LER E ESCREVER 5 - Ano - Professor

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Guia de Planejamento e

Orientações Didáticas
Professor – 5º ano

Volume Único
7ª edição
(versão revisada e atualizada)

PROFESSOR(A): _____________________________________________________________

TURMA:_____________________________________________________________________

São Paulo, 2015

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Governo do Estado de São Paulo
Prefeitura da Cidade de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin Prefeito
Gilberto Kassab
Vice-Governador SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
Guilherme Afif Domingos Alexandre Alves Schneider
Secretário
Secretário da Educação Célia Regina Guidon Falótico
Herman Voorwald Secretária Adjunta
DIRETORIA DE ORIENTAÇÃO TÉCNICA
Secretária Adjunta Regina Célia Lico Suzuki
Cleide Bauab Eid Bochixio
Elaboração e Implantação do
Programa Ler e Escrever Prioridade na Escola Municipal
Chefe de Gabinete Iara Gloria Areias Prado
Fernando Padula Novaes
Concepção e Elaboração deste Volume
Subsecretária de Articulação Regional Angela Maria da Silva Figueredo
Raquel Volpato Serbino Armando Traldi Júnior
Aparecida Eliane de Moraes
Coordenadora de Gestão da Educação Básica Carlos Bifi
Maria Elizabete da Costa Dermeval Santos Cerqueira
Ivani da Cunha Borges Berton
Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – Jayme do Carmo Macedo Leme
FDE Kátia Lomba Bräkling
Barjas Negri Leika Watabe
Márcia Maioli
Margareth Aparecida Ballesteros Buzinaro
Diretora de Projetos Especiais da FDE
Silvia Moretti Rosa Ferrari
Claudia Rosenberg Aratangy
Regina Célia dos Santos Câmara
Rogério Ferreira da Fonseca
Rogério Marques Ribeiro
Rosanea Maria Mazzini Correa
Suzete de Souza Borelli
Tânia Nardi de Pádua
Consultoria Pedagógica
Este material foi impresso pela Secretaria da Educação Kátia Lomba Bräkling
do Estado de São Paulo, por meio da Imprensa Oficial Célia Maria Carolino Pires
do Estado de São Paulo, para uso da rede estadual de Editoração
ensino e das prefeituras integrantes do Programa de Teresa Lucinda Ferreira de Andrade
Integração Estado/Município – Ler e Escrever, com base
em convênios celebrados nos termos do Decreto Estadual Os créditos acima são da
no 54.553, de 15/7/2009, e alterações posteriores. publicação original de março de 2008.

Agradecemos à Prefeitura da Cidade de São Paulo por ter cedido esta obra à Secretaria da Educação
do Estado de São Paulo, permitindo sua adaptação para atender aos objetivos do Programa Ler e Escrever.

Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas

São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.


S239L Ler e escrever: guia de planejamento e orientações didáticas; professor
– 5º ano / Secretaria da Educação, Fundação para o Desenvolvimento da
Educação. – 7. ed. rev. e atual. São Paulo : FDE, 2015.
288 p. : il.

1. Ensino Fundamental 2. Ciclo I 3. Leitura 4. Atividade Pedagógica 5.


Programa Ler e Escrever 6. São Paulo I. Fundação para o Desenvolvimento
da Educação. III. Título.

CDU: 372.4(815.6)

Tiragem: 16.137 exemplares

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Prezado professor

Este guia é parte do Programa Ler e Escrever que chega ao seu oitavo
ano presente em todas as escolas de anos iniciais da Rede Estadual bem
como em muitas das Redes Municipais de São Paulo.
Este Programa vem, ao longo de sua implementação, retomando a
mais básica das funções da escola: propiciar a aprendizagem da leitura e
da escrita. Leitura e escrita em seu sentido mais amplo e efetivo. Vimos
trabalhando na formação de crianças, jovens e adultos que leiam muito,
leiam de tudo, compreendam o que leem; e que escrevam com coerência
e se comuniquem com clareza. Tal implementação foi possível devido à
iniciativa desta Secretaria Estadual de Educação (SEE) em desenvolver
uma política visando ao ensino de qualidade.
Ao longo dos últimos anos, foram muitas as ações que concretizam
essa política, entre elas o programa Educação – Compromisso de São Paulo,
que tem como principais objetivos fazer a rede estadual de ensino alcançar
níveis de excelência e valorizar a carreira do professor. Com ele espera-se
que o Estado de São Paulo conquiste importantes desafios, como a univer-
salização do ensino fundamental, o combate à evasão, a grande ampliação
da oferta do ensino médio, a implementação de um novo currículo (com
os programas Ler e Escrever e São Paulo Faz Escola), o desenvolvimento
de materiais de apoio a professores e alunos, o Sistema de Avaliação de
Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), a implantação da
progressão por mérito e do bônus por desempenho e a criação da Escola
de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores (EFAP).
O norte está estabelecido, os caminhos foram abertos, os instrumen-
tos foram colocados à disposição. Agora é o momento de firmar os alicerces
para tudo que foi conquistado permaneça. Assim, é tempo de deixar que cada
escola e cada Diretoria de Ensino, com apoio da SEE, assumam, cada vez
mais, a responsabilidade pela tomada de decisões, a iniciativa pela busca
de soluções adequadas para sua região, sua comunidade, sua sala de aula.
Sempre sem perder de vista cada aluno e sua capacidade de aprender.

Herman Voorwald
Secretário da Educação do Estado de São Paulo

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Caro professor
Desde o inicio de 2007, formou-se na Secretaria Estadual da Educação
a equipe do Programa Ler e Escrever, com integrantes do Programa Letra e
Vida, da extinta Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas CENP, atual
Coordenadoria de Gestão da Educação Básica CGEB, com a colaboração da
Diretoria de Orientação Técnica da Secretaria Municipal de Educação, para
iniciar o Ler e Escrever na rede estadual. Esse grupo promoveu, durante os
anos 2007 e 2008, encontros de formação com os gestores: professores-
-coordenadores (das unidades escolares e dos núcleos pedagógicos), direto-
res de escola, supervisores de ensino das escolas de 1º ao 5º anos, visando
a apoiá-los na difícil tarefa de transformar a escola, cada vez mais, em um
espaço de aprendizagem e produção de conhecimento.
Como o Estado de São Paulo venceu o desafio da inclusão, com 98,6%
das crianças de 7 a 14 anos em escola e 90% dos jovens de 15 a 17 anos
estudando, o objetivo agora é melhorar a aprendizagem e, para isso, aprimo-
rar cada vez mais a qualidade do ensino oferecido.
O bom desempenho apresentado pelos alunos dos anos iniciais do
ensino fundamental resultou em um novo compromisso para o Estado de
São Paulo. A partir de 2013, o objetivo da Secretaria da Educação foi alfabe-
tizar plenamente os estudantes até os 7 anos. A meta é inovadora no País,
que considera os 8 anos como idade ideal para que as crianças aprendam
a ler e escrever.
Os pressupostos, objetivos e orientação metodológica deste guia são
totalmente convergentes com os da Secretaria Estadual da Educação, por
isso optamos por utilizá-lo, fazendo as adaptações e as revisões necessá-
rias, mas mantendo a sua essência pouco modificada.
Este guia e a Coletânea de Atividades compõem um conjunto de
materiais impressos que servirão para articular a formação continuada
dos professores de 4º ano na ATPC com seu planejamento e sua atuação
em sala de aula. Teoria e prática se complementam, ação-reflexão-ação
se sucedem; planejamento, intervenções didáticas e avaliação dialogam
permanentemente.
As propostas contidas nesse guia de planejamento e orientações di-
dáticas foram produzidas tomando-se como referência as expectativas de
aprendizagem para o 5º ano dos Anos Iniciais do ensino fundamental e é
mais uma ferramenta que visa a auxiliá-lo no planejamento de situações

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didáticas de leitura e escrita, de modo a favorecer um ensino eficaz e uma
aprendizagem efetiva de todos os seus alunos.
Conforme proposto pelo programa Ler e Escrever, a grande prioridade
em nossa rede de ensino é a formação de leitores e escritores competentes.
Para isso, é preciso que os alunos possam interagir, a partir da leitura e da
escrita, com textos de gêneros diferentes e com distintos propósitos sociais.
Nesse sentido, as propostas que encontrará no material consideram
tanto a aprendizagem de aspectos discursivos da linguagem e padrões de
escrita como o desenvolvimento da competência leitora em suas diversas
dimensões, o que exige que os alunos tenham acesso a diferentes gêneros
linguísticos para que possam conhecê-los e observem suas funções e estru-
turas de organização.
As opções de organização do tempo didático, conforme têm sido ob-
servadas em outras publicações do programa, são pelo trabalho com proje-
tos e sequências didáticas e pela proposta de atividades permanentes de
leitura, escrita e análise e reflexão sobre a linguagem e a língua.
Nenhum material, por melhor que seja, substitui as ações pontuais do
professor, entretanto, um planejamento consistente, com acompanhamento
e recursos didáticos disponíveis, pode permitir que o professor se concen-
tre naquilo que é mais relevante: a aprendizagem de seus alunos.
Este material está organizado em quatro blocos que contribuirão
para a organização da rotina e aprofundamento de estudos, como segue:
•• Primeiro bloco: traz uma discussão sobre as práticas sociais de leitura e de
escrita na escola.
•• Segundo bloco: encontra-se tudo o que se espera que as crianças aprendam
ao longo deste ano, ou seja, as expectativas de aprendizagem, que passaram
por um processo de revisão para atender à especificidade dessa faixa etária,
além de discutir sobre a avaliação das aprendizagens dos alunos.
•• Terceiro bloco: traz orientações gerais sobre a organização da rotina do quinto
ano e dicas práticas para seu planejamento.
•• Quarto bloco: é nesse bloco que estão localizadas as propostas de situações
didáticas, como atividades permanentes, que deverão permear a rotina de ensi-
no do professor e de aprendizagem dos alunos, ao longo do ano letivo, são elas:
atividade permanente de Roda de Jornal e Leitura Compartilhada de notícias.
Além disso, também estão elencadas as propostas de projetos e sequências​
didáticas para o 1º e 2º semestres.
No primeiro semestre, você encontrará uma proposta de sequência
didática: “Caminhos do verde” que visa a auxiliar os alunos na construção

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da competência de ler para se informar, consultando materiais que tenham in-
formações que favoreçam o planejamento de passeios.
Trata-se de uma proficiência que implica a construção de procedimentos
de busca de informações em material de leitura de diversas naturezas, como
jornais, artigos de divulgação científica, mapas e roteiros. Além disso, requer
do aluno a utilização das informações em um planejamento efetivo das ativi-
dades e, inclusive, uma avaliação da viabilidade da mesma considerando per-
tinência, adequação e custos.
Além da sequência, o material também conta com o projeto didático “Pro-
dução de contos de mistério”. Tal projeto se organiza em torno dos contos de
mistério, gênero pelo qual os alunos demonstram especial interesse, pois pos-
sibilita a experimentação de trajetórias emocionantes, o enfrentamento de pro-
blemas e conflitos, a vivência com soluções e desfechos variados e também
o conhecimento de características de personagens enigmáticos, suspeitos e
corajosos, que marcam a história destemidamente.
O Projeto Didático Contos de Mistério propicia o desenvolvimento da ca-
pacidade leitora e escritora. Nele, os alunos são solicitados a ler vários contos
a fim de localizar e diferenciar as partes que compõem um conto de mistério,
observar os recursos textuais e discursivos típicos desse gênero, identificar
e seguir indícios e pistas para decifrar o mistério, e a produzir seus próprios
contos de mistério para compor uma coletânea, utilizando procedimentos de
escritor: planificar, planejar e revisar.
Para o segundo semestre, foi selecionada a sequência didática de “Car-
ta ao leitor” que tem por objetivo ajudar o aluno a expressar sua opinião,
posicionando-se com relação a um determinado assunto polêmico de matéria
lida e, além disso, manifestando essa posição por meio de uma carta de leitor.
A sequência didática pode ser trabalhada de forma concomitante com a ativi-
dade permanente “Roda de Jornal”, promovendo o estudo efetivo dos textos
jornalísticos – garantindo uma leitura de fato compreensiva para que o aluno
possa se posicionar diante do que leu.
“Universo ao meu redor” é a proposta de Projeto Didático para o segundo
semestre, tem o propósito de fazer uso da leitura e da escrita para aprender. Para
que isso aconteça, os alunos deverão entrar em contato com diferentes tipos de
textos informativos, imagens e outras fontes de pesquisa, como livros, revistas
especializadas, internet ou entrevistas com especialistas, de forma a obter infor-
mações e aprofundar o conhecimento a respeito de um tema.
Ao pesquisar um assunto, deverão coletar, organizar e discutir informações,
além de terem a oportunidade de, também eles, compartilhar o que aprenderam

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com os demais, seja por meio de registros escritos seja por apresentações
orais (nesse caso, aprendendo a apresentar um seminário).
Há também uma sequência didática de estudo da pontuação de dis-
curso direto e indireto em gêneros literários e uma sequência didática de
estudo da ortografia, abrangendo as regularidades morfológico-gramaticais,
uso do -ICE ou -ISSE, -ANÇA ou -ANSA. Esperamos que essas sequências
estejam presentes no cotidiano dos alunos ao longo do ano.
Esperamos que este material ajude não apenas a planejar o dia a
dia com seus alunos, mas, principalmente, a tornar este ano da escolari-
dade repleto de experiências de sucesso, deixando as crianças confiantes
na sua capacidade de aprender e os professores seguros em suas com-
petências de ensinar.

Bom trabalho!
Equipe CEFAI

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CALENDÁRIO 2015
JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4
4 5 6 7 8 9 10 8 9 10 11 12 13 14 8 9 10 11 12 13 14 5 6 7 8 9 10 11
11 12 13 14 15 16 17 15 16 17 18 19 20 21 15 16 17 18 19 20 21 12 13 14 15 16 17 18
18 19 20 21 22 23 24 22 23 24 25 26 27 28 22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25
25 26 27 28 29 30 31 29 30 31 26 27 28 29 30

MAIO JUNHO JULHO AGOSTO


D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 1
3 4 5 6 7 8 9 7 8 9 10 11 12 13 5 6 7 8 9 10 11 2 3 4 5 6 7 8
10 11 12 13 14 15 16 14 15 16 17 18 19 20 12 13 14 15 16 17 18 9 10 11 12 13 14 15
17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27 19 20 21 22 23 24 25 16 17 18 19 20 21 22
24 25 26 27 28 29 30 28 29 30 26 27 28 29 30 31 23 24 25 26 27 28 29
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SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO


D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 5 1 2 3 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5
6 7 8 9 10 11 12 4 5 6 7 8 9 10 8 9 10 11 12 13 14 6 7 8 9 10 11 12
13 14 15 16 17 18 19 11 12 13 14 15 16 17 15 16 17 18 19 20 21 13 14 15 16 17 18 19
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27 28 29 30 25 26 27 28 29 30 31 29 30 27 28 29 30 31

CALENDÁRIO 2016
JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 1 2
3 4 5 6 7 8 9 7 8 9 10 11 12 13 6 7 8 9 10 11 12 3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16 14 15 16 17 18 19 20 13 14 15 16 17 18 19 10 11 12 13 14 15 16
17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27 20 21 22 23 24 25 26 17 18 19 20 21 22 23
24 25 26 27 28 29 30 28 29 27 28 29 30 31 24 25 26 27 28 29 30
31

MAIO JUNHO JULHO AGOSTO
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 1 2 1 2 3 4 5 6
8 9 10 11 12 13 14 5 6 7 8 9 10 11 3 4 5 6 7 8 9 7 8 9 10 11 12 13
15 16 17 18 19 20 21 12 13 14 15 16 17 18 10 11 12 13 14 15 16 14 15 16 17 18 19 20
22 23 24 25 26 27 28 19 20 21 22 23 24 25 17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27
29 30 31 26 27 28 29 30 24 25 26 27 28 29 30 28 29 30 31
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SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO DEZEMBRO


D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S
1 2 3 1 1 2 3 4 5 1 2 3
4 5 6 7 8 9 10 2 3 4 5 6 7 8 6 7 8 9 10 11 12 4 5 6 7 8 9 10
11 12 13 14 15 16 17 9 10 11 12 13 14 15 13 14 15 16 17 18 19 11 12 13 14 15 16 17
18 19 20 21 22 23 24 16 17 18 19 20 21 22 20 21 22 23 24 25 26 18 19 20 21 22 23 24
25 26 27 28 29 30 23 24 25 26 27 28 29 27 28 29 30 25 26 27 28 29 30 31
30 31

Feriados 2015 | 2016

Dia Mundial da Paz________________________________ 1o de janeiro Revolução Constitucionalista___________________________ 9 de julho


Aniversário de São Paulo___________________________ 25 de janeiro Independência do Brasil___________________________7 de setembro
Carnaval__________________________ 17 de fevereiro | 9 de fevereiro Nossa Senhora Aparecida__________________________ 12 de outubro
Paixão_________________________________ 3 de abril | 25 de março Finados_______________________________________ 2 de novembro
Páscoa_________________________________ 5 de abril | 27 de março Proclamação da República_______________________ 15 de novembro
Tiradentes________________________________________ 21 de abril Dia da Consciência Negra________________________ 20 de novembro
Dia do Trabalho_____________________________________1o de maio Natal________________________________________ 25 de dezembro
Corpus Christi___________________________ 4 de junho | 26 de maio

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Sumário
Calendário escolar 2015/2016.................................................................................8
Como utilizar este guia............................................................................................ 14

BLOCO 1 – INTRODUÇÃO
As práticas sociais de leitura e de escrita na escola........................................... 15

BLOCO 2 – EXPECTATIVAS DE APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO


Expectativas de aprendizagem............................................................................... 19
Avaliação de aprendizagem..................................................................................... 21
A função das pautas de observação na avaliaçãoe
no planejamento do professor............................................................................ 21

BLOCO 3 – ROTINA
Situações que a rotina de Língua Portuguesa deve contemplar........................ 25
A rotina do 5º ano..................................................................................................... 26

BLOCO 4 – ORIENTAÇÕES E SITUAÇÕES DIDÁTICAS


ATIVIDADES PERMANENTES.............................................................................. 31
Atividades permanentes de leitura......................................................................... 33
Atividade permanente de roda de jornal .............................................................. 34
Roda de jornal 1....................................................................................................... 35
Roda de jornal 2....................................................................................................... 36
Roda de jornal 3....................................................................................................... 37
Roda de jornal 4....................................................................................................... 38
Roda de jornal 5....................................................................................................... 39
Roda de jornal 6....................................................................................................... 40
Roda de jornal 7....................................................................................................... 40
Roda de jornal 8....................................................................................................... 41
Roda de jornal 9....................................................................................................... 42
Roda de jornal 10..................................................................................................... 43
Leitura compartilhada de notícias.......................................................................... 44
Leitura compartilhada – Modelo 1......................................................................... 45
Notícia 1..................................................................................................................... 47
Notícia 2..................................................................................................................... 48
Leitura compartilhada – Modelo 2......................................................................... 50
Notícia 3..................................................................................................................... 52

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SEQUÊNCIA DIDÁTICA – Estudo da ortografia.................................................. 55
Estudo da ortografia................................................................................................. 57
Etapa 1 – Palavras terminadas em -ISSE e -ICE................................................... 58
Atividade 1A – Lendo o poema e comentando.................................................... 58
Atividade 1B – Estudando palavras do poema e ampliando o repertório........ 59
Atividade 1C – Testando as descobertas............................................................... 60
Atividade 1D – Completando o quadro de descobertas...................................... 62
Etapa 2 – Palavras terminadas em -ANSA e -ANÇA............................................. 64
Atividade 2A – Lendo o poema e comentando.................................................... 64
Atividade 2B – Estudando a ortografia das palavras selecionadas................... 67
Atividade 2C – Ampliando a análise das palavras............................................... 69
Atividade 2D – Testando as descobertas............................................................... 72

SEQUÊNCIA DIDÁTICA – Estudo de pontuação................................................ 75


Discurso direto e discurso indireto em gêneros da esfera literária – contos,
crônicas, lendas e fábulas.................................................................................... 77
Quadro de organização geral da sequência didática........................................... 78
Etapa 1 – Leitura de Crônica................................................................................... 79
Atividade 1 – Leitura compartilhada de uma crônica
para contextualizar o estudo............................................................................... 79
Etapa 2 – Estudo dos aspectos discursivos........................................................... 85
Atividade 2A – Estudando maneiras de introduzir as falas dos personagens.. 85
Atividade 2B – As marcas linguísticas do discurso direto................................... 88
Atividade 2C – Refletindo sobre as marcas gráficas do discurso direto........... 90
Atividade 2D – As aspas e mais uma possibilidade de uso............................... 94
Etapa 3 – Escrita pelo aluno.................................................................................... 96
Atividade 3A – Reinvestindo o conhecimento aprendido
– pontuando diálogos........................................................................................... 96
Atividade 3B – Alterando o discurso em um conto............................................100

1º SEMESTRE
PROJETO DIDÁTICO – Contos de mistério...................................................... 105
Introdução ...............................................................................................................107
Quadro de organização geral do projeto didático...............................................109
Etapa 1 – Para início de conversa........................................................................110
Atividade 1 – Roda de conversa sobre o conhecimento
dos alunos em relação aos Contos de Mistério..............................................110
Etapa 2 – Compartilhando o projeto....................................................................112
Atividade 2 – Compartilhando e organizando o projeto....................................112
Etapa 3 – Ampliando os saberes sobre contos de mistério..............................113

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Atividade 3A – Conhecendo um pouco mais os contos de mistério ..............114
Atividade 3B – Comparando dois contos de mistério........................................132
Atividade 3C – Ampliando o repertório: contos de mistério ............................133
Atividade 3D – Roda de leitura.............................................................................141
Atividade 3E – Analisando aspectos linguísticos dos contos de mistério......145
Atividade 3F – Analisando os recursos linguísticos dos contos de mistério...147
Atividade 3G – Analisando o discurso nos contos de mistério.........................164
Etapa 4 – Produzindo os contos de mistério, revisando e adequando-os.......166
Atividade 4A – Produzindo coletivamente um conto de mistério....................166
Atividade 4B – Escrevendo contos de mistério...................................................169
Atividade 4C – Revisando e editorando os contos de mistério........................170
Etapa 5 – Edição e preparação final da coletânea de contos de mistério.....173
Atividade 5 – Organizando a coletânea...............................................................173
Etapa 6 – Preparação da divulgação da coletânea de contos.........................174
Atividade 6 – Divulgando o lançamento da coletânea......................................174
Etapa 7 – Avaliação final do trabalho desenvolvido...........................................175
Atividade 7 – Avaliação final do trabalho............................................................175

SEQUÊNCIA DIDÁTICA DE LEITURA – Caminhos do verde............................... 177


Para começo de conversa......................................................................................179
Quadro de organização geral da sequência de atividades................................179
Etapa 1 – Atividades de lazer................................................................................180
Atividade 1A – Pesquisar diversos portadores textuais,
buscando indicações de atividades de lazer...................................................180
Atividade 1B – Organizando dicas de lazer.........................................................181
Atividade 1C – Descobrindo o lazer em sua cidade...........................................182
Etapa 2 – Conhecer a mata atlântica..................................................................185
Atividade 2 – Procurando indicações de passeios
que incluam conhecer a mata atlântica..........................................................185
Etapa 3 – Passeio ao Jardim Botânico................................................................190
Atividade 3 – Estudando o passeio ao Jardim Botânico....................................190
Etapa 4 – Reinvestindo o conhecimento aprendido..........................................200
Atividade 4 – Recomendações para outro passeio............................................200

2º SEMESTRE
PROJETO DIDÁTICO – Universo ao meu redor................................................ 205
Para início de conversa..........................................................................................207
Quadro de organização geral do projeto didático...............................................209
Etapa 1 – Por onde anda o Universo?..................................................................210
Atividade 1 – Levantando conhecimentos prévios sobre o tema.....................210

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Etapa 2 – Compartilhando o projeto....................................................................212
Atividade 2 – Compartilhando o projeto e organizando o trabalho.................212
Etapa 3 – Estudando sobre meio ambiente,
desmatamento e sustentabilidade...................................................................214
Atividade 3A – Desequilíbrios provocados pelo homem...................................214
Atividade 3B – O desmatamento e sua influência
em diferentes problemas ambientais..............................................................219
Atividade 3C – O desmatamento no Brasil e no mundo...................................223
Atividade 3D – A mata atlântica e sua história..................................................229
Atividade 3E – O símbolo dourado da mata atlântica.......................................239
Atividade 3F – A vida na mata..............................................................................243
Atividade 3G – Desmatamento e sustentabilidade............................................246
Etapa 4 – Estudo e planejamento do seminário................................................251
Atividade 4 – Planejando o seminário.................................................................251
Etapa 5 – Estudo e planejamento da exposição oral........................................253
Atividade 5A – Investigando saberes dos alunos a respeito
de uma exposição oral.......................................................................................253
Atividade 5B – Analisando recursos da organização interna
de uma exposição oral.......................................................................................256
Atividade 5C – Planejando uma exposição oral.................................................259
Etapa 6 – Avaliação do trabalho desenvolvido...................................................262
Atividade 6 – Avaliação final do trabalho............................................................262

SEQUÊNCIA DIDÁTICA – Cartas de leitor........................................................ 265


Para iniciar a conversa...........................................................................................267
Quadro de organização geral da sequência didática.........................................269
Etapa 1 – Analisar algumas cartas de leitor.......................................................269
Atividade 1 – Analisando algumas cartas de leitor...........................................269
Etapa 2 – Conhecer mais cartas de leitores.......................................................272
Atividade 2 – Conhecendo mais cartas de leitores............................................272
Etapa 3 – Ler matérias jornalísticas e se posicionar diante delas..................275
Atividade 3 – Lendo matérias jornalísticas e se posicionando diante delas.. 275
Etapa 4 – Escrita e revisão coletiva de uma carta de leitor.............................276
Atividade 4A – Escrevendo coletivamente uma carta de leitor........................276
Atividade 4B – Revisando coletivamente uma carta de leitor.........................277
Etapa 5 – Escrita e revisão individual de uma carta de leitor..........................280
Atividade 5A – Escrevendo uma carta de leitor individualmente....................280
Atividade 5B – Revisando individualmente uma carta de leitor......................281

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 283

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BLOCO 1
INTRODUÇÃO

12239 Guia 5 ano professor.indd 13 10/29/14 12:12 PM


Como utilizar este guia

1
VAMOS COMEÇAR ESCLARECENDO. Este é um
guia para seu planejamento. E não “o seu pla-
nejamento”, todo ele já descrito, passo a passo.
Pelo contrário, como guia, este material orienta,
indica caminhos possíveis, propõe alternativas...

2
O USO DESTE GUIA ESTÁ VINCULADO À SUA
FORMAÇÃO. Este material deverá ser tratado
como subsídio para discussões nas Aulas de
Trabalho Pedagógico Coletivo – ATPC. Do mes-
mo modo, ele será tratado na formação que os
professores-coordenadores estão fazendo junto
à equipe do Programa Ler e Escrever. Ou seja,
ele não está pronto e acabado – é, sim, ponto de
partida para reflexões das equipes das escolas.

3
O PLANEJAMENTO DO TRABALHO EM SALA
DE AULA É FRUTO DE UM PROCESSO COLETIVO
que se enriquece e amplia à medida que ca-
da professor, individualmente, avança em seu
percurso profissional. Converse, compartilhe e
debata com os demais professores, principal-
mente os do 5º ano.

12239 Guia 5 ano professor.indd 14 10/29/14 12:12 PM


As práticas sociais de leitura
e de escrita na escola

“Há crianças que ingressam no mundo da linguagem escrita


através da magia da leitura e outras que ingressam através do
treino das tais habilidades básicas. Em geral, os primeiros se
convertem em leitores, enquanto os outros costumam ter um
destino incerto.”

Emilia Ferreiro, Passado e presente dos verbos ler e escrever


São Paulo: Editora Cortez, 2002.

Na tradição escolar, o aprendizado da decifração foi durante muito


tempo definido como conteúdo de leitura. Emitir sons para cada uma das
letras era uma situação vista como ilustrativa da aprendizagem da leitura.
Hoje sabemos que não basta ler um texto em voz alta para compreender
seu conteúdo, e a decifração é apenas uma das muitas competências en-
volvidas na leitura. Ler é, acima de tudo, atribuir significado. Além disso,
se queremos formar leitores plenos, usuários competentes da leitura e da
escrita em diferentes esferas e participantes da cultura escrita, não pode-
mos considerar alfabetizado quem sabe apenas o suficiente para assinar o
nome e tomar ônibus. Não estamos falando de uma tarefa simples: ela im-
plica a redefinição dos conteúdos de leitura e de escrita. Trata-se não mais
de ensinar a língua, com regras e em partes isoladas, mas de incorporar as
ações que envolvem textos e ocorrem no cotidiano.
No dia a dia, nós lemos com os mais diferentes propósitos: obter in-
formações sobre a atualidade, localizar endereços e telefones, preparar uma
receita, saber notícias de pessoas queridas; e também para tomar decisões,
pagar contas, fazer compras, viver situações de diversão e de emoção.
E a escrita, por sua vez, é usada nas mais variadas situações, com di-
ferentes intenções e para nos comunicarmos com distintos interlocutores:
dar notícias a pessoas distantes, fazer uma solicitação ou uma reclamação,
não esquecer do que é preciso comprar, prestar contas do trabalho feito,
anotar um recado e assim por diante.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 15

12239 Guia 5 ano professor.indd 15 10/29/14 12:12 PM


Tais ações podem e devem ser aprendidas, para que se traduzam em
comportamentos de leitor e de escritor. E esses comportamentos precisam
ser ensinados. Claro que é necessário aprender o sistema de escrita e seu
funcionamento; essa aprendizagem pode ocorrer em situações mais próxi-
mas das que são vividas na prática e com textos de verdade, escritos com
a intenção de comunicar algo.
Trata-se, portanto, de trazer para dentro da escola a escrita e a leitura
que acontecem fora dela. Trata-se de incorporar na rotina a leitura feita com
diferentes propósitos e a escrita produzida com distintos fins comunicati-
vos, para leitores reais. Enfim, de propor que a versão de leitura e de escrita
presente na escola se aproxime ao máximo da versão social, para que nos-
sos alunos se tornem verdadeiros leitores e escritores.

16 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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BLOCO 2
EXPECTATIVAS
DE APRENDIZAGEM
E AVALIAÇÃO

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Expectativas de
aprendizagem

A Secretaria Estadual da Educação (SEE) reconhece e assume a importância


de estabelecer expectativas e metas de aprendizagem para os alunos, em cada um
dos anos do Ensino Fundamental, a fim de orientar o planejamento didático dos pro-
fessores e, principalmente, nortear o currículo.

As atividades que você encontrará neste material estão organizadas de acor-


do com as expectativas de aprendizagem previstas para o 5º ano dos Anos Iniciais
do Ensino Fundamental, na sua nova versão e publicação, revisada em 2013 com a
participação de professores e supervisores da Rede Estadual, constituindo-se em
mais uma ferramenta para o trabalho do professor, no sentido de favorecer a apren-
dizagem de seus alunos.

Língua Portuguesa
As expectativas de aprendizagem para o ensino da Língua Portuguesa nos
Anos Iniciais do Ensino Fundamental orientam-se em torno da comunicação oral, da
leitura e da escrita.

Em relação à oralidade, pretende-se que os alunos sejam capazes de adequar


seu discurso às diferentes situações de comunicação oral, observando o contexto
e seus interlocutores.

Na leitura, deverão estar habilitados a ler diferentes textos, considerando as


características dos gêneros textuais e seus propósitos comunicativos.

Ao escrever, deverão ser capazes de redigir textos diversos, adequando-os às


diferentes situações de comunicação, às intenções de quem escreve e aos desti-
natários dos textos.

A seguir, relacionamos as expectativas que se pretende alcançar por meio das


atividades propostas nos projetos, sequências didáticas e atividades permanentes
constantes deste material.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 19

12239 Guia 5 ano professor.indd 19 10/29/14 12:12 PM


Expectativas de aprendizagem para
o 5o Ano no Ensino Fundamental
Ao final do 5o ano dos Anos Iniciais, o aluno deverá ser capaz de1:
•• participar de situações de intercâmbio oral do cotidiano escolar, tanto as me-
nos formais, quanto as mais formais (como seminários, mesas-redondas, apre-
sentações orais de resultados de estudo, debates, entre outros): ouvindo com
atenção, intervindo sem sair do assunto tratado, formulando e respondendo per-
guntas, justificando suas respostas, explicando e compreendendo explicações,
manifestando e acolhendo opiniões, argumentando e contra-argumentando;
•• participar de debates sobre temas da atualidade alimentados por pesquisas
próprias em jornais, revistas e outras fontes;
•• planejar e participar de situações mais formais de uso da linguagem oral no
âmbito escolar (como seminários, mesas-redondas, apresentações orais de
resultados de estudo, debates, entre outros), sabendo utilizar alguns procedi-
mentos de escrita e recursos para organizar sua exposição;
•• apreciar textos literários e participar dos intercâmbios posteriores à leitura em
diferentes situações como, por exemplo, a Roda de Leitores;
•• ler textos para estudar os temas tratados nas diferentes áreas de conhecimento
(como, por exemplo, textos de enciclopédias, textos que circulam na internet,
publicados em jornais impressos, revistas etc.), em parceria ou individualmente;
•• utilizar – no processo de ler para estudar ou de informar-se para produzir novos
textos procedimentos como: copiar a informação que interessa, grifar trechos,
fazer anotações, organizar esquemas que sintetizem as ideias mais importan-
tes do texto e as relações entre elas etc.;
•• selecionar textos no processo de estudo e pesquisa, em diferentes fontes apoian-
do-se em títulos, subtítulos, imagens, negritos, em parceria ou individualmente;
•• ler, por si mesmo, textos de diferentes gêneros (como contos, fábulas, mitos,
lendas, crônicas, poemas, textos teatrais, da esfera jornalística etc.), apoiando-
-se em conhecimentos sobre o tema do texto, as características de seu porta-
dor, da linguagem própria do gênero e do sistema de escrita;
•• no processo de leitura de textos utilizar recursos para compreender ou superar
dificuldades de compreensão (como, por exemplo, pedir ajuda aos colegas e
ao professor, reler o trecho que provoca dificuldades, continuar a leitura com
intenção de que o próprio texto permita resolver as dúvidas ou consultar outras
fontes, entre outros procedimentos);

1 SÃO PAULO (Estado) Secretaria de Educação. Expectativas de aprendizagem de Língua Portuguesa


dos anos iniciais do ensino fundamental – 1º ao 5º ano. 2013. Elaboração: Kátia Lomba Bräkling.
Colaboração: Grupo Referência de Língua Portuguesa, Formadoras do Programa Ler e Escrever e Equipe
CEFAI. Supervisão Pedagógica: Telma Weisz.
Disponível em: http://lereescrever.fde.sp.gov.br/SysPublic/Home.aspx (acesso em 12/03/2014)

20 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

12239 Guia 5 ano professor.indd 20 10/29/14 12:12 PM


•• reescrever, em parceria ou individualmente, histórias conhecidas, modificando
o narrador ou o tempo ou o lugar, recuperando as características da linguagem
escrita e do registro literário;
•• produzir textos de autoria em parceria ou individualmente (como, por exemplo,
cartas de leitor; indicações literárias; textos expositivos sobre temas estuda-
dos em classe; textos da esfera jornalística dentro de projetos de produção
de jornais – murais ou impressos), utilizando recursos da linguagem escrita e
o registro adequado ao texto (jornalístico, acadêmico-escolar etc);
•• produzir contos de autoria, em parceria ou individualmente, utilizando recursos
da linguagem escrita e do registro literário;
•• no processo de reescrita de textos e de produção de textos de autoria: planejar o
que vai escrever considerando o contexto de produção; textualizar, utilizando-se
de rascunhos; reler o que está escrevendo, tanto para controlar a progressão
temática quanto para avançar nos aspectos discursivos e textuais;
•• participar de situações de revisão de textos realizadas coletivamente, em par-
ceria com colegas ou individualmente considerando em diferentes momentos
as questões da textualidade (coerência, coesão – incluindo-se a pontuação), e
a ortografia, depois de finalizada a primeira versão.

Avaliação de aprendizagem

Ao nos referirmos à avaliação da aprendizagem dos alunos é importante lembrar


que nosso objetivo maior é fazer com que todos os alunos possam utilizar a leitura
e a escrita de modo competente e, para isso, não basta avaliar apenas as crianças,
mas também o processo de ensino e aprendizagem, fazendo as modificações ne-
cessárias no planejamento e intervenções didáticas para melhor alcançarmos as
metas educacionais a que nos propomos.

É importante considerar também que o processo de avaliação deve ser contínuo e,


por isso, não é preciso realizar atividades distintas das habituais para avaliar as crianças.

A função das pautas de observação na avaliação e no


planejamento do professor

Recomendamos que você, professor, elabore pautas para a observação dos


conhecimentos sobre os gêneros estudados e sobre as convenções da escrita que
podem ser encontradas no interior dos projetos e sequências didáticas.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 21

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As pautas de observação podem se tornar importantes aliadas do professor
para acompanhar o desenvolvimento das aprendizagens de seus alunos. A ideia é,
periodicamente, diagnosticar os saberes dos alunos, quanto aos conteúdos propos-
tos para o 5º ano e, com base nessas informações, replanejar seu trabalho e suas
intervenções.

Mas o que é uma pauta de observação?


A pauta de observação consiste na organização e registro sistemático de
informações sobre os conhecimentos dos alunos, tanto inicial (antes do desen-
volvimento de um projeto ou sequência), quanto processual (durante o processo
de ensino e aprendizagem) e final – momento em que o professor pode avaliar
o alcance dos objetivos de ensino atingidos com o trabalho realizado.

De posse das pautas de observação (ortografia, pontuação, conhecimento sobre os


gêneros) e da comparação dos resultados, identifique as necessidades gerais do grupo
e dos alunos que precisam de mais ajuda, organize duplas de modo que os dois parcei-
ros colaborem um com o outro, considerando os objetivos de cada uma das atividades.

Esse procedimento é essencial. É verdade que no dia a dia você obtém muitas
informações acerca do que cada aluno sabe. As pautas de observação servem jus-
tamente para fortalecer essas impressões e, ao mesmo tempo, garantir um melhor
acompanhamento do processo. Sempre há alunos que não chamam tanto a atenção
e não costumam pedir ajuda (são tímidos ou preferem não se manifestar). Mostram,
ao longo do ano, avanços menos significativos do que seria esperado, indicando que
necessitam de um acompanhamento próximo. As pautas de observação são registros
importantes para se organizar uma síntese das aprendizagens e das necessidades
dos alunos, permitindo ao professor planejar melhor seu trabalho em sala de aula.

Após ter orientado os alunos a realizar determinada atividade, caminhe entre


eles e observe seus trabalhos, especialmente daqueles que têm mais dificuldades.

É importante circular pela classe enquanto os alunos trabalham, por diversos mo-
tivos: avaliar se compreenderam a proposta; observar como estão interagindo; garantir
que as informações circulem e que todos expressem o que sabem e não sabem. Quando
necessário, procure questionar e interferir, evitando criar a ideia de que qualquer respos-
ta é válida. Observe também se o grau de dificuldade envolvido na proposta não está
muito além do que podem alguns alunos, se não está excessivamente difícil para eles.

Cada atividade propõe desafios destinados a favorecer a reflexão dos alunos.


Muitas vezes você deverá fazer ajustes: questionar alguns para que reflitam um
pouco mais, oferecer pistas para ajudar os inseguros.

22 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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BLOCO 3
ROTINA

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Situações que a rotina de
Língua Portuguesa deve
contemplar

Considerando-se os conteúdos tratados em cada uma das propostas e as


possibilidades de articulação entre elas, assim como as necessidades de aprendi-
zagem dos alunos, sugerimos a seguinte ordenação para as propostas de trabalho
e organização da rotina:
„„Projeto Contos de Mistério – no primeiro semestre, aproximadamente duas
vezes por semana.
„„Projeto “Universo ao meu redor” – no segundo semestre, aproximadamente
duas vezes por semana.
„„Sequência didática “Caminhos do verde”– no primeiro semestre; aproxima-
damente uma vez por semana.
„„Sequência didática “Carta de leitor” – no segundo semestre, aproximada-
mente uma vez por semana.
„„Sequência didática “Estudo de pontuação” – aproximadamente uma vez por
semana.
„„Sequência didática “Estudo da ortografia” – aproximadamente uma vez por
semana.
Evidentemente, há outras possibilidades de organização dessa rotina ao longo
da semana e do ano; porém, é preciso levar em conta os objetivos de cada um dos
projetos e das sequências didáticas, além dos desafios que os alunos precisam
enfrentar diante de cada uma das propostas.

Parece-nos mais coerente que as modalidades organizativas sejam distribuídas


ao longo da semana, de modo que os alunos tenham a oportunidade de conviver
com a variedade de textos sugeridos. Além do mais, não seria produtivo organizar
o trabalho com os dois projetos em um único semestre, pois são muitas as tarefas
que tanto o professor quanto o aluno precisarão realizar.

Considerando que o projeto didático “Universo ao meu redor” e a sequência di-


dática “Caminhos do verde” se organizam a partir de textos que tratam de questões
ambientais, o mais adequado é que sejam distribuídos entre os dois semestres.

Recomendamos iniciar pela sequência “Caminhos do verde”, pois permite ao


professor dispor de mais tempo para planejar um passeio ao Jardim Botânico, op-
ção interessante e um dos conteúdos tratados na sequência.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 25

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Com o objetivo de promover um melhor aproveitamento dos alunos em relação
ao estudo de ortografia e pontuação, sugerimos que haja, pelo menos, uma aula
semanal de cada uma das respectivas sequências, intercalando-se apenas os dias
em que serão tratadas.

Para que os alunos se apropriem dos conteúdos relativos à ortografia e pontu-


ação é importante que sejam acompanhados constantemente e que se avalie a ne-
cessidade de complementar as atividades deste material com outros exercícios de
sistematização, que podem ser propostos no caderno do aluno ou em folhas avulsas.
É importante lembrar que essas aprendizagens se pautam no uso frequente desses
conteúdos pelos alunos que, ao valorizarem a escrita e a pontuação correta, preci-
sam observar, com atenção, o modo como escrevem, em todas as suas produções.

A rotina do 5º ano

1º Semestre
2ª-feira 3ª-feira 4ª-feira 5ª-feira 6ª-feira

Leitura do Professor Leitura do Professor Leitura do Professor Leitura do Professor Leitura do Professor
Texto literário ou não Texto literário ou não Texto literário ou não Texto literário ou não Texto literário ou não
literário literário literário literário literário

Projeto Sequência: Projeto: Sequência: Sequência:


Contos de mistério Ortografia* Contos de mistério Pontuação* Caminhos do verde

Leitura
Roda de Jornal
Revista Galileu

INTERVALO/RECREIO

Leitura pelo aluno Leitura pelo aluno Leitura pelo aluno


Texto literário Texto literário Texto literário

26 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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2º Semestre
2ª-feira 3ª-feira 4ª-feira 5ª-feira 6ª-feira

Leitura do Professor Leitura do Professor Leitura do Professor Leitura do Professor Leitura do Professor
Texto literário ou não Texto literário ou não Texto literário ou não Texto literário ou não Texto literário ou não
literário literário literário literário literário

Projeto Projeto:
Sequência: Sequência: Sequência:
Universo ao meu Universo ao meu
Ortografia* Pontuação* Carta de leitor
redor redor

Leitura
Roda de Jornal
Revista Galileu

INTERVALO/RECREIO

Leitura pelo aluno Leitura pelo aluno Leitura pelo aluno


Texto literário Texto literário Texto literário

* O professor poderá ampliar o trabalho com pontuação e ortografia, a partir da produção de suas
próprias sequências didáticas.

OBSERVAÇÃO: Para a escolha dos gêneros a serem lidos, tanto pelo professor,
quanto pelo aluno, o professor deve estar atento aos projetos e sequências desen-
volvidos, refletindo sobre a necessidade de leitura de gêneros variados, conforme as
expectativas de aprendizagem e matriz curricular do SARESP: São textos literários:
contos, fábulas, mitos, lendas, crônicas, poemas, textos teatrais, letras de músicas.
Seguem também exemplos de textos não literários: histórias em quadrinhos, regula-
mentos, receitas, procedimentos, instruções para jogos, cardápios, indicações escri-
tas em embalagens, verbetes de dicionário ou de enciclopédia, textos informativos
de interesse curricular, curiosidades (você sabia?), notícias, cartazes informativos,
folhetos de informação, cartas pessoais, bilhetes.Esta é uma grande oportunidade
para preparar leituras compartilhadas, em capítulos, entre outras.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 27

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BLOCO 4
ORIENTAÇÕES
E SITUAÇÕES
DIDÁTICAS

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ATIVIDADES
PERMANENTES

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Atividades permanentes
de leitura

Segundo Bräkling (2012)2, a organização do trabalho de ensino de linguagem


deve levar em conta a maneira mais adequada de gestão do tempo, considerando
modalidades didáticas que otimizem a utilização do mesmo. Ainda,

Nessa perspectiva, as atividades independentes do ponto de


vista da frequentação à sala de aula, podem ser habituais — ou
permanentes — e ocasionais. As primeiras seriam aquelas que
possuem uma periodicidade frequente e definida, possibilitan-
do ao aluno contato constante com a mesma e com o conteúdo
nela tematizado. As atividades independentes ocasionais se-
riam aquelas tratadas de maneira não regular, para tratar de um
conteúdo eventualmente considerado como necessário, como
leituras de assuntos relevantes no momento e sistematização
de aspectos do conhecimento.
São exemplos de atividades independentes permanentes as
situações de leitura em voz alta realizada pelo professor, sis-
tematicamente três vezes na semana; ou a Roda de Leitores,
realizada uma vez por semana (ou quinzenalmente), por exem-
plo; ou, ainda a leitura de escolha pessoal realizada de maneira
articulada com a Roda de Leitores. São exemplos de atividades
independentes ocasionais as leituras esporádicas de notícias
do jornal ou sobre um determinado tema que têm relevância em
um momento específico; a sistematização de um conteúdo gra-
matical, ortográfico ou discursivo.
[...]
Assim, a roda de leitores ou a leitura colaborativa (situações
didáticas) podem ser atividades permanentes (modalidade orga-
nizativa) na escola, tendo uma periodicidade quinzenal, semanal
ou diária. (BRÄKLING, 2012).
As modalidades didáticas de trabalho com leitura consistem em um conjunto
de procedimentos didáticos que possibilitam ao aluno a constituição da proficiência
leitora por meio da mobilização de determinados procedimentos e habilidades que
vão sendo desenvolvidas e ampliadas.

2 BRÄKLING, K. L. A leitura da palavra: aprofundando compreensões para aprimorar as ações. Concepções


e prática educativa. São Paulo (SP): SEE de SP/CEFAI; 2012.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 33

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O seu papel é possibilitar que o aluno por meio da ajuda do outro se aproprie de
estratégias e procedimentos enquanto lê. Por exemplo, se durante a leitura e/ou proble-
matização pelo professor de determinado aspecto do texto, o aluno atribui um sentido
equivocado (uma inferência inadequada, uma antecipação incorreta), o docente reorien-
ta sua ação para auxiliar o aluno a resolver o problema ler junto, buscando descobrir
qual a pista, como por exemplo, uma palavra que o aluno utilizou para atribuir sentido
indesejado, explicitando o equívoco e oferecendo novas referências para a significação.

Atividade permanente
de roda de jornal
Por que realizar a roda de jornal?

A Roda de Jornal tem por objetivo familiarizar os alunos com um portador de texto
que traz informações diversificadas – bem conhecido principalmente pelas pessoas que
vivem em zonas urbanas – e, além disso, aproximá-los dos comportamentos típicos
de um leitor de jornal, para que também se tornem leitores desse tipo de publicação.

Cuide para que esses momentos não sejam encarados pelos alunos como uma
atividade meramente escolar. É importante que eles aproveitem de fato a situação
para se atualizar, saber a opinião de outros, saber mais sobre o País, sobre os es-
portes, sobre outros locais, enfim, saber o que acontece aqui e agora no mundo e
compreender que podem descobrir tudo isso na leitura dos jornais.

Selecione para a roda de jornal um fato que seja foco das atenções no mo-
mento – no âmbito dos esportes, da política, da saúde, da ciência ou outro. Escolha
notícias de jornais de diferentes datas e explore com os alunos algumas caracte-
rísticas desse tipo de texto. As notícias costumam ter três partes: título, chamada
e desenvolvimento. A função do título é sintetizar o conteúdo central, procurando
atrair a atenção do leitor; a chamada complementa o título, ressaltando a informa-
ção principal; o desenvolvimento expõe a notícia com detalhes.

Ao ler textos jornalísticos para seus alunos e discutir notícias ou reportagens,


você contribuirá para que eles se informem, aprendam mais sobre determinado as-
sunto e formem opiniões, entre outras coisas.

Escreva na lousa e compare os títulos e as chamadas publicados em diferen-


tes veículos sobre o mesmo fato. Converse com os alunos para que digam o que
pensam a respeito dessas diferenças e qual é sua opinião sobre o assunto. Crie
uma boa situação problematizadora, para que os alunos possam estabelecer muitas
relações nesse momento de leitura.

34 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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Procure estimulá-los para que expressem suas opiniões de forma livre e de-
batam ideias, utilizando para isso seu próprio conhecimento de mundo, além da
interpretação do texto lido, pois este procedimento servirá posteriormente para o
trabalho com textos argumentativos da esfera jornalística, como carta do leitor, ar-
tigo de opinião e debate.

ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A RODA DE JORNAL

Objetivos gerais
„„Aproximar o aluno do jornal, um portador de vários gêneros textuais sobre
diferentes aspectos da vida na cidade e no mundo;
„„Desenvolver o hábito de ler jornais, tanto para obter informações quanto pa-
ra se distrair;
„„Desenvolver comportamentos de leitor de jornal.

Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade poderá ser realizada em grupos, com so-
cialização coletiva.
„„Duração aproximada: duas aulas de 50 minutos.

RODA DE JORNAL 1

Material
„„Jornal completo para cada grupo.

Encaminhamento
„„Informe aos alunos que os mais diversos jornais diários costumam ser or-
ganizados de forma bem semelhante para facilitar a leitura. Em geral, os
assuntos são reunidos em diferentes cadernos, como: cotidiano da cidade,
cultura, esportes, economia etc.
„„Explique aos alunos que, nessa roda, eles selecionarão a notícia de maior
destaque em cada caderno para depois comentar com os colegas de todos
os outros grupos e colocar no mural da classe.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 35

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„„Solicite que leiam a notícia e prepare-se para fazer um breve comentário sobre
ela com seus colegas e o(a) professor(a), assim todos poderão saber sobre
as principais notícias do dia em relação a vários assuntos.

Orientação ao professor:
Esta atividade é importante para os alunos perceberem a organização dos jornais e a relevância
que dão aos acontecimentos. Também serve para discutir com eles acontecimentos em vários
âmbitos, pois geralmente se interessam apenas por esportes e cotidiano.
Para isso, é importante que você faça a leitura de algumas manchetes da primeira página do
jornal e incentive-os a comentar o que sabem ou já ouviram falar sobre o assunto. É possível
que já tenham algumas informações sobre as notícias e reportagens que ocupam as páginas
do jornal do dia, pois é comum as famílias tomarem conhecimento do que acontece pelos
noticiários do rádio e da televisão.
Se você tiver o jornal do dia anterior, é interessante comparar as notícias de maior destaque
nos dois dias em relação aos mesmos fatos. Assim os alunos saberão mais sobre o assunto e se
sentirão mobilizados a buscar novas informações. Acompanhar as notícias em outros meios de
comunicação, como rádio, tevê ou internet, é uma boa estratégia para mobilizar o interesse dos
alunos por ler jornais, confrontar informações e saber mais sobre o assunto.
Distribua os cadernos entre os grupos e peça para selecionarem uma matéria que tenha chamado
a atenção deles e que julguem importante compartilhar com os colegas, para que todos tenham
mais informações a respeito.
Organize com a turma um jornal mural para fixarem as notícias lidas e discutidas.

RODA DE JORNAL 2

Material
„„Jornal de domingo completo para cada grupo

Encaminhamento

„„Comente com os alunos sobre os jornais de domingo, geralmente são mais


grossos, pois trazem uma quantidade maior de informações. Neles, podemos
encontrar cadernos especiais, que são publicados somente nesse dia. Incen-
tive os alunos a dar alguns exemplos destes cadernos especiais.

36 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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„„Explique aos alunos que hoje você trará para a classe alguns desses cader-
nos para que leiam e selecionem uma reportagem bem interessante para
compartilhar com o grupo.

Orientação ao professor:
Organize os alunos em grupos e dê um caderno diferente do jornal a cada um. Geralmente, os
jornais têm cadernos especiais em alguns dias da semana, como: No Estado de S. Paulo (TV e
Lazer, Feminino, Casa, Classificados, Link, Nosso bairro, Turismo) e na Folha de S. Paulo (Folha
Equilíbrio, Revista da Folha, Ilustrada etc). Chame a atenção dos alunos para esta periodicidade.
Deixe que eles explorem bem o caderno e selecionem a notícia que acharem mais interessante.
Oriente para que leiam primeiro os títulos das notícias e as legendas das imagens, para facilitar
a escolha. Depois que todos os grupos tiverem escolhido e lido sua notícia, coloque-os todos
sentados em roda para socializar o que leram.

RODA DE JORNAL 3

Material
„„Jornal completo para cada grupo

Encaminhamento

„„Pergunte aos alunos se sabem onde encontrar a previsão do tempo em um


jornal. Ouça as colocações dos alunos, buscando no jornal a partir das infor-
mações levantadas por eles.
„„Solicite aos grupos que peguem o jornal disponível em sala e descubram qual
é a previsão para hoje temperatura mínima e máxima, se fará sol ou chuva
– e também para os próximos dias.

Previsão do tempo para hoje:

Previsão do tempo para os próximos dias:

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 37

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Orientação ao professor:
Essa proposta faz com que os alunos vivenciem um uso do jornal que é muito frequente entre
os leitores deste portador de textos, ou seja, buscar informações de forma precisa e pontual.
Mostrando no jornal, chame a atenção para o fato de que encontramos a previsão do tempo na
1ª página e no caderno que aborda o cotidiano da cidade (Metrópole, Cotidiano, São Paulo), com
mais detalhes, inclusive com a previsão para os próximos dias na cidade, e de outras cidades.

Aproveite que você está com o jornal na sala de aula e dê uma olhada nas
principais notícias do dia. Boa leitura!

Orientação ao professor:
Nesta roda, explore a variedade de notícias sobre a cidade – obras, inaugurações, segurança pública,
crimes, falecimentos, mudanças climáticas, notícias de utilidade pública sobre rodízio, greves, etc.

RODA DE JORNAL 4

Material

„„Caderno do jornal que aborde arte, cultura e lazer para cada grupo.

Encaminhamento

„„Informe aos alunos que, nesse dia, irão ler o caderno do jornal que aborda
assuntos de Arte, Cultura e Lazer. Cada jornal chama de um jeito este cader-
no, mas todos são organizados de forma semelhante e trazem informações
diversas. Distribua diferentes partes desse caderno e informe aos alunos
que a tarefa deles, junto com seus colegas, é selecionar uma dica cultural
ou uma programação na TV que gostariam de acompanhar para socializar
com todos na roda.

38 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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Orientação ao professor:
Nessa roda, o objetivo é explorar o caderno que aborda assuntos relacionados à Arte, Cultura e
Lazer. Antes de iniciar a roda, organize a classe em grupos e distribua páginas diferentes deste
caderno. Deixe que leiam e observem tudo o que há na página. Depois, peça que selecionem algo
para compartilhar com os outros colegas em roda. Incentive para que comentem sobre tudo o
que encontraram no jornal: programação de cinemas e TV, críticas de livros, peças de teatro,
filmes que foram lançados recentemente, acontecimentos relacionados à moda, cultura, arte e
lazer, crônicas, acontecimentos relacionados a pessoas de destaque, tirinhas, passatempos,
horóscopo etc.

RODA DE JORNAL 5

Material

„„Jornal de sábado completo para cada grupo

Encaminhamento

„„Informe aos alunos que, em alguns jornais que circulam na cidade de São
Paulo, aos sábados, encontramos o suplemento infantil. Além de trazer uma
linguagem adequada para os leitores mais novos, traz também assuntos
bem interessantes, dicas de passeios, recomendações de sites, histórias
em quadrinhos. Diga-lhes que poderão, juntamente com seus colegas, anali-
sar o suplemento infantil trazido por você e peça-lhes que discutam qual é a
reportagem principal e as partes que mais chamarem a atenção da classe.

Bom trabalho!

Orientação ao professor:
Organize os alunos em roda, para que todos possam analisar o jornal. Se você conseguir mais
de um exemplar desse suplemento, pode organizá-los em grupos. Seria muito interessante que
pudessem observar a Folhinha ( jornal – A Folha de S. Paulo) e o Estadinho ( jornal – O Estado de
S. Paulo), para compararem a organização e as informações trazidas em cada um deles. Você
pode anotar na lousa as observações e comentários dos alunos.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 39

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RODA DE JORNAL 6

Material

„„Jornal completo para cada grupo

Encaminhamento

„„Informe aos alunos que nos jornais podemos encontrar notícias e reporta-
gens sobre Política, Meio Ambiente, Educação, Acontecimentos Mundiais,
Descobertas da Ciência, Informática, Turismo, entre outros assuntos. Solicite
aos alunos que procurem no jornal uma notícia sobre um desses assuntos
e relate para seus colegas algo interessante.

Orientação ao professor:
Nessa roda, chame a atenção dos alunos para a forma como os jornais se organizam. Geralmente
as notícias sobre Política, Meio Ambiente, Educação, Acontecimentos Mundiais, e Descobertas
da Ciência fazem parte do primeiro caderno, que é mais geral, e estes assuntos aparecem como
títulos. Já as notícias sobre Informática, Turismo, Empregos, e outros, aparecem em cadernos
especiais publicados em alguns dias da semana. Esse é um conhecimento importante para os
alunos aprenderem a localizar informações em um jornal.

RODA DE JORNAL 7

Material

„„Jornal completo para cada grupo

Encaminhamento

„„Informe aos alunos que você trouxe três notícias que relatam o mesmo acon-
tecimento em dias diferentes.
„„Peça aos alunos que leiam sobre o desenrolar dos fatos e continuem acom-
panhando as notícias nos próximos dias!

40 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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Orientação ao professor:
É importante que você separe notícias sobre algum fato em que os alunos estejam interessados,
comentando em sala de aula, e acompanhando as notícias em outros meios de comunicação,
como rádio ou TV. Saber sobre o assunto facilita muito a leitura!
Podem ser notícias sobre qualquer assunto – esportes, saúde, política, fenômenos naturais...
O importante é que as notícias tragam informações novas todos os dias. Chame a atenção
dos alunos para o fato de que quase todas as notícias de jornal, no dia seguinte, já estão
desatualizadas, pois abordam fatos do cotidiano que mudam rapidamente. Apenas as
reportagens têm uma permanência maior, pois abordam os acontecimentos com mais
abrangência, comentando ideias, causas, efeitos etc.

RODA DE JORNAL 8

Materiais

„„Jornal completo para cada grupo.


„„Computador com acesso à internet.

Encaminhamento

„„Pergunte aos alunos se sabiam que os jornais geralmente têm uma versão
eletrônica. Peça-lhes que, usando os computadores da escola, entrem nas
páginas on-line de vários jornais de São Paulo e anotem, em seus cadernos,
o que observaram de diferente em relação às versões impressas desses
mesmos jornais.

Sugestões de sites:
O Estado de S. Paulo www.estadao.com.br

Folha de S. Paulo http://www.folha.uol.com.br/

Diário de S. Paulo http://www.diariodespaulo.com.br

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Orientação ao professor:
Leve para a classe um jornal impresso e peça que comparem com a versão eletrônica. Depois
deixe que leiam versões eletrônicas de outros jornais para analisarem as diferenças entre eles.
As versões eletrônicas dos jornais são atualizadas durante o dia e, por isso, não correspondem
exatamente à versão impressa. Elas são mais atualizadas. Também a apresentação das notícias
é um pouco diferente em termos de visual gráfico e organização do texto (hipertexto). Geralmente
não têm gráficos e tabelas. São mais enxutas, pois o hipertexto permite fácil referência a outras
partes do jornal ou a outras notícias relacionadas ou totalmente independentes.
Se na sua escola não tiver computador, peça que os alunos usem telecentros ou outros
computadores que tenham acesso fora da escola, e depois faça esta discussão em sala.
Caso não seja possível contar com computadores, aborde este assunto, relatando aos alunos a
experiência de leitura on-line e substitua esta roda por outra em que eles leiam notícias no jornal
do dia e depois relatem aos colegas.

RODA DE JORNAL 9

Material

„„Jornal completo para cada grupo

Encaminhamento

„„Informe aos alunos que hoje seu professor trouxe diferentes jornais para
cada grupo.
„„Proponha que selecionem no jornal uma notícia que interesse ao grupo para
ler e comentar com os colegas.

42 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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Orientação ao professor:
É importante que você separe diferentes jornais para que os alunos possam ter opção de escolha.
Separe também uma notícia e modelize aos alunos, mostrando como selecionou na primeira
página, a busca no caderno e página correspondentes e a apresentação da notícia escolhida,
após leitura do título.
Podem ser notícias sobre qualquer assunto – esportes, saúde, política, fenômenos naturais... Peça
que os alunos discutam nos grupos para escolher a notícia a ser lida e apresentada aos demais
colegas. Durante as apresentações, solicite que os alunos selecionem trechos da notícia para
justificar suas posições, opiniões. Os demais colegas podem também comentá-la.

RODA DE JORNAL 10

Material

„„Jornal completo (diferentes, com a mesma notícia) para cada grupo.

Encaminhamento

„„Informe aos alunos que hoje seu professor trouxe diferentes jornais que no-
ticiam uma mesma notícia.
„„Solicite-lhes que leiam sobre o fato em dois jornais diferentes e compararem
o que há de semelhante e o que há de diferente.
„„Ao final, cada grupo irá apresentar o que percebeu.

Orientação ao professor:
É importante que você separe notícias sobre algum fato em que os alunos estejam interessados,
comentando em sala de aula, e acompanhando as notícias em outros meios de comunicação,
como rádio, TV ou internet. Saber sobre o assunto facilita muito a leitura!
Podem ser notícias sobre qualquer assunto. O importante é que selecione jornais diferentes
com a mesma notícia, de forma que possibilite que os alunos percebam que a diferença na forma
de noticiar o fato.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 43

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Leitura compartilhada
de notícias

A leitura compartilhada de notícias contribui para a construção de argumenta-


ções e formulações de opiniões sobre fatos e acontecimentos e também colabora
para uma construção de um senso crítico sobre a realidade.

Durante a realização da leitura, as perguntas feitas pelo professor auxiliarão o


aluno a manifestar sua opinião, posicionar-se, garantindo a circulação de informa-
ções e a troca de ideias.

Objetivo

„„Mobilizar capacidades de leitura necessárias à proficiência leitora.

Planejamento

„„Organização do grupo: a atividade será feita de forma coletiva.


„„Duração aproximada: duas aulas de 50 minutos.

Encaminhamentos

„„Antes da leitura, explique aos alunos que você lerá uma notícia. Informe onde
foi publicada: jornal, caderno e data.
„„Utilize também notícias atuais para estas atividades.
„„Leia o título e peça-lhes que comentem informações que acreditam trará o
texto. Deixe que comentem o que sabem sobre o assunto.
„„Informe que você fará a leitura fazendo algumas interrupções para que comen-
tem e expliquem o que estão entendendo sobre o assunto tratado no texto.
„„Leia o texto, fazendo as paradas e perguntas propostas. Incentive os alunos
a manifestar opinião. As paradas e perguntas durante a leitura têm o obje-
tivo de ajudar os alunos na compreensão do texto e de garantir a troca de
opiniões. O importante não é os alunos saberem responder certo ou errado,
mas ouvi-los, pedir que expliquem o que entenderam. Proponha outras ques-

44 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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tões se for necessário, de forma que garantam que os alunos falem o que sabem ou não sobre
o assunto e troquem opiniões sobre o tema abordado.
„„Essa atividade deve servir de referência para a organização de roteiros para leitura compartilha-
da de outras notícias que sejam relevantes e polêmicas na atualidade, de forma que garantam
esta prática social (ler notícias que acontecem na época). Não se trata de fazer apenas uma ati-
vidade desse tipo.

Leitura compartilhada – Modelo 1


ROTEIRO PARA LEITURA COMPARTILHADA DA NOTÍCIA
“A vida sem sacolas plásticas”
Notícia: A vida sem sacolas plásticas. 22 de maio de 2011 | 0h 00. Andrea Vialli O Estado de S.Paulo.

Organização da sala: alunos sentados em círculo ou semicírculo, organizados em duplas


previamente estabelecidas pelo professor. Critério do agrupamento: ter na dupla um aluno com
leitura mais fluente.

Objetivo: mobilizar as habilidades de leitura, na tentativa de (re)construir os sentidos do texto.

ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR:
1. Explicar aos alunos a finalidade da atividade. Comentar que farão algumas atividades que
têm como objetivo ampliar a competência em relação à pratica da leitura. A atividade que
realizarão nessa aula faz parte de uma sequência didática.
2. Entregar o texto aos alunos, informando sobre o jornal no qual foi publicado, as especi-
ficidades da seção onde foi retirado (Notícias/São Paulo), indicação de data e autoria.
Mostrar o jornal na íntegra aos alunos indicando nome e seção de onde foi retirado o tex-
to a ser estudado. Obs: não precisa ser o jornal do dia em que foi publicada a notícia em
questão, o importante é que seja o mesmo jornal – no caso aqui o Estado de S. Paulo.
3. Anunciar o gênero do texto – notícia – e solicitar que digam o que sabem sobre o que é uma
notícia. Ouça as opiniões, anote na lousa e ofereça (oralmente) a informação que segue con-
firmando ou ampliando as ideias dos alunos: Notícias são textos que transmitem uma nova
informação sobre acontecimentos, objetos ou pessoas. Relato de fatos que sejam de interesse
ou curiosidade das pessoas. Aparecem nos jornais, em revistas e também em sites na internet.
4. Solicitar que um aluno leia em voz alta apenas o título da notícia. Pedir que a turma antecipe
possíveis conteúdos a partir do título. Registrar na lousa as hipóteses levantadas pelos alunos;
5. Indicar uma dupla de alunos para ler o subtítulo da notícia e pedir que o grupo retome as
hipóteses levantadas verificando quais possuem potencial de confirmação e quais não.
6. Em seguida, pedir a um aluno com leitura fluente que leia os dois primeiros parágrafos.
Realizar o mesmo movimento do item 5 no que se refere às hipóteses levantadas. Pedir
que justifiquem suas verificações.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 45

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7. A partir das informações trazidas por esses 2 parágrafos, organizar algumas informações
solicitando que os alunos indiquem:
•• Qual é o fato noticiado?
•• Onde ocorreu?
•• Quando aconteceu?
•• Quem eram os envolvidos?
•• Por que ocorreu?
Conforme vão oferecendo as informações solicitadas pedir que os alunos localizem no texto
os trechos correspondentes.

Registrar na lousa de forma breve as informações oferecidas pelos alunos.


8. Depois disso, indicar alguns alunos (3 ou 4) para fazerem uma leitura em voz alta da notícia
na íntegra para que todos acompanhem. Nesse momento, os alunos escolhidos deverão
ser aqueles com leitura mais fluente. Cada aluno selecionado poderá ler alguns parágra-
fos. É importante que o momento não seja transformado em uma leitura “jogralizada”.
9. Em seguida, propor que o grupo comente as ideias principais veiculadas pela notícia.
10. Coordenar a discussão coletiva da notícia. Permitir que as crianças expressem o senti-
do que deram ao texto, suas dúvidas e seu posicionamento diante dessa nova regra na
cidade de São Paulo.
Alguns questionamentos podem ser feitos para alimentar a discussão:
•• Por que acham que esse acontecimento virou notícia?
•• Com a saída das sacolinhas do cenário cotidiano, os supermercados, principalmente, preci-
sarão tomar algumas medidas. Quais são elas? O que vocês acham delas?
•• Algumas pessoas dizem que usam a sacolinha do supermercado como saco de lixo e que,
com a lei aprovada e praticada, terão que comprar saco de lixo (pretos ou azuis grossos).
Perguntam se isso não é uma incoerência, já que esses últimos também causariam males
ao meio ambiente?
•• Nem todos são favoráveis à lei. Encontre na matéria uma posição favorável e uma contrária
a lei?
11. Retomar o 2º parágrafo e chamar a atenção dos alunos para o uso das aspas. Perguntar
o que significa o uso de aspas nesse parágrafo. Pedir que expliquem e que encontrem
outros exemplos na notícia em que as aspas são usadas como no 2º parágrafo.
12. Solicitar que observem se o autor da notícia expressa sua própria opinião a respeito da
proibição do uso de sacolinhas. Pedir que justifiquem a resposta. Explicar que, na notícia,
diferente de artigos de opinião, cartas, carta de leitor não há lugar para opiniões pessoais
ou julgamentos proferidos pelo autor. O texto é escrito em 3ª pessoa e precisa oferecer
concretude e imparcialidade.
13. Para finalizar propor que o grupo se posicione ante a notícia, justificando sua opinião.

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NOTÍCIA 1

São Paulo, domingo, 22 de maio de 2011

A vida sem sacolas plásticas


ANDREA VIALLI O ESTADO DE S.PAULO
22 maio 2011 | 00h 00

Proibição da distribuição e da venda de sacolinhas no comércio da cidade de São Paulo[br]im-


põe mudança de hábitos; entre as alternativas estão sacolas retornáveis e caixas de papelão

A lei que proíbe a distribuição e a venda de sacolas plásticas no comércio de São Paulo,
aprovada pela Câmara Municipal na semana passada e logo sancionada pelo prefeito Gilber-
to Kassab (PSB), pôs os consumidores em uma encruzilhada. Se por um lado a retirada de
circulação das sacolas traz benefícios, como a redução dos entupimentos em bueiros e do
plástico descartado no ambiente, por outro impõe ao paulistano dilemas cotidianos. Como
transportar as compras? E se não houver uma sacola retornável à mão? E o lixo doméstico,
como descartar?
Para Eduardo Jorge, secretário do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, é questão de
hábito. “O que está sendo questionado com a lei é o uso excessivo das sacolas descartáveis.
As cidades que já adotaram leis semelhantes, como Jundiaí e Belo Horizonte, mostram que
o comércio soube se adaptar e a população aceitou a medida” diz Jorge.
Grandes redes do varejo se preparam para atender ao consumidor. No Grupo Pão de
Açúcar, que engloba as redes Extra e Compre Bem, os consumidores poderão adquirir saco-
las retornáveis, os preços variam de R$ 2,99 a R$ 9,90 ou solicitar aos funcionários caixas
de papelão para transportar as compras.
Ligia Korkes, gerente de sustentabilidade do grupo, diz que a demanda por caixas de
papelão gratuitas pode ser maior que a quantidade de embalagens disponíveis.
“Pode faltar caixa e vamos avisar os consumidores.”
Fora da capital, a rede também venderá sacolas biodegradáveis, feitas com amido de
milho, a R$ 0,20 a unidade. Mais rígida, a lei paulistana não permite a comercialização de
nenhum tipo de sacola plástica.
Experiências. Nove meses após o acordo com os supermercados que previa a extinção
das sacolinhas plásticas, Jundiaí comemora a redução do envio para o aterro sanitário de 80
toneladas de plástico por mês, o que representa 720 toneladas no período. Os cálculos são
da Associação Paulista de Supermercados. A adesão foi de 99% dos supermercados, que
deixaram de distribuir 176 milhões de sacolas.
Agora, a cidade se prepara para estender a restrição à distribuição das sacolas para
outros segmentos do comércio. Pesquisas locais apontam que 75% da população aprovou
a medida.

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No Estado do Rio, a legislação que estimula a redução do uso de sacolas plásticas,
fiscalizada desde julho de 2010, não atingiu a eficácia esperada entre os consumidores, de
acordo com balanço da Secretaria do Meio Ambiente. Cerca de 70% das lojas de grande por-
te cumprem a lei, mas a maior parte dos estabelecimentos deixa de oferecer o desconto de
R$ 0,03 a cada cinco itens a quem não utilizar as embalagens.
Mais branda que a lei paulistana, pois apenas estimula a substituição de sacolas co-
muns por embalagens reutilizáveis, o texto aprovado na Assembleia Legislativa do Rio em
2009 obriga os estabelecimentos a oferecer os descontos, vender embalagens mais resis-
tentes e estabelece a troca de 50 sacolas plásticas por 1 kg de arroz ou feijão.
“Houve redução significativa do número de sacolas plásticas utilizadas, mas espera-
mos mais. A eficácia da lei poderia ser maior se a população se conscientizasse e exigisse
o desconto em vez de utilizar a embalagem comum”, diz José Padrone, da coordenadoria de
combate a crimes ambientais da Secretaria do Ambiente.

Colaboraram Bruno Boghossian e Rose Mary de Souza, especial para O Estado.

Crédito: O Estado de S. Paulo, A vida sem sacolas plásticas,


Autora: Andrea Vialli, 22/05/2011.

„„Você poderá utilizar esta notícia que trata do mesmo tema, utilizando as eta-
pas elencadas anteriormente.

NOTÍCIA 2

São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 2011

SP será 2ª capital a banir sacola plástica


Câmara proíbe uso de embalagem que polui água e causa enchentes; medida entra
em vigor em 1º de janeiro.
Projeto segue para a sanção do prefeito, que disse ser favorável à medida; multa prevista
vai de R$ 50 a R$ 50 mi
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO

A cidade de São Paulo será a segunda capital brasileira – após Belo Horizonte – a banir
do comércio as sacolas plásticas, embalagem praticamente extinta na Europa e em grande
parte dos Estados Unidos e que demora mais de cem anos para se decompor no ambiente.

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A Câmara Municipal aprovou ontem a proibição do uso e da distribuição de sacolas
plásticas na cidade de São Paulo. Quem desrespeitar a regra, que entra em vigor em 1º de
janeiro de 2012, poderá ser multado entre R$ 50 e R$ 50 milhões ou ter a licença comer-
cial suspensa.
Polêmica, a matéria dividia os vereadores e segue agora para sanção do prefeito, Gilberto
Kassab (PSD), que já vetou uma proposta semelhante no passado alegando deficiência jurídica.
Dessa vez, porém, Kassab deve aprová-la porque “interessa à cidade”. Além de poluir
os mananciais, as sacolinhas também entopem bueiros e causam enchentes. “Somos favo-
ráveis a esse projeto. O encaminhamento é pela aprovação”, disse o prefeito ontem, pouco
antes da votação na Câmara.
O projeto de lei municipal estava em tramitação desde 2007, mas só tomou corpo há
duas semanas, quando foi encampado por Roberto Tripoli (PV-SP), ambientalista e líder do go-
verno na Casa.
Tripoli tentou organizar um consenso em torno do projeto, que teve ontem 35 votos fa-
voráveis, 5 contrários e 12 abstenções.
A proibição valerá para todo o comércio, e não apenas para os supermercados.

ACORDO
Na semana passada, a Apas (Associação Paulista de Supermercados) fechou acordo com
o governador Geraldo Alckmin para banir as sacolinhas até o final do ano no Estado. O acordo
só vale para o setor e não prevê punição para quem desrespeitá-lo. Dois vereadores – Aurélio
Miguel (PR) e Francisco Chagas (PT) – afirmaram que vão entrar na Justiça contra a lei.
Chagas é ligado aos trabalhadores do setor químico, que temem perder emprego com o
fim das sacolas plásticas. A fiscalização será feita pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio
Ambiente.
As sacolas plásticas deverão ser substituídas por embalagens ecológicas, confecciona-
das com uma espécie de “plástico verde”, que se decompõe em poucos meses.
Cada sacolinha custará R$ 0,19 e será vendida nos caixas dos supermercados. Como
ocorreu em outras cidades, a ideia é que a cobrança pelas embalagens diminua seu uso. Além
da embalagem verde, os supermercados venderão sacolas retornáveis de pano a R$ 1,80.

Colaborou EVANDRO SPINELLI, de São Paulo

Crédito: ©Folhapress.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 49

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Leitura compartilhada – Modelo 2
ROTEIRO3 PARA LEITURA COMPARTILHADA DA NOTÍCIA
“Uso de cães beagle em testes de remédios vira alvo de protestos”
Notícia: Animais são utilizados em experimentos por laboratório de São Roque; alguns são sacri-
ficados. São Paulo, sábado, 18 de agosto de 2012. Folha de S. Paulo – Cotidiano.

Organização da sala: alunos sentados em círculo ou semicírculo, organizados em duplas


previamente estabelecidas pelo professor. Critério do agrupamento: ter na dupla um aluno com
leitura mais fluente.

Objetivo: mobilizar as habilidades de leitura, na tentativa de (re)construir os sentidos do texto.

ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR:
1. Explicar aos alunos a finalidade da atividade. Comentários sobre algumas atividades que
têm como objetivo ampliar a competência em relação à pratica da leitura. A atividade que
realizarão nessa aula faz parte de uma sequência didática.
2. Entregar o texto aos alunos, informando sobre o jornal no qual foi publicado, as especifici-
dades da seção onde foi retirado (Cotidiano/ Folha de S. Paulo), indicação de data e auto-
ria. Mostrar o jornal na íntegra aos alunos indicando nome e seção de onde foi retirado o
texto a ser estudado. Obs: não precisa ser o jornal do dia em que foi publicada a notícia
em questão, o importante é que seja o mesmo jornal – no caso aqui o Folha de S. Paulo.
3. Retomar o gênero do texto – notícia – e solicitar que digam o que sabem sobre o que é
uma notícia. Ouça as opiniões, anote na lousa e ofereça (oralmente) a informação que
segue confirmando ou ampliando as ideias dos alunos: notícias são textos que transmi-
tem uma nova informação sobre acontecimentos, objetos ou pessoas. Relato de fatos
que seja de interesse ou curiosidade das pessoas. Aparecem nos jornais, em revistas e
também em sites na internet.
4. Leia o título, peça-lhes que comentem sobre informações que acreditam ter o texto. Deixe
que comentem o que sabem sobre o assunto.
5. Informe que você fará a leitura fazendo algumas interrupções para que comentem e ex-
pliquem o que estão entendendo sobre o assunto tratado no texto.
6. Leia o texto, fazendo as paradas e perguntas propostas. Incentive os alunos a manifestar
opinião. As paradas e perguntas durante a leitura têm o objetivo de ajudar os alunos na
compreensão do texto e de garantir a troca de opiniões. O importante não é os alunos
saberem responder certo ou errado, mas ouvi-los, pedir que expliquem o que entenderam,
propor outras questões se for necessário, de forma que garantam que os alunos falem o
que sabem ou não sobre o assunto e troquem opiniões sobre o tema abordado.

3 In: O GÊNERO “NOTÍCIA”: UMA PROPOSTA DE ANÁLISE E INTERVENÇÃO. 3º CELLI – Colóquio de Estudos
linguísticos e Literários . Paraná. Abril/2007.

50 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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Animais são utilizados em experimentos por laboratório de São Roque; alguns são sacrificados
Promotoria investiga Instituto Royal, alvo das manifestações, por supostos maus-tratos aos animais em cativeiro
TALITA BEDINELLI
ENVIADA ESPECIAL A SÃO ROQUE (SP)
THIAGO AZANHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um grupo de ativistas fará amanhã uma manifestação em São Roque (a 66 km de São Paulo) para pro-
testar contra o uso de cães da raça beagle em testes feitos por um instituto que trabalha para farmacêuticas.

1ª PARADA – Quem fará a manifestação em São Roque? Quem são estas pessoas? O que pode-
mos entender por ativista? Vamos seguindo o texto para verificar se a leitura ajuda a entender.

Os cães são usados em pesquisas de medicamentos que serão lançados. O objetivo é verificar a exis-
tência de possíveis reações adversas, como vômito, diarreia, perda de coordenação e até convulsões.

2ª PARADA: O que pode acorrer com os animais que são testados?

Em muitas das pesquisas, os cães acabam sacrificados antes mesmo de completarem um ano, para
que se possa avaliar os efeitos dos remédios nos órgãos dos bichos. Quando isso não é necessário, os cães
são colocados para adoção, diz a empresa.
O Instituto Royal, alvo da manifestação, passou a ser investigado pelo Ministério Público de São Paulo,
que recebeu denúncias de maus-tratos aos animais. Ao menos 66 beagles são mantidos em canis. A maior
parte deles é reprodutora dos filhotes que serão testados.
O Royal diz que, em breve, fornecerá animais para testes em outros institutos. “Recebemos a denúncia
de que esses animais são acondicionados em condições irregulares”, afirma Wilson Velasco Jr., promotor do
Meio Ambiente em São Roque.

3ª PARADA: Por que aparece entre aspas?


Quem é Wilson Velasco Jr.? Qual o seu papel neste caso?

Velasco Jr. esteve na empresa na terça para acompanhar vistoria de uma veterinária. Ele aguarda lau-
do da visita para decidir se chama o instituto para firmar um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) ou instaurar
ação civil pública.

QUESTÃO POLÊMICA
O uso de cães em pesquisas é permitido e regulado por normas internacionais. Protetores de animais,
no entanto, questionam as normas. “As indústrias sequestram a vida dos animais, que nunca mais terão um
comportamento normal”, diz Vanice Teixeira Orlandi, presidente da União Internacional Protetora dos Animais.

4ª PARADA: Nesse trecho aparece outra citação entre aspas, por quê? Quem é Vanice Teixeira Or-
landi? Qual o seu papel?

Segundo o vice-diretor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, Francisco Javier Her-
nandez Blazquez, os cães da raça beagle são os mais utilizados para experimentos no exterior, pois são
animais de médio porte e já criados para a pesquisa.
No Brasil, ratos e camundongos são os bichos mais usados em pesquisas feitas em laboratórios.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 51

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5ª PARADA: Qual a diferença entre usar cães e usar ratos e camundongos em pesquisas?

“Todo e qualquer experimento realizado por docentes e pesquisadores em animais deve passar por uma
comissão de ética para analisar se o animal sofrerá e qual a finalidade do projeto”, diz.
O protesto, organizado pelo Facebook, já tem cerca de 300 pessoas confirmadas. Um comboio sairá de
São Paulo às 9h, do Masp, na avenida Paulista, região central.

6ª PARADA: Que importância tem o protesto de 300 pessoas no facebook? Vocês sabem o que é
facebook?

Vamos retomar ao início do texto: Um grupo de ativistas fará amanhã uma manifestação em São
Roque – O que quer dizer ativista? Como podemos saber o que significa esta palavra?

NOTÍCIA 3

São Paulo, sábado, 18 de agosto de 2012

Uso de cães beagle em testes de remédios vira alvo de


protestos
Animais são utilizados em experimentos por laboratório de São Roque; alguns
são sacrificados
Promotoria investiga Instituto Royal, alvo das manifestações, por supostos maus-tratos aos
animais em cativeiro
TALITA BEDINELLI
ENVIADA ESPECIAL A SÃO ROQUE (SP)
THIAGO AZANHA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um grupo de ativistas fará amanhã uma manifestação em São Roque (a 66 km de São


Paulo) para protestar contra o uso de cães da raça beagle em testes feitos por um instituto
que trabalha para farmacêuticas.
Os cães são usados em pesquisas de medicamentos que serão lançados. O objetivo
é verificar a existência de possíveis reações adversas, como vômito, diarreia, perda de coor-
denação e até convulsões.
Em muitas das pesquisas, os cães acabam sacrificados antes mesmo de completarem
um ano, para que se possa avaliar os efeitos dos remédios nos órgãos dos bichos. Quando
isso não é necessário, os cães são colocados para adoção, diz a empresa.

52 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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O Instituto Royal, alvo da manifestação, passou a ser investigado pelo Ministério Públi-
co de São Paulo, que recebeu denúncias de maus-tratos aos animais. Ao menos 66 beagles
são mantidos em canis. A maior parte deles é reprodutora dos filhotes que serão testados.
O Royal diz que, em breve, fornecerá animais para testes em outros institutos. “Recebe-
mos a denúncia de que esses animais são acondicionados em condições irregulares”, afirma
Wilson Velasco Jr., promotor do Meio Ambiente em São Roque.
Velasco Jr. esteve na empresa na terça para acompanhar vistoria de uma veterinária.
Ele aguarda laudo da visita para decidir se chama o instituto para firmar um TAC (Termo de
Ajuste de Conduta) ou instaurar ação civil pública.

QUESTÃO POLÊMICA
O uso de cães em pesquisas é permitido e regulado por normas internacionais. Prote-
tores de animais, no entanto, questionam as normas. “As indústrias sequestram a vida dos
animais, que nunca mais terão um comportamento normal”, diz Vanice Teixeira Orlandi, pre-
sidente da União Internacional Protetora dos Animais.
Segundo o vice-diretor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP, Francisco
Javier Hernandez Blazquez, os cães da raça beagle são os mais utilizados para experimentos
no exterior, pois são animais de médio porte e já criados para a pesquisa.
No Brasil, ratos e camundongos são os bichos mais usados em pesquisas feitas em
laboratórios. “Todo e qualquer experimento realizado por docentes e pesquisadores em ani-
mais deve passar por uma comissão de ética para analisar se o animal sofrerá e qual a fi-
nalidade do projeto”, diz.
O protesto, organizado pelo Facebook, já tem cerca de 300 pessoas confirmadas. Um
comboio sairá de São Paulo às 9h, do Masp, na avenida Paulista, região central.

Crédito: ©Folhapress.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 53

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SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Estudo da ortografia

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Estudo da ortografia

As sequências didáticas para trabalhar com as questões de ortografia são


adequadas especificamente para o trabalho com as regularidades. Elas devem ser
desenvolvidas com todos os alunos da classe quando você identificar essa neces-
sidade em suas escritas, ou seja, quando parte significativa de seus alunos escre-
verem inadequadamente palavras com as terminações focadas.

Com essa sequência de atividades pretende-se dar continuidade a uma discussão


iniciada no 4º ano do Ensino Fundamental, envolvendo a escrita de palavras em que a
grafia correta depende de um conhecimento gramatical. São palavras cuja definição da
grafia correta depende de uma análise da classe gramatical a que pertencem. Trata-se das
regularidades morfológico-gramaticais (Morais, 2002), ou seja, possíveis de ser inferidas a
partir de um conhecimento – ainda que intuitivo – da categoria gramatical da palavra. Por
isso, ao longo do trabalho, recorra aos conceitos de substantivo e de verbo – assim como
de tempo verbal – já construídos pelos alunos, para orientá-los nas suas análises. Eles
poderão, inicialmente, utilizar expressões como “nome” – para referirem-se a substantivo
– ou “palavra que mostra as coisas que a gente faz” – para falarem de verbo.

Posteriormente, mais ao final da sequência didática – ou em outras atividades


–, você poderá apresentar os alunos à metalinguagem.

Nessa sequência, os alunos vão refletir sobre palavras terminadas com -ISSE/-
-ICE e -ANSA/-ANÇA, em atividades que vão conduzindo a observação do aluno para
o aspecto em análise, tematizando as diferentes nuances a serem consideradas na
inferência da regra subjacente à escrita.

A finalidade principal desse trabalho é possibilitar ao aluno a análise da regu-


laridade de escrita das palavras terminadas em -ISSE/-ICE e -ANSA/-ANÇA, a elabo-
ração da regra respectiva e o uso da regra em escritas posteriores.

PARA SABER MAIS SOBRE O TRABALHO COM ORTOGRAFIA, CONSULTE O


GUIA DE ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS PARA O PROFESSOR DO 2º ANO. LÁ VOCÊ
ENCONTRARÁ ORIENTAÇÃO PARA O TRABALHO COM ORTOGRAFIA E UMA
DIVERSIDADE DE PROPOSTAS DIDÁTICAS PARA O TRABALHO COM AS
IRREGULARIDADES E VÁRIAS REGULARIDADES.

Expectativas de aprendizagem
Espera-se que os alunos compreendam a regularidade que orienta a escrita de
palavras: as terminadas com -ISSE e -ICE e as terminadas com -ANSA e -ANÇA, de
maneira a possibilitar a tomada de decisão sobre a ortografia correta.

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Quadro de organização geral da sequência didática

Etapa Atividade
Etapa 1 – Palavras Atividade 1A – Lendo o poema e comentando.
terminadas em -isse e -ice. Atividade 1B – Estudando palavras do poema e
ampliando o repertório.
Atividade 1C – Testando as descobertas.
Atividade 1D – Completando o quadro de descobertas.
Etapa 2 – Palavras Atividade 2A – Lendo o poema e comentando.
terminadas em -ansa e -ança. Atividade 2B – Estudando a ortografia das palavras
selecionadas.
Atividade 2C – Ampliando a análise das palavras.
Atividade 2D – Testando as descobertas.

Etapa 1

PALAVRAS TERMINADAS EM -ISSE E -ICE

ATIVIDADE 1A: LENDO O POEMA


E COMENTANDO

Objetivo

„„Contextualizar, por meio da leitura de um texto, as palavras de referência.

Planejamento

„„Quando realizar: após uma primeira leitura do texto, para desencadear a re-
flexão sobre a questão ortográfica focalizada, de maneira a contextualizar
palavras de referência.
„„Organização do grupo: os alunos trabalharão coletivamente.
„„Materiais necessários: poema escolhido por você que possa problematizar
as questões de palavras terminadas em ISSE e ICE. Sugestão: Namorados,
de Manuel Bandeira.
„„Duração aproximada: 50 minutos.

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Encaminhamento

„„Esclareça os alunos sobre os propósitos e desenvolvimento da atividade.


Para iniciar o trabalho, leia o texto com eles.
„„Na leitura do texto inicial, é importante o trabalho com a antecipação de con-
teúdo em função de autor e título do texto. Fale um pouco da obra do autor,
situando os alunos em relação à temática de sua produção.
„„Esse procedimento é importantíssimo para que o texto contextualizador da
questão ortográfica não seja tratado apenas como pretexto para trabalho
gramatical. Além disso, é fundamental o trabalho de apreciação da obra,
seja pelo viés do conteúdo, seja da forma. Assim, proponha que os alunos
comentem, comparando com o que acharam do texto lido. Comparar impres-
sões sobre um texto é comportamento leitor fundamental.

ATIVIDADE 1B: ESTUDANDO PALAVRAS DO


POEMA E AMPLIANDO O REPERTÓRIO

Objetivo

„„Desencadear o processo de reflexão sobre o aspecto ortográfico, buscando


a construção da regularidade e organizando os primeiros registros.

Planejamento

„„Quando realizar: depois da leitura, focalizando as palavras de referência.


„„Organização grupo: os alunos trabalharão em duplas.
„„Materiais necessários: poema utilizado na atividade anterior.
„„Duração aproximada: cerca de 50 minutos.

Encaminhamento

„„Esclareça os alunos sobre os propósitos e desenvolvimento da atividade. Es-


colha duas palavras (uma terminada em ISSE, e outra em ICE) para problema-
tizar o porquê da escrita desta forma. Explore seus significados. A intenção é
que não trabalhem com nenhuma palavra que não conheçam.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 59

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„„Oriente-os para que organizem palavras em dois grupos, tendo como refe-
rência o que observaram nas palavras utilizadas anteriormente. A intenção
é orientar a observação pensando nas classes gramaticais a que pertencem
as palavras, pois trata-se de uma regularidade morfológica: substantivos com
essa terminação são escritos com C e verbos com SS (conjugados no preté-
rito, segunda pessoa do singular).
„„Num primeiro momento, deixe que observem e apontem tais regularidades na
maneira como as palavras foram escritas (SS ou C). Depois, ressalte a dica apre-
sentada: é para focalizar o olho do aluno para o tipo de palavra (verbo). A seguir,
chame a atenção dos alunos para o fato de que um verbo pode ser definido como
ALGUMA COISA QUE ALGUÉM FEZ e um substantivo é o NOME DE ALGUMA COISA.
„„Vá orientando as duplas na sua reflexão e, depois, solicite que cada uma
registre suas primeiras conclusões no caderno. Os alunos devem registrar
a maneira como conseguiram perceber, mesmo sem a utilização de metalin-
guagem, como substantivo ou verbo.

ATIVIDADE 1C: TESTANDO


AS DESCOBERTAS

Objetivo

„„Possibilitar que os alunos experimentem utilizar o seu registro – que deve cor-
responder à regularidade observada – de modo a validar suas observações.

Planejamento

„„Quando realizar: depois do primeiro registro de observação.


„„Organização do grupo: os alunos trabalharão em duplas.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: 50 minutos.

Encaminhamento

„„Organize os alunos em duplas. Esclareça sobre os propósitos e desenvolvi-


mento da atividade. Esse será o momento de os alunos analisarem se suas
observações realmente ajudam a tomar a decisão sobre a ortografia, reajus-
tando-as, caso seja necessário.

60 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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„„Depois de realizada a atividade, solicite às duplas que apresentem suas conclu-
sões para todos, lendo seu registro e explicando se tiveram que modificá-lo ou não.
„„Para checar se a ortografia está correta, oriente os alunos a, depois de re-
alizarem todos os exercícios, consultarem o dicionário. Caso esteja correta,
concluir com a elaboração da regra escrita. Para isso, peça aos alunos que
ditem a regra ao professor, que será o escriba e, ao mesmo tempo, mediador
da construção dessa norma.
„„Depois de validado o registro, pode-se recorrer ao uso de uma boa gramática
para comparar a regularidade observada pelos alunos com a especificada na gra-
mática. Esse procedimento valida e valoriza a produção dos alunos. Ao final da
atividade, retome o registro e interfira de maneira que os alunos utilizem a meta-
linguagem, pois sua utilização é questão tanto da sistematização de um conteú-
do quanto de economia nas atividades de reflexão sobre a língua e a linguagem.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

Vamos testar as descobertas feitas?


1. C
 omplete as frases a seguir utilizando a ortografia correta. Use as suas des-
cobertas para tomar a decisão sobre a ortografia.
a. Mas que ! Eu jamais iria imaginar que ela iria à
festa com um sapato de cada cor! (doidice/doidisse)
b. Antes que ele latindo atrás dos carros nova-
mente – que tristeza! –, minha mãe tratou logo de prender o bichinho pela
coleira. (fugisse/fugice)
c. Aquela festa estava mesmo uma ! (chatisse/chatice)
d. Antes que ela os cabelos, resolveram fazer o
teste pra ver se ela não tinha alergia ao produto. (colorice/colorisse)
Deu certo?
Volte ao seu registro e o complete, caso considere necessário.

Agora você já sabe: quando uma palavra terminar como essas que estudamos,
para decidir se utilizamos SS ou C, é só lembrar que:

quando a palavra for um ________________________, utilizamos -ISSE;

quando for um ________________________, empregamos -ICE.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 61

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ATIVIDADE 1D: COMPLETANDO
O QUADRO DE DESCOBERTAS

Objetivo

„„Organizar o registro final da regularidade observada, de modo que elabore


material que ofereça pistas para o aluno tomar as decisões adequadas so-
bre a regularidade ortográfica estudada.

Planejamento

„„Quando realizar: depois do ditado de reinvestimento.


„„Organização do grupo: os alunos trabalharão individualmente.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: 20 minutos.

Encaminhamento

„„Esclareça os alunos sobre os propósitos da atividade. Retome com eles a


regularidade observada, relendo a regra que elaboraram coletivamente.
„„Leia o quadro que deverão completar, explicando as informações de cada
coluna a partir do exemplo de referência.
„„Solicite que cada um escreva a primeira parte da regularidade, a relativa aos
substantivos. Determine um tempo para isso e, a seguir, peça que os alu-
nos se manifestem, relatando como organizaram o registro. Nesse processo,
complete o referido quadro para deixá-lo afixado na classe.
„„Depois disso, proceda da mesma forma em relação às palavras que são ver-
bo. Deixe o quadro afixado na classe até que perceba certa autonomia dos
alunos em relação ao procedimento de consulta para tomar as decisões a
respeito da ortografia dessas palavras. O importante não é apenas os alunos
memorizarem a regra, mas se apropriarem de procedimentos de consulta às
regularidades. Assim, durante a revisão dos textos produzidos pelos alunos
em relação aos aspectos ortográficos, o professor deverá chamar a atenção
dos alunos para a consulta a este material.
„„Paralelamente a esse quando, você também poderá organizar um índice
público – afixado na classe – das regularidades estudadas, que será com-
plementado a cada estudo realizado. Assim, mesmo depois de retirados os

62 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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quadro-síntese, os alunos saberão que, se aquela regularidade foi estudada,
podem recorrer ao caderno de descobertas.
Observação: o professor poderá organizar no caderno do aluno um espaço para
arquivar os quadros e descobertas

A seguir, exemplo de registro possível.

ORTOGRAFIA – QUADRO-SÍNTESE DE REGISTRO DE DESCOBERTAS


ESCRITA COMO
DÚVIDA EXPLICAÇÃO
CORRETA SABER?
Campo ou canpo? CAMPO Sempre que a sílaba Consultando a
Tambor ou tanbor? TAMBOR seguinte começar com P regra.
ou com B, usa-se M para
Contente ou CONTENTE
nasalizar. Quando começar
comtemte? ANTES com qualquer outra
Antes ou amtes? consoante – T, por exemplo
–, usa-se a letra N.
Meninice ou MENINICE Quando se tratar de Consultar a
meninisse? CRIANCICE substantivos, a terminação regra.
Criancice ou será sempre -ICE. Buscar um
VELHICE
criancisse? exemplo
Velhice ou de palavra
velhisse? semelhante.
Saísse ou saíce? SAÍSSE Quando a palavra for verbo, Consultar a
Fugisse ou fugice? FUGISSE a terminação será sempre regra.
-ISSE. Buscar um
Risse ou rice? RISSE
exemplo
de palavra
semelhante.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. C
 onsiderando o que foi estudado nas atividades anteriores, complete o qua-
dro a seguir com suas descobertas.
Dê uma olhada no registro de uma regra que você já conhece para redigir a
sua nova descoberta.

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Na primeira coluna você pode incluir quantos exemplos quiser.

ORTOGRAFIA – QUADRO-SÍNTESE DE REGISTRO DE DESCOBERTAS

ESCRITA COMO
DÚVIDA CORRETA EXPLICAÇÃO SABER?

Campo ou canpo? CAMPO Sempre que a sílaba Consultando


Tambor ou tanbor? TAMBOR seguinte começar com P a regra.
Contente ou CONTENTE ou com B, usa-se M para
comtemte? ANTES nasalizar. Quando começar
Antes ou amtes? com qualquer outra
consoante – T, por exemplo
–, usa-se a letra N.

Etapa 2

PALAVRAS TERMINADAS EM -ANSA E -ANÇA

ATIVIDADE 2A: LENDO O POEMA


E COMENTANDO

Objetivo

„„Contextualizar, por meio da leitura de um texto, as palavras de referência.

64 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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Planejamento

„„Quando realizar: após uma primeira leitura do texto, a fim de desencadear a


reflexão sobre a questão ortográfica focalizada, de maneira a contextualizar
palavras de referência.
„„Organização do grupo: os alunos trabalharão coletivamente.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: 50 minutos.

Encaminhamento

„„Esclareça os alunos sobre os propósitos e desenvolvimento da atividade.


Para iniciar o trabalho, leia o texto com eles.
„„Na leitura do texto inicial, é importante o trabalho com a antecipação de
conteúdo em função de autor e título do texto. Fale um pouco da obra de
Quintana, situando os alunos em relação à temática de sua produção. Esse
procedimento é importantíssimo para que o texto contextualizador da questão
ortográfica não seja tratado apenas como pretexto para o trabalho gramatical.
„„Depois, trabalhe com as impressões que os alunos tiveram do texto, de manei-
ra a tematizar possíveis aspectos que não foram muito bem compreendidos.
Você pode discutir, por exemplo, o sentido de “claros” no texto, articulando
com a segunda parte da atividade.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

Mário Quintana é outro grande poeta brasileiro. Era gaúcho, morava em


Porto Alegre, em um hotel que até hoje existe. Ele mesmo se dizia “um
homem fechado e solitário”, mas era pessoa de grande sensibilidade e
escrevia com muita delicadeza e simplicidade.

1. Você
 já leu alguma obra dele? Veja só o que ele pensava sobre livros de po-
emas e crianças.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 65

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Da paginação
Os livros de poemas devem ter margens largas e muitas páginas em
branco e suficientes claros nas páginas impressas, para que as crianças
possam enchê-los de desenhos – gatos, homens, aviões, casas, chami-
nés, árvores, luas, pontes, automóveis, cachorros, cavalos, bois, tranças,
estrelas – que passarão também a fazer parte dos poemas...

In: Canções: seguido de Sapato Florido e a Rua dos Cataventos, de Mário Quintana,
Alfaguara, Rio de Janeiro; Crédito: ©by Elena Quintana.

2. Você já viu algum livro de poemas como esse que Quintana descreveu?
3. C
 omo os livros costumam ser? Que diferença faria para quem lê, se fosse
possível desenhar cada poema apresentado em um livro?
4. Você gostaria de que os livros de poemas fossem assim? Por quê?
5. Converse com seus colegas e professor sobre isso.
6. A
 gora, vamos fazer um ensaio? Imagine que a página seguinte é uma página
desse livro imaginário. Nela há um “claro” bem grande, como queria o poe-
ta... Desenhe o poema da página, de modo que seu desenho passe a fazer
parte dele. Experimente...!

Noturno arrabaleiro
Os grilos... os grilos... Meu Deus, se a gente
Pudesse
Puxar
Por uma
Perna
Um só
Grilo.
Se desfariam todas as estrelas!

In: Apontamentos de História Sobrenatural, de Mário Quintana, Alfaguara, Rio de Janeiro;


Crédito: ©by Elena Quintana.

66 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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ATIVIDADE 2B: ESTUDANDO A ORTOGRAFIA
DAS PALAVRAS SELECIONADAS

Objetivo

„„Desencadear o processo de reflexão sobre o aspecto ortográfico, buscando


a construção da regularidade e organizando os primeiros registros.

Planejamento

„„Quando realizar: depois da leitura, focalizando as palavras de referência para


desencadear a reflexão sobre a questão ortográfica estudada, de maneira a
contextualizar as palavras de referência.
„„Organização do grupo: os alunos trabalharão em duplas.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: 50 minutos.

Encaminhamento

„„Organize os alunos em duplas.


„„Esclareça-os sobre o propósito da atividade e seu desenvolvimento.
„„Oriente-os para que agrupem as palavras de acordo com a sua ortografia. A
finalidade desse primeiro agrupamento é focalizar que só alguns verbos são
escritos com S (amansa, descansa, cansa), mas nenhum substantivo o é.
„„Num segundo momento, espera-se refinar a reflexão dos alunos, tematizan-
do o agrupamento das palavras escritas com Ç. A ideia é que agrupem vá-
rias palavras por classe gramatical, colocando de um lado substantivos e,
de outro, verbos. Por isso a dica de colocação do artigo foi apresentada: só
substantivos podem ser precedidos de artigo, não os verbos.
„„Oriente os alunos para que deem um nome para cada um dos grupos, pen-
sando nos tipos de palavras que são. Podem nomear o primeiro grupo co-
mo “nomes”, por exemplo, e o segundo como “coisas que a gente faz” ou
“ações”; não é necessário que utilizem a metalinguagem. Nesse momento,
pergunte a eles se tiveram dificuldade em colocar determinadas palavras em
um único agrupamento (dança, lança, balança). Explique que, dependendo
do texto, essas palavras podem estar em ambos os grupos, pois podem ser
verbo ou substantivo, a depender do uso do artigo.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 67

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„„Dê alguns exemplos e diga que, se quiserem, podem colocar essas palavras
nos dois grupos ou podem criar um terceiro, somente para as palavras que
pertencem, simultaneamente, a ambos os grupos.
„„Nesse momento – a segunda tarefa – pretende-se que os alunos percebam
que os substantivos são sempre escritos com Ç, mas que alguns verbos po-
dem, também, ser escritos com Ç (dança, avança, alcança, lança, balança).
„„Para finalizar a atividade, oriente-os para que elaborem novos registros – com-
plementares dos anteriores – sobre a questão estudada.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ D
_ ATA _____ /_____ /_____

1. Retome
 o primeiro poema. Vamos estudar duas palavras que constam dele:
tranças e crianças. Você, alguma vez, teve dúvida para escrever palavras
que terminam como essas? Ficou pensando se era com S ou Ç?
Para tentar ajudar você a resolver esse tipo de dúvida, vamos estudar esse
assunto.

Para começar, leia as palavras a seguir e depois organize dois grupos no seu
caderno: um de palavras escritas com Ç e outro com S.

dança – esperança – avança – matança – andança – aliança


poupança – cansa – descansa – amansa – alcança – herança
segurança – liderança – lança – festança – balança

2. Junto com seu colega, você terá duas tarefas.


a. D
 escubram o que têm em comum as palavras escritas com S, além do
fato de serem escritas da mesma forma. Relacionem essa descoberta
com a escrita dessas palavras e registrem sua conclusão no caderno.

b. Analisem as palavras escritas com Ç e separem-nas em dois grupos, pre-


enchendo um quadro em seu caderno, conforme modelo a seguir.

Dica
Coloquem os artigos A, O, UM, UMA na frente de
cada palavra. Vejam o que acontece.

68 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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PALAVRAS ESCRITAS COM Ç

GRUPO 1: GRUPO 2:

3. D
 eem um título para cada grupo, de modo que indique o tipo de palavra que
está presente em cada um.
4. V
 ocês devem ter encontrado palavras que cabem nos dois grupos, não é?
Por que vocês acham que isso aconteceu?
5. Relacionem
 essa descoberta com a escrita dessas palavras e registrem sua
conclusão no caderno.
Quando uma palavra termina com o som -ANSA/-ANÇA, sempre escreve-
mos com Ç quando a palavra for um __________________________________
Os ________________________ também podem ser escritos com Ç.

ATIVIDADE 2C: AMPLIANDO


A ANÁLISE DAS PALAVRAS

Objetivo

„„Aprofundar a reflexão sobre a regularidade ortográfica, de maneira a ampliar


perspectivas e aprofundar a reflexão, chegando à compreensão da regulari-
dade e à constatação de quais são as exceções.

Planejamento

„„Quando realizar: depois da elaboração dos primeiros registros de observação


dos alunos, de maneira a aprofundá-los e ampliá-los, conduzindo à elabora-
ção de regularidades.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 69

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„„Organização do grupo: os alunos trabalharão em duplas, com socialização
final de registros.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: 50 minutos.

Encaminhamento

„„Organize os alunos em duplas. Esclareça-os sobre o propósito da atividade


e seu desenvolvimento.
„„Nesse momento, pretende-se ampliar a reflexão dos alunos e aprofundá-la,
possibilitando-lhes a percepção da regularidade e a constatação das exce-
ções. Para tanto, a atividade oferece aos alunos algumas pistas que poderão
auxiliá-los nessa tarefa. É preciso orientá-los no uso das informações apre-
sentadas. Por exemplo: se apenas três verbos são escritos com S, se apenas
um substantivo é escrito com S e se apenas um adjetivo é escrito com S,
então, pode-se memorizá-los e deduzir que a regra é sempre grafar com Ç as
palavras terminadas com -ANÇA, com exceção das palavras cansa, amansa,
descansa, gansa e mansa. Pondere com eles a utilização dos demais subs-
tantivos, que são raros e, portanto, quase nunca utilizados.
„„Converse com os alunos sobre o porquê de se ressaltar, nas dicas, os verbos
no infinitivo. Explique que só se encontram no dicionário nessa forma; por isso,
precisam ser pesquisados assim. Sabendo sua terminação, pode-se deduzir
que haverá as formas descansa para ele/ela/você descansa, por exemplo.
„„Oriente-os para que voltem aos seus registros e os reorganizem, conside-
rando as dicas apresentadas. Nesse momento, antes de realizar o registro,
devem socializar a discussão que tiveram.

Indicação de possível registro:


Quando as palavras terminarem em -ANÇA/-ANSA:
JJ se for um substantivo, escrevemos sempre com Ç;
JJ a maioria dos verbos se escreve com Ç;
JJ só escrevemos com S se a palavra for um dos três verbos seguin-
tes: cansa, descansa, amansa; se for o substantivo gansa, ou se
for o adjetivo mansa.

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Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. Leiam as dicas apresentadas a seguir:

Dica 1
No Novo Dicionário Aurélio Eletrônico (versão 5.11a), os únicos verbos com a
terminação em estudo que são escritos com S são os seguintes: cansar, des-
cansar, amansar.

Dica 2
Também no Dicionário Aurélio, os únicos substantivos com a terminação em
estudo que são escritos com S são os seguintes: gansa, hansa, kansa, mi-
mansa, sansa, ansa.

Dica 3
O mesmo dicionário mostra que há um adjetivo com essa terminação, que se
escreve com S: mansa.
Alguns dos substantivos indicados são muito pouco usados, como hansa,
kansa, mimansa, sansa e ansa. Se você desejar, pode procurar o significado de-
les no dicionário.

2. R
 eleiam suas descobertas e registrem suas conclusões finais, considerando
tudo o que vocês analisaram.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 71

12239 Guia 5 ano professor.indd 71 10/29/14 12:12 PM


ATIVIDADE 2D: TESTANDO
AS DESCOBERTAS

Objetivo
„„Possibilitar que os alunos experimentem utilizar o seu registro – que deve cor-
responder à regularidade observada – de modo a validar suas observações.

Planejamento

„„Quando realizar: depois do aprofundamento dos estudos sobre a regulari-


dade e da elaboração dos registros finais a respeito do aspecto estudado.
„„Organização do grupo: os alunos trabalharão em duplas, com socialização
final de registros.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: 20 minutos.

Encaminhamento

„„Organize os alunos em duplas. Esclareça-os sobre o propósito da atividade


e seu desenvolvimento. Nesse momento, os alunos deverão tomar decisões
a respeito da ortografia correta, utilizando os registros elaborados.
„„Ao final da atividade, podem conferir se acertaram utilizando o dicionário, o
que validará suas constatações.
„„Além disso, você também poderá consultar, com os alunos, uma gramática,
com a finalidade de validar e valorizar o estudo realizado por eles.

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Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

Vamos testar as descobertas feitas?

1. C
 omplete o texto a seguir utilizando a ortografia correta. Use as suas desco-
bertas para tomar a decisão sobre a forma certa de escrever.
Depois de completar, se quiser, consulte o dicionário para conferir.

Frederica estava com muito medo. Ela tinha medo de que aquela égua
não fosse nada (mança/mansa). Ainda
tinha (lembransa/lembrança) do tombo
que levara do potro chucro de seu avô, naquelas primeiras férias no sítio.

Seu avô lhe explicara que até o animal ter (con-


fiança/confiansa) nos humanos levava um bom tempo, que até se conseguir
(amansar/amançar) o bicho era um custo!
Mas ela não podia deixar de montar, senão ia virar assunto na
(vizinhança/vizinhansa) por muito tempo. O jeito
era afastar o medo, botar a cabeça em outro lugar, mas tomar muito cuida-
do e se segurar muito bem.
Esse Zé Paulo...! Por que é que tinha que fazer a festa de aniversário justo
numa chácara, com direito a passeio a cavalo?

E então, deu certo? Suas descobertas o auxiliaram a tomar as decisões?


Agora, se achar que é necessário, volte aos seus registros e reformule-os.

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SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Estudo de pontuação

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Discurso direto e discurso
indireto em gêneros da
esfera literária: contos,
crônicas, lendas e fábulas

A pontuação que marca a fala do personagem, quando introduzida no discurso


do narrador, comumente tratada como “pontuação de diálogo”, costuma ser traba-
lhada em classe de maneira linear e com a utilização de apenas um tipo de recurso
gráfico: o travessão.

Essa sequência didática busca retomar o assunto, mostrando a diversidade


de possibilidades de utilização de recursos, assim como a diferença de emprego de
um mesmo recurso por diferentes autores, revelando de que maneira as questões
relacionadas a estilo pessoal também interferem nesse processo.

Nos textos desta sequência de atividades são apresentadas três possibilidades


de utilização de sinais gráficos para marcar a pontuação de diálogo, combinando al-
guns recursos: dois-pontos, parágrafo e travessão inicial; dois-pontos e aspas; dois-
-pontos, parágrafo e aspas. Essas possibilidades referem-se aos usos empregados
por dois autores de crônicas: Luis Fernando Verissimo e Carlos Eduardo Novaes.

Na sequência, há também atividades que buscam apresentar maneiras funda-


mentais de introdução dos turnos de narração, em que se foca o discurso do perso-
nagem e do narrador: o discurso direto e o indireto, orientando a reflexão do aluno
para a percepção das diferenças de efeitos de sentido que os usos de um ou outro
implicam; o direto possibilita maior aproximação do leitor das reações efetivas do
personagem; o indireto provoca maior distanciamento entre ambos, pelo fato de o
narrador interpretar as intenções, reações e emoções do personagem.

No discurso direto, conhecemos o personagem por meio de suas próprias pa-


lavras. Para construir o discurso direto usamos a pontuação do diálogo, e certos
verbos especiais, que chamamos de “verbos de dizer” (verbos dicendi). São exem-
plos de verbo dicendi os verbos falar, dizer, responder, retrucar, indagar, declarar, ex-
clamar, ponderar e assim por diante. No discurso indireto, o narrador “conta” o que
o personagem disse. Conhecemos suas palavras indiretamente.

Discutidas essas maneiras de introdução dos discursos direto e indireto, passa-


-se para a reflexão sobre as marcas linguísticas dos dois turnos de narração e, só
depois, para a pontuação do discurso direto.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 77

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Além disso, a reflexão sobre as atividades também focaliza as diferentes manei-
ras de se indicar, textualmente, de quem é a fala no discurso direto: as fórmulas de
se anunciar quem vai falar, as de se comentar quem está falando e as de se indicar
quem acabou de falar, com as devidas marcas gráficas sinalizando-as.

Foram utilizadas duas crônicas como referência para esse trabalho: uma de
Novaes e outra de Veríssimo. Nessa perspectiva, considerando que os textos de
referência precisam ser interpretados e compreendidos, é fundamental que os con-
textos de produção dos textos sejam recuperados junto aos alunos e, para tanto, o
professor precisa estar informado a respeito dos autores, seus estilos e a temática
de suas obras, assim como das características do gênero, pois a escolha da pontu-
ação também é decorrente da intenção de significação que se tem, o que também
se relaciona com os conteúdos dizíveis pelo gênero, de modo geral.

Considere que para esta análise mais focada na forma de introdução da fala de
personagem os alunos já devem ter vivenciado experiências diversas com outras
situações de análise de bons textos em que o foco de observação foi o sistema de
pontuação, pois o aluno precisa ter compreendido que pontuar é dividir o texto em
unidades de leitura e de sentido.

Quadro de organização geral da sequência didática

Etapa Atividade

Etapa 1 – Leitura de Crônica. Ativiadade 1 – Leitura compartilhada de


uma crônica para contextualizar o estudo.

Etapa 2 – Estudo dos aspectos Atividade 2A – Estudando maneiras de


discursivos. introduzir as falas dos personagens.
Atividade 2B – As marcas linguísticas do
discurso direto.
Atividade 2C – Refletindo sobre as marcas
gráficas do discurso direto.
Atividade 2D – As aspas e mais uma
possibilidade de uso.

Etapa 3 – Escrita pelo aluno. Atividade 3A – Reinvestindo o conhecimento


aprendido – pontuando diálogos.
Atividade 3B – Alterando o discurso em um
conto.

78 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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Etapa 1

Leitura de Crônica

ATIVIDADE 1: LEITURA
COMPARTILHADA DE UMA CRÔNICA
PARA CONTEXTUALIZAR O ESTUDO

Objetivo

„„Contextualizar os enunciados que serão tomados como referência para o es-


tudo da introdução da fala do personagem no discurso do narrador.

Planejamento

„„Organização do grupo: a atividade é coletiva, e os alunos devem estar orga-


nizados em duplas (a leitura da crônica será na dupla).
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: 40 minutos.

Encaminhamento

„„Converse com os alunos sobre o propósito da atividade e sobre como esta-


rão organizados para desenvolvê-la. Apresente para a classe as primeiras
questões, relativas à recuperação do contexto de produção do texto. Essas
questões tematizam aspectos referentes a:
JJ conhecimentos que os alunos possam ter (ou não) sobre o autor;
JJ conhecimentos que os alunos possam ter (ou não) sobre o gênero crô-
nicas: que costumam tratar de aspectos do cotidiano; que tomam os
aspectos do cotidiano para elaborar uma crítica a eles; que podem uti-
lizar o humor para isso.
„„Peça que leiam o texto que se encontra na Atividade 1, e, depois, discuta
seu conteúdo, verificando se as antecipações realizadas se confirmaram e,
ainda, aprofundando o tema a partir das questões apresentadas na atividade.

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Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. A
 crônica apresentada a seguir foi escrita por Carlos Eduardo Novaes. Você
conhece esse autor? E uma crônica, você já leu?
2. O
 livro de onde foi retirada a crônica que você lerá intitula-se A cadeira do
dentista e outras crônicas. Em sua opinião, esse título combina com crôni-
cas? Por quê?
3. A
 gora, imagine: do que tratará uma crônica chamada “O marreco que pagou
o pato”?
4. Converse
 com seu professor e seus colegas sobre cada uma das questões
apresentadas.
5. A gora, leia com o seu colega, a crônica apresentada a seguir.

O marreco que pagou o pato


Carlos Eduardo Novaes

Semana passada, São Paulo, apesar de toda fama de que não pode parar,
parou. E não foi num congestionamento. Parou para discutir o caso do marreco
Quércia e sua marreca Amélia, presos e engaiolados durante 24 horas sob a
acusação de poluírem o meio ambiente. Diante do fato, eu fico aqui pensan-
do que os paulistas já devem ter resolvido todos os seus grandes problemas
urbanos. Sim, claro: quando um povo começa a prender marrecos é porque
não tem mais nada para fazer.
O marreco Quércia – deixa-me explicar – ganha a vida honestamente como
relações-públicas da casa Agro Dora, na Rua da Consolação, 208. Em seu
trabalho passa os dias inteiros circulando pela calçada e atraindo fregueses
para a loja. Na segunda-feira, o gerente da loja foi surpreendido com a pre-
sença de um fiscal, que muito compenetrado perguntou se o marreco era de
sua propriedade. Diante da resposta positiva, virou-se para o gerente e pediu:
“Seus documentos?”. Leu atentamente um por um, devolveu-os e disse: “Agora
deixe-me ver os documentos do marreco”.
– O marreco não tem documentos – respondeu o gerente.

80 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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– Nenhum? Nem título de eleitor? Certificado de Reservista? Nada? Então
eu acho que vou ter que prender o seu marreco.
– O senhor não pode fazer uma coisa dessas – ponderou o gerente. – Não
há nenhuma lei que obrigue marrecos a ter documento.
– Não há? – desconfiou o fiscal. – Então espere um momentinho.
Foi ao telefone e ligou para o chefe da repartição: “Alô, chefe? Encontrei
um marreco passeando pela rua sem documento”.
– Que está esperando? – vociferou o chefe. – Prenda-o por vadiagem.
– Mas, chefe, é um marreco. Precisamos de uma lei para enquadrá-lo. O
senhor sabe qual é o número dessa lei?
– Não tenho a menor ideia.
– Então pergunta se alguém aí sabe.
– Alguém aí sabe – perguntou o chefe, voltando-se para os funcionários da
repartição – quais são os documentos que um marreco necessita para tran-
sitar livremente pelas ruas?
Não. Ninguém sabia. O chefe então sugeriu que o fiscal procurasse outro
motivo para prender o marreco. “Mas que motivo?”, perguntou o fiscal,
que era meio duro de imaginação.
– O marreco está nu? – indagou o chefe. – Então prenda-o por atentado ao pudor.
O fiscal parou um pouco, pensou e não se lembrou de ter visto jamais
um marreco vestido. Não, essa era demais. O chefe, já pensando no al-
moço de domingo, insistiu: “O marreco está parado em cima da calçada?”.
– Está.
– Então prenda-o por estacionar em local proibido.
“Boa ideia”, pensou o fiscal. Voltou ao gerente, que estava parado na calçada
ao lado do marreco, disfarçou, disse que iria perdoar a falta de documen-
tos, “mas infelizmente tenho que levar o seu marreco por estar parado
em local não permitido”.
– Está certo – concordou, irritado, o gerente –, mas então chama o guincho.
– Pra que guincho?
– Meu marreco só sai daqui rebocado.
Formou-se a maior confusão em torno do marreco. O fiscal querendo levá-
-lo de qualquer maneira, e o gerente, apoiado por dezenas de populares,
defendendo a inocência do marreco. Nisso, chegou um segundo fiscal
pouquinha coisa mais inteligente que o primeiro e decretou: “O marreco
não pode ficar solto, é um agente da poluição”.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 81

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– Agente de quem? – espantou-se um balconista da loja. – Garanto que não.
O Quércia trabalha aqui há mais de dois anos.
– E daí? – interveio um popular que estava do lado do fiscal. – Ele pode ter
dois empregos. Vai ver que quando sai daqui faz um bico em alguma agência.
– E você acha que o marreco, com esse bico, ainda precisa fazer outro?
– A acusação é injusta – interrompeu o gerente –, o marreco não pode
ser acusado de poluir. Se eu tivesse aqui um elefante soltando fumaça pela
tromba está certo, mas o Quércia nem fuma.
– Não interessa – afirmou o segundo fiscal, meio agressivo –, isso o se-
nhor explica lá para o chefe.
O marreco entrou na sede da Administração Regional da Sé cheio de ginga.
Imediatamente o chefe destacou um funcionário para qualificá-lo: nome,
endereço, estado civil, essas coisas.
De gravata e camisa de manga curta, o burocrata sentou-se à máquina e
começou: “Nome?”. O gerente com o marreco no colo respondeu: “Quércia”.
– Quércia de quê?
– De nada.
– Como de nada? Ele não tem família?
– Tem. É da família dos anatídeos.
– Então – prosseguiu o funcionário batendo na máquina –, Quércia Anatídeo.
Terminada a ficha o burocrata abriu uma gaveta e, enquanto procurava o ma-
terial para tirar as impressões digitais, disse ao gerente:
– Me dá aí o polegar do marreco.
– O marreco não tem polegar – desculpou-se o gerente.
– Não? – disse o funcionário já contrariado porque não encontrava as almo-
fadas para carimbos. – Então me dá o indicador.
– O marreco também não tem indicador.
– E o anular, tem?
– Também não, senhor.
– Poxa – chateou-se o burocrata –, então me dá aí qualquer dedo que esti-
ver sobrando.
O gerente precisou explicar que marreco não tinha dedo. Tinha pata. Ainda
assim o funcionário já meio perturbado entendeu que o gerente se referia
à companheira do marreco e perguntou: “Uma pata?”.
– Não. Duas.

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– E ele vive bem com as duas?
Custou pouco para desfazer a confusão. Encerrada essa fase, o funcioná-
rio encaminhou-se para outra sala, onde o marreco teria que tirar umas
fotos três por quatro de identificação.
O fotógrafo, repetindo gestos tão automáticos quanto a máquina, mandou
o marreco subir na cadeira, esticar bem o pescoço, olhar para a frente e
não se mexer. O marreco, mesmo sem entender nada, seguiu as instru-
ções do fotógrafo. Quando o fotógrafo enfiou a cabeça por debaixo do pano
preto – a máquina era daquelas antigas –, observou pelo visor que alguma
coisa estava errada. Tornou a levantar a cabeça e indagou do funcionário:
“Nós vamos fotografá-lo assim?”.
– Assim como? – indagou o funcionário sem entender.
– Sem gravata?
– Não sei – disse o funcionário meio reticente –, mas eu acho que mar-
reco não precisa botar gravata.
– Acho melhor botar uma gravata nele – retrucou o fotógrafo –, você sabe
como é o chefe: já disse que foto só de gravata.
O funcionário tirou sua gravata, pediu um paletó emprestado a um datilógrafo,
tiraram as fotos necessárias e depois engaiolaram o marreco. E não é que
no dia seguinte a poluição em São Paulo diminuiu sensivelmente...
(Fonte: Novaes, C. E. A cadeira do dentista e outras crônicas.
São Paulo: Ática, 1996. p. 77-81.)
©Carlos Eduardo Novaes.

6. V
 ocê deve ter conversado com seu professor e colegas que a crônica sem-
pre toma um fato do cotidiano para poder fazer uma crítica – ainda que com
muito humor – de algo que atinge todas as pessoas. Pensando nisso, res-
ponda:
a. Que aspectos dessa crônica a tornaram engraçada?

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 83

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b. Você acha que a última afirmação do autor do texto é verdadeira?

c. Que aspecto da vida das pessoas o autor critica com essa crônica?

d. Retome as antecipações realizadas a partir do título e discuta-as.

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Etapa 2
Estudo dos aspectos discursivos

ATIVIDADE 2A: ESTUDANDO MANEIRAS DE


INTRODUZIR AS FALAS DOS PERSONAGENS

Objetivos
„„Analisar duas maneiras de se introduzir o discurso do personagem na fala
do narrador: o discurso direto e o indireto.
„„Reconhecer os efeitos de sentido que cada uma dessas maneiras produz no
leitor.
„„Nomear cada uma das maneiras, com os termos linguísticos adequados (dis-
curso direto/indireto).

Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade será realizada em duplas, com socialização
de discussões ao final, para sistematização de conhecimentos.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: 50 minutos.

Encaminhamento
„„Converse com os alunos para apresentação dos propósitos da atividade.
Oriente-os a se organizarem em duplas para realizar as atividades.
„„Antes de encaminhar os alunos para o trabalho em duplas, peça que leiam
os enunciados e verifiquem se têm alguma dúvida. Quando estiverem pron-
tos, dê início aos trabalhos, mas acompanhe a reflexão de cada dupla, pro-
blematizando-a sempre que necessário.
„„As intenções da atividade são que o aluno perceba que o discurso direto
aparenta retratar com mais fidelidade as reações e emoções de quem fala,
do personagem. Já no discurso indireto temos essas emoções e reações
interpretadas pelo narrador. Dessa forma, as reações do personagem são
“limpas” pela fala do narrador, provocando um efeito de distanciamento en-
tre o leitor e o personagem.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 85

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„„No último momento da atividade, acolha todas as reflexões das diferentes
duplas, orientando-as para as conclusões acima expostas.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. Releia o trecho apresentado a seguir

Leu atentamente um por um, devolveu-os e disse: “Agora, deixe-me ver os


documentos do marreco”.

– O marreco não tem documentos – respondeu o gerente.

– Nenhum? Nem título de eleitor? Certificado de Reservista? Nada? Então


eu acho que vou ter que prender o seu marreco.

– O senhor não pode fazer uma coisa dessas – ponderou o gerente. – Não
há nenhuma lei que obrigue marrecos a ter documento.

– Não há? – desconfiou o fiscal. – Então espere um momentinho.

Foi ao telefone e ligou para o chefe da repartição: “Alô, chefe? Encontrei


um marreco passeando pela rua sem documento”.

2. C
 ompare com o trecho abaixo e responda: o que há de diferente nesse se-
gundo trecho?

Leu atentamente um por um, devolveu-os e pediu ao gerente para ver os


documentos do marreco.

O gerente avisou que o marreco não tinha documentos. O fiscal ficou surpreso
e disse que, então, teria de prender o marreco.

O dono do marreco ponderou que o animal não poderia ser preso, pois não
havia nenhuma lei que o obrigasse a ter documentos.

Diante disso, o fiscal ligou para a repartição e explicou o caso ao seu chefe.

86 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

12239 Guia 5 ano professor.indd 86 10/29/14 12:12 PM


3. Q
 ual das maneiras de escrever você acha que dá a impressão de retratar
com mais fidelidade as reações do falante diante da situação? Qual maneira
de contar a história deixa o leitor mais distante das reações da persona-
gem? Explique.

4. S
 e você tivesse que relacionar cada um dos trechos a uma das denomina-
ções apresentadas a seguir, que ligações estabeleceria? Explique.
( 1 ) Trecho 1 ( ) Discurso indireto
( 2 ) Trecho 2 ( ) Discurso direto

Registre a sua explicação, conforme modelo a seguir:

O primeiro trecho seria denominado de discurso porque

O segundo trecho seria denominado de discurso porque

5. Apresente a reflexão da dupla aos demais colegas e professores, discutindo-a


e revendo suas anotações, se for necessário.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 87

12239 Guia 5 ano professor.indd 87 10/29/14 12:12 PM


ATIVIDADE 2B: AS MARCAS
LINGUÍSTICAS DO DISCURSO DIRETO

Objetivo

„„Identificar as marcas linguísticas do discurso direto, a partir dos verbos “de


dizer”.

Planejamento

„„Organização do grupo: a atividade será realizada em duplas, com socialização


de discussões ao final, para sistematização de conhecimentos.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: 50 minutos.

Encaminhamento

•• Converse com os alunos para apresentação dos propósitos da atividade. Orien-


te-os a se organizarem em duplas para realizar a tarefa.
•• Oriente os alunos a reler o trecho do texto “O marreco que pagou o pato”,
destacado na folha de atividade, buscando as palavras que introduzem o dis-
curso direto.
•• Socialize as escolhas, realizando discussão sobre essas palavras (no caso,
os “verbos dicendi”)

88 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

12239 Guia 5 ano professor.indd 88 10/29/14 12:12 PM


Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. R
 eleiam o trecho da crônica abaixo e indique as palavras que introduzem o
discurso direto.

Leu atentamente um por um, devolveu-os e disse: “Agora, deixe-me ver os docu-
mentos do marreco”.
– O marreco não tem documentos – respondeu o gerente.
– Nenhum? Nem título de eleitor? Certificado de Reservista? Nada? Então eu
acho que vou ter que prender o seu marreco.
– O senhor não pode fazer uma coisa dessas – ponderou o gerente. – Não há
nenhuma lei que obrigue marrecos a ter documento.
– Não há? – desconfiou o fiscal. – Então espere um momentinho.
Foi ao telefone e ligou para o chefe da repartição: “Alô, chefe? Encontrei um
marreco passeando pela rua sem documento”.
– Que está esperando? – vociferou o chefe. – Prenda-o por vadiagem.
– Mas, chefe, é um marreco. Precisamos de uma lei para enquadrá-lo. O senhor
sabe qual é o número dessa lei?
– Não tenho a menor ideia.
– Então pergunta se alguém aí sabe.
– Alguém aí sabe – perguntou o chefe, voltando-se para os funcionários da re-
partição – quais são os documentos que um marreco necessita para transitar
livremente pelas ruas?
Não. Ninguém sabia. O chefe então sugeriu que o fiscal procurasse outro motivo
para prender o marreco. “Mas que motivo?”, perguntou o fiscal, que era meio
duro de imaginação.
– O marreco está nu? – indagou o chefe. – Então prenda-o por atentado ao pudor.

2. Apresentem
 as conclusões a que você e seu colega chegaram e discutam-
-nas com a classe e o professor.
3. Registrem essas palavras abaixo.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 89

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ATIVIDADE 2C: REFLETINDO
SOBRE AS MARCAS GRÁFICAS
DO DISCURSO DIRETO

Objetivos

„„Identificar duas possibilidades de marcar, no texto, quem está falando: utili-


zando dois-pontos e aspas; ou dois-pontos, parágrafo e travessão.
„„Reconhecer que há três possibilidades de explicar, no texto, quem está fa-
lando: anunciando quem irá falar antes de apresentar a fala do personagem;
indicando quem está falando, no meio da fala do personagem; comentando
quem acabou de falar, ao final da fala do personagem.
„„Identificar as marcas gráficas que são utilizadas em cada uma dessas
possibilidades.
„„Compreender que, em um diálogo, se não forem apresentadas as explica-
ções textuais sobre quem fala, só é possível identificar o autor se forem
duas as pessoas a falar, e se souber a quem pertence, pelo menos, uma
das falas do diálogo.
„„Reconhecer que indicar textualmente as falas facilita a leitura.

Planejamento

„„Organização do grupo: a atividade será inicialmente em duplas, em seguida,


coletivamente.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: 50 minutos.

Encaminhamento

„„Converse com os alunos para apresentação do propósito da atividade. Oriente-


-os a se organizarem em duplas para realizar as atividades.
„„Peça que eles leiam o enunciado das atividades e solicite que conversem com
seus parceiros a respeito das questões focalizadas. Problematize com as du-
plas aspectos que considere necessários, orientando a reflexão dos alunos.
„„Ao final, solicite que socializem as reflexões, discutindo-as coletivamente.
„„Procure garantir que os alunos compreendam que, nos trechos analisados:

90 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

12239 Guia 5 ano professor.indd 90 10/29/14 12:12 PM


JJ há duas possibilidades de marcar quem está falando: utilizando dois-
-pontos e aspas; ou dois-pontos, parágrafo e travessão;
JJ há três possibilidades de explicar, textualmente, quem está falando: anun-
ciando quem irá falar antes de apresentar a fala do personagem; indicando
quem está falando, no meio da fala do personagem; comentando quem
acabou de falar, ao final da fala do personagem. A cada uma dessas pos-
sibilidades correspondem marcas gráficas. As que foram indicadas no
texto correspondem à utilização do travessão medial e inicial, que são
utilizados para separar – ainda que articulando – a fala do personagem do
restante do texto. No entanto, também seria possível marcar com aspas.
É interessante selecionar exemplos, caso queira, e mostrar aos alunos.
„„Além disso, procure garantir que os alunos:
JJ compreendam que, em um diálogo, se não forem apresentadas as ex-
plicações textuais sobre quem fala, só é possível identificar o autor se
forem duas as pessoas a falar e, além disso, se for possível saber a
quem pertence, pelo menos, uma das falas do diálogo;
JJ reconheçam que indicar textualmente as falas é um recurso interessante
que auxilia a compreensão do leitor.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. Releia o trecho apresentado a seguir

O marreco entrou na sede da Administração Regional da Sé cheio de ginga.


Imediatamente o chefe destacou um funcionário para qualificá-lo: nome, endere-
ço, estado civil, essas coisas. De gravata e camisa de manga curta, o burocrata
sentou-se à máquina e começou: “Nome?”. O gerente com o marreco no colo
respondeu: “Quércia”.
– Quércia de quê?
– De nada.
– Como de nada? Ele não tem família?
– Tem. É da família dos anatídeos.
– Então – prosseguiu o funcionário batendo na máquina –, Quércia Anatídeo.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 91

12239 Guia 5 ano professor.indd 91 10/29/14 12:12 PM


2. A gora, responda:
a. N
 o primeiro parágrafo desse trecho, de que maneira são marcadas as falas
de um personagem?

b. E no segundo?

c. Que diferença você vê entre marcar de um jeito ou de outro? Explique.

3. Na
 última linha há o seguinte trecho: “prosseguiu o funcionário batendo na
máquina”.
a. Quem é que está apresentando essa informação?

b. De que maneira é possível saber isso?

c. S
 e não houvesse esse trecho, seria possível saber quem está falando?
De que maneira? Qual das maneiras você considera mais próxima do lei-
tor? Por quê?

4. Leia
 os trechos apresentados a seguir. Em todos eles há explicações sobre
quem está falando.
a. E
 m quais a maneira de apresentar essa explicação é semelhante à estu-
dada no item 3? Por quê?

92 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

12239 Guia 5 ano professor.indd 92 10/29/14 12:12 PM


b. Em quais é diferente? Por quê?

Trecho 1
– Está certo – concordou, irritado, o gerente –, mas então chama o guincho.

Trecho 2
– O marreco não tem documentos – respondeu o gerente.

Trecho 3
– A acusação é injusta – interrompeu o gerente –, o marreco não pode
ser acusado de poluir. Se eu tivesse aqui um elefante soltando fumaça
pela tromba está certo, mas o Quércia nem fuma.

Trecho 4
Terminada a ficha, o burocrata abriu uma gaveta e, enquanto procurava o
material para tirar as impressões digitais, disse ao gerente:

– Me dá aí o polegar do marreco.

5. Relacione cada trecho com o que pareça mais adequado:


Explicação do Trecho 1 ( ) ( A ) Indica quem está falando.
Explicação do Trecho 2 ( ) ( B ) Anuncia quem vai falar em seguida.
Explicação do Trecho 3 ( ) ( C ) Comenta quem acabou de falar.
Explicação do Trecho 4 ( )

6. Agora, vamos registrar algumas reflexões realizadas ao longo dessa atividade:

Primeira reflexão:
As falas de um personagem podem ser indicadas no texto com os seguintes
grupos de sinais:

Segunda reflexão:
Os sinais gráficos marcam a fala de um personagem. Além disso, é possível
explicar de quem é a fala de três maneiras: anunciando as falas, indicando quem
está falando ou, então, comentando quem falou. Essas maneiras são as seguintes:

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 93

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Terceira reflexão:
Quando o texto não anuncia quem vai falar nem explica quem está falando ou
acabou de falar, é possível identificar quem fala da seguinte maneira:

ATIVIDADE 2D: AS ASPAS E MAIS


UMA POSSIBILIDADE DE USO

Objetivos
„„Identificar a maneira pela qual o autor utiliza as aspas para marcar o discur-
so direto no texto lido, comparando-a com a maneira encontrada no texto
anterior e pontuando as diferenças.
„„Constituir um repertório de marcas gráficas possíveis de serem utilizadas
para marcar o discurso direto.

Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade é coletiva e os alunos podem permanecer
em suas carteiras.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: 50 minutos.

Encaminhamento
„„Converse com os alunos a respeito do propósito da atividade e de como
ela se desenvolverá.
„„Leia a crônica, contextualizando-a para os alunos, perguntando se conhecem
o autor, se já leram alguma de suas obras, se gostam das obras que leram.
„„Sobre o autor, Luis Fernando Verissimo, é possível obter on-line muitas infor-
mações a respeito de sua vida e obra.
„„Além de comentar sobre o autor, pergunte aos alunos o que imaginam en-
contrar em um texto com o título “Comunicação”, considerando que se trata

94 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

12239 Guia 5 ano professor.indd 94 10/29/14 12:12 PM


de uma crônica de humor. Enfim, procure fazer perguntas que ativem o reper-
tório dos alunos, de modo que eles antecipem possíveis sentidos do texto.
„„Em seguida, leia, com eles, o trecho da crônica e provoque uma reflexão a
partir das questões apresentadas na atividade. Levante hipóteses com os
alunos a respeito de que objeto seria o referido no texto e, depois, leia a crô-
nica inteira com eles, verificando, em cada trecho, as hipóteses levantadas,
confirmando-as ou não.
„„No item 2, solicite que os alunos analisem o trecho apresentado identificando
de que maneira são marcadas as falas dos personagens. Espera-se que identifi-
quem as aspas como outras marcas gráficas possíveis, identificadoras das falas.
„„A seguir, solicite que comparem essa pontuação com a do texto anterior,
marcando a diferença de uso feita pelos dois autores: o primeiro não utiliza
parágrafo para introduzir falas e o segundo, sim.
„„Solicite aos alunos que façam registro da descoberta feita e chame a aten-
ção deles para o fato de que já estão constituindo um repertório de maneiras
possíveis de se introduzir a fala do personagem no discurso do narrador. Você
poderá, inclusive, montar um quadro no qual constem as diferentes maneiras
estudadas e deixar afixado na classe, disponível para consulta.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. Leia, agora, mais um trecho de crônica. Desta vez, o autor é Luis Fernando Ve-
rissimo. A sua crônica intitula-se “Comunicação”, e você lerá a parte inicial dela.

Comunicação
Luis Fernando Verissimo

É importante saber o nome das coisas. Ou, pelo menos, saber comunicar o que
você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mes-
mo o nome?
“Posso ajudá-lo, cavalheiro?”
“Pode. Eu quero um daqueles, daqueles...” “Pois não?”
“Um... como é mesmo o nome?” “Sim?”
“Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo.
É uma coisa simples, conhecidíssima.”
“Sim, senhor.”
“O senhor vai dar risada quando souber.” “Sim, senhor.”

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 95

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“Olha, é pontuda, certo?” “O quê, cavalheiro?”
“Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim,
faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encai-
xe, entende? Na ponta tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um,
um... Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde se encaixa
a outra ponta, a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É
isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?”

In: A Versão dos Afogados, de Luis Fernando Verissimo, L&PM, Porto Alegre, RS;
Crédito: ©by Luis Fernando Verissimo.

Bom, não sabemos se o vendedor já descobriu o que o homem deseja comprar...


E você? Já tem alguma ideia?
Converse com seus colegas de classe e professor. Depois disso, seu professor
lerá com vocês o restante da crônica. Vamos ver se vocês descobrem o que ele
quer comprar. Vá juntando as pistas.

2. Agora, volte ao trecho lido e analise:


a. De que maneira são marcadas as falas dos personagens? Explique.
b. Em que essa maneira difere da que usa o mesmo sinal gráfico no texto “O
marreco que pagou o pato”? Explique.
3. Registre sua descoberta abaixo.

Etapa 3
Escrita pelo aluno

ATIVIDADE 3A: REINVESTINDO


O CONHECIMENTO APRENDIDO –
PONTUANDO DIÁLOGOS

Objetivo
„„Reinvestir o novo conhecimento sobre discurso direto e discurso indireto, pon-
tuando diálogos em um trecho de crônica, identificando, entre as diferentes

96 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

12239 Guia 5 ano professor.indd 96 10/29/14 12:12 PM


possibilidades estudadas, a que julgar mais adequada para criar os efeitos
de sentido que pretende, considerando o tema e as finalidades do texto e
mantendo a coerência de emprego ao longo do texto.

Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade é individual e os alunos podem perma-
necer em suas carteiras. Contudo, podem consultar-se mutuamente caso
tenham dúvidas.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: 50 minutos.

Encaminhamento
„„Converse com os alunos sobre o propósito da atividade e sobre a maneira
como será desenvolvida.
„„Retome com eles o quadro de possibilidades pelas quais é possível introduzir
fala de personagem no discurso do narrador.
„„Oriente-os sobre a necessidade de escolherem os recursos – dois-pontos,
parágrafo e aspas; dois-pontos e aspas, sem parágrafo; dois-pontos, parágra-
fo e travessão – de acordo com o efeito de sentido que considerarem mais
adequado para o texto e suas finalidades.
„„Oriente-os para não alterarem o texto, o que implicará a escolha de discurso
direto. Restarão a eles, então, a escolha do recurso de pontuação e a ma-
neira de utilizá-lo.
„„Oriente-os, ainda, para manter no texto inteiro a coerência de escolha, quer
optem por uma possibilidade apenas, quer articulem duas delas, como No-
vaes, na primeira crônica.
„„Leia em voz alta o texto todo com os alunos, de modo que possam compre-
ender qual a crítica que a crônica apresenta, o que poderá auxiliá-los a tomar
a decisão sobre o recurso a ser utilizado.
„„Depois, solicite que retomem o trecho e o organizem, pontuando-o adequadamente.
„„Na revisão, procure marcar para os alunos a coerência de uso nas diferentes
pontuações realizadas por eles. Se, por exemplo, optaram por dois-pontos,
parágrafo e travessão, é preciso que se mantenha essa organização em todo
o texto; se a opção foi pelo emprego das aspas para marcar a fala dos per-
sonagens, também é preciso manter a coerência em todo o texto. É interes-
sante discutir que a opção por uma ou outra forma de pontuar tem relação
com os efeitos de sentido que o autor desejou empregar no texto.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 97

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Texto integral para o professor:

NO PAÍS DO FUTEBOL
Carlos Eduardo Novaes

Juvenal Ouriço aproximou-se de um vendedor parado à porta de uma loja de


eletrodomésticos e perguntou:
Qual desses oito televisores os senhores vão ligar na hora do jogo?
Qualquer um disse o vendedor desinteressado.
Qualquer um não. Eu cheguei com duas horas de antecedência e mereço uma
certa consideração.
Pra que o senhor quer saber?
Para já ir tomando posição diante dele.
O vendedor apontou para um aparelho. Juvenal observou os ângulos, pegou a
almofada que o acompanha ao Maracanã e sentou-se no meio da calçada.
Ei, ei, psiu chamou-o um mendigo recostado na parede da loja como é que é,
meu irmão?
Que foi? perguntou Juvenal.
Quer me botar na miséria? Esse ponto aqui é meu.
Eu não vou pedir esmola.
Então senta aqui ao meu lado.
Aí não vai dar para eu ver o jogo.
Na hora do jogo nós vamos lá pra casa.
Você tem TV a cores?
Claro. Você acha que eu fico me matando aqui pra quê?
Juvenal agradeceu. Disse que preferia ficar na loja onde tinha marcado encontro
com uns amigos que não via desde a final da Copa de 78. O mendigo entendeu.
E como gostou de Juvenal, lhe deu o chapéu onde recolhia esmolas. Juvenal,
distraído, enfiou-o na cabeça.
Não, não. Na cabeça não.
Por que não?
Já viu mendigo usar chapéu na cabeça? Deixe-o aí no chão. Sempre pinga qual-
quer coisa.
Aos poucos o público foi aumentando, operários, vendedores, contínuos, vaga-
bundos e às 15h45 já não havia mais lugar diante das lojas de eletrodomés-
ticos. Os retardatários corriam de uma para outra à procura de uma brecha.
Alguns ficavam pulando atrás da multidão tentando enxergar a tela do aparelho.
Quer que eu lhe ajude? perguntou um cidadão já meio irritado com um contínuo
pulando rente às suas costas.
Quero.
Então me diz onde é o seu controle da vertical.

98 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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Controle da vertical, pra quê?
Pra ver se você para de pular aqui nas minhas costas. 
As lojas concentravam multidões. As calçadas da cidade, que já são poucas,
desapareciam completamente. Em jogos da Seleção Brasileira, durante a sema-
na, cresce bastante o número de atropelamentos porque o pedestre é obrigado
a circular pelas ruas. Além disso, os motoristas ficam muito mais ligados no
rádio do que no trânsito 
Na porta da loja onde estava Juvenal havia umas 200 pessoas do lado de fora e
somente uma do lado de dentro: o gerente. Até os vendedores da loja já tinham se
bandeado afirmando que assistir um jogo atrás da televisão não é a mesma coisa
que vê-lo atrás do gol. Quando a bola saía entravam os comentários dos torcedores.
No início do segundo tempo, um cidadão que não se interessava por futebol
(um dos 18 que a cidade abriga) foi pedindo licença à galera e com muita di-
ficuldade conseguiu entrar na loja. O gerente foi ao seu encontro: “O senhor
deseja algo?”
Um aparelho de televisão.
Por que o senhor não leva aquele?
Qual?
Aquele que está ligado ali na porta.
É bom?
O senhor ainda pergunta? Acha que haveria 200 pessoas diante dele se não
tivesse uma boa imagem?
Bem... 
E não é só isso completou o gerente aproveitando a euforia do público com um
gol do Brasil que outro aparelho transmite emoções tão fortes?
Essa gritaria toda foi diante do aparelho?
Lógico. Esse é o novo televisor AP-007 dotado de controle de emoção. Só este
televisor pode levá-lo do choro convulsivo à completa euforia.
É mesmo? E se eu desejar vê-lo sentado quietinho na poltrona?
Também pode, mas é aconselhável desligar o botão da emoção, se não o se-
nhor não vai conseguir ficar quietinho na poltrona. 
O cidadão convenceu-se. Disse que ia levá-lo. O gerente, precavido, pediu-lhe
para ir à porta da loja apanhá-lo. O cidadão não teve dúvidas. Ignorando aquela
massa toda diante do seu aparelho, foi lá tranquilamente e cleck. Desligou-o.
O que aconteceu depois eu deixo por conta da imaginação de vocês.

Fonte: Crônicas. São Paulo: Ática, 1994 p. 67-68


(Para Gostar de Ler, v. 7) ©Carlos Eduardo Novaes.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 99

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Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. C
 onsiderando suas anotações, reescreva o trecho a seguir no seu caderno pontu-
ando os diálogos de maneira adequada. Trata-se de mais uma crônica de Carlos
Eduardo Novaes, intitulada “No país do futebol”. Nela, um personagem presente
em outras crônicas do autor, Juvenal Ouriço, famoso por ser “econômico”, tenta
assistir a um jogo de futebol na TV da vitrine de uma loja de eletrodomésticos.
Depois, seu professor lerá o restante da crônica para vocês.

No país do futebol
Carlos Eduardo Novaes
Juvenal Ouriço aproximou-se de um vendedor parado à
©Robson Minghini/IMESP

porta de uma loja de eletrodomésticos e perguntou Qual


desses oito televisores os senhores vão ligar na hora
do jogo Qualquer um disse o vendedor desinteressado
Qualquer um não Eu cheguei com duas horas de ante-
cedência e mereço u m a certa consideração

Pra que o senhor quer saber Para já ir tomando posição diante dele O vende-
dor apontou para um aparelho Juvenal observou os ângulos pegou a almofada
que o acompanha ao Maracanã e sentou-se no meio da calçada Ei ei psiu
chamou um mendigo recostado na parede da loja, como é que é meu irmão
Que foi Perguntou Juvenal Quer me botar na miséria Esse ponto aqui é meu
Eu não vou pedir esmola Então senta aqui a meu lado Aí não vai dar pra eu
ver o jogo Na hora do jogo nós vamos lá para casa Você tem TV a cores Claro
Você acha que eu fico me matando aqui pra quê

Fonte: Crônicas. São Paulo: Ática, 1994. p. 67-68. (Para gostar de ler, v. 7)
©Carlos Eduardo Novaes.

ATIVIDADE 3B: ALTERANDO


O DISCURSO EM UM CONTO

Objetivo
„„Transformar discurso direto em indireto e vice-versa.

100 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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Planejamento

„„Organização do grupo: a atividade é individual e os alunos podem perma-


necer em suas carteiras. Contudo, podem consultar-se mutuamente, caso
tenham dúvidas.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: 50 minutos.

Encaminhamento

„„Peça aos alunos para que utilizem a Coletânea de Atividades. Comente com
eles que esse texto é um trecho da história “João e Maria” e proponha a lei-
tura compartilhada do mesmo.
„„Quando terminarem, explique que deverão observar os trechos em negrito e,
depois, fazer o que se pede.
„„Ao término da atividade, proponha a correção na lousa, socializando as ma-
neiras diferentes com que podem ter resolvido o exercício.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. C
 om seu professor e amigos, leia um trecho do conto “João e Maria”. Obser-
ve que há trechos com marcas diferenciadas, que serão usados por você a
seguir.

João e Maria
A vida sempre fora difícil na casa do lenhador, mas naquela época as coisas
haviam piorado ainda mais: não havia pão para todos.
– Minha mulher, o que será de nós? Acabaremos todos por morrer de necessida-
de. E as crianças serão as primeiras…
– Há uma solução… – disse a madrasta, que era muito malvada. – Amanhã
daremos a João e Maria um pedaço de pão, depois os levaremos à mata e lá os
abandonaremos.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 101

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O lenhador disse que não queria nem ouvir falar de um plano tão cruel, mas a
mulher, esperta e insistente, conseguiu convencê-lo.
No aposento ao lado, as duas crianças tinham escutado tudo, e Maria desatou
a chorar.
– João, e agora? Sozinhos na mata, estaremos perdidos e morreremos.
João a tranquilizou e pediu para que não chorasse. Explicou que tinha uma ideia
que poderia salvá-los.
Esperou que o pai e a madrasta dormissem, saiu da cabana, catou um punha-
do de pedrinhas brancas que brilhavam ao clarão da lua e as escondeu no bolso.
Depois voltou para a cama.
No dia seguinte, ao amanhecer, a madrasta acordou as crianças.
– Vamos cortar lenha na mata. Este pão é para vocês.
Partiram os quatro. O lenhador e a mulher na frente e as crianças atrás.
A cada dez passos, João deixava cair no chão uma pedrinha branca, sem que
ninguém percebesse. Quando chegaram bem no meio da mata, a madrasta dis-
se:– João e Maria, descansem enquanto nós vamos rachar lenha para a lareira.
Mais tarde passaremos para pegar vocês.
Após longa espera, os dois irmãos comeram o pão e, cansados e fracos
como estavam, adormeceram. Quando acordaram, era noite alta e, do pai e da
madrasta, nem sinal.
– Estamos perdidos! Nunca mais encontraremos o caminho de casa! – soluçou
Maria.
– Esperemos que apareça a lua no céu e acharemos o caminho de casa –
consolou-a o irmão.
Quando a lua apareceu, as pedrinhas que João tinha deixado cair pelo atalho
começaram a brilhar; seguindo-as, os irmãos conseguiram voltar até a cabana.

São Paulo (Estado) Secretaria da Educação. Ler e escrever: livro de textos do aluno / Secretaria
da Educação. Fundação para o Desenvolvimento da Educação; 3. ed. São Paulo : FDE, 2010.

2. Releia
 apenas os trechos em negrito. Eles mostram o diálogo entre os per-
sonagens escritos pelo discurso direto. Escreva-os, passando para o discur-
so indireto.
3. Agora,
 observe os trechos sublinhados. Eles revelam a fala dos personagens
de modo indireto. Imagine que você é o personagem que fala e reescreva-
-os, passando para o discurso direto.
4. Depois,
 partilhe suas ideias com o professor e os colegas e veja como eles
resolveram essas questões.

102 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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1º SEMESTRE

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PROJETO DIDÁTICO
Contos de mistério

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Introdução

No 5º Ano se espera que os alunos produzam contos de autoria, em par-


ceira ou individualmente, utilizando recursos da linguagem escrita e do registro
literário. Dessa forma, é necessário trabalhar com projetos de leitura e escrita
que abordem a produção de sequências narrativas, com elementos de conflito,
caracterização de personagens e principalmente desfechos coerentes com o
processo narrativo desenvolvido.

Este projeto tem por objetivo trabalhar com os alunos a produção de textos de
contos de mistério, destacando as etapas para sua produção como: planejamento,
textualização, revisão, transcrição, edição, e ressaltando as marcas linguísticas que
caracterizam o gênero conto.

Nessa faixa etária os alunos demonstram grande interesse pela leitura de


contos de mistério, pois estes possibilitam a experimentação de trajetórias emocio-
nantes, o enfrentamento de problemas e conflitos, soluções, desfechos variados, e
também o conhecimento de características de personagens enigmáticos, suspeitos
e corajosos, que marcaram a história destemidamente.

Objetivos do projeto:

„„Proporcionar orientação específica aos alunos para ler, interpretar e escrever


seus contos de mistérios;
„„Reconhecer as características do gênero “conto de mistério”;
„„Produzir contos de mistério considerando suas marcas linguísticas;
„„Empregar recursos discursivos e textuais próprios do gênero na produção de
seus próprios textos;
„„Analisar os efeitos de sentido próprios do gênero “conto de mistério”;
„„Desenvolver o comportamento do escritor;
„„Aprender procedimentos de escrita, tais como planejar, textualizar e revisar.

Organização do projeto
Para subsidiar a produção dos contos da coletânea, o projeto será composto
por atividades como a de leitura em voz alta feita pelo professor, leitura de escolha
pessoal e a roda de leitores.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 107

12239 Guia 5 ano professor.indd 107 10/29/14 12:12 PM


Este projeto terá duração prevista de quatro meses letivos considerando-se duas
aulas semanais. Está organizado em momentos específicos, os quais podem compre-
ender mais de uma atividade, por estarem vinculadas a um mesmo objetivo. São elas:
1. Levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos;
2. Compartilhamento do projeto com a turma;
3. Ampliação do repertório dos alunos a respeito de contos de mistério;
4. Atividades de apreciação e reflexão sobre a língua escrita a partir dos contos;
5. Atividades de produção escrita;
6. Atividades de revisão de texto;
7. Atividades de edição e divulgação do material produzido.
O levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos sobre o gênero contos
de mistério é importante, e ao longo do trabalho, é necessário que você continue
investigando, questionando e avaliando o que os alunos já aprenderam e em que
deverá investir nas situações didáticas posteriores. Para que o projeto tenha sen-
tido e propósito, os alunos devem compartilhar dos objetivos e fundamentos que
o justificam, bem como suas etapas de realização e tarefas necessárias para se
chegar ao produto final escolhido.

Sabendo-se quais são os conhecimentos que os alunos têm sobre o gênero,


e partilhando o trabalho com eles, é importante ampliar o repertório que possuem
sobre os contos de mistério.

As atividades de apreciação e reflexão sobre a língua escrita, a partir de contos


de mistério, têm como objetivo ampliar os conhecimentos dos alunos sobre os ele-
mentos que caracterizam o gênero isto é, promover a identificação de semelhanças
e diferenças que definem os contos de mistério tais como são. Além disso, essas
atividades também pretendem tornar-se situações de apreciação de textos bem es-
critos, em que os alunos possam identificar as escolhas do escritor de determina-
dos recursos linguísticos.

Nos momentos de produção escrita, pretende-se que os alunos se apropriem


de procedimentos do escritor. Assim, cabe ao professor ajudá-los a se organizar
para a escrita de textos, planejar o que vai escrever (considerando o contexto de
produção); textualizar, utilizando-se de rascunhos; e reler o que está escrevendo,
tanto para controlar a progressão temática quanto para avançar nos aspectos dis-
cursivos, textuais e notacionais.

Entendendo-se que as etapas descritas não precisam ser necessariamente


estanques e podem integrar-se para atingir os objetivos maiores de um projeto de
linguagem, optou-se aqui, por vincular, em alguns momentos, atividades de amplia-
ção do repertório de contos de mistério, possibilidades de reflexão sobre a língua
escrita e situações de produção escrita circunstanciais, a fim de atingir metas mais
amplas numa mesma situação didática.

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Os momentos de revisão do texto podem ocorrer durante a escrita destes,
mas é interessante promover também situações posteriores de revisão, em que as
crianças possam distanciar-se do que escreveram, alternando as condições de pro-
dutor da escrita e de leitor. Para que a revisão seja produtiva é preciso eleger focos
específicos. Assim, pode-se escolher, por exemplo, focar a revisão ora no discurso
escrito, ora nas questões de ortografia, pontuação e paragrafação. Vale também
lembrar que, para auxiliar os alunos a desenvolver bons procedimentos de revisão
de texto, a natureza dessa tarefa exige que ela se dê em vários e diferentes mo-
mentos, bem como com diversos textos.

Após este procedimento, é hora de passar para a edição do material produzi-


do, visando sempre à conclusão do produto final escolhido. Nessa etapa os alunos
devem observar portadores textuais como o que elegeram para ser o produto final,
analisando como se organizam graficamente, como são ilustrados, que informações
contêm além do texto, com que formatos se apresentam.

Produto final

Sugerimos como produto final, a produção de uma coletânea de contos de mis-


térios e sua divulgação para os alunos do quarto ano, que poderá ficar disponível
no acervo da escola.

Quadro de organização geral do projeto didático

Etapa Atividade
Etapa 1 – Para início de Atividade 1 – Roda de conversa sobre o conhecimento
conversa. dos alunos em relação aos contos de mistério.

Etapa 2 – Compartilhando Atividade 2 – Compartilhando e organizando o projeto.


o projeto.
Etapa 3 – Ampliando os Atividade 3A – Conhecendo um pouco mais os contos de
saberes sobre contos de mistério.
mistério. Atividade 3B – Comparando dois contos de mistério.
Atividade 3C – Ampliando o repertório: contos de mistério.
Atividade 3D – Roda de leitura.
Atividade 3E – Analisando aspectos linguísticos dos
contos de mistério.
Atividade 3F – Analisando os recursos linguísticos dos
contos de mistério.
Atividade 3G – Analisando o discurso nos contos de mistério.

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Etapa 4 – Produzindo Atividade 4A – Produzindo coletivamente um conto de
os contos de mistério, mistério.
revisando os textos e Atividade 4B – Escrevendo contos de mistério.
adequando-os. Atividade 4C – Revisando e editorando os contos de
mistério.
Etapa 5 – Edição e Atividade 5 – Organizando a coletânea.
preparação final da
coletânea de contos de
mistério.
Etapa 6 – Preparação da Atividade 6 – Divulgando o lançamento da coletânea.
divulgação da coletânea
de contos.
Etapa 7 – Avaliação final Atividade 7 – Avaliação final do trabalho.
do trabalho desenvolvido.

Etapa 1

Para início de conversa


O envolvimento dos alunos com o projeto, desde o inicio, é uma ação funda-
mental para que eles compreendam o percurso que será realizado até chegar ao pro-
duto final e possam atribuir sentido a cada uma das etapas e atividades realizadas.

ATIVIDADE 1 – RODA DE CONVERSA SOBRE


O CONHECIMENTO DOS ALUNOS EM
RELAÇÃO AOS CONTOS DE MISTÉRIO
Objetivos

„„Conversar sobre os contos de mistérios já conhecidos pelos alunos.


„„Elaborar um registro coletivo sobre contos, histórias e filmes de mistério, pro-
curando levantar com eles que elementos existem nesses gêneros.

Planejamento

„„Organização do grupo: os alunos devem estar organizados em roda.


„„Materiais necessários: conto de mistérios escolhido pelo professor (prepare
cópias do conto para todos os alunos).

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„„Duração aproximada: 50 minutos.

Encaminhamento

„„Proponha aos alunos que façam a leitura compartilhada do texto que você
lerá. Isso significa que eles deverão ler, silenciosamente e com o texto em
mãos, enquanto você procede à leitura em voz alta.
„„Lembre-se que seu objetivo nesse momento deve ser o de ler com os alunos um
conto de mistério e, para ouvi-lo e apreciá-lo, é importante que você se prepare
anteriormente para que possa ter fluência na leitura e entonação adequada.
„„Terminada a leitura, inicie uma roda de conversa, perguntando-lhes se:
•• Conheciam ou não essa história;
•• Conhecem outras histórias parecidas com essa; e
•• Sabem que tipo de história é essa. (Observe se vão reconhecê-la como um
conto de mistério. Se não ocorrer, questione dando opções : é um conto
de fadas? é uma lenda?)
„„Caso os alunos desconheçam esse gênero, é interessante não fazer uma
exposição inicial a respeito, mas ajudá-los a observar o que caracteriza esse
tipo de texto. Analise com eles:
JJ Quem e como são os personagens?
JJ Em que lugar ocorre e como é esse lugar?
JJ Em que momento se passam os fatos.
JJ Que fato ocorre na história? E como acontece? (o enredo, o modo
como se tecem os fatos)

Sugestões de contos de mistério para leitura compartilhada:


O Retrato Oval, de Edgard Allan Poe.
A Caixa Retangular, de Edgard Allan Poe.
O Último Pulo do Sapo, de Edgard Allan Poe.
O Gato Preto, de Edgard Allan Poe.
Os Crimes da Rua Morgue, de Edgard Allan Poe.
Livro: Berenice Detetive, de João Carlos Marinho.
Livro: Histórias de Detetive, de Conan Doyle, Medeiros e Albuquerque, Edgar
Allan Poe, Jerônimo Monteiro, Marcos Rey e Edgar Wallace.
Livro: O Gênio do Crime, de João Carlos Marinho.

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Etapa 2

Compartilhando o projeto

ATIVIDADE 2 – COMPARTILHANDO
E ORGANIZANDO O PROJETO

Objetivos

„„Conhecer o projeto que será desenvolvido na classe, bem como a maneira


pela qual o trabalho será desenvolvido.
„„Planejar as ações que serão realizadas.

Planejamento

„„Organização do grupo: a atividade será realizada coletivamente.


„„Materiais necessários: lousa, para anotar as etapas combinadas coletiva-
mente. É interessante copiá-las depois em um cartaz que poderá ser afixa-
do na classe ao qual se possa retornar para conferir em que momento do
projeto se encontra.
„„Duração aproximada: 50 minutos.

Encaminhamento

„„Solicite aos alunos que se sentem em círculo, pois vocês farão uma roda
de conversa.
„„Retome com eles as conversas a esse respeito até então, procurando envolvê-
-los no desenvolvimento do projeto. Explique que o projeto desse semestre
será sobre Contos de Mistério, como o texto que leram na aula anterior, e
apresente o título do mesmo: “Produção de Contos de Mistério”.
„„Vocês têm várias opções para a escolha do produto final. Sugerimos uma
coletânea dos contos de mistério produzidos pelo grupo, a qual será socia-
lizada com os alunos do 4º ano e fará parte do acervo literário da escola.
„„Apresente para os alunos o projeto que será desenvolvido, indicando:

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JJ título do projeto: “Contos de Mistério.”;
JJ produto final: elaboração de uma coletânea de contos de mistério – que
será produzida e socializada para os alunos do 4º ano para fazer parte
do acervo literário da escola.
„„Depois de apresentar o projeto, pergunte-lhes o que precisarão estudar para
poder elaborar o produto final. Oriente-os para que cheguem a alguns conte-
údos fundamentais:
JJ saber o que é uma coletânea e como se organiza;
JJ conhecer melhor os contos de mistérios para poder produzi-los.
JJ estudar como um livro pode ser organizado, para elaborarem um que
todos queiram ler.
„„Registre os aspectos principais da discussão na lousa. Pergunte-lhes de que
maneira acham que podem aprender sobre todos os aspectos que indicaram
e anote as sugestões para que sejam contempladas na rotina programada
para o desenvolvimento do projeto.
„„Planeje e organize com os alunos as possíveis etapas de trabalho:
JJ definição do produto final considerando o seu destinatário;
JJ levantamento de possíveis fontes para conhecer melhor os contos;
JJ leitura de diversos contos de mistério a fim de repertoriá-los para a pro-
dução dos textos da coletânea;
JJ produção coletiva e em duplas dos contos de mistério:
JJ revisão dos textos, para que todos possam ser lidos e compreendidos
por qualquer pessoa;
JJ organização e edição da coletânea de contos de mistério;
JJ apresentação da coletânea para os alunos do 4º ano;
„„Explique, ainda, que esse projeto envolverá várias atividades: leitura de textos
feita pelo professor; roda de leitores, na qual eles apresentarão contos de
mistério que escolherem do acervo pessoal ou da sala de leitura da escola;
atividades para a produção de contos de mistério.

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Etapa 3

Ampliando os saberes sobre contos de mistério

ATIVIDADE 3A: CONHECENDO UM POUCO


MAIS OS CONTOS DE MISTÉRIO

Objetivos
„„Ampliar conhecimento sobre o gênero textual, discutindo sua definição.
„„Ampliar o repertório de contos de mistério;
„„Mobilizar estratégias de leitura necessárias para a compreensão de textos.

Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade será realizada coletivamente, com discus-
sões ao final.
„„Materiais necessários: texto a ser lido (O último cuba-libre, de Marcos Rey), que
deverá ser transcrito por trechos, em cartazes ou projetor multimídia para garantir
o suspense da história. Este texto também consta na Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: duas aulas de 50 minutos.

A atividade deverá ser dividida em dois momentos:

1º momento – Leitura compartilhada


Encaminhamento
„„Converse com os alunos sobre as finalidades da atividade.
„„Oriente-os para que acompanhem a leitura feita pelo professor, em um cartaz e/ou
projetor multimídia, pois esse procedimento garantirá o “suspense” da história.

IMPORTANTE:
Para organizar a atividade, o professor precisa:
JJ conhecer o que os alunos já sabem sobre leitura, sobre o texto.
JJ apresentar o texto.

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JJ ler o texto por partes, coletivamente, e para tanto poderá utilizar projetor
multimídia ou outro recurso em que o texto seja apresentado em etapas
para a realização da leitura.
JJ planejar as perguntas pertinentes à compreensão do texto.

O que o professor precisa fazer além de preparar boas perguntas? Tematizar


as respostas dos alunos, pedir que eles indiquem as pistas no texto e fora dele,
que os levaram a chegar às respostas dadas.

Sugerimos o seguinte roteiro para a leitura compartilhada.


ORIENTAÇÕES PARA O PROFESSOR LEITURA COMPARTILHADA

Antes da leitura do texto


Comanda a ser compartilhada com os alunos
Vou ler para vocês um texto que se intitula “O último cuba-libre”. Com este tí-
tulo o que vocês acham que será abordado nesse texto? Por quê?

Mais uma informação: o texto foi escrito por Marcos Rey. Vocês sabem que tipo
de texto ele costuma escrever? Que assuntos costuma abordar nestes textos? Vocês
sabem que ele escreveu uma consagrada coleção de títulos infanto juvenis, romances
de aventura e suspense que foram lançados a partir de 1980?

Vou apresentar alguns títulos do autor que também servem de pista para decifrar
o gênero do texto (O mistério do cinco estrelas; O rapto do garoto de ouro; Crimes do
olho de bois, entre outros).

Este texto é um conto de suspense. (estabelecer relações entre este texto e


outros que eventualmente, os alunos tenham lido, que sejam do mesmo gênero,
mesmo autor, por exemplo, O Retrato Oval, de Edgar Allan Poe)

Considerando isso, alguma coisa muda sua ideia a respeito de sobre o quê o
texto tratará? O que seria “O último cuba-libre” num conto de mistério?

Capacidades tematizadas
JJ Recuperação do contexto de produção do texto.
JJ Realização de antecipações acerca do conteúdo do texto, do modo de
organização e do tratamento a ser dado às informações, por meio da
ativação do repertório dos alunos sobre os aspectos tematizados.

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Durante a leitura do texto
Questões para serem feitas durante a leitura progressiva do texto:
A cada pergunta feita e resposta dada, solicitar aos alunos que justifiquem
essa resposta apontando no texto trechos que permitiram a eles responder como
fizeram. É importante focalizar os recursos linguísticos que promoveram as inferên-
cias e antecipações realizadas.

O ÚLTIMO CUBA-LIBRE
Marcos Rey

Durante o dia, Adão Flores era um gordo como qualquer outro. Sua atividade
e seu charme começavam depois das 22 horas e às vezes até mais tarde. Então
era visto levando seus 120 quilos às boates, bistrôs e inferninhos da cidade, profis-
sionalmente, pois não só gostava da noite como também vivia dela. Empresário de
modestos espetáculos, era a salvação, a última esperança de cantores, mágicos,
humoristas e dançarinos decadentes. Dizia que se dedicava a esses náufragos por
puro espírito de solidariedade, pilhéria capaz de comover até os que não tivessem
espírito boêmio. Alguns desses artistas haviam tido a sua vez no passado, pouco
ou muito prestígio, até serem abandonados pelo público. Adão não abandonava nin-
guém, talvez devido à tão propalada bondade dos obesos.

Questões:
a. Pensando no título e nesse trecho, o que acham que irá acontecer nes-
sa história?
b. O que leva a pensar isso?
c. Que pistas no texto te permitem fazer essa afirmação? Localize-as.
d. Quem era Adão Flores?
Se o aluno não entender o trecho, este tem que ser retomado, retornando a
leitura do trecho em questão.

Capacidades tematizadas
JJ Antecipação de informações, busca de informação explícita e realização de
inferências locais.

Com o tempo, Adão Flores adquiriu outra profissão, paralela à de empresário da


noite, a de detetive particular, mas sem placa na porta e mesmo sem porta, atividade
restrita apenas a cenários noturnos e pessoas conhecidas. Apesar de agir esporadica-
mente e circunscrito a poucos quarteirões, Adão Flores começou a ganhar certa fama
graças a um jornalista, Lauro de Freitas, que começava a fazer dele personagem fre-
quente em sua coluna, a ponto de muita gente supor tratar-se de ficção e mais nada.
Adão Flores apareceu no “Yes Club”, cumprindo seu itinerário habitual. Rara
era a noite em que não comparecia ao tradicional estabelecimento da Bianca, onde

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seus casos tinham grande repercussão, e onde a seu ver se reuniam as mais pres-
tativas ninfetas. Mas nem teve tempo de sentar-se. Uma mulher, nervosíssima, que
já o aguardava, aproximou-se dele um tanto ofegante.
– Lembra-se de mim, Adão?
– Estela Lins?! Como vai o malandrão do seu marido? Anda sumido!
– É por causa dele que estou aqui. Adão, você pode me acompanhar? Meu
carro está na porta. É um caso grave.
– O que aconteceu?
– Direi tudo no carro.
Júlio Barrios, mexicano, cantor de boleros, fora um dos contratados de Adão
que mais lhe deram dinheiro nos quase dez anos em que estivera sob contrato. Seu
valor era contestado por muitos, mas até esses concordavam que o bigodudo era o
mais personalíssimo intérprete de “Perfume de Gardênia”, “Total”, “Hoy” e “Somos”.
Quando o público se cansou dele, Flores levou-o às churrascarias, salões da periferia
e cidades do interior, etapas do declínio de qualquer cantor. Júlio não se abateu total-
mente, pois, enquanto tivesse uma mulher apaixonada a seu lado, podia levar a vida.

Questões:
a. Quem é esse Júlio Barrios?
b. Em que se apoiaram para concluir isso?
c. Qual a sua relação com Adão Flores?
d. Professor, caso os alunos não concluam porque Estela procurou Adão,
retome o trecho a seguir:
– Estela Lins?! Como vai o malandrão do seu marido? Anda sumido!
– É por causa dele que estou aqui. Adão, você pode me acompanhar? Meu carro
está na porta. É um caso grave.
e. Ao retomar este trecho do texto, podemos antecipar por que Estela pro-
curou Adão?

IMPORTANTE:
Professor, caso perceba que os alunos estão apresentando dificuldade
para compreender o texto, retome o trecho de forma a ajudá-los a inferir
significados, de palavras, por exemplo, a partir do contexto.

Capacidades tematizadas
JJ Realização de inferências entre os trechos do texto.

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Estela dirigia atabalhoadamente um fusca em estado de desmaterialização.
– Disse que Júlio está assustado?
– Disse apavorado.
– Por quê?
– Telefonemas ameaçadores.
– Quem seria a pessoa?
– Ele diz que não sabe.
– Mas você acha que sim.
– Pode ser algum traficante de drogas.
– Ora, Júlio nunca mexeu com isso. Trabalhamos juntos anos a fio e nunca o
vi cheirar nada suspeito. Sua obsessão sempre foi outra...
O que o empresário-detetive imaginava era a ameaça de algum marido ou
amante ciumento, daí Júlio não revelar nada a Estela, sua terceira ou quarta mulher
desde que chegara ao Brasil. Apesar da decadência artística, Júlio continuava bem-
-sucedido nessa modalidade esportiva. Adão conhecera diversas favoritas do sultão
mexicano, todas apaixonadas e dispostas a dividir com ele o que faturassem. Aliás,
odiava mulheres ociosas e sempre lhes permitia a liberdade de ir e vir – ao traba-
lho. Assim, Estela era esteticista com boa clientela; Glória, a antecessora, possuía
um sebo de livros espíritas, e Marusca, massagista, com técnica própria, cuidava
da coluna de uma legião de velhos generosos.
– Júlio sabe que veio me buscar?
– Sabe. Disse que quer tomar um cuba-libre com você, como nos velhos tempos.
– Espero que ele não acredite muito na coluna do Lauro de Freitas. Não sou
tão bom detetive assim.
– Estamos chegando.

Questões:
a. Sua hipótese sobre o que é cuba-libre se confirma? O que é cuba-libre?
O que lhe permite fazer essa afirmação?
b. O que será que aconteceu com Júlio, o marido de Estela?
c. Quem estaria fazendo as ligações ameaçadoras?
d. Qual era a suspeita de Estela? E Adão descartou sob qual justificativa?
Busque no texto sua afirmação.
e. O que presenciará o detetive?
f. Que pistas no texto te permitem afirmar isso?
g. Por que Adão se refere a Júlio como “Sultão Mexicano? Você sabe o que
é um sultão? (caso os alunos não cheguem a entender, poderá informar
o que é sultão)

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Capacidades tematizadas
JJ Realização de inferências e articulação entre trechos do texto, de modo a
construir informações semânticas.

Estela estacionou o carro diante de um pequeno edifício de três andares. O


casal morava no primeiro cujas luzes estavam acesas. Passaram por um portão de
ferro, atravessaram um pequeno corredor e chegaram à porta do apartamento. A
mulher abriu a porta, acendeu a luz e indicou um velho divã ao empresário. Foi se
dirigindo ao interior do apartamento, anunciando:
– Adão está aqui, querido!
O empresário-detetive largou todo o seu peso numa mirrada poltrona, que pro-
testou, rangendo. Não conhecia aquele apartamento. Júlio, sempre que mudava de
mulher, mudava também de endereço. Glória, por exemplo, fora ao supermercado
e ao chegar em casa não o encontrara mais. Marusca não vira mais nem sombra
dele ao voltar do cabeleireiro. Júlio explicava aos amigos que seu coração sensível
não suportava despedidas. Alguns o elogiavam por isso.
– Quem é o senhor? – Adão ouviu de repente a voz de Estela, vinda do quarto,
em tom de pavor. – O que faz aqui?
Adão levantou-se: algo de anormal acontecia.
Novamente a voz de Estela, agora num grito:
– Júuuulio!

Questões:
a. Por que Estela gritou?
b. Havia alguém no quarto com Estela quando Adão estava na sala? Quem?
c. O que será que o detetive vai presenciar ao entrar no quarto? O que te
leva a pensar assim?
d. Você mudou de ideia a respeito do que aconteceu com Júlio?
(Retomar as ideias levantadas e, no caso positivo, a justificativa da mudança de ideia)

Capacidades tematizadas
JJ Realização de inferências, antecipações e articulação entre trechos do
texto de modo a construir informações semânticas.

Adão deu uns passos enquanto Estela aparecia à porta do quarto, tentando
dizer alguma coisa. O detetive entrou precipitadamente. A primeira imagem que viu
foi Júlio sobre a cama, ensanguentado.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 119

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Questões:
a. Retomar com os alunos as opiniões levantadas
b. Por que você levantou essa hipótese?
c. O que será que aconteceu? Quem matou Júlio?

Capacidades tematizadas
JJ Realização de inferências locais e globais. Confirmação das hipóteses
levantadas anteriormente e realização de antecipações.

Estela apontou para a janela aberta.


– Ele fugiu!
Adão correu para a sala e Estela abriu a porta do apartamento. Os dois precipi-
taram-se para a rua, ela na frente. Logo adiante havia uma esquina, que o criminoso
já devia ter dobrado. Estela segurou Adão pelo braço.
– Vamos socorrer Júlio.
Regressaram ao apartamento. A lâmina toda de uma tesoura comprida estava
enterrada nas costas de Júlio. O detetive apalpou-lhe o peito. O coração já não batia
nem no ritmo lento do bolero.
Enquanto a polícia não chegava, Adão dava uma olhada no quarto. Estela, em
prantos, aguardava a presença do cunhado, um de seus únicos parentes. Flores notou
que algumas gavetas de uma cômoda estavam abertas. O criminoso estivera procuran-
do alguma coisa. No peitoril da janela, um pouco de terra, certamente deixada pelos
sapatos do homem que saltara. E sobre o criado-mudo um copo, o último cuba-libre
que Júlio não terminara de beber. Sem gelo. Quem tomaria um cuba sem gelo num
calor daquele? Foi ao encontro de Estela, na sala, e a achou dobrada sobre um divã.
– Gostaria de conversar com o zelador.
– O prédio não tem zelador, apenas uma faxineira no período da manhã.
– Acha que poderia reconhecer o homem?
– Nunca mais o esquecerei – garantiu Estela. – Era baixo, troncudo, e tinha os
olhos puxados.
– Já o vira antes?
– Não.
Adão retornou ao quarto para dar mais uma espiada. Dali a instantes a polícia
chegou: um delegado e dois tiras.
– Não mexi em nada – disse-lhes Flores. – E cuidado com o peitoril da janela.
Há terra de sapato nele. Foi por onde o criminoso fugiu.
– O senhor o viu?
– Não, mas dona Estela poderá ajudar a fazer o retrato falado dele. Ela o en-
controu no quarto de Júlio.
O delegado encarou o detetive.

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– Você não é um tal Adão Flores, metido a Sherlock?
– Sou esse tal, mas vim aqui como amigo, chamado por Estela. Júlio tinha re-
cebido uns telefonemas ameaçadores.

Questões:
a. Por que as gavetas estavam abertas?
b. O que poderia significar ter um copo de cuba-libre sem gelo sobre o
criado-mudo?
c. O assassinato foi premeditado, ou seja, planejado com antecedência ou
foi por impulso? Que trecho do texto nos mostra isso?

Capacidades tematizadas
JJ Realização de inferências, antecipações e articulação entre trechos do
texto de modo a construir informações semânticas.

Adão deixou os tiras trabalharem e saiu do quarto. O criminoso saltara da ja-


nela para um corredor cimentado que rodeava o edifício. Certamente ele tocara a
campainha e entrara pela porta. Antes, porém, pisara em algum jardim, como ates-
tava a terra do peitoril. Havia jardim à entrada do edifício?
Um dos tiras apareceu à porta com uma pergunta.
– O senhor deixou uma ponta de cigarro no cinzeiro? Há duas lá, mas só uma
é da marca que Júlio fumava.
– Só fumo em reuniões ecológicas. O criminoso deve ter tido tempo para fumar
um cigarro. Só pode ter sido ele, pois Estela não fuma.
Adão permaneceu no apartamento até a chegada da Polícia Técnica, quando
Estela Lins, no bagaço, foi levada pelo cunhado, que, antes de sair, declarou com
todas as letras:
– Júlio bem que mereceu isso. Um vagabundo, um explorador de mulheres! A
polícia não devia perder tempo procurando o assassino.
Já era madrugada quando Flores retornou ao “Yes Club”. Estava cansado, que
ninguém é de ferro. Contou a todos o que sucedera, recebendo em troca uma in-
formação. Júlio Barrios aparecera por lá, naquela semana, muito feliz. Uma grava-
dora resolvera lançar um elepê com seus maiores sucessos, “Recuerdos”, no qual
depositava muitas esperanças. Planejava inclusive pintar os cabelos para renovar
o visual. Estava animadíssimo.
No dia seguinte, Adão Flores compareceu à polícia para prestar depoimento.
Estela, por sua vez, estava cooperando. O retrato falado do criminoso já estava pron-
to e sairia em todos os jornais. O delegado, porém, já manifestava uma suspeita.
– Não gostei da cara daquele cunhado. Estela pode até estar tentando protegê-lo.
– Não creio – replicou Adão. – Era apaixonada pelo cantor.
– Mas amores passam – comentou o delegado. – Como certas modas musicais...

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 121

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Adão Flores foi ao jornal onde trabalhava Lauro de Freitas.
– Quantos quilos você pesa, Lauro?
– Acha que estou engordando?
– Que mal há nisso? Os gordos são belos.
– Setenta quilos.
– Então, venha.
– Onde?
– Você tem o mesmo peso do homem que matou Barrios, segundo declaração
de Estela na delegacia.
– E isso me torna um suspeito?
– Vamos ao apartamento.
À porta do edifício, Adão identificou-se a um guarda, que vigiava o lugar desde
o assassinato. Não foi fácil convencê-lo a deixar que o detetive e o jornalista en-
trassem no apartamento.
– Estamos aqui. E agora, Adão?
– Você vai fazer uma coisa, Lauro: saltar do peitoril da janela para o corredor.

Questões:
a. Por que será que Adão levou Lauro ao apartamento?
b. Será que ele desconfia dele?
c. Que pistas levaram você a estas hipóteses?
d. E sobre quem seria o criminoso (a) você mudou de ideia? Explique

Capacidades tematizadas
JJ Realização de inferências, antecipações e articulação entre trechos do
texto de modo a construir informações semânticas.

Abriram a janela e o jornalista espiou.


– Altinho. Posso sentar no peitoril?
– Não, suba nele e salte.
– E se o paraquedas não abrir?
– Não salte ainda. Vou para a sala. Aguarde minhas ordens, então salte e corra
até a entrada do edifício.
Adão voltou para a sala, deu as instruções e ficou atento. Ouviu o baque dos
pés de Lauro no cimento e, em seguida, seus passos rumo ao portão. Pouco de-
pois, Lauro voltou à sala.
– O que quer mais. Sei plantar bananeira.
– Como atleta amador você não pode ser pago. Mas vou lhe fornecer uma
bela história para sua indigna coluna. Não tire os olhos de mim. Agora vamos à
gravadora Metrópole.

122 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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– Por quê?
– Porque quero pôr na cadeia a pessoa que matou o melhor intérprete de “Per-
fume de Gardênia”. Quem fez isso é meu inimigo pessoal. Não se apaga assim um
parágrafo da História.
Adão e Lauro foram à gravadora, onde o detetive conversou com o diretor-
-artístico. Sim, Barrios ia gravar mesmo um elepê. Esperavam vendê-lo para uns
cem mil saudosistas. E o homem fez mais, forneceu certo endereço que Flores
considerou importantíssimo.
Quando os jornais revelaram o assassino de Júlio Barrios, a melhor reportagem
certamente foi a de Lauro de Freitas, por dentro de tudo. Adão, claro, ficou muito
orgulhoso com a literatura que o amigo deitou sobre ele. O gordo era um saco de
vaidade. Naquele dia saiu cedo à rua para receber os louros. O porteiro de seu hotel
de duas estrelas foi o primeiro a cumprimentá-lo com uma reverência. Logo depois,
gravava uma entrevista para o rádio e uma declaração para a tevê.
Mas o local onde seus casos mais repercutiam era mesmo o “Yes Club”, sempre
ouvidos com degustada atenção por aquela senhora de cabelos prateados e piteira
longa, a Bianca, e pelo grupo de frequentadores mais íntimos. Aí, sim, Adão assumia
por inteiro o physique du rôle de detetive internacional. Na véspera, antes que os jornais
publicassem a solução do enigma, Adão esteve lá para contar tudo em primeira mão.

Questões:
a. Não se ouviu barulho de ninguém pulando do andar, então tinha alguém lá?
b. Quem teria sido o assassino? O que teria descoberto Adão?
c. Por que acreditam nisso?
d. Há algum trecho que, acreditam ter sido o fio da meada? Releia.
e. Todos concordam? Ou há algum outro trecho que fortaleça a descober-
ta de Adão?

Capacidades tematizadas
JJ Realização de inferências, antecipações e articulação entre trechos do
texto de modo a construir informações semânticas.

– Em que momento você começou a puxar o fio da meada? – perguntou a do-


na da casa.
– Sou um homem do visual, da imagem – disse Flores. – Aquele cuba-libre sem
gelo me chamou logo a atenção. Júlio gostava de colocar verdadeiros icebergs nas
suas bebidas. Como não havia mais gelo e o copo voltara à temperatura ambiente,
deduzi que o crime tinha acontecido há algum tempo. Uma hora, talvez...
– Não me parece argumento suficiente para levar a conclusões – disse um ho-
mem, provavelmente um desses invejosos que estão em toda parte.
– Certamente não foi minha única dedução. Havia aquela tesoura, arma ocasio-
nal demais para servir a um criminoso determinado, que fazia ameaças telefônicas.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 123

12239 Guia 5 ano professor.indd 123 10/29/14 12:12 PM


O mesmo freguês, que se recusava a bater palmas para Adão, voltou a obstar:
– Usar armas da casa é um meio para implicar inocentes. Os romances poli-
ciais sempre relatam coisas assim.
– Uma tesoura não oferece segurança – replicou Flores. – A não ser que o cri-
minoso tivesse sido um alfaiate...
Bianca tinha outra pergunta a fazer:
– Houve roubo? As gavetas estavam todas abertas, não?
– Elas não foram simplesmente abertas, algumas estavam vazias. E sabe quem
as esvaziou? O próprio Júlio.
– O que havia nas gavetas? – perguntaram. – Tóxico?
– Roupas, simplesmente roupas. Encontrei-as em uma pequena mala. Mas me
deixem prosseguir. O que consolidou minhas suspeitas foi uma questão de acústica.
– Disse acústica?
– Disse. Aí o nosso Lauro ajudou muito. Seu peso equivale ao do homem visto
por Estela. Fui com Lauro ao apartamento de Júlio e pedi que saltasse da janela e
depois corresse até o portão. Eu me plantei na sala, como na noite do crime. E ouvi
perfeitamente o baque e depois os passos de seus pés no cimento. Como naquela
noite eu não ouvira nada?
– Então você teve a certeza – adiantou-se Bianca.

Questões:
a. O Adão fez as malas para ir embora. Como essa informação pôde con-
tribuir para descobrir o assassino?
b. Quem foi o responsável? Por quê?

Capacidades tematizadas
JJ Realização de inferências, antecipações e articulação entre trechos do
texto de modo a construir informações semânticas.

– Faltavam ainda os motivos. Na gravadora fiquei sabendo que Barrios andava


aparecendo na companhia de uma jovem, seu novo amor. E obtive o endereço de-
la, pois era para ela que telefonavam quando precisavam contatá-lo. Fui procurá-la.
Estava muito assustada com tudo, mas acabou se abrindo. Ela e Barrios iam viver
juntos. Apenas faltava-lhe fazer a mala.
– E a confissão veio fácil? – perguntou Bianca, equilibrada em sua piteira.
– Aconteceu na própria polícia onde fora olhar alguns suspeitos na passarela.
Pretexto. O delegado já aceitara meu ponto de vista. Eu próprio lhe contei minha ver-
são: Estela surpreendera Júlio quando jogava roupas na mala para sumir. Espremeu-
-o. Ele confessou. Ia deixá-la por outra mulher. O amor é algo inesperado e o amor é
fraco. Ela não gostou da letra desse bolero. Júlio vivia praticamente à custa dela. Viu
a tesoura sobre a mesa. Golpeou-o pelas costas. Depois do choque, pensou em livrar
a cara. Havia terra numa floreira. Levou um pouco para o peitoril da janela. Deixou as

124 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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gavetas abertas como estavam. E serviu um cuba-libre ao defunto. Antes ou depois se
lembrou de Adão Flores. Ele tinha mania de bancar o detetive. Júlio sempre se ria disso.
Decidiu ir buscá-lo. Se o encontrasse, a encenação seria perfeita. Quanto à segunda
ponta de cigarro, ela mesma esclareceu que a apanhara no “Yes”, enquanto esperava
pelo detetive. Queria que ficasse bem claro que outra pessoa estivera com Júlio. En-
quanto isso, o gelo do último cuba-libre derretia, pois o cadáver não podia renová-lo.
– Ela agiu como uma perfeita atriz – comentou Bianca. – E que grande talento!
Adão Flores concordou:
– Apenas participei como ator convidado.
(Transcrito de Para gostar de ler: histórias de detetive.
São Paulo: Ática, 1992, p.86-93).
©Marcos Rey

Questões:
a. As hipóteses levantadas por você corresponderam ao apresentado no texto?
(Retomada do desfecho final com a classe para garantir compreensão de todos)

Capacidades tematizadas
JJ Verificação de inferências e antecipações realizadas, procurando corrigir
eventuais equívocos a partir da identificação das pistas que levaram a
inadequações da resposta.

Depois da leitura do texto


Questões:
a. Você considera que o título do texto “O último cuba-libre” está adequa-
do? Explique.
b. O que você achou do recurso utilizado pelo autor para despistar o leitor de
quem seria o criminoso e dos enigmas desvendados pelo detetive? Explique.

Capacidades tematizadas
JJ Redução de informação semântica, por meio de generalização, identificando
o tema/assunto do texto;
JJ Articulação entre trechos do texto, reconstruindo informação semântica;
JJ Realização de apreciação estética de recursos utilizados no texto.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 125

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Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

O ÚLTIMO CUBA-LIBRE
Marcos Rey

Durante o dia, Adão Flores era um gordo como qualquer outro. Sua atividade e seu
charme começavam depois das 22 horas e às vezes até mais tarde. Então era
visto levando seus 120 quilos às boates, bistrôs e inferninhos da cidade, profissio-
nalmente, pois não só gostava da noite como também vivia dela. Empresário de
modestos espetáculos, era a salvação, a última esperança de cantores, mágicos,
humoristas e dançarinos decadentes. Dizia que se dedicava a esses náufragos por
puro espírito de solidariedade, pilhéria capaz de comover até os que não tivessem
espírito boêmio. Alguns desses artistas haviam tido a sua vez no passado, pouco
ou muito prestígio, até serem abandonados pelo público. Adão não abandonava
ninguém, talvez devido à tão propalada bondade dos obesos.
Com o tempo, Adão Flores adquiriu outra profissão, paralela à de empresário da
noite, a de detetive particular, mas sem placa na porta e mesmo sem porta, ativi-
dade restrita apenas a cenários noturnos e pessoas conhecidas. Apesar de agir
esporadicamente e circunscrito a poucos quarteirões, Adão Flores começou a ga-
nhar certa fama graças a um jornalista, Lauro de Freitas, que começava a fazer
dele personagem frequente em sua coluna, a ponto de muita gente supor tratar-se
de ficção e mais nada.
Adão Flores apareceu no “Yes Club”, cumprindo seu itinerário habitual. Rara era
a noite em que não comparecia ao tradicional estabelecimento da Bianca, onde
seus casos tinham grande repercussão, e onde a seu ver se reuniam as mais
prestativas ninfetas. Mas nem teve tempo de sentar-se. Uma mulher, nervosíssi-
ma, que já o aguardava, aproximou-se dele um tanto ofegante.
– Lembra-se de mim, Adão?
– Estela Lins?! Como vai o malandrão do seu marido? Anda sumido!
– É por causa dele que estou aqui. Adão, você pode me acompanhar? Meu carro
está na porta. É um caso grave.
– O que aconteceu?
– Direi tudo no carro.
Júlio Barrios, mexicano, cantor de boleros, fora um dos contratados de Adão que
mais lhe deram dinheiro nos quase dez anos em que estivera sob contrato. Seu
valor era contestado por muitos, mas até esses concordavam que o bigodudo
era o mais personalíssimo intérprete de “Perfume de Gardênia”, “Total”, “Hoy”
e “Somos”. Quando o público se cansou dele, Flores levou-o às churrascarias,
salões da periferia e cidades do interior, etapas do declínio de qualquer cantor.
Júlio não se abateu totalmente, pois, enquanto tivesse uma mulher apaixonada
a seu lado, podia levar a vida.
Estela dirigia atabalhoadamente um fusca em estado de desmaterialização.
– Disse que Júlio está assustado?

126 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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– Disse apavorado.
– Por quê?
– Telefonemas ameaçadores.
– Quem seria a pessoa?
– Ele diz que não sabe.
– Mas você acha que sim.
– Pode ser algum traficante de drogas.
– Ora, Júlio nunca mexeu com isso. Trabalhamos juntos anos a fio e nunca o vi
cheirar nada suspeito. Sua obsessão sempre foi outra...
O que o empresário-detetive imaginava era a ameaça de algum marido ou aman-
te ciumento, daí Júlio não revelar nada a Estela, sua terceira ou quarta mulher
desde que chegara ao Brasil. Apesar da decadência artística, Júlio continuava
bem-sucedido nessa modalidade esportiva. Adão conhecera diversas favoritas
do sultão mexicano, todas apaixonadas e dispostas a dividir com ele o que fatu-
rassem. Aliás, odiava mulheres ociosas e sempre lhes permitia a liberdade de
ir e vir – ao trabalho. Assim, Estela era esteticista com boa clientela; Glória, a
antecessora, possuía um sebo de livros espíritas, e Marusca, massagista, com
técnica própria, cuidava da coluna de uma legião de velhos generosos.– Júlio
sabe que veio me buscar?
– Sabe. Disse que quer tomar um cuba-libre com você, como nos velhos tempos.
– Espero que ele não acredite muito na coluna do Lauro de Freitas. Não sou tão
bom detetive assim.
– Estamos chegando.
Estela estacionou o carro diante de um pequeno edifício de três andares. O
casal morava no primeiro cujas luzes estavam acesas. Passaram por um portão
de ferro, atravessaram um pequeno corredor e chegaram à porta do apartamen-
to. A mulher abriu a porta, acendeu a luz e indicou um velho divã ao empresário.
Foi se dirigindo ao interior do apartamento, anunciando:
– Adão está aqui, querido!
O empresário-detetive largou todo o seu peso numa mirrada poltrona, que pro-
testou, rangendo. Não conhecia aquele apartamento. Júlio, sempre que mudava
de mulher, mudava também de endereço. Glória, por exemplo, fora ao super-
mercado e ao chegar em casa não o encontrara mais. Marusca não vira mais
nem sombra dele ao voltar do cabeleireiro. Júlio explicava aos amigos que seu
coração sensível não suportava despedidas. Alguns o elogiavam por isso.
– Quem é o senhor? – Adão ouviu de repente a voz de Estela, vinda do quarto,
em tom de pavor. – O que faz aqui?
Adão levantou-se: algo de anormal acontecia.
Novamente a voz de Estela, agora num grito:
– Júuuulio!
Adão deu uns passos enquanto Estela aparecia à porta do quarto, tentando
dizer alguma coisa. O detetive entrou precipitadamente. A primeira imagem que
viu foi Júlio sobre a cama, ensanguentado.
Estela apontou para a janela aberta.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 127

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– Ele fugiu!
Adão correu para a sala e Estela abriu a porta do apartamento. Os dois pre-
cipitaram-se para a rua, ela na frente. Logo adiante havia uma esquina, que o
criminoso já devia ter dobrado. Estela segurou Adão pelo braço.
– Vamos socorrer Júlio.
Regressaram ao apartamento. A lâmina toda de uma tesoura comprida estava
enterrada nas costas de Júlio. O detetive apalpou-lhe o peito. O coração já não
batia nem no ritmo lento do bolero.
Enquanto a polícia não chegava, Adão dava uma olhada no quarto. Estela, em
prantos, aguardava a presença do cunhado, um de seus únicos parentes. Flo-
res notou que algumas gavetas de uma cômoda estavam abertas. O criminoso
estivera procurando alguma coisa. No peitoril da janela, um pouco de terra, cer-
tamente deixada pelos sapatos do homem que saltara. E sobre o criado-mudo
um copo, o último cuba-libre que Júlio não terminara de beber. Sem gelo. Quem
tomaria um cuba sem gelo num calor daquele? Foi ao encontro de Estela, na
sala, e a achou dobrada sobre um divã.
– Gostaria de conversar com o zelador.
– O prédio não tem zelador, apenas uma faxineira no período da manhã.
– Acha que poderia reconhecer o homem?
– Nunca mais o esquecerei – garantiu Estela. – Era baixo, troncudo, e tinha os
olhos puxados.
– Já o vira antes?
– Não.
Adão retornou ao quarto para dar mais uma espiada. Dali a instantes a polícia
chegou: um delegado e dois tiras.
– Não mexi em nada – disse-lhes Flores. – E cuidado com o peitoril da janela.
Há terra de sapato nele. Foi por onde o criminoso fugiu.
– O senhor o viu?
– Não, mas dona Estela poderá ajudar a fazer o retrato falado dele. Ela o encon-
trou no quarto de Júlio.
O delegado encarou o detetive.
– Você não é um tal Adão Flores, metido a Sherlock?
– Sou esse tal, mas vim aqui como amigo, chamado por Estela. Júlio tinha rece-
bido uns telefonemas ameaçadores.
Adão deixou os tiras trabalharem e saiu do quarto. O criminoso saltara da jane-
la para um corredor cimentado que rodeava o edifício. Certamente ele tocara a
campainha e entrara pela porta. Antes, porém, pisara em algum jardim, como
atestava a terra do peitoril. Havia jardim à entrada do edifício?
Um dos tiras apareceu à porta com uma pergunta.
– O senhor deixou uma ponta de cigarro no cinzeiro? Há duas lá, mas só uma é
da marca que Júlio fumava.
– Só fumo em reuniões ecológicas. O criminoso deve ter tido tempo para fumar
um cigarro. Só pode ter sido ele, pois Estela não fuma.

128 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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Adão permaneceu no apartamento até a chegada da Polícia Técnica, quando
Estela Lins, no bagaço, foi levada pelo cunhado, que, antes de sair, declarou
com todas as letras:
– Júlio bem que mereceu isso. Um vagabundo, um explorador de mulheres! A
polícia não devia perder tempo procurando o assassino.
Já era madrugada quando Flores retornou ao “Yes Club”. Estava cansado, que
ninguém é de ferro. Contou a todos o que sucedera, recebendo em troca uma
informação. Júlio Barrios aparecera por lá, naquela semana, muito feliz. Uma
gravadora resolvera lançar um elepê com seus maiores sucessos, “Recuerdos”,
no qual depositava muitas esperanças. Planejava inclusive pintar os cabelos
para renovar o visual. Estava animadíssimo.
No dia seguinte, Adão Flores compareceu à polícia para prestar depoimento. Estela,
por sua vez, estava cooperando. O retrato falado do criminoso já estava pronto e
sairia em todos os jornais. O delegado, porém, já manifestava uma suspeita.
– Não gostei da cara daquele cunhado. Estela pode até estar tentando protegê-lo.
– Não creio – replicou Adão. – Era apaixonada pelo cantor.
– Mas amores passam – comentou o delegado. – Como certas modas musicais...
Adão Flores foi ao jornal onde trabalhava Lauro de Freitas.
– Quantos quilos você pesa, Lauro?
– Acha que estou engordando?
– Que mal há nisso? Os gordos são belos.
– Setenta quilos.
– Então, venha.
– Onde?
– Você tem o mesmo peso do homem que matou Barrios, segundo declaração
de Estela na delegacia.
– E isso me torna um suspeito?
– Vamos ao apartamento.
À porta do edifício, Adão identificou-se a um guarda, que vigiava o lugar desde
o assassinato. Não foi fácil convencê-lo a deixar que o detetive e o jornalista
entrassem no apartamento.
– Estamos aqui. E agora, Adão?
– Você vai fazer uma coisa, Lauro: saltar do peitoril da janela para o corredor.
Abriram a janela e o jornalista espiou.
– Altinho. Posso sentar no peitoril?
– Não, suba nele e salte.
– E se o paraquedas não abrir?
– Não salte ainda. Vou para a sala. Aguarde minhas ordens, então salte e corra
até a entrada do edifício.
Adão voltou para a sala, deu as instruções e ficou atento. Ouviu o baque dos
pés de Lauro no cimento e, em seguida, seus passos rumo ao portão. Pouco
depois, Lauro voltou à sala.
– O que quer mais. Sei plantar bananeira.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 129

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– Como atleta amador você não pode ser pago. Mas vou lhe fornecer uma bela
história para sua indigna coluna. Não tire os olhos de mim. Agora vamos à gra-
vadora Metrópole.
– Por quê?
– Porque quero pôr na cadeia a pessoa que matou o melhor intérprete de “Per-
fume de Gardênia”. Quem fez isso é meu inimigo pessoal. Não se apaga assim
um parágrafo da História.
Adão e Lauro foram à gravadora, onde o detetive conversou com o diretor-ar-
tístico. Sim, Barrios ia gravar mesmo um elepê. Esperavam vendê-lo para uns
cem mil saudosistas. E o homem fez mais, forneceu certo endereço que Flores
considerou importantíssimo.
Quando os jornais revelaram o assassino de Júlio Barrios, a melhor reportagem
certamente foi a de Lauro de Freitas, por dentro de tudo. Adão, claro, ficou mui-
to orgulhoso com a literatura que o amigo deitou sobre ele. O gordo era um saco
de vaidade. Naquele dia saiu cedo à rua para receber os louros. O porteiro de
seu hotel de duas estrelas foi o primeiro a cumprimentá-lo com uma reverência.
Logo depois, gravava uma entrevista para o rádio e uma declaração para a tevê.
Mas o local onde seus casos mais repercutiam era mesmo o “Yes Club”, sempre
ouvidos com degustada atenção por aquela senhora de cabelos prateados e
piteira longa, a Bianca, e pelo grupo de frequentadores mais íntimos. Aí, sim,
Adão assumia por inteiro o physique du rôle de detetive internacional.Na véspe-
ra, antes que os jornais publicassem a solução do enigma, Adão esteve lá para
contar tudo em primeira mão.
– Em que momento você começou a puxar o fio da meada? – perguntou a
dona da casa.
– Sou um homem do visual, da imagem – disse Flores. – Aquele cuba-libre sem
gelo me chamou logo a atenção. Júlio gostava de colocar verdadeiros icebergs
nas suas bebidas. Como não havia mais gelo e o copo voltara à temperatura am-
biente, deduzi que o crime tinha acontecido há algum tempo. Uma hora, talvez...
– Não me parece argumento suficiente para levar a conclusões – disse um ho-
mem, provavelmente um desses invejosos que estão em toda parte.
– Certamente não foi minha única dedução. Havia aquela tesoura, arma ocasional
demais para servir a um criminoso determinado, que fazia ameaças telefônicas.
O mesmo freguês, que se recusava a bater palmas para Adão, voltou a obstar:
– Usar armas da casa é um meio para implicar inocentes. Os romances policiais
sempre relatam coisas assim.
– Uma tesoura não oferece segurança – replicou Flores. – A não ser que o cri-
minoso tivesse sido um alfaiate...
Bianca tinha outra pergunta a fazer:
– Houve roubo? As gavetas estavam todas abertas, não?
– Elas não foram simplesmente abertas, algumas estavam vazias. E sabe quem
as esvaziou? O próprio Júlio.
– O que havia nas gavetas? – perguntaram. – Tóxico?
– Roupas, simplesmente roupas. Encontrei-as em uma pequena mala. Mas me dei-
xem prosseguir. O que consolidou minhas suspeitas foi uma questão de acústica.
– Disse acústica?

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– Disse. Aí o nosso Lauro ajudou muito. Seu peso equivale ao do homem visto
por Estela. Fui com Lauro ao apartamento de Júlio e pedi que saltasse da janela
e depois corresse até o portão. Eu me plantei na sala, como na noite do crime.
E ouvi perfeitamente o baque e depois os passos de seus pés no cimento.
Como naquela noite eu não ouvira nada?
– Então você teve a certeza – adiantou-se Bianca.
– Faltavam ainda os motivos. Na gravadora fiquei sabendo que Barrios andava
aparecendo na companhia de uma jovem, seu novo amor. E obtive o endere-
ço dela, pois era para ela que telefonavam quando precisavam contatá-lo. Fui
procurá-la. Estava muito assustada com tudo, mas acabou se abrindo. Ela e
Barrios iam viver juntos. Apenas faltava-lhe fazer a mala.
– E a confissão veio fácil? – perguntou Bianca, equilibrada em sua piteira.
– Aconteceu na própria polícia onde fora olhar alguns suspeitos na passarela.
Pretexto. O delegado já aceitara meu ponto de vista. Eu próprio lhe contei minha
versão: Estela surpreendera Júlio quando jogava roupas na mala para sumir. Es-
premeu-o. Ele confessou. Ia deixá-la por outra mulher. O amor é algo inesperado
e o amor é fraco. Ela não gostou da letra desse bolero. Júlio vivia praticamente
à custa dela. Viu a tesoura sobre a mesa. Golpeou-o pelas costas. Depois do
choque, pensou em livrar a cara. Havia terra numa floreira. Levou um pouco
para o peitoril da janela. Deixou as gavetas abertas como estavam. E serviu
um cuba-libre ao defunto. Antes ou depois se lembrou de Adão Flores. Ele tinha
mania de bancar o detetive. Júlio sempre seria disso. Decidiu ir buscá-lo. Se o
encontrasse, a encenação seria perfeita. Quanto à segunda ponta de cigarro,
ela mesma esclareceu que a apanhara no “Yes”, enquanto esperava pelo deteti-
ve. Queria que ficasse bem claro que outra pessoa estivera com Júlio. Enquanto
isso, o gelo do último cuba-libre derretia, pois o cadáver não podia renová-lo.
– Ela agiu como uma perfeita atriz – comentou Bianca. – E que grande talento!
Adão Flores concordou:
– Apenas participei como ator convidado.
(Transcrito de Para gostar de ler: histórias de detetive.
São Paulo: Ática, 1992, p.86-93).
©Marcos Rey

2ª Momento – Análise dos recursos


discursivos
Encaminhamento
„„Após a leitura compartilhada, o professor retomará a conversa com os alu-
nos sobre contos de mistério, procurando levantar com eles, que elementos
existem nesses gêneros. Depois, deverá voltar ao texto O último cuba-libre
buscando os elementos, registrando-os na lousa ou em uma folha de papel
pardo, de acordo com os itens do quadro da atividade 3C. O cartaz ficará ex-
posto na classe, durante todas as aulas.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 131

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„„Aspectos que devem ser observados no texto:
•• O que aconteceu no conto e por quê?
•• Onde aconteceu? Quando aconteceu?
•• Qual é o enigma a resolver?
•• Quem são os protagonistas, as personagens e suas características?
•• Quem narra os fatos?
•• Quais tempos verbais são utilizados para marcar o narrador e o falante?
•• Quais características do gênero conto de mistério podemos identificar no texto? e
•• Quais são os recursos coesivos e expressões temporais utilizados pelo autor
para deixar o texto misterioso dando o suspense à trama?

ATIVIDADE 3B – COMPARANDO
DOIS CONTOS DE MISTÉRIO

Objetivos

„„Ampliar conhecimento sobre o gênero, discutindo sua definição.


„„Ampliar o repertório de Contos de Mistério.
„„Comparar Contos de mistério.

Planejamento

„„Organização do grupo: a atividade será realizada em duplas, com discussões


ao final.
„„Materiais necessários: textos que foram lidos pelos alunos: “O último cuba-
-libre” de Marcos Rey e texto escolhido para a primeira leitura do projeto.
„„Duração aproximada: duas aulas de 50 minutos.

Encaminhamentos
„„Os alunos deverão ler os dois contos de mistério.
„„A seguir, organize os alunos em duplas e explique-lhes que deverão fazer a
leitura e comparar os dois contos de mistério, preencher uma tabela, anali-
sando o que os contos apresentados têm em comum e diferentes.
„„No coletivo, socializar o que cada dupla descobriu. Durante a socialização, o
professor deverá observar se os alunos levantaram os seguintes aspectos:

132 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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a. Narrador: quem narra a história participa ou não do enredo?
b. Personagens: como os personagens são descritos nos dois contos?
c. Elementos de mistérios como se apresentam?
d. Quais são os temas abordados? e
e. Os fatos apresentados são reais ou ficcionais?

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

Para realizar esta atividade, você lerá novamente, com seu professor, o conto
“O último cuba-libre” e o conto lido no início do projeto.

Depois, reúna-se com seu colega e procure descobrir o que os dois contos
têm em comum e quais são as diferenças entre eles. A seguir, converse com ele e
organizem, na tabela abaixo, as informações levantadas.

QUADRO COMPARATIVO DOS DOIS CONTOS

O QUE OS CONTOS TÊM EM COMUM? O QUE OS CONTOS TÊM DE DIFERENTE?

ATIVIDADE 3C – AMPLIANDO
O REPERTÓRIO: CONTOS DE MISTÉRIO

Objetivos

„„Ampliar o repertório sobre contos de mistério.


„„Identificar expressões linguísticas presentes nos contos de mistério.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 133

12239 Guia 5 ano professor.indd 133 10/29/14 12:12 PM


Planejamento

„„Organização do grupo: a atividade inicialmente é coletiva, e os alunos podem


permanecer em suas carteiras. Depois, eles se organizarão em duplas, pre-
viamente definidas pelo professor.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: 50 minutos.

Encaminhamento

„„Converse com os alunos para apresentação das finalidades da atividade.


„„Oriente-os para que saibam que, no primeiro momento, trabalharão coletiva-
mente e, depois, em duplas indicadas por você. Planeje a atividade de modo
que os alunos possam colaborar um com o outro; não se esqueça de analisar
se a interação entre a dupla pode ser efetivamente produtiva.
„„Leia o conto “Se eu fosse Sherlock Holmes” e pergunte a eles se entende-
ram, se têm algum aspecto para comentar. Recupere com os alunos as ca-
racterísticas do gênero conto de mistério em relação aos seguintes aspectos:
JJ O que aconteceu no conto e por que ocorreu?
JJ Onde aconteceu?
JJ Quem são os protagonistas, as personagens e suas características?
JJ Quem narra o conto?
JJ Qual o enigma se pretende resolver?
„„Após esse momento, inicie a análise coletiva da escrita desse conto, salien-
tando a presença de verbos no pretérito, como exemplo: “Passei dias espe-
rando ....”,; “Conclui melancolicamente” ; marcas do discurso direto: “– Co-
mo vai seu marido?” e indireto: “Sugeri logo que ninguém entrasse no quarto.
Ninguém!, marcadores temporais: Mostrei-lhe o relógio para que visse que o
tempo estava passando;......;”Quando sinhazinha chegara, subira logo” ......ca-
racterísticas dos personagens do ambiente, de objetos e “ Um anel com três
grandes brilhantes, de um certo mau gosto, espetaculoso, mas que valia de
sessenta a oitenta contos...”; “Sinhazinha compôs magicamente, imediatamente
o mais encantador dos sorrisos...” Palavras/expressões “de muita delicadeza
extasiados inesquecível temida maravilhados inconfundível magnífico, perto
da praça vazia repentinamente lentamente sem fazer barulho sorrateiramen-
te junto a um orelhão rente às paredes dos prédios muito tarde sem pressa.”
„„Solicite aos alunos que registrem, em seu caderno, as expressões levan-
tadas coletivamente por vocês. Quando tiverem terminado de identificar as
expressões do conto “Se eu fosse Sherlock Holmes”, peça-lhes que se re-
únam em duplas, previamente definidas por você, e complementem a lista

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de expressões analisando também outros contos entre os que foram lidos
até o momento.
„„Quando tiverem terminado, socialize as informações observadas pelos alu-
nos, registrando, num cartaz, as expressões levantadas. Elas poderão ser
úteis para consultas posteriores, quando as crianças tiverem que produzir
seus contos para a coletânea.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. Vamos ler o conto: “Se eu fosse Sherlock Holmes”.

Se eu fosse Sherlock Holmes


Medeiros e Albuquerque
Os romances de Conan Doyle me deram o desejo de empreender alguma faça-
nha no gênero das de Sherlock Holmes. Pareceu-me que deles se concluía que
tudo estava em prestar atenção aos atos mínimos. Destes, por uma série de
raciocínios lógicos, era sempre possível subir até o autor do crime.
Quando acabara a leitura do último dos livros de Conan Doyle, meu amigo Alves
Calado teve a oportuna nomeação de delegado auxiliar. Íntimos, como éramos,
vivendo juntos, como vivíamos na mesma pensão, tendo até escritório comum
de advocacia, eu lhe tinha várias vezes exposto minhas ideias de “detetive”.
Assim, no próprio dia de sua nomeação ele me disse:
– Eras tu que devias ser nomeado!
Mas acrescentou, desdenhoso das minhas habilidades:
– Não apanhavas nem o ladrão que roubasse o obelisco da avenida!
Fi-lo, porém, prometer que, quando houvesse algum crime, eu o acompanharia a
todas as diligências. Por outro lado, levei-o a chamar a atenção do seu pessoal
para que, tendo notícia de qualquer roubo ou assassinato, não invadisse nem
deixasse ninguém invadir o lugar do crime.
– Alta polícia científica – disse ele, gracejando.
Passei dias esperando por algum acontecimento trágico, em que pudesse re-
velar minha sagacidade. Creio que fiz mais do que esperar cheguei a desejar.
Uma noite, fui convidado por Madame Guimarães para uma pequena reunião
familiar. Em geral, o que ela chamava “pequenas reuniões” eram reuniões de
vinte a trinta pessoas, da melhor sociedade. Dançava-se, ouvia-se boa música e
quase sempre ela exibia algum “número” curioso: artistas de teatro, de *music-
-hall* ou de circo, que contratava para esse fim. O melhor, porém, era talvez a
palestra que então se fazia, porque era mulher muito inteligente e só convidava
gente de espírito. Fazia disso questão.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 135

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A noite em que eu lá estive entrou bem nessa regra.
Em certo momento, quando ela estava cercada por uma boa roda, apareceu
Sinhazinha Ramos. Sinhazinha era sobrinha de Madame Guimarães; casara-se
pouco antes com um médico de grande clínica. Vindo só, todos lhe pergunta-
ram:
– Como vai seu marido?
– Tem trabalhado toda a noite, com uma cliente.
– É admirável como os médicos casados têm sempre clientes noturnas...
– Má língua! – replicou ela. Ele sempre os teve.
Outra senhora, Madame Caldas, acudiu:
– Os maridos, quando querem passar a noite fora de casa, acham sempre
pretextos.
Voltei-me para o Dr. Caldas, que era advogado, e interpelei-o:
– Tem a palavra o acusado!
O Dr. Caldas não gostou da afirmação da mulher. Resmungou apenas:
– Tolices de Adélia...
O embaraço dele se dissipou, porque Madame Guimarães perguntou à sobrinha:
– Onde deixaste tua capa?
– No meu automóvel. Não quis ter a maçada de subir.
A casa era de dois andares e Madame Guimarães, nos dias de festas, tomava
a si arrumar capas e chapéus femininos no seu quarto:
– Serviço de vestiário é exclusivamente comigo. Não quero confusões.
Nisto, uma das senhoras presentes veio despedir-se de Madame Guimarães.
Precisava de seu chapéu. A dona da casa, que, para evitar trocas e desar-
rumações, era a única a penetrar no quarto que transformara em vestiário,
levantou-se e subiu para ir buscar o chapéu da visita, que desejava partir.
Não demorou muito tempo. Voltou com a fisionomia transtornada:
– Roubaram-me. Roubaram o meu anel de brilhantes...
Todos se reuniram em torno dela. Como era? Como não era? Não havia, aliás,
nenhuma senhora que não o conhecesse: um anel com três grandes brilhantes
de um certo mau gosto espetaculoso, mas que valia de sessenta a oitenta
contos.
Sherlock Holmes gritou dentro de mim: “Mostra o teu talento, rapaz!”
Sugeri logo que ninguém entrasse no quarto. Ninguém! Era preciso que a
polícia pudesse tomar as marcas digitais que por acaso houvesse na mesa
de cabeceira de Madame Guimarães. Porque era lá que tinha estado a joia.
Saltei ao telefone, toquei para o Alves Calado, que se achava de serviço nessa
noite, e preveni-o do que havia, recomendando-lhe que trouxesse alguém, perito
em datiloscopia.

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Ele respondeu de lá com a sua troça habitual:
– Vais afinal entrar em cena com a tua alta polícia científica?
Objetou-me, porém, que a essa hora não podia achar nenhum perito. Aprovou,
entretanto, que eu não consentisse ninguém entrar no quarto. Subi então com
todo o grupo para fecharmos a porta à chave. Antes de se fechar, era, porém,
necessário que Madame Guimarães tirasse as capas que estavam no seu leito.
Todos ficaram no corredor, mirando, comentando. Eu fui o único que entrei, mas
com um cuidado extremo, um cuidado um tanto cômico de não tocar em coisa
alguma. Como olhasse para o teto e para o assoalho, uma das senhoras me
perguntou se estava jogando “o carneirinho-carneirão, olhai para o céu, olhai
para o chão”.
Retiradas as capas, o zum-zum das conversas continuava. Ninguém tinha entra-
do no quarto fatídico. Todos o diziam e repetiam.
Foi no meio dessas conversas que Sherlock Holmes cresceu dentro de mim.
Anunciei:
– Já sei quem furtou o anel.
De todos os lados surgiam exclamações. Algumas pessoas se limitavam a in-
terjeições: “Ah!”, “Oh!”. Outras perguntavam quem tinha sido.
Sherlock Holmes disse o que ia fazer, indicando um gabinete próximo:
– Eu vou para aquele gabinete. Cada uma das senhoras aqui presentes fecha-
-se ali em minha companhia por cinco minutos.
– Por cinco minutos? – indagou o Dr. Caldas.
– Porque eu quero estar ao mesmo tempo com cada uma, para não se poder
concluir da maior demora com qualquer delas que essa foi a culpada. Serão
para cada uma cinco minutos cronométricos.
O Dr. Caldas voltou, gracejando:
– Mas V. veja o que faz. Não procure namorar minha mulher, senão eu lhe dou
um tiro.
Houve uma hesitação. Algumas diziam estar acima de qualquer suspeita, ou-
tras que não se submetiam a nenhum inquérito policial. Venceu, porém, o parti-
do das que diziam “quem não deve não teme”. Eu esperava, paciente. Por fim,
quando vi que todas estavam resolvidas, lembrei que seria melhor quem fosse
saindo, despedir-se e partir.
E a cerimônia começou. Cada uma das senhoras esteve trancada comigo justa-
mente os cinco minutos que eu marcara.
Quando a última partiu, saiu do gabinete, achei à porta, ansiosa, Madame Gui-
marães:
– Venha comigo – disse-lhe eu.
Aproximei-me do telefone, chamei o Alves Calado e disse-lhe que não precisava
mais tomar providência alguma, porque o anel fora achado.

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Voltando-me para Madame Guimarães entreguei-o então. Ela estava tão ner-
vosa que me abraçou e até beijou freneticamente. Quando, porém, quis saber
quem fora a ladra, não me arrancou nem uma palavra.
No quarto, ao ver Sinhazinha Ramos entrar, tínhamos tido, mais ou menos, a
seguinte conversa:
– Eu não vou deitar verdes para colher maduros, não vou armar cilada alguma.
Sei que foi a senhora que tirou a joia de sua tia.
Ela ficou lívida. Podia ser medo. Podia ser cólera. Mas respondeu firmemente:
– Insolente! É assim que o senhor está fazendo com todas, para descobrir a
culpada?
– Está enganada. Com as outras converso apenas, conto-lhes anedotas. Com a
senhora, não; exijo que me entregue o anel.
Mostrei-lhe o relógio para que visse que o tempo estava passando.
– Note – disse eu – que tenho uma prova, posso fazer ver a todos.
Ela se traiu, pedindo:
– Dê a sua palavra de honra que tem essa prova!
Dei. Mas o meu sorriso lhe mostrou que ela, sem dar por isso, confessara in-
diretamente o fato.
E já agora – acrescentei – dou-lhe também a minha palavra de honra que nunca
ninguém saberá por mim o que fez.
Ela tremia toda.
– Veja que falta um minuto. Não chore. Lembre-se de que precisa sair daqui
com uma fisionomia jovial. Diga que estivemos falando de modas.
Ela tirou a joia do seio, deu-a e perguntou:
– Qual é a prova?
– Esta – disse-lhe eu apontando para uma esplêndida rosa-chá que ela trazia.
– É a única pessoa, esta noite, que tem aqui uma rosa amarela. Quando foi ao
quarto de sua tia, teve a infelicidade de deixar cair duas pétalas dela. Estão
junto da mesa de cabeceira.
Abri a porta. Sinhazinha compôs magicamente, imediatamente, o mais encanta-
dor, o mais natural dos sorrisos e saiu dizendo:
– Se este Sherlock fez com todas o mesmo que comigo, vai ser um fiasco
absoluto.
Não foi fiasco, mas foi pior.
Quando Sinhazinha chegara, subira logo. Graças à intimidade que tinha na
casa, onde vivera até a data do casamento, podia fazer isso naturalmente. Ia
só para deixar a sua capa dentro de um armário. Mas, à procura de um alfinete,
abriu a mesinha de cabeceira, viu o anel, sentiu a tentação de roubá-lo e assim
o fez. Lembrou-se de que tinha de ir para a Europa daí a um mês. Lá venderia
a joia. Desceu então novamente com a capa e mandou pô-la no automóvel. E
como ninguém a tinha visto subir, pôde afirmar que não fora ao andar superior.

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Eu estraguei tudo.
Mas a mulherzinha se vingou: a todos insinuou que provavelmente o ladrão
tinha sido eu mesmo, e, vendo o caso descoberto antes da minha retirada,
armara aquela encenação para atribuir a outrem o meu crime.
O que sei é que Madame Guimarães, que sempre me convidava para as suas
recepções, não me convidou para a de ontem... Terá talvez sido a primeira a
acreditar na sobrinha.
Fonte: Medeiros e Albuquerque. Se eu fosse Sherlock Holmes.
In Para gostar de ler, vol. 12. São Paulo, Ática, 1993.
©autor em Domínio Público.

2. R
 etomando o quadro com as características dos contos analisados na ati-
vidade 3B, comente com seu professor e colegas se esse conto contém as
características comuns aos demais contos até o momento. Para explicar,
procure responder às seguintes questões:

ANALISANDO O CONTO “Se eu fosse Sherlock Holmes”


ASPECTOS INFORMAÇÕES OBSERVADAS
O que aconteceu no conto e por quê?
Onde aconteceu?
Quando aconteceu?
A qual enigma se refere?
Quem são os protagonistas, as
personagens e suas características?
Quem narra os fatos?

3. C
 om seus colegas e com a ajuda de seu professor, releia o conto “Se eu
fosse Sherlock Holmes”, observando aspectos referentes ao texto escrito.
Anote-os em seu caderno.
Agora, sente-se com sua dupla de trabalho e procure, em seu livro, o conto que
foi lido. Faça a mesma análise, anotando as expressões características do conto de
mistério. Depois, compartilhe o trabalho com os demais colegas da turma.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 139

12239 Guia 5 ano professor.indd 139 10/29/14 12:12 PM


Sugestões
Você poderá retomar os contos trabalhados e destacar com os alunos os ele-
mentos linguísticos que construíram o mistério no conto. As descrições que aparecem
no texto devem ser destacadas, para isso levante os adjetivos, que foram usados
para caracterizar as personagens e os objetos em cena; ressaltar as descrições das
ações nas quais foram usados períodos curtos; mostrar também a quase ausência
de diálogos e o emprego dos verbos no pretérito.

Você pode fazer um registro das palavras selecionadas pertinentes a esse tipo
de texto como: (substantivos: crime, pistas, álibi, suspeitos, vítimas, acusados, cúm-
plices, prisão, condenação, sequestro, rapto, alguns verbos, advérbios, adjetivos),
facilitando-lhes a aquisição de repertório. Registre todas as sugestões e as deixem
expostas no papel pardo na classe. O conto de mistério, como toda narrativa, apre-
senta a seguinte estrutura: exposição do assunto, o lugar onde os fatos acontecem,
a intriga e a complicação, o clímax e o desfecho. Fazem parte também da estrutura
da narrativa dos contos de mistério, os dois focos narrativos: narrador personagem
(em primeira pessoa) e narrador onisciente (em terceira pessoa).

As atividades aqui apresentadas focarão o caráter estético do gênero, priorizando


a observação e a análise dos recursos linguísticos na construção do discurso do conto.

A seguir, apresentamos um quadro que visa a sintetizar e sistematizar algumas


características recorrentes desse gênero, que marcam o seu conteúdo temático (o que
é possível ser dito em um conto), a sua forma composicional (como se organiza o texto)
e o seu estilo (quais os recursos da língua usados para se transmitir a mensagem).

Cabe destacar que a separação desses elementos constitutivos do gênero tem


finalidade didática, visto que esses elementos interagem, dialogam entre em si e
confluem para a construção do que chamamos de conto.

CONTEÚDO TEMÁTICO
O conto apresenta um conteúdo didático. Esse conteúdo pode vir organizado
de modo a enfocar a sequência narrativa estabelecendo a causalidade entre
as partes.

FORMA COMPOSICIONAL
Em prosa os contos se organizam como uma narrativa concisa: há uma ação
que se desenvolve por meio do estabelecimento de um conflito, em geral de
natureza misteriosa, de suspense. A ação do conto é episódica. Apresenta pou-
cos episódios, que se constituem em cenas misteriosas, inesperadas, surpre-
endentes, dinâmicas, enigmáticas. O tempo reduzido constitui-se em um eixo
relevante, que contribui para o desenvolvimento do dinamismo da ação.

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ESTILO
A narração pode aparecer em 1ª ou 3ª pessoa. O narrador, com certa frequên-
cia, se coloca pessoalmente em 1ª pessoa.
A escolha das personagens colabora para o clima de mistério. São detetives,
policiais, delegados, médicos, homens ricos, por outro lado, em contraposição
a figuras decadentes, da mais baixa classe social, que transitam pela ação com
desenvoltura e dinamismo. Os ambientes são sombrios, noturnos, macabros,
povoados por indivíduos melancólicos, pessimistas.
A linguagem emprega a variedade padrão da língua e os verbos no pretérito,
adjetivação, advérbios e locuções adverbiais, marcadoras do tempo. Frases cur-
tas, discurso direto predominantemente.

ATIVIDADE 3D – RODA DE LEITURA

Objetivos

„„Ampliar o repertório de contos de mistério da classe.


„„Apropriar-se de comportamento leitor nas atividades de escolha, apresenta-
ção e indicação de textos lidos.

Planejamento

„„Organização do grupo: a atividade é coletiva.


„„Materiais necessários: cada aluno com a obra que escolheu e leu e roteiro
presente na Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: duas aulas de 50 minutos.

Encaminhamento

„„Converse com os alunos sobre a finalidade da atividade e como ela se de-


senvolverá.
„„Selecione anteriormente alguns títulos, conforme sugestão do quadro abaixo
e disponibilidade dos livros que existem na escola.

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Sugestões de leitura para o professor:

Berenice Detetive
Autor: João Carlos Marinho
Editora: Global
Gênero textual: narração
O livro conta as aventuras de um grupo de amigos de dez anos, da Escola
Três Bandeiras, no bairro Alto de Pinheiros, em São Paulo. O grupo, liderado
por Berenice, tenta desvendar vários mistérios que acontecem pelos bairros
da grande São Paulo.

Histórias de detetive
Autores: Conan Doyle, Medeiros e Albuquerque, Edgar Allan Poe, Jerônimo
Monteiro, Marcos Rey e Edgar Wallace.
Editora: Ática
Gênero textual: narração
O livro é uma coletânea de contos policiais de autores consagrados. Nas histó-
rias narradas são apresentados suspenses e tramas a partir do olhar de dife-
rentes personagens. No livro estão presentes os contos: O Último Cuba-Libre e
também O Fantasma da Quinta Avenida. Que serão usados nesse projeto.

O Gênio do Crime
Autor: João Carlos Marinho
Editora: Global
Gênero textual: narração
Este é o livro que faz parte da turma do gordo, uma coleção de contos de
mistério. O personagem central é seu Tomé, um homem bom, proprietário de
uma fábrica de figurinhas de futebol. Existem as fáceis e as difíceis, fabrica-
das em menor quantidade. Quem enche o álbum ganha prêmios realmente
bons. Mas surge uma fábrica clandestina que fabrica as figurinhas difíceis e
as vende livremente. O número de álbuns cheios aumenta e seu Tomé não
tem mais capacidade de dar todos os prêmios. Há uma revolta, as crianças
querem destruir a fábrica. Edmundo, Pituca e Bolachão, e mais adiante, Bere-
nice, entram em cena para descobrir a fábrica clandestina. Acontece que não
se trata de simples bandidos. A quadrilha é chefiada por um gênio do crime.
A cabeça do gordo é posta para pensar, travando-se um espetacular duelo de
inteligências, que começa pelo incrível sistema de seguir pelo avesso.

Contos de Terror e Mistério


Autor: Edgar Allan Poe
Editora: Editora do Brasil
Gênero textual: narração
O livro reúne quatro textos do autor norte-americano, adaptados em portu-
guês e inglês – ‘A caixa retangular’, ‘O último pulo do sapo’, ‘O gato preto’ e
‘Os Crimes da Rua Morgue’.

142 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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Parte A – 1ª Aula
„„Explique aos alunos que deverão selecionar, com a ajuda do professor, um
livro que contenha um ou mais contos para realizar a leitura, observando os
critérios de escolha. A intervenção deverá orientar os alunos no sentido de
observar o título da obra, o autor, a apresentação.4
„„A partir de sua escolha, realizar a leitura tendo claro o objetivo de indicar ou
não o livro lido à sua turma. Para tanto, você, professor, poderá oferecer um
roteiro para essa indicação conforme segue.

ROTEIRO PARA INDICAÇÃO DE LEITURA


1. Apresente a obra que você leu, informando:
a. título;
b. autor;
c. editora;
d. como a obra se organiza (nesse momento, você pode dar uma lida rápi-
da no sumário, se achar interessante para os colegas; não se esqueça
também de mostrar-lhes o livro, explorando capa, contracapa, dedica-
tórias, cores, projeto gráfico ou outros recursos que achar necessário
compartilhar com todos da sala); e
e. se tem ilustrações, de que tipo são – observe se são pinturas, gravuras,
fotografias; se são coloridas, se explicam ou não informações do texto
(e mostre-as para seus colegas) – e dê a sua opinião sobre elas.
2. Comente o conto que você leu, informando:
a. título;
b. onde e quando aconteceu? De que forma o autor descreve isso?
c. quem são os personagens; como o autor faz a descrição dos personagens?
d. qual enigma aparece no conto? Ele é resolvido? Como? e
e. apresente palavras/expressões características do conto de mistério que
o autor utilizou que mais lhe chamaram a atenção.
3. Apresente um conto de mistério e comente:
a. se gostou ou não e por quê;
b. se recomendaria – ou não – para a leitura dos colegas , esclarecendo o
motivo de sua afirmação ou negação; e
c. se quiser, pode ler um trecho do conto também ou, pelo menos, aquele
que você considerou mais interessante ou bonito.
„„Os alunos não precisam registrar por escrito todas essas informações. Mas
é interessante que tenham um mapa de acompanhamento das leituras que
fizerem de maneira independente, nas atividades de leitura de escolha pes-
soal, comentadas na roda.

4 Consulte o texto “O Conteúdo das Rodas de Leitores: Apreciação Estética de Materiais de Leitura”, in:
Orientações Didáticas sobre as Expectativas de Aprendizagem de Língua Portuguesa. 2014. Disponível
em: http://lereescrever.fde.sp.gov.br/SysPublic/Home.aspx (acesso em 12/03/2014).

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„„Para tanto, você pode orientá-los para que tenham colado no caderno, ou arquiva-
do em uma pasta, o roteiro para indicação de leitura – versão aluno. Esse mapa
pode ser de grande valia para você acompanhar o desempenho de seu aluno
quanto a preferências pessoais, extensão de obras que seleciona e complexi-
dade destas; quais obras ele conseguiu terminar, quais abandonou e por quê.
„„Na apresentação, esteja atento para o tipo de indicações que o aluno faz
sobre o material lido.

Parte B – 2ª aula
„„Organize o revezamento entre eles, pois nem todos contarão o que leram
nessa aula. Informe que a roda sempre se organizará pela apresentação de
um dos três (ou quatro) grupos constituídos. Esses grupos, definidos a prio-
ri, deverão se apresentar segundo o cronograma combinado previamente. É
importante que os grupos sejam organizados de forma que garantam que
tanto os alunos mais expansivos ao falar quanto os tímidos possam parti-
cipar igualmente.
„„Defina um máximo de apresentações por dia, considerando o número de alu-
nos da classe e o tempo disponível para essa aula.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

Agora, você irá participar de uma roda de leitura. Você já sabe que, nesses
momentos, deve comentar o que leu, recomendando – ou não – para seus colegas.

Neste momento, estamos estudando contos de mistério, e a sua tarefa foi se-
lecionar uma obra e comentá-la, de maneira que essa obra possa ampliar o reper-
tório de contos de mistério.

ROTEIRO PARA INDICAÇÃO DE LEITURA

1. Apresente a obra que você leu, informando:


a. título;
b. autor;
c. editora;

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d. c omo a obra se organiza (Nesse momento, você pode dar uma lida rápida
no sumário, se achar interessante para os colegas; não se esqueça tam-
bém de mostrar-lhes o livro, explorando capa, contracapa, dedicatórias,
cores, projeto gráfico ou outros recursos que achar necessários comparti-
lhar com todos da sala); e
e. se tem ilustrações, de que tipo são – observe se são pinturas, gravuras,
fotografias; se são coloridas, se explicam ou não informações do texto (e
mostre-as para seus colegas) – e dê a sua opinião sobre elas.
2. Comente o conto que você leu, informando:
a. título;
b. onde e quando aconteceu? De que forma o autor descreve isso?
c. quem são os personagens; como o autor faz a descrição dos personagens?
d. qual enigma aparece no conto? Ele é resolvido? Como? e
e. apresente palavras/expressões características do conto de mistério que o
autor utilizou que mais lhe chamaram a atenção.
3. Apresente um conto de mistério e comente:
a. se gostou ou não e por quê;
b. se recomendaria – ou não – para a leitura dos colegas , esclarecendo o mo-
tivo de sua afirmação ou negação; e
c. se quiser, pode ler um trecho do conto também ou, pelo menos, aquele que
você considerou mais interessante ou bonito.

ATIVIDADE 3E – ANALISANDO ASPECTOS


LINGUÍSTICOS DOS CONTOS DE MISTÉRIO

Objetivos

„„Analisar os contos de mistério considerando as características linguísticas


presentes no material lido até o momento.
„„Identificar os elementos essenciais de cada conto lido, explicitando a função
destes na organização de um conto, como: clímax, suspense e desfecho.

Planejamento

„„Organização do grupo: a atividade será iniciada coletivamente e na sequên-


cia em grupos.

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„„Materiais necessários: textos dos contos “Se eu fosse Sherlock Holmes” e
“O último cuba-libre” lidos anteriormente e questões orientadoras da análise
(quadro de análise), que consta da folha de Atividade 3E.
„„Duração aproximada: duas aulas de 50 minutos.

Encaminhamento

„„Retome o capítulo 1 do conto “O último cuba-libre” cuja leitura foi feita an-
teriormente.
„„Converse com os alunos sobre o propósito da atividade e a maneira como se
desenvolverá. Oriente-os a respeito da organização em grupos de quatro alunos.
„„Leia a consigna da atividade e faça, coletivamente, a análise do conto: “O
último cuba-libre”, para que os alunos se familiarizem com a tarefa. Focalize
como a história se inicia, anotando o título do conto e seu início na lousa,
conforme o quadro sugerido.
„„Busque no texto junto com os alunos o trecho onde apresenta o início da
complicação e como foi solucionado completando o quadro.
„„A seguir, deixe que os alunos continuem o trabalho fazendo o mesmo com o
outro conto. Passe nos grupos e vá orientando-os de maneira que consigam
observar os aspectos importantes.

CONTO COMO INICIA CLÍMAX DESFECHO

Se eu fosse
Sherlock Holmes

O último cuba-
libre

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ D
_ ATA _____ /_____ /_____

1. Vamos retomar o conto “O último cuba-libre” cuja leitura já foi feita, e coleti-
vamente, fazer a análise do modo como começa, do trecho onde apresenta o
início da complicação e como foi solucionado assim como o tema central que
aborda. Para organizar melhor as informações, preencha o quadro a seguir.

146 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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CONTO COMO INICIA CLÍMAX DESFECHO

Se eu fosse
Sherlock Holmes

O último
cuba-libre

2. Vamos retomar o conto “Se eu fosse Sherlock Holmes” cuja leitura já foi feita, e
em grupo, faça a análise do modo como o texto começa, do trecho onde apre-
senta o início da complicação e como foi solucionado assim como o tema central
que aborda. Para organizar melhor as informações, preencha o quadro acima.

Orientações:
Professor, para ampliar o repertório sobre o gênero contos de mistério, é preci-
so garantir em sua rotina permanente uma situação de leitura programada (em
capítulos), do conto “O fantasma da Quinta Avenida”, anexo neste material, pois
este será utilizado posteriormente.

ATIVIDADE 3F: ANALISANDO


OS RECURSOS LINGUÍSTICOS
DOS CONTOS DE MISTÉRIO

Objetivos

„„Ampliar o repertório de contos de mistério.


„„Analisar os recursos linguísticos utilizados pelo autor para descrever os per-
sonagens, o ambiente e os aspectos temporais.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 147

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Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade será realizada coletivamente no início e,
depois, individualmente.
„„Materiais necessários: cópia do texto do conto O Fantasma da Quinta Ave-
nida para os alunos.
„„Duração aproximada: duas aulas de 50 minutos.

Encaminhamento
„„Proponha a leitura do conto O Fantasma da Quinta Avenida com foco na aná-
lise dos recursos linguísticos utilizados pelo autor para descrever os perso-
nagens, a ambientação e os aspectos temporais. Peça que os alunos orga-
nizem esses aspectos no quadro abaixo, como por exemplo:

Recursos linguísticos para descrição Recursos linguísticos para


Aspectos temporais
dos personagens descrição da ambientação
“Gracioso passo e um luminoso sorriso...” “casa sempre tão calma.” “de súbito...”
“Corpo atarracado...” “os móveis em perfeita ordem, e a “nesse momento...“
“voz fanhosa...” janela aberta para a noite negra e “naquela noite...”
“olhos amortecidos” silenciosa.”
“barbicha em ponta...” “a alma da noite era completa”

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ DATA _____ /_____ /_____

O FANTASMA DA QUINTA AVENIDA


Este conto foi extraído do livro Aventuras de Dick Peter (1940).
Jerônimo Monteiro

I – APARECE O FANTASMA
Dick Peter chegou à casa de Mary às oito horas da noite. O senhor Patrick havia
saído numa viagem, e Dick foi introduzido no luxuoso salão de visitas.
Seus olhos não se despegavam da escadaria de mármore por onde Mary costu-
mava descer com seu gracioso passo e um luminoso sorriso nos lábios.
Passaram-se cinco minutos, mas Dick não estranhou a demora... As mulheres,
quando se trata de melhorar a sua beleza, não têm muita pressa...

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De súbito, um grande grito encheu a casa toda. Era um grito de mulher, lanci-
nante, terrível, que provocou no moço um forte estremecimento e lhe deu a viva
intuição de que alguma desgraça acabava de acontecer.
Dick Peter era homem de ação, e não demorou mais de dois segundos para
entrar em atividade. Aos pulos, galgou a escadaria de mármore e chegou ao
primeiro andar, onde eram situados os aposentos de Mary.
Lá em cima estava tudo em silêncio, mas, de baixo, vinha o ruído do tropel dos
criados que corriam para ver o que teria acontecido na casa sempre tão calma.
A porta do quarto de Mary estava fechada por dentro, e Dick descarregou sobre
ela uma forte pancada.
Ninguém respondeu. Nesse momento, os criados chegavam ao lado de Dick,
falando todos ao mesmo tempo, assustados, desorientados e cheios de medo.
– Silêncio! – gritou Dick. – Onde está a governante? Uma senhora idosa, trêmula
e pálida de medo, aproximou-se.
– Onde está a chave deste quarto?
– Está lá embaixo... – Vá buscá-la! Depressa!
A mulherzinha pôs-se a descer a escadaria, o mais rapidamente que lhe permi-
tiam as suas velhas e entorpecidas pernas.
Mas Dick não podia esperar. A sua impaciência era grande demais. Fazendo recu-
ar a criadagem, afastou-se alguns passos e atirou o corpo contra a porta. Houve
um forte estalido. Mas a porta ainda não cedera. Dick afastou-se novamente e
atirou-se com a maior força que possuía. Desta vez, a porta abriu-se com violên-
cia, arrancando lascas do batente.
Os criados iam precipitar-se para dentro, mas Dick fê-los parar com um gesto, e
entrou sozinho.
Dentro do quarto, Mary estava estendida no chão, pálida como um cadáver e
segurando ainda na mão crispada um arminho de pó de arroz.
Nada mais.
Os móveis em perfeita ordem, e a janela aberta para a noite negra e silenciosa.
Dick abaixou-se e procurou sentir o coração da moça. Pareceu-lhe que ele não
batia mais; insistindo, no entanto, sentiu que o coração lhe pulsava ainda, em-
bora levemente.
Ajoelhado ainda sobre o corpo, voltou-se e gritou para os criados:
– Vão chamar um médico, depressa!
Imediatamente, dois criados se atiraram pela escada abaixo.
Enquanto isso, Dick levantou o corpo de Mary como se ela fosse uma boneca e
depositou-o sobre o leito, pondo-se a friccionar-lhe ansiosamente as mãos.
Depois, mandou vir um copo de água, que foi derraman­do, gota a gota, entre os
descorados lábios de sua amada.
Alguns minutos depois, entrava no quarto o Dr. Sammy Cave, que morava no
palacete vizinho.
– Que aconteceu aqui? – foi ele perguntando com sua voz fanhosa.
– Não sei, doutor. Eu estava lá embaixo, quando ouvi um grito e corri para cima,
vindo encontrar a senhorita Mary neste estado, estendida no chão.

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Enquanto falava, Dick ia examinando a fisionomia do médico, e não ficou gostando
muito dele. Com seu corpo atar­racado, com sua voz fanhosa, seus olhos amortecidos
e sua barbicha em ponta, o Dr. Cave tinha, realmente, no aspecto qualquer coisa de
repulsivo que impressionava mal logo à primeira vista. Dick, porém, procurou esque-
cer-se disso, para pensar somente em Mary e nos cuidados de que ela precisava.
Depois de ter examinado a moça, o Dr. Cave voltou para Dick os seus olhos
amortecidos e disse:
– Não é coisa de importância. Ela deve ter sofrido um susto qualquer e perdeu
os sentidos. Mas ficará logo boa. Depois, com 24 horas de repouso, não terá
mais nada.
Em seguida, receitou qualquer coisa, dizendo a Dick:
– Enquanto o remédio não chegar, não lhe façam nada.
Deixem-na em repouso.
– Mas eu não vou deixá-la aqui sozinha...
– É melhor deixá-la – disse o médico.
– Bem – respondeu Dick contrariado. – Se acha isso necessário, sairei.
E todos se retiraram, descendo as escadas. Dick, no en­tanto, preso por um pres-
sentimento qualquer, não foi para baixo. Colocou uma poltrona ao lado da porta
do quarto e sentou-se ali, para velar.
Alguma coisa má lhe apertava o coração. Dir-se-ia que um mal-estar, pouco a
pouco, dominava todo o seu ser.
Sentado na sua poltrona, ele apurava cuidadosamente o ouvido, para surpreen-
der qualquer rumor, e nem sabia por que fazia isso.
Assim se passou meia hora.
Por fim, a tensão nervosa de Dick tornou-se tão violenta que ele não pôde supor-
tar mais. Levantou-se, com o máximo cuidado, entreabriu a porta. A princípio, a
meia-luz que reinava dentro do quarto, em contraste com a iluminação forte do
corredor, não o deixou ver nada.
De repente, porém, pareceu-lhe que havia um vulto branco junto à janela. Era um
vulto alto, de formas indefinidas.
Pensou que poderia ser Mary delirando, e chamou:
– Mary!
Imediatamente o vulto teve um sobressalto e fez um gesto, como quem vai saltar
a janela. Nesse mesmo instante, Dick, olhando para o leito, viu que Mary conti-
nuava estendida na cama. E viu também que o vulto trazia um lençol, ou coisa
parecida, atirado pela cabeça, cobrindo-lhe o corpo todo.
Então, Dick abriu completamente a porta e avançou.
O fantasma deu outro impulso para saltar a janela. Dick, rápido como um raio,
puxou do revólver e atirou sobre ele.
A fumaça escureceu tudo, mas Dick viu ainda o fantasma pular a janela, desapa-
recendo instantaneamente.

II – A MORTE DE BOB
Vendo o vulto cair, Dick Peter não perdeu tempo. Dirigiu-se para a porta e, ao sair, es-
barrou com os criados, que vinham novamente subindo, espavoridos com aquele tiro.
– Fiquem aqui dois homens e a governante – disse Dick –, e os outros desçam
comigo.

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Ele não parou para dar aquela ordem. Quando terminou a frase, já estava embaixo
da escada. Dois homens partiram atrás dele e, em menos de um minuto, estavam
os três no parque, ao fundo da casa, para onde dava a janela do quarto de Mary.
– Estava um vulto dentro do quarto – explicou Dick aos homens –, eu atirei e ele
caiu para fora. Deve andar por aqui.
E os três homens puseram-se a procurar o vulto, que, forçosamente, devia
estar ferido.
Mas, por mais que procurassem, nada encontraram. Esquadrinharam o parque
todo, foram até os altos muros que o separavam da rua, sem conseguir descobrir
rasto algum do misterioso vulto.
– Ora esta! – dizia Dick intrigado. – Eu tenho a certeza de ter avistado um vulto.
Pode ser que a bala não lhe tenha pegado, mas fatalmente ele deve ter-se atira-
do da janela. Não há escada alguma... Por onde diabo teria ele sumido?
Os três homens reuniram-se novamente sob a janela, procurando vestígios no
chão. Um dos criados foi buscar uma lanterna elétrica, e começaram uma inves-
tigação meticulosa nos arredores.
É verdade que não se poderiam encontrar sinais de pés, porque um passeio de
cimento, de dois metros de largura, rodeava o edifício todo. Ao lado desse pas-
seio havia uma alameda asfaltada, estendendo-se em seguida o gramado.
Mas, se não era fácil encontrar sinais de pés, Dick esperava encontrar pingos de
sangue, ou outra qualquer coisa. Mas nada encontrou. Nem o mínimo sinal que
lhe fornecesse qualquer indício sobre o extraordinário desaparecimento.
De repente, Dick levantou os olhos e começou a pensar numa coisa: Como po-
deria o vulto ter subido até à janela? A altura não era muita, apenas uns cinco
metros, mas as paredes eram lisas, sem ornamento algum onde uma pessoa se
pudesse firmar. Por baixo da janela do quarto de Mary havia apenas um vitral en-
caixado, que dava para a escada de serviço. Por ali ninguém poderia ter subido.
O olhar de Dick fixou-se no fio do para-raios, que descia ao lado da janela. Mas
como poderia um homem trepar por ali? E Dick experimentou subir, não o conse-
guindo. O arame cortava as mãos e a pele queimava-se ao escorregar.
– Por aqui, ele não pode subir -– disse Dick.
– Só se ele foi voando – disse um dos criados.
Dick lançou-lhe um olhar de mau humor. O momento não era para brincadeiras.
O outro criado, com o terror estampado no rosto, murmurou:
– Quem sabe se era um fantasma?
– Qual fantasma, nem meio-fantasma! Quem é que acredita em fantasmas?
– Sim – balbuciou o criado nervoso –, mas ele não pôde subir nem descer por
aqui. Sumiu. O senhor deu-lhe um tiro, e não o feriu ... Isso só pode acontecer
com um fantasma ...
Dick viu que, a seu pesar, teria que aceitar aquela hipótese absurda, se não en-
contrasse a explicação racional do caso.
Vendo que nada lhe adiantava andar por ali de um lado para outro resolveu subir,
para ver como Mary ia passando.
Ela estava voltando a si, com o semblante ainda alterado pelo terror.
Vendo o noivo, agarrou-se a ele desesperadamente. Parecia procurar proteção
escondendo a sua cabecinha loura no largo peito de Dick Peter.
– Vamos, querida, vamos ... Já passou tudo ... Que lhe aconteceu?

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– Dick! Que coisa horrível – repetia ela cheia de medo. – Que coisa horrível! Pa-
rece até que foi um pesadelo!
– Não pense mais nisso, querida. O que você viu foi uma alucinação ...
– Não foi, Dick. Eu vi!
– Mas viu o quê? Pois não havia coisa alguma aqui!
– Havia, sim, Dick. Eu vi. Que horror!
– Seja razoável, Mary. Estamos no coração da maior cidade do mundo, e você vê
coisas que só se justificariam numa aldeia de cafres! Que foi que você viu, afinal?
– Um fantasma. Eu estava passando pó de arroz quando, pelo espelho, vi qual-
quer coisa que se movia junto da janela. Fiquei gelada, e o meu coração parou.
Mas voltei-me rapidamente e vi um vulto branco, um fantasma! ...
– Ora, Mary, vamos, raciocine. Você bem sabe que essas histórias de fantasmas
são tolices. Você teve uma alucinação. Procure dormir, e tudo passará. Amanhã,
com a luz do sol, você rirá desses sustos ...
– Não, Dick. Nunca mais me esquecerei disto!
– Sossegue. Procure dormir.
– Você não sairá daqui, não, Dick? Tenho tanto medo ...
– Não. Não sairei. Procure dormir.
Mary ajeitou-se na cama, e Dick arrastou uma poltrona para junto do leito, insta-
lando-se nela.
Os criados retiraram-se e um deles, Bob, a uma ordem de Dick, sentou-se do lado
de fora da porta, onde Dick estivera havia pouco.
Ao contrário do que esperava, Mary não tardou em adormecer. Meia hora depois de
haver trocado com Dick as últimas palavras, já dormia. Mas era um sono agitado.
Quando percebeu que Mary dormia, Dick levantou-se da poltrona e foi até à
janela. Olhou para fora, sem ver nada de suspeito. Depois, olhou para o chão,
por acaso. E teve um sobressalto. Havia sobre o tapete uma coisa que o deixou
estupefato: era a bala deflagrada do seu revólver.
Apanhou-a e examinou-a. Estava perfeita, sem um arranhão, sem uma amolgadu-
ra. Dick estava completamente tonto. Como poderia ter acontecido aquilo?
De repente, ele teve uma ideia. Pôs a bala no bolso do colete e saiu do quarto.
Na porta, falou a Bob, em voz baixa:
– Bob, eu vou sair, e talvez demore ... Talvez só volte pela manhã ... Você, fique lá
dentro do quarto, sentado onde eu estava. Não adormeça, porque a gente nunca
sabe o que pode acontecer. A coisa não está muito boa, não ...
Bob não disse uma palavra. Entrou no quarto e tomou o lugar de Dick.
Então, mais sossegado, Dick desceu pela escadaria, e, pouco depois, os pesa-
dos portões do parque batiam.
Bob não era homem que tivesse medo. Achava toda aquela história absurda e
não se sentia, de modo algum, aterrorizado, como pareciam todos os outros.
Por isso, comodamente sentado, tirou do bolso um livro de capa vermelha, que
começou a ler com todo o interesse.
Leu durante uma hora. Depois, o sono veio chegando insidiosamente. Bob foi
até a janela e, por desencargo de consciência, examinou os arredores. A calma
da noite era completa. Não se ouvia ruído algum, fora o barulho de costume da
cidade, que, para quem está habituado, não se conta.

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Depois de examinar tudo, voltou à poltrona, disposto a dormir, certo de que não
havia perigo algum por perto.
Estendeu as pernas, guardou o livro no bolso e descansou a nuca sobre o encos-
to da poltrona, fechando em seguida os olhos.
Agora, dentro do enorme palacete, o silêncio era completo.
Mary, de vez em quando, era levemente agitada por algum sonho mau. Bob, de
frente para a janela, pernas estendidas, mãos cruzadas sobre o ventre, cabeça
recostada para trás, dormia na maior das venturas.
E os minutos foram-se passando.
No meio do silêncio, de repente ouviram-se as pancadas de um carrilhão batendo
os quartos, seguidos de uma pancada sonora, trêmula, prolongada.
O som do carrilhão tremulava ainda no ar, quando a janela que Bob se esquecera
de fechar começou a mover-se ...
E um vulto branco, enorme, apareceu. O seu rosto estava coberto. Depois, lenta-
mente, o vulto ergueu a mão que segurava um tubo de taquara, e levou a ponta
do tubo à boca. Ouviu-se um leve sibilar, e Bob teve um estremecimento violento.
Em seguida, a cabeça do criado moveu-se para diante e pendeu pesadamente so-
bre o peito, enquanto o seu rosto se encobria com as cores sombrias da morte ...

III – A POLÍCIA FAZ PERGUNTAS


Assim que a cabeça de Bob pendeu pesadamente sobre o peito, o fantasma pe-
netrou no quarto e foi direito a ele. Pegou-lhe no queixo e levantou-lhe a cabeça.
No mesmo instante, fez um gesto de contrariedade e largou a cabeça, que tornou
a pender, inerme. Evidentemente, ele não esperava ver Bob morto, mas outra
pessoa...
Em seguida, o vulto apanhou uma pequena seta que estava caída sobre as per-
nas do morto e guardou-a sob o pano que o cobria. Feito isso, voltou-se para a
moça adormecida.
O semblante de Mary estava pálido e as suas feições deixavam adivinhar que
havia dentro de seu peito uma grande agitação.
O fantasma pareceu hesitar. Durante alguns segundos o seu corpo balançou le-
vemente entre a cama e a poltrona. Ora parecia querer abaixar-se para o morto,
ora parecia decidido a dirigir-se ao leito.
Nesse momento, ouviram-se passos subindo a escada. O vulto hesitou ainda um
instante, depois correndo para a janela pulou-a, desaparecendo.
Quase imediatamente depois, a porta abriu-se e Dick Peter entrou. Olhando para
Bob, Dick ficou contrariado, e resmungou:
– Seu malandro... esqueceu o seu dever... adormeceu...
E aproximando-se de Bob pôs-lhe a mão sobre o ombro, sacudindo-o. Mas o cor-
po do pobre criado curvou-se todo sobre si mesmo e rolou para o chão.
Dick Peter, a custo, susteve um grito. Abaixou-se e examinou o corpo caído, veri-
ficando que o homem estava morto.
E o seu rosto empalideceu de raiva e terror.
– Agora, a coisa é mais séria – disse ele em voz alta – temos um morto ... Pobre
Bob ... Agora, é pior...
Levantou-se, percorreu o quarto com os olhos, dando com o telefone. Dirigiu-se
a ele rapidamente, e discou.

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– Alô! Ponha-me em comunicação com a Polícia ... rapidamente ... Sim...
– Alô! Alô! É o Chefe de Polícia? Sim? Perfeitamente.
Aqui é da casa de Mister Olivian Patrick, Quinta Avenida 202. Acaba de ser co-
metido um crime ... Perfeitamente ... Já? Muito bem ... Quem está falando aqui
é Dick Peter...
Dick tornou a pousar o aparelho e apertou o botão da campainha que se achava
ao lado dele. Pouco depois, a velha governante aparecia envolvida num peignoir,
e com os olhos vermelhos.
– Pronto – ia ela dizendo, mas, ao ver o corpo de Bob estendido no chão, deu um
grito, apavorada.
– Deus do céu! Que aconteceu?
– Psiu! Não a acorde! – disse Dick olhando ansiosamente para Mary adormecida.
A velha governante levou as mãos à boca, como para se impedir de gritar, e arre-
galou tanto os olhos que eles pareciam querer saltar das órbitas.
– Meu Deus! Meu Deus! – gemia ela. – Como foi isto? Que aconteceu aqui?
– Silêncio! – recomendou Dick – não se ponha nervosa. Os outros criados estão
dormindo?
– Estão sim. Céus! Que coisa horrível!
– Bem. Deixe-se de lamentações. Vá lá para baixo e espere os homens da Po-
lícia, que vão chegar. Quando entrarem, traga-os aqui para cima. Compreendeu
bem? Então, vá.
A velha parecia estar com os pés presos ao soalho, mas arrancou-se, afinal, e
foi descendo.
Dick abaixou-se junto ao corpo de Bob e pôs-se a examiná-lo cuidadosamente,
sem lhe tocar. Foi assim que viu uma pequena mancha arroxeada no seu pesco-
ço, acima do colarinho.
– Uma zarabatana – murmurou. – Mataram-no com uma zarabatana ... Quem será
o criminoso? .. Deve ser o tal fantasma ... Ah! Se eu o agarrar! ... E isso talvez
fosse para mim ... A desgraça de Bob, naturalmente, foi estar dormindo com a
cabeça voltada para trás. O criminoso não lhe pôde ver a fisionomia, e teve um
excelente alvo no pescoço ... Se lhe tivesse visto a cara, talvez não o matasse ...
Nesse momento, ouviram-se passos embaixo. Eram os homens da polícia, que che-
gavam. Passos apressados subiram a escadaria, e três homens apareceram à porta.
Um deles adiantou-se e disse: – É o Sr. Dick Peter?
– Sim. Estou falando com o inspetor Morris, não é?
– Perfeitamente, Sr. Dick. Que se passou aqui?
– Têm-se passado coisas extraordinárias nesta casa, desde ontem à noite ...
– Bem, conte o que sabe, em ordem.
Dick Peter, vagarosamente, contou tudo o que se passara desde às oito horas da
noite, e que nós já conhecemos bem, até ao encontro do cadáver de Bob.
– Mas – perguntou o inspetor –, por que saiu o senhor, deixando Bob aqui? Que
foi fazer?
E o olhar do inspetor fixava-se duramente em Dick Peter. Dick pareceu ficar um
tanto perturbado e respondeu:
– O senhor conhece-me, inspetor. Peço licença, por enquanto, para não dizer
nada sobre isso. Preciso de mais algum tempo para poder confirmar uma suspei-
ta. Então terei todo o prazer em comunicar-lhe.

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O inspetor olhou para ele desconfiado, mas não insistiu. Dick, metendo a mão
no bolso, tirou a bala que recolhera de sobre o tapete e apresentou-a ao inspetor
Morris. – Foi essa bala que eu atirei no fantasma...
Morris pegou no pequeno pedaço de chumbo, muito interessado. Viu que ele não
tinha amolgadura alguma, e passou-o ao outro policial que estava ao seu lado.
– Que lhe parece isto, sargento? – perguntou ele.
– Realmente – falou o outro examinando a bala –, isto é interessantíssimo ... Sr.
Dick, tem aí a arma com que deu este tiro?
– Sim – respondeu Dick, entregando uma arma ao sargento.
– Permita-me que a guarde, por algum tempo ...
– Bem – disse o inspetor Morris, dirigindo-se à velha governante, que ainda tremia
–, acorde todos os criados e mande-os ficar lá embaixo. Vamos interrogá-los.
Depois, para um dos homens:
– Doutor, faça o favor de examinar esse homem. – E, dirigindo-se para outro,
acrescentou: – Sargento, vá lá para fora e proceda às investigações necessárias.
Eu vou examinar este quarto e, depois, interrogarei os criados.
O médico abaixou-se sobre o cadáver de Bob, e o sargento saiu. Então, Dick,
dirigindo-se ao médico, falou:
– Doutor, seria bom tirar daqui a senhorita Mary. Ela já sofreu um grande abalo
hoje e o seu médico disse que ela não pode sofrer mais comoções. Se acordar
... O senhor podia dar-lhe uma pequena quantidade de narcótico, para que pos-
samos transportá-la para outro quarto, sem que ela sinta.
O médico interrogou o inspetor Morris, que nada teve a opor. Pouco depois, Mary
era transportada para um aposento próximo.
Quando Dick tornou a entrar no quarto, Morris estava em franca atividade, exa-
minando tudo com uma lente.
– O criminoso usava luvas ... – resmungava ele. – Não deixou rasto algum ...
Pouco depois, o médico informava:
– O homem morreu há cerca de uma hora. Foi ferido por uma seta embebida em
veneno violento. – Mais nada, doutor?
– Mais nada.
– Então, faça o favor de descer e mandar aqui o fotógrafo.
Pouco depois, o fotógrafo subia e batia mais de uma dúzia de chapas, sob a dire-
ção de Morris. Feito esse serviço, ele desceu com um recado do inspetor para que
fosse um homem à casa do dr. Cave, mandando-o ir à delegacia. Tendo feito isso,
o inspetor e Dick ficaram novamente a sós. De repente, Morris perguntou a Dick:
– Onde está o Sr. Patrick?
– O pai de Mary foi a Boston, a negócio ...
– Fale-me sobre ele.
Dick hesitou. O pai de Mary não era um exemplo de carinho, nem parecia gostar
muito do lar, vivendo uma vida aparentemente atormentada. Mary, no entanto,
amava-o muito, apesar das suas qualidades de usurário, para que Dick pudesse
falar com franqueza. Desse modo, desculpou-se, dizendo que não o conhecia o
suficiente para falar.
Então, olhando-o fixamente, o inspetor disse: – O senhor sabe quem é o fantasma!
Dick ia dizer alguma coisa, mas o inspetor repetiu: – O senhor sabe quem é o
fantasma. Diga-o!

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IV – ESCLARECE-SE O MISTÉRIO DA BALA
Dick Peter a princípio ficou espantado com a pergunta do inspetor, mas, logo,
percebendo que ele aplicava um truque, sorriu e respondeu:
– Não, inspetor. Está enganado. Eu tenho, realmente, as minhas desconfianças,
mas não quero comprometer ninguém sem provas. Penso que amanhã já lhe po-
derei dizer qualquer coisa de positivo. Por enquanto, não tenho senão suspeitas,
e suspeitas não podem condenar...
O inspetor não insistiu. Sabia que, quando Dick fazia uma promessa, cumpria-a.
Então, um dos seus auxiliares entrou no quarto, acompanhado do Dr. Cave.
O inspetor fez várias perguntas ao velho médico de voz fanhosa, obtendo sempre
respostas positivas. Quando lhe perguntou onde estivera depois de ter visitado
Mary, ele declarou que estivera em sua casa, acrescentando:
– Não sei por que me vieram incomodar a esta hora.
Parece que suspeitam de mim ... Por que havia eu de matar este pobre homem?
– É o que procuramos saber.
– Bem, mas não serei eu quem o possa informar. Eu não tenho nada com esta
história, e peço que me deixem sossegado.
Nesse momento, ouviram-se passos precipitados subindo a escada. Era o pai de
Mary que chegava. Vinha assustado.
– Que é isso? Que aconteceu em minha casa? Que é isso? Bob morto? Oh!
Quem fez este crime horrível? Senhores! Quero saber o que se está passando
aqui! Onde está minha filha?
Dick Peter ouvia aquela catadupa de palavras sem se impressionar, achando que
era exagerado o seu desespero. Ele sabia que o Sr. Patrick era impassível como
uma máquina. E o pai de Mary voltou-se para ele, dizendo:
– Sr. Dick, explique-me o que está acontecendo!
– Pouca coisa, por enquanto, Sr. Patrick. Receio que tenha que haver mais ainda.
Apareceu um fantasma à sua filha, decerto querendo matá-la, mas não conse-
guiu o seu fim. Depois, voltou e matou Bob. Por enquanto, é só.
– Só? Diz o senhor! E espera mais alguma coisa? Está louco! Que história de
fantasma é essa?
– Por enquanto, somos obrigados a chamá-lo assim, porque surge em janelas
que ninguém pode alcançar, desaparece sem deixar vestígios, e não é atingido
pelas balas.
O inspetor, que estivera observando o Sr. Patrick sem dizer nada, perguntou de
repente:
– Sr. Patrick, queira nos responder a algumas perguntas: onde esteve desde
ontem?
– Em Boston, fiz uma viagem de negócio.
– Bem. Não tem uma ideia de quem possa desejar a morte de sua filha?
– De minha filha? Mas, não! Quem poderia querer fazer mal à minha querida
Mary? Ela não pode ter inimigos!
– Conhece o Dr. Cave?
– O nosso vizinho? Muito pouco. Ele não frequenta a nossa casa.
– Bem. Depois veremos melhor estes pontos. Sargento, vá com o Dr. Cave lá
para baixo e reúna os criados. Com licença, senhores. Peço que não se afastem,
por enquanto. Talvez precisemos ainda de trocar ideias...

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E o inspetor desceu atrás dos outros.
Dick Peter e o pai de Mary estavam sentados um diante do outro, preocupados e
com evidentes sinais de cansaço.
Olivian olhava fixamente para o tapete e Dick examinava-lhe a fisionomia com
grande interesse.
De repente, Olivian levantou os olhos, deu com o olhar de Dick, pareceu pertur-
bar-se um pouco, e perguntou: – Onde está a minha filha?
– No seu quarto.
– Ela não sofreu nada?
– Não. Só o susto.
– Com licença. Vou vê-la. – E Olivian levantou-se, saindo do quarto. Dick, logo
depois, saiu também e dirigiu-se para baixo, onde o inspetor Morris continuava a
interrogar os criados.
– Ainda nada conseguimos – disse Morris a Dick Peter. – O crime foi, evidente-
mente, cometido por alguém da casa, pois não havia tempo para sair do prédio.
Minhas suspeitas recaem sobre o chauffeur e o Dr. Cave, que mora no prédio
pegado a este. Que lhe parece?
– Nada posso dizer, inspetor, mas tenho a impressão de que nenhum dos dois
tem nada que ver com isto ...
– Por que afirma tal coisa?
– Eu não afirmo nada. É simples impressão.
Mas, interiormente, Dick estava certo da inocência dos dois homens. O Dr. Cave
tinha, realmente, um aspecto desagradável e misterioso, mas isso não era sufi-
ciente para se culpar um homem.
– Além disso – continuou o inspetor –, o senhor não disse ainda onde esteve
enquanto Bob era assassinado. Tinha saído uma hora antes. Onde esteve?
Dick hesitou por um momento, mas respondeu:
– Bem. Vou dizer-lhe o que fui fazer. Fui à redação da revista Mundo Novo.
– Para quê?
– É simples. Porque, quando apanhei a bala no chão, aquela bala que eu atirara
contra o vulto, fiquei estupefato com o caso, mas lembrei-me de ter lido numa
revista uma notícia sobre a invenção de um tecido impossível de ser perfurado
com tiros. Olhe, aqui está ela.
E Dick enfiou a mão no bolso tirando um recorte de papel, que entregou ao ins-
petor. Este leu em voz alta: “Experiências extraordinárias com um novo tecido
– Ontem esteve nesta redação o Sr. Harry Brown, que fez experiências com um
extraordinário tecido, de sua invenção. Este tecido, feito de uma fibra elástica,
não é perfurado nem por tiros de fuzil. Trata-se de uma composição sintética,
que cede ao contato da bala, sem se perfurar, amortecendo completamente a
força do projétil. O Sr. Brown espera aperfeiçoar o seu tecido a ponto de permitir
que se fabriquem com ele roupas comuns. Por enquanto, ele apenas conseguiu
produzi-lo em lençóis que não permitem costuras”.
– Aqui está a chave! – disse o inspetor arregalando os olhos. – De quando é esta
revista? – De 1936.
– Um ano! E não se falou mais nesse tal Brown?
– Nunca mais, que eu saiba. Eu o conheci pessoalmente, parece-me que ele vendeu
o seu invento e foi para fora do país. – De quem é a revista que publicou isto?

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– É o Mundo Novo, do sr. Patrick.
– Muito bem. Deixe-me ficar com este recorte.
Depois, voltando-se, o inspetor deu de cara com o sr. Patrick, que estava atrás deles.
– Não encontrou nada, senhor inspetor? – perguntou o pai de Mary.
– Nada, mas parece que vamos encontrar o fio da meada. Depois falarei consigo a
esse respeito. Agora, vamos sair. Sargento, notifique o chauffeur e o dr. Cave para
que vão à delegacia amanhã. E vamo-nos embora, que esta gente precisa descansar.
Pouco depois, todos tinham saído, ficando Dick Peter e Olivian Patrick a sós, no
salão.
Ambos se mantiveram em silêncio durante algum tempo. Depois, Dick falou:
– Não desconfia de ninguém, sr. Patrick?
– Não. Mas esse dr. Cave tem mesmo uma cara esquisita, não lhe parece?
– O que me parece, sr. Patrick, é que há muita gente com a cara esquisita e
incapaz de praticar qualquer mal, assim como há muitos outros com cara de
inocentes e capazes de tudo. Não lhe parece?
– Mas, por que diz isso?
– Por que é o que mais frequentemente se vê.
– Mas, no caso presente, quem poderia ter interesse em fazer mal a minha filha? Um
anjo que não pode ter inimigos ... – É, realmente, esquisito. Por enquanto, nada se
pode dizer. Esperemos mais algum tempo, e tudo ficará esclarecido. – Faço votos.
Bem, sr. Dick, precisamos descansar. Principalmente o senhor, que trabalhou tanto...
– Realmente – disse Dick levantando-se. – Ambos precisamos bem dum descan-
so. Boa-noite, sr. Patrick.
Os dois homens trocaram um aperto de mão e Dick retirou-se.
Nessa hora, já estava clareando o dia.
Dick, porém, ao sair, não se dirigiu para sua casa. Apenas chegado ao portão, tornou
a entrar e escondeu-se no parque que rodeava a residência do Sr.. Patríck. Ele estava
certo de que alguma coisa ainda havia de acontecer naquela madrugada.
O parque estava imerso nas sombras.
Dick foi caminhando junto ao muro, até em frente dos aposentos de Olivian e de
sua filha, e ficou a observar, do seu escuro abrigo, as duas janelas iluminadas.

V – O FANTASMA ATACA DICK PETER


Durante algum tempo, nada notou de anormal.
Mas, pouco depois, pareceu-lhe que um vulto andava no quarto de Mary.
O seu coração começou a pulsar fortemente. Por duas vezes o vulto veio à janela,
espiou para fora, pondo-se a andar novamente no quarto de um lado para outro.
Díck não pôde distinguir a fisionomia da pessoa que andava lá em cima, mas
estava certo de que não podia ser outro senão o pai de Mary.
Aliás, isso nada tinha de espantoso. O homem, naturalmente, andava à procura
de vestígios do drama que ali se desenrolara fazia ainda poucas horas.
Depois, as luzes apagaram-se, ficando apenas as janelas do quarto de Olivian
iluminadas por uma luz muito fraca.
De repente, notou que a porta da frente da casa se abria e que um vulto passava
para fora, acendendo uma lanterna elétrica. Era Olivian Patrick. Ele veio chegando e
pôs-se a examinar o chão, por baixo das janelas, como Dick já fizera com os criados.

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O moço acompanhava com grande interesse aquele trabalho, procurando adivi-
nhar o que fazia ali o pai de Mary. Viu que Olivian se abaixava como quem procura
alguma coisa com grande interesse. Depois, como ele se afastasse, Dick deu
um passo para poder continuar a vê-lo. Nesse momento, porém, pisou numa
lata que estava no chão, fazendo um ruído bastante forte. O sr. Olivian voltou-se
imediatamente, gritando:
– Quem está aí? – e, tirando o revólver, avançou para Dick. Este, porém, saiu ao
seu encontro dizendo: – Sou eu. Dick Peter.
– Que faz aqui? – perguntou o velho.
– Estou esperando que aconteça alguma coisa.
– Ah! Boa ideia ...
– E o senhor? Que fazia?
– Eu procurava vestígios. Pode ser que alguma coisa tenha escapado à polícia...
Bom, vou para dentro. O senhor vai continuar vigiando?
– Não. Penso que já não é preciso. O sol vai nascer. É melhor ir dormir. Mais uma
vez, boa-noite, Olivian.
– Boa-noite, sr. Dick Peter.
Ambos os homens seguiram até o portão e Olivian ficou olhando Dick Peter, que
se afastava a passos rápidos. Quando o moço desapareceu ao longe, Olivian
voltou para casa, entrou e fechou-se em seu quarto.
Ainda desta vez, no entanto, Dick não foi direto para casa. Ficou rondando por
perto do palacete, na expectativa de algum acontecimento. E não foi baldada a
sua esperança, porque, passados alguns minutos, o portão abria-se e um ho-
mem saía dele, levando na mão uma volumosa pasta de couro.
Dick Peter não hesitou. Compreendeu imediatamente o que estava para acon-
tecer e, correndo a um posto de táxis, tomou um automóvel e voou para casa.
Lá chegando, enfiou-se rapidamente sob as cobertas e tomou a atitude de quem
dorme profundamente.
Mas os seus olhos, bem abertos, perscrutavam a porta que deixara apenas
encostada.
Quinze minutos mais tarde, ouviam-se passos levíssimos que subiam a escada
lentamente.
Depois, a porta entreabriu-se e um vulto apareceu.
Era o fantasma. Lá estava o seu lençol branco atirado sobre a cabeça.
Dick sentiu um calafrio ao pensar na zarabatana, a horrível arma de que aquele
monstro se utilizava para abater as suas vítimas.
Por isso, resolveu não esperar pelo golpe.
Deu um salto da cama, atirando-se contra o vulto que avançava para o seu leito.
Nenhum dos dois gritou. Houve apenas um ruído surdo, um ranger de dentes,
que deixava compreender a raiva com que os dois homens se haviam agarrado.
Dick esforçava-se para levantar o lençol que cobria o corpo e o rosto do outro,
mas, prevendo isso, o fantasma agarrara-se estreitamente ao moço, impedindo-o
de realizar o seu intento.
Durante alguns segundos, lutaram de pé, torcendo-se, esforçando-se, cada um,
por dominar o seu adversário. Mas as forças de ambos equilibravam-se.
Assim foram lutando, de um lado para outro, até que Dick tropeçou no tapete,
caindo com o outro por cima.

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O vulto deixou escapar um som rouco de alegria, e levou as mãos ao pescoço
do moço.
Dick, desesperado, conseguiu livrar um braço e aplicou um soco no queixo do
inimigo, que rolou para o lado.
O moço atirou-se imediatamente sobre ele, desferindo-lhe grande quantidade de
socos no rosto. Mas o fantasma não era fácil de se vencer. Enfiou um cotovelo
violentamente no estômago de Dick, fazendo-o perder as forças. Dick largou o vulto
e pôs-se de joelhos. O outro aproveitou a ocasião para tirar um punhal de sob o
lençol levantando-o sobre o rapaz. Dick Peter viu-se perdido. Agarrou furiosamente
o braço do fantasma, tentando deter o golpe. Durante alguns segundos, ficaram
assim, ambos de joelhos, um esforçando-se para enterrar o punhal, e o outro pon-
do toda a sua força na mão que segurava o braço assassino. Mas Dick não podia
mais. Num último esforço, afastou o corpo, no momento em que o punhal já lhe
tocava as roupas, na altura do coração, enterrando-se na carteira de couro que
trazia no bolso, e resvalando de modo a feri-lo muito pouco. Nesse momento Dick
resolveu apelar para um último recurso: a astúcia. Deu um grito, como se estives-
se mortalmente ferido, e abandonou o corpo, caindo pesadamente.
O fantasma ainda hesitou durante um segundo. Depois, vendo que o grito do
moço iria atrair gente dos outros apartamentos, retirou rapidamente o punhal,
guardou-o e fugiu às pressas, pela porta.
Apenas saíra, Dick levantou-se e fechou a porta indo em seguida à janela que
dava para fora, vendo o homem que atravessava a rua, com a sua pasta de couro
bem cheia. Ali, naquela pasta, devia estar o lençol impermeável às balas.
Nisto, bateram à porta.
Era o zelador do prédio que ouvira o grito e vinha ver o que acontecia.
– Nada – disse Dick –, tive um pesadelo e acordei gritando.
Satisfeito, o homem retirou-se.
Dick preparou-se para sair novamente. Passando pelo zelador, na escada, disse:
– Não posso dormir. Vou dar um passeio pela cidade. Talvez me refresque as ideias.
Na primeira esquina tomou um automóvel e mandou tocar para a polícia.
Lá chegando, procurou Morris, que dormia no seu quarto, anexo ao gabinete.
Morris atendeu prontamente.
– Inspetor, o fantasma continua a agir. Ainda não há meia hora procurou matar-me no
meu apartamento. Deu-me uma punhalada que, por felicidade, resvalou na carteira,
e me feriu muito pouco. Veja. – Tirando o paletó, Dick mostrou ao inspetor a roupa
rasgada pelo punhal, o arranhão na pele e a carteira cortada pelo golpe.
Em seguida, contou tudo o que acontecera, desde que estivera de vigia no par-
que até o momento de ser atacado.
Morris não perdeu um segundo. Chamou alguns auxiliares e mandou-os imedia-
tamente buscar o criado de quem suspeitava e o dr. Cave.
Dick pediu-lhe que desse a seguinte explicação sobre ele a todas as pessoas:
“Que o sr. Dick Peter fora gravemente ferido em seu apartamento, e que, em
estado desesperador, não pudera ainda pronunciar uma palavra”.
Assim, o fantasma ficaria sossegado quanto a ele, e seria mais fácil apanhá-lo.
E os agentes partiram, com essa informação.
Um dirigiu-se à residência do dr. Cave e o outro à de Olivian Patrick.
Pouco depois, pelo telefone, ambos se comunicavam com o inspetor Morris.

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– Encontraram o dr. Cave? – perguntou este.
– Não. O dr. Cave desapareceu. A sua esposa diz que ele chegou em casa dana-
do depois do interrogatório, que se deitou e agora, quando fomos procurá-lo, é
que ela viu que ele não estava mais. E a sua cama está fria, o que denota que
há tempo já que ele saiu.
– E o criado?
– O criado não saiu. Esteve a noite toda acordado, ao lado da governante, porque
não podiam dormir.
– Bem. Procurem saber do paradeiro do dr. Cave. Vou mandar vigiar todas as
estações. Falaram com o Sr. Olivian Patrick?
– Falamos. Ele está desesperado com os acontecimentos e fala em deixar Nova
York, dizendo que é incrível acontecerem tais coisas numa cidade civilizada.
– Bom, procurem o dr, Cave. Vou mandar uns homens vigiar a residência de Oli-
vian Patrick, para evitar que o criminoso volte lá. Até logo.
Pendurado o fone no gancho, o inspetor olhou para Dick Peter durante uns mo-
mentos. Depois, batendo com o Iápis na mesa, disse, lentamente:
– Não há dúvida, meu caro: o tal fantasma é o dr. Sammy Cave.
– Talvez.
– Por quê? Não lhe parece?
– Não digo nada. Talvez seja. Quem sabe?

VI – O ROSTO DO FANTASMA
No dia seguinte, quando soube que Dick Peter ficara ferido, Mary ficou desespe-
rada. O seu pai consolava-a como podia, dizendo que não havia de ser grande
coisa, que o moço ainda se salvaria e o criminoso seria apanhado.
Mas ela estava inconsolável. Mandava telefonar frequentemente para o hospital,
para ver como ia passando o seu querido noivo. A resposta, do hospital, de acor-
do com as instruções recebidas da polícia, era sempre a mesma: “O seu estado
não se alterou. Continua ainda sem sentidos”.
Queria ir visitá-lo à força, mas não lho permitiram. Ele não podia ser visitado, por
ser o seu estado muito melindroso.
E o dia passou-se sem maiores novidades.
O dr. Cave não foi encontrado em parte alguma, e também não houve nenhuma
nova tentativa por parte do fantasma.
Depois do almoço, o Sr. Olivian Patrick foi para o seu escritório, como de costu-
me, e Mary ficou em seu quarto, entregue a um enorme desespero.
As investigações, que prosseguiam sem cessar em diversos sentidos, não tra-
ziam esclarecimento algum. Aliás, a polícia, completamente convencida da culpa-
bilidade do dr. Sammy Cave, procurava-o por todos os cantos.
Pelas oito horas da noite, o inspetor Morris foi à casa de Olivian Patrick saber,
pessoalmente, se não houvera mais alguma novidade. Mary informou-o de que
não havia nada. – E seu pai?
– Papai telefonou dizendo que hoje virá mais tarde; recomendou que fechás-
semos tudo muito bem, e que puséssemos um guarda no portão. E para não
esperarmos por ele.
– Bem. Vou mandar um guarda. A senhorita fique tranquila. Dick Peter está me-
lhorando. Não há razão para desespero.

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Voltando à polícia, Morris informou Dick do que soubera.
Dick pensou por alguns momentos e, depois, falou:
– Inspetor, vou pedir-lhe um favor. Tenho um plano para executar e estou certo de
que dará os melhores resultados. Está disposto a deixar-me agir? Eu lhe trarei
aqui o fantasma. – Qual é o seu plano?
– Esta noite, o fantasma voltará ao quarto de Mary, para a eliminar ...
O inspetor estranhou, e perguntou a Dick qual era o interesse do fantasma, eli-
minando Mary.
– Depois saberá tudo bem. São questões de dinheiro.
Deixe-me agir. Vou passar a noite na casa de Mary, e peço-lhe três homens.
Encarrego-me de tudo e, ou sou um grande idiota, ou o fantasma acabará esta
noite nas nossas mãos.
O inspetor deu-lhe ordem para proceder como achasse melhor e prometeu-lhe
os três auxiliares.
Dick Peter deixou a central de polícia escondido sob um ligeiro disfarce, de modo
a não ser reconhecido, e, com os três homens, encaminhou-se rapidamente para
a casa de Mary, onde todos entraram sem dificuldade. Dick colocou um homem no
parque, outro no portão, outro no corredor, junto ao quarto de Mary. Depois, man-
dou chamar a moça, encerrou-se com ela numa saleta, e tirou o disfarce. Mary ia
dando um grito, mas ele tapou-lhe a boca com a mão, dizendo:
– Psiu! Não grite, querida, acalme-se. Aqui estamos juntos, e nada me aconteceu.
Ela espantava-se e perguntava pelo ferimento de Dick. – Não. O meu ferimento
não foi nada. Vamos tratar de um assunto mais importante. Você sente-se com
forças para enfrentar os acontecimentos que se vão desenrolar esta noite?
Mary, alarmada, perguntava o que estaria para acontecer.
– Ainda não sei, mas você precisa preparar-se para tudo.
Tanto a minha vida como a sua estão em perigo. Precisamos ter muita calma e
sangue-frio. Preciso que você me garanta que, aconteça o que acontecer, seguirá
as minhas instruções.
Mary prometeu que assim faria, e ele prosseguiu:
– Você vai esconder-se no quarto mais afastado da casa, vai fechar-se muito bem
por dentro, janelas e portas trancadas, e só abrirá quando eu, ou um dos três po-
liciais, à minha ordem, mandar. E a palavra de ordem é “Acabou-se o fantasma”.
Está combinado?
Mary prometeu fazer tudo direitinho e os dois foram procurar o aposento onde ela
devia esconder-se, sem que nenhuma pessoa da casa o soubesse... Depois de Mary
estar em segurança, Dick instruiu os seus homens sobre a combinação feita.
Tudo assim combinado, os policiais retomaram os seus postos, e Dick foi para o
quarto de Mary. Com algumas roupas e travesseiros, preparou um volume sob as
cobertas, para dar a impressão de que a moça estava ali deitada, e ele próprio
escondeu-se atrás duma espessa cortina, a dois passos da cama.
E passaram-se algumas horas de enervante espera.
Dick não fazia o menor movimento.
Afinal, alguma coisa sucedeu.
Houve um rumor do lado de fora da janela.

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Depois, o vulto apareceu. Dick Peter via-o perfeitamente pela frincha da cortina.
E dentro do seu coração havia uma forte vontade de apanhar aquele bandido que
eliminava vidas com tanta crueldade.
O vulto abriu a janela e entrou no aposento com passos de veludo. Trazia o len-
çol sobre a cabeça. Aproximou-se do cito e, na obscuridade, não pôde perceber
que havia apenas um monte de roupas sob a colcha. Tirou de sob o pano que
cobria um frasco e um lenço. Pingou algumas gotas do líquido sobre o lenço e
abaixou-se sobre a cama.
– Narcótico! – pensou Dick Peter.
Quando o vulto se curvou sobre a cama, Dick Peter afastou a cortina e avançou
lentamente.
E caiu de chofre sobre o vulto, que, na surpresa, deu um verdadeiro urro. Enla-
çaram-se. Dick aplicou-lhe um violento pontapé. O vulto caiu para trás, batendo
com as costas na cama.
Nesse momento, Dick agarrou a ponta do lençol que o cobria e deu um puxão
violento.
Apareceu um rosto. Era um rosto hediondo, convulsionado pela raiva, com os
olhos brilhando de furor sanguinário. Uma verdadeira máscara de ódio!
Dick reconheceu-o imediatamente: era o sr. Olivian Patrick, o pai de Mary!
Dick já esperava por aquilo, mas, mesmo assim, frente a frente com o monstro,
sentiu-se paralisado por um momento.
Olivian tirou um punhal, e ia levantar-se para Dick Peter, mas este, rápido como
um raio, deu-lhe um tremendo soco no estômago, atirando-o por terra.
Nesse momento, o policial que estava do lado de fora entrou, e algemou o ho-
mem caído.
Depois, foi rápido.
O homem foi conduzido para a central de polícia, e Dick Peter foi consolar Mary
do tremendo golpe recebido.
Na polícia, o inspetor Morris soube arrancar do prisioneiro toda a verdade. E o es-
tado de abatimento de Olivian era tamanho que ele não fez nenhuma resistência.
A sua história era curta. Ele não era pai de Mary. O verdadeiro pai da moça fora
seu companheiro de aventuras, no Oeste. Ao morrer, deixara órfã aquela menina
com dois anos e encarregara Olivian Patrick de olhar por ela e administrar a sua
fortuna. Essa fortuna devia ser entregue à moça quando ela atingisse os 21
anos, e assinaram documentos para isso. Olivian tinha as melhores intenções
quando se encarregou de Mary, mas, como era muito esperto nos negócios, a
fortuna cresceu rapidamente, e, naquela época, subia a mais de três milhões de
dólares. E o momento de entregar todo aquele dinheiro à moça aproximava-se,
pois que ela completaria 21 anos dentro de oito meses. Os seus instintos de
avareza começaram a agir, até enlouquecê-lo. Não podia suportar a ideia de se
separar nem de um pouco daquele dinheiro. Depois de muito refletir, viu que só
havia um meio. Era eliminar Mary. Assim, a fortuna caberia toda só a ele. A ideia
veio-lhe quando a sua revista Novo Mundo publicou a notícia da descoberta de
Harry Brown sobre o tecido impermeável às balas. Comprou o invento e guardou-
-o para a ocasião oportuna. Quando Mary ficou noiva de Dick Peter, ele viu que
as coisas pioravam para si, pois que se ela se casasse, então a fortuna passaria
para Dick, e as suas esperanças ficariam ainda reduzidas.

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Resolveu, então, matá-la, mas quis envolver a morte em mistério, e foi aí que er-
rou. O seu modo de agir era simples. No fundo do parque, havia uma porta velha
nunca usada. Ele pela frente saía como quem vai viajar e entrava novamente por
aquela porta, indo para o seu quarto. Preparara, ali, uma espécie de ponte curva,
em forma de meia-lua, que saindo da sua janela ia à janela do quarto de Mary.
Assim, podia passar dum quarto para outro, sem deixar vestígio. Naquela noite em
que aparecera à moça pela primeira vez, não esperava ser visto por ela. Diante
do grito, viu o seu plano prejudicado, e precisou agir com rapidez. Matou Bob pen-
sando que fosse Dick Peter, porque viu no noivo de Mary um adversário perigoso.
Percebendo que as suspeitas estavam caindo sobre o dr. Sammy Cave, matou-o
e atirou-o num poço abandonado, situado no fundo do parque, coberto com uma
laje de cimento. Desaparecido o dr, Cave, todas as suspeitas ficariam sobre ele.
Compreendeu, porém, que com Dick Peter pela frente nada poderia fazer, e de-
cidiu matá-lo, o que pensou ter conseguido. Por isso, voltou naquela noite, certo
de que tudo ficaria liquidado, mas enganara-se.
Olivian foi para a cadeira elétrica.
Passado algum tempo, depois de apagadas as maiores impressões sobre os
dolorosos acontecimentos, Dick Peter e Mary uniram-se para sempre, vivendo
inteiramente felizes, apesar das novas aventuras em que Dick continuou a meter-
-se, por gosto, e que contaremos a seu tempo.
©Jerônimo Monteiro.

ATIVIDADE 3G: ANALISANDO


O DISCURSO NOS CONTOS DE MISTÉRIO
Objetivos:
„„Ampliar o repertório de contos de mistério.
„„Analisar as diferenças entre os discursos direto e indireto para poder utilizá-
-los em posterior produção de autoria.

Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade será realizada coletivamente.
„„Materiais necessários: cópia do trecho do texto “O Fantasma da Quinta Avenida”,
presente na Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: 50 minutos.

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Encaminhamento
„„Oriente os alunos a reler o trecho abaixo, destacado do conto “O Fantasma
da Quinta Avenida” e ajude-os a identificar a diferença presente no modo de
explicitar o que foi dito pelos personagens, a fim de que observem as pos-
sibilidades presentes no discurso direto e no indireto. Nesse momento, é
importante esclarecer o que caracteriza um e outro.
„„Informe os alunos para que localizem no trecho do texto abaixo onde estão
presentes o discurso direto e o indireto:
„„É importante chamar a atenção das crianças para que observem os dois-
-pontos e o travessão, que geralmente aparecem para introduzir o discurso
direto, e sua ausência no indireto. Utilizar um ou outro é uma escolha do
escritor no momento em que produz um texto. Assim, também eles poderão
fazer uso desses recursos ao produzirem o conto para a coletânea.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

Releiam o trecho abaixo, destacado do conto “O Fantasma da Quinta Avenida”


e localizem onde estão presentes os discursos direto e o indireto:
“Vendo o noivo, agarrou-se a ele desesperadamente. Parecia procurar proteção
escondendo sua cabecinha loura no largo peito de Dick Peter.
– Vamos, querida, vamos...Já passou ...Que lhe aconteceu?
– Dick! Que coisa horrível repetia ela cheia de medo. – Que coisa horrível! Pa-
rece até que foi um pesadelo!
– Não pense mais nisso, querida. O que você viu foi uma alucinação....
– Não foi, Dick. Eu vi!
– Mas viu o quê? Pois não havia coisa alguma aqui?
– Havia, sim, Dick. Eu vi. Que horror!
– Seja razoável, Mary. Estamos no coração da maior cidade do mundo, e você
vê coisas que só justificariam numa aldeia de cafres! Que foi que você viu, afinal?
– Um fantasma. Eu estava passando pó de arroz quando, pelo espelho, vi qual-
quer coisa que movia junto da janela. Fiquei gelada, e o meu coração parou. Mas
voltei-me rapidamente e vi um vulto branco, um fantasma!...

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Etapa 4
Produzindo os contos de mistério,
revisando os textos e adequando–os

ATIVIDADE 4A: PRODUZINDO


COLETIVAMENTE UM CONTO DE MISTÉRIO

Objetivos
„„Acompanhar a produção coletiva de um texto, dando ideias sobre o quê e
como escrevê-lo.
„„Utilizar expressões próprias da escrita de contos, e fazendo uso de bons re-
cursos linguísticos presentes no gênero textual.
„„Garantir a sequência temporal dos acontecimentos do texto ao escrevê-lo.

Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade será realizada coletivamente.
„„Materiais necessários: textos lidos e que constam na Coletânea de Atividades,
papel pardo e caneta bastão.
„„Duração aproximada: duas aulas de 50 minutos.

Encaminhamento
„„Antes do início da atividade, vale retomar com os alunos que produzir um texto
envolve um planejamento do que será escrito com a finalidade de organizar
a trama, o enredo, a sequência dos fatos que serão narrados. Isso garante
que, tendo o conteúdo dominado, sabendo o que devem escrever, os alunos
podem dedicar-se a refletir sobre como fazê-lo do melhor modo.
„„Para ter sucesso nessa etapa, precisam pôr em jogo o que já aprenderam,
como diferentes modos de iniciar a narrativa, quando usar o discurso direto
e indireto, como enriquecer o conto com descrições de personagens e am-
bientes, quais expressões linguísticas são mais ou menos apropriadas, como
apresentar o suspense, o clímax e manter o interesse do leitor.
„„É relevante também, enquanto a história é escrita propriamente, auxiliar os alu-
nos a considerarem o leitor e as características dos contos de mistério, bem
como ir lendo enquanto escrevem para conferir a intenção comunicativa e tam-
bém se não estão esquecendo informações importantes, além de corrigirem

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possíveis erros ortográficos e gramaticais. Nesse sentido, você deve escrever
exatamente o que e como os alunos lhe ditarem, a fim de poder ajudá-los no
processo de revisão e melhoria do texto, que acontecerá posteriormente.

Parte A – 1ª aula
Ao iniciar a atividade, converse com os alunos sobre o propósito dela e a ma-
neira como se desenvolverá.
Conversa inicial:
„„Explique que farão a produção de um conto de mistério.
„„A seguir, inicie o processo de produção, realizando o levantamento do que é ne-
cessário para escrever um conto de mistério e conversando com a turma sobre a
importância de desenvolver bons procedimentos de escrita (planejar, textualizar e
revisar) de modo que qualquer leitor possa compreender o texto. Para isso, com-
bine com os alunos que o texto será produzido considerando-se algumas etapas:
JJ Planejar o que se vai escrever, tendo em mente quem serão os leitores da
coletânea e as características que observaram nos contos que já conhecem.
JJ Recuperar características do gênero: o que tem nos contos de mistério
que não têm em outros textos? (mistério, pessoa corajosa... ação para
investigar, resolução do mistério, crime, algo de outro mundo?)
JJ Fazer uma primeira versão, com perspectiva de rascunho (ler enquanto
se está escrevendo para controlar questões de discurso – referentes à
expressão das ideias – e também – referentes à ortografia e à pontuação).
JJ Revisar o texto produzido, observando se está claro e coerente, e corrigir
aspectos ortográficos e gramaticais.
JJ “Passar a limpo” a versão final, que comporá a coletânea.

Planejando a Escrita de Contos de Mistério


„„Ao planejar a escrita da narrativa, retome alguns aspectos próprios da escri-
ta de contos de mistério:
JJ Iniciar a produção perguntando aos alunos: como podemos iniciar um
conto de mistério? Quais expressões podemos usar? Como começavam
os contos que foram lidos?
JJ Perguntar aos alunos: quem serão os personagens? Quais são suas carac-
terísticas? Existirá alguém que engana ou que faz um acordo? Definir quem
será o responsável/criminoso e quem serão os suspeitos em potencial.
JJ Propor para os alunos: qual é o mistério? Quem será o responsável?
JJ Como irá solucionar o mistério? Como o leitor será enganado?
„„Na sequência, definir o local e quando irá acontecer, qual será o mistério e o
motivo, como será resolvido (desfecho), quem estará envolvido.
„„Como o escriba da turma, registre um esquema do conto, em cartaz, que deverá
conter as ações principais da narrativa e servir de consulta enquanto se procede
à redação. Essa pequena síntese, escrita em itens, precisa conter todas as par-

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tes e informações essenciais para garantir a clareza e a coerência da história.
Faça referência ao esquema constantemente, ajudando os alunos nessa verifi-
cação até concluírem a versão do conto. Combine com as crianças que o texto
“dormirá” por alguns dias para que possam, depois, melhorar a construção dele.

Dicas
Planejamento e textualização
Resgatar os textos conhecidos pelos alunos para ajudar no planejamento*
Sugestões de perguntas:
JJ Lembram-se como começava o livro que leram?
JJ Não aconteceu nada antes?Onde o conto pode começar? Qual será a cena? Como ela pode começar?
JJ O que vai acontecer depois?
JJ Haverá uma pista para resolver o mistério? Qual?

Para descrever a 1ª cena do conto de mistério:


1ª cena: Como será nossa cena? Como escrever para deixar claro o que aconteceu? O que po-
demos usar para mostrar? Qual será o nome? O que usar para dar continuidade, fazer a ligação
desse momento com o próximo ato?
O texto não será produzido de uma vez só. Podendo levar aproximadamente 4 aulas para garantir
todas as etapas.
* Ler o documento Orientações Didáticas Fundamentais sobre as Expectativas de Aprendizagem páginas 46 e 47, 52 a 59.

Parte B – 2ª aula
„„Concluído o rascunho, tem início a revisão. Lembramos a importância de que
realizem essa tarefa decorridos alguns dias da escrita do conto, pois isso
permitirá às crianças alternar os papéis de escritor e leitor.
„„Para que os alunos possam participar da revisão, todos devem ter acesso
ao texto que será alterado. Desta forma, ele pode ser fotocopiado ou exibido
por meio de outro recurso audiovisual, como o projetor multimídia, ou, ainda,
um programa de computador. O importante é que, enquanto você anota as
alterações no original, as crianças possam acompanhá-lo.
„„Primeiramente, ajude-os a observar se a história está coerente, se tem clareza,
se há repetições desnecessárias de palavras, quais podem ser substituídas
(por sinônimos ou pronomes, por exemplo, bem como usando vírgulas ou su-
primindo o sujeito). Observe com eles se as partes do texto estão articuladas,
se faltam informações, se podem enriquecer a narrativa com alguma descrição
mais detalhada, que expressões linguísticas são mais ou menos favoráveis para
produzir bons efeitos estéticos no texto. Você poderá resgatar trechos de textos
já lidos onde o autor faz uso de bons recursos linguísticos como, por exemplo,
no conto: O último cuba-Libre nos trechos: “O empresário-detetive largou todo
o seu peso numa mirrada poltrona, que protestou, rangendo.” O coração já não
batia nem no ritmo lento do bolero....”. O autor faz uso de figuras de linguagem
de antropomorfismo no primeiro trecho ou a comparação no segundo trecho.

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„„Depois, revise o texto com eles, do ponto de vista do uso adequado da letra
maiúscula, os parágrafos e da pontuação. Considere que você deverá prever
em sua rotina uma sequência didática para o uso da pontuação.
„„Concluída a revisão, decida com os alunos como o texto final será apresen-
tado, como “passarão a limpo” essa versão, podendo optar se vão copiá-lo
à mão ou digitá-lo, quem fará essa tarefa, se haverá ilustração e como será.

ATIVIDADE 4B: ESCREVENDO


CONTOS DE MISTÉRIO
Objetivos
„„Escrever contos de mistério.
„„Fazer uso de recursos de linguagem explorados ao longo do projeto.
„„Planejar a escrita do conto de mistério, a partir de material de referência e
do contexto de produção.
„„Trabalhar em grupo, negociando possibilidade de construção de texto.

Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade será realizada em quartetos definidos pelo
professor e depois socializada coletivamente.
„„Materiais necessários: cartaz da aula anterior.
„„Duração aproximada: quatro aulas de 50 minutos.

Encaminhamento
„„Converse com os alunos sobre o propósito da atividade e sobre a maneira
como ela será conduzida.
„„Desenvolva-a por partes (planejamento, textualização e revisão), orientando
os agrupamentos a cada vez.
„„Na primeira etapa, organize coletivamente a função de cada integrante do
grupo, ou seja, quem será o escriba do conto que será produzido, o revisor,
quem será responsável por ditar para o escriba.
„„Para iniciar o procedimento de planejamento do texto, pegue o cartaz com
o planejamento da produção coletiva do conto e retome como foi realizada
a produção anterior.
„„Oriente os alunos que, ao planejar a escrita da narrativa, é fundamental reto-
mar alguns aspectos próprios da escrita de contos de mistério considerando
o roteiro abaixo:

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1. Onde acontecerá a narrativa. Pergunte aos alunos: como podemos iniciar
um conto de mistério? Quais expressões podemos usar? Como começavam
os contos que foram lidos?
2. Definir quem são os personagens e quais serão suas características. Você
poderá utilizar questões como: quem serão os personagens? Quais são
suas características? Existirá alguém que engana ou que faz um acordo?
Quem será o responsável e quem serão os suspeitos em potencial?
3. Definir qual será o mistério e as personagens vinculadas a ele. Propor para
os alunos questões como: qual é o mistério? Quem será o responsável?
Como irá solucionar o mistério? Como o leitor será enganado?
4. Na sequência definir quando e onde irá acontecer. Você pode indagar dos
alunos: quais serão o mistério e o motivo? Como será resolvido (desfecho)
Quem estará envolvido? Para a trama geral, o que cabe?
5. O escriba da turma registra um esquema do conto, que deverá conter as
ações principais da narrativa e servir de consulta enquanto se procede à
redação. Essa pequena síntese, escrita em itens, precisa conter todas as
partes e informações essenciais para garantir a clareza e a coerência da
história. É necessário que os alunos façam referência ao esquema cons-
tantemente, ajudando nessa verificação até concluírem a versão do conto.
„„Peça-lhes que, antes de lhe entregar o material, revejam o planejamento e
se os textos estão adequados ao contexto de produção. Combine com as
crianças que o texto “dormirá” por alguns dias para que possam, depois,
melhorar a construção dele.

ATIVIDADE 4C: REVISANDO E EDITORANDO


OS CONTOS DE MISTÉRIO
Objetivos
„„Revisar os textos escritos, de acordo com o que foi planejado.
„„Refazer os textos, considerando as necessidades apontadas pelo professor.
„„Realizar uma avaliação colaborativa do trabalho desenvolvido, considerando
a produção textual.
„„Editorar o texto, considerando as especificidades do projeto do livro.

Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade será realizada em etapas:
JJ coletivamente, para que você, professor, possa comentar alguma necessi-
dade comum de aprendizagem dos alunos em relação à revisão do texto;

170 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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JJ em duplas, para a revisão de cada texto;
JJ individualmente para a realização da autoavaliação;
JJ em duplas para escolha do aluno que irá passar a limpo o texto produ-
zido e fazer a editoração.
„„Duração aproximada: três aulas de 50 minutos.

Parte A – 1ª aula
Encaminhamento
„„Converse com os alunos sobre o propósito da atividade e a maneira como
ela será conduzida.
„„Desenvolva-a por partes, orientando os agrupamentos a cada vez.
„„Na primeira etapa, converse com toda a classe a respeito de alguma neces-
sidade para revisão que tenha observado a partir da leitura dos textos dos
alunos. Oriente-os que receberão bilhetes apontando palavras ou trechos dos
textos que serão revisados. Apontar, nos próprios textos dos alunos, com
marca-texto trechos com questões de ortografia, gramática e pontuação a
serem corrigidas posteriormente.
„„Oriente os alunos quanto ao que deverão revisar no texto, observando se fize-
ram uso do que já aprenderam, como pensar em diferentes modos de iniciar
a narrativa, se descreveram os personagens, suas características e se o fize-
ram corretamente, se utilizaram expressões linguísticas adequadas ao gênero,
apresentaram o mistério, onde aconteceu, como e de que forma foi descoberto.
„„Devolva o texto para os alunos e solicite que analisem considerando os tex-
tos produzidos.

Parte B – 2ª aula – Autoavaliação


Encaminhamento
„„Converse com os alunos sobre a finalidade da atividade e sobre a maneira
como se desenvolverá.
„„Comente que preencherão uma planilha de autoavaliação que ajudará a refletir a
respeito do que deveriam aprender sobre os contos. E que esta atividade colabo-
rará para o processo de revisão do texto e posteriormente a sua editoração, visto
que nela há elementos importantes a serem olhados em seus textos para que eles
fiquem bem escritos e atendam aos seus interlocutores (alunos dos 4os anos).
„„Feito isso, distribua as planilhas de autoavaliação presentes na Coletânea de
Atividades, leia cada item com os alunos explicando-os e oriente-os sobre o

que fazer. Cuide para que eles estejam, também com seus textos em mãos.

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Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

PLANILHA DE AUTOAVALIAÇÃO
Projeto “Contos de mistério”
Aluno: Data:

Aspectos a serem observados Sim Não Preciso rever

Você colocou o título?

Você iniciou o conto falando de tempo e lugar?

Você utilizou, no início, expressões como: “ Em um certo


lugar... Naquela noite... O detetive.... No local escuro....
Naquela avenida....”
Você descreveu os personagens, suas características
físicas e psicológicas e seus comportamentos.
Você utilizou verbos como: deveria, poderia ter ocorrido,
percebeu-se, ouviu-se”

Apresentou o mistério que deveria ser desvendado?

Considera que o leitor conseguirá compreender o texto


com facilidade?

Você apresentou os fatos essenciais da narrativa?

A ordem em que foram apresentados estava correta?

O texto foi apresentado de maneira atrativa para o leitor?

A ilustração da capa estava adequada ao texto?

Você organizou os parágrafos de maneira adequada?

Você procurou utilizar os sinais de pontuação adequados


ao que pretendia dizer?

Você utilizou letra maiúscula sempre que necessário?

Você escreveu de maneira legível?

Procurou escrever sem erros de ortografia?

Observações do professor

172 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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Parte C – 3ª aula
Encaminhamento
„„Explique que, tendo o texto corrigido e revisado, precisarão eleger um aluno
do grupo para “passá-lo a limpo”, em seu caderno o que significa copiá-lo já
sem erros ou questões a resolver.
„„Para isso, combine com os alunos se o texto será escrito com letra cursiva
ou digitado. Caso utilizem o computador como ferramenta de trabalho, solici-
te que coloquem o texto no padrão decidido: tamanho, tipo de letra, cor etc.

Etapa 5
Edição e preparação final
da coletânea de contos de mistério

ATIVIDADE 5: ORGANIZANDO A COLETÂNEA

Objetivo
„„Montar o livro-coletânea observando as partes que o compõe.

Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade será coletiva no início; depois, os alunos
trabalharão em pequenos grupos, por divisão de tarefas.
„„Materiais necessários: livros diversos para análise, folhas para impressão,
computador para digitação e edição final.
„„Duração aproximada: duas aulas de 50 minutos.

Encaminhamento
„„Disponha livros diversos pela classe. Reúna os alunos em roda e oriente o
trabalho. Explique que, para que eles mesmos possam organizar a coletânea,
precisam antes observar como os livros se apresentam, de que partes são
compostos. Para isso, peça que circulem pela sala e observem os materiais
expostos, anotando as seções ou partes que conseguirem identificar.
„„Quando os alunos terminarem, reúna-os novamente e faça um levantamento
do que descobriram, anotando os itens na lousa. Essa será uma referência
importante para que depois as tarefas possam ser distribuídas nos grupos.

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„„Lembre-se de que algumas partes são essenciais e não poderão faltar, pois
fazem parte de todos os livros:
JJ capa, considerando-se as informações que lhe são imprescindíveis: tí-
tulo, autor e ilustrador;
JJ página de apresentação;
JJ sumário;
JJ página de rosto.
„„Vocês terão que decidir juntos sobre algumas seções que igualmente são
comuns, mas não imprescindíveis:
JJ página de apresentação (explicando o projeto, por exemplo);
JJ dedicatória;
JJ glossário.
„„Também deverão combinar a paginação do livro relacionando esse dado com
o sumário.
„„Toda essa exploração e tomada de decisões deverão ocorrer na primeira aula
desta atividade. Decidida a organização da coletânea, divida os alunos em
grupos e distribua as tarefas, solicitando que cada um se concentre num
primeiro rascunho da parte que lhe cabe: qual grupo fará a capa, o sumário,
a página de apresentação, a indicação dos autores; se haverá ou não ilustra-
ções além daquelas feitas individualmente. Combinem também cores, fonte
e tamanho de letra, tipo de material usado para confeccionar a capa, se o
livro será encadernado ou espiralado.
„„Nesse momento, circule pelos grupos, ajudando-os no que precisarem. Fa-
ça o mesmo na aula seguinte, em que deverão se dedicar a fazer o que foi
combinado, até que o livro-coletânea esteja pronto.

Etapa 6
Preparação da divulgação
da coletânea de contos

ATIVIDADE 6: DIVULGANDO O
LANÇAMENTO DA COLETÂNEA

Objetivo
„„Elaborar o convite do lançamento da coletânea.

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Planejamento:
„„Organização do grupo: coletivamente.
„„Material necessário: papel para a impressão.
„„Duração aproximada: 50 minutos

Encaminhamento:
„„Converse com os alunos sobre a necessidade de divulgar o lançamento da
coletânea e como será realizada.
„„Como sugestão, poderá ser elaborado um convite para ser enviado aos alu-
nos do quarto ano, ao diretor, ao professor coordenador e ao professor da
sala do quarto ano.
„„Retome com os alunos os itens que devem compor um convite como: nome
do evento, local, data e horário.
„„Elabore coletivamente com os alunos os convites, digite-os, imprima-os e
envie aos convidados.

Etapa 7

Avaliação final
do trabalho desenvolvido

ATIVIDADE 7: AVALIAÇÃO FINAL


DO TRABALHO

Objetivo

„„Realizar uma roda de conversa para a avaliação do trabalho desenvolvido.

Planejamento

„„Organização do grupo: coletivamente.


„„Duração aproximada: 50 minutos.

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Encaminhamento

„„Converse com os alunos sobre a finalidade da atividade e sobre a maneira


como se desenvolverá.
„„Após a realização do evento, fazer uma roda de conversa com os alunos, pa-
ra que eles avaliem as experiências do dia de divulgação, o que deu certo, o
que não deu certo, impressões. Nessa roda também é importante recuperar
todo o processo vivido desde o que deu origem ao projeto até o momento da
culminância, de modo que os alunos tomem consciência deste processo e
de tudo o que foi envolvido em cada uma das etapas.
„„Para terminar, é importante que você avalie, também, a adequação das atividades
planejadas para os seus alunos às necessidades e possibilidades de aprendiza-
gem deles, verificando se há mudanças que são necessárias e de que nature-
za são. É essa avaliação que orientará os inevitáveis ajustes a serem feitos na
ação docente e, dessa forma, garantirá a ela uma qualidade cada vez melhor.

Para saber mais...


JOLIBERT, Josette, Formando Crianças Produtoras de Textos, P. Alegre: Artes
Médicas,1994.
KAUFMAM, Ana Maria e M. Elena Rodriguez, Escola, leitura e produção de
textos, Porto Alegre: Artes Médicas,1995.
MATA, Francisco Salvador, Como Prevenir as Dificuldades na Expressão
Escrita, Porto Alegre: Artes Médicas, 2003.
SÃO PAULO (Estado) Secretaria de Educação. Orientações didáticas
fundamentais sobre as expectativas de aprendizagem de Língua
Portuguesa. 2013. Elaboração: Kátia Lomba Bräkling. Colaboração:
Formadoras do Programa Ler e Escrever e Equipe CEFAI. Supervisão
Pedagógica: Telma Weisz.
Disponível em: http://lereescrever.fde.sp.gov.br/SysPublic/Home.aspx
(acesso em 12/03/2014)

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SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Caminhos do verde

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Para começo de conversa

Esta sequência de atividades tem como propósito principal auxiliar os alunos


na construção da competência para consultar materiais que forneçam informações
sobre o planejamento de passeios.

Trata-se de uma proficiência que implica a construção de procedimentos de bus-


ca de informações em material de leitura de diversas naturezas, como jornais, textos
de divulgação científica, mapas e roteiros. Além disso, requer do aluno a utilização
das informações em um planejamento efetivo das atividades, envolvendo, inclusi-
ve, avaliação da viabilidade desta, considerando pertinência, adequação e custos.

As capacidades de leitura mobilizadas são várias:


„„localização de informações;
„„comparação de informações de variados textos (organizados em diferentes
gêneros);
„„realização de redução de informação semântica e generalização; avaliação
das propostas segundo critérios de viabilidade e condições pessoais; apre-
ciação estética e afetiva;
„„de aspectos implicados no passeio, entre outras capacidades.
Além disso, requerem sempre a utilização de procedimentos de leitor de um
grau de letramento significativo. Uma leitura efetivamente cidadã.

Nas situações de análise de recomendações, roteiros e mapas de localização


é importante chamar a atenção dos alunos para os portadores textuais em que as
informações se encontram, bem como para o modo como as apresentam, compa-
rando recursos de linguagem similares ou não. Também é importante salientar os
marcadores temporais e espaciais utilizados nos textos, bem como examinar, com
eles, a presença de verbos de ação/deslocamento presentes.

Quadro de organização geral da sequência didática

Etapas Atividades
Etapa 1 – Atividades de Atividade 1A – Pesquisar diversos portadores textuais,
lazer. buscando indicações de atividades de lazer.
Atividade 1B – Organizando dicas de lazer.
Atividade 1C – Descobrindo o lazer em sua cidade.
Etapa 2 – Conhecer a mata Atividade 2 – Procurando indicações de passeios que
atlântica. incluam conhecer a mata atlântica.

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Etapa 3 – Passeio ao Jardim Atividade 3 – Estudando o passeio ao Jardim Botânico.
Botânico.
Etapa 4 – Reinvestindo o Atividade 4 – Recomendações para outro passeio.
conhecimento aprendido.

Etapa 1
Atividades de lazer

ATIVIDADE 1A: PESQUISAR DIVERSOS


PORTADORES TEXTUAIS, BUSCANDO
INDICAÇÕES DE ATIVIDADES DE LAZER

Objetivos
„„Conhecer meios e recursos para pesquisar sobre possibilidades de lazer co-
locadas para o paulistano.
„„Construir procedimentos de pesquisa de informações a partir de referências
específicas de conteúdo.
„„Entrar em contato com portadores textuais – e veículos – que podem ser
fonte de informação a respeito do tema.
„„Desenvolver capacidades de localizar, inferir e generalizar informações.
„„Desenvolver procedimentos de leitura inspecional.

Leitura inspecional
Tem duas funções específicas: primeira, prevenir para que a leitura poste-
rior não nos surpreenda; segunda, para que tenhamos chance de escolher quais
materiais leremos, efetivamente. Trata-se, na verdade, de nossa primeira impres-
são sobre o livro. É a leitura que comumente desenvolvemos “nas livrarias”.

Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade é coletiva e os alunos podem ficar em círculo.
„„Materiais necessários: jornais, suplementos de jornais que contêm dicas cultu-
rais, revistas e outros materiais nos quais seja possível encontrar dicas de lazer.
„„Duração aproximada: 40 minutos.

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Encaminhamento

„„Converse com os alunos sobre o propósito da atividade e sobre como esta-


rão organizados para desenvolvê-la.
„„Oriente-os para que se organizem em círculo: trata-se de uma roda de leitura dife-
renciada, na qual pesquisarão materiais impressos que divulgam dicas de lazer.
„„Antes de iniciar a leitura, converse com eles e levante o que fazem em seu
tempo de lazer, o que conhecem a esse respeito. Observe como se orien-
tam para fazer passeios e se já viram ou buscaram, eles próprios, dicas de
lazer em algum lugar. Caso isso não lhes seja familiar, leia alguns exemplos,
comentando-os, para que saibam o que e onde podem procurar.
„„Solicite que escolham alguns dos materiais disponíveis no centro do círculo
e procurem neles dicas de lazer: passeios (a parques de diversões, zoológi-
co, jardins), shows, peças de teatro, museus, filmes, espetáculos de dança,
clubes, restaurantes, bares, entre outros.
„„Explique que terão um tempo de 20 minutos para pesquisarem o material. A
cada vez que encontrarem as informações procuradas, devem assinalar no
material – usando marca-texto, deixando aberto na página, dobrando o can-
tinho da página, colocando um bilhete etc.
„„Ao final dos 20 minutos, os alunos compartilharão com a classe o que e on-
de encontraram. Nesse momento, oriente-os para que indiquem: o portador
(livro, revista), o nome (Folha de S.Paulo, Jornal da Tarde, O Estado de S. Pau-
lo, revista Veja, entre outros), o tipo de caderno (Cotidiano, Ilustrada, Guia
da Folha, entre outros), a seção, guia de cidade. Eles podem, também, ler
alguma das recomendações que acharam interessantes.
„„Você deve finalizar a conversa procurando organizar, junto aos alunos, o tipo
de portador no qual as recomendações são publicadas; o tipo de seção; o
tipo de atividade que é objeto de recomendação.

ATIVIDADE 1B: ORGANIZANDO


DICAS DE LAZER
Objetivos

„„Identificar modos de se divertir na sua cidade.


„„Sistematizar possíveis fontes de informação de dicas de lazer.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 181

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Planejamento

„„Organização do grupo: a atividade será realizada em duplas e, depois, socia-


lizada coletivamente.
„„Materiais necessários: materiais consultados na aula anterior e caderno do
aluno.
„„Duração aproximada: 40 minutos.

Encaminhamento

„„Distribua entre os alunos, que estarão reunidos em duplas, os materiais con-


sultados na aula anterior.
„„Explique que deverão organizar as fontes, os portadores que têm em mãos
e as dicas de lazer apontadas. Como exemplo, peça que leiam a seguinte
anotação feita por você, na lousa:

ONDE O QUE (dicas de)


Jornal Filmes, parques, shows

„„Oriente-os a registrarem as informações encontradas em seu caderno. Quan-


do tiverem terminado, socialize as informações que encontrarem e monte, com
eles, um painel coletivo a ser exposto na classe para posteriores consultas.
„„É possível que algumas opções de lazer não apareçam (tais como exposições,
oficinas, saraus, parques de diversão, parques temáticos, pontos turísticos/
históricos). Então, você poderá mencioná-las e pedir que, quando alguém
encontrar alguma informação a respeito, traga para socializar com a turma.
„„Lembre-se de que a internet também pode ser uma boa fonte de pesquisa
quando os alunos são orientados a respeito do que e como buscar.

ATIVIDADE 1C: DESCOBRINDO


O LAZER EM SUA CIDADE

Objetivos

„„Conhecer melhor as opções de lazer dos paulistanos.


„„Selecionar informações específicas.
„„Aprender a recomendar passeios.

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Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade será realizada em duplas e depois, socia-
lizada coletivamente.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: 40 minutos.

Encaminhamento
„„Peça aos alunos que se reúnam em duplas e leiam as dicas de lazer que
constam da coletânea. Quando terminarem, deverão responder as questões,
selecionando as informações e fazendo o que é solicitado.
„„Antes de encerrar a aula, compartilhe as respostas das duplas, que deverão
conferir o que fizeram e fazer as devidas correções, caso necessário.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

Você vai ler agora as informações sobre três interessantes passeios que po-
demos fazer em São Paulo. Após ler os textos, responda as perguntas em seu ca-
derno e faça o que se pede.

Aquário de São Paulo


O Aquário de São Paulo foi inaugurado em 2006 e é considerado o maior da
América Latina.
Neste passeio o visitante poderá conhecer mais sobre as florestas brasileiras, o
mundo marinho, alguns mamíferos e até mesmo, réplicas gigantes de dinossauros.
Horário de funcionamento:
De segunda a domingo, das 9h às 18h
Valores:
Ingresso infantil (crianças de 3 a 12 anos) – R$35,00
Ingresso adulto – R$45,00
Ingresso melhor idade (visitantes com idade igual ou superior a 60 anos) – R$20,00.
Ingresso “segunda-feira com desconto” – R$30,00.
Ingresso para professor – R$20,00.
Ingresso cortesia para deficiente físico – isento de pagamento.

Fonte: http://www.aquariodesaopaulo.com.br/novo/- Acesso em 04/08/2014.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 183

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Cidade das Abelhas
Localizado em uma extensa área de preservação ambiental de 150 mil metros
quadrados no meio da mata atlântica, o Parque Ecológico, Cultural e de Lazer
Cidade das Abelhas é o lugar ideal para uma visita ou realização de uma aula
de estudos do meio que mostrará a vida destes insetos, considerados os
mais úteis da espécie.
Na Cidade das Abelhas, o passeio começa no Museu Apícola, onde o biólogo e
apicultor apresenta a história, a vida e a importância das abelhas para a natu-
reza. Depois, os visitantes conhecem “A visão da abelha”, as abelhas nativas
sem ferrão, entram na abelha gigante e conhecem sua anatomia e ainda acom-
panham de perto a movimentação das abelhas, que estão em plena atividade
dentro de uma colméia de vidro.
A apresentação conta com rico material de exposição e cenografia, dioramas
(insetário e vitrine), fotos, desenhos, maquetes, pinturas, de forma que os alu-
nos possam tocar em alguns objetos facilitando sua compreensão.
Na sequência, participam de uma trilha ecológica no meio da mata atlântica,
quando aprendem sobre a relação das plantas com as abelhas (polinização
cruzada) até chegarem ao apiário modelo. O passeio termina com a degustação
de meis na Casa do Mel.
Todo o percurso é acompanhado por biólogo ou apicultor que vai esclarecendo
as dúvidas de alunos e professores. Após a aula ao ar livre, chega a hora da
diversão e os alunos visitantes podem brincar nos equipamentos disponíveis no
parque: “Arbelhismo’’(Arvorismo não radical com vários tópicos de dificuldades),
campo de futebol-mirim, tênis (quadra oficial de saibro), abelha gigante com 18
metros de comprimento, casinha da abelhinha, colméia gigante estilizada, LaBEE-
rinto, tobogãs, além de espaço para palestras e área para eventos.O atendimento
às escolas é feito a partir de agendamento antecipado pelo telefone 4703.6460.
www.cidadedasabelhas.com.br
©divulgação cidade das abelhas.

Catedral da Sé – visitas monitoradas

Conheça a história da Catedral da Sé e a cripta!


Nas visitas monitoradas à Catedral da Sé não é possível conhecer as torres e
partes internas da igreja, somente as áreas comuns e a cripta. As visitas duram,
em média, 30 minutos dentro dos horários descritos abaixo.
Grupos acima de 30 pessoas precisam agendar a visita pelo telefone: 3107-
6832, pessoalmente na secretaria, ou por e-mail: [email protected]
Se não for grupo não é necessário agendamento, basta somente vir dentro dos
horários descritos abaixo. Não há limite mínimo de pessoas para fazer a visita.

Dias disponíveis para visitas monitoradas:


• De terça a sexta-feira das 10h às 11h30 e das 13h às 17h30
Aos sábados das 10h às 11h30 e das 13h às 16h30

184 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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• Aos domingos das 10h às 12h30 e das 14h às 16h30
• Nas segundas-feiras e no último domingo de cada mês, não há visitas.
• Ingresso: R$ 5,00 (por pessoa)
• Crianças menores de 7 anos não pagam.
Texto adaptado
Fonte: http://www.catedraldase.org.br/site/?page_id=1406 Acesso: 11/09/2014

1. Q
 ual dos passeios é o mais caro, Catedral da Sé ou Aquário de São Paulo?
2. Em qual deles podemos conhecer melhor a vegetação da mata atlântica?
3. O que podemos aprender visitando cada um desses lugares?
4. Em que horário funciona o Aquário de São Paulo?
5. Quais dias da semana a Catedral da Sé está aberta para visitação?
6. Como é feito o atendimento às escolas na Cidade das Abelhas?
7. Qual desses passeios você gostaria de fazer?
8. Q
 ual deles você recomendaria ao seu parceiro de trabalho da dupla? Justifi-
que sua resposta.

Etapa 2
Conhecer a mata atlântica

ATIVIDADE 2: PROCURANDO INDICAÇÕES


DE PASSEIOS QUE INCLUAM CONHECER
A MATA ATLÂNTICA

Objetivos

„„Definir critérios de busca de indicações que incluam conhecer a mata atlântica.


„„Identificar nas indicações encontradas as que atendem ao critério definido.
„„Ler as recomendações e selecionar um passeio para ser feito.
„„Desenvolver procedimentos de leitura inspecional.
„„Desenvolver capacidades de localizar, inferir e generalizar informações.
„„Conhecer meios e recursos para pesquisar sobre possibilidades de lazer co-
locadas para o paulistano.

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„„Construir procedimentos de pesquisa de informações a partir de referências
específicas de conteúdo.

Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade será realizada coletivamente e os alunos
poderão estar dispostos em círculo.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: cerca de 40 minutos.

Encaminhamento
„„Converse com os alunos para apresentação dos propósitos da atividade e
de como se desenvolverá.
„„Oriente-os para que retomem o material de leitura já investigado e procurem
quais dessas indicações de passeios incluem conhecer a mata atlântica.
„„Comece por solicitar-lhes que, considerando a lista de tipos de indicações e
atividades de lazer encontradas em aula anterior, digam onde precisam pro-
curar; na relação de quais tipos de passeios pode haver algum que inclua
conhecer a mata atlântica. Espera-se que eles deduzam que precisa ser na
parte em que estão relacionados passeios a parques.
„„Em seguida, oriente-os a fazer a busca.
„„Organize um círculo de leitura dos passeios escolhidos e solicite que todos
leiam as indicações que encontraram.
„„Provavelmente encontrarão várias indicações de passeio a parques, mas
sem referências sobre a possibilidade de se visitar a mata atlântica. Isso é
preciso tematizar: pergunte aos alunos, depois de lerem a indicação, se é
possível saber se o parque está em uma região de mata nativa.
„„É possível que os alunos cheguem à conclusão de que os parques de São
Paulo terão, necessariamente, mata nativa, já que a cidade está numa região
de mata atlântica. No entanto, é preciso problematizar essa questão: trazer à
tona o fato de que nos parques pode ter havido reflorestamento, e esse pode
incluir espécies vegetais não nativas. Além disso, é importante informá-los
também que alguns parques e reservas ambientais abertos ao público conser-
vam vegetação de mata secundária, e não nativa, pois o reflorestamento se fez
necessário para garantir a sobrevivência de espécies ameaçadas de extinção.
Assim, deve-se ter informações precisas a respeito da vegetação local. Termi-
nada a leitura da indicação, é necessária uma pesquisa a esse respeito.

Evidentemente, não se tomará para pesquisar qualquer das indicações lidas, mas
apenas aquelas que tiverem pistas sobre a possibilidade de haver mata nativa no parque.

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„„Aqui, você tem duas possibilidades: ou orienta os alunos para que eles mes-
mos façam a pesquisa ou você a realiza previamente e oferece o material
para que eles analisem.
Na primeira possibilidade, você pode proceder assim:
JJ Selecione os parques mais prováveis e levante as formas de se realizar
essa pesquisa. Possivelmente, as indicações recairão sobre Jardim Bo-
tânico, Pico do Jaraguá, Parque Estadual da Cantareira, Parque Ecológico
do Guarapiranga, Parque Ecológico Tietê. Os mais citados nas indicações
dos jornais e revistas costumam ser Jardim Botânico e Zoológico, com
outras indicações sazonais.
JJ Depois dessa seleção, oriente-os para que definam modos de se realizar
a pesquisa. Alguns deles:
a. guia de São Paulo, impresso;
b. sites eletrônicos;
c. visita à Secretaria de Turismo para coleta de informações.
Os meios mais práticos, por não requererem saída da escola, são os dois pri-
meiros. Assim, organize com os alunos uma pesquisa a esse respeito.
JJ Divida a classe em dois grupos de representantes, cada um com a in-
cumbência de pesquisar em um suporte. Um grupo pode realizar a pes-
quisa na internet e o outro grupo precisará encontrar os guias para obter
as informações. Cada grupo coleta as informações e traz para a classe
para discussão, na aula seguinte.
JJ Sugestão de sites:
a. http://www.saopaulo.sp.gov.br/saopaulo. Nesse endereço, entrar
em “CONHEÇA SÃO PAULO” e, depois, em “TURISMO”. Nessa pági-
na, entrar em “PARQUES” e, depois, selecionar o parque sobre o qual
deseja informações. Imprimir as informações sobre cada um dos par-
ques selecionados e levar para classe para leitura. As informações
disponíveis, no entanto, podem ser insuficientes.
b. http://www.prefeitura.sp.gov.br Nesse endereço pode-se ter acesso a to-
dos os parques da cidade de São Paulo. As informações, no geral, estão
mais completas nesse endereço, mas só sobre os parques municipais.
c. http://www.ibot.sp.gov.br Esse é o endereço para realizar pesquisas
sobre o Jardim Botânico. Site completo apresenta inclusive os proje-
tos de ecologia e educação desenvolvidos.
„„Feita a pesquisa, os alunos representantes socializam as informações com
os colegas e, depois, você orienta a escolha do melhor parque. Sugerimos
o Jardim Botânico. Inicialmente, porque é uma unidade de conservação e,
depois, dada a própria finalidade dos jardins botânicos. Você poderá, nes-
se momento, ler o texto que se encontra no site do parque a esse respeito.

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„„Além disso, há que se considerar que o Jardim Botânico desenvolve projetos
educacionais relacionados com o trabalho de preservação do meio ambiente,
inclusive com visitas monitoradas previstas.
„„Depois disso, você anuncia que, nas próximas aulas, se aprofundarão no
estudo do passeio.
„„Na segunda possibilidade, você anuncia a sua escolha, informando que já
efetuou a pesquisa. Pode contar aos alunos como fez, por exemplo, onde
pesquisou, o que descobriu etc.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

O papel dos jardins botânicos


O contato com o mundo natural cada vez mais está menor, devido o crescente
processo de urbanização. Travar um contato direto com a beleza e a diversidade
encontradas na natureza é um dos meios eficazes para aumentar o conhecimen-
to e sensibilizar as pessoas na religação do ser humano com seu meio natural.
Os jardins botânicos têm papel fundamental nesse processo educacional cujo
objetivo é ensinar a importância da vegetação, conservação da biodiversidade,
pesquisas científicas e do desenvolvimento sustentável.
Há mais de 1.600 jardins botânicos no mundo e, atualmente, 29 estão situ-
ados no território brasileiro, que juntos mantêm a maior coleção de espécies
vegetais fora da natureza.
©Instituto de Botânica/Jardim Botânico de São Paulo - www.ibot.sp.gov.br

Unidade de conservação
Áreas territorialmente definidas, criadas e regulamentadas legalmente (por
meio de leis e decretos), que têm como um dos seus objetivos a conservação
in situ da biodiversidade.

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Conservação in situ
Artigo por Colunista Portal Educação quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Resguardar os valores criados durante o processo de desenvolvimento da vida


Conservação in situ pode ser definida como a preservação integral de espécies
e comunidades dentro dos ecossistemas e hábitats naturais onde ocorrem. To-
das as espécies possuem adaptações para viver e desenvolver-se dentro de um
ecossistema. Por isso, a espécie só mantém a sua particularidade na sua per-
manência dentro do ecossistema. Se o nosso objetivo for resguardar os valores
criados durante o processo de desenvolvimento da vida, é sumamente desejável
que conservemos a biodiversidade dentro do ecossistema que a gerou.
O manejo de populações ameaçadas no seu ambiente natural deve levar em
conta características biológicas, ecológicas e comportamentais da espécie. Por
exemplo, se estamos manejando invertebrados (o que é muito raro), não será
necessária mais cautela quanto ao bem-estar dos indivíduos, já que, ao que se
sabe, eles possuem sistemas nervosos pouco desenvolvidos. Agora, se estamos
manejando espécies mais desenvolvidas, como mamíferos, por exemplo, temos
que ter toda uma consideração sobre o tipo de manejo que fazemos.

Conservação ex situ
Diante da realidade de degradação ambiental e perda de biodiversidade, os
animais cativos são um grande patrimônio genético de suma importância para
a conservação das espécies. O tratamento correto das espécies, seja na ma-
nutenção como no manejo demográfico e genético, é prioritário para manter po-
pulações viáveis. Além disso, são fundamentais a documentação e informação
sobre as espécies mantidas em condições ex situ.
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO – http://www.portaleducacao.com.br/biologia/
artigos/25099/conservacao-in-situ%20-%20ixzz2yrIBGDUc#ixzz3BnNLvjuN
Acesso em 29 de agosto de 2014.

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Etapa 3
Passeio ao Jardim Botânico

ATIVIDADE 3: ESTUDANDO O PASSEIO


AO JARDIM BOTÂNICO

Objetivos
„„Definir critérios de busca de indicações que incluam conhecer a mata atlântica.
„„Identificar nas indicações encontradas as que atendem ao critério definido.
„„Ler as recomendações e selecionar um passeio para ser feito.
„„Desenvolver procedimentos de leitura inspecional.
„„Desenvolver capacidades de localizar, inferir, construir e generalizar informações.
„„Conhecer meios e recursos para pesquisar sobre possibilidades de lazer co-
locadas para o paulistano.
„„Construir procedimentos de pesquisa de informações a partir de referências
específicas de conteúdo.

Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade será realizada ora em duplas, ora coletivamente.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: quatro aulas de 40 minutos.

Encaminhamento
„„Converse com os alunos para apresentação das finalidades da atividade e
de como se desenvolverá.

1ª aula
Refere-se ao estudo do Jardim Botânico enquanto instituição: sua finalidade,
seu envolvimento com a educação, sua localização geográfica.
„„Peça aos alunos que leiam o texto 3A “Histórico do Jardim Botânico de São
Paulo”.

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„„Leia com os alunos a primeira parte do texto, auxiliando-os a fazer uso dos
procedimentos de estudo (anotações na margem esquerda da folha, iden-
tificando do que trata o trecho do texto, grifar tópicos fundamentais para a
compreensão do assunto etc.). Deixe que as duplas deem continuidade à
atividade de estudo do texto.
„„Defina um tempo para a leitura e, ao final, solicite que cada um apresente
para a turma o que considerou importante no conteúdo do texto lido.

2ª aula
„„Nessa aula, considere com os alunos a importância dessa zona de preserva-
ção da mata atlântica e proponha que sua turma também realize uma visita
educativa a esse lugar. Para encaminhar esse trabalho, converse com eles
sobre o que é uma visita monitorada, já que é fundamental para que plane-
jem uma possível visita.
„„Para começar, proponha a leitura compartilhada do texto 3B (“Visitas edu-
cativas”), chamando a atenção dos alunos para os aspectos práticos dessa
visitação, como horários, preços e outras informações.
„„Depois, faça com eles um estudo do roteiro de visitação, que inclui um mapa
com todos os pontos previstos para visita. Faça a exploração desse mapa
coletivamente, articulando o estudo dele com as informações dos textos com-
plementares. Chame a atenção dos alunos para as legendas, os pontos de
referência, os possíveis trajetos, os nomes que aparecem em cada estação
do passeio. Estude também com os alunos possíveis roteiros.
„„Quando terminarem, faça com eles uma lista das providências que devem
ser tomadas para que o passeio seja possível.

3ª aula
Nessa aula, serão mais bem conhecidos alguns pontos da visita.
„„Proponha que os alunos se reúnam em duplas para ler os textos 3C, 3D e 3E
(respectivamente “Trilha da nascente do Jardim Botânico”, “Museu Botânico
Dr. João Barbosa Rodrigues” e o último, sem título), e peça que assinalem,
com marca-texto, as informações que julgarem mais importantes em cada um.
„„Quando terminarem, peça que conversem sobre as questões que seguem
os textos, compartilhando suas ideias e opiniões posteriormente, com o
grupo todo.

4ª aula
Nessa aula, os alunos descobrirão modos possíveis de chegar ao Jardim Bo-
tânico. Ainda que exista a possibilidade de a turma fazer o passeio coletivamente,

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saindo juntos da escola, é interessante que cada um pense em como ir ao Jardim
Botânico a partir da sua residência, caso queira fazer o passeio com a família.
„„Proponha a exploração do mapa de localização e as indicações de itinerários
apontados na atividade. Esse momento será coletivo, mas depois as crian-
ças poderão sentar-se em duplas para elaborar um possível roteiro de ida e
volta, considerando alguns aspectos essenciais:
JJ horário de saída de casa;
JJ conduções que precisariam pegar, em sequência;
JJ horário de chegada ao Jardim Botânico;
JJ horário de saída do Jardim Botânico;
JJ conduções que precisariam pegar para voltar para casa, em sequência;
JJ horário provável em que chegariam em casa, de volta.
„„Para finalizar, oriente a organização do dossiê do passeio, recomendando
que estejam atentos para os horários de funcionamento do parque e, ainda,
para o que não é permitido em uma Unidade de Conservação, como o Jar-
dim Botânico.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. V
 amos conhecer melhor uma importante zona de preservação da mata atlân-
tica. Faça a leitura silenciosa dos texto 3A, lembrando-se de:
a. ler cada um dos parágrafos e, usando seu lápis ou marca-texto, anotar,
na margem esquerda do texto, palavras-chave que sintetizem o conteúdo;

b. quando terminar a leitura dos textos, circular, nas anotações da margem,


aquelas que você considera como as mais importantes. Esse procedimen-
to vai auxiliá-lo quando for apresentá-las para a classe;

c. c onversar com sua turma sobre o conteúdo do seu texto, comentando o


que mais lhe chamou a atenção. Ouça também as apreciações e, quando
considerar que são essenciais e você não as observou, faça anotações
para complementar sua leitura.

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TEXTO 3A
©Genivaldo Carvalho/IMESP Histórico do Jardim Botânico de São Paulo

Jardim de Lineu – Viveiro de plantas do Jardim Botânico

No final do século XIX, a preservação da natureza já era uma questão importan-


te em São Paulo. Com base nisso, em 1893 a administração pública estadual
começou a desapropriar uma vasta área de mata nativa ocupada por chácaras
e fazendas a fim de proteger a floresta e as nascentes do Riacho do Ipiranga,
localizadas na zona sul da cidade.
Até 1928, a região serviu para o abastecimento de água do bairro do Ipiranga,
e neste ano mesmo o naturalista mineiro Frederico Carlos Hoehne foi convi-
dado pelo governo para implantar um horto botânico no local. Por um projeto
de sua autoria, nasceu o Jardim Botânico de São Paulo que, ao completar 80
anos em 2008, passou por um processo de reformas que concedeu ainda
maior beleza ao local, confirmando-o como um dos melhores parques da cida-
de para se relaxar.
Atualmente, o Jardim Botânico faz parte do Instituto de Botânica de São Paulo
e está, geograficamente, inserido no Parque Estadual das Fontes do Ipiranga,
conhecido como Parque do Estado. Sua área de 360 mil m² de mata atlântica
abriga 380 espécies de árvores, utilizadas para fins de pesquisa e conserva-
ção. Além da vegetação, é possível observar alguns animais, como por exem-
plo, o tucano-de-bico-verde, a preguiça, bugios e roedores, que vivem livremente
no lugar. Confira abaixo algumas das atrações do local.
Alameda Fernando Costa – é a primeira atração com que o visitante irá se
deparar. Totalmente reformada, sua construção é uma passarela suspensa
com 250 metros de extensão, feita de madeira de reflorestamento, onde se
podem observar a mata natural, bem como as águas cristalinas do córrego
Pirarungaua. Foi projetada a facilitar a acessibilidade de pessoas com mobi-
lidade reduzida.

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Córrego Pirarungaua – canalizado por várias décadas, o Córrego Pirarungáua,
afluente do histórico Riacho do Ipiranga, aflora a céu aberto em 2008, e é a
nova atração do Jardim. Em seu leito correm águas límpidas e nas margens
foram introduzidas espécies da mata atlântica, que estimulam o visitante a
refletir sobre a importância de se preservar as nossas áreas de mananciais.
Museu Botânico Dr. João Barbosa Rodrigues – com singular arquitetura, cons-
truído em forma de cruz, foi inaugurado em 1942 com o objetivo de despertar
no visitante o interesse pela pesquisa, para os ecossistemas do Estado de São
Paulo e a para a botânica econômica. Possui também uma sala histórica e um
belíssimo vitrô central que retrata nossa flora.
Escadarias/Jardim de Lineu – belas escadarias datadas de 1928 e situadas nas
extremidades do Jardim de Lineu, que foi inspirado no Jardim Botânico de Uppsala,
Suécia, onde trabalhou Carl Linnaeus, considerado o “pai da taxonomia”.
Estufas – construídas em estruturas de ferro inglês, é o marco inicial do Jardim
Botânico de São Paulo. Uma delas abriga plantas tropicais, principalmente da
mata atlântica, enquanto a outra se destina a exposições temporárias.
Lago das Ninfeias – um dos recantos majestosos que o Jardim possui. O lago
formado pelo represamento do Córrego Pirarungáua, afluente do Riacho do Ipi-
ranga, abriga grande quantidade de plantas aquáticas das quais se destacam
as ninfeias nas cores amarela, roxa e rosa, flor símbolo do Jardim Botânico.
Jardim dos Sentidos – criado em 2003, é um espaço que possui coleção de plantas
aromáticas, onde o visitante pode tocar as plantas e sentir seus aromas e texturas.
Esse espaço está adaptado para atender a deficientes visuais e a cadeirantes.
Trilha da Nascente – nesse percurso o visitante vai adentrar o interior da mata
atlântica por meio de uma trilha suspensa de 360 m que o levará até uma das
nascentes do Riacho do Ipiranga, de onde brotam suas águas. O acesso é
adaptado para pessoas com mobilidade reduzida.
Serviço:
Jardim Botânico de São Paulo
Avenida Miguel Stéfano, 3.031 - Água Funda - zona sul - São Paulo
Tel: (11) 5073-6300 – www.ibot.sp.gov.br
Horário: de terça a domingo e feriados, das 9h às 17h
Preço: R$ 3. Estudantes pagam R$ 1 e crianças de até dez anos, adultos acima
de 65 anos e portadores de necessidades especiais são isentos.
Fonte: http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/o-que-visitar/pontos-turisticos/194-jardim-botanico
Atualizado em 14.04.14. Autor: Caio Pimenta

2. Nesta aula você vai conhecer melhor o Jardim Botânico, explorando o mapa
do lugar. Como você já sabe, é possível fazer visitas monitoradas, mas antes
é preciso obter informações importantes a respeito do funcionamento do par-
que. Leia o texto 3B e o mapa, e depois ajude seu professor e colegas a ela-
borarem uma lista de providências necessárias para fazer esse passeio.
3. C
 om seu professor, estude, ponto a ponto, todos os lugares pelos quais
você passará se for realizar essa visita, desde quando entra no parque até
quando sai dele. Para mais informações sobre alguns dos pontos pelos
quais você passará, observe o mapa com atenção.

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TEXTO 3B
Visitas educativas
O Jardim Botânico de São Paulo está disponibilizando as visitas educativas
para grupos escolares. Para participar da visita educativa, todos os grupos com
10 ou mais participantes devem agendar sua visita via site.
É necessário respeitar a proporção de um professor/acompanhante, para cada
quinze alunos/visitantes.
Nesse modelo de visita o grupo contará com um educador nos seguintes pon-
tos do JBSP:
•• Museu Botânico “Dr. João Barbosa Rodrigues” – caracterizando a história
da Botânica no Brasil, a produção científica do Instituto de Botânica, os
serviços ambientais e as Unidades de Conservação da Natureza;
•• Estufas Dr. Frederico Carlos Hoehne – caracterizando os biomas de cerra-
do e mata atlântica;
•• Trilha da Nascente do Pirarungaua – caracterizando um remanescente flo-
restal natural de mata atlântica.
Todas as escolas agendadas, ao passarem por esses atrativos, terão o acom-
panhamento de um educador que irá abordar aspectos ecológicos e ambientais
pertinentes aos biomas mata atlântica e cerrado; bem como aspectos históri-
cos, econômicos e culturais sobre a exploração dos recursos naturais.
Ao longo da visita os professores contam ainda com um conjunto de placas
interpretativas e outros atrativos do Jardim Botânico como o Lago das Ninfeias
e o Jardim dos Sentidos (veja todos os atrativos em roteiro de visitação) que
enriquecem e contribuem com aspectos pedagógicos da visita, os quais podem
ser explorados livremente.
Visitas educativas
Período: terça a sexta
Horários: manhã: 09h–12h
tarde: 14h–17h
Valores de ingresso
Estudante: R$ 2,50
Público em geral: R$ 5,00
Isenção de taxas: a isenção dos valores de ingresso é regida pela Resolução
SMA 08 de 31 de janeiro de 2012. De acordo com essa resolução, podem
requerer isenção de taxas escolas públicas, creches e entidades assistenciais
sem fins lucrativos, mediante ofício, justificando o pedido. A isenção será con-
cedida após avaliação e deferimento do pedido pela diretoria.
Atendimento especial pré-agendado
Para as instituições de ensino que queiram desenvolver um trabalho diferencia-
do, o JBSP disponibiliza o atendimento especial pré-agendado. [...]
©Instituto de Botânica/Jardim Botânico de São Paulo - www.ibot.sp.gov.br

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©acervo do Instituto de Botânica - www.ibot.sp.gov.br

4. A
 gora que já conhece um pouco mais sobre o Jardim Botânico, principalmen-
te sobre a visita educativa que se pode fazer, vamos conhecer um possível
roteiro de visitação. Após a leitura dos textos a seguir, responda as ques-
tões correspondentes.
©Rubens Chiri/Banco de imagens do Estado de São Paulo

TEXTO 3C
Trilha da nascente do Jardim Botânico
A trilha da nascente do Riacho do Ipiranga, inaugurada
no dia 4 de junho de 2006, está instalada no Parque
Estadual das Fontes do Ipiranga (PEF), um dos últimos
remanescentes de mata atlântica bem preservada na
região metropolitana de São Paulo.
Aberta no interior da reserva florestal, com 360 metros
de extensão e três áreas de observação, o visitante vai
percorrer inicialmente um trecho de mata em recupera-
ção, seguindo para uma área com elevada diversidade
de espécies, como samambaias, bromélias e palmitos,
além de árvores imensas.
No final do percurso, o visitante chegará a uma das nascen-
tes do Riacho do Ipiranga.

Jardim Botânico - vista aérea

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Com um deque de madeira apoiado em uma estrutura de eucalipto tratado, a
trilha, utilizada anteriormente apenas para pesquisa científica, foi construída
de forma a não causar impactos negativos na mata, pois é totalmente eleva-
da, chegando a atingir quatro metros de altura em alguns trechos, o que evita
contato dos visitantes com o solo, mas que propicia aos mesmos chegar bem
próximo às copas das árvores.
Trata-se de uma trilha projetada obedecendo às normas de acessibilidade da
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, permitindo o acesso a pesso-
as com mobilidade reduzida, como idosos, usuários de cadeira de rodas, entre
outros. A duração do percurso é aproximadamente de 40 minutos. [...]

©Instituto de Botânica/Jardim Botânico de São Paulo - www.ibot.sp.gov.br

TEXTO 3D
Museu Botânico “Dr. João Barbosa Rodrigues”
O Museu Botânico “Dr. João Barbosa Rodrigues” foi idealizado por Hoehne com o
objetivo de ser um instrumento de divulgação científica, educação e comunicação
para o público visitante do Jardim Botânico de São Paulo. A construção do museu
teve inicio em 1940 e sua inauguração se deu em março de 1942, por ocasião do
centenário do nascimento do Dr. João Barbosa Rodrigues, naturalista de grande
expressão para a botânica brasileira. Seu prédio, em formato de cruz, abriga cin-
co salas, exibe no teto da sala central um vitral inspirado na flora brasileira e as
paredes externas adornadas por placas de terracota que ilustram representantes
da flora nativa.
©Genivaldo Carvalho/IMESP

Museu Botânico

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A exposição do Museu Botânico aborda a história da Botânica no Brasil, a
criação e evolução do Jardim Botânico São Paulo e do Instituto de Botânica.
Seu acervo é composto de mobiliário, objetos antigos, fotografias, exsicatas de
plantas históricas, frutos, sementes e óleos essenciais.

Fonte: Assessoria de Imprensa – Secretaria de Estado do Meio Ambiente – agosto 2014.


©Instituto de Botânica/Jardim Botânico de São Paulo - www.ibot.sp.gov.br

TEXTO 3E
No Museu Botânico encontram-se inúmeras amostras de plantas da flora brasi-
leira, uma coleção de produtos extraídos de plantas, fibras, óleos, madeiras, se-
mentes e também quadros e fotos representativos dos diversos ecossistemas
do estado. No conjunto arquitetônico-cultural do Jardim Botânico destacam-se,
além do museu, o Jardim de Lineu – inspirado no Jardim Botânico de Uppsala,
na Suécia –, as estufas históricas, o portão histórico de 1894 e o arco das
nascentes do Riacho Ipiranga.
©Instituto de Botânica/Jardim Botânico de São Paulo - www.ibot.sp.gov.br

Converse com seus colegas:


a. O que você achou do roteiro?
b. De que parte você não desistiria, de jeito nenhum?
c. Se tivesse que priorizar alguns itens – por causa do tempo, por exemplo
–, quais você priorizaria?
d. Você acha que conseguiria realizar a visita sozinho, sem monitoria?
5. Agora, vamos descobrir como chegar até o Jardim Botânico.
Estudem o mapa da localização do parque e, a seguir, as indicações de trans-
portes que podem ser utilizados para se chegar até ele.

198 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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Localizado na Av. Miguel Estéfano, 3.031 – Água Funda, próxima às Avenidas
dos Bandeirantes e Ricardo Jafet (ao lado do zoológico) – CEP 04301-902
São Paulo – SP – Brasil
Metrô Ônibus
Estação Ida – Jardim Clímax (4742) – sai da Estação São Judas do Metrô
São Judas Volta – Metrô São Judas (4742)
Ida – Jardim São Savério (475-C) passa pela Praça da Árvore
Volta – Term. Pq. D. Pedro II (475-C)
Ida – Zoológico (4491)
Volta – Term. Pq. D. Pedro II (4491)

Considerando onde você mora, se você não fosse com um veículo próprio da
família, quantos ônibus, metrô ou trem teria que utilizar?

Sente-se com mais um colega e, juntos, elaborem os roteiros da ida e da volta


ao Jardim Botânico, indicando:
a. horário de saída de casa;
b. conduções que você pegaria, em sequência;
c. horário de chegada ao Jardim Botânico;
d. horário de saída do Jardim Botânico;
e. conduções que você pegaria, em sequência; e
f. horário que chegaria a sua casa, de volta.

Converse sobre o roteiro com os demais colegas de classe e com o professor.

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6. A
 gora você está pronto para finalizar o planejamento da visita. Tome cada um
dos levantamentos que você fez e organize um dossiê do passeio. Você pode
conversar com seus pais sobre esse passeio, analisando a sua viabilidade.

Não se esqueça de incluir nesse levantamento final os dias possíveis para se


realizar a visita e, ainda, o horário de funcionamento do Jardim Botânico. Assim
você pode prever a que horas terá que lanchar, por exemplo, para não se atrasar
na hora da saída, pois tem que considerar a hora que o local fecha.

Etapa 4
Reinvestindo o conhecimento aprendido

ATIVIDADE 4: RECOMENDAÇÕES
PARA OUTRO PASSEIO

Objetivos
„„Retomar procedimentos de planejamento de passeio desenvolvidos durante
as atividades anteriores.
„„Consultar informações em sinopses de recomendação, sabendo em quais
portadores é possível obtê-las.
„„Pesquisar sobre o lugar, levantando dados sobre suas características, loca-
lização geográfica, acessibilidade.
„„Fazer levantamento de meios de transporte e tempo necessários para che-
gar ao local.

Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade será realizada em duplas.
„„Materiais necessários: folhas das atividades realizadas até o momento, para
que os alunos possam recuperar os procedimentos, computadores com in-
ternet. Caso isso não seja possível, o professor poderá entrar pessoalmente
no site recomendado e providenciar fotocópias das páginas necessárias para
a realização da atividade.
„„Duração aproximada: 50 minutos.

200 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

12239 Guia 5 ano professor.indd 200 10/29/14 12:12 PM


Encaminhamento

„„Converse com os alunos para apresentação dos propósitos da atividade e


de como se desenvolverá. Retome com eles todas as atividades realizadas,
registrando-as na lousa, para que possam tomá-las como referência na ela-
boração das recomendações.
„„Oriente os alunos para que se organizem em duplas e, considerando todas
as atividades realizadas, elaborem um texto que apresente recomendações
para planejamento de passeios. Considere quem serão os destinatários
possíveis, que podem ser leitores de uma revista ou jornal para crianças, ou
ainda colegas de outras classes. Lembre que a finalidade será auxiliar os
leitores a planejar adequadamente um passeio.
„„Para realizar a atividade, além dos materiais explorados até aqui, será neces-
sário acessar a internet. Isso pode ser feito pelas duplas diretamente em sites,
se sua escola tiver classes de informática. Caso não seja possível, você poderá
providenciar fotocópias das páginas necessárias para a realização da tarefa.
„„Convide a turma para planejar a recomendação de um passeio a outro inte-
ressante parque de São Paulo: o Villa-Lobos.
„„Oriente-os que para elaborar essas recomendações deverão retomar todos
os procedimentos que utilizaram em cada atividade, pois serão fundamentais
para auxiliar os leitores a planejar adequadamente o passeio.
„„Na avaliação, retome com eles, um a um, os procedimentos de cada ativida-
de e verifique se constam das recomendações.

Procedimentos avaliáveis

„„Consultar informações em sinopses de recomendação, sabendo em quais


portadores é possível obtê-las.
„„Pesquisar sobre o lugar, levantando dados a respeito de suas características,
localização geográfica, acessibilidade.
„„Fazer levantamento de meios de transporte e tempo necessários para se
chegar ao local.
„„Avaliar as etapas do passeio – quando for o caso –, elaborando uma lista de
prioridades, caso haja necessidade de desistir de algumas.
„„Avaliar procedimentos recomendáveis e não recomendáveis para o passeio,
considerando sua natureza e especificidade.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 201

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2º SEMESTRE

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PROJETO DIDÁTICO
Universo ao meu redor

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Para início de conversa...

Em Língua Portuguesa, quando se fala em estudar um tema se fala, necessa-


riamente, em desenvolver três habilidades básicas: LER, FALAR E ESCREVER.

No ensino fundamental, é cada vez mais importante que se exija dos alunos ler,
comunicar-se oralmente e escrever como instrumentos importantes para a aprendizagem
de conteúdos de outras áreas. Daí a necessidade de incorporar os usos “acadêmicos” da
leitura, da fala e da escrita. Isso poderá fazer com que os alunos tenham mais oportuni-
dades para utilizar ferramentas que lhes permitam a aprendizagem de vários conteúdos.

Assim, este projeto propõe o estudo de um assunto em particular, o que per-


mite a realização de atividades em que os alunos precisam ler para se informar e
comparar diferentes fontes de informação. Também têm a oportunidade de sele-
cionar informações relevantes, escrever para registrar o que aprenderam, fazer re-
sumos, produzir legendas, esquemas e textos informativos, bem como comunicar
oralmente o que aprenderam, em forma de seminário, por exemplo. Considerando
a natureza do tema escolhido e a necessidade de discussão a respeito dele, dentro
do ambiente escolar, o seminário pode ser um evento interativo bastante adequado,
já que se trata de uma situação didática que congrega pessoas para falar, discutir
e apresentar ideias a respeito das mais diversas questões, além de ter que ler e
registrar o que descobriram.

O seminário é uma reunião de pessoas – especialistas, de fato, ou não; estando


mais para estudiosos no assunto do que para especialistas, propriamente –, realizada
para estudar determinado tema. É uma situação comunicativa que prevê várias expo-
sições orais de aspectos diferenciados de um tema comum. Por isso, é uma situação
privilegiada de estudo nas mais diversas áreas: História, Matemática, Geografia, Edu-
cação Física, ou seja, presta-se ao trabalho com todas as áreas do currículo escolar.

No seminário, essas exposições orais são articuladas por um mediador, com


a finalidade de buscar melhor compreensão por meio da troca de informações e
reflexão sobre o tema.

As exposições podem ser sustentadas por recursos materiais diversos, como


projetor multimídia, slides, vídeo, quadros sinóticos, músicas, fotografias, apresen-
tações musicais e de dança, ou seja, tudo o que for mais adequado para esclarecer
a audiência sobre o tema, inclusive por esquema escrito que sintetize as principais
ideias focalizadas.

Em uma exposição oral, aspectos como altura e tom de voz, clareza na dicção,
ritmo, gestual e atitude corporal são itens que precisam ser foco de ensino, pois im-

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 207

12239 Guia 5 ano professor.indd 207 10/29/14 12:12 PM


plicam a melhor compreensão dos ouvintes. Sua condição de discurso oral coloca,
ainda, a possibilidade, ou mesmo a necessidade, de se elaborar material de apoio
para a fala, como fichas que funcionam como lembretes sobre os pontos relevantes
dentro do assunto tratado.

A organização de um seminário e de cada umas das exposições orais que o


compõem precisa dar-se em dois grandes eixos:

O da alimentação temática: situações de estudo e aprofundamento sobre o tema


que será foco da exposição oral. Para tanto, esse projeto propõe o desenvolvimento
de uma sequência de atividades de leitura inicial – ler para aprender –, sínteses (es-
sencial para a constituição do caderno de resumos ou folders de divulgação), leituras
de infográficos, com a intenção de munir o aluno de material para a exposição oral.

O discursivo: que prevê a organização do evento comunicativo, que é o seminário


e o planejamento da exposição oral, propriamente, considerando todos os aspectos
citados. Para tanto, este projeto apresenta atividades que possibilitam a abordagem
das características do seminário, bem como do processo de planejamento colabora-
tivo do mesmo, assim como o estudo das características do gênero – exposição oral.

Quanto à relevância do tema proposto para estudo, consideramos que se tra-


ta de um tempo, quando parar e pensar a respeito das ações humanas que têm
provocado prejuízos ao planeta é essencial e indispensável. E, sendo assim, nada
mais pertinente do que criar um espaço de discussão a respeito de atitudes coti-
dianas responsáveis.

O estudo mais específico do desmatamento da mata atlântica coloca em foco


a análise das condições nas quais se encontra esse bioma brasileiro, o mais rico
em biodiversidade e, também, o mais dizimado, sendo que apenas cerca de 8% de
sua área original ainda se encontra preservada. Compreender, então, quais ações
humanas são responsáveis por essa condição parece fundamental para que se pos-
sa, por um lado, evitar a manutenção dessas ações e, por outro, compreendendo
os efeitos das mesmas, procurar reverter o quadro atual em ações colaborativas e
coletivas de recuperação e preservação do ecossistema.

No trabalho proposto neste Guia, o foco estará na leitura e compreensão de


textos informativos, no registro de informações e na preparação de uma exposição
oral, neste caso um seminário.

Produto final

No trabalho proposto neste Guia, o foco estará na leitura e compreensão de


textos informativos, no registro de informações e na preparação de uma exposição
oral, neste caso um seminário.

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Quadro de organização geral do projeto didático

Etapa Atividade
Etapa 1 – Por onde anda o Atividade 1 – Levantando conhecimentos prévios sobre
universo? o tema.
Etapa 2 – Compartilhando o Atividade 2 – Compartilhando o projeto e organizando o
projeto. trabalho.
Etapa 3 – Estudando Atividade 3A – Desequilíbrios provocados pelo homem.
sobre meio ambiente, Atividade 3B – O desmatamento e sua influência em
desmatamento e diferentes problemas ambientais.
sustentabilidade. Atividade 3C – O desmatamento no Brasil e no mundo.
Atividade 3D – A mata atlântica e sua história.
Atividade 3E – O símbolo dourado da mata atlântica.
Atividade 3F – A vida na mata.
Atividade 3G – Desmatamento e sustentabilidade.
Etapa 4 – Estudo e Atividade 4 – Planejando o seminário.
planejamento do seminário.
Etapa 5 – Estudo e Atividade 5A – Investigando saberes dos alunos a
planejamento da exposição respeito de uma exposição oral.
oral. Atividade 5B – Analisando recursos da organização
interna de uma exposição oral.
Atividade 5C – Planejando uma exposição oral.
Etapa 6 – Avaliação do Atividade 6 – Avaliação final do trabalho.
trabalho desenvolvido.

O projeto
„„Tema: “Universo ao meu redor”.
„„Produto final: seminário temático, que discutirá:
JJ Ações humanas que provocam problemas ambientais;
JJ Consequências dessas ações para a vida das pessoas; o desmatamento;
JJ Os biomas brasileiros principais e a biodiversidade;
JJ A mata atlântica como um dos biomas mais ricos em diversidade do planeta;
JJ Sustentabilidade: o que é?;
JJ Ações que podem garantir a sustentabilidade da vida na Terra em rela-
ção ao desmatamento.
„„Finalidade do seminário: informar e conscientizar os demais alunos sobre a
importância da sua ação para a organização de uma vida sustentável, perce-
bendo as consequências da mesma para a qualidade da vida no planeta, de
modo que se sintam incentivados a mudar suas atitudes.
„„Público: alunos de todos os 4º anos da escola.

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Atividades que serão desenvolvidas no projeto
„„Estudo dos temas que cada grupo apresentará.
„„Estudo sobre seminário.
„„Estudo sobre exposição oral e suas características.
„„Preparo da exposição oral que será realizada.
„„Organização final do seminário.
„„Apresentação do seminário.
„„Avaliação do trabalho realizado.

Etapa 1
Por onde anda o universo?

ATIVIDADE 1: LEVANTANDO
CONHECIMENTOS PRÉVIOS SOBRE O TEMA

Objetivos
„„Recuperar os conhecimentos prévios sobre o tema, montando um mapa ge-
ral dos desequilíbrios do planeta provocados pelo homem, suas causas e
suas consequências.
„„Iniciar uma discussão a respeito das questões ambientais da atualidade.
„„Relacionar as questões discutidas com o fator desmatamento, para que
possamos estabelecer, na próxima atividade de abordagem temática do
projeto, uma relação com o tema mata atlântica, desmatamento e desen-
volvimento sustentável.

Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade será desenvolvida em grupos de quatro
participantes, com exposições coletivas posteriores à discussão em grupo.
„„Materiais necessários: textos que serão lidos – presentes na Coletânea de
atividades.
„„Duração aproximada: 50 minutos.

210 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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Encaminhamento
„„Converse com os alunos sobre o propósito da atividade e sobre como esta-
rão organizados para desenvolvê-la.
„„Oriente-os para que organizem grupos de quatro participantes para a reali-
zação das atividades.
„„Nos itens 1 e 2, oriente os alunos para que discutam com o grupo cada uma
das questões apresentadas. Oriente-os para que estabeleçam relações entre
“doenças da terra” e desequilíbrios no planeta provocados pela ação humana.
„„No item 3, deixe que expliquem da maneira como entenderem os problemas,
suas causas, suas consequências, pois a intenção é realizar um levantamento
prévio de saberes dos alunos, uma vez que isso os auxiliará na reflexão orientada.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. R
 eúna-se com seu grupo e observe a figura a seguir.
Agora, respondam:
„„Vocês consideram que a Terra está mesmo doente?
„„Se responderem sim, quais seriam as doenças da Terra? Expliquem.
„„Registrem as observações nas linhas abaixo:

TEXTO 1
©Robson Minghini/IMESP

A Terra está mesmo


doente?

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12239 Guia 5 ano professor.indd 211 10/29/14 12:13 PM


2. A
 presentem as observações para os demais colegas e discutam-nas com a
classe e o professor.
3. A gora, leiam o texto 2 apresentado a seguir.

TEXTO 2
Áreas férteis transformadas em desertos, florestas devastadas, plantas e bi-
chos ameaçados de extinção, rios, lagos e mares poluídos, substâncias tóxicas
no ar que respiramos... uma diversidade de problemas decorrentes, unicamente,
da falta de cuidado do homem com o planeta.

„„Que relação vocês percebem entre esse texto e o primeiro texto referente ao
planeta Terra? Expliquem.
„„E entre esse texto e as “doenças da Terra”? Junto a seus colegas de grupo,
tente explicar cada um dos tópicos apresentados nesse texto, identificando
seus efeitos na vida das pessoas. Acrescentem a esses tópicos outros que
você e a classe tenham identificado na reflexão coletiva. Registrem as suas
reflexões abaixo.

Etapa 2
Compartilhando o projeto

ATIVIDADE 2: COMPARTILHANDO O
PROJETO E ORGANIZANDO O TRABALHO

Objetivos

„„Conhecer o projeto e a maneira pela qual o trabalho será desenvolvido na classe.


„„Planejar e compartilhar as ações que serão realizadas.

Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade será realizada coletivamente.

212 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

12239 Guia 5 ano professor.indd 212 10/29/14 12:13 PM


„„Materiais necessários: quadro com planejamento inicial do trabalho, orga-
nizado pelo professor. Quadro para serem registrados os aspectos que os
alunos gostariam de investigar sobre o conteúdo. Os alunos farão anotações
em seus cadernos.
„„Duração aproximada: 50 minutos.

Encaminhamento
„„Após a escolha do tema e a eleição dos conteúdos a serem estudados pe-
los alunos e do texto que será produzido, é hora de compartilhar o objetivo
do projeto e propor aos alunos a sua realização. É nessa etapa que se dis-
cutem os propósitos do trabalho e as possibilidades de produtos finais pa-
ra destinatários reais (que permitam, preferencialmente, criar laços com a
comunidade). Neste caso, propomos como produto final a realização de um
seminário em que os alunos possam socializar o que aprenderam.
„„Inicie uma roda de conversa retomando com os alunos os comentários sobre
meio ambiente realizados na aula anterior, procurando envolvê-los no desen-
volvimento do projeto.
„„Pergunte se imaginam por que foi feita a pergunta sobre desmatamento de
florestas na atividade anterior, entre tantas outras ações humanas que pro-
vocam problemas ambientais graves para o planeta. Explique que o desma-
tamento foi selecionado, pois o projeto aprofundará a discussão a respeito
dele, focalizando o que vem acontecendo com a mata atlântica, o bioma mais
rico em diversidade do planeta.
„„Explique que, para desenvolver o estudo a respeito de um tema, é necessário
fazê-lo em etapas e, para isso, precisam distinguir o que já sabem, que hipó-
teses o grupo tem, para depois identificarem o que ainda necessitam apren-
der. Também precisarão, durante o estudo, elencar quais são as informações
mais relevantes e como serão organizadas para a confecção do produto final.
„„Confeccione um cartaz para organização e consulta dessas questões, distin-
guindo o que já sabem e o que precisam saber (este item pode já ser redigido
em forma de perguntas).
„„A seguir, levante com os alunos possíveis fontes de informação em que pode-
rão encontrar respostas às suas dúvidas, como livros, revistas, enciclopédias,
internet, textos jornalísticos, documentários. Além disso, poderão entrevistar
especialistas e pessoas da comunidade.
„„Durante a pesquisa, propriamente, os alunos exercitarão importantes pro-
pósitos da linguagem, que se referem a ler para aprender, para se apropriar
das características e da linguagem própria do texto informativo e também
farão uso da escrita com função expositiva. Terão a oportunidade de cole-
tar, selecionar, organizar e socializar informações, e é interessante combinar

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 213

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previamente de que modo farão o registro do que forem aprendendo. Para
isso, poderão usar o caderno, folhas avulsas ou ainda elaborar um pequeno
portfólio, em que possam arquivar os materiais de estudo que levantarem.
„„Informe que, ao final dos estudos, a classe organizará um seminário a res-
peito da questão, o qual terá apresentação dirigida aos alunos do 4º ano.
„„Pergunte se sabem o que é um seminário e colete as informações que pos-
suem a respeito. Explique, de modo geral, o que vem a ser um seminário,
adiantando aos alunos o que estudarão e como organizá-lo mais à frente.
„„Ofereça-lhes informações gerais sobre o projeto e, a seguir, defina o desen-
volvimento das atividades.

Etapa 3

Estudando sobre meio ambiente,


desmatamento e sustentabilidade

ATIVIDADE 3A: DESEQUILÍBRIOS


PROVOCADOS PELO HOMEM
Parte A – 1ª aula
Nessa aula, os alunos tomarão contato com alguns verbetes e definições que
se referem ao meio ambiente e esclarecem alguns dos danos causados pelo ho-
mem à natureza.

Objetivos

„„Ampliar conhecimentos prévios sobre o tema, compreendendo as relações


entre homem e meio ambiente.
„„Conhecer os verbetes, identificando características desse gênero textual.
„„Ler e compreender textos informativos apresentados na forma de esquemas.

Planejamento

„„Organização do grupo: a atividade será realizada em pequenos grupos e de-


pois haverá uma discussão coletiva.

214 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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„„Materiais necessários: textos e quadro esquemático que constam na Coletâ-
nea de Atividades. Os alunos farão anotações em seus cadernos.
„„Duração aproximada: duas aulas de 50 minutos.

Encaminhamento

„„Explique aos alunos que, para iniciar o estudo, farão uma primeira leitura de
textos que os ajudarão a se familiarizar com o tema.
„„Comente que, durante a leitura, encontrarão textos com “palavras difíceis”
com as quais é importante se familiarizar. Para compreendê-las, deverão
guiar-se pelo contexto das frases, discutindo o que entenderam com os co-
legas do grupo.
„„Oriente os alunos para que leiam e estudem os verbetes (veja informações
adicionais abaixo). Enquanto leem e conversam, passe pelos grupos e vá
orientando a leitura e a reflexão dos alunos, no sentido de que percebam:
JJ que as consequências não estão diretamente ligadas a nenhum proble-
ma porque se encontram ligadas a vários deles ao mesmo tempo; cada
uma das consequências da ação humana acontece por uma combinação
de fatores, e não por um fator isolado. Para auxiliá-los nessa reflexão,
recorra ao quadro “Desequilíbrios provocados pelo homem”;
JJ que o desmatamento é uma ação do homem que acarreta várias conse-
quências para a vida dele.
„„Oriente os alunos para que organizem os verbetes no caderno ou em uma
pasta, de maneira que possam constituir, de fato, um pequeno dicionário
sobre o meio ambiente.

Parte B – 2ª aula
„„Concluída a leitura dos verbetes e a anotação de observações no caderno,
inicie uma discussão coletiva, solicitando que cada pequeno grupo exponha
o que entendeu a respeito de cada verbete. Esse é um importante momento
de esclarecer dúvidas e ampliar a compreensão dos alunos, que talvez pre-
cisem de ajuda para estabelecer relação entre as definições apresentadas
pelos textos.
„„Aproveite para retomar, coletivamente, o quadro esquemático (Desequilíbrios
provocados pelo homem) e verifique as relações de causa e consequência
que o mesmo apresenta, garantindo que as crianças compreenderam as no-
ções ali apresentadas.
„„A seguir, oriente os alunos para que voltem ao quadro inicial de problemas
ambientais levantados por eles, analisando de que maneira o estudo con-
tribuiu para a ampliação e o aprofundamento da compreensão do assunto.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 215

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Para saber mais
Verbete é um texto informativo presente em dicionários, enciclopédias ou
glossários. Ele explica os diversos conceitos de uma palavra.
Conteúdo Editorial - 2014 - IMESP.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. L eia com seus colegas de grupo os verbetes sobre o efeito estufa, chuvas
ácidas, desertificação, biodiversidade, ecossistema e erosão. Eles apresen-
tam uma relação dos problemas ambientais da atualidade, suas causas e
também suas consequências.

Efeito estufa
Efeito estufa é um mecanismo natural do planeta que mantém a temperatura
apropriada ao equilíbrio de todas as formas de vida na Terra. No entanto, devido
à queima e devastação das florestas e emissão de gases poluentes na atmos-
fera (gerado principalmente pelas indústrias e veículos nos centros urbanos
das cidades), o calor fica retido nas camadas mais baixas da atmosfera e gera
graves problemas à saúde humana e ao meio ambiente.
Entre os efeitos da poluição associada ao efeito estufa, destaque para o expres-
sivo aumento da temperatura no globo terrestre nas últimas décadas, derretimen-
to das geleiras polares, alteração do equilíbrio dos ecossistemas e desapareci-
mento de certas espécies vegetais e animais. As mudanças climáticas podem
provocar furacões, tempestades, secas e enchentes em determinadas regiões do
planeta. Outras consequências negativas são as doenças respiratórias e cardio-
vasculares, alterações comportamentais e outros problemas de saúde.*

Chuva ácida
A chuva ácida é composta de ácidos derivados da queima de carvão, combustí-
veis fósseis e poluentes industriais. Ao chegar à superfície, a chuva ácida ocasio-
na impactos ambientais negativos, como alteração das características do solo e
das águas, destruição de florestas e de lavouras. Na zona urbana, provoca alte-
rações físicas em monumentos históricos e edificações. Existem muitas formas
de poluentes na atmosfera, entre elas usar combustíveis alternativos, preferir o
transporte coletivo em vez do carro particular e outras medidas antipoluição.*

* Conteúdo Editorial - 2014 - IMESP.

216 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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Desertificação
A desertificação, realidade em um quarto do planeta, é causada principalmente
pelo uso de produtos químicos na agricultura (agrotóxicos), destruição das flo-
restas e mau uso do solo. Essas ações prejudicam a terra na região afetada,
que se torna menos produtiva e deixa de gerar benefícios econômicos. Devido
a esse problema, estima-se que cerca de 135 milhões de pessoas no mundo
precisaram deixar suas casas e viver em outro local.*

Biodiversidade
É a rica diversidade das espécies da fauna e flora existentes no planeta ou em
certa região. Distribuídos irregularmente na Terra, mais de 14 milhões de seres
vivos são encontrados principalmente em locais com bastante luz, sol, água
doce e clima regular. Por concentrar mais de 70% dos animais e vegetais do
planeta, o Brasil é considerado megabiodiverso pela organização não governa-
mental americana Conservation International.*

O que é ecossistema?
É o relacionamento equilibrado e harmonioso de todas as espécies de animais,
vegetais, organismos microscópicos e o ambiente, composto pelos elementos
solo, água e atmosfera. Quem modifica um desses elementos ocasiona alte-
rações no equilíbrio do ecossistema. Para ilustrar, pense num agricultor que
decide cultivar certo vegetal numa grande área de mata nativa. O resultado será
destruição da cadeia alimentar, o que prejudicará os animais que consomem
aquela planta destruída e outros seres vivos que comem esses bichos.*

O que é erosão?
Erosão é a ação destrutiva do solo, que perde sua composição nutritiva e se tor-
na infértil à vegetação. O resultado é o desequilíbrio da natureza. Quando ocorre
a erosão, certas partículas importantes para o desenvolvimento dos vegetais se
desprendem da terra e são movidas pela água, vento ou atividades do homem.
A erosão apresenta três diferentes níveis de profundidades: sulcos, ravinas ou
voçorocas. Sulcos são pequenos orifícios (buracos) com até 10 centímetros de
profundidade. Ravinas são escavações na terra de até 50 cm. Voçorocas são
alterações na terra que chegam a 50 cm de profundidade. Deve-se investir no
controle de erosão para evitar esses danos ao ecossistema.*

* Conteúdo Editorial - 2014 - IMESP.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 217

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2. Quando terminarem a leitura, respondam:
„„Quantas dessas consequências vocês acham que têm alguma ligação com
desmatamento das florestas? Expliquem.
DESEQUILÍBRIOS PROVOCADOS PELO HOMEM

PRINCIPAIS CAUSAS PROBLEMAS DECORRENTES CONSEQUÊNCIAS


AR-CONDICIONADO
REFRIGERADORES CFC
CLORO- BURACO NA CAMADA DIMINUIÇÃO
SPRAYS AEROSSÓIS
FLÚOR- DE OZÔNIO DA ÁGUA POTÁVEL
PRODUÇÃO CARBONO
DE ESPUMA PLÁSTICA
AQUECIMENTO GLOBAL
SUPERPOPULAÇÃO,
SOLOS MALNUTRIDOS
CULTIVO E PASTAGENS DIMINUIÇÃO
E EROSÕES
EM EXCESSO DE ALIMENTOS
E DESEQUILÍBRIO
NA CADEIA ALIMENTAR
DESMATAMENTO DESERTIFICAÇÃO

QUEIMADAS
MATAS E FLORESTAS

MAIS DESERTOS
MATANÇA DE ANIMAIS EXTINÇÃO DE ESPÉCIES E MENOS OXIGÊNIO

FUMAÇA EFE ITO ESTUFA


FÁBRICAS

LIXO POLUIÇÃO DO AR
QUEIMA DE COMBUSTÍVEL
FÓSSIL DIMINUIÇÃO
CHUVA ÁCIDA DA BIODIVERSIDADE

PRODUTOS QUÍMICOS
NA AGRICULTU RA
POLUIÇÃO DA ÁGUA

ESGOTO LANÇADO
DOENÇAS
NOS RIOS
E FOME EM MASSA

ATERROS MUNICIPAIS POLUIÇÃO DO SOLO

LIXO TÓXICO
ENVENENAMENTO
DA VIDA AQUÁTICA EXTINÇÃO
USINA NUCLEAR RADIOATIVIDADE E DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA DA VIDA NA TERRA

3. D
 epois de ter discutido o que entendeu junto a seu grupo, anote as informa-
ções mais importantes sobre cada um dos temas apresentados.

4. A
 seguir, apresente a reflexão do grupo para a classe e discutam-na coletiva-
mente.

218 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

12239 Guia 5 ano professor.indd 218 10/29/14 12:13 PM


ATIVIDADE 3B: O DESMATAMENTO
E SUA INFLUÊNCIA EM DIFERENTES
PROBLEMAS AMBIENTAIS

Objetivos

„„Ampliar conhecimento prévio sobre o tema, focalizando as consequências do


desmatamento para a vida do planeta.
„„Utilizar procedimentos de estudo de textos de divulgação científica.
„„Identificar aspectos principais em trechos de texto, de modo a elaborar sín-
teses do mesmo.

Planejamento

„„Organização do grupo: a atividade será realizada de duas maneiras: coleti-


vamente e em duplas.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades do aluno.
„„Duração aproximada: duas aulas de 50 minutos.

Encaminhamento

Parte A – 1ª aula
„„Converse com os alunos para apresentação dos propósitos da atividade e
oriente-se quanto ao desenvolvimento do trabalho.
„„Depois de anunciar que o texto trata de alguns problemas graves do planeta,
leia com os alunos a primeira parte do texto “A escassez da água”, auxilian-
do-os a utilizar os procedimentos de estudo (ensine-os a fazer anotações
na margem esquerda da folha, identificando do que trata o trecho do texto,
grifar tópicos fundamentais para a compreensão do assunto e reescrever,
com suas próprias palavras, o que entenderam de expressões ou termos que
consideraram “difíceis” durante a leitura). Enquanto leem, comente o que diz
o texto, certificando-se que os alunos compreenderam o que está escrito.
„„Deixe que as duplas deem prosseguimento à atividade, realizando a leitura
da segunda parte do texto. Oriente-os para que utilizem os mesmos procedi-
mentos de estudo empregados no texto inicial.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 219

12239 Guia 5 ano professor.indd 219 10/29/14 12:13 PM


Parte B – 2ª aula
„„Depois do estudo em duplas, é hora de os alunos apresentarem o trabalho
aos demais colegas. Peça às duplas que exponham as ideias que julgaram
ser mais importantes, socializando o conteúdo dos demais textos. Certifique-
-se que compreenderam o que dizem e ajude-os a identificar as ideias prin-
cipais, caso tenham dificuldade em tê-lo feito nas duplas.
„„No processo de estudo, é importante ouvir os alunos a respeito dos aspectos
que consideram importantes e, sempre que julgar que houve algum equívoco,
problematize a questão, ouvindo outras indicações e estimulando-os a expor
suas ideias. Mesmo que a resposta seja adequada, solicite que o aluno re-
late como chegou a ela, explique a sua posição e mostre os procedimentos
utilizados para identificar essa ou aquela informação.
„„Para finalizar, retome a última questão, solicitando que os alunos identifi-
quem qual ação humana está presente como causa de todos os problemas
apresentados no texto. Essa pergunta estabelece relação direta com um dos
temas do projeto, que é o desmatamento.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. C
 om seu parceiro de trabalho, leia os textos apresentados a seguir. Eles
demonstram alguns dos problemas ambientais atuais, suas causas e conse-
quências para a vida do planeta. Em cada um, faça anotações nas margens
do texto ou no caderno sobre o que considerar importante e identificando as
ideias principais.

A escassez da água
De acordo com pesquisa divulgada em 2003, o abastecimento de água aos ha-
bitantes da Terra está garantido apenas nos próximos 20 anos. Da quantidade
total do precioso líquido existente no planeta, 97% é encontrado nos mares e
oceanos (água salgada), 2%, nas geleiras e icebergs (água doce) e menos de 1%
serve ao consumo humano (potável).
Diante desses números, é nítida a crise da água. O problema apresenta diversas
causas, entre elas, o rápido aumento da população e destruição acelerada das
florestas, que prejudica as áreas de nascentes de rios e matas ciliares (vegeta-
ção que se desenvolve em áreas próximas a rios). A ocupação irregular de pes-
soas em regiões próximas a mananciais (nascentes de água) e o cultivo agrícola
em áreas muito extensas, que obstrui leitos dos rios (assoreamento) também
contribuem para a crise da água.

220 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

12239 Guia 5 ano professor.indd 220 10/29/14 12:13 PM


Especialistas no assunto explicam que o fator mais importante da escassez
de água é o aumento demográfico. Em 1950 havia 2,5 bilhões de pessoas no
mundo. Cinquenta anos depois, foram registrados 6 bilhões de habitantes na
Terra. Ou seja, a população do planeta quase triplicou em 50 anos. A Organi-
zação das Nações Unidas (ONU) informa que, em 2003, mais de 1 bilhão de
seres humanos não tinham água para beber.
Conteúdo Editorial - 2014 - IMESP.

Os danos à atmosfera
A atmosfera funciona como uma capa protetora do nosso planeta; uma capa que
mantém a temperatura equilibrada tanto de noite como de dia, permitindo que
não escape calor absorvido do Sol e mantendo o planeta aquecido para que a
vida seja possível. É isso que se denomina de efeito estufa.Sem esse cobertor
natural, a vida na Terra não seria possível, pois a temperatura média do planeta
seria de 17 ºC negativos e sua superfície permaneceria coberta de gelo.
O problema é que essa capa vem sendo agredida tanto pelo desflorestamento
quanto pela queimada desenfreada de combustíveis fósseis, como petróleo e
carvão, pois isso provoca o aumento de gás carbônico na atmosfera e, dessa
maneira, o planeta fica mais quente.
Os pesquisadores afirmam que as maiores consequências desse aqueci-
mento são os invernos cada vez mais rigorosos; a ocorrência de chuvas tor-
renciais e outras perturbações meteorológicas; a diminuição da espessura
da camada de gelo polar no verão. Além disso, também a temperatura dos
oceanos tem aumentado, o que provoca enorme impacto na cadeia da vida
marinha e outros problemas.
Outro problema da atmosfera terrestre é a destruição da camada de ozônio, que
protege contra o câncer de pele e outros efeitos negativos da radiação ultravio-
leta emitida pelos raios solares. Segundo os cientistas, os gases emitidos pelos
refrigeradores e outros produtos industrializados – clorofluorcarbono (CFC) – têm
destruído as moléculas desse escudo protetor, que é a camada de ozônio, provo-
cando o aparecimento de um gigantesco buraco que, em certas ocasiões, chega
a atingir 31 milhões de quilômetros quadrados.

A ameaça à biodiversidade
A biodiversidade do planeta tem sido terrivelmente ameaçada nos últimos tem-
pos, provocando a destruição de inúmeras espécies da flora e da fauna. No Bra-
sil, campeão mundial em número de espécies, dois ecossistemas encontram-se
em situação crítica: a mata atlântica e o cerrado, que figuram na lista dos 25
ambientes mais ameaçados do mundo.
As causas dessa catástrofe são as seguintes: a exploração de madeira, o avanço
das fronteiras agrícolas, a caça e a extração ilegais e a devastação das florestas.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 221

12239 Guia 5 ano professor.indd 221 10/29/14 12:13 PM


A luta pela sustentabilidade do planeta
Hoje se tem consciência de que o planeta não é apenas a fauna e a flora excluindo-
-se delas o homem. O ser humano é uma das espécies que habitam a Terra e rela-
ciona-se com as demais de variadas maneiras. Portanto, meio ambiente não é algo
que se situa fora do homem; ao contrário, o homem constitui o meio ambiente.
Por outro lado, o planeta não é de um, mas de todos. A natureza não é proprie-
dade de pessoas isoladas que habitam espaços definidos, mas patrimônio da
humanidade. Dessa forma, todos têm direito ao ar puro, água e qualidade de
vida. Essa compreensão pode estar ainda difusa para muitas pessoas, mas, a
cada dia, fica mais evidente.
Junto com essa compreensão, também é necessário vir a consciência de que
foi a ação de cada um que veio transformando o planeta ao longo dos séculos.
Assim, é a ação de cada um, também, que pode reverter esse quadro. É urgente,
então, a mudança efetiva de hábitos e atitudes de todas as pessoas que habi-
tam esse planeta, na direção de se construir a sustentabilidade da vida na Terra.

2. D
 epois de ter lido os textos, comentando-os com seu colega, socialize suas
anotações com o restante da classe.
3. A
 seguir, responda: qual é a ação humana apresentada como causa de to-
dos os problemas de que o texto fala? Explique.

222 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

12239 Guia 5 ano professor.indd 222 10/29/14 12:13 PM


ATIVIDADE 3C: O DESMATAMENTO
NO BRASIL E NO MUNDO

Objetivos

„„Compreender o que são os hotspots.


„„Reconhecer a importância dos critérios utilizados para a elaboração do conceito.
„„Identificar os hotspots brasileiros, caracterizando-os.
„„Compreender a gravidade da ameaça que o desmatamento apresenta para
o planeta.
„„Ler infográficos articulando seus elementos verbais (legendas) e extraverbais
(imagens, ícones, representação cartográfica) constitutivos, de modo que se
construa significado.
„„Sintetizar informações de textos lidos, elaborando resumos de estudo.
„„Articular informações de verbetes para auxiliar a compreensão do texto.

Planejamento

„„Organização do grupo: a atividade será realizada, inicialmente, no coletivo;


depois em duplas e, por último, individualmente.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades do aluno.
„„Duração aproximada: três aulas de 50 minutos.

Encaminhamento

Parte A – 1ª aula
„„Inicie essa aula com o grupo todo reunido. Faça a leitura compartilhada do
enunciado da atividade, discutindo as questões que, na sua avaliação, pre-
cisam de auxílio para que sejam compreendidas. Depois, peça que leiam o
verbete – sobre espécies endêmicas – e articule-o com o texto do enunciado,
que esclarece a definição de hotspot.
„„A seguir, faça, com os alunos, uma leitura do infográfico, articulando com ele
os textos-sínteses de cada hotspot. Leia antes a legenda, focalizando os íco-
nes apresentados e o seu sentido, pois é isso que possibilitará a interpreta-
ção correta dos textos com as informações de cada hotspot.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 223

12239 Guia 5 ano professor.indd 223 10/29/14 12:13 PM


„„Durante a leitura, apresente questões como:
JJ Qual região conserva a menor área em relação à de origem?
JJ Quais as ameaças mais frequentes às regiões?
JJ Qual a área máxima que ainda resiste nas regiões apontadas?
JJ Qual região tem mais espécies endêmicas ameaçadas?
„„Oriente os alunos para que leiam o verbete sobre espécies endêmicas, de
forma a melhor compreenderem o conceito, articulando-o com o infográfico.
„„Focalize, na discussão, as características da mata atlântica, tema das próxi-
mas leituras e discussões.

Parte B – 2ª aula
„„Peça aos alunos que se reúnam em duplas e façam, no caderno, o que é
pedido:
JJ Copie do texto o trecho que define hotspot.
JJ O infográfico que você leu mostra os dez hotspots mais críticos do planeta.
JJ Qual deles se encontra no Brasil?
JJ Qual é o hotspot que tem mais espécies endêmicas ameaçadas de
extinção?
JJ No infográfico, sublinhe a principal ameaça que assola as montanhas
do sudeste chinês.
„„Quando terminarem, socialize as respostas, pedindo que os alunos ex-
pliquem também que recursos utilizaram para encontrar as informações
solicitadas. Essa é uma boa oportunidade de socializar procedimentos de
localização de informações em infográficos, o que pode ajudar alunos que
tenham alguma dificuldade.

Parte C – 3ª aula
„„O objetivo desta aula é que os alunos vivenciem diferentes maneiras de apre-
sentar uma mesma informação. Para isso, deverão reler o infográfico e locali-
zar o hotspot 4, que aborda a ameaça à biodiversidade da costa leste africana.
„„Coletivamente, os alunos deverão transformar as informações apresentadas
num pequeno texto informativo, a ser redigido por todos, mas no qual você
será o escriba. Oriente-os a refletir sobre a necessidade de “dizer” as mes-
mas informações, porém de um modo mais elaborado. Chame a atenção de-
les para o fato de que, em um infográfico, as informações são apresentadas
de forma sucinta, com poucas palavras, e com imagens que funcionam co-
mo legendas. Esse é um modo de favorecer a leitura rápida da informação.
„„Explique-lhes também que o mesmo pode ser dito sem tanta economia de
palavras, por meio de um texto dissertativo, que explica as informações uti-
lizando frases completas.

224 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

12239 Guia 5 ano professor.indd 224 10/29/14 12:13 PM


„„Para que possam compreender melhor, faça com eles o exercício de transfor-
mar o hotspot 4 em um pequeno texto informativo. Quando terminarem, peça
que escolham outro hotspot e façam o mesmo, mas agora individualmente.
Deverão realizar essa tarefa no caderno de classe.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. J unto a seu professor e amigos, leia e discuta os textos abaixo. Depois, ana-
lise e comente com sua turma o infográfico apresentado a seguir, que faz
parte de uma pesquisa sobre biodiversidade ameaçada no mundo.

Estudo de diversas organizações ambientais destaca, de um total de 34 locais


do mundo, os dez mais ameaçados do planeta em relação à sua variedade de
animais e vegetais (biodiversidade).
Especialistas no assunto chamam esses locais de hotspots, pontos que abrigam
no mínimo 1,5 mil tipos de plantas endêmicas, no entanto apenas 30% ou me-
nos de sua área original está preservada.
Os 34 locais mais críticos do mundo em relação à devastação ambiental corres-
pondem a menos de 3% do planeta, mas abrigam metade da vegetação e quase
50% dos animais vertebrados do mundo.*

O ambientalista britânico Norman Myers criou o termo estrangeiro hotspot em


1988 a fim de estabelecer critérios para criar área de conservação ambiental e
preservar a variedade da fauna e flora mundiais.
Como cada região do planeta tem biodiversidade com características diferentes,
Myers decidiu priorizar alguns locais que necessitam de preservação emergen-
cial. Assim, ele estabeleceu os hotspots, para que os ambientalistas dessem
atenção prioritária a determinados locais do mundo com graves problemas de
devastação ambiental.*

* Conteúdo Editorial - 2014 - IMESP.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 225

12239 Guia 5 ano professor.indd 225 10/29/14 12:13 PM


Analise os dez pontos indicados no mapa, articulando a ele os textos das
legendas apresentados a seguir. Depois, descubra:
a. Que região compreende o hotspot brasileiro apontado nesse mapa?
b. O que é que faz dele um hotspot?
c. Qual a principal ameaça à região?
d. Quanto ainda resta da mata original?
e. Quantas espécies endêmicas encontram-se ameaçadas?

Espécies endêmicas
São as espécies que só são encontradas em determinadas regiões geográficas
específicas (em geral, nas regiões de origem). Para alguns autores, é sinônimo
de espécie nativa.

2. R
 eúna-se com seu colega de trabalho e responda, no caderno, as questões
a seguir:
a. Copie do texto o trecho que define hotspot.
b. O infográfico que você leu mostra os dez hotspots mais críticos do planeta.
Qual deles se encontra no Brasil?
c. Qual é o hotspot que tem mais espécies endêmicas ameaçadas de extinção?
d. No infográfico, sublinhe a principal ameaça que assola as montanhas do-
sudoeste chinês.
e. Quando terminarem, contem aos demais o que descobriram e também
como fizeram para encontrar as informações solicitadas.
3. E
 scolha um dos hotspots do infográfico e, em seu caderno, escreva um tex-
to que explique as mesmas informações. Lembre-se de usar frases comple-
tas, e não legendas ou palavras-chave.

Legendas Extensão HOTSPOT 1 HOTSPOT 2


Original Extensão
MATA ATLÂNTICA CARIBE
Atual Espécies
Endêmicas A floresta tropical que cobre grande Concentra diversos ecossistemas como
ameaçadas parte da costa brasileira atinge também florestas tropicais e regiões semiáridas.
Principal ameaça o território de nossos vizinhos Uruguai,
229.549 Km².
Paraguai e Argentina.
2
 2.955 Km² (10% da cobertura
1.233.875 Km².
original).
9
 9.944 Km² (8,1% da cobertura
2
 09.
original).
D
 esmatamento para a agricultura
9
 0.
e inserção de espécies estrangeiras.
Ocupação humana.

226 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

12239 Guia 5 ano professor.indd 226 10/29/14 12:13 PM


HOTSPOT 3 HOTSPOT 4
MADAGASCAR FLORESTAS DA COSTA LESTE AFRICANA
A ilha africana tem grande Concentram florestas secas e
diversidade de ecossistemas, como úmidas que abrigam uma grande
florestas tropicais e secas e um variedade de primatas.
deserto.
291.250 Km².
600.461 Km².
 9.125 Km² (10% da cobertura
2
 0.046 Km² (10% da cobertura
6 original).
original).
12.
169.
Desmatamento para agricultura.
 rosão gerada pelo
E
desmatamento.

HOTSPOT 5 HOTSPOT 6
CHIFRES DA ÁFRICA BACIA DO MEDITERRÂNEO
Região árida, é o hábitat da maioria Originalmente apresentava uma
das espécies de antílopes do flora quatro vezes maior que todo o
mundo. continente europeu.
1.659.363 Km². 2.085.292 Km².
 2.968 Km² (5% da cobertura
8  8.009 Km² (4,7% da cobertura
9
original). original).
18. 34.
 esmatamento para pastagem e
D Ocupação humana.
extração mineral.

HOTSPOT 7 HOTSPOT 8
MONTANHAS DO SUDOESTE CHINÊS INDOCHINA
Hábitat original de uma das mais Coberta principalmente pelas
ricas faunas de clima temperado, florestas tropicais do sudeste
a região tem altitudes que podem asiático. Apesar da devastação,
chegar a 7.558 metros. nos últimos doze anos, foram
descobertas seis novas espécies de
262.446 Km².
mamíferos.
 0.996 Km² (8% da cobertura
2
2.373.057 Km².
original).
 18.653 Km² (5% da cobertura
1
8.
original).
 aça, extração de madeira
C
78.
e queimada para criação
de pastos.  esmatamento para agricultura
D
e extração da madeira.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 227

12239 Guia 5 ano professor.indd 227 10/29/14 12:13 PM


HOTSPOT 9 HOTSPOT 10
FILIPINAS SUNDALAND
As mais de 7 mil ilhas que compõem A região, que cobre a Indonésia,
o arquipélago eram compostas a Malásia e outras ilhas do
originalmente por extensas florestas arquipélago do sudeste asiático, é
tropicais. dominada pelas florestas tropicais.
297.179 Km². 1.501.063 Km².
 20.803 Km² (7% da cobertura
2  00.571 Km² (6,7% da cobertura
1
original). original).
151. 162.
Extração de madeira. Extração de madeira.

Onde a biodiversidade
está mais ameaçada
no planeta?

Fonte: Publicado na Revista Mundo Estranho, edição 64, em 01/6/2007, página 58-59.
Crédito: ©Andrei Cardoso/Abril Comunicações S/A.

228 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

12239 Guia 5 ano professor.indd 228 10/29/14 12:13 PM


ATIVIDADE 3D: A MATA ATLÂNTICA
E SUA HISTÓRIA

Objetivos
„„Ampliar o conhecimento a respeito das características da mata atlântica: sua
extensão, estados que abrange, localização geográfica, paisagens, ações hu-
manas que provocam desmatamento.
„„Identificar razões para a preservação da mata.
„„Utilizar procedimentos de estudo de textos de divulgação científica.
„„Identificar aspectos principais em trechos de texto, de modo que se elabo-
rem sínteses destes.
„„Comparar dois textos para estabelecer semelhanças e diferenças sobre o
que dizem, ampliando as informações a respeito de um determinado tema.
„„Utilizar definições para estabelecer relações e ampliar o conhecimento sobre
a mata atlântica.

Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade será realizada em vários momentos, sendo
uns de maneira coletiva e outros em duplas.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades do aluno e mapa do Brasil:
divisão política.
„„Duração aproximada: quatro aulas de 50 minutos.

Encaminhamento

Parte A – 1ª aula
„„Solicite que os alunos, em silêncio e individualmente, leiam o texto “Mata
atlântica: da exuberância à devastação”.
„„A seguir, de maneira coletiva, oriente o estudo do texto. Durante o estudo,
vá discutindo com os alunos, retomando conceitos, detalhando explicações
e ampliando informações. Enquanto isso, recorra a um mapa com a divisão
política do Brasil e indique os estados em que se encontravam a mata atlân-
tica original e atual.
„„Lembre-se que os textos informativos têm termos próprios da linguagem cientí
fica, na qual palavras se referem muitas vezes a conceitos. Frequentemen-

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 229

12239 Guia 5 ano professor.indd 229 10/29/14 12:13 PM


te, é preciso auxiliar os alunos a compreenderem o que dizem, explicitando
relações com informações que nem sempre, sozinhos, teriam condições de
compreender. Alguns exemplos são termos como floresta original, produto
interno bruto (PIB), relação predatória e supressão de florestas, entre outros.

Professor, sugerimos o seguinte roteiro de leitura para estudo do texto e


elaboração da síntese.

Mata atlântica: da exuberância à devastação


Diogo Dreyer

A mata atlântica foi, muito provavelmente, uma das primeiras visões que a tripula-
ção de Cabral teve quando chegou ao Brasil. Nessa época, a exuberância da mata
se estendia desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul e ocupava mais
de 1 milhão de quilômetros quadrados.

Como a mata atlântica é apresentada nesse texto?


Professor: nesse trecho as crianças precisam perceber a exuberância e
extensão da mata atlântica.
Peça aos alunos que destaquem as palavras ou expressões que se referem
a isso. (“exuberância” e “se estendia”, “1 milhão de quilômetros quadrados”).

Os primeiros desbravadores das terras tupiniquins descreveram, durante anos, a


mata atlântica como uma floresta intocada, de enorme riqueza natural, que levou
muitos dos que aqui chegaram no início da colonização a acreditar que o “paraíso
na Terra” estava nas Américas.
A floresta era ocupada por grupos indígenas tupis relativamente numerosos, como
os tupinambás, que já praticavam a agricultura, mas em perfeito estado de harmo-
nia com a vida vegetal e animal.

Quem ocupava essa floresta e que relação se estabelecia com ela?


Professor: os alunos devem perceber a importância dos termos: “harmonia” e
“grupos indígenas”.

Em contrapartida, a relação do colonizador com a floresta e seus recursos foi,


desde o início, predatória. Os colonos não percebiam a importância dos benefícios
ambientais que a cobertura florestal nativa trazia, além de serem motivados pela
valorização da madeira e do lucro fácil. Esses fatores levaram à supressão de enor-
mes áreas da floresta para a expansão de lavouras e assentamentos urbanos e à
adoção de práticas de exploração seletiva e exaustiva de espécies como o pau-bra-
sil – o que aconteceu antes mesmo da exploração do ouro e das pedras preciosas.

O que esse trecho nos mostra em relação à mata atlântica?


Professor: é importante que os alunos percebam que há uma “relação predatória
por parte do colonizador, para a expansão de lavouras, assentamentos urbanos e
exploração do pau-brasil e recursos naturais.”

230 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

12239 Guia 5 ano professor.indd 230 10/29/14 12:13 PM


[...]
“Terra Brasilis”, como ficou conhecida a nova colônia de Portugal, teve a origem de
seu nome diretamente ligada à exploração do pau-brasil e, portanto, ao início da
destruição da mata atlântica. Calcula-se que 70 milhões de árvores foram levadas
para a Europa. Atualmente, a espécie vive graças ao trabalho de grupos ambienta-
listas que fazem seu replantio.

Novo Mundo: sinônimo de riqueza fácil


A exploração predatória da mata atlântica não se limitou ao pau-brasil. Outras ma-
deiras de alto valor para a construção naval, edificações, móveis e outros usos –
como tapinhoã, canela, canjerana e jacarandá – foram intensamente exploradas.
Segundo relatórios da virada do século XIX, em Iguape, cidade do litoral sul do esta-
do de São Paulo, não havia mais dessas árvores num raio de sessenta quilômetros
da cidade. O mesmo se repetiu em praticamente toda a faixa de florestas costeiras
do Brasil. A maioria das matas consideradas “primárias” e hoje colocadas sob a
proteção das unidades de conservação foram desfalcadas já há dois séculos.
[...]
Além da exploração dos recursos florestais, existia também um significativo comér-
cio exportador de couros e peles de onça (que chegaram ao valor de 6 mil réis, o
equivalente ao preço de um boi na época), veado, lontra, cutia, paca, cobra, jacaré,
anta e de outros animais; de penas e plumas e de carapaças de tartarugas. Não é
à toa que quase todas esses animais estão em processo de extinção.

Nos dois parágrafos que acabamos de ler é tratada a exploração predatória.


De que forma é tratada a exploração e quais suas consequências para o Brasil
atual?
Professor: nesse trecho os alunos deverão compreender que tanto a exploração
dos recursos vegetais quanto a de animais levaram à extinção das espécies.

A esse modelo predatório de exploração dos recursos da flora e da fauna somou-se


o sistema de concessão de sesmarias por parte de Portugal, favorecendo a combi-
nação altamente destrutiva da mata atlântica. O proprietário recebia gratuitamente
uma sesmaria e, após explorar toda a mata e consumir seus recursos, a passava
adiante por um valor irrisório, solicitando outra ao governo; ou simplesmente inva-
dia terras públicas. Firmava-se o conceito de que o solo era um recurso descartável,
pois não fazia sentido manter uma propriedade e zelar por suas condições naturais
e sua fertilidade, já que ela poderia ser substituída por outra sem custo. Destruir,
passar a propriedade adiante e receber outra eram um excelente negócio.

De que forma o sistema de concessão de sesmarias contribui para a destruição


da mata atlântica?
Professor: retomar com os alunos o conceito de sesmarias explicado no texto e
suas consequências...

“Em se plantando, tudo dá.”


No mesmo período de extração do pau-brasil, as terras férteis do Nordeste do país
e que estavam na mata atlântica eram utilizadas para a produção do açúcar. A flo-

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 231

12239 Guia 5 ano professor.indd 231 10/29/14 12:13 PM


resta ia sendo derrubada e, em seu lugar, surgiam imensos canaviais. A madeira ia
para fornos a lenha, usados no processo de fabricação de açúcar, além de servir
para fazer caixotes para o embarque do produto para a Europa.
Depois do século XVII, a floresta continuou sendo derrubada para outros usos da
terra. No século XVIII, a descoberta do ouro em Minas Gerais abriu grandes feridas
na mata, mas foi o ciclo do café que mais a devastou. O Ciclo começou a se expan-
dir ainda naquele século e se arrastou até a metade do século XIX, principalmente
em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.

Resultados catastróficos

De que forma a monocultura presente nos ciclos econômicos ao longo dos sé-
culos contribuiu para a devastação da mata?
Professor: auxiliar os alunos a perceberem que ao longo dos séculos a preocu-
pação com a riqueza fez com que a mata fosse pouco a pouco desaparecendo:
século XVII, a cana de açúcar; século XVIII, o ouro e pedras preciosas; século XIX,
ciclo do café.

A exploração madeireira da mata atlântica teve importância econômica nacional até


muito recentemente. Segundo dados do IBGE, em meados de 1970, a mata atlânti-
ca ainda contribuía com 47% de toda a produção de madeira em tora no país, num
total de 15 milhões de metros cúbicos – produção drasticamente reduzida para
menos da metade (7,9 milhões) em 1988 devido ao esgotamento dos recursos
ocasionado pela exploração não sustentável.
Atualmente, a mata atlântica sobrevive em cerca de 100 mil km2. Seus principais
remanescentes concentram-se nos estados das regiões Sul e Sudeste, recobrindo
parte da Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira, onde o processo de ocupação foi
dificultado pelo relevo acidentado e pela pouca infraestrutura de transporte.
Segundo estudos recentes – realizados pela Fundação SOS Mata Atlântica em parce-
ria com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e o Instituto Socioambien-
tal e publicados em 1998 –, entre os anos de 1990 e 1995, mais de meio milhão de
hectares de florestas foram destruídos em nove estados nas regiões Sul, Sudeste e
Centro-Oeste, que concentram aproximadamente 90% do que resta da mata atlântica
no país. Uma extensão equivalente a mais de 714 mil campos de futebol foi literal-
mente eliminada do mapa em apenas cinco anos, a uma velocidade de um campo de
futebol derrubado a cada quatro minutos. Essa destruição foi proporcionalmente três
vezes maior do que a verificada na floresta amazônica no mesmo período.
Se isso continuar a acontecer, em 50 anos, o que sobrou da mata atlântica fora dos
parques e outras categorias de unidades de conservação ambientais será elimina-
do completamente. Vale lembrar que esses desmatamentos não estão ocorrendo
em regiões distantes e de difícil acesso. Ao contrário, derrubam-se impunemente
enormes áreas de florestas a poucos quilômetros de cidades como São Paulo, Belo
Horizonte e Rio de Janeiro.

Quais são as condições atuais da mata atlântica?


Para o professor: nesse trecho os alunos devem concluir que a devastação continua,
é o que pode acontecer, caso não seja tomada nenhuma medida de preservação.

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Da mata atlântica original, sobraram 456 manchas verdes, irregularmente distribu-
ídas pela costa atlântica brasileira. Embora isso represente apenas 7% da floresta
original de 100 milhões de hectares praticamente contínuos, ainda é uma vasta
área, equivalente aos territórios da França e da Espanha juntos.
Além disso, salvar a mata atlântica é uma questão de “sobrevivência econômica”:
em suas imediações, vivem hoje cerca de 100 milhões de pessoas e, pela sua deli-
mitação geográfica, circulam 80% do produto interno bruto nacional (PIB).
O que chamamos de mata atlântica são, na verdade, várias matas que têm em
comum o fato de estarem próximas ao oceano Atlântico e em áreas de campos
e mangues. São lugares bastante úmidos, onde chove muito durante todo o ano.
Isso garante a permanência constante de rios e riachos e a imensa manutenção da
variedade de espécies vegetais e animais, a biodiversidade.
Por causa das condições exclusivas que a floresta proporciona, muitos animais
só são encontrados na mata atlântica, um refúgio para espécies que, fora dela, já
teriam desaparecido.
Positivo Informática/Diogo Dreyer.
http://www.educacional.com.br/reportagens/mataatlantica/default.asp

„„Depois disso, oriente-os para que se organizem em duplas (pense sempre em


quem pode colaborar efetivamente com o outro – (agrupamentos produtivos).
Solicite que elaborem uma síntese que contemple as seguintes informações
a partir do que foi grifado. É importante que os alunos percebam as marcas
temporais (datas, séculos) utilizadas pelo autor do texto para encaminhar a
elaboração da síntese. Você pode retomar essa linha cronológica com eles
antes de iniciar a síntese. É interessante também fazer um roteiro coletivo
com os alunos sobre o que é necessário conter nesta síntese e deixá-lo afi-
xado num canto da classe para possível consulta.
JJ desde quando a mata atlântica vem sendo devastada, por quem e como;
JJ extensão da mata atlântica original e atual.
JJ motivos que têm provocado o desmatamento.
„„Na ficha de atividades é solicitado aos alunos que elaborem uma síntese
esquemática sobre o assunto. Antes de proceder a essa parte da atividade,
converse com eles, explique o que são os esquemas (ver abaixo) e oriente-
-os a respeito de como elaborar uma síntese esquemática.

Esquema: representação gráfica ou simbólica de conceitos, modelos


ou processos. Pode significar também uma ideia que condiciona certo
comportamento. Outra denotação é fazer referência ao resumo de um
escrito, discurso que destaca as informações mais importantes.
Conteúdo Editorial - 2014 - IMESP.

„„Solicite que os alunos – mais uma vez em duplas – leiam o texto próximo,
buscando complementar as informações do texto anterior.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 233

12239 Guia 5 ano professor.indd 233 10/29/14 12:13 PM


Parte B – 2ª aula
„„Explique aos alunos que na atividade a seguir, em duplas, farão uma compa-
ração entre dois trechos do texto e que, nessa tarefa, é possível identificar
semelhanças e diferenças entre as informações quando se estabelece um
paralelo entre elas. Mostre-lhes que, ao comparar dados, é comum usar ter-
mos como: enquanto uns... outros...; ao mesmo tempo em que uns..., os
demais...; para uns e para outros... ou ainda, Tanto para..., quanto para...,
assim como palavras e expressões afins, que revelem que se estabelece um
paralelismo entre as informações.
„„A seguir, solicite a apresentação das ideias de cada dupla e discuta-as cole-
tivamente. Os alunos deverão, depois da discussão, retomar suas anotações
para complementá-las.

Parte C – 3ª aula
„„Peça aos alunos que leiam as definições de BIOMA e ECOSSISTEMA e ajude-
-os a estabelecer relações entre os aspectos fundamentais entre elas. Aqui,
vale destacar com eles que um bioma abrange diferentes ecossistemas, e
que a fauna e a flora compõem as comunidades biológicas de um bioma.

Parte D – 4ª aula
„„Para terminar a atividade, a ideia é discutir sobre a questão “Por que é neces-
sário preservar a mata atlântica?”. Os textos lidos até o momento oferecem
referências suficientes para essa discussão. Se você considerar necessário,
amplie a lista consultando as referências apresentadas.
„„Leia o texto apresentado, evidenciando outros aspectos importantes sobre a
preservação da mata. São questões que podem contribuir para a ampliação
da síntese final, a ser elaborada coletivamente, tendo você como escriba, e
registrada posteriormente pelos alunos, no caderno.

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12239 Guia 5 ano professor.indd 234 10/29/14 12:13 PM


Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. L eia o texto a seguir e com um colega, em seu caderno, elabore uma síntese
– que pode ser esquemática – e que contenha:
JJ desde quando a mata atlântica vem sendo devastada, por quem e como;
JJ manifestações históricas que demonstraram preocupações com o meio
ambiente;
JJ extensão da mata atlântica original e atual;
JJ motivos que têm provocado o desmatamento.

Mata Atlântica: da exuberância à devastação


Diogo Dreyer

A mata atlântica foi, muito provavelmente, uma das primeiras visões que a tri-
pulação de Cabral teve quando chegou ao Brasil. Nessa época, a exuberância
da mata se estendia desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul e
ocupava mais de 1 milhão de quilômetros quadrados.
Os primeiros desbravadores das terras tupiniquins descreveram, durante anos,
a mata atlântica como uma floresta intocada, de enorme riqueza natural, que
levou muitos dos que aqui chegaram no início da colonização a acreditar que o
“paraíso na Terra” estava nas Américas.
A floresta era ocupada por grupos indígenas tupis relativamente numerosos,
como os tupinambás, que já praticavam a agricultura, mas em perfeito estado
de harmonia com a vida vegetal e animal.
Em contrapartida, a relação do colonizador com a floresta e seus recursos
foi, desde o início, predatória. Os colonos não percebiam a importância dos
benefícios ambientais que a cobertura florestal nativa trazia, além de serem
motivados pela valorização da madeira e do lucro fácil. Esses fatores levaram à
supressão de enormes áreas da floresta para a expansão de lavouras e assen-
tamentos urbanos e à adoção de práticas de exploração seletiva e exaustiva de
espécies como o pau-brasil – o que aconteceu antes mesmo da exploração do
ouro e das pedras preciosas.
[...]
“Terra Brasilis”, como ficou conhecida a nova colônia de Portugal, teve a origem
de seu nome diretamente ligada à exploração do pau-brasil e, portanto, ao início
da destruição da mata atlântica. Calcula-se que 70 milhões de árvores foram
levadas para a Europa. Atualmente, a espécie vive graças ao trabalho de grupos
ambientalistas que fazem seu replantio.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 235

12239 Guia 5 ano professor.indd 235 10/29/14 12:13 PM


Novo Mundo: sinônimo de riqueza fácil
A exploração predatória da mata atlântica não se limitou ao pau-brasil. Outras
madeiras de alto valor para a construção naval, edificações, móveis e outros
usos – como tapinhoã, canela, canjerana e jacarandá – foram intensamente
exploradas. Segundo relatórios da virada do século XIX, em Iguape, cidade do
litoral sul do estado de São Paulo, não havia mais dessas árvores num raio de
sessenta quilômetros da cidade. O mesmo se repetiu em praticamente toda a
faixa de florestas costeiras do Brasil. A maioria das matas consideradas “pri-
márias” e hoje colocadas sob a proteção das unidades de conservação foram
desfalcadas já há dois séculos.
[...]
Além da exploração dos recursos florestais, existia também um significativo comér-
cio exportador de couros e peles de onça (que chegaram ao valor de 6 mil-réis, o
equivalente ao preço de um boi na época), veado, lontra, cutia, paca, cobra, jacaré,
anta e de outros animais; de penas e plumas e de carapaças de tartarugas. Não é
à toa que quase todas esses animais estão em processo de extinção.
A esse modelo predatório de exploração dos recursos da flora e da fauna so-
mou-se o sistema de concessão de sesmarias por parte de Portugal, favorecen-
do a combinação altamente destrutiva da mata atlântica. O proprietário recebia
gratuitamente uma sesmaria e, após explorar toda a mata e consumir seus
recursos, a passava adiante por um valor irrisório, solicitando outra ao governo;
ou simplesmente invadia terras públicas. Firmava-se o conceito de que o solo
era um recurso descartável, pois não fazia sentido manter uma propriedade e
zelar por suas condições naturais e sua fertilidade, já que ela poderia ser subs-
tituída por outra sem custo. Destruir, passar a propriedade adiante e receber
outra era um excelente negócio.

“Em se plantando, tudo dá.”


No mesmo período de extração do pau-brasil, as terras férteis do Nordeste do
país e que estavam na mata atlântica eram utilizadas para a produção do açú-
car. A floresta ia sendo derrubada e, em seu lugar, surgiam imensos canaviais.
A madeira ia para fornos a lenha, usados no processo de fabricação de açúcar,
além de servir para fazer caixotes para o embarque do produto para a Europa.
Depois do século XVII, a floresta continuou sendo derrubada para outros usos
da terra. No século XVIII, a descoberta do ouro em Minas Gerais abriu grandes
feridas na mata, mas foi o Ciclo do Café que mais a devastou. O Ciclo começou
a se expandir ainda naquele século e se arrastou até a metade do século XIX,
principalmente em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.

Resultados catastróficos
A exploração madeireira da mata atlântica teve importância econômica nacional
até muito recentemente. Segundo dados do IBGE, em meados de 1970, a mata
atlântica ainda contribuía com 47% de toda a produção de madeira em tora no
país, num total de 15 milhões de metros cúbicos – produção drasticamente re-
duzida para menos da metade (7,9 milhões) em 1988 devido ao esgotamento
dos recursos ocasionado pela exploração não sustentável.

236 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

12239 Guia 5 ano professor.indd 236 10/29/14 12:13 PM


Atualmente, a mata atlântica sobrevive em cerca de 100 mil km2. Seus princi-
pais remanescentes concentram-se nos estados das regiões Sul e Sudeste,
recobrindo parte da Serra do Mar e da Serra da Mantiqueira, onde o processo
de ocupação foi dificultado pelo relevo acidentado e pela pouca infraestrutura
de transporte.
Segundo estudos recentes – realizados pela Fundação SOS Mata Atlântica em
parceria com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e o Instituto
Socioambiental e publicados em 1998 –, entre os anos de 1990 e 1995, mais
de meio milhão de hectares de florestas foram destruídos em nove estados nas
regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que concentram aproximadamente 90%
do que resta da mata atlântica no país. Uma extensão equivalente a mais de
714 mil campos de futebol foi literalmente eliminada do mapa em apenas cinco
anos, a uma velocidade de um campo de futebol derrubado a cada quatro minu-
tos. Essa destruição foi proporcionalmente três vezes maior do que a verificada
na floresta amazônica no mesmo período.
Se isso continuar a acontecer, em 50 anos, o que sobrou da mata atlântica fora
dos parques e outras categorias de unidades de conservação ambientais será
eliminado completamente. Vale lembrar que esses desmatamentos não estão
ocorrendo em regiões distantes e de difícil acesso. Ao contrário, derrubam-se
impunemente enormes áreas de florestas a poucos quilômetros de cidades
como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
Da mata atlântica original, sobraram 456 manchas verdes, irregularmente dis-
tribuídas pela costa atlântica brasileira. Embora isso represente apenas 7% da
floresta original de 100 milhões de hectares praticamente contínuos, ainda é
uma vasta área, equivalente aos territórios da França e da Espanha juntos.
Além disso, salvar a mata atlântica é uma questão de “sobrevivência econômi-
ca”: em suas imediações, vivem hoje cerca de 100 milhões de pessoas e, pela
sua delimitação geográfica, circulam 80% do produto interno bruto nacional
(PIB). O que chamamos de mata atlântica são, na verdade, várias matas que
têm em comum o fato de estarem próximas ao oceano Atlântico e em áreas de
campos e mangues. São lugares bastante úmidos, onde chove muito durante
todo o ano.
Isso garante a permanência constante de rios e riachos e a imensa manuten-
ção da variedade de espécies vegetal e animal, a biodiversidade.
Por causa das condições exclusivas que a floresta proporciona, muitos animais
só são encontrados na mata atlântica, um refúgio para espécies que, fora dela,
já teriam desaparecido.
Positivo Informática/Diogo Dreyer.
http://www.educacional.com.br/reportagens/mataatlantica/default.asp

2. Releia o trecho a seguir.

A floresta era ocupada por grupos indígenas tupis relativamente numerosos,


como os tupinambás, que já praticavam a agricultura, mas em perfeito estado
de harmonia com a vida vegetal e animal.

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12239 Guia 5 ano professor.indd 237 10/29/14 12:13 PM


Em contrapartida, a relação do colonizador com a floresta e seus recursos
foi, desde o início, predatória. Os colonos não percebiam a importância dos
benefícios ambientais que a cobertura florestal nativa trazia, além de serem
motivados pela valorização da madeira e do lucro fácil. Esses fatores levaram à
supressão de enormes áreas da floresta para a expansão de lavouras e assen-
tamentos urbanos e à adoção de práticas de exploração seletiva.

3. A
 gora, junto com seu par de trabalho, façam uma comparação entre o modo
como índios e portugueses lidavam com a floresta, estabelecendo seme-
lhanças e diferenças entre eles. Anotem suas ideias abaixo, para depois dis-
cutir com a turma.

4. L eia as definições de bioma e ecossistema, relacionando as informações


que têm em comum ou aquelas que estão relacionadas.

Bioma
Conjunto da fauna e da flora que vive de forma adaptada em determinado ecos-
sistema. No Brasil, os biomas são amazônia, cerrado, mata atlântica, caatinga,
pampa e pantanal.*
Fonte de pesquisa: http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2009/10/biomas-brasileiros

Ecossistema
Ecossistema é o conjunto dos relacionamentos que a fauna, a flora, micro-
-organismos e o ambiente, composto pelos elementos solo, água e atmosfera,
mantêm entre si. Todos os elementos que compõem o ecossistema se relacio-
nam com equilíbrio e harmonia e estão ligados entre si.
A alteração de um único elemento causa modificações em todo o sistema, po-
dendo ocorrer a perda do equilíbrio existente. Se, por exemplo, uma grande área
com mata nativa de determinada região for substituída pelo cultivo de um único
tipo de vegetal, pode-se comprometer a cadeia alimentar dos animais que se
alimentam de plantas, bem como daqueles que se alimentam destes animais.*

* Conteúdo Editorial - 2014 - IMESP.

5. Converse com seu professor e colegas e discutam: Por que a mata atlântica
é um importante bioma brasileiro?

238 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

12239 Guia 5 ano professor.indd 238 10/29/14 12:13 PM


6. C
 onsiderando o que foi lido até o momento sobre a mata atlântica, leia o
texto abaixo e converse com a classe sobre o seguinte aspecto:
JJ por quais motivos é importante cuidar da mata atlântica, impedindo a
sua devastação?

Por que salvar a mata atlântica?


Você sabia que um hectare da mata atlântica brasileira possui 450 espécies
de árvores? A diversidade de fauna e flora da mata atlântica do Brasil deve ser
preservada, pois oferece diversos benefícios à sociedade e ao meio ambiente.
Suas nascentes de água (mananciais) são responsáveis pela distribuição do
precioso líquido a todas as cidades do interior e da capital. Mais da metade
(70%) dos habitantes do Brasil vive melhor devido à presença da mata atlântica,
que colabora para equilibrar o clima, a umidade, a temperatura e as chuvas.
A área verde do País é muito mais variada que a de outras nações. Um hectare
de floresta no nordeste dos Estados Unidos, por exemplo, possui apenas dez
espécies de árvores.

Conteúdo Editorial - 2014 - IMESP.

7. Para concluir este estudo, elabore, junto com seus colegas e professor,
uma síntese sobre a necessidade de preservar a mata atlântica. Registre suas
conclusões no espaço abaixo.

ATIVIDADE 3E: O SÍMBOLO DOURADO


DA MATA ATLÂNTICA

Objetivos

„„Conhecer o animal símbolo da preservação da mata atlântica.


„„Relacionar desmatamento e regeneração da mata.
„„Utilizar procedimentos de estudo de textos informativos: fazer antecipações
a partir do título, selecionar ideias relevantes, produzir uma ficha técnica,
elaborar sínteses, levantar fontes de informação.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 239

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Planejamento

„„Organização do grupo: eles trabalharão individualmente no início, depois em


duplas e, por último, coletivamente.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: duas aulas de 40 minutos

Encaminhamento

Parte A – 1ª aula
„„Peça aos alunos que leiam o título do primeiro texto. Levante com eles pos-
síveis antecipações a respeito do tema e do que será lido e o que imaginam
que o texto trará de novas informações. Depois, peça que leiam o texto si-
lenciosamente para confirmar ou não suas hipóteses.
„„Quando tiverem terminado, socialize o resultado: as antecipações foram cor-
retas? Que novas informações o material apresentou? De onde essas infor-
mações foram retiradas? Quem as organizou para que pudéssemos lê-las?
„„Oriente-os a fazer um resumo para registrar o que aprenderam com a leitura,
lembrando-os de não esquecerem o título e as informações principais trata-
das no texto.

Parte B – 2ª aula
„„Agora que já sabem quem é o símbolo da mata atlântica, convide a turma a
conhecer um pouco melhor esse animal. Peça que leiam, silenciosamente, o
segundo texto e depois se reúnam em dupla para preencher a ficha técnica
desse animal e responder as perguntas.
„„Antes, explique que a ficha técnica apresenta as ideias principais de um tema
ou estudo, como acontece no resumo. Mas, diferentemente deste, a ficha se
caracteriza pelo registro breve das informações, que são escritas em itens,
por categorias ou subtemas.
„„No caso do mico-leão, os recortes temáticos já estão definidos, e para pre-
encher essa ficha, os alunos precisarão selecionar as informações no texto.
„„Depois, devem responder, no caderno, as questões cujas respostas também
exigem seleção de informações.

240 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. L eia o texto abaixo e depois converse com seu professor e colegas a respei-
to das informações que ele traz.
Quando terminar, faça um resumo em seu caderno, lembrando-se de indicar o
título e as ideias principais.

Função dispersora do mico-leão-dourado auxilia


na preservação do hábitat da espécie
Aline Moraes
O mico-leão-dourado está para a mata atlântica assim como o semeador está
para a plantação. A espécie é um importante dispersor de sementes e, ao
desempenhar esse papel, auxilia na regeneração da mata cujo desmatamento
é o principal problema associado a sua extinção. Além de ser um grande con-
sumidor dos mais diversos tipos de frutos, esse pequeno primata espalha as
sementes por onde passa, podendo ligar áreas isoladas de mata. [...]
Originário do Rio de Janeiro, o mico-leão-dourado habitava toda a baixada litorâ-
nea do estado, mas, atualmente, pode ser encontrado em apenas seis municí-
pios. Para proteção da espécie foram criadas três unidades de conservação, e
uma delas é a Reserva Biológica União. Ela foi transformada em reserva pelo
Ibama em 1998 pelo fato de ter recebido seis grupos de mico-leões-dourados
advindos de áreas isoladas e ameaçadas pela escassez de mata. Hoje, já são
mais de trinta grupos, com uma média de seis animais cada, contribuindo para
manter e aumentar a variabilidade genética da espécie.
O consumo de grande quantidade e variedade de frutos faz do mico-leão-dourado
um importante dispersor. Após uma “refeição”, o mico-leão-dourado leva entre
uma hora e uma hora e meia para defecar. Um intervalo curto como esse faz com
que o animal se alimente várias vezes ao dia e defeque nos locais mais diversos.
O mico engole grande parte das sementes dos frutos, que saem intactas nas
fezes e em condições de germinar. A outra parte é cuspida pelo animal e, mes-
mo dessa forma, a atuação do mico é benéfica, pois, ao ingerir a polpa, ele
diminui os riscos de mortalidade da semente por fungos e predadores.
Para as sementes, é importante que sejam depositadas longe da árvore-mãe
para haver menor competição por espaço e menos chance de predação. O mico-
-leão-dourado costuma defecar em locais distantes daquele onde se alimentou,
numa média de 105 metros, podendo alcançar quase um quilômetro. “Apenas
5,8% das sementes foram depositadas até 10 metros do local de origem, en-
quanto 82,02% ficaram entre dez e duzentos metros, distância considerada
favorável para a germinação”, explica a pesquisadora.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 241

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Além disso, ela comenta que os micos-leões-dourados alocam a grande maioria das
sementes em lugares adequados para a germinação. Ou seja, se o fruto é originá-
rio de uma região mais úmida, o mico costuma levar a semente para um local de
condições semelhantes. Esse comportamento também favorece a germinação. [...]
O mico-leão-dourado é um dos primatas mais ameaçados de extinção do mun-
do. Estudos sobre seu comportamento irão contribuir para a preservação da
espécie, de seu hábitat, e da própria Reserva Biológica União, uma das poucas
áreas remanescentes de mata atlântica.
Texto: Função dispersora do mico-leão-dourado auxilia na preservação do habitat da espécie.
http://www.usp.br/agen/bols/2006/rede1949.htm
Autoria: Aline Moraes.
Fonte: Agência USP de Notícias.

Agora que você já descobriu qual é o animal símbolo da mata atlântica, que
tal saber um pouco mais sobre ele?
2. Leia o texto abaixo em silêncio. Junte-se a seu colega de trabalho e conver-
se com ele sobre o que descobriu.

Mico-leão-dourado
Você sabia que o mico-leão-dourado é um mamífero dispersor de sementes?
Sim, ele é onívoro (come frutos, insetos, ovos, pequenos pássaros e lagartos)
e dissemina sementes na floresta, o que colabora para o reflorestamento, auxi-
liando na preservação da mata atlântica.
É conhecido como mico-leão-dourado devido a sua aparência: pelo dourado e
juba em torno da cabeça. O pequeno primata, que mede apenas 60 centíme-
tros, tem pelos sedosos que ganham vistoso brilho quando ex-
©Paulo Gil/Acervo FPZSP

posto ao sol. Sauí, sagui, sagui-piranga, sauí-vermelho e mico


são outros nomes de que ele pode ser chamado.
Com hábitos diurnos, vive em grupos de seis micos-leões-dou-
rados e habita florestas do Rio de Janeiro em busca de alimen-
tos. É um dos mais raros primatas do mundo e destaca-se pela
sua fidelidade. Quando o macho encontra uma fêmea fica com
ela até o resto da vida.
O casal tem funções específicas na criação do filhote. A mãe
não se desprende do filho nos quatro primeiros dias de vida.
Depois desse tempo, o pai é quem higieniza e penteia o re-
cém-nascido. O pequeno só se aproxima novamente da fêmea
quando vai mamar.
A fêmea reproduz até duas vezes por ano e, em cada gestação
nascem de um a três filhotes. Quinze anos é o tempo máximo
de vida de cada mico-leão-dourado. No entanto, ele está ame-
açado de extinção devido à destruição de seu hábitat e caça
para criação doméstica ou em zoológicos. No Rio de Janeiro,
foi criada a Reserva Biológica de Poço das Antas a fim de pro-
Mico-leão-dourado tegê-lo e preservá-lo.
Conteúdo Editorial - 2014 - IMESP.

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3. A
 seguir, completem a ficha técnica do mico-leão-dourado e respondam as
perguntas:

Corpo
Alimentação
Hábitat
Hábitos
Longevidade

a. Por que o mico-leão-dourado é o símbolo da preservação da mata atlântica?

b. Copie o trecho do texto que cita outros nomes pelos quais o mico-leão-
-dourado é conhecido.

c. Escreva uma informação que você ache interessante sobre a vida em fa-
mília desse animal.

ATIVIDADE 3F: A VIDA NA MATA

Objetivos

„„Conhecer a fauna e a flora da mata atlântica.


„„Selecionar informações.
„„Aprender a fazer uma pesquisa, em classe.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 243

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Planejamento

„„Organização do grupo: num primeiro momento, os alunos trabalharão indivi-


dualmente. Depois, em duplas
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades, livros, revistas, computador
e outros materiais para pesquisa.
„„Duração aproximada: duas aulas de 50 minutos

Encaminhamento

Parte A – 1ª aula
„„Oriente os alunos a ler o título do texto, levantando suposições a respeito
de que tratará a aula.
„„Antes de procederem à leitura, propriamente, comente com eles que Ilha
Grande é um município de Angra dos Reis, Rio de Janeiro, e tem praias ma-
ravilhosas. Seria interessante mostrar imagens da internet ou mapas e fol-
ders do lugar.
„„Converse com eles e procure levantar, antes da leitura, que relações são
possíveis estabelecer entre esse lugar e a mata atlântica. Explore com eles
também o significado das palavras fauna e flora.
„„Quando tiverem concluído, peça que comecem a leitura do texto em silêncio.
Ele deverá ser comentado coletivamente, antes do final da aula.
„„A seguir, peça que completem o quadro de fauna e flora, classificando os se-
res que aparecem segundo o conceito de fauna e flora.

Parte B – 2ª aula
„„Retome o assunto da aula anterior explicando aos alunos que farão uma pes-
quisa para ampliar o conhecimento sobre a fauna e a flora da mata atlântica.
„„Para isso, selecione previamente materiais diversos para pesquisa, como
livros, revistas científicas, enciclopédias e álbuns de animais. Caso seja
possível, providencie também um computador com internet, bom aliado no
processo de busca de informações.
„„Essa aula será destinada a ensiná-los a fazer pesquisa, a encontrar infor-
mações específicas, além de ampliar o repertório dos alunos a respeito da
flora e da fauna. Para que isso aconteça, é necessário que você oriente os
alunos em relação à possibilidade de guiar-se pelo sumário, índice remissi-
vo, quando houver, títulos e subtítulos, paginação, seções em revistas, uso
de legendas, bem como ensinar a acessar a internet.

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„„Sugerimos que inicialmente lembre os alunos a respeito dos objetivos da
pesquisa, de forma que não percam de vista a intencionalidade da leitura.
Também pode fazer uma breve explanação sobre as fontes de pesquisa e
como usá-las. De todo modo, ao longo do trabalho, é imprescindível que vo-
cê circule entre as duplas e ajude os alunos nas dúvidas que apresentarem.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. L eia o texto abaixo e conheça alguns importantes representantes da fauna e


da flora brasileiras.

Conheça a Mata Atlântica da Ilha Grande


A Ilha Grande é região do Rio de Janeiro característica da mata atântica. Chuvoso
devido ao planalto e serras, o local é o hábitat de varias espécies de animais
e vegetais. A fauna encontrada somente nesse local (endêmica) inclui anfíbios
anuros (sapos, rãs e pererecas), mamíferos e aves.
Na Ilha Grande, o visitante também encontrará espécies de aves (como papagaio,
pica-pau, tiés, sabiás, saracuras e outros), macacos, esquilos, tatus, pacas, ouri-
ços, águas-vivas, cobras, lagartos e animais em extinção, como o macaco-bugio.
Quem visita a Ilha Grande aprecia com muito interesse a diversidade vegetal da
mata atlântica. Viajantes, artistas, naturalistas e comerciantes estrangeiros se
encantam com o porte dos jequitibás, a beleza do gravatá e das orquídeas e o
inesperado colorido das bromélias. No começo do ano, eles também apreciam as
quaresmeiras, visivelmente destacadas pelo seu roxo intenso nas encostas e va-
les. Esses visitantes também querem conhecer o pau-brasil por questões econômi-
cas e históricas, pois essa espécie de árvore deu origem ao nome de nosso País.
Mata atlântica, floresta amazônica brasileira, Serra do Mar, Pantanal Mato-grossen-
se e zona costeira são considerados patrimônio nacional pela Constituição Federal
de 1988. A legislação protege a mata primária (virgem) e impede sua destruição,
no entanto, outras leis permitem a derrubada de mata secundária (recultivada).
Representantes da comunidade e de organizações não governamentais (ONGs)
reivindicam aos órgãos públicos a criação de leis específicas para proteger a
Ilha Grande.
Conteúdo Editorial - 2014 - IMESP.

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2. A partir do que leu, preencha o quadro abaixo.

FAUNA E FLORA DA MATA ATLÂNTICA


FAUNA FLORA

3. A
 gora, junto com seu professor e amigos, faça uma pesquisa e amplie o
quadro, completando-o com outros animais da mata atlântica que não apa-
recem no texto.
Lembre-se de consultar o índice e os subtítulos presentes nos livros e revistas.
Você também pode fazer uma busca na internet. As legendas de fotos e imagens
podem ajudá-lo.

ATIVIDADE 3G: DESMATAMENTO


E SUSTENTABILIDADE

Objetivos

„„Compreender as causas do desmatamento.


„„Relacionar desmatamento com sustentabilidade.
„„Identificar ações que podem ser praticadas para garantir a sustentabilidade
do planeta em relação à preservação da biodiversidade.
„„Elaborar uma definição de sustentabilidade.
„„Utilizar procedimentos de estudo de textos de divulgação científica.
„„Articular informações de dois textos para construir um conceito.
„„Identificar aspectos principais em trechos de texto, de modo que se elabo-
rem sínteses dele.

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Planejamento

„„Organização do grupo: a atividade será realizada em vários momentos: alguns


de maneira coletiva e outros em duplas.
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades e caderno do aluno.
„„Duração aproximada: três aulas de 40 minutos.

Encaminhamento

Parte A – 1ª aula
„„Solicite que os alunos leiam o texto “Como ocorrem os desmatamentos”. De-
pois da leitura, organize o estudo do texto, tal como previsto nas atividades
anteriores, socializando o que descobriram com a leitura. Quando terminarem,
solicite que registrem no caderno as principais ideias do texto.

Parte B – 2ª aula
„„Depois da conversa, faça a leitura compartilhada e o estudo do texto “Trilha
da sustentabilidade”. Faça, primeiro, uma leitura integral do texto. Depois,
comece a leitura de estudo, discutindo com os alunos aspectos importantes
contidos em cada parágrafo.
Sugestão:

1º parágrafo: E
 laboração do conceito de sustentabilidade: anos 1980. Aceita-
ção mundial.
2º parágrafo: O
 NU conclui que é preciso mudar padrões de produção e consu-
mo mundiais. Isso gera movimento mundial.
3º parágrafo: F ilantropia, responsabilidade social e sustentabilidade. Susten-
tabilidade: cuidar.
4º parágrafo: S
 ustentabilidade: compromisso com o futuro; caminho; prever
impactos da ação humana.

5º parágrafo: Sustentabilidade: exercício cotidiano de responsabilidade.


„„Depois desse estudo, oriente os alunos para que, considerando o texto lido
e as ideias que apresenta, elaborem uma definição de sustentabilidade. Or-
ganize-os em grupo com quatro participantes e determine o tempo que será
utilizado para essa tarefa. Ao final, solicite que apresentem a definição do
grupo e consolide a reflexão de todos em uma única definição coletiva que
contemple aspectos constitutivos das várias definições.

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Parte C – 3ª aula
„„Ajude os alunos a identificar, na vida cotidiana, situações em que podem con-
tribuir para uma relação sustentável com o mundo ao seu redor.
„„Reúna-os em quartetos e solicite que andem pela escola, pensando como
podem ajudar na sustentabilidade dentro da instituição. Algumas formas es-
tão relacionadas com a coleta seletiva de lixo, com o reaproveitamento de
papel, evitando desperdício, com o consumo cuidadoso de água e energia.
Solicite que anotem suas ideias para depois socializarem com os colegas. A
seguir, peça que façam o mesmo em sua casa e também compartilhem as
ideias com a classe.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. T emos conversado, até o momento, sobre o desmatamento e as ações hu-


manas que costumam provocá-lo. Neste momento, vamos estudar um pouco
mais a esse respeito. Para tanto, leia o texto apresentado a seguir. Depois,
anote as ideias principais de cada subtema em seu caderno.

Como ocorrem os desmatamentos


Para sobreviver no mundo, a humanidade sempre utilizou e modificou a nature-
za. A exploração sempre aconteceu na forma de caça, pesca e uso da madeira.
No decorrer dos séculos, surgiram também a agricultura e a pecuária e, nos
dias de hoje, o gigantesco processo de urbanização e industrialização.
A forma de o homem se desenvolver economicamente influenciou na intensi-
dade de uso dos recursos naturais. A indústria, por exemplo, utiliza recursos
do meio ambiente como água, petróleo, madeira, minerais e proporcionou a
concentração populacional em grandes cidades e agropecuária intensiva no
campo. Todo este modelo de crescimento provocou mudanças enormes na na-
tureza. Fato que gera o futuro esgotamento de recursos vitais para a sobrevi-
vência do homem.
Esta técnica exploratória do meio ambiente e até muitos planos governamentais
favorecem o surgimento de uma forma desrespeitosa de encarar a natureza, em
atitudes como jogar lixo na rua, na praia e em parques. Também encontramos
ações destrutivas em áreas verdes substituídas por cimento e azulejo em con-
domínios residenciais, na pavimentação de ruas sem planejamento e estradas,
sem contar o desperdício de energia elétrica e água.

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Vários produtos que compramos também aumentam a devastação de nossas
florestas. Árvores como mogno, peroba e imbuia, que geram madeiras consi-
deradas nobres, são derrubadas para fazer móveis, por exemplo. Há inúmeras
plantações feitas pelo homem em áreas onde antigamente existiam florestas.

Mais gente no mundo


O aumento da população mundial exige cada vez mais a necessidade de áreas
para obtenção de alimentos e também de novos métodos para a melhoria da
produtividade. Estas ações intensificam a redução de florestas para determina-
das culturas de plantações e criação de animais, fatos que reduzem ainda mais
a diversidade de fauna e flora.
O crescimento das cidades diminui cada vez mais as matas no mundo, princi-
palmente aquelas próximas da população. O fato agride o meio ambiente em
especial nos locais onde há os chamados mananciais, que são rios, lagoas e
represas que guardam a água que será tratada para consumo humano. Há tam-
bém pessoas que invadem áreas de risco, onde é possível acontecer acidentes
naturais, como inundação, terremoto, deslizamentos.
Existem ainda atividades exploratórias que destroem florestas em busca de
madeira, plantas e minérios, como zinco, ferro, alumínio etc. Quando o metal
procurado é o ouro, então, a natureza é contaminada pelo mercúrio.

É fogo
As queimadas são outra preocupação para as florestas. Esta atividade destru-
tiva é usada para expandir culturas vegetais, as monoculturas como cana-de-
-açúcar e soja, ou para ampliar a pecuária. Estudos do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (Inpe), de 1991, mostram que a área devastada na Amazô-
nia era de aproximadamente 11 mil km². Ou seja, 3% da floresta. Nos estados
do Amapá e em Rondônia, metade da área de cultivo havia sido destruída. A
fumaça das queimadas chegou até mesmo a países da África, do outro lado do
oceano Atlântico.

Energia elétrica e estradas


Outros motivos que causam desmatamento são as construções de usinas para
geração de energia elétrica e de estradas, as quais também destroem fauna e
flora. A rodovia Transamazônica, por exemplo, sem plano de preservação, propi-
ciou a instalação de projetos agrícolas e pecuários e indústrias de mineração,
que aumentam a poluição e usam carvão vegetal. Estimula ainda o garimpo,
atividade que prejudica em demasia o meio ambiente.
Conteúdo Editorial - 2014 - IMESP.

2. A
 gora, mais uma vez, junto a seu professor e demais colegas, você vai es-
tudar o texto. Pegue lápis e o marca-texto e mãos à obra! Seu professor vai
orientá-lo.

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3. V
 ocê irá, agora, elaborar no seu caderno, junto com seus colegas de grupo,
uma definição de sustentabilidade. Consulte, para tanto, o texto apresenta-
do a seguir, que você deve estudar, orientado pelo professor.

Trilha da sustentabilidade
Adalberto Wodianer Marcondes

[...] Nos anos 80, a Organização das Nações Unidas (ONU) encomendou um
estudo à então primeira-ministra da Noruega, Gro Brundtland. [...] Foi a primeira
vez que um conceito para sustentabilidade foi expresso e mundialmente aceito.
De acordo com o relatório, “ser sustentável é conseguir prover as necessidades
das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras
em garantir suas próprias necessidades”.
Foi também a primeira vez que um estudo patrocinado pela ONU chega à con-
clusão de que é preciso mudar os atuais padrões de produção e consumo ado-
tados pelas diversas sociedades da Terra, de forma a preservar os recursos e
serviços ambientais necessários à sobrevivência humana. Desde então existe
um grande movimento de governos, empresas e ONGs que buscam criar parâ-
metros para o desenvolvimento sustentável. [...]
Existe na Bíblia um antigo provérbio que muito bem se aplica na definição dos
conceitos de filantropia, responsabilidade social e sustentabilidade: dar o peixe
a quem tem fome é filantropia, ensinar a pescar para garantir o alimento é res-
ponsabilidade social, no entanto, cuidar da qualidade da água do rio, preservar
suas margens e suas nascentes, cuidar para que não seja poluído nem assore-
ado, e que existam peixes para sempre, é sustentabilidade.
A sustentabilidade é um compromisso com o futuro, não é uma meta que possa
ser atingida, mas um caminho que [...] [se deve] trilhar em busca de melhores
soluções para os problemas humanos, sejam eles econômicos, sociais ou am-
bientais. Este compromisso com o futuro se expressa de diversas maneiras e
em distintos graus [...]. O fundamental é que esteja sempre permeando qualquer
decisão [...]. Nenhuma ação humana [...] está isenta de impactos e todos eles
devem estar previstos de forma a poderem ser neutralizados ou minimizados.
Ser sustentável é, portanto, o exercício cotidiano da responsabilidade.

Crédito: ©Adalberto Wodianer Marcondes, diretor do Portal Envolverde.


http://envolverde.com.br/

4. Para finalizar nossos estudos sobre o tema, reúna-se com seu grupo. Vocês
circularão pela escola, procurando identificar como podem contribuir para a
sustentabilidade. Anotem as ideias no caderno para contribuir com sua turma.

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Etapa 4

Estudo e planejamento do seminário

ATIVIDADE 4: PLANEJANDO O SEMINÁRIO

Objetivo
„„Planejar, uma a uma, todas as tarefas do seminário, definindo os responsáveis.

Planejamento
„„Organização do grupo: no início a atividade é coletiva; depois, os alunos se-
rão divididos em grupos.
„„ Materiais necessários: quadro com as características de um seminário (es-
crito na lousa ou em papel pardo); quadro para que sejam indicadas as tare-
fas e seus responsáveis (a ser afixado na classe também).
„„Duração aproximada: 40 minutos.

Encaminhamento
„„Converse com os alunos a respeito do propósito da atividade e da maneira
como será desenvolvida.
„„Para começar, retome as características do seminário, discutidas na atividade 2, e
organize-as em um cartaz afixado na classe. Retome, ainda, o quadro do projeto.
„„Para explicar aos alunos o que é um seminário e como se organiza e apre-
senta, aponte os seguintes aspectos:
JJ Para iniciar os trabalhos, cada grupo deve reunir-se e elaborar um plano
geral: que assuntos serão tratados (é interessante definir isso coletiva-
mente, retomando com os alunos o que estudaram e acreditam ser in-
teressante expor para o 4º ano), de quais fontes de pesquisa dispõem,
como será feita a divisão de tarefas (eles precisam considerar quem
redigirá a exposição por escrito, quem fará os cartazes; podem fazer
também transparências, apresentações de slides ou usar outros recur-
sos audiovisuais), o que cada membro do grupo fará, quem responderá
as perguntas dos alunos ouvintes).

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JJ Pode-se elaborar fichas-guia para a apresentação oral. Essas fichas con-
têm um esquema com os tópicos que serão abordados e não devem
apresentar frases redigidas, uma vez que sua função é apenas servir de
lembrete, de guia para a exposição oral.
JJ A exposição oral deverá ser “ensaiada” e cronometrada, para que o
seminário seja bem apresentado e não ultrapasse o tempo disponível.
JJ Um membro apenas ou todos do grupo podem participar da exposição oral.

No caso de todos os membros participarem da exposição, cada um “ensaiará”


sua parte, tendo o cuidado de não quebrar o encadeamento dos tópicos do sumário.
„„É importante fazer um roteiro inicial planejando essas questões, e você deve
acompanhar os alunos nesse processo.
„„Oriente-os para a elaboração de uma lista de tarefas que devem ser desen-
volvidas pela classe para a realização do seminário. A seguir, comece, com
os alunos, a planejar o trabalho e definir responsabilidades.
„„Comece pelos temas que serão tratados. Solicite que os alunos levantem
temas possíveis e vá anotando na lousa. Considerando o estudo feito, os
seguintes temas parecem adequados:
JJ ações humanas que provocam problemas ambientais e as consequên-
cias dessas ações para a vida das pessoas;
JJ o desmatamento como causa comum a muitos dos desequilíbrios pro-
vocados e o conceito de hotspot;
JJ a mata atlântica: história, extensão, população, paisagens, causas do
desmatamento, fauna, flora e demais características;
JJ desmatamento: causas gerais; e
JJ sustentabilidade.
„„A seguir, divida a classe em seis grupos e peça para que cada integrante es-
colha um tema. Juntos, definam, por fim, um título para o seminário e iniciem
o planejamento em pequenos grupos.

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Etapa 5

Estudo e planejamento da exposição oral

ATIVIDADE 5A: INVESTIGANDO


SABERES DOS ALUNOS A RESPEITO
DE UMA EXPOSIÇÃO ORAL

Objetivos

„„Compreender como se organiza e realiza uma exposição oral.


„„Por meio de uma produção inicial – planejamento e apresentação de uma expo-
sição oral a respeito do tema do seminário que coube ao grupo –, tomar ciência
do que já sabem sobre uma exposição oral e o que ainda precisam aprender.

Planejamento

„„Organização do grupo: a atividade será realizada de duas maneiras: em grupo,


para planejamento da exposição; no coletivo, para apresentação à classe.
„„Materiais necessários: textos estudados na sequência de atividades de lei-
tura e anotações que os alunos fizeram no decorrer do trabalho.
„„ Duração aproximada: duas aulas de 50 minutos.

Encaminhamento

„„Solicite que os alunos se reúnam nos grupos definidos para o seminário e


planejem a fala do grupo sobre o tema que lhes coube, considerando o tem-
po, os interlocutores (alunos do 4º ano) e as finalidades do evento (exposi-
ção oral sobre o tema).
„„Oriente-os para que prevejam, inclusive, recursos extraverbais (cartazes, ima-
gens, vídeos, mapas, esquemas, entre outros) que usariam para apresentar.
Defina o tempo a ser utilizado para tanto.
„„Solicite que resolvam de que maneira a apresentação acontecerá: se por um
dos integrantes apenas, se por mais de um. Oriente-os para que utilizem re-
cursos de apoio para a fala (anotações esquemáticas, por exemplo).

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„„Esse momento é apenas de investigação a respeito do que os alunos já sa-
bem sobre como realizar uma exposição oral. A sua função é investigar esses
saberes selecionando os aspectos que merecem mais atenção, mais inves-
timento e, na medida do possível, colocá-los em evidência para os grupos.
Serão apresentadas várias atividades com a intenção de trabalhar os diferen-
tes aspectos que implicam a produção de uma exposição oral. No entanto,
você não precisará trabalhar todas, apenas as que forem mais adequadas
para atender às necessidades de aprendizagem de seus alunos. Assim, uti-
lize a pauta de observação apresentada a seguir para identificar os saberes
já constituídos pelos seus alunos e as necessidades de aprendizagem em
função dos objetivos colocados: realizar uma exposição oral.

EXPOSIÇÃO ORAL – PAUTA DE OBSERVAÇÃO

ALUNO ___________________________________________

ASPECTOS SIM NÃO ÀS VEZES


O EXPOSITOR...
... estabeleceu um bom contato com a
audiência?
... procurou incentivar a audiência
a ouvir sua exposição por meio de
perguntas intrigantes, curiosas, exemplos
incentivadores ou outros recursos?

... delimitou bem o tema, procurando


esclarecer a audiência a esse respeito?
... apresentou em sua conclusão algum
aspecto reflexivo para o interlocutor?
... utilizou recursos de apoio que o
auxiliaram para não se perder na fala?
... ajustou a sua linguagem e recursos à
audiência?

„„Os alunos realizarão a exposição e você observará cada uma delas, a partir
dessa pauta. Ao término das exposições (que podem ser seis, uma por gru-
po), você terá um mapa inicial da proficiência da classe para o gênero, com
uma representação interessante, posto que, ainda que apenas um integrante
de cada grupo fale, os alunos trabalharam em grupo.
„„De posse das observações, você analisará as informações e selecionará,
entre as atividades propostas na sequência que virá a seguir, aquelas que

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considerar mais apropriadas para trabalhar com seus alunos, em função das
necessidades de aprendizagem deles.

RECOMENDAÇÕES AO EXPOSITOR

Aspectos que um expositor deve incorporar à sua fala:


„„Quando iniciar a exposição, ser simpático, cativar o grupo. Isso fará com
que prestem mais atenção;
„„falar do tema que vai ser apresentado, colocando uma questão que provo-
que curiosidade nos ouvintes. Isso também fará com que fiquem atentos
para o que vai ser apresentado, além de incentivar a reflexão sobre o tema;
„„mostrar aos ouvintes, com clareza, o caminho que será percorrido durante
a exposição. Isso deixa a audiência preparada para o que vem e auxilia na
hora de fazer as anotações sobre o que for exposto;
„„apresentar o caminho utilizando esquemas de apoio, como um cartaz ou
transparência que indique o que será tratado. É uma boa estratégia, pois
deixa a fala do expositor mais clara; e
„„usar recursos gráficos, cartazes, imagens, vídeos e mapas, pois isso não
só ajuda a entender o tema como faz a audiência prestar mais atenção.
Aspectos que um expositor deve evitar:
„„Entrar logo no assunto, sem explicar a maneira como a fala vai se organi-
zar. Isso deixa o ouvinte sem saber o que vai acontecer, sem orientação
para organizar as anotações sobre a fala;
„„ficar muito preso aos esquemas de apoio, pois isso faz com que o exposi-
tor perca contato com o grupo, dispersando-o. Para que isso não aconteça,
deve-se estudar muito bem o que vai ser dito, o que dá mais segurança
no momento da exposição;
„„fazer toda a exposição sem utilizar recursos extraverbais; e
„„não prestar muita atenção aos ouvintes, para verificar se estão com “ca-
ra de dúvida”. Esse procedimento permite ao expositor ajustar sua fala,
replanejar explicações.

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ATIVIDADE 5B: ANALISANDO
RECURSOS DA ORGANIZAÇÃO
INTERNA DE UMA EXPOSIÇÃO ORAL
Objetivos

„„Estudar diferentes expressões que podem ser utilizadas para articular as di-
versas partes de uma exposição oral, encadeando-as adequadamente para:
JJ apresentar o tema;
JJ apresentar o plano de exposição;
JJ introduzir exemplo;
JJ introduzir explicações sobre termos difíceis;
JJ sintetizar a exposição realizada e preparar para a conclusão; e
JJ concluir.
„„Analisar o propósito das expressões nos diferentes enunciados, relacionando
as escolhas feitas à finalidade e ao sentido produzido.
„„Constituir um repertório de expressões que podem ser utilizadas no plane-
jamento da exposição oral.

Planejamento

„„Organização do grupo: a atividade será realizada em duplas, com momentos


de discussão coletiva.
„„ Materiais necessários: Coletânea de Atividades.
„„ Duração aproximada: 50 minutos.

Encaminhamento

„„Converse com os alunos sobre o propósito da atividade e a maneira como


se desenvolverá.
„„Distribua a coletânea e solicite aos alunos que, em duplas, realizem cada
uma das tarefas propostas. Oriente as duplas, passando pelas carteiras e
problematize aspectos que pareçam equivocados.
„„Na discussão da ordem a ser estabelecida entre os trechos que contêm as
expressões, solicite que cada dupla justifique suas escolhas, explicando as
finalidades de cada um.

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Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. C
 onversamos, em atividades anteriores, sobre a maneira pela qual uma ex-
posição oral se organiza.
 onsiderando esse estudo, leia com seu colega as expressões apresentadas
C
a seguir e numere-as na ordem em que devem aparecer na exposição oral.

ORDEM EXPRESSÕES ARTICULADORAS DA FALA


Agradeço muito a atenção de vocês e espero que eu tenha
contribuído para...

Hoje vou conversar com vocês sobre..., assunto muito


importante para...

Para tanto, vou começar falando de...; depois, vou abordar a


questão de... e, para terminar, apresentarei a vocês...

Para terminar, gostaria ainda de dizer que...

Então, vamos lá. Pra começar vamos falar de..., quer dizer...
Um exemplo disso é...

Bom, eu poderia, então, resumir essa fala em três pontos: o


primeiro... o segundo... o terceiro...

2. A gora, explique: com qual finalidade cada uma dessas expressões seria utili-
zada em uma exposição oral?

3. Analise os excertos de exposições orais apresentados a seguir.

Bom, a minha exposição será sobre as causas do desmatamento da mata atlân-


tica, tema importante não só pra se compreender o que é que as pessoas vêm
fazendo que têm provocado esse efeito, mas também pra gente poder parar de
continuar fazendo. Só assim esse cenário muda.

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Então eu gostaria de dizer que a minha fala será sobre a mata atlântica. Sabe,
afinal, hoje ela só tem 8% da sua extensão original, e o prejuízo da sua destrui-
ção não só pro Brasil, mas pra humanidade, é muito grande.

Então... vocês já ouviram falar na mata atlântica, certo? Mas vocês sabiam que
hoje só 8% dela ainda permanece? Sabiam que todo o resto já foi destruído? En-
tão... é sobre isso que vou falar hoje, sobre o desmatamento da mata atlântica.

Vou falar pra vocês de um assunto que me preocupa muito: o desmatamento da


mata atlântica. Vocês sabiam que mais de 80% dela já foi destruído? Querem
saber como? Então, é exatamente sobre isso que vou falar hoje.

Agora, responda:
„„Qual a finalidade de cada um desses trechos na exposição oral?

„„Qual maneira de falar você achou mais interessante? Por quê?

4. L eia os trechos de fala apresentados a seguir. Analise para que serve cada um.

“A mata atlântica é rica em espécies endêmicas, quer dizer, aquelas espécies


que só existem na mata atlântica, entende? Em nenhum outro lugar mais.”

“A destruição das florestas provoca, também, a disseminação de doenças en-


dêmicas, isto é, aquelas doenças que só existiam em determinada região, que
ficavam restritas àquela parte da floresta, lá escondidas... Se a mata não existe
mais, as doenças se alastram...”

“Os hotspots, entende, as regiões mais devastadas e, ao mesmo tempo, mais


ricas em espécies endêmicas, entende, deixa eu falar, aquelas espécies que só
existem naquele lugar mesmo, e não em outro...”

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Responda:
„„Qual a preocupação do expositor, em cada um?

„„Observe as expressões que foram utilizadas para introduzir o exemplo. Que


outras você conhece que também poderiam ser utilizadas no mesmo lugar?
Faça uma lista delas.

ATIVIDADE 5C: PLANEJANDO


UMA EXPOSIÇÃO ORAL

Objetivo
„„Planejar uma exposição oral, considerando todos os aspectos discutidos até
o momento.

Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade será, inicialmente, coletiva e, depois, em
grupos.
„„Materiais necessários: todo o material utilizado no projeto.
„„Duração aproximada: três aulas de 50 minutos.

Encaminhamento
„„Converse com os alunos sobre o propósito da atividade e sobre a maneira
como se desenvolverá.

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12239 Guia 5 ano professor.indd 259 10/29/14 12:13 PM


„„Retome, com eles, todos os materiais que serão utilizados no planejamento da
exposição, explicitando quais as contribuições de cada um para esse processo.
„„Ressalte a necessidade de retomarem o conteúdo estudado para que não
cometam nenhuma incorreção sobre o tema.
„„Estude o quadro apresentado a seguir e ofereça-lhes referências a respeito
de como planejar.

PLANEJAMENTO DA EXPOSIÇÃO ORAL


Recursos necessários: retroprojetor, lâminas, cartazes, vídeo.
ETAPA CONTEÚDO RECURSO
Introdução do Apresentação do tema: ações Lâmina de
tema humanas que provocam retroprojetor com o
problemas ambientais e as título e com imagens
consequências dessas ações dos diferentes
para a vida das pessoas. problemas.
Apresentação Apresentação das partes da Lâmina de retroprojetor
do plano da exposição: com quadro contendo
exposição os tópicos.
a.

b.

c.
Desenvolvimento Parte 1: Lâmina com quadro
do tema esquemático.
„„Apresentar pergunta que proble-
matize a primeira questão, do ti-
po: “O que acontece com o plane-
ta quando você joga óleo de cozi-
nha no ralo da pia? Você sabe?”.
„„Explicar o que acontece.
„„Relacionar com o fato de que a
cada ação nossa tem uma conse-
quência para a vida do planeta.
„„Apresentar esquema de dese-
quilíbrios provocados pela ação
humana.
„„Falar sobre a relação entre
ação, desequilíbrio e problema
ecológico.
(...) (...)

260 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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„„Terminado o planejamento, oriente-os a tomarem as decisões a respeito de
quem, no grupo, ficará responsável por cada tarefa: solicitar recursos técni-
cos; elaborar cartazes, quadros; elaborar a síntese para conter no convite
do evento; expor.
„„Depois, é hora de ensaiar a fala: os alunos podem elaborar fichas de apoio para
a exposição e ensaiar, procurando articular a fala com recurso extraverbal, ainda
que não o tenha em versão final (é só imaginarem que estão apresentando).
„„Esse ensaio deve ser previsto em grupo e, depois, em classe, para análise
e contribuição dos demais colegas.
„„No ensaio é importante estar atento para aspectos como: clareza na pro-
núncia das palavras, ritmo de fala, altura de voz, gestos e atitude corporal.
„„A seguir, oriente os alunos para que respeitem os prazos de elaboração dos
materiais e planejem um último ensaio.
„„Não se esqueça de marcar as reuniões com os grupos, inclusive com o res-
ponsável pela elaboração do convite. Providencie para que seja produzido e
reproduzido com antecedência, de forma que os alunos possam se preparar
para o estudo.
„„Cuide para que a organização do seminário garanta que, nesse processo, os
grupos consigam compartilhar saberes construídos por meio de recursos di-
versos que contemplem as práticas de leitura, escrita e oralidade.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. N
 esse momento, você e seu grupo planejarão a exposição oral que farão.
Tenha em mãos todo o material utilizado no projeto.
2. R
 etome, com a ajuda de seu professor, um a um os materiais, analisando
seus conteúdos e revendo de que maneira pode auxiliá-lo na tarefa de pla-
nejar a exposição.
3. Estude com o professor o quadro de apoio para o planejamento.
4. Reúna-se com seu grupo e planeje a exposição oral. Nesse processo, considere:
a. a adequação da exposição às finalidades do projeto e às crianças para
quem vão falar;
b. as características de uma exposição oral, que você já estudou com seu
professor e grupo classe; e
c. os recursos extraverbais a serem utilizados (cartazes, fitas de vídeo, es-
quemas etc.).

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 261

12239 Guia 5 ano professor.indd 261 10/29/14 12:13 PM


5. U
 ma vez planejada a fala com seu grupo, decidam quem ficará responsá-
vel por cada uma das tarefas: solicitar recursos técnicos; elaborar cartazes,
quadros; elaborar a síntese para conter no folder do evento; expor.
6. Planejem a fala, elaborando fichas que podem orientar o expositor.
7. E
 nsaiem a exposição, inicialmente no grupo (escolham um lugar tranquilo
para fazê-lo) e, depois, na classe. No ensaio, estejam atentos para:
a. pronunciar as palavras com clareza;
b. não falar rápido ou lento demais;
c. não falar alto demais ou baixo demais;
d. ter uma atitude de aproximação com a audiência, não ficando muito dis-
tante dela, atentando para suas expressões de compreensão ou não, de
aceitação ou não das ideias expostas; e
e. não gesticular demais nem de menos.

8. L embrem-se de que é preciso seguir etapas durante o seminário:


a. introduzir o tema, comentando brevemente o assunto que será exposto;
b. apresentar um plano da exposição, o que pode ser feito por meio de es-
quemas, cartazes ou projeções;
c. desenvolver o tema, fazendo a exposição em si; e
d. fazer uma síntese do que foi tratado, elaborando conclusões essenciais
sobre o tema.

Etapa 6

Avaliação do trabalho desenvolvido

ATIVIDADE 6: AVALIAÇÃO
FINAL DO TRABALHO
Objetivo
„„Realizar uma avaliação colaborativa do trabalho desenvolvido, considerando
os diferentes aspectos: o estudo temático, o planejamento da exposição oral,
o planejamento do seminário, considerando os diferentes grupos, a participa-
ção nas atividades durante o desenvolvimento, a elaboração do produto final.

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Planejamento
„„Organização do grupo: a atividade será em grupo para a autoavaliação da
exposição oral, e coletiva para a avaliação do processo de trabalho.
„„Materiais necessários: pauta de autoavaliação e pauta de avaliação do de-
senvolvimento do trabalho, ambas apresentadas na atividade.
„„ Duração aproximada: cerca de 40 minutos.

Encaminhamento
„„Distribua as pautas de autoavaliação (atividade 6, do aluno), leia-as com os
alunos explicando cada item e oriente-os sobre o que fazer. Certifique-se de
que os alunos também estejam com seus textos em mãos.
„„Para terminar, é importante que você também avalie a adequação das atividades
planejadas aos seus alunos, às suas necessidades e possibilidades de apren-
dizagem, verificando se há mudanças que são necessárias e de que natureza
são. É essa avaliação que orientará os inevitáveis ajustes a serem feitos na
ação docente e, dessa forma, garantirão a ela uma qualidade cada vez melhor.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

Projeto “Universo ao meu redor”


Pauta de autoavaliação – Exposição oral

Grupo: Data:
ASPECTOS SIM NÃO ÀS VEZES
O EXPOSITOR...
Estabeleceu um bom contato com a audiência?
Procurou incentivar a audiência a ouvir sua
exposição por meio de perguntas intrigantes,
curiosas, exemplos incentivadores ou outros
recursos?
Delimitou bem o tema, procurando esclarecer a
audiência sobre isso?

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 263

12239 Guia 5 ano professor.indd 263 10/29/14 12:13 PM


A conclusão conseguiu mostrar a importância do
tema e motivar os demais a refletir sobre suas
atitudes?
Utilizou bons recursos de apoio que o auxiliaram
para não se perder na fala?
Ajustou a sua linguagem e recursos à audiência?

Observações

Projeto “Universo ao meu redor”


Pauta de avaliação colaborativa
Processo de trabalho

Aluno: Data:
ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS SIM NÃO ÀS VEZES
Nos momentos de trabalho coletivo, a classe
cooperou, realizando as tarefas propostas?
No trabalho em grupo houve disponibilidade para
cooperar no cumprimento das tarefas?
Os grupos trabalharam a contento? (cumpriram
suas tarefas, socializaram encaminhamentos)
O espaço para socialização de trabalho
desenvolvido pelos diferentes grupos foi garantido?
No trabalho em duplas houve, de fato,
colaboração com o colega?
Nos ensaios da exposição oral houve
disponibilidade e empenho de todos em
colaborar para que a apresentação do colega
fosse a melhor possível?
Os produtos finais de cada grupo foram
realizados de maneira satisfatória?
As tarefas individuais foram realizadas de maneira
que não comprometam o trabalho do grupo?
Observações do professor

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SEQUÊNCIA DIDÁTICA
Cartas de leitor

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Para iniciar a conversa...

No trabalho com RODA DE JORNAL, observamos a importância do estudo efeti-


vo dos textos jornalísticos – garantindo uma leitura de fato compreensiva para que
o aluno possa se posicionar diante do que leu.

Esta sequência tem por objetivo ajudar o aluno a expressar sua opinião, posi-
cionando-se diante de uma matéria lida e, além disso, manifestando essa posição
por meio de uma carta de leitor.

Para tanto, vamos:


a. ler e analisar algumas cartas de leitor produzidas no contexto primário;
b. observar como estas cartas podem ser publicadas nos veículos de des-
tino, identificando as mudanças que sofrem neste processo;
c. produzir uma carta de leitor; e
d. revisar uma carta de leitor.

Sobre o gênero carta de leitor ou carta ao editor

Retomando e aprofundando o gênero textual já trabalhado no Projeto Jornal,


no material do 4º ano, cabe recordar que em geral as revistas e jornais infantis, im-
pressos ou digitais, oferecem um espaço destinado ao leitor. Localizado nas páginas
finais das revistas, essa seção recebe diferentes denominações como “Correio”,
“Cartas”, “Cartas à redação”, ”Painel do leitor”, “Mural do leitor”, “Espaço do leitor”
e reúne o que costumamos chamar de cartas do leitor ou cartas ao editor.

Nessa seção, os leitores divulgam sua opinião sobre o jornal ou a revista ou as


matérias lidas (notícias, reportagens, quadrinhos etc.), expressam posições pessoais
favoráveis ou contrárias às matérias lidas (notícias, reportagens, quadrinhos etc.).
Alguns ainda solicitam a publicação de matérias sobre assuntos que lhes interessem.

Apesar de serem endereçadas aos editores da revista ou jornal, quando o lei-


tor as escreve quer vê-las publicadas! Ou seja, o leitor espera que outros leitores a
leiam. Cabe então ressaltar que este espaço é uma possibilidade de interação entre
vários leitores e a equipe de edição do jornal.

Nem todas as cartas enviadas ao editorial de um meio de comunicação são


publicadas. Há uma seleção, a partir dos critérios das empresas de comunicação,
podendo haver cortes e adaptações naquelas que forem publicadas. Também pode

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haver acréscimo de títulos relacionados à matéria a que a carta se refere, com o
objetivo de antecipar o assunto da correspondência.

Normalmente concisas e diretas, nessas cartas o discurso é organizado em


primeira pessoa. Em geral elas assumem diferentes objetivos: podem criticar, recla-
mar, opinar, elogiar etc. Apresentam:
•• Título: geralmente relacionado à reportagem que deu origem à carta.
•• Identificação do autor, com informações sobre o endereço.
•• Data em que foi escrita.
•• Organização do discurso sempre em primeira pessoa.
•• Presença de opinião, podendo ser sustentada ou não.
•• Comentário conciso sobre o veículo de comunicação ou sobre uma matéria.
Algumas revistas publicam as cartas e as respostas dos editores aos leitores.
Pelo fato de o conteúdo das cartas de leitor girar em torno de posicionamentos em
relação a matérias publicadas, a prática de leitura e produção de cartas de leitor na
escola podem ampliar as capacidades requeridas para leitura de jornalísticos e, princi-
palmente, incentivar a emissão de opiniões críticas suscitadas por essas atividades.

Justificativa para propor que os alunos escrevam uma


carta de leitor

A escrita de cartas é uma situação em que a função comunicativa é muito cla-


ra: os alunos colocarão suas opiniões e sugestões para que possam compartilhar
suas impressões das leituras, bem como seus interesses por novos temas, com
aqueles que são responsáveis pela produção da revista e com os demais leitores.

Ao propor essa escrita, os alunos serão desafiados a comentar uma matéria da


revista e emitir opiniões sobre o texto, o que os coloca, necessariamente, como leitores
mais críticos que dialogam com os autores. O desafio de escrever uma carta a partir de
matérias lidas na revista é diferente da escrita de uma carta pessoal. Nesse caso, os
alunos se comunicarão com pessoas desconhecidas cujo ponto em comum é o fato de
compartilharem a leitura da revista. Isso implica a necessidade de adequar o que será
dito e a linguagem utilizada, para que sejam alcançados os objetivos propostos pelo texto.

Espera-se que ao desenvolver esta sequência os alunos aprendam a:


•• Reconhecer a presença e a importância das opiniões do leitor nos jornais, re-
vistas e outros meios de comunicação.
•• Escrever cartas de leitor à edição de jornais, revistas e outros periódicos infantis,
expressando-se com clareza e emitindo sua opinião a respeito de matérias lidas.
•• Utilizar procedimentos de escrita (planejar, escrever, revisar e reescrever) no
processo de produção da carta de leitor.

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Quadro de organização geral da sequência didática

Etapas Atividades
Etapa 1 – Analisar de cartas de Atividade 1 – Analisando algumas cartas
leitor. de leitor.
Etapa 2 – Conhecer mais cartas Atividade 2 – Conhecendo mais cartas de
de leitores. leitores.
Etapa 3 – Ler matérias
Atividade 3 – Lendo matérias jornalísticas
jornalísticas e se posicionar
e se posicionando diante delas.
diante delas.
Etapa 4 – Escrita e revisão Atividade 4A – Escrevendo coletivamente
coletiva de uma carta de leitor. uma carta de leitor.
Atividade 4B – Revisando coletivamente
uma carta de leitor.
Etapa 5 – Escrita e revisão Atividade 5A – Escrevendo uma carta de
individual de uma carta de leitor. leitor individualmente.
Atividade 5B – Revisando individualmente
uma carta de leitor.

Etapa 1
Analisar algumas cartas de leitor

ATIVIDADE 1 – ANALISANDO
ALGUMAS CARTAS DE LEITOR
Objetivos
„„Retomar o gênero carta de leitor e sua finalidade nos locais em que circula.
„„Identificar a presença de opinião nas cartas de leitor.
„„Comparar cartas com diferentes finalidades: elogiar, comentar, criticar etc.

Planejamento
„„Organização do grupo: em duplas
„„Material necessário: Coletânea de Atividades do aluno
„„Duração aproximada: 50 minutos

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Encaminhamento

„„Explicite os objetivos da atividade e proponha que os alunos analisem as


cartas do leitor e respondam as perguntas 1 e 2 na coletânea proposta.
„„Proponha que leiam as cartas e reflitam sobre a finalidade de cada uma de-
las (se elogiam, manifestam suas preferências, comentam uma matéria ou
sugerem temas).
„„Explicitar que, geralmente, na esfera jornalística, essas cartas são meios
que os leitores encontram para se posicionar diante do que leem, razão pela
qual elas costumam ter um caráter opinativo, escritas em primeira pessoa.
„„Organize uma discussão sobre a importância dessas cartas: a turma consi-
dera que são importantes? Por quê?
„„Após a leitura das cartas, é importante que as duplas reflitam sobre os itens
a) e b), e depois, coletivamente, sobre os itens de c) e d) da questão 3.
„„Ao final, socialize as conclusões das duplas com a classe toda, discutindo as
características principais das cartas no contexto primário (quando foi escrita
pelo leitor) e secundário (quando foi publicada).

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. L eiam, em duplas, as cartas 1 e 2 e descubram qual a finalidade de cada


uma.

CARTA 1
Ao pessoal da Hora do Recreio,
Somos alunos de uma escola pública estadual e leitores desta publicação se-
manal tão legal. Gostamos dos passatempos, textos, ilustrações e de muitas
das seções permanentes. Uma delas em especial, a Roda de Curiosidades, foi
adotada pela nossa professora como material pedagógico de uma atividade
realizada toda segunda-feira.
O exercício consiste em ler e compartilhar com os demais colegas da EE Ma-
chado de Assis as curiosidades veiculadas na revista. Assim, gostaríamos de
sugerir uma pauta. Queremos que a Roda de Curiosidades nos conte, em uma
edição futura, como são feitos os lápis de escrever e de colorir. Tudo bem?
Aguardamos resposta, parabéns pela revista e muito obrigado!
Alunos do 3º ano.

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CARTA 2
Na reportagem publicada em 1º/05/2014 “internet também é usada na edu-
cação,” podemos dizer que é uma ideia muito boa e que a internet está em
nossas vidas e que devemos aproveitá-la a favor do conhecimento.
É certo que muitos a utilizam de forma errada e chegam até a invadir a privaci-
dade das pessoas, mas temos a esperança que essa ferramenta desperte nos
jovens o interesse em um novo tipo de leitura e aprendizado.
Professora e alunos do 5º ano da Escola Cora Coralina.

2. Responda:
a. Qual a finalidade das cartas?
b. Qual delas expressa uma opinião justificada sobre o assunto comentado
na matéria que foi lida?
3. Leiam, em duplas, as cartas 1 e 2 publicadas e discutam:
a. A carta foi publicada do mesmo modo que foi escrita?
b. O conteúdo da carta foi mantido?
c. O que mudou?
d. Por que vocês acham que a carta mudou?

CARTA 1 – Publicada
Toda segunda-feira nossa professora lê uma curiosidade da edição na sala de
aula e assim aprendemos uma série de coisas diferentes.
Adoramos!
3º ano A EE Profª Leonilda da Conceição – Sumaré – SP.

CARTA 2 – Publicada
Na reportagem publicada em 1º/05/2014 “internet também é usada na edu-
cação,” podemos dizer que é uma ideia muito boa e que a internet está em
nossas vidas e que devemos aproveitá-la a favor do conhecimento.
É certo que muitos a utilizam de forma errada e chegam até a invadir a priva-
cidade das pessoas (postando em redes sociais situações constrangedoras,
tentativa de acessar contas, entre outras) e devemos cuidar para que estas
invasões não nos prejudiquem, mas temos a esperança que essa ferramenta
desperte nos jovens o interesse em um novo tipo de leitura e aprendizado.
Professora e alunos da 4ª série A da escola Cora Coralina.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 271

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Etapa 2

Conhecer mais cartas de leitores

ATIVIDADE 2: CONHECENDO
MAIS CARTAS DE LEITORES
Objetivos
„„Retomar o gênero Carta de leitor e sua finalidade nos locais em que circula.
„„Identificar a presença de opinião nas cartas de leitor.
„„Comparar cartas com diferentes finalidades: elogiar, comentar, criticar etc.

Planejamento
„„Organização do grupo: em dupla
„„Materiais necessários: Coletânea de Atividades
„„Duração aproximada: 50 minutos

Encaminhamento
„„Com o apoio da atividade, explique a proposta: os alunos terão que ler duas
cartas de leitor retiradas de edições passadas de revista/jornais e responder
as questões. Também compartilhe os objetivos: observar nessas cartas os
aspectos importantes que garantam que elas cumpram sua função.
„„Sugerimos diferentes perguntas a partir de cartas incluídas na atividade.
Propomos que você leia as cartas e cada uma das perguntas. Antes de so-
licitar que escrevam as respostas, é importante que discutam oralmente as
possibilidades, favorecendo assim que todos aprendam com as observações
dos colegas.
„„As perguntas propostas na atividade têm como objetivo favorecer a observa-
ção das diferentes maneiras utilizadas pelos autores, ao iniciar suas cartas,
para se dirigir aos responsáveis das redações da revista/jornal. Além disso,
discutir os temas que costumam aparecer nessas cartas.
„„Proponha que realizem a atividade. Enquanto os alunos trabalham, circule
entre as mesas para garantir que as duplas discutam entre si e para poder
sanar as eventuais dúvidas que surgirem.

272 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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„„Após o trabalho em duplas, socialize as respostas para que a classe troque
opiniões e para compartilhar as descobertas de cada dupla. Nessa ocasião,
preencha coletivamente o quadro.
„„As propostas a partir das cartas são sugestões e poderão ser enriquecidas
se, além dos exemplos incluídos, você selecionar outras cartas, lidas em mo-
mentos anteriores, e propor que os alunos observem algumas características
(o modo como são iniciadas, a forma como determinada matéria foi comen-
tada, como o autor insere sugestões de novas publicações etc.).

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

1. L eiam, em duplas, as diferentes cartas de leitor escritas para os diversos


veículos discutindo:
a. Qual a finalidade da carta?
b. Qual o tema que o leitor discute?
c. Como ele se posiciona diante do tema que discute?

CARTA 1
Olá, amigos da Revista Ciências Hoje para Crianças!
Meus colegas e eu somos alunos da Escola Estadual Fabrícia Almeida. Temos
nove anos de idade e gostamos muito da revista CHC 259, que fala de gorilas,
elefantes, leões e outros bichos curiosos da África.
Beijos para todos.
Mateus de Almeida, Marcos Gomes e Lucas da Silva
Carapicuíba/SP.

CARTA 2
À Tribuna do Canto,
Quero comentar a matéria publicada em 12 de abril no caderno Ecologia sobre
as embalagens plásticas, que serão proibidas de ser distribuídas no comércio
depois do dia 1º de janeiro do ano que vem.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 273

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Segundo essa reportagem, as sacolas de plásticos são usadas todos os dias
como embalagens para o lixo doméstico e que esse fato se transformou num
grave problema causado ao meio ambiente.
Sou da opinião que as sacolas de plástico são, na verdade, o sintoma de uma
doença mais séria: a falta de coleta seletiva para os resíduos sólidos. Essas
sacolas, as garrafas de refrigerante ou xampu e amaciante, as embalagens de
salgadinhos, a pasta de dente vazia, as “quentinhas” de isopor, as latas de
creme de leite, todos esses “produtos” vão parar no mesmo lixão.
Portanto, a sacolinha não é a vilã dessa história. Ela poderia ser colocada na
mesma lixeira da cor vermelha, que identifica os objetos de plástico, igual a
todas as embalagens que usamos em nosso cotidiano.
Quando se proíbe a distribuição das sacolinhas, estão penalizando as pessoas
que não podem ou não desejam comprar o mesmo saco plástico para dispen-
sar o lixo na porta de suas casas.
Então, tenho uma pergunta a fazer: quem sai ganhando com essa medida? A
quem eles querem beneficiar? A sociedade ou o fabricante de sacos de lixo?
Ainda não encontrei as respostas às minhas dúvidas. Mas, já tenho a certeza
de que os donos dos supermercados não abaixarão os seus preços porque
estarão economizando com a distribuição gratuita (?!) de sacolas plásticas.
Para finalizar, o que temos a fazer é discutir essas decisões que afetam direta-
mente nosso cotidiano e, melhor ainda, exigir do poder público ações definitivas
para termos um meio ambiente limpo e saudável.
Catarina Oliveira – São Paulo, abril de 2011.

2. Em duplas, discutam e registrem:


a. Como a carta começa?
b. Como o autor indica sobre o que falará?
c. Onde está indicada a posição dos leitores? Marque no texto.
d. Com se identifica para o veículo?
e. Como termina a carta?
3. Em duplas, preencha o quadro a seguir:

Estudo de cartas de leitor


Como Como o Qual o Qual a opinião Como
a carta leitor se assunto do leitor sobre termina
começa? identifica? da carta? o assunto? a carta?

Carta 1

Carta 2

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Etapa 3
Ler matérias jornalísticas
e se posicionar diante delas

ATIVIDADE 3: LENDO
MATÉRIAS JORNALÍSTICAS
E SE POSICIONANDO DIANTE DELAS
Objetivos

„„Ler reportagens e assumir o papel de leitor participativo.


„„participar de debates sobre temas da atualidade alimentados por pesquisas
próprias em jornais, revistas e outras fontes.
„„participar de situações de intercâmbio oral do cotidiano escolar, tanto as me-
nos formais quanto as mais formais (como seminários, mesas-redondas, apre-
sentações orais de resultados de estudo, debates, entre outros): ouvindo com
atenção, intervindo sem sair do assunto tratado, formulando e respondendo per-
guntas, justificando suas respostas, explicando e compreendendo explicações,
manifestando e acolhendo opiniões, argumentando e contra-argumentando.

Planejamento

„„Organização do grupo: coletivamente


„„Materiais necessários: notícia “SP será 2ª capital a banir sacola plástica”
presente na Atividade Permanente de Leitura de Notícias ou notícias atual
que gere polêmica para o debate.
„„Duração aproximada: duas aulas de 50 minutos organizadas em dias con-
secutivos.

Encaminhamento

„„Retome a leitura da matéria “SP será a 2ª capital a banir sacola plástica”


(trabalhada na leitura compartilhada de notícia) ou apresente a notícia esco-
lhida para proceder à leitura.
„„Após a releitura do texto promova um debate com a classe pedindo que se
posicionem contra ou a favor da proibição.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 275

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„„Durante o debate, leia cartas de leitores e também outras matérias que
apresentem argumentos diferentes do texto lido, de modo que seja possível
contribuir para que os alunos tomem uma posição a respeito do assunto.
„„Após o debate organize um quadro, com a classe, indicando as posições fa-
voráveis, as contrárias e as justificativas para cada uma das opiniões.

Sugestão de quadro
Estudo do tema da matéria jornalística
Aspectos favoráveis à proibição Aspectos contrários à proibição
Aspecto/ Porque Aspecto/ Porque
argumento argumento

Etapa 4
Escrita e revisão coletiva
de uma carta de leitor

ATIVIDADE 4A: ESCREVENDO


COLETIVAMENTE UMA CARTA DE LEITOR
Objetivos
„„Escrever carta do leitor relacionada à reportagem lida.
„„Utilizar os principais elementos que compõem as cartas do leitor em sua
produção.

Planejamento
„„Organização do grupo: esta atividade terá dois momentos: primeiro em gru-
pos para leitura da matéria selecionada e depois coletiva.
„„Materiais necessários: cópia da matéria selecionada.
„„Duração aproximada: duas aulas de 50 minutos, organizadas em dias
consecutivos.

276 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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Encaminhamento

„„Escolha uma matéria de tema discutível e prepare cópias para que possa
distribuir aos grupos. Os alunos devem ler, em grupo, a matéria selecionada.
„„Faça um levantamento dos comentários dos alunos sobre a matéria. Esses
comentários podem ser anotados em um cartaz para que sejam retomados no
momento da redação da carta. Com base no que foi anotado no cartaz, esco-
lha com os alunos uma posição que a classe defenderá sobre a matéria lida.
„„Essa atividade conta com vários momentos. O primeiro é a preparação da
carta ou planejamento. O objetivo é que os alunos tenham claro o conteúdo
que deverá ser incluído no texto.
„„Peça que ditem para você uma carta de leitor como se fosse para enviar para
o jornal (essa carta ficará exposta no mural da classe).
JJ Neste momento os alunos ditam e você escreve, utilizando e explicitan-
do os procedimentos de escritor.
JJ Você pode questionar: como podemos começar a carta? O que é preciso
ter na carta? Os leitores compreenderão nossa posição? Como vamos
sustentar nossa opinião?
JJ Não se esqueça de que a carta precisa ser pensada em relação ao con-
texto de publicação, ou seja, nos cortes que, efetivamente, acontece-
rão. Por isso, precisa ser organizada de maneira concisa. Retome esse
aspecto com os alunos também durante o processo de textualização.
„„Quando terminarem a carta, coloque-a em um cartaz para ser utilizado para
revisão na próxima aula.

ATIVIDADE 4B: REVISANDO


COLETIVAMENTE UMA CARTA DE LEITOR
Objetivo

„„Revisar a produção realizada a partir de critérios propostos.

Planejamento

„„Organização do grupo: os alunos trabalharão coletivamente.


„„Materiais necessários: cartaz ou cópia da carta na lousa.
„„Duração aproximada: 50 minutos.

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 277

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Encaminhamento

„„Antes da aula em que irá propor a revisão, é importante que você leia e sele-
cione questões problemáticas que observou na redação do texto (informações
confusas, trechos que estão redundantes, a falta de alguns dados importantes
para a comunicação) para que já tenha claro o que precisará apontar aos alunos.
„„Inicie a aula destinada à revisão pela leitura da carta que foi ditada para
você, chamando a atenção para os aspectos considerados problemáticos.
Se os alunos sugerirem outras questões, é interessante discuti-las também.
„„Sugerimos um quadro que auxiliará no processo de revisão. Assinale a pre-
sença ou ausência dos critérios apontados.
„„A partir das mudanças na linguagem e do acréscimo dos aspectos que foram
detectados ao preencher o quadro, acrescente informações, reescreva outras
para que fiquem mais claras ou para melhorar a linguagem utilizada na primeira
versão. Todas essas mudanças devem ser sugeridas e discutidas pelos alunos.
„„Quando a revisão for concluída, é interessante que eles copiem a carta em
seus cadernos.
„„Terminada a produção, ela poderá ser digitada e enviada por e-mail ou correio
à redação da revista/jornal. É importante que os alunos acompanhem cada
um dos passos até que esse envio tenha se efetivado.

CRITÉRIOS SIM NÃO


A carta do leitor está cumprindo o seu principal objetivo, que
é apresentar a opinião do leitor sobre a matéria lida ou sobre
fatos, acontecimentos ou assuntos veiculados nela?
A carta possui:
a. referência à matéria que está sendo comentada?
b. posicionamento/opinião do leitor em relação ao fato ou
à matéria comentada?
c. dados de identificação do leitor, como cidade e a sigla
do estado em que foi escrita, nome completo de quem
escreveu?
As informações da carta aparecem de maneira direta,
sem rodeios, de maneira que o que foi dito possa ser
compreendido pelo leitor?
A crítica ou a opinião apresentadas são feitas de forma
respeitosa?
O texto está escrito em primeira pessoa?
O texto está escrito de forma que:
a. os leitores da revista ou jornal possam se interessar
por ela?

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12239 Guia 5 ano professor.indd 278 10/29/14 12:13 PM


b. possa circular nessa revista ou jornal, considerando a
linguagem utilizada e as posições assumidas?
c. a ortografia esteja correta?
A carta está endereçada para quem deve ler?
Possui uma despedida no término, ou uma maneira própria
de encerrar-se?

Para saber mais...

Revisando cartas de leitor


O que deve ser considerado quando se propõe uma situação de revisão de cartas para as crianças?
JJ A escolha do texto a ser revisado, o que irá revisar.
JJ Revisão é conteúdo de ensino, objetiva-se ensinar procedimentos de revisão e não corrigir apenas.
JJ Considerar o movimento metodológico para ensinar as crianças os procedimentos de revisão.
Inicialmente é realizada a revisão coletivamente com a finalidade, de o professor oferecer para
aluno os procedimentos necessários para a revisão. Variações necessárias: fazer nas duplas,
trios e individual. E depois do individual pode-se voltar ao coletivo – é circular.
JJ É preciso ter o distanciamento do texto para que o autor volte em outro momento e leia o que
realmente escreveu.
JJ O aluno precisa se colocar no lugar de leitor.

Condições didáticas para a revisão:


JJ O professor deve verificar se as condições didáticas para a produção da carta foram garantidas
(repertório, aproximação com o gênero: tema, estilo e forma composicional).
JJ Garantir que o contexto de produção tenha sido definido (o quê, para quem, onde, para quê).
JJ Elaborar um planejamento do que escrever – textualizar o conteúdo temático.
JJ Realizar revisão coletiva, ou seja, demonstrar os procedimentos necessários para garantir que
os alunos possam fazer a revisão individual.
JJ Garantir a circulação de informação.
JJ Realizar a revisão processual, de acordo com as orientações.*
JJ Compartilhar o objetivo da revisão e qual o foco.
JJ Realizar a revisão dos aspectos discursivos, textuais, notacionais, garantindo a revisão final.
JJ Contemplar o movimento metodológico: do coletivo para o individual e vice versa.
*A revisão do texto compreende dois aspectos: o processual e o final. “A revisão processual é
constitutiva do processo de produção de texto: enquanto escrevemos, relemos a parte produzida
e a ajustamos; analisamos a sua adequação em relação ao trecho anterior; revemos os recursos
utilizados para estabelecer a conexão e, se necessário, os readequamos; substituímos palavras
utilizadas por outras que consideramos mais adequadas. Do ponto de vista da produção, a revisão
processual é contínua e concomitante ao processo de produção, em si”6

5 SÃO PAULO (Estado) Secretaria de educação. Orientações didáticas fundamentais sobre as expectativas
de aprendizagem de Língua Portuguesa. 2013. Elaboração: Kátia Lomba Bräkling. Colaboração:
Formadoras do Programa Ler e Escrever e Equipe CEFAI. Supervisão Pedagógica: Telma Weisz. p. 47.
Disponível em: http://lereescrever.fde.sp.gov.br/SysPublic/Home.aspx (acesso em 12/03/2014)

GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS 279

12239 Guia 5 ano professor.indd 279 10/29/14 12:13 PM


Etapa 5
Escrita e revisão individual
de uma carta de leitor

ATIVIDADE 5A: ESCREVENDO UMA CARTA


DE LEITOR INDIVIDUALMENTE
Objetivos
„„Escrever carta do leitor relacionada à reportagem lida.
„„Utilizar os principais elementos que compõem as cartas do leitor em sua
produção.

Planejamento
„„Organização do grupo: a leitura e a produção serão realizadas individualmente.
„„Materiais necessários: exemplares de jornais já explorados anteriormente
nas Rodas de Jornal.
„„Duração aproximada: duas aulas de 50 minutos.

Encaminhamento
„„Traga para a classe exemplares já explorados de jornais. Individualmente, os
alunos devem escolher um deles e buscar, entre as matérias já lidas, aquela
que gostariam de comentar.
„„Explicite os objetivos da atividade e oriente os alunos para a leitura das repor-
tagens. Cada aluno deverá selecionar uma para comentar com a classe. Esse
comentário deve ser breve, apenas para socializar a escolha das reportagens.
Não há problemas que a mesma reportagem seja escolhida por vários alunos.
Certifique-se apenas de que é o interesse pela reportagem que motivou a escolha.
„„Depois que cada aluno escolher a sua, oriente-os a reler a reportagem e re-
gistrar o comentário que gostariam de fazer a respeito dela.
„„Peça que anotem também outros aspectos do jornal que gostariam de incluir
na produção.
„„Oriente-os também quanto à produção da carta, relembrando que é importan-
te que nela constem: título, assunto/opinião do leitor, identificação do leitor.
„„Para completar o planejamento da carta, você pode solicitar que os alunos
comentem os itens a seguir:

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JJ levantamento da opinião/ideia principal a ser defendida/emitida na carta; e
JJ argumentos a serem utilizados para defender a ideia.
„„Enquanto trabalham, circule entre os alunos, dando-lhes apoio. Se tiverem
dúvidas ou apresentarem dificuldade na argumentação, releia a reportagem,
discuta novamente. Você pode ajudá-los fazendo perguntas que retomem as
ideias defendidas.
„„Peça para os alunos entregarem a carta produzida em uma folha separada para
que você proceda à leitura e aos apontamentos, na própria carta, por meio de pe-
quenos bilhetes que serão devolvidos posteriormente aos alunos para a revisão.

ATIVIDADE 5B: REVISANDO


INDIVIDUALMENTE UMA CARTA DE LEITOR
Objetivo
„„Revisar a produção realizada a partir de critérios propostos.

Planejamento
„„Organização do grupo: individualmente.
„„Materiais necessários: cartas produzidas anteriormente, com os bilhetes
elaborados pelo professor e quadros de critérios para revisão, presentes na
Coletânea de Atividades.
„„Duração aproximada: duas aulas de 50 minutos.

Encaminhamento
„„Antes da aula em que irá propor a revisão, é importante que você leia e se-
lecione questões problemáticas que observou na redação do texto (infor-
mações confusas, trechos que estão redundantes, a falta de alguns dados
importantes para a comunicação) para que já tenha claro o que precisará
apontar a cada um dos alunos.
„„Inicie a aula destinada à revisão pela indicação de leitura individual das
cartas que foram produzidas, chamando a atenção para os aspectos gerais
considerados problemáticos, anotados por você nos bilhetes afixados nas
produções dos alunos. Se os alunos sugerirem outras questões, é interes-
sante discuti-las também.
„„Sugerimos um quadro que auxiliará no processo de revisão. Oriente os alunos
no preenchimento sobre a presença ou ausência dos critérios apontados.

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12239 Guia 5 ano professor.indd 281 10/29/14 12:13 PM


„„A partir das mudanças na linguagem e do acréscimo dos aspectos que foram
detectados ao preencher o quadro, oriente-os a acrescentar informações, re-
escrever outras para que fiquem mais claras ou para melhorar a linguagem
utilizada na primeira versão.

Atividade do aluno

NOME _________________________________________ _DATA _____ /_____ /_____

CRITÉRIOS SIM NÃO


A carta do leitor está cumprindo o seu principal objetivo, que
é apresentar a opinião do leitor sobre a matéria lida ou sobre
fatos, acontecimentos ou assuntos veiculados nela?
A carta possui:
a. referência à matéria que está sendo comentada?
b. posicionamento/opinião do leitor em relação ao fato ou
à matéria comentada?
c. dados de identificação do leitor, como cidade e a sigla
do estado em que foi escrita, nome completo de quem
escreveu?
As informações da carta aparecem de maneira direta,
sem rodeios, de maneira que o que foi dito possa ser
compreendido pelo leitor?
A crítica ou a opinião apresentadas são feitas de forma
respeitosa?
O texto está escrito em primeira pessoa?
O texto está escrito de forma que:
a. os leitores da revista ou jornal possam se interessar
por ela?
b. possa circular nessa revista ou jornal, considerando a lin-
guagem utilizada e as posições assumidas?
c. a ortografia esteja correta?
A carta está endereçada para quem deve ler?
Possui uma despedida no término, ou uma maneira própria
de encerrar-se?

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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS

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Referências bibliográficas

Algumas indicações para fonte de pesquisa:


Sites para se obter informações sobre meio ambiente:
http://www.portaldomeioambiente.org.br
http://www.ibama.gov.br
http://planetasustentavel.abril.uol.com.br
http://www.cartadaterra.org
http://www.clickarvore.com.br
http://www.educarede.org.br
http://cienciahoje.uol.com.br
http://www1.uol.com.br/ecokids
http://ifolclore.vilabol.uol.com.br/lendas
http://www.terrabrasillis.com/lendas

Indicação Bibliográfica:
BARBOSA, J. P. Trabalhando com os gêneros do discurso: uma perspectiva enunciativa para o
ensino de língua portuguesa. São Paulo, 2001. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) –
Pontifícia Universidade Católica.
BRÄKLING, Kátia Lomba. O contexto de produção dos textos. In Oficina Cultural 4.
Lendo e Produzindo Textos Acadêmicos. Momento 1. PEC – Formação Continuada. São Paulo:
SME/PUC/USP/UNESP/Fundação Vanzolini, 2001-2002.
________. A noção de gênero. In Oficina Cultural 4. Lendo e Produzindo Textos Acadêmicos. Mo-
mento 1. PEC – Formação Continuada. São Paulo: SME/PUC/USP/UNESP/Fundação Van-
zolini, 2001-2002.
________. Escrita e produção de texto. Texto escrito para professores de Ensino Fundamental e
Médio. Disponível em: <http://www.educarede.org. br/educa/html/index_oassuntoe.cfm>.
________. Ensinar gramática, a quem será que se destina? In: “Informes do projeto Araribá”. São
Paulo: Editora Moderna, 2005.
________. Sobre leitura e formação de leitores: qual é a chave que se espera? Portal Educarede.
Sessão “O assunto é”. Disponível em: <www.educarede.org.br>. 2005.
________. O processo de produção de textos. Portal Educarede. Sessão
“O assunto é”. Disponível em: <www.educarede.org.br>. 2005.
________. A leitura da palavra: aprofundando compreensões para aprimorar as ações. Concepções
e prática educativa. São Paulo (SP): SEE de SP/CEFAI; 2012.
BRANDÃO, H. N.; JESUS, L. M. de. Mito e tradição indígena. In: BRANDÃO, Helena Nagamine (Co-
ord.). Gêneros do discurso na escola. São Paulo: Cortez, 2001. v. 5.
CD-ROM Mata Atlântica – 500 anos. Estação da Arte, Instituto de Pesquisas.
Jardim Botânico do Rio de Janeiro e Petrobras.

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12239 Guia 5 ano professor.indd 285 10/29/14 12:13 PM


DOLZS, J. SCHNEUWLY, B. Genres et progression en expression orale et écrite: eléments de ré-
flexion à propos d’une expérience romande. Enjeux, 39. Tradução para o português em
mimeo de Roxane H. R. Rojo. São Paulo, 1996.
________Pour um enseignement de l’ oral: initiation aux genres formels à l’école. Paris: ESF
Éditeur, 1998.
ECOKIDS. Ecossistema global. Disponível em: <http://www1.uol.com.br/ecokids/ecossist.htm>.
Instituto Unibanco/Fundação Victor Civita. Meio ambiente conhecer para preservar – Volume
1. Encarte da revista Escola, n. 161, São Paulo: Abril, p. 1A, abr. 2003.
LAGE, Nilson. A estrutura da notícia. São Paulo: Ática, 1993.
LISBOA, Henriqueta. Literatura oral para infância e juventude.
LIVRO de estilo do jornal português público. Disponível em: <http://static.publico. clix.pt/nos/
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MACHADO, Irene. Literatura e redação. São Paulo: Scipione, 1994.
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MANUAL de Redação do jornal O Estado de S. Paulo e do jornal O Globo. MELLO, Anísio. Anto-
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MORAIS, Artur Gomes de. Ortografia: ensinar e aprender. 4ª ed. São Paulo: Ática, 1998
NOBRE, Marcos; AMAZONAS, Maurício de Carvalho (Orgs.). Desenvolvimento sustentável: a
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OLIVEIRA, Elisio Marcio. Educação ambiental: uma possível abordagem. Brasília: Edições
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PASQUIER, A.; DOLZ, J. Un decálogo para enseñar a escribir. Cultura y Educación, Madrid, 2,
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QUINTAS, José Silva (Org.). Pensando e praticando a educação ambiental na gestão do meio
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ROJO, R. H. R. Perspectivas enunciativo-discursivas em produção de textos. Comunicação re-
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ROSSI, Clóvis. O que é jornalismo? São Paulo: Brasiliense, 1980. (Primeiros Passos).
SÃO PAULO (Estado) Secretaria de educação. Orientações didáticas fundamentais sobre as
expectativas de aprendizagem de Língua Portuguesa. 2013. Elaboração: Kátia Lomba
Bräkling. Colaboração: Formadoras do Programa Ler e Escrever e Equipe CEFAI. Super-
visão Pedagógica: Telma Weisz.
Disponível em: http://lereescrever.fde.sp.gov.br/SysPublic/Home.aspx (acesso em
12/03/2014)
SÃO PAULO (Estado) Secretaria de educação. Expectativas de aprendizagem de Língua Por-
tuguesa dos anos iniciais do ensino fundamental – 1º ao 5º ano. 2013. Elaboração:
Kátia Lomba Bräkling. Colaboração: Grupo Referência de Língua Portuguesa e Formado-
ras do Programa Ler e Escrever e Equipe CEFAI. Supervisão Pedagógica: Telma Weisz.
Disponível em: http://lereescrever.fde.sp.gov.br/SysPublic/Home.aspx (acesso em
12/03/2014)

286 GUIA DE PLANEJAMENTO E ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS

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COORDENAÇÃO, ELABORAÇÃO E REVISÃO DOS MATERIAIS

CENTRO DE ENSINO FUNDAMENTAL DOS ANOS IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
INICIAIS – CEFAI
Sonia de Gouveia Jorge (Direção) Conteúdo Editorial - 2014 - IMESP
Ana Luiza Tayar de Lima Ana Maria Minadeo de Moura
Andréa Fernandes de Freitas Denise Campos
Daniela Galante Batista Cordeiro Maria das Graças Leocádio
Edgard de Souza Junior Maria Lúcia Zanelli
Edimilson de Moraes Ribeiro Otavio Nunes
Fabiana Cristine Porto dos Santos Rogerio Mascia Silveira
Ivana Piffer Catão Simone de Marco
Leandro Rodrigo de Oliveira Viviane Gomes dos Santos
Luciana Aparecida Fakri
Márcia Soares de Araújo Feitosa Licenciamentos feitos pela IMESP
Maria Helena Sanches de Toledo Agência USP de Notícias/Aline Moraes
Maria José da Silva Gonçalves Irmã Cidade das Abelhas/divulgação Cidade das Abelhas
Renata Rossi Fiorim Siqueira Editora Cortez
Silvana Ferreira de Lima Folhapress
Soraia Calderoni Statonato Instituto de Botânica/Jardim Botânico de São Paulo
Vasti Maria Evangelista Jornal O Estado de São Paulo
Solange Guedes de Oliveira Portal Educação
Tatiane Araújo Ferreira Portal Cidade de São Paulo/São Paulo Turismo
Positivo Informática/Diogo Dreyer
GRUPO DE REFERÊNCIA Portal Envolverde/Adalbeto Wodianer Marcondes
Carmem Lucia Jabor Botura Secretaria de Estado do Meio Ambiente/Assessoria
Claudia Barbosa Santana Mirandola de Imprensa
Daniele Eloise do Amaral Silveira Kobayashi ©Andrei Cardoso/Abril Comunicações S/A.
Denise Fujihara Piccolo ©by Elena Quintana
Dilma Soares Nichiama ©by Luis Fernando Verissimo
Dilma Terezinha Rodrigues Franchi ©Carlos Eduardo Novaes
Elaine Viana de Souza Palomares ©Jerônimo Monteiro
Flória Maria Ventura ©Marcos Rey
Inês Aparecida Bolandim Marcomini ©Paulo Gil/acervo FPZSP
Marcia Aparecida Barbosa Corrales ©Rubens Chiri/banco de imagens de São Paulo
Maria Zulmira Brasil Kuss
Rita de Cássia Consone de Lima Cruz Pissardo Autor em Domínio Público
Rosemary Trabold Nicácio Medeiros e Albuquerque
Sônia Aparecida Domingues Carvalho
Diagramação
Adaptação do material original Ricardo Ferreira
Marisa Garcia e Andréa Beatriz Frigo
Revisão ortográfica
Colaboração Sárvio Nogueira Holanda
Equipe do Programa Ler e Escrever
Tratamento de imagem
Ailton Giopatto

Impressão e acabamento
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

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