Colisão de Direito Fundamentais e Realização de Direitos Fundamentais No Estado de Direito Democrático. Robert Alexy
Colisão de Direito Fundamentais e Realização de Direitos Fundamentais No Estado de Direito Democrático. Robert Alexy
Colisão de Direito Fundamentais e Realização de Direitos Fundamentais No Estado de Direito Democrático. Robert Alexy
ROSERT ALEXY
I Comparar R. Alexy, Diskurstheorie und Menschenrechte, in: ders., Recht, Vernunft, Diskurs,
Frankfurt a.M. 1995, S. 144 f.
* Palestra proferida na sede da Escola Superior da Magistratura Federal (ESMAFE) no dia 7 de
dezembro de 1998.
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tanciais. a possibilidade de uma ciência dos direitos fundamentais transcendente às
ordens jurídicas particulares. a qual é muito mais que uma mera comparação de
direito." É a ciência dos direitos fundamentais ampla. O objetivo da ciência dos
direitos fundamentais ampla não é, de nenhum modo. a nivelação das ordens dos
direitos fundamentais. Ao contrário, as diferenças lhe dão estímulos e tarefas. Seu
intento vale, antes. à revelação das estruturas dogmáticas e ao destacamento dos
princípios e valores que estão atrás das codificações e da jurisprudência. O intrincado
e complicado pode, assim, converter-se em uma multiplicidade sistematicamente
preenchida e, com isso. entendida no melhor sentido que, dessa forma, compreen-
de-se, simultaneamente, como unidade.
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titulares de direitos fundamentais. Nos direitos fundamentais colidentes pode tratar-
se ou dos mesmos ou de direitos fundamentais diversos.
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va· q ao ele proibir a colocação de cruzes ou crucifixos em espaços escolares públicos.
em que, para a fundamentação, outros pontos de vista são aduzidos, especialmente
aquele da neutralidade religioso-política. x A quarta variante de colisões dos mesmos
direitos fundamentais de titulares diferentes resulta quando se acrescenta ao lado
jurídico de um direito fundamental um fático. Como exemplo, seja considerada a
jurisprudência do Tribunal Constitucional Federal alemão sobre auxílio de custas
processuais. Se se parte da igualdade jurídica. então pobres e ricos são tratados
igualmente quando nenhum deles recebe apoio estatal para o financiamento de custas
judiciais e honorários de advogado. Sob o ponto de vista da igualdade fática, porém,
isso é um tratamento desigual, porque do pobre. com isso. as oportunidades de
concretizar seu direito são tomadas ou estreitadas.~ Se se fomenta, porém, o pobre,
então trata-se os ricos juridicamente de outra forma como os pobres, portanto,
desigualmente, porque: "Fomentar determinados grupos significa já tratar outros
desigualmente." 111 Se se estende o princípio da igualdade tanto à igualdade jurídica
como à fática, então topa-se forçosamente com esse paradoxo da igualdade. O
paradoxo da igualdade é uma colisão que se apresenta tanto mais intensamente quanto
mais é realizado em Estado social. Não é, portanto, acaso que o Tribunal Constitu-
cional Federal alemão enlaça a idéia da igualdade fática com o princípio do Estado
sociaL"
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(artigo 2º. alínea I. em união com o artigo Iº. alínea I. da Lei Fundamental) dos
soldados. que inclui a proteção da honra. 1.' O debate exacerbado. que essa sentença
promoveu, mostra que material explosivo colisões de direitos fundamentais podem
ocultar.
Na resolução soldados-são-assassinos trata-se de uma colisão de direitos de
liberdade diferentes de titulares de direitos fundamentais diferentes. Colisões de
direitos fundamentais diferentes de titulares de direitos fundamentais diferentes
existem não só no âmbito dos direitos de liberdade. Elas são possíveis entre direitos
fundamentais de qualquer tipo. Especialmente importante é aquela entre direitos de
liberdade e igualdade. Se se aplica a proibição de discriminação à ordem jurídica
total, portanto, também ao direito privado. então colisões entre a autonomia privada
do empregador e o direito ao tratamento igual do empregado são inevitáveis.
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possível sem intervir na liberdade daqueles que prejudicam ou ameaçam a segurança
pública.
A segurança interna é um bem coletivo central do Estado de direito liberal. A
proteção do meio ambiente define sua variante mais nova: o Estado de direito
ecológico. Visto historicamente, entre ambos está o Estado de direito social. O
cumprimento dos postulados do Estado de direito social apresenta poucos problemas
quando um equilíbrio econômico cuida disto, que todos os cidadãos mesmos ou por
sua família estejam dotados suficientemente. Quanto menos isso é o caso, tanto mais
os direitos fundamentais sociais pedem redistribuição. Disto existem duas formas
básicas. A primeira ocorre quando o Estado, por impostos ou outras contribuições,
consegue o dinheiro que é necessário para atender ao mínimo existencial dos pobres.
O dever de pagar impostos, porém, intervém em direitos fundamentais. Duvidoso é
somente quais são eles: o direito de propriedade ou a liberdade de ação geral. 17 Como
o Estado nunca cobra impostos somente para a finalidade do cumprimento de
postulados estatal-sociais, não é conveniente aduzir diretamente os direitos funda-
mentais sociais para a justificação dessa intervenção. Antes, a cobrança de impostos
serve diretamente só à produção da capacidade de ação financeira do Estado. A
capacidade de ação financeira do Estado é, em termos genéricos, um pressuposto de
sua capacidade de ação. O Estado social pede que ela seja consideravelmente am-
pliada.
A segunda forma da redistribuição estatal-social não sucede pelo erário público,
que é enchido de antemão por impostos ou outras contribuições, senão diretamente
de um para outro cidadão. Assim, trata-se de uma redistribuição direta de um cidadão
para outro cidadão quando o legislador, para a proteção do locatário, promulga
prescrições que dificultam o aviso de saída ou limitam as possibilidades do aumento
de aluguel. 18 O artigo 72 da Constituição brasileira de 5 de outubro de 1988 utiliza
intensamente uma redistribuição direta desta natureza ao, por exemplo, o inciso I
prescrever uma proteção contra despedida, o inciso IV um salário mínimo, o inciso
XIII um horário de trabalho máximo e o inciso XVII férias anuais remuneradas. O
problema de tais direitos fundamentais sociais à custa de terceiros, ou seja, do
empregador, é que, no fundo, o mercado decide sobre isto, se eles são efetivos. Para
aquele que não encontra emprego esses direitos correm no vazio. Aqui deve interessar
somente que nesses direitos se trata de uma situação de colisão complexa. Do lado
do empregador o assunto ainda é simples. Sua liberdade empresarial é limitada. Um
direito não está diretamente diante daquele do lado do empregado, mas somente um
direito a isto, que ele então, quando achar um empregador que o empregue, obtenha
um salário mínimo. Isso é um direito social condicional. Diretamente pelo artigo 72
somente é criado um bem coletivo, ou seja, um estado da economia no qual - se essa
prescrição for observada - existem somente empregos com salário mínimo, em que
a questão sobre sua distribuição ainda permanece totalmente aberta.
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U. A solução do problema da colisão
19 R. Alexy, in: Lexikon der Philosophie, hg. v. Hans Jõrg Sandkühler, Hamburg 1999 (im Druck).
20 Ders., Die lnstitutionalizierung der Menchenrechte im demokratischen Verfassungsstaat, in:
Stefan Gosepath/Georg Lohmamm (Hg.), Philosophie der Menschenrechte, Frankfurt a.M. 1998,
S. 254 ff.
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Poder-se-ia achar agora que a justiciabilidade não precisa ser total ou ampla.
Assim. por exemplo. a cláusula de vinculação do artigo 5º. parágrafo I Q. da Consti-
tuição brasileira. está nos direitos de defesa clássicos e não nos direitos fundamentais
sociais. Tal poderia ser entendido como convite a isto. declarar os direitos funda-
mentais sociais como não-justiciáveis. A não-justiciabilidade, nisso, poderia esten-
der-se a todos os direitos fundamentais sociais ou a alguns da respectiva constituição.
O problema da colisão, com isso, sem dúvida, não estaria totalmente solucionado,
porque há, como mostrado, numerosas colisões entre direitos fundamentais de tra-
dição liberal. mas ele seria desagravado consideravelmente. Colisões estatal-sociais
restam possíveis, sem dúvida, conforme o objeto se maioria parlamentar por si,
portanto, sem estar obrigado a isso pela constituição. fica ativa no campo da redis-
tribuição estatal-social. O social, porém, teria diante do liberal pouca força, porque
ele não poderia apoiar-se em princípios jurídicos. Ademais. colisões estatal-sociais
não teriam lugar totalmente se o legislador renunciasse completamente a atividades
sociais. Onde não existe dever jurídico nada pode colidir juridicamente. Análogo
vale para o lado ecológico da constituição.
A todas as tentativas de desagravar o problema da colisão pela eliminação da
justiciabilidade deve opor-se com energia. Elas não são outra coisa senão a solução
de problemas jurídico-constitucionais pela abolição de direito constitucional. Se
algumas normas da constituição não são levadas a sério é dificil fundamentar por
que outras normas também então devem ser levadas a sério se isso uma vez causa
dificuldades. Ameaça a dissolução da constituição. A primeira decisão fundamental
para os direitos fundamentais é, por conseguinte, aquela para a sua força vinculativa
jurídica ampla em forma de justiciabilidade.
2. Regras e princípios
a) A distinção
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mellfos de otimizaçãoY Como tais, eles podem ser preenchidos em graus distintos.
A medida ordenada do cumprimento depende não só das possibilidades fáticas, senão
também das jurídicas. Estas são determinadas, ao lado, por regras, essencialmente
por princípios opostos. As colisões de direitos fundamentais supra delineadas devem,
segundo a teoria dos princípios, ser qualificadas de colisões de princípios. O proce-
dimento para a solução de colisões de princípios é a ponderação. Princípios e
ponderações são dois lados do mesmo objeto. Um é do tipo teórico-normativo, o
outro, metodológico. Quem efetua ponderações no direito pressupõe que as normas,
entre as quais é ponderado, têm a estrutura de princípios e quem classifica normas
como princípios deve chegar a ponderações. A discussão sobre a teoria dos princípios
é, com isso, essencialmente, uma discussão sobre a ponderação.
Bem diferente estão as coisas nas regras. Regras são normas que, sempre, ou
só podem ser cumpridas ou não cumpridas. Se uma regra vale, é ordenado fazer
exatamente aquilo que ela pede, não mais e não menos. Regras contêm, com isso,
determinações no quadro do fatica e juridicamente possível. Elas são, portanto,
mandamentos definitivos. A forma de aplicação de regras não é a ponderação, senão
a subsunção.
A teoria dos princípios não diz que catálogos de direitos fundamentais não
contêm absolutamente regras, portanto, absolutamente determinações. Ela acentua
não só que catálogos de direitos fundamentais, na medida em que efetuam determi-
nações definitivas, têm uma estrutura de regras, senão salienta também que o plano
das regras precede prima facie o plano dos princípiosY Seu ponto decisivo é que
atrás e ao lado das regras estão princípios. A parte correspondente de uma teoria dos
princípios é, por conseguinte, não uma teoria que aceita que catálogos de direitos
fundamentais também contêm regras, senão uma teoria que afirma que catálogos de
direitos fundamentais somente consistem de regras. Exclusivamente tais teorias
devem aqui ser qualificadas de "teoria das regras".
À teoria das regras dos direitos fundamentais estão abertos três caminhos para
a solução de colisão de direitos fundamentais: primeiro, a declaração, pelo menos,
de uma das normas colidentes como inválida ou juridicamente não-vinculativa,
segundo, a declaração, pelo menos, de uma das normas como não-aplicável ou
correspondente e, terceiro, a inserção livre de ponderação de uma exceção em uma
de ambas as normas.
O primeiro caminho já foi declarado como não-transitável, visto que se trata,
nas normas de direitos fundamentais, de normas com hierarquia constitucional e
22 Um aperfeiçoamento que replica a críticos dessa definição encontra-se em R. Alexy, Zur Struktur
der Rechtsprinzipien, conferência no simpósio sobre regras, princípios e elementos no sistema do
direito, Graz 1997 (no prelo).
23 R. Alexy, Theorie der Grundrechte (nota 21), S. 121 f.
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constituições devem ser levadas a sério. Poder-se-ia. talvez. pensar nisto. de renunciar
a conteúdos jurídico-fundamentais que foram ganhos por interpretação. Assim, po-
deria-se eliminar, por exemplo, a colisão no caso jurídico dos pobres mencionado
pelo fato de se interpretar excluindo cada elemento da igualdade fática do princípio
da igualdade. Contra isso falam, todavia, razões fortes. De resto. o problema da
colisão não estaria solucionado com isso, porque existem colisões suficientes que
não podem ser eliminadas desta forma.
O segundo caminho é seguido quando se reconhece a norma de direito funda-
mental, também aquela ganha por interpretação, como tal, interpretando esta, então,
porém, estritamente. Assim, poder-se-ia no caso-soldados-são-assassinos pensar nis-
to, de negar à afirmação de que soldados são assassinos, o caráter de uma manifes-
tação de opinião. A manifestação dos pacifistas então não mais caberia no âmbito
de proteção da liberdade de manifestação de opinião. A colisão desapareceria. Porém,
como se deveria fundamentar que a manifestação duvidosa não é uma manifestação
de opinião? O texto e o sentido e finalidade da liberdade de manifestação de opinião
falam a favor de uma qualificação como manifestação de opinião. O pacifista efetua
uma tomada de posição avaliadora para com a profissão de soldado e todos -
sobretudo os soldados - percebem isso assim. Poder-se-ia dizer, no máximo, que
uma manifestação de opinião protegida jurídico-fundamentalmente não existe, por-
que a manifestação é uma ofensa. Porém, com isso, a colisão entra novamente em
jogo. A proteção da honra é aduzida como fundamento a isto, que não é concedida
nenhuma proteção jurídico-fundamental definitiva. Isso, porém, deveria ser cons-
truído sobre uma ponderação aberta e não por uma compreensão estrita do âmbito
de proteção. Isso vale para todas as tentativas de contornar colisões por construções
de âmbitos de proteção estritas. 24
A terceira opção da teoria das regras dos direitos fundamentais consiste na
inserção livre de ponderação de uma exceção no direito fundamental. Tome-se, por
exemplo. o caso supra mencionado das advertências sobre prejuízos à saúde nas
embalagens de mercadorias de tabaco. Poderia ser dito que a melhor solução reside
nisto, de prover a liberdade do exercício da profissão com uma exceção, o que,
aproximadamente, deixa-se formular como segue: cada um tem o direito de deter-
minar livremente a maneira de seu exercício da profissão, a não ser que se trate de
advertências sobre prejuízos à saúde nas embalagens de mercadorias de tabaco. Isso
é uma concepção algo bizarra de uma exceção, porque se se qualifica tal como
exceção, cada direito fundamental é cercado de uma série quase infinita de exceções.
A isso serve maio conceito de exceção. Aqui, isso, porém, não deve importar. A
questão é, pelo contrário, se a .. exceção" mencionada antes pode ser fundamentada
livre de ponderação. O texto da parte da formulação do direito fundamental que
concede ao cidadão a liberdade do exercício da profissão para isso nada dá. Isso vale
tanto para o artigo 12, alínea I, frase 2, da Lei Fundamental, como também para o
artigo 51!, inciso XIII, da Constituição brasileira. Poder-se-ia, porém, achar que o
caso se deixa subsumir livre de ponderação sob a cláusula de limitação. Aqui é
24 Comparar. para isso, R. Alexy, Theorie der Grundrechte (Rota 21 l, S. 278 ff.
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considerado somente o artigo 12. alínea I. frase 2. da Lei Fundamental. Lá diz que
o exercício da profissão pode" ser regulado por lei ou com base em uma lei" . Se se
subsume sob esta formulação, então pode-se. de fato, rapidamente e sem qualquer
problema verificar livre de ponderação que o dever de colocação de advertências
em produtos de tabaco é uma regulação com base em uma lei. 2' Com isso o problema
da colisão está solucionado? A teoria das regras venceu?
Deve-se olhar somente sobre as conseqüências de um tal procedimento para
reconhecer que isso não é o caso. Doces. cucas e tortas são. segundo convicção
propagada, menos sadios para os dentes do que pão. Suponha-se que um partido de
fanáticos de saúde ganha a maioria no parlamento. Ele proíbe aos padeiros e todos
os outros a produção de doces. cucas e tortas. Mais tarde. também é proibido o pão
branco e somente ainda admitido pão preto. Isso é, sem dúvida. uma intervenção na
liberdade do exercício da profissão dos padeiros. É, porém, também, sem dúvida,
uma intervenção que sucede" por lei". Se isso devesse bastar para a justificação da
intervenção, o direito fundamental perderia, diante do legislador, toda força. O direito
fundamental correria. nisso, no vazio. O dever do pão preto seria constitucional.
É a grande vantagem da teoria dos princípios que ela pode evitar um tal correr
no vazio dos oireitos fundamentais sem conduzir ao entorpecimento. Segundo ela.
a questão de que uma intervenção em direitos fundamentais esteja justificada deve
ser respondida por uma ponderação. O mandamento da ponderação corresponde ao
terceiro princípio parcial do princípio da proporcionalidade do direito constitucional
alemão. O primeiro é o princípio da idoneidade do meio empregado para o alcance
do resultado com ele pretendido, o segundo, o da necessidade desse meio. Um meio
não é necessário se existe um meio mais ameno, menos interventor.
É um dos argumentos mais fortes tanto para a força teórica como também para
a prática da teoria dos princípios que todos os três princípios parciais do princípio
da proporcionalidade resultam logicamente da estrutura de princípios das normas
dos direitos fundamentais e essas, novamente, do princípio da proporcionalidade.2~
Isso, todavia, não pode aqui ser seguido. Deve ser lançado somente um olhar sobre
o terceiro princípio parcial, o princípio da proporcionalidade em sentido estrito ou
da proporcionalidade. porque ele é o meio para a solução das colisões de direitos
fundamentais.
O princípio da proporcionalidade em sentido estrito deixa-se formular como
uma lei de ponderação, cuja forma mais simples relacionada a direitos fundamentais 27
soa:
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Quanto mais intensiva é uma intervenção em um direito fundamental tanto mais
graves devem ser as razões que a justificam.
d) Vinculação e flexibilidade
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das regras conhece somente a alternativa: validez ou não-validez. Em uma consti-
tuição como a brasileira. que conhece numerosos direitos fundamentais sociais
generosamente formulados, nasce sobre esta base uma forte pressão de declarar todas
as normas que não se deixam cumprir completamente simplesmente como não-vin-
culativas, portanto, como meros princípios programáticos. A teoria dos princípios
pode, pelo contrário, levar a sério a constituição sem exigir o impossível. Ela declara
as normas que não se deixam cumprir de todo como princípios que, contra outros
princípios, devem ser ponderados e. assim. são dependentes de uma "reserva do
possível no sentido daquilo que o particular pode exigir razoavelmente da socieda-
de" .29 Com isso, a teoria dos princípios oferece não só uma solução do problema da
colisão, senão também uma do problema da vinculação.
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Aspectos Modernos do
Direito Societário
Nelson Eizirik
As Sociedades Cooperativas
e a sua DisciplinaJurídica
Waldirio Bulgarelli