Planilha - 19 A 21-02-2018
Planilha - 19 A 21-02-2018
Planilha - 19 A 21-02-2018
Sumário
PARTE 1 – CONSIDERAÇÕES INICIAIS ............................................................................................... 4
1.1. ELEMENTOS CARACTERIZADORES DO CONTRATO DE TERCEIRIZAÇÃO ...................................................... 10
1.1.1. Objeto do contrato: serviços de natureza continuada ..................................................................... 10
1.1.1.1. Casos apreciados pelo TCU .......................................................................................................... 14
1.1.2. Modo de execução: mediante cessão da mão de obra...................................................................... 17
1.2. A OBRIGATORIEDADE DO ORÇAMENTO ESTIMADO NA FORMA DE PLANILHA DE CUSTOS E
FORMAÇÃO DE PREÇOS PARA CONTRATOS DE TERCEIRIZAÇÃO ...................................................................................... 21
1.2.1. Caráter obrigatório do orçamento estimado ...................................................................................... 21
1.2.2. Se possível, o orçamento estimado deve ser elaborado na forma de planilha que
discrimine os custos unitários e global ............................................................................................................ 29
1.2.3. Caráter instrumental da planilha: modelo para elaboração das propostas ............................. 38
1.2.4. Caráter instrumental da planilha: parâmetro para julgamento das propostas....................... 40
1.2.5. Caráter instrumental da planilha: base para análise de pedido de repactuação do
contrato ....................................................................................................................................................................... 47
1.2.6. Caráter instrumental da planilha: ferramenta utilizada pela fiscalização do contrato ........ 56
1.3. O ORÇAMENTO DEVE SER ELABORADO A PARTIR DE PESQUISA DE PREÇOS – BOAS PRÁTICAS A PARTIR DA
ANÁLISE DA JURISPRUDÊNCIA DO TCU ............................................................................................................................. 63
1.4. INSTRUÇÃO NORMATIVA SLTI/MPOG N.º 05/2014 ............................................................................................ 93
PARTE 2 – ELABORANDO A PLANILHA – MÓDULO I: COMPOSIÇÃO DA REMUNERAÇÃO
DA MÃO DE OBRA ............................................................................................................................. 97
2.1. REMUNERAÇÃO DA MÃO DE OBRA ........................................................................................................................... 109
2.1.1. Distinção entre salário e remuneração – vedação ao salário complessivo – conceito a
partir da reforma trabalhista ............................................................................................................................. 109
2.1.1.1. Qual norma coletiva do trabalho adotar para elaboração da planilha?
Repercussões da reforma trabalhista ................................................................................................... 113
2.1.2. Adicional de periculosidade ................................................................................................................... 126
2.1.3. Adicional de insalubridade ..................................................................................................................... 130
2.1.4. Caracterização da insalubridade/periculosidade ........................................................................... 133
2.1.5. Adicional noturno ...................................................................................................................................... 134
2.1.6. Adicional de hora noturna reduzida .................................................................................................... 137
2.1.7. Adicional de hora extra no feriado trabalhado ................................................................................ 139
2.1.8. A jornada de 12 x 36 horas. Reflexos da reforma trabalhista. .................................................... 142
2.1.9. Pagamento de adicional a título de supressão do intervalo intrajornada. Impacto da
reforma trabalhista. Natureza da parcela...................................................................................................... 145
2.1.10. Adicional de hora extra (item excluído da planilha).................................................................... 148
2.2. POSSIBILIDADE DE FIXAÇÃO DE SALÁRIOS DOS PROFISSIONAIS QUE EXECUTARÃO OS SERVIÇOS –
ENTENDIMENTO DO TCU ................................................................................................................................................. 154
2.3. É POSSÍVEL COTAR RESERVA TÉCNICA? CONDICIONANTES E ENTENDIMENTO DO TCU .................................... 164
2.4. EXERCÍCIO: CÁLCULO DA REMUNERAÇÃO DO TRABALHADOR ............................................................................... 170
PARTE 3 – ELABORANDO A PLANILHA – MÓDULO 2: ENCARGOS E BENEFÍCIOS ANUAIS,
MENSAIS E DIÁRIOS ........................................................................................................................ 171
3.1. SUBMÓDULO 2.1: 13º SALÁRIO, ADICIONAL DE FÉRIAS ........................................................................................ 174
3.1.1. 13º salário..................................................................................................................................................... 175
3.1.2. Adicional de férias (terço constitucional de férias)........................................................................ 176
3.1.3. Incidência de encargos previdenciários, FGTS e outras contribuições.................................... 177
3.1.4. Retenção em caso de adoção de conta vinculada ............................................................................ 180
3.1.5. Exercício: cálculo do 13 º salário e adicional de férias .................................................................. 186
3.2. SUBMÓDULO 2.2: ENCARGOS PREVIDENCIÁRIOS, FGTS E OUTRAS CONTRIBUIÇÕES ......................................... 187
3.2.1. Os regimes de tributação da pessoa jurídica e o impacto nos encargos previdenciários
e FGTS ........................................................................................................................................................................ 188
3.2.2. Contribuição previdenciária (INSS) ..................................................................................................... 191
3.2.2.1. O impacto da desoneração da folha de pagamento (Lei n.º 12.546/2011) no
cálculo da contribuição previdenciária ................................................................................................ 193
3.2.3. Salário educação ......................................................................................................................................... 202
3.2.4. Contribuição adicional para o financiamento da aposentadoria especial – RAT
ajustado (RAT x FAP) ........................................................................................................................................... 202
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
IN 05/2017
Art. 20. O Planejamento da Contratação, para cada serviço a ser contratado,
consistirá nas seguintes etapas:
I - Estudos Preliminares;
II - Gerenciamento de Riscos; e
III - Termo de Referência ou Projeto Básico.
[...]
Art. 24. Com base no documento que formaliza a demanda, a equipe de
Planejamento da Contratação deve realizar os Estudos Preliminares,
conforme as diretrizes constantes do Anexo III.
§ 1º O documento que materializa os Estudos Preliminares deve conter,
quando couber, o seguinte conteúdo:
[...]
IV - estimativa das quantidades, acompanhadas das memórias de cálculo e
dos documentos que lhe dão suporte;
[...]
VI - estimativas de preços ou preços referenciais;
[...]
ANEXO III - DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DOS ESTUDOS PRELIMINARES
3. São diretrizes específicas a cada elemento dos Estudos Preliminares as
seguintes:
[...]
3.6. Estimativas de preços ou preços referenciais:
a) Definir e documentar o método para estimativa de preços ou meios de
previsão de preços referenciais, devendo seguir as diretrizes de normativo
publicado pela Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão;
b) Incluir nos autos as memórias de cálculo da estimativa de preços ou dos
preços referenciais e os documentos que lhe dão suporte;
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Erivan Pereira de Franca
[...]
g) o orçamento estimado.
III - análise e comparação entre os custos totais de propriedade das
soluções identificadas, levando-se em conta os valores de aquisição dos
ativos, insumos, garantia e manutenção;
[...]
Art. 22. A estimativa de preço da contratação deverá ser realizada pelos
Integrantes Administrativo e Técnico para elaboração do orçamento
detalhado, composta por preços unitários e fundamentada em pesquisa no
mercado, a exemplo de contratações similares, valores oficiais de
referência, pesquisa junto a fornecedores ou tarifas públicas.
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Erivan Pereira de Franca
O SISG foi instituído pelo Decreto 1.094, de 23.3.1994, sendo integrado pelos
órgãos e unidades da Administração Federal direta, autárquica e fundacional.
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2 recomendar à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação
(SLTI/MP) que:
[...]
9.2.2. elabore um modelo de processo de aquisições para a Administração
Pública, para a contratação de bens e serviços, e a gestão dos contratos
decorrentes, considerando as diretrizes constantes dos Acórdãos 786/2006,
1480/2008 e 1.915/2010, todos do Plenário do TCU, adaptando-os à
aquisição de objetos de todos os tipos e não apenas aos objetos de
tecnologia da informação, em especial:
9.2.2.1. modelagem básica dos processos de trabalho de aquisição,
incluindo o planejamento da contratação, a seleção do fornecedor e a
gestão dos contratos decorrentes;
9.2.2.2. definição de papeis e responsabilidades dos agentes envolvidos em
cada fase;
9.2.2.3. elaboração de modelos de artefatos a serem produzidos;
9.2.2.4. utilização de estudo de modelos já existentes como subsídio para
formulação de seu próprio modelo;
9.2.2.5. planejamento das contratações, iniciando-se pela oficialização das
demandas, o que permitirá o planejamento de soluções completas, que
atendam às necessidades expressas nas demandas;
9.2.2.6. definição de conceitos e referências à legislação e à jurisprudência;
9.2.2.7. mensuração da prestação de serviços por bens e serviços
efetivamente entregues segundo especificações previamente estabelecidas,
evitando-se a mera locação de mão-de-obra e o pagamento por hora-
trabalhada ou por posto de serviço, utilizando-se de metodologia
expressamente definida no edital;
9.2.2.8. inclusão dos controles internos em nível de atividade, podendo
ainda avaliar a inclusão dos demais controles sugeridos no documento
Riscos e Controles nas Aquisições – RCA, que pode ser acessado em
http://www.tcu.gov.br/selog;
9.2.3. promova a implementação do modelo de processo de aquisições,
elaborado nas organizações sob sua esfera de atuação mediante
orientação normativa única, consolidando, se necessário, as orientações
normativas em vigor;
(Acórdão nº 2622/2015 - Plenário)
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
IN 05/2017
Art. 16. Os serviços considerados não continuados ou contratados por
escopo são aqueles que impõem aos contratados o dever de realizar a
prestação de um serviço específico em um período predeterminado,
podendo ser prorrogado, desde que justificadamente, pelo prazo
necessário à conclusão do objeto, observadas as hipóteses previstas no § 1º
do art. 57 da Lei nº 8.666, de 1993.
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Erivan Pereira de Franca
ORIENTAÇÃO DO TCU
Serviços de natureza contínua são serviços auxiliares e necessários à
Administração no desempenho das respectivas atribuições. São aqueles
que, se interrompidos, podem comprometer a continuidade de atividades
essenciais e cuja contratação deva estender-se por mais de um exercício
financeiro.
DOUTRINA
Serviço de execução continuada é o que não pode sofrer solução de
continuidade na prestação que se alonga no tempo, sob pena de causar
prejuízos à Administração Pública que dele necessita. Por ser de
necessidade perene para a Administração Pública, é atividade que não pode
ter sua execução paralisada, sem acarretar-lhe danos. É, em suma, aquele
serviço cuja continuidade da execução a Administração Pública não pode
dispor, sob pena do comprometimento do interesse público.
(Diógenes Gasparini)
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[SUMÁRIO]
A natureza do serviço, sob o aspecto da execução de forma continuada ou
não, questão abordada no inciso II, do art. 57, da Lei nº 8.666/1993, não
pode ser definida de forma genérica, e sim vinculada às características e
necessidades do órgão ou entidade contratante.
[VOTO]
25. Quanto a este aspecto, ressalto posicionamento já adotado pelo
Plenário do TCU no sentido de que a natureza de um serviço, se executado
de forma contínua ou não, não pode ser definida de forma genérica, e sim
vinculada às características e às necessidades do órgão ou entidade
contratante. Isso se aplica às ações de publicidade: a sua definição
como serviço de caráter contínuo deverá ser efetivada a partir da análise de
cada caso concreto. Nesse enfoque, cito os Acórdãos 35/2000 - Plenário e
132/2008 - 2ª Câmara.
26. Ao analisar o objeto da licitação, com foco no edital e em seus anexos,
em especial no Anexo 1 (fls. 32/56, Anexo 1), e, a partir da percepção da
natureza da entidade, com funções, dentre outras, de normatização, de
controle, e de julgamento em última instância administrativa de petições
envolvendo o exercício das profissões regulamentadas vinculadas ao
Sistema Confea/Crea, integradas por mais de 800.000 profissionais
registrados, 200.000 empresas da área tecnológica e 27 Conselhos
Regionais, e do detalhamento dos serviços de publicidade e mídia que são
desenvolvidas ao longo do ano, verifico que tais ações se revestem do
caráter de continuidade para o Confea.
(Acórdão 4614/2008 – Segunda Câmara)
14
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Deve ser observado atentamente o inciso II do art. 57 da Lei nº 8.666/1993,
ao firmar e prorrogar contratos, de forma a somente enquadrar como
serviços contínuos contratos cujos objetos correspondam a obrigações de
fazer e a necessidades permanentes.
(Decisão 1136/2002 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Evite realizar prorrogações indevidas em contratos e observe
rigorosamente o disposto no art. 57, inciso II, da Lei nº 8.666/1993,
considerando que a excepcionalidade de que trata o aludido dispositivo
está adstrita à prestação de serviços a serem executados de forma
contínua, não se aplicando aos contratos de aquisição de bens de
consumo.
(Acórdão 1512/2004 – Primeira Câmara - Relação)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
6. Acerca do objeto do contrato, registro que o Tribunal tem o
entendimento de que contratos de conservação rodoviária podem ser
classificados como serviços de execução continuada (Decisão 83/1993-
Plenário, ratificada pela Decisão 129/2002-1ª Câmara). Porém, nesse caso
específico, vejo, com base nos termos do contrato e do projeto básico
constantes dos autos, que os serviços contratados, realmente, não podiam
ser considerados como de natureza continuada, em razão da abrangência
do objeto que, além da manutenção do sistema viário, incluía itens
referentes à pavimentação, terraplenagem, sinalização, drenagem, entre
outros.
(Acórdão 1529/2011 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Não permita a prorrogação dos contratos para aquisição de combustível,
que é material de consumo, não podendo ser caracterizado o seu
fornecimento como serviço de execução continuada, estando fora da
hipótese de incidência do inciso II do art. 57 da Lei nº 8.666/93;
(Acórdão 1920/2011 – Primeira Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Abstenha-se, por falta de amparo legal, de prorrogar os contratos de
aquisição de combustível e de passagens aéreas, bem como os dos demais
serviços que não se enquadrem como contínuos no seu caso concreto.
(Acórdão 4620/2010 – Segunda Câmara)
15
Erivan Pereira de Franca
LEI 8.666/93
Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à
vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos
relativos:
[...]
II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que
poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com
vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a
administração, limitada a sessenta meses;
16
Erivan Pereira de Franca
LEI 8.212/91
Art. 31 ................................
[...]
§ 3º Para os fins desta Lei, entende-se como cessão de mão-de-obra a
colocação à disposição do contratante, em suas dependências ou nas de
terceiros, de segurados que realizem serviços contínuos, relacionados ou
não com a atividade-fim da empresa, quaisquer que sejam a natureza e a
forma de contratação.
IN RFB 971/2009
Art. 115. Cessão de mão-de-obra é a colocação à disposição da empresa
contratante, em suas dependências ou nas de terceiros, de trabalhadores
que realizem serviços contínuos, relacionados ou não com sua atividade
fim, quaisquer que sejam a natureza e a forma de contratação, inclusive por
meio de trabalho temporário na forma da Lei nº 6.019, de 1974.
[...]
§ 3º Por colocação à disposição da empresa contratante, entende-se a
cessão do trabalhador, em caráter não eventual, respeitados os limites do
contrato.
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
no percentual de 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal, fatura
ou recibo de prestação de serviços, enquadrando-se tais disposições no
estabelecido no art. 31, § 4º, da Lei nº 8.212/91." (REsp 587577/RS, Relator
Ministro Francisco Falcão, DJ de 17.12.2004).
(AgRg no REsp 764.243-MG, DJ 20.3.2006)
20
Erivan Pereira de Franca
LEI 8.666/93
Art. 40 .......................
[...]
§ 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante:
II – orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários;
21
Erivan Pereira de Franca
DECRETO 3.555/2000
REGULAMENTO DO PREGÃO
Art. 8º A fase preparatória do pregão observará as seguintes regras:
[...]
II - o termo de referência é o documento que deverá conter elementos
capazes de propiciar a avaliação do custo pela Administração, diante de
orçamento detalhado, considerando os preços praticados no mercado, a
definição dos métodos, a estratégia de suprimento e o prazo de execução
do contrato;
DECRETO 5.450/2005
Art. 9º Na fase preparatória do pregão, na forma eletrônica, será observado
o seguinte:
[...]
§ 2º O termo de referência é o documento que deverá conter elementos
capazes de propiciar avaliação do custo pela administração diante de
orçamento detalhado, definição dos métodos, estratégia de suprimento,
valor estimado em planilhas de acordo com o preço de mercado,
cronograma físico-financeiro, se for o caso, critério de aceitação do objeto,
deveres do contratado e do contratante, procedimentos de fiscalização e
gerenciamento do contrato, prazo de execução e sanções, de forma clara,
concisa e objetiva.
Não importa qual a modalidade de licitação empregada (se uma das previstas
na Lei 8.666/93 ou se por Pregão – presencial ou eletrônico), o orçamento
sempre deverá ser elaborado previamente ao procedimento
licitatório/contratação direta.
LEI 10.520/2002
Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:
[...]
III – dos autos do procedimento constarão... bem como o orçamento,
elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou
serviços a serem licitados.
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Erivan Pereira de Franca
DECRETO 3.555/2000
Art. 8º A fase preparatória do pregão observará as seguintes regras:
IV – constarão dos autos... bem como o orçamento estimativo e o
cronograma físico-financeiro de desembolso, se for o caso, elaborados pela
Administração;
DECRETO 5.450/2005
Art. 30 O processo licitatório será instruído com os seguintes documentos:
III – planilhas de custo, quando for o caso.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
31. Ao contrário do que defende a unidade instrutiva, o art. 40, X, da Lei nº
8.666/93 não discorre sobre a "divulgação" do preço máximo, mas sim
sobre a sua "fixação", o que é bem diferente. E a Súmula TCU nº 259/2010,
suso mencionada, deixou assente que, em se tratando de obras e serviços
de engenharia, é obrigatória a fixação de preços máximos, tanto unitários
quanto global, donde se conclui que, para outros objetos que não obras e
serviços de engenharia, essa fixação é meramente facultativa.
32. A propósito, "orçamento" ou "valor orçado" ou "valor de referência" ou
simplesmente "valor estimado" não se confunde com "preço máximo". O
valor orçado, a depender de previsão editalícia, pode eventualmente ser
definido como o preço máximo a ser praticado em determinada licitação,
mas não necessariamente. Num dado certame, por exemplo, o preço
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Erivan Pereira de Franca
24
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
c) nos procedimentos licitatórios na modalidade pregão, o orçamento
deverá constar obrigatoriamente do termo de referência, bem como, no
próprio ato convocatório, informação quanto a disponibilidade e os meios
pelos quais os interessados poderão obter o referido orçamento, em
cumprimento ao disposto no art. 3º, inciso III, da Lei nº 10.520/2002 e
jurisprudência deste Tribunal, a exemplo dos Acórdãos nºs 1.925/2006 e
114/2007, ambos do Plenário;
(Acórdão 1946/2010 – Primeira Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Na licitação na modalidade pregão, o orçamento estimado em planilhas de
quantitativos e preços unitários não constitui um dos elementos
obrigatórios do edital, devendo estar inserido obrigatoriamente no bojo do
processo administrativo relativo ao certame. Ficará a critério do gestor, no
caso concreto, a avaliação da oportunidade e conveniência de incluir esse
orçamento no edital ou informar, no ato convocatório, a sua
disponibilidade aos interessados e os meios para obtê-lo.
(Acórdão 394/2009 – Plenário) Vide, no mesmo sentido: Acórdão
1113/2008 – Plenário; Acórdão 718/2010 - 1ª Câmara; Acórdãos 1789 e
1248/2009 - Plenário; Acórdãos 2444/2008 e 1925/2006 – Plenário.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Anexe, nos procedimentos licitatórios para aquisição de produtos e
contratação de serviços de informática, aos instrumentos convocatórios o
orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários,
ressalvada a modalidade pregão.
(Acórdão 2183/2008 – Plenário)
25
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Em regra, os editais de pregão devem contemplar orçamento detalhado e
critérios de aceitabilidade de preços unitários e global, admitida sua
dispensa, motivadamente e considerando os riscos e benefícios da
medida, no caso de objetos complexos, com alto grau de incerteza em sua
definição e/ou características muito peculiares de mercado.
A Caixa Econômica Federal opôs Embargos de Declaração contra acórdão
do TCU que expedira determinação à empresa no sentido de que os futuros
editais de licitação na modalidade pregão incluíssem orçamento detalhado
e critérios de aceitabilidade de preços unitários e global, em consonância
com o art. 6º, inciso IX, alínea “f”, o art. 7º, § 2°, inciso II, o art. 40, inciso X e
§ 2º, inciso II, da Lei 8.666/93 e a jurisprudência do TCU. A Caixa
argumentou que: a) os ditames da Lei de Licitações não se aplicam à
modalidade pregão, que possui lei específica; e b) o Tribunal firmou
entendimento no sentido de que não seria obrigatória a inclusão de
orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários no
edital do pregão. Analisando o caso, ponderou o relator que “a aplicação
subsidiária da Lei 8.666/93, norma que estabelece as regras gerais para
todas as modalidades de licitação, incluindo o pregão, está prevista no art.
9º da Lei 10.520/2002, que institui o pregão, não subsistindo dúvidas sobre
esse tema”. Quanto à afirmação da embargante de que a jurisprudência do
TCU é tendente a afastar a exigência da inclusão de orçamento estimado
em planilhas de quantitativos e preços unitários no edital do pregão,
entendeu o relator que a alegação “é parcialmente procedente”. Expôs que
26
Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
IN 04/2014
Art. 22. A estimativa de preço da contratação deverá ser realizada pelos
Integrantes Administrativo e Técnico para elaboração do orçamento
detalhado, composta por preços unitários e fundamentada em pesquisa
no mercado, a exemplo de contratações similares, valores oficiais de
referência, pesquisa junto a fornecedores ou tarifas públicas.
IN CNJ 44/2012
Art. 11. No processo de contratação deve constar o custo estimado, o qual
conterá os valores máximos global e mensal, demonstrável por meio de:
I - planilha de custos e formação de preços, que expresse a composição de
todos os custos unitários resultantes dos tópicos do projeto básico ou
termo de referência, a fim de permitir a aferição da exequibilidade dos
preços praticados;
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
IN 05/2015
Anexo V - DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO BÁSICO OU
TERMO DE REFERÊNCIA
2. São diretrizes específicas a cada elemento do Termo de Referência ou
Projeto Básico:
2.9. Estimativa de preços e preços referenciais:
[...]
b) No caso de serviços com regime de dedicação exclusiva de mão de obra,
o custo estimado da contratação deve contemplar o valor máximo global e
mensal estabelecido em decorrência da identificação dos elementos que
compõem o preço dos serviços, definidos da seguinte forma:
b.1. por meio do preenchimento da planilha de custos e formação de
preços, observados os custos dos itens referentes ao serviço, podendo ser
motivadamente dispensada naquelas contratações em que a natureza do
seu objeto torne inviável ou desnecessário o detalhamento dos custos
para aferição da exequibilidade dos preços praticados;
b.2. por meio de fundamentada pesquisa dos preços praticados no
mercado em contratações similares; ou ainda por meio da adoção de
valores constantes de indicadores setoriais, tabelas de fabricantes, valores
oficiais de referência, tarifas públicas ou outros equivalentes, se for o caso;
e
b.3. previsão de regras claras quanto à composição dos custos que
impactem no valor global das propostas das licitantes, principalmente no
que se refere a regras de depreciação de equipamentos a serem utilizados
no serviço.
30
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É imprescindível a fixação, no edital, dos critérios de aceitabilidade de
preços unitários e globais, em face do disposto no art. 40, inciso X, c/c o art.
43, inciso IV, da Lei nº 8.666/1993.
Não é possível licitar obras e serviços sem que o respectivo orçamento
detalhado, elaborado pela Administração, esteja expressando, com
razoável precisão quanto aos valores de mercado, a composição de todos
os seus custos unitários, nos termos do art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei nº
8.666/1993, tendo-se presente que essa peça é fundamental para a
contratação pelo preço justo e vantajoso, na forma exigida pelo art. 3º da
citada lei.
(Acórdão 2014/2007 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Realize ampla pesquisa de preços no mercado, a fim de estimar o custo do
objeto a ser adquirido, anexando-a respectivo processo licitatório, de
acordo com os arts. 7º, § 2º, II, e 43, IV, da Lei nº 8.666/1993.
(Acórdão 2479/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Estime os custos previstos para as contratações, inclusive dos materiais
para cada tipo de serviço eventual, caso o custo desses materiais não esteja
incluso no preço desses serviços, publicando-os no Projeto Básico ou no
Termo de Referência, por meio da planilha de custos e formação de
preços, conforme disposto no art. 15, inciso XII, alínea “a”, da Instrução
Normativa SLTI/MPOG 02/2008, c/c o art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei
8.666/1993.
(Acórdão 727/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. em consequência do subitem anterior, dar ciência ao Instituto Nacional
de Meteorologia de que a correção de erros sanáveis no preenchimento
de planilhas de formação de preços não precedida de decisão
fundamentada e sem observância da devida publicidade, como ocorrido no
Pregão Eletrônico 5/2014, afronta o disposto no § 3º do art. 26 do Decreto
5.450/2005.
(Acórdão 1396/2016 – Plenário)
31
Erivan Pereira de Franca
DECRETO 2.271/97
Art. 3º [...]
§ 2º Os órgãos e entidades contratantes poderão fixar nos respectivos
editais de licitação, o preço máximo que se dispõem a pagar pela realização
dos serviços, tendo por base os preços de mercado, inclusive aqueles
praticados entre contratantes da iniciativa privada.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.6. dar ciência ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do
Espírito Santo sobre as seguintes impropriedades, para que sejam
adotadas medidas internas com vista à prevenção da ocorrência de outras
semelhantes:
[...]
9.6.3. estabelecimento de valores de referência para o orçamento da
licitação com base em pesquisa de preços deficiente, em desatendimento
ao art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/1993;
[...]
9.6.5. ausência de orçamento detalhado em planilhas que expressem os
custos unitários em contratos de serviços de consultoria em comunicação
nos termos estabelecidos no art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/1993;
(Acórdão 657/2016 – Plenário)
32
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
3. [omissis], ex-Diretor-Geral do HU/UFMS, foi ouvido em audiência em
razão das 11 irregularidades listadas a seguir:
[...]
b) inexistência de orçamento detalhado em planilhas que expressem a
composição de todos os custos unitários do serviço licitado por meio do
Pregão 243/2011, em infração ao art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8666/1993;
[ACÓRDÃO]
9.1. conhecer da representação, com fulcro no art. 237, VI, do Regimento
Interno/TCU, para, no mérito, considerá-la procedente;
[...]
9.5. aplicar aos responsáveis abaixo-arrolados a multa respectiva, com
fulcro no art. 58, II, da Lei 8.443/1992 [...]
(Acórdão 434/2016 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A Administração está obrigada a adotar, desde o projeto básico, planilhas
orçamentárias que expressem a composição dos custos unitários dos itens
de serviço, com detalhamento suficiente à sua precisa identificação,
abstendo-se de utilizar grandes "grupos funcionais" para mão de obra ou
outras unidades genéricas do tipo "quantia fixa" ou “verba”.
Auditoria realizada nas obras das usinas nucleares de Angra I e II, de
responsabilidade da Eletrobrás Termonuclear S.A., apontara possíveis
irregularidades em contrato de prestação de serviços de natureza
continuada, relacionados à área de engenharia e à manutenção de
equipamentos e edificações. Dentre outros aspectos, foram evidenciadas (i)
a ausência de discriminação dos quantitativos de mão de obra em nível de
categoria profissional e (ii) a existência de item contratual, materialmente
relevante, sem qualquer detalhamento e remunerado como verba. Em
exame de mérito, anotou o relator que o orçamento aposto ao contrato
“não foi detalhadamente discriminado, nos termos exigidos pelo art. 7º, §
2º, inciso II da Lei 8.666/1993 e pela jurisprudência deste Tribunal,
consubstanciada na Súmula 258. Limitou-se a quantificar relevante parcela
de mão de obra em valores globais, discriminados por grupo funcional, sem
estabelecer detalhamento de serviços e de categorias profissionais”.
Embora afastada a hipótese de superfaturamento, “o agrupamento de
variadas classes de profissionais em um mesmo item de orçamento, ou a
adoção de parcela genérica como a denominada ‘quantia fixa’, não se
apoiam em preceitos da boa engenharia de custos”. Eventuais empecilhos
ao levantamento dos custos individuais, face a inexistência de paradigmas
para comparação, ponderou o relator, “poderiam ter sido resolvidos
pontualmente, com a adoção de valores de atividade similar em itens
específicos, com a devida justificação”. Nesse sentido, a consolidação de
numerosos itens em um só, concluiu o relator, “leva a uma simplificação
33
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO] 11. Passo, a seguir, a tratar das irregularidades apuradas neste
processo.
12. A primeira trata da inexistência no processo 738/2011, referente ao
Pregão 83/2011-GES, de documento que detalhe a previsão orçamentária
para contratação pretendida, sendo que sua inclusão no processo
administrativo é obrigatória, conforme determina o inciso III, do art. 3º, da
Lei 10.520/2002, ainda que não o seja no edital.
12.1 O orçamento detalhado possibilitaria aos licitantes formularem suas
propostas adequadamente, com a previsão dos custos unitários de cada
parcela remuneratória dos postos de trabalho e todos os outros custos
afetos a eles nos termos desejados pela administração local. Permitiria a
eles, também, sanear possíveis dúvidas causadas pelas lacunas e
imprecisões do termo de referência, que não detalhava suficientemente a
composição dos custos, além de possibilitar a aferição da vantajosidade da
contratação e da existência de sobrepreço, se comparado o valor do
orçamento detalhado com os valores propostos.
(Acórdão 1513/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.1. a irregularidade referente à licitação de serviços sem a existência de
orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos
os seus custos unitários, identificada no Pregão Eletrônico 7/2009, afronta
o disposto no art. 7º, §2º, inc. II, da Lei 8.666/1993 c/c o art. 3º, inc. III, da
Lei 10.520/2002 e o art. 9º, §2º, do Decreto 5.450/2005;
(Acórdão 507/2013 – Plenário)
34
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO] 23. Ademais, a ausência de planilhas orçamentárias detalhando a
composição do preço final do objeto, bem como seus custos unitários, a
par de ir de encontro às disposições legais supracitadas, acarreta a
impossibilidade dos licitantes terem noção da dimensão do serviço a ser
licitado para avaliar se poderão ou não participar do certame. Essa
supressão ocasiona, ainda, dificuldade e embaraço à atividade dos órgãos
de controle em verificar se as propostas ofertadas estão em consonância
com o artigo 48 da Lei nº 8.666/93 (propostas com valor global superior ao
limite estabelecido ou com preços manifestamente inexequíveis).
24. Essas constatações são suficientes para fulminar a tese defendida pelas
recorrentes, devendo-se destacar que o entendimento pacificado nesta
Corte é no sentido da obrigatoriedade do órgão fazer constar do edital o
orçamento estimado em planilhas de quantitativos e custos unitários. Como
exemplo, cita-se os Acórdãos nº 2.081/2009, 1.535/2006 e 1.781/2005, do
Plenário.
(Acórdão 98/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.7.1. dar ciência ao [...] quanto à seguinte irregularidade no Pregão
Eletrônico 1.688/2012, em desconformidade com a Lei 10.520/2002, e
regulamentos dela decorrentes:
1.7.1.1. ausência, no termo de referência previsto no art. 9º, §2º, do
Decreto 5.450/2005 e no art. 15, inciso XII, da Instrução Normativa SLTI
2/2008 para a modalidade de licitação pregão, do custo estimado da
contratação, o valor máximo global e mensal estabelecido em decorrência
da identificação dos elementos que compõem o preço dos serviços;
(Acórdão 1974/2012 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nos casos de contratação por dispensa ou inexigibilidade de licitação para
serviços complexos, compostos por itens diversos, a contratante deve,
sempre que possível, fazer constar dos respectivos processos a planilha de
custos dos itens unitários, em respeito ao que dispõem o art. 7º, § 2º,
inciso II e o § 9º do mesmo artigo, todos da Lei 8.666/93.
Pedido de reexame interposto pelo Banco do Brasil S.A. requereu a reforma
de deliberação proferida nos autos de representação que apontou supostas
irregularidades na contratação da empresa Cobra Tecnologia S.A., por
dispensa de licitação, com suporte no art. 24, inciso XXIV, da Lei nº
8.666/1993. Tal contrato tem por objeto a prestação de serviços de
processamento eletrônico de envelopes que são postados em terminais de
autoatendimento. Anotou o relator que os questionamentos iniciais
estavam embasados na premissa de que o serviço seria divisível em itens
(processamento de numerário, processamento de documentos e
digitalização dos cartões de autógrafos). E de que, por isso, o banco deveria
ter elaborado orçamento para apuração de seus custos unitários, em face
35
Erivan Pereira de Franca
do disposto no art. 7º, § 2º, inciso II, e § 9º da Lei 8.666/1993, "de modo a
verificar se os preços contratados eram compatíveis com os de mercado,
atendendo à exigência da parte final do art. 24, inciso XXIII, bem como para
fundamentar a justificativa do preço que deve constar dos processos de
dispensa e inexigibilidade, conforme art. 26, parágrafo único, inciso III, da
referida lei". A despeito de julgar improcedente a representação, o
Tribunal, por meio Acórdão 3.356/2007-2ª Câmara, determinou ao Banco
do Brasil que, doravante, "instrua seus processos de contratação por
inexigibilidade ou dispensa de licitação para serviços complexos, compostos
por itens diversos entre si com a planilha de custos dos itens unitários, nos
moldes do disposto no art. 7º, § 2º, inciso II e § 9º do mesmo artigo, todos
da Lei 8.666/93 (...)". O Banco do Brasil, em seu recurso contra essa
decisão, argumentou: a) "Não seria simples a elaboração de planilha de
custos de itens unitários relativa a serviços que envolvam componentes
diversos, como mão-de-obra, inteligência no desenvolvimento de softwares
e investimento em tecnologias cada vez mais avançadas"; b) "A
especificação dos custos unitários de cada item integrante de tais serviços
não teria o condão de 'garantir a eficiência administrativa' e implicaria
custos adicionais"; c) efetuou a contratação dos serviços com a empresa
que cotou o menor preço total; d) "avaliou o benefício de contratar
empresas diversas para prestar cada serviço, diante do fato de que seriam
de comum emprego a todos os serviços tanto o sítio na rede mundial de
computadores como a 'solução tecnológica' ...". A relatora do feito, ao
reconhecer a plausibilidade de argumentos trazidos pelo recorrente,
ressaltou que "as três macroatividades inseridas no serviço contratado
eram interligadas, não cabendo a sua segregação por questão de
segurança" e que "o site disponibilizado pelo Banco e a solução tecnológica
empregada para a prestação dos serviços seriam comuns às atividades".
Ponderou que a contratada desenvolvera software específico para o serviço
demandado e o adaptou às necessidades do Banco do Brasil. Acrescentou:
"há serviços que podem ser desmembrados em itens e há outros que não"
(grifou-se). Nesse sentido, anotou que: "as informações prestadas pelo
Banco do Brasil, na fase de saneamento dos autos, permitem (...) concluir
que o serviço em foco não poderia ser contratado por partes,
principalmente por se tratar de área extremamente sensível na atividade
bancária, com impacto direto nos interesses do próprio Banco e de
correntistas (saques e depósitos em contas correntes e verificação da
fidedignidade de assinaturas)". Anotou que, no caso concreto, atendeu-se
"à parte final do art. 24, inciso XXIII, da Lei 8.666/1993". Quanto ao cerne
da determinação recorrida, a despeito de considerá-la, como regra,
adequada, entendeu pertinente reformulá-la. O Tribunal, então, ao acolher
proposta da relatora, decidiu conceder provimento parcial ao citado pedido
de reexame, a fim de conferir ao mencionado comando a seguinte redação:
"nos casos de contratação por dispensa ou inexigibilidade de licitação para
serviços complexos, compostos por itens diversos, instrua, sempre que
possível, os respectivos processos com a planilha de custos dos itens
unitários, nos moldes do disposto no art. 7º, § 2º, inciso II e § 9º do mesmo
artigo, todos da Lei 8.666/93(...)" (grifou-se).
(Acórdão 690/2012 – Segunda Câmara – INFORMATIVO 93)
36
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.5.1.2. utilize a sistemática de cálculo para alcance do valor mensal dos
serviços a serem executados e os demais parâmetros estatuídos pela
IN/MPOG/SLTI nº 02, de 30 de abril de 2008, e suas posteriores alterações,
bem como os limites referenciais de preços definidos pelas Portarias
SLTI/MPOG para determinadas atividades, como os serviços de limpeza e
conservação;
1.5.1.3. exija das empresas contratadas a apresentação da planilha de
formação de preços dos serviços, com destaque para a identificação
precisa dos encargos sociais e tributos incidentes sobre a mão de obra;
(Acórdão 592/2010 – Plenário – Relação 10/2010)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. determinar [...]
9.2.1. elabore, previamente à realização de futuras licitações para
contratações custeadas com recursos públicos federais, o orçamento
detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os custos
unitários dos serviços pretendidos, conforme preconiza a Lei n° 8.666/93,
em seu art. 7°, § 2°, II, anexando-o aos instrumentos convocatórios de
licitação, como determina o art. 40, §2°, inciso II, da Lei n° 8.666/93;
(Acórdão 2099/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1.3. passe a observar, principalmente nas licitações destinadas à
contratação de obras e serviços de engenharia, os seguintes
procedimentos:
[...]
9.1.3.2. ao elaborar as supracitadas planilhas de composição de custos
unitários, apresentar todos os dados necessários para possibilitar condições
reais de análise dos parâmetros adotados pela Administração, indicando,
dentre outras informações, os custos de todos os insumos, os índices de
consumo de materiais e de produtividade da mão-de-obra/equipamentos
utilizados, as quantidades de horas para cada tipo de profissional, bem
como os respectivos salários e encargos sociais considerados, que devem
ser acompanhadas das correspondentes memórias de cálculo e referências
de preços utilizadas, além das justificativas acerca de eventuais diferenças
relevantes de preço, em comparação com os valores usualmente
encontrados no mercado;
(Acórdão 1854/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Não aceite elevação do percentual relativo aos encargos sociais incidentes
sobre a remuneração dos prestadores alocados ao contrato, nem a
37
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
2. A equipe de auditoria [...] constatou que o Contrato [...] continha as
seguintes impropriedades na composição de seus preços:
a) utilização de percentuais indevidos para os encargos trabalhistas:
a.1) 10% para o 13º salário em vez de 8,33% (art. 1º da Lei 4.090/1962);
a.2) 13,33% para férias em vez de 11,11% (art. 129 e 130, inciso I, da CLT);
a.3) 8,33% para aviso prévio trabalhado em vez de 1,92% (art. 488 da CLT);
a.4) 1,94% para acidente de trabalho em vez de 0,41% (art. 27 do Decreto
89.312/1984 e art. 131 da CLT);
a.5) 10,0% para faltas legais em vez de 0,28% (art. 473 da CLT);
[...]
d) emprego de índices de depreciação dos veículos superiores aos previstos
na legislação tributária.
[...]
7. Não acredito, ao contrário da unidade técnica, que tais diferenças devam
importar imediata alteração do valor estabelecido para os serviços, pois os
licitantes apenas adequaram sua proposta à planilha de composição de
custos elaborada pela Suframa. Trata-se de situação diferente de quando o
aumento ou diminuição dos tributos é superveniente à licitação, caso em
que restam alteradas as premissas de cálculo do custo do serviço e,
portanto, implica necessária modificação do preço final.
8. A meu juízo, a distorção verificada no edital não teve o condão de alterar
o valor global da proposta da contratada, que reflete, basicamente, a
estimativa da licitante em relação ao custo pela prestação dos serviços e o
lucro esperado. Além disso, o preço ajustado acabou sendo validado ao ser
38
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Instrua seus processos licitatórios com orçamento detalhado em planilhas
que expressem a composição de todos os custos unitários do objeto a ser
contratado, fazendo constar do edital, sempre que couber, um modelo
demonstrativo de formação de preços que possibilite demonstrar em sua
completude todos os elementos que compõem o custo da aquisição, à luz
dos arts. 7º, §2º, inciso II, e 40, § 2º, inciso II, da Lei nº 8.666/1993.
Aceite apenas proposta comercial de licitante que contenha um
demonstrativo de formação de preços completo e que evidencie, de forma
inequívoca, todos os elementos que compõem o custo da aquisição, à luz
do art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei nº 8.666/1993, que viabiliza eventual
repactuação contratual.
(Acórdão 265/2010 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.1. quando da contratação de serviços, elabore orçamento detalhado,
nos mesmos moldes do exigido aos licitantes, fixado em instrumento
convocatório, nos formatos das Planilhas de Custos e Formação de Preços,
conforme disciplina o art. 7°, § 2o, inciso II, da Lei n. 8.666/1993 e na linha
adotada pela IN/Mare n. 18, de 23 de dezembro de 1997;
(Acórdão 2586/2007 – 1ª Câmara)
Ver também: Acórdão 1595/2006 – Plenário
39
Erivan Pereira de Franca
IN 05/2015
ANEXO VI-A - SERVIÇO DE VIGILÂNCIA
4. Para cada tipo de Posto de Vigilância, deverá ser apresentado pelos
proponentes o respectivo Preço Mensal do Posto, calculado conforme a
planilha de custos e formação de preços, contida no Anexo VII-D, desta
Instrução Normativa.
[...]
ANEXO VI-B - SERVIÇO DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO
12. Para cada tipo de área física deverá ser apresentado pelas proponentes
o respectivo Preço Mensal Unitário por Metro Quadrado, calculado com
base na planilha de custos e formação de preços, contida no Anexo VII-D
desta Instrução Normativa.
ANEXO VII-A
DIRETRIZES GERAIS PARA ELABORAÇÃO DO ATO CONVOCATÓRIO
6.2. As disposições para apresentação das propostas deverão prever que
estas sejam apresentadas de forma clara e objetiva, estejam em
conformidade com o ato convocatório, preferencialmente na forma do
modelo previsto Anexo VII-C, e contenham todos os elementos que
influenciam no valor final da contratação, detalhando, quando for o caso:
a) os preços unitários, o valor mensal e o valor global da proposta;
b) os custos decorrentes da execução contratual, mediante o
preenchimento do modelo de planilha de custos e formação de preços;
[...]
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
No pregão, o parâmetro normativo para aferição da aceitabilidade da
proposta melhor classificada é o valor estimado pela Administração. É
ilegal utilizar, na etapa de negociação do certame, os valores de propostas
desclassificadas como referência para essa aferição.
40
Erivan Pereira de Franca
41
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Súmula 259
Nas contratações de obras e serviços de engenharia, a definição do critério
de aceitabilidade dos preços unitários e global, com fixação de preços
máximos para ambos, é obrigação e não faculdade do gestor.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A classificação de proposta com preço superior ao limite admitido no
edital viola o princípio da vinculação ao instrumento convocatório, não
descaracterizando tal ilegalidade a alegação de urgência na contratação.
Representação formulada por empresa licitante noticiara supostas
irregularidades praticadas [...] no âmbito da licitação [...]. Na instrução de
mérito, a unidade técnica concluiu que não foram observados os princípios
da publicidade e da vinculação ao instrumento convocatório, bem como as
próprias regras estabelecidas para o certame. O relator anuiu integralmente
às considerações da unidade técnica, destacando, em relação à afronta ao
princípio da vinculação ao instrumento convocatório, que a Administração
não desclassificou a licitante vencedora (única participante), cuja proposta,
no valor de R$ 104.618.870,05 (posteriormente reduzida para
R$ 100.957.209,60), situava-se flagrantemente acima do valor inicial
previsto (R$ 83.884.314,47), embora houvesse regra editalícia que
estabelecia textualmente a desclassificação da proposta que apresentasse
preços acima do orçamento estimado. Destacou também que a majoração
do valor contratado veio por acolhimento de sugestão formulada pela
própria licitante, sob a alegação de que, sem o referido acréscimo, o
funcionamento do hospital restaria inviabilizado. Diante da situação,
ressaltou o relator a jurisprudência do TCU no sentido de que a
Administração Pública deve pautar as suas ações pela observância ao
princípio da vinculação ao instrumento convocatório, de tal modo que as
propostas em desacordo com o instrumento convocatório devem ser
desclassificadas. Nessa esteira, observou, concordando com a análise da
unidade técnica, que “se a administração local considerou haver falhas no
projeto e no orçamento que ela mesma elaborou, deveria ter cancelado o
certame para, de maneira regular, elaborar e publicar outro edital mais
adequado” e que “ a alegada urgência não pode servir de motivo para que
a administração desfigure por completo os princípios gerais de licitação, até
porque as situações reconhecidamente urgentes já recebem tratamento
diferenciado da própria legislação, como, por exemplo, a dispensa de
licitação”. De todo modo, considerou também a informação de que a obra
encontrava-se paralisada, tendo a contratada realizado apenas os projetos
básicos e executivo, os serviços preliminares e parte da superestrutura. Por
fim, em razão dessa e de outra ilegalidade, pugnou pela parcial procedência
da Representação, determinando-se a anulação do certame e do contrato
dele decorrente, proposta à qual aderiu o Colegiado.
(Acórdão 649/2016 – Segunda Câmara – INFORMATIVO 273)
42
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nos termos da Súmula TCU 259, a fixação de preços máximos é
obrigatória apenas nas contratações de obras e serviços de engenharia.
Nas demais contratações, é facultativa, podendo, por exemplo, o preço
máximo ser definido com base no valor orçado, mas sempre em
conformidade com o mercado.
Em Auditoria [...] foram evidenciadas possíveis irregularidades em tomada
de preços conduzida pelo município, tendo em vista a adjudicação de
serviços em preços superiores aos valores orçados pela administração.
Invocando a Súmula TCU 259 (Nas contratações de obras e serviços de
engenharia, a definição do critério de aceitabilidade dos preços unitários
e global, com fixação de preços máximos para ambos, é obrigação e
não faculdade do gestor), a unidade técnica sustentara que “o
orçamento elaborado pela Administração, independentemente do objeto
em licitação, sempre deverá ser considerado o limite máximo para
formulação de proposta por parte dos licitantes, haja vista que qualquer
oferta de preço acima deste será reputada como sobrepreço”. Sobre o
assunto – e relembrando que o objeto licitado fora serviço de transporte
escolar – o relator registrou que a Súmula TCU 259 estabeleceu a
obrigatoriedade da fixação de preços máximos, tanto unitários quanto
global, apenas para obras e serviços de engenharia, “donde se conclui que,
para outros objetos que não obras e serviços de engenharia, essa fixação
é meramente facultativa”. Nesse sentido, registrou que “orçamento”,
“valor orçado”, “valor de referência” ou “valor estimado” não se
confundem com “preço máximo”: “O valor orçado, a depender de
previsão editalícia, pode eventualmente ser definido como o preço
máximo a ser praticado em determinada licitação, mas não
necessariamente. Num dado certame, por exemplo, o preço máximo
poderia ser definido como o valor orçado acrescido de determinado
percentual. São conceitos, portanto, absolutamente distintos, que não se
confundem”. No caso concreto, considerando a natureza do objeto licitado,
a fixação de preço máximo, na forma disciplinada pelo art. 40, X, da Lei
de Licitações e Contratos, não seria obrigatória. Assim, o fator decisivo
seria a demonstração de compatibilidade dos preços praticados na
licitação, não com o valor orçado, mas com os preços de mercado.
Nesse sentido, Tribunal, ao apreciar a matéria, acompanhou o voto do
relator pelo acolhimento das justificativas apresentadas pelos
responsáveis ouvidos em audiência, cientificando a municipalidade das
impropriedades consignadas no relatório de auditoria.
(Acórdão 2688/2013 – Plenário – INFORMATIVO 171)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nenhum sobrepreço unitário é aceitável nos serviços constantes do
orçamento da licitação, ainda que a planilha orçamentária apresente
preço global inferior aos referenciais adotados pelo TCU.
Em Auditoria realizada na Empresa Brasileira de Infraestrutura
Aeroportuária (Infraero), com o objetivo de fiscalizar o edital de RDC
Eletrônico referente às obras de construção do terminal de passageiros, do
43
Erivan Pereira de Franca
44
Erivan Pereira de Franca
[...]
7. Da aceitabilidade da proposta vencedora:
[...]
7.6. A análise da exequibilidade da proposta de preços nos serviços
continuados com dedicação exclusiva da mão de obra deverá ser realizada
com o auxílio da planilha de custos e formação de preços, a ser preenchida
pelo licitante em relação à sua proposta final;
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. [...] determinar ao Tribunal Superior do Trabalho que, nas futuras
contratações de bens ou serviços por inexigibilidade de licitação, inclusive
de Tecnologia da Informação:
[...]
9.2.2. realize ampla pesquisa de preços, a fim de estimar o custo do objeto
a ser contratado e permitir a verificação da conformidade da proposta
com os valores praticados no mercado, em observância ao disposto no art.
26, parágrafo único, inciso III, da Lei nº 8.666, de 1993, e à jurisprudência
desta Corte (v.g. Acórdãos 740/2004 e 1.182/2004, do Plenário);
(Acórdão 17/2010 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO] Quando se realiza licitação pelo menor preço global, interessa
primordialmente para a Administração o valor global apresentado pelos
licitantes. É com base nesses valores apresentados que a Administração
analisará as propostas no tocante aos preços de acordo com os dispositivos
legais pertinentes (por exemplo, a exeqüibilidade dos valores ofertados, a
compatibilidade com os preços de mercado e a prática ou não de valores
abusivos).
45
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
6. A mencionada ausência de planilhas orçamentárias detalhadas, a par de
violar disposições legais, impede a formação de juízo crítico sobre a
adequação do preço estimado pela Manaus Energia àquele que é praticado
no mercado. Ademais, essa ausência impossibilita prever com acuidade o
volume de recursos orçamentários que serão necessários. Finalmente,
cabe ressaltar que a ausência dessas planilhas tem sido reiteradamente
considerada por esta Corte de Contas como uma irregularidade grave, uma
vez que a exigência de orçamento detalhado em planilhas que expressem a
composição dos custos unitários possui importância capital para a escolha
da proposta mais vantajosa. Essa exigência é complementada pelo disposto
no inciso X do art. 40 da Lei nº 8.666/1993, o qual dispõe que o edital
conterá critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o
caso, permitida a fixação de preços máximos e vedada a fixação de preços
mínimos, de critérios estatísticos ou de faixas de variação em relação a
preços de referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art.
48 dessa Lei - os quais se referem às propostas inexequíveis.
(Acórdão 792/2008 – Plenário) Vide também Acórdão 428/2010 – 2ª Cam.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1.3. defina claramente, nos futuros editais licitatórios, o critério de
aceitabilidade de preços unitários e global, com fixação de preços
máximos, tendo como referência os preços de mercado, observando tais
limites quando do julgamento das licitações, de acordo com o disposto no
art. 40, inciso X, da Lei nº 8.666/1993 c/c o art. 3º, inciso I, da Lei nº
10.520/2002;
(Acórdão 2110/2008 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.8.9.2. o orçamento do custo de obras objeto da licitação deve conter a
discriminação das composições dos custos unitários dos serviços e
fornecimentos, bem como respectivos quantitativos levantados na
elaboração do projeto e que comporão o custo global da obra ou serviço,
46
Erivan Pereira de Franca
ORIENTAÇÃO DO TCU
Licitações e Contratos: Orientações e Jurisprudência do TCU
Para verificar se a cotação ofertada em determinada licitação está em
conformidade com o mercado, é necessário que à época do julgamento das
propostas a estimativa da licitação esteja devidamente atualizada. Essa
atualização pode ser, inclusive, para mais ou para menos.
47
Erivan Pereira de Franca
Há eventos outros que não os hipoteticamente previstos no art. 65, II, “d” e §
5º da Lei 8.666/93 (hipóteses de revisão) e que justificam a majoração da
remuneração ajustada, como, por exemplo, a variação de preços decorrente de
processo inflacionário. Para tanto, prevê a Lei a possibilidade de reajuste do preço
contratado.
LEI 8.666/93
Art. 40. O edital (...) indicará, obrigatoriamente, o seguinte:
XI – critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de
produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a
data prevista para a apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa
proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela.
LEI 10.192/2001
Art. 2º É admitida estipulação de correção monetária ou de reajuste por
índices de preços gerais, setoriais ou que reflitam a variação dos custos de
produção ou dos insumos utilizados nos contratos de prazo de duração
igual ou superior a um ano.
§ 1º É nula de pleno direito qualquer estipulação de reajuste ou correção
monetária de periodicidade inferior a um ano.
[...]
48
Erivan Pereira de Franca
49
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
O instituto da repactuação de preços aplica-se apenas a contratos de
serviços continuados prestados com dedicação exclusiva da mão de obra.
O Plenário apreciou monitoramento do Acórdão 1.677/2015 Plenário,
proferido em processo de Representação que apontara possíveis
irregularidades em edital de pregão eletrônico promovido pelo
Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF), destinado à
contratação de serviço de monitoramento eletrônico de veículos mediante
sistema de leitura automática de placas, utilizando tecnologia de
Reconhecimento Ótico de Caracteres (OCR). Dentre outras questões
tratadas nos autos, dissentiu parcialmente o relator da proposta formulada
50
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A repactuação de preços aplica-se apenas às contratações de serviços
continuados com dedicação exclusiva de mão de obra e ocorre a partir da
variação dos componentes dos custos do contrato, desde que seja
observado o interregno mínimo de um ano das datas dos orçamentos aos
quais a proposta se referir, conforme estabelece o art. 5º do Decreto
2.271/97, devendo ser demonstrada analiticamente, de acordo com a
Planilha de Custos e Formação de Preços.
Ainda na representação sobre a tomada de preços promovida pela 7ª
Superintendência Regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do
São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), com objetivo de contratar empresa
51
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[RELATÓRIO]
"2. Em face da instrução, mediante autorização do Relator, realizou-se
oitiva prévia do pregoeiro do CNJ, a fim de obter informações que
possibilitem analisar a questão de maneira mais completa, nos seguintes
termos:
a) ausência de detalhamento da estimativa de preços para a contratação
em planilhas demonstrativas da composição de seus custos unitários, em
desacordo ao disposto no art. 8º, inciso III, alínea "a" do Decreto
3555/2000, c/c o art. 7º, § 2º, inciso II, e 40, § 2º, inciso II, ambos da Lei
8.666/1993;”
[...]
7. Da manifestação do Pregoeiro sobre os itens solicitados pelo Tribunal,
destacamos os seguintes pontos:
7.1 O detalhamento da estimativa de preços baseou-se no valor do ponto
de função, considerando também a estimativa da quantidade a ser utilizada
no decorrer do contrato, bem como fatores de ajustes para o pagamento
em caso de utilização de plataformas distintas e, ainda, o ambiente
computacional implantado no CNJ.
52
Erivan Pereira de Franca
[...]
7.6 O Poder Judiciário não se submete ao cumprimento obrigatório de
Instruções Normativas de outro Poder, uma vez que fere os princípios da
legalidade e da separação dos poderes. Também, o Edital não exigiu
apresentação desta planilha por ser totalmente desnecessária, uma vez que
o preço máximo estimado para o ponto de função já deve ser proposto com
todos os custos incidentes, conforme estabelecido no Parágrafo Único da
Cláusula Vinte e Três da minuta de contrato (Anexo III do Edita). Por fim, a
IN [02/2008] apontada como descumprida exige a planilha para a
contratação de postos de trabalho, o que não é o caso presente licitação,
que trata da contratação de prestação de serviço.
[...]
15. Diferente do que afirma o Pregoeiro, não existe no termo de
referência informação sobre a metodologia utilizada para definição do
número de pontos de função, mas somente a afirmação que se utilizou
como base na experiência de contratos anteriores e também os contratos
de outros órgãos do judiciário. Para atender ao solicitado na oitiva, seria
necessário demonstrar a metodologia de cálculo para chegar ao
quantitativo estabelecido para cada sistema.
[...]
17. Outro aspecto a ser considerado, com influência direta na repactuação
do contrato, diz respeito às categorias profissionais que compõem o
quadro necessário para elaboração de 01 unidade de Ponto de Função,
como exemplificado no quadro a seguir: [omissis]
18. Como previsto na minuta do contrato, os serviços contemplados nas
etapas de Levantamento de Requisitos, Homologação, Implantação e
Garantia serão realizados nas dependências do Conselho Nacional de
Justiça. Nesse caso, é necessário que o CNJ demonstre a
representatividade de cada profissional na composição do ponto de
função e o detalhamento da planilha de custo de cada profissional. Sem
isso não há como fazer a repactuação e somente seria possível o
reequilíbrio econômico financeiro do contrato. Por último, verifica-se que a
cláusula de reajuste prevista no edital não encontra respaldo legal.
[...]
O Diretor da 3ª DT/3ª Secex também se manifestou nos autos (Peça 12):
[...] 2. Questão importante é a ausência de planilha detalhada dos custos
dos profissionais envolvidos na contratação e a cláusula vinte e quatro do
contrato, peça 10 - p. 226, que estabelece que os preços contratados
poderão ser reajustados, mediante negociação entra as partes e a
formalização de pedido pela contratada, tendo como limite máximo a
variação do IGPDI/FGV ocorrida nos últimos 12 (doze) meses.
3. Não é por que o CNJ não se submete ao cumprimento obrigatório de
Instruções Normativas de outro Poder, tampouco por não se tratar de
contratação por postos de trabalho, que não se devem exigir tais planilhas
no certame. A ausência do detalhamento dos custos demonstrando a
representatividade de cada profissional envolvido no projeto na
composição do ponto de função, bem como das planilhas de custos dos
53
Erivan Pereira de Franca
54
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.4.2. compare as planilhas de custos e formação de preços fornecidas
pela contratada nos momentos da apresentação da proposta e do
requerimento de repactuação, nos termos do § 1º, art. 57 da Lei nº 8.666,
de 16 de junho de 1993, e do art. 5º do Decreto nº 2.271, de 7 de julho de
1997, com vistas a verificar se ocorreu ou não a efetiva repercussão dos
eventos majoradores nos custos pactuados originalmente;
(Acórdão 2094/2010 – 2ª Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A comprovação da necessidade de repactuação de preços, decorrente da
elevação anormal de custos, exige a apresentação de planilhas detalhadas
de composição dos itens contratados, com todos os seus insumos, assim
como dos critérios de apropriação dos custos indiretos.
(Acórdão 2408/2009 – Plenário) Ver também: Acórdão 658/2011 – 1ª Cam.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
3 - Imprescindibilidade de composição adequada da planilha de custos.
Na mesma auditoria realizada na Diretoria Regional da Empresa Brasileira
de Correios e Telégrafos do Estado do Rio Grande do Sul (EBCT/DR/RS),
outra possível irregularidade observada pela equipe de auditoria ocorrera
no Pregão Eletrônico nº 56/2006, destinado à locação temporária de
furgões, e no qual foram admitidas planilhas de custos apresentadas pelas
licitantes de modo inconsistente. Ilustrativamente, a unidade técnica
informou que, nas propostas apresentadas, a participação do item
combustível, no preço de uma diária contemplando 150 km de rodagem,
variou de R$ 2,36 a R$ 60,00, e as despesas administrativas a serem
incorridas, também em uma diária, oscilaram de R$ 4,00 a R$ 70,00. O
responsável, ouvido em audiência, argumentou, essencialmente, que "a
planilha de formação de custos é apresentada após a assinatura do
contrato, não influindo no critério de julgamento", e que "o reajuste
contratual é feito com base em índice pré-estabelecido no contrato, assim,
somente no caso de reequilíbrio econômico-financeiro a composição de
custos seria relevante". A unidade técnica, ao refutar os argumentos
apresentados, consignou que, "nos contratos de prestação de serviços de
55
Erivan Pereira de Franca
LEI 8.666/93
Art. 54 ..................
§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições
para sua execução, expressas em cláusulas que definam os direitos,
obrigações e responsabilidades das partes, em conformidade com os
termos da licitação e da proposta a que se vinculam.
56
Erivan Pereira de Franca
LEI 8.666/93
Art. 66. O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de
acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo
cada uma pelas conseqüências de sua inexecução total ou parcial.
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por
um representante da Administração especialmente designado, permitida a
contratação de terceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações
pertinentes a essa atribuição.
Assim, para que a fiscalização seja efetiva importa conhecer a planilha, tanto
na fase de elaboração do orçamento estimado, quanto na fase de execução
contratual. Deverá a fiscalização do contrato se certificar de que o contratado
efetivamente realize os encargos expressos na proposta por ele formulada.
mão de obra cedida por ela. E mais, no âmbito destes contratos, tais custos
são bastante significativos e perfeitamente controláveis pela fiscalização do
ente público contratante. Se a empresa informa na sua planilha de custos e
formação de preços, por exemplo, que disponibilizará dez profissionais para
trabalharem com exclusividade e habitualidade nas dependências do ente
público e, na prática, só disponibiliza nove, ou informa que realizará
trabalhos noturnos e, na prática, não os realiza, tais irregularidades
poderão ser perfeitamente constatadas (identificadas) por uma zelosa
fiscalização.
48. Independentemente do critério adotado para mensuração e pagamento
(v.g., por resultados), tais situações envolvendo serviços de terceirização
não podem ser toleradas pelo poder público, e os valores pagos
indevidamente deverão ser glosados, sob pena de enriquecimento sem
causa da contratada.
49. Não se pode perder de perspectiva que, a teor do art. 54, § 1º, da Lei nº
8.666/93, a empresa se obriga aos termos da proposta que formulou no
certame. A planilha é demonstrativa; é indicativa da formação do preço.
Logo, em homenagem ao princípio da boa-fé, se o custo informado na
planilha não existe (ao menos no patamar informado) - e, frise-se, sendo
caso de terceirização -, tais informações vinculam o proponente. A
alteração das condições originalmente pactuadas estaria então a afetar
(alterar) o equilíbrio econômico-financeiro da avença.
(Acórdão 1805/2014 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
À vista da planilha de custos fornecida pela própria empresa [omissis]
durante a fase de execução do contrato, a equipe de fiscalização do TCU
pôde verificar, de fato, a existência de indícios veementes de
superfaturamento, decorrente de estimativa excessiva de mão de obra,
material, equipamentos e insumos não correspondentes aos efetivamente
utilizados na prestação dos serviços.
Cumpre frisar que tais inconsistências foram identificadas pela unidade
técnica antes mesmo da realização do pagamento dos serviços
superfaturados. Consta dos autos que os responsáveis [...] foram, ainda
outra vez, alertados, pela equipe de acompanhamento deste Tribunal, no
sentido de reverem seus procedimentos, apurarem a quantificação
excessiva dos elementos que integram os serviços avençados e, ao
confirmá-la, adotarem as medidas necessárias à glosa da fatura emitida
pela empresa contratada.
Mesmo assim, em face de tais advertências do controle externo, os
responsáveis realizaram a medição, a liquidação e o pagamento dos
serviços superfaturados, na exata dimensão declarada na planilha de
composição de custos fornecida pela empresa contratada.
Isto significa que, sem aferição, mesmo com os indícios de
superfaturamento já declarados aos gestores, pelos auditores, o valor
declarado pela empresa foi integralmente pago pela Administração.
58
Erivan Pereira de Franca
[...]
A identificação dessa irregularidade pela equipe de acompanhamento do
TCU foi obtida pelo confronto entre a informação constante da planilha de
custos fornecida pela contratada, as folhas de frequência dos funcionários
[...] e os registros de entrada desses empregados naquelas unidades
militares.
De igual forma, foi verificado, na planilha de custos da contratada,
dimensionamento de material, de equipamentos e de insumos em
quantidade superior à necessária ao atendimento das necessidades
verificadas [...] também foi identificada pela equipe de fiscalização nas
inspeções in loco realizadas nos almoxarifados da empresa contratada,
observada durante a vigência do ajuste contratual, ainda que na fase de
desmobilização [...] ocasião em que foi informado à unidade técnica que os
materiais em estoque nos almoxarifados da contratada foram os mesmos
utilizados na fase de realização dos jogos olímpicos.
(Acórdão 832/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.1. verifique se as glosas realizadas até o fim da vigência do Contrato
22/2009 estão de acordo com o entendimento decorrente de tratativas no
âmbito do presente processo, em relação aos seguintes itens:
9.3.1.1. pagamento indevido de adicional noturno, uma vez que não houve
comprovação de prestação de serviços entre 22h de um dia e 5h do dia
seguinte;
9.3.1.2. pagamento irregular de adicional de férias, pois não houve
comprovação de que um percentual de 11,11% foi realmente repassado aos
funcionários da CPM Braxis que prestavam serviço ao Ibama;
9.3.1.3. pagamento irregular de 13º salário, uma vez que não é possível
aceitar valores diferentes do percentual de 8,33% decorrente da legislação;
(Acórdão 301/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.7.3. calcule os valores correspondentes às horas trabalhadas no período
noturno, compare-os com aqueles efetivamente pagos à empresa a título
de adicional noturno, informe-os a este Tribunal, acompanhados da
documentação comprobatória (contracheques, planilhas de controle de
horário e outros), e promova a glosa das quantias eventualmente pagas a
maior;
9.7.4. promova a glosa dos valores correspondentes ao percentual a maior
praticado referente à parcela do ―13º salário, que deveria ser de 8,33%,
em vez dos 11,44% informados na planilha de formação de preços relativa
ao contrato 02.0015.00/2009;
9.7.5. calcule os valores efetivamente pagos à contratada a título de
férias, compare-os com aqueles recebidos pelos empregados da empresa,
59
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.3. com relação à fiscalização dos contratos...:
[...]
9.2.3.2. verifique a compatibilidade entre os salários efetivamente pagos
pelas contratadas aos trabalhadores alocados ao DNIT e aqueles
constantes em demonstrativo de formação de preço ou planilha com essa
finalidade, vinculados ao instrumento contratual;
9.3. alertar... que o pagamento de salários em nível inferior ao da
proposta oferecida na licitação constitui causa para o reequilíbrio
econômico-financeiro do contrato em favor da Administração, devendo as
medidas cabíveis ser adotadas imediatamente à constatação de que os
salários efetivamente pagos pelas contratadas aos trabalhadores alocados
ao DNIT são inferiores aos consignados nas propostas apresentadas na
licitação, sob pena de responsabilidade solidária dos responsáveis pelos
pagamentos indevidos;
(Acórdão 1233/2008 – Plenário)
(vide, no mesmo sentido: Acórdão 1009/2011 – Plenário; Acórdão
2477/2010 – Plenário; Acórdão 2647/2009 – Plenário)
60
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Apurou-se, com base na folha de pagamento da empresa líder do
consórcio, que os salários efetivamente pagos aos empregados eram
inferiores aos que constaram da proposta oferecida na licitação, donde se
concluiu que o consórcio contratado estava a auferir, a princípio, lucros
indevidos. Por isso, foi determinado no Acórdão 327/2009-Plenário, que a
Secretaria Especial de Portos da Presidência da República, à qual fora sub-
rogado o contrato, fizesse retornar aos cofres públicos a diferença entre os
salários pagos pela contratada a seus empregados e os valores constantes
da proposta, contra o que a contratada demonstrou inconformismo, por
meio de pedido de reexame. Ao examinar o recurso, o 2º revisor, ministro
Valmir Campelo, discordando do voto do relator, ministro Ubiratan Aguiar,
entendeu não ser possível a retenção da diferença dos valores declarados
pela contratada em sua proposta e os efetivamente despendidos aos
funcionários. Segundo ele, para que isso ocorresse, seria necessário que o
edital da licitação contivesse cláusula expressa nesse sentido, o que não
houve.
61
Erivan Pereira de Franca
62
Erivan Pereira de Franca
IN 04/2014
Art. 22. A estimativa de preço da contratação deverá ser realizada pelos
Integrantes Administrativo e Técnico para elaboração do orçamento
detalhado, composta por preços unitários e fundamentada em pesquisa no
63
Erivan Pereira de Franca
IN CNJ 44/2012
Art. 11. No processo de contratação deve constar o custo estimado, o qual
conterá os valores máximos global e mensal, demonstrável por meio de:
[...]
II – pesquisa fundamentada dos preços praticados no mercado em
contratações similares;
ORIENTAÇÃO DO TCU
Licitações e Contratos: Orientações e Jurisprudência do TCU
Pesquisa de mercado é procedimento para verificação das exigências e
condições do mercado fornecedor do objeto a licitar. Exemplo:
especificação, qualidade, desempenho, prazos de entrega, prestação,
execução, garantia.
Pesquisa de preços é procedimento prévio e indispensável à verificação de
existência de recursos suficientes para cobrir despesas decorrentes de
contratação pública. Serve de base também para confronto e exame de
propostas em licitação.
Pesquisar preços é procedimento obrigatório e prévio à realização de
processos de contratação pública.
64
Erivan Pereira de Franca
65
Erivan Pereira de Franca
ORIENTAÇÃO DO TCU
Licitações e Contratos: Orientações e Jurisprudência do TCU
Deve a estimativa ser elaborada com base nos preços colhidos em
empresas do ramo pertinente ao objeto licitado, correntes no mercado
onde será realizada a licitação, que pode ser local, regional ou nacional.
Sempre que possível, devem ser verificados os preços fixados por órgão
oficial competente, sistema de registro de preços ou vigentes em outros
órgãos.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
O Banco de Preços em Saúde (BPS), se empregado de forma adequada, é
válido como referência de preços da aquisição de medicamentos, seja
pelo gestor público para balizar o preço de suas contratações, seja pelos
órgãos de controle para avaliar a economicidade dos contratos.
Em Tomada de Contas Especial, apurou-se dano ao erário decorrente de
superfaturamento na aquisição de medicamentos no âmbito de pregão
presencial promovido pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e nos
contratos dele decorrentes. A metodologia de apuração do prejuízo
utilizada pela unidade técnica se baseou, dentre outras fontes, no maior
valor dos preços constantes do Banco de Preços em Saúde do Ministério da
Saúde (BPS). Divergindo do relator, que, acompanhando o parquet
especializado, considerou haver limitações no BPS a impedir sua utilização
como parâmetro seguro para estimativa do débito, o ministro revisor
66
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Os preços divulgados pela Câmara de Regulação do Mercado de
Medicamentos (Cmed) não são o parâmetro mais adequado para servir
como referência para aquisições públicas de medicamentos ou como
critério de avaliação da economicidade de tais aquisições por parte dos
órgãos de controle, pois são referenciais máximos que a lei permite a um
fabricante de medicamentos vender o seu produto.
Ainda na Tomada de Contas Especial que apurara dano ao erário
decorrente de superfaturamento na aquisição de medicamentos no âmbito
de pregão presencial promovido pela Fundação Nacional de Saúde
(Funasa), o revisor também divergiu do posicionamento do MP/TCU,
endossado pelo ministro relator, no sentido de que a base de dados da
Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) seria mais
67
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nas licitações e prorrogações contratuais de serviços de manutenção
predial, a Administração deve, em atenção ao art. 6º, inciso IX, alíneas c e
f, e art. 7º, § 4º, da Lei 8.666/1993, incluir, nos estudos técnicos
preliminares da contratação: (i) estudo e previsão da quantidade de
material a ser utilizado; (ii) estudo e definição do tipo e da quantidade de
postos de trabalho que serão utilizados; e (iii) estimativa de preços,
considerando uma cesta de preços, devendo documentar o método
utilizado no processo de contratação.
68
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.7.1. dar ciência à Secretaria Geral de Administração do TCU das seguintes
impropriedades ocorridas no Pregão Eletrônico 83/2011, cujo objeto
consistiu na aquisição de medicamentos pela Diretoria da Saúde do
Tribunal:
1.7.1.1. utilização indevida da tabela ABCFarma como única fonte para
estimar os preços de medicamentos no Pregão-TCU 83/2011, devendo a
unidade administrativa buscar diversidade de fontes para estimativa de
preços, de sorte a excluir eventual viés decorrente de referenciação a partir
de preço único, nos termos da jurisprudência do Tribunal, a exemplo dos
Acórdãos 868/2013 e 2.170/2007, ambos do Plenário do Tribunal;
(Acórdão 1012/2016 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.1 se abstenha de prorrogar o contrato decorrente da ata de registro de
preços resultante do Pregão Eletrônico 14/2015, para que, caso deseje,
deflagre novo certame licitatório em tempo hábil, ou seja, durante os seus
doze meses de vigência, sem os vícios identificados nesta representação,
em especial:
9.3.1.1 realização de pesquisa de preços em desconformidade com as
regras estabelecidas no art. 15, III, da Lei 8.666/1993 e no art. 2º da
Instrução Normativa-SLTI/MP 5/2014;
(Acórdão 696/2016 – Plenário)
69
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência à Secretaria-Executiva do Ministério do Trabalho e
Previdência Social (MTPS) sobre as seguintes impropriedades:
[...]
9.3.4. pesquisa de preços, identificada no planejamento da contratação da
Dataprev, que deu origem ao Contrato 27/2013, realizada com amplitude
insuficiente, tendo-se baseado somente em contratos da própria Dataprev
com outros órgãos da Administração Pública ou desconsiderando-se a
utilização de preços de contratações similares na Administração Pública
com empresas privadas, e, ainda, informações de outras fontes, tais como
o Comprasgovernamentais.gov.br e outros sites especializados, afrontando
o art. 26, parágrafo único, inciso III, da Lei 8.666/1993, e o art. 15, inciso IV,
da Instrução Normativa SLTI/MP 4/2010, conforme entendimento do TCU, a
exemplo do Acórdão 2.637/2015-TCU-Plenário.
(Acórdão 716/2016 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.6. dar ciência ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do
Espírito Santo sobre as seguintes impropriedades, para que sejam
adotadas medidas internas com vista à prevenção da ocorrência de outras
semelhantes:
[...]
9.6.3. estabelecimento de valores de referência para o orçamento da
licitação com base em pesquisa de preços deficiente, em desatendimento
ao art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/1993;
[...]
9.6.5. ausência de orçamento detalhado em planilhas que expressem os
custos unitários em contratos de serviços de consultoria em comunicação
nos termos estabelecidos no art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/1993;
(Acórdão 657/2016 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
3. [omissis] , ex-Diretor-Geral do HU/UFMS, foi ouvido em audiência em
razão das 11 irregularidades listadas a seguir:
[...]
b) inexistência de orçamento detalhado em planilhas que expressem a
composição de todos os custos unitários do serviço licitado por meio do
Pregão 243/2011, em infração ao art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8666/1993;
[...]
70
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2 recomendar [...] que:
[...]
9.1.32. no seu modelo de processo de aquisições para a contratação de
bens e serviços, e na gestão dos contratos decorrentes que vierem a ser
elaborados, inclua os seguintes controles internos na etapa de elaboração
dos estudos técnicos preliminares:
[...]
9.1.32.2. definir método para a estimativa de preços, considerando uma
cesta de preços, podendo utilizar-se das diretrizes contidas na IN-SLTI
5/2014;
9.1.32.3. documentar o método utilizado para a estimativa de preços no
processo de contratação, juntamente com os documentos que lhe dão
suporte;
(Acórdão 1520/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. com base no art. 7º da Resolução-TCU 259/2014, dar ciência à
Fundação Nacional de Saúde sobre as seguintes impropriedades, relativas
ao pregão eletrônico 2/2015, para que sejam adotadas medidas internas
com vistas à prevenção de ocorrências semelhantes:
9.3.1. realização de pesquisas de preços com utilização de orçamento
manifestamente superior à prática de mercado (cerca de 40% superior ao
segundo orçamento de maior valor), o que contraria o art. 2º, § 6º, da IN-
71
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
As empresas que oferecem propostas com valores acima dos praticados
pelo mercado, tirando proveito de orçamentos superestimados
elaborados pelos órgãos públicos contratantes, contribuem para o
superfaturamento dos serviços contratados, sujeitando-se à
responsabilização solidária pelo dano evidenciado.
Tomada de Contas Especial, originada em levantamento de auditoria,
apurara possível sobrepreço em contrato [...]. Realizado o contraditório,
mediante citação solidária dos ordenadores de despesa da Seinfra/AL e da
empresa contratada, esta última, dentre outras alegações, argumentou que
“os preços de sua proposta estavam em consonância com o limite máximo
do valor global fixado no orçamento elaborado pela Seinfra/AL”. Sobre o
assunto, ressaltou o relator que “se por um lado o valor global máximo
serve de parâmetro para apreciação das propostas da licitação, por outro,
torna-se necessário, para que haja atendimento ao critério legal previsto no
art. 43, inciso IV, da Lei 8.666/1993, ou seja, que os preços praticados na
licitação e no referido orçamento reflitam os preços praticados no mercado,
sob pena de não isentar de responsabilidade por eventual sobrepreço ou
superfaturamento tanto o agente público que pratica o ato irregular como a
empresa contratada que dele se beneficia”. Nesse sentido, prosseguiu,
“ainda que o preço orçado pela administração esteja acima dos valores
passíveis de serem praticados no mercado, têm as empresas liberdade para
oferecerem propostas que sabem estar de acordo com os preços de
mercado”. Assim, “não devem as empresas tirar proveito de orçamentos
superestimados, elaborados por órgãos públicos contratantes, haja vista
que o regime jurídico-administrativo a que estão sujeitos os particulares
contratantes com a Administração não lhes dá direito adquirido à
manutenção de erros de preços unitários, precipuamente quando em razão
de tais falhas estiver ocorrendo o pagamento de serviços acima dos valores
de mercado”. Em decorrência, anotou o relator, “a responsabilização
solidária do particular pelo dano resta sempre evidenciada quando,
recebedor de pagamentos por serviços superfaturados, contribui de
qualquer forma para o cometimento do débito, nos termos do § 2º do art.
16 da Lei 8.443/1992”. Em tal contexto, acolheu o Plenário a proposta do
relator para, dentre outras medidas, julgar irregulares as contas dos
72
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Na elaboração do orçamento estimativo da licitação, bem como na
demonstração da vantajosidade de eventual prorrogação de contrato,
devem ser utilizadas fontes diversificadas de pesquisa de preços. Devem
ser priorizadas consultas ao Portal de Compras Governamentais e a
contratações similares de outros entes públicos, em detrimento de
pesquisas com fornecedores, publicadas em mídias especializadas ou em
sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo, cuja adoção deve
ser tida como prática subsidiária.
Em Representação acerca de pregão eletrônico [...] para a contratação de
empresa especializada na prestação de serviços de transportes, incluindo
veículos e motoristas, a unidade técnica apontara, dentre outras
irregularidades, que a pesquisa de preços efetuada pelo MJ para subsidiar
o orçamento se mostrou deficiente, “haja vista que só foram utilizados
dados fornecidos por apenas duas empresas, sendo considerado o menor
valor apresentado para cada um dos itens componentes do objeto”. [...] O
órgão acrescentou ainda que a pesquisa realizada “observou as regras da IN
SLTI/MPOG 5/2014 (com as alterações introduzidas pela IN SLTI/MPOG
7/2014)”, a qual “permite excepcionalmente pesquisa de mercado com
menos de três preços ou fornecedores, bem como a adoção do menor valor
obtido em vez da média aritmética”. Em juízo de mérito, o relator rejeitou
as justificativas apresentadas, ressaltando que a mesma modelagem do
objeto licitado “já foi adotada em editais de outros órgãos da
administração pública”. Ponderou que, apesar de cada órgão estabelecer as
especificações do objeto conforme sua necessidade, “o que de certo modo
dificulta a comparação dos respectivos objetos”, algumas especificações dos
veículos eram semelhantes. Nesse sentido, com base em comparativo
realizado entre a proposta vencedora e valores executados em contratos de
objetos semelhantes, concluiu o relator que, a despeito da deficiência da
pesquisa de preços que subsidiou o orçamento do certame, “não ficou
caracterizado indício de preços fora dos valores de mercado”. Por fim,
revisitando a legislação e a jurisprudência acerca da matéria, e
considerando o princípio da hierarquia das leis, o relator concluiu, a partir
da interpretação sistêmica do art. 15, inciso V, da Lei 8.666/93, do art. 2º
da Instrução Normativa SLTI/MPOG 5/2014 e da jurisprudência do TCU
sobre o tema, que, “ para fim de orçamentação nas licitações de bens e
serviços, devem ser priorizados os parâmetros previstos nos incisos I e III
do art. 2º da referida IN, quais sejam, ‘Portal de Compras
Governamentais’ e ‘contratações similares de outros entes públicos’, em
detrimento dos parâmetros contidos nos incisos II e IV daquele mesmo art.
2º, isto é, ‘pesquisa publicada em mídia especializada, sítios eletrônicos
especializados ou de domínio amplo’ e ‘pesquisa com os fornecedores’ ”. O
Tribunal, acompanhando o voto do relator, decidiu, dentre outras
deliberações, dar ciência ao MJ de que: i) “(...) na elaboração de orçamento
73
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A justificativa do preço em contratações diretas (art. 26, parágrafo único,
inciso III, da Lei 8.666/93) deve ser realizada, preferencialmente,
mediante: (i) no caso de dispensa, apresentação de, no mínimo, três
cotações válidas de empresas do ramo, ou justificativa circunstanciada se
não for possível obter essa quantidade mínima; (ii) no caso de
inexigibilidade, comparação com os preços praticados pelo fornecedor
junto a outras instituições públicas ou privadas.
Pedidos de Reexame [...] questionaram deliberação pela qual o TCU aplicara
multas aos recorrentes em razão, dentre outras irregularidades, da
“aquisição de equipamentos, por dispensa de licitação (art. 24, XXI, da Lei
8.666/93), por preços unitários superiores ao menor preço obtido na
cotação/pesquisa de mercado, sem justificativa para a escolha do
fornecedor e do preço praticado”. Ao analisar as razões recursais, o relator
entendeu que a escolha dos fornecedores para as aquisições “foi
tecnicamente motivada pela entidade”. Quanto ao preço, destacou que,
“mesmo nos casos de contratações diretas, deve ser justificado, a teor do
art. 26, III, da Lei 8.666/93”, ressaltando ainda que “o Tribunal tem
entendido que a apresentação de cotações junto ao mercado é a forma
preferencial de se justificar o preço em contratações sem licitação
(dispensa de licitação), devendo ser cotadas, no mínimo, 3 propostas válidas
de empresas do ramo; ou, caso não seja viável obter esse número de
cotações, deve-se apresentar justificativa circunstanciada (...). E, nos casos
de inviabilidade de licitação, este Plenário se manifestou, conforme ...o
Acórdão 819/2005, no sentido de que, para atender o disposto no inciso III
do art. 26 da Lei de Licitações, poder-se-ia fazer uma comparação entre os
preços praticados pelo fornecedor exclusivo junto a outras instituições
públicas ou privadas”. Nesse sentido, concluiu o relator que, no caso
concreto, a prática adotada pelo Inmetro para os casos de dispensa de
licitação estaria de acordo com o entendimento do TCU. Quanto aos casos
de inviabilidade de licitação, observou que não fora comprovado “que a
entidade tenha promovido alguma medida tendente a verificar outros
preços praticados pelo fornecedor exclusivo do microscópio”. Ponderou,
contudo, que “essa medida, ainda que desejável, é, ainda, uma orientação
singular feita por esta Casa”. Considerando que a manutenção da multa
74
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
42. No que se refere à adjudicação de proposta com fortes indícios de
sobrepreço e contrária à economicidade da contratação, são responsáveis
pela irregularidade os servidores da Funasa que realizaram a estimativa de
preço e que elaboraram o termo de referência, uma vez que, conforme
demonstrado pela unidade instrutiva, os preços tomados por referência
não serviam de parâmetro para balizar a economicidade da contratação,
haja vista serem referentes a quantitativos significativamente inferiores aos
que seriam licitados, e a quantidade de equipamentos a serem
disponibilizados estava superestimada. [...]
[ACÓRDÃO]
9.1. conhecer da representação, com fulcro nos arts. 235 e 237, VII, do
Regimento Interno/TCU c/c o art. 113, § 1º, da Lei 8.666/1993, para, no
mérito, considerá-la procedente;
[...]
9.3. dar ciência à Fundação Nacional de Saúde (Funasa), com fundamento
no art. 7º, da Resolução TCU 265/2014, sobre as seguintes falhas
identificadas no Pregão Eletrônico 1/2015, para que sejam adotadas
providências internas que previnam a ocorrência de outras semelhantes:
[...]
9.4. realizar, com fundamento no art. 250, IV, c/c o art. 237, parágrafo
único, do RI/TCU, a audiência dos servidores [omissis], para que, no prazo
de quinze dias, apresentem razões de justificativa pelas seguintes
irregularidades observadas no Pregão Eletrônico 1/2015 da Funasa:
[...]
9.4.2. adjudicação de proposta com fortes indícios de sobrepreço e
contrária à economicidade da contratação, em razão das deficiências na
pesquisa de preços de referência realizada no âmbito da Funasa, que não
considerou a economia de escala decorrente da quantidade de
impressões/copias a serem contratadas, e pelo superdimensionamento
do número de impressoras a serem disponibilizadas para atender a
demanda da entidade, em infração ao art. 3º, caput, da Lei 8.666/1993;
(Acórdão 1297/2015 – Plenário)
75
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Os preços de referência para aquisição de veículos pela Administração
Pública são aqueles divulgados pela Fundação de Pesquisas Econômicas
(Fipe).
Recursos de Reconsideração questionaram deliberação proferida na
apreciação de tomada de contas especial, na qual foram julgadas
irregulares as contas de ex-reitor e ex-diretor do hospital universitário da
Fundação Universidade de Pernambuco (UPE), os quais foram condenados
solidariamente com outro servidor e com uma empresa contratada pela
entidade ao recolhimento do débito apurado nos autos e ao pagamento de
multas individuais, com espeque no art. 57 da Lei 8.443/92. A tomada de
contas especial fora constituída em face de superfaturamento na gestão de
recursos repassados mediante convênio celebrado pela UPE com o
Ministério da Saúde, para a aquisição de duas unidades móveis de saúde.
Analisando o mérito dos recursos, anotou o relator que a unidade instrutiva
demostrara que “houve inequívoco prejuízo ao erário, uma vez que os
preços cobrados para a aquisição de Unidades Móveis de Saúde estavam
em desconformidade com os praticados no mercado à época”. Nesse passo,
rememorou que “vem se consolidando na jurisprudência desta Corte de
Contas o entendimento de que os preços de referência dos veículos são
aqueles pesquisados pela Fundação de Pesquisas Econômicas/Fipe,
segundo a qual, as tabelas baseiam-se em pesquisas de preços médios
praticados em 24 estados brasileiros, descartando valores muito abaixo
ou acima da média (Acórdãos 2.877/2011, 3.019/2011, 5.324/2011,
5.325/2011, 6.758/2011, 7.723/2011, todos da 2ª Câmara)”. Nessas
condições, prosseguiu, “a variação causada pelas diferenças regionais já se
encontra precificada nas tabelas de referência”. No caso concreto, concluiu,
“não ficou comprovado, por argumentos ou por documentação válida como
prova, que o preço do bem adquirido seria compatível com o valor de
mercado, tampouco justificou-se, adequadamente, a diferença verificada”.
Nesses termos, o Tribunal, entre outros comandos, negou provimento aos
recursos interpostos pelo ex-diretor do hospital universitário e pela
empresa contratada, acolhendo, contudo, de forma parcial o recurso
interposto pelo ex-reitor, reformando o acórdão recorrido para reduzir o
valor da multa a ele aplicada.
(Acórdão 7502/2015 – Segunda Câmara – INFORMATIVO 260)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. [...], determinar ao Ipea que aprimore o mecanismo de estimativa de
preço em licitações, de forma a contemplar, dentre outros critérios,
cotações com fornecedores, contratos anteriores do próprio Instituto e
contratos de outros órgãos.
(Acórdão 3684/2014 – Segunda Câmara)
76
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
9. Restou comprovado dessa análise que: as pesquisas de preços não
refletem a realidade praticada no mercado, sendo, pois, inadequadas para
delimitar as licitações; as pesquisas não apresentam consistência, uma vez
que a diferença entre a menor e a maior cotação, em muitos casos, é
desarrazoada, chegando a quatro vezes; e as empresas, em resposta a
pesquisas realizadas pela Administração Pública, tendem a apresentar
propostas de preços com valores muito acima daqueles praticados no
mercado, retirando desse instrumento a confiabilidade necessária para
balizar contratações que envolvem quantias consideráveis.
[...]
15. A questão é saber se os agentes públicos à frente do planejamento e
execução das licitações estão com pleno domínio das técnicas e métodos
necessários para a realização de pesquisas de preços isentas de
enviesamentos, como os constatados nestes autos.
16. Nesse sentido, entendo que a recomendação sugerida pela Selog é
pertinente por ser uma medida necessária no processo de aperfeiçoamento
do planejamento das contratações. Porém, ela será insuficiente se não for
acompanhada de ações efetivas de treinamento técnico, que envolvam
aspectos econômicos, financeiros e estatísticos da formação e estimativa de
preços.
[...]
18. Assim, deve-se recomendar especial atenção ao disposto no art. 2º da
IN 5/2014 SLTI/MP, combinada com ações efetivas de treinamento em
formação e estimativa de preços, a partir de pesquisas feitas com
fornecedores, em mídia e sítios especializados, em contratações similares
de outros entes públicos e nos portais oficiais de referenciamento de
custos.
19. Portanto, conquanto a representação deva ser julgada improcedente,
uma vez que o indício de conluio, levantado na exordial, não foi
confirmado, ficou assente que o processo de pesquisa de preços para a
orçamentação das contratações públicas precisa ser aperfeiçoado para se
que se minimize o risco de que a Administração Pública faça contratações
por valores indevidos.
[ACÓRDÃO]
9.2. recomendar à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do
Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, ao Conselho Nacional de
Justiça, ao Conselho Nacional do Ministério Público, à Câmara dos
Deputados, ao Senado Federal e ao Tribunal de Contas da União que:
9.2.1. orientem os órgãos, entidades e secretarias administrativas que lhe
estão vinculados ou subordinados sobre as cautelas a serem adotadas no
planejamento de contratações de empresas para prestação de serviços de
organização de eventos, de modo a não restringir a pesquisa de preços às
cotações realizadas junto a potenciais fornecedores, adotando também
outros parâmetros, conforme previsto no art. 2º da IN SLTI/MP 5/2014, c/c
o art. 15, inciso V, da Lei 8.666/1993;
9.2.2. promovam ações de treinamento e capacitação em formação e
estimativa de preços, a partir de pesquisas feitas com fornecedores, em
77
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É recomendável que a pesquisa de preços para a elaboração do
orçamento estimativo da licitação não se restrinja a cotações realizadas
junto a potenciais fornecedores, adotando-se, ainda, outras fontes como
parâmetro, como contratações similares realizadas por outros órgãos ou
entidades públicas, mídias e sítios eletrônicos especializados, portais
oficiais de referenciamento de custos.
Representação formulada por sociedade empresária apontara indícios de
conluio em licitações realizadas no âmbito da Secretaria Executiva da Casa
Civil da Presidência da República, da Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República e da Universidade Federal da Integração Latino-
Americana. O relator, alinhado à análise da unidade técnica, concluiu pela
improcedência da Representação tendo em vista que os questionamentos
levantados pela representante não teriam se confirmado. Contudo,
considerando a significativa redução observada nos valores contratados em
relação aos valores estimados, “o que, por um lado, denotaria grande
economia de recursos para a Administração Pública, mas, por outro,
poderia indicar uma estimativa irreal ou mesmo uma contratação por
quantia inexequível”, determinou o relator a realização de diligência junto
aos órgãos envolvidos a fim de obter justificativas para as estimativas
realizadas. Ao analisar as informações apresentadas, observou o relator que
a diferença acentuada entre o valor estimado e o contratado é uma
questão recorrente na Administração Pública. Destacou a inadequação e a
inconsistência das pesquisas de preços examinadas, que “não refletem a
realidade praticada no mercado, sendo, pois, inadequadas para delimitar as
licitações”. Constatou ainda que, em muitos casos, a diferença entre a
menor e a maior cotação se mostrou desarrazoada, e que, nas pesquisas
realizadas pela Administração Pública, as empresas “tendem a apresentar
propostas de preços com valores muito acima daqueles praticados no
mercado, retirando desse instrumento a confiabilidade necessária”. Por fim,
considerando a necessidade de aperfeiçoamento do processo de pesquisa
de preços das contratações públicas, propôs o relator recomendar aos
agentes públicos a observância do disposto no art. 2º da IN 5/2014
SLTI/MP, que “dispõe sobre os procedimentos administrativos básicos para
a realização de pesquisa de preços”, em conjunto com “ações efetivas de
treinamento em formação e estimativa de preços” O Tribunal, nos termos
propostos pelo relator, julgou a Representação improcedente e expediu
recomendação à Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do
Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, ao Conselho Nacional de
Justiça, ao Conselho Nacional do Ministério Público, à Câmara dos
Deputados, ao Senado Federal e ao Tribunal de Contas da União para que:
78
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É da competência da comissão permanente de licitação, do pregoeiro e da
autoridade superior verificar se houve recente pesquisa de preço junto a
fornecedores do bem a ser licitado e se essa pesquisa observou critérios
aceitáveis.
Em autos de Acompanhamento, a unidade técnica constatou, dentre outras
ocorrências, que não fora realizada pesquisa de preços para respaldar a
planilha orçamentária usada como referencial em concorrência lançada
pelo Serviço Social da Indústria - Departamento Regional do Paraná
(Sesi/PR) para a execução das obras de ampliação do Centro Integrado dos
Empresários e Trabalhadores do Estado do Paraná. Ouvidos em audiência,
os responsáveis alegaram que a estimativa dos custos unitários da planilha
orçamentária fora realizada com base em dados de revista especializada e
em tabelas dispostas em resolução da Secretaria de Obras Públicas do
Governo do Estado do Paraná (Seop). Ao analisar o caso, o relator deixou
claro que foram disponibilizados ao Tribunal apenas os dados da Seop.
Afirmou que a pesquisa de preços “é essencial para balizar o julgamento
das propostas, por meio da consideração dos preços vigentes no mercado, e
possibilitar a seleção da proposta mais vantajosa para o Sesi/PR”. Afirmou,
ainda, “que não foi acostado aos autos do processo licitatório pesquisa
realizada por meio de consulta a sistemas oficiais ou da obtenção de
cotações de empresas/fornecedores distintos”, motivo pelo qual, em
afronta ao art. 2º do Regulamento de Licitações e Contratos do Sesi, não
houve a comprovação de que a proposta vencedora do certame era a
melhor para a entidade. O relatou acrescentou que a jurisprudência do TCU
indica que “a CPL, o pregoeiro e a autoridade superior devem verificar:
primeiro, se houve pesquisa recente de preço junto a fornecedores do bem e
se essa observou critérios aceitáveis”. Nesse aspecto, considerando que
itens representativos dos custos da planilha orçamentária apresentavam
valores superiores aos da Seop e que diversos itens dessa planilha não se
encontravam listados no cadastro da secretaria estadual, o condutor do
processo concluiu “que as alegações dos responsáveis não comprovaram
que de fato houve pesquisa de preço e que essa pesquisa observou critérios
aceitáveis”. Assim, em função dessa e de outras irregularidades, o
79
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Na fixação dos valores de referência da licitação, além de pesquisas de
mercado, devem ser contemplados os preços praticados por outros
órgãos e entidades da Administração Pública, nos termos do art. 15, inciso
V e § 1º, da Lei 8.666/93.
Representação apresentada por membro do Ministério Público junto ao
TCU questionara possíveis irregularidades em pregão destinado à
contratação de empresa especializada na prestação de serviços de
produção de materiais gráficos e de conversão de conteúdo para leitura em
meio digital. A unidade técnica apontara a “ausência de ampla pesquisa de
preços de mercado que retratasse de maneira fidedigna o valor de mercado
dos bens e serviços licitados”. O relator concordou que o valor estimado
pela UFJF apresentava discrepância em relação ao da oferta vencedora (R$
38 milhões para o lote 1 e R$ 11 milhões para o lote 2, diante da estimativa
de R$ 64 milhões e R$ 22 milhões, respectivamente), mas não lhe pareceu
possível afirmar, apenas com base no apontamento da unidade técnica,
“que houve irregularidade no processo de levantamento de preços, mesmo
porque, como se tem observado em processos semelhantes nesta Corte de
Contas, não são raras as licitações em que diferenças desta ordem são
observadas”. Acreditou, além disso, que os potenciais lances mais
vantajosos apresentados por empresas desclassificadas não deveriam ser
usados como referencial de preço, uma vez que a maioria delas não
manifestou intenção de recorrer da decisão que as excluiu do certame,
“circunstância que fragiliza a integridade de suas propostas. Deste modo,
não seria prudente utilizá-las como parâmetro para questionar os valores
da contratação”. O relator aduziu que os “atos de desclassificação e recusa
de propostas potencialmente mais vantajosas, foram todos plenamente
justificados, não se identificando vício nos motivos determinantes dos
sobreditos atos”, considerando importante “ressaltar, mais uma vez, que as
empresas com propostas mais vantajosas não recorreram contra suas
desclassificações”. Destacou, por fim, como pertinência dos preços
levantados no caso concreto, a existência de pregão eletrônico realizado
pela Fundação Universidade de Brasília para a contratação dos mesmos
serviços, “que, numa comparação entre as atas, obteve preços semelhantes
ao pregão ora impugnado”. Dessa forma, e considerando que não havia
comprovação de que a UFJF houvesse efetuado o levantamento de preços
em outros órgãos ou entidades públicas, o Tribunal, acolhendo os
argumentos do relator, julgou suficiente para elucidar o ponto em questão
dar ciência à universidade “acerca da necessidade de que as pesquisas de
mercado, além de consultas junto a fornecedores, devem contemplar (...)
preços contratados por outros órgãos ou entidades da Administração
Pública”, quando da fixação dos valores de referência, nos termos do art.
15, inciso V e § 1º, da Lei 8.666/93.
[VOTO]
80
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
5. Primeiramente, são questionadas as disposições contidas no subitem
9.3.1.2. do acórdão recorrido, as quais estabelecem que as justificativas
de preços para as contratações da empresa [omissis] devem ser precedidas
da apresentação de três cotações junto ao mercado.
[...]
7. Embora as cotações junto ao mercado sejam uma forma direta e
objetiva de justificar os preços nas contratações sem licitação, poderá
haver casos em que a adoção desse procedimento não seja possível ou
não seja a mais adequada. Cito, por exemplo, as situações em que o preço
do objeto consta de algum sistema oficial de referência ou em que o
mercado seja de tal forma restrito que não permita a obtenção de tais
cotações.
8. Nesse sentido, a jurisprudência desta Corte de Contas estabelece que a
apresentação de cotações junto ao mercado é apenas a forma
preferencial de se justificar o preço, podendo, caso não seja aplicável tal
procedimento, ser utilizados outros meios.
[...]
10. Acompanho, pois, o posicionamento da unidade técnica no sentido que
cabe a reforma da deliberação impugnada. Acolho, outrossim, a sugestão
colocada em declaração de voto efetuada pelo ilustre Ministro Raimundo
Carreiro, no sentido da importância de também ser efetuada pesquisa dos
preços praticados no âmbito de outros órgãos e entidades da
Administração Pública.
(Acórdão 522/2014 – Plenário)
81
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Na elaboração de orçamentos destinados às licitações, deve a
administração desconsiderar, para fins de elaboração do mapa de
cotações, as informações relativas a empresas cujos preços revelem-se
evidentemente fora da média de mercado, de modo a evitar distorções no
custo médio apurado e, consequentemente, no valor máximo a ser aceito
para cada item licitado.
Auditoria [...] apontara possível sobrepreço na contratação, mediante
pregão eletrônico, de serviços de buffet. Dentre os fatores incidentes para a
conformação de sobrepreço, fora verificada a inclusão, na planilha de
cotação, de preços, fornecidos por uma determinada sociedade
empresária, significativamente diferentes dos apresentados pelas demais
pesquisadas. Nesse ponto, anotou o relator que o fato “provocou
significativa elevação dos preços médios e, por conseguinte, do valor
máximo que veio a ser admitido pelo MRE no Pregão 3/2009".
Exemplificando, destacou que, no lote de maior relevância econômica, cuja
média apurada fora de R$ 215,00 por convidado, a média cairia para R$
201,50 caso fosse excluída a cotação exorbitante. Em termos globais, a
inclusão da empresa implicou na elevação em 16% no valor orçado.
Nessas condições, concluiu o relator que “a inclusão da empresa no mapa
de cotação elevou indevidamente a média e afetou negativamente a
competição, ao permitir que os licitantes cotassem preços maiores que
aqueles praticados por eles mesmos”. Assim, o Plenário, acolhendo a
proposta do relator, determinou ao Cerimonial do Ministério das Relações
Exteriores, dentre outras medidas, que nas futuras licitações da espécie
“deixe de considerar, para fins de elaboração do mapa de cotações, as
informações relativas a empresas cujos preços revelem-se evidentemente
fora da média de mercado (...) de modo a evitar distorções no custo médio
apurado e, consequentemente, no valor máximo a ser aceito para cada
item licitado”.
(Acórdão 2943/2013 – Plenário – INFORMATIVO 175)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nas empreitadas por preço global, erros ou omissões relevantes no
orçamento poderão ensejar termos aditivos, de modo a evitar o
enriquecimento sem causa de qualquer das partes.
Ainda no âmbito do estudo sobre o regime de empreitada por preço global,
o relator continuou analisando o tema da legalidade e da legitimidade dos
aditivos contratuais. Agora com enfoque nos casos de erros ou omissões
nos orçamentos, situação que considerou “o ponto mais controverso sobre
a prática contratual nas empreitadas globais”. Para o relator, “a dicotomia
em questão está em balancear a idealização da empreitada global com a
vedação do enriquecimento sem causa. Não seria concebível que falhas na
elaboração do edital redundem, com justa causa, em um
superfaturamento. Tampouco a Administração poderia se beneficiar de
erro que ela própria cometeu, pagando por um produto preço
relevantemente inferior que o seu justo preço de mercado. Erro preliminar
da própria Administração, independentemente do tipo de empreitada,
82
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Os orçamentos de licitações em obras e serviços de engenharia devem
considerar a desoneração instituída pela Lei 12.844/13, que possibilita a
redução de custos previdenciários das empresas de construção civil,
caracterizando sobrepreço a fixação de valores em contrato que
desconsidere tal dedução.
No caso concreto, o orçamento da licitação não considerara a desoneração
instituída pela Lei 12.844/13, que, ao alterar o art. 7º da Lei 12.546/11
permite a redução dos custos previdenciários das empresas de construção
civil nas obras de construção de edifícios, de instalações prediais, de
acabamento e outros serviços especializados de construção. O relator
anotou que a desoneração "impacta diretamente e significativamente nos
encargos sociais sobre a mão de obra, aplicável ao objeto da presente
contratação. São 20% a menos a serem aplicados sobre os custos de todos
os operários. Ao mesmo tempo, como medida compensatória, deve-se
incluir 2% sobre o lucro bruto relativo à Contribuição Previdenciária sobre a
Renda Bruta (CPRB), a ser incluída diretamente no BDI". Ressaltou ainda
que "a não consideração dessa novidade em matéria tributária ensejou um
sobrepreço em toda a mão de obra do empreendimento". O Tribunal
decidiu notificar a empresa da impropriedade relativa à "inobservância, à
época da elaboração do orçamento da obra, da Lei 12.844/2013, que
alterou o art. 7º da Lei 12.546/2011 – a impactar nos custos das empresas
da construção civil nas áreas de construção de edifícios; instalações
elétricas, hidráulicas e outras instalações em construções; obras de
acabamento e outros serviços especializados de construção –
83
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1.2. efetue, quando da realização de processos licitatórios, a pesquisa
prévia dos preços, junto a, no mínimo, três fornecedores, justificando a
inobservância deste número mínimo, sempre que houver impossibilidade
de cotação, em razão de restrições do mercado por ausência do número
mínimo de fornecedores, em observância ao Acórdão 1861/2008-1ª
Câmara;
(Acórdão 1543/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.13 atentem para a necessidade de realização de cotação eletrônica ou
pesquisa de preços, com, no mínimo, três fornecedores do ramo
pretendido, devidamente comprovada no processo licitatório, e com a
identificação do servidor responsável e de quem revisou o trabalho; [...]
9.3.17 implementem mecanismos para que seja feita a conferência das
pesquisas de preços;
(Acórdão 1162/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.6. elabore mapas de preço de referência para as aquisições com base
em pesquisa consistente do mercado, que abranja pelo menos três
fornecedores, submetendo os preços obtidos à análise crítica, com vistas a
descartar, de modo fundamentado, aqueles que se acham muito
destoantes em relação aos demais;
9.2.7. adote medidas com vistas a conferir os procedimentos de coleta e
elaboração de mapas de preço, de modo a evitar falhas recorrentes.
(Acórdão 749/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.1. é imprescindível a realização de ampla e prévia pesquisa de preços,
que integrará o processo administrativo, quando da adesão a ata de
registro de preços, com o objetivo de comprovar sua vantagem, em atenção
ao art. 8º do Decreto 3.931/2001;
(Acórdão 691/2013 – Segunda Câmara)
84
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.1. estabeleçam formalmente, em seus normativos, procedimentos
mínimos para o adequado planejamento das contratações, documentados
nos autos dos respectivos processos, prevendo: [...]
9.2.1.3. avaliação do custo, mediante orçamento detalhado, em que
constem os preços unitários relativos a cada item de serviço e o valor
global, elaborado a partir de fundamentada pesquisa de preços praticados
no mercado, incluindo consultas a diversas fontes de informação, de modo
a demonstrar, no caso das contratações diretas, a compatibilidade do preço
contratado com os valores de mercado; e, nos casos de licitação, os
parâmetros para verificar a adequação das propostas econômicas;
(Acórdão 526/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A pesquisa de preços que antecede a elaboração do orçamento de
licitação demanda avaliação crítica dos valores obtidos, a fim de que
sejam descartados aqueles que apresentem grande variação em relação
aos demais e, por isso, comprometam a estimativa do preço de
referência.
Representação de unidade técnica do Tribunal apontou irregularidades na
elaboração do orçamento que serviu de base para a contratação de serviço
de manutenção predial. Segundo a autora da representação, a estimativa
de preços que integrou o projeto básico da licitação revelou-se
inconsistente, visto que os valores pesquisados apresentaram grandes
variações de preços, “suficientes para se afirmar que a média desses preços
não se presta para representar os preços praticados no mercado”. Anotou,
a esse respeito, que o órgão poderia ter-se valido dos preços praticados em
outros contratos celebrados pelo órgão com objetos similares. Tal
fragilidade teria ficado patente a partir da verificação de que a proposta
vencedora (R$ 3.292.668,90) apresentou valor muito menor do que o
estimado pela COGRL/MF e que constou do edital (R$ 6.423.490,12). O
relator, ao endossar a avaliação da unidade técnica, considerou ser
indispensável que a Administração “avalie, de forma crítica, a pesquisa de
preço obtida junto ao mercado, em especial quando houver grande
variação entre os valores a ela apresentados”. E fez menção à ementa do
Acórdão 1.108/2007-Plenário: “Não é admissível que a pesquisa de preços
de mercado feita pela entidade seja destituída de juízo crítico acerca da
consistência dos valores levantados, máxime quando observados indícios de
preços destoantes dos praticados no mercado”. Concluiu, por isso, ter
havido violação ao disposto no art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/1993.
Anotou, no entanto, que desse vício não resultou dano ao erário, porque a
disputa entre as licitantes conduziu à contratação do serviço por valor
adequado. O Tribunal, então, ao acolher proposta do relator, decidiu
apenar os responsáveis com multa do art. 58 da Lei nº 8.443/1992.
Precedente mencionado: Acórdão 1.108/2007-Plenário.
(Acórdão 403/2013 – Plenário – INFORMATIVO 139)
85
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.5.4. em futuros leilões, faça constar da documentação remetida a este
Tribunal as memórias de cálculo que evidenciem como foram obtidos os
preços unitários dos serviços envolvidos nas obras civis, bem como, de
forma clara e objetiva, a metodologia adotada para estimativa dos preços
dos equipamentos eletromecânicos acompanhada de memória de cálculo
que demonstre os preços obtidos, subsidiada por cotações realizadas junto
a fornecedores, ou por banco de preços, ou por outros métodos;
(Acórdão 2514/2012 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência [...] alertando os gestores daquele órgão que a reincidência
injustificada em tais falhas sujeitará os responsáveis à sanção prevista no
inc. II do art. 58 da Lei 8.443/1992:
9.3.1. o orçamento que compôs o projeto básico do certame licitatório não
contemplou, em sua totalidade, o disposto no art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei
8.666/1993, considerando não haver apresentado, de forma clara e
precisa, todas as memórias de cálculo e/ou pesquisas de mercado que
formaram os preços dos insumos e dados de entrada utilizados para
compor o preço total da obra;
(Acórdão 2603/2012 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO] Em relação à estimativa de preços [...], correta a unidade instrutiva
ao afirmar que aquela não somente não se encontra devidamente
documentada no respectivo processo administrativo, como, também,
apresenta erros de cálculo e não foi realizada adequadamente quanto à
amplitude da consulta aos entes que poderiam prestar os serviços, além da
insuficiência de informações quanto aos preços praticados para bens e
serviços equivalentes em contratações atualizadas feitas por outros entes
públicos.
(Acórdão 492/2012 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. determinar [...] que faça constar em seus futuros processos licitatórios
toda a documentação utilizada como base à formação do preço estimado
pela administração, valor esse utilizado como parâmetro nas contratações
de bens e serviços;
(Acórdão 329/2012 – Plenário)
86
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nas sete visitas in loco, “foram encontrados processos que sequer possuíam
pesquisa de preços, mesmo que superficial”, e a análise das respostas aos
questionários eletrônicos mostrou que “apenas 45% [dos respondentes]
afirmaram ter realizado estimativa de preço realizada com base em
informações de diversas fontes”, conforme destacou a unidade técnica. A
relatora registrou a necessidade de observância de orientação contida no
Acórdão nº. 2.170/2007 – Plenário, “visto que naquela deliberação foram
discutidos, de modo percuciente, entre outros aspectos, os parâmetros que
podem nortear o gestor público a realizar, de modo adequado, a pesquisa
de preços que antecede o lançamento do processo licitatório”. O Tribunal,
então, decidiu recomendar ao MPOG que oriente os integrantes do Sistema
de Administração de Recursos de Informação e Informática – Sisp a
executarem as seguintes ações nas contratações de serviços de tecnologia
da informação (TI): [...] 9.2.5. elaborar orçamento detalhado em planilhas
à luz do acórdão 2.170/2007 – Plenário e do item 9.1.6 do acórdão
2.471/2008 – Plenário, inclusive nos casos de dispensa e inexigibilidade de
licitação, em atenção ao disposto nos arts. 6º, inciso IX, alínea “f”, e 7º, §
2º, inciso II, da Lei 8.666/1993”.
(Acórdão 54/2012 – Plenário; Informativo 90)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
O entendimento dominante do Tribunal é de que, se não for possível obter
preços de referência nos sistemas oficiais, deve ser realizada pesquisa
contendo o mínimo de três cotações de empresas ou fornecedores
distintos, fazendo constar do respectivo processo a documentação
comprobatória dos levantamentos e estudos que fundamentaram o preço
estimado. Além disso, não sendo possível obter esse número de cotações,
deve ser elaborada justificativa circunstanciada. Como precedentes, os
acórdãos 1.379/2007, 3.219/2010 e 1.266/2011, todos do Plenário.
[ACÓRDÃO]
9.2. fixar prazo de quinze dias para [...] alteração/correção das cláusulas do
edital [...] condicionando a republicação do edital à correção das seguintes
irregularidades:
9.2.6. o orçamento não apresenta todas as composições de preços
unitários, contém serviços discriminados na forma de verba e não indica o
percentual e a composição da taxa de encargos sociais, descumprindo os
arts. 6º, IX, "f", e 7º, § 2º, II, da Lei 8.666/1993, conforme tratado no item
3.4 do relatório;
9.2.7. não foi elaborada adequada pesquisa de mercado para definir os
custos de todos os serviços sem referência em sistemas oficiais, com
cotação em três fornecedores distintos ou a apresentação de justificativa
para a sua falta, em afronta ao art. 6º, IX, "f", da Lei 8.666/1993, e a
jurisprudência deste Tribunal;
(Acórdão 3280/2011 – Plenário)
87
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.3. realize levantamento de preço dos possíveis veículos que atendem às
especificações editalícias, utilizando-se, para tanto, do mercado ou de
revistas e sítios eletrônicos especializados, de forma a orientar a atuação
da Comissão de Licitação durante a realização do procedimento,
especificamente no que concerne à aceitabilidade das propostas que
vierem a ser apresentadas;
(Acórdão 2956/2011 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Registrou o relator, que a jurisprudência do TCU é no sentido de que “no
caso de não ser possível obter preços referenciais nos sistemas oficiais
para a estimativa de custos que antecederem os processos licitatórios, deve
ser realizada pesquisa de preços contendo o mínimo de três cotações de
empresas/fornecedores distintos, fazendo constar do respectivo processo
a documentação comprobatória pertinente aos levantamentos e estudos
que fundamentaram o preço estimado. [...] caso não seja possível obter
esse número de cotações, deve ser elaborada justificativa circunstanciada”.
O Plenário determinou a anulação dos atos relativos ao Pregão Eletrônico
nº 62/2011, cujos procedimentos somente poderão ser reiniciados
mediante a realização de nova pesquisa de preços de mercado com, no
mínimo, três empresas do ramo e na abrangência territorial adequada.
(Acórdão 2531/2011 – Plenário; Informativo 80)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Proceda à pesquisa de mercado, em atenção ao art. 14, inciso IV, da IN/SLTI
nº 04/2008, considerando as seguintes opções:
• preços praticados em contratações similares com empresas públicas e
privadas;
• consulta às empresas que apresentaram questionamentos no âmbito do
certame em questão;
• consulta a órgãos da Administração, que informaram estar em processo
de aquisição de solução semelhante (...).
(Acórdão 280/2010 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Realize detalhada estimativa de preços com base em pesquisa
fundamentada em informações de diversas fontes propriamente avaliadas,
como, por exemplo, cotações específicas com fornecedores, contratos
anteriores do próprio órgão, contratos de outros órgãos e, em especial, os
valores registrados no Sistema de Preços Praticados do SIASG e nas atas
de registro de preços da Administração Pública Federal, de forma a
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Realize ampla pesquisa de preços no mercado, a fim de estimar o custo do
objeto a ser adquirido, anexando-a respectivo processo licitatório, de
acordo com os arts. 7º, § 2º, II, e 43, IV, da Lei nº 8.666/1993.
(Acórdão 2479/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
A teor do art.43, inciso IV, da Lei 8.666/1993, a estimativa de custos para
fins de licitação deve ser feita com base em efetiva pesquisa de preços no
mercado, e não a partir da aplicação de índices inflacionários sobre os
valores referentes a licitações similares anteriores.
(Acórdão 2361/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1. recomendar ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão -
MPOG que preveja, em documento normativo que trate exclusivamente de
licitação e contratação de serviços de Tecnologia da Informação, distinto da
norma que se refere genericamente à contratação de outros serviços, que
os projetos básicos ou termos de referência, utilizados pelos entes da
Administração Pública Federal para contratar serviços de Tecnologia da
Informação, contenham, no mínimo, os tópicos a seguir:
[...]
9.1.6. Estimativa do preço, que deve ser:
- realizada com base em informações de diversas fontes, estando
justificado nos autos, o método utilizado, bem como as fontes dos dados
que a subsidiaram (Lei nº 8.666/1993, art. 6º, IX, "f”, e itens 32 a 36 do
Voto do Acórdão nº 2.170/2007 - Plenário);
- detalhada em seus custos unitários (Lei nº 8.666/1993, art. 7º, § 2º, inciso
II)
- detalhada em planilhas que expressem a composição de todos os seus
custos unitários (Lei nº 8.666/1993, art. 7º, §2º);
(Acórdão 2471/2008 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.7. instrua os processos de contratação referentes à prestação de
serviços de tecnologia da informação, com pesquisa de preços
fundamentada e detalhada, utilizando, para isso, consulta, por exemplo, a
fornecedores, outros órgãos da Administração Pública e contratações
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[SUMÁRIO]
1. A aferição de preços nas aquisições e contratações de produtos e
serviços de tecnologia da informação, no âmbito da Administração Pública
federal, na fase de estimativa de preços, no momento de adjudicação do
objeto do certame licitatório, na contratação e alterações posteriores, deve
se basear em valores aceitáveis, que se encontrem dentro da faixa
usualmente praticada pelo mercado em determinada época, obtida por
meio de pesquisa a partir de fontes diversas, como orçamentos de
fornecedores, valores adjudicados em licitações de órgãos públicos -
inclusos aqueles constantes no Comprasnet -, valores registrados em atas
de Sistema de Registro de Preços, entre outras, a exemplo de
compras/contratações realizadas por corporações privadas em condições
idênticas ou semelhantes àquelas da Administração Pública.
2. Preço aceitável, a ser considerado na faixa de preços referida no item
precedente, é aquele que não representa claro viés em relação ao contexto
do mercado, ou seja, abaixo do limite inferior ou acima do maior valor
constante da faixa identificada para o produto ou serviço.
3. A utilização de fontes que não sejam capazes de representar o mercado
de tecnologia da informação para produtos com certa complexidade ou
serviços fornecidos para o setor público - como sites na Internet, inclusive
internacionais - pode servir apenas como mero indicativo de preço, sem
que sirvam os valores encontrados, por si sós, para caracterização de
sobrepreço ou superfaturamento.
(Acórdão 2170/2007 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É imprescindível a fixação, no edital, dos critérios de aceitabilidade de
preços unitários e globais, em face do disposto no art. 40, inciso X, c/c o art.
43, inciso IV, da Lei nº 8.666/1993.
Não é possível licitar obras e serviços sem que o respectivo orçamento
detalhado, elaborado pela Administração, esteja expressando, com
razoável precisão quanto aos valores de mercado, a composição de todos
os seus custos unitários, nos termos do art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei nº
8.666/1993, tendo-se presente que essa peça é fundamental para a
contratação pelo preço justo e vantajoso, na forma exigida pelo art. 3º da
citada lei.
(Acórdão 2014/2007 – Plenário)
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Deve ser estabelecido procedimento padronizado de pesquisa de preços,
em que seja exigido o mínimo de três propostas e completo detalhamento
da proposta pelo fornecedor, em conformidade com o solicitado e deve
haver vinculação entre o valor indicado na proposta e o efetivamente
contratado.
(Acórdão 127/2007 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.4. a realização de pesquisa de preços de mercado de forma indireta, por
meio de corretora, sem a devida documentação das propostas no processo
administrativo correspondente, contraria o disposto nos arts. 3º e 57, inciso
II, da Lei nº 8.666/93;
(Acórdão 600/2015 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3.7. instrua os processos de contratação referentes à prestação de
serviços de tecnologia da informação, com pesquisa de preços
fundamentada e detalhada, utilizando, para isso, consulta, por exemplo, a
fornecedores, outros órgãos da Administração Pública e contratações
anteriores com objeto similar, em conformidade com o disposto nos arts.
40, § 2°, II, e 43, IV, da Lei nº 8.666/1993;
(Acórdão 1163/2008 – Plenário) Vide: Acórdão 3.516/2007 – 1ª Câmara
91
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Faça constar dos processos licitatórios toda a documentação que deu
suporte à formação do preço estimado pela Administração, valor esse
utilizado como parâmetro nas contratações de bens e serviços.
(Acórdão 663/2009 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência [...] alertando os gestores daquele órgão que a reincidência
injustificada em tais falhas sujeitará os responsáveis à sanção prevista no
inc. II do art. 58 da Lei 8.443/1992:
9.3.1. o orçamento que compôs o projeto básico do certame licitatório não
contemplou, em sua totalidade, o disposto no art. 7º, § 2º, inciso II, da Lei
8.666/1993, considerando não haver apresentado, de forma clara e
precisa, todas as memórias de cálculo e/ou pesquisas de mercado que
formaram os preços dos insumos e dados de entrada utilizados para
compor o preço total da obra;
(Acórdão 2514/2012 – Plenário)
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Na elaboração do orçamento estimativo da licitação, bem como na
demonstração da vantajosidade de eventual prorrogação de contrato,
devem ser utilizadas fontes diversificadas de pesquisa de preços. Devem
ser priorizadas consultas ao Portal de Compras Governamentais e a
contratações similares de outros entes públicos, em detrimento de
pesquisas com fornecedores, publicadas em mídias especializadas ou em
sítios eletrônicos especializados ou de domínio amplo, cuja adoção deve
ser tida como prática subsidiária.
Em Representação acerca de pregão eletrônico promovido pelo Ministério
da Justiça (MJ) para a contratação de empresa especializada na prestação
de serviços de transportes, incluindo veículos e motoristas, a unidade
técnica apontara, dentre outras irregularidades, que a pesquisa de preços
efetuada pelo MJ para subsidiar o orçamento se mostrou deficiente, “haja
vista que só foram utilizados dados fornecidos por apenas duas empresas,
sendo considerado o menor valor apresentado para cada um dos itens
componentes do objeto”. Em sede de oitiva, o MJ alegou, dentre outros
aspectos, que a falta de similaridade do objeto impossibilitara o
comparativo com outras atas de registro de preços e pesquisas em sítios
eletrônicos. O órgão acrescentou ainda que a pesquisa realizada “observou
as regras da IN SLTI/MPOG 5/2014 (com as alterações introduzidas pela IN
SLTI/MPOG 7/2014)”, a qual “permite excepcionalmente pesquisa de
mercado com menos de três preços ou fornecedores, bem como a adoção
do menor valor obtido em vez da média aritmética”. Em juízo de mérito, o
relator rejeitou as justificativas apresentadas, ressaltando que a mesma
modelagem do objeto licitado “já foi adotada em editais de outros órgãos
da administração pública”. Ponderou que, apesar de cada órgão
estabelecer as especificações do objeto conforme sua necessidade, “o que
de certo modo dificulta a comparação dos respectivos objetos”, algumas
especificações dos veículos eram semelhantes. Nesse sentido, com base em
comparativo realizado entre a proposta vencedora e valores executados em
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Os sistemas oficiais de referência da Administração Pública refletem, em
boa medida, os preços de mercado e, por gozarem de presunção de
veracidade, devem ter precedência em relação à utilização de cotações
feitas diretamente com empresas do mercado.
Em Auditoria realizada nas obras de implantação do corredor de ônibus
Radial Leste - Trecho 1, no município de São Paulo/SP (Fiscobras 2015),
abrangendo o Contrato 43/Siurb/13 e o Edital de Pré-Qualificação 1/2012-
SPobras, foram detectadas pela equipe várias irregularidades ensejadoras
de sobrepreço, tanto relativamente à taxa de BDI como a outros serviços,
em razão da utilização de preços, no orçamento estimativo do certame,
diferentes dos constantes dos sistemas referenciais da Administração,
justificados a partir de cotações feitas diretamente no mercado.
Utilizando-se da metodologia da curva ABC, a equipe de auditoria apurou
três itens com subpreço total de 17 milhões. Por outro lado, apurou
também sobrepreço total de R$ 67 milhões em 23 itens dos 37 que
formavam a composição. Desses 23 itens, seis deles respondem por 48
milhões, 25 milhões referentes a sobrepreço em comparação com os
preços do sistema referência ORSE, do Departamento Estadual de
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
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Erivan Pereira de Franca
IN 05/2017
ANEXO - DEFINIÇÕES
XV - PLANILHA DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS: documento a ser
utilizado para detalhar os componentes de custo que incidem na formação
do preço dos serviços, podendo ser adequado pela Administração em
função das peculiaridades dos serviços a que se destina, no caso de serviços
continuados.
[...]
ANEXO VII-A - DIRETRIZES GERAIS PARA ELABORAÇÃO DO ATO
CONVOCATÓRIO
7.7. O modelo de planilha de custos e formação de preços previsto no
Anexo VII-D desta Instrução Normativa deverá ser adaptado às
especificidades do serviço e às necessidades do órgão ou entidade
contratante, de modo a permitir a identificação de todos os custos
envolvidos na execução do serviço, e constituirá anexo do ato convocatório
a ser preenchido pelos proponentes;
Nº do Processo
Licitação n.º
98
Erivan Pereira de Franca
IDENTIFICAÇÃO DO SERVIÇO
Notas:
1) a unidade de medida “posto de serviço” deve ser exceção; a regra é a medição e
pagamento por resultados (por exemplo: as ações são solicitadas, medidas e
pagas uma por uma, como pode se dar em um contrato para prestação de serviço
de manutenção de elevadores – é feita a solicitação, os técnicos executam a ação e
o contratado é remunerada pelos serviços e peças fornecidas, conforme previsto
no Termo de Referência e constantes da ordem de serviço); vide, a propósito dessa
temática, os comentários abaixo, após estas notas.
2) se você considerar que a contratação por postos é a que melhor atende aos
interesses da Administração, justifique a impossibilidade de medir e pagar por
resultados; no exemplo que utilizamos adotamos a contratação por postos porque
não é possível contratar serviço de vigilância por resultado; é da natureza desse
serviço a medição por posto, em que se exige a presença do prestador por uma
jornada definida;
3) a quantidade a contratar é definida em função da unidade de medida adotada; no
nosso exemplo, por posto; no caso, estimaremos o custo de um posto de vigilância;
4) os serviços de natureza continuada, como é o caso do nosso exemplo, podem ter
sua duração estendida por até 60 meses (vide art. 57, II, da Lei 8.666/93); é
comum, entretanto, fixar em 12 meses o primeiro período de vigência e execução
contratual, podendo ser renovado o contrato posteriormente.
99
Erivan Pereira de Franca
IN 05/2017
ANEXO V
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO BÁSICO (PB) OU TERMO DE
REFERÊNCIA (TR)
2. São diretrizes específicas a cada elemento do Termo de Referência ou
Projeto Básico:
[...]
2.6. Modelo de gestão do contrato e critérios de medição e pagamento:
[...]
d) Definir a forma de aferição/medição do serviço para efeito de
pagamento com base no resultado, conforme as seguintes diretrizes, no
que couber:
d.1. estabelecer a unidade de medida adequada para o tipo de serviço a ser
contratado, de forma que permita a mensuração dos resultados para o
pagamento da contratada e elimine a possibilidade de remunerar as
empresas com base na quantidade de horas de serviço ou por postos de
trabalho, observando que:
100
Erivan Pereira de Franca
IN 04/2014
Art. 7º É vedado:
[...]
VIII – adotar a métrica homem-hora ou equivalente para aferição de
esforço, salvo mediante justificativa e sempre vinculada à entrega de
produtos de acordo com prazos e qualidade previamente definidos;
IX – contratar por postos de trabalho alocados, salvo os casos justificados
mediante a comprovação obrigatória de resultados compatíveis com o
posto previamente definido; e
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É irregular a contratação de serviços por postos de trabalho, com medição
e pagamento por hora trabalhada ou por posto de serviço, sempre que a
prestação do serviço puder ser avaliada por determinada unidade
101
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Nas contratações para a prestação de serviços de tecnologia da
informação (TI), a utilização de métricas semelhantes a Unidade de
Serviço Técnico (UST) e Unidade de Medida de Serviços (UMS) mostra-se
inadequada para a remuneração de serviços que não geram resultados ou
produtos aferíveis pelo ente público contratante, e não se coaduna ao
disposto na Súmula TCU 269.
Relatório de consolidação das auditorias realizadas para avaliar o processo
de trabalho de gestão de contratos de Tecnologia da Informação (TI) em
órgãos da Administração Pública Federal apontara, dentre outros achados,
falhas relacionadas à mensuração de serviços em contratos de suporte ou
sustentação à infraestrutura de tecnologia da informação e comunicações.
Nesse aspecto, a unidade técnica destacara que – apesar de um dos pilares
do novo modelo de contratações de TI, regulamentado pela IN 4/10, da
Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão, consistir na remuneração vinculada ao
alcance de resultados, em consonância coma a Súmula TCU 269 – alguns
contratos auditados utilizaram-se de métricas de resultados para serviços
que não geram qualquer produto ou resultado aferível. Como
consequência, ainda segundo a unidade técnica, ter-se-ia um maior risco de
pagamento por serviços não realizados, assim como “de conflito de
interesses por parte da empresa contratada, já que, quanto maior o número
de chamados ela é instada a solucionar, maior será seu faturamento.
Reedita-se, assim, o paradoxo do lucro-incompetência (Acórdão 786/2006)
sob um modelo supostamente vinculado a resultados”. Endossando a
análise da unidade técnica, o relator anotou que “de acordo com o novo
102
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
O preço do serviço de degravação deve ser cotado com base no resultado,
ou seja, no quantitativo de horas efetivamente degravadas, e não no
tempo necessário para a realização do serviço de degravação, sob pena de
se estabelecer sistemática em que quanto mais lento o serviço, maior a
remuneração.
Tomada de Contas Especial instaurada pelo TCU apurara possível dano ao
erário decorrente de irregularidades ocorridas em contrato celebrado para
a realização da 3ª Conferência Nacional de Aquicultura e Pesca, patrocinada
pelo Ministério da Pesca e Aquicultura. Dentre as irregularidades
apontadas, destaca-se o pagamento por serviços não prestados referentes
a horas de degravação. A unidade técnica explicara que a empresa
contratada cobrara “uma quantidade de horas de áudio muito superior às
geradas no evento”, adotando “um critério distorcido para cálculo do
preço”, baseado na quantidade de horas que o profissional necessitaria
para realizar a transcrição, e não na quantidade de horas de áudio
entregues. Em suas justificativas, a contratada alegara que “a degravação
seria processo complexo e que seriam necessárias, em média, quatro horas
103
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
As contratações de serviços de TI devem ocorrer mediante remuneração
vinculada a resultados, evitando-se a mera alocação de mão de obra e o
pagamento por hora-trabalhada ou por posto de serviço.
Em Prestação de Contas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná
(UTFPR), relativa ao exercício de 2009, foram verificadas, entre outras
ocorrências, contratações de empresas de informática para execução de
“serviços técnicos de desenvolvimento de soluções integradas para internet,
a ser executado de forma contínua nas dependências da Contratante”, que,
conforme salientado pelo relator, serviram para suprir a ausência de
pessoal efetivo na instituição superior de ensino. Tais contratações, nas
palavras do relator, “foram realizadas em desacordo com a jurisprudência
do TCU, a qual estabelece que as contratações de serviços de TI devem
ocorrer mediante remuneração vinculada a resultados, evitando-se a mera
alocação de mão de obra e o pagamento por hora-trabalhada ou por posto
de serviço”. Apesar dessa situação, o condutor do processo, acolhendo
argumentos do Ministério Público junto ao TCU, considerou que a falha não
ostentava gravidade suficiente para macular as contas dos responsáveis,
tendo em vista a ausência de prejuízos ao erário, o reconhecimento de que
os gestores não agiram de má-fé e a circunstância de enorme carência de
pessoal que poderia colocar em risco a continuidade dos serviços de TI, em
período de forte expansão da universidade. Assim, considerando que já
havia sido endereçada à entidade determinação correlata ao tema, o
Tribunal, ao seguir o posicionamento do relator, entendeu que a ocorrência
104
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É lícito o estabelecimento de remuneração por horas de trabalho para
serviços de tecnologia da informação, quando não for possível vinculá-la a
resultados
Representação formulada por empresa apontou supostas irregularidades
na condução do Pregão Eletrônico 100/2012 pelo Tribunal Superior do
Trabalho – TST, destinado à contratação de serviços de operação de central
de atendimento a usuários de tecnologia da informação desse Tribunal
(service desk) e de suporte técnico presencial. Entre as impugnações da
autora da representação, destaque-se a suposta “dissonância entre o
modelo de remuneração dos serviços previstos no edital, baseados em
homem-hora de trabalho, e o determinado pelo TCU, baseado em
resultados”. A unidade técnica, ao examinar esse questionamento, anotou
que “a jurisprudência do Tribunal é pacífica quanto à importância de se
vincular a prestação a resultados ou ao atendimento de níveis de serviço
(Acórdãos 2619/2008 – P, 2.296/2012 – P)”. Observou, no entanto, que o
Tribunal admite exceção a essa regra, conforme revela o enunciado da
Súmula-TCU 269, lavrado nos seguintes termos: “Nas contratações para a
prestação de serviços de tecnologia da informação, a remuneração deve
estar vinculada a resultados ou ao atendimento de níveis de serviço,
admitindo-se o pagamento por hora trabalhada ou por posto de serviço
somente quando as características do objeto não o permitirem, hipótese em
que a excepcionalidade deve estar prévia e adequadamente justificada nos
respectivos processos administrativos”(grifos da unidade técnica).
Acrescentou que as justificativas que impediam a submissão ao regramento
de remuneração por resultados constaram do respectivo processo de
licitação. Por isso, não se teria configurado a ilegalidade aventada pela
autora da representação. O relator, ao endossar o pronunciamento da
unidade técnica, anotou que “a contratação envolve o dimensionamento
dos serviços por homens-hora/postos de serviço” para parte das tarefas a
serem executadas, mas que o edital estabelece, também, a necessidade
de “vinculação dos pagamentos mensais ao atendimento de indicadores
de níveis de serviço detalhados no termo de referência”. Fez menção à IN-
SLTI/MP 04, de 2010, que dispõe sobre o processo de contratação de
Soluções de Tecnologia da Informação pelos órgãos integrantes do Sistema
de Administração dos Recursos de Informação e Informática (SISP) do Poder
Executivo Federal, observada de forma subsidiária pelo TST. Consoante
estipulado nos §§ 2º e 3º de seu art. 15: “§ 2º - A aferição de esforço por
meio da métrica homens-hora apenas poderá ser utilizada mediante
justificativa e sempre vinculada à entrega de produtos de acordo com
prazos e qualidade previamente definidos. § 3º - É vedado contratar por
postos de trabalho alocados, salvo os casos justificados mediante a
comprovação obrigatória de resultados compatíveis com o posto
previamente definido”. Citou, também, deliberação proferida por meio do
Acórdão nº 1.125/2009-Plenário, em que o Tribunal considerou lícita, em
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Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Abstenha-se de contratar por postos de trabalho, evitando a mera
alocação de mão de obra e o pagamento por hora trabalhada ou por posto
de serviço, dando preferência ao modelo de contratação de execução
indireta de serviço baseado na prestação e na remuneração de serviços
mensuradas por resultados sempre que a prestação do serviço puder ser
avaliada por determinada unidade quantitativa de serviço prestado ou por
nível de serviço alcançado, em obediência ao § 1º do art. 3º do Decreto nº
2.271/1997.
Proceda a mensuração dos serviços prestados por intermédio de
parâmetros claros de aferição de resultados, fazendo constar os critérios e
a metodologia de avaliação da qualidade dos serviços no edital e no
contrato, conforme disposto no art. 6º, inciso IX, alínea “e”, da Lei nº
8.666/93, no § 1º do art. 3º do Decreto nº 2.271/1997.
(Acórdão 265/2010 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Fixe mensuração, sempre que possível, da prestação de serviços por
resultados segundo especificações previamente estabelecidas, evitando-se
a mera locação de mão de obra e o pagamento por hora-trabalhada ou por
posto de serviço, utilizando metodologia expressamente definida no edital
que contemple, entre outros, os seguintes pontos básicos:
• a fixação dos procedimentos e dos critérios de mensuração dos serviços
prestados, abrangendo métricas, indicadores, valores aceitáveis etc.;
• a quantificação ou a estimativa prévia do volume de serviços
demandados, para fins de comparação e controle;
• a definição de metodologia de avaliação da adequação dos serviços às
especificações, com vistas a aceitação e pagamento;
• a utilização de um instrumento de controle, geralmente consolidado no
documento denominado “ordem de serviço” ou “solicitação de serviço”;
• a definição dos procedimentos de acompanhamento e fiscalização a
serem realizados concomitantemente à execução para evitar distorções na
aplicação dos critérios.
(Acórdão 1453/2009 – Plenário)
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IN 05/2017
ANEXO VII-B
DIRETRIZES ESPECÍFICAS PARA ELABORAÇÃO DO ATO CONVOCATÓRIO
2.1. É vedado à Administração fixar nos atos convocatórios:
a) o quantitativo de mão de obra a ser utilizado na prestação do serviço,
devendo sempre adotar unidade de medida que permita a quantificação
da mão de obra que será necessária à execução do serviço;
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CLT
Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos
os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo
empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.
§1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações
legais e de função e as comissões pagas pelo empregador.
§2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo,
limitadas a cinquenta por cento da remuneração mensal, o auxílio-
alimentação, vedado o seu pagamento em dinheiro, as diárias para
viagem e os prêmios não integram a remuneração do empregado, não se
incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência
de encargo trabalhista e previdenciário.
[...]
Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário,
para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras
prestações "in natura" que a empresa, por fôrça do contrato ou do
costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será
permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.
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Erivan Pereira de Franca
Perceba que a remuneração é composta por várias parcelas, ainda que estas
não sejam denominadas propriamente, no contracheque do empregado, sob a
rubrica “salário”.
Notas:
1) deverá ser elaborado um quadro para cada tipo de serviço;
2) em regra, o salário é indicado no Acordo ou Convenção Coletiva de Trabalho
ou em sentença normativa, observado o princípio da unicidade sindical (art. 8º
CF/88) e o princípio da territorialidade, segundo o qual a norma aplicável é a do
local da prestação dos serviços;
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
32. Mas, no que tange ao presente contrato, em que percentuais e
salário-base estão em desacordo com a realidade do Distrito Federal, não
cabe cobrar da empresa o pagamento/repasse aos empregados dos
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ANEXO V
DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO BÁSICO (PB) OU TERMO DE
REFERÊNCIA (TR)
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CF/88
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
[...]
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer
grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma
base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
[...]
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de
trabalho;
CLT
Art. 516. Não será reconhecido mais de um Sindicato representativo da
mesma categoria econômica ou profissional, ou profissão liberal, em uma
dada base territorial.
[...]
Art. 570. Os sindicatos constituir-se-ão, normalmente, por categorias
econômicas ou profissionais, específicas, na conformidade da
discriminação do quadro das atividades e profissões a que se refere o art.
577 ou segundo as subdivisões que, sob proposta da Comissão do
Enquadramento Sindical, de que trata o art. 576, forem criadas pelo
ministro do Trabalho, Indústria e Comércio.
Art. 577. O Quadro de Atividades e Profissões em vigor fixará o plano básico
do enquadramento sindical.
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.1. determinar [...] que, no âmbito da fiscalização do contrato [...] confira
especial atenção à análise do cumprimento das obrigações trabalhistas por
parte da contratada, em especial no que concerne às disposições da
convenção coletiva de trabalho, medida com o fito de evitar eventual dano
ao Erário decorrente da responsabilização subsidiariária do tomador dos
serviços, in casu, a Administração, quanto às aludidas obrigações.
(Acórdão 1662/2008 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
7. Em que pese não estar a Administração Pública obrigada a fazer constar
em seu edital as parcelas e valores objetos da Convenção, o licitante o
está. Por força da Cláusula 54 e parágrafos, a empresa que se candidata a
ser contratada por tomador de serviços deve incluir na documentação para
licitação cópia da CCT, bem como indicar em suas planilhas os reflexos dos
adicionais pactuados em férias, 13.º salário, FGTS e verbas rescisórias. Cabe
a ele verificar se a empresa terceirizada está cumprindo com suas
obrigações trabalhistas, sob pena de, não o fazendo, poder ser chamado a
arcar com as indenizações decorrentes de execução de instrumento
coletivo válido.
(Acórdão 455/2009 – Plenário)
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência ao [omissis] acerca das seguintes irregularidades
identificadas na condução do Pregão Eletrônico 26/10, com o objetivo de
que se evite a reincidência de tais ocorrências na realização de futuros
procedimentos licitatórios no âmbito daquela Instituição:
9.3.1. exigência de que as planilhas de custo das licitantes contemplassem
todos os encargos sociais e trabalhistas previstos em convenção coletiva
de trabalho, em desacordo com o art. 13 da Instrução Normativa MPOG
2/2008 e com a jurisprudência deste Tribunal (Acórdãos 657/2004,
1.699/2007, 650/2008 e 381/2009, todos do Plenário);
(Acórdão 9036/2011 – Primeira Câmara)
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[RELATÓRIO]
17. Alega a representante que, no Anexo II do edital, no qual se trata da
estimativa de preço máximo, não teria sido levado em consideração o
adicional de periculosidade, no percentual de 30% sobre os salários da
categoria de vigilantes, em face da alteração do art. 193 da Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT), promovida pelo art. 1º da Lei 12.740, de
8/12/2012, que incluiu no rol de atividades consideradas perigosas aquelas
que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado
em virtude de exposição permanente do trabalhador a roubos ou outras
espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança
pessoal ou patrimonial.
[...]
19. Da análise efetuada ao Anexo II do instrumento convocatório, intitulado
"Modelo de proposta" (peça 2, p. 39-43), verifica-se que o referido
documento não se refere à estimativa de preço que teria sido efetuada pela
Caixa, pois não foi divulgada a planilha analítica de formação de preço no
edital da licitação. O anexo III (peça 2, p. 44) traz apenas tabelas com
estimativa dos preços máximos finais dos postos de trabalho e o preço
global total, não sendo possível, por isso, afirmar que o adicional de
periculosidade está ou não incluído no cálculo do preço máximo.
[...]
21. Ademais, consoante a planilha de composição de preços (peça 4), de
que trata o Anexo VII do edital (peça 2, p. 82), extraída do endereço
www5.caixa.gov.br/fornecedores/licitações/asp/licitai.asp, verifica-se que,
para a formulação da proposta de preços pelas licitantes, deve-se incluir o
adicional de periculosidade e o respectivo percentual.
22. Assim, resta claro que as licitantes devem levar em conta o pagamento
do adicional de periculosidade, sob pena de a referida vantagem ser
desconsiderada da formação de custos, razão pela qual entende-se
improcedente o apontado pela representante.
[VOTO]
6. No que tange ao adicional de periculosidade, cuja inclusão na planilha
de preços é reivindicada pelo representante, a Unidade Técnica relacionou
as cláusulas e subitens do edital que confere à contratada a
responsabilidade pela composição do preço, pela inclusão de todas as
despesas necessárias ao cumprimento das obrigações avençadas e pelo
pagamento dos tributos relacionados com o serviço. Destarte, não procede
o argumento de que o adicional deveria estar explicitado no edital ou na
planilha de estimativa de custos, porquanto a composição do preço
ofertado é de responsabilidade da contratada.
(Acórdão 282/2014 – Primeira Câmara)
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Enquanto não for editada lei que altere a base de cálculo do adicional de
insalubridade, continua sendo aplicado o art. 192 da CLT (salário mínimo),
podendo, entretanto, norma coletiva fixar base de cálculo distinta, desde que mais
benéfica para o trabalhador.
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Direito do
Trabalho. Art. 16 da Lei 7.394/1985. Piso salarial dos técnicos em radiologia.
Adicional de insalubridade. Vinculação ao salário mínimo. Súmula
Vinculante 4. Impossibilidade de fixação de piso salarial com base em
múltiplos do salário mínimo. Precedentes: AI-AgR 357.477, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ 14.10.2005; o AI-AgR 524.020, de
minha relatoria, Segunda Turma, DJe 15.10.2010; e o AI-AgR 277.835, Rel.
Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 26.2.2010. 2. Ilegitimidade da
norma. Nova base de cálculo. Impossibilidade de fixação pelo Poder
Judiciário. Precedente: RE 565.714, Rel. Min. Cármen Lúcia, Tribunal Pleno,
DJe 7.11.2008. Necessidade de manutenção dos critérios estabelecidos. O
art. 16 da Lei 7.394/1985 deve ser declarado ilegítimo, por não recepção,
mas os critérios estabelecidos pela referida lei devem continuar sendo
aplicados, até que sobrevenha norma que fixe nova base de cálculo, seja
lei federal, editada pelo Congresso Nacional, sejam convenções ou
acordos coletivos de trabalho, ou, ainda, lei estadual, editada conforme
delegação prevista na Lei Complementar 103/2000. [...]
(ADPF 151 MC, Tribunal Pleno, DJe PUBLIC 06-05-2011)
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Assim, não basta que uma perícia aponte a condição insalubre, por exemplo;
a atividade tem de constar de Portaria do Ministério do Trabalho. Havendo
descaracterização ou reclassificação, o adicional deixa de ser devido.
JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Súmula 248
A reclassificação ou descaracterização da insalubridade, por ato da
autoridade competente, repercute na satisfação do respectivo adicional,
sem ofensa a direito adquirido ou ao princípio da irredutibilidade salarial.
134
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Além desse benefício, que tem sua razão de ser em questões afetas à
preservação da saúde, o trabalhador terá direito a um acréscimo na sua
remuneração – o adicional noturno – correspondente a 20% sobre o valor da
hora normal/diurna (art. 73, caput, CLT).
135
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Resumindo:
- remuneração = 3.900,00
- valor da hora diurna = (remuneração / 220)
= 3.900,00 / 220
= 17,73
- horas trabalhadas no período noturno = 8 (7 x 1,1428571)
- salário das horas no período noturno = 17,73 x 8
= 141,84
- adicional noturno devido (20%) = 141,84 x 0,2
= 28,37
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Desclassificação de proposta em razão da não cotação de preço unitário
para item materialmente relevante.
Representação formulada ao TCU apontou possíveis irregularidades no
âmbito do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Santa
Catarina (SEBRAE/SC), envolvendo a Concorrência n.º 07/09, cujo objeto
era a prestação de serviços de zeladoria, copa, serviços gerais, atendimento
telefônico e recepção, com o fornecimento de material higiênico, sanitário,
equipamentos de proteção individual e demais equipamentos necessários à
execução dos serviços. A representante questionou a decisão da Comissão
de Licitação quanto à sua desclassificação do certame, pela ausência de
cotação para o "adicional noturno sobre 30 minutos diários que
extrapolava a jornada de trabalho do zelador" e para o "posto de
recepcionista de eventos". Em seu voto, destacou o relator que a própria
Comissão de Licitação, naquela oportunidade, afirmou que, caso não
houvesse outro questionamento a considerar, acolheria as alegações acerca
da ausência de cotação para o adicional noturno relativo ao salário de
zelador, em virtude de seu valor irrisório. No entanto, os serviços de
recepcionista eventual deveriam ser "obrigatoriamente cotados, em
consonância com o estabelecido no modelo de Proposta de Preços
constante do Anexo IV do Edital de Concorrência 07/09 e em atendimento
ao princípio da vinculação ao instrumento convocatório ínsito no art. 3º da
Lei de Licitações". Salientou ainda que, embora o SEBRAE tenha
regulamentos internos próprios para a contratação de serviços, "aplicam-se
a estes os princípios gerais da Lei 8.666/93". Acolhendo o voto do relator,
decidiu o Plenário considerar improcedente a representação.
(Acórdão 552/2010 – Plenário – INFORMATIVO 9)
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O art. 73, § 1º, da CLT, se limita a fixar a contagem ficta do tempo, de modo
reduzido, para a hora noturna. Não cria qualquer obrigação de natureza financeira.
Esse modo peculiar de contagem do tempo tem impacto no cálculo do valor do
adicional noturno. A remuneração pela jornada de trabalho pactuada não sofre,
reiteramos, qualquer impacto da contagem ficta da hora noturna.
137
Erivan Pereira de Franca
Há quem entenda que tal despesa foi imposta às empresas pelo Tribunal
Superior do Trabalho, em razão da Súmula 444:
JURISPRUDÊNCIA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO
Súmula 444
É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por
trinta e seis de descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente
mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho,
assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O
empregado não tem direito ao pagamento de adicional referente ao labor
prestado na décima primeira e décima segunda horas.
Como o Poder Judiciário, por óbvio, não legisla, a única interpretação que
julgamos possível é aquela segundo a qual o TST se limitou a explicitar que, mesmo
em caso de jornadas excepcionais de 12 horas de trabalho por 36 de descanso, é
devido o pagamento em dobro por serviços prestados em feriados.
139
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LEI 605/49
Art. 8º Excetuados os casos em que a execução do serviço for imposta pelas
exigências técnicas das empresas, é vedado o trabalho em dias feriados,
civis e religiosos, garantida, entretanto, aos empregados a remuneração
respectiva, observados os dispositivos dos artigos 6º e 7º desta lei.
Art. 9º Nas atividades em que não for possível, em virtude das exigências
técnicas das empresas, a suspensão do trabalho, nos dias feriados civis e
religiosos, a remuneração será paga em dobro, salvo se o empregador
determinar outro dia de folga.
Não significa dizer que a despesa antes não existisse. Agora o que se faz é, tão
somente, explicitá-la na planilha.
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Erivan Pereira de Franca
= {[133,33 x 15] / 2} / 12
= {1.999,95 / 2} / 12
= 999,97 / 12
= 83,33
Onde:
141
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Importa noticiar que a Lei n.º 13.467, de 13.07.2017 - que entrou em vigor
em 11.11.2017 - introduziu o art. 59-A na CLT, para prever a jornada de 12 x 36,
pactuada mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo
coletivo de trabalho. Nova redação dada pela Medida Provisória 808, de
14.11.2017, permite a adoção dessa jornada somente mediante convenção ou
acordo coletivo de trabalho.
142
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O caput e o § 2º do art. 59-A da CLT, tal como redigido hoje, autoriza, ainda
que tacitamente, a não concessão do intervalo intrajornada, mediante o pagamento
de indenização ao trabalhador, correspondente à hora do intervalo não concedido.
CLT
Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 e em leis específicas, é
facultado às partes, por meio de convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta
e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os
intervalos para repouso e alimentação.
§ 1º A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput
abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo
descanso em feriados e serão considerados compensados os feriados e as
prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70
e o § 5º do art. 73.
143
Erivan Pereira de Franca
Para essa jornada especial, o salário mínimo a ser cotado em sua planilha é
aquele indicado no instrumento coletivo de trabalho ou em lei específica. Sempre
será assim; não há exceção. A norma coletiva ou a lei, ao admitir a jornada 12x36
definirá o salário mínimo correspondente.
144
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Ante a nova disciplina, estabelecida pelo art. 59-A da CLT, entendemos que
não é mais obrigatória a previsão, nos orçamentos estimados para
contratação de serviços terceirizados, de rubrica para cobertura dos seguintes
encargos (ante a compensação legalmente autorizada):
145
Erivan Pereira de Franca
CLT
Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis)
horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou
alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo
escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas)
horas.
CLT
Art. 71 – [...]
§ 4º - A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada
mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais,
implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período
suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da
remuneração da hora normal de trabalho.
146
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Contudo, ante a introdução dos artigos 611-A e 611-B na CLT, pela Lei
13.467/2017, essa questão certamente será objeto de discussão nos Tribunais do
Trabalho, dada a dubiedade da redação dos dispositivos legais que tratam da
chamada "prevalência do negociado sobre o legislado", regra por si só de duvidosa
constitucionalidade (afora a extravagância que é a lei autorizar a inobservância da
própria lei). Veja-se, para exemplificar, os dispositivos a seguir transcritos:
CLT
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho,
observados os incisos III e VI do caput do art. 8º da Constituição, têm
prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
[...]
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CF/88
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais [...]
XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em
cinquenta por cento à do normal;
• Remuneração = 3.900,00
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CLT
Art. 59. .....
[...]
§ 2º Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo
ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for
compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira
que não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas
semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de
dez horas diárias.
- Súmulas TST que tratam de hora extra: 115, 118, 132, 172, 199, 215, 230,
264, 291, 338, 347, 366 e 376.
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[RELATÓRIO]
63. O pregoeiro afirma, ainda, que após a fase de lances, o valor final da
proposta da referida empresa passou a ser de R$ 2.549.524,51 para um
período de 12 meses, o que seria inferior ao valor estimado de R$
3.163.944,00 pela Administração [...].
64. Assim o valor estimado pela Administração da Eletronorte
correspondeu a R$ 2.392.061,30 referente ao custo de salários fixados pela
Eletronorte, os quais teriam sido somados ao valor de R$ 771.932,70, que
corresponderiam ao pagamento de horas extras, que, segundo registrou,
somente seriam pagos se fossem autorizados pela Eletronorte.
[...]
77. Portanto, não merece prosperar o argumento do pregoeiro da
Eletronorte no sentido de que o valor contratado (R$ 2.549.524,51) estaria
abaixo do valor estimado pela empresa (R$ 3.163.944,00), porquanto o
valor contratado deveria ter como parâmetro a planilha orçamentária
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DECRETO 2.271/97
Art. 3º O objeto da contratação será definido de forma expressa no edital
de licitação e no contrato exclusivamente como prestação de serviços.
§ 1º Sempre que a prestação do serviço objeto da contratação puder ser
avaliada por determinada unidade quantitativa de serviço prestado, esta
deverá estar prevista no edital e no respectivo contrato, e será utilizada
como um dos parâmetros de aferição de resultados.
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JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
10.Em suma, as ocorrências pelas quais os responsáveis foram ouvidos em
audiência referem-se a: 1) edital e contrato com previsão de pagamento
de salários superiores ao salário-base estipulado na convenção coletiva de
trabalho, aplicável em percentuais entre 73% a 184% sem justificativa
adequada; [...]
11.No tocante à ocorrência 1, a jurisprudência do TCU é no sentido de que
a regra é a vedação de fixação de piso salarial mínimo para as
contratações de serviços. Entretanto, existem vários precedentes que
admitem a flexibilização de tal regra em situações específicas (p.ex.,
Acórdãos 256/2005, 290/2006, 1.327/2006, 332/2010, 1.584/2010 e
189/2011, todos do Plenário).
12.No presente caso, os gestores alegam que o piso salarial mínimo
superior à convenção teria sido fixado com vistas a garantir o
desenvolvimento de serviços com a qualidade necessária e que teria levado
em conta a contratação anterior. A reitora, [responsável 1], inclusive
reafirma que “o ato praticado foi INTENCIONAL realizado com CONVICÇÃO
da legalidade” e com suposto respaldo em decisões do TCU.
13.Contudo, conforme exposto pela Secex-AM, deixou-se de demonstrar a
superioridade da mão-de-obra contratada, bem como as especificidades da
Ufam que justificassem a alegada maior qualificação dos terceirizados
contratados para o desempenho de atividades rotineiras: atendimento ao
público, expedição de documentos, tramitação de papeis, telefonista, entre
outras.
[ACÓRDÃO]
9.2. aplicar aos responsáveis abaixo relacionados, individualmente, as
multas indicadas, com fulcro no art. 58, inciso II, da Lei 8.443/1992,
fixando-lhes o prazo de 15 (quinze) dias a contar da notificação, para
comprovarem, perante o Tribunal, o recolhimento das dívidas aos cofres do
Tesouro Nacional, atualizadas monetariamente na data do efetivo
recolhimento, se for paga após o vencimento, na forma da legislação em
vigor:
(Acórdão 2799/2017 – Segunda Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. cientificar o Ministério das Cidades de que eventual instauração de
novo procedimento licitatório que tenha objeto semelhante ao do pregão
eletrônico 14/2012, revogado pelo órgão, deve ser escoimado das
irregularidades verificadas a seguir, sob pena de o certame ser anulado por
este Tribunal, em resposta a provocação de terceiros ou como resultado de
ação própria:
157
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.3.1. somente estipule valores mínimos de remuneração dos
trabalhadores, nos contratos em que há alocação de postos de trabalho,
quando houver necessidade de afastar o risco de selecionar colaboradores
com capacitação inferior à necessária para execução dos serviços
contratados;
9.2.3.2. estabeleça os valores mínimos de que trata o subitem anterior a
partir de pesquisas de mercado efetuadas previamente, de dados obtidos
junto a associações e sindicatos de cada categoria profissional, e de
informações divulgadas por outros órgãos públicos que tenham
recentemente contratado o mesmo tipo de serviço;
9.2.3.3. abstenha-se de fixar valores mínimos de remuneração dos
trabalhadores nas contratações de serviços que devem ser medidos e pagos
por resultados;
(Acórdão 2582/2012 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1. Na realização de licitações visando à contratação de serviços de TI
mediante alocação de postos de trabalho ou por outra modalidade
assemelhada à simples terceirização de pessoal, a administração pública
deverá observar, em regra, a proibição de não fixar, no edital, valores
mínimos para os salários do pessoal, conforme estabelecido no art. 40,
inciso X, da Lei 8.666/1993, facultando-se ao gestor, excepcionalmente, na
hipótese de não estar sujeito ao art. 6º, II, da IN SLTI/MPOG 4/2008,
estabelecer, em face de comprovado risco de aviltamento salarial,
limitante inferior para o custo da mão de obra, justificando-se o
parâmetro mínimo escolhido no processo administrativo pertinente, assim
como a estrutura remuneratória que serviu de base à elaboração do
orçamento básico da li citação, que deverá mostrar-se compatível com a
qualidade esperada dos serviços pretendidos.
(Acórdão 332/2010 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. determinar [...] ao Superior Tribunal de Justiça [...] que, relativamente
aos contratos de execução indireta e contínua de serviços:
9.2.1. somente estipulem valores mínimos de remuneração dos
trabalhadores, nos contratos em que há alocação de postos de trabalho,
quando houver necessidade de afastar o risco de selecionar colaboradores
158
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.2. apresente a devida fundamentação caso decida fixar a remuneração
em valores superiores ao piso salarial das categorias profissionais a serem
contratadas por meio de licitações de serviços terceirizados;
(Acórdão 1122/2008 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.5. Determinações:
[...]
1.5.12. abster-se, quando da realização de procedimentos licitatórios com
vistas à contratação de mão-de-obra terceirizada, de fixar valores mínimos
de remuneração, tendo em vista a vedação contida no art. 40, inciso X da
Lei nº 8.666/93, bem como no art. 20, inciso II da IN/MPOG nº 02/2008,
que veda a fixação dos salários das categorias ou dos profissionais que
serão disponibilizados para a execução do serviço pela contratada, nos
instrumentos convocatórios [...]..
(Acórdão 3570/2009 – 2ª Câmara)
159
Erivan Pereira de Franca
Acórdão 2144/2006-Plenário
Acórdão 890/2007-Plenário
Acórdão 331/2010-Plenário
Acórdão 1597/2010-Plenário
IN 05/2017
Art. 5º É vedado à Administração ou aos seus servidores praticar atos de
ingerência na administração da contratada, a exemplo de:
[...]
VI - definir o valor da remuneração dos trabalhadores da empresa
contratada para prestar os serviços, salvo nos casos específicos em que se
necessitam de profissionais com habilitação/experiência superior à
160
Erivan Pereira de Franca
161
Erivan Pereira de Franca
Nota 1: O Módulo 1 refere-se ao valor mensal devido ao empregado pela prestação do serviço
no período de 12 meses.
Nota 2: Para o empregado que labora a jornada 12x36, em caso da não concessão ou
concessão parcial do intervalo intrajornada (§ 4º do art. 71 da CLT), o valor a ser pago será
inserido na remuneração utilizando a alínea “G”.
Memória de cálculo
Adicional de periculosidade:
= (3.000,00 x 0,3)
= 900,00;
onde:
R$ 3.000,00 = valor do salário normativo do vigilante;
0,3 (ou 30%) = percentual incidente sobre o salário base (salário
normativo, no caso), para apuração do adicional de periculosidade,
conforme art. 193, § 1º, da CLT
-------------------------------
Nº do Processo
Licitação n.º
162
Erivan Pereira de Franca
IDENTIFICAÇÃO DO SERVIÇO
MÃO DE OBRA
MÃO DE OBRA VINCULADA À EXECUÇÃO CONTRATUAL
Nota 1: O Módulo 1 refere-se ao valor mensal devido ao empregado pela prestação do serviço
no período de 12 meses.
Nota 2: Para o empregado que labora a jornada 12x36, em caso da não concessão ou
concessão parcial do intervalo intrajornada (§ 4º do art. 71 da CLT), o valor a ser pago será
inserido na remuneração utilizando a alínea “G”.
163
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
É indevida a inclusão de parcela a título reserva técnica nas planilhas de
custos e formação de preços dos contratos de limpeza e conservação, sem
que haja justificativa e memória de cálculo que demonstrem sua
adequação.
Em auditoria integrante dos trabalhos de Fiscalização de Orientação
Centralizada (FOC) – Governança e Gestão das Aquisições, foram
observadas falhas na contratação da prestação de serviços de limpeza e
conservação pela Fiocruz, dentre as quais a inclusão indevida de valor
referente a reserva técnica. Ao analisar as respostas às oitivas, a unidade
técnica consignou que, a despeito dos argumentos apresentados, “a
jurisprudência desta Corte tem se consolidado no sentido de que a inclusão,
na planilha de custos e formação de preços, de parcela para ‘reserva
técnica’ somente é admitida se estiver acompanhada de justificativa e
164
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
35. É certo que a jurisprudência desta Casa tem se assentado no sentido
de que não deve ser aceita a presença do item "reserva técnica", no
quadro de insumos e no de remuneração da contratada, sem indicação
prévia e expressa dos custos correspondentes que serão cobertos por esse
item, demonstrando que tais custos não se encontram absorvidos por
outros itens e que as despesas são reais, e não somente potenciais
(acórdãos 3.089/2010 - 1ª Câmara, 3.919/2010 - 2ª Câmara, 1.319/2010 -
2ª Câmara e 1.597/2010 - Plenário, dentre outros).
36. Há que se ponderar, no entanto, que a restrição deriva exclusivamente
de orientação jurisprudencial e não se encontra positivada. Nesse sentido,
não é razoável exigir dos gestores públicos - e menos ainda dos terceiros
por eles contratados - pleno conhecimento da jurisprudência do Tribunal
aplicada à miríade de situações com as quais se defrontam em seu
cotidiano. Mormente quando a orientação do TCU, em uma leitura sumária,
possa parecer colidir com os normativos que disciplinam cada questão.
37. O contrato [...] foi celebrado sob a égide da Instrução Normativa MPOG
2/2008 [...] O Anexo III-D daquela IN apresentava o "Quadro-Resumo da
Remuneração da Mão de Obra" expressamente consignada como
componente de custo a "Reserva técnica", com a observação de que seu
valor seria obtido a partir da multiplicação do percentual a ela consignado
sobre o subtotal da mão de obra principal.
38. A Reserva Técnica era assim definida, nos termos do Anexo I daquela IN:
"XIII - RESERVA TÉCNICA são os custos decorrentes de substituição de mão-
de-obra quando da ocorrência de atrasos ou faltas que não sejam
amparadas por dispositivo legal e, ainda, abonos e outros, de forma a
assegurar a perfeita execução contratual. Este custo é calculado para
cobertura não discriminada no cálculo da remuneração mediante incidência
percentual sobre o somatório da remuneração, encargos sociais e
trabalhistas e insumos de mão-de-obra;"
39. No final daquele mesmo ano de 2009, foi editada a IN/MP 3/2009, que
alterou a IN/MPOG 02/2009 e expressamente estabeleceu:
165
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
34. Cabe discutir, ainda, a questão concernente aos percentuais de
pagamento relativos ao item denominado "reserva técnica".
35. É certo que a jurisprudência desta Casa tem se assentado no sentido
de que não deve ser aceita a presença do item "reserva técnica", no
quadro de insumos e no de remuneração da contratada, sem indicação
prévia e expressa dos custos correspondentes que serão cobertos por esse
item, demonstrando que tais custos não se encontram absorvidos por
outros itens e que as despesas são reais, e não somente potenciais
(acórdãos 3.089/2010 - 1ª Câmara, 3.919/2010 - 2ª Câmara, 1.319/2010 -
2ª Câmara e 1.597/2010 - Plenário, dentre outros).
36. Há que se ponderar, no entanto, que a restrição deriva exclusivamente
de orientação jurisprudencial e não se encontra positivada. Nesse sentido,
não é razoável exigir dos gestores públicos - e menos ainda dos terceiros
por eles contratados - pleno conhecimento da jurisprudência do Tribunal
aplicada à miríade de situações com as quais se defrontam em seu
cotidiano. Mormente quando a orientação do TCU, em uma leitura sumária,
possa parecer colidir com os normativos que disciplinam cada questão.
(Acórdão 1202/2014 – Plenário)
166
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
Especificamente quanto à inclusão de reserva técnica na planilha de
custos e formação de preços, item 9.3.1.4 da decisão recorrida, esclareço
que a jurisprudência do TCU admite seu pagamento, desde que
devidamente motivado com estudo específico e descrição dos eventos a
que será destinado (Acórdãos 793/2010 e 1442/2010, da 2ª Câmara;
727/2009, 2060/2009, 1597/2010 e 3092/2010, do Plenário). Pelo risco de
onerarem os custos dos serviços contratados, os valores relativos à parcela
reserva técnica têm sido removidos, por meio de repactuação, dos
contratos firmados no âmbito deste Tribunal e do Supremo Tribunal
Federal. Essa tem sido a orientação do TCU em seus acórdãos.
(Acórdão 910/2014 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.1. aplicar ao responsável [...] multa [...]
9.4. [...] fixar prazo para que [...] realize o levantamento dos valores
indevidamente pagos à empresa MGI Tecnogin Micrográfica
Gerenciamento da Informação Ltda., desde o primeiro pagamento efetuado
com base no Contrato 174/2006, e efetue a cobrança administrativa do que
ultrapassar eventual dívida ainda existente para com a empresa, sob pena
de aplicação da multa [...], levando em conta no aludido levantamento:
9.4.1. supressão do item reserva técnica das planilhas de custos dos
serviços contratados, nos termos dos Acórdãos TCU 1.179/2008, 645/2009,
727/2009 e 2.060/2009, todos do Plenário;
(Acórdão 1686/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2. rejeitar as razões de justificativa do Sr. [...], por não elidirem as
irregularidades apontadas [...];
9.4. dar ciência ao Ministério do Meio Ambiente acerca da irregular
previsão e consequente pagamento da rubrica referente à reserva técnica
nas planilhas de custos e formação de preços relativas ao Contrato
23/2009, em virtude da ausência de justificativa e em função do risco que
tal parcela representa de se onerar indevidamente a Administração, em
desconformidade com a jurisprudência do TCU (parágrafos 99.3 e 100);
(Acórdão 1212/2013 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
8. As irregularidades objeto das oitivas foram as seguintes:
167
Erivan Pereira de Franca
c) reserva técnica, sem que houvesse estudo específico que justificasse tal
necessidade;
[ACÓRDÃO]
9.2. rejeitar as razões de justificativa dos gestores responsáveis ouvidos em
audiência, por não elidirem as irregularidades apontadas [...];
[...]
9.3.1.4. pagamento irregular de reserva técnica, pois a empresa CPM
Braxis não apresentou a devida justificativa para este item de custo, em
desconformidade com a jurisprudência do TCU (parágrafo 202);
(Acórdão 301/2012 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
16. Também é adequada a proposta da unidade técnica de determinar ao
Ministério a renegociação do contrato, de forma a excluir a rubrica
―reserva técnica, dada a impertinência daquela parcela. Frise-se, aliás,
que essa prática de renegociação é rotineiramente adotada pela área
administrativa do TCU em seus contratos quando detectada a
impropriedade em questão.
[ACÓRDÃO]
9.7.7. adote, desde já, a exclusão do pagamento da reserva técnica nos
contratos, inclusive no contrato 02.0015.00/2009, ou promova sua
renegociação com exclusão dessa despesa, visto não haver justificativas
para sua inclusão no termo de referência e em função do risco que tal
parcela representa de se onerar indevidamente a Administração;
(Acórdão 3231/2011 – Plenário)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.6. Determinações:
1.6.1.4. não aceite a cobrança de tributos de caráter personalístico, como
IRPJ e CSLL, bem como a presença do item "Reserva Técnica" no quadro de
Remuneração e no quadro de Insumos sem a devida justificativa dos custos
correspondentes a esse item;
(Acórdão 793/2010 – 2ª Câmara – relação)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
1.5.1. determinar que: [..]
1.5.1.2. nas próximas contratações para terceirização de mão de obra,
deixe de consignar parcelas relativas a gastos com reserva técnica nos
orçamentos básicos, nos formulários para proposta de preços e nas
justificativas de preço a que se refere o art. 26, III, da Lei n.º 8.666/1993,
inclusive para os casos de dispensa e inexigibilidade de licitação, e não
168
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.16. em atenção ao art. 3º da Lei 8.666/1993 e ao princípio da
economicidade contido no caput do art. 70 da Constituição Federal:
9.2.16.1. abstenha-se de aceitar das licitantes propostas de preços que
contenham percentual referente à reserva técnica como item específico
das planilhas de custo e formação de preços, sem apresentar estudo
específico e descrição dos eventos que motivariam a aceitação desse item
(achado II.16);
(Acórdão 1.453/2009 – Plenário)
169
Erivan Pereira de Franca
Nota 1: O Módulo 1 refere-se ao valor mensal devido ao empregado pela prestação do serviço
no período de 12 meses.
Nota 2: Para o empregado que labora a jornada 12x36, em caso da não concessão ou
concessão parcial do intervalo intrajornada (§ 4º do art. 71 da CLT), o valor a ser pago será
inserido na remuneração utilizando a alínea “G”.
170
Erivan Pereira de Franca
• ENCARGOS TRABALHISTAS
o 13º salário;
o adicional de férias;
• ENCARGOS SOCIAIS
o salário educação;
o FGTS.
o Transporte;
o Auxílio-alimentação/refeição;
171
Erivan Pereira de Franca
172
Erivan Pereira de Franca
IDENTIFICAÇÃO DO SERVIÇO
MÃO DE OBRA
MÃO DE OBRA VINCULADA À EXECUÇÃO CONTRATUAL
Nota 1: O Módulo 1 refere-se ao valor mensal devido ao empregado pela prestação do serviço
no período de 12 meses.
Nota 2: Para o empregado que labora a jornada 12x36, em caso da não concessão ou
concessão parcial do intervalo intrajornada (§ 4º do art. 71 da CLT), o valor a ser pago será
inserido na remuneração utilizando a alínea “G”.
173
Erivan Pereira de Franca
Por tais razões, optamos por manter no Submódulo 2.1 apenas o 13º
salário e o adicional de férias.
174
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
26. Quanto à possível ocorrência de sobrepreço e/ou ganho indevido em
virtude da majoração dos percentuais específicos das rubricas férias e 13º
salário, não é possível chegar a essa conclusão examinando, isoladamente,
os percentuais de 14,88% e 11,44%, mormente quando se constata que
estes percentuais foram estipulados por força de convenção coletiva
firmada entre o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas e Órgãos
Públicos de Processamento de Dados, Serviços de Informática e Similares
do Estado da Bahia e o Sindicato das Empresas de Processamento de Dados
e Similares do Estado da Bahia, local da prestação dos serviços.
27. Ademais, a UFBA encaminhou os comprovantes de pagamento dos
empregados da CPM Braxis Outsourcing S.A. que efetivamente trabalharam
no âmbito do contrato (peça 39, p. 1- 205; peça 40, p. 1-480; peça 41, p. 1-
607; peça 42, p. 1-329; peça 43, p. 10-300). Considero tais documentos
aptos a comprovar o pagamento aos empregados dos valores cotados.
28. Diferentemente do que sustenta a SEFTI, o percentual de 11,11% [(1 +
1/3) x (100% / 12)] referente a férias [resultante do acréscimo de 1/3 ao
salário (art. 7º, XVII, da Constituição Federal), dividido pelo número de
meses do ano], bem como o percentual de 8,33% (100% / 12) referente a
13º salário (correspondente a um salário mensal dividido pelo número de
meses do ano), a que alude o art. 7º, VIII, da Lei Maior, devem ser tomados
como patamares (percentuais) mínimos, não havendo óbice a que sejam
ultrapassados com respaldo em negociação coletiva de trabalho, cuja
norma resultante é de observância cogente pela empresa contratada, por
força do art. 7º, XXVI, da Constituição Federal, que garante o
"reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho" como
direito fundamental dos trabalhadores.
(Acórdão 1805/2014 – Plenário)
175
Erivan Pereira de Franca
Em regra, o 13º deverá ser pago em duas parcelas: a primeira entre os meses
de fevereiro e novembro (até o dia 30.11) e a segunda até o dia 20 de dezembro
(art. 3º, Decreto 57.155/65).
(3.900,00 / 12)
= 325,00
Onde:
Esse direito é previsto na Constituição Federal (vide art. 7º, inciso XVII da
CF/88) e na CLT (arts. 129 a 153 da CLT), sendo, portanto, de observância cogente.
O custo mensal deve ser, portanto, inserido em nossa planilha.
176
Erivan Pereira de Franca
(3.900,00 /3) / 12
= 1.300,00 / 12
= 108,33
Onde:
177
Erivan Pereira de Franca
179
Erivan Pereira de Franca
Tal norma foi revogada em 5.4.2013 pela Instrução Normativa CNJ nº 49,
passando aquele Conselho, a partir daí, a observar a disciplina da Resolução CNJ
169 (alterada pela Resolução 183).
A Instrução Normativa CNJ n.º 1/2008 foi editada com o claro, explícito
propósito de mitigar riscos associados aos contratos de terceirização, como
evidencia o próprio preâmbulo da norma (destacamos):
180
Erivan Pereira de Franca
Tal norma determinou (art. 17, XIV) que o edital do certame destinado à
contratação de serviços terceirizados deveria conter previsão de adoção da conta
vinculada.
181
Erivan Pereira de Franca
Por fim, em 23 de dezembro de 2013 foi editada a IN 06, que deu nova
redação ao art. 19-A, para tornar obrigatória a adoção da conta vinculada e
atualizou o Anexo VII.
Tal ato tornou, em nossa percepção, opcional a adoção da conta vinculada aos
contratos de terceirização, como alternativa ao procedimento de pagamento
mediante a ocorrência do que denominou "fato gerador" de certas obrigações
trabalhistas. Eis como a matéria está agora disciplinada:
PORTARIA MPOG 409, de 21.12.2016
Art. 2º Para a execução indireta de serviços, no âmbito dos órgãos e das
entidades de que trata o art. 1º, as contratações deverão ser precedidas de
planejamento e o objeto será definido de forma precisa no edital, no
182
Erivan Pereira de Franca
183
Erivan Pereira de Franca
185
Erivan Pereira de Franca
- calcule o valor dos itens que compõem o Submódulo 2.1 (13º salário e
adicional de férias) e preencha a planilha abaixo.
186
Erivan Pereira de Franca
187
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[RELATÓRIO]
77. No regime de incidência cumulativa [vide: art. 4º, IV,Lei 9.718/98 c/c o
art. 10, II, Lei 10.833/2003], a base de cálculo é o total das receitas da
pessoa jurídica, sem deduções em relação a custos, despesas e encargos.
Nesse regime, as alíquotas da Contribuição para PIS/Pasep e da Cofins
são, respectivamente, de 0,65% e 3,00%.
78. As pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas
pela legislação do imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no lucro
presumido ou arbitrado, estão sujeitas à incidência cumulativa.
79. No regime de não-cumulatividade do PIS e COFINS, instituído pelas leis
nºs 10.637/2002 e 10.833/2003, permite-se o desconto de créditos
apurados com base em custos, despesas e encargos da pessoa jurídica.
Nesse regime, as alíquotas da contribuição para PIS/Pasep e da Cofins são,
respectivamente, de 1,65% e 7,60%.
80. Cabe mencionar que, de acordo com a Secretaria da Receita Federal, as
empresas tributadas com base no lucro real estão sujeitas à incidência
não-cumulativa, exceto: as instituições financeiras, as cooperativas de
crédito, as pessoas jurídicas que tenham por objeto a securitização de
créditos imobiliários e financeiros, as operadoras de planos de assistência à
saúde, as empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de
transporte de valores de que trata a Lei nº 7.102/1983, e as sociedades
cooperativas (exceto as sociedades cooperativas de produção agropecuária
e as sociedades cooperativas de consumo).
81. Dessa forma, verifica-se que, quanto aos serviços de vigilância, as
empresas estão sujeitas à incidência cumulativa, entretanto, em relação aos
serviços de limpeza e conservação, as empresas podem estar sujeitas à
incidência cumulativa ou a não-cumulativa.
82. Com base nas considerações feitas acima, adotamos para os serviços
de vigilância as alíquotas de 0,65% (PIS) e 3,00% (Cofins) e para os serviços
de limpeza, mesmo considerando que a maioria das empresas prestadoras
desse serviço são tributadas com base no lucro presumido, definimos a
188
Erivan Pereira de Franca
189
Erivan Pereira de Franca
[...]
VIII – Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS;
[...]
Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do
Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte:
[...]
XII – que realize cessão ou locação de mão-de-obra;
[...]
§ 1o As vedações relativas a exercício de atividades previstas no caput
deste artigo não se aplicam às pessoas jurídicas que se dediquem
exclusivamente às atividades referidas nos §§ 5º-B a 5º-E do art. 18 desta
Lei Complementar, ou as exerçam em conjunto com outras atividades que
não tenham sido objeto de vedação no caput deste artigo:
[...]
Art. 18 .....
[...]
§ 5º-C. Sem prejuízo do disposto no § 1º do art. 17 desta Lei Complementar,
as atividades de prestação de serviços seguintes serão tributadas na
forma do Anexo IV desta Lei Complementar, hipótese em que não estará
incluída no Simples Nacional a contribuição prevista no inciso VI do caput
do art. 13 [contribuição previdenciária patronal e RAT AJUSTADO] desta Lei
Complementar, devendo ela ser recolhida segundo a legislação prevista
para os demais contribuintes ou responsáveis:
VI - serviço de vigilância, limpeza ou conservação.
190
Erivan Pereira de Franca
Há órgãos que têm feito essa opção, inclusive, para evitar questionamentos
de empresas de maior porte (cujo faturamento lhes impede de optar pelo
recolhimento pelo lucro presumido), de que o orçamento construído considerando
o lucro presumido - por constituir parâmetro de julgamento (art. 25 do Decreto n.º
5.450/2005) - impõe desvantagem competitiva a essas empresas.
191
Erivan Pereira de Franca
CLT
Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos
os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo
empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.
§1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações
legais e de função e as comissões pagas pelo empregador.
§2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo,
limitadas a cinquenta por cento da remuneração mensal, o auxílio-
alimentação, vedado o seu pagamento em dinheiro, as diárias para
viagem e os prêmios não integram a remuneração do empregado, não se
incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência
de encargo trabalhista e previdenciário.
[...]
Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário,
para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras
prestações "in natura" que a empresa, por fôrça do contrato ou do
costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será
permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas.
192
Erivan Pereira de Franca
193
Erivan Pereira de Franca
194
Erivan Pereira de Franca
Nota 1: O Módulo 1 refere-se ao valor mensal devido ao empregado pela prestação do serviço
no período de 12 meses.
Nota 2: Para o empregado que labora a jornada 12x36, em caso da não concessão ou
concessão parcial do intervalo intrajornada (§ 4º do art. 71 da CLT), o valor a ser pago será
inserido na remuneração utilizando a alínea “G”.
195
Erivan Pereira de Franca
196
Erivan Pereira de Franca
Somatório das
Fator (F) Preço (P)
alíquotas dos F = 1 – (X/100)
tributos (X) P = Preço / F
Fator (F)
= 1 – (X/100)
= 1 – (13,15 / 100)
= 1 – 0,1315
= 0,8685
= 10.000,00 / 0,8685
197
Erivan Pereira de Franca
= 11.514,10 x 0,045
= 518,13
198
Erivan Pereira de Franca
199
Erivan Pereira de Franca
200
Erivan Pereira de Franca
Nota 1: O Módulo 1 refere-se ao valor mensal devido ao empregado pela prestação do serviço
no período de 12 meses.
Nota 2: Para o empregado que labora a jornada 12x36, em caso da não concessão ou
concessão parcial do intervalo intrajornada (§ 4º do art. 71 da CLT), o valor a ser pago será
inserido na remuneração utilizando a alínea “G”.
201
Erivan Pereira de Franca
202
Erivan Pereira de Franca
203
Erivan Pereira de Franca
204
Erivan Pereira de Franca
3.2.7. SEBRAE
3.2.8. INCRA
3.2.9. FGTS
205
Erivan Pereira de Franca
206
Erivan Pereira de Franca
Nota 1: O Módulo 1 refere-se ao valor mensal devido ao empregado pela prestação do serviço
no período de 12 meses.
Nota 2: Para o empregado que labora a jornada 12x36, em caso da não concessão ou
concessão parcial do intervalo intrajornada (§ 4º do art. 71 da CLT), o valor a ser pago será
inserido na remuneração utilizando a alínea “G”.
207
Erivan Pereira de Franca
208
Erivan Pereira de Franca
209
Erivan Pereira de Franca
210
Erivan Pereira de Franca
O custo estimado de tais itens deve ser obtido mediante consulta às normas
municipais que definem as tarifas do transporte coletivo e à norma coletiva de
trabalho à qual se submete a empresa prestadora dos serviços.
3.3.1. Vale-transporte
211
Erivan Pereira de Franca
212
Erivan Pereira de Franca
= 440,00 – 180,00
= 260,00
3.3.2. Auxílio-alimentação
CLT
Art. 457 - ....
[...]
§2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de
custo, limitadas a cinquenta por cento da remuneração mensal, o auxílio-
alimentação, vedado o seu pagamento em dinheiro, as diárias para
viagem e os prêmios não integram a remuneração do empregado, não se
213
Erivan Pereira de Franca
214
Erivan Pereira de Franca
215
Erivan Pereira de Franca
= 440,00 – 88,00
= 352,00
216
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Erivan Pereira de Franca
218
Erivan Pereira de Franca
219
Erivan Pereira de Franca
CF/88
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
[...]
II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer
grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma
base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores
interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;
[...]
VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de
trabalho;
CLT
Art. 516. Não será reconhecido mais de um Sindicato representativo da
mesma categoria econômica ou profissional, ou profissão liberal, em uma
dada base territorial.
[...]
Art. 570. Os sindicatos constituir-se-ão, normalmente, por categorias
econômicas ou profissionais, específicas, na conformidade da
discriminação do quadro das atividades e profissões a que se refere o art.
577 ou segundo as subdivisões que, sob proposta da Comissão do
Enquadramento Sindical, de que trata o art. 576, forem criadas pelo
ministro do Trabalho, Indústria e Comércio.
Art. 577. O Quadro de Atividades e Profissões em vigor fixará o plano básico
do enquadramento sindical.
220
Erivan Pereira de Franca
221
Erivan Pereira de Franca
222
Erivan Pereira de Franca
IN 05/2017
ANEXO VII-A
DIRETRIZES GERAIS PARA ELABORAÇÃO DO ATO CONVOCATÓRIO
6. Da proposta:
[...]
6.2. As disposições para apresentação das propostas deverão prever que
estas sejam apresentadas de forma clara e objetiva, estejam em
conformidade com o ato convocatório, preferencialmente na forma do
modelo previsto Anexo VII-C, e contenham todos os elementos que
influenciam no valor final da contratação, detalhando, quando for o caso:
[...]
c) a indicação dos sindicatos, Acordos, Convenções ou Dissídios Coletivos
de Trabalho que regem as categorias profissionais que executarão o
serviço e as respectivas datas-bases e vigências, com base na Classificação
Brasileira de Ocupações (CBO);
IN 05/2017
ANEXO VIII-B - DA FISCALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
10. Além das disposições acima citadas, a fiscalização administrativa deverá
observar, ainda, as seguintes diretrizes:
[...]
10.1. Fiscalização inicial (no momento em que a prestação de serviços é
iniciada)
[...]
d) O salário não pode ser inferior ao previsto no contrato administrativo e
na Convenção Coletiva de Trabalho da Categoria (CCT).
e) Devem ser consultadas eventuais obrigações adicionais constantes na
CCT para as empresas terceirizadas (por exemplo, se os empregados têm
direito a auxílio-alimentação gratuito).
223
Erivan Pereira de Franca
[...]
10.4. Fiscalização procedimental
a) Observar a data-base da categoria prevista na CCT. Os reajustes dos
empregados devem ser obrigatoriamente concedidos pela empresa no dia e
percentual previstos, devendo ser verificada pelo gestor do contrato a
necessidade de se proceder a repactuação do contrato, inclusive quanto à
necessidade de solicitação da contratada.
[...]
10.5. Fiscalização por amostragem
[...]
d) A contratada deverá entregar, no prazo de 15 (quinze) dias, quando
solicitado pela Administração, por amostragem, quaisquer dos seguintes
documentos:
[...]
d.4. comprovantes de entrega de benefícios suplementares (vale-
transporte, vale-alimentação, entre outros), a que estiver obrigada por
força de lei, Acordo, Convenção ou Dissídio Coletivo de Trabalho, relativos a
qualquer mês da prestação dos serviços e de qualquer empregado.
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.4. dar ciência [...] que foram constatadas as seguintes irregularidades no
pregão eletrônico [...]:
9.4.2. ausência, nos estudos técnicos preliminares de contratação de mão
de obra terceirizada, da indicação de forma clara e precisa do sindicato,
acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença normativa que rege a
categoria profissional que executará o serviço, com base na Classificação
Brasileira de Ocupações – CBO, em afronta ao art. 6º, inciso IX, alínea “a”,
da Lei 8.666/1993.
(Acórdão 3982/2015 – Primeira Câmara)
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.1. determinar [...] que, no âmbito da fiscalização do contrato [...] confira
especial atenção à análise do cumprimento das obrigações trabalhistas por
parte da contratada, em especial no que concerne às disposições da
convenção coletiva de trabalho, medida com o fito de evitar eventual dano
ao Erário decorrente da responsabilização subsidiariária do tomador dos
serviços, in casu, a Administração, quanto às aludidas obrigações.
(Acórdão 1662/2008 – Segunda Câmara)
224
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
7. Em que pese não estar a Administração Pública obrigada a fazer constar
em seu edital as parcelas e valores objetos da Convenção, o licitante o
está. Por força da Cláusula 54 e parágrafos, a empresa que se candidata a
ser contratada por tomador de serviços deve incluir na documentação para
licitação cópia da CCT, bem como indicar em suas planilhas os reflexos dos
adicionais pactuados em férias, 13.º salário, FGTS e verbas rescisórias. Cabe
a ele verificar se a empresa terceirizada está cumprindo com suas
obrigações trabalhistas, sob pena de, não o fazendo, poder ser chamado a
arcar com as indenizações decorrentes de execução de instrumento
coletivo válido.
(Acórdão 455/2009 – Plenário)
IN 05/2017
Art. 6º A Administração não se vincula às disposições contidas em Acordos,
Convenções ou Dissídios Coletivos de Trabalho que tratem de pagamento
de participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa
contratada, de matéria não trabalhista, ou que estabeleçam direitos não
previstos em lei, tais como valores ou índices obrigatórios de encargos
sociais ou previdenciários, bem como de preços para os insumos
relacionados ao exercício da atividade.
Parágrafo único. É vedado ao órgão e entidade vincular-se às disposições
previstas nos Acordos, Convenções ou Dissídios Coletivos de Trabalho que
tratem de obrigações e direitos que somente se aplicam aos contratos com
a Administração Pública.
225
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.3. dar ciência ao [omissis] acerca das seguintes irregularidades
identificadas na condução do Pregão Eletrônico 26/10, com o objetivo de
que se evite a reincidência de tais ocorrências na realização de futuros
procedimentos licitatórios no âmbito daquela Instituição:
9.3.1. exigência de que as planilhas de custo das licitantes contemplassem
todos os encargos sociais e trabalhistas previstos em convenção coletiva
de trabalho, em desacordo com o art. 13 da Instrução Normativa MPOG
2/2008 e com a jurisprudência deste Tribunal (Acórdãos 657/2004,
1.699/2007, 650/2008 e 381/2009, todos do Plenário);
(Acórdão 9036/2011 – Primeira Câmara)
226
Erivan Pereira de Franca
227
Erivan Pereira de Franca
228
Erivan Pereira de Franca
229
Erivan Pereira de Franca
= 300,00 – 30,00
= 270,00
230
Erivan Pereira de Franca
231
Erivan Pereira de Franca
Nota 1: O valor informado deverá ser o custo real do benefícios (descontado o valor
eventualmente pago pelo empregado).
Nota 2: Observar a previsão dos benefícios contidos em Acordos, Convenções e Dissídios
Coletivos de Trabalho e atentar-se ao disposto no art. 6º desta Instrução Normativa.
232
Erivan Pereira de Franca
233
Erivan Pereira de Franca
234
Erivan Pereira de Franca
[(3.900,00 / 30) x 7] / 12
= [130,00 x 7] / 12
= 910,00 / 12
= 75,83
Onde:
Por força do art. 15, c/c o art. 18 da Lei 8.036/90, e do art. 214 do
Regulamento da Previdência Social, há incidência do FGTS e de encargos
previdenciários e outras contribuições – previstos no Submódulo 2.2 – sobre o
aviso prévio trabalhado.
75,83 x 0,398
= 30,18
Onde:
Entendemos que esse custo pode ser excluído da planilha, desde que
devidamente justificado, pois a decisão de indenizar o aviso prévio, ao invés de
concedê-lo, é arbitrária da empresa. É uma decisão empresarial que nada tem a
ver, ordinariamente, com a execução dos serviços objeto do contrato
administrativo.
Ademais, essa despesa pode ser utilizada - conforme informado aos licitantes
no edital do certame - para remunerar a empresa pelo custo decorrente de
demissões havidas no curso da execução do contrato (taxa de rotatividade).
236
Erivan Pereira de Franca
= 325,00 x 0,05
= 16,25
Onde:
237
Erivan Pereira de Franca
LEI 8.212/91
Art. 198. A contribuição do segurado empregado, inclusive o doméstico, e
do trabalhador avulso é calculada mediante a aplicação da correspondente
alíquota, de forma não cumulativa, sobre o seu salário-de-contribuição
mensal [...]
Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em
uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos
pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados
a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas,
os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos
decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente
prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de
serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou
acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa;
238
Erivan Pereira de Franca
239
Erivan Pereira de Franca
240
Erivan Pereira de Franca
16,25 x 0,08
= 1,30
Onde:
241
Erivan Pereira de Franca
242
Erivan Pereira de Franca
Impende destacar que nada muda com relação ao valor da despesa relativa
ao aviso prévio no primeiro ano de vigência do contrato administrativo,
porquanto a Lei 12.506/2011 manteve o prazo de 30 dias previsto no art. 487, II,
da CLT, para o empregado mensalista – direito agora estendido ao empregado que
recebe salário por quinzena.
243
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
2. Inicialmente, dentre outras apurações, foi constatada a necessidade de
promover a repactuação do contrato 174/2006 a fim de adequar a planilha
de custos do serviço contratado em relação à reserva técnica, ao aviso
prévio trabalhado e às taxas de administração e lucro (respectivamente,
itens 9.2.1, 9.2.2 e 9.2.3 do Acórdão 3.006/2010-TCU-Plenário).
3. Posteriormente, por meio do Acórdão 2.308/2014-TCU-Plenário, este
Colegiado, em meio a outras providências, tornou insubsistente o item 9.2
do Acórdão 3.006/2010-TCU-Plenário, motivo pelo qual determinei à Secex-
RJ que promovesse nova instrução dos autos, com a necessária oitiva do
órgão contratante e da empresa contratada. Portanto, está em apreciação
nesta assentada a reanálise de eventuais irregularidades na planilha de
custos do serviço contratado, objeto do precitado item.
4. Após a análise das oitivas em razão dos indícios apontados nos autos, a
unidade instrutiva coligiu que as justificativas apresentadas pelo Nerj/MS e
244
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[VOTO]
41. No item 3.31, foi registrado que, no Contrato 47/2013 (prestação de
serviços de limpeza), a provisão para aviso prévio trabalhado presente na
planilha de custos e formação de preços não foi retirada após o primeiro
ano de vigência contratual. Os referidos itens 7.2.2.1 e 7.2.2.2 da proposta
de encaminhamento sugeriram, respectivamente, determinações para que
o TRF 2ª Região adotasse medidas com vistas à alteração da planilha e à
recuperação dos valores indevidamente pagos. Quanto ao Contrato
70/2013, a proposta é de que, após o primeiro ano de vigência, exclua da
respectiva planilha de custos e formação de preços a parcela "aviso prévio
trabalhado".
42. Considero apropriadas tais medidas destinadas à correção dos
contratos, a fim de evitar a concretização de prejuízos ao erário, bem
como à recuperação dos valores já pagos indevidamente. Às
determinações sugeridas, em relação as quais promovo ajustes de redação,
acrescento ressalva para que o TRF 2ª Região assegure aos interessados o
exercício do contraditório e da ampla defesa.
[ACÓRDÃO]
9.2. determinar ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região, com fulcro no
art. 43, inciso I, da Lei 8.443/1992, c/c o art. 250, inciso II, do Regimento
Interno do TCU, que:
9.2.1. no prazo de 60 (sessenta) dias, com fulcro na Constituição Federal,
art. 71, IX, e assegurando aos interessados o exercício do contraditório e da
ampla defesa, adote as medidas necessárias à:
9.2.1.1. exclusão da parcela "aviso prévio trabalhado" após o primeiro ano
de vigência contratual, da planilha de custos e formação de preços dos
Contratos 47/2013 e 70/2013, conforme o previsto na Jurisprudência desta
Corte (Acórdão 3006/2010-TCU-Plenário, item 9.2.2);
(Acórdão 3030/2015 – Plenário)
Vide, no mesmo sentido: Acórdão 3031/2015 – Plenário; Acórdão
2902/2015 – Plenário; Acórdão 3031/2015 – Plenário; Acórdão 3031/2015 –
Plenário; Acórdão 2743/2015 – Plenário; Acórdão 2747/2015 – Plenário;
Acórdão 2748/2015 – Plenário; Acórdão 1520/2015 – Plenário.
245
Erivan Pereira de Franca
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
9.2.2. supressão do percentual de 1,94 % da Planilha de Custos dos
Serviços Contratados, referente ao Aviso Prévio Trabalhado, tendo em
vista que os referidos custos consideram-se integralmente pagos no
primeiro ano do Contrato, devendo ser zerado nos anos subsequentes, nos
termos do cálculo demonstrado quando da apreciação do Acórdão TCU nº
1904/2007 - Plenário;
(Acórdão 3006/2010 – Plenário)
Irregularidade não sanada, conforme Acórdão 1686/2013 - Plenário
IN 05/2017
ANEXO IX
DA VIGÊNCIA E DA PRORROGAÇÃO
9. A Administração deverá realizar negociação contratual para a redução
e/ou eliminação dos custos fixos ou variáveis não renováveis que já tenham
sido amortizados ou pagos no primeiro ano da contratação.
246
Erivan Pereira de Franca
247
Erivan Pereira de Franca
Relembrando:
= 312,00 x 0,4
= 124,80
Onde:
248
Erivan Pereira de Franca
= 124,80 x 0,05
= 6,24
Onde:
Relembrando:
249
Erivan Pereira de Franca
= 312,00 x 0,1
= 31,20
Onde:
= 31,20 x 0,05
= 1,56
Onde:
-------------------------
251
Erivan Pereira de Franca
252
Erivan Pereira de Franca
253
Erivan Pereira de Franca
A partir dos dados obtidos em resposta aos exercícios propostos nos tópicos:
calcule o valor dos itens que compõem o Módulo 3 (provisão para rescisão) e
preencha a planilha abaixo.
254
Erivan Pereira de Franca
255
Erivan Pereira de Franca
AUSÊNCIAS LEGAIS
Direito Trabalhista Fundamento Legal
Férias Arts. 129-153, CLT, c/c art. 7º, XVII, CF/88
Ausências legais Art. 473, CLT
Art. 473, III, CLT, c/c art. 7º, XIX e art. 10, § 1º, II, ADCT,
Licença paternidade
CF/88
Ausência por acidente do
Arts. 19-23 e 60, Lei 8.213/91, c/c art. 75, RPS
trabalho
Afastamento maternidade art. 7º, XVIII da CF/88 c/c o art. 392 e 392-A da CLT
256
Erivan Pereira de Franca
(3.900,00 / 12)
= 325,00
Onde:
A rigor, entendemos que essa rubrica não deveria ser objeto de provisão
na conta vinculada, porquanto se trata da remuneração devida ao substituto do
profissional que goza férias, paga em folha de pagamento da própria administração
da empresa contratada; vale dizer, o pagamento do substituto não é registrado na
folha de pagamento do tomador dos serviços, tampouco na GFIP.
Sob esse viés, a inclusão dessa rubrica nos depósitos a serem feitos na conta
vinculada não se justificaria. Entretanto, tanto a IN 05/2017 como a Resolução CNJ
169 mencionam apenas a rubrica “férias”, sem estabelecer a distinção,
determinando a provisão em conta vinculada do valor correspondente.
257
Erivan Pereira de Franca
[(3.900,00 / 30) x 7] / 12
= [130 x 7] / 12
= 910,00 / 12
= 75,83
Onde:
Todo trabalhador que tiver filho terá direito a afastar-se do trabalho por 5
dias, sem prejuízo da remuneração (art. 10, § 1º do ADCT, CF/88).
258
Erivan Pereira de Franca
= 54,17 x 0,02
= 1,08
Onde:
259
Erivan Pereira de Franca
[(3.900,00 / 30) x 5] / 12
= [130,00 x 5] / 12
260
Erivan Pereira de Franca
= 650,00 / 12
= 54,16
Onde:
Porém, como o modelo proposto pela IN 05/2017 não prevê essa despesa e
seu o impacto financeiro é irrelevante (pois depende da ocorrência de acidente do
trabalho que acarrete afastamento superior a 16 dias), não cotaremos o respectivo
custo em nossa planilha.
Toda empregada que tiver filho tem direito a afastar-se do trabalho por 120
dias (art. 7º, XVIII da CF/88 c/c o art. 392 da CLT), podendo a licença ser
prorrogada por mais 60 dias, no âmbito do Programa Empresa Cidadã (vide art. 1º
da Lei 11.770/2008, alterada pela Lei 13.257/2016).
261
Erivan Pereira de Franca
262
Erivan Pereira de Franca
Não é por outra razão que, atualmente, o art. 28, § 2º, da Lei 8.212/91
dispõe expressamente que o salário maternidade é considerado salário de
contribuição. Nesse contexto, a incidência de contribuição previdenciária
sobre o salário maternidade, no Regime Geral da Previdência Social,
decorre de expressa previsão legal.
[...]
Não é dado ao Poder Judiciário, a título de interpretação, atuar como
legislador positivo, a fim estabelecer política protetiva mais ampla e, desse
modo, desincumbir o empregador do ônus referente à contribuição
previdenciária incidente sobre o salário maternidade, quando não foi esta a
política legislativa.
(REsp. 1.230.957 - RS, Primeira Seção, DJe 18/3/2014)
Nesse ponto cabe uma ponderação: essa despesa não poderia ser
considerada custo indireto – despesa administrativa do contratado – e, assim, ser
inclusa no item “Custos indiretos”, componente do Módulo 6? Ou, mais
apropriadamente, não poderia ser incluída no Submódulo 4.1 - Custo de Reposição
do Profissional Ausente?
263
Erivan Pereira de Franca
= 144,43 x 0,02
= 2,89
Onde:
264
Erivan Pereira de Franca
458,96 x 0,398
= 182,67
Onde:
Nota 1: As alíneas "A" a "F" referem-se somente ao custo que será pago ao repositor pelos dias
trabalhados quando da necessidade de substituir a mão de obra alocada na prestação do
serviço.
265
Erivan Pereira de Franca
A partir dos dados obtidos em resposta aos exercícios propostos nos tópicos:
calcule o valor dos itens que compõem o Submódulo 4.1 (custo de reposição
do profissional ausente) e preencha a planilha abaixo.
Nota 1: As alíneas "A" a "F" referem-se somente ao custo que será pago ao repositor pelos dias
trabalhados quando da necessidade de substituir a mão de obra alocada na prestação do
serviço.
266
Erivan Pereira de Franca
CLT
Art. 71 – [...]
§ 4º - A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada
mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais,
implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período
suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da
remuneração da hora normal de trabalho.
267
Erivan Pereira de Franca
Assim, quando a substituição não for exigida, por óbvio essa despesa
não será cotada na planilha, nem admitida em proposta.
Que custos, então, devem compor essa despesa? Isso não foi esclarecido
pelo MPDG.
268
Erivan Pereira de Franca
(3.900,00 / 220) x 22
= 17,73 x 22
= 390,06
269
Erivan Pereira de Franca
Onde:
Nota: Quando houver a necessidade de reposição de um empregado durante sua ausência nos
casos de intervalo para repouso ou alimentação deve-se contemplar o Submódulo 2.2.
270
Erivan Pereira de Franca
A partir dos dados obtidos em resposta aos exercícios propostos nos tópicos:
Nota: Quando houver a necessidade de reposição de um empregado durante sua ausência nos
casos de intervalo para repouso ou alimentação deve-se contemplar o Submódulo 2.2.
271
Erivan Pereira de Franca
272
Erivan Pereira de Franca
6.1. UNIFORMES
(250 x 3) / 12
= 750,00 / 12
= 62,50
273
Erivan Pereira de Franca
6.2. MATERIAIS
(2.400,00 / 12)
= 200,00
274
Erivan Pereira de Franca
275
Erivan Pereira de Franca
(3.600,00 x 0,1) / 12
= 360,00 / 12
= 30,00
277
Erivan Pereira de Franca
278
Erivan Pereira de Franca
279
Erivan Pereira de Franca
Esse item é cotado mediante utilização de taxa (em termos percentuais), por
ser impossível o detalhamento dos custos indiretos.
Adotaremos, para fins de cálculo do valor mensal dos custos indiretos que a
taxa média praticada no mercado, pelas empresas prestadoras de serviço de
vigilância, é de 15%.
280
Erivan Pereira de Franca
= 8.706,78 x 0,15
= 1.306,02
281
Erivan Pereira de Franca
7.2. LUCRO
A taxa média de lucro dever ser obtida, no nosso caso, mediante pesquisa
de preços junto ao mercado de empresas prestadoras de serviço do mesmo ramo
do objeto licitado, no nosso caso, vigilância.
Esse item é cotado mediante utilização de taxa (em termos percentuais), por
ser impossível o detalhamento do lucro.
O taxa de lucro incide sobre o total das despesas com mão de obra e
insumos (somatório dos Módulos 1, 2, 3, 4 e 5), mais os custos indiretos.
IN 05/2017
ANEXO I - DEFINIÇÕES
XI - LUCRO: ganho decorrente da exploração da atividade econômica,
calculado mediante incidência percentual sobre o efetivamente executado
pela empresa, a exemplo da remuneração, benefícios mensais e diários,
encargos sociais e trabalhistas, insumos diversos e custos indiretos.
Adotaremos, para fins do cálculo do valor mensal do lucro que a taxa média
praticada no mercado, pelas empresas prestadoras de serviço mediante
terceirização, é de 10%. Faz-se o cálculo da seguinte maneira:
= 10.012,80 x 0,1
= 1.001,28
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7.3. TRIBUTOS
JURISPRUDÊNCIA DO TCU
[RELATÓRIO]
77. No regime de incidência cumulativa [vide: art. 4º, IV,Lei 9.718/98 c/c o
art. 10, II, Lei 10.833/2003], a base de cálculo é o total das receitas da
pessoa jurídica, sem deduções em relação a custos, despesas e encargos.
Nesse regime, as alíquotas da Contribuição para PIS/Pasep e da Cofins
são, respectivamente, de 0,65% e 3,00%.
78. As pessoas jurídicas de direito privado, e as que lhe são equiparadas
pela legislação do imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no lucro
presumido ou arbitrado, estão sujeitas à incidência cumulativa.
79. No regime de não-cumulatividade do PIS e COFINS, instituído pelas leis
nºs 10.637/2002 e 10.833/2003, permite-se o desconto de créditos
apurados com base em custos, despesas e encargos da pessoa jurídica.
Nesse regime, as alíquotas da contribuição para PIS/Pasep e da Cofins são,
respectivamente, de 1,65% e 7,60%.
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Os tributos federais que têm como fato gerador a receita ou faturamento pela
prestação de serviços e podem ser repassados ao contratante são:
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Fator (F)
= 1 – (X/100)
= 1 – (8,65 / 100)
= 1 – 0,0865
= 0,9135
= 11.014,08 / 0,9135
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= 12.057,01 x 0,0065
= 78,37
= 12.057,01 x 0,03
= 361,71
= 12.057,01 x 0,05
= 602,85
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- PIS = 0,65%
- COFINS = 3%
- ISS = 2%
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LEITURA COMPLEMENTAR
- Barros, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 6ª ed. São Paulo:
LTr, 2010, p. 451-458.
- Coelho Motta, Carlos Pinto. Eficácia nas licitações e contratos. 11ª ed. – Belo
Horizonte: Del Rey, 2008, p. 176-179.
- Oliveira Aristeu de. Manual de Prática Trabalhista, 43ª ed. São Paulo: Atlas,
2009, p. 43-53; 114-133; 134-149; 342-376; 481-506; 509-651.
291
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- Santos, Ulisses Otávio Elias dos. Terceirização: aspectos lícitos e ilícitos. In:
Justiça do trabalho, v. 23, n. 265, p. 58-62, jan. 2006.
- Viana, Cláudia Salles Vilela. Manual Prático das Relações Trabalhistas, 10ª
ed. São Paulo: LTr, 2009, p. 297-398; 420-464; 556-578; 661-669; 700-730; 756-
894.
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