicas e das bibliotecas
comunitárias. Revista Interamericana de Bibliotecología. Ene.-Jun. 2010, vol. 33, no. 1; p. 241-255
Abstract
This article raises the possibility that public libraries can incorporate the principles of participatory
management in their daily practices in order to improve and expand their relationship with their com-
munities. It explains the complexity of participatory management in today’s society and highlights
the case of community libraries in Brazil where great social coverage has been achieved through their
participatory management. It advocates for the creation of mechanisms that will guarantee commu-
*
Artigo elaborado a partir do trabalho “A importância da gestão e da informação para unidades de informação: um paralelo
entre a biblioteca pública e a comunitária”, apresentado no XXIII Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação
e Ciência da Informação, realizado em Bonito, RS, em julho de 2009.
** Professora Doutora da Escola de Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Av.
Pasteur, 458, Urca, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 22290-040. E-mail: [email protected]
*** Doutor em Ciências da Comunicação Professor Titular e Vice-Chefe do Departamento de Biblioteconomia e Documentação
da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443, São
Paulo, SP, Brasil, 05508-900. E-mail: [email protected]
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nity participation in the management of public libraries recognizing that involving local leaders in
decision making processes requires an important cultural and behavioral shift.
Cómo citar este artículo: MACHADO, Elisa Campos; VERGUEIRO, Waldomiro. The practice of
participatory management in areas where information is accessed: the case of public libraries and com-
munity libraries. Revista Interamericana de Bibliotecología. Ene.-Jun. 2010, vol. 33, no. 1, p. 241-255
1. Introdução
As mudanças que estão ocorrendo no Brasil, principalmente a partir do final
da década de 1990 e início do novo século, apontam para um progressivo aumento
de projetos de desenvolvimento social nas mais diversas áreas e a consequente
preocupação e conscientização da sociedade com relação ao acesso à informação
como forma de transformação social. Em sua maioria, esses projetos incentivam o
uso de práticas e metodologias participativas pautadas em princípios propostos por
educadores, sociólogos, economistas, entre outros.
É possível afirmar, a partir dessas experiências, que práticas e metodologias
participativas têm se mostrado eficazes e que sua aplicação vem se ampliando,
num processo contínuo de mudança de mentalidade e de atitude, refletindo uma
maior conscientização por parte dos grupos envolvidos; por conseguinte, elas ge-
ram um maior engajamento por parte das pessoas em geral, em torno de questões
coletivas.
No entanto, a participação da sociedade brasileira na gestão da biblioteca pú-
blica ainda é, no mínimo, muito tímida. Na maioria dos casos não há canais que
garantam a pratica participativa, em sua essência, nesses espaços. É garantido, sim,
o livre acesso aos seus recursos e a utilização de serviços predeterminados para os
usuários. Mas isso talvez represente muito pouco em termos de participação e mes-
mo de legitimação de um equipamento público por parte da sociedade a que serve.
Este artigo tem por base essas considerações, ou seja, busca discutir e apresen-
tar a pratica da participação como uma maneira viável para as bibliotecas públicas
retomarem seu papel de referência na sociedade contemporânea. Nesse sentido,
considerando a carência de bibliotecas públicas no Brasil e as condições em que
se apresentam as existentes, cabe perguntar por quanto tempo elas ainda poderão
sobreviver se não desenvolverem mecanismos para ampliar a participação da co-
munidade na gestão desses espaços.
Tendo em vista o uso frequente do termo “biblioteca pública” e “biblioteca
comunitária” como sinônimos, cabe esclarecer que, para nós, à biblioteca pública
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Paulo Freire, por meio da educação, provou que é possível inverter a ordem e
implantar ações transformadoras. Para isso, desenvolveu suas teorias pedagógi-
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Essa referência é feita pela autora para explicar a idéia de cidadania cultural que
permeou a política cultural implementada por ela durante sua gestão na Secretaria
Municipal de Cultura da cidade de São Paulo, no período de 1988 a 1992.
Ainda segundo a autora, “no Brasil, conhecemos duas apropriações não-revo-
lucionárias da participação: a socialdemocrata e liberal, de um lado, e a da demo-
cracia-cristã, de outro” (Chauí, 2006, p. 146). A socialdemocrata e liberal é vista
como pressão sobre os órgãos públicos de poder e tornou-se para a classe domi-
nante sinônimo de lobby e, para a classe trabalhadora, reivindicação ou demanda.
A democracia-cristã refere-se à realização de uma ação com vistas a suprir uma
carência, tal como o mutirão. Dessa forma, temos “duas apropriações do conceito
de participação e da sua prática: ou fica reduzida a formas variadas de pressão ou
se reduz ao trabalho popular coletivo e voluntário” (Chauí, 2006, p. 146).
O Brasil tem se destacado como um país que vem, ao longo dos últimos anos,
ampliando esses canais de participação. A Constituição de 1988 foi um dos gran-
des avanços neste sentido. Ela prevê a participação da comunidade na saúde, na as-
sistência social, na educação, cultura, assim como nas questões relativas à criança
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de fatores é visto pela sociedade como forte inibidor dos processos participativos
e é amplamente utilizado pelos detentores do poder para desarticular as práticas
sociais participativas.
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Ainda sobre quem participa, é importante lembrar que o mecanismo mais co-
mum é a auto-seleção voluntária (Fung, 2004, p. 177). As pessoas são convidadas
a participar, mas tomam suas decisões de forma espontânea. Nesse sentido, cabe
lembrar que há a necessidade da equipe da biblioteca estimular essa participação
individual, levando em conta que existem padrões de participação que favorecem
determinados grupos e esses padrões devem ser identificados, para que possam ser
minimizados os desequilíbrios entre os diversos grupos existentes na comunidade.
É sabido que as diferenças de condição de vida favorecem a participação de
determinados grupos. Algumas estratégias colaboram para minimizar os desequi-
líbrios entre os diversos grupos, tais como o cuidado com a organização dos en-
contros - dia, horário e local acessível – ou ainda, o cuidado com a linguagem e
a comunicação na divulgação do convite. Grupos que normalmente ficam mais
isolados precisam de maior incentivo para que ampliem sua representação.
O passo seguinte é a identificação de mecanismos participativos adequados à
implementação dessa forma de gestão. A realização de fóruns de debates, a for-
mação de conselhos consultivos e deliberativos, a abertura de espaços para a
atuação dos grupos de jovens, a constituição de grupos de discussão e de leitura,
entre outras medidas, podem representar alternativas viáveis nessa direção, sem
representar um ônus tão grande para as atividades já estabelecidas. A priori, nada
existe que possa impedir, de forma definitiva, as bibliotecas públicas brasileiras de
caminharem nessa direção.
Quando uma biblioteca pública cria um conselho composto por representantes
da comunidade e da própria instituição, com o objetivo de discutir e decidir sobre
questões que envolvem a organização, a estrutura e a dinâmica de suas ativida-
des, ela está abrindo caminhos para a gestão participativa. Um conselho gestor da
biblioteca, por exemplo, pode interferir positivamente na formação e desenvolvi-
mento de suas coleções, nas formas de investimento para a melhoria da biblioteca,
na criação de novos serviços e, até mesmo, na busca de novos recursos. Nesse
caso, a comunidade está participando das tomadas de decisões da biblioteca e pas-
sando da posição de mero receptor das benesses de um órgão público, para a de um
agente social envolvido na construção de fatores que irão influir no seu cotidiano.
No entanto, esses mecanismos só serão realmente efetivos se partirmos de prin-
cípios baseados na participação, ou seja, que respeitam a diversidade, a pluralidade
cultural e as redes de sociabilidade locais; respeitam e valorizam o espaço público;
e estimulam a participação como processo, ou seja, aquela participação que permi-
te ao indivíduo participar da tomada de decisões. Não se trata apenas de ser poli-
ticamente correto, mas, muito mais, de abraçar a participação como um estratégia
eficiente para a incorporação da biblioteca à vida da comunidade.
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Esse Regimento foi escrito e aprovado pelo atual Conselho, que é composto por
representantes de pais e jovens daquela comunidade; das duas escolas e da creche
de Santa Rosa; de um representante da empresa Guascor que apóia a biblioteca; e
pelo subprefeito da cidade de Cruzeiro do Sul (AC).
É necessário também refletir sobre o que é passível de ser decidido coletiva-
mente. Segundo Fung (2004, p. 179), “algumas áreas se beneficiam muito pouco
da deliberação porque requerem tipos de conhecimentos ou treinamentos altamen-
te especializados”. Sem dúvida, existem áreas temáticas que demandam técnicas
biblioteconômicas e pareceres de especialistas, os quais devem ser respeitados. No
entanto, em algumas áreas os membros da comunidade podem “contribuir com
informações acerca de suas preferências e valores, [...] em outras eles podem estar
mais bem posicionados para avaliar os impactos” (Fung, 2004, p. 179).
O processo participativo demanda debate e negociação. Quanto mais informa-
dos estiverem os participantes, maior serão as intervenções de qualidade. Nesse
sentido a periodicidade regular dos encontros é importante, assim como a reali-
zação de fóruns temáticos educativos, com o objetivo de criar condições para os
cidadãos formarem, articularem e refinarem opiniões sobre determinados assuntos.
Esses fóruns podem ser considerados ações formativas que possibilitam a sociali-
zação de conhecimentos e experiências para qualificar a participação das pessoas
envolvidas no processo.
Quanto mais informação as pessoas tiverem sobre a biblioteca, seu acervo, seu
público, seus recursos e etc. mais condições elas terão de colaborar na escolha de
prioridades. Por exemplo: organizar um fórum sobre o tema “acervos e coleções”
para informar e discutir com a comunidade como é constituído o acervo daquela
biblioteca e quais as necessidades dos usuários é uma forma de instrumentalizar
o grupo para a tomada de decisão sobre formas de obtenção recursos para novas
aquisições.
Sem informações as pessoas normalmente não têm a noção da importância da
seleção do acervo e da necessidade de recursos para a aquisição de livros e outros
tipos de materiais. De modo geral a sociedade acredita que as doações são sufi-
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cientes para cobrir as demandas dos usuários das bibliotecas públicas. Ao preparar
esse tipo de atividade, a equipe da biblioteca estará facilitando e estruturando o
ambiente para melhorar a qualidade do processo participativo.
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mesmos bibliotecários têm muito a ensinar para as lideranças que estão envolvi-
das na constituição de bibliotecas comunitárias, visto que estas mesmas lideranças
enfrentam muita dificuldade na organização e gestão da informação. Na prática,
muitas bibliotecas comunitárias não conseguem passar de um espaço de leitura
e acesso ao livro, em função da falta de especialistas para atuar nesse processo.
Ao aproximar desejos e habilidades poderemos ampliar e potencializar o acesso à
leitura e à informação.
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