Teoria Ergódica PDF
Teoria Ergódica PDF
Teoria Ergódica PDF
AF
Fundamentos da Teoria Ergódica
ii
AF
T
T
Prefácio
AF
Em poucas palavras, a Teoria Ergódica é a disciplina matemática que estuda
sistemas dinâmicos munidos de medidas invariantes. Vamos explicar o que signi-
ficam estas noções e, também, explicar quais são as principais motivações para o
seu estudo. Em seguida listaremos alguns momentos marcantes da história desta
disciplina, cujas raı́zes remontam à Fı́sica do século 19. Ao final do prefácio, des-
creveremos o conteúdo deste livro e a sua organização, bem como os requisitos
desejáveis para seu estudo.
Sistemas dinâmicos
Há várias definições, mais ou menos gerais, do que é um sistema dinâmico. Nós
nos restringiremos a dois modelos principais.
O primeiro deles, ao qual nos referiremos na maior parte do tempo, são
as transformações f : M → M em algum espaço M . Heuristicamente, os
elementos de M representam os possı́veis estados de um dado sistema e f é a
lei de evolução, associando a cada estado x ∈ M aquele estado f (x) ∈ M em
que o sistema se encontrará uma unidade de tempo depois. Trata-se portanto
de um modelo de dinâmica com tempo discreto.
Também consideraremos fluxos, que são modelos de sistemas dinâmicos com
tempo contı́nuo. Lembre que um fluxo em M é uma famı́lia f t : M → M , t ∈ R
de transformações satisfazendo
DR
f 0 = identidade e f t ◦ f s = f t+s para todo t, s ∈ R. (0.0.1)
iii
iv
Medidas invariantes
T
Uma medida em M é uma função não-negativa µ definida na σ-álgebra de M e
satisfazendo µ(∅) = 0 e X
µ ∪n An ) = µ(An )
n
AF ν(E) =
µ(E)
µ(M )
para cada conjunto mensurável E ⊂ M.
Note que as definições (0.0.2)–(0.0.3) fazem sentido, uma vez que, por hipótese, a
pré-imagem de qualquer conjunto mensurável ainda é um conjunto mensurável.
neste livro, ilustra bem o que acabamos de dizer: ele afirma que a órbita de
T
quase todo ponto, relativamente a qualquer medida invariante finita, regressa
arbitrariamente perto do seu estado inicial.
AF
dqn dp1
,
dt dt
,...,
dpn
dt
=
∂H
∂p1
,...,
∂H
∂pn
,−
∂H
∂q1
,...,−
∂H
∂qn
.
T
D. Ruelle e por R. Bowen para sistemas uniformemente hiperbólicos, consti-
tuindo uma das maiores realizações da teoria ergódica diferenciável.
Nesta breve lista de contribuições fundamentais, não podemos deixar de
mencionar a introdução da noção de entropia, por Kolmogorov e Sinai ao final
dos anos cinquenta, e a demonstração, por D. Ornstein cerca de dez anos depois,
de que a entropia é um invariante completo para deslocamentos (“shifts”) de
Bernoulli: dois deslocamentos de Bernoulli são equivalentes se, e somente se,
eles têm a mesma entropia.
A essa altura, V. I. Oseledets, Ya. Pesin e outros matemáticos estavam
lançando as bases da teoria dos sistemas não-uniformemente hiperbólicos. Mas
AF
isso nos levaria além do escopo deste livro.
T
Organização do texto
O corpo principal deste livro está formado por 12 capı́tulos, divididos em seções e
subseções, e 7 apêndices, com status de seções e também divididos em subseções.
Cada seção, incluindo os apêndices, termina com uma lista de exercı́cios. Enun-
ciados (teoremas, proposições, lemas, corolários etc), exercı́cios e fórmulas estão
numerados por seção e capı́tulo: por exemplo, (2.3.7) corresponde à sétima
fórmula da terceira seção do segundo capı́tulo e Exercı́cio A.5.1 é o primeiro
exercı́cio no quinto apêndice.
AF
Incluı́mos um apêndice adicional (Apêndice A.7.3) com dicas ou soluções
para todos os exercı́cios. O livro se encerra com a lista de referências bibli-
ográficas e o ı́ndice remissivo.
Os Capı́tulos 1 a 12 podem ser organizados do seguinte modo:
T
e Integração. O Apêndice A.3 trata do caso especial de medidas de Borel em
espaços métricos. No Apêndice A.4, lembramos alguns fatos básicos da teoria de
variedades e aplicações diferenciáveis. Analogamente, os Apêndices A.5 and A.6
cobrem material introdutório da teoria dos espaços de Banach e dos espaços de
Hilbert. Finalmente, o Apêndice A.7 trata do teorema espectral. Em cada caso,
são dadas referências para os enunciados citados.
Exemplos e aplicações têm um papel fundamental em qualquer disciplina
matemática e isso é particularmente verdade no caso da Teoria Ergódica. Por
esta razão, dedicamos particular atenção à apresentação de situações concretas
que ilustram e valorizam os resultados gerais. Tais exemplos e construções são
AF
introduzidos gradativamente, buscando para cada um o contexto que melhor
realça a sua relevância. Tipicamente, eles reaparecem em capı́tulos subsequen-
tes para ilustrar outros conceitos fundamentais à medida que eles vão sendo
introduzidos.
Os exercı́cios incluı́dos em cada seção têm uma função tripla. Num nı́vel mais
rotineiro, eles permitem adquirir familiaridade com os conceitos e os resultados
apresentados no texto. Também deixamos para os exercı́cios alguns argumentos
e fatos que não são usados na sequência do texto ou que pertencem a áreas afins
mais elementares (Topologia, Teoria da Medida etc). Finalmente, exercı́cios
mais sofisticados testam a compreensão global da teoria apresentada. Para
conveniência do leitor, numa seção ao final do livro apresentamos soluções mais
ou menos detalhadas de todos os exercı́cios.
T
Capı́tulo 3: Seções 3.1, 3.2 e 3.3.
Capı́tulo 4: Seções 4.1, 4.2 e 4.3.
Capı́tulo 5: Seção 5.1 (mencionar o teorema de Rokhlin).
Capı́tulo 6: Seções 6.1, 6.2 e 6.3.
Capı́tulo 7: Seções 7.1 e 7.2.
Capı́tulo 8: Seção 8.1 e 8.2 (mencionar o teorema de Ornstein).
Capı́tulo 9: Seções 9.1, 9.2, 9.3 e 9.4.
Capı́tulo 10: Seções 10.1 e 10.2.
Capı́tulo 11: Seção 11.1.
AF
Neste formato, o curso poderá ser encerrado com a demonstração do princı́pio
variacional para a entropia (Teorema 10.1) ou com a construção de medidas
invariantes absolutamente contı́nuas para transformações expansoras em varie-
dades (Teorema 11.1.2).
Procuramos elaborar o texto de tal forma que o professor possa se concentrar
na apresentação das ideias e resultados centrais, deixando a cargo do aluno es-
tudar por si mesmo muitas das demonstrações e resultados complementares. De
fato, dedicamos bastante esforço a fazer que as demonstrações sejam amigáveis,
detalhando cuidadosamente os argumentos e incluindo referências explı́citas aos
resultados anteriores que estão sendo utilizados, bem como às definições das
noções relevantes.
A par da presença regular de exemplos, e dos exercı́cios ao final de cada seção,
não hesitamos em apresentar a mesma noção de dois ou mais pontos de vista
sempre que isso nos pareceu útil para a sua compreensão em profundidade. A
seção final, com as dicas e soluções dos exercı́cios, também é parte desse esforço
para facilitar o estudo autônomo do aluno.
Agradecimentos
A elaboração deste texto se estendeu por mais de uma década. Ao longo desse
tempo tiramos proveito de inúmeras crı́ticas construtivas de colegas e alunos.
DR
Diversos colegas utilizaram diversas versões deste texto para ministrar mini-
cursos e partilharam conosco as suas conclusões de suas experiências. Além de
Vanderlei Horita (UNESP), Nivaldo Muniz (UFMA) e Meysam Nassiri (Teerã),
gostarı́amos de ressaltar os copiosos comentários de Vı́tor Araújo (UFRJ e,
agora, UFBA), que influenciaram significativamente o modo como o texto foi
evoluindo. François Ledrappier (Paris) nos ajudou com algumas questões sobre
sistemas de substituições.
Sucessivas gerações de alunos dos cursos de pós-graduação do IMPA e da
UFAL nos facultaram testar o texto na sala de aula. O retorno dado por Adriana
Sánchez, Aline Gomes Cerqueira, El Hadji Yaya Tall, Ermerson Araujo, Ignacio
Atal, Raphaël Cyna, Rafael Lucena e Xiao-Chuan Liu nos permitiu corrigir
muitas das debilidades do texto.
A primeira versão do material nos Apêndices A.1-A.2 foi escrita por João
Gouveia, Vı́tor Saraiva e Ricardo Andrade, os quais atuaram como monitores
x
T
previamente. Edileno de Almeida Santos, Felippe Soares Guimarães, Fernando
Nera Lenarduzzi, Ítalo Dowell Lira Melo, Marco Vinicius Bahi Aymone e Re-
nan Henrique Finder escreveram boa parte das dicas para os exercı́cios dos
Capı́tulos 1 a 8 e dos apêndices.
AF
em suas universidades. Destacamos, a revisão detalhada e bastante abrangente
que nos foi brindada por Bernardo Lima (UFMG) e seu aluno Leonardo Guerini.
Outras correções foram detectadas no processo de tradução para o inglês.
AF
1 Medidas Invariantes e Recorrência
1.1 Medidas invariantes . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.1.1 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.2 Teorema de recorrência de Poincaré . . . . . . . . . .
1.2.1 Versão mensurável . . . . . . . . . . . . . . .
1.2.2 Teorema de Kac̆ . . . . . . . . . . . . . . . .
1.2.3 Versão topológica . . . . . . . . . . . . . . . .
1.2.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.3 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1.3.1 Expansão decimal . . . . . . . . . . . . . . .
1.3.2 Transformação de Gauss . . . . . . . . . . . .
1.3.3 Rotações no cı́rculo . . . . . . . . . . . . . . .
1.3.4 Rotações em toros . . . . . . . . . . . . . . .
1.3.5 Transformações conservativas . . . . . . . . .
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
1
2
3
4
4
5
7
8
9
10
11
16
18
18
1.3.6 Fluxos conservativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
1.3.7 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
1.4 Indução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.4.1 Transformação de primeiro retorno . . . . . . . . . . . . . 22
1.4.2 Transformações induzidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
1.4.3 Torres de Kakutani-Rokhlin . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
DR
1.4.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
1.5 Teoremas de recorrência múltipla . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
1.5.1 Teorema de recorrência múltipla de Birkhoff . . . . . . . . 31
1.5.2 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
xi
xii CONTEÚDO
2.2.1 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
T
2.3 Comentários de Análise Funcional . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
2.3.1 Dualidade e topologias fracas . . . . . . . . . . . . . . . . 49
2.3.2 Operador de Koopman . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
2.3.3 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
2.4 Produtos semi-diretos e extensões naturais . . . . . . . . . . . . . 53
2.4.1 Medidas em produtos semi-diretos . . . . . . . . . . . . . 53
2.4.2 Extensões naturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
2.4.3 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
2.5 Progressões aritméticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
2.5.1 Teorema de van der Waerden . . . . . . . . . . . . . . . . 60
3 Teoremas Ergódicos
3.1 Teorema ergódico de von Neumann . . . . . . . . .
3.1.1 Isometrias em espaços de Hilbert . . . . . .
3.1.2 Enunciado e prova do teorema . . . . . . .
3.1.3 Convergência em L2 (µ) . . . . . . . . . . .
3.1.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.2 Teorema ergódico de Birkhoff . . . . . . . . . . . .
3.2.1 Tempo médio de visita . . . . . . . . . . . .
3.2.2 Médias temporais . . . . . . . . . . . . . . .
3.2.3 Teorema de von Neumann e consequências .
3.2.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3.3 Teorema ergódico subaditivo . . . . . . . . . . . .
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
61
63
65
66
66
69
70
71
71
71
73
76
78
79
3.3.1 Preparação da demonstração . . . . . . . . . . . . . . . . 80
3.3.2 Lema fundamental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
3.3.3 Estimativa da função ϕ− . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
3.3.4 Majoração da função ϕ+ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
3.3.5 Expoentes de Lyapunov . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
3.3.6 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
DR
3.4 Tempo discreto e tempo contı́nuo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
3.4.1 Fluxos suspensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
3.4.2 Transformações de Poincaré . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
3.4.3 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
4 Ergodicidade 97
4.1 Sistemas ergódicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
4.1.1 Conjuntos e funções invariantes . . . . . . . . . . . . . . . 98
4.1.2 Caracterização espectral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
4.1.3 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
4.2 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
4.2.1 Rotações em toros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104
4.2.2 Expansão decimal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
4.2.3 Deslocamentos de Bernoulli . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
CONTEÚDO xiii
T
4.2.5 Endomorfismos lineares do toro . . . . . . . . . . . . . . . 114
4.2.6 Argumento de Hopf . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
4.2.7 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
4.3 Propriedades das medidas ergódicas . . . . . . . . . . . . . . . . 121
4.3.1 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
4.4 Comentários de Dinâmica Conservativa . . . . . . . . . . . . . . 124
4.4.1 Sistemas hamiltonianos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
4.4.2 Teoria de Kolmogorov-Arnold-Moser . . . . . . . . . . . . 128
4.4.3 Pontos periódicos elı́ticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
AF
4.4.4 Fluxos geodésicos . . . . . . . . . . .
4.4.5 Sistemas de Anosov . . . . . . . . .
4.4.6 Bilhares . . . . . . . . . . . . . . . .
4.4.7 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . .
5 Decomposição Ergódica
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
135
136
138
145
147
147
148
149
151
152
154
155
155
5.2.2 Critério de σ-aditividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157
5.2.3 Construção das medidas condicionais . . . . . . . . . . . . 159
5.2.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
7 Correlações 187
T
7.1 Sistemas misturadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188
7.1.1 Propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188
7.1.2 Mistura fraca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191
7.1.3 Caracterização espectral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 194
7.1.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195
7.2 Deslocamentos de Markov . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196
7.2.1 Ergodicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200
7.2.2 Mistura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 203
7.2.3 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 205
7.3 Intercâmbios de intervalos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 207
AF
7.3.1 Minimalidade e ergodicidade
7.3.2 Mistura . . . . . . . . . . . .
7.3.3 Exercı́cios . . . . . . . . . . .
7.4 Decaimento de correlações . . . . . .
7.4.1 Exercı́cios . . . . . . . . . . .
8 Sistemas Equivalentes
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
209
211
214
215
219
221
222
224
224
225
226
229
230
233
8.4 Espectro de Lebesgue . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 233
8.4.1 Exemplos e propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . 234
8.4.2 O caso invertı́vel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 237
8.4.3 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 241
8.5 Espaços de Lebesgue e isomorfismo ergódico . . . . . . . . . . . . 241
8.5.1 Isomorfismo ergódico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 242
DR
8.5.2 Espaços de Lebesgue . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 243
8.5.3 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 248
9 Entropia 251
9.1 Definição de entropia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 252
9.1.1 Entropia em Teoria da Informação . . . . . . . . . . . . . 252
9.1.2 Entropia de uma partição . . . . . . . . . . . . . . . . . . 253
9.1.3 Entropia de um sistema dinâmico . . . . . . . . . . . . . . 258
9.1.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 262
9.2 Teorema de Kolmogorov-Sinai . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 263
9.2.1 Partições geradoras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 265
9.2.2 Semicontinuidade da entropia . . . . . . . . . . . . . . . . 267
9.2.3 Transformações expansivas . . . . . . . . . . . . . . . . . 269
9.2.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 270
CONTEÚDO xv
T
9.3.1 Prova do teorema de Shannon-McMillan-Breiman . . . . . 272
9.3.2 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 276
9.4 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 277
9.4.1 Deslocamentos de Markov . . . . . . . . . . . . . . . . . . 277
9.4.2 Transformação de Gauss . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 278
9.4.3 Endomorfismos lineares do toro . . . . . . . . . . . . . . . 280
9.4.4 Aplicações diferenciáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 281
9.4.5 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 283
9.5 Entropia e equivalência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 284
9.5.1 Automorfismos de Bernoulli . . . . . . . . . . . . . . . . . 285
9.6
9.7
AF
9.5.2 Sistemas com entropia nula . . . . . . . . . . . . .
9.5.3 Sistemas de Kolmogorov . . . . . . . . . . . . . . .
9.5.4 Sistemas exatos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9.5.5 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Entropia e decomposição ergódica . . . . . . . . . . . . . .
9.6.1 Afinidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9.6.2 Demonstração do teorema de Jacobs . . . . . . . .
9.6.3 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Jacobianos e fórmula de Rokhlin . . . . . . . . . . . . . .
9.7.1 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
10 Princı́pio variacional
10.1 Entropia topológica . . . . . . . . . . . . . . . . . .
10.1.1 Definição via coberturas abertas . . . . . .
10.1.2 Conjuntos geradores e conjuntos separados
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
285
288
294
295
295
296
299
302
303
308
311
312
312
315
10.1.3 Cálculo e propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 319
10.1.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 322
10.2 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 323
10.2.1 Transformações expansivas . . . . . . . . . . . . . . . . . 323
10.2.2 Deslocamentos de tipo finito . . . . . . . . . . . . . . . . 325
10.2.3 Entropia topológica de fluxos . . . . . . . . . . . . . . . . 328
DR
10.2.4 Transformações diferenciáveis . . . . . . . . . . . . . . . . 330
10.2.5 Endomorfismos lineares do toro . . . . . . . . . . . . . . . 333
10.2.6 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 335
10.3 Pressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 336
10.3.1 Definição via coberturas abertas . . . . . . . . . . . . . . 336
10.3.2 Conjuntos geradores e conjuntos separados . . . . . . . . 339
10.3.3 Propriedades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 341
10.3.4 Comentários de Mecânica Estatı́stica . . . . . . . . . . . . 343
10.3.5 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 347
10.4 Princı́pio variacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 349
10.4.1 Prova da cota superior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 351
10.4.2 Aproximando a pressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 353
10.4.3 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 356
10.5 Estados de equilı́brio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 356
xvi CONTEÚDO
T
11 Transformações Expansoras 363
11.1 Transformações expansoras em variedades . . . . . . . . . . . . . 364
11.1.1 Lema de distorção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 365
11.1.2 Existência de medidas ergódicas . . . . . . . . . . . . . . 369
11.1.3 Unicidade e conclusão da prova . . . . . . . . . . . . . . . 370
11.1.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 373
11.2 Dinâmica das transformações expansoras . . . . . . . . . . . . . . 373
11.2.1 Ramos inversos contrativos . . . . . . . . . . . . . . . . . 376
11.2.2 Sombreamento e pontos periódicos . . . . . . . . . . . . . 378
12 Formalismo Termodinâmico
12.1 Teorema de Ruelle . . . . . . . . . . . . .
12.1.1 Medida de referência . . . . . . . .
12.1.2 Distorção e propriedade de Gibbs .
12.1.3 Densidade invariante . . . . . . . .
12.1.4 Construção do estado de equilı́brio
12.1.5 Pressão e autovalores . . . . . . . .
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
381
384
385
386
388
389
391
392
394
396
397
400
401
12.1.6 Unicidade do estado de equilı́brio . . . . . . . . . . . . . . 404
12.1.7 Exatidão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 406
12.1.8 Medidas absolutamente contı́nuas . . . . . . . . . . . . . . 407
12.1.9 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 409
12.2 Teorema de Livšic . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 410
12.2.1 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 413
DR
12.3 Decaimento de correlações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 413
12.3.1 Distâncias projetivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 415
12.3.2 Cones de funções Hölder . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 420
12.3.3 Convergência exponencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . 424
12.3.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 427
12.4 Dimensão de repulsores conformes . . . . . . . . . . . . . . . . . 429
12.4.1 Dimensão de Hausdorff . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 429
12.4.2 Repulsores conformes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 431
12.4.3 Distorção e conformalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . 433
12.4.4 Existência e unicidade de d0 . . . . . . . . . . . . . . . . . 435
12.4.5 Cota superior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 438
12.4.6 Cota inferior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 439
12.4.7 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 440
CONTEÚDO xvii
T
A.1 Espaços de medida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 443
A.1.1 Espaços mensuráveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 444
A.1.2 Espaços de medida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 446
A.1.3 Medida de Lebesgue . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 450
A.1.4 Aplicações mensuráveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 453
A.1.5 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 454
A.2 Integração em espaços de medida . . . . . . . . . . . . . . . . . . 457
A.2.1 Integral de Lebesgue . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 457
A.2.2 Teoremas de convergência . . . . . . . . . . . . . . . . . . 460
A.2.3 Produto de medidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 460
AF
A.2.4 Derivação de medidas . . . . . . . . . .
A.2.5 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . .
A.3 Medidas em espaços métricos . . . . . . . . . .
A.3.1 Medidas regulares . . . . . . . . . . . .
A.3.2 Espaços métricos separáveis completos .
A.3.3 Espaço das funções contı́nuas . . . . . .
A.3.4 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . .
A.4 Variedades diferenciáveis . . . . . . . . . . . . .
A.4.1 Variedades e aplicações diferenciáveis . .
A.4.2 Espaço tangente e aplicação derivada . .
A.4.3 Espaço cotangente e formas diferenciais
A.4.4 Transversalidade . . . . . . . . . . . . .
A.4.5 Variedades riemannianas . . . . . . . . .
A.4.6 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . .
A.5 Espaços Lp (µ) . . . . . . . . . . . . . . . . . .
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
462
464
466
467
469
471
472
473
473
475
477
479
480
481
482
A.5.1 Espaços Lp (µ) com 1 ≤ p < ∞ . . . . . . . . . . . . . . . 483
A.5.2 Produto interno em L2 (µ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 483
A.5.3 Funções essencialmente limitadas . . . . . . . . . . . . . . 484
A.5.4 Convexidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 485
A.5.5 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 486
A.6 Espaços de Hilbert . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 486
DR
A.6.1 Ortogonalidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 487
A.6.2 Dualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 488
A.6.3 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 489
A.7 Teoremas espectrais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 490
A.7.1 Medidas espectrais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 491
A.7.2 Representação espectral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 493
A.7.3 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 495
T
AF
DR
T
Capı́tulo 1
Medidas Invariantes e
Recorrência
AF
A Teoria Ergódica estuda o comportamento de sistemas dinâmicos relativamente
a medidas que permanecem invariantes sob a ação da dinâmica. Mais precisa-
mente, busca-se descrever as propriedades que são válidas para quase toda a
trajetória do sistema, relativamente à medida invariante. Começaremos, na
Seção 1.1, por definir estas noções de sistema dinâmico e de medida invariante.
As raı́zes da teoria remontam à primeira metade do século 19. De fato,
em 1838 o matemático francês Joseph Liouville observou que todo sistema da
Mecânica Newtoniana (com conservação da energia) admite uma medida inva-
riante natural no seu espaço de configurações. Além disso, em 1845 o grande
matemático e fı́sico alemão Carl Friedrich Gauss observou que uma certa trans-
formação no intervalo que tem um papel importante na Teoria dos Números
admite uma medida invariante que é equivalente à medida de Lebesgue. Estes
são dois dos exemplos de aplicação da Teoria Ergódica que apresentaremos na
Seção 1.3. Muitos outros surgirão ao longo deste livro.
DR
O primeiro resultado importante foi devido ao grande matemático francês
Henri Poincaré, ao final do século 19. Ele estava especialmente interessado no
movimento dos corpos celestes, tais como planetas e cometas, o qual é descrito
por certas equações diferenciais que resultam da Lei da Gravitação de Newton.
A partir da observação de Liouville, Poincaré mostrou que para quase todo
estado inicial do sistema, ou seja, quase todo valor das posições e velocidades
iniciais, a solução da equação diferencial regressa arbitrariamente perto desse
estado inicial, a menos que vá para infinito. Mais ainda, ele apontou que essa
propriedade de recorrência não é exclusiva dos sistemas da Mecânica Celeste:
ela vale sempre que o sistema admite uma medida invariante. Este será o tema
da Seção 1.2.
Ele reaparecerá na Seção 1.5 num contexto mais elaborado: consideramos um
número finito de sistemas dinâmicos que comutam entre si e buscamos retornos
simultâneos das órbitas de todos esses sistemas à vizinhança do estado inicial.
1
2 CAPÍTULO 1. MEDIDAS INVARIANTES E RECORRÊNCIA
T
dos Números, como veremos mais tarde.
A ideia de recorrência também está por trás das construções que apresenta-
mos na Seção 1.4. A ideia básica é fixar um subconjunto do domı́nio com medida
positiva e considerar o primeiro retorno a esse conjunto. Frequentemente, essa
transformação de primeiro retorno é mais fácil de analisar e, por outro lado, ela
pode ser usada para entender o comportamento da transformação original.
AF
Seja (M, B, µ) um espaço de medida e seja f : M → M uma transformação
mensurável. Dizemos que a medida µ é invariante por f se
Nesse caso também dizemos que f preserva µ. Note que a definição (1.1.1)
faz sentido, uma vez que a pré-imagem de um conjunto mensurável por uma
(1.1.1)
Inicialmente, observe que por hipótese µ(B) = µ(f −1 (B)) para todo conjunto
T
mensurável B. Como,
Z Z
XB dµ = µ(B) e µ(f −1 (B)) = (XB ◦ f ) dµ,
isto mostra que (1.1.4) é válida para as funções caracterı́sticas. Então, por
linearidade da integral, (1.1.4) é válida para funções simples. Em seguida, vamos
usar um argumento de aproximação para concluir que (1.1.4) vale para toda
função integrável. Dada qualquer função integrável φ : M → R, considere uma
sequência (sn )n de funções simples convergindo para φ e tal que |sn | ≤ |φ| para
todo n. Tal sequência existe, pela Proposição A.1.33. Então, usando o teorema
AF
da convergência dominada (Teorema A.2.11) duas vezes:
Z Z Z
φ dµ = lim sn dµ = lim (sn ◦ f ) dµ = (φ ◦ f ) dµ.
n n
Isto mostra que (1.1.4) vale para toda função integrável se µ é invariante. A
recı́proca também segue imediatamente dos argumentos que apresentamos.
1.1.1 Exercı́cios
1.1.1. Seja f : M → M uma transformação mensurável. Mostre que uma
medida de Dirac δp é invariante por f se, e somente se, p é ponto fixo de
f . Mais geralmente, a probabilidade δp,k = k −1 δp + δf (p) + · · · + δf k−1 (p) é
invariante por f se, e somente se, f k (p) = p.
1.1.2. Prove a seguinte versão da Proposição 1.1.1. Sejam M um espaço
métrico, f : M → M uma transformação mensurável e µ uma medida em M .
Mostre que se Z Z
φ dµ = φ ◦ f dµ
T
Vamos estudar duas versões do teorema de Poincaré. A primeira (Seção 1.2.1)
está formulada no contexto de espaços de medida (finita). O teorema de Kac̆,
que provaremos na Seção 1.2.2 complementa este resultado de forma quantita-
tiva. A segunda versão do teorema de recorrência (Seção 1.2.3) supõe que o
ambiente é um espaço topológico com certas propriedades adicionais. Também
provaremos uma terceira versão do teorema de recorrência, devida a Birkhoff,
cuja formulação é puramente topológica.
AF
1.2.1 Versão mensurável
O nosso primeiro resultado afirma que, dada qualquer medida invariante finita,
quase todo ponto de qualquer conjunto mensurável E regressa a E um número
infinito de vezes:
Como supomos que a medida é finita, a expressão do lado esquerdo é finita. Por
outro lado, à direita temos uma soma de infinitos termos, todos iguais. O único
jeito desta soma ser finita é que as parcelas sejam nulas. Portanto, devemos ter
µ(E0 ) = 0, tal como foi afirmado.
Agora, denotemos por F o conjunto dos pontos x ∈ E que regressam a
E apenas um número finito de vezes. Como consequência direta da definição,
temos que todo ponto x ∈ F tem algum iterado f k (x) em E0 . Ou seja,
∞
[
F ⊂ f −k (E0 ).
k=0
1.2. TEOREMA DE RECORRÊNCIA DE POINCARÉ 5
T
∞
[ ∞ ∞
X X
µ(F ) ≤ µ f −k (E0 ) ≤ µ f −k (E0 ) = µ(E0 ) = 0.
k=0 k=0 k=0
AF
à transformação tempo 1, concluı́mos que, dado qualquer conjunto E ⊂ M com
medida positiva, para quase todo x ∈ E existem tempos tj → +∞ tais que
f tj (x) ∈ E. Valem observações análogas para as outras versões do teorema de
recorrência, que apresentaremos posteriormente. Por outro lado, o teorema
que apresentamos a seguir é especı́fico de sistemas com tempo discreto.
/ E, . . . , f n−1 (x) ∈
En = {x ∈ E : f (x) ∈ / E, mas f n (x) ∈ E} e
n−1 n
En∗ = {x ∈ M : x ∈
/ E, f (x) ∈
/ E, . . . , f (x) ∈
/ E, mas f (x) ∈ E}.
6 CAPÍTULO 1. MEDIDAS INVARIANTES E RECORRÊNCIA
T
exatamente no momento n,
En = {x ∈ E : ρE (x) = n},
e En∗é o conjunto dos pontos que não estão em E e que entram em E pela
primeira vez exatamente no momento n. É claro que estes conjuntos são men-
suráveis e, portanto, ρE é função mensurável. Além disso, os conjuntos En , En∗ ,
n ≥ 0 são disjuntos dois-a-dois e a sua união é todo o espaço M . Portanto
∞
X ∞
X
µ(M ) = µ(En ) + µ(En∗ ) = µ(E0∗ ) + µ(En ) + µ(En∗ ) . (1.2.2)
n=0 n=1
AF
Agora observe que
∗
f −1 (En∗ ) = En+1 ∪ En+1
µ(En∗ ) = ∗
µ(Em )
∗
A relação (1.2.2) implica que µ(Em
+
m
X
i=n+1
para todo n.
(1.2.4)
n−1 −k
Observação 1.2.3. Por definição, En∗ = f −n (E) \ ∪k=0 f (E). O fato de que
T
a soma (1.2.2) é finita implica que a medida deste conjunto converge para zero
quando n → ∞. Isto será útil mais tarde.
AF
No próximo teorema supomos que o espaço topológico M admite uma base
enumerável de abertos, ou seja, existe uma famı́lia enumerável {Uk : k ∈ N} de
abertos tal que todo aberto de M pode ser escrito como união de elementos Uk
dessa famı́lia. Esta hipótese é satisfeita na maioria dos exemplos interessantes.
Teorema 1.2.4 (Recorrência de Poincaré). Suponhamos que M admite uma
base enumerável de abertos. Seja f : M → M uma transformação mensurável
e seja µ uma medida finita em M invariante por f . Então, µ-quase todo ponto
x ∈ M é recorrente para f .
Demonstração. Para cada k representamos por Ũk o conjunto dos pontos x ∈ Uk
que nunca regressam a Uk . De acordo com o Teorema 1.2.1, todo Ũk tem medida
nula. Consequentemente, a união enumerável
Ũ =
[
Ũk
k∈N
tem medida nula. Portanto, para demonstrar o teorema será suficiente que
mostremos que todo ponto x que não está em Ũ é recorrente. Isso é fácil, como
vamos ver. Seja x ∈ M \ Ũ e seja U uma vizinhança qualquer de x. Por definição,
existe algum elemento Uk da base de abertos tal que x ∈ Uk e Uk ⊂ U . Como
x não está em Ũ , também temos que x ∈/ Ũk . Em outras palavras, existe algum
n ≥ 1 tal que f n (x) está em Uk . Em particular, f n (x) também está em U .
DR
Como a vizinhança U é arbitrária, isto prova que x é um ponto recorrente.
Observe que as conclusões dos Teoremas 1.2.1 e 1.2.4 não são verdadeiras,
em geral, se omitirmos a hipótese de que a medida µ é finita:
Exemplo 1.2.5. Seja f : R → R a translação de 1 unidade, isto é, a trans-
formação definida por f (x) = x + 1 para todo x ∈ R. É fácil verificar que f
deixa invariante a medida de Lebesgue em R (que é infinita). Por outro lado,
nenhum ponto é recorrente para f . Portanto, pelo teorema de recorrência, f
não pode admitir nenhuma medida invariante finita.
No entanto, é possı́vel estender estes enunciados para certos casos de medidas
infinitas: veja o Exercı́cio 1.2.2.
Para terminar, apresentamos uma versão puramente topológica do Teo-
rema 1.2.4, chamada teorema de recorrência de Birkhoff, que não faz qualquer
menção a medidas invariantes:
8 CAPÍTULO 1. MEDIDAS INVARIANTES E RECORRÊNCIA
T
formação contı́nua num espaço métrico compacto M , então existe algum ponto
x ∈ M que é recorrente para f .
Demonstração. Considere a famı́lia I de todos os conjuntos fechados não-vazios
X ⊂ M que são invariantes, no sentido de que f (X) ⊂ X. Esta famı́lia é não-
vazia, uma vez que M ∈ I. Afirmamos que um elemento X ∈ I é minimal
para a relação de inclusão se, e somente se, a órbita de todo ponto x ∈ X é
densa em X. De fato, é claro que se X é fechado invariante então X contém o
fecho da órbita de qualquer dos seus pontos. Logo, para ser minimal X precisa
coincidir com qualquer desses fechos. Reciprocamente, pela mesma razão, se X
coincide com o fecho da órbita de qualquer dos seus pontos então ele coincide
AF
com qualquer subconjunto fechado invariante, ou seja, X é minimal. Isto prova
a nossa afirmação. Em particular, qualquer ponto x num conjunto minimal
é recorrente. Logo, para provar o teorema basta mostrar que existe algum
conjunto minimal.
Afirmamos que todo conjunto totalmente ordenado {Xα } ⊂ I admite algum
minorante. De fato, considere X = ∩α Xα . Observe que X é não-vazio, uma
vez que os Xα são compactos e constituem uma famı́lia totalmente ordenada.
É claro que X é fechado e invariante por f e também que ele é um minorante
para o conjunto {Xα }. Isto prova a nossa afirmação. Agora podemos aplicar o
Lema de Zorn para concluir que I realmente contém elementos minimais.
O Teorema 1.2.6 também segue imediatamente do Teorema 1.2.4 juntamente
com o fato, que provaremos mais tarde, que toda transformação contı́nua num
espaço métrico compacto admite alguma medida de probabilidade invariante.
1.2.4 Exercı́cios
1.2.1. Mostre que o seguinte enunciado é equivalente ao Teorema 1.2.1, isto é,
qualquer um deles pode ser obtido a partir do outro. Seja f : M → M uma
transformação mensurável e seja µ uma medida invariante finita. Seja E ⊂ M
qualquer conjunto mensurável com µ(E) > 0. Então existe N ≥ 1 e um conjunto
DR
D ⊂ E com medida positiva, tal que f N (x) ∈ E para todo ponto x ∈ D.
1.2.2. Seja f : M → M uma transformação invertı́vel e suponha que µ é uma
medida invariante não necessariamente finita. Seja B ⊂ M um conjunto com
medida finita. Mostre que, dado qualquer conjunto mensurável E ⊂ M com
medida positiva, quase todo ponto x ∈ E regressa infinitas vezes a E ou tem
apenas um número finito de iterados em B.
1.2.3. Seja f : M → M uma transformação invertı́vel e suponha que µ é
uma medida invariante σ-finita: existe uma sequência crescente de subconjuntos
mensuráveis Mk com µ(Mk ) < ∞ para todo k e ∪k Mk = M . Dizemos que um
ponto x vai para infinito se, para qualquer k, existe apenas um número finito de
iterados de x que estão em Mk . Mostre que, dado qualquer conjunto mensurável
E ⊂ M com medida positiva, quase todo ponto x ∈ E regressa a E infinitas
vezes ou vai para infinito.
1.3. EXEMPLOS 9
T
µ uma probabilidade invariante e D ⊂ M um conjunto com medida positiva.
Prove que quase todo ponto de D passa uma fração positiva do tempo em D:
1
lim sup #{0 ≤ j ≤ n − 1 : f j (x) ∈ D} > 0
n n
para µ-quase todo ponto x ∈ D. [Observação: Dá para substituir lim sup por
lim inf no enunciado, mas a prova desse fato terá que esperar até o Capı́tulo 3.]
1.2.5. Seja f : M → M uma transformação mensurável que preserva uma
medida finita µ. Dado qualquer conjunto mensurável A ⊂ M com µ(A) > 0,
seja n1 < n2 < · · · a sequência dos valores de n tais que µ(f −n (A) ∩ A) > 0. O
AF
objetivo deste exercı́cio é mostrar que o conjunto VA = {n1 , n2 , . . . } é sindético,
ou seja, que existe C > 0 tal que ni+1 − ni ≤ C para todo i.
1. Mostre que para qualquer sequência crescente k1 < k2 < · · · existem
j > i ≥ 1 tal que µ(A ∩ f −(kj −ki ) (A)) > 0.
2. Dada qualquer sequência infinita ℓ = (lj )j de números naturais, denote
por S(ℓ) o conjunto de todas as somas finitas de elementos contı́guos de
ℓ. Mostre que VA intersecta S(ℓ) qualquer que seja ℓ.
3. Deduza que o conjunto VA é sindético.
[Observação: Veremos outra demonstração deste fato no Exercı́cio 3.1.2.]
1.2.6. Mostre que se f : [0, 1] → [0, 1] é uma transformação mensurável preser-
vando a medida de Lebesgue m então m-quase todo ponto x ∈ [0, 1] satisfaz
lim inf n|f n (x) − x| ≤ 1.
n
1.3 Exemplos
Em seguida vamos descrever alguns exemplos simples de medidas invariantes
por transformações ou por fluxos, que nos ajudam a interpretar o significado do
teorema de recorrência de Poincaré, bem como obter conclusões interessantes.
10 CAPÍTULO 1. MEDIDAS INVARIANTES E RECORRÊNCIA
T
O nosso primeiro exemplo é a transformação definida no intervalo [0, 1] do se-
guinte modo
f : [0, 1] → [0, 1], f (x) = 10x − [10x]
onde [10x] representa o maior inteiro menor ou igual a 10x. Em outras palavras,
f associa a cada x ∈ [0, 1] a parte fracionária de 10x. O gráfico da transformação
f está representado na Figura 1.1.
AF E
temos que
T
µ(E) = lim µ(Ei ) e µ(f −1 (E)) = lim µ(f −1 (Ei )).
i i
AF
Agora é fácil obter a conclusão do lema. Note que C contém A, por hipótese.
Portanto, usando o teorema das classes monótonas (Teorema A.1.18), segue que
C contém a σ-álgebra B gerada por A. Isto é precisamente o que querı́amos
provar.
f (x) = 0, a1 a2 a3 · · · .
Com isso, fica fácil escrever a expressão do iterado n-ésimo, para qualquer n ≥ 1:
racional para um número real qualquer. Vamos descrever este algoritmo sucin-
T
tamente.
Dado um número x0 ∈ (0, 1), sejam
1 1
a1 = e x1 = − a1 .
x0 x0
AF
Supondo que x1 seja diferente de zero, podemos repetir o processo, definindo
Então
e tem-se
x1 =
an =
a2 =
1
1
x1
a1 + x2
1
xn−1
x0 =
e
e
xn =
x2 =
1
xn−1
1
x1
e portanto x0 =
1
− a2 .
a1 +
− an = G(xn−1 )
1
1
a2 + x2
.
.
(1.3.3)
1
a1 +
1
a2 +
1
···+
an + xn
Pode mostrar-se que a sequência
1
DR
zn = (1.3.4)
1
a1 +
1
a2 +
1
··· +
an
converge para x0 quando n → ∞, e é usual traduzir este fato escrevendo
1
x0 = , (1.3.5)
1
a1 +
1
a2 +
1
···+
1
an +
···
que é chamada expansão em fração contı́nua de x0 .
1.3. EXEMPLOS 13
Note que a sequência (zn )n definida pela relação (1.3.4) consiste de números
T
racionais. De fato, mostra-se que estes são os números racionais que melhor
aproximam o número x0 , no sentido de que zn está mais próximo de x0 do
que qualquer outro número racional com denominador menor ou igual que o
denominador de zn (escrito em forma irredutı́vel). Observe também que para
obter (1.3.5) supusemos que xn ∈ (0, 1) para todo n ∈ N. Se encontramos algum
xn = 0, o processo para nesse momento e consideramos (1.3.3) a expansão em
fração contı́nua de x0 . Claro que este último caso ocorre somente se x0 é um
número racional.
O algoritmo de expansão em fração contı́nua está intimamente conectado
com o sistema dinâmico no intervalo [0, 1] que vamos descrever a seguir. A
AF
transformação de Gauss G : [0, 1] → [0, 1] é definida por
G(x) = −
1
x
1
x
= parte fracionária de 1/x,
...
T
Ergódica é que G admite uma probabilidade invariante que é equivalente à
medida de Lebesgue no intervalo. De fato, considere a medida definida por
Z
c
µ(E) = dx para cada mensurável E ⊂ [0, 1], (1.3.6)
E 1 + x
onde c é uma constante positiva. Note que a integral está bem definida, já que
a função integrando é contı́nua no intervalo [0, 1]. Além disso, essa função toma
valores no intervalo [c/2, c] e, portanto,
c
m(E) ≤ µ(E) ≤ c m(E) (1.3.7)
AF 2
para todo conjunto mensurável E ⊂ [0, 1]. Em particular, µ é de fato equivalente
à medida de Lebesgue m, isto é, as duas medidas têm os mesmos conjuntos com
medida nula.
Proposição 1.3.2. A medida µ é invariante por G. Além disso, se escolhermos
c = 1/ log 2 então µ é uma probabilidade.
Demonstração. Vamos utilizar o seguinte lema:
Lema 1.3.3. Seja f : [0, 1] → [0, 1] uma transformação tal que existem inter-
valos abertos I1 , I2 , . . . disjuntos dois-a-dois tais que
1. a união ∪k Ik tem medida de Lebesgue total em [0, 1] e
2. a restrição fk = f | Ik a cada Ik é um difeomorfismo sobre (0, 1).
Seja ρ : [0, 1] → [0, ∞) uma função integrável (para a medida de Lebesgue) com
X ρ(x)
ρ(y) = (1.3.8)
|f ′ (x)|
x∈f −1 (y)
DR
para quase todo y ∈ [0, 1]. Então a medida µ = ρdx é invariante por f .
Demonstração. Seja φ = χE a função caracterı́stica de um conjunto mensurável
E ⊂ [0, 1] qualquer. Pela fórmula de mudança de variáveis,
Z Z 1
φ(f (x))ρ(x) dx = φ(y)ρ(fk−1 (y))|(fk−1 )′ (y)| dy.
Ik 0
Note que (fk−1 )′ (y) = 1/f ′(fk−1 (y)). Portanto, a relação anterior implica que
Z 1 ∞ Z
X
φ(f (x))ρ(x) dx = φ(f (x))ρ(x) dx
0 k=1 Ik
∞ Z 1 (1.3.9)
X ρ(f −1 (y))
= φ(y) ′ k−1 dy.
k=1 0 |f (fk (y))|
1.3. EXEMPLOS 15
T
(1.3.8), vemos que a última expressão em (1.3.9) é igual a
Z 1 X∞ Z 1
ρ(fk−1 (y))
φ(y) dy = φ(y)ρ(y) dy.
0 k=1
|f ′ (fk−1 (y))| 0
R1 R1
Deste jeito mostramos que 0 φ(f (x))ρ(x) dx = 0 φ(y)ρ(y) dy. Como µ = ρdx
e φ = XE , isto quer dizer que µ(f −1 (E)) = µ(E) para todo conjunto mensurável
E ⊂ [0, 1]. Portanto, µ é invariante por f .
Para concluir a demonstração da Proposição 1.3.2 devemos mostrar que a
condição (1.3.8) vale para ρ(x) = c/(1 + x) e f = G. Seja Ik = (1/(k + 1), 1/k)
k=1
ρ(G−1
|G
k (y))
Observando que
AF
e seja Gk a restrição de G a Ik . Note que G−1
′ (G−1 (y))|
=
X
k=1
y
c(y + k)
+
1
k + 1 y
(y + k)(y + k + 1)
1 2 X
+
=
k
1
=
−
k (y) = 1/(y + k) para todo k. Note
também que G′ (x) = (1/x)′ = −1/x2 para todo x 6= 0. Portanto,
∞ ∞ ∞
k=1
1
(y
y+k y+k+1
,
+ k)(y
c
+ k + 1)
. (1.3.10)
vemos que a última soma em (1.3.10) pode ser escrita na forma telescópica:
todos os termos, exceto o primeiro, aparecem duas vezes, com sinais contrários,
e portanto se cancelam. Logo a soma é igual ao primeiro termo:
∞
X c
=
c
= ρ(y).
(y + k)(y + k + 1) y+1
k=1
T
Considere na reta R a relação de equivalência ∼ que identifica quaisquer números
cuja diferença é um número inteiro, isto é:
x∼y ⇔ x − y ∈ Z.
Note que φ está bem definida: a expressão e2πxi não depende da escolha do
(1.3.11)
Observe que esta definição está bem formulada: a classe de equivalência do lado
direito não depende da escolha dos representantes x e y das classes do lado
esquerdo. Dado θ ∈ R, chamamos rotação de ângulo θ a transformação
Note que a aplicação que lhe corresponde em {z ∈ C : |z| = 1}, via a identi-
ficação (1.3.11), é o que chamarı́amos de rotação de ângulo 2πθ, ou seja, é a
restrição ao cı́rculo unitário da transformação z 7→ e2πθi z. É imediato da de-
finição que R0 é a identidade e Rθ ◦ Rτ = Rθ+τ para todo θ e τ . Em particular,
toda rotação Rθ é invertı́vel e a inversa é R−θ .
Também podemos munir S 1 com uma estrutura natural de espaço de proba-
DR
bilidade, da seguinte forma. Seja π : R → S 1 a projeção canônica que associa a
cada x ∈ R a respectiva classe de equivalência [x]. Primeiramente, dizemos que
um conjunto E ⊂ S 1 é mensurável se π −1 (E) é um subconjunto mensurável da
reta. Em seguida, seja m a medida de Lebesgue na reta. Definimos a medida
de Lebesgue µ no cı́rculo da seguinte forma:
µ(E) = m π −1 (E) ∩ [k, k + 1) para qualquer k ∈ Z.
Note que o lado esquerdo desta igualdade não depende de k, uma vez, por
definição, π −1 (E) ∩ [k, k + 1) = π −1 (E) ∩ [0, 1) + k e a medida m é invariante
por translações.
É claro da definição que µ é uma probabilidade. Além disso, µ é invari-
ante por toda rotação Rθ (trata-se da única medida de probabilidade com esta
propriedade, como veremos no Exercı́cio 1.3.8). Isto pode ser mostrado da se-
guinte forma. Por definição, π −1 (Rθ−1 (E)) = π −1 (E) − θ para todo conjunto
1.3. EXEMPLOS 17
T
translações,
m (π −1 (E) − θ) ∩ [0, 1) = m π −1 (E) ∩ [θ, θ + 1)
= m π −1 (E) ∩ [θ, k + 1) + m π −1 (E) ∩ [k + 1, θ + 1) .
Note que π −1 (E) ∩ [k + 1, θ + 1) = π −1 (E) ∩ [k, θ) + 1. Portanto, a expressão
no lado direito da igualdade anterior pode ser escrita como
m π −1 (E) ∩ [θ, k + 1) + m π −1 (E) ∩ [k, θ) = m π −1 (E) ∩ [k, k + 1) .
Combinando estas duas igualdades obtemos que
e q ∈ N, então AF
T
As noções que acabamos de apresentar podem ser generalizadas para qualquer
dimensão, como vamos explicar em seguida. Para cada d ≥ 1, considere a
relação de equivalência em Rd que identifica dois vetores se a sua diferença é
um vetor com coordenadas inteiras:
é
AF
A aplicação
Td = Rd /Zd = (R/Z)d
das classes de equivalência. Seja m a medida de volume em Rd . A operação
n 0 + n 1 θ1 + · · · + n d θd = 0 ⇒ n0 = n1 = · · · = nd = 0.
T
medida de volume se, e somente se, o valor absoluto | det Df | do seu jacobiano
é constante igual a 1.
AF
Para provar a parte “somente se”, suponha que | det Df | fosse maior que 1 em
algum ponto x. Então, como o jacobiano é contı́nuo, existiria uma vizinhança
U de x e algum número σ > 1 tais que
vol(f (U )) ≥
Z
σ dx ≥ σ vol(U ).
U
Denotando E = f (U ), isto implica que vol(E) > vol(f −1 (E)) e, portanto, f não
deixa invariante o volume. Do mesmo modo se mostra que se o valor absoluto
do jacobiano é menor que 1 em algum ponto então f não deixa invariante o
volume.
No entanto esta conclusão não é muito útil na prática porque, em geral, não
temos uma expressão explı́cita para f t e, portanto, não é claro como verificar
a condição (1.3.13). Felizmente, existe uma expressão razoavelmente explı́cita
para o jacobiano, de que iremos falar em seguida, que pode ser usada em muitas
situações interessantes.
20 CAPÍTULO 1. MEDIDAS INVARIANTES E RECORRÊNCIA
T
campo de vetores F : M → Rd de classe C 1 . Em outras palavras, t 7→ f t (x) é
a solução da equação diferencial
dy
= F (y) (1.3.14)
dt
que tem x como condição inicial (quando tratando de equações diferenciais sem-
pre suporemos que as suas soluções estão definidas para todo tempo).
A fórmula de Liouville exprime o jacobiano de f t em termos do divergente
div F do campo de vetores:
Z t
∂x1 ∂xd
.
div F (f s (x)) ds para todo x e todo t.
0
T
de classe C 1 preserva a medida de volume na variedade M se, e somente se,
div F = 0 em todo ponto.
1.3.7 Exercı́cios
1.3.1. Utilizando o Lema 1.3.3, dê outra prova de que a transformação expansão
AF
decimal f (x) = 10x − [10x] preserva a medida de Lebesgue no intervalo.
1.3.2. Prove que, para quase todo número x ∈ [0, 1] cuja expansão decimal
contém o bloco 617 (por exemplo x = 0, 3375617264 · · · ), esse bloco aparece
infinitas vezes na expansão. Vá mais longe e mostre que, de fato, o bloco 617
aparece infinitas vezes na expansão decimal de quase todo x ∈ [0, 1].
1.3.3. Para (Lebesgue) quase todo número x0 ∈ (1/618, 1/617) o número 617
aparece infinitas vezes na sua expansão em fração contı́nua, isto é, an = 617
para infinitos valores de n ∈ N.
T
que existe alguma função contı́nua ϕ : Td → C não constante tal que ϕ◦Rθ = ϕ.
Conclua que existem abertos U e V , não vazios, disjuntos e invariantes por Rθ ,
ou seja, tais que Rθ (U ) = U e Rθ (V ) = V . Deduza que nenhuma órbita O([x])
da rotação Rθ é densa em Td .
AF
1.3.11. Seja U um aberto de R2d e H : U → R uma função de classe C 2 .
Representamos as variáveis em R2d por (p1 , . . . , pd , q1 , . . . , qd ). O campo de
vetores hamiltoniano associado a H é definido por
F (p1 , . . . , pd , q1 , . . . , qd ) =
∂H
∂q1
,...,
1.4 Indução
Nesta seção vamos descrever certas construções, baseadas no teorema de re-
corrência de Poincaré, que permitem associar a um dado sistema (f, µ) outros
sistemas intimamente relacionados com ele, que chamamos sistemas induzidos
DR
por (f, µ). O seu interesse resulta do seguinte. Por um lado, em muitos casos
o sistema induzido pode ser construı́do de modo a ter melhores propriedades
globais que o sistema original, o que torna a sua análise mais acessı́vel. Por outro
lado, a partir das propriedades do sistema induzido é possı́vel obter conclusões
interessantes a respeito do sistema original.
T
trição de µ aos subconjuntos mensuráveis de E.
Proposição 1.4.1. A medida µE é invariante pela transformação g : E → E.
Demonstração. Para cada k ≥ 1, denote por Ek o conjunto dos pontos x ∈ E
tais que ρ(x) = k. Por definição, g(x) = f k (x) para todo x ∈ Ek . Seja B um
subconjunto mensurável qualquer de E. Então
∞
X
µ(g −1 (B)) = µ(f −k (B) ∩ Ek ). (1.4.1)
k=1
Analogamente,
X
µ B =
AF
Por outro lado, como µ é f -invariante,
= µ f −2 (B) ∩ E2 + µ f −2 (B) \ (E ∪ f −1 (E)) .
n n−1
X [
µ B = µ f −k (B) ∩ Ek + µ f −n (B) \ f −k (E) . (1.4.3)
k=1 k=0
Juntamente com (1.4.1), isto mostra que µ(g −1 (B)) = µ(B) para todo subcon-
junto mensurável B de E. Isto é, a medida µE é invariante por g.
Exemplo 1.4.2. Considere a transformação f : [0, ∞) → [0, ∞) dada por
T
g(0) = 0 e g(x) = 1/x − k se x ∈ (1/(k + 1), 1/k] com k ≥ 1.
AF
Na direção contrária, dada uma medida invariante ν qualquer de g : E → E,
podemos construir uma certa medida invariante νρ para f : M → M . Aliás,
para isto g não precisa ser a transformação de primeiro retorno: a construção
que vamos apresentar a seguir é válida para qualquer transformação induzida
de f , ou seja, qualquer transformação da forma
onde ρ : E → N é uma função mensurável (basta que esteja definida num sub-
conjunto com medida total em E). Como antes, denotamos por Ek o conjunto
dos x ∈ E tais que ρ(x) = k. Então definimos:
νρ (B) =
∞ X
X
n=0 k>n
ν(f −n (B) ∩ Ek ), (1.4.5)
uma vez que ν é invariante por g. Substituindo esta igualdade em (1.4.6), vemos
T
que
∞ X ∞
X X
νρ f −1 (B) = ν f −n (B) ∩ Ek + ν B ∩ Ek = νρ B
n=1 k>n k=1
AF
n=0 k>n
n > 0 na definição (1.4.5) são nulas. Logo, νρ (B) = k>0 ν(B ∩ Ek ) = ν(B)
tal como afirmado na primeira parte do enunciado.
Considere qualquer conjunto mensurável B ⊂ M . Então,
µ B = µ B ∩ E + µ B ∩ E c = ν(B ∩ E) + µ B ∩ E c
X ∞
(1.4.7)
= ν B ∩ Ek + µ B ∩ E c .
DR
k=1
Como µ é invariante, µ(B ∩ E c ) = µ f −1 (B) ∩ f −1 (E c ) . Então, tal como na
igualdade anterior
µ B ∩ E c = µ f −1 (B) ∩ E ∩ f −1 (E c ) + µ f −1 (B) ∩ E c ∩ f −1 (E c )
∞
X
= ν f −1 (B) ∩ Ek + µ f −1 (B) ∩ E c ∩ f −1 (E c ) .
k=2
T
N X N
X \
µ B = ν f −n (B) ∩ Ek + µ f −N (B) ∩ f −n (E c )
n=0 k>n k=0
N
X X
≥ ν f −n (B) ∩ Ek para todo N ≥ 1.
n=0 k>n
AF νρ (M ) =
Z
ρ dν =
E
Z
ρ dµ = µ(M ) − µ(E0∗ ).
E
0 a3 a2 a1 1 0 a3 a2 a1 1
Em outras palavras, ρ(x) = k e portanto g(x) = f k (x) para todo x ∈ (ak , ak−1 ].
T
O gráfico de g está representado no lado direito da Figura 1.3. Note que a
restrição a cada intervalo (ak , ak−1 ] é uma bijeção sobre (0, 1]. Um ponto crucial
é que a transformação induzida g é expansora:
1
|g ′ (x)| ≥ >1 para todo x ∈ [0, 1].
1−a
Pode mostrar-se, usando as ideias que desenvolveremos no Capı́tulo 11, que g
admite uma única probabilidade invariante ν equivalente à medida de Lebesgue
em (0, 1]. Além disso, a densidade de ν relativamente à medida de Lebesgue
está limitada de zero e infinito. Então a medida f -invariante νρ em (1.4.5) é
1.4.3
AF
equivalente à medida de Lebesgue. Resulta (veja o Exercı́cio 1.4.2) que esta
medida é finita se, e somente se, d ∈ (0, 1).
Torres de Kakutani-Rokhlin
É possı́vel e útil generalizar a construção anterior ainda mais, abrindo mão
da própria transformação f : M → M . Mais precisamente, dada uma trans-
formação g : E → E, uma medida ν em E invariante por g, e uma função
mensurável ρ : E → N, vamos mostrar como construir uma transformação
f : M → M e uma medida νρ invariante por f tais que E pode ser identificado
com um subconjunto de M , g é a transformação de primeiro retorno de f a E,
com tempo de retorno dado por ρ, e a medida νρ restrita a E coincide com ν.
Esta transformação f é chamada torre de g com tempo ρ. A medida νρ é
finita se, e somente se, ρ é integrável com respeito a ν. Elas são construı́das da
seguinte forma. Começamos por definir:
M = {(x, n) : x ∈ E e 0 ≤ n < ρ(x)}
∞ k−1
[ [
= Ek × {n}.
k=1 n=0
...
T
andar k
andar k − 1
g
...
andar 2
andar 1
térreo
AF E1 E2 E3
νρ (M ) =
∞
X
k=1
Ek
kν(Ek ) =
Z
1.4.4 Exercı́cios
ρ dν.
Deduza que a medida g-invariante νρ é finita se, e somente se, d ∈ (0, 1).
1.4.3. Seja σ : Σ → Σ a aplicação definida no espaço Σ = {1, . . . , d}Z por
σ((xn )n ) = (xn+1 )n . Descreva a transformação g de primeiro retorno ao con-
junto {(xn )n ∈ Σ : x0 = 1}.
1.4.4. [Lema de Kakutani-Rokhlin] Seja f : M → M uma transformação in-
vertı́vel e seja µ uma medida de probabilidade invariante sem átomos tal que
1.5. TEOREMAS DE RECORRÊNCIA MÚLTIPLA 29
µ(∪n∈N f n (E)) = 1 para todo E ⊂ M com µ(E) > 0. Mostre que para todo
T
n ≥ 1 e todo ε > 0 existe um conjunto mensurável B ⊂ M tal que os iterados
B, f (B), . . . , f n−1 (B) são disjuntos dois-a-dois e o complementar da sua união
tem medida menor que ε. Em particular, isto vale para todo sistema invertı́vel
aperiódico, ou seja, cujo conjunto dos pontos periódicos tem medida nula.
1.4.5. Seja f : M → M uma transformação e seja (Hj )j≥1 uma coleção de
subconjuntos de M tal que se x ∈ Hn então f j (x) ∈ Hn−j para todo 0 ≤ j < n.
Seja H o conjunto dos pontos que pertencem a Hj para infinitos de valor de j,
ou seja, H = ∩∞ ∞
k=1 ∪j=k Hj . Para y ∈ H defina τ (y) = min{j ≥ 1 : y ∈ Hj }
τ (y)
e T (y) = f (y). Observe que T é uma aplicação de H em H. Além disso,
mostre que
lim sup
n
lim sup
n
1
n
n
AF
#{1 ≤ j ≤ n : x ∈ Hj } ≥ θ > 0
#{1 ≤ j ≤ n : x ∈ Hj } ≥ θ > 0
⇒ lim inf
k
1X
k−1
k i=0
Mostre que τn+1 (x)/τn (x) → 1 para µ-quase todo ponto x ∈ M . [Observação:
Dizemos que a sequência (τn )n é não lacunar.]
1
τ (T i (x)) ≤ .
θ
T
de probabilidade e sejam fi : M → M , i = 1, . . . , q transformações mensuráveis
que preservam µ e que comutam entre si. Então, para qualquer conjunto E ⊂ M
com medida positiva, existe n ≥ 1 tal que
µ E ∩ f1−n (E) ∩ · · · ∩ fq−n (E) > 0.
Em outras palavras, existe algum tempo n tal que os iterados de um sub-
conjunto com medida positiva de pontos de E retornam a E, simultaneamente
para todas as transformações fi , nesse momento n.
A demonstração do Teorema 1.5.2 não será apresentada aqui; veja o livro de
Furstenberg [Fur77]. Vamos apenas mencionar algumas consequências diretas
AF
e, mais tarde, usaremos o teorema para provar o teorema de Szemerédi sobre
existência de progressões aritméticas em subconjuntos ‘densos’ dos números
inteiros.
Observe, primeiramente, que o conjunto dos retornos simultâneos é sempre
infinito. De fato, seja n qualquer iterado como no enunciado. Aplicando o
Teorema 1.5.2 ao conjunto F = E ∩ f1−n (E) ∩ · · · ∩ fq−n (E), obtemos que existe
m ≥ 1 tal que
−(m+n)
µ E ∩ f1 (E) ∩ · · · ∩ fq−(m+n) (E)
≥ µ F ∩ f1−m (F ) ∩ · · · ∩ fq−m (F ) > 0.
Em outras palavras, m + n também é um retorno simultâneo a E, para algum
subconjunto de E com medida positiva.
Segue que, para qualquer conjunto E ⊂ M com µ(E) > 0 e para µ-quase
todo ponto x ∈ E existem infinitos iterados n que são retornos simultâneos de x
a E, ou seja, que satisfazem fin (x) ∈ E para todo i = 1, . . . , q. De fato, suponha
que existisse um subconjunto F ⊂ E com medida positiva tal que todo ponto
de F tem um número finito de retornos simultâneos a E. Por um lado, a menos
de substituir F por um subconjunto adequado, podemos supor que todos esses
retornos simultâneos dos pontos de F ao conjunto E são menores que um dado
k ≥ 1 fixado. Por outro lado, usando o parágrafo anterior, existe n > k tal
DR
que G = F ∩ f1−n (F ) ∩ · · · ∩ fq−n (F ) tem medida positiva. Ora, é imediato da
definição que n é um retorno simultâneo a E para todo x ∈ G. Isto contradiz a
escolha de F , provando a nossa afirmação.
Outro corolário simples é o teorema de recorrência múltipla de Birkhoff (Te-
orema 1.5.1). De fato, se fi : M → M , i = 1, 2, . . . , q são transformações
contı́nuas num espaço métrico compacto que comutam entre si, então existe
alguma probabilidade invariante µ comum a todas essas transformações (este
fato será verificado no próximo capı́tulo, no Exercı́cio 2.2.2). A partir daqui
podemos argumentar exatamente como na demonstração do Teorema 1.2.4. Ou
seja, considere qualquer base enumerável {Uk } da topologia de M . De acordo
com o parágrafo anterior, para cada k existe um conjunto Ũk ⊂ Uk com me-
dida nula tal que todo ponto de Uk \ Ũk tem infinitos retornos simultâneos a
Uk . Então Ũ = ∪k Ũk tem medida nula e todo ponto do seu complementar é
simultaneamente recorrente, no sentido do Teorema 1.5.1.
1.5. TEOREMAS DE RECORRÊNCIA MÚLTIPLA 31
T
Vamos tratar o caso em que as transformações f1 , . . . , fq são homeomorfismos
de M , que é suficiente para os nossos objetivos no presente capı́tulo. O caso
geral pode ser deduzido facilmente (veja o Exercı́cio 2.4.7) usando a ideia de
extensão natural, que apresentaremos no próximo capı́tulo.
O teorema pode ser reformulado do seguinte modo útil. Considere a trans-
formação F : M q → M q definida no espaço produto M q = M × · · · × M por
F (x1 , . . . , xq ) = (f1 (x1 ), . . . , fq (xq )). Denote por ∆q a diagonal de M q , ou seja,
o subconjunto dos pontos da forma x̃ = (x, . . . , x). O Teorema 1.5.1 afirma,
precisamente, que existe ã ∈ ∆q e existe (nk )k → ∞ tal que
T
g̃(x1 , . . . , xq ) = (g(x1 ), . . . , g(xq )). O fato de que G é abeliano implica que g̃
comuta com F ; note também que todo g̃ preserva a diagonal ∆q . Então a
conclusão do Lema 1.5.3 pode ser reescrita na seguinte forma:
[
e ) = ∆q .
h̃−1 (U (1.5.3)
h∈H
Lema 1.5.4. Dado ε > 0 existem x̃, ỹ ∈ ∆q e n ≥ 1 tais que d(F n (x̃), ỹ) < ε.
Demonstração. Defina gi = fi ◦ fq−1 para cada i = 1, . . . , q − 1. A hipótese de
que os fi comutam entre si implica que o mesmo vale para os gi . Então, pela
AF
hipótese de indução, existe y ∈ M e (nk )k → ∞ tal que
Pelo Lema 1.5.4 existem x̃, ỹ ∈ ∆q e n ≥ 1 tais que d(F n (x̃), ỹ) < δ. Fixe h ∈ H
e ). Então,
tal que ỹ ∈ h̃−1 (U
d h̃(F n (x̃)), z̃ ≤ d h̃(F n (x̃)), h̃(ỹ) + d h̃(ỹ), z̃ < ε/2 + ε/2.
• Pelo Lema 1.5.5 existem z̃1 ∈ ∆q e m1 ≥ 1 tais que d(F m1 (z̃1 ), z̃0 ) < ε1 .
T
• Por continuidade da aplicação F m1 , existe ε2 < ε1 tal que d(z̃, z̃1 ) < ε2
implica d(F m1 (z̃), z̃0 ) < ε1 .
Em seguida, dado qualquer j ≥ 2:
• Pelo Lema 1.5.5 existem z̃j ∈ ∆q e mj ≥ 1 tais que d(F mj (z̃j ), z̃j−1 ) < εj .
• Por continuidade de F mj , existe algum número εj+1 < εj tal que d(z̃, z̃j ) <
εj+1 implica d(F mj (z̃), z̃j−1 ) < εj .
Em particular, para quaisquer i < j,
ε
Como ∆q é compacto, podemos encontrar i, j com i < j tais que d(z̃i , z̃j ) < ε/2.
Tome k = mi+1 + · · · + mj . Então
d(F k (z̃j ), z̃j ) ≤ d(F k (z̃j ), z̃i ) + d(z̃i , z̃j ) < ε.
Isto completa a demonstração do lema.
Agora estamos prontos para concluir a demonstração do Teorema 1.5.1. Para
tal, consideremos a função
φ : ∆q → [0, ∞), φ(x̃) = inf{d(F n (x̃), x̃) : n ≥ 1}.
Observe que φ é semicontı́nua superiormente: dado qualquer ε > 0, todo ponto x̃
admite alguma vizinhança V tal que φ(ỹ) < φ(x̃)+ε para todo y ∈ V . Isso segue
imediatamente do fato de que φ é dada pelo ı́nfimo de uma famı́lia de funções
contı́nuas. Então (Exercı́cio 1.5.4), φ admite algum ponto de continuidade ã.
Vamos mostrar que este ponto satisfaz a conclusão do Teorema 1.5.1.
Para isso, começamos por observar que φ(ã) = 0. De fato, suponha que φ(ã)
é positivo. Então, por continuidade, existem β > 0 e uma vizinhança V de ã
tais que φ(ỹ) ≥ β > 0 para todo ỹ ∈ V . Então,
d(F n (ỹ), ỹ) ≥ β para todo y ∈ V e todo n ≥ 1. (1.5.4)
DR
Por outro lado, de acordo com (1.5.3), para todo x̃ ∈ ∆q existe h ∈ H tal que
h̃(x̃) ∈ V . Como as transformações h são uniformemente contı́nuas, podemos
fixar α > 0 tal que
d(z̃, w̃) < α ⇒ d h̃(z̃), h̃(w̃) < β para todo h ∈ H. (1.5.5)
Pelo Lema 1.5.6, existe n ≥ 1 tal que d(x̃, F n (x̃)) < α. Então, usando (1.5.5) e
lembrando que F comuta com todo h̃,
d h̃(x̃), F n (h̃(x̃)) < β.
Isto contradiz (1.5.4). Esta contradição mostra que φ(ã) = 0, tal como afirma-
mos.
Em outras palavras, existe (nk )k → ∞ tal que d(F nk (ã), ã) → 0 quando
k → ∞. Isto significa que (1.5.2) é satisfeita e, portanto, a prova do teorema
está completa.
34 CAPÍTULO 1. MEDIDAS INVARIANTES E RECORRÊNCIA
1.5.2 Exercı́cios
T
1.5.1. Mostre, por meio de exemplos, que a conclusão do Teorema 1.5.1 é falsa,
em geral, se as transformações fi não comutam.
1.5.2. Seja G o grupo abeliano gerado por homeomorfismos f1 , . . . , fq : M → M
num espaço métrico compacto que comutam entre si. Mostre que existe X ⊂ M
minimal para a relação de inclusão na famı́lia dos fechados, G-invariantes, não
vazios.
1.5.3. Mostre que se ϕ : M → R é uma função semicontı́nua superiormente num
espaço métrico compacto então ϕ atinge o seu supremo, isto é, existe p ∈ M tal
AF
que ϕ(p) ≥ ϕ(x) para todo x ∈ M .
1.5.4. Mostre que se ϕ : M → R é uma função semicontı́nua (superiormente ou
inferiormente) num espaço métrico compacto então o conjunto dos pontos de
continuidade de ϕ contém uma interseção enumerável de subconjuntos abertos
e densos de M . Em particular, o conjunto dos pontos de continuidade é denso
em M .
1.5.5. Seja f : M → M uma transformação mensurável preservando uma me-
dida finita µ. Dado k ≥ 1 e A ⊂ M com medida positiva, mostre que para quase
todo x ∈ A existe n ≥ 1 tal que f jn (x) ∈ A para todo 1 ≤ j ≤ k.
1.5.6. Sejam f1 , . . . , fq : M → M homeomorfismos de um espaço métrico com-
pacto que comutam entre si. Por definição, o conjunto não errante Ω(f1 , . . . , fq )
é o conjunto dos pontos x ∈ M tais que para toda vizinhança U de x existem
n
n1 , . . . , nq ≥ 1 tais que f1n1 · · · fq q (U ) intersecta U . Prove que Ω(f1 , . . . , fq ) é
um compacto, não-vazio.
DR
T
Bibliografia
[Aar97]
[AB]
[AF07]
AF
J. Aaronson. An introduction to infinite ergodic theory, volume 50 of Mathematical
Surveys and Monographs. American Mathematical Society, 1997.
A. Avila and J. Bochi. Proof of the subadditive ergodic theorem.
www.mat.puc-rio.br/∼jairo/.
[Ano67]
[Arn78]
Math. Soc., 114:309–319, 1965.
Preprint
A. Avila and G. Forni. Weak mixing for interval exchange transformations and
translation flows. Ann. of Math., 165:637–664, 2007.
35
36 BIBLIOGRAFIA
[Bow71] R. Bowen. Entropy for group endomorphisms and homogeneous spaces. Trans.
T
Amer. Math. Soc., 153:401–414, 1971.
[Bow72] R. Bowen. Entropy expansive maps. Trans. Am. Math. Soc., 164:323–331, 1972.
[Bow75a] R. Bowen. Equilibrium states and the ergodic theory of Anosov diffeomorphisms,
volume 470 of Lect. Notes in Math. Springer Verlag, 1975.
[Bow75b] R. Bowen. A horseshoe with positive measure. Invent. Math., 29:203–204, 1975.
[Bow78] R. Bowen. Entropy and the fundamental group. In The Structure of Attractors in
Dynamical Systems, volume 668 of Lecture Notes in Math., pages 21–29. Springer-
Verlag, 1978.
[BS00] L. Barreira and J. Schmeling. Sets of “non-typical” points have full topological
entropy and full Hausdorff dimension. Israel J. Math., 116:29–70, 2000.
AF
[Buz97]
[Car70]
[Cas04]
[Cla72]
[dC79]
[Dei85]
[Din70]
[Din71]
[dlL93]
J. Buzzi. Intrinsic ergodicity for smooth interval maps. Isreal J. Math, 100:125–161,
1997.
H. Cartan. Differential forms. Hermann, 1970.
A. A. Castro. Teoria da medida. Projeto Euclides. IMPA, 2004.
J. Clark. A Kolmogorov shift with no roots. ProQuest LLC, Ann Arbor, MI, 1972.
Thesis (Ph.D.)–Stanford University.
M. do Carmo. Geometria riemanniana, volume 10 of Projeto Euclides. Instituto
de Matemática Pura e Aplicada, 1979.
K. Deimling. Nonlinear functional analysis. Springer Verlag, 1985.
E. Dinaburg. A correlation between topological entropy and metric entropy. Dokl.
Akad. Nauk SSSR, 190:19–22, 1970.
E. Dinaburg. A connection between various entropy characterizations of dynamical
systems. Izv. Akad. Nauk SSSR Ser. Mat., 35:324–366, 1971.
R. de la Llave. Introduction to K.A.M. theory. In Computational physics
(Almuñécar, 1992), pages 73–105. World Sci. Publ., 1993.
[DS57] N. Dunford and J. Schwarz. Linear operators I: General theory. Wiley & Sons,
1957.
[DS63] N. Dunford and J. Schwarz. Linear operators II: Spectral theory. Wiley & Sons,
1963.
[Dug66] J. Dugundji. Topology. Allyn and Bacon Inc., 1966.
[Edw79] R. E. Edwards. Fourier series. A modern introduction. Vol. 1, volume 64 of Gra-
DR
duate Texts in Mathematics. Springer-Verlag, second edition, 1979.
[ET36] P. Erdös and P. Turán. On some sequences of integers. J. London. Math. Soc.,
11:261–264, 1936.
[Fal90] K. Falconer. Fractal geometry. John Wiley & Sons Ltd., 1990. Mathematical
foundations and applications.
[Fer02] R. Fernandez. Medida e integração. Projeto Euclides. IMPA, 2002.
[FFT09] S. Ferenczi, A. Fisher, and M. Talet. Minimality and unique ergodicity for adic
transformations. J. Anal. Math., 109:1–31, 2009.
[FO70] N. Friedman and D. Ornstein. On isomorphism of weak Bernoulli transformations.
Advances in Math., 5:365–394, 1970.
[Fri69] N. Friedman. Introduction to ergodic theory. Van Nostrand, 1969.
[Fur61] H. Furstenberg. Strict ergodicity and transformation of the torus. Amer. J. Math.,
83:573–601, 1961.
[Fur77] H. Furstenberg. Ergodic behavior and a theorem of Szemerédi on arithmetic pro-
gressions. J. d’Analyse Math., 31:204–256, 1977.
BIBLIOGRAFIA 37
T
Princeton Univertsity Press, 1981.
[Goo71a] T. Goodman. Relating topological entropy and measure entropy. Bull. London
Math. Soc., 3:176–180, 1971.
[Goo71b] G. Goodwin. Optimal input signals for nonlinear-system identification. Proc. Inst.
Elec. Engrs., 118:922–926, 1971.
[GT08] B. Green and T. Tao. The primes contain arbitrarily long arithmetic progressions.
Ann. of Math., 167:481–547, 2008.
[Gur61] B. M. Gurevič. The entropy of horocycle flows. Dokl. Akad. Nauk SSSR, 136:768–
770, 1961.
[Hal50] P. Halmos. Measure Theory. D. Van Nostrand Company, 1950.
[Hal51]
[Hay]
[Hir94]
[Hof77]
[Hop39]
[HvN42]
[Jac60]
[Jac63]
AF
P. Halmos. Introduction to Hilbert Space and the theory of Spectral Multiplicity.
Chelsea Publishing Company, New York, 1951.
N. Haydn. Multiple measures of maximal entropy and equilibrium states for one-
simensional subshifts. Preprint Penn State University.
M. Hirsch. Differential topology, volume 33 of Graduate Texts in Mathematics.
Springer-Verlag, 1994. Corrected reprint of the 1976 original.
F. Hofbauer. Examples for the nonuniqueness of the equilibrium state. Trans.
Amer. Math. Soc., 228:223–241, 1977.
E. F. Hopf. Statistik der geodätischen Linien in Mannigfaltigkeiten negativer
Krümmung. Ber. Verh. Sächs. Akad. Wiss. Leipzig, 91:261–304, 1939.
P. Halmos and J. von Neumann. Operator methods in classical mechanics. II. Ann.
of Math., 43:332–350, 1942.
K. Jacobs. Neuere Methoden und Ergebnisse der Ergodentheorie. Ergebnisse der
Mathematik und ihrer Grenzgebiete. N. F., Heft 29. Springer-Verlag, 1960.
K. Jacobs. Lecture notes on ergodic theory, 1962/63. Parts I, II. Matematisk
Institut, Aarhus Universitet, Aarhus, 1963.
[Kal82] S. Kalikow. T, T −1 transformation is not loosely Bernoulli. Ann. of Math., 115:393–
409, 1982.
[Kat71] Yi. Katznelson. Ergodic automorphisms of T n are Bernoulli shifts. Israel J. Math.,
10:186–195, 1971.
[Kat80] A. Katok. Lyapunov exponents, entropy and periodic points of diffeomorphisms.
Publ. Math. IHES, 51:137–173, 1980.
DR
[Kea75] M. Keane. Interval exchange transformations. Math. Zeit., 141:25–31, 1975.
[KH95] A. Katok and B. Hasselblatt. Introduction to the modern theory of dynamical sys-
tems, volume 54 of Encyclopedia of Mathematics and its Applications. Cambridge
University Press, 1995. With a supplementary chapter by Katok and Leonardo
Mendoza.
[KM10] S. Kalikow and R. McCutcheon. An outline of ergodic theory, volume 122 of Cam-
bridge Studies in Advanced Mathematics. Cambridge University Press, 2010.
[Kok35] J. F. Koksma. Ein mengentheoretischer Satz über die Gleichverteilung modulo
Eins. Compositio Math., 2:250–258, 1935.
[KR80] M. Keane and G. Rauzy. Stricte ergodicité des échanges d’intervalles. Math. Zeit.,
174:203–212, 1980.
[Kri70] W. Krieger. On entropy and generators of measure-preserving transformations.
Trans. Amer. Math. Soc., 149:453–464, 1970.
[Kri75] W. Krieger. On the uniqueness of the equilibrium state. Math. Systems Theory,
8:97–104, 1974/75.
38 BIBLIOGRAFIA
[KSS91] A. Krámli, N. Simányi, and D. Szász. The K-property of three billiard balls. Ann.
T
of Math., 133:37–72, 1991.
[KSS92] A. Krámli, N. Simányi, and D. Szász. The K-property of four billiard balls. Comm.
Math. Phys., 144:107–148, 1992.
[KW82] Y. Katznelson and B. Weiss. A simple proof of some ergodic theorems. Israel J.
Math., 42:291–296, 1982.
[Lan73] O. Lanford. Entropy and equilibrium states in classical statistical mechanics. In
Statistical mechanics and mathematical problems, volume 20 of Lecture Notes in
Physics, page 1–113. Springer Verlag, 1973.
[Led84] F. Ledrappier. Propriétés ergodiques des mesures de Sinaı̈. Publ. Math. I.H.E.S.,
59:163–188, 1984.
[Lin77] D. Lind. The structure of skew products with ergodic group actions. Israel J.
AF
[LS82]
[LVY13]
[LY85a]
[LY85b]
[Man75]
[Mañ85]
Math., 28:205–248, 1977.
F. Ledrappier and J.-M. Strelcyn. A proof of the estimation from below in pesin’s
entropy formula. Ergod. Th & Dynam. Sys, 2:203–219, 1982.
G. Liao, M. Viana, and J. Yang. The entropy conjecture for diffeomorphisms away
from tangencies. J. Eur. Math. Soc. (JEMS), 15(6):2043–2060, 2013.
F. Ledrappier and L.-S. Young. The metric entropy of diffeomorphisms. I. Characte-
rization of measures satisfying Pesin’s entropy formula. Ann. of Math., 122:509–539,
1985.
F. Ledrappier and L.-S. Young. The metric entropy of diffeomorphisms. II. Relations
between entropy, exponents and dimension. Ann. of Math., 122:540–574, 1985.
A. Manning. Topological entropy and the first homology group. In Dynamical
Systems, Warwick, 1974, volume 468 of Lecture Notes in Math., pages 185–190.
Springer-Verlag, 1975.
R. Mañé. Hyperbolicity, sinks and measure in one-dimensional dynamics. Comm.
Math. Phys., 100:495–524, 1985.
[Mañ87] R. Mañé. Ergodic theory and differentiable dynamics. Springer Verlag, 1987.
[Mas82] H. Masur. Interval exchange transformations and measured foliations. Ann. of
Math, 115:169–200, 1982.
[Mey00] C. Meyer. Matrix analysis and applied linear algebra. Society for Industrial and
Applied Mathematics (SIAM), 2000.
[Mis73] M. Misiurewicz. Diffeomorphim without any measure of maximal entropy. Bull.
Acad. Pol. Sci., 21:903–910, 1973. Series sci. math, astr. et phys.
DR
[Mis76] N action on a
M. Misiurewicz. A short proof of the variational principle for a Z+
compact space. Asterisque, 40:147–187, 1976.
[MP77a] M. Misiurewicz and F. Przytycki. Entropy conjecture for tori. Bull. Pol. Acad. Sci.
Math., 25:575–578, 1977.
[MP77b] M. Misiurewicz and F. Przytycki. Topological entropy and degree of smooth map-
pings. Bull. Pol. Acad. Sci. Math., 25:573–574, 1977.
[MP08] W. Marzantowicz and F. Przytycki. Estimates of the topological entropy from
below for continuous self-maps on some compact manifolds. Discrete Contin. Dyn.
Syst. Ser., 21:501–512, 2008.
[MT78] G. Miles and R. Thomas. Generalized torus automorphisms are Bernoullian. Ad-
vances in Math. Supplementary Studies, 2:231–249, 1978.
[New88] S. Newhouse. Entropy and volume. Ergodic Theory Dynam. Systems, 8∗ (Charles
Conley Memorial Issue):283–299, 1988.
[New90] S. Newhouse. Continuity properties of entropy. Annals of Math., 129:215–235,
1990. Errata in Annals of Math. 131:409–410, 1990.
BIBLIOGRAFIA 39
T
Ann. Math. Statist, 37:1528–1533, 1966.
[NR97] A. Nogueira and D. Rudolph. Topological weak-mixing of interval exchange maps.
Ergod. Th. & Dynam. Sys., 17:1183–1209, 1997.
[Orn60] D. Ornstein. On invariant measures. Bull. Amer. Math. Soc., 66:297–300, 1960.
[Orn70] D. Ornstein. Bernoulli shifts with the same entropy are isomorphic. Advances in
Math., 4:337–352 (1970), 1970.
[Orn72] D. Ornstein. On the root problem in ergodic theory. In Proceedings of the Sixth
Berkeley Symposium on Mathematical Statistics and Probability (Univ. California,
Berkeley, Calif., 1970/1971), Vol. II: Probability theory, pages 347–356. Univ.
California Press, 1972.
[Orn74] D. Ornstein. Ergodic theory, randomness, and dynamical systems. Yale Univer-
[OS73]
[OU41]
[Par53]
[Pes77]
[Pes97]
[Pet83]
[Phe93]
AF
sity Press, 1974. James K. Whittemore Lectures in Mathematics given at Yale
University, Yale Mathematical Monographs, No. 5.
D. Ornstein and P. Shields. An uncountable family of K-automorphisms. Advances
in Math., 10:63–88, 1973.
J. C. Oxtoby and S. M. Ulam. Measure-preserving homeomorphisms and metrical
transitivity. Ann. of Math., 42:874–920, 1941.
O. S. Parasyuk. Flows of horocycles on surfaces of constant negative curvature.
Uspehi Matem. Nauk (N.S.), 8:125–126, 1953.
Ya. B. Pesin. Characteristic Lyapunov exponents and smooth ergodic theory. Rus-
sian Math. Surveys, 324:55–114, 1977.
Ya. Pesin. Dimension theory in dynamical systems. University of Chicago Press,
1997. Contemporary views and applications.
K. Petersen. Ergodic theory. Cambridge Univ. Press, 1983.
R. Phelps. Convex functions, monotone operators and differentiability, volume
1364 of Lecture Notes in Mathematics. Springer-Verlag, second edition, 1993.
[Pin60] M. S. Pinsker. Informatsiya i informatsionnaya ustoichivostsluchainykh velichin i
protsessov. Problemy Peredači Informacii, Vyp. 7. Izdat. Akad. Nauk SSSR, 1960.
[PT93] J. Palis and F. Takens. Hyperbolicity and sensitive-chaotic dynamics at homoclinic
bifurcations. Cambridge University Press, 1993.
[PU10] F. Przytycki and M. Urbański. Conformal fractals: ergodic theory methods, volume
371 of London Mathematical Society Lecture Note Series. Cambridge University
Press, 2010.
DR
[PW72a] W. Parry and P. Walters. Endomorphisms of a Lebesgue space. Bull. Amer. Math.
Soc., 78:272–276, 1972.
[PW72b] W. Parry and P. Walters. Errata: “Endomorphisms of a Lebesgue space”. Bull.
Amer. Math. Soc., 78:628, 1972.
[PY98] M. Pollicott and M. Yuri. Dynamical systems and ergodic theory, volume 40 of
London Mathematical Society Student Texts. Cambridge University Press, 1998.
[Qua99] A. Quas. Most expanding maps have no absolutely continuous invariant mesure.
Studia Math., 134:69–78, 1999.
[Que87] M. Queffélec. Substitution dynamical systems—spectral analysis, volume 1294 of
Lecture Notes in Mathematics. Springer-Verlag, 1987.
[Rok61] V. A. Rokhlin. Exact endomorphisms of a Lebesgue space. Izv. Akad. Nauk SSSR
Ser. Mat., 25:499–530, 1961.
[Rok62] V. A. Rokhlin. On the fundamental ideas of measure theory. A. M. S. Transl.,
10:1–54, 1962. Transl. from Mat. Sbornik 25 (1949), 107–150. First published by
the A. M. S. in 1952 as Translation Number 71.
40 BIBLIOGRAFIA
T
tions. Russ. Math. Surveys, 22 -5:1–52, 1967. Transl. from Uspekhi Mat. Nauk. 22
- 5 (1967), 3–56.
[Rok67b] V. A. Rokhlin. Metric properties of endomorphisms of compact commuitative
groups. Amer. Math. Soc. Transl., 64:244–252, 1967.
[Roy63] H. L. Royden. Real analysis. The Macmillan Co., 1963.
[RS61] V. A. Rokhlin and Ja. G. Sinaı̆. The structure and properties of invariant measu-
rable partitions. Dokl. Akad. Nauk SSSR, 141:1038–1041, 1961.
[Rud87] W. Rudin. Real and complex analysis. McGraw-Hill, 1987.
[Rue73] D. Ruelle. Statistical Mechanics on a compact set with Z ν action satisfying expan-
siveness and specification. Trans. Amer. Math. Soc., 186:237–251, 1973.
[Rue78] D. Ruelle. An inequality for the entropy of differentiable maps. Bull. Braz. Math.
AF
[Rue04]
[RY80]
[SC87]
[Shu69]
[Shu74]
[Sim02]
[Sin63]
Soc., 9:83–87, 1978.
D. Ruelle. Thermodynamic formalism. Cambridge Mathematical Library. Cam-
bridge University Press, second edition, 2004. The mathematical structures of
equilibrium statistical mechanics.
C. Robinson and L. S. Young. Nonabsolutely continuous foliations for an Anosov
diffeomorphism. Invent. Math., 61:159–176, 1980.
Ya. Sinaı̆ and Nikolay Chernov. Ergodic properties of some systems of two-
dimensional disks and three-dimensional balls. Uspekhi Mat. Nauk, 42:153–174,
256, 1987.
M. Shub. Endomorphisms of compact differentiable manifolds. Amer. Journal of
Math., 91:129–155, 1969.
M. Shub. Dynamical systems, filtrations and entropy. Bull. Amer. Math. Soc.,
80:27–41, 1974.
N. Simányi. The complete hyperbolicity of cylindric billiards. Ergodic Theory
Dynam. Systems, 22:281–302, 2002.
Ya. Sinaı̆. On the foundations of the ergodic hypothesis for a dynamical system of
Statistical Mechanics. Soviet. Math. Dokl., 4:1818–1822, 1963.
[Sin70] Ya. Sinaı̆. Dynamical systems with elastic reflections. Ergodic properties of disper-
sing billiards. Uspehi Mat. Nauk, 25:141–192, 1970.
[Ste58] E. Sternberg. On the structure of local homeomorphisms of Euclidean n-space - II.
Amer. J. Math., 80:623–631, 1958.
[SW75] M. Shub and R. Williams. Entropy and stability. Topology, 14:329–338, 1975.
DR
[SX10] R. Saghin and Z. Xia. The entropy conjecture for partially hyperbolic diffeo-
morphisms with 1-D center. Topology Appl., 157:29–34, 2010.
[Sze75] S. Szemerédi. On sets of integers containing no k elements in arithmetic progression.
Acta Arith., 27:199–245, 1975.
[vdW27] B. van der Waerden. Beweis eibe Baudetschen Vermutung. Nieuw Arch. Wisk.,
15:212–216, 1927.
[Vee82] W. Veech. Gauss measures for transformations on the space of interval exchange
maps. Ann. of Math., 115:201–242, 1982.
[Ver99] Alberto Verjovsky. Sistemas de Anosov, volume 9 of Monographs of the Institute
of Mathematics and Related Sciences. Instituto de Matemática y Ciencias Afines,
IMCA, Lima, 1999.
[Via14] M. Viana. Lectures on Lyapunov Exponents. Cambridge University Press, 2014.
[Wal73] P. Walters. Some results on the classification of non-invertible measure preserving
transformations. In Recent advances in topological dynamics (Proc. Conf. Topolo-
gical Dynamics, Yale Univ., New Haven, Conn., 1972; in honor of Gustav Arnold
Hedlund), pages 266–276. Lecture Notes in Math., Vol. 318. Springer-Verlag, 1973.
BIBLIOGRAFIA 41
T
Amer. J. Math., 97:937–971, 1975.
[Wal82] P. Walters. An introduction to ergodic theory. Springer Verlag, 1982.
[Wey16] H. Weyl. Uber die Gleichverteilungen von Zahlen mod Eins. Math. Ann., 77:313–
352, 1916.
[Yan80] K. Yano. A remark on the topological entropy of homeomorphisms. Invent. Math.,
59:215–220, 1980.
[Yoc92] J.-C. Yoccoz. Travaux de Herman sur les tores invariants. Astérisque, 206:Exp.
No. 754, 4, 311–344, 1992. Séminaire Bourbaki, Vol. 1991/92.
[Yom87] Y. Yomdin. Volume growth and entropy. Israel J. Math., 57:285–300, 1987.
[Yos68] K. Yosida. Functional analysis. Second edition. Die Grundlehren der mathematis-
[Yuz68]
[Zyg68]
AF
chen Wissenschaften, Band 123. Springer-Verlag, 1968.
S. A. Yuzvinskii. Metric properties of endomorphisms of compact groups. Amer.
Math. Soc. Transl., 66:63–98, 1968.
A. Zygmund. Trigonometric series: Vols. I, II. Second edition, reprinted with
corrections and some additions. Cambridge University Press, 1968.
DR
T
Índice
2X Hµ (P/Q)
famı́lia de todos os subconjuntos, 444 entropia condicional, 256
A∆B
Bδ
C∗
C+
AF
diferença simétrica de conjuntos, 448
B(x, T, ε)
bola dinâmica de um fluxo, 329
B(x, ∞, ε)
bola dinâmica infinita, 336
B(x, n, ε)
bola dinâmica, 272
B(x, r)
bola de centro x e raio r, 466
cone dual, 51
C 0 (M )
espaço das funções contı́nuas, 50, 449,
0 (M )
471
Hβ,ρ (g)
I(U )
I(A)
I(a)
IP
L∞ (µ)
Lp (µ)
constante de Hölder local, 413
42
ÍNDICE 43
T
Uf∗ babilidade, 121
dual do operador de Koopman, 51 Me (f )
V (µ, Φ, ε) espaço das medidas ergódicas de proba-
base de vizinhanças da topologia fraca∗ , bilidade, 121
36 P ≺Q
V (v, {g1 , . . . , gN }, ε) partição menos fina, 256
base de vizinhanças da topologia fraca, P ∨Q
49 soma de partições, 254
V ∗ (g, {v1 , . . . , vN }, ε) P n , P ±n
base de vizinhanças da topologia fraca∗ , soma iterada de uma partição, 258, 261
49 U r (f, ε)
Va (µ, A, ε) vizinhança C r , 475
base de vizinhanças da topologia fraca∗ ,
Vc (µ, B, ε)
Vf (µ, F , ε)
Vp (µ, B, ε)
XB
Fix(f )
37
37
AF
base de vizinhanças da topologia fraca∗ ,
Vu (µ, ε)
tual, 44
div F
λmax
λmin
µ⊥ν
ν≪µ
∂I
∂P
medida de Dirac, 47
conjunto dos pontos fixos, 324 bordo de uma partição, 268, 353
GL(d, R) Pd
grupo linear, 80, 170, 479 espaço projetivo, 482
O(d, R) ρ(B)
grupo ortogonal, 170 raio espectral, 327
SL(d, R) esp(L)
grupo linear especial, 170, 479 espectro de um operador linear, 490
DR
ΣA supess
deslocamento de tipo finito, 325 supremo essencial, 484
ΣP supp
deslocamento de tipo finito, 199 suporte de uma medida, 452, 491
α∨β tanh
soma de coberturas, 312 tangente hiperbólica, 418
α≺β τ (E, x)
cobertura menos fina, 312 tempo médio de visita, 65
αn , α±n θ(g1 , g2 )
soma iterada de uma cobertura aberta, distância projetiva, 416
313, 319, 320 ϕ̃
L1 (µ) média temporal de uma função, 73
espaço das funções integráveis, 458 Td
M(X) toro de dimensão d, 18, 474
espaço das medidas, 50, 449 ϕ+
M1 (M ) parte positiva de uma função, 458
espaço das medidas de probabilidade, 36 ϕ−
M1 (f ) parte negativa de uma função, 458
44 ÍNDICE
ϕn alfabeto, 208
T
soma orbital de uma função, 336, 392 aplicação
∨α Uα conforme, 432
σ-álgebra gerada, 288 contı́nua, 453
d(M ) de classe C r , 475
dimensão de Hausdorff, 429 de primeiro retorno, 5
e(ψ, x) derivada, 476, 477
esperança condicional, 155 diferenciável, 474
f∗ µ exponencial, 481
imagem de uma medida, 44, 50 Hölder, 468
fA Lipschitz, 468
endomorfismo linear, 115 mensurável, 453
g(φ) atlas
entropia topológica de fluxos, via con- de classe C r , 474
g(f )
h(f )
AF
h(f, α)
hµ (f )
juntos geradores, 329
hµ (f, P, x)
h±
259
da topologia, 452
de abertos, 452
de Fourier, 487
de Hammel, 487
md (M )
de Hilbert, 487
medida de Hausdorff d-dimensional, 429
de vizinhanças, 36, 37, 452
s(φ)
dual, 478
entropia topológica de fluxos, via con-
enumerável de abertos, 452
juntos separados, 329
enumerável de vizinhanças, 452
s(f )
base de uma pilha, 177
entropia topológica, via conjuntos sepa-
bilhar, 139
rados, 315
DR
canto, 139
w = (wα )α
dispersivo, 143
vetor de comprimentos, 208
mesa, 139
álgebra, 444
semidispersivo, 144
compacta, 447
bola dinâmica, 272, 315
de funções, 472
de um fluxos, 329
separadora, 472
bordo de uma partição, 268, 353
de medida, 242
átomo, 470, 493
último teorema de Poincaré, 133 cı́rculo, 16
unitário, 16
σ-álgebra, 444 cadeia, 249
boreliana, 445 campo de vetores, 477
de Borel, 445 hamiltoniano, 131
gerada, 288, 445 carta local, 473
gerada a menos de medida nula, 449 cilindro, 461
produto, 108, 460, 461 aberto, 55
elementar, 462
a menos de medida nula, 449 mensurável, 54
ÍNDICE 45
T
cobertura, 429 coordenada local, 473
aberta, 312, 447 coordenadas ação-ângulo, 127
diâmetro, 317, 320 correlação, 187
menos fina, 312 cubo, 450
cociclo, 86 curva minimizante, 481
cogumelo de Bunimovich, 145 curvatura negativa, 136
complementar ortogonal, 67, 488
completamento de espaço de medida, 448 decaimento de correlações, 215
comprimento decaimento exponencial, 346
de progressão aritmética, 58 decomposição
de uma curva, 480 de Hahn, 449
condição de Lebesgue, 464
de Keane, 209
AF
de torção, 128, 130, 132, 135
T
distância, 466 de Baire, 122, 125, 475, 480
associada a métrica riemanniana, 480 de Banach, 49, 482, 487
de Cayley-Klein, 427 de configurações, 344
de Poincaré, 427 de Hausdorff, 445
hiperbólica, 427 de Hilbert, 487
invariante, 173, 174 de Hilbert separável, 488
plana, 105 de Lebesgue, 241, 242, 245, 247
projetiva, 416 de medida, 446
distorção limitada, 106, 107, 112 de medida completo, 448
distribuição de Gibbs, 345 de probabilidade, 446
divergente de um campo de vetores, 20 não trivial, 288
domı́nio padrão, 241
de invertibilidade, 304 dual, 488
AF
fundamental, 90
dual de um espaço de Banach, 49, 485
dualidade, 50, 216, 392, 484
T
de Liouville, 20 de informação de uma partição, 254
de mudança de variáveis, 306 de multiplicidades, 494
de Rokhlin, 303, 306, 372 entropia, 267
fator, 263 essencialmente limitada, 484
topológico, 314, 390 finitamente aditiva, 447
fibrado fortemente afim, 302
cotangente, 130, 477 Hölder, 413
tangente, 130 integrável, 458
fibrado tangente, 476 invariante, 70, 98
unitário, 136, 481 localmente constante, 216
filtração de Oseledets, 87 localmente integrável, 463
fluxo, 2, 477 quase periódica, 128
semicontı́nua, 33
fluxos
folha
AF
conservativo, 19
de Anosov, 137
geodésico, 136, 481
hamiltoniano, 125, 131
horocı́clico, 292
suspensão, 89
uniformemente contı́nuo, 329
uniformemente hiperbólico, 137
ideal, 141
reticulado, 344
geodésica, 481
gerador
bilateral, 266
unilateral, 266
gerador infinitesimal, 68
folheação, 137 Grassmanniana, 474
estável, 116, 117, 137 grau de uma aplicação, 376, 482
instável, 116, 117, 137 grupo
forma compacto, 173
k-linear, 478 de Lie, 169
alternada, 478 linear, 170, 479
de área, 207 linear especial, 170, 479
localmente compacto, 170
DR
de volume, 20, 129
diferencial, 478 metrizável, 173
exata, 479 ortogonal, 170
diferential topológico, 169
fechada, 479 grupo a 1-parâmetro, 68
linear, 478
simplética, 129 hamiltoniano, 125
fração contı́nua, 12 não degenerado, 128
de tipo limitado, 120 hipótese ergódica
função de Boltzmann, 65, 124
σ-aditiva, 446, 447 de Boltzmann-Sinai, 139
p-integrável, 483 hipersuperfı́cie de energia, 126
afim, 295 homeomorfismo, 446
côncava, 485 de torsão, 132
caracterı́stica, 453 homomorfismo
contı́nua, 453 de álgebras de medida, 242
convexa, 485
de distribuição, 44 identidade do paralelogramo, 489
48 ÍNDICE
T
informação média de um alfabeto, 253 matriz
integrabilidade de covariâncias, 240
uniforme, 465 de transição, 325
integral estocástica, 198
de Lebesgue, 458 aperiódica, 203
de uma função simples, 457 irredutı́vel, 201
primeira, 22, 126 hiperbólica, 116
relativamente a medida com sinal, 459 infinita, 240
relativamente a medida complexa, 460 positiva definida, 240
intercâmbio de intervalos, 207 simétrica, 240
redutı́vel, 209 medida, 446
intervalo σ-finita, 8, 75, 446
d-ádico, 517
AF
em Z, 58
invariância
à direita, 173
à esquerda, 173
invariante de equivalência
ergódica, 223
espectral, 225
isometria, 318
linear, 50, 489, 490
isomorfismo
de álgebras de medida, 242
ergódico, 222, 242
iterado de uma medida, 44, 50
jacobiano, 304
multiplicidade recorrente, 7
T
de um autovalor, 225 super não errante, 63
de um expoente de Lyapunov, 87 posto, 236, 238
potenciais cohomólogos, 343, 410
número potencial, 312, 336
de Lebesgue, 471 pré-órbita, 54, 379
diofantino, 168 periódica, 379
normal, 11, 107, 108 pressão, 311, 336, 337
número de rotação, 132 de um estado, 344, 345
norma, 484, 487 primeiro retorno, 22
L∞ , 484 princı́pio
Lp , 483 da distribuição de massa, 440
da convergência uniforme, 471 variacional, 344, 349
probabilidade, 446
AF
de funcional linear, 49
de operador, 174, 327, 330
de um funcional linear, 471
de uma matriz, 79
de uma medida, 449
odômetro, 176
operador
de Koopman, 50, 51
de Ruelle-Perron-Frobenius, 392
de transferência, 215, 392
linear
adjunto, 489
autoadjunto, 489, 491
contı́nuo, 489
dual, 51, 392
idempotente, 491
limitado, 489, 490
normal, 489, 493, 494
produto
condicional, 149
de transição, 197
de medidas, 461
enumerável, 461
finito, 461
interno, 483, 486
semi-direto, 53
progressão aritmética, 58
projeção, 491
estereográfica, 474
ortogonal, 67
propriedade da lacuna espectral, 215, 426
pseudo-órbita, 378
periódica, 378
T
absolutamente somável, 486 supremo essencial, 484
de Fourier, 115 suspensão
seção transversal, 91 de uma medida, 90
semicontinuidade da entropia, 267 de uma transformação, 89
sequência
aditiva, 79 tempo
admissı́vel, 325, 326 de primeiro retorno, 5, 23, 91
de correlações, 188 de retorno, 89, 90
de covariâncias, 240 médio de retorno, 6
equidistribuı́da, 180 médio de visita, 65, 71
não lacunar, 29 teorema
separadora, 243 da continuidade
sistema
AF
subaditiva, 79, 80
uniformemente integrável, 88
T
de Livšic, 391, 410 produto, 110, 462
de Lusin, 468, 470 uniforme, 44
de Masur-Veech, 211 topologias
de Mazur, 53 equivalentes, 37
de Oseledets, 87, 281 toro de dimensão d, 18, 474
de Oxtoby-Ulam, 125 torre, 27
de Perron-Frobenius, 198 de Kakutani-Rokhlin, 28
de Prohorov, 42 transformação
de Radon-Nikodym, 464 h-expansiva, 336, 360
de recorrência conservativa, 19
de Birkhoff, 7, 8, 47 de Dehn, 510
de Poincaré, 4, 7 de Gauss, 13, 24
de Manneville-Pomeau, 26
AF
para fluxos, 5
de recorrência múltipla
de Birkhoff, 29
de Poincaré, 30
de Riesz-Markov, 449, 471
de Rokhlin, 152, 161
de Ruelle, 391
de Sard, 480
de Schauder-Tychonoff, 45
de Shannon-McMillan-Breiman, 271
de Stone-Weierstrass, 472
de Szemerédi, 59, 61
de Tychonoff, 110
de van der Waerden, 58, 60
de Vitali, 463
de von Neumann para fluxos, 71
de Weyl, 180
de Whitney, 480
do espectro discreto, 243
de Poincaré, 90, 91
de primeiro retorno, 23, 90, 91
expansão decimal, 10
expansiva, 269, 323, 366, 377
expansora, 27, 374
do intervalo, 372
numa variedade, 364
induzida, 24
integrável, 130
intrinsecamente ergódica, 361
localmente invertı́vel, 303
logı́stica, 323
minimal, 18, 105
não degenerada, 130
simplética, 129
tempo 1, 5
topologicamente
exata, 370
do ponto fixo de Poincaré-Birkhoff, 133 fracamente misturadora, 228
ergódico misturadora, 190
de Birkhoff, 66, 71, 73, 76 transitiva, 110
de Birkhoff para fluxos, 79 transformações
de von Neumann, 66, 69, 76 que comutam entre si, 29
multiplicativo, 87, 281 topologicamente conjugadas, 314
subaditivo, 66, 80 topologicamente equivalentes, 314
transição de fase, 344
DR
subaditivo para fluxos, 88
espectral, 493 transição de fases, 343
múltiplo de von Neumann, 196 transitividade, 122
normal de Borel, 108 translação
Portmanteau, 37 à direita, 170
Stone, 68 à esquerda, 170
topo de uma pilha, 177 num grupo compacto, 318
topologia, 445 transporte de uma medida, 92
C r , 475 transversalidade, 479, 482
definida por triângulo de Sierpinski, 440
bases de vizinhanças, 36
uma distância, 466 unicidade ergódica, 163
discreta, 110
fraca, 49, 489 valor regular de uma aplicação, 479
fraca∗ , 36, 49, 489 variável aleatória, 44
gerada, 445 variação total, 449
mais forte, 37 variedade
mais fraca, 37 de classe C r , 474
52 ÍNDICE
de Grassmann, 474
T
diferenciável, 473
estável, 117, 138
instável, 117, 138
modelada em espaço de Banach, 473
riemanniana, 480
simplética, 129
vetor
de comprimentos, 208
de translações, 208
diofantino, 129
frequências, 128
racionalmente independente, 18, 209
vetores ortogonais, 487
volume
AF
vizinhança
de um conjunto, 36
de um ponto, 452