Vitoria No Deserto - Como Se For - Bevere, John
Vitoria No Deserto - Como Se For - Bevere, John
Vitoria No Deserto - Como Se For - Bevere, John
Publicado no Brasil por Editora Luz às Nações, Rua Rancharia, 62, parte
— Itanhangá — Rio de Janeiro, Brasil CEP: 22753-070. Tel. (21) 2490-
2551 - 1ª edição brasileira: setembro de 2011. Todos os direitos
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CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
B467v Bevere, John, 1959-
Vitória no deserto: como se fortalecer em tempos de sequidão/John Bevere;
[tradução Maysa Montes]. - 1.ed. - Rio de Janeiro: Luz às Nações, 2016.
Tradução de: Victory in the wilderness
2928Kb; ePUB
ISBN 978-85-99858-99-8
1. Vida cristã. 2. Sofrimento - Aspectos religiosos. I. Título.
11-4383. CDD: 248.4
CDU: 248.14
15.07.11 22.07.11 028084
Sumário
Agradecimentos
Prefácio
Introdução
Jim Bakker
Introdução
Este livro é sobre o deserto – um lugar ou
período de tempo, pelo qual todo cristão tem que
passar à medida que se achega mais a Deus. Não é um
tempo de busca de sinais e milagres, mas um tempo
para se buscar o coração de Deus, o qual formará o
caráter e produzirá o fortalecimento do crente. É um
tempo de preparação – mas que pode parecer de
abatimento se não houver uma visão da promessa.
Minha esperança é que este livro venha a trazer-lhe
ânimo, à medida que você prossegue na busca daquele
que é o único que poderá satisfazê-lo.
Não digo que este seja um estudo exaustivo e
completo, porque existe muito mais a ser escrito, mas
esta porção saiu do meu coração. A intenção deste
livro é introduzir o assunto e deixar que o Espírito
Santo faça a aplicação pessoal em sua vida. Evitei,
propositalmente, dar exemplos minuciosos da minha
própria vida, para evitar que influenciassem na
aplicação desta mensagem em sua vida. Cada um tem o
seu deserto que consiste de circunstâncias diferentes.
Quando cheguei ao deserto, tive sentimentos de
confusão, frustração, medo, desconfiança, solidão,
falta de ânimo e raiva. “Como fui parar ali? Esse lugar
não pode ser o meu destino!” pensava. No entanto,
havia clamado a Deus rendendo-lhe o coração e
pedindo que me purificasse dos pecados ocultos,
limpasse a minha vida como um vaso e removesse
todo e qualquer impedimento à sua glória. Porém, não
esperava que esse fosse o processo que ele escolheria
para fazer aquilo na minha vida. Este livro descreve a
minha jornada ao deserto, assim como a de muitos
outros. Eu ainda não “cheguei lá”, nem consegui
alcançar tudo que Deus tem para mim, mas a minha
oração é que nestas páginas você encontre a força e a
coragem para continuar na direção de seu destino em
Deus.
Quando se tem um entendimento de sua posição
na vida, a mesma passa a ter uma perspectiva. Você
passa a ver a mão de Deus, mesmo quando não sente o
seu toque. É um tempo em que seu amor por ele
amadurecerá para além do ponto em que você deixa de
perguntar “Quais os benefícios que posso ter de
Deus?” e se volta para “O que Ele quer de mim?”.
1a Parte
O Deserto
Capítulo Um
A Temporada no Deserto
Frustrado, você se lembra do tempo em que bastava
sussurrar o nome dele para que sua presença,
imediatamente, se manifestasse. Mas agora, no
silêncio,
você quer gritar: “Deus! Onde estás?”
“Mas, se vou para o oriente, lá ele não está; se vou
para o ocidente, não o encontro. Quando ele está
em ação no norte, não o enxergo; quando vai para o
sul, nem sombra dele eu vejo!”
– Jó 23:8-9
Entendendo os Tempos
“... filhos de Issacar,... entendidos na
ciência dos tempos para saberem o que
Israel devia fazer...”
— 1 Crônicas 12:32
Por entenderem o tempo de Deus, os filhos de
Issacar sabiam o que Israel deveria fazer. Aqueles que
entendem o tempo ou a temporada do Espírito saberão
o que Deus quer que façam e responderão com
sabedoria. Por outro lado, os que não têm
entendimento do tempo de Deus não saberão o que ele
está tentando alcançar em sua vida e agirão como
tolos. Foi o que Jesus explicou, em Lucas 12:54-56:
“Quando vocês vêem uma nuvem se
levantando no ocidente, logo dizem: ‘Vai
chover’, e assim acontece. E quando sopra
o vento sul, vocês dizem: ‘Vai fazer calor’,
e assim ocorre. Hipócritas! Vocês sabem
interpretar oaspecto da terra e do céu.
Como não sabem interpretar o tempo
presente?”
— Lucas 12:54-56
Você já viu algum agricultor fazer a colheita na
época do plantio? A resposta, obviamente, é “não”. Se
ele não plantar na estação do plantio, não irá colher
no tempo da colheita. Ele sabe que plantar no tempo
correto é crucial para a colheita, porque se plantar
muito cedo ou tarde demais, a produção será menor na
hora da colheita. As sementes não estarão em posição
de receber aquilo que necessitam para germinar. A
chuva e o calor ou a neve e o frio virão antes que as
sementes estejam prontas. Para que sua plantação se
beneficie inteiramente da provisão de Deus, o
agricultor tem que entender tudo sobre a estação do
plantio. Atualmente, na Igreja, estamos no processo de
preparação para a colheita que se aproxima. Para que
nos beneficiemos inteiramente da poda e do cuidado
de Deus, precisamos reconhecer a época em que
estamos. Clamamos pela colheita, mas ainda não
estamos nessa estação; é hora de poda e enxertia.
Jesus repreendeu as multidões, por buscarem a
coisa errada no momento errado, porque:
“Para tudo há uma ocasião certa; há um
tempo certo para cada propósito debaixo
do céu:...”
— Eclesiastes 3:1
Vamos tentar compartilhar neste livro como
podemos entender um tempo com um propósito
crucial: a temporada no deserto; um tempo de poda e
de fazer enxerto. Com que propósito? Preparação. A
temporada no deserto não é um tempo negativo para
aqueles que obedecem a Deus. Seu propósito é muito
positivo: nos treinar e preparar para um novo mover
do seu Espírito. Sem saber disto, muitos, ao entrarem
no deserto se comportam de maneira tola. Por não
entenderem, buscam e fazem coisas erradas. Se você
procurar uma rota de escape, antes de entender por que
Deus o colocou numa determinada situação – no
deserto, por exemplo – aocontrário do que pensa, você
estará prolongando sua temporada no deserto. Isso
poderá levá-lo a experimentar momentos difíceis,
frustração e até uma derrota, por não entender o
momento ou o lugar para o qual Deus o conduziu. Foi
o que aconteceu com os filhos de Israel. A falta de
entendimento a respeito do seu tempo no deserto
levou uma geração inteira a ser incapaz de herdar a
terra prometida. O propósito de Deus ao conduzi-los
para o deserto era testar, treinar e prepará-los para
serem guerreiros santos. Mas, ao invés disso, os filhos
de Israel acharam que o deserto fosse uma punição,
por isso murmuraram, reclamaram e cobiçaram
constantemente. Quando chegou a hora de deixarem o
deserto para conquistar e ocupar a terra prometida,
eles apresentaram o relatório maléfico dos
murmuradores. Quando tiveram que escolher entre as
promessas de Deus e sua capacidade e a percepção do
homem e sua incapacidade, escolheram crer no homem
ao invés de Deus. Eles acreditavam que eram
incapazes de receber sua terra farta de leite e mel, por
isso Deus disse: “Tudo bem; será como vocês creem”.
“Essas coisas aconteceram a eles como
exemplos e foram escritas como
advertência para nós, ...”
— 1 Coríntios 10:11
A ignorância sobre a natureza e o caráter de Deus
fez com que eles começassem a agir mal, por isso o
que teria sido uma breve jornada no deserto tornou-se
uma experiência de uma vida inteira.
Os que possuem entendimento sobre o tempo no
deserto, entram nele com alegria, sabendo que depois
dele, a “terra prometida” os espera. Essa alegria, fruto
da visão que está diante deles, produzirá a força que
irão necessitar para terminar a jornada, saindo dela
“maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa alguma”
(Tiago 1:4).
Deus está moldando vasos úteis para seu serviço,
que estejam prontos para o novo mover do seu
Espírito.
A Definição de Deserto
...chega o momento em que o caráter deve ser
aperfeiçoado e é no deserto que isso acontece...
A Percepção do Deserto
Vamos dar uma olhada num exemplo de deserto
do Velho Testamento, descrito no livro de Jó:
Mas, se vou para o oriente, lá ele não
está; se vou para o ocidente, não o
encontro. Quando ele está em ação no
norte, não o enxergo; quando vai para o
sul, nem sombra dele eu vejo! Mas ele
conhece o caminho por onde ando; se me
puser à prova, aparecerei como o ouro.
— Jó 23:8-10
Eis aí uma descrição clássica do deserto. Jó está
à procura da presença e do mover de Deus em sua
vida, mas quanto mais busca, mais furtivo Deus lhe
parece. No entanto, Deus está trabalhando a favor de
Jó e sabe exatamente o que está acontecendo com ele.
Portanto, só porque a presença de Deus não esteja
sendo prontamente notada, não significa que Ele não
esteja ali, de fato, operando em nossa vida.
Quando você aceitou o Senhor Jesus e foi cheio
do Espírito Santo, a presença de Deus era
maravilhosamente real para você. Quando você
chamava pelo seu nome, ele respondia
instantaneamente. Quando orava, Deus manifestava sua
presença. Como um recém-nascido em sua família,
você recebia a atenção que normalmente é dada a um
bebê.
O recém-nascido requer um cuidado constante.
Precisa ser alimentado, vestido, banhado e necessita
que os outros façam tudo por ele. Entretanto, à medida
que cresce, devemos deixar que amadureça. Quando
nosso filho mais velho começou a se alimentar
sozinho, parecia frustrado por não ter a mesma rapidez
ou eficiência da mãe em levar a colher à boca. Ele
agora tinha que lutar para conseguir o alimento que
antes chegava com tanta facilidade à sua boca. Seria
muito mais fácil para todos nós se continuássemos a
alimentá-lo, ao invés de deixarmos que o fizesse
sozinho. Contudo, se tivéssemos escolhido o caminho
“fácil”, seu amadurecimento nessa área estaria
grandemente comprometido. À medida que os bebês
crescem, o nível da assistência que recebem é mudado
para estimular seu crescimento e desenvolvimento.
É assim que Deus faz conosco a fim de que
possamos nos desenvolver e amadurecer
espiritualmente. Quando estamos recém-nascidos
espiritualmente e cheios do Espírito Santo, durante
algum tempo, Deus se manifesta vindo ao nosso
encontro cada vez que chamamos. No entanto, para que
possamos amadurecer, ele permite que passemos por
períodos nos quais ele não nos responde
instantaneamente, assim que chamamos.
Então, chega o momento em que o caráter deve
ser aperfeiçoado e é no deserto que isso acontece... é
no deserto onde Deus parece estar a quilômetros de
distância e suas promessas ainda mais longe. Porém,
Ele está à mão, porque prometeu que nunca nos
deixaria nem nos abandonaria (Hebreus 13:5).
O deserto é um período em que você tem a
impressão de que está indo na direção contrária de
seus sonhos e das promessas que Deus lhe fez. Você
não vê nenhum crescimento ou desenvolvimento. De
fato, até sente que está retrocedendo. A presença de
Deus parece diminuir ao invés de aumentar. Você pode
sentir-se mal-amado e até ignorado. Mas, não está.
Tempo de Provação
Muitas vezes, mesmo nos dias
de hoje, buscamos a Jesus pelo motivo errado...
reduzindo-o a um recurso em
tempos de necessidade.
...o Senhor, o seu Deus, os conduziu... no deserto,
durante estes quarenta anos, para humilhá-los e pô-
los à prova, a fim de conhecer suas intenções,...
— Deuteronômio 8:2
O Nosso Exemplo
Debatemo-nos sob o jugo pesado
das promessas e votos não cumpridos
até ficarmos tão sobrecarregados que
mal conseguimos erguer a voz em oração.
Porque não quero, irmãos, que vocês ignorem o fato
de que todos os nossos antepassados estiveram sob a
nuvem e todos passaram pelo mar. Em Moisés,
todos eles foram batizados na nuvem e no mar.
Todos comeram do mesmo alimento espiritual e
(todos) beberam da mesma bebida espiritual; pois
bebiam da rocha espiritual que
os acompanhava, e essa rocha era Cristo.
— 1 Coríntios 10:1-4
A Estrada de Deus
...Deus não está interessado numa
aparência de santidade exterior. Ele quer ver uma
mudança interior do coração…
Uma voz clama: “No deserto preparem o caminho
para o Senhor; façam no deserto um caminho reto
[uma estrada] para o nosso Deus.”
— Isaías 40:3
A Unção Verdadeira
O foco da verdadeira unção profética é lidar com
corações...
Vejam, eu enviarei a vocês o profeta Elias antes do
grande
e temível dia do Senhor.
— Malaquias 4:5
O Fogo Refinador
Deus está levantando uma geração, que
manifestará a glória de Deus e não a sua própria...
“Vejam, eu enviarei o meu mensageiro, que
preparará o caminho diante de mim. E então, de
repente, o Senhor que vocês buscam virá para o seu
templo; o mensageiro da aliança, aquele que vocês
desejam, virá”, diz o Senhor dos Exércitos. Mas
quem suportará o dia da sua vinda? Quem ficará
em pé quando ele aparecer? Porque ele será como o
fogo do ourives e como o sabão do lavandeiro. Ele
se assentará como um refinador e purificador de
prata; purificará os levitas e os refinará como ouro
e prata. Assim trarão ao Senhor ofertas com justiça.
— Malaquias 3:1-3
Refinar ou Consumir
Quando alguém constrói alguma coisa
sem incluir Deus... (seja a vida, o lar ou até
mesmo um ministério), essa obra não sobreviverá.
Mas quem suportará [aguentará]1 o dia da sua
vinda? Quem ficará em pé quando ele aparecer?
Porque ele será como o fogo do ourives...
— Malaquias 3:2
O Julgamento do Ímpio
“Impostor... alguém que engana os outros,
assumindo uma identidade ou pretensões falsas.
Mas quem suportará o dia da sua vinda? Quem
ficará em pé quando ele aparecer? Porque ele será
como o fogo do ourives e como o sabão do
lavandeiro. Ele se assentará como um refinador e
purificador de prata; purificará os levitas e os
refinará como ouro e prata. Assim trarão ao Senhor
ofertas com justiça. Então as ofertas de Judá e de
Jerusalém serão agradáveis ao Senhor, como nos
dias passados, como nos tempos antigos. “Eu virei a
vocês trazendo juízo. Sem demora testemunharei
contra os feiticeiros, contra os adúlteros, contra os
que juram falsamente e contra aqueles que
exploram os trabalhadores em seus salários, que
oprimem os órfãos e as viúvas e privam os
estrangeiros dos seus direitos, e não têm respeito
por mim”, diz o Senhor dos Exércitos.
— Malaquias 3:2-5
Malaquias ainda não tinha acesso à terminologia
do Novo Testamento, por isso ele utiliza alguns termos
como ‘os levitas’ e ‘Judá e Jerusalém’. Mas, mesmo
assim, ele fala profeticamente para os nossos dias,
usando a terminologia da sua época.
Observe o que Deus afirma que fará assim que
seu povo estiver purificado: “Eu virei a vocês
trazendo juízo”. A palavra-chave é “a vocês”. Para
que fique claro o que ele está dizendo, precisamos
entender que esses ímpios, homens e mulheres, contra
os quais Deus será testemunha no dia do julgamento
estavam “próximos ou entre” o seu povo! Em Jeremias
5:26, 28-29, num texto quase paralelo ao de
Malaquias, lemos:
Há ímpios no meio do meu povo: homens
que ficam à espreita como num
esconderijo de caçadores de pássaros;
preparam armadilhas para capturar
gente. Estão gordos e bem alimentados...
Não há limites para as suas obras más.
Não se empenham pela causa do órfão,
nem defendem os direitos do pobre. Não
devo eu castigá-los?, pergunta o Senhor.
Não devo eu vingar-me de uma nação
como essa?
E ainda citando dois textos do Novo Testamento:
Cuidem de vocês mesmos e de todo o
rebanho sobre o qual o Espírito Santo os
colocou como bispos para pastorearem a
igreja de Deus que ele comprou com o seu
próprio sangue. Sei que, depois da minha
partida, lobos ferozes penetrarão no meio
de vocês e não pouparão o rebanho. E
dentre vocês mesmos se levantarão
homens que torcerão a verdade, a fim de
atrair os discípulos.
— Atos 20:28-30
De fato, todos os que desejam viver
piedosamente em Cristo Jesus serão
perseguidos. Contudo, os perversos e
impostores irão de mal a pior, enganando
e sendo enganados.
— 2 Timóteo 3:12-13
Os ímpios que vivem próximo ou entre o povo de
Deus são chamados de impostores. O dicionário
define a palavra “Impostor” como alguém que engana
os outros, assumindo uma identidade ou pretensões
falsas. Precisamos entender que:
...O Reino dos céus é como um homem
[Jesus] que semeou boa semente [filhos
do reino] em seu campo. Mas enquanto
todos dormiam [a Igreja que não estava
vigiando e orando], veio o seu inimigo [o
diabo] e semeou o joio [pessoas com
aparência de piedade] no meio do trigo
[os que são verdadeiramente dele] e se foi.
— Mateus 13:24-25 [inserções do
autor]
Observe que o joio foi semeado no meio do
trigo. O joio parece trigo... até que chegue a hora da
colheita. Naquele momento a diferença fica evidente,
porque o trigo terá dado “fruto”, mas o joio não
produziu nada.
Nem todos os que afirmam conhecer Jesus de fato
o conhecem. A minha intenção aqui não é levantar
suspeitas, mas realçar o que já foi claramente descrito
pelas Escrituras. Jesus alertou-nos quanto aos falsos
profetas que “... vêm a vocês vestidos de peles de
ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores”
(Mateus 7:15-20). Têm aparência similar a das
ovelhas, mas o seu fruto não é o mesmo! Precisamos
desenvolver a capacidade de discernir entre o “bom”
e o “mau” fruto.
O livro de Judas cobre essa questão em detalhes.
“Pois certos homens, cuja condenação já estava
sentenciada há muito tempo, infiltraram- se
dissimuladamente no meio de vocês. Estes são
ímpios, e transformam a graça de nosso Deus em
libertinagem e negam Jesus Cristo, nosso único
Soberano e Senhor.” (Judas 1:4).
Você pode estar pensando que não é possível
alguém frequentar a sua igreja ao mesmo tempo em que
nega o Senhor. Por isso, é importante que você entenda
como as pessoas negam ao Senhor. Observe que esse
versículo diz que elas penetram na Igreja
“dissimuladas”, quer dizer, sem serem percebidas.
Não é pelo que dizem e sim pelo que fazem (como
vivem), que elas negam o Senhor. Isso fica mais claro
quando lemos o que Paulo diz a Tito: “Eles afirmam
[dizem] que conhecem a Deus, mas por seus atos o
negam...” (Tito 1:16). Portanto, a única maneira de
fazermos essa diferença é através dos seus frutos e não
suas palavras! Judas acrescenta: “Embora vocês já
tenham conhecimento de tudo isso, quero lembrar-
lhes que o Senhor libertou um povo do Egito mas,
posteriormente, destruiu os que não creram.” (Judas
1:5). Ele traça um paralelo entre as falsas ovelhas dos
dias de hoje com aquelas do deserto, as quais Deus
castigou. Algumas foram engolidas vivas pela terra
que se abriu (Números 16:31-32). Muitas delas
morreram, perante o Senhor, atacadas por pragas
(Números 14:37; 25:9). Outras morreram mordidas
por serpentes venenosas (Números 21:6). E, no tempo
do Novo Testamento como hoje em dia:
...estes sonhadores contaminam o próprio
corpo, rejeitam as autoridades e difamam
os seres celestiais... Ai deles! Pois
seguiram o caminho de Caim, buscando o
lucro caíram no erro de Balaão, e foram
destruídos na rebelião de Corá.
— Judas 1:8, 11
Houve tempo em que Caim, Balaão e Corá
trabalhavam na obra de Deus ou viviam em plena
comunhão com o Senhor. Caim tinha inveja de seu
irmão Abel, porque a sua oferta (o melhor de seu
rebanho) foi aceita por Deus, enquanto a que ele
ofereceu (o fruto de suas mãos) foi rejeitada. Caim
sentiu-se ofendido mesmo depois que Deus o instruiu
que se ele procedesse corretamente, sua oferta seria
aceita. Era mais fácil continuar zangado e ofendido
com seu irmão do que lidar com a iniquidade de seu
coração. A ofensa virou ódio e eventualmente se
manifestou como assassinato. “Quem odeia seu irmão
é assassino, e vocês sabem que nenhum assassino
tem a vida eterna em si mesmo” (1 João 3:15).
Balaão tinha uma ganância de poder, posição e
dinheiro. Ele “prostituiu” a unção de Deus em sua vida
para ficar rico mesmo depois que Deus
especificamente o advertiu que não fizesse isso. “Os
que querem ficar ricos caem em tentação, em
armadilhas e em muitos desejos descontrolados e
nocivos, que levam os homens a mergulharem na
ruína e na destruição,...” (1 Timóteo 6:9). Por causa
disso, Balaão morreu junto com os cananeus quando
Israel invadiu a terra de Canaã.
Corá era um sacerdote, descendente de Levi e,
mesmo assim, levantou-se contra Moisés e Arão no
deserto, dizendo: “Basta!... por que vocês se colocam
acima da assembléia do Senhor?” (Números 16:3)
Ele não fazia ideia do fardo pesado que Moisés
carregava tendo que cuidar do povo; apenas queria ter
um pouco da autoridade de Moisés. Na realidade, o
que ele queria era se autopromover. Num ato de
insubordinação contra o homem levantado por Deus,
ele acusou Moisés (a quem Deus havia exaltado) de
estar tentando exaltar-se a si mesmo. Corá e os
rebeldes que o seguiram foram julgados por Deus e a
terra o engoliu ainda vivo. O Novo Testamento afirma:
“Obedeçam aos seus líderes e submetam-se à
autoridade deles. Eles cuidam de vocês como quem
deve prestar contas. Obedeçam-lhes, para que o
trabalho deles seja uma alegria e não um peso, pois
isso não seria proveitoso para vocês” (Hebreus
13:17).
Em resumo, Caim, Balaão e Corá não
conseguiram manter um bom relacionamento com Deus
porque o objetivo deles era servir a si mesmos, não a
Deus, nem ao povo. Judas descreve os três como
“manchas”: “Estes são manchas em vossas festas de
amor, banqueteando-se convosco, e apascentando-se
a si mesmos sem temor...” (Judas 1:12) (ACF). Festas
de amor são os cultos da Igreja. Judas diz que eles são
“manchas” em nossas reuniões. Jesus voltará para
uma “igreja gloriosa, sem mácula (mancha), nem ruga,
nem coisa semelhante...” (Efésios 5:27). Isso quer
dizer que tais pessoas serão purgadas da Igreja, a
menos que se arrependam antes do retorno do Senhor.
Judas continua: são “... nuvens sem água
impelidas pelos ventos...” A expressão nuvens sem
água descreve a condição deles de aparência de
santidade e ausência de substância ou vida e
incapacidade de produzir chuva.
Judas finalmente diz que eles são “... árvores de
outono, sem frutos, duas vezes mortas, arrancadas
pela raiz. São ondas bravias do mar, espumando seus
próprios atos vergonhosos; estrelas errantes, para as
quais estão reservadas para sempre as mais densas
trevas” (Judas 1:12-13).
Observe a expressão “duas vezes mortas”. Isto
quer dizer que antes a pessoa estava morta, sem
Cristo, depois nasceu de novo ao recebê-lo, mas
voltou a morrer, afastando-se permanentemente de
Deus. Pedro confirma esta ideia em sua segunda carta:
...São nódoas e manchas, regalando-se em
seus prazeres quando participam das
festas de vocês. Tendo os olhos cheios de
adultério, nunca param de pecar, iludem
os instáveis e têm o coração exercitado na
ganância. Malditos! Eles abandonaram o
caminho reto e se desviaram, seguindo o
caminho de Balaão, filho de Beor que
amou o salário da injustiça,... Se, tendo
escapado das contaminações do mundo
por meio do conhecimento de nosso
Senhor e Salvador Jesus Cristo,
encontram-se novamente nelas enredados
e por elas dominados, estão em pior
estado do que no princípio. Teria sido
melhor que não tivessem conhecido o
caminho da justiça, do que, depois de o
terem conhecido, voltarem as costas para
o santo mandamento que lhes foi
transmitido.
— 2 Pedro 2:13-15, 20-21
Usei muitos textos bíblicos neste capítulo, já que
é difícil comentar um assunto de tão difícil
compreensão. Achei que era importante que eu usasse
as Escrituras predominantemente, ao invés de dar
minha própria opinião ou expor minhas convicções.
Gostaria de chamar sua atenção para três fatos
específicos:
1 . Esses impostores estão no meio do povo de
Deus.
2. São homens e mulheres que conheceram o
caminho da verdade, mas o abandonaram
permanentemente.
3. Eles têm aparência de santidade, mas sua
única motivação é a autoindulgência.
O deus deles é o ventre e eles se gloriam na
própria vergonha. Seu coração foi treinado na prática
da ganância.
Como podemos reconhecer essas pessoas?
Examinando seus frutos! Veja bem, o fato de alguém
pecar não faz dele um impostor. O rei Davi adulterou
com Bate-Seba e mandou matar o marido dela. Mas,
ao ser confrontado pelo profeta Natã, prostrou-se com
o rosto em terra arrependido. A Bíblia diz que Davi
era um homem segundo o coração de Deus. É óbvio
que Deus viu os frutos do arrependimento de Davi,
julgando a intenção de seu coração e não as suas
ações.
O rei Saul, por outro lado, poupou apenas
algumas ovelhas, algumas cabeças de gado e
preservou a vida do rei dos amalequitas. Mas, quando
confrontado pelo profeta Samuel, ele disse: “...
Pequei. Agora, honra-me perante as autoridades do
meu povo e perante Israel...” (1 Samuel 15:30).
Parece que Saul não se deu conta de que tinha
pecado contra Deus, contudo queria ter certeza de que
seu erro não afetaria a sua posição diante dos anciãos
de Israel. Saul não dava a mínima para seu
relacionamento com Deus, mas estava servindo apenas
a si mesmo.
Se fossemos fazer uma avaliação somente da
manifestação objetiva dos pecados dos dois,
classificaríamos Davi como um homem mau e
diríamos que Saul apenas cometeu um deslize. Mas,
quando julgamos pela aparência, erramos
redondamente! Deus rejeitou Saul, mas confirmou o
reinado de Davi. Deus não olha para nossas ações
apenas (para as coisas que são visíveis aos outros),
mas para o nosso coração.
O fruto é o produto ou resultado daquilo que se
passa no coração. Ninguém pode ver o coração do
outro, afinal, mal conhecemos nosso próprio coração,
contudo podemos reconhecer um fruto! Uma pessoa
pode se mostrar aparentemente amiga, mas
interiormente sua motivação pode ser tirar proveito do
outro. A chave está na motivação do coração, que é
revelada quando estamos no deserto.
Mas, é preciso cautela. Discernimento não é
desconfiança. A desconfiança é fruto do medo (até que
ponto ou como isso pode me afetar?). O medo não é de
Deus, portanto, esse tipo de “discernimento”
geralmente está incorreto. O discernimento correto
resulta da preocupação com os outros e com seu bem-
estar. Esse discernimento não traz consigo uma agenda
escondida nem um espírito crítico. “Esta é a minha
oração: Que o amor de vocês aumente cada vez mais
em conhecimento e em toda a percepção,...”
(Filipenses 1:9). O perfeito amor afasta o medo,
proporcionando um ambiente onde o discernimento - e
não a desconfiança- circule livremente.
Jesus teve discernimento da maldade e
confrontou a hipocrisia dos fariseus, mas os amou a
ponto de morrer por eles. Da mesma maneira, se
tivermos um discernimento correto iremos orar ao
invés de fazer fofoca. A motivação deve falar mais
alto. Estamos tentando mostrar como somos espirituais
ou o quanto estamos chateados com a situação?
Queremos confrontar para restaurar e corrigir,
evitando que outros sejam feridos? Vamos orar por
sabedoria para os que estão em posição de autoridade,
para que possam discernir a melhor estratégia? Paulo
disse: “Finalmente, irmãos, orem por nós, ...para que
sejamos libertos dos homens perversos e maus, ...”
(2Tessalonicensses 3:1-2).
Analisando novamente a profecia de Malaquias,
vemos que o Senhor enviará primeiramente seu
mensageiro, a unção profética, para avisar e levar seu
povo ao arrependimento. Depois ele virá ao seu
templo, a fim de purificar os que acataram a palavra
profética, tornando sua adoração aceitável diante dele.
Em seguida, julgará sumariamente os maus que vivem
no meio de seu povo, mas que rejeitaram a palavra
profética, ou unção.
Primeiro ele dá o aviso, depois opera o refino, e
por fim executa o julgamento. Creio que o alerta já
soou e que muitos corações estão sendo purificados. É
importante notar que os profetas não trazem juízo,
apenas avisam quanto a sua chegada. A palavra
profética não deve nos trazer medo, mas deve ser
acolhida.
Vemos esse mesmo padrão nos evangelhos. João
Batista aparece pregando o batismo de arrependimento
e alertando o povo sobre o juízo iminente.
Quando [Jesus] viu que muitos fariseus e
saduceus vinham para onde ele estava
batizando, disse-lhes: “Raça de víboras!
Quem lhes deu a ideia de fugir da ira [ou
julgamento] que se aproxima? Deem fruto
que mostre o arrependimento! Não
pensem que vocês podem dizer a si
mesmos: ‘Abraão é nosso pai’. Pois eu
lhes digo que destas pedras Deus pode
fazer surgir filhos a Abraão. O machado
já está posto à raiz das árvores, e toda
árvore que não der bom fruto será cortada
e lançada ao fogo. Eu os batizo com água
para arrependimento. Mas depois de mim
vem alguém mais poderoso do que eu,
tanto que não sou digno nem de levar as
suas sandálias. Ele os batizará com o
Espírito Santo e com fogo. Ele traz a pá
em sua mão e limpará sua eira, juntando
seu trigo [os que são verdadeiramente
seus] no celeiro, mas queimará a palha
com fogo que nunca se apaga”.
— Mateus 3:7-12
João avisou que o julgamento viria se não
houvesse um arrependimento verdadeiro. Disse que o
verdadeiro arrependimento produziria bom fruto e que
a ausência de arrependimento, produziria ausência de
mudança. Como consequência, se não houvesse um
arrependimento verdadeiro, o machado seria usado na
raiz, de onde provém a vida do fruto - o coração. Esse
machado retiraria a árvore para fora de sua vinha.
Jesus alertou:
“...se não se arrependerem, todos vocês
também perecerão”. Então contou esta
parábola: “Um homem tinha uma
figueira plantada em sua vinha. Foi
procurar fruto nela, e não achou nenhum
[nada de arrependimento]. Por isso disse
ao que cuidava da vinha: ‘Já faz três anos
que venho procurar fruto nesta figueira e
não acho. Corte-a! Por que deixá-la
inutilizar a terra?’ Respondeu o homem:
‘Senhor, deixe-a por mais um ano, e eu
cavarei ao redor dela e a adubarei. Se der
fruto no ano que vem, muito bem! Se não,
corte-a’”.
— Lucas 13:5-9
João Batista foi um dos que afofou a terra e
colocou adubo nas árvores. Ele arou o terreno
rachado, afofando a terra para receber o refino que
viria. João amava o povo o suficiente para alertá-lo
comunicando-lhes a verdade. Ele era grande aos olhos
de Deus (Lucas 1:15). Ser grande aos olhos dos
homens é uma coisa, mas aos olhos de Deus é outra
bem diferente.
Como temia mais ser rejeitado por Deus do que
pelos homens, João pôde dizer a verdade. A falsa
testemunha lisonjeia; a verdadeira, diz a verdade,
mesmo correndo o risco de ser rejeitada.
João apresentou ainda um segundo exemplo.
Disse que Jesus usaria uma pá (ou peneira) para
limpar completamente a sua eira. O que estou
tentando dizer é que Jesus limpará o seu templo
completamente. Nada lhe está oculto. É por isso que
Jesus podia olhar para aqueles judeus e dizer: “... se
não se arrependerem, todos vocês também
perecerão”.
Oh, Povo de Deus! É preciso que haja uma
mudança na Igreja! Muitas vezes nossa motivação está
errada. Dizemos que estamos fazendo algo para o
Senhor quando, na realidade, fazemos para beneficiar
nossa agenda oculta. Raramente a Igreja intercede,
chorando e lamentando-se por causa de suas próprias
abominações. Nossa percepção está embotada,
enquanto o inimigo continua atacando e devorando.
Achamos que estamos ricos e que não temos falta de
nada, quando na realidade estamos cegos quanto ao
nosso triste estado (Apocalipse 3:15-17). Agora
mesmo, Deus está dando o alerta e começando o
processo de refino. A igreja tem que mudar e, de fato,
mudará! Começando pela liderança, não apenas entre
as quatro paredes da Igreja, mas nos lares. Começará
pelos pais. Tem que haver uma revolução no modo
como pensamos e vivemos. O coração de nossos pais
e líderes tem que se voltar para os filhos e para o
povo.
Deus mesmo se encarregará de expor a maldade
dos impostores que vivem entre o seu povo. Ele
mesmo os julgará e não os profetas! João Batista
avisou sobre o julgamento; Jesus purificou o templo,
limpando-o e, muito tempo depois, Deus julgou a
nação, com a destruição do templo.
Capítulo Onze
Instrumentos de Refino
Não é a unção que faz um
homem de Deus e, sim, seu caráter.
Nisso vocês exultam, ainda que agora, por um
pouco de tempo, devam ser entristecidos por todo
tipo de provação. Assim acontece para que fique
comprovado que a fé que vocês têm, muito mais
valiosa do que o ouro que perece, mesmo que
refinado pelo fogo, é genuína e resultará em louvor,
glória e honra, quando Jesus Cristo for revelado.
— 1 Pedro 1:6-7
Preparem o Caminho do
Senhor
...o lugar onde você está agora
é parte vital da direção para onde está indo.
Uma voz clama: “No deserto preparem o caminho
para o Senhor; façam no deserto um caminho reto
para o nosso Deus. Todos os vales serão levantados,
todos os montes e colinas serão aplanados; os
terrenos acidentados se tornarão planos; as
escarpas serão niveladas. A glória do Senhor será
revelada, e, juntos, todos a verão. Pois é o Senhor
quem fala”. Uma voz ordena: “Clame”. E eu
pergunto: O que clamarei? “Que toda a
humanidade é como a relva, e toda a sua glória
como as flores do campo. A relva murcha e cai a
sua flor, quando o vento do Senhor sopra sobre eles;
o povo não passa de relva. A relva murcha, e as
flores caem, mas a palavra de nosso Deus
permanece para sempre”.
— Isaías 40:3-8
A Preparação para a
Mudança
...conhecê-lo como ele nos conhece.
Até que tenhamos alcançado este alvo,
não devemos nos dar por satisfeitos...
Esqueçam o que se foi; não vivam no passado.
Vejam, estou fazendo uma coisa nova! Ela já está
surgindo! Vocês não a reconhecem? Até no deserto
vou abrir um caminho e riachos no ermo.
— Isaías 43:18-19
Resistência à Mudança
... conhecê-lo como ele nos
conhece!Até que alcancemos esse alvo,
não devemos nos dar por satisfeitos.
“Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha
alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das
coisas que ficaram para trás e avançando para as
que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de
ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em
Cristo Jesus.”
— Filipenses 3:13-14
O Lugar da Revelação
... para que possamos mudar ou fazer a transição,
temos que estar dispostos a deixar o conforto, a
segurança e as coisas com as quais estamos
familiarizados...
“Escutem-me, vocês que buscam a retidão e
procuram o Senhor: Olhem para a rocha da qual
foram cortados e para a pedreira de onde foram
cavados; olhem para Abraão, seu pai, e para Sara,
que lhes deu à luz. Quando eu o chamei, ele era
apenas um, e eu o abençoei e o tornei muitos. Com
certeza o Senhor consolará Sião e olhará com
compaixão para todas as ruínas dela; ele tornará
seus desertos como o Éden, seus ermos, como o
jardim do Senhor. Alegria e contentamento serão
achados nela, ações de graças e som de canções.”
— Isaías 51:1-3
Desbloqueando os Poços
Em Gênesis 26:1-18, encontramos Isaque num
lugar de sequidão. Os versos 1 a 3 dizem, “Houve
fome naquela terra, como tinha acontecido no tempo
de Abraão... O Senhor apareceu a Isaque e disse:
“Não desça ao Egito; procure estabelecer-se na
terra que eu lhe indicar. Permaneça nesta terra mais
um pouco, e eu estarei com você e o abençoarei...”.
Deus, especificamente, diz a Isaque para não
fugir para o Egito onde estaria confortável, mas que
ficasse na terra para qual ele o havia levado. Muitas
vezes quando nos encontramos num lugar de sequidão,
a primeira coisa que vem a mente é, “Vou sai daqui
agora!”. Quando sentimos a sequidão no cantinho de
oração, pensamos nas coisas que temos que fazer
naquele dia e saímos. Se a igreja que frequentamos
parece estar passando por um tempo de sequidão,
pensamos: “Vou para uma igreja que tenha o mover do
Espírito”. Ou se enfrentamos a sequidão na vida social
ou nos negócios, logo pensamos em partir para outra
cidade onde haja mais prosperidade econômica.
Raciocinamos assim, “Se ficar aqui, também vou ficar
seco e nunca verei o plano de Deus se cumprir na
minha vida”. Nos EUA, muitos cristãos fazem
exatamente isso. Vão de cidade em cidade e de
atividade em atividade procurando encontrar uma
igreja ou um trabalho onde não haja “sequidão”. Ao
invés de cavarem poços e permitirem que Deus os use
para trazer o frescor para aqueles lugares de sequidão,
partem à procura dos lugares fáceis! O que não
entendem é que em muitos destes lugares, Deus quer
produzir a visão que tem lhes dado, exatamente ali,
naquele “lugar seco”. Não digo que esse seja sempre o
caso. Algumas vezes Deus nos prepara para ir para um
lugar novo e permite que o antigo seque. Deixe que o
Espírito o conduza! Se ele não estiver dizendo nada,
então fique e lute!
Veja o que aconteceu com Isaque, como resultado
de sua obediência a Deus ao ficar no território da
fome.
Isaque formou lavoura naquela terra e no
mesmo ano colheu a cem por um, porque
o Senhor o abençoou. O homem
enriqueceu, e a sua riqueza continuou a
aumentar, até que ficou riquíssimo.
Possuía tantos rebanhos e servos que os
filisteus o invejavam. Estes taparam todos
os poços que os servos de Abraão, pai de
Isaque, tinham cavado na sua época,
enchendo-os de terra... Isaque reabriu os
poços cavados no tempo de seu pai
Abraão, os quais os filisteus fecharam
depois que Abraão morreu, e deu-lhes os
mesmos nomes que seu pai lhes tinha
dado.
— Gênesis 26:12-15, 18
A água que ele precisava para suas plantações só
poderia ser obtida se ele reabrisse os poços que seu
pai havia cavado. Estes poços haviam sido tapados
pelos Filisteus. Durante algum tempo, o inimigo tinha
impedido o água de brotar nos poços. Assim como foi
com Isaque, a água da qual tão desesperadamente
precisamos para a germinação da semente
incorruptível de Deus e seu desenvolvimento em nosso
coração, deve ser tirada dos poços que foram
bloqueados.
O mundanismo presente atualmente na Igreja (no
Corpo de Cristo) tem feito com que muitos poços
parem de jorrar. A Igreja que já foi muito frutífera
agora está seca, porque permitiu que o inimigo a
seduzisse. Deus está nos restaurando de volta para o
lugar onde estávamos antes. Isso se aplica tanto a nós
individualmente, quanto à Igreja americana num todo.
Isaías 58: 11-13 afirma:
O Senhor o guiará constantemente;
satisfará os seus desejos numa terra
ressequida pelo sol e fortalecerá os seus
ossos. Você será como um jardim bem
regado, como uma fonte cujas águas
nunca faltam. Seu povo reconstruirá as
velhas ruínas e restaurará os alicerces
antigos; você será chamado reparador de
muros, restaurador de ruas e moradias.
“Se você... honrá-lo [ao Senhor], deixando
de seguir seu próprio caminho, de fazer o
que bem quiser e de falar futilidades,...
[inserção do autor]
Assim como Isaque não buscou seu próprio
interesse ou prazer mudando-se para uma terra de
facilidades, nós também (se não quisermos fazer as
coisas à nossa maneira, não buscarmos nossos
prazeres, nem falarmos nossas próprias palavras, mas
honrarmos a Deus) seremos como um jardim regado e
uma fonte de água viva, cujas águas nunca falham! E
Deus levará sua água viva para os lugares secos e
sedentos através de seu povo.
Deus está nos levando a cavar, novamente,
aqueles poços que o mundo tapou. Mais uma vez
afirmo que isto requer persistência, porque pode levar
mais do que uma hora para reabrir um poço; pode
levar mais de duas horas; mais do que um dia ou mais
do que uma semana! Você pode perguntar: “Mas,
quanto tempo irá levar?”. A resposta é: “Você não
deve se importar com isso, basta continuar cavando
até a água minar”. Muitas vezes não será feito com
apenas uma reunião de oração – você vai ter que
voltar ao assunto da próxima vez em que estiver no seu
cantinho de oração. Olha o que aconteceu comigo.
Costumava orar todas as manhãs com um grande
amigo, quando estava morando em Dallas, no Texas.
Ele era um dos pastores da igreja e eu era o auxiliar
do pastor principal e sua esposa. Costumávamos nos
reunir numa das salas às 7 da manhã. Orávamos no
Espírito e podíamos sentir que estávamos
progredindo, mas muitas vezes, o relógio logo
marcava 8h30min, (hora em que devíamos começar a
trabalhar) e tínhamos que parar. Saíamos frustrados,
sem vermos nenhuma mudança... nada de água para
refrescar a situação. Na manhã seguinte, retomávamos
a oração quase exatamente no ponto onde deixamos.
Ás vezes levávamos dois dias, noutras três e numa
ocasião em particular, lembro que levamos uma
semana orando! Porém, quando vinha a resposta –
Uau! Como era poderosa e refrescante.
Em minhas viagens pelo país afora, consigo
identificar os cristãos que permitem que seus poços
sejam tapados e se acomodam confortavelmente
naquela situação. O fato mais alarmante é que estes
são a maioria e não a minoria. Imagine o que
aconteceria se aquelas pessoas resolvessem reavivar o
dom que está nelas, permitindo que ele fosse liberado.
Lares seriam transformados; igrejas renovadas e o
país mudado! O dom de Deus está dormente em nossos
lares, em nossas igrejas e no nosso país. Os poços
estão tapados, enquanto os crentes se gabam de serem
“cheios do Espírito”.
A Igreja não será reavivada até que os indivíduos
sejam reavivados! A Igreja não é uma organização, ela
é o povo de Deus e a condição em que se encontra o
povo de Deus é a mesma condição da Igreja!
Capítulo Dezessete
Vitória no Deserto
...visão profética é ver da maneira que Deus vê....
“Onde não há revelação divina [visão profética], o
povo se desvia;...”
— Provérbios 29:18 [inserção do autor]