Lei 13.465 - Novidades PDF
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12 de Março de 2018
13.465
1. INTRODUÇÃO
1. Tivemos a oportunidade de, em outro texto[3], tratar do Direito Real de Laje,
expondo-lhe as novidades e as suas principais características nos moldes da Lei nº
13.465/2017.
2. Há, porém, outras inovações trazidas pela Lei nº 13.465/2016 que merecem ser
tratadas por representarem novidades expressivas no Direito Civil.
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Registros Publicos), a racionalização das regras de execução extrajudicial da
propriedade fiduciária sobre imóveis (arts. 66 e 67, que, entre outras normas,
modificou a Lei nº 9.514/97), as adaptações das regras de usucapião coletivo urbano
(art. 79, que modifica o art. 10 do Estatuto da Cidade), a regulamentação de um
procedimento de regularização fundiária urbana que permita a perda da propriedade
de um imóvel que esteja ocupado, de modo consolidado, por terceiros diante do
silêncio do titular tabular (arts. 20, § 6º, e 31, § 6º), a redução dos juros
compensatórios nas desapropriações agrárias de 12% ao ano para o patamar
remuneratório próprio dos Títulos da Dívida Agrária no caso de desapropriação por
interesse social (art. 2º, que insere o § 9º ao art. 5º da Lei nº 8.629/1993) e a
possibilidade de levantamento de valores depositados em juízo na desapropriação
após concordância escrita do desapropriado, sem renúncia ao direito de discutir
diferenças de valores (art. 104, que acresceu o art. 34-A ao Decreto-Lei nº
3.365/1941).
2. ESPÉCIES DE CONDOMÍNIO
12. Além de ser proprietário da unidade privativa, o condômino será titular de uma
fração ideal do solo e das áreas comuns. A extensão da fração ideal dependerá do
disposto no ato de instituição do condomínio, mas, na prática, o comum é que seja
proporcional à dimensão da área construída da unidade privativa (art. 1.331, § 3º, do
CC). Assim, quem é proprietário de um apartamento de 120 m2 terá uma fração ideal
correspondente ao dobro do que teria o dono de um apartamento de 60 m2. Outros
critérios poderiam ser adotados no ato de instituição do condomínio.
13. Alerte-se que essa vinculação da unidade privativa a uma fração ideal da solo e
das áreas comuns constitui uma situação jurídica propter rem. Isso significa que essa
situação jurídica não depende da pessoa que seja a proprietário do bem, e sim apenas
da própria existência do bem. Em outras palavras, quem adquirir a propriedade da
unidade privativa necessariamente adquire a propriedade da respectiva fração ideal
do solo e das áreas comuns.
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14. O condomínio edilício pode ser horizontal ou vertical. Embora haja certa
controvérsia nessa classificação, parece-nos que a concepção de Caio Mário da Silva
Pereira é a mais adequada. O condomínio horizontal é aquele em que as unidades
autônomas são separadas por planos virtuais horizontais, razão por que também
pode ser chamada de condomínio em planos horizontais. Isso significa que os
famosos condomínios em prédios de apartamentos de vários andares representam
um condomínio horizontal, pois os andares são separados por planos virtuais
horizontais. Por outro lado, o condomínio vertical ou em planos verticais é aquele
cujas unidades privativas são separadas por planos virtuais verticais. Trata-se dos
famosos condomínios de casas.
16. Há, porém, quem se valha da classificação em sentido oposto ao de Caio Mário,
associando a direção da construção à nomenclatura, de modo que o condomínio de
andares seria vertical e o condomínio de casas seria horizontal.
17. Seja como for, o fato é que o desenvolvimento histórico exigiu uma reformulação
do conceito de propriedade para abranger um novo arranjo jurídico-real consistente
no condomínio edilício.
20. No presente momento, o que se quer realçar é que a realidade das cidades
brasileiras passou a progressivamente ser ocupada por figuras conhecidas como
“loteamento fechado”, mesmo sem um respaldo legal expresso. A realidade ignorou o
Direito.
22. Grosso modo, o parcelamento do solo consiste na divisão de uma gleba (porção
grande de terra) em lotes (porções menores de terra). É fatiar o solo em lotes. Quando
se aproveita o sistema viário existente, o parcelamento do solo é batizado de
desmembramento. Quando, porém, se criam vias de circulação, o parcelamento é
designado de loteamento (art. 2º, Lei nº 6.766/1979).
24. Daí decorre que, por exemplo, a Lei de Loteamentos veda criação de lotes em
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tamanho inferior à fração mínima de parcelamento (art. 4º, II), a fim de evitar
imóveis sem adequado potencial de aproveitamento.
27. Como se vê, até o advento da Lei nº 13.465/2017, ao ser realizado o parcelamento
do solo, não poderia haver a criação de áreas de propriedade comum dos
proprietários dos lotes, ao contrário do que sucede quando se tem um condomínio
edilício. Os proprietários dos lotes não são donos das ruas, das praças, das calçadas
etc. O parcelamento do solo distinguia-se, portanto, do condomínio edilício vertical (o
de casas) nesse aspecto.
28. Daí decorre que, em princípio, se não houver consentimento municipal, as ruas
não poderiam ser bloqueadas a terceiros. Isso significa que, se não houver um ato
administrativo autorizando a instalação de portarias ou de cancelas para restringir ou
controlar o trânsito de veículos e de pessoas pelas ruas e pelas calçadas da região
loteada, essa prática era ilegal. Afinal de contas, a circulação pelas ruas e pelas
calçadas a qualquer pessoa é essencial para a dinâmica da própria cidade por permitir
a livre circulação. As cidades não podem ser compostas por vários “feudos murados”
que dificultem o trânsito de veículos e de pessoas.
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31. Ademais, como forma de burlar a Lei de Loteamentos, sempre foi comum os
“loteadores” tentarem conseguir instalar um “loteamento fechado” invocando a figura
do condomínio vertical (o de casas), previsto no art. 8º da Lei nº 4.591/64. O
argumento deles é o de que, sob essa formatação jurídica, as ruas, praças e demais
áreas de uso comum não seriam transferidas à propriedade do Município – como
sucede no loteamento tradicional –, mas seriam propriedade comum dos titulares das
unidades privativas. E, nesse caso, não haveria a necessidade de criar uma associação
de moradores, pois a administração da coisa comum incumbiria ao condomínio, ente
despersonalizado que tem legitimidade para cobrar contribuições dos condôminos e
administrar a estrutura predial.
33. Se, porém, o adensamento populacional decorrente desse rearranjo espacial for
pequeno, poder-se-ia cogitar no condomínio edilício vertical, caso o objetivo seja
manter um convívio comum dos proprietários.
34. O fato é que a linha conceitual divisória entre essas figuras realmente não é clara
no texto da legislação, o que fez com que, em diversos casos, a figura do “loteamento
fechado” recebesse ares de juridicidade por meio da utilização indevida das regras do
condomínio horizontal (de casas). Houve até mesmo a edição de leis municipais
autorizando esse tipo de solução jurídica precária.
35. A discussão ganha mais relevância quando se pretende exigir que os proprietários
dos lotes contribuam com as despesas comuns. O Superior Tribunal de Justiça
golpeou letalmente muitos “loteamentos fechados” quando, mudando a sua
orientação jurisprudencial, pacificou o entendimento de que não há obrigação de os
titulares dos lotes pagarem qualquer contribuição para a associação de moradores. O
STJ entendeu que não se poderia falar aí em enriquecimento sem causa, pois, no
loteamento, as vias públicas e os demais equipamentos públicos são bens públicos
municipais, de sorte que, por falta de obrigação legal, não há dever de contribuição
compulsória pelos titulares dos lotes. Esse entendimento do STJ não abrangeu,
porém, os casos de “loteamentos fechados” que foram disfarçados sob as vestes de
condomínio “de casas” (STJ, REsp 1439163/SP, 2ª Seção, Rel. Ministro Ricardo Villas
Bôas Cueva, Rel. p/ Acórdão Ministro Marco Buzzi, DJe 22/05/2015).
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Direito das Coisas para disciplinar a realidade. A situação de informalidade a que
estão expostos inúmeros “loteamentos fechados” não decorre apenas da leniência do
Estado, mas também (e principalmente) da morosidade legislativa no trato da
matéria.
3.1. Definições
37. Com olhos na impotência jurídica tradicional para enfrentar a realidade de
informalidade generalizada representada pelos “loteamentos fechados”, a Lei nº
13.465/2017 criou uma nova espécie de condomínio, batizado de “condomínio de
lotes”.
38. As regras centrais dessa nova espécie de condomínio foram colocadas, com
acerto, no Código Civil ao lado das outras figuras de condomínio. O Código Civil não
precisou ser abundante em regras, pois, na realidade, esse condomínio de lotes, nada
mais é do um desdobramento do condomínio edilício vertical (o de casas) de que
tratava o art. 8º da Lei nº 4.591/2017. O Código Civil disciplina a matéria em apenas
um artigo, o art. 1.358-A.
39. Lembre-se de que condomínio edilício vertical (o de casas) não cria lotes, e sim
unidades imobiliárias vinculadas a uma fração ideal do solo e das áreas comuns.
Essas unidades autônomas consistem necessariamente em construções existentes, e
não em meros lotes avulsos. Observe-se que a alínea a do art. 8º da Lei nº 4.591/64
estabelece que o condomínio edilício vertical envolve “unidades autônomas que se
constituírem em casas térreas ou assobradadas”.
42. Desse modo, no condomínio de lotes, não haverá uma associação de moradores,
e sim um condomínio, ente despersonalizado que é representado pelo síndico, que se
sujeita às deliberações dos condôminos e que tem legitimidade para cobrar as
contribuições de todos os condôminos.
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do local e às regras de convívio.
47. Isso significa que, na convenção, poder-se-á estabelecer, por exemplo, que
nenhuma casa poderá ter fachada de cor azul. Esse tipo de restrição destinada a
manter um padrão de beleza é comum em “loteamentos fechados” nos EUA e, ao
nosso sentir, revela-se plenamente compatível com o regime desenhado pelo
condomínio edilício no Brasil.
48. É evidente que abusos de direito na convenção devem ser tidos por nulos. Assim,
se a convenção proíbe que os condôminos hospedem crianças e até mesmo animais de
estimação, estaremos diante de regras que excedem os limites da boa-fé, dos bons
costumes e dos fins sociais e econômicos do direito, a configurar um abuso de direito
e a atrair a nulidade da cláusula convencional (arts. 166 e 187 do CC).
50. O lote continua sendo um imóvel próprio, com direito a uma matrícula própria
no Cartório de Imóveis, em observância ao princípio da unitariedade matricial.
Todavia, o conceito de lote se ampliou.
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instituição de condomínios no futuro, de modo que ela tem de ser também observada
no condomínio de lotes. Nesse sentido, o próprio § 3º do art. 1.358-A do CC fez
remissão expressa à incorporação imobiliária.
55. Seja como for, entendemos que a Lei nº 4.591/64 deve ser aplicada para suprir
lacunas da Lei de Loteamentos. Em outras palavras, a sua aplicação deve ser
subsidiária. Por exemplo, a Lei de Incorporação prevê o “patrimônio de afetação” no
seu art. 31-A como um modo de proteção aos adquirentes de futuras unidades
autônomas, figura essa que deve ser admitida para suprir lacunas da Lei de
Loteamentos. Igualmente, ao tratar dos documentos obrigatórios a serem
apresentados pelo incorporador, o art. 32 da Lei nº 4.591/64 lista documentos não
previstos no catálogo de documentos a serem apresentados pelo loteador na forma do
art. 18 da Lei de Loteamentos, a exemplo da “futura Convenção de condomínio que
regerá a edificação ou o conjunto de edificações” (alínea j do art. 32 da Lei nª
6.766/79). Convém que a Lei de Incorporação supra essa lacuna da Lei de
Loteamentos.
59. Todavia, embora esteja a afirmar o óbvio, a Lei nº 13.465/2017 foi didática ao
inserir um § 4º do art. 4º da Lei nº 6.766/79, estabelecendo que o município poderá
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instituir limitações administrativas ou direitos reais sobre essa área privada em
benefício do interesse público. O referido dispositivo, no seu afã didático, deu
exemplos, como a possibilidade de instituição de servidão de passagem, direito real
de usufruto ou a imposição de restrições à construção de muros.
64. Essa autorização municipal deverá ser concedida a algum representante dos
interesses dos moradores da região loteada, o que geralmente sucederá em favor de
alguma associação de moradores. Cumprirá ao Município regulamentar esse
procedimento de seleção do representante dos moradores, mas é certo que uma
associação que reúna parcela substancial dos moradores deve ser admitida como
legitimada a receber a autorização municipal para promover o controle de acesso.
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65. O que o art. 2º, § 8º, da Lei nº 6.766/79 deixou claro é que jamais poderá ser
bloqueado o acesso de veículo algum ou de pessoa alguma, se o condutor ou o
pedestre se identificar e autorizar o seu cadastramento. Há o interesse público de
impedir a feudalização das cidades e o atordoamento do fluxo de veículos e de
pessoas por conta de bloqueios indevidos à circulação em vias públicas.
69. A figura do “loteamento fechado” não é uma categoria jurídica autônoma, mas
apenas uma nomenclatura didática e popular para designar os loteamentos que são
murados e que impõem controle de acessos a pedestres e a veículos. Portanto, o
loteamento de acesso controlado é um loteamento fechado e o loteamento
condominial poderá vir a ser considerado um loteamento fechado, caso os
condôminos assim decidam coletivamente e caso inexista restrição imposta pelo
Município.
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72. Se, porém, se tratar de um “loteamento fechado” irregular (e aqui nos referimos
aos que não foram devidamente constituídos, com a prévia aprovação de projeto de
loteamento e o pertinente registro no Cartório de Imóveis), temos que é plenamente
viável que a sua regularização se dê por meio da instituição de um condomínio de
lotes ou por meio da instituição de um loteamento de acesso controlado. Isso
dependerá do município. Ademais, no caso de se pretender regularizar esses
“loteamentos fechados” irregulares como um condomínio de lotes, é fundamental
atentar para a situação de propriedade tabular do terreno. Se o terreno não estiver no
nome dos titulares dos lotes na proporção da fração ideal que eles haverão de ter no
condomínio edilício, será necessário que essa propriedade seja transmitida aos
titulares dos lotes, o que poderá ocorrer por diferentes maneiras, como a legitimação
fundiária (art. 23 da Lei nº 13.465/2017), a usucapião ou negócios jurídicos de
transferência de imóvel.
74. Essa nova espécie de condomínio somente se aplica a imóveis urbanos, conforme
se extrai do seu nome.
75. Embora tenha recebido um novo nome, trata-se, na realidade, de uma espécie de
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condomínio edilício que dispensa algumas formalidades em razão da sua pequena
dimensão.
76. Esse condomínio aplica-se a situações de terrenos onde haja mais de uma
construção e em que o seu titular queira tornar cada uma dessas construções uma
unidade autônoma de condomínio. Diante da sua simplicidade, o condomínio urbano
simples dispensa a apresentação de convenção de condomínio.
78. Em suma, o condomínio urbano simples poderá ser instituído em duas situações:
(1) quando o terreno contiver várias edificações, como sucede com a vulga “casa dos
fundos”; ou (2) quando o terreno contiver uma edificação na qual haja mais de um
cômodo com acesso autônomo. Não se pode admitir o condomínio urbano simples
para cômodos que estejam funcional e espacialmente conectadas, como no caso de
quartos de um mesmo apartamento. É preciso haver autonomia funcional e de acesso
no cômodo para ele constituir uma unidade autônoma de condomínio urbano
simples.
81. Apesar da omissão legal, mas em atenção à simplicidade desejada para esse tipo
de arranjo espacial, o registro desses acordos no Cartório de Imóveis (não na
matrícula, e sim no Livro 3) é dispensado. Todavia, terceiros adquirentes que não
tenham ciência desses acordos por outro meio estarão exonerados de observá-los. Em
outras palavras, esses acordos escritos serão oponíveis a terceiros apenas se eles
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tomarem ciência deles antes da aquisição de uma unidade autônoma. Entendemos
que, apesar de não ter sido feita nenhuma previsão expressa no art. 178 da Lei de
Registros Publicos (Lei nº 6.015, de 1973), esses acordos escritos devem ser
equiparados às convenções de condomínio com fundamento no parágrafo único do
art. 61 da Lei nº 13.465/2017, de sorte que, com base nesse fundamento, seria
admitido o seu registro de modo facultativo no Livro 3 do Cartório de Imóveis para,
se for interesse dos condôminos, produzir efeitos perante terceiros (art. 178, III, da
Lei de Registros Publicos).
82. Não havendo acordo entre os condôminos, aí será o caso de valer-se das regras
de condomínio edilício previstas a partir do art. 1.331 do CC para que, em assembleia,
a decisão observe o quorum de votação.
84. Por fim, externamos nossa crítica ao nome de batismo utilizado, pois o mais
adequado teria sido designar essa nova espécie de condomínio como “condomínio
edilício simples”. Dever-se-ia empregar o verbete “edilício”, pois, na realidade, essa
figura é o condomínio edilício com simplificações legais. Também não achamos
adequado valer-se do verbete “urbano” na composição do nome, pois o instituto
poderia, no futuro, ser aproveitado para áreas rurais também, se sobrevier lei
expressa. Aliás, não enxergamos motivos para o legislador ter restringido essa figura
a áreas urbanas. Talvez seja o caso de a doutrina, por analogia, admitir essa figura
mesmo em áreas rurais.
5. CONCLUSÃO
85. A Lei nº 13.465/2017 está a desafiar os civilistas com novas ferramentas e
concepções de Direito das Coisas. No presente texto, cuidamos especificamente das
novas espécies de condomínios e dos seus desdobramentos no regime de
parcelamento do solo.
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Mangabeira Unger – assim entendido o culto a institutos jurídicos antigos –
representa uma perigosa patologia que pode comprometer o desempenho do principal
papel do Direito das Coisas: garantir segurança proprietária em compatibilidade com
a realidade social da atualidade. O jurista deve cultuar o passado, sem abandonar a
ousadia de inovar para enfrentar o presente e o futuro. Como lembrava Richard
Posner[6], “nossa história, nossas tradições e nossos antepassados não são nossos
senhores, mas nossos instrumentos”.
[1] Averbo meu agradecimento ao amigo Consultor Legislativo Victor Carvalho Pinto,
um dos mais talentosos urbanistas que conheço e que brindou este estudo com uma
revisão tão rica.
[2] Consultor Legislativo do Senado Federal na área de Direito Civil, Processo Civil e
Direito Agrário (único aprovado no concurso de 2012). Advogado. Professor de
Direito Civil (IDP-Brasília). Mestre em Direito (UnB). Bacharel em Direito na UnB (1º
lugar no vestibular de 2002). E-mail: [email protected] .
[6] POSNER, Richard. Para Além do Direito. São Paulo: Editora WMF Martins
Fontes, 2009.
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