Apostila - ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PDF

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Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

ÍNDICE

CAPÍTULO 1
O QUE É CONTABILIDADE?

1.1 Breve Histórico 03


1.2 A Contabilidade nos dias atuais 03
1.3 Principais usuários da Contabilidade 05
1.4 O Conceito de Entidade Contábil 06
1.5 A premissa da Continuidade 07
1.6 Aplicações da Contabilidade 07

CAPÍTULO 2
O PATRIMÔNIO

2.1 Estrutura do Patrimônio das Empresas 08


2.2 Equação Patrimonial 09

CAPÍTULO 3
OS REGISTROS CONTÁBEIS

3.1 O Conceito de Conta 11


3.2 Partidas Simples e Partidas Dobradas 11
3.3 Créditos e Débitos 12
3.4 Saldos de Contas 12
3.5 Os dois grandes Sistemas Contábeis 13
3.6 Os livros Diário e Razão 13

CAPÍTULO 4
AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

4.1 O Balanço Patrimonial 15


4.2 Contas do Ativo 15
4.3 Contas do Passivo 16
4.4 Contas do Patrimônio Líquido 17
4.5 Estrutura do Balanço 18
4.6 A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 20
4.7 Observações sobre a Estrutura das DRE(s) 20
4.8 A Estrutura do DRE 21

CAPÍTULO 5
COMO INTERPRETAR UMA ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA
DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS DE UMA EMPRESA

5.1 INTRODUÇÃO 24

5.2 PROCESSOS DE ANÁLISE 25

ABUNAHMAN, José Geraldo 1


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5.2.1 Análise Vertical 25


5.2.2 Análise Horizontal 26
5.2.3 Análise por Quocientes 27

5.3 ANÁLISE FINANCEIRA 27

5.3.1 Indicadores de Liquidez 28


5.3.1.1 Liquidez Corrente 28
5.3.1.2 Liquidez Seca 29
5.3.1.3 Liquidez Imediata 30
5.3.1.4 Liquidez Geral 30
5.3.2 Indicadores de Endividamento 31
5.3.2.1 Grau de Endividamento 31
5.3.2.2 Composição do Endividamento 33
5.3.2.3 Garantia do Capital Próprio 33
5.3.2.4 Grau de Imobilização do Capital Próprio 33
5.3.3 Indicadores de Atividade 34
5.3.3.1 Prazo Médio de Recebimento das Vendas 34
5.3.3.2 Prazo Médio de Renovação dos Estoques 35
5.3.3.3 Prazo Médio de Pagamento das Compras 35
5.3.3.4 Posicionamento da Atividade 36
5.3.3.5 Giro do Ativo 36

5.4 ANÁLISE ECONÔMICA 37

5.4.1 Indicadores de Lucratividade 38


5.4.1.1 Lucratividade Bruta 38
5.4.1.2 Lucratividade Operacional 39
5.4.1.3 Lucratividade Final 39
5.4.2 Indicadores de Rentabilidade 40
5.4.2.1 Taxa de Retorno Sobre o Investimento 40
5.4.2.2 Taxa de Retorno sobre o Investimento Operacional 41
5.4.2.3 Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido 42

5.5 COMO PREVER FALÊNCIAS 44

5.6 ESTUDO DE CASO 46

BIBLIOGRAFIA 64

ABUNAHMAN, José Geraldo 2


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CAPÍTULO 1

O QUE É CONTABILIDADE?

1.1 Breve Histórico

Nos primórdios da civilização, as trocas comerciais eram feitas de forma


direta. Um Produtor de arados, por exemplo, precisando comprar um carneiro, levaria um
de seus arados ao mercado livre e o trocaria, com um comerciante interessado em arados,
por um carneiro, ou dois, ou três, conforme fossem os “valores de troca” na ocasião do
negócio.

Com a evolução do uso da moeda, as trocas passaram a ser feitas de forma


indireta – intermediadas com o uso de moedas. Ocorreu, então, um fantástico avanço nas
trocas comerciais. Agora era possível manter um estoque de moedas, ou converter bens em
moedas, e comprar o que se precisasse com quem tivesse o produto a oferecer. Esta maior
flexibilidade contribuiu para o crescimento das trocas e a evolução econômica do mundo.

Há 8.000 anos, já se faziam “registros contábeis”. Como todo


conhecimento, a Contabilidade se iniciou de forma empírica. Em período mais remoto, a
escrita contábil era simbólica, por exemplo, desenhava-se um animal e fazia-se marcas
indicativas do total disponível. Um levantamento contábil feito nessa época apresentaria
resultados como “Carneiros: 20; Arados: 30...” e assim por diante.

Com a introdução da moeda, os registros contábeis começaram a progredir


no sentido de apresentar valores monetários, facilmente comparáveis entre si. Um
“balanço” apresentaria, agora, valores como “Carneiros: 20 unidades monetárias; Arados:
30 unidades monetárias...” etc.

1.2 A Contabilidade nos dias atuais

Em qualquer ramo de atividade, para tomar uma decisão, o homem necessita


do conhecimento de uma série de informações.

Assim, quando precisamos adquirir um bem de uso durável para nossa casa

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(geladeira, televisor, etc.), procuramos saber seu preço e as condições de pagamento.


Porém, para decidirmos sobre a compra, consultamos as nossas "disponibilidades" em
dinheiro, o volume das obrigações já assumidas (prestações, aluguéis, etc.) e o montante de
nossos rendimentos.

Em geral, essas informações são "armazenadas" em nossa memória ou em


simples anotações, mas representam, sem dúvida, importantes subsídios para as nossas
decisões. Eis que, por não havermos considerado uma determinada dívida mensal,
poderíamos contrair uma nova obrigação e, posteriormente, verificarmos a impossibilidade
de saldá-la.

Esses e outros problemas semelhantes são comuns no cotidiano dos


indivíduos, tanto no âmbito familiar como no meio empresarial.

No caso da empresa, com maior grau de complexidade, tais problemas


geram uma necessidade constante de se manter atualizadas as informações, de forma a
permitir, a qualquer momento, a adoção de medidas adequadas ao perfeito desempenho das
atividades.

Particularmente, com relação às informações econômico-financeiras, a


empresa se utiliza do instrumental posto à sua disposição pela Contabilidade.

Nessas condições, a Contabilidade tem como objetivo o estudo e o controle


do patrimônio das empresas, a fim de fornecer informações sobre sua composição
qualitativa e suas variações quantitativas.

Portanto, o campo de aplicação da Contabilidade é a empresa; o seu objeto é


o patrimônio da empresa.

Pelo registro de todos os fatos relacionados com a formação, movimentação


e variações do patrimônio, a Contabilidade exerce o controle, fornecendo as informações
necessárias à ação administrativa, bem como a outros interessados na situação econômico-
financeira da empresa.

Através desses registros, elaborados de acordo com procedimentos técnicos


específicos, a Contabilidade consolida as informações coletadas em diversos

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demonstrativos: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício,


Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstração de Mutações do
Patrimônio Líquido, Demonstração do Fluxo de Caixa, etc.

Pela utilização de métodos e técnicas apropriadas de decomposição,


comparação e interpretação dos conteúdos das várias demonstrações financeiras, a
Contabilidade oferece dados de grande utilidade a todos os interessados na gestão
empresarial (administradores, sócios ou acionistas, fornecedores, instituições financeiras,
governo). Esta técnica é conhecida como "Análise de Balanços" ou "Análise Econômico-
financeira".

As informações contábeis são, portanto, utilizadas com diversos objetivos,


mas sempre visando, em última análise, a um melhor conhecimento da situação
econômico-financeira da empresa.

1.3 Principais usuários da Contabilidade

Dentre os principais usuários das informações contábeis, destacamos:

a) Administradores: a tomada de decisões envolve, como já dissemos, o conhecimento


de diversos aspectos que se relacionam com a ação a ser desenvolvida pelo empresário. A
compra de equipamentos e matérias-primas; a produção e venda de novos produtos; a
contratação de novos empregados e outros problemas comuns à gestão administrativa
exigem, entre outras, informações de ordem econômico-financeira. Assim, como esses
dados são fornecidos pelo sistema contábil da empresa, os seus administradores devem dar
todo o apoio aos órgãos componentes do referido sistema, a fim de obter maior eficácia nas
suas decisões.

b) Sócios ou Acionistas: a obtenção de maiores lucros é o principal objetivo dos sócios


ou acionistas de uma empresa. Quando não participam diretamente da administração, esses
investidores estão interessados em saber a situação econômico-financeira do
empreendimento de que fazem parte. Tais informações podem ser obtidas através da
análise das demonstrações contábeis da empresa (Balanço Patrimonial, Demonstração do
Resultado do Exercício, etc.).

c) Fornecedores e Instituições Financeiras: na concessão de crédito, tanto os

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fornecedores de materiais e serviços como os bancos e outras instituições financeiras, estão


interessados em conhecer a situação de seus clientes, de modo a assegurar um tranqüilo
retorno dos financiamentos concedidos. Nestes casos, é comum se utilizarem de vários
demonstrativos contábeis da empresa postulante do crédito, a fim de decidirem sobre a
viabilidade de sua concessão.

d) Governo: as diversas entidades governamentais precisam conhecer a situação


econômico-financeira da empresa, não só com o objetivo de tributação mas, também, para
definir a própria política econômica do Município, Estado ou do País, atribuindo incentivos
ou desestímulos a determinados setores da economia: incentivos a exportações,
implantação de empresas em áreas carentes, controle de preços, intervenções em empresas,
etc. Para tanto, o governo se vale de informações exigidas das empresas, dentre as quais
destacamos as de cunho eminentemente contábil: Balanço Patrimonial, Demonstração do
Resultado do Exercício, Demonstrativos de Custos de Produção e/ou de Comercialização,
etc.

A Lei n.° 6.404/76, que disciplina as sociedades por ações, trouxe uma série
de inovações nos procedimentos contábeis, as quais, posteriormente, foram alteradas pelas
Leis nº 11.638/07 e Lei nº 11.941/09. Tais inovações contemplaram também a participação
de diversos órgãos reguladores com o objetivo de harmonizar as práticas contábeis
brasileiras com os padrões internacionais de contabilidade. A padronização das normas de
contabilidade traz melhor entendimento dos demonstrativos contábeis, possibilitando a
comparação e a análise da situação econômico-financeira entre empresas do mesmo país e
entre os países, no caso das multinacionais.

1.4 O Conceito de Entidade Contábil

A escrita contábil está centrada em “entidades”. Uma entidade é uma


unidade para a qual se coleta, registra e demonstra situações patrimoniais. Pode ser uma
empresa, uma pessoa, ou um órgão dentro de uma empresa. Pode ser um conjunto de
empresas.

Destacam-se dois pontos cruciais para compreensão e uso correto do


conceito de entidade:

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1. uma vez definida uma entidade, não se deve misturar os recursos, direitos e obrigações
desta entidade com outras entidades. Por exemplo, uma empresa e seus sócios são
entidades distintas. Não confundir o caixa do dono com o da empresa!

2. Deve-se olhar todos os fenômenos patrimoniais do ponto de vista da entidade. Se uma


empresa compra mercadorias de seu fornecedor, sua contabilidade irá registrar
obrigação ou dívida a saldar. A do fornecedor, por outro lado, terá um direito ou
crédito a receber. Cada uma terá, como se deduz, registros contábeis diferentes.

1.5 A premissa da Continuidade

Quando se faz a contabilidade de uma entidade, parte-se do pressuposto que


a mesma continuará existindo por tempo indeterminado. Uma empresa em processo de
extinção é tratada, contabilmente, de forma distinta.

1.6 Aplicações da Contabilidade

Qualquer pessoa, física ou jurídica, que tenha necessidade de manter


registros patrimoniais, é potencial beneficiário dos conhecimentos e das práticas contábeis.
Estes conhecimentos e práticas são então adequados à natureza, ramo de atividade e porte,
da entidade contábil em questão.

Por isso, existem diversas aplicações especializadas ou ramos da


contabilidade: a Contabilidade Bancária, a Comercial, a Pública, a Industrial, a
Agropecuária, a Hospitalar, etc.

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CAPÍTULO 2

O PATRIMÔNIO

2.1 Estrutura do Patrimônio das Empresas

Podemos conceituar o "patrimônio" como um conjunto de elementos, com


conteúdo econômico (avaliável em dinheiro), pertencente a uma entidade que o explora ou
o utiliza com um objetivo determinado.

Esse complexo de valores é formado, de um lado, pelas fontes de


financiamento ou origens de recursos; e de outro lado, demonstra como foram aplicados
esses recursos (investimentos ou aplicações).

Os recursos da empresa são originários de duas fontes básicas: capitais


próprios e capitais de terceiros. Os capitais próprios estão representados pelos recursos
cedidos à empresa pelos proprietários (sócios ou acionistas), bem assim pelos acréscimos
resultantes de reservas e lucros acumulados. Os capitais de terceiros são os recursos
obtidos de pessoas não vinculadas diretamente à empresa. Os capitais de terceiros são
representados por créditos concedidos pelos fornecedores na aquisição de bens ou serviços,
financiamentos obtidos de instituições financeiras e outras obrigações contraídas pela
empresa em decorrência de seu funcionamento.

Os recursos obtidos pela empresa (capitais próprios e de terceiros) serão


aplicados nas suas operações, principais e acessórias. Dependendo do seu tipo de atividade,
a empresa precisará investir recursos na compra de imóveis, equipamentos, máquinas,
veículos e outros bens para seu uso próprio. Esses bens, de uso permanente, denominam-se
"imobilizações técnicas", e a empresa não deve vendê-los, sob pena de ter que retrair ou,
até mesmo, paralisar suas atividades operacionais. Assim, tais bens só serão vendidos em
situações especiais (perda de sua utilidade, obsolescência, substituição, etc.).

A empresa pode ter como finalidade participar de outras sociedades, como


meio de realizar seu objeto social, ou para beneficiar-se de incentivos. Poderá aplicar seus
recursos em outros elementos que, embora de caráter permanente, não se destinem à
manutenção de suas atividades básicas. Esses investimentos são denominados
"imobilizações financeiras".

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Além disso, a empresa necessita de dinheiro para efetuar pagamentos a


empregados, fornecedores, tributos e outras obrigações. O dinheiro pode estar em seus
cofres ou depositado em bancos. Tais recursos, de utilização imediata, denominam-se
"disponibilidades" ou "disponível".

Para suas operações, a empresa se utiliza de outros elementos, por isso


aplica seus recursos na aquisição de bens destinados à venda ou à produção (mercadorias e
matérias-primas); concede crédito a seus clientes em vendas a prazo e outros tipos de
aplicações a curto ou longo prazos.

As aplicações feitas em disponibilidades, bens de consumo, bens de venda,


direitos de crédito e outros valores a curto prazo denominam-se "investimentos
circulantes", porque estão em constante movimentação em conseqüência da exploração das
atividades da empresa.

2.2 Equação Patrimonial

O patrimônio de uma empresa divide-se em três partes distintas, a saber:

+ ATIVO (A)

+ PASSIVO (P)

+ PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL)

O Ativo é o conjunto das aplicações feitas pela empresa ( imobilizações


técnicas e financeiras, investimentos circulantes). O Ativo é, portanto, o conjunto de bens e
direitos da empresa.

O Passivo é constituído pelas fontes ou origens de recursos externos


(capitais de terceiros); abrange as obrigações assumidas perante terceiros.

O Patrimônio Líquido é representado pelos recursos cedidos pelos sócios


ou acionistas da empresa e seus acréscimos decorrentes de lucros acumulados e formação
de reservas. O Patrimônio Líquido constitui-se pela diferença entre o montante das
aplicações (ATIVO) e os recursos provenientes de terceiros (PASSIVO) quando a
diferença for positiva, ou seja, o Ativo maior do que o Passivo. Caso a diferença seja

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negativa - Ativo menor que o Passivo - diz-se que a empresa apresenta um patrimônio com
"Passivo a Descoberto" (PD).

Em resumo, a equação básica do patrimônio de uma empresa pode


apresentar três situações distintas:

A = P + PL

OU

PL = A - P

PL = A - P, se A > P temos PL > 0 PL POSITIVO

PL = A - P, se A = P temos PL = 0 PL NULO

PL = A - P, se A < P temos PL < 0 PL NEGATIVO

Ou

“PASSIVO A DESCOBERTO"

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CAPÍTULO 3

OS REGISTROS CONTÁBEIS

3.1 O Conceito de Conta

Uma conta é um recurso contábil utilizado para reunir sob um único item
todos os eventos e valores patrimoniais (bens, direitos ou obrigações) de mesma natureza.
Por exemplo, uma conta “Banco ABC” reúne todos os movimentos, depósitos e retiradas,
de dinheiro realizados com o “Banco ABC”. Uma conta “Veículos” nos informa os
movimentos, compras e vendas, de veículos.

Cada empresa utiliza um conjunto de determinadas contas em função do seu


ramo de atividade e porte. Este conjunto recebe o nome de Plano de Contas. Nele são
apresentadas as contas, título e descrição de cada uma, bem como os regulamentos e
convenções que regem o uso do plano e das suas contas; conforme exemplos abaixo:

Móveis e Utensílios: esta conta registra o valor do mobiliário e dos


pequenos instrumentos e objetos em uso.

Estoques: nesta conta estão registradas as matérias-primas e auxiliares, bem


como as mercadorias e produtos para venda.

Clientes: esta conta registra todo o movimento relativo aos créditos


concedidos pela empresa nas vendas a prazo.

As contas acima são ditas “sintéticas”. Cada conta sintética pode se


desdobrar em constas “analíticas”, como por exemplo, o desdobramento da conta Clientes
em contas (clientes): “Xpto Com. & Ind.”, J&J Serviços”, etc. O saldo (somatório) dos
movimentos das contas analíticas é, naturalmente, igual ao saldo da conta sintética “mãe”.

3.2 Partidas Simples e Partidas Dobradas

Se lançamos no canhoto do nosso talão de cheques apenas o valor de um


cheque recém-emitido e puxamos o saldo, estamos fazendo um lançamento contábil com
partida simples. Neste caso, controlamos apenas uma “conta”: a nossa conta corrente com
o banco, “origem” do dinheiro sacado.

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O cheque pode ser para pagar a escola, aluguel ou outra “conta” qualquer.
Se nosso registro incluir também esta outra conta, temos então, uma partida dobrada. A
partida dobrada”, portanto, é um registro que permite identificar as origens e as aplicações
de um lançamento contábil. Os totais das origens e das aplicações, naturalmente, são
iguais.

3.3 Créditos e Débitos

Cada conta é uma entidade contábil distinta. Portanto, em uma partida


dobrada, temos que olhar os registros contábeis do ponto de vista de cada conta.
Peguemos, como exemplo, o fato patrimonial da compra de um veículo, com pagamento
através de empréstimo feito junto ao Banco ABC.

Convencionou-se chamar créditos os lançamentos feitos nas contas de


origem, e débitos, os lançamentos nas contas de aplicação. Ou seja, a conta “Banco ABC”,
origem do dinheiro utilizado na transação, é creditada. E a conta “Veículos”, que recebeu
um veículo, é debitada.

Diz-se, ainda, neste exemplo, que a conta “Banco ABC” é credora, e a conta
“Veículos”, devedora. Como todo sistema contábil, na atualidade, funciona com base em
partidas dobradas, todo lançamento contábil apresenta um crédito e um débito de igual
valor.

3.4 Saldos de Contas

No exemplo acima, a conta “Banco ABC” recebeu um crédito e teve seu


“saldo credor” aumentado, já a conta “Veículos” recebeu um débito e teve seu “saldo
devedor” aumentado.

Os “saldos finais” das contas, portanto, podem ser credores, se a conta


recebeu mais créditos que débitos ou, inversamente, devedores, se a conta recebeu mais
débitos que créditos. O saldo final ou simplesmente saldo de uma conta apresenta em um
único valor a posição (credora ou devedora) da conta em certa data.

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3.5 Os dois grandes Sistemas Contábeis

Na Contabilidade, destacam-se dois grandes grupos de contas: as contas


patrimoniais e as contas de resultado. As primeiras dizem respeito aos fatos estruturais e
permitem “fotografar” a situação do patrimônio em uma determinada data. São contas
patrimoniais aquelas referentes ao Bens (dinheiro, mercadoria, etc.) e Direitos (contas a
receber, títulos, etc.), bem como as referentes às Obrigações (empréstimos, contas de
fornecedores, etc.).

Por outro lado, as contas de resultado dizem o que aconteceu com a empresa
durante um certo período de tempo em termos de Receitas obtidas pela venda de produtos
e serviços, de Despesas e Custos, dos produtos e serviços, e de Resultados, saldos em
forma de lucros ou prejuízos.

Estes sistemas estão interligados. Se, ao final de determinado período, a


empresa apresenta um resultado negativo (ou prejuízo), seu patrimônio líquido se reduz. Já
um resultado positivo (ou lucro), aumenta o patrimônio em relação à posição no final do
período anterior.

3.6 Os livros Diário e Razão

Os lançamentos ou registros contábeis são feitos em ordem cronológica em


um livro obrigatório chamado Diário. Os lançamentos são feitos com base em
Comprovantes – documentos legais, aceitos pelo fisco (ex.: Notas Fiscais, tíquetes de
passagens, recibos de pagamento de pessoal, etc.). Cada comprovante é inicialmente
classificado, ou seja, tem identificadas as contas da partida dobrada, quando então, é,
registrado no Diário.

No modelo de lançamento abaixo, é apresentado com o exemplo, a compra


de matéria-prima para a empresa, com pagamento sendo feito em dinheiro. Se a compra
fosse para pagamento posterior, a conta Caixa deveria ser substituída pela conta
Fornecedores.

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DIÁRIO

Data Histórico Débito Crédito

10.03 ESTOQUES 25.000


a CAIXA 25.000
Aquisição de chapas de ferro ABNT xxxx,
conf. NF 9.999 da Cia Ferrabras, pagto.
em dinheiro.

O Razão é um livro obrigatório, extremamente útil. Nele, os registros são


agrupados por conta. Por exemplo, todos os fatos referentes à conta “Estoques” estarão
juntos em uma mesma conta (possivelmente em uma mesma página) no RAZÃO. O Razão
é escriturado a partir do Diário, conforme exemplos a seguir:

CAIXA

Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C

Saldo anterior 100.000 D


10.03 Pag. NF 9.999 da Cia Ferrabras 25.000 75.000 D

ESTOQUES

Data Histórico Débito Crédito Saldo D/C

Saldo anterior 65.000 D


10.03 Aquisição Ref. A NF 9.999 da 25.000 90.000 D
Cia Ferrabrás

ABUNAHMAN, José Geraldo 14


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CAPÍTULO 4

AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

4.1 O Balanço Patrimonial

O Balanço Patrimonial é um resumo que apresenta, dentro de certa


ordenação, os saldos finais das contas do sistema patrimonial. O Balanço, em geral, é
apresentado em duas colunas. Na coluna esquerda estão as contas do Ativo, um dos
subsistemas de contas do sistema patrimonial. Na coluna direita, temos as contas do
Passivo e do Patrimônio Líquido, subsistemas que complementam o sistema de contas
patrimoniais.

O Balanço Patrimonial representa uma fotografia da situação do


patrimônio da empresa em certa data. No ativo, estão as aplicações dos recursos colocados
à disposição da empresa. O Passivo e o Patrimônio Líquido indicam a origem destes
recursos.

Importante: Todos os recursos que entram na empresa passam pelo Passivo


e/ou Patrimônio Líquido, sendo aplicados no Ativo.

4.2 Contas do Ativo

As contas do Ativo registram os tipos e finalidades das aplicações de


recursos feitas pela empresa, de modo a que se possa identificar as classes de bens e
direitos que integram o seu patrimônio.

4.2.1 Ativo Circulante

Bens e direitos realizáveis até o término do exercício social seguinte,


compreendendo as aplicações em disponibilidades (caixa, depósitos de retirada livre), bem
como, os direitos de crédito sobre clientes e outros devedores da empresa (duplicatas a
receber, contas a receber), os estoques de bens (mercadorias, produtos acabados, produtos
semi-elaborados, matérias-primas) e outros bens e valores.

4.2.2 Ativo Não Circulante

ABUNAHMAN, José Geraldo 15


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4.2.2.1 Realizável a Longo Prazo

Bens e direitos cuja realização ocorra após o término do exercício social


subseqüente à data do Balanço.

4.2.2.2 Investimentos

Como "Investimentos" são classificados as participações permanentes em


outras sociedades (coligadas ou controladas), os imóveis destinados à renda, os terrenos, as
obras de arte e outros bens não relacionados ao objeto social da empresa.

4.2.2.3 Imobilizado

O Ativo Imobilizado é constituído pelos bens corpóreos destinados a


manutenção das atividades da empresa. São os bens de uso permanente (imóveis, máquinas
e equipamentos, veículos, móveis e utensílios de escritório, obras em andamento,
benfeitorias em propriedade arrendadas, etc.). São considerados também os direitos sobre
recursos naturais ( minas, etc.).

4.2.2.4 Intangível

No intangível os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos


destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o
fundo de comércio adquirido. Bens intangíveis (incorpóreos) não possuem um corpo
físico, mas sim a característica de um direito de propriedade legalmente conferido ao seu
possuidor, como patentes, direitos autorais, marcas, gastos com desenvolvimento, etc.

A depreciação, amortização e exaustão acumuladas aparecerão como


parcelas subtrativas, dentro dos respectivos subgrupos a que se referirem.

4.3 Contas do Passivo

Deverão ser classificadas no Passivo todas as contas que registrem


obrigações assumidas pela empresa para com terceiros.

ABUNAHMAN, José Geraldo 16


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4.3.1 Passivo Circulante

Compreende as obrigações vencíveis até o término do exercício seguinte,


tais como as dívidas com fornecedores, instituições financeiras, encargos sociais e
tributários.

4.3.2 Passivo Não Circulante

4.3.3 Passivo Exigível a Longo Prazo

Registra as obrigações da empresa que tiverem, na data do Balanço, prazos


de pagamento superiores ao término de exercício seguinte.

4.4 Contas do Patrimônio Líquido

Fazem parte do Patrimônio Líquido as contas representativas do capital


social da empresa, as reservas constituídas e os prejuízos acumulados.

4.4.1 Capital Social

Deverá ser discriminado o montante do capital subscrito pelos sócios ou


acionistas e, por dedução, a parcela do capital ainda não integralizada.

4.4.2 Reservas de Capital

Compreende as reservas formadas com: ágio recebido na subscrição de


ações; doações e subvenções; e prêmios recebidos na emissão de debêntures.

4.4.3 Ajustes de Avaliação Patrimonial

Serão classificadas as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor


atribuído a elementos do ativo (pela adoção de padrões internacionais de contabilidade) e
do passivo em decorrência da sua avaliação a valor justo.

ABUNAHMAN, José Geraldo 17


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4.4.4 Reservas de Lucros

São as reservas constituídas com a apropriação dos lucros gerados pela


empresa. Podem ser determinadas por força de Lei (Reserva Legal), com base nos estatutos
da empresa (Reservas Estatutárias) ou por deliberação dos sócios ou acionistas (Reservas
para Contingências, Planos de Investimentos, Lucros a Realizar).

4.4.5 Prejuízos Acumulados

É o prejuízo da empresa no exercício. Representa a parcela de desgaste


sofrido pelo patrimônio no período, significando que as receitas geradas foram
insuficientes para cobrir os custos e despesas incorridas para obtenção de tais receitas.

Não havendo condições de absorção, os prejuízos acumulados deverão


figurar como parcela subtrativa no grupo do Patrimônio Líquido.

4.5 Estrutura do Balanço

Agora que já conhecemos o significado das principais contas do Ativo,


Passivo e Patrimônio Líquido, podemos esquematizar um modelo simples do Balanço
Patrimonial.

ABUNAHMAN, José Geraldo 18


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BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO PASSIVO
1. ATIVO CIRCULANTE 1. PASSIVO CIRCULANTE
DISPONÍVEL Fornecedores
Caixa
Encargos Sociais a Recolher
Bancos
Aplicações Financeiras Impostos a Pagar
DIREITOS REALIZÁVEIS NO CURTO PRAZO Receitas Antecipadas
Clientes
2. NÃO CIRCULANTE
ESTOQUES
2.1 PASSIVO EXIGÍVEL A L. PRAZO
Mercadorias
Financiamentos a Longo Prazo
Matérias-primas
DESPESAS ANTECIPADAS
3 . PATRIMÔNIO LÍQUIDO
3.1 CAPITAL SOCIAL
2. NÃO CIRCULANTE
Capital Subscrito
(-) Capital a realizar
2.1 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
3.2 RESERVAS DE CAPITAL
Outros valores a receber
Ágio na venda de ações

2.2 INVESTIMENTOS Doações e Subvenções

Participações Societárias
3.3 AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL
Reavaliação de Ativos e/ou Passivos
2.3 IMOBILIZADO
Imóveis de Uso 3.4 RESERVAS DE LUCROS
Máquinas e Equipamentos Reserva Legal
Móveis e Utensílios Reservas Estatutárias
Veículos Reservas para Contingências
(-) Depreciação Acumulada Reserva de Incentivos Fiscais
Reservas de Retenção de Lucros- para
2.4 INTANGÍVEL Investimentos
Marcas e Patentes Reservas de Lucros a Realizar
Gastos com desenvolvimento Reserva Especial de Dividendos

3.5 (-) Ações em Tesouraria

3.6 (-) Prejuízos Acumulados

ABUNAHMAN, José Geraldo 19


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

4.6 A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é um resumo que


apresenta, dentro de certa ordenação, os saldos finais dos movimentos das contas do
sistema de resultado. A DRE se refere sempre a um determinado período de apuração, em
geral, um mês ou um ano.

A DRE é apresentada em uma coluna simples, iniciando com a Receita


Bruta, demonstrando os Custos e Despesas incorridas, e finalizando com o Resultado do
período em questão. Existem diversos “pontos” de medida das receitas e dos resultados.

Assim, temos: as receitas bruta, líquida e operacional; os custos dos


produtos e serviços vendidos e as despesas com vendas, administrativas e financeiras; que
conduzem aos resultados bruto, operacional e líquido antes e após o IR.

4.7 Observações sobre a Estrutura das DRE(s)

É importante destacar a diferença entre receitas e encaixes de dinheiro. A


receita é registrada no momento da venda. Já o encaixe ocorre quando do efetivo
pagamento pelos(s) cliente(s). Uma empresa, portanto, pode ter receitas e, no entanto, ter
que tomar empréstimos por falta de caixa. O equilíbrio entre receitas e caixa é fruto de
políticas de vendas e cobrança adequadas.

A teoria e a legislação contábil brasileira recomenda a adoção do regime de


competência – regime contábil, no qual as receitas e despesas geradas num exercício são
contabilizadas independentemente dos seus efetivos recebimentos ou pagamentos.

4.8 A Estrutura do DRE

A Demonstração do Resultado do Exercício tem por objetivo apresentar a


formação do resultado do exercício, relacionando todas as receitas obtidas e os custos ou
despesas incorridos, segundo à sua natureza. Como já dissemos, do confronto entre as
receitas e custos do período resultará o lucro ou prejuízo das operações realizadas pela
empresa.

De acordo com a Lei n.° 6.404/76 e alterações da Lei 11.638/07, a


Demonstração do Resultado do Exercício terá a seguinte disposição:

ABUNAHMAN, José Geraldo 20


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

RECEITA OPERACIONAL BRUTA


Venda de Produtos ou Mercadorias
Prestação de Serviços
(-) Deduções e Tributos
Devoluções de Produtos ou Mercadorias
Abatimentos Concedidos Incondicionalmente
Tributos Incidentes sobre Vendas e Serviços
(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) Custos Operacionais
Custo dos Produtos ou Mercadorias Vendidos
Custo dos Serviços Prestadores
(=) RESULTADO BRUTO
(-) Despesas Operacionais
Despesas com Vendas
Despesas Gerais e Administrativas
Outras Despesas e Receitas
(=) RESULTADO ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO

RESULTADO FINANCEIRO
Despesas Financeiras
Receitas Finaceiras

(=) RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA C. SOCIAL


(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social
(=) RESULTADO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES NO LUCRO
(-) PARTICIPAÇÕES NO LUCRO
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

ABUNAHMAN, José Geraldo 21


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

4.9 Destinação do Resultado do Exercício

Apurado o lucro líquido do exercício, surge para a administração


empresarial um problema de capital importância: como distribuir o lucro?

As diversas formas de distribuição têm profundas repercussões na vida da


empresa e, por isso, qualquer decisão nesse sentido deverá ser cuidadosamente estudada.
Os lucros podem ter duas destinações principais:

a) Distribuição Direta - são as parcelas do lucro líquido que passam diretamente às mãos
dos sócios, quotistas ou acionistas, sob a forma de participação ou dividendos; e

b) Distribuição Indireta - são as parcelas do lucro líquido que permanecem retidas na


empresa, sob a forma de reservas ou lucros acumulados. Representam, portanto, um
reforço do capital da empresa.

Para as sociedades por ações, existem dispositivos legais que devem ser
observados na época da destinação dos lucros de cada exercício, dentre os quais
destacamos:

a) do lucro líquido do exercício, antes de qualquer destinação, deduzir-se-á uma parcela


de 5% para a formação da reserva legal;

b) parte do lucro pode ser destinada à formação de outras reservas, desde que devidamente
indicada, de modo preciso e completo, a sua finalidade;

b) o total das reservas de lucros não poderá ultrapassar o montante do capital social
realizado;

d) os diretores não poderão receber gratificações ou qualquer forma de participação nos


lucros da empresa, quando os acionistas não receberem um dividendo mínimo
obrigatório; etc.

Além das determinações legais, existem exigências estatutárias ou

ABUNAHMAN, José Geraldo 22


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

contratuais que prescrevem a forma de distribuição dos lucros da empresa, do mesmo


modo que, em determinadas circunstâncias, os órgãos da administração da empresa
poderão arbitrar a melhor maneira de se distribuírem os lucros obtidos.

A proporção ideal entre as parcelas dos lucros a serem distribuídos, direta


ou indiretamente, dependerá sempre de um exame aprofundado de cada caso. Em
princípio, nunca se deverá distribuir a totalidade dos lucros, sob pena de se descapitalizar a
empresa. No caso das sociedades por ações, a própria legislação impede tal possibilidade.
Pode-se dizer, então, que a destinação dos lucros deverá ser orientada no sentido de:

a) resguardar a estrutura econômico-financeira da empresa, possibilitando o


fortalecimento de seus capitais próprios; e

b) oferecer remuneração satisfatória aos sócios ou acionistas a uma taxa, se possível,


superior à taxa média de juros do mercado, considerando os riscos inerentes aos
negócios.

ABUNAHMAN, José Geraldo 23


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

CAPÍTULO 5

COMO INTERPRETAR UMA ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA


DOS DEMONSTRATIVOS CONTÁBEIS DE UMA EMPRESA

5.1 Introdução

Após estudados os conceitos e a estrutura das demonstrações contábeis


básicas, procederemos ao estudo da metodologia a ser seguida na interpretação dos dados
obtidos, sob dois aspectos principais: o financeiro e o econômico.

A análise econômico-financeira, ou simplesmente análise de balanço, tem


por objetivo a observação e o confronto dos elementos financeiros, econômicos e
patrimoniais da empresa, visando a sua interpretação, de modo a revelar os fatores
antecedentes e determinantes da situação atual e, também, para servir de ponto de partida
das previsões de seu comportamento futuro.

A fim de permitir uma correta interpretação dos dados contidos nas


demonstrações contábeis, é necessário proceder-se a certas retificações e reclassificações
de alguns valores nelas registrados. Para isso, é preciso conhecer-se as operações da
empresa e os objetivos da análise. Para quem e por que analisar?

Atualmente, com a padronização das demonstrações, definida de forma


clara e precisa, os demonstrativos contábeis estão praticamente prontos para serem
analisados, ficando os ajustes, porventura necessários, a critério de cada analista em função
dos objetivos da análise.

ABUNAHMAN, José Geraldo 24


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

5.2 PROCESSOS DE ANÁLISE

Conforme já ressaltado, a análise das demonstrações contábeis será sempre


orientada em função dos objetivos do analista.

Assim, a maior ou menor profundidade dos exames a serem procedidos


dependerá da finalidade que se tenha em vista alcançar. Em qualquer análise, entretanto,
terá que ser seguido um método de trabalho. Na literatura sobre análise de Balanços, são
citados vários métodos, dentre os quais destacamos:
a) Análise Vertical;
b) Análise Horizontal;
c) Análise por Quocientes.

5.2.1. Análise Vertical


Este método consiste no relacionamento dos valores de cada conta de um
grupo com o total do respectivo grupo, bem como do total de cada grupo com o montante
do Ativo, ou do Passivo e Patrimônio Líquido, em termos percentuais. Também será
aplicado em outras demonstrações, como, por exemplo, na Demonstração do Resultado do
Exercício, quando determinamos as relações percentuais entre cada tipo de receita e o total
das receitas do mesmo período; os custos em relação ao montante das receitas do exercício;
composição dos custos de produção e das despesas operacionais; e assim por diante.

Exemplos:

Demonstração do Resultado do Exercício R$ 1,00 %


Receita Operacional Líquida 20.000 100,0
Vendas de Produtos 15.000 75,0
Prestação de Serviços 5.000 25,0
Custo Operacional (9.000) (45,0)
Lucro Operacional 11.000 55,0
Despesas Operacionais (4.000) (20,0)
Lucro Líquido 7.000 35,0

ABUNAHMAN, José Geraldo 25


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

BALANÇO PATRIMOINIAL

ATIVO R$ 1,00 %
Circulante 50.000 47,6
Realizável a Longo Prazo 20.000 19,1
Imobilizado 35.000 33,3
TOTAL 105.000 100,0

PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ 1,00 %


Circulante 35.000 33,3
Não Circulante 25.000 23,8
Patrimônio Líquido 45.000 42,9
TOTAL 105.000 100,0

5.2.2 Análise Horizontal


A análise horizontal ou de evolução permite a avaliação do crescimento ou
diminuição dos componentes e do respectivo total, através de uma série histórica (vários
anos ou períodos sociais).
A análise horizontal implica, necessariamente, uma série de períodos iguais.
O instrumento utilizado para avaliação do crescimento monetário dos
componentes patrimoniais ou de resultados é conhecido por "número-índice".
O processo de cálculo para determinação dos números-índices é bastante
simples. Adota-se o índice 100 (cem) como representativo dos valores monetários do ano
que serve de base para confronto com os valores dos demais períodos. Por regra de três
simples e direta, calculam-se os números-índices correspondentes aos períodos que serão
confrontados com o período-base.
O período-base não será necessariamente o primeiro da série histórica. O
período-base deverá ser aquele em que a empresa tenha exercido sua atividade em
condições normais ou satisfatórias. Equivale dizer que o analista não deverá selecionar,
como período-base, um período social em que tenha ocorrido anormalidades (retração de
mercado; restrição de crédito).

ABUNAHMAN, José Geraldo 26


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

Ressalvadas as condições citadas, normalmente, em análise comparativa, o


primeiro exercício da série histórica é o escolhido para servir de base.
Exemplo:
EVOLUÇÃO DO ATIVO
PERÍODO 19X5/19X8
ANO-BASE: X5

Ano X5 X6 X7 X8

Item R$ 1,00 Índice R$ 1,00 Índice R$ 1,00 Índice R$ 1,00 Índice

Ativo Circulante 280.000 100 480.000 171 782.000 279 1.1000.000 393

Ativo Realizável a L.P. 40.000 100 84.000 210 68.000 170 100.000 250

Ativo Imobilizado 480.000 100 636.000 133 850.000 177 900.000 188

Ativo Total 800.000 100 1.200.000 150 1.700.000 213 2.100.000 263

5.2.3 Análise por Quocientes

A análise por quocientes visa estabelecer a relação entre dois valores de


naturezas diferentes, indicando quantas vezes um contêm o outro, ou a proporção de um
em relação ao outro.

Esse tipo de análise é adotado usualmente no estudo da capacidade


financeira da empresa e da rentabilidade dos investimentos.

A análise por quocientes permite evidenciar relações importantes,


principalmente quando se aplica na comparação entre várias demonstrações de anos ou
exercícios consecutivos, de uma mesma empresa.

5.3 ANÁLISE FINANCEIRA


A análise financeira tem como objetivo básico a mensuração da capacidade
da empresa em pagar as suas obrigações imediatas, a curto e longo prazos.

ABUNAHMAN, José Geraldo 27


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

Dentre os indicadores utilizados para a avaliação da capacidade financeira


das empresas, cumpre destacar os seguintes:

a) Liquidez:
- Corrente
- Seca
- Imediata
- Geral

b) Endividamento ou Estrutura de Capital:


- Grau de Endividamento
- Composição do Endividamento
- Garantia do Capital próprio ao Capital de Terceiros
- Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido

c) Atividade:
- Prazo médio de recebimento das vendas
- Prazo médio de renovação dos estoques
- Prazo médio de pagamento das compras
- Posicionamento da atividade
- Giro do ativo

5.3.1 Indicadores De Liquidez

Estes indicadores tem por objetivo avaliar a capacidade da empresa em


pagar suas obrigações. Esta capacidade de pagamento pode ser avaliada num longo prazo,
num curto prazo ou em prazo imediato.

5.3.1.1 Liquidez Corrente ou Comum

Este quociente destina-se a avaliar a capacidade da empresa para pagamento


de suas obrigações a curto prazo (até 12 meses da data do Balanço).

ABUNAHMAN, José Geraldo 28


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

O quociente de liquidez corrente ou comum é obtido pela divisão do Ativo


Circulante pelo Passivo Circulante:

LC = AC
PC

onde:
LC = Liquidez Corrente
AC = Ativo Circulante
PC = Passivo Circulante

Caso o quociente de liquidez corrente de uma empresa fosse igual a 1 (um),


diríamos que a empresa teria R$ 1,00 de recursos a curto prazo para pagar cada R$ 1,00 de
dívidas no mesmo período. Nessas condições, esse quociente deve ser, normalmente, maior
do que 1 (um), dando à empresa uma certa margem de segurança financeira.

5.3.1.2 Liquidez Seca

Como os estoques dependem, para a sua realização, de diversos fatores


(transformação em produto, venda à vista ou a prazo, etc.), os quais estão sujeitos a
imprevistos (retração de mercado, perecimento), alguns autores recomendam a avaliação
da capacidade da empresa em pagar suas dívidas sem contar com a venda de seus estoques.
É um verdadeiro "teste ácido", como alguns costumam denominar essa medida, já que,
para muitas empresas, pela natureza das suas operações, os estoques representam elemento
fundamental para sua estrutura financeira.

A liquidez seca de uma empresa é obtida mediante a divisão do montante do


ATIVO CIRCULANTE sem os ESTOQUES pelo total das OBRIGAÇÕES A CURTO
PRAZO (Passivo Circulante), ou seja:

LS = AC - ESTOQUES
PC

ABUNAHMAN, José Geraldo 29


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

Se a liquidez seca de uma empresa apresentasse, em determinado momento,


um quociente igual 1 (um), poderíamos dizer que a empresa independe, teoricamente, da
venda de seus estoques para fazer face ao pagamento de suas obrigações a curto prazo.

5.3.1.3 Liquidez Imediata

Este quociente mostra o quanto a empresa possui imediatamente para saldar


suas dívidas a curto prazo.

A Liquidez Imediata é obtida pela divisão do Ativo Disponível pelo Passivo


Circulante.

LI = Disponibilidades (Caixas, Bancos, Apl. Financ.)


PC

É um índice sem muito realce, pois relaciona dinheiro com obrigações que
vencerão em diversas datas.

5.3.1.4 Liquidez Geral

Este quociente é obtido da divisão do montante dos BENS E DIREIT05 A


CURTO E LONGO PRAZOS (Ativo Circulante + Ativo Realizável a Longo Prazo) pelo
TOTAL DAS EXIGIBILIDADES ( Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo):

LG = AC + ARLP
Onde: PC + PNC
LG = Liquidez Geral
AC = Ativo Circulante
ARLP = Ativo Realizável a Longo Prazo
PC = Passivo Circulante
PNC = Passivo Não Circulante

O quociente de liquidez geral destina-se a medir a capacidade financeira da


empresa para saldar a totalidade de seus compromissos. Assim, admite-se que, em
princípio, este quociente não deverá ser inferior a 1 (um), salvo em casos especiais, em que
a empresa não tenha comprometida sua estrutura financeira a curto prazo e, igualmente,
tenha perspectiva de recuperação de sua estabilidade financeira a longo prazo.

ABUNAHMAN, José Geraldo 30


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

Os quocientes de endividamento e liquidez, quando calculados com base em


um único Balanço, só poderão indicar, com certa segurança, a situação financeira da
empresa, se existirem padrões para seu setor de atividade. Tais padrões, todavia, são raros
em nosso País, por isso que se recomenda a observação desses indicadores apurados em
uma série histórica ( balanços sucessivos de uma mesma empresa - de três a cinco anos
consecutivos).

5.3.2 Indicadores de Endividamento:

Tem por objetivo avaliar o nível de endividamento da empresa.

5.3.2.1. Grau de Endividamento

Esse quociente serve para indicar o grau de utilização dos recursos de


terceiros obtidos pela empresa.

O indicador que expressa o grau de endividamento, normalmente utilizado,


é obtido pela relação entre o CAPITAL DE TERCEIROS (Passivo Circulante + Passivo
Não Circulante) e o montante dos INVESTIMENTOS (Ativo Total):

GE = PC + PNC
AT

Onde:

GE = Grau de Endividamento
PC = Passivo Circulante

PNC = Passivo Não Circulante

AT = Ativo Total

ABUNAHMAN, José Geraldo 31


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

Quanto menor o grau de endividamento, maior será a capacidade financeira


da empresa. Quanto maior o grau de endividamento, tanto menor será a sua capacidade
financeira.

Se o grau de endividamento for igual a 1 (um), por exemplo, indicará que o


Ativo da empresa está sendo financiado exclusivamente com recursos de terceiros, sendo
nulo o capital dos proprietários (Patrimônio Líquido) - (Fig. l).

Dependendo do tipo de atividade da empresa, um grau de O,5 pode ser


considerado aceitável em termos de distribuição de recursos próprios e de terceiros
aplicados no Ativo da empresa. (Fig. 2).

Figura 1

ATIVO CAPITAL
GE = PC + PNC = 1,0
TOTAL DE AT

TERCEIROS

Figura 2

CAPITAL

DE TERCEIROS
ATIVO
GE = PC + PNC = 0,5
TOTAL CAPITAL AT
PRÓPRIO

ABUNAHMAN, José Geraldo 32


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

Para o analista, é relevante a análise comparativa do grau de endividamento


de uma série de três a cinco períodos ou exercícios para a avaliação da tendência histórica
da empresa.

5.3.2.2 Composição do Endividamento

Determina como é composto o endividamento da empresa demonstrando


qual a parcela de obrigações que vencerão no curto e no longo prazo.

Este quociente é obtido pela divisão do Passivo Circulante pelo total das
EXIGIBILIDADES (Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo).

CE = PC
PC + PNC

5.3.2.3 Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros:

Este quociente é obtido da divisão do montante dos Capitais Próprios pelo


total das Exigibilidades.

GCP = PL
PC + PNC

Determina quanto a empresa possui de recursos próprios como garantia aos


recursos de terceiros aplicados no negócio.

5.3.2.4 Imobilização do Patrimônio Líquido

Este quociente mostra qual a proporção das imobilizações efetuadas pela


entidade no Ativo Permanente, em relação ao Patrimônio Líquido.

É obtido pela fórmula:

ABUNAHMAN, José Geraldo 33


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

I PL = Imobilizado + Investimentos + Intangível


Patrimônio Líquido

Outro aspecto importante evidenciado é a existência ou não de dependência


de Capitais de Terceiros para financiar o Ativo Circulante. Se todo o Patrimônio Líquido
da entidade for utilizado para financiar o Ativo Permanente, significará que o Ativo
Circulante e o Realizável a Longo Prazo foram financiados somente com recursos de
terceiros, fato que, em princípio, não corresponde a situação favorável.

É sempre conveniente que este quociente seja inferior a 1 (um), caso em que
indicará que o Patrimônio Líquido é suficiente para cobrir as imobilizações efetuadas pela
entidade. Em outros termos, a entidade não imobilizou todo o Capital Próprio e a diferença
será carreada para o Ativo Circulante e para o Ativo Realizável a Longo Prazo.

É perfeitamente aceitável que as entidades invistam maior parte do


Patrimônio Líquido no Ativo Permanente e uma menor parte no Ativo Circulante. Isso
ocorre porque conseguir os recursos necessários para financiar o Ativo Permanente é mais
difícil, além do que não é aconselhável utilizar Capitais de Terceiros de Curto Prazo para
financiar o Ativo Permanente, pois o retorno do investimento no Permanente normalmente
se dá a longo prazo.

5.3.3 Indicadores de Atividade

Estes indicadores determinam quantos dias a empresa leva, em média, para


receber suas vendas, para pagar suas compras e para renovar seus estoques.

Para fins de análise, quanto maior for a velocidade de recebimento das


vendas e de renovação dos estoques, melhor. Por outro lado, quanto mais lento for o
pagamento das compras, desde que não corresponda a atrasos, melhor.

5.3.3.1 Prazo Médio de Recebimento das Vendas

Indica o número de dias em média que a empresa leva para receber suas
vendas.

ABUNAHMAN, José Geraldo 34


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

É obtido através da seguinte divisão:

PMRV = Clientes x 360


Receita Operacional Líquida

5.3.3.2 Prazo Médio de Renovação Dos Estoques

Este indicador demonstra, em média, quantos dias a empresa leva para


vender seus estoques.

É obtido através da seguinte divisão:

PMRE = Estoque x 360


Custo das Mercadorias Vendidas

5.3.3.3 Prazo Médio de Pagamento das Compras

Indica, em média, quanto tempo a empresa leva para pagar suas compras.

É obtido através da seguinte fórmula:

PMPC = Fornecedores x 360


Compras

Um problema que surge para o cálculo deste indicador é o valor das


COMPRAS, já que o D.R.E. não o destaca, mas apenas o valor do CMV.

Em uma empresa comercial, podemos apurar o total de compras da seguinte


forma:
CMV = EI + C - EF

Numa empresa industrial, a dificuldade em se apurar o valor das compras se


acentuará, uma vez que surgem no cálculo do CPV (publicado no DRE) os Gastos Gerais
de Fabricação (GGF), tais como: mão-de-obra direta, outros custos diretos de fabricação e
os custos indiretos de fabricação.

CPV = EI + C + GGF - EF

ABUNAHMAN, José Geraldo 35


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

Neste caso, o ideal seria conseguir junto à empresa o valor das compras do
período em análise.

5.3.3.4 Posicionamento da Atividade

Este quociente demonstra se o tempo necessário ao ciclo operacional da


empresa está adequado ao Prazo Médio de Pagamento de suas compras.

COMPRA PMRE VENDA PMRV RECEBIMENTO

DA MERCADORIA DA MERCADORIA DA VENDA

CICLO OPERACIONAL

Se somarmos PMRE + PMRV, o resultado aproxima-se bastante do ciclo


operacional da empresa, ou seja, o tempo para se comprar a matéria-prima, para produzir,
para colocar a produção e para o recebimentos das vendas.

Este indicador é obtido pela seguinte formula:

PA = PMRE + PMRV
PMPC

O resultado ideal para esta divisão é PA ≤ l, pois desta forma, a empresa


poderia vender e receber a mercadoria adquirida para depois liquidá-la junto ao fornecedor.

5.3.3.5 Giro do Ativo

Este quociente evidencia quanto a entidade vendeu para cada real de


investimento total.

É obtido pela fórmula:

ABUNAHMAN, José Geraldo 36


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

Receita Operacional Líquida


Ativo Total

Quanto maior for o "giro" do Ativo pelas vendas, maior deverá ser a taxa de
lucro.

Por isso, é aconselhável manter o Ativo a um mínimo necessário. Ativos


ociosos, grandes investimentos em Estoques prejudicam o "giro" do Ativo e,
consequentemente, a rentabilidade.

Há empresas que, pelas suas características, têm um giro lento, como é o


caso de usinas hidrelétricas, do metrô, de siderurgias etc., que precisam de vários anos para
vender o equivalente a uma vez o seu Ativo.

Há outras empresas, entretanto, que, sem a necessidade de grandes


investimentos, apresentam um giro mais ágil, como é o caso de um supermercado e de
grande parte das empresas comerciais.

5.4 ANÁLISE ECONÔMICA

A análise econômica visa a avaliar o rendimento obtido pela empresa em


determinado período, geralmente, em cada exercício social.

Os indicadores que expressam o rendimento baseiam-se no capital investido


na atividade econômica ou no volume monetário da receita derivada das vendas de
produtos, mercadorias ou da prestação de serviços.

As informações contábeis para a avaliação do rendimento estão contidas na


Demonstração do Resultado do Exercício e, em alguns casos, na Demonstração de Lucros
ou Prejuízos Acumulados.

Em análise contábil, costuma-se denominar “lucratividade” quando o


rendimento é relacionado com o volume monetário de vendas.

ABUNAHMAN, José Geraldo 37


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

Quando a relação for entre o rendimento e os capitais aplicados pela


empresa, a análise se diz “rentabilidade”.

LUCRATIVIDADE ⇒ Visão da Empresa


RENTABILIDADE ⇒ Visão do Acionista

Os principais indicadores de análise econômica são os seguintes:

a) Indicadores de Lucratividade
- Lucratividade Bruta (ou Margem Bruta)
- Lucratividade Operacional (ou Margem Operacional)
- Lucratividade Final ( ou Margem Líquida)

b) Indicadores de Rentabilidade
- Taxa de Retorno sobre o Investimento (TRI)
- Taxa de Retorno sobre o Investimento Operacional (TRIO)
- Taxa de Retorno do Patrimônio Líquido

5.4.1 Indicadores de Lucratividade

Determinam o rendimento obtido pela empresa em relação ao volume


monetário de sua receita.

5.4.1.1 Indicador de Lucratividade Bruta ou Margem Bruta

Este indicador demonstra a capacidade da empresa em absorver seus custos


operacionais, , determinando a percentagem de cada unidade monetária da Receita
Operacional que restou após a empresa ter pago suas mercadorias ou coberto o custo pelos
serviços prestados.

A Lucratividade Bruta (ou Margem Bruta) é obtida pela seguinte fórmula:

LB= Lucro Bruto x 100


Receita Operacional Líquida

ABUNAHMAN, José Geraldo 38


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

5.4.1.2 Indicador de Lucratividade Operacional ou Margem Operacional

Identifica o desempenho operacional da empresa medido em função de


valores efetivamente utilizados em suas operações normais. É a lucratividade obtida em
suas atividades operacionais.

A Lucratividade Operacional (ou Margem Operacional) é determinada pela


seguinte divisão:

LO= Lucro Operacional x 100


Receita Operacional Líquida

5.4.1.3 Indicador Lucratividade Final ou Margem Líquida

Este indicador tem por finalidade identificar a eficiência global da empresa


demonstrando a parcela da Receita Operacional Líquida que ficou na empresa sob a forma
de lucros, sendo o restante utilizado para cobrir custos e despesas incorridas na atividade
empresarial.
É o lucro final da empresa em relação às suas vendas.
A Lucratividade Final (ou Margem Líquida) é obtida através da seguinte
fórmula:

LF= Lucro Líquido x 100


Receita Operacional Líquida

As taxas de lucratividade são instrumentos úteis para interpretação do


desempenho econômico da empresa. O analista deve estabelecer o confronto desses
indicadores com os revelados por outras empresas do mesmo setor e, se possível, com a
média setorial.

Depende da apreciação de uma série de fatores e condições para verificação

ABUNAHMAN, José Geraldo 39


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

se a taxa de lucratividade é satisfatória, normal ou insuficiente.

Assim, recomendamos a análise comparativa das taxas de lucratividade:

a) de vários exercícios ou períodos


b) de empresas competidoras
c) com a média do setor em que se situa a. empresa sob exame.

5.4.2 Indicadores de Rentabilidade

Os Indicadores de Rentabilidade determinam o rendimento obtido pela


empresa em relação ao volume de capitais aplicados no negócio.

5.4.2.1 Taxa de Retorno sobre Investimentos (ou Rentabilidade do Ativo)

Também conhecida por ROI (Return on Investiment) demonstra a eficiência


global da empresa em obter lucros com seus ativos disponíveis. É a rentabilidade do ponto
de vista da empresa, pois mede o seu poder de ganho.

A Rentabilidade do Ativo é medida pela seguinte divisão:

TRI = Lucro Líquido x 100


Ativo Total

Esta TRI pode ser calculada de uma outra forma, utilizando-se o "Método
DU PONT".

O "Método DU PONT" permite à empresa dividir sua TRI em um


componente de lucro sobre vendas e um componente de eficiência do ATIVO, ou seja:

ABUNAHMAN, José Geraldo 40


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

a) Margem de Lucro Líquido: significa quantos centavos de cada real de


venda restaram após a dedução de todas despesas. Evidentemente que,
quanto maior a margem, melhor.

MARGEM DE LUCRO = Lucro Líquido X 100


Rec. Operac. Líquida

b) Giro do Ativo: significa a eficiência com que a empresa utiliza os seus


Ativos, com o objetivo de gerar vendas. Quanto mais for vendido, mais eficientemente os
Ativos são utilizados.

GIRO DO ATIVO = Rec. Oper. Líquida


Ativo Total

TRI = Margem Líquida X Giro do Ativo

Lucro Líquido = Lucro Líquido x Rec. Oper. Líquida


Ativo Total Rec. Op. Líquida Ativo Total

Lucro Líquido = TRI


Ativo Total

Normalmente, uma empresa com baixa margem líquida tem um alto giro
dos ATIVOS TOTAIS, que resulta num retorno razoavelmente bom sobre o investimento.
Porém, muitas vezes ocorre o inverso. A relação entre os dois componentes do "Método
DU PONT" dependerá, em grande parte, do setor econômico onde a empresa opera.
Assim, conforme a característica de cada empresa, o ganho poderá ocorrer
numa concentração maior sobre o Giro ou sobre a Margem de Lucro.

4.2.2 Taxa de Retorno sobre o Investimento Operacional

ABUNAHMAN, José Geraldo 41


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

Este indicador determina a eficiência da empresa em obter lucros apenas


com seus investimentos operacionais.
É a rentabilidade obtida pela empresa considerando somente sua atividade
principal, isto é, aquela resultante do ramo de negócio da empresa.

É obtida pela seguinte fórmula:

TRIO = Lucro Operacional x 100


Ativo Operacional

Obs.: Ativo Operacional = Ativo Circulante + Imobilizado + Intangível

5.4.2.3 Taxa de Retorno do P.L. (ou Rentabilidade do Capital Próprio)

Os recursos aplicados nos ativos das empresas originam-se de fontes


internas (proprietárias) e externas (terceiros).

Os recursos cedidos pelos proprietários da empresa são denominados


Capitais Próprios ou Patrimônio Líquido. Os provenientes de terceiros são conhecidos
como Capitais de Terceiros ou Passivo (Circulante e Exigível a Longo Prazo).

O objetivo básico das empresas é a produção e/ou comercialização de bens


ou serviços, de forma a proporcionar uma remuneração justa do capital investido.

Assim, os empresários se dedicam ao desenvolvimento de suas atividades


para obtenção de uma remuneração que satisfaça à aplicação do seu capital.

Para se ter uma medida de avaliação da remuneração do capital aplicado por


acionistas ou cotistas, em determinado empreendimento, importa estabelecer a relação
entre o RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO e os CAPITAIS PRÓPRIOS
(Patrimônio Líquido).

ABUNAHMAN, José Geraldo 42


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

A Taxa de Retorno do Patrimônio Líquido indica a rentabilidade do ponto


de vista dos proprietários ou acionistas, pois mede o seu poder de ganho.

Este indicador determinará quanto tempo, em média, os proprietários


levarão para recuperar seus investimentos.

É obtido pela seguinte fórmula:

TRPL = Lucro Líquido x 100


PL

ABUNAHMAN, José Geraldo 43


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

5.5 COMO PREVER FALÊNCIAS

Stepphen Charles Kanitz, professor Livre-Docente em Ciências Contábeis


da FEA/USP, desenvolveu um modelo muito interessante de como prever falências , por
meio de tratamento estatístico de índices financeiros de algumas empresas que realmente
faliram.

O modelo consiste em encontrar o "Fator de Insolvência" da empresa em


análise. A fórmula do Fator de Insolvência é o resultado da ponderação dos índices de
rentabilidade do patrimônio, liquidez geral, liquidez seca, liquidez corrente e a participação
dos capitais de terceiros em relação aos capitais próprios, com fatores estatísticos próprios.

Como calcular o Fator de Insolvência:

X1 = Lucro Líquido x 0,05 X2 = Liquidez Geral x 1,65


Patrimônio Líquido

X3 = Liquidez Seca x 3,55 X4 = Liquidez Corrente x 1,06

X5 = Exigível Total x 0,33


Patrimônio Líquido

FATOR DE INSOLVÊNCIA = X1 + X2 + X3 - X4 - X5

ABUNAHMAN, José Geraldo 44


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

Para facilitar a avaliação da situação de uma empresa com base no valor


obtido pelo "Fator de Insolvência", elabora-se o "Termômetro de Insolvência", que
apresenta variações abaixo e acima de zero. Os valores abaixo de (-) 3 indicam que a
empresa se encontra numa situação que poderá levá-la à falência. De zero a (-) 3: "área de
penumbra" , ou seja, numa área em que a indicação do fator de insolvência não é suficiente
para determinar a situação da empresa. Acima de zero indica que a empresa é solvente e
quanto maior for este índice melhor é a sua situação.

Termômetro da Insolvência
Stephen Charles Kanitz

Solvente

Penumbra

Insolvente

CONCLUSÃO

Como interpretar em conjunto os quocientes. Este é um dos aspectos básicos


da análise de Balanços. Nenhuma fórmula ou "receita de bolo" ou quadro especial, etc., irá
substituir o julgamento e a arte de cada analista em cada caso. Cada empresa é uma
individualidade e como tal deve ser analisada.

O que se pode formar, através da apreciação conjunta dos quocientes, na


maioria das vezes, é uma opinião de conjunto, mais do que um "veredicto".

O equilíbrio e a ponderação devem ser as características dominantes do


analista.

ABUNAHMAN, José Geraldo 45


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

5.6 ESTUDO DE CASO

Supondo, agora, o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado de


determinada empresa comercial:

BALANÇO PATRIMONIAL
Cia Alfa S/A (Em R$ 1,00)
ATIVO 31/12/19X6 31/12/19X5

CIRCULANTE 625.543 520.904

Disponível 55.198 57.475


Clientes 131.070 200.929
Estoques 439.275 262.500

NÃO CIRCULANTE 376.112 225.957


Realizável a Longo Prazo 26.271 25.005
Investimentos 30.378 50.585
Imobilizado 290.302 141.852
Intangível 29.161 8.515
TOTAL DO ATIVO 1.001.655 746.861

PASSIVO
CIRCULANTE 443.819 293.901
Fornecedores 58.709 44.010
Empréstimos e Financiamentos 272.152 188.379
Provisão para IR e Contribuição Social 54.756 34.290
Dividendos a pagar 58.202 27.222
NÃO CIRCULANTE 4.724 35.581
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 4.724 35.581
Empréstimos e Financiamentos 2.906 32.461
Outras Contas a pagar 1.818 3.120

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 553.112 417.379


Capital Social 304.480 228.360
Reserva de Luvros 248.632 189.019
TOTAL PASSIVO + PL 1.001.655 746.861

ABUNAHMAN, José Geraldo 46


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


Cia Alfa S/A (Em R$ 1,00)
31/12/19X6 31/12/19X5

RECEITA OPERACIONAL BRUTA 3.587.129 2.154.307

(-) Deduções (420.600) (330.200)

= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 3.166.529 1.824.107

(-) Custo das Mercadorias Vendidas (2.345.843) (1.336.125)

= LUCRO BRUTO 820.686 487.982

(-) Despesas Operacionais:

Vendas (483.705) (305.407)

Administrativas (113.245) (77.445)

Financeiras (2.359) (1.081)

(=) LUCRO OPERACIONAL 221.377 104.049

(+/-) Receita/Despesa não Operacional 8.832 41.507

(=) LUCRO ANTES DO IR E C. SOCIAL 230.209 145.556

(-) Provisão para IR e Contribuição Social (54.756) (34.290)

(=) LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO 175.453 111.266

ABUNAHMAN, José Geraldo 47


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

Vamos, agora, aplicar as análises vertical e horizontal sobre estes demonstrativos.

BALANÇO PATRIMONIAL (Já reclassificado)


Cia Alfa S/A (Em R$ 1,00)
ATIVO X5 A.V. A.H. X6 A.V. A.H.

CIRCULANTE 520.904 70 100 625.543 62 120

Disponível 57.475 8 100 55.198 5 96


Clientes 200.929 27 100 131.070 13 65
Estoques 262.500 35 100 439.275 44 167

NÃO CIRCULANTE 225.957 30 100 376.112 38 174


Realizável a LP 25.005 3 100 26.271 2 105
Investimentos 50.585 7 100 30.378 3 60
Imobilizado 141.852 19 100 290.302 30 205
Intangível 8.515 1 100 29.161 3 343
TOTAL DO ATIVO 746.861 100 100 1.001.655 100 134

PASSIVO
CIRCULANTE 293.901 39 100 443.819 45 151
Fornecedores 44.010 6 100 58.709 6 133
Empr. e Financ. 188.379 25 100 272.152 27 144
Provisão para IR e CS 34.290 4 100 54.756 5 160
Dividendos a pagar 27.222 4 100 58.202 6 214
NÃO CIRCULANTE 35.581 5 4.724 - 13
EXIGÍVEL A LP 35.581 5 100 4.724 - 13
Empr. e Financ. 32.461 4 100 2.906 - 9
Outras Contas a pagar 3.120 - 100 1.818 - 58

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 417.379 56 100 553.112 55 132


Capital Social 228.360 29 100 304.480 28 133
Reserva de Lucros 189.019 2 100 248.632 2 131
TOTAL PASSIVO + PL 746.861 100 100 1.001.655 100 134

ABUNAHMAN, José Geraldo 48


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO


Cia Alfa S/A (Em R$ 1,00)
X5 A.V. A.H. X6 A.V. A.H.

RECEITA BRUTA 2.154.307 100 100 3.587.129 100 166

(-) Deduções (330.200) 15 100 (420.600) 12 127


(=) VENDAS LÍQUIDAS 1.824.107 85 100 3.166.529 88 173
(-) CMV (1.336.125) 62 100 (2.345.843) 65 175
(=) LUCRO BRUTO 487.982 23 100 820.686 23 168
(-) Despesas Operacionais: (383.933) 18 100 (599.309) 17 156
Vendas (305.407) 14 100 (483.705) 13 158
Administrativas (77.445) 4 100 (113.245) 3 146
Financeiras (1.081) - 100 (2.359) - 218
(=) LUCRO OPERACIONAL 104.049 5 100 221.377 6 213
(+/-) Receita/Desp.não Operac. 41.507 2 100 8.832 - 21
(=) LUCRO antes IR e CS 145.556 7 100 230.209 6 158
(-) Provisão para IR (34.290) 2 100 (54.756) 1 160
(=) LUCRO LÍQUIDO 111.266 5 100 175.453 5 158

Na análise vertical elaborada sobre o Balanço Patrimonial do Exercício de


19X6, alguns dados são importantes:

a) A empresa investe em proporção maior no Ativo Circulante (62%) e em


proporção menor no Não Circulante (38%), situação típica de uma
empresa comercial;

b) No Ativo Circulante, as aplicações se concentram em Estoques (44%).


Comparando com outras empresas do mesmo setor, saberemos se os
nossos investimentos em Estoques são maiores que nossos concorrentes;

c) No Passivo, as obrigações da empresa são exclusivamente de curto prazo


(45%), podendo acarretar problemas futuros de liquidez. De X5 para X6,
houve um aumento das obrigações a curto prazo e uma diminuição das
obrigações de longo prazo;

ABUNAHMAN, José Geraldo 49


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

d) O PL representa 55% dos recursos aplicados na empresa demonstrando


que a empresa utiliza mais recursos próprios do que de terceiros;

e) No Ativo Circulante, houve uma queda de X5 para X6 nos itens


Disponível e Clientes, enquanto os Estoques aumentaram sensivelmente;

f) No Ativo Permanente, houve uma redução do item Investimentos de X5


para X6 e um aumento do Imobilizado, indicando que a empresa
preferiu investir em itens operacionais, ou melhor, fazer aplicações que
contribuam para a manutenção da atividade operacional da empresa.

Através da análise vertical no D.R.E., podemos concluir:


a) O aumento nas vendas líquidas de X5 para X6, foi auxiliado pela redução
das Deduções de Vendas, entretanto o Lucro Bruto manteve-se nos
mesmos níveis anteriores devido ao aumento dos Custos das
Mercadorias Vendidas;

b) Verifica-se um aumento no Lucro Operacional de X5 para X6 devido a


redução das despesas operacionais;

c) O aumento do Lucro operacional não refletiu no Lucro Líquido que se


manteve no mesmo nível anterior, pois houve redução nas receitas não
operacionais.

Na análise horizontal realizada sobre o Balanço Patrimonial podemos ainda


concluir que:

a) O aumento do Ativo Circulante de X5 para X6 foi de 20% e dentro deste


grupo os Estoques apresentaram um crescimento de 67%, confirmando a
disposição da empresa em diminuir as aplicações de recursos nos itens
Disponível e Clientes e aumentar suas aplicações em estoques;

ABUNAHMAN, José Geraldo 50


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

b) a evolução do Ativo Não Circulante foi de 74% resultante de uma


redução na aplicação de recursos no item Investimentos na ordem de
40% e um aumento no Imobilizado (105%) e no Intangível (243%),
confirmando a intenção da empresa em aumentar as aplicações em itens
operacionais;

c) o Passivo Circulante sofreu uma evolução na ordem de 51%, sendo que


o item Empréstimos teve o crescimento no período de 44%, indicando
que a empresa vem utilizando cada vez mais recursos bancários de curto
prazo no seu financiamento; e

d) no Passivo Exigível a Longo Prazo identificamos uma expressiva queda


da ordem de 87% nas obrigações de longo prazo, confirmando o que foi
apontado na análise vertical, ou seja, um concentração das dívidas no
curto prazo.

Na análise horizontal da D.R.E., observamos que as vendas líquidas


cresceram de X5 para X6 em 73%, enquanto o lucro líquido cresceu em apenas 58%,
devido ao aumento do CMV e a redução das receitas não operacionais.

Desta forma, a empresa deverá convergir sua atenção, principalmente, para


aqueles dois itens, pois eles são responsáveis pelo atrofiamento no crescimento do Lucro
Líquido.

Vamos, agora, aplicar os indicadores de análise financeira:

a) Liquidez Corrente:

LC = AC
PC

X5 ⇒ LC = 520.904 = 1,77
293.901
X6 ⇒ LC = 625.543 = 1,41
443.819

ABUNAHMAN, José Geraldo 51


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

Verifica-se, nessa relação, que em X6 a empresa dispõe de R$ 1,41 a curto


prazo para pagar cada R$ 1,00 de obrigações também a curto prazo.

Em X5, a relação é de R$ 1,77 para cada R$ 1,00 de obrigações.

Embora o Índice de Liquidez tenha demonstrado, de X5 para X6, uma


sensível queda na capacidade de pagamento da empresa, a mesma ainda tem condições de
saldar seus compromissos.

PASSIVO
CIRCULANTE 1,00
1,41 ATIVO
CIRCULANTE
PASSIVO NÃO CIRCULANTE

ATIVO NÃO CIRCULANTE PATRIMÔNIO LÍQUIDO

b) Liquidez Seca:

LS = AC - ESTOQUES
PC

X5 ⇒ LS = 520.904 – 262.500 = 0,88


293.901

X6 ⇒ LS = 625.343 – 439.275 = 0,42


443.819

Houve uma queda na L.S. de X5 para X6, indicando que a empresa depende
ainda mais da venda dos seus estoques para pagar suas dívidas. Em X6, sem os estoques,
ela só paga 42% das obrigações.

ABUNAHMAN, José Geraldo 52


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

Nem sempre a L.S. baixa é sinal de situação financeira apertada. Um


supermercado, por exemplo, cujo investimento em ESTOQUE é muito alto, onde não há
CONTASA RECEBER (só vende à vista) só pode ter L.S. < 1,00.

Para determinarmos se a relação é favorável, devemos proceder a uma


análise setorial.

DISPONIBILIDADES + PASSIVO
0,42 DIREITOS A CURTO PRAZO CIRCULANTE 1,00

PASSIVO NÃO CIRCULANTE


ESTOQUES

ATIVO NÃO CIRCULANTE

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO


PL
INVESTIMENTOS

IMOBILIZADO

INTANGÍVEL

c) Liquidez Geral:

LG = AC + ARLP
PC + PNC

X5 ⇒ LG = 520.904 + 25.005 = 1,66


293.901 + 35.585

X6 ⇒ LG = 625.543 + 26.271 = 1,45


443.819 + 4.724

Em X6, a empresa apresenta um quociente acima de 1 (um), indicando sua


capacidade de pagamento de todas as dívidas, a curto e longo prazo, dispondo de R$ 1,45
para cada R$ 1,00 de exigibilidades.
Em X5, a relação era de R$ 1,66 para cada R$ 1,00,

ABUNAHMAN, José Geraldo 53


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

Embora a L.G. tenha demonstrado uma sensível queda de um ano para


outro, o indicador ainda apresenta-se favorável.

1,45 PASSIVO 1,OO


ATIVO CIRCULANTE
CIRCULANTE
ATIVO PASSIVO
NÃO CIRCULANTE
NÃO CIRCULANTE

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

INVESTIMENTOS PL
IMOBILIZADO
INTANGÍVEL

d) Liquidez Imediata:

LI = DISPONIBILIDADES
PC

X5 ⇒ LI = 57.475 = 0,20
293.901

X6 ⇒ LI = 55.198 = 0,12
443.819

Somente com seus recursos disponíveis (caixa, bancos e aplicações


financeiras) a empresa não consegue pagar suas obrigações de curto prazo.

ABUNAHMAN, José Geraldo 54


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

e) Grau de Endividamento:

GE = PC + PNC
AT

X5 ⇒ GE = 293.901 + 35.581 = 0,44 ou 44%


746.861

X6 ⇒ GE = 443.819 + 4.724 = 0,45 ou 45%


1.001.655

Esta situação indica que, em X6, a cada R$ 1,00 aplicado pela empresa no
seu ATIVO TOTAL, R$ 0,45 originam-se de terceiros. Em outras palavras, 45% dos
recursos utilizados pela empresa são de origem externa, portanto, 55 % dos capitais
aplicados pertencem aos proprietários (sócios ou acionistas).

Embora tenha havido um pequeno acréscimo no endividamento de X5 para


X6, pode-se dizer que a situação é favorável.

ATIVO PASSIVO
45%
CIRCULANTE CIRCULANTE

ATIVO
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
100% NÃO CIRCULANTE

RALIZÁVEL A LONGO PRAZO

55%
INVESTIMENTOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO

IMOBILIZADO

INTANGÍVEL

ABUNAHMAN, José Geraldo 55


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

f) Composição do Endividamento:

CE = PC .
PC + PNC

X5 ⇒ CE = 293.901 = 0,89 ou 89%


293.901 + 35.581

X6 ⇒ CE = 443.819 = 0,99 ou 99%


443.819 + 4.724

Observa-se que em X6, 99% dos capitais de terceiros (dívidas) vencerão


no curto prazo.

A empresa opera praticamente com dívidas de curto prazo. Esta situação é


totalmente desfavorável, prejudicando a liquidez corrente da empresa.

g) Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros:

GCP = PL .
PC + PNC

X5 ⇒ G.C.P. = 417.379 = 1,27


293.901 + 35.581

X6 ⇒ G.C.P. = 553.112 = 1,23


443.819 + 4.724

Verificamos que, em X6, para cada R$ 1,00 de capitais de terceiros


aplicados no negócio há R$ 1,23 do capital próprio como garantia, o que demonstra ainda
uma situação confortável embora inferior a X5.

ABUNAHMAN, José Geraldo 56


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

h) Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido:

IPL = INVEST + IMOB + INTANG .


. PATRIMÔNIO LÍQUIDO

X5 ⇒ IPL = 50.585 + 141.852 + 8.515 = 0,48


417.379

X6 ⇒ IPL = 30.373 + 290.302 + 29.261 = 0,63


553.112

Estes quocientes indicam que houve um aumento na imobilização do capital


próprio de X5 para X6. Entretanto, a empresa em análise ainda possui folga financeira para
financiar com recursos próprios o Ativo Circulante e o Ativo Não Circulante, evitando que
a entidade dependa totalmente de capitais de terceiros para financiar o seu giro comercial.
Em X6, de cada real de capital próprio, a empresa imobilizou R$ 0,63.

i) Prazo Médio de Recebimento das Vendas:

PMRV = CLIENTES x 360


RECEITA LÍQUIDA

X5 ⇒ PMRV = 200.929 x 360 = 40 dias


1.824.107

X6 ⇒ PMRV = 131.070 x 360 = 15 dias


3.166.529

Em X6 a empresa leva, em média, 15 dias para receber suas vendas, contra


40 dias em X5, o que demonstra uma situação bem mais favorável.

ABUNAHMAN, José Geraldo 57


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

j) Prazo Médio de Renovação dos Estoques:

PMRE = ESTOQUE x 360


CMV

X5 ⇒ PMRE = 262.500 x 360 = 71 dias


1.336.125

X6 ⇒ PMRE = 439.275 x 360 = 67 dias


2.345.843

A empresa leva, em média, 67 dias para renovar (vender) seu estoque.


Em relação ao ano de X5 houve uma melhora com a diminuição de 4 dias
no prazo de renovação do estoque.

k) Prazo Médio de Pagamento das Compras:

PMPC = FORNECEDORES x 360


COMPRAS

Podemos apurar o valor das compras da seguinte forma:

CMV = EI + C - EF

2.345.843 = 262.500 + C – 439.275


Compras = 2.522.618

PMPC = 58.709 x 360 = 8 dias


2.522.618

Em X6 a empresa compra praticamente à vista.

ABUNAHMAN, José Geraldo 58


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

l) Posicionamento da Atividade:

PA = PMRE + PMRV
PMPC

X6 ⇒ PA = 67 + 15 = 10
8

Em X6, a empresa leva 67 dias para vender as mercadorias, 15 dias para


receber o valor da venda e paga seus fornecedores com 8 dias. Resultado totalmente
desfavorável.

Compra Venda Recebimento


67 dias 15 dias
da da da
Mercadoria Mercadoria Venda

Ciclo Operacional = 82 dias

m) Giro do Ativo:

GA = RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA .


ATIVO TOTAL

X5 ⇒ GA = 1.824.107 = 2,44
746.861

X6 ⇒ GA = 3.166.529 = 3,16
1.001.655

Este quociente demonstra que, em X6, a empresa vendeu o equivalente a


3,16 vezes o seu Ativo contra 2,44 vezes em X5. O que demonstra maior eficiência do
Ativo em produzir receitas.

ABUNAHMAN, José Geraldo 59


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

Agora, os indicadores da Análise Econômica:

n) Lucratividade Bruta:

LB = LUCRO BRUTO . x 100


REC. OPERAC. LÍQUIDA

X5 ⇒ LB = 487.982 x 100 = 27%


1.824.107

X6 ⇒ LB = 820.686 x 100 = 26%


3.166.529

Esta situação demonstra que houve uma queda na lucratividade bruta de X5


para X6, indicando que, para cada R$ 1,00 aplicado, restam para a empresa, pós ela ter
pago suas mercadorias, R$ 0,26 que deverão remunerar suas despesas operacionais e seus
proprietários.

o) Lucratividade Operacional:

LO = LUCRO OPERACIONAL . x 100


RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA

X5 ⇒ LO = 104.049 x 100 = 5,7%


1.824.107

X6 ⇒ LO = 221.368 x 100 = 7,0%


3.166.529

A lucratividade Operacional apresenta uma melhora de X5 para X6,


indicando que, para cada R$ 1,00 de Receita Operacional (vendas líquidas), a empresa
obtém uma remuneração operacional de R$ 0,07. Portanto, seus custos absorvem R$ 0,93
de cada R$ 1,00 de receita obtida. Em outras palavras, 93% das Receitas Operacionais se
destinam a cobrir seus custos operacionais.

ABUNAHMAN, José Geraldo 60


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

p) Lucratividade Final:

LF = LUCRO LÍQUIDO . x 100


RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA

X5 ⇒ LF = 111.266 x 100 = 6,09%


1.824.107

X6 ⇒ LF = 175.453 x 100 = 5,54%


3.166.529

Este indicador demonstra que, em X6, para cada R$ 1,00 de Receita


Operacional (Vendas Líquidas), sobram para a empresa (ou proprietários) R$ 0,05. Neste
caso, a remuneração final diminuiu em 1,46% em relação à lucratividade operacional,
devido a uma queda de 79%, de X5 para X6 no item de Receita não Operacional.

q) Taxa de Retorno dos Investimentos (ou Rentabilidade do Ativo):

TRI = LUCRO LÍQUIDO . x 100


ATIVO TOTAL

X5 ⇒ TRI = 111.266 x 100 = 15%


746.861

X6 ⇒ TRI = 175.453 x 100 = 17%

1.001.655
Poder de ganho da empresa: em X6 para cada R$ 1,00 aplicado ao ativo, há
um ganho de R$ 0,17.

Isto significa que, em média, haverá uma demora de 5,9 anos para que a
empresa obtenha de volta o seu investimento. Em X5 o retorno se dava em 6,7 anos.

X5 ⇒ 100% (TOTAL DO ATIVO) ÷ 15% (TRI) = 6,7 anos


X6 ⇒ 100% (TOTAL DO ATIVO) ÷ 17% (TRI) = 5,9 anos

ABUNAHMAN, José Geraldo 61


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

Utilizando o “Método Du Pont”:

TRI = Margem Líquida x Giro do Ativo

TRI = 5,54 x 3,16 = 18%

r) Taxa de Retorno sobre o Investimento Operacional:

TRIO = LUCRO OPERACIONAL . x 100


ATIVO OPERACIONAL

X5 ⇒ TRIO = 104.049 x 100 =


520.904 +141.852 + 8.515

= 104.049 x 100 = 15%


671.271

X6 ⇒ TRIO = 221.377 x 100 =


625.543 + 290.302 + 29.161

= 221.377 x 100 = 23%


945.006

A rentabilidade do investimento operacional, na empresa em análise, foi de


23%, em X6, apresentando um melhora em relação a X5 no retorno dos seus ativos
operacionais.

ABUNAHMAN, José Geraldo 62


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

s) Taxa de Retorno do Patrimônio Líquido( ou Rentabilidade do P.L.):

TRPL = LUCRO LÍQUIDO . x 100


PATRIMÔNIO LÍQUIDO

X5 ⇒ TRPL = 111.266 x 100 = 27%


417.379

X6 ⇒ TRPL = 175.453 x 100 = 32%


553.112

Poder de ganho dos proprietários: para cada R$ 1,00 investido na empresa,


há um ganho de R$ 0,32, em X6.

Significa que, em média, haverá uma espera de 3,1 anos para que os
proprietários recuperem seus investimentos.

X5 ⇒ 100% (Total do Investimento) ÷ 27% (TRPL) = 3,7 anos.

X6 ⇒ 100% (Total do Investimento) ÷ 32% (TRPL) = 3,1 anos

t) Fator de Insolvência para X6:

X1 = 0,32 x 0,05 = 0,016


X2 = 1,45 x 1,65 = 2,3925
X3 = 0,42 x 3,55 = 1,491
X4 = 1,41 x 1,06 = 1,4946
X5 = 0,81 x 0,33 = 0,2673

Fator de Insolvência = X1 + X2 + X3 - X4 - X5
= 0,016 + 2,3925 + 1,491 – 1,4946 – 0,2673
= 2,14

Este indicador coloca a empresa como solvente.

ABUNAHMAN, José Geraldo 63


Como interpretar uma análise financeira e econômica dos Demonstrativos Contábeis de uma empresa

BIBLIOGRAFIA

WALTER, Milton A., BRAGA, Hugo R. Série Como Fazer. Confederação Nacional da
Indústria. São Paulo.

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 4ª Edição. São Paulo: Ed. Atlas.

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços. 6ª Edição. São Paulo: Ed. Atlas.

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Geral Fácil. 1ª Edição. São Paulo: Editora Saraiva.

MATARAZZO, Dante Carmine. PESTANA, Armando Oliveira. Análise Financeira de


Balanços. 3ª Edição. São Paulo: Editora Atlas.

ABUNAHMAN, José Geraldo 64

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