Resumo: A IGREJA CATÓLICA NA AMÉRICA ESPANHOLA COLONIAL.

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI – URCA.

NOME: CICERA GERLANIA DOS SANTOS. DATA: 20/10/2017


PROFESSOR: MS. ANTÕNIO JOSÉ
RESUMO DO TEXTO: A Igreja Católica na América Espanhola Colonial.

A IGREJA CATÓLICA NA AMÉRICA ESPANHOLA COLONIAL.

1. A transplantação da igreja Católica para o novo mundo.

O autor começa o texto dizendo que para analisar a instalação e organização


da igreja católica nessa região, durante o século XVI, é preciso compreender as
condições da Península Ibérica nesse período, passando pela fase da reconquista desse
território cristão da posse dos islâmicos, com esforços tanto religiosos como mundanos,
acreditando-se que sua fé poderia ser imposta por meios militares, assimilando a fé dos
invasores ao corpo da cristandade, donde muito judeus eram forçados a serem batizados
como cristãos ou eram expulso do território dos reis católicos, assim também ocorreu
com outros povos em Castela e Aragão. O surgimento do Estado moderno exigia essa
postura e sobre influencia das ideias de juristas italianos, justificavam autonomia do
estado em todos os âmbitos da sociedade. Nesse contexto o agostinianismo não tinha
lugar na política e o papa ocupava lugar de Dominus orbis.
Na ausência d’uma classe burguesa, no séc. XV Portugal e Castela
decidiram expandir seus territórios para além da Península, quando Colombo chega as
Antilhas já existia expedições de exploração e conquista por parte do papado, focando
seus interesses nos problemas humanos e religiosos das populações conquistadas, dando
legitimidade às conquistas. Desse modo os monarcas católicos eram obrigados a
promover a conversão dos povos conquistados e a manter a igreja sob o patrono real. A
Coroa de Castela mantinha controle sore a Igreja, escolhiam seus membros e pagava
seus salários e manutenção com os dízimos que eram cobrando em cima da produção
agrícola e pecuária.
A igreja então era submissa ao Estado de modo que a ela “fora confiada uma
missão prática: apressar a submissão e a europeização dos índios e pregar a lealdade à
coroa de Castela. Qualquer resistência por parte da igreja ao cumprimento dessa função
era considerada um problema político e seria tratada de maneira correspondente”, isso

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era bom para o Estado, mas nem tanto para a Igreja, no entanto, ela aceitava por isso
porque os papas estavam preocupados com o engrandecimento da família, a politica
europeia, a maré crescente do protestantismo, a falta de financiamentos, o zelo
calvinista, bem como um grande grau de tolerância religiosa para com os seus perante o
Estado.
Em 1509 o rei Fernando legalizou a encomienda, isso desagradou à igreja
que os confrontou dizendo-lhes que estavam em pecado mortal pela covardia que
estavam fazendo com aqueles inocentes, traçando as primeiras linhas de conflito entre o
evangelho e colonialismo, a primeira medida do governo foi criar as leis de Burgos em
1512, dois anos mais tarde o frei dominicano Bartolomé de Las Casas iniciou sua
grande defesa aos índios, que perdurou até sua morte em 1566. As duas décadas após
1519 foi a parte decisiva da dominação da América por parte de Castela, com bases nas
Antilhas, México e América Central, depois para o sul do Panamá e Venezuela, tal
expansão territorial descobriram sociedades complexas.
Durante os séculos XV e XVI houve muitos movimentos reformistas na
Península Ibérica, até mesmo por parte dos reis católicos, escolhendo pessoas bem
preparada e de renome para ocuparem os cargos de bispos, no século XVI estavam
aparecendo os primeiros sinais do cisma luterano. As ideias reformadoras estavam sob
influência do milenarismo e utopismo. Muitos viam Novo Mundo à oportunidade para a
restauração da igreja primitiva. A Companhia de Jesus fundada em 1540 era fruto do
ideal reformista, viajavam para implantar o cristianismo dito “puro”. O Concílio de
Trento enfatizou as diferenças da igreja católica para o protestantismo, portanto a igreja
do Novo Mundo era resultado da igreja da Península Ibérica juntamente com o Concílio
de Trento, reafirmada a autoridade episcopal, a igreja funcionava através de seus
bispados.
A diocese constituía um centro administrativo autônomo cuidando do
funcionamento judicial da igreja, o seminário era um órgão central da igreja, sua base de
administração era a paróquia, enraizando-se na América juntamente com episcopado, as
paróquias estabeleceram as doctrinas que desempenhavam as tarefas de civilização e
proselitismo dos nativos, reprimindo e organizando a vida dos mesmos. Os reis
católicos resolveram se “afastar” dos monges porque eles eram “medievais por
natureza”, bem como das ordens militares, repassando os serviços que antes era de
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competência destes às ordens mendicantes, que são os franciscanos, dominicanos,
agostinianos e mercedários, os jesuítas se juntaram a essas quatro ordens, algumas
outras ordens surgiram do solo americano e outras que se dedicavam ao trabalho
pastoril. No inicio da colonização espanhola, os padres vieram de livre e espontânea
vontade para o Novo Mundo, posteriormente sua vinda se tornou um mecanismo
processual, o envio dos missionários à América ser uma questão de política imperial,
assim que “aceitavam” o chamado eram enviados para Sevilha e depois para Cádiz.
A partir do século XVII há uma variação com relação aos franciscanos, estes
jovens eram preparados para missões na América ou na África. De inicio se viu a
necessidade de criar um clero local, no entanto a igreja permaneceu “branca”, os índios
eram excluídos das ordens sagradas, bem como os mestiços, só a partir da segunda
metade do século XVIII é que eles vão começar aparecer no clero, porém num clero de
“segunda categoria”. As ordens religiosas surgiram em solo americano, mas sem
nenhum valor jurídico, somente espiritual, ocupando papel importante na educação e
nas obras de caridade, para as “filhas do setor crioulo”.
O autor destaca no texto quatro representantes do primeiro século de
evangelização, quais sejam Bartolomé de Las Casas, um frade dominicano (1484 –
1566), Vasco de Quiroga (1470 – 1565), ocupava o cargo de oidor na audiência,
Domingo de Sato Tomás, um frade dominicano (1499 – 1570) e São Turíbio de
Mongrovejo, arcebispo de Lima (1538 – 1606). A igreja vai ser consolidada de facto no
século XVII, com o lema “estabilização e consolidação” e extraindo os rendimentos de
seus “investimentos”. As ordens religiosas assumiram a responsabilidade da expansão
da educação superior, agiam de forma mais rígida correlação à pratica de outra religião
por parte dos nativos, sobretudo nos Andes, onde foram reprimidos por métodos
inquisitoriais. Mas a inquisição de fato instalada pelos reis católicos, suprimia o
judaísmo e o protestantismo, julgando-os e condenando-os através dos auto-de-fé, se
estes não se “convertessem” ao cristianismo, os portugueses já eram mal vistos pelos
espanhóis, para residirem em território espanhol eles tinham que pagar as
composiciones, era claro a discriminação para com estes, quem despertasse qualquer
suspeita de inclinação a outra doutrina sofria repressão sangrenta por parte da inquisição
espanhola, que impunha sua autoridade severa sobre negros, escravos e homens livres,
punindo-os por praticas supersticiosas, negando-lhes suas raízes.
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Esse processo de consolidação da igreja marcou grandes mudanças, com a
constituição das propriedades patrimoniais das ordens religiosas, tal como, dinheiro e
terras, os colonos quando morriam deixavam suas propriedades para a igreja e seria
administrada pelos legatários. As igrejas arrecadavam dízimos de brancos, negros e em
alguns casos até de índios; Acabaram se tornando a principal fonte de crédito e
investimentos da América Espanhola Colonial, algumas casas religiosas moveram
processos entre si, sobre suposta difamação ou em defesa de seus dependentes.
As reduções jesuíticas difundia a necessidade de construir uma sociedade
livre dos colonos e de sua interferência, bem como, do poder civil, estas tinham como
principio básico a evangelização, com o lema “se deve fazer homens antes de se poder
fazer cristãos” e exigia que o chamado mundo cristão das colônias aceitasse que os
índios eram integralmente homens, e totalmente livres, sem sofrer nem injustiça, nem
exploração; A ordem também passou por uma espécie de crioulização, atenuando ardor
evangélico. Com a “saída de cena” dos jesuítas em 1767, os franciscanos assumiram
muitas responsabilidades que a eles pertenciam, inclusive as missões. O século XVIII
deu lugar a muitos confrontos políticos, ideológicos e eclesiásticos, com o advento dos
Bourbon, o regalismo fora fortalecido pelo anglicanismo, defendendo o “direito divino”
dos reis e condenando a doutrina jesuítica. “Durante as ultimas décadas do domínio
colonial, a igreja era mais dependente do Estado e subordinada a ele do que jamais
fora”. O relacionamento entre igreja e Estado foi uma questão política central na
maioria das repúblicas hispano-americanas durante todo o século XIX.

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