História Contemporane 1 - Atividade 2 - Fichamento Apostilas 1 A 4 - Fabio D Christovam
História Contemporane 1 - Atividade 2 - Fichamento Apostilas 1 A 4 - Fabio D Christovam
História Contemporane 1 - Atividade 2 - Fichamento Apostilas 1 A 4 - Fabio D Christovam
Fichamento Unidades 1 a 4
Atividade de Portfólio
Após a leitura dos textos sugeridos, faça o fichamento das Unidades 1, 2, 3 e 4 do Cadernode
Referência de Conteúdo de FREDRIGO, F. S. História Contemporânea I. Batatais: Claretiano,2013.
Para saber como o fichamento deve ser feito, acesso o site que se encontra disponível em: <
http://www.iuperj.br/index.php/pesquisa/tecnicas-de-estudo/fichamento >. Acesso em: 18 jul. 2016 e siga
o Modelo de Fichamento de resumo ou Conteúdo.
Para se ter um Estado forte era necessário ter uma classe burocratizada especializada
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Francis Bacon, René Descartes, John, Locke, Isaac Newton, Spinoza, Thomas Hobbes
e Hume para citar alguns filósofos mais importantes, tiveram influência direta no
iluminismo, já na Renascença, questionando as ideias tradicionais sobre Deus, a existência
do homem e do Universo.
Os filósofos iluministas queriam reformar o Antigo Regime, que consideravam
incapaz de permitir aos homens serem autônomos e de utilizarem sua razão. Alguns desses
filósofos:
1. Rousseau (1712-1778): era crítico do ateísmo, e calvinista. Para Rousseau, a
natureza está presente em nós através dos “instintos” que se manifestam através das
emoções e não podemos nos separar disso. Portanto “o homem que pensa é um
depravado”. Precisamos das leis, orientada em valores humanos, para fundamentar a
ação humana. Em 1762, escreve “O Contrato Social”, nesse livro defende que a
desigualdade é fruto da vida em sociedade e que a natureza humana, torna os
homens iguais entre si. Com base nessa tese, elabora que um governo ideal deve
considerar as demandas sócias e que o Estado não pode ser autoritário e arbitrário.
Para Rousseau, o Estado é aquele que “organiza” a vontade geral de seu povo, ele
não é “superior ao seu povo”, mas o órgão que deveria ter como função alcançar a
“felicidade geral”. Esse “modelo” vai inspirar o “ideal moderno do governo pela
maioria”.
1 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 42.
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Advertência: é preciso ter cuidado nas relações entre “diretas e causais entre o
Iluminismo e a Revolução Francesa”, isso para que o Iluminismo não seja compreendido
somente a partir da perspectiva da Revolução, como seu desfecho.
Roger Chartier (2009, p. 29) propõe uma inversão:
1. “Quando os revolucionários franceses atribuíram aos philosophes (dentre os quais,
Voltaire, Rousseau, Mably, Rayanal) uma função crítica construíram uma
continuidade com o século XVIII que foi a primeira tentativa de atestar um momento
de origem para o processo revolucionário, que estaria, então, nas críticas dos
filósofos do Iluminismo. Em síntese: encontrar as "origens da Revolução" apenas
nas ideias do século XVIII seria repetir o discurso revolucionário, sustentando uma
filiação proclamada ideologicamente, especialmente, à época da Revolução”.
2. “Ao invés de anunciarmos a busca de "origens intelectuais", poderíamos alcançar as
"origens culturais". Essa mudança de perspectiva indica que as instituições culturais
de uma determinada sociedade não são apenas receptáculos de ideias formadas em
outros tempos e lugares. As ideias circulam, são apropriadas e, no processo de
apropriação, são reinventadas. Se partirmos dessa premissa, colocamos em cena todo
o universo cultural do Antigo Regime e a diversidade das relações que podem ser
buscadas nos espaços de sociabilidade, tais como os cafés, as lojas maçônicas e as
sociedades literárias” (CHARTIER, 2009, p. 29).
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sistema do Antigo Regime, sendo vistos como uma “nova legitimidade política”,
incompatível com a sociedade hierarquizada da monarquia.
“Assim, ainda que seus discursos afirmassem respeito pela autoridade e adesão aos
valores tradicionais, nas suas práticas as novas maneiras de associação intelectual
prefiguravam a sociabilidade revolucionária em suas formas maisradicais” (adaptado de
CHARTIER, 2009, p. 43)2.
2 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 45.
3 Idem op. cit. p. 46.
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rompimento com o passado, com o antigo, que a revolução traria um “novo tempo”.
Também anunciavam que fariam a “história” de maneira distinta, uma história da
coletividade, que assumisse a ruptura com o velho Antigo Regime, que não lhes servia mais.
4 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 53.
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A morte do rei Luis XVI, na praça da Revolução, assim como de seus parentes mais
próximos, é um anseio por romper com a tradição do Antigo Regime e colocar a
impossibilidade de retorno um fim absoluto na Monarquia.
5 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 54.
6 Idem op. cit. p. 76.
7 Idem op. cit. p. 77.
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ambientes naturais. No contexto dessa “especialização dos saberes” surge esse “homem do
laboratório”, será um cientista se tiver feito sua formação acadêmica é o símbolo da “nova
ciência”.
No séc. 20 o conhecimento científico está estruturado e o cientista escolhe um campo
para atuar.
8 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 86.
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intolerância política e religiosa de Carlos I que queria impor o anglicanismo aos puritanos.
O enforcamento de Carlos I também é relevante para se entender os motivos da Revolução
Puritana, pois diferente da França, não estavam eliminando a Monarquia, mas dando mais
poder ao Parlamento. A Republica foi instaurada, e centralizada na figura de Crowell.
O fim da revolução resultou no restabelecimento do equilíbrio político entre
conservadores e liberiais, liberdade religiosa e pessoal sob forma de lei, e política,
transformaram a Inglaterra em uma nação liberal.
9 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 84.
10 Idem op. cit. p. 86.
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Em 1844 Karl Marx, tentaria explicar como que “as condições materiais existentes
influenciariam em todos os campos da vida do homem”, publicando-as nos seus
“Manuscritos Filosóficos”12. A “alienação do trabalho” é uma crítica que ele faz ao Sistema
de Produção Capitalista, que transformaria a forma de produção do trabalho, que se veria
isento de sua “atividade criadora”, transformado pelo trabalhador, mas particionado de tal
forma que este trabalhador não tem mais o “controle” de seu trabalho, pois não faz o todo do
11 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 88.
12 Idem op. cit. p. 90.
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processo produtivo, nem tem o seu conhecimento disso, perdendo o controle sobre a natureza
e o produto de seu trabalho.
“A palavra “alienação” é usada para designar o “alheamento” ( “ele não sabe o que
acontece a sua volta e nada faz para transformar sua condição”), do trabalhador de sua
condição de classe e como força capaz de provocar a revolução”13.
O acúmulo de riquezas para o homem inglês, protestante, não é passível de castigo
divino, pois o trabalho honra o homem, ao mesmo tempo a simplicidade pregada pelos
protestantes impede que os frutos do trabalho sejam ostentados. O trabalho era visto como
um instrumento de aprimoramento do espírito, e a riqueza uma dádiva de Deus, fruto de uma
vida moral, de trabalho e de acúmulo.
13 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 90.
14 Idem op. cit.
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15 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 92.
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Em 1848 é publicado o Manifesto Comunista por Karl Marx e Friedrich Engels com o
objetivo de proclamar a existência de uma classe trabalhadora têxtil como também de
organizá-la. Com sua publicação a organização dos trabalhadores é modificada. Criticando
os socialistas utópicos e o sistema de produção capitalista, conclamavam os trabalhadores à
Revolução. “Proletários de todos os países, uni-vos!”.
Os escritos de Marx e Engels, diagnosticavam a sociedade industrial capitalista e
buscavam a organização internacional dos trabalhadores para substituir este sistema.
“A burguesia desempenhou na história papel extremamente revolucionário
[...]. Onde quer que tenha chegado ao poder, a burguesia destruiu todas as relações
feudais, patriarcais, idílicas. Dilacerou impiedosamente os variegados laços feudais
que ligavam o ser humano a seus superiores naturais, e não deixou subsistir entre
homem e homem outro vínculo que não o interesse nu e cru, o insensível
"pagamento em dinheiro". [...] A burguesia não pode existir sem revolucionar
continuamente os instrumentos de produção e, por conseguinte, as relações de
produção, portanto todo o conjunto das relações sociais (adaptado de MARX;
FRIEDRICH, 1996, p. 68-69)”16.
16 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 97.
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especializados e não especializado foram afetados e o “exército de reserva” fazia com que o
excesso de mão de obra disponível no mercado, os salários fossem mais baixos.
O Manifesto Comunista inaugura uma nova etapa no movimento operário que vai da
metade do séc. 19 até o séc. 20. Os trabalhadores, identificados como classe lutam pelo fim
do sistema capitalista de produção, outros lutando por melhorias nas condições de trabalho.
No decorrer deste tempo há experiências socialistas e a diferenciação dos socialistas utópicos
dos socialistas científicos, inaugurados a partir da publicação do Manifesto.
No início do séc. 20 a experiência soviética é denominada “socialismo real”.
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Pessoas de todas as classes sociais participavam dos clubes jacobinos. A partir de 1792
começaram a propagandear a revolução e se tornaram mais engajados garantindo a expansão
revolucionária, e se viam como verdadeiros portadores desse ideias revolucionários, através
da igualdade, liberdade e fraternidade que pregavam. Não se identificavam com a burguesia,
que estava mais próxima com uma controvertida figura, Napoleão Bonaparte.
Após a tomada do poder por parte de Napoleão, os jacobinos vão se espalhar pela
Europa.
As guerras napoleônicas transformaram o continente europeu, colocando em risco as
17 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 116.
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dinastias do Antigo Regime diante do risco de fragmentação dos territórios e das guerras
constantes. A experiência da invasão por ambos os lados “provocaria sentimentos distintos
nas populações”, tanto dos invasores quanto dos invadidos e “sedimentaria o ideário
nacional”.
Só no decorrer do séc. 19 é que os exércitos modernos começariam a ser formados. A
convocação obrigatória nasce da necessidade da guerra moderna sendo massiva. Nas guerras
feudais os exércitos eram pequenos e a população pouco se envolvia. Isso mudaria com as
guerras napoleônicas.
Napoleão era admirado e temido. Derrotou os exércitos russo, prussiano e austríaco.
Ocupou a monarquia espanhola. Ao ocupar os territórios, Napoleão impunha sua forma de
governar, dos princípios liberais moderados. Na França:
1. “Promoção de uma reforma tributária e a criação do Banco da França;
2. A criação de obras públicas e de escolas responsáveis pela democratização do
ensino: em cada aldeia francesa, procurou-se instalar uma escola que cuidasse de
uma educação básica; houve, também, o interesse em ampliar o ensino técnico e
superior.
3. A elaboração do Código Civil, que, se, por um lado, incorporava conquistas civis
(liberais) em lei, por outro lado, reafirmava uma ordem patriarcal, materializada
na autoridade do pai sobre a mulher e os filhos, bem como do patrão sobre o
empregado”18.
18 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 117.
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Napoleão é derrotado em 1813 por uma coligação formado por Grã-Bretanha, Prússia e
Russia, na Batalha de Waterloo. Seu governo foi entregue ao irmão de Luis XVI, Luis
XVIII.
Em 1815 um Congresso em Viena com os representantes das principais monarquias
depostas por Napoleão tiveram seus tronos recuperados - França, na Espanha, em Portugal,
no Reino das Duas Sicílias e nos Estados Germânicos. O Congresso tinha como princípios:
1. O da legitimidade para que as antigas monarquias voltassem a governar;
2. O do equilíbrio do poder, reorganizando o mapa europeu e ainda anexando territórios
fora da Europa, principalmente Austria, Prússia, Rússia e Inglaterra que lutaram
contra Napoleão.
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Os românticos queriam mais do que esse contrato nacional, pois o povo é que sofria
com essas transformações. Era imperativo enfrentar as distorções sociais e a revolução seria
o maior símbolo dessa transformação, sendo um tempo de justiça social em que os povos
buscariam a emancipação humana.
“Para os revolucionários de 1848, imbuídos do espírito romântico, a nação era aquela
que deveria exercitar a liberdade coletiva e a cidadania – cidadania que era mais do que o
cumprimento de leis. Assim, esse momento é o de luta contra os Impérios e sua opressão” 29.
Por “primavera dos povos”: por primavera significava que no futuro a opressão seria banida,
e se entende que as diferentes nacionalidades podiam ter sua soberania, a liberdade coletiva
e a cidadania, que era mais do que o cumprimento das leis, devia ser exercido pela nação. É
a o momento de luta contra a opressão dos Impérios.
29 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 136.
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da sociedade europeia;
2. As conquistas sociais e humanas das Luzes não tiveram o alcance universal que havia
sido propagado pelos revolucionários. Para muitos atores históricos da Europa
oitocentista, o sacrifício revolucionário da geração precedente não teria resultado no
posterior cumprimento dos seus ideais: a emancipação humana e o igualitarismo
universalista, que eram bandeiras revolucionárias desde 1789”30.
30 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 138.
31 Idem op. cit.
32 Idem op. cit.
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revistas e antologias literarias, sua influência primeiro na literatura e que foram essenciais
para a criação de um pensamento sobre a “autêntica” identidade cultural brasileira; e
posteriormente no campo da História com a necessidade de formar uma História Nacional,
que redundaria na criação do Instituto de História e Geografia Brasileiro, o IHGB,
responsável por “firmar e difundir a identidade histórica brasileira” em 1838.
Segundo Bernardo Ricupero (2004), “a historiografia e a crítica literária românticas
brasileiras foram iniciadas por estrangeiros, revelando que, a despeito do esforço de
consolidação do processo emancipatório, o Brasil continuava a buscar na Europa
legitimidade para a sua cultura. Nomes estrangeiros importantes que se preocuparam com a
criação de uma historiografia e de uma crítica literária brasileiras foram: Ferdinand Denis
(França), Robert Southey e John Armitage (Inglaterra), além de Phillip Von Martius
(Baviera, que depois se tornaria uma região da Alemanha unificada). É importante lembrar
que o famoso texto de Von Martius, “Como se deve escrever a história do Brasil” foi escrito
a propósito de um concurso realizado pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o
IHGB”33.
33 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 141.
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34 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 146.
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da produção.
“Desse modo, sinteticamente, a Revolução Industrial, que se iniciou com a
energia a vapor, dependeu de conhecimentos que mecânicos e artesãos qualificados
davam conta. Isso significa que o conhecimento exigido vinculava criatividade,
poder de imaginação, destreza mecânica e coragem em inovar. Assim, o uso da
energia hidráulica não era novidade – a novidade estava em melhorar o uso dessa
energia, por meio de invenções precisas, ou seja, em aperfeiçoar o uso que, por sua
vez, otimizou a produção e o consumo. Para que você tenha uma ideia do que
estamos tentando demonstrar, é preciso anotar que os artesãos qualificados não
perderam imediatamente os seus empregos, pois, os mais ousados entre eles, além
de conhecerem o seu trabalho muito bem, eram os que acabavam por arriscar-se,
criando mecanismos de facilitação para o trabalho” 35.
Técnica e Tecnologia
A invenção que facilita o manejo de algo é uma “técnica”. Por exemplo o arado com
tração animal é uma técnica para melhoria das colheitas. Um conjunto de técnicas que traz
um aprimoramento por meio de um processo de conhecimento mais abrangente e inter-
relacionado é uma “tecnologia”.
Para alguns historiadores, a Revolução Industrial nos fins do séc. 19, passariam a
exigir um conhecimento muito qualificado, articulando o mundo da ciência com o da
produção. Os setores de Física, Química, Biologia e Medicina, para citar apenas alguns são
os mais relevantes. Essas mudanças afetaram o cotidiano dos homens e não apenas a
produção de bens. Padrões de higiene, compreensão das doenças, descoberta das bactérias,
energia elétrica, transportes ferroviários, rádio, telefone, o petróleo são alguns exemplos.
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Porém, na sua época ser um “imperialista” era uma maneira de ser civilizado e de levar
o desenvolvimento da “civilização” à lugares distantes e “selvagens”. Essa premissa
justificava o domínio de povos na África, Ásia, América e Oceania por parte da Europa, que
“se consideravam mais civilizados”, e é claro essa benesse estava ligada ao fator econômico.
A civilização e a economia não podem andar separados, são interdependentes.
Quando os “problemas internos” são sanados, ou seja o controle das revoluções, a
Europa “olha para fora”. Nações poderosas despertavam e tomavam o rumo das ações
políticas e econômicas. Outras nações por sua vez procuravam correr contra o tempo nessa
nova configuração geopolítica que começa a se desenhar a partir da segunda metade do séc.
19.
Assim, em fins do séc 19 a Europa não era mais uma terra de “duas nações”, mas de
várias em permanente disputa. França e Inglaterra já não tinham mais o protagonismo de
antes.
A organização política do continente, mesmo a contragosto, significa “adotar ares
liberais”, mesmo que muito moderados. Assim, o “constitucionalismo”, controlado, poderia
36 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 178.
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lidar com a demanda pela “democracia”, mesmo dentro dos regimes monárquicos. As
manifestações por mais participação política de 1830 e 1848 não tinham se extinguido por
completo, e a organização da massa em fins do séc. 19 com o socialismo era um movimento
forte e exigia a organização de outros grupos políticos para lhe fazer oposição.
A “lógica imperialista” era a seguinte: se você não quer ser ocupado por um império,
torne-se um império também! Assim a Europa vai se transformando em um cenário de
nações que lutavam para comprovar sua importância econômica, político e cultural dentro
desta lógica imperialista. A concepção liberal de se ter um pequeno território que seria mais
fácil para organizá-lo já tinha se transformado. Era uma questão de prestígio e poder agregar
e submeter outros territórios, que tornava esta nação mais “temida”.
37 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 177.
38 Idem op. cit.
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39 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 181.
40 Idem op. cit.
41 Idem op. cit.
42 Idem op. cit.
43 Idem op. cit.
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Nos territórios havia uma resistência ao controle europeu e também, dentro da Europa
havia conflitos entre os países por esses territórios. O imperialismo levou a um fenômeno de
guerras prolongadas no território colonial e muitos acordos foram feitos para que as guerras
não ocorressem em território europeu.
Guerras em território africano:
1. “Guerra dos Boers (ou bôeres), ocorrida na região da África do Sul e que opôs os
colonos holandeses e franceses aos britânicos em virtude do interesse por minas de
diamante descobertas na região. Os boers eram descendentes de colonos franceses,
holandeses e alemães, que já ocupavam a região desde o século 18 (o fenômeno
imperialista e o interesse britânico conduziram à guerra na região)”44.
2. “Guerra no Sudão, entre 1881 e 1885, em virtude da resistência à ocupação inglesa.
Em 1898, esse território foi conquistado e, por conta de um acordo, ficou sob o
domínio dos ingleses e egípcios”45.
3. Guerras no Marrocos: “a posição geográfica importante do Marrocos (o acesso ao
Mediterrâneo) opôs muitos países europeus: Inglaterra, França, Alemanha e Espanha.
Além do interesse europeu, os habitantes do Marrocos ofereceram resistência à
conquista, que só foi efetivada no início do século 20. A Inglaterra definiu a disputa,
entre França e Alemanha, quando, em 1904, assinou com a França uma aliança
conhecida como “Entente Cordiale”, que, entre outras coisas, regulou os conflitos
coloniais. O acordo definiu que a França renunciaria a qualquer pretensão sobre o
Egito, o que levaria a Inglaterra a apoiar um protetorado francês no Marrocos. Com o
apoio da Inglaterra à França, a Alemanha desistiu da disputa”46.
Entre 1884 e 1885 realizou-se uma Conferência em Berlim proposta de Otto Von
Bismarck (1815-1898) com o objetivo de partilhar o território africano “sem conflitos”, onde
os países comprometiam-se a “avisar sobre suas anexações aos outros para que não houvesse
danos ao equilíbrio político europeu”47. Esses acordos “amigáveis” conseguiram evitar as
guerras em território europeu, mas eram instáveis e “dependiam das relações de forças
políticas e militares que atrelavam o o continente europeu aos outros continentes, graças à
sua estratégia de expansão”48.
44 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 182.
45 Idem op. cit.
46 Idem op. cit.
47 Idem op. cit.
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48 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 182.
49 Idem op. cit. p. 185.
50 Idem op. cit.
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51 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 185.
52 Idem op. cit.
53 Idem op. cit. p. 189.
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questão que Darwin, que não era ateu, colocou levou ao questionamento sobre a existência
de Deus. Essas ideias, no fim do séc. 19, foram apropriadas e transportadas para se entender
a sociedade, que desembocaria no que seria conhecido como “darwinismo social”, elaborado
por Herbert Spencer (1820-1903), filósofo inglês e admirador de Darwin que elaborou a tese
no qual a ““sobrevivência do mais apto” seria um princípio para se pensar a evolução em
todos os níveis, ou seja, “as leis evolutivas”” 54 podiam ser transferidas do campo biológico
para o social. Assim, as nações europeias acreditavam estar à frente das demais porque eram
vitoriosas pelo capitalismo e mais civilizadas.
Esse projeto de modernidade estendia-se a população europeia de maneiras distintas. O
otimismo, convenceu muitos que era possível ganhar a vida e fazer fama nas colônias, afinal,
um “inglês” na India, seria “sempre um inglês”, um “ser superior”. Assim, o séc. 19. foi um
século de migração em massa.
As dissonâncias do séc. 19, manifestadas na crise econômica nas décadas finais e nos
embates da burguesia liberal, em contraste com a conservadora e a aristocracia são
importantes para compreender este período. Entre as décadas finais do séc. 19 e a primeira
década do séc. 20, os restos do “Antigo Regime”, ou seja a monarquia, e o progressivo
“projeto burguês”, travaram uma disputa que culminou na Grande Guerra, que vai gerar um
“mundo novo”.
Esses projetos de mundo se manifestavam de um lado como o projeto liberal “o livre
comércio, a democracia e o afrouxamento das políticas imperiais, de outro, o
intervencionismo/protecionismo econômico e a radicalização das políticas dos Impérios”55.
“O encaminhamento a ser dado às práticas político-econômicas europeias foi
definido entre as décadas de 1870 e 1890, quando uma crise econômica,
desencadeada pela queda dos preços, assolou a Europa. Naquele contexto, o projeto
conservador ascendeu como vitorioso, definindo práticas econômicas marcadas
pelo protecionismo estatal e pelo fortalecimento dos Impérios. Vencia a burguesia
conservadora e também a reminiscente aristocracia do ancien régime. A vitória
conservadora após a crise econômica do final do sé- culo 19 não esteve associada
somente ao problema dos preços e à relação entre Estado e mercado. Essa vitória
foi definida pela consagração de um conjunto de ideias que, ao mesmo tempo,
contribuíram para a constituição da identidade da elite conservadora europeia e
representaram um contrapeso aos ideais humanitários e democráticos acalentados
pelo Iluminismo do século 19, herdeiro da Era da Ilustração” 56.
54 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 189.
55 Idem op. cit. p. 195.
56 Idem op. cit.
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História Contemporânea
Criticado pelos liberiais, o darwinismo social era uma ferramenta para reforçar as
velhas hieraquias, legitimando suas práticas de status quo, garantido por meio do controle da
política e das instituições e pelas práticas culturais. “Entendia essa elite que, se controlava o
jogo político e se portava a alta cultura, é porque ela se constituía no grupo mais adaptado
(ao processo civilizacional, talvez) e no mais forte diante da disputa com outros grupos
sociais”57.
57 FREDRIGO, Fabiana de Souza - História contemporânea I – Batatais, SP, Claretiano, 2013. p. 198.
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Bibliografia do Fichamento:
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