História em Quadrinhos No Brasil: Traduzindo A História: Blucher Arts Proceedings
História em Quadrinhos No Brasil: Traduzindo A História: Blucher Arts Proceedings
História em Quadrinhos No Brasil: Traduzindo A História: Blucher Arts Proceedings
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Thaïs Flores Nogueira Diniz, Faculdade de Letras, Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG); E-mail:
<tfndiniz@gmail.com>.
Resumo
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Os quadrinhos modernos surgiram na década de 1830, com o
artista Rodolphe Töpffer. Apesar de serem mais antigos que o
cinema, ainda encontram resistência em seu reconhecimento
como arte e como objeto de estudo em universidades e centros
de pesquisa. Felizmente, essa situação tem mudado, mas,
mesmo assim, os quadrinhos ainda lutam pelo reconhecimento
cultural e acadêmico. Talvez por isso, em vários países,
recebeu nomes diferentes. Em inglês, comics; para os
franceses, bande dessinée (ou simplesmente BD); para os
italianos, fumetti; os espanhóis chamam de tebeo; os hispano-
americanos, historietas; e para os portugueses, banda
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desenhada. No Brasil, é chamado de histórias em quadrinhos,
mas o gênero ficou conhecido popularmente como gibi, que era
o título de uma famosa revista da década de 1940.
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super-heróis e os estudos sobre quadrinhos eram de
educadores que, inspirados pelo livro Seduction of the
Innocent, do psiquiatra Fredric Wertham (1954), acreditavam
que o aumento da delinquência juvenil era consequência da
influência negativa dos quadrinhos. Na Europa, em oposição
aos EUA, autores como Hergé, Hugo Pratt e Guido Crepax
tiveram um papel fundamental na manutenção dos quadrinhos
em posição de prestígio entre leitores adultos no século 20.
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pode-se dizer que o mercado editorial no país ficou dividido
entre o quadrinho de super-heróis e o infantil. Dentre este
público mais jovem, Pererê, de Ziraldo, e A turma da Mônica,
de Mauricio de Sousa, alcançaram notoriedade a partir dos
anos 1960. Este último foi menos afetado pela administração
militar e alcançou grande sucesso a partir da década de 1970.
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Fig. 1: Mauricio de Sousa em sua exposição, cercado de crianças.
Fotos: J. Freitas – ABr. Disponíveis em
http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/galeria/2003-07-31/31-de-
julho-de-2003.
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Albert Eckhout foi pintor, desenhista, artista plástico e botânico
holandês, autor de pinturas do Brasil que envolviam a
população, os indígenas e paisagens da região Nordeste do
nosso país. Os retratos de Eckhout impressionam por seu
detalhismo e pelos traços realísticos, quase mesmo
fotográficos. Não se pode esquecer porém que são
representações alegóricas da riqueza brasileira e dos povos
sob domínio da Companhia das Indias Ocidentais. As pinturas
foram feitas para a admiração de Nassau no Palácio Friburgo,
no Recife, e depois enviadas para o rei Frederick III, da
Dinamarca. Não se tratava de um conjunto de imagens
concebidas para admiração de um grande público.
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esperava os viajantes para dar-lhes prazer, deleite e riqueza: é,
na verdade, uma expressão alegórica barroca, pois mostra um
mundo exótico produzido como “registro” teatralizado do real.
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Europa, resultado de um prêmio conquistado em 1928, o levou
até Paris, onde se instalou até 1930. Aí estudou e pesquisou
arte e descobriu a pintura moderna. Casou-se com Maria
Martinelli, com quem viveu até o fim de sua vida, quando
morreu, em 1962, intoxicado pelas tintas que utilizava.
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No quadro, Portinari se volta para a questão da relação homem
versus trabalho, ressaltando a figura do lavrador e seu
instrumento de trabalho, a enxada, tendo ao fundo a plantação
do café. Há um trem num movimento horizontal, separando a
terra plantada da não plantada.
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Quando esses detalhes que compõem o quadro são
observados, começamos a entender o efeito dafigura do
lavrador que, de imediato, se destaca na paisagem. A cena que
é colocada numa colina da qual se vê uma extensa e longínqua
paisagem com uma faixa de céu ao fundo destaca a parte
superior do lavrador fazendo com que agrande plantação que
se estende para além da montanha se apresente relativamente
pequena em contraste com o tamanho do homem.
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Fig. 4: Dança do Papa-Capim, 1991. Disponível em História em
quadrões, 2002: 6.
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Fig. 5: Chico lavrador de café, 1989. Disponível em História em
quadrões, 2002: 30.
Notas finais
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constitui fato isolado ou incomum. É característica da arte
pós‐moderna, na qual os “quadrões” de Mauricio de Sousa
podem se enquadrar.
Referências
http://www.letras.ufmg.br/napg/LIVROCOLOQSEM7.doc.
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http://www.ufpe.br/nehte/simposio2008/anais/Leonardo-Mozdzenski-
e-Ana-Vaz.pdf.
http://cvc.instituto-
camoes.pt/eaar/coloquio/comunicacoes/carla_mary_oliveira.pdf.
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