Uma Carta de Bezerra de Menezes

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 13

UMA CARTA

Bezerra
de

Menezes
de

A DOUTRINA ESPÍRITA COMO


FILOSOFIA TEOGÔNICA

Edição anotada
Obra acompanhada de Cosmogonia espírita

Discurso de Bezerra de Menezes


sobre sua conversão ao Espiritismo

Uma carta de Bezerra de Menezes.indd 3 12/05/2014 16:08:41


Coleção Bezerra de Menezes
1 Evangelho do futuro • ROMANCE
2 A casa assombrada • ROMANCE
3 Lázaro, o leproso • ROMANCE
4 A pérola negra • ROMANCE
5 História de um sonho • ROMANCE
6 Casamento e mortalha • ROMANCE INACABADO
7 Os carneiros de Panúrgio • ROMANCE
8 Uma carta de Bezerra de Menezes • ESTUDO
9 A loucura sob novo prisma • ESTUDO
1o (VSLULWLVPRHVWXGRV¿ORVy¿FRV, 3 volumes • ESTUDO1
11 Viagem através dos séculos ou fases da vida humana •
ROMANCE

12 Libânio, o louco • ROMANCE


13 Os mortos que vivem • ROMANCE
14 Segredos da natura • ROMANCE
15 O banido • ROMANCE

SUPERVISÃO: Jorge Brito


NOTAS E CORREÇÕES: Renato Cunha

COLABORADORES
Ariane Emílio Kloth
Beatriz Lopes de Andrade
Délio Nunes dos Santos
Luciana Araújo Reis
Marta Dolabela de Lima
Odélia França Noleto
Raphael Spode
Rubem Amaral Júnior
Wilde Batista Valério

1
N.E.: Esta edição terá 168 novos estudos, localizados na Biblioteca da
FEB e em jornais da época, não incluídos na edição da FEB de 1907,
totalizando 484 estudos.

Uma carta de Bezerra de Menezes.indd 5 12/05/2014 16:08:41


Uma carta de Bezerra de Menezes.indd 6 12/05/2014 16:08:41
SUM ÁR IO

Prefácio à publicação em Reformador – Valioso autógrafo................... 9


Prefácio à edição de Uma carta de Bezerra de Menezes – Explicação
necessária................................................................................................ 11
Posfácio à publicação em Reformador – Valioso autógrafo .................13
Aviso de publicação – Valioso autógrafo ...............................................15
$'RXWULQD(VStULWDFRPR¿ORVR¿DWHRJ{QLFD ........................................17
Origem ........................................................................................... 26
Razão de ser do Espiritismo .......................................................... 93
Modo de ensino do Espiritismo ........................................................ 111
Princípios fundamentais do Espiritismo .....................................124
Remissão a notas de termos e expressões recorrentes ........................135
Nota em Reformador ...........................................................................137
Cosmogonia espírita .............................................................................139
$SRQWDPHQWRVELRELEOLRJUi¿FRV – Adolfo Bezerra de Menezes ......... 161
%LEOLRJUD¿D±Ordem cronológica crescente .......................................167

Uma carta de Bezerra de Menezes.indd 7 12/05/2014 16:08:41


Uma carta de Bezerra de Menezes.indd 8 12/05/2014 16:08:41
P R E F Á C I O À P U B L I C A Ç Ã O E M
R E F O R M A D O R

Va l io s o a u tó g r a f o 2

m número anterior, nos referimos a uma carta do nos-


E so querido Bezerra de Menezes, datada de 1886, a um
seu irmão3 residente, então, na capital do Ceará, carta que
foi cedida por Juvenal Galeno4 ao nosso companheiro M.
Quintão,5 quando ali esteve recentemente.6 Parece que tam-
bém dissemos constituir tal documento verdadeira precio-
sidade para as letras espiritistas, pois fato é que, se carta se
pode denominar pela familiaridade e singeleza do estilo em
que foi versada, não deixa, por isso, de ferir,7 com a maior
nitidez e elevação de vistas, os mais delicados e transcenden-
tes aspectos doutrinários. O apóstolo ímpar do Espiritismo
evangélico no Brasil; o missionário inconteste que soube, da

2
Ano 38, no 18, 16 set. 1920, coluna “Ecos e Fatos”, p. 372.
3
Manoel Soares da Silva Bezerra (1810–1888).
4
Juvenal Galeno da Costa e Silva (1836–1931), poeta cearense conside-
rado um dos maiores expoentes da poesia popular brasileira.
5
Manuel Justiniano de Freitas Quintão (1874–1955), jornalista e escri-
WRUÀXPLQHQVH)RLSUHVLGHQWHGD)HGHUDomR(VStULWD%UDVLOHLUDHP
1918, 1919 e 1929.
6
No início de 1920.
7
Usado aqui com o sentido de “abordar”.

Uma carta de Bezerra de Menezes.indd 9 12/05/2014 16:08:41


Uma carta de Bezerra de Menezes

primeira hora, abranger numa síntese admirável o desdo-


bramento da Nova Revelação para o futuro da humanidade;
o discípulo de Jesus que deu a esta casa, como homem, todo
o condão da sua bondade e alto saber e, ainda hoje, como
desencarnado, é um dos guias mais estrênuos — Bezerra
GH0HQH]HVHQ¿PYD]RXQDTXHODVFHQWRHWDQWDVWLUDVGH
DOPDoRHPPL~GDFDOLJUD¿DXPDYHUGDGHLUD³SUR¿VVmRGH
fé espiritista” em cerrada argumentação de confronto com
a dogmática do Catolicismo fervorosamente partilhado por
seu irmão pela carne, que não, ao tempo, pelas ideias.
E dizemos “ao tempo” por nos informarem que ele, o ir-
mão, precedendo o seu antagonista na vida espiritual, veio
presto, em memorável sessão do Grupo Ismael,8 trazer-lhe
a homenagem da sua retratação.
Era e é intuito do nosso companheiro Quintão propug-
QDUDSXEOLFLGDGHHPOLYURGRYDOLRVRWUDEDOKRPDVD¿JX-
rando-se-lhe, como a nós mesmos, demorado o tentâmen,
resolveu dá-lo à publicidade em nossas colunas, que são, de
resto, do mesmo Bezerra como fundador e o mais fulguran-
te redator desta publicação.
Assim, pois, no próximo número encetaremos a publi-
cação e, sem mais referências nem apologias que o nome
do autor dispensa, damo-nos e damos parabéns aos nossos
leitores.

8
Grupo de Estudos Evangélicos do Anjo Ismael, que teve origem nos
mais antigos grupos de estudos e práticas espíritas do Rio de Janeiro,
como o Grupo Confúcio (1873) e a Sociedade de Estudos Espíritas Deus,
Cristo e Caridade (1876). Em 1880, Antonio Luiz Sayão, com Bittencourt
Sampaio e outros, funda o Grupo dos Humildes, mais conhecido como
Grupo do Sayão, que, em 1884, passou a se chamar Grupo Ismael, ao ser
incorporado a recém-fundada Federação Espírita Brasileira. Em ativi-
dade até hoje, sua história pode ser lida em Reformador (ano 91, no 8,
ago. 1973, p. 227 e segs.).

10

Uma carta de Bezerra de Menezes.indd 10 12/05/2014 16:08:41


P R E F Á C I O À E D I Ç Ã O D E
UMA CARTA DE BEZERRA DE MENEZES

E x pl ic aç ã o nec essá ria

om os títulos e subtítulos sobre que naturalmente já


C o leitor demorou o seu olhar ao atentar na capa e na
folha de rosto deste volume, o que nestas páginas se lhe
oferece é o mesmo primoroso trabalho com que, com a epí-
grafe de “Valioso autógrafo”, Reformador abrilhantou e
enriqueceu suas colunas em 15 números sucessivos.
De mudado, pois, aqui só há o título que, apropriado à
publicação feita no órgão da Federação, não mais quadra-
ria ao trabalho doutrinário em questão, desde que apresen-
tado sob a forma de livro.
Acompanhando esta explicação, destinada a evitar qual-
TXHUVXSRVLomRHUU{QHDRXHTXtYRFDGDSDUWHGRVTXHDG
quiram o presente opúsculo, justo é se insira neste lugar o
que Reformador publicou, assinalando o valor excepcional
do escrito cuja divulgação ia fazer e fez.

Trata-se, disse, ao referir-se pela primeira vez à dádiva que a Federação


recebera do venerando confrade que se chama Juvenal Galeno, trata-se
de uma carta escrita pelo apóstolo brasileiro a um seu irmão germano
que, naquela época [1886], lhe exprobrava o haver abraçado o Espiri-
tismo, como réu de apostasia. Nessa carta, que é antes tese doutrinária
de grande relevo, desenvolvida naquele estilo blandicioso, de arminho,

Uma carta de Bezerra de Menezes.indd 11 12/05/2014 16:08:41


Uma carta de Bezerra de Menezes

que lhe caracteriza a individualidade inconfundível, o autor dos Estu-


dos de Max vazou a sua alma de crente e, pondo em confronto o Cristia-
QLVPRHR&DWROLFLVPRWUDoRXSiJLQDVHGL¿FDQWHVGH¿ORVR¿DUHOLJLRVD

Algum tempo depois, noticiando que em o número


seguinte começaria a publicação, disse ainda Reformador:

Se carta se pode denominar [o escrito a que aludia] pela familiari-


dade e singeleza do estilo em que foi versada não deixa, por isso, de
ferir, com a maior nitidez e elevação de vistas, os mais delicados e
transcendentes aspectos doutrinários. O apóstolo ímpar do Espiri-
tismo evangélico no Brasil; o missionário inconteste que soube, da
primeira hora, abranger numa síntese admirável o desenvolvimen-
to da Nova Revelação para o futuro da humanidade; o discípulo de
Jesus que deu a esta casa [a Federação], como homem, todo o con-
dão da sua bondade e alto saber e, ainda hoje, como desencarnado,
pXPGHVHXVJXLDVPDLVHVWUrQXRV²%H]HUUDGH0HQH]HVHQ¿P
YD]RXQDTXHODVFHQWRHWDQWDVWLUDVGHDOPDoRHPPL~GDFDOLJUD¿D
XPDYHUGDGHLUD³SUR¿VVmRGHIpHVSLULWLVWD´HPFHUUDGDDUJXPHQWD-
ção de confronto com a dogmática do Catolicismo, fervorosamente
partilhado por seu irmão pela carne, que não, ao tempo, pelas ideias.

Finalmente, quando noticiou que chegara ao termo da


publicação, inseriu estas linhas:

Traçadas sem o pensamento de que viessem a ver a luz da publicida-


de, o que ainda mais lhes realça o valor intrínseco, as sapientíssimas
SiJLQDV>DVTXHDFDEDYDPGHVHUSXEOLFDGDV@WHULDP¿FDGRWDOYH]SDUD
sempre ignoradas, se não fora a generosa oferta de Juvenal Galeno.
8PDYH]SRUpPTXHWDOQmRDFRQWHFHXJUDoDVDRPXQL¿FHQWHJHVWR
desse bondoso octogenário de espírito juvenil, não é justo que, por nos-
sa vez, as deixemos esquecidas no corpo de uma revista que nem todos
colecionam e onde a leitura de um trabalho longo é sempre fastidiosa.

12

Uma carta de Bezerra de Menezes.indd 12 12/05/2014 16:08:41


P O S F Á C I O À P U B L I C A Ç Ã O
E M   R E F O R M A D O R

Va l io s o a u tó g r a f o 9

oncluímos hoje a publicação do admirável e precioso


C escrito, com que de há meses, sem interrupção, nos foi
dado tornar verdadeiramente primorosas algumas das pági-
nas de Reformador, devido à pena desse sábio mestre, que foi
e é Bezerra de Menezes, Espírito de tanta grandeza e elevação
que a profundeza e superioridade dos ensinos que prodigali-
zou como homem, quando entre os homens se achava, rivali-
zam com os que, não menos prodigamente, ministra aos seus
irmão da Terra, desde o momento em que volveu a ocupar no
Além o alto plano que lhe competia na escala espiritual.
Um decerto não haverá de quantos hajam perlustrado
essas páginas luminosas, ora tornadas públicas, que não re-
conheça nenhum exagero ter havido nas palavras com que
encomiamos,10 ao anunciarmos a sua inserção em as nossas
colunas, a preciosidade do autógrafo trazido da sua penúl-
tima viagem ao Norte, pelo querido companheiro Manuel
Quintão, que, como dádiva destinada à Federação, o recebeu
de Juvenal Galeno, o ancião venerando, conhecido dos nos-
sos leitores, que o guardava como sagrada relíquia, e a quem,

9
Ano 39, no 9, 1o maio 1921, coluna “Ecos e Fatos”, p. 204-205.
10
N.E.: Encomiar, o mesmo que louvar, elogiar.

Uma carta de Bezerra de Menezes.indd 13 12/05/2014 16:08:41


Uma carta de Bezerra de Menezes

não obstante já o ter feito Quintão, daqui apresentamos vivís-


simos agradecimentos pelo presente mais que régio.
Traçadas sem o pensamento de que viessem a ver a luz da
publicidade, o que ainda mais lhes realça o valor intrínseco,
DVVDSLHQWtVVLPDVSiJLQDVDTXHQRVUHIHULPRVWHULDP¿FDGR
talvez para sempre ignoradas, se não fora a generosa oferta
de Juvenal Galeno. Uma vez, porém, que tal não aconteceu,
JUDoDVDRPXQL¿FHQWHJHVWRGHVVHERQGRVRRFWRJHQiULRGHHV-
pírito juvenil, não é justo que, por nossa vez, as deixemos es-
quecidas no corpo de uma revista que nem todos colecionam
e onde a leitura de um trabalho longo é sempre fastidiosa.
Por essas razões e também para que da sua leitura não
¿TXHPSULYDGRVRVTXHQmRUHFHEDPReformador, vamos
imprimi-las em folhetos, que breve estarão à venda pelo
preço de alguns níqueis apenas.
O produto dessa venda será integralmente levado à Caixa
de Propaganda, que a Federação recentemente instituiu, e
servirá desse modo para que ela, multiplicando os benefícios
que proporciona o conhecimento do “Valioso autógrafo”,
multiplique a impressão de outros trabalhos, cuja distribui-
ção gratuita seja de utilidade fazer-se. Assim, os lucros de tal
venda não os auferirá ela, a Federação, mas aqueles a quem
aproveitem as novas publicações que venham a ser feitas.
Estamos certos de que esse procedimento merecerá,
pelo móvel que o inspira, a aprovação do caridoso Espírito
que, não tendo conseguido convencer da verdade o irmão
a quem escreveu a longa carta que tornamos conhecida, a
muitos dos que agora a lerem convencerá.11

11
Embora se fale aqui de Manoel Soares da Silva Bezerra em vida, ob-
serve-se que, no antepenúltimo parágrafo do Prefácio à publicação em
Reformador, há uma referência à sua retratação, por prática mediúnica,
ocorrida no Grupo Ismael, logo após sua desencarnação.

14

Uma carta de Bezerra de Menezes.indd 14 12/05/2014 16:08:41


A V I S O D E P U B L I C A Ç Ã O

Va l io s o a u tó g r a f o 12

onforme prometemos, já se acha impressa em volume


C posto à venda na Livraria da Federação, com o título,
que melhor lhe cabia em livro, de A Doutrina Espírita como
¿ORVR¿DWHRJ{QLFD, a primorosa e preciosa carta que Bezerra
de Menezes escreveu em 1886 a um seu irmão e que, doada
em original à Federação por Juvenal Galeno, Reformador
publicou sob a epígrafe de “Valioso autógrafo”.
Dada agora à publicidade debaixo de uma forma que
lhe facilita e torna mais agradável a leitura, estamos cer-
tos de que essa obra vai circular amplamente pelas mãos
de todos os crentes na Doutrina dos Espíritos. Auguramos
isso por ser uma obra que, em todos os que lhe percorrem
as páginas, deixa vivo o desejo de relê-la e de cujo conhe-
cimento nenhum espírita, desejoso de aprofundar-se no
Espiritismo, deverá prescindir. É que, efetivamente, nela,
o grande apóstolo da Terceira Revelação no Brasil, com o
poder de síntese que o distinguia como pensador e escritor,
numa linguagem correntia, clara, agradável e ao alcance de
toda compreensão, lhe estuda a origem, a razão de ser, o
modo de ensino e os princípios fundamentais.

12
Ano 39, no 22, 16 nov. 1921, coluna “Ecos e Fatos”, p. 463.

Uma carta de Bezerra de Menezes.indd 15 12/05/2014 16:08:41


Uma carta de Bezerra de Menezes

E a cada passo, pode-se assim dizer, desse estudo


magistral, aquele inesquecível mestre, pois que respon-
dia a objeções de um católico romano, torna patente de
TXDQWR D 'RXWULQD (VStULWD FRPR ILORVRILD WHRJ{QLFD
sobreleva à teogonia católica, mostrando que, enquanto
esta rebaixa a majestade, a grandeza de Deus, [...] aquela
as exalta e glorifica.
Como em tempo dissemos, o produto da venda desse
PDJQt¿FR WUDEDOKR TXH FXVWD 13 em brochura e
14 encadernado, reverterá integralmente para a Cai-
xa de Propaganda, que a diretoria da Federação instituiu
D ¿P GH FXVWHDU SXEOLFDo}HV GHVWLQDGDV D GLVWULEXLomR
gratuita.
Esta circunstância, pensamos, concorrerá também para
determinar uma larga procura do volume a que nos esta-
mos referindo e que, a lhe argumentar o valor extrínseco,
traz, logo após a folha de rosto, em esplêndida gravura, um
excelente retrato de Bezerra de Menezes.

13
Um mil e quinhentos réis.
14
Dois mil e quinhentos réis.

16

Uma carta de Bezerra de Menezes.indd 16 12/05/2014 16:08:41

Você também pode gostar