Aviso 8254 2015 29jul EC Do SNC
Aviso 8254 2015 29jul EC Do SNC
Aviso 8254 2015 29jul EC Do SNC
PARTE C
PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS Com efeito, todos os utentes tomam decisões económicas, nomea-
damente para:
a) Decidir quando comprar, deter ou vender um investimento em
Gabinete do Ministro da Presidência capital próprio;
e dos Assuntos Parlamentares b) Avaliar o zelo ou a responsabilidade do órgão de gestão;
c) Avaliar a capacidade de a entidade pagar e proporcionar outros
Despacho n.º 8259/2015 benefícios aos seus empregados;
d) Avaliar a segurança das quantias emprestadas à entidade;
Cancelamento do Estatuto de Utilidade Pública e) Determinar as políticas fiscais;
f) Determinar os lucros e dividendos distribuíveis;
O Instituto de Educação Médica, pessoa coletiva n.º 503071021, g) Preparar e usar as estatísticas sobre o rendimento nacional; ou
com sede em Lisboa, obteve o estatuto de utilidade pública ao abrigo h) Regular as atividades das entidades.
do Decreto-Lei n.º 460/77, de 7 de novembro, através do Despacho
n.º 832/2012, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 11, de As demonstrações financeiras são, a maior parte das vezes, preparadas
16 de janeiro de 2013. de acordo com um modelo de contabilidade baseado no custo histórico
Considerando a informação n.º DAJD/533/2015 constante do pro- recuperável e no conceito da manutenção do capital financeiro nominal.
cesso administrativo n.º 102/UP/2011 instruído na Secretaria-Geral da Isto não significa que outros modelos e conceitos não pudessem ser
Presidência do Conselho de Ministros, no uso dos poderes que me foram mais apropriados, a fim de ir ao encontro do objetivo de proporcionar
delegados pelo Primeiro-Ministro através do Despacho n.º 6990/2013, de informações específicas.
21 de maio de 2013, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 104,
de 30 de maio de 2013, e ao abrigo da alínea b) do n.º 1 do artigo 13.º
do Decreto-Lei n.º 460/77 de 7 de novembro, determino a cessação dos Introdução
efeitos da referida declaração de utilidade pública.
10 de julho de 2015. — O Ministro da Presidência e dos Assuntos Finalidade
Parlamentares, Luís Maria de Barros Serra Marques Guedes. 2 — Esta Estrutura estabelece conceitos que estão subjacentes à
208804817 preparação e apresentação das demonstrações financeiras para utentes
externos, seja pelas entidades que preparam um conjunto completo de
Despacho n.º 8260/2015 demonstrações financeiras, seja pelas pequenas entidades. O propósito
desta Estrutura Conceptual é o de:
Extinção de fundação a) Ajudar os preparadores das demonstrações financeiras na aplica-
No uso dos poderes que me foram delegados pelo Primeiro-Ministro ção das Normas Contabilísticas e de Relato Financeiro (NCRF) e no
através do Despacho n.º 6990/2013, de 21 de maio de 2013, publicado tratamento de tópicos que ainda tenham de constituir assunto de uma
no Diário da República, 2.ª série, n.º 104, de 30 de maio de 2013, nos dessas Normas;
termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 192.º do Código Civil e da alínea a) b) Ajudar a formar opinião sobre a aderência das demonstrações
do n.º 2 do artigo 35.º da Lei-Quadro das Fundações, aprovada pela financeiras às NCRF;
Lei n.º 24/2012, de 9 de julho, e com os fundamentos constantes da c) Ajudar os utentes na interpretação da informação contida nas de-
informação DAJD/659/2015 que faz parte integrante do processo admi- monstrações financeiras preparadas; e
nistrativo n.º 12/FUND/2015-SGPCM, declaro a extinção da Fundação d) Proporcionar aos que estejam interessados no trabalho da CNC
D. Bosco – Projecto Vida, pessoa coletiva n.º 507389565. informação acerca da sua abordagem à formulação das NCRF.
10 de julho de 2015. — O Ministro da Presidência e dos Assuntos 3 — Esta Estrutura Conceptual não é uma NCRF e por isso não define
Parlamentares, Luís Maria de Barros Serra Marques Guedes. normas para qualquer mensuração particular ou tema de divulgação.
208805019
4 — A CNC reconhece que em alguns casos pode haver um conflito
entre esta Estrutura Conceptual e uma qualquer NCRF. Nos casos em
que haja um conflito, os requisitos da NCRF prevalecem em relação à
MINISTÉRIO DAS FINANÇAS Estrutura Conceptual.
Âmbito
Secretaria-Geral
5 — Esta Estrutura Conceptual trata:
Aviso n.º 8254/2015 a) Do objetivo das demonstrações financeiras;
Pelo Despacho n.º 264/2015-XIX do Senhor Secretário de Estado dos b) Das características qualitativas que determinam a utilidade da
Assuntos Fiscais, de 16 de julho de 2015, foi homologada a seguinte Es- informação contida nas demonstrações financeiras;
trutura Conceptual do Sistema de Normalização Contabilística, aprovado c) Da definição, reconhecimento e mensuração dos elementos a partir
pelo Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho, alterado pelo Decreto-Lei dos quais se constroem as demonstrações financeiras; e
n.º 98/2015, de 2 de junho: d) Dos conceitos de capital e de manutenção de capital.
7 — Esta Estrutura Conceptual aplica-se às demonstrações finan- Contudo, as demonstrações financeiras publicadas são baseadas na
ceiras de todas as entidades comerciais, industriais e de negócios que informação usada pelo órgão de gestão acerca da posição financeira,
relatam, sejam do setor público ou do privado. Uma entidade que relata desempenho e alterações na posição financeira da entidade.
é uma entidade relativamente à qual existem utentes que confiam nas
demonstrações financeiras como a sua principal fonte de informação Objetivo das demonstrações financeiras
financeira acerca da entidade.
12 — O objetivo das demonstrações financeiras é o de proporcionar
Conjunto completo de demonstrações financeiras informação acerca da posição financeira, do desempenho e das alterações
na posição financeira de uma entidade que seja útil a um vasto leque de
8 — As demonstrações financeiras fazem parte do processo do relato utentes na tomada de decisões económicas.
financeiro. Um conjunto completo de demonstrações financeiras inclui 13 — As demonstrações financeiras preparadas com esta finalidade
normalmente um balanço, uma demonstração dos resultados, uma de- vão de encontro às necessidades comuns da maior parte dos utentes.
monstração das alterações na posição financeira e uma demonstração de Contudo, as demonstrações financeiras não proporcionam toda a in-
fluxos de caixa, bem como as notas e outras demonstrações e material formação de que os utentes possam necessitar para tomarem decisões
explicativo que constituam parte integrante das demonstrações finan- económicas uma vez que elas, em grande medida, retratam os efeitos
ceiras. Elas podem também incluir mapas suplementares e informação financeiros de acontecimentos passados e não proporcionam necessa-
baseada em tais demonstrações ou derivada delas, e que se espera que riamente informação não financeira.
seja lida juntamente com elas. Tais mapas e informações suplementares 14 — Os utentes das demonstrações financeiras que desejem avaliar
podem tratar, por exemplo, de informação financeira de segmentos in- o zelo ou a responsabilidade do órgão de gestão pelos recursos que lhe
dustriais e geográficos e de divulgações acerca dos efeitos das variações foram confiados fazem-no a fim de que possam tomar decisões eco-
de preços. As demonstrações financeiras não incluem, porém, elementos nómicas; estas decisões podem incluir, por exemplo, deter ou vender
preparados pelo órgão de gestão, tais como relatórios, exposições, debate o seu investimento na entidade ou reconduzir ou substituir o órgão de
e análise e elementos similares que possam ser incluídos num relatório gestão.
financeiro ou anual.
Posição financeira, desempenho e alterações na posição financeira
Utentes e as suas necessidades de informação
15 — As decisões económicas que sejam tomadas pelos utentes das
9 — Nos utentes das demonstrações financeiras incluem-se inves- demonstrações financeiras requerem uma avaliação da capacidade da
tidores atuais e potenciais, empregados, mutuantes, fornecedores e entidade para gerar caixa e equivalentes de caixa e da tempestividade e
outros credores comerciais, clientes, Governo e seus departamentos e certeza da sua geração. Esta capacidade determina em última instância,
o público. Eles utilizam as demonstrações financeiras a fim de satisfa- por exemplo, a capacidade de uma entidade pagar aos seus empregados
zerem algumas das suas diferentes necessidades de informação. Estas e fornecedores, satisfazer pagamentos de juros, reembolsar empréstimos
necessidades incluem o seguinte: e fazer distribuições aos seus proprietários. Os utentes ficam mais habili-
a) Investidores — Os fornecedores de capital de risco e os seus con- tados para avaliar esta capacidade de gerar caixa e equivalentes de caixa
sultores estão ligados ao risco inerente aos, e ao retorno proporcionado se lhes for proporcionada informação que foque a posição financeira, o
pelos, seus investimentos. Necessitam de informação para os ajudar desempenho e as alterações na posição financeira de uma entidade.
a determinar se devem comprar, deter ou vender. Os acionistas estão 16 — A posição financeira de uma entidade é afetada pelos recursos
também interessados em informação que lhes facilite determinar a económicos que ela controla, pela sua estrutura financeira, pela sua
capacidade da entidade pagar dividendos. liquidez e solvência, e pela sua capacidade de se adaptar às alterações no
b) Empregados — Os empregados e os seus grupos representativos ambiente em que opera. A informação acerca dos recursos económicos
estão interessados na informação acerca da estabilidade e da lucratividade controlados pela entidade e a sua capacidade no passado para modificar
dos seus empregadores. Estão também interessados na informação que estes recursos é útil na predição da capacidade da entidade para gerar no
os habilite a avaliar a capacidade da entidade proporcionar remuneração, futuro caixa e equivalentes de caixa. A informação acerca da estrutura
benefícios de reforma e oportunidades de emprego. financeira é útil na predição de futuras necessidades de empréstimos e
c) Mutuantes — Os mutuantes estão interessados em informação que de como os lucros futuros e fluxos de caixa serão distribuídos entre os
lhes permita determinar se os seus empréstimos, e os juros que a eles que têm interesses na entidade; é também útil ao predizer que sucesso
respeitam, serão pagos quando vencidos. a entidade provavelmente terá em conseguir fundos adicionais. A infor-
d) Fornecedores e outros credores comerciais — Os fornecedores e mação acerca da liquidez e solvência é útil na predição da capacidade
outros credores estão interessados em informação que lhes permita de- da entidade para satisfazer os seus compromissos financeiros à medida
terminar se as quantias que lhes são devidas serão pagas no vencimento. que se vencerem. A liquidez refere-se à disponibilidade de caixa no
Os credores comerciais estão provavelmente interessados numa entidade futuro próximo depois de ter em conta os compromissos financeiros
durante um período mais curto que os mutuantes a menos que estejam durante este período. A solvência refere-se à disponibilidade de caixa
dependentes da continuação da entidade como um cliente importante. durante prazo mais longo para satisfazer os compromissos financeiros
e) Clientes — Os clientes têm interesse em informação acerca da à medida que se vençam.
continuação de uma entidade, especialmente quando com ela têm en- 17 — A informação acerca do desempenho de uma entidade, em par-
volvimentos a prazo, ou dela estão dependentes. ticular a sua lucratividade, é necessária a fim de determinar as alterações
f) Governo e seus departamentos — O Governo e os seus departamen- potenciais nos recursos económicos que seja provável que ela controle
tos estão interessados na alocação de recursos e, por isso, nas atividades no futuro. A informação acerca da variabilidade do desempenho é, a
das entidades. Também exigem informação a fim de regularem as ativi- este respeito, importante. A informação acerca do desempenho é útil
dades das entidades, determinar as políticas de tributação e como base na predição da capacidade da entidade gerar fluxos de caixa a partir
para estatísticas do rendimento nacional e outras semelhantes. dos seus recursos básicos existentes. É também útil na formação de
g) Público — As entidades afetam o público de diversos modos. Por juízos de valor acerca da eficácia com que a entidade pode empregar
exemplo, podem dar uma contribuição substancial à economia local recursos adicionais.
de muitas maneiras incluindo o número de pessoas que empregam e 18 — A informação respeitante às alterações na posição financeira de
patrocinar comércio dos fornecedores locais. As demonstrações finan- uma entidade é útil a fim de avaliar as suas atividades de investimento,
ceiras podem ajudar o público ao proporcionar informação acerca das de financiamento e operacionais durante o período de relato. Esta in-
tendências e desenvolvimentos recentes na prosperidade da entidade e formação é útil ao proporcionar ao utente uma base para determinar a
leque das suas atividades. capacidade de uma entidade para gerar caixa e equivalentes de caixa e as
necessidades da entidade para utilizar esses fluxos de caixa. Ao construir
10 — Se bem que nem todas as necessidades de informação destes uma demonstração de alterações na posição financeira, os fundos podem
utentes possam ser supridas pelas demonstrações financeiras, há neces- ser definidos de várias maneiras, tais como todos os recursos financeiros,
sidades que são comuns a todos os utentes. capital circulante, ativos líquidos ou caixa. Esta Estrutura Conceptual
11 — O órgão de gestão duma entidade tem a responsabilidade primá- não assume nenhuma definição específica de fundos.
ria pela preparação e apresentação das suas demonstrações financeiras. 19 — A informação acerca da posição financeira é principalmente
O órgão de gestão está também interessado na informação contida nas proporcionada num balanço. A informação acerca do desempenho é prin-
demonstrações financeiras mesmo que tenha acesso a informação adicio- cipalmente dada numa demonstração de resultados. A informação acerca
nal de gestão e financeira que o ajude a assumir as suas responsabilidades das alterações na posição financeira é proporcionada nas demonstrações
de planeamento, de tomada de decisões e de controlo. O órgão de gestão financeiras por meio de uma demonstração separada.
tem a capacidade de determinar a forma e conteúdo de tal informação 20 — As partes componentes das demonstrações financeiras
adicional para satisfazer as suas próprias necessidades. Porém, o relato interrelacionam-se porque refletem aspetos diferentes das mesmas
de tal informação está para além do âmbito desta Estrutura Conceptual. transações ou outros acontecimentos. Se bem que cada demonstração
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proporcione informação distinta das outras, é provável que nenhuma 28 — A informação acerca da posição financeira e do desempenho
só por si sirva um propósito único ou proporcione toda a informação passado é frequentemente usada como a base para predizer a posição
que satisfaça as necessidades particulares dos utentes. Por exemplo, financeira e o desempenho futuros e outros assuntos em que os utentes
uma demonstração de resultados proporciona uma imagem incompleta estejam diretamente interessados, tais como pagamento de dividendos
do desempenho a menos que seja usada juntamente com o balanço e a e de salários, movimentos de preços de títulos e a capacidade da en-
demonstração das alterações da posição financeira. tidade de satisfazer os seus compromissos à medida que se vençam.
Para ter valor preditivo, a informação não necessita de estar na forma
Notas às demonstrações financeiras de uma previsão explícita. A capacidade de fazer predições a partir das
demonstrações financeiras é porém melhorada pela maneira como é
21 — As demonstrações financeiras também contêm notas e quadros apresentada a informação sobre as transações e acontecimentos passa-
suplementares e outras informações. Por exemplo, elas podem conter dos. Por exemplo, o valor preditivo da demonstração dos resultados é
informação adicional que seja relevante para as necessidades dos utentes aumentado se os itens dos rendimentos ou de gastos não usuais, anormais
acerca dos itens do balanço e da demonstração dos resultados. Podem e não frequentes forem separadamente divulgados.
incluir divulgações acerca dos riscos e incertezas que afetem a entidade e
quaisquer recursos e obrigações não reconhecidos no balanço (tais como
recursos minerais). A informação acerca dos segmentos geográficos e Materialidade
industriais e os efeitos na entidade das variações de preços é também 29 — A relevância da informação é afetada pela sua natureza e ma-
muitas vezes proporcionada na forma de informação suplementar. terialidade. Nalguns casos, a natureza da informação é por si mesma
suficiente para determinar a sua relevância. Por exemplo, o relato de um
Pressupostos subjacentes novo segmento pode afetar a avaliação dos riscos e oportunidades que
se deparam à entidade independentemente da materialidade dos resul-
Regime de acréscimo tados conseguidos pelo novo segmento no período de relato. Noutros
casos, quer a natureza quer a materialidade são importantes, como por
22 — A fim de satisfazerem os seus objetivos, as demonstrações exemplo, as quantias de inventários detidas em cada uma das principais
financeiras são preparadas de acordo com o regime contabilístico do categorias que sejam apropriadas para o negócio.
acréscimo. Através deste regime, os efeitos das transações e de outros 30 — A informação é material se a sua omissão ou inexatidão in-
acontecimentos são reconhecidos quando eles ocorram (e não quando fluenciarem as decisões económicas dos utentes tomadas com base nas
caixa ou equivalentes de caixa sejam recebidos ou pagos) sendo regis- demonstrações financeiras. A materialidade depende da dimensão do
tados contabilisticamente e relatados nas demonstrações financeiras item ou do erro julgado nas circunstâncias particulares da sua omissão
dos períodos com os quais se relacionem. As demonstrações financeiras ou distorção. Por conseguinte, a materialidade proporciona um patamar
preparadas de acordo com o regime de acréscimo informam os utentes ou ponto de corte, não sendo uma característica qualitativa primária que
não somente das transações passadas envolvendo o pagamento e o a informação tenha de ter para ser útil.
recebimento de caixa mas também das obrigações de pagamento no
futuro e de recursos que representem caixa a ser recebida no futuro.
Deste modo, proporciona-se informação acerca das transações passadas Fiabilidade
e outros acontecimentos que seja mais útil aos utentes na tomada de 31 — Para que seja útil, a informação também deve ser fiável. A in-
decisões económicas. formação tem a qualidade da fiabilidade quando estiver isenta de er-
ros materiais e de preconceitos, e os utentes dela possam depender ao
Continuidade representar fidedignamente o que ela pretende representar ou pode
23 — As demonstrações financeiras são normalmente preparadas no razoavelmente esperar-se que represente.
pressuposto de que uma entidade é uma entidade em continuidade e de 32 — A informação pode ser relevante mas tão pouco fiável por natu-
que continuará a operar no futuro previsível. Daqui que seja assumido reza ou representação que o seu reconhecimento pode ser potencialmente
que a entidade não tem nem a intenção nem a necessidade de liquidar enganador. Por exemplo, se a validade e quantia de uma reclamação
ou de reduzir drasticamente o nível das suas operações; se existir tal por danos sob ação legal estiverem em disputa, pode ser inapropriado
intenção ou necessidade, as demonstrações financeiras podem ter que para a entidade reconhecer no balanço a quantia inteira da reclamação,
ser preparadas segundo um regime diferente e, se assim for, o regime embora possa ser apropriado divulgar a quantia e circunstâncias da
usado deve ser divulgado. reclamação.
assegurem que a entidade continua a fruir os benefícios económicos méritos relativos do relato tempestivo com o fornecimento de informação
incorporados no ativo. Em tais circunstâncias, o relato de uma venda fiável. Para proporcionar informação numa base tempestiva pode muitas
não representaria fidedignamente a transação celebrada (se na verdade vezes ser necessário relatar antes de serem conhecidos todos os aspetos
houve uma transação). de uma transação ou outro acontecimento, diminuindo por conseguinte
a fiabilidade. Ao contrário, se o relato for demorado até que todos os
Neutralidade aspetos sejam conhecidos, a informação pode ser altamente fiável mas
36 — Para que seja fiável, a informação contida nas demonstrações de pouca utilidade para os utentes que tenham tido entretanto de tomar
financeiras tem de ser neutra, isto é, livre de preconceitos. As demonstra- decisões. Para conseguir a ponderação entre relevância e fiabilidade, a
ções financeiras não são neutras se, por via da seleção ou da apresentação consideração dominante é a de como melhor satisfazer as necessidades
dos utentes nas tomadas de decisões económicas.
da informação, elas influenciarem a tomada de uma decisão ou um juízo
de valor a fim de atingir um resultado ou um efeito predeterminado.
Balanceamento entre benefício e custo
Prudência 44 — A ponderação entre benefício e custo é mais um constrangimento
influente do que uma característica qualitativa. Os benefícios derivados
37 — Os preparadores das demonstrações financeiras têm, porém, de
da informação devem exceder o custo de a proporcionar. A avaliação
lutar com as incertezas que inevitavelmente rodeiam muitos aconteci-
dos benefícios e custos é, contudo, substancialmente um processo de
mentos e circunstâncias, tais como a cobrabilidade duvidosa de dívidas a
ajuizamento. Para além disso, os custos não recaem necessariamente
receber, a vida útil provável de instalações e equipamentos e o número de
sobre os utentes que fruem os benefícios. Os benefícios podem também
reclamações de garantia que possam ocorrer. Tais incertezas são reconhe- ser usufruídos pelos utentes que não sejam aqueles para quem a informa-
cidas através da divulgação da sua natureza e extensão e pela aplicação ção é preparada; por exemplo, o fornecimento de informação adicional
de prudência na preparação das demonstrações financeiras. A prudência a mutuantes pode reduzir os custos dos empréstimos obtidos por uma
é a inclusão de um grau de precaução no exercício dos juízos necessários entidade. Por estas razões é difícil aplicar um teste custo-benefício a
ao fazer as estimativas necessárias em condições de incerteza, de forma qualquer caso particular. Não obstante, os normalizadores em particular,
que os ativos ou os rendimentos não sejam sobreavaliados e os passivos assim como os preparadores e utentes das demonstrações financeiras,
ou os gastos não sejam subavaliados. Porém, o exercício da prudência devem estar conscientes deste constrangimento.
não permite, por exemplo, a criação de reservas ocultas ou provisões
excessivas, a subavaliação deliberada de ativos ou de rendimentos, ou a
deliberada sobreavaliação de passivos ou de gastos, porque as demons- Balanceamento entre características qualitativas
trações financeiras não seriam neutras e, por isso, não teriam a qualidade 45 — Na prática é muitas vezes necessário um balanceamento, ou um
de fiabilidade. compromisso, entre características qualitativas. Geralmente a aspiração
é conseguir um balanceamento apropriado entre as características a fim
Plenitude de ir ao encontro dos objetivos das demonstrações financeiras. A impor-
tância relativa das características em casos diferentes é uma questão de
38 — Para que seja fiável, a informação nas demonstrações financeiras juízo de valor profissional.
deve ser completa dentro dos limites de materialidade e de custo. Uma
omissão pode fazer com que a informação seja falsa ou enganadora e Imagem verdadeira e apropriada/apresentação apropriada
por conseguinte não fiável e deficiente em termos da sua relevância.
46 — As demonstrações financeiras são frequentemente descritas
como mostrando uma imagem verdadeira e apropriada de, ou como
Comparabilidade apresentando apropriadamente, a posição financeira, o desempenho e
39 — Os utentes têm de ser capazes de comparar as demonstrações as alterações na posição financeira de uma entidade. Se bem que esta
financeiras de uma entidade ao longo do tempo a fim de identificar Estrutura Conceptual não trate diretamente tais conceitos, a aplicação
tendências na sua posição financeira e no seu desempenho. Os utentes das principais características qualitativas e das normas contabilísticas
têm também de ser capazes de comparar as demonstrações financeiras apropriadas resulta normalmente em demonstrações financeiras que
de diferentes entidades a fim de avaliar de forma relativa a sua posição transmitem o que é geralmente entendido como uma imagem verdadeira
financeira, o seu desempenho e as alterações na posição financeira. e apropriada de, ou como apresentando razoavelmente, tal informação.
Daqui que a mensuração e exposição dos efeitos financeiros de transa-
ções e outros acontecimentos semelhantes devam ser levados a efeito Elementos das demonstrações financeiras
de maneira consistente em toda a entidade e ao longo do tempo nessa 47 — As demonstrações financeiras retratam os efeitos financeiros
entidade e de maneira consistente para diferentes entidades. das transações e de outros acontecimentos ao agrupá-los em grandes
40 — Uma implicação importante da característica qualitativa da classes de acordo com as suas características económicas. Estas grandes
comparabilidade é a de que os utentes sejam informados das políticas classes são constituídas pelos elementos das demonstrações financeiras.
contabilísticas usadas na preparação das demonstrações financeiras, de Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição
quaisquer alterações nessas políticas e dos efeitos de tais alterações. financeira no balanço são os ativos, os passivos e os capitais próprios.
Os utentes necessitam de ser capazes de identificar diferenças entre Os elementos diretamente relacionados com a mensuração do desem-
as políticas contabilísticas para transações e outros acontecimentos penho na demonstração dos resultados são os rendimentos e os gastos.
semelhantes usados pela mesma entidade de período para período e A demonstração de alterações na posição financeira reflete geralmente
entre diferentes entidades. A conformidade com as NCRF, incluindo a elementos da demonstração dos resultados e as alterações de elementos
divulgação das políticas contabilísticas usadas pela entidade, ajuda a do balanço; concordantemente, esta Estrutura Conceptual não identifica
conseguir comparabilidade. nenhuns elementos que sejam exclusivos daquela demonstração.
41 — A necessidade de comparabilidade não deve ser confundida 48 — A apresentação destes elementos no balanço e na demonstração
com a mera uniformidade e não deve ser permitido que se torne um dos resultados envolve um processo de subclassificação. Os ativos e
impedimento à introdução de normas contabilísticas melhoradas. Não passivos podem ser classificados pela sua natureza ou função nas ativi-
é apropriado que uma entidade continue a contabilizar da mesma ma- dades da entidade a fim de mostrar a informação da maneira mais útil
neira uma transação ou outro acontecimento se a política adotada não aos utentes para fins de tomada de decisões económicas.
estiver de acordo com as características qualitativas da relevância e da
fiabilidade. É também inapropriado que uma entidade deixe as suas Posição financeira
políticas contabilísticas inalteradas quando existam alternativas mais
relevantes e fiáveis. 49 — Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da
42 — Porque os utentes desejam comparar a posição financeira, o posição financeira são os ativos, os passivos e o capital próprio. São
desempenho e as alterações na posição financeira de uma entidade ao definidos como segue:
longo do tempo, é importante que as demonstrações financeiras mostrem a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de
a informação correspondente dos períodos precedentes. acontecimentos passados e do qual se espera que fluam para a entidade
benefícios económicos futuros;
Constrangimentos à informação relevante e fiável b) Passivo é uma obrigação presente da entidade proveniente de
acontecimentos passados, da liquidação da qual se espera que resulte
um exfluxo de recursos da entidade incorporando benefícios econó-
Tempestividade
micos; e
43 — Se houver demora indevida no relato da informação ela pode c) Capital próprio é o interesse residual nos ativos da entidade depois
perder a sua relevância. O órgão de gestão pode necessitar de balancear os de deduzir todos os seus passivos.
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50 — As definições de ativo e de passivo identificam as suas carac- conseguinte, se torne um candidato ao reconhecimento no balanço; por
terísticas essenciais mas não tentam especificar os critérios que neces- exemplo, itens que tenham sido doados à entidade podem satisfazer a
sitam de ser satisfeitos antes de serem reconhecidos no balanço. Por definição de ativo.
conseguinte, as definições abarcam itens que não são reconhecidos como
ativos ou como passivos no balanço porque não satisfazem os critérios Passivos
de reconhecimento debatidos nos parágrafos 80 a 96. Particularmente,
a expectativa de que benefícios económicos futuros fluirão para ou de 59 — Uma característica essencial de um passivo é a de que a entidade
uma entidade tem de ser suficientemente certa para ir de encontro ao tenha uma obrigação presente. Uma obrigação é um dever ou responsa-
critério de probabilidade do parágrafo 81 antes de um ativo ou passivo bilidade para agir ou executar de certa maneira. As obrigações podem ser
ser reconhecido. legalmente impostas como consequência de um contrato vinculativo ou
51 — Ao avaliar se um item satisfaz a definição de ativo, passivo ou de requisito estatutário. Este é geralmente o caso, por exemplo, de quan-
capital próprio, é preciso dar atenção à sua subjacente substância e rea- tias a pagar por bens e serviços recebidos. As obrigações também surgem,
lidade económica e não meramente à sua forma legal. Por conseguinte, porém, das práticas normais dos negócios, costumes e de um desejo de
por exemplo, no caso das locações financeiras, a substância e realidade manter boas relações negociais ou de agir de maneira equilibrada. Se,
económicas são as de que o locatário adquire os benefícios económicos por exemplo, uma entidade decidir como questão de política retificar
do uso do ativo locado para a maior parte da sua vida útil em troca de deficiências nos seus produtos mesmo quando estas se tornem evidentes
registar uma obrigação de pagar por esse direito uma quantia aproximada após o período de garantia ter expirado, são passivos as quantias que se
ao respetivo justo valor do ativo e respetivo encargo financeiro. Daqui espera que sejam gastas respeitantes a bens já vendidos.
que, a locação financeira dê origem a itens que satisfazem a definição 60 — Deve distinguir-se entre uma obrigação presente e um com-
de ativo e passivo e são reconhecidos como tais no balanço do locatário. promisso futuro. Por exemplo, uma decisão do órgão de gestão de uma
entidade para adquirir ativos no futuro não dá, por si própria, origem a
uma obrigação presente. Normalmente uma obrigação surge somente
Ativos quando o ativo é entregue ou a entidade entra num acordo irrevogável
52 — Os benefícios económicos futuros incorporados num ativo são para adquirir o ativo. No último caso, a natureza irrevogável do acordo
o potencial de contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa e significa que as consequências económicas da falha de honrar o com-
equivalentes de caixa para a entidade. O potencial pode ser um potencial promisso, por exemplo, por causa da existência de uma penalidade
produtivo que faça parte das atividades operacionais da entidade. Pode substancial, deixa a entidade com pouca ou nenhuma margem para
também tomar a forma de convertibilidade em caixa ou equivalentes de evitar o exfluxo de recursos para uma outra parte.
caixa ou a capacidade de reduzir os exfluxos de caixa, tais como quando 61 — A liquidação de uma obrigação presente envolve geralmente que
um processo alternativo de fabricação baixe os custos de produção. a entidade ceda recursos incorporando benefícios económicos a fim de
53 — Uma entidade emprega geralmente os seus ativos para produzir satisfazer a reivindicação da outra parte. A liquidação de uma obrigação
bens ou serviços capazes de satisfazer os desejos ou as necessidades de presente pode ocorrer de várias maneiras, por exemplo, por:
clientes; pelo facto de estes bens e serviços poderem satisfazer esses a) Pagamento a dinheiro;
desejos ou necessidades, os clientes estão preparados para pagá-los, b) Transferência de outros ativos;
contribuindo assim para o fluxo de caixa da entidade. O próprio dinheiro c) Prestação de serviços;
presta um serviço à entidade por causa da sua predominância sobre os d) Substituição dessa obrigação por outra; ou
outros recursos. e) Conversão da obrigação em capital próprio.
54 — Os benefícios económicos futuros incorporados num ativo
podem fluir para a entidade de diferentes maneiras. Por exemplo, um Uma obrigação pode também ser extinta por outros meios, tais como
ativo pode ser: um credor abdicar ou perder os seus direitos.
62 — Os passivos resultam de operações passadas ou de outros acon-
a) Usado isoladamente ou em combinação com outros ativos na pro-
tecimentos passados. Assim, por exemplo, a aquisição de bens e o uso
dução de bens ou serviços para serem vendidos pela entidade;
de serviços dão origem a dívidas comerciais a pagar (a menos que pagos
b) Trocado por outros ativos;
adiantadamente ou no ato da entrega) e o recebimento de um empréstimo
c) Usado para liquidar um passivo; ou
bancário resulta numa obrigação de pagar o empréstimo. Uma entidade
d) Distribuído aos proprietários da entidade. pode também reconhecer como passivos os descontos futuros baseados
nas compras anuais feitas por clientes; neste caso, a venda de bens no
55 — Muitos ativos, por exemplo, ativos fixos tangíveis, têm uma
passado é a operação que dá origem ao passivo.
forma física. Porém, a forma física não é essencial à existência de um
63 — Alguns passivos só podem ser mensurados usando um grau
ativo; daqui que as patentes e os direitos de autor, por exemplo, sejam substancial de estimativa, designando-se estes passivos como provisões.
ativos se se espera que deles fluam benefícios económicos futuros para Quando uma provisão envolva uma obrigação presente e satisfaça a
a entidade e se eles forem controlados pela entidade. definição do parágrafo 49(b), ela é um passivo mesmo que a respetiva
56 — Muitos ativos, por exemplo, as dívidas a receber e propriedades, quantia tenha de ser estimada. Como exemplos indicam-se as provisões
estão associados a direitos legais, incluindo o direito de propriedade. para pagamentos a serem feitos relativamente a garantias existentes e
Ao determinar a existência de um ativo, o direito de propriedade não provisões para cobrir as obrigações de pensões de reforma.
é essencial; por conseguinte, por exemplo, a propriedade detida sob
locação é um ativo se a entidade controlar os benefícios que espera que
fluam da propriedade. Se bem que a capacidade de uma entidade de Capital próprio
controlar benefícios seja geralmente a consequência de direitos legais, 64 — Se bem que o capital próprio seja definido no parágrafo 49(c)
um item pode no entanto satisfazer a definição de ativo mesmo quando como um valor residual, ele pode ser subclassificado no balanço. Por
não haja controlo legal. Por exemplo, o “know-how” obtido das ativida- exemplo, numa sociedade, os fundos contribuídos pelos acionistas,
des de desenvolvimento pode satisfazer a definição de ativo quando, ao os resultados transitados, as reservas que representem apropriações
conservar secreto esse “know-how”, uma entidade controle os benefícios de resultados transitados e as reservas que representem ajustamentos
que espera que dele fluam. de manutenção do capital podem ser mostradas separadamente. Tais
57 — Os ativos de uma entidade resultam de transações passadas ou classificações podem ser relevantes para as necessidades de tomada de
de outros acontecimentos passados. As entidades normalmente obtêm decisões dos utentes das demonstrações financeiras quando indiquem
ativos pela sua compra ou produção, mas outras transações ou aconte- restrições legais ou outras sobre a capacidade da entidade distribuir ou,
cimentos podem gerar ativos; incluem-se como exemplos a propriedade de outra maneira, aplicar o seu capital próprio. Podem também refletir
recebida do Governo por uma entidade como parte de um programa o facto de detentores de capital numa entidade terem direitos diferentes
para encorajar o crescimento económico numa área e a descoberta de em relação ao recebimento de dividendos ou ao reembolso de capital
depósitos minerais. As transações ou acontecimentos que se espera que próprio contribuído.
venham a ocorrer no futuro não dão por si próprios origem a ativos; daqui 65 — A criação de reservas é algumas vezes exigida pelos estatutos
que, por exemplo, uma intenção de comprar inventários não satisfaz à ou por outra legislação a fim de dar à entidade e aos seus credores
definição de ativos. uma medida adicional de proteção dos efeitos de perdas. Podem ser
58 — Há uma íntima associação entre dispêndios em que se incorrem estabelecidas outras reservas se a legislação fiscal nacional conceder
e ativos que se geram mas ambos não coincidem necessariamente. Daqui isenções de, ou redução em, passivos fiscais quando sejam feitas trans-
que, quando uma entidade incorre em dispêndios, isto possa proporcio- ferências para tais reservas. A existência e dimensão destas reservas
nar prova de que benefícios económicos futuros foram procurados mas legais, estatutárias e fiscais é informação que pode ser relevante para as
não é prova concludente de que um item que satisfaça a definição de necessidades de tomada de decisão dos utentes. As transferências para
ativo tenha sido obtido. Semelhantemente a ausência de um dispêndio tais reservas são apropriações de resultados transitados, não sendo, por
relacionado não evita que um item satisfaça a definição de ativo e, por conseguinte, gastos.
20740 Diário da República, 2.ª série — N.º 146 — 29 de julho de 2015
99 — A base de mensuração geralmente adotada pelas entidades ao poder de compra investido durante o período. Por conseguinte, apenas
preparar as suas demonstrações financeiras é o custo histórico. Este é aquela parte do aumento nos preços dos ativos que exceda o aumento no
geralmente combinado com outras bases de mensuração. Por exemplo, nível geral de preços é vista como lucro. O resto do aumento é tratado
os inventários são geralmente escriturados pelo mais baixo entre o custo como ajustamento da manutenção do capital e, daqui, como parte do
e o valor realizável líquido, os títulos negociáveis podem ser escriturados capital próprio.
pelo seu valor de mercado e os passivos por pensões de reforma são 107 — Pelo conceito de manutenção do capital físico quando o capital
escriturados pelo seu valor presente. seja definido em termos da capacidade produtiva física, o lucro representa
o aumento nesse capital durante o período. Todas as alterações de preços
Conceitos de capital e manutenção de capital que afetem os ativos e passivos da entidade são vistas como alterações
na mensuração da capacidade física produtiva da entidade; daqui que
sejam tratadas como ajustamentos da manutenção do capital, que fazem
Conceitos de capital parte do capital próprio, e não como lucro.
100 — Geralmente as entidades adotam um conceito financeiro de 108 — A seleção das bases de mensuração e do conceito de manuten-
capital na preparação das suas demonstrações financeiras. No conceito ção do capital determina o modelo contabilístico usado na preparação das
financeiro de capital, tal como dinheiro investido ou poder de compra demonstrações financeiras. Modelos contabilísticos diferentes exibem
investido, o capital é sinónimo de ativos líquidos ou de capital próprio diferentes graus de relevância e de fiabilidade e, como noutras áreas, tem
da entidade. No conceito físico de capital, tal como a capacidade ope- de procurar-se um balanceamento entre relevância e fiabilidade.
racional, o capital é visto como a capacidade produtiva da entidade 20 de julho de 2015. — O Secretário-Geral do Ministério das Finan-
baseada, por exemplo, em unidades de produção diária. ças, Rogério Manuel Aroso Peixoto Rodrigues.
101 — A seleção por uma entidade do conceito apropriado de capital 208811612
deve basear-se nas necessidades dos utentes das suas demonstrações
financeiras. Por conseguinte, um conceito financeiro de capital deve ser
Aviso n.º 8255/2015
adotado se os utentes das demonstrações financeiras estiverem princi-
palmente interessados na manutenção do capital nominal investido ou Pelo Despacho n.º 261/2015-XIX do Senhor Secretário de Estado dos
no poder de compra do capital investido. Assuntos Fiscais, de 16 de julho de 2015, foi homologada a seguinte
Se, porém, a principal preocupação dos utentes for a capacidade Norma Contabilística para Microentidades do Sistema de Normalização
operacional da entidade, deve ser usado um conceito físico de capital. O Contabilística, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 158/2009, de 13 de julho,
conceito escolhido indica o objetivo a ser atingido na determinação do alterado pelo Decreto-Lei n.º 98/2015, de 2 de junho:
lucro, mesmo que possam existir algumas dificuldades de mensuração
para tornar o conceito operacional. Norma Contabilística para Microentidades