A Importância Da Dieta Hospitalar Na PDF
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Nutrição
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
Cadernos de Graduação - Ciências Biológicas e da Saúde | Aracaju | v. 1 | n.16 | p. 47-56 | mar. 2013
48 | ABSTRACT
The present study aims to analyze and identify the difficulties encountered by health pro-
fessionals in relation to the inadequate type of food which is purchased and the glycemic
contents present in diets offered to patients with diabetes mellitus (DM), and the importan-
ce of the hospital diet for the recovering of diabetic patients. The DM is a state of chronic
hyperglycemia due to the non-production, or the insufficient production of insulin by the
pancreas, or the difficulty faced by the body when trying to use the available insulin. Esti-
mates indicate an increase of patients due to unhealthy eating habits, obesity and sedentary
lifestyle. It is the sixth most frequent cause of hospitalization, and it contributes significantly
to other diseases such as ischemic heart disease, heart failure, stroke and hypertension.
Diabetic patients represent about 30% of individuals who are hospitalized in Intensive Co-
ronary Care Units and approximately 26% of those who go through dialysis are diabetic.
The results of this study show that the treatment of patients with diabetes demands that
the professional team takes part into programs of continuing medical update which can
contribute to the increase of information and positive attitudes in their relationship with
the patient.
KEYWORDS
1 INTRODUÇÃO
Diante dos fatos apresentados a dieta hospitalar é importante para garantir o aporte
de nutrientes ao paciente internado e, assim, preservar seu estado nutricional, pelo seu
papel co-terapêutico em doenças crônicas e agudas e, também, por ser uma prática que
desempenha um papel relevante na experiência de internação. O cuidado nutricional é um
processo que realiza um encontro das diferentes necessidades nutricionais de uma pessoa,
incluindo a avaliação do estado nutricional, identificação das necessidades ou problemas
nutricionais, a implementação de atividades e avaliação de cuidados nutricionais.
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A alimentação hospitalar é estratégica para o paciente, como uma ocasião de alivio e | 49
de prazer no contexto da intervenção hospitalar, para a sua recuperação. É referida como
parte de um atendimento diferenciado que envolve o relacionamento de toda a unidade
multidisciplinar.
2 METODOLOGIA
A metodologia constou de um levantamento bibliográfico (uma leitura atenta e sis-
temática que se faz acompanhar de fichamentos que, eventualmente, poderiam servir na
construção da fundamentação teórica) em artigos científicos sobre o estado nutricional de
diabéticos, utilizando as bases de dados MEDLINE, SCIELO, LILACS e PUBMED, utilizando-
-se das palavras chaves “nutrição hospitalar”, “diabetes mellitus”, “dietas hospitalares”, além
de combinações com “tratamento”, “prevenção” e “consequência”. Fez-se uso, também, de
conteúdos disponíveis em livros, textos e outros periódicos da área.
3 DIABETES
A população adulta mundial é afetada pelo diabetes. Apesar dessa alta frequência,
a maioria dos adultos só reconhece à doença, que começa sem sintomatologia, quando
ocorre o aumento de sede (polidipsia) e de frequência e volume urinário (poliúria), perda
de peso e fraqueza. Quando esses sinais estão evidentes, o diabetes começou há algum
tempo e já se iniciou o processo que leva as lesões irreversíveis que afetam pequenos vasos
atingindo o rim e a bexiga (RAW et al.,1990).
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50 | res. Entre as complicações microvasculares pode-se citar a retinopatia com a possibilidade
de cegueira; neuropatia, com risco de úlceras nos pés, amputações e nefropatia, com pos-
sível evolução para insuficiência renal (WADI et al., 2005). Entre as macrovasculares está a
Doença Arterial Coronariana (DAC), o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e a doença arterial
obstrutiva periférica, sendo essas as complicações mais frequentes (LISBOA et al., 2000;
SOARES et al., 2006).
Para um bom resultado durante o tratamento é importante que haja uma boa intera-
ção entre a equipe multidisciplinar, pacientes e familiares, minimizando o quadro agravante
da doença. Com isso o paciente administrará o regime de insulina, dietas e exercícios com
maior facilidade, mantendo os níveis de glicose sanguínea normatizados.
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Resistência à insulina somente não explica o Diabetes, pois outro | 51
defeito superposto a ela pode ser responsável pela diminuição de
secreção de insulina. Esse defeito pode ser ambiental (associado
com obesidade, nutrição ou diminuição de atividade) ou genético,
(CAMACHO et al, 2008, p. 248).
Os pacientes de DM1 devem ser tratados com insulina e os do tipo 2 (DM2) provavel-
mente, em alguma fase do tratamento, também, podem submeter-se ao uso do hormônio,
o médico pode prescrever medicamentos para ajudar no controle de sintomas, como hi-
poglicemiantes orais, tendo em vista um maior controle dos níveis glicêmicos, quando tais
drogas não são suficientes para manter as concentrações de glicose, a insulinoterapia é a
indicada.
O diabetes é a sexta causa de morte nos EUA e a maioria das mortes é atribuída à do-
ença cardíaca. A American Diabetes Association estima os custos de saúde específicos dos
diabéticos em 44 bilhões em 1997 e outros 54 milhões em custos indiretos de incapacidade.
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52 | Consequentemente o DM aparece como a sexta causa mais frequente de internação
hospitalar, e contribui de forma significativa para outras causas como cardiopatia isquêmi-
ca, insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral e hipertensão arterial. Pacientes dia-
béticos representam cerca de 30% dos indivíduos que internam em Unidades Coronarianas
Intensivas. A doença é a principal causa de amputações de membros inferiores, e também,
a principal causa de cegueira adquirida. Além disso, cerca de 26% dos pacientes que ingres-
sam em programas de diálise são diabéticos (CONSENSO, 2002).
4 EDUCAÇÃO ALIMENTAR
• Fornecer valor calórico total (VCT) compatível com a obtenção e/ou manutenção
do peso corpóreo desejável. Para obesos, a dieta deverá ser hipocalórica, com uma redução
de 500kcal a 1.000kcal do gasto calórico diário previsto, com o objetivo de promover per-
das ponderais de 0,5kg a 1kg por semana (SCHEEN, 1999). Devem ser evitadas dietas com
menos de 1.200kcal/dia (mulheres) e 1.800kcal (homens), a não ser em situações especiais
e por tempo limitado, quando até dietas com muito baixo valor calórico (menos de 800
kcal/dia) podem ser utilizadas.
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deverá ingerir seis ou mais porções diárias de alimentos ricos em carboidratos. Procura-se | 53
dar preferência aos carboidratos complexos (fontes de amido) e ricos em fibras e com bai-
xo índice glicêmico. O total de porções diárias desse grupo de alimentos variará de acordo
com o VCT da dieta prescrita e, portanto, com o índice de massa corporal (IMC), a idade e
o nível de atividade física do indivíduo. Assim, mulheres com IMC >27kg/m2 e sedentárias
poderão receber apenas seis porções ao dia. Homens ativos com peso normal poderão
ingerir até 11 porções ao dia.
O conteúdo protéico deve ser de 0,8g/kg a 1g/kg de peso desejado por dia. Em termos
práticos, isso corresponde a duas porções pequenas de carne por dia, que podem ser subs-
tituídas com vantagem pelas leguminosas (feijão, lentilha, soja, ervilha ou grão de bico) e
duas a três porções diárias de leite desnatado ou queijo magro. O consumo de peixes deve
ser incentivado por sua riqueza em ômega-3. Os ovos também podem ser utilizados como
substitutos da carne, respeitando-se o limite de duas gemas por se¬mana, em função do
teor de colesterol. Excessos protéicos devem ser evitados.
A alimentação deve ser rica em fibras, vitaminas e minerais, para o que se recomenda
o consumo diário de duas a quatro porções de frutas (sendo pelo menos uma rica em vita-
mina C) e de três a cinco porções de hortaliças (cruas e cozidas). Recomenda-se, ainda, dar
preferência, sempre que possível, aos alimentos integrais.
Não é recomendável o uso habitual de bebidas alcoólicas. Contudo estas podem ser
consumidas moderadamente (uma a duas vezes por semana, no limite de dois copos de
vinho ou uma lata de cerveja ou uma dose de 40 ml de uísque), desde que acompanhadas
de algum alimento, já que o excesso de álcool pode produzir hipogli¬cemia. A bebida alco-
ólica deverá ser evitada em pacientes com hipertrigliceridemia, obesos (devido ao seu alto
valor calórico) ou naqueles com mau controle metabólico.
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54 | com glúten (pão, macarrão, biscoitos), não contribuem para o controle glicêmico, nem
para a perda de peso. Seu uso não deve ser encorajado. Vale ressaltar a importância de se
diferenciar alimentos diet (isentos de sacarose, quando destinados a indivíduos diabéticos,
mas que podem ter valor calórico elevado, por seu teor de gorduras ou outros componen-
tes) e light (de valor calórico reduzido em relação aos alimentos convencionais). Em função
dessas características, o uso de alimentos dietéticos, diet e light, deve ser orientados pelo
profissional (nutricionista ou médico), que se baseará no conhecimento da composição do
produto para incluí-lo no plano alimentar proposto.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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