Pentecost Es
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Pentecost Es
omo pode alguém ser considerado justo diante de Deus? Como pode o
pecador ser justificado? Somente por meio de Cristo podemos ter harmonia
com Deus e com a santidade; mas como chegar a Cristo? Muitos fazem a
mesma pergunta que outros fizeram no dia do Pentecostes, quando,
convencidos do pecado, exclamaram: “Que faremos?” A primeira palavra da
resposta dada por Pedro foi: “Arrependei-vos”. Atos 2:37, 38. Em outra ocasião,
logo depois disso, ele disse: “Arrependei-vos [...] para serem cancelados os
vossos pecados”. Atos 3:19. {CCn 17.1}
Quando Cristo subiu ao Céu, Seus seguidores ainda sentiam Sua presença.
Era uma presença pessoal, cheia de amor e luz. Jesus, o Salvador, Aquele que
andara, falara e orara com eles, que lhes trouxera palavras de esperança e
conforto ao coração, estava sendo levado para o Céu. Ao subir, Seus lábios
ainda proferiam a mensagem de paz. Enquanto uma nuvem de anjos O
recebia, os discípulos ouviam o som da Sua voz: “Eis que estou convosco
todos os dias até a consumação do século”. Mateus 28:20. Ele subiu ao Céu
em forma humana. Os discípulos sabiam que Ele estava diante do trono de
Deus ainda como seu Amigo e Salvador. Sabiam que Sua simpatia ainda era a
mesma e que ainda Se identificava com o sofrimento da humanidade. Ele
estava apresentando diante de Deus os méritos do Seu precioso sangue,
mostrando Suas mãos e pés feridos, em memória do preço que pagou por
Seus remidos. Sabiam que Ele subira ao Céu para preparar um lugar para eles,
e que viria outra vez para levá-los para Si. {CCn 46.4}
Ao reunirem-se depois da ascensão, eles estavam ansiosos por apresentar
suas petições para o Pai em nome de Jesus. Reverentemente, prostraram-se
em oração, repetindo a promessa: “Se pedirdes alguma coisa ao Pai, Ele vo-la
concederá em Meu nome. Até agora nada tendes pedido em Meu nome; pedi e
recebereis, para que a vossa alegria seja completa”. João 16:23, 24. Os
discípulos erguiam cada vez mais alto a mão da fé, apresentando o poderoso
argumento: “É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual
está à direita de Deus e também intercede por nós”. Romanos 8:34. E
o Pentecostes trouxe a presença do Consolador, de quem Cristo disse: Ele
“estará em vós”. João 14:17. Mais tarde, Ele disse: “Convém que Eu vá,
porque, se Eu não for, o Consolador não virá para vós outros”. João 16:7. Daí
por diante, por meio do Espírito, Cristo habitaria continuamente no coração de
Seus filhos. Sua união com Ele passou a ser então mais íntima do que quando
Ele estava pessoalmente com eles. A luz, o amor e o poder do Cristo que
habitava neles se refletiam em sua vida, de modo que as pessoas, ao vê-los,
“admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus”. Atos dos
Apóstolos 4:13. {CCn 47.1}
Tudo o que Cristo era para os discípulos, Ele deseja ser para os Seus filhos
hoje; pois na última oração, com o pequeno grupo de discípulos ao Seu redor,
Ele disse: “Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem
a crer em Mim, por intermédio da sua palavra”. João 17:20. {CCn 47.2}
Jesus orou por nós, pedindo para que pudéssemos ser um com Ele, assim
como Ele é um com o Pai. Que união extraordinária! Disse o Salvador a
respeito de Si mesmo: “O Filho nada pode fazer de Si mesmo”; “o Pai, que
permanece em Mim, faz as Suas obras”. João 5:19; 14:10. Assim, se Cristo
habitar em nosso coração, Ele operará em nós “tanto o querer como o
realizar”. Filipenses 2:13. Trabalharemos como Ele trabalhou; manifestaremos
o mesmo espírito. E assim, amando-O e nEle habitando, “cresçamos em tudo
nAquele que é a cabeça, Cristo”. Efésios 4:15. {CCn 47.3}
Orar pelo Espírito Santo — Devemos orar pela descida do Espírito Santo
com tanto fervor quanto os discípulos oraram no dia do Pentecostes. Se dEle
necessitaram naquele tempo, muito mais necessitamos nós agora. Trevas
morais, como uma mortalha cobrem a Terra Toda espécie de falsas doutrinas,
heresias e enganos satânicos estão desviando a mente dos homens. Sem o
Espírito e o poder de Deus será em vão trabalharmos para apresentar a
verdade. — Testimonies for the Church 5:158 (1882). {CEv 104.3}
Quando sob provas os jovens mostrarem que sentem genuína
responsabilidade pelas almas e intenso desejo de salvar o próximo, eles verão
almas convertidas. De seu trabalho será segada uma messe para o Senhor.
Saiam eles como verdadeiros missionários para levar avante a obra de
disseminar os livros que contêm a verdade presente. Ao saírem, ascendam
suas orações a Deus por maior luz e pela guia de Seu Espírito, para que
possam saber como dizer uma palavra a seu tempo. Quando virem uma
oportunidade para praticar um ato de bondade agarrem-na como se estivessem
trabalhando por salário. Lembrem-se eles de que assim procedendo, estão a
serviço do Senhor. —
Deus deseja revigorar Seu povo pelo dom do Espírito Santo, batizando-o de
novo com Seu amor. Não há necessidade de haver escassez do Espírito na
igreja. Depois da ascensão de Cristo, o Espírito Santo desceu sobre os
discípulos, que com fé e oração O estavam esperando, e desceu com plenitude
e poder tais que atingiu todos os corações. Futuramente a Terra há de ser
iluminada com a glória de Deus. Santa influência há de irradiar para o mundo,
procedente dos que são santificados pela verdade. A Terra há de ser
circundada de uma atmosfera de graça. O Espírito Santo há de operar em
corações humanos, revelando aos homens as coisas de Deus. — Testimonies
for the Church 9:40. {CI 67.2}
Está o Senhor desejoso de fazer uma grande obra em favor de todos
quantos verdadeiramente nEle crêem. Se os membros da igreja se dispuserem
a participar da obra que podem fazer, empenhando-se em atividades por conta
própria, vendo cada qual quanto pode realizar na conquista de almas para
Jesus, veremos muitos abandonarem as fileiras de Satanás para manter-se
sob a bandeira de Cristo. Se nosso povo agir em conformidade com a luz que
lhes é fornecida nestas poucas instruções, certamente veremos a salvação
operada por Deus. Seguir-se-ão reavivamentos prodigiosos. Pecadores serão
convertidos, e muitas pessoas serão acrescentadas à igreja. Ao unirmos o
nosso coração ao de Cristo, e colocarmos nossa vida em harmonia com a Sua
obra, virá sobre nós o Espírito que desceu sobre os discípulos no dia
de Pentecostes. — Testimonies for the Church 8:246. {CI 67.3}
Os discípulos deviam ter o mesmo poder que Cristo possuía para curar
“todas as enfermidades e moléstias entre o povo”. Curando em Seu nome as
doenças do corpo, davam testemunho de Seu poder para a cura da
alma. Mateus 4:23. E um novo dom foi então prometido. Deviam pregar entre
outras nações, e receberiam poder de falar outras línguas. Os apóstolos e seus
cooperadores eram homens iletrados, todavia mediante o derramamento do
Espírito, no dia de Pentecostes, sua linguagem, fosse no próprio idioma ou
num estrangeiro, tornou-se pura, simples e correta, tanto nas palavras como na
pronúncia. {DTN 580.3}
Assim deu Cristo aos discípulos sua missão. Tomou plenas medidas para a
seqüência da obra, assumindo Ele próprio a responsabilidade do êxito da
mesma. Enquanto Lhe obedecessem à palavra e trabalhassem em ligação com
Ele, não poderiam falhar. Ide a todas as nações, ordenou-lhes. Ide às mais
longínquas partes do globo habitado, mas sabei que Minha presença ali Se
achará. Trabalhai com fé e confiança, pois nunca virá tempo em que Eu vos
abandone. {DTN 580.4}
A comissão do Salvador aos discípulos incluía todos os crentes. Abrange
todos os crentes em Cristo até ao fim dos séculos. É um erro fatal supor que a
obra de salvar almas depende apenas do pastor ordenado. Todos a quem veio
a celestial inspiração, são depositários do evangelho. Todos quantos recebem
a vida de Cristo são mandados trabalhar pela salvação de seus semelhantes.
Para essa obra foi estabelecida a igreja, e todos quantos tomam sobre si os
seus sagrados votos, comprometem-se, assim, a ser coobreiros de
Cristo. {DTN 580.5}
Cristianismo é a revelação do mais terno afeto de uns pelos outros. ... Cristo
deve receber supremo amor dos seres que criou. E Ele requer também que o
homem nutra sagrada consideração por seus semelhantes. Toda alma salva
salvar-se-á por amor, o qual começa em Deus. A genuína conversão é uma
mudança do egoísmo para santificada afeição para com Deus e uns pelos
outros. — Mensagens Escolhidas 1:114-115. {EF 191.2}
Os atributos que Deus mais aprecia são o amor e a pureza. Estes atributos
devem ser acalentados por todo cristão. — Testemunhos para a Igreja
5:85. {EF 191.3}
O mais forte argumento em favor do evangelho é um cristão que sabe amar
e é amável. — A Ciência do Bom Viver, 470. {EF 191.4}
É necessário haver entrega total
Não precisamos nos preocupar com a chuva serôdia. Tudo quanto temos
que fazer é manter o vaso limpo e com o lado certo para cima e estar
preparados para receber a chuva celestial, orando continuamente: “Que a
chuva serôdia caia em meu vaso. Que a luz do anjo glorioso que se une ao
terceiro anjo resplandeça sobre mim; dá-me uma parte na obra; que eu soe a
proclamação; que eu seja um colaborador de Cristo.” Assim buscando a Deus,
permiti-me contar-vos, Ele vos está preparando todo o tempo, concedendo-vos
Sua graça. — Olhando Para O Alto, 277. {EF 194.1}
A resposta poderá vir com inesperada rapidez e irresistível poder, ou poderá
ser adiada por dias e semanas, e nossa fé passar por uma provação. Mas
Deus sabe como e quando responder a nossa oração. Nossa parte da obra é
pôr-nos em conexão com o conduto divino. Deus é responsável por Sua parte
da obra. Quem fez a promessa é fiel. A grande e importante questão para nós
é ser unidos e do mesmo parecer, pondo de lado toda inveja e malícia e, como
suplicantes humildes, vigiar e esperar. Jesus, nosso Representante e Cabeça,
está disposto a fazer para nós o que fez para os que oravam e vigiavam no dia
de Pentecostes. — Spirit of Prophecy 3:272. {EF 194.2}
Não tenho nenhum tempo específico de que falar, no qual tenha lugar o
derramamento do Espírito Santo — quando o poderoso anjo descer do Céu, e
se unir com o terceiro anjo na conclusão da obra para este mundo; minha
mensagem é que nossa única segurança é estarmos prontos para o refrigério
celeste, tendo nossas lâmpadas preparadas e ardendo. — Mensagens
Escolhidas 1:192. {EF 194.3}
Nem todos receberão a chuva serôdia
Foi-me mostrado que, se o povo de Deus não fizer esforços, de sua parte,
mas esperar apenas que sobre eles venha o refrigério, para deles remover os
defeitos e corrigir os erros; se nisso confiarem para serem purificados da
imundícia da carne e do espírito, e preparados para tomar parte no alto clamor
do terceiro anjo, serão achados em falta. — Testemunhos Seletos 3:214. {EF
195.1}
Temos esperança de ver toda a igreja reavivada? Tal tempo nunca há de vir.
Há na igreja pessoas não convertidas, e que não se unirão em fervorosa,
prevalecente oração. Precisamos entrar na obra individualmente. Precisamos
orar mais, e falar menos. — Mensagens Escolhidas 1:122. {EF 195.2}
Podemos estar certos de que quando o Espírito Santo for derramado, os
que não receberam nem apreciaram a chuva temporã, não verão nem
compreenderão o valor da chuva serôdia. — Testemunhos para Ministros e
Obreiros Evangélicos, 399. {EF 195.3}
Só os que estiverem vivendo de acordo com a luz que têm recebido poderão
receber maior luz. A não ser que nos estejamos desenvolvendo diariamente na
exemplificação das ativas virtudes cristãs, não reconheceremos as
manifestações do Espírito Santo na chuva serôdia. Pode ser que ela esteja
sendo derramada nos corações ao nosso redor, mas nós não a discerniremos
nem a receberemos. — Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos,
507. {EF 195.4}
Aqueles que não fazem esforços decididos, mas esperam simplesmente que
o Espírito Santo os force à ação, perecerão em trevas. Não vos deveis deixar
estar tranqüilamente, sem nada fazer na obra de Deus. — Serviço Cristão,
228. {EF 196.1}
{EF 196.2}
Em favor dos crentes de Éfeso o apóstolo orou: “Para que o Deus de nosso
Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de
revelação no pleno conhecimento dEle, iluminados os olhos do vosso coração,
para saberdes qual é a esperança do Seu chamamento [...] e qual a suprema
grandeza do Seu poder para com os que cremos”. Efésios 1:17-19. O
ministério do divino Espírito na iluminação do entendimento e abertura da
mente às profundezas da Santa Palavra de Deus foi a bênção que Paulo
suplicou sobre a igreja de Éfeso. {GCC 10.4}
Depois da maravilhosa manifestação do Espírito Santo no dia
de Pentecostes, Pedro exortou o povo a arrepender-se e batizar-se em nome
de Cristo, para a remissão de seus pecados; e disse ele: “Recebereis o dom do
Espírito Santo. Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos, e para
todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor nosso Deus
chamar”. Atos dos Apóstolos 2:38, 39. {GCC 11.1}
Em imediata relação com as cenas do grande dia de Deus, o Senhor
prometeu, pelo profeta Joel, uma manifestação especial de Seu Espírito. Joel
2:28. Esta profecia recebeu cumprimento parcial no derramamento do Espírito,
no dia de Pentecostes. Mas atingirá seu pleno cumprimento na manifestação
da graça divina que acompanhará a obra final do Evangelho. {GCC 11.2}
A grande controvérsia entre o bem e o mal crescerá em intensidade no final
do tempo. Em todas as eras, a ira de Satanás tem se manifestado contra a
igreja de Cristo; e Deus tem derramado Sua graça e Espírito sobre Seu povo, a
fim de habilitá-lo a permanecer de pé diante do poder do maligno. Quando os
apóstolos de Cristo deveriam apresentar o evangelho ao mundo e registrá-lo
para todas as eras futuras, foram especialmente capacitados pela iluminação
do Espírito. À medida, entretanto, que a igreja se aproxima de sua final
libertação, Satanás deverá operar com grande poder. Ele se apresenta “cheio
de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta”. Apocalipse 12:12. Ele
operará “com todo poder, e sinais e prodígios da mentira”. 2 Tessalonicenses
2:9. Durante 6.000 anos esta poderosa mente, que uma vez foi a de mais
elevada posição entre os anjos de Deus, tem sido aplicada inteiramente à obra
de engano e ruína. E todas as profundezas da satânica habilidade e sutileza
adquiridas, toda a crueldade desenvolvida durante esta luta de tantos séculos,
serão lançadas contra o povo de Deus no conflito final. Nesse tempo de perigo
os seguidores de Cristo deverão apresentar ao mundo a advertência quanto ao
segundo advento do Senhor; e um povo deverá preparar-se a fim de
permanecer de pé diante dEle, em Sua vinda, e isto “sem mácula, e
irrepreensíveis”. 2 Pedro 3:14. Nesse tempo a dotação especial da divina graça
e poder não serão menos necessários à igreja do que nos dias
apostólicos. {GCC 11.3}
Mediante a iluminação do Espírito Santo, as cenas do prolongado conflito
entre o bem e o mal foram patenteadas à autora destas páginas. De quando
em quando me foi permitido contemplar a operação, nas diversas épocas, do
grande conflito entre Cristo, o Príncipe da vida, o Autor de nossa salvação, e
Satanás, o príncipe do mal, o autor do pecado, o primeiro transgressor da
santa lei de Deus. A inimizade de Satanás para com Cristo manifestou-se
contra os Seus seguidores. O mesmo ódio aos princípios da lei de Deus, o
mesmo expediente de engano, em virtude do qual se faz o erro parecer
verdade, pelo qual a lei divina é substituída pelas leis humanas, e os homens
são levados a adorar a criatura em lugar do Criador, podem ser divisados em
toda a história do passado. Os esforços de Satanás para representar de
maneira falsa o caráter de Deus, para fazer com que os homens nutram um
conceito errôneo do Criador, e assim O considerem com temor e ódio em vez
de amor; seu empenho para pôr de parte a lei divina, levando o povo a julgar-
se livre de suas reivindicações; e sua perseguição aos que ousam resistir a
seus enganos, têm prosseguido com persistência em todos os séculos. Podem
ser observados na história dos patriarcas, profetas e apóstolos, mártires e
reformadores. {GCC 11.4}
No grande conflito final, como em todas as eras anteriores, Satanás
empregará os mesmos expedientes, manifestará o mesmo espírito, e
trabalhará para o mesmo fim. Aquilo que foi, será, com a exceção de que a luta
vindoura se assinalará por uma intensidade terrível, tal como o mundo jamais
testemunhou. Os enganos de Satanás serão mais sutis, seus assaltos mais
decididos. Se fosse possível, transviaria os escolhidos. Marcos 13:22. {GCC
12.1}
À medida que o Espírito de Deus me ia revelando à mente as grandes
verdades de Sua Palavra, e as cenas do passado e do futuro, era-me ordenado
tornar conhecido a outros o que assim fora revelado — delineando a história do
conflito nas eras passadas, e especialmente apresentando-a de tal maneira a
lançar luz sobre a luta do futuro, em rápida aproximação. Na prossecução
deste propósito, esforcei-me por selecionar e agrupar fatos da história da igreja
de tal maneira a esboçar o desdobramento das grandes verdades que em
diferentes períodos foram dadas ao mundo, as quais excitaram a ira de
Satanás e a inimizade de uma igreja que ama o mundo, verdades que têm sido
mantidas pelo testemunho dos que “não amaram suas vidas até a
morte”. {GCC 12.2}
Nesses relatos podemos ver uma prefiguração do conflito perante nós.
Olhando-os à luz da Palavra de Deus, e pela iluminação de Seu Espírito,
podemos ver a descoberto os ardis do maligno e os perigos que deverão evitar
os que serão achados “irrepreensíveis” diante do Senhor em Sua vinda. {GCC
12.3}
Os grandes acontecimentos que assinalaram o progresso da Reforma nas
épocas passadas, constituem assunto da História, bastante conhecidos e
universalmente reconhecidos pelo mundo protestante; são fatos que ninguém
pode negar. Apresentei de maneira breve esta história, de acordo com a
perspectiva deste livro e com a brevidade que deveria necessariamente ser
observada, havendo os fatos sido condensados no menor espaço compatível
com sua devida compreensão. Em alguns casos em que um historiador
agrupou os fatos de tal modo a proporcionar, em resumo, uma visão
abrangente do assunto, ou resumiu convenientemente os pormenores, suas
palavras foram citadas textualmente; em alguns outros casos, porém, não se
nomeou o autor, visto como as transcrições não são feitas com o propósito de
citar aquele escritor como autoridade, mas porque sua declaração provê uma
apresentação do assunto, pronta e positiva. Narrando a experiência e
perspectivas dos que levam avante a obra da Reforma em nosso próprio
tempo, fez-se uso semelhante de suas obras publicadas.{GCC 12.4}
O objetivo deste livro não consiste tanto em apresentar novas verdades
concernentes às lutas dos tempos anteriores, como em ressaltar fatos e
princípios que têm sua relação com os acontecimentos vindouros. Contudo,
encarados como uma parte do conflito entre as forças da luz e das trevas, vê-
se que todos esses relatos do passado têm nova significação; e por meio deles
projeta-se uma luz no futuro, iluminando a senda daqueles que, semelhantes
aos reformadores dos séculos passados, serão chamados, mesmo com perigo
de todos os bens terrestres, a testificar “da Palavra de Deus, e do testemunho
de Jesus Cristo”. {GCC 13.1}
Desdobrar as cenas do grande conflito entre a verdade e o erro; revelar os
ardis de Satanás e os meios pelos quais lhe podemos opor eficaz resistência;
apresentar uma solução satisfatória do grande problema do mal, derramando
luz sobre a origem e a disposição final do pecado, de tal maneira a manifestar-
se plenamente a justiça e benevolência de Deus em todo o Seu trato com Suas
criaturas; e mostrar a natureza santa, imutável de Sua lei — eis o objetivo
deste livro. Que mediante sua influência muitos possam libertar-se do poder
das trevas, e tornar-se participantes “da herança dos santos na luz”, para
louvor dAquele que nos amou e Se deu a Si mesmo por nós, é a fervorosa
oração da autora. {GCC 13.2}
E.G.W.
Capítulo 32 — O Pentecostes
Orar pelo Espírito — Devemos orar pela descida do Espírito Santo com tanto
fervor quanto os discípulos oraram no dia do Pentecostes. Se dEle
necessitaram naquele tempo, muito mais necessitamos nós agora. Trevas
morais como um manto cobrem a Terra. Toda espécie de falsas doutrinas,
heresias e enganos satânicos estão desviando a mente das pessoas. Sem o
Espírito e o poder de Deus, será em vão trabalharmos para apresentar a
verdade. — Testemunhos para a Igreja 5:158. {ME 108.1}
Alguns têm dito que achavam que nesta reunião vários dias deviam ser
passados em oração a Deus pelo Espírito Santo, como no dia de Pentecostes.
Desejo dizer-vos que as atividades que podem ser levadas avante nesta
assembléia constituem tanto uma parte do serviço de Deus como a oração. A
reunião de negócios deve estar tanto sob a direção do Espírito como a reunião
de oração. Há o perigo de termos uma religião sentimental e
impulsiva. Assumam as questões consideradas nesta assembléia um caráter
tão sagrado que a hoste celestial possa aprová-lo. Devemos guardar do modo
mais sagrado os aspectos comerciais de nossa obra. Todo aspecto das
atividades levadas avante aqui deve estar de acordo com os princípios do
Céu. {ME3 336.3}
Deus quer que vos coloqueis numa posição em que Ele possa soprar sobre
vós o Espírito Santo, em que Cristo possa habitar no coração. Ele deseja que
no começo desta reunião abandoneis todo conflito, toda contenda, toda
dissensão, toda murmuração que tendes abrigado. O que necessitamos é
muito mais de Cristo e nada do próprio eu. Diz o Salvador: “Sem Mim nada
podeis fazer.”... {ME3 337.1}
Chegamos a um ponto em que Deus irá operar em favor de Seu povo. Ele
quer que eles sejam um povo representativo e distinto de todos os outros
povos em nosso mundo. Deseja que se coloquem numa posição vantajosa
porque deu Sua vida para que se encontrem ali. Não decepcioneis ao Senhor.
— Manuscrito 29, 1901. {ME3 337.2}
“Então me gritou aos ouvidos com grande voz, dizendo: Fazei chegar os
intendentes da cidade, cada um com as suas armas destruidoras na mão.” {T5
207.2}
“E clamou ao homem vestido de linho, que tinha o tinteiro de escrivão à sua
cinta. E disse-lhe o Senhor: Passa pelo meio da cidade, pelo meio de
Jerusalém, e marca com um sinal as testas dos homens que suspiram e que
gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio dela. E
aos outros disse, ouvindo eu: Passai pela cidade após ele, e feri; não poupe o
vosso olho, nem vos compadeçais. Matai velhos, mancebos, e virgens, e
meninos, e mulheres, até exterminá-los; mas a todo o homem que tiver o sinal
não vos chegueis; e começai pelo Meu santuário. E começaram pelos homens
mais velhos que estavam diante da casa.” Ezequiel 9:1, 3-6. {T5 207.3}
Jesus está prestes a deixar o propiciatório do santuário celestial, a fim de
usar vestes de vingança, e derramar Sua ira em juízo sobre aqueles que não
corresponderam à luz que Deus lhes deu. “Visto como se não executa logo o
juízo sobre a má obra, por isso o coração dos filhos dos homens está
inteiramente disposto para praticar o mal.” Eclesiastes 8:11. Em vez de se
sensibilizarem pela paciência e longanimidade que o Senhor tem exercido para
com eles, os que não temem a Deus nem amam a verdade, fortalecem o
coração no mau caminho. Há, porém, limites até para a longanimidade de
Deus, e muitos estão ultrapassando tais limites. Sobrepujaram os limites da
graça, e portanto Deus deve intervir e reivindicar Sua honra. {T5 207.4}
Disse o Senhor acerca dos amorreus: “E a quarta geração tornará para cá;
porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia.” Gênesis
15:16. Posto que essa nação se salientasse por sua idolatria e corrupção, não
havia contudo enchido a taça de sua iniqüidade, e Deus não queria dar a
ordem para sua destruição completa. O povo deveria ver o poder divino
manifestado de maneira destacada, para que ficasse sem desculpa. O
compassivo Criador desejava suportar-lhes a iniqüidade até à quarta geração.
Então, se não se visse mudança para melhor, Seus juízos cairiam sobre
eles. {T5 208.1}
Com infalível precisão, o Ser infinito ainda mantém, por assim dizer, uma
conta com todas as nações. Enquanto Sua misericórdia se oferece com
convites ao arrependimento, essa conta permanecerá aberta; quando, porém,
os algarismos atingem um certo total que Deus fixou, começa o ministério de
Sua ira. Encerra-se a conta. Cessa a paciência divina. Não mais há intercessão
de misericórdia. {T5 208.2}
O profeta, olhando através dos séculos, teve uma revelação a respeito
desse tempo. As nações da atualidade têm recebido misericórdias inéditas. As
mais escolhidas bênçãos de Deus lhes foram concedidas, mas ao seu débito
se acham registrados crescente orgulho, cobiça, idolatria, menosprezo de Deus
e vil ingratidão. Estão a passos rápidos encerrando sua conta com Deus. {T5
208.3}
Mas o que me faz tremer é o fato de que aqueles que têm recebido maior
luz e privilégios tornaram-se contaminados pela iniqüidade que prevalece.
Influenciados pelos injustos que os cercam, muitos dos que professam a
verdade se tornaram frios e são levados ao sabor das fortes correntes do mal.
O geral escárnio lançado contra a verdadeira piedade e santidade, leva os que
não se acham intimamente ligados a Deus a perder a reverência por Sua lei.
Se seguissem a luz e de coração obedecessem à verdade, essa santa lei lhes
pareceria até mais preciosa quanto mais é desprezada e rejeitada. Ao tornar-se
mais claro o desrespeito à lei de Deus, torna-se mais distinta a linha de
demarcação entre seus observadores e o mundo. O amor aos preceitos divinos
aumenta da parte de algumas pessoas, ao mesmo tempo que aumenta o
desprezo por parte de outras pessoas. {T5 209.1}
A crise está se aproximando rapidamente. Os acontecimentos rapidamente
se intensificam demonstrando que o tempo do castigo divino se aproxima.
Conquanto Lhe repugne punir, não obstante castigará, e rapidamente. Aqueles
que andam na luz verão sinais do perigo que se aproxima; mas não deverão
sentar-se em silenciosa e despreocupada expectativa de ruína, conformando-
se com a crença de que Deus abrigará Seu povo no dia da ira. Longe disso,
deverão compreender que é seu dever trabalhar diligentemente para salvar
outros, esperando, com grande fé, auxílio da parte de Deus. “A oração feita por
um justo pode muito em seus efeitos.” Tiago 5:16. {T5 209.2}
O fermento da piedade não perdeu inteiramente seu poder. Na ocasião em
que o perigo e a crise da igreja crescem, o grupo que permanece na luz estará
suspirando e clamando por causa das abominações cometidas na Terra. Mais
especialmente, porém, suas orações subirão em favor da igreja porque seus
membros estão agindo segundo a maneira do mundo. {T5 209.3}
As fervorosas orações desses poucos fiéis não serão em vão. Quando vier o
Senhor para exercer vingança, virá também como protetor de todos os que
conservaram pureza de fé e se guardaram incontaminados do mundo. É nessa
ocasião que Deus prometeu vingar Seus escolhidos, que a Ele clamam de dia
e de noite, embora Ele Se demore em defendê-los. {T5 210.1}
A ordem é: “Passa pelo meio da cidade, pelo meio de Jerusalém, e marca
com um sinal as testas dos homens que suspiram e que gemem por causa de
todas as abominações que se cometem no meio dela.” Ezequiel 9:4. Esses que
suspiram e gemem haviam estado a pregar as palavras da vida; haviam
reprovado, aconselhado e suplicado. Alguns dos que estavam desonrando a
Deus, arrependeram-se e humilharam o coração diante dEle. Mas a glória do
Senhor apartara-se de Israel; se bem que muitos ainda mantivessem os
aspectos formais da religião, faltava Seu poder e Sua presença. {T5 210.2}
Ao tempo em que Sua ira se manifestar em juízos, esses humildes e
devotados seguidores de Cristo se distinguirão do resto do mundo pela
angústia de sua alma, a qual se exprime em lamentos e pranto, reprovações e
advertências. Ao passo que outros procuram lançar uma capa sobre o mal
existente, e desculpam a grande impiedade reinante em toda parte, os que têm
zelo pela honra de Deus e amor às pessoas, não se calarão a fim de conseguir
o favor de ninguém. Seu espírito justo aflige-se dia a dia pelas obras e
costumes profanos dos ímpios. São impotentes para deter a impetuosa torrente
da iniqüidade, e assim se enchem de dor e sobressalto. Lamentam diante de
Deus o verem a religião desprezada nos próprios lares daqueles que
receberam grande luz. Lamentam-se e afligem o espírito porque se encontram
na igreja orgulho, avareza, egoísmo e engano quase de toda espécie. O
Espírito de Deus, que impulsiona a aceitar a reprovação, é espezinhado, ao
passo que os servos de Satanás triunfam. Deus é desonrado, a verdade
tornada de nenhum efeito. {T5 210.3}
A classe que não se entristece por seu próprio declínio espiritual, nem chora
sobre os pecados dos outros, será deixada sem o selo de Deus. O Senhor
comissiona Seus mensageiros, os homens que têm armas destruidoras nas
mãos: “Passai pela cidade após ele, e feri; não poupe o vosso olho, nem vos
compadeçais. Matai velhos, jovens, e virgens, e meninos, e mulheres, até
exterminá-los; mas a todo homem que tiver o sinal não vos chegueis; e
começai pelo Meu santuário. E começaram pelos homens mais velhos que
estavam diante da casa.” Ezequiel 9:5, 6. {T5 211.1}
Vemos aí que a igreja — o santuário do Senhor — foi a primeira a sentir o
golpe da ira de Deus. Os anciãos, aqueles a quem Deus dera grande luz, e que
haviam ocupado o lugar de depositários dos interesses espirituais do povo,
haviam traído o seu depósito. Colocaram-se no ponto de vista de que não
precisamos esperar milagres e as assinaladas manifestações do poder de
Deus, como nos dias da antigüidade. Os tempos mudaram. Estas palavras
fortaleceram-lhes a incredulidade, e dizem: O Senhor não fará bem nem mal. É
demasiado misericordioso para visitar Seu povo em juízos. Assim, paz e
segurança é o grito de pessoas que nunca mais erguerão a voz como trombeta
para mostrar ao povo de Deus suas transgressões, e à casa de Jacó os seus
pecados. Esses cães mudos, que não querem ladrar, são aqueles que sentirão
a justa vingança de um Deus ofendido. Adultos, jovens e crianças, todos
perecerão juntos. {T5 211.2}
As abominações pelas quais os fiéis suspiravam e gemiam era tudo quanto
podia ser discernido por olhos finitos, mas os pecados incomparavelmente
piores, os que provocavam o zelo de um Deus puro e santo, achavam-se
encobertos. O grande Esquadrinhador dos corações sabe de todo pecado
cometido secretamente pelos obreiros da iniqüidade. Essas pessoas chegam a
sentir-se seguras em seus enganos e, por causa da longanimidade divina,
dizem que o Senhor não vê, e depois procedem como se Ele houvesse
abandonado a Terra. Ele, porém, irá expor a hipocrisia e revelar perante outros
os pecados que ocultavam com tanto cuidado. {T5 211.3}
Nenhuma superioridade de classe, dignidade ou sabedoria humana,
nenhuma posição no serviço sagrado, guardará os homens de sacrificar o
princípio quando abandonados a seu próprio, enganoso coração. Aqueles que
têm sido considerados como dignos e justos, demonstram-se cabeças de
facção na apostasia, e exemplos na indiferença e no abuso das misericórdias
de Deus. Ele não tolerará por mais tempo seu ímpio procedimento, e em Sua
ira, os tratará sem misericórdia. {T5 212.1}
É com relutância que o Senhor retira Sua presença daqueles que foram
abençoados com grande luz e experimentaram o poder da Palavra em ministrar
aos outros. Foram antes servos fiéis, favorecidos com Sua presença e guia;
mas dEle se apartaram e induziram outros ao erro, e caíram, portanto, no
desagrado divino. {T5 212.2}
O dia da vingança de Deus está precisamente diante de nós. O selo de
Deus será colocado somente na testa daqueles que suspiram e clamam por
causa das abominações cometidas na Terra. Aqueles que se ligam ao mundo
por laços de simpatia, estão comendo e bebendo com os ébrios e certamente
serão destruídos com os que praticam a iniqüidade. “Os olhos do Senhor estão
sobre os justos, e os Seus ouvidos atentos às suas orações; mas o rosto do
Senhor é contra os que fazem males.” 1 Pedro 3:12. {T5 212.3}
Nossa maneira de proceder determinará se receberemos o selo do Deus
vivo, ou seremos abatidos pelas armas destruidoras. Já algumas gotas da ira
de Deus caíram sobre a Terra; quando, porém, as sete últimas pragas forem
derramadas sem mistura no cálice de Sua indignação, então para sempre será
demasiado tarde para o arrependimento e procura de um abrigo. Nenhum
sangue expiatório lavará então as manchas do pecado. {T5 212.4}
“E naquele tempo Se levantará Miguel, o grande príncipe, que Se levanta
pelos filhos de Teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve,
desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o
Teu povo, todo aquele que se achar escrito no livro.” Daniel 12:1. Quando vier
este tempo de angústia, todo caso estará decidido; não mais haverá graça,
nem misericórdia para o impenitente. O selo do Deus vivo estará sobre o Seu
povo. Esses poucos remanescentes, incapazes de se defenderem no conflito
mortal com os poderes da Terra, arregimentados pelas forças do dragão,
fazem de Deus a sua defesa. Pela mais elevada autoridade terrestre foi feito o
decreto para que, sob pena de perseguição e morte, adorem a besta e
recebam seu sinal. Queira Deus auxiliar Seu povo agora, pois sem Sua
assistência, que poderão eles fazer naquele tempo, em tão terrível conflito? {T5
212.5}
Ânimo, fortaleza, fé e implícita confiança no poder de Deus para salvar, não
nos vêm num instante. Essas graças celestiais são adquiridas pela experiência
dos anos. Por uma vida de santo esforço e firme apego à retidão, os filhos de
Deus estiveram selando o seu destino. Assediados de inúmeras tentações,
souberam que deveriam resistir firmemente ou ser vencidos. Compreenderam
que tinham uma grande obra para fazer, e em qualquer momento poderiam ser
chamados a depor sua armadura; e se chegassem ao final de sua vida com
seu trabalho inacabado, isso significaria perda eterna. Aceitaram avidamente a
luz do Céu, como fizeram os primeiros discípulos, dos lábios de Jesus. Quando
estes primitivos cristãos foram exilados para as montanhas e desertos; quando
abandonados em masmorras para morrer de fome, de frio, ou pela tortura;
quando o martírio parecia ser o único caminho para saírem de sua angústia,
regozijaram-se de que fossem considerados dignos de sofrer por amor de
Cristo, que por eles foi crucificado. O digno exemplo deles será um conforto e
animação para o povo de Deus, que passará por um tempo de angústia tal
como nunca houve. {T5 213.1}
Nem todos os que professam guardar o sábado serão selados. Muitos há,
mesmo entre os que ensinam a verdade a outros, que não receberão na testa o
selo de Deus. Tinham a luz da verdade, souberam a vontade de seu Mestre,
compreenderam todos os pontos de nossa fé, mas não tiveram as obras
correspondentes. Aqueles que estiveram tão familiarizados com as profecias e
com os tesouros da sabedoria divina, deveriam ter agido de conformidade com
sua fé. Deveriam ter dirigido sua casa segundo os mesmos princípios, para que
por meio de uma família bem ordenada pudessem apresentar ao mundo a
influência da verdade no coração humano. {T5 213.2}
Por sua falta de consagração e piedade, e por deixarem de alcançar uma
norma religiosa elevada, levam outros a contentarem-se com sua posição.
Homens de juízo finito não podem ver que, imitando esses homens que tantas
vezes lhes abriram os tesouros da Palavra de Deus, certamente hão de pôr em
perigo sua salvação. Jesus é o único modelo verdadeiro. Cada qual tem de
agora estudar a Bíblia por si mesmo, de joelhos perante Deus, com o coração
humilde e dócil de uma criança, se quiser saber o que é que o Senhor dele
requer. Por muito alto que qualquer pastor tenha estado no favor de Deus, se
negligenciar seguir a luz que lhe é dada por Deus, se se recusar a ser ensinado
como uma criancinha, entrará em trevas e enganos satânicos, e levará outros
para o mesmo caminho. {T5 214.1}
Nenhum de nós jamais receberá o selo de Deus, enquanto o caráter tiver
uma nódoa ou mácula sequer. Cumpre-nos remediar os defeitos de caráter,
purificar de toda a contaminação o templo da alma. Então a chuva serôdia cairá
sobre nós, como caiu a temporã sobre os discípulos no dia
de Pentecostes. {T5 214.2}
Satisfazemo-nos muito facilmente com nossas realizações. Sentimo-nos
ricos e acrescidos de bens, e não sabemos que somos desgraçados,
miseráveis, pobres, cegos e nus. Apocalipse 3:17. Hoje é o tempo para
atender-se à admoestação da Testemunha verdadeira: “Aconselho-te que de
Mim compres ouro provado no fogo, para que te enriqueças; e vestidos
brancos, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e que
unjas os teus olhos com colírio, para que vejas.” Apocalipse 3:18. {T5 214.3}
Devemos nesta vida enfrentar terríveis provas e fazer grandes sacrifícios,
mas a paz de Cristo é a recompensa. Tem havido tão pouca abnegação, tão
pouco sofrimento por amor a Cristo, que a cruz é quase inteiramente
esquecida. Devemos ser co-participantes de Cristo em Seus sofrimentos, se
quisermos sentar-nos em triunfo com Ele em Seu trono. Enquanto preferirmos
o caminho fácil da condescendência própria, e nos amedrontarmos com a
abnegação, nunca se afirmará a nossa fé, e não poderemos conhecer a paz de
Jesus nem a alegria que provêm do sentimento da vitória. Os mais exaltados
daquela multidão de resgatados que estão em pé diante do trono de Deus e do
Cordeiro, vestidos de branco, conhecem a luta necessária para vencer, pois
vieram de grande tribulação. Aqueles que se renderam às circunstâncias em
vez de empenhar-se neste conflito, não saberão como ficar em pé naquele dia
em que haverá angústia em toda alma, e, ainda que Noé, Jó e Daniel
estivessem na Terra, não poderiam salvar nem filho nem filha, pois cada um
deve livrar sua alma por sua própria justiça. {T5 215.1}
Ninguém necessita dizer que não há esperança para o seu caso, e que não
pode viver a vida de cristão. Mediante a morte de Cristo, amplas providências
foram tomadas em favor de cada pessoa. Jesus é o nosso auxílio sempre
presente em tempo de necessidade. Tão-somente O invoque com fé, e Ele
prometeu ouvir e atender suas petições. {T5 215.2}
Sim, fé viva e eficaz! Dela necessitamos; devemos possuí-la, ou
desfaleceremos e fracassaremos no dia da prova. As trevas que hão de cair
em nosso caminho não deverão desanimar-nos nem levar-nos ao desespero. É
o véu com que Deus cobre Sua glória, ao vir Ele para comunicar Suas ricas
bênçãos. Deveríamos saber isso por nossa experiência passada. No dia em
que Deus tiver uma contenda com o Seu povo, essa experiência será uma
fonte de conforto e esperança. {T5 215.3}
É agora que devemos conservar-nos e a nossos filhos incontaminados do
mundo. É agora que devemos lavar as vestes de nosso caráter, tornando-as
alvas no sangue do Cordeiro. Agora é que devemos vencer o orgulho, as
paixões, e a indolência espiritual. Agora é que devemos despertar e fazer
decididos esforços para dar simetria ao nosso caráter. “Hoje, se ouvirdes a Sua
voz, não endureçais o vosso coração.” Hebreus 4:7. Encontramo-nos em
situação muitíssimo difícil, esperando e aguardando o aparecimento de nosso
Senhor. O mundo está em trevas. “Mas vós, irmãos”, diz Paulo, “já não estais
em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão.” 1
Tessalonicenses 5:4. Sempre foi propósito de Deus tirar das trevas luz, da
tristeza alegria, do cansaço descanso, para serem fruídos pela alma
expectante, anelante. {T5 215.4}
Que estão fazendo, irmãos, na grande obra de preparação? Os que se
estão unindo com o mundo, estão-se amoldando ao modelo mundano, e
preparando-se para o sinal da besta. Os que desconfiam do eu, que se
humilham diante de Deus, e purificam a alma pela obediência à verdade, estão
recebendo o molde divino, e preparando-se para receber na fronte o selo de
Deus. Quando sair o decreto, e o selo for aplicado, seu caráter permanecerá
puro e sem mácula para toda a eternidade. {T5 216.1}
Agora é o tempo de preparar-nos. O selo de Deus jamais será colocado à
testa de um homem ou mulher impuros. Jamais será colocado à testa de um
homem ou mulher cobiçosos ou amantes do mundo. Jamais será colocado à
testa de homens ou mulheres de língua falsa ou coração enganoso. Todos os
que recebem o selo devem ser imaculados diante de Deus — candidatos para
o Céu. Pesquisem as Escrituras por vocês mesmos, para que possam
compreender a terrível solenidade do tempo presente. {T5 216.2}
Pela graça de Cristo os apóstolos foram feitos o que eram. Foi sincera
devoção, humildade e fervente oração o que os levou a íntima comunhão com
Ele. Assentaram-se com Ele nos lugares celestiais. Compreenderam a
enormidade do débito para com Ele. Mediante perseverante e fervorosa oração
obtiveram a dotação do Espírito Santo, e saíram, carregados com o fardo da
salvação de almas, cheios de zelo para estender os triunfos da cruz. E com
seus esforços muitas pessoas foram trazidas das trevas para a luz, e diversas
igrejas foram estabelecidas. {T7 32.1}
Seremos menos fervorosos do que os apóstolos? Não haveremos de,
fundamentados em fé viva, reclamar as promessas que os levaram a, da
profundeza de seu ser, implorar ao Senhor Jesus o cumprimento de Sua
palavra: “pedi e recebereis”? João 16:24. Não virá o Espírito de Deus hoje, em
resposta à oração fervorosa e perseverante, suprindo de poder os homens?
Não está Deus hoje dizendo aos Seus obreiros que oram, que confiam e
crêem, que estão abrindo as Escrituras aos ignorantes da verdade: “Eis que Eu
estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos”? Mateus 28:20.
Por que, então, a igreja é tão fraca e tão pouco espiritual? {T7 32.2}
Assim como os discípulos se encheram do poder do Espírito, e saíram para
proclamar o evangelho, também hoje os servos de Deus devem fazer o
mesmo. Cheios de um desejo altruísta de dar a mensagem de misericórdia
àqueles que estão nas trevas do erro e descrença, devemos tomar o trabalho
do Senhor. Deu-nos a parte que nos cabe realizar em cooperação com Ele, e
também enternecerá o coração dos descrentes para levarem avante o Seu
trabalho nas regiões mais distantes. Muitos já estão recebendo o Espírito
Santo, e não demorará muito quando o caminho será bloqueado por desatenta
indiferença. {T7 32.3}
Para que foi registrada a história da obra dos discípulos, trabalhando com
zelo santo, animados e vitalizados pelo Espírito Santo, se não para que hoje o
povo do Senhor obtivesse inspiração para por Ele trabalhar ardorosamente? O
que o Senhor fez por Seu povo naquele tempo é igualmente ou mais
necessário que faça pelos Seus na atualidade. Tudo que os apóstolos
realizaram, deve hoje repetir cada membro da igreja. E nós devemos trabalhar
com tanto maior fervor, e ser acompanhados do Espírito Santo em medida
tanto maior, pois o aumento da impiedade exige um mais decidido apelo ao
arrependimento. {T7 33.1}
Em quem a luz da verdade presente está brilhando deve existir compaixão
por aqueles que estão nas trevas. A luz de todos crentes deve refletir raios
claros e distintos. Ele está esperando que hoje seja realizado um trabalho
semelhante ao que o Senhor fez através de Seus comissionados mensageiros,
após o Pentecostes. Nesse tempo, quando chegar o fim de todas as coisas,
não deveria o zelo da igreja ser ainda maior do que aconteceu na igreja
primitiva? O zelo pela glória de Deus levou os discípulos a dar testemunho da
verdade com extraordinário poder. Não deveria esse zelo incendiar nosso
coração com o desejo de contar a história do amor divino, de Cristo
crucificado? Não deveria o poder de Deus ser ainda mais poderosamente
revelado hoje do que no tempo dos apóstolos? {T7 33.2}
Um movimento de reforma
Em visões da noite, passaram perante mim representações de um grande
movimento de reforma entre o povo de Deus. Muitos estavam louvando a
Deus. Os enfermos eram curados e outros milagres eram realizados. Viu-se um
espírito de intercessão tal como se manifestou antes do grande dia
de Pentecostes. Viam-se centenas e milhares visitando famílias e abrindo
perante elas a Palavra de Deus. Os corações eram convencidos pelo poder do
Espírito Santo, e manifestava-se um espírito de genuína conversão. Portas se
abriam por toda parte para a proclamação da verdade. O mundo parecia
iluminado pela influência celestial. Grandes bênçãos eram recebidas pelo fiel e
humilde povo de Deus. Ouvi vozes de ações de graças e louvor, e parecia
haver uma reforma como a que testemunhamos em 1844. {T9 126.1}
Contudo, alguns se recusavam a converter-se. Não estavam dispostos a
andar nos caminhos de Deus, e quando, para poder avançar a obra divina,
eram feitos pedidos de ofertas voluntárias, alguns se apegavam egoistamente
às suas posses terrestres. Esses ambiciosos foram separados do grupo de
crentes. {T9 126.2}
Sede, pois, irmãos, pacientes, até a vinda do Senhor. Eis que o lavrador
aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras
e as últimas chuvas. Tiago 5:7. {CT 336.4}
Temos ensinado, temos esperado que um anjo desça do Céu e que a Terra
seja iluminada com a sua glória. Então contemplaremos uma colheita de
pessoas semelhante àquela testemunhada no dia de Pentecostes. Esse
poderoso anjo não vem trazendo uma mensagem suave, afável, mas palavras
calculadas para instigar o coração de homens e mulheres em suas
profundezas. ... Devemos nós, realmente, como instrumentos
humanos, cooperar com os divinos em fazer soar a mensagem desse poderoso
anjo que deve iluminar a Terra com a sua glória? {CT 336.5}
Quão grande e disseminado deve ser o poder do príncipe do mal, a ponto de
somente ser subjugado pelo grande poder do Espírito! A deslealdade a Deus, a
transgressão em todas as formas, têm-se espalhado por nosso mundo.
Aqueles que preservam sua lealdade a Deus, que são ativos em Seu serviço,
tornam-se o alvo de todos os dardos e armas do inferno. Se aqueles que têm
recebido grande luz não possuem fé e obediência correspondentes, tornam-se
logo fermentados com a apostasia predominante; outro espírito os controla.
Embora tenham sido exaltados ao Céu no aspecto dos privilégios e
oportunidades, estão em condição pior que os mais zelosos defensores do
erro. ... {CT 337.1}
Outros que não possuem tão grande luz, que nunca se identificaram com a
verdade, responderão sob a influência do Espírito à luz que sobre eles brilha. A
verdade que perdeu o seu poder sobre os que há muito lhe têm menosprezado
os preciosos ensinos, parece bela e atraente àqueles que estão prontos para
andar na luz. ... {CT 337.2}
Em meio à confusão de doutrinas enganosas, o Espírito de Deus será um
guia e um escudo para aqueles que não se opõem às evidências da verdade.
... Não temos tempo para parlamentar com a carne e o sangue. O poder de
Satanás detém aparentemente a supremacia; ele busca converter todas as
coisas no mundo ao seu propósito, incutir nos seres humanos o seu próprio
espírito e natureza. O conflito será terrível. ... A confederação dos agentes
satânicos, unida com pessoas más, é como instrumento de injustiça, lançando
sua força total no campo de batalha — o mal contra o bem. ... {CT 337.3}
Quando o Espírito foi derramado do alto, a igreja foi inundada de luz, mas
Cristo era a Fonte daquela luz. Seu nome estava em cada língua; Seu amor
enchia cada coração. Assim será quando o anjo que desce do Céu, tendo
grande poder, iluminar a Terra toda com a sua glória. — Carta 25b, 1892. {CT
337.4}
Aquele que diz que permanece nEle, esse deve também andar assim
como Ele andou. 1 João 2:6. {EDD 3.1}
Muitos estão no terreno encantado do inimigo. Coisas de somenos
importância — insensatas reuniões sociais, cânticos, gracejos, zombarias —
absorvem-lhes a mente, e servem a Deus com um coração dividido. Nessas
coisas há alguém invisível em vosso meio, ajudando-vos — Satanás está
presente, cheio de exultação infernal. A declaração de Cristo: “Ninguém pode
servir a dois senhores” (Mateus 6:24), é desatendida. {EDD 3.2}
Após a ascensão de Cristo, o Espírito Santo não desceu imediatamente.
Decorreram dez dias depois de Sua ascensão até que fosse concedido o
Espírito Santo. Esse tempo foi pelos discípulos dedicado à mais diligente
preparação para o recebimento dessa tão preciosa dotação. Os ricos tesouros
do Céu foram vertidos sobre eles depois de haverem examinado
diligentemente o próprio coração e renunciado a todo ídolo. Achavam-se diante
de Deus, humilhando sua alma, fortalecendo sua fé, confessando seus
pecados. E seus corações estavam em harmonia um com o outro. “Ao cumprir-
se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente,
veio do Céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa
onde estavam assentados.” Atos dos Apóstolos 2:1, 2. A igreja necessita de
uma experiência similar justamente aqui no grande centro da Obra. Estamos
examinando o coração, preparando-nos para receber a graça celestial? O
Senhor está à espera para ser benigno. {EDD 3.3}
O Senhor Se revelará a Seu povo, mas devem estar unidos e empenhados
na obra de buscar o Senhor. ... A obra a ser levada avante neste tempo é
sumamente importante. É uma questão de vida e morte. ... {EDD 3.4}
Terá o inimigo, precisamente neste tempo solene, permissão para introduzir
um estado de coisas — de diversão e prazer — que absorva a mente,
enchendo-a de pensamentos vãos e frívolos em que não haja lugar para Deus,
para a eternidade ou para o Céu? — Manuscrito 38, 1890. {EDD 3.5}
Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por Ti, ó Deus,
suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus
vivo. Salmos 42:1-2. {JM 21.1}
Aqueles foram dotados com poder do alto, no Pentecostes, não ficaram
isentos de tentações e provas, por causa disso. Enquanto testemunhavam da
verdade e da justiça, eram repetidamente assediados pelo inimigo de toda a
verdade, que procurava despojá-los de sua experiência cristã. Eram
compelidos a lutar com todas as forças dadas por Deus, a fim de alcançar a
estatura de homens e mulheres em Cristo Jesus. Oravam diariamente por
novos suprimentos de graça, para que pudessem subir mais e mais na escala
da perfeição. {JM 21.2}
Sob a operação do Espírito Santo, mesmo os mais fracos, pelo exercício da
fé em Deus, aprendiam a melhorar as faculdades conseguidas, e a se tornarem
santificados, refinados e enobrecidos. Tendo se submetido em humildade à
modeladora influência do Espírito Santo, recebiam a plenitude da Divindade e
eram modelados à semelhança do divino. {JM 21.3}
O tempo decorrido não operou qualquer mudança na promessa dada por
Cristo ao partir, ou seja, de enviar o Espírito Santo como Seu representante.
Não é por qualquer restrição da parte de Deus que as riquezas de Sua graça
não fluem para a Terra em favor dos homens. Se o cumprimento da promessa
não é visto como poderia ser, é porque a promessa não é apreciada como
deveria ser. Se todos estivessem dispostos, todos seriam cheios do Espírito.
Onde quer que a necessidade do Espírito Santo seja um assunto de que pouco
se pense, ali se verá sequidão espiritual, declínio, morte e escuridão espirituais.
[...] {JM 21.4}
Grupos de obreiros cristãos devem se reunir para suplicar auxílio especial,
sabedoria celestial, para que saibam como planejar e executar sabiamente.
Devem orar especialmente para que Deus batize Seus embaixadores
escolhidos nos campos missionários, com uma rica medida do Seu Espírito. A
presença do Espírito com os obreiros de Deus dará à proclamação da verdade
um poder que nem toda a honra ou glória do mundo dariam. — Atos dos
Apóstolos, 49-51. {JM 21.5}
Pentecoste, 4 de Julho
Serei para Israel como orvalho, ele florescerá como o lírio e lançará as
suas raízes como o cedro do Líbano. Oséias 14:5. {MG 195.2}
Dentre as lições quase inumeráveis ensinadas pelos vários processos do
crescimento, algumas das mais preciosas são apresentadas na parábola do
Salvador, sobre a semente. ... {MG 195.3}
A semente tem em si mesma um princípio germinativo, princípio este que o
próprio Deus implantou; entretanto, abandonada a si mesma, ela não teria
poder para germinar. O homem tem sua parte a desempenhar no produzir o
crescimento da semente; mas há um ponto além do qual ele nada pode fazer.
Deve confiar em Alguém que uniu a sementeira e a ceifa por laços
maravilhosos de Seu poder onipotente. {MG 195.4}
Há vida na semente, há poder no solo; mas, a menos que o poder infinito se
exerça dia e noite, a semente nada nos devolverá. As chuvas devem refrescar
os campos sedentos; o Sol deve comunicar calor; a eletricidade deve ser
levada à semente sepultada. A vida que o Criador implantou, somente Ele a
pode despertar. Cada semente brota, cada planta se desenvolve pelo poder de
Deus. ... {MG 195.5}
A germinação da semente representa o começo da vida espiritual, e o
desenvolvimento da planta é uma figura do desenvolvimento do caráter. Não
pode haver vida sem crescimento. {MG 196.1}
A planta ou deve crescer ou morrer. Assim como o seu crescimento é
silencioso e imperceptível, mas contínuo, assim é o crescimento do caráter.
Nossa vida pode ser perfeita em cada estágio de seu desenvolvimento;
contudo, se o propósito de Deus para conosco se cumpre, haverá constante
progresso. {MG 196.2}
A planta cresce, recebendo aquilo que Deus proveu para o sustento de sua
vida. Da mesma forma o crescimento espiritual é alcançado pela cooperação
do poder divino. Assim como a planta cria raízes no solo, devemos nós criar
raízes em Cristo. Assim como a planta recebe a luz solar, o orvalho e a chuva,
devemos nós receber o Espírito Santo. Se nosso coração permanecer em
Cristo, Ele virá para nós “como a chuva, como chuva serôdia que rega a
terra”. Oséias 6:3. Como o Sol da Justiça, Ele surgirá sobre nós com salvação
“debaixo das Suas asas”. Malaquias 4:2. Cresceremos “como o lírio”. Seremos
“vivificados como o trigo”, e cresceremos “como a vide”. Oséias 14:5, 7. —
Educação, 104-106. {MG 196.3}
Ilumina as escrituras, 9 de Julho
Que este é Deus, o nosso Deus para todo o sempre; Ele será nosso
guia até à morte. Salmos 48:14. {MG 198.3}
Nenhuma verdade é mais claramente ensinada na Escritura do que aquela
segundo a qual Deus, pelo Seu Espírito Santo, dirige de maneira especial Seus
servos sobre a Terra, nos grandes movimentos que têm por objetivo promover
a obra da salvação. Os homens são instrumentos nas mãos de Deus, por Ele
empregados para cumprirem Seus propósitos de graça e misericórdia. — O
Grande Conflito entre Cristo e Satanás, 343. {MG 198.4}
Sou animada e beneficiada ao compreender que o Deus de Israel ainda guia
Seu povo, e que continuará a ser com eles, até ao fim. ... {MG 198.5}
Se já houve um tempo em que necessitássemos da guia especial do Espírito
Santo, esse tempo é o atual. Necessitamos de inteira consagração. É mais que
tempo de darmos ao mundo uma demonstração do poder de Deus em nossa
própria vida e em nosso ministério. {MG 198.6}
O Senhor deseja ver a obra da proclamação da mensagem do terceiro anjo
sendo levada avante com eficiência crescente. Como Ele trabalhou em todas
as épocas para dar vitórias a Seu povo, assim neste século almeja Ele levar a
triunfante cumprimento Seus desígnios para Sua igreja. Ordena a Seus santos
crentes que avancem unidos, indo de força para força maior, da fé a mais
certeza e confiança na verdade e justiça de Sua causa. {MG 199.1}
Devemos ficar firmes qual rocha aos princípios da Palavra de Deus,
lembrando-nos de que Ele está conosco para dar-nos poder para enfrentar
cada novo acontecimento. ... Devemos conservar como deveras sagrada a fé
que foi consolidada pela instrução e aprovação do Espírito de Deus, desde
nossa experiência inicial até os nossos dias. Devemos guardar
cuidadosamente, como preciosíssima, a obra que o Senhor tem estado a levar
adiante por meio de Seu povo observador dos mandamentos, e que pelo poder
de Sua graça, tornar-se-á mais vigorosa e eficiente à medida que o tempo
avança. O inimigo está procurando obscurecer o discernimento do povo de
Deus, e enfraquecer sua eficiência, mas caso eles trabalhem segundo a
direção do Espírito de Deus, Ele abrirá diante deles portas de oportunidade. ...
Sua vida cristã será de constante desenvolvimento, até que o Senhor desça do
Céu com poder e grande glória para pôr Seu selo de final triunfo sobre os Seus
fiéis. — Mensagens Escolhidas 2:406, 407. {MG 199.2}
Nosso guia pessoal, 12 de Julho