UNIVERSIDADE FEDERAL
FLUMINENSE
INSTITUTO DE QUÍMICA
DEPARTAMENTO DE
QUÍMICA ORGÂNICA
RELATÓRIO DE
PONTO DE FUSÃO E EBULIÇÃO
Prof: Fernando
Dupla: Fábio Oliveira Barros
Guilherme Marques Antunes
Turma: F 01
Niterói 2006
1. INTRODUÇÃO
1.1 Ponto de Fusão
O ponto de fusão de uma substância orgânica pura é definido como a
temperatura na qual a fase sólida coexiste com a fase líquida. Durante a fusão, a
temperatura permanece inalterada até que todo o sólido tenha se convertido em
líquido. No ponto de fusão, a pressão de vapor da fase sólida é igual à pressão de
vapor da fase líquida. Uma substancia pura e cristalina possui, geralmente, um ponto
de fusão bem definido, isto é, a fusão ocorre em uma faixa estreita de temperatura
(0,5 – 1,0 ºC) e, por isto, esta propriedade é bastante usada como critério de pureza
de uma substância. O equilíbrio sólido-líquido mais conhecido é o da água. A 0º C
e a 1 atm, o equilíbrio dinâmico é representado por :
gelo↔água
Em virtude das moléculas no estado sólido estarem mais fortemente ligadas
do que no estado líquido, é necessário aquecer para provocar a transição sólido-
líquido. Se olharmos para a curva de aquecimento que se apresenta na Figura 1.0,
veremos que quando se aquece um sólido, a sua temperatura aumenta gradualmente
até se atingir o ponto A. Neste ponto o sólido começa a fundir. Durante o processo
de fusão (A↔B), a primeira parte plana da curva na Figura 1.0, o sistema está a
absorver calor e, mesmo assim, a temperatura permanece constante. O calor ajuda as
moléculas a vencer as forças atrativas no sólido. Quando a amostra tiver fundido
completamente (ponto B), o calor absorvido aumenta a energia cinética média das
moléculas do líquido e a temperatura do líquido aumenta (B↔C).
Figura 1.0 (aquecimento de uma substância passando do estado sólido (S) para o estado líquido(L) e gasoso (G))
A energia, normalmente em quilojoules (KJ), necessária para fundir um mole de
um sólido, chama-se entalpia de fusão molar (∆Hfus). Comparando a entalpia de fusão
(∆Hfus), com a entalpia de vaporização (∆Hvap), verifica-se que o ∆Hfus é menor que a
∆Hvap para todas as substâncias.
Esta constatação está de acordo com o fato das moléculas no líquido estarem ainda
razoavelmente próximas umas das outras, de modo que é necessária alguma energia para
provocar o rearranjo do sólido para o líquido. Por outro lado, quando se dá a evaporação
do líquido, as moléculas vão ficar completamente separadas e é necessária uma quantidade
de energia muito maior pra vencer as forças atrativas.
O ponto onde essas forças começam a ser quebradas é chamado ponto de fusão. O
Ponto de Fusão (PF), de um sólido cristalino é o intervalo de temperatura na qual o sólido
começa a se tornar líquido até sua total fusão. Para substâncias puras a mudança de estado
sólido para líquido é bem definida (dentro de 0,5 º C), sendo portanto, a temperatura
valiosa para fins de identificação de substância. Entretanto, na maioria dos casos, a
presença de uma “substância estranha” abaixaria o ponto de fusão de um determinado
composto puro.
1.2 Ponto de Ebulição
Refere-se ao processo de passagem do estado líquido ao gasoso. As moléculas de um
líquido tendem a escapar da superfície, na forma gasosa, mesmo a temperaturas inferiores ao
ponto de ebulição. Quando o líquido é colocado num recipiente fechado, a pressão exercida
pelas moléculas na fase gasosa sobe até atingir o equilíbrio a uma determinada temperatura.
Está pressão de equilíbrio é conhecida como pressão de vapor e é constante característica do
material, a uma temperatura específica. A pressão de vapor é usualmente expressa em termos da
altura de uma coluna de mercúrio que produz uma pressão equivalente.
Considere a montagem apresentada na Figura 2.0
(a) (b)
Figura 2.0 (Dispositivo para medir a pressão de vapor de um líquido (a) antes da evaporação começar e (b) no
equilíbrio. Em (b) o número de moléculas que deixa o líquido é igual ao número de moléculas que regressa ao líquido. A
diferença entre os níveis do mercúrio (h) representa a pressão de vapor de equilíbrio do líquido a uma determinada
temperatura.)
Antes do processo de evaporação começar, os níveis de mercúrio no manômetro são
iguais. Assim que algumas moléculas deixam o líquido, estabelece-se uma fase de vapor. A
pressão de vapor só é mensurável quando existir uma quantidade razoável de vapor, contudo o
processo de evaporação não continua indefinidamente, a partir de certa altura os níves de
mercúrio estabilizam e não se nota mais transformações.Uma vez que a temperatura de ebulição
é definida em termos da pressão de vapor do líquido, espera-se que a temperatura de ebulição
esteja relacionada com a entalpia da vaporização molar. Quanto mais elevado for o ∆Hvap,
maior será a temperatura de ebulição.
A entalpia de vaporização molar (∆Hvap), é uma medida da forca com que as moléculas
estão ligadas num líquido e define-se como a energia (normalmente em quilojoules) necessária
para vaporizar um mole de um líquido. A entalpia de vaporização molar esta diretamente
relacionada com a intensidade das forças intermoleculares que existem no líquido. Se a atração
entre as moléculas for forte, as moléculas do líquido não podem escapar facilmente para a fase
de vapor. Em conseqüência, o líquido tem uma pressão de vapor relativamente baixa e uma
entalpia de vaporização molar elevada porque e necessário fornecer uma grande quantidade de
energia para aumentar a velocidade do movimento das moléculas individuais de modo a liberta-
las da atração intermolecular. Por isso a pressão de vapor de um líquido aumenta com a
temperatura. Para cada líquido existe uma temperatura a qual a ebulição tem início, essa
chamamos de Ponto de Ebulição.
2. OBJETIVOS
Medir o ponto de fusão e ebulição a partir da fórmula molecular de dadas substâncias.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1 Ponto de Fusão
Partindo de uma substância desconhecida de fórmula molecular C 7H6O2 (figura 3.0), em
forma de cristal, foi proposto à medição de seu ponto de fusão através de um aparelho chamado
Fisher Jonhs.
Figura 3.0 (fórmula molecular C7H6O2 )
Um pedaço minúsculo do referido cristal foi colocado numa lâmina de vidro sobre a base
de aquecimento do Fisher Johns (figura 4.0). Após o acionamento do aparelho e o aumento
gradativo do aquecimento no potenciômetro do mesmo, observou-se o início da mudança de
estado de sólidolíquido quando o termômetro marcava 98 ºC. Continuando o processo, e
aumentando a temperatura, foi observado que a referida substância completou sua fusão, ou
seja, estando completamente na fase líquida aos 104 ºC. Concomitamente ao experimento
supramencionado e através das temperaturas encontradas, foi consultado o Merck Index, onde
comparando a fórmula chegou-se a três possibilidades: ácido benzóico, p-hidroxibenzaldeido
e aldeído salicílico. A seguir, notou-se que nenhuma das possibilidades coincidiram com o
valor encontrado, pois as temperaturas de fusão para as substâncias acima citadas eram,
respectivamente, 122,4 ºC , 116 ºC e - 7 ºC. Entretanto, foi informado pelo instrutor que a
substância em análise tratava-se do ácido benzóico. Isto, provavelmente se deve ao fato da
presença de impurezas na substância que produz, na maior parte dos casos, um alargamento na
faixa de fusão, além de abaixar a temperatura de fusão.
Figura 4.0 (Aparelho usado para medições de ponto de fusão de sólidos)
3.2 Ponto de Ebulição
Partindo de uma substância desconhecida, de fórmula molecular C 7H10 (figura 5.0) no
estado líquido, provocou-se o aquecimento até verificar o ponto em que a temperatura se
manteve constante.
CH3
Figura 5.0 (fórmula molecular C7H10)
Utilizando-se de um tubo de ensaio com um percolador em seu interior, foi adicionado 2
ml da referida substância de maneira que não se ultrapasse o meio do percolador. Considerando
a utilização de um bico de bunser com chama branda sob a mesma, foi aquecido o experimento.
No tubo de ensaio foi colocado um termômetro encostado na parte superior do percolador de
forma a medir a temperatura. O tubo de ensaio juntamente com o termômetro foi fixado por
intermédio de uma garra, onde esta se prendia por uma mufa ao suporte (figura 6.0).
Figura 6.0 (Ilustração do Experimento)
Aquecendo a substância observou-se que a temperatura de ebulição constatada no
termômetro se manteve constante a 110 ºC. Depois de achado o resultado, já tendo a fórmula
molecular da substância juntamente com a temperatura de ebulição, foi descoberto o seguinte
composto, segundo a literatura química encontrada no Merck Index: Tolueno. (p.e = 110,6 ºC).
4. CONCLUSÕES
Não foi possível alcançar os objetivos da experiência para o ponto de fusão. O método
proposto não foi suficiente para a identificação da estrutura molecular e do nome da substância,
haja visto os aspectos apresentados na discussão. Eram necessários outros métodos mais
abrangentes. Entretanto, para o ponto de ebulição os objetivos foram atingidos.
5. PARTE EXPERIMENTAL
5.1 Materiais utilizados
5.1.1 Ponto de fusão
Espátula
Lâmina de vidro
Aparelho Fischer Jonhs
Termômetro
5.1.2 Ponto de Ebulição
Suporte universal
Garra
Mufa
Termômetro
Tubo de ensaio
Percolador
Bico de Bunser
5.2 Procedimento experimental
5.2.1 Ponto de Fusão
A partir de um minúsculo cristal de uma determinada substância colocada sobre uma
lâmina de vidro, na base de aquecimento do Fischer Johns foi observado em dado momento o
intervalo inicial e final de temperatura em que o cristal começou e terminou a fundir.
5.2.2 Ponto de Ebulição
A partir de um percolador em um tubo de ensaio, foram colocados 2 ml da substância
até sua metade. Começou-se a aquecer brandamente o sistema para que a medição de
temperatura fosse mais precisa. Após alguns minutos, com o sistema já bem aquecido,
constatou-se que a temperatura parou de subir e estabilizou-se. Verificou-se assim o ponto de
ebulição do composto.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VOGEl, A. I. – textbook of Practical organic Chemistry - 4º ed., New York,
Longman, 1978.
SOARES, B.G DE SOUZA, N.A.; Pires, D.X., Química Orgânica – Teoria e
Técnicas de Preparação e Identificação de Compostos Orgânicos – Rio de
Janeiro, Editora Guanabara, 1988.