Apostila Ftool Básico PDF
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Souza
Engenheiro Civil
Especialista em Estruturas
AGOSTO 2015
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Modelagem Estrutural e MEF Prof. Ronilson F. Souza
INTRODUÇÃO
ELEMENTOS FINITOS
Segundo a Wikipédia o método dos elementos finitos (MEF ou FEM em inglês) “é uma
forma de resolução numérica de um sistema de equações diferenciais parciais”. Para
nós, elementos finitos simplesmente será um método numérico para cálculo de
estruturas. Podemos utiliza-lo para simples análises estruturais até complexas análises
de transferência de calor ou mecânica de fluidos. Em particular, nosso interesse está
voltado para a solução de problemas estruturais de edifícios reticulados, como
pórticos no plano (2D) já que o FTool trabalha apenas no plano.
O Método dos Elementos Finitos - MEF surgiu em 1955, como a evolução da análise
matricial de modelos de barras, motivado pela aparição do computador. Antes a teoria
existia, porém, a solução esbarrava na complexidade de se resolver matrizes de
elevada ordem numérica. Hoje em dia qualquer celular tem capacidade de
processamento de programas de elementos finitos, o que popularizou os softwares de
análise estrutural em todo mundo. A evolução dos computadores não
necessariamente trouxe consigo a evolução dos usuários, pelo contrário, o que se vê
na prática é que cada vez mais os engenheiros “projetistas” se automatizam com
softwares que fazem quase tudo. Este é um caminho perigoso, utilizar um programa
de cálculo sem saber o que está fazendo pode levar a erros estruturais de projetos que
muitas vezes levam ao colapso da estrutura.
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A primeira coisa é criar um Grid para auxiliar na confecção dos pórticos. Por exemplo
vamos criar um Grid que divida a tela em pontos de metro em metro. Basta selecionar
o campo Grid:
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Pronto seu Ftool está pronto para trabalhar, salve o modelo com o nome que quiser.
Calculando uma viga bi-apoiada de concreto armado
Dados: fck 30MPa; Seção 20x50; Carga da laje 10kN/m; Carga da alvenaria 6kN/m
Nota: O FTool não considera o peso das estruturas, sendo assim a carga distribuída
deve levar em conta também o peso próprio da viga.
Neste caso : 0,20x0,50x25 = 2,5kN/m, então a carga WELS = 10+6+2,5 = 18,5kN/m
a) desenhando a viga:
Basta clicar na ferramenta Insert member
e sair desenhando...
como nosso Grid está formatado de metro em metro é só contar sete espaços no
Grid...
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como nosso vinculo da direita será livre na direção X, basta marcar no campo Displac
as condições:
em X "free"; em y "fix" e Rotation Z "free"
Neste caso liberamos a rotação na ligação fixamos a translação em Y e liberamos a
translação em X, criamos uma rótula com apoio móvel.
para aplicar o comando basta clicar no ponto desejado do apoio e acionar o comando
Apply suport conditions to selected nodes
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dê um nome para a seção, ex: VIGA 20X50. Na caixa de opções Section Tipe, selecione
a opção Rectangle, e clique em Done
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Selecione a viga (que mudará de cor para vermelho) e para aplicar as propriedades no
elemento basta acionar o comando Apply current section to selected members
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Da mesma forma que nos comandos anteriores o sistema abrira uma opção de criar
seu próprio material
Observe que o sistema já colocou o módulo de elasticidade pra você, porem sabemos
que este módulo não representa o valor real, pois para 30MPa o módulo secante é
26071MPa. Neste momento ainda não vamos trocar o valor do módulo, quando
formos estudar a deformação trocamos.
Aplique as propriedades do material ao elemento estrutural, utilizando o comando
Apply current material to selected members, não se esqueça de selecionar a viga antes.
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Neste momento sua viga está com o material requerido e a seção determinada no
projeto, basta agora inserir o carregamento.
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Observe que a fonte ficou muito pequena, basta aumentar a fonte com o comando
Text Display Size, opção large.
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f) Analisando resultados
como se trata de uma viga submetida a flexão simples, não há força normal,
analisaremos as cortantes os momentos e a deformação apenas.
Força cortante
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Momento fletor
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Deformação
Se nossa viga fosse de aço, não haveria problema algum, bastava clicar no comando
deformed configuration que teríamos a flecha máxima em qualquer ponto da
estrutura. Porém, sabemos que em concreto a rigidez é variável ao longo da viga e
depende de uma série de fatores ( fck, armadura, fissuração, fluência e retração, entre
outros). Como o sistema trabalha com o momento de inércia fixo, função apenas da
geometria da seção, vamos alterar o módulo de elasticidade para um valor que
multiplicado pelo momento de inércia a flexão dará uma rigidez equivalente próxima
do valor de Branson (NBR 6118/2014 item 17.3.2.1.1). Aqui para efeito de
simplificação utilizaremos 40% do módulo de elasticidade secante do concreto.
retorne à ferramenta Material parameters e altere o E do concreto de 25000MPa para
10428MPa, que representa aproximadamente 40% do módulo secante de um concreto
de 30MPa. Nota, não se esqueça de clicar em "Esc" para sair do modo de "análise dos
resultados" e voltar ao modo de "edição". Em seguida selecione a viga e aplique o
novo parâmetro. Salve o programa e "rode" utilizando o comando Deformed
Configuration
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O sistema mostrará a configuração deformada da viga, que neste caso sabemos que se
trata de uma parábola perfeita.
Observe que nesta janela você pode alterar todos os parâmetros de unidades de
medida do sistema:
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Vamos alterar apenas a unidade que nos interessa, já que as demais já estão dentro
dos parâmetros que utilizamos em sala de aula.
Entre na opção Displacement e altere de milímetros para centímetros , e na opção
Format coloque x.xx ( duas casas decimais).
Basta clicar no ponto novamente que o sistema irá alterar as unidades de medida do
resultado.
VIGA CONTINUA
Vamos alterar nossa viga para uma viga contínua, com os mesmos parâmetros e
carregamentos, porém, com mais um vão desta vez de 5m.
Alterar o vínculo, agora central, para translação em X livre e criamos um vínculo na
extremidade liberando apenas a rotação Z, carregamos a viga com a mesma carga, e
atribuímos ao novo vão os mesmos parâmetros da seção e de material. Salvamos o
programa e "rodamos".
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DMF
DFC
Deformação
Se você quiser saber as reações de apoio, basta acessar o menu Display e selecionar
Reaction Values
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PERFUMARIAS...
Você pode cotar seu modelo, utilizando a ferramenta Insert Dimension Line
AUMENTANDO A DIFICULDADE
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iii) coloque os vínculos na base de todos os pilares, estes vínculos devem impedir
a translação nas duas direções e a rotação em Z ( base engastada)
b) Criando os perfis
VIGA: Na ferramenta Section properties, crie uma nova seção, dê o nome de W200x15,
na caixa de opções selecione I-Shape ( perfil I)
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Observe que ao rotacionar o perfil a rigidez dele no plano se altera, no nosso caso
vamos manter o pilar com a maior rigidez no plano do modelo.
NOTA: Você alterou os parâmetros porém, não tem certeza que foram realmente
alterados, então, basta clicar no elemento com o botão DIREITO do mouse que o
sistema mostra a direita em uma janela as propriedades do elemento.
No caso da VIGA...
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ii) Crie uma nova força chamada CARGA P com o valor de -10kN, em Fy, já que é
gravitacional...
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Observe que a carga deve ser aplicada no meio do vão de 5m, logo a 2,5m do apoio
central. como nosso Grid e parametrizado para 1m, temos que alterar este parametro
para 0,5m..
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com o nó inserido na posição que vai entrar a carga, basta aplicar a carga com o
comando Apply nodal forces to selected nodes.
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Força Normal
Momento Fletor
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Força cortante
Deformação
ROTULANDO
Em estruturas metálicas os pórticos podem não ser rígidos, as ligações das vigas com o
pilar podem ser rotuladas. Vamos rotular estas ligações e refazer a análise dos
esforços:
Clique na ferramenta Rotation Release
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para rotular a viga menor, devemos usar o comando Articule left member ends para a
viga da esquerda do nó que inserimos para carga pontual, e Articule right member
ends para a viga a direita do nó.
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Vamos agora rotular as bases do pilar e ver a resposta que o programa nos dá...
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Alteramos todos os vínculos da base para translação impedida e rotação livre, muito
comum em bases de pilares metálicos. Salve e rode a análise.
CONTRAVENTANDO
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b) Desenhando o contraventamento em X
Então, basta aplicar a este novo perfil as propriedades da seção U4" e do aço ASTM,
em seguida rodar e verificar os esforços.
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Momento fletor
Força normal
Observe que o sistema ficou estável, os momentos continuaram os mesmos nas vigas,
porém, a carga normal se alterou e parte do carregamento foi para os
contraventamentos.
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FORÇAS LATERAIS
Neste exemplo vamos carregar um pórtico de concreto com 12m de altura, quatro
andares com cargas nodais produzidas por esforços de vento e uma carga de empuxo
de terra no subsolo.
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b) Carregue as vigas
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Observe que temos a opção de fazer a carga trapezoidal, porém, neste caso faremos
triangular com o valor máximo em Pxi (12kN/m) e zero na outra extremidade Pxj.
utilizamos o parâmetro Px porque a carga é horizontal, se fosse em uma viga seria Py.
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Todas elas na direção positiva de X, e em seguida aplicar cada uma das cargas nos nós
correspondentes.
Força Normal
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Momento Fletor
Deformação
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Uma observação importante, veja que os momentos nos pilares são muito
altos, maiores até que os momentos no meio dos vãos das vigas. Se "cobrirmos" estes
diagramas com armaduras de flexão resolvemos o problema, porém, há uma imensa
dificuldade de colocar armaduras nestas ligações, pois estes nós já são muito
carregados de armaduras. O projetista tem a possibilidade de "rotular" estas ligações
de extremidade, liberando a rotação na ligação viga-pilar. A continuaria contínua
entretanto com momento negativo somente no meio do vão. É claro que para fazer
isso deve-se verificar a estabilidade global do edifício e a deformação máxima
horizontal não pode ultrapassar os limites previstos na NBR6118/2014.
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(modelo simplificado)
PLANTA TIPO
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CORTE
Dados:
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Como apenas dois pilares receberão as cargas horizontais, a força nodal em cada andar
será a metade da força total concentrada do vento no andar.
lado maior lado menor
Andar Carga Nodal Andar Carga Nodal
4 andar 15,19kN (F4) 4 andar 11,25kN(F8)
3 andar 15,97kN(F3) 3 andar 11,97kN(F7)
2 andar 15,07kN(F2) 2 andar 11,34kN(F6)
1 andar 13,05kN(F1) 1 andar 9,54kN(F5)
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EIXO A
EIXO B
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EIXO E
EIXO F
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EIXO G
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Cálculo do z
d do Vento(cm) PELU (kN) DM
4º ANDAR 3,27 3152,45 10308,5115 kN.cm
3º ANDAR 2,7 2762,45 7458,615 kN.cm
2º ANDAR 1,8 2762,45 4972,41 kN.cm
1º ANDAR 0,71 2762,45 1961,3395 kN.cm
DMtotal 24700,876 kN.cm
z 1,37
Observe que o parâmetro z ficou acima de 1,3 valor que retorna uma estrutura de
muita deslocabilidade, faremos então o enrijecimento dos pilares de
contraventamento do pórtico BB. Utilizaremos pilares de 15 x 60.
Cálculo do z com pilares 15x60
d do Vento(cm) PELU (kN) DM
4º ANDAR 2,49 3152,45 7849,6005 kN.cm
3º ANDAR 1,96 2762,45 5414,402 kN.cm
2º ANDAR 1,23 2762,45 3397,8135 kN.cm
1º ANDAR 0,44 2762,45 1215,478 kN.cm
DMtotal 17877,294 kN.cm
z 1,24
Com o novo pilar a estrutura passou a ser de média deslocabilidade e os valores dos
esforços de 1ª ordem deverão ser ,majorados em 0,95 x 1,24 = 1,178, para levar em
consideração os esforços de 2ª ordem.
Resolvido o problema da estabilidade global basta dimensionar os pilares e as vigas da
estrutura.
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Pórtico BB
Md
Nd
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Pórtico FF
Nd
Md
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