Anais Completos - So Meu Artigo

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ENELIN 2017 textos completos/ VII Encontro de Estudos da Linguagem/ VI

Encontro Internacional de Estudos da Linguagem: linguagem, instituições


e práticas sociais. Pouso Alegre, 4 a 6 de outubro de 2017 / organização
de Eni Puccinelli Orlandi ... [et al.]. – Pouso Alegre: Univás, 2018.
1512p.

Vários autores
Bibliografia

ISBN: 978-85-67647-44-9

1. Ciências da linguagem. 2. Artigos – Coletânea. 3. Análise de discurso.


4. Enelin. 5. Nupel. 6. Ceddem. I. Orlandi, Eni Puccinelli (Org.). II. Massmann,
Débora Raquel Hetter (Coord.). III. Nogueira, Luciana (Coord.). IV. Chiareti,
Paula (Coord.). V. Título.
CDD – 410.1

Realização
_______________________________________________________________________________

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem da UNIVÁS


Coordenação
Eni de Lourdes Puccinelli Orlandi

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Universidade do Vale do Sapucaí –Univás Fundação de Ensino Superior do Vale do Sapucaí

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Joelma Pereira de Faria
Juciele Pereira Dias
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Débora Raquel Hettwer Massmann
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Renata Chrystina Bianchi de Barros Joelma Pereira de Faria
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Atilio Catosso Salles Telma Domingues da Silva
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Atilio Catosso Salles Luciano Alves da Silva Junior
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Diego Henrique Pereira Maria Gorete Ferreira
Douglas Machado Maria Nicolau
Edileia Barroco Suhet da Silva Mauro Freitas
Edmara Barra dos Santos Nathalia Lais Nogueira
Edran Blayner Januário de Souza Pamela Cristina S. de Almeida
Fabiane Jesus Patrícia Mayra Almeida Vianna
Fernanda Sperle Rafael Raimundo da Silva
Fernando Henrique Oliveira Bastos Rafaela Alcoba
Flávia Azevedo da Silva Rafaela de Matos Reis
Francieli Vieira da Silva Costa Raiane Gabriela dos Santos Pereira
Gabriel Alves Nogueira Raissa Rodrigues de Carvalho
Gabriel Pereira Rangel Raphael Araujo Ribeiro
Gabriel Soares Rosa Rariele Cristina
Gisela Nathalia Bueno Nunes Rodolfo Mendes Raul
Helena Almeida Nogueira Sérgio Murilo Lucas
Hellen Narciso Aguiar Cordeiro Tamyres Cecília da Silva
Henrique Moreira Vale de Oliveira Thais Siqueira de Meireles
Jaciara Ribeiro Thamara de Oliveira
Jasmine Lemos Melo Wanessa Junqueira Megale
Jefferson Souza Santos Wesley Openheiner de Carvalho
Sumário

Apresentação .........................................................................................................................19
UMA ANÁLISE ENUNCIATIVA DA PALAVRA “POESIA” EM UM LIVRO DIDÁTICO ....................21
ADILSON VENTURA .................................................................................................... 21
RELAÇÃO ENTRE LÍNGUAS: OS CENTROS DE ESTUDOS DE LÍNGUAS (CEL-SP) E A
CONFIGURAÇÃO DE UM ESPAÇO DE ENUNCIAÇÃO ...............................................................28
ADRIANA DA SILVA..................................................................................................... 28
OPERAÇÕES DE DETERMINAÇÃO E A ORGANIZAÇÃO DE DOMÍNIOS NOCIONAIS: O
FUNCIONAMENTO DE FALSO .................................................................................................36
ALBANO DALLA PRIA .................................................................................................. 36
POTENCIALIDADES PARA O ENSINO: ANÁLISE E REFLEXÕES SOBRE O DISCURSO
PUBLICITÁRIO EM TRAILERS FÍLMICOS NA PERSPECTIVA MULTIMODAL ...............................46
ALINE GABRIELLE CORREIA DA COSTA, JINNY KELLY CENTENO RAMOS ......................... 46
UM ENSAIO REFLEXIVO SOBRE O LIVRE ARBITRIO EXPOSTO NA OBRA DE SÓFOCLES:
TRILOIGA TEBANA ..................................................................................................................57
ALLAN J M SILVA ........................................................................................................ 57
SEMÂNTICA E ENSINO: UMA ABORDAGEM CRÍTICA DO ENSINO DA SEMÂNTICA NA
EDUCAÇÃO BÁSICA.................................................................................................................64
ALLAN J M SILVA, BARBARA T S SILVA, BIANCA D GOES, BRENA R HOMEM, PAULA C F
FERREIRA ................................................................................................................... 64
SUJEITO E SENTIDOS E(M) REDE: CONSTITUIÇÃO, FORMULAÇÃO E CIRCULAÇÃO ..................73
ATILIO CATOSSO SALLES ............................................................................................. 73
CORPO E(M) PERFORMANCE .................................................................................................79
ATILIO CATOSSO SALLES ............................................................................................. 79
OBSERVAÇÕES GERAIS SOBRE A PRÁTICA DISCURSIVA DOS HACKERS ..................................88
ALLAN STROTTMANN KERN ........................................................................................ 88
CINISMO: UM ESTUDO SOBRE O FUNCIONAMENTO DA IDEOLOGIA NO DISCURSO ..............97
AMANDA BARBOSA XAVIER COTRIM .......................................................................... 97
OS MECANISMOS DE PRODUÇÃO DE SENTIDO E O PROCESSO DE LEITURA DO TEXTO
PUBLICITÁRIO: UM ESTUDO À LUZ DA TEORIA SEMÂNTICA.................................................105
AMANDA CARVALHO SOUZA; ÉRIKA DOURADO AMORELLI ....................................... 105
REPRESENTAÇÕES DO SUJEITO-ALUNO ACERCA DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
DE LÍNGUA INGLESA .............................................................................................................115
AMANDA MARIA BICUDO DE SOUZA ........................................................................ 115
OS COMPLEMENTOS VERBAIS NO LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA ...................122
ANDERSON VITOR DOS SANTOS MENDES ................................................................. 122
A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DA CADETE DA ACADEMIA MILITAR DAS AGULHAS NEGRAS

6
SOB A PERSPECTIVA DAS PRÁTICAS DISCURSIVAS INSTITUCIONAIS. ....................................131
ANDRÉA LEMOS MALDONADO CRUZ ........................................................................ 131
O IMAGINÁRIO COMO VIA DE TRANSGRESSÃO DO REAL .....................................................137
ANDRÉA PORTOLOMEOS .......................................................................................... 137
A CONSTITUIÇÃO DO SUJEITO CAIPIRA NA TELENOVELA ÊTA MUNDO BOM! DE WALCYR
CARRASCO ............................................................................................................................141
ANÍSIO BATISTA PEREIRA .......................................................................................... 141
MOVIMENTOS DE RESISTÊNCIA OS DISCURSOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PROFESSOR
.............................................................................................................................................151
ANTONIO JOSÉ DA SILVA........................................................................................... 151
OS DESAFIOS DA MULHER ASSURINÍ PERANTE A VIOLENCIA DOMESTICA NA ALDEIA
INDÍGENA TROCARÁ, MUNICÍPIO DE TUCURUÍ/PA ..............................................................160
BÁRBARA DE NAZARÉ PANTOJA RIBEIRO; BENEDITA CELESTE DE MORAES PINTO ...... 160
A SIGNIFICAÇÃO DA MULHER AGREDIDA: ANÁLISE DE MANCHETES DO G1 DE MG ............167
BÁRBARA DE OLIVEIRA SILVA ................................................................................... 167
MEMÓRIA E EDUCAÇÃO: SABERES, ENSINAMENTOS E APRENDIZAGENS ENTRE CRIANÇAS
INDÍGENAS DA REGIÃO DO TOCANTINS, NO PARÁ ..............................................................174
BENEDITA CELESTE DE MORAES PINTO, MARIA DE FÁTIMA RODRIGUES NUNES......... 174
AS BASES FILOSÓFICAS DO DISCURSO PEDAGÓGICO DE PAULO FREIRE ..............................184
BENEDITO FERNANDO PEREIRA ................................................................................ 184
MULTIFUNCIONALIDADE DO CONECTOR MAS EM TIRINHAS: ASPECTOS TEXTUAIS,
INTERATIVOS E MULTIMODAIS ............................................................................................191
BOUGLEUX BONJARDIM DA SILVA CARMO ............................................................... 191
CONFIGURAÇÕES MULTIMODAIS NA LITERATURA ADAPTADA A QUADRINHOS: A
TEXTUALIDADE DO CONTO MACHADIANO ..........................................................................201
BOUGLEUX BONJARDIM DA SILVA CARMO ............................................................... 201
A ARTE COMO DENUNCIADORA DAS TENSÕES DO SOCIAL EM FELIZES PARA SEMPRE? .....211
BRUNO ARNOLD PESCH, RENATA MARCELLE LARA .................................................... 211
ANÁLISE DO DISCURSO E PORTAL VERMELHO – IDENTIFICAÇÃO, SUJEITOS E DISCURSO
FUNDADOR ..........................................................................................................................220
BRUNO DE AZEVEDO SANTANA GUIMARÃES ............................................................ 220
LETRAMENTO DIGITAL E ACADÊMICO NO PROCESSO JUDICIAL ELETRÔNICO .....................226
BRUNO VIEGAS DOS SANTOS, ELLEN MAIRA DE ALCANTARA LAUDADRES, PATRICIA
PEIXOTO CARNEIRO VIEGAS ..................................................................................... 226
EFEITOS DE SENTIDO A PARTIR DE CHARGES SOBRE O PROJETO ESCOLA SEM PARTIDO ....232
CARLA CASSIANO DE ALMEIDA, NÁDIA DOLORES FERNANDES BIAVATI...................... 232
LINGUÍSTICA FORENSE, NARRATIVA E DISCURSO: PROPOSTA DE ANÁLISE DAS ALEGAÇÕES
DA ACUSAÇÃO E DA DEFESA EM UM PROCESSO CRIMINAL.................................................240
CARLA LEILA OLIVEIRA CAMPOS ............................................................................... 240

7
O DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO CRIATIVA VI O ENSINO DE ESCRITA CRIATIVA NAS
AULAS DE LÍNGUA ESTRANGEIRA .........................................................................................250
CARLOS EDUARDO DE ARAUJO PLACIDO ................................................................... 250
THE MEANING MAKING OF DIGITAL MULTIMODAL TEXTS BY UNDERGRADUATE STUDENTS
.............................................................................................................................................258
CARLOS EDUARDO DE ARAUJO PLACIDO ................................................................... 258
PSICANÁLISE E ANÁLISE DE DISCURSO: A HOMOLOGIA DOS DISPOSITIVOS DE
INTERPRETAÇÃO ..................................................................................................................265
CAROLINA COSTA CARVALHO BIONDI ....................................................................... 265
CONCEPÇÕES DE FAMÍLIA CONSTRUÍDAS A PARTIR DA LEI E DA LITERATURA.....................273
CAROLINA DO PRADO FRANCO ................................................................................. 273
O SILENCIAMENTO DA CULTURA NEGRA E INDÍGENA NOS LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA
.............................................................................................................................................280
CÁSSIO S. CASTANHEIRA ........................................................................................... 280
LEITURA E PRODUÇÃO DE INFERÊNCIAS EM PROCESSOS SELETIVOS DE AVALIAÇÃO SERIADA
.............................................................................................................................................291
CLAUDIA ALVES PEREIRA BRAGA, MAURICEIA SILVA DE PAULA VIEIRA ...................... 291
DA LEITURA AO RECONTO: A LINGUAGEM INFANTIL COMO UM PROCESSO DE INTERAÇÃO
VERBAL .................................................................................................................................300
CLÁUDIA ROQUINI NASCIMENTO, ILSA DO CARMO VIEIRA GOULART ........................ 300
A LINGUAGEM LITERÁRIA NA FORMAÇÃO DO SUJEITO CRÍTICO .........................................306
CLÉLIO BRAZ DE SOUZA, SOPHIA ASSIS RODRIGUES................................................... 306
A ORALIDADE COMO PARTE DO ENSINO DE LITERATURA....................................................314
DAIANNA B. A. POMPEU........................................................................................... 314
O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM EM CONTEXTOS DIGITAIS NAS AULAS DOS
PROFESSORES DE LÍNGUAS ..................................................................................................324
DANIELLE CRISTINE SILVA ......................................................................................... 324
CONSIDERAÇÕES SOBRE A RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM E MEMÓRIA NA DOENÇA DE
ALZHEIMER: CENÁRIO DAS PESQUISAS SOBRE A TEMÁTICA ................................................333
DANIELY MARTINS DOS SANTOS FERRAZ, NIRVANA FERRAZ SANTOS SAMPAIO ......... 333
A REPRESENTAÇÃO DO CORPO FEMININO EM ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS NA TV: A
DITADURA DA BELEZA PRESENTE NOS COMERCIAIS DE LINGERIE .......................................339
DARLENE RODRIGUES DE FREITAS ............................................................................. 339
O “ET DE VARGINHA”: UMA COMPREENSÃO DISCURSIVA SOBRE O “CASO” .......................346
DIEGO HENRIQUE PEREIRA ....................................................................................... 346
LEITURA DE CHARGES E DISCURSOS JUVENIS: UMA ABORDAGEM SOBRE CIDADANIA NO
FACEBOOK ............................................................................................................................366
EDILAINE GONÇALVES FERREIRA DE TOLEDO ............................................................. 366
EFEITOS DAS NOVAS TECNOLOGIAS NAS FUNÇÕES EXERCIDAS POR EDUCADORES E

8
EDUCANDOS.........................................................................................................................376
EDMARA BARRA DOS SANTOS .................................................................................. 376
QUEM É CRIMINOSO? ..........................................................................................................383
EDUARDO SANTOS DE OLIVEIRA ............................................................................... 383
“REDONDO É SAIR DO SEU QUADRADO”: UMA ANÁLISE DAS FORMAS DO SILÊNCIO NO
VÍDEO “VIVA A DIFERENÇA”, DA SKOL .................................................................................391
ELAINE CANISELA FERREIRA ...................................................................................... 391
O DISCURSO ROMÂNTICO BRASILEIRO E O APAGAMENTO DO POLÍTICO: O MODO DE
INDIVIDUAÇÃO DO SUJEITO BRASILEIRO E O PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO NA RELAÇÃO
COM O ESTADO ....................................................................................................................397
ÉLCIO ALOISIO FRAGOSO .......................................................................................... 397
DISCURSO NEOLIBERAL E EDUCAÇÃO: ORGANISMOS INTERNACIONAIS, GERÊNCIA DE CRISES
E INCLUSÃO ..........................................................................................................................406
ELIANA LÚCIA FERREIRA, SANDRO VIEIRA TEÓFILO .................................................... 406
A DEPRESSÃO HOJE: OS TRANSTORNOS COMO LINHAS TÊNUES DE FRONTEIRA ENTRE O
NORMAL E O PATOLÓGICO ..................................................................................................413
ELISA MARA DO NASCIMENTO.................................................................................. 413
O FEEDBACK FORMATIVO NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE INGLÊS EM
UM CURSO ONLINE DE MESTRADO ......................................................................................420
ELISA MATTOS DE SÁ ................................................................................................ 420
NETSPEAK E EMOJIS NA FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE INGLÊS: UMA
INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA ONLINE...................................................................................430
ELISA MATTOS DE SÁ ................................................................................................ 430
DISCURSO LITERÁRIO E EDIÇÃO: PARA/PERITEXTOS LEGITIMADORES.................................439
ELISSON FERREIRA MORATO..................................................................................... 439
O RECONTO ORAL DE NARRATIVA LITERÁRIA E SUAS POSSÍVEIS CONTRIBUIÇÕES PARA A
TRADIÇÃO CULTURAL E PARA O LETRAMENTO LITERÁRIO ..................................................447
ELLEN MAIRA DE ALCANTARA LAUDADRES, PATRICIA PEIXOTO CARNEIRO VIEGAS .... 447
CORPO(S) DO FEMINI-N/SM-O EM PROTESTO: IMAGEM, MEMÓRIA, IDEOLOGIA E DISCURSO
.............................................................................................................................................450
EMANUEL ANGELO NASCIMENTO ............................................................................. 450
LINGUAGEM E CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO: O ATO DE ESCUTAR EM INTERFACE COM
A LEITURA.............................................................................................................................459
EMANUELA FRANCISCA FERREIRA SILVA ................................................................... 459
OS SENTIDOS DE CONECTIVIDADE EM DISCURSOS DE POLÍTICAS PÚBLICAS .......................468
ERIKA KRESS............................................................................................................. 468
RELATOS DE VIAGEM: OS BOROROS EM UMA LEITURA DISCURSIVA ...................................476
FÁTIMA GRAZIELE DE SOUZA, WEVERTON ORTIZ FERNANDES ................................... 476
PONTOS DE CULTURA: DAS AMARRAS DO SUJEITO AO ESPAÇO NACIONAL ........................484

9
FELIPE AUGUSTO SANTANA DO NASCIMENTO........................................................... 484
O DISCURSO E O PODER NA ESTRATÉGIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA ..............492
FERNANDO BATISTA PEREIRA, HÉLCIUS BATISTA PEREIRA ......................................... 492
O PORTA-VOZ E O POVO: HOMOGENEIZAÇÕES E SUAS IMPLICAÇÕES EM GETÚLIO VARGAS
.............................................................................................................................................502
FLAVIO DA ROCHA BENAYON, RENATA ORTIZ BRANDÃO ........................................... 502
UM OLHAR DISCURSIVO SOBRE A CAMPANHA PUBLICITÁRIA DA FACECA 2015 .................511
FLÁVIO MARCELO DE CARVALHO SILVA .................................................................... 511
OS MULTILETRAMENTOS EM CONTEXTO ESCOLAR: UMA ANÁLISE DE MATERIAIS DIDÁTICOS
UTILIZADOS EM AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA ...............................................................523
FRANCIELI APARECIDA DIAS ...................................................................................... 523
AS MÃOS COMO METÁFORA NA ANÁLISE DE DISCURSO .....................................................533
FRANCISCO ANTONIO ROMANELLI ............................................................................ 533
O ANÚNCIO PUBLICITÁRIO: TRANSFORMAÇÃO DE LINGUAGENS E DE SUJEITOS ................545
GABRIELLA MARQUES SIQUARA SILVA, ALINE GABRIELLE CORREIA DA COSTA, ISABELA
VIEIRA LIMA ............................................................................................................. 545
A ORGANIZAÇÃO DA HETEROGENEIDADE ENUNCIATIVA E DOS PONTOS DE VISTAS EM
CHARGES DA MAFALDA........................................................................................................555
GABRIELA PACHECO AMARAL, JAQUELINE DOS SANTOS BATISTA SOARES ................. 555
AS VOZES QUE SILENCIAM: UMA ANÁLISE SOBRE O SILÊNCIO EM VIDAS SECAS .................564
GABRIELA PACHECO AMARAL ................................................................................... 564
DISCURSO PATRIARCAL E VIOLÊNCIA: BOURDIEU E A DOMINAÇÃO APRENDIDA ................574
GABRIELA SOARES BALESTERO ................................................................................. 574
LITERATURA E DIREITO: ANALISANDO “METAMORFOSE” DE FRANZ KAFKA ........................584
GABRIELA SOARES BALESTERO ................................................................................. 584
O LUGAR SOCIAL DO LOCUTOR NO ACONTECIMENTO DA ESCRAVIDÃO .............................593
GEORGES SOSTHENE KOMAN ................................................................................... 593
O DESABROCHAR POÉTICO DA LEITURA: EXPERIÊNCIAS LITERÁRIAS NA SALA DE LEITURA
CLARICE LISPECTOR ..............................................................................................................599
GILMA GUIMARÃES LISBOA, GILCILENE DIAS DA COSTA ............................................ 599
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NAS INICIATIVAS FEDERAIS PARA A FORMAÇÃO
CONTINUADA DE PROFESSORES DOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ..............608
GIOVANNA RODRIGUES CABRAL, POLLYANNA MARIA RESENDE ................................ 608
VILÃO OU VÍTIMA: UMA ANÁLISE DOS ENQUADRAMENTOS DOS PAÍSES NOS CONFLITOS DO
GOLFO PÉRSICO PELAS MANCHETES BRASILEIRAS ...............................................................617
GISELA CARDOSO TEIXEIRA ....................................................................................... 617
ESTRATÉGIAS DISCURSIVAS UTILIZADAS NO DEBATE POLÍTICO TELEVISIVO AO GOVERNO DO
ESTADO DO AMAPÁ .............................................................................................................627

10
GUASIARA DA SILVA MELO, MIRIAM MAIA DE ARAÚJO PEREIRA ............................... 627
“COM JEITINHO...” UMA ANÁLISE RETÓRICA DO DISCURSO DO PAPA FRANCISCO .............639
GUILHERME BERALDO DE ANDRADE ......................................................................... 639
CONSUMO, IMAGEM, CORPO ..............................................................................................646
GUILHERME CARROZZA, GABRIEL PAIVA ROSA GASPAR ............................................ 646
EFEITOS DE SENTIDO NOS TÍTULOS DA PLAYLIST “BEE COMENTA” DO VLOG CANAL DAS BEE
.............................................................................................................................................658
HAÍSA WILSON LIMA CRUZ ....................................................................................... 658
A METÁFORA COMO RECURSO ARGUMENTATIVO EM TEXTOS DO SÉCULO XIX NO JORNAL
“GAZETA DE NOTÍCIAS”: UM ESTUDO DE CASO ...................................................................668
HEBERTH PAULO DE SOUZA ...................................................................................... 668
MULTILETRAMENTOS: POTENCIALIDADES DO ESTUDO DO ANÚNCIO PUBLICITÁRIO NA SALA
DE AULA ...............................................................................................................................677
HELENA MARIA FERREIRA, LAÍS GONÇALVES SILVA, HELOYDECARLO BATISTA MARQUES
DA COSTA ................................................................................................................ 677
CAPACIDADES DE LINGUAGEM: SINALIZAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DO LEITOR PROFICIENTE
.............................................................................................................................................684
HELENA MARIA FERREIRA, NATÁLIA RODRIGUES SILVA DO NASCIMENTO, LAÍS
GONÇALVES SILVA .................................................................................................... 684
A REPRESENTAÇÃO DE LEITURA NAS TIRINHAS DE LANCAST MOTA ....................................691
HELEONARA GABRIELA SOUZA DE PAULA, ILSA DO CARMO VIEIRA GOULART ............ 691
O GÊNERO CONTO MARAVILHOSO EM SALA DE AULA: POTENCIALIDADES PARA A
AMPLIAÇÃO DE HABILIDADES DE LEITURA E NA ESCRITA ....................................................700
HELOYDECARLO BATISTA MARQUES DA COSTA, LARA TRANALI MENDONÇA OLIVEIRA
................................................................................................................................ 700
RECURSOS TECNOLÓGICOS E NARRATIVAS DIGITAIS: QUE HISTÓRIAS ESTAMOS CONTANDO?
.............................................................................................................................................706
ISABEL CRISTINA DORNELAS DA COSTA, MARIANA MELO COSTA, ANA ELYSA BASTOS DE
CASTRO.................................................................................................................... 706
TUTORIAL: UMA ALTERNATIVA PRÁTICA DE ENSINO ...........................................................714
ISABELA VIEIRA LIMA, GABRIELLA MARQUES SIQUARA SILVA .................................... 714
A OBRA DE ARTE ENQUANTO EXPRESSÃO DA TRANSFORMAÇÃO SIMBÓLICA ....................722
MARIANA REZENDE DINI .......................................................................................... 722
A VIOLÊNCIA DISCURSIVA EM REDES SOCIAIS CONTRA REFUGIADOS ..................................728
JAQUELINE APARECIDA NOGUEIRA, LUCAS GUEDES VILAS BOAS ............................... 728
DIALOGISMO E CONSTRUÇÃO DO ACONTECIMENTO NAS MÍDIAS JORNALÍSTICAS: UM
ESTUDO COMPARATIVO À LUZ DA ANÁLISE DO DISCURSO .................................................738
JAQUELINE DOS SANTOS BATISTA SOARES ................................................................ 738
A PRESENÇA DOS ADVÉRBIOS MODALIZADORES COMO ESTRATÉGIA ARGUMENTATIVA NO
GÊNERO CHARGE .................................................................................................................746

11
JENIFFER APARECIDA PEREIRA DA SILVA, IRENE LEIDE ALMEIDA MIGUEZ, MAURICEIA
SILVA DE PAULA VIEIRA ............................................................................................ 746
LETRAMENTO MULTIMODAL: A MULTIMODALIDADE E SUAS IMPLICAÇÕES EM DIFERENTES
CONTEXTOS ..........................................................................................................................754
JENIFFER APARECIDA PEREIRA DA SILVA, MAURICEIA SILVA DE PAULA VIEIRA ........... 754
LÍNGUA INGLESA, TRANSCULTURALIDADE E TRANSDISCIPLINARIDADE: PERCURSOS E
REPRESENTAÇÕES DOCENTES NO ENSINO FUNDAMENTAL I ...............................................764
JOANA DE SÃO PEDRO .............................................................................................. 764
O FALAR DA COMUNIDADE QUILOMBOLA CAMPINA DE PEDRA NO MUNICÍPIO DE POCONÉ-
MT ........................................................................................................................................769
JOCINEIDE MACEDO KARIM ...................................................................................... 769
GOLPE E IMPEACHMENT: A NOÇÃO DE SLOGAN NAS FORMULAÇÕES E CIRCULAÇÕES DE
SENTIDOS NOS TEXTOS MIDIÁTICOS ....................................................................................779
JOSÉ BRAULIO DA SILVA JUNIOR, ALINE SADDI CHAVES ............................................. 779
A PRELAZIA DE CAMETÁ E A EDUCAÇÃO POPULAR NO BAIXO TOCANTINS, NO PARÁ .........788
JOSÉ RIVALDO ARNAUD LISBOA, BENEDITA CELESTE DE MORAES PINTO.................... 788
PRÁTICAS DE LEITURA, TECNOLOGIA E ESCOLA ...................................................................797
JUCIELE PEREIRA DIAS, LUCIANA NOGUEIRA ............................................................. 797
LINGUAGEM DA CRIANÇA: A CONSTRUÇÃO DE NARRATIVAS A PARTIR DA RELEITURA DE
IMAGENS ..............................................................................................................................806
JULIANA PAULA DE OLIVEIRA, ILSA DO CARMO VIEIRA GOULART .............................. 806
A LITERATURA COMO MEIO DE ESTÍMULO AO PENSAMENTO CRÍTICO ...............................815
JULIANA PEREIRA ANDRADE ..................................................................................... 815
O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NA GRADUAÇÃO: UMA PRÁTICA POR MEIO DO GÊNERO
RESENHA CRÍTICA .................................................................................................................825
JÚLIO CÉSAR PAULA NEVES, JAQUELINE APARECIDA NOGUEIRA ................................ 825
A CONSTRUÇÃO DA OPINIÃO EM REDES SOCIAIS: AS VINCULAÇÕES POLÍTICO-IDEOLÓGICAS
NO DISCURSO .......................................................................................................................831
JUSSATY LUCIANO CORDEIRO JUNIOR ....................................................................... 831
O MAPEAMENTO DAS CAPACIDADES DE AÇÃO EM PROPOSTAS DE LEITURA DE TIRAS DE
HUMOR: UMA ANÁLISE DE LIVROS DIDÁTICOS ....................................................................842
LARA TRANALI MENDONÇA OLIVEIRA ....................................................................... 842
A QUESTÃO DO APAGAMENTO DO SUJEITO DENTRO DO GÊNERO FANTÁSTICO ................849
LARISSA SENA ROCHA DO NASCIMENTO ................................................................... 849
O DISCURSO DAS FINANÇAS PESSOAIS VOLTADO ÀS MULHERES: RELAÇÕES
INTERDISCURSIVAS E ESTEREÓTIPOS ...................................................................................853
LARYSSA CALIXTO MILITÃO, LEONARDO BIAZOLI, CARLA LEILA OLIVEIRA CAMPOS, JOÃO
PAULO DE BRITO NASCIMENTO ................................................................................ 853
ANÁLISES DE DEFINIÇÕES GRAMATICAIS EM LIVROS DIDÁTICOS À LUZ DE PERINI E OUTROS
TEÓRICOS .............................................................................................................................864

12
LETÍCIA DA SILVA ZARBIETTI COÊLHO , LILIAN PACHECO MONTEIRO DA COSTA ,
LUCIANO MAGNO ROCHA, ANNA CAROLINA FERREIRA CARRARA RODRIGUES , LIDIA
MARIA NAZARÉ ALVES ............................................................................................. 864
ANÁLISE DIACRÔNICA DA VARIAÇÃO LINGUÍSTICA DIAFÁSICA: CARTA E EMAIL ..................873
LETICIA DA SILVA ZARBIETTI COÊLHO, MAIDA DE FREITAS ALVES, LUCIANO MAGNO
ROCHA, LIDIA MARIA NAZARÉ ALVES ........................................................................ 873
LEITURA DE FÉRIAS: O QUE OS USUÁRIOS DO TWITTER ESTÃO LENDO? .............................883
LETÍCIA DA SILVA ZARBIETTI COÊLHO, LILIAN PACHECO MONTEIRO DA COSTA, LUCIANO
MAGNO ROCHA, LIDIA MARIA NAZARÉ ALVES .......................................................... 883
IDEOLOGIA, CORPO E MEMÓRIA: A INDIVIDUAÇÃO DO SUJEITO TRAVESTI PELO DISCURSO
MARGINAL ...........................................................................................................................889
LIDIA NORONHA PEREIRA ......................................................................................... 889
HOMEM VERSUS MULHER: GESTOS POLÍTICOS NA/PELA FOLHA DE S. PAULO EM
ENTREVISTA COM LAERTE COUTINHO .................................................................................896
LIDIA NORONHA PEREIRA ......................................................................................... 896
INCLUSÃO ESCOLAR DO ALUNO SURDO: ALGUNS SENTIDOS POSSÍVEIS .............................904
LISIANE FLORES DE OLIVEIRA STRUMIELLO ................................................................ 904
POLÍTICAS DE LÍNGUA(S) E PROCESSOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO .............................911
LOURDES SERAFIM DA SILVA .................................................................................... 911
PSICOTERAPIA DE GRUPO NUMA PERSPECTIVA FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIAL.............919
LUANA DE CÁSSIA FARIA .......................................................................................... 919
SÃO BENEDITO, “O NEGRO”: CONFLITOS E RESISTÊNCIAS EM PIRANGUINHO/MG NO INÍCIO
DO SÉCULO XX ......................................................................................................................928
LUCAS INÁCIO RODRIGUES ....................................................................................... 928
A FESTA MAIS DOCE DO BRASIL: PIRANGUINHO E A FESTA DO MAIOR PÉ DE MOLEQUE DO
MUNDO ................................................................................................................................938
LUCAS INÁCIO RODRIGUES ....................................................................................... 938
EDUCAÇÃO E TRABALHO NA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC): LINGUAGEM,
INSTITUIÇÕES E PRÁTICAS SOCIAIS ......................................................................................948
LUCIANA NOGUEIRA, JUCIELE PEREIRA DIAS ............................................................. 948
MEMÓRIAS E SIMBOLOGIAS: A LINGUAGEM IDENTITÁRIA DOS SINOS DA CIDADE DE SÃO
JOÃO DEL- REI ......................................................................................................................959
LUCIANE ANDREA DE OLIVEIRA, MARIA GORETTI LIMA GUIMARÃES, PATRICIA PEIXOTO
CARNEIRO VIEGAS, RAFAEL JOSÉ DE SOUSA .............................................................. 959
FOTOGRAFIA COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA ...............................................................964
LUDMILA MAGALHÃES NAVES, DALVA DE SOUZA LOBO ............................................ 964
FOTOGRAFIA COMO ARTE LITERÁRIA NA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS ..................................974
LUDMILA MAGALHÃES NAVES, ILSA DO CARMO VIEIRA GOULART ............................. 974
A RELAÇÃO ALUNO-ESCRITA: QUESTÕES RELATIVAS À DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NO
PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO ............................................................................................981

13
LUZIA ALVES ............................................................................................................. 981
LINGUAGEM POÉTICA COMO ESTRATÉGIA PARA AQUISIÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DA LEITURA
.............................................................................................................................................992
MARAISA DOS SANTOS, DALVA DE SOUZA LOBO ....................................................... 992
DIREITO E LINGUAGEM: HERMENÊUTICA E DESVELAMENTO DO SER ...............................1000
MARCELA ANDRADE DUARTE, RAFAEL LAZZAROTTO SIMIONI ................................. 1000
UM OLHAR BAKHTINIANO PARA O FILME “A CHEGADA” ...................................................1009
MARCELA ARANTES MEIRELLES, TÂNIA MARA SILVEIRA DIAS .................................. 1009
ASPECTOS LINGUÍSTICO-EDUCACIONAIS DA TEORIA CULIOLIANA .....................................1016
MARCOS LUIZ CUMPRI ........................................................................................... 1016
A ESCRITA DO GÊNERO ACADÊMICO ENSAIO: UMA REFLEXÃO SOBRE ARGUMENTATIVIDADE
E AUTORIA ..........................................................................................................................1024
MARIA DA PENHA BRANDIM DE LIMA, MARIA CRISTINA RUAS DE ABREU MAIA ...... 1024
SOBRE A LINGUAGEM DE MOBILIZAÇÃO E RESISTÊNCIA POLÍTICA NO ESPAÇO DA INTERNET,
ATRAVÉS DE TEXTOS “MANIFESTOS” .................................................................................1034
MARIA DO CARMO DE OLIVEIRA MOREIRA DOS SANTOS......................................... 1034
O POLÍTICO NA LINGUAGEM: UMA ANÁLISE DE DICIONÁRIOS ESPECIALIZADOS SOBRE A
ESCRAVIDÃO NEGRA NO BRASIL ........................................................................................1044
MARIA FERNANDA FACCIPIERI SILVA ...................................................................... 1044
O DINAMISMO DA LINGUAGEM NA INTERPRETAÇÃO JURÍDICA ........................................1056
MARIA GORETE FERREIRA....................................................................................... 1056
SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E A MIDIATIZAÇÃO DO TRABALHO E DO TRABALHADOR: O
LUGAR DA REALIZAÇÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL ...................................................1063
MARIA ISABEL BRAGA SOUZA ................................................................................. 1063
ANÁLISE DO DISCURSO VIA “OS POEMAS” DE MÁRIO QUINTANA .....................................1071
MARIA NICOLAU .................................................................................................... 1071
GRAFOS NA LEITURA DE AD ...............................................................................................1082
MARIANA GARCIA DE CASTRO ALVES ...................................................................... 1082
A BÍBLIA COMO TEXTO LITERÁRIO EM MOTION GRAPHICS: O QUE PENSAM OS LEITORES
INTERNAUTAS ....................................................................................................................1089
MARIANA JUNIA GOUVEA DOS SANTOS, CYNTHIA AGRA DE BRITO NEVES ............... 1089
A PERSPECTIVA TEOLÓGICA FEMINISTA E A QUESTÃO DA REPRESENTAÇÃO EQUIVALENTE
DO FEMININO.....................................................................................................................1099
MARIANA REZENDE DINI ........................................................................................ 1099
ARGUMENTAÇÃO E MULTIMODALIDADE: UMA ANÁLISE DOS MECANISMOS ENUNCIATIVOS
PRESENTES EM GÊNEROS MULTIMODAIS ..........................................................................1108
MAURICEIA SILVA DE PAULA VIEIRA, CLAUDIA ALVES PEREIRA BRAGA .................... 1108
A CRIAÇÃO IMAGINÁRIA E RELEITURA DE IMAGENS: UM ESTUDO SOBRE A LINGUAGEM DA
CRIANÇA .............................................................................................................................1118

14
MELINA CARVALHO BOTELHO, ILSA DO CARMO VIEIRA GOULART ........................... 1118
NAS NOTAS DE ALENCAR: REFLEXÕES ACERCA DO FEMININO ...........................................1127
MILENA PALHA, VANISE MEDEIROS ........................................................................ 1127
A EDUCAÇÃO E O ALUNO EM PROPAGANDAS GOVERNAMENTAIS, UM OLHAR PARA AS
REPETIÇÕES ........................................................................................................................1133
MILENE MACIEL CARLOS LEITE ................................................................................ 1133
A APRENDIZAGEM DA ESCRITA E SUAS IMPLICACÕES NA VIDA DO SUJEITO SURDO .........1139
MIRIAM MAIA DE ARAÚJO PEREIRA ........................................................................ 1139
ENQUADRANDO O CONCEITO “CORRUPÇÃO: UMA ANÁLISE COGNITIVA E DISCURSIVA DAS
METÁFORAS SOBRE CORRUPÇÃO ......................................................................................1149
NATÁLIA ELVIRA SPERANDIO .................................................................................. 1149
A PRODUÇÃO DAS BIBLIOTECAS DIGITAIS E A QUESTÃO DOS DIREITOS AUTORAIS NO GESTO
DE COMPARTILHAR ............................................................................................................1157
NATÁLIA RODRIGUES SILVA ..................................................................................... 1157
EDUCAÇÃO PARA O PENSAR: UMA EXPERIÊNCIA EM PIRANGUINHO-MG .........................1165
NATANAEL DOS SANTOS SILVA, ELIZABETH DA SILVA .............................................. 1165
O COBRADOR, DE RUBEM FONSECA: O RECURSO DA VIOLÊNCIA ATRAVÉS DOS PALAVRÕES
...........................................................................................................................................1172
NATANAEL LUIZ ZOTELLI FILHO ............................................................................... 1172
O NOME PRÓPRIO DE ESCRAVO NAS CARTAS DO CONDE DO PINHAL ...............................1183
NAYARA FERNANDA DORNAS, SOELI MARIA SCHREIBER DA SILVA .......................... 1183
REFLEXÕES TEÓRICAS SOBRE A LEITURA DE TEXTOS FÍLMICOS NA PERSPECTVA DA ANÁLISE
DE DISCURSO: OUTROS SENTIDOS POSSÍVEIS ....................................................................1193
NEURES BATISTA DE PAULA SOARES, EDINETH FRANÇA SOUSA SILVA ALVES ........... 1193
UMA VOZ DA MANTIQUEIRA NA INTERNET: A PORTEIRA DO MATO .................................1199
NILO SERGIO S. GOMES, IRIS AGATHA DE OLIVEIRA ................................................. 1199
MOVIMENTOS ARGUMENTATIVOS DA ESCRAVIDÃO E DA ANTIESCRAVIDÃO NO JORNAL O
ABOLICIONISTA ..................................................................................................................1205
NIRCE APARECIDA FERREIRA SILVÉRIO .................................................................... 1205
SEMIÓTICA: A PERCEPÇÃO DOS TERMOS JURÍDICOS .........................................................1214
PATRICIA PEIXOTO CARNEIRO VIEGAS, BRUNO VIEGAS DOS SANTOS ....................... 1214
CORPO E SUBJETIVIDADE EM I WANT A FAMOUS FACE .....................................................1224
PAULA CHIARETTI ................................................................................................... 1224
A PUBLICIDADE EM DIFERENTES CONTEXTOS: IMPACTOS DAS TECNOLOGIAS NA
(RE)CONFIGURAÇÃO DO ANÚNCIO PUBLICITÁRIO .............................................................1229
PAULA SILVA ABREU, MAURICEIA SILVA DE PAULA VIEIRA ...................................... 1229
CONTORNOS DE UMA VIDA A PARTIR DE UM DISCURSO DE POSSE ..................................1239
POLLYANNA JÚNIA FERNANDES MAIA REIS ............................................................. 1239

15
OS JOGOS DE (DES)CONSTRUÇÃO IMAGÉTICA EM UMA NARRATIVA DE VIDA ..................1247
POLLYANNA JÚNIA FERNANDES MAIA REIS ............................................................. 1247
ANALFABETISMO E LETRAMENTO SOCIAL: AS DIVERSAS FORMAS DE APRENDER .............1257
POLLYANNA MARIA RESENDE, CAROLINNE MACHADO BARRA, DÉBORAH OLIVEIRA
SILVA ..................................................................................................................... 1257
DISPUTAS SIMBÓLICAS NO CAMPO ESCOLAR ....................................................................1263
RAFAEL XAVIER TOLENTINO .................................................................................... 1263
IMAGINÁRIOS DA SEXUALIDADE: PROBLEMAS DE GÊNERO ..............................................1271
RAÍSSA RODRIGUES DE CARVALHO ......................................................................... 1271
EFEITOS DE SENTIDO, INTERDISCURSO E MEMÓRIA: UM EXAME DOS MEMES “NEGO ISSO,
NEGO AQUILO” ..................................................................................................................1280
RAQUEL COSTA GUIMARÃES NASCIMENTO, ERISLANE RODRIGUES RIBEIRO ............ 1280
A CONSTRUÇÃO DOS SUJEITOS BRASILEIROS NA ENUNCIAÇÃO PRESIDENCIAL DE GETÚLIO
VARGAS: UMA ANÁLISE SEMÂNTICA DA PROCLAMAÇÃO DE 1937 ....................................1288
RENATA ORTIZ BRANDÃO ....................................................................................... 1288
DISPOSITIVO E DISCURSO NO DESIGN DA PRIMEIRA PÁGINA DO JORNAL IMPRESSO .......1298
RICARDO AUGUSTO ORLANDO ............................................................................... 1298
INTERAÇÃO E ORALIDADE NOS BLOGS DE VIAGEM: uma análise do blog Esse Mundo é Nosso
...........................................................................................................................................1309
ROBERTA VIEIRA FÁVARO GÜNTHER ....................................................................... 1309
A COMPLEXIDADE DO FORMALISMO DA LINGUAGEM JURÍDICA FRENTE À PRECARIEDADE DA
COMPREENSÃO NA SOCIEDADE BRASILEIRA ......................................................................1318
RODRIGO RIOS FARIA DE OLIVEIRA ......................................................................... 1318
“O MUNDO TEM UMA NOVA EMBALAGEM”: UMA ANÁLISE DISCURSIVA DA CAMPANHA
PUBLICITÁRIA DA VALE FÉRTIL ...........................................................................................1326
ROSANA CRISTINA GIMAEL ..................................................................................... 1326
LINGUAGEM ORAL, IDENTIDADE E RESISTÊNCIA: A FORÇA DO CANDOMBLÉ E DA “DANÇA DE
SANTO” ..............................................................................................................................1336
SANDRA CORDEIRO MOLINA .................................................................................. 1336
A PROJEÇÃO IMAGINÁRIA DA/PARA ESCOLA DO CAMPO ..................................................1343
SANDRA REGINA SILVA, ANA LUIZA ARTIAGA RODRIGUES DA MOTTA ..................... 1343
A MATERIALIDADE VERBAL E A NÃO VERBAL: UM OLHAR DISCURSIVO PARA A OBRA DE
CLARICE FREIRE ..................................................................................................................1351
SARA JONAS DE ASSIS, STELLA MARIS RODRIGUES SIMÕES ..................................... 1351
ESTRATÉGIAS DE CATEGORIZAÇÃO/REFERENCIAÇÃO NA FALA DE UMA ESTUDANTE
SECUNDARISTA ..................................................................................................................1358
SÉRGIO CASIMIRO .................................................................................................. 1358
A LEITURA LITERÁRIA NA AFIRMAÇÃO DA SUBJETIVIDADE ................................................1367
SIMONE APARECIDA BOTEGA, ANDRÉA PORTOLOMEOS ......................................... 1367

16
SENTIDOS QUE EMANAM DO MATERIAL DE DIVULGAÇÃO DE CAMPANHAS DA DENGUE NO
MUNICÍPIO DE VARGINHA ..................................................................................................1374
SIMONE CATARINA SILVA ARCHANJO ..................................................................... 1374
ARGUMENTAÇÃO, ARGUMENTATIVIDADE E PERSPECTIVAÇÃO NA CARTA DO ESCRAVO
FELÍCIO E NA LEI NA ATUALIDADE ......................................................................................1382
SOELI MARIA SCHREIBER DA SILVA ......................................................................... 1382
A PROPOSTA DE REDAÇÃO DO ENEM: MEMÓRIA DISCURSIVA EM BLOCO .......................1389
STELLA MARIS RODRIGUES SIMÕES ........................................................................ 1389
O DISCURSO DO RISCO EM HIV/AIDS E A PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES .......................1398
STÉPHANIE LYANIE DE MELO E COSTA ..................................................................... 1398
O DISCURSO SOBRE O ENSINO MÉDIO NOS PROJETOS VOLTADOS À PROFISSIONALIZAÇÃO
...........................................................................................................................................1410
TAMYRES CECÍLIA DA SILVA .................................................................................... 1410
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O ENSINO MÉDIO NA CONTEMPORANEIDADE: RELAÇÕES ENTRE
LINGUAGEM E TRABALHO ..................................................................................................1419
TAMYRES CECÍLIA DA SILVA .................................................................................... 1419
DIZENDO DO CORPO COM O CORPO: ANÁLISE DE UMA PERFORMANCE EMBLEMÁTICA DO
FEMINISMO ........................................................................................................................1428
TELMA DOMINGUES DA SILVA ................................................................................ 1428
A ESPACIALIZAÇÃO DA LEITURA NO JORNAL, DA CIDADE AO DIGITAL ...............................1435
TELMA DOMINGUES DA SILVA ................................................................................ 1435
ANÁLISE ARGUMENTATIVA DAS NARRATIVAS FEMININAS SOBRE O ABORTO DE FETOS
ANENCÉFALOS ....................................................................................................................1441
TATIANA AFFONSO FERREIRA PAIVA ....................................................................... 1441
BELA, RECATADA E DO LAR: UM OLHAR SOBRE A IMAGEM DA MULHER BRASILEIRA .......1452
TATIANA BARBOSA DE SOUSA ................................................................................ 1452
DISCURSO E MÍDIA: MARCELO CRIVELLA NAS ELEIÇÕES DO RIO DE JANEIRO ....................1462
TATIANE DOS SANTOS ALVES, EDVANIA GOMES DA SILVA....................................... 1462
A FORÇA DAS PALAVRAS: OS SENTIDOS DO SUCESSO ........................................................1467
THIAGO SOARES ..................................................................................................... 1467
“A MARCHA DA FAMÍILIA COM DEUS PELA LIBERDADE” (1964 E 2014): CONSTRUÇÃO DO
ACONTECIMENTO E PAPEL ATRIBUÍDO À MULHER PELO JORNAL “O GLOBO” ..................1476
TÚLIO SOUSA VIEIRA, WILLIAM AUGUSTO MENEZES ............................................... 1476
DISCURSO E TURISMO: A FESTA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO EM SILVIANÓPOLIS –
MINAS GERAIS ....................................................................................................................1487
VANESSA JUNQUEIRA MEGALE, ANDREA SILVA DOMINGUES .................................. 1487
JUVENTUDE, REDES E TRANSTORNOS ALIMENTARES:UMA ESCUTA DISCURSIVA DOS
SUJEITOS DA ANOREXIA E DA BULIMA ...............................................................................1496
WEDENCLEY ALVES SANTANA, NATHÁLIA VILLANE RIPPEL ....................................... 1496

17
A MÍDIA IMPRESSA NEOPENTECOSTAL SOBRE O GÊNERO E A SEXUALIDADE....................1506
WELLTON DA SILVA DE FATIMA .............................................................................. 1506

18
Apresentação

O VII Encontro de Estudos da Linguagem e VI Encontro


Internacional de Estudos da Linguagem – Enelin 2017 – foi promovido pelo
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem (PPGCL) da
Universidade do Vale do Sapucaí (Univás), através de seu Núcleo de
Pesquisas em Linguagem (Nupel). Com o tema “Linguagem, Instituições e
Práticas Sociais”, o evento foi realizado na Univás, em Pouso Alegre, de 04 a
06 de outubro de 2017. Participaram como convidados para Conferências e
Mesas-Redondas pesquisadores do Uruguai, da Itália e de diversas regiões do
Brasil. Essas relações de intercâmbio têm contribuído para o avanço das
pesquisas em ciências da linguagem.

Durante os três dias de atividades, os participantes prestigiaram e


contribuíram com as Sessões Coordenadas, sessões de Comunicações
Individuais, sessões de Pôsteres, além de uma apresentação musical regional
e lançamento de livros. Todas essas atividades proporcionaram um produtivo
intercâmbio de pesquisas nos diferentes domínios dos estudos da linguagem e
um debate com áreas afins. Isso contribuiu para fazer circular a produção de
conhecimento acadêmico que se vem desenvolvendo na universidade e, ao
mesmo tempo, fortalecer o espaço de reflexão com os trabalhos produzidos por
pesquisadores de outras instituições brasileiras e do exterior.

Esta sétima edição do evento teve ampla divulgação e contou com a


presença de diversos docentes, discentes e interessados em geral não só da
região sul-mineira, mas de todo o país, ampliando significativamente o número
de participantes no evento. Neste ano, participaram do evento com inscrição e
apresentação de trabalho 110 professores pesquisadores, 167 alunos de pós-
graduação, 101 alunos de graduação, 38 professores da Rede Básica de
Ensino, sendo que o encontro recebeu inscrições de todas as regiões do Brasil
e também do exterior.

Vale destacar que a crescente participação de graduandos e pós-


graduandos de diferentes IES de todo o Brasil demonstra a contínua inserção
social do PPGCL em Pouso Alegre, na região sul de Minas, e em todo o país,
no trabalho de difusão científica. Ao lado disso, o Enelin vem contribuindo para
a circulação de trabalhos de discentes e docentes do PPGCL, bem como de
outros alunos e discentes de outras IES, por meio das apresentações de
trabalhos no evento, e também por meio da publicação dos trabalhos
apresentados. Como forma de divulgar e fazer circular esses trabalhos é que
publicamos os Anais do Enelin 2017.

A comissão organizadora do evento agradece à Fundação de Ensino


Superior do Vale do Sapucaí, à Universidade do Vale do Sapucaí, às agências
de fomento, CAPES e FAPEMIG, e a todos os colaboradores (professores,
monitores, funcionários e técnicos) que ajudaram a promover a organização e o
sucesso do Enelin 2017, que resultou na presente publicação.

19
TEXTOS COMPLETOS

20
O DISCURSO DO RISCO EM HIV/AIDS E A
PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES

STÉPHANIE LYANIE DE MELO E COSTA

Programa de Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde


Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ
Expansão do Campus: Av. Brasil, 4036, sala 210, Manguinhos, Rio de Janeiro,
RJ. CEP: 21040-360

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Resumo. O discurso normativo do risco em saúde subjaz a política


de prevenção ao HIV/AIDS no Brasil. Por meio dele, indivíduos são
interpelados a se autogerenciarem, através da escolha por certo
estilo de vida “saudável” e “responsável”. Mas isso não se dá sem
resistências: através da análise de entrevistas com soropositivos,
mostra-se como eles produzem seus próprios discursos cotidianos
sobre a AIDS e os riscos, nem sempre parafrásticos ao que "deve
ser feito" para evitarem a (re)infecção.
Palavras-chave: HIV/AIDS. Análise de discurso. Risco em saúde.
Biopoder. Prevenção.

Abstract. The normative discourse of health risk underlies the


HIV/AIDS prevention policy in Brazil. It calls upon individuals to
manage themselves by choosing a "healthy" and "responsible"
lifestyle. But it does not occur without resistance: the discourse
analysis of interviews with people with HIV shows how they produce
their own daily discourses on AIDS and its risks, which are not
always paraphrasic to what "must be done" to avoid (re)infection.
Keywords: HIV/AIDS. Discourse analysis. Health risk. Biopower.
Prevention.

1. Introdução

O discurso normativo do risco em saúde subjaz a política de prevenção


ao HIV/AIDS no Brasil, desde o incentivo ao uso do preservativo até a adesão
do soropositivo ao tratamento. O cálculo do risco refere-se, neste caso,
principalmente a medidas individuais para evitar a (re)contaminação por HIV e,
no caso específico de já se estar infectado, a evolução do quadro clínico para a
AIDS e a transmissão do vírus a outros. Por meio dele, os indivíduos são
continuamente interpelados em sujeitos e a se autogerenciarem, através do
uso supostamente racional das informações que lhes são ofertadas e, assim,
da escolha por um determinado “estilo de vida” tido como “saudável” e, por
conseguinte, também “responsável” (CASTIEL, 1996, p. 80) - já que, se
conhecemos os riscos e as medidas de contenção dos danos (a nós e aos
outros), torna-se um dever e uma obrigação moral agir contra eles (VAZ, 2004,
p. 13). Assim, o discurso do risco transforma a infecção por HIV em uma

1398
questão de foro individual – ou seja, atribui a responsabilidade pela infecção à
pessoa, por conta de seus hábitos e estilos de vida e, consequentemente,
descoletiviza as determinações deste processo saúde-doença.
Do ponto de vista discursivo, tanto os indivíduos quanto as instituições
ocupam posições-sujeito em formações discursivas (PÊCHEUX, 1997) – que
são matrizes de interpretação, relações de sentido –, e se posicionam dentro
de relações de força e poder – as formações ideológicas (ORLANDI, 2005, p.
78). Para nós, o discurso do risco é a materialização do biopoder foucaultiano
na linguagem. Ao contrário de algumas leituras, para nós a identificação das
biopolíticas não é uma denúncia de Foucault, mas sim a caracterização de um
momento da história em que as sociedades centrais do Ocidente organizam-se,
racionalizam-se e institucionalizam-se em torno dos saberes médicos,
produzindo “efeitos de verdade”. Podemos perceber que, em nome da
medicalização da sociedade, clivagens foram feitas em relação ao que é
produtivo e o que não é produtivo, o que é permitido e o que não é permitido
(como o uso do preservativo e sua abstenção, respectivamente), o que é
normal e o que é patológico.
Contudo, o biopoder não se dá sem resistências, sem
contraidentificações: há sujeitos que constroem a deriva do sentido, porque a
falha é inerente à ideologia (PÊCHEUX, 1997), à injunção institucionalizada
dos sentidos. As pessoas produzem seus próprios discursos cotidianos sobre o
corpo, a AIDS, a saúde e os riscos, nem sempre parafrásticos ao que "pode"
ou "deve ser feito" para evitarem a (re)contaminação pelo HIV. Isso geralmente
é ignorado pelos sujeitos (institucionais ou não) que sustentam o discurso do
risco em saúde, pois eles não reconhecem nas falas dos “sujeitos desviantes”
discursos e saberes legítimos.
Tanto as instituições que nos alertam sobre os riscos em saúde quanto
os indivíduos, ao ocuparem posições-sujeito em discursos – sempre
provisórias, sujeitas aos processos históricos, marcadas por incompletude,
deslocamentos e rupturas –, produzem, reproduzem e deslocam sentidos,
igualmente. Porém, a interpretação não é livre, pois há uma política do sentido,
que deve ser considerada.

(...) há modos de se interpretar, não é todo mundo que pode


interpretar de acordo com sua vontade, há especialistas, há um
corpo social a quem se delegam poderes de interpretar (logo
de “atribuir” sentidos), tais como o juiz, o professor, o
advogado, o padre etc. Os sentidos são sempre
“administrados”, não estão soltos (ORLANDI, 2005, p. 10).

Logo, as instituições que nos alardeiam acerca do nosso risco de


contrair HIV, ao exercerem o biopoder, ocupam esse lugar privilegiado de
administração dos sentidos sobre o corpo, a doença e a saúde; sobre o que
devemos e não devemos fazer para nos mantermos saudáveis. No entanto,
esta “política do dizer” encontra resistências, produz contradiscursos,
contraidentificações, porque os sentidos cristalizados estão sendo
permanentemente negociados. Se os lugares de leitura do discurso do risco em
saúde, tanto quanto de autoria, são determinados pelas formações discursivas
nas quais se posicionam os sujeitos, ainda mais levando em consideração a
heterogeneidade desses posicionamentos, torna-se pressuposto que a
interpretação desse discurso do risco ou das políticas de prevenção não se dá

1399
exatamente como o previsto por aqueles que sustentam esses sentidos
institucionalizados. Assim, os discursos biopolíticos do risco em saúde – dentre
eles, os de prevenção à AIDS (centrados nas “práticas e comportamentos de
risco” e nas “falhas” na adesão ao tratamento) – podem estar em conflito com
discursos outros e sendo percebidos pelas pessoas como ingerência sobre
suas afetividades e subjetividades.
Assim, a instituição do biopoder resulta em adesões, mas também em
resistências (FOUCAULT, 1999). Os processos de subjetivação – constituição
histórica dos sujeitos – não seriam, portanto, unidirecionais. A instituição do
biopoder, do corpo disciplinado e produtivo, esbarra em desejos que fazem do
sujeito um transgressor do próprio corpo, a ser administrado continuamente
pelos poderes institucionalizados. Assim, as clivagens biopolíticas
(permitido/proibido; normal/patológico etc.) nem sempre são instituídas de
forma pacífica, inclusiva e consensual. Os indivíduos balizam sua maneira de
entender a AIDS e suas práticas cotidianas em várias mensagens circulantes
sobre a doença, mas também em discursos sobre o prazer e a diversão,
através de mecanismos de identificação ou contraidentificação:
Exercendo coerção direta sobre determinados grupos sociais, a
epidemia de informações da AIDS produz outra epidemia de contra-
informações. Cada indivíduo discriminado ou excluído pelo
mecanismo de vigilância produz o seu próprio enunciado de
justificação, processo de defesa, lance no jogo das falas, relação de
forças que se enfrentam (LIMA, 2006, p. 106).

Destarte, este artigo visa discutir o papel do discurso do risco em saúde


nos modos de subjetivação relacionados ao HIV/AIDS, problematizando a
maneira como ele busca estabilizar os sentidos, silenciando, restringindo e
constrangendo outras formas de vida (dito discursivamente, outras posições-
sujeito) que permanentemente o desafiam, e que foram identificadas por nós
por meio da análise discursiva de entrevistas com pessoas vivendo com
HIV/AIDS (PVHAs). Apresentamos resultados inéditos de dissertação299 de
mestrado concluída (COSTA, 2014), somada a reflexões produzidas no âmbito
do doutorado, em andamento300.

2. Discurso do risco em saúde e produção de subjetividades

O risco é, nas sociedades ocidentais, um construto cultural central, com


vários significados dependendo de quem emprega o termo (LUPTON, 1993).
Mas, ainda que haja várias interpretações sobre o conceito de risco (segundo
distintos campos do conhecimento e práticas sociais que orientam nossas
cotidianidades), entendemo-lo aqui como a “forma específica de objetivação do
perigo pelo cálculo antecipado das probabilidades de ocorrência de um

299
Na dissertação, comparamos os discursos de 4 pessoas vivendo com HIV/AIDS com os das
campanhas contra a AIDS veiculadas em Minas Gerais entre 2009 e 2013 e elaboradas pelo
Ministério da Saúde, pela SES-MG e pelo Grupo Vhiver, uma organização não governamental
voltada para a AIDS.
300
Na tese, estamos investigando como o discurso do risco em saúde está presente na
cobertura realizada pelos jornais Folha de S.Paulo e O Globo entre 1998 e 2017 a estas
tecnologias biomédicas de prevenção ao HIV/AIDS: circuncisão masculina, profilaxia pós-
exposição (PEP), profilaxia pré-exposição (PrEP) e tratamento como prevenção (TasP em
inglês, TcP em português).

1400
determinado evento.” (CARDOSO; VAZ, 2014, p. 2). Ou seja, enquanto o
conceito de perigo revela que um evento futuro pode ou não acontecer, o
conceito de risco opõe-se ao fatalismo e ressalta o poder da ação humana em
deter a ocorrência deste evento, através da identificação, antecipação e
tomada de uma decisão racional (principalmente se cientificamente orientada)
no presente para evitá-lo. Portanto, é “um constructo que tem no
desenvolvimento técnico-científico, na reflexividade e na ampliação da
liberdade de escolha e responsabilidade individuais as condições de
possibilidade para se consolidar como operador de micro e macro decisões”
(CARDOSO; VAZ, 2014, p. 2-3). E, assim, risco é, simultaneamente, produto
do conhecimento científico e nossa forma cultural específica de lidar com o
perigo, de definir ações, diretrizes morais e comportamentais para preveni-lo e
de atribuir responsabilidades a cada um, às instituições e aos governos
(CARDOSO, 2012, p. 18).
Como as pessoas são na maioria leigas em informações para avaliarem o
risco, precisam acreditar em intermediários (como cientistas, funcionários do
governo, ambientalistas e mídia), cada qual advogando o risco segundo as
preocupações de suas próprias agendas. Por isso, Deborah Lupton (1993)
afirma que as definições de risco podem ser consideradas ferramentas
conceituais que servem para manter a estrutura de poder da sociedade: as
vozes dos indivíduos são menos ouvidas que as dos empresários e políticos,
definidores do risco e identificadores de suas soluções.
No campo da saúde, "risco" é bastante usado como sinônimo de perigo a
se contrair certa doença, e está presente em noções como "grupo de risco",
"fatores de risco", "comportamento de risco" etc. O campo da Saúde Coletiva é
"especialmente pérvio e (re)produtor da ideologia dos riscos em saúde,
segundo a qual se tornou obrigatória a assunção de estratégias de prevenção
que evitem as doenças e prolonguem a sobrevida." (MORAES, 2016, p. 77). A
construção e a legitimação da normatividade da lógica do risco no cuidado à
saúde ancoram-se fortemente em dois aspectos: 1) na eficácia epistemológica
da epidemiologia na validação dos discursos científicos sobre o processo
saúde-doença-cuidado; e 2) na eficácia simbólica do conceito de "estilo de
vida" na conformação de subjetividades instituintes e instituídas por políticas de
promoção da saúde (AYRES, 2011, p. 1867).
Como dissemos na introdução deste artigo, entendemos que o risco é um
dos dispositivos do biopoder (FOUCAULT, 2000) contemporâneo, visto que
visa, através de procedimentos e cálculos de maximização da vida, projetar e
sustentar ideais de longevidade e de bem-estar, ao mesmo tempo em que
conforma corpos saudáveis. O modelo brasileiro de enfrentamento à epidemia
de AIDS opera menos por estratégias de vigilância e disciplina (basta lembrar
que o teste de HIV obrigatório é prática condenável no país) e mais por
estratégias do biopoder, pela internalização do discurso do risco – é preciso
que o sujeito se perceba como uma “vítima virtual” (VAZ et al., 2012) do
HIV/AIDS e que se inquiete com seu risco – e de uma pedagogia incidente nos
comportamentos e modos de vivência da sexualidade (RODRIGUES, 2012, p.
74). Não há censura às práticas sexuais, desde que feitas utilizando-se
métodos preventivos – como apregoou o Ministério da Saúde no slogan da
campanha contra o HIV/AIDS para o carnaval de 2010, “Camisinha. Com amor,
paixão ou só sexo mesmo. Use sempre.".
Mas, segundo o sociólogo Nikolas Rose, o caráter normativo e

1401
intervencionista do discurso do risco precisa ser debatido e questionado:

A ideia do indivíduo que procura maximizar a sua própria


saúde e a de sua família se torna uma norma, e uma vez
que ela se torna uma norma, ela se torna também uma
inspiração para toda uma série de intervenções para
gerenciar pessoas que não correspondem a essa norma [...].
(ROSE, 2016, p. 801).

Uma das formas de mal-estar causado pelo discurso do risco ocorre


quando o sujeito com ele identificado, ao buscar evitar um sofrimento futuro por
meio de medidas racionais, acaba sofrendo no presente: “Trata-se de uma
mudança na direção temporal do arrependimento: quer-se que a pessoa se
arrependa, não depois, mas antes de tomar uma decisão, pela mera
possibilidade de vir a sofrer” (VAZ et al., 2007, p. 150). E o que angustia o
sujeito não é apenas o desvio de padrões tidos como “normais”, a recriminação
moral e o sentimento de culpa que isso pode acarretar, mas, principalmente, o
“impossível equilíbrio esquizofrênico entre a busca pela satisfação de desejos
propiciados pelas múltiplas tentações oferecidas paroxisticamente ao nosso
redor e um comedimento responsável para que não nos consumamos neste
turbilhão.” (CASTIEL et al., 2010, p. 124). Ora, no campo do HIV/AIDS, o sexo
(principalmente) torna-se esse locus de um imbróglio pessoal, onde a lógica do
risco mais falha: “Um primeiro elemento de moderação na 'ascese' é a
valorização do prazer sexual: o controle do corpo não pode incidir sobre esses
prazeres tão intensos.” (VAZ et al., 2007, p. 151).
Deborah Lupton (1993, p. 429) percebe que está diminuindo o controle
dos indivíduos sobre o risco em seus ambientes de trabalho e de vida, ao
passo que ironicamente está-se aumentando a ênfase nos riscos advindos da
suposta responsabilidade deles próprios sobre sua saúde. Como bem observou
Zygmunt Bauman (2001, p. 48), “Riscos e contradições continuam a ser
socialmente produzidos; são apenas o dever e a necessidade de enfrentá-los
que estão sendo individualizados". Essa culpabilização da vítima inibe a
compreensão das causas sociais das doenças, substituindo-a por um modelo
de comportamento irrealista (CRAWFORD, 1977, p. 671).
Assim, culpar a pessoa vivendo com HIV/AIDS pela sua infecção não é
apenas ineficaz para a recuperação de sua saúde (pelo contrário, é produtor de
[auto]estigmas capazes de provocar danos à sua saúde física e mental) – é
também injusto:
Não só esta abordagem do problema é ineficaz, como
muitos estudos conduzidos desde então têm demonstrado,
mas também injusta, porque leva a se responsabilizar as
pessoas com AIDS pela sua própria aflição, uma clássica
inversão da ordem das coisas que consiste em 'culpar a
vítima'” (FASSIN, 2007, p. 25-26, tradução nossa).

O historiador Charles Rosenberg (1992, p. 274) associa o discurso do


risco em saúde presente na sociedade do capitalismo tardio com o desejo
antigo e poderoso de explicar a doença e a morte em termos de volição – de
atos feitos ou deixados por fazer pelo indivíduo. Para o autor, o arrefecimento
de doenças infectocontagiosas levou a uma obsessão crescente por controlar
riscos (sentidos ou reais), explicando a vulnerabilidade de alguns à doença ou
à morte segundo os estilos de vida que supostamente eles escolheram ter
1402
(como comer demais, beber muito álcool, ter uma vida sexual “promíscua”). O
conceito moderno de risco teria, assim, uma propriedade "forense", na medida
em que funciona retroativamente, explicando a doença-sina, mas também
prevendo retribuições futuras.
Ainda segundo Rosenberg (1992), durante vários séculos as epidemias
foram explicadas dentro de um quadro moral e transcendental, em termos da
relação do homem com Deus. Mas desde pelo menos o século XVI, esse
quadro espiritual tem coexistido com e perdido ênfase para explicações mais
seculares e mecanicistas. Convicções morais utilizadas para explicar e dar
sentido às epidemias têm sido articuladas com processos biológicos mundanos
que resultam em doenças – e isso foi percebido pelo autor no caso da AIDS.
Nesse sentido, pecados individuais ou comunitários poderiam trazer ou
prolongar uma epidemia – mas apenas através de mecanismos fisiológicos do
corpo, e não através da interposição de Deus ou de milagres. No caso da
AIDS, estar infectado é, muitas vezes, ser tratado como um pecador, ou sentir-
se assim. Em nossa dissertação (COSTA, 2014), entrevistamos um
soropositivo que, ao explicar como contraiu o HIV, afirmou "eu pequei" (o
vírus), ao invés de "eu peguei". Logo, atravessou a fala deste sujeito um
discurso moralizante religioso, infelizmente muito presente no discurso do risco
à saúde: peca-se quando não se observam as recomendações sanitárias.
Conforme afirma Lupton (1993), mesmo quando os riscos são externos ao
indivíduo (por exemplo, a poluição), a noção de pecado mantém-se: peca-se
contra o indivíduo.
Segundo Lupton (1993, p. 428), que percebe o discurso do risco como
uma construção sociocultural, os riscos têm menos a ver com ameaças reais
de perigos e mais com o que certa cultura considera importante. As definições
de riscos seriam expressões das tensões inerentes a contextos socioculturais
dados, servindo como arma política e para a identificação e constituição
normativa do Outro (o estranho que ameaça e perturba a ordem, que oferece
risco) e o Eu (aquele que está sob risco) e, consequentemente, para a
distribuição da culpa entre minorias estigmatizadas. Distribuem-se os papéis de
quem seriam os agressores e as vítimas – ou seja, de quem sabe e quem não
sabe cuidar de si e do outro (VAZ et al., 2007, p. 146). Portanto, as definições
de riscos teriam menos que ver com a natureza do perigo e mais com
propósitos ideológicos.

3. Análise das entrevistas

Entrevistamos soropositivos porque eles já foram resistentes aos


discursos preventivos uma vez e suas vidas estão sob risco maior quando não
se previnem (pois há a possibilidade de reinfecção) e quando não aderem
satisfatoriamente ao tratamento. Cremos que, se conseguirmos compreender
os discursos que pontuam as resistências desse grupo, poderemos entender
mais facilmente as resistências dos outros sujeitos em sociedade.
Cabe ressaltar neste momento que o objeto de pesquisa da Análise de
Discurso não são os indivíduos entrevistados, mas os discursos da sociedade
que os atravessam, presentes em suas narrativas, a partir das posições-
sujeitos ocupadas por eles. Ademais, deve-se entender que, durante uma
entrevista, a formulação de sentido operada pelo entrevistado está
atravessada, necessariamente, pelas projeções imaginárias deles com relação

1403
ao entrevistador, e vice-versa. Por isso, necessariamente o resultado é, antes,
uma coconstrução discursiva. Discurso é efeito de sentidos entre interlocutores
– ou seja, ele não existe por si mesmo, mas só em um espaço entre sujeitos.
As entrevistas foram presenciais e realizadas em junho de 2012, com
aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UFJF. Os entrevistados foram
um homem e uma mulher, ambos brasileiros, heterossexuais, entre 40 e 50
anos de idade, sabidamente soropositivos ao HIV, com autonomia plena e
frequentadores de uma mesma organização não governamental contra a AIDS
de Juiz de Fora (MG). Transcrevemos trechos das entrevistas, em que “S.” é a
pesquisadora e “A.” e “F.” são os entrevistados. As barras servem para mostrar
a passagem da fala do entrevistado para a da pesquisadora. Os escritos entre
colchetes são observações nossas, para facilitar o entendimento do leitor sobre
o diálogo travado.
Os sujeitos que sustentam o discurso do risco relacionado ao HIV/AIDS
muitas vezes negligenciam razões pelas quais as pessoas não aderem ao
“sexo seguro”. Nossos entrevistados, por exemplo, contraíram o HIV por terem
julgado, pela aparência física, que a sua parceria sexual não estava infectada.

A: tem dois irmão meu [...], nós ia muito em putaria em Juiz de


Fora [...] E ele num pegou ele [HIV]. Eu que peguei o troço
dentro de casa. [...]/ S: E lá, onde cês iam pra putaria, também
num usava camisinha não? / A: Usava não, uai, usava não.[...]
As muié era limpinha lá.
F: Porque na questão de algumas horas de conhecimento [de
paquera] você não vai saber se a pessoa tem a doença [ AIDS]
ou não, e pode haver uma afinidade [...] uma atração física e,
de repente, se ela tiver com baixa imunidade ela pega.

A soropositiva entrevistada por nós aborda alguns motivos pelos quais


as pessoas, em geral, não usam o preservativo – parte deles subestimados ou
não reconhecidos como legítimos pelos que sustentam o discurso do risco em
saúde. Dentre eles, estão o ideal de fidelidade, harmonia; a vontade de ter um
filho; o fato de o preservativo retirar o prazer, dar a sensação de castração para
quem o está usando ou não ser algo natural:

F: Se alguém fala que tem [problema para sentir prazer com


camisinha], talvez, porque sente que está tirando aquilo que a
natureza deu né? Mas eu acho que se fizer com carinho, e usar
o preservativo direitinho, ela não perde o prazer de sentir da
mesma forma que faz sem, não. [...] a não ser que pro homem,
porque o preservativo masculino tem aquela sensação de
fechar todo o membro, se sinta podado. [...] também usei o
preservativo feminino, e isso dá uma sensação de frustração,
como o homem diz que dá.
F: Eu faria o seguinte [hoje, se não fosse soropositiva]: eu teria
um relacionamento com uma pessoa 1 ano usando os métodos
de preservativo. E como a gente vai convivendo, se
conhecendo, se relacionando pra ter uma vida de fidelidade,
afinidade, a gente morar junto, que o final disso tudo é o ficar
juntos. Depois de um certo tempo, faria, os dois fariam exame
para constatar [...] realmente [se tinha DST]. Aí sim, se não
tivesse nada, o médico fala “tá tudo ok com o casal, pode ser
feliz para sempre”, não usaria [camisinha].[...] Depois dali com

1404
certeza o casal queria ter filho, então ficaria tranquila, e poderia
ter uma vida saudável.

Os advogados do discurso do risco em saúde ignoram sentidos


atribuídos ao preservativo que levam os sujeitos a não aderirem a ele. Um
deles é de que a pessoa o usa porque é infiel, principalmente em uma
sociedade em que sua função contraceptiva é substituída por outros métodos,
como a pílula anticoncepcional:

F: [...] na época eu acho que do meu pai, eles falavam em


preservativo, mas eu acho que era muito pouco falado, muito
pouco colocado, assim, a mercê da pessoa, nas farmácias. Era
tudo a base de fazer as coisas escondidas, porque eu acho
que naquela época os casamentos eram muito certos, muito
corretinho, e se o homem viesse a fazer algo [relações
extraconjugais], as pessoas usavam um método assim, né?,
para não engravidar. [...] Hoje em dia não tem mais isso, tem
outros meios, tem vários métodos de evitar, anticoncepcional,
[...].

Outro sentido dado à camisinha é a identificação de quem insiste em seu


uso como alguém infectado. Algumas PVHAs deixam de usá-la por medo de
terem sua soropositividade desvendada e, assim, perderem a pessoa amada:

A.: Eu morava com uma mulher que me botou isso [ AIDS]


dentro de casa./ S: E você sabia [que ela tinha AIDS]? / A:
Sabia não! [...] Eu via ela tomar remédio e perguntava pra ela
"Cê tá tomando remédio pra quê?". "Pro estômago!"
A: Não, num falo nada não [pras pessoas com quem vai transar
que tem AIDS]. As pessoas que quiser usar camisinha, tudo
bem. Agora, se não quiser usar, também num falo nada não.

Algumas PVHAs têm dificuldade de negociar o uso do preservativo,


mesmo com parceiros para quem revelaram a soropositividade. O entrevistado
diz preferir usar a camisinha, até para não se reinfectar, mas a parceira a
rejeita pois o preservativo incomoda:

A: eu falei pra ela "você sabe que eu sou soropositivo, né?" [...]
Sabia! aí eu falei "vamo botar camisinha". Aí ela disse
"Camisinha machuca muito". Aí falei "vamo sem camisinha,
então". [...] Falei "então tá, então vai sem medo de pegar
vírus", porque é certo que depois ele vai e mata a gente mais
rápido, né?/ [...] Eu falei com ela “vamo começar a usar
camisinha direto”, porque senão vou embora. [risos]

Em alguns casais em que ambos têm o HIV, mesmo com a possibilidade


de reinfecção, a negociação do preservativo também é difícil justamente por se
julgar já ter o vírus:
A: "Ah, num vou usar [camisinha] não porque já tenho [HIV]
mesmo, então vão fazer por aí, vai de qualquer maneira
mesmo”. Aí eu caio na onda dela e faço de qualquer maneira.

1405
Em alguns casais em que só uma pessoa tem o HIV, é tido como prova
de amor deixar-se infectar, desafiando o discurso da prevenção e do risco:

A: Até porque... acabou ela me mostrando que gosta de eu.


Porque pra quem gosta, diante do cara, tudo é válido, inclusive
pegar o HIV.

Segundo nossos entrevistados, algumas PVHA acabam não utilizando a


camisinha pela própria negação da doença:

S: E quando você não tá com vontade de usar [camisinha]? E


por quê? / A: Porque eu penso errado. Porque "num tô doente,
deixa pra lá"
F: porque a pessoa que tem o vírus, algumas se preservam
para não passar para os outros, mas alguns até finge que não
tem pra não ter que saber que tem, e vão passar pra outros
[...].

O discurso do risco impõe, muitas vezes, ao indivíduo a


responsabilidade pelo cuidado à sua saúde – e, quando já infectado pelo HIV, à
saúde do restante da população também. Contudo, isso ressoa negativamente
nas pessoas, principalmente as já infectadas, gerando-lhes pelo menos dois
conflitos. O primeiro consiste em que tal discurso seja lido como um julgamento
moral, produzindo sofrimento, sentimento de culpa e de arrependimento
naqueles que acabaram se contaminando ou infectando outra pessoa:

A: Mas isso aí [não usar camisinha] é um problema sério, [...]


porque prejudica os outros.
A: Por mim eu me arrependo também [de ter transado sem
camisinha], mas eu mais me arrependo pela minha muié, né.
Muié bonita, bonitona ela, ficar doente [de AIDS] aí de bobeira,
né. Eu arrependo de ter botado isso [HIV] nela. [...] Eu num
queria ter botado isso nela não, tadinha dela. Ela nunca
reclamou nada comigo também não, mas eu sempre... eu
sempre vejo um paradeiro no olho dela. No olho dela eu vejo,
assim, que tá machucando ela. [...] Aí ela “num tem problema
não”. [...] mas eu sei que tem problema.[...]. Num quis
prejudicar eu nada não, mas sei não. Fiquei com uma pena
dela danada de ter botado isso [HIV] nela.

O segundo conflito gerado por esse discurso do risco é na forma da lei: é


esse mesmo discurso que subjaz a criminalização da transmissão do HIV, com
a qual as PVHAs têm se preocupado. Contudo, ele é altamente
contraproducente ao enfrentamento da epidemia, pois desestimula a testagem
ao vírus (usada para comprovar que a pessoa sabia ter o vírus antes de
transmiti-lo a outra pessoa) – testagem essa que o mesmo discurso do risco
busca incentivar.

A: Eu acho que complica [eu não usar camisinha], porque a


pessoa pode me levar na justiça, aí fode eu.

1406
4. Considerações finais

Os debates que há quase quatro décadas vêm se realizando sobre a


AIDS são um ótimo lugar de observação dos discursos sobre os sujeitos, o
poder, o corpo, a saúde e a doença. É fundamental um acompanhamento
persistente dos movimentos de sentido nos debates sobre a síndrome
operados por instituições e governos, mas também dos modos de interpretação
daquilo que Orlandi (2004) já chamou de “falas desorganizadas do cotidiano”,
ou seja, das pessoas em suas vidas ordinárias.

Agradecimentos

Agradeço à Capes (bolsa de demanda social), à Faperj (TEC Aluno


Doutorado Nota 10) e ao grupo SENSUS pelos auxílios que financiaram as
pesquisas para este artigo e/ou a participação neste evento.

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