Trocador de Calor Do Tipo Casco e Tubo Dimensionamento
Trocador de Calor Do Tipo Casco e Tubo Dimensionamento
Trocador de Calor Do Tipo Casco e Tubo Dimensionamento
AMERICANO DE
TECNOLOGIA,
INFRAESTRUTURA E
TERRITÓRIO (ILATIT)
ENGENHARIA DE ENERGIA
VICTOR OLIVEIRA
Foz do Iguaçu
2017
INSTITUTO LATINO
AMERICANO DE
TECNOLOGIA,
INFRAESTRUTURA E
TERRITÓRIO (ILATIT)
ENGENHARIA DE ENERGIA
VICTOR OLIVEIRA
Trabalho apresentado à
disciplina de fenômenos de
transporte II; como método
avaliativo presente na matriz
curricular para o semestre
2017.2.
Foz do Iguaçu
2017
RESUMO
In this present work seeks to develop a study about the mains devices of heats exchanges
available on the industry. Will be to show the mains characteristics and applications of
them. By the other way, because of the large available of geothermal energy in the most
part of the countries of Latin American, this paper will show too some concepts of the
generation of electric energy by geothermal sources as well as dimensioning of a pre-heat
device, engineering solution that is indispensable for the industry that generate electricity
by thermal source.
For the dimensioning of the pre-heat device, was adopted the model of shell and tubes
device. Was used the TEMA norms to develop of the calculus.
𝑄 Taxa de calor
𝑚 Vazão mássica
𝑃 Pressão
𝑇′ Parâmetro de temperatura
𝐴 Área estimada
𝑛 Número de tubos
𝜀 Rugosidade
𝑔 Aceleração gravitacional
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 12
1.1. Energia geotérmica ...................................................................................................... 12
1.1.1. Planta geotérmica ................................................................................................ 13
2. OBJETIVO ........................................................................................................................ 14
2.1. Objetivo Específico ..................................................................................................... 14
2.1.1. Apresentar os principais tipos de trocadores de calor disponíveis no mercado,
bem como os fenômenos envolvidos no processo de transferência. ................................... 14
3. DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE UM TROCADOR DE CALOR .................... 15
3.1. Definição ..................................................................................................................... 15
3.2. Classificação de um trocador de calor ......................................................................... 15
3.2.1. Recuperadores ou regeneradores. ........................................................................ 15
3.2.2. De acordo com o processo de transferência. ....................................................... 16
3.2.3. Tipo de Construção ............................................................................................. 16
3.2.3.1. Tubo duplo ...................................................................................................... 16
3.2.3.2. Casco e Tubo ................................................................................................... 17
3.2.3.3. Tipo Placas ...................................................................................................... 19
3.2.4. Mecanismo de troca de calor ............................................................................... 21
3.2.4.1. Condução......................................................................................................... 21
3.2.4.2. Radiação .......................................................................................................... 22
3.2.4.3. Convecção ....................................................................................................... 23
3.2.5. De acordo com o Fluxo ....................................................................................... 24
3.2.5.1. Paralelo ............................................................................................................ 24
3.2.5.2. Contracorrente ................................................................................................. 25
4. CARACTERÍSTICAS DOS TROCADORES CASCO E TUBO ................................. 25
4.1. Temperatura de operação ............................................................................................ 25
4.2. Propriedades dos Fluidos ............................................................................................ 26
4.3. Perdas de cargas admissíveis e velocidades de circulação .......................................... 26
4.4. Fatores de Incrustação ................................................................................................. 27
4.5. Componentes Mecânicos............................................................................................. 29
4.5.1. Tubos ................................................................................................................... 29
4.5.1.1. Comprimento dos tubos .................................................................................. 29
4.5.1.2. Diâmetro dos tubos.......................................................................................... 29
4.5.1.3. Disposição dos tubos ....................................................................................... 30
4.6. Casco ........................................................................................................................... 31
4.7. Bocais .......................................................................................................................... 31
4.8. Placas de impacto ........................................................................................................ 31
4.9. Chicanas ...................................................................................................................... 32
5. DIMENSIONAMENTO DO TROCADOR .................................................................... 32
5.1. Sobre o dimensionamento ........................................................................................... 32
5.2. Dados iniciais .............................................................................................................. 33
5.3. Localização dos fluidos de trabalho ............................................................................ 33
5.3.1. Nos tubos ............................................................................................................. 33
5.3.2. No casco .............................................................................................................. 33
5.4. Definições termodinâmicas ......................................................................................... 33
5.5. Balanço de calor e massa ............................................................................................ 34
5.6. Cálculo Da Temperatura Média: ................................................................................. 34
5.6.1. Média logarítmicas das temperaturas .................................................................. 35
5.6.2. Determinação do fator de correção F .................................................................. 35
5.6.3. Correção da média da temperatura ...................................................................... 35
5.7. Determinação do tipo de trocador ............................................................................... 36
5.8. Conclusão acerca do tipo de trocador.......................................................................... 36
5.9. Esboço do trocador ...................................................................................................... 37
5.10. Dimensionamento dos bocais .................................................................................. 38
5.10.1. Diâmetro mínimo dos tubos ................................................................................ 38
5.10.2. Diâmetro mínimo do casco.................................................................................. 38
5.11. Dimensionamento dos tubos ................................................................................... 38
5.11.1. Diâmetro e espessura ........................................................................................... 38
5.11.2. Comprimento ....................................................................................................... 38
5.11.3. Disposição dos tubos ........................................................................................... 39
5.12. Estimativa do coeficiente global de transferência de calor de da área de
transferência ............................................................................................................................ 39
5.12.2. Estimativa da área de troca de calor .................................................................... 39
5.13. Determinação do número de tubos .......................................................................... 40
5.14. Dimensionamento do casco ..................................................................................... 40
5.15. Dimensionamento chicanas ..................................................................................... 40
5.15.1. Espaçamento........................................................................................................ 41
5.15.2. Altura das chicanas.............................................................................................. 41
5.15.3. Posição do corte .................................................................................................. 42
6. VERIFICAÇÃO DOS CÁLCULOS DE DIMENSIONAMENTO ............................... 42
6.1. Velocidade média do fluido dentro do tubo (Vmt) ..................................................... 42
6.2. Determinação dos números adimensionais para o escoamento nos tubos................... 42
6.2.1. Regime do fluxo .................................................................................................. 42
6.2.2. Número de Prandtl para o escoamento Prtubo: .................................................. 42
6.2.3. Número de Nursel ............................................................................................... 42
6.3. Determinação do coeficiente de convecção ................................................................ 42
7. PERCA DE CARGA ......................................................................................................... 43
7.1. Perca de carga através dos bocais................................................................................ 43
7.1.1. Velocidade do fluido no bocal do tudo ............................................................... 43
7.1.2. Perca de carga no bocal do tubo .......................................................................... 43
7.1.3. Perca de carga no cabeçote.................................................................................. 43
7.1.4. Perca de carga por atrito nos tubos ...................................................................... 43
7.1.5. Perca de carga total no sistema de tubos ............................................................. 44
7.2. Perca de carga no casco ............................................................................................... 44
7.3. Determinar o valor da área (S) de troca de calor dos tubos......................................... 44
7.4. Determinar o fator de correção (Fp) para o fluxo na carcaça....................................... 44
7.5. Determinar o valor da área (Sc) ................................................................................... 44
7.6. Determinar o valor da área efetiva (Sefetiva) ................................................................. 44
7.7. Determinar a velocidade do fluido no casco (Gc) ....................................................... 45
7.8. Determinar o perfil de escoamento no casco............................................................... 45
7.9. Determinar o número de Prandtl ................................................................................. 45
7.10. Determinar o coeficiente de convecção do entre o fluido de trabalho e o caso ...... 45
7.11. Determinar a temperatura externa do casco ............................................................ 45
7.12. Determinar fator de correção isotérmico para o casco ............................................ 45
7.13. Queda de pressão no casco ...................................................................................... 46
7.14. Queda de pressão nos bocais ................................................................................... 46
7.14.1. Cálculo de velocidade dos fluidos dos bocais ..................................................... 46
7.14.2. Fator de perca nos bocais .................................................................................... 46
7.14.3. Perca de carga nos bocais .................................................................................... 47
7.15. Perca de carga total no casco ................................................................................... 47
7.16. Coeficiente global de transferência de calor ........................................................... 47
7.17. Área necessária para a troca de calor ...................................................................... 47
8. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 48
9. REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 49
ANEXO 1 ................................................................................................................................... 50
ANEXO 2 ................................................................................................................................... 51
ANEXO 3 ................................................................................................................................... 52
ANEXO 4 ................................................................................................................................... 53
12
1. INTRODUÇÃO
Segundo Ozgener et. al. (2007), com a possível escassez de combustíveis fósseis e as
preocupações crescentes sobre os problemas ambientais que os mesmos causam, o uso de
recursos energéticos renováveis tende a aumentar e diversificar. A energia geotérmica,
definida como a energia térmica proveniente do interior da Terra, pode ser capaz de
solucionar alguns desses problemas atuais de energia e do meio ambiente, se tornando
um recurso fundamental para tornar a sociedade mais sustentável (apud Arboit et. al,
2013)
O calor do núcleo altamente denso da Terra aflui por convecção térmica continuamente
para o manto e mais raramente para a crosta terrestre. Quando o manto da Terra recebe
calor suficiente, dilata e frequentemente derrete-se formando magma. O volume de
13
magma produzido é maior que o volume original da rocha por causa da sua menor
densidade. Continuamente aquecido, o magma acumula também pressão que
finalmente poderá ser descarregada, provocando erupções vulcânicas e apresentando-
se na superfície na forma que costumamos chamar de lava. Mesmo possuindo forma
líquida, o magma predominantemente permanece no próprio manto terrestre, aquecendo,
com temperaturas de até 400ºC as rochas e, não raramente, a água encontrada na
camada imediatamente envolvente, a crosta terrestre. Algumas dessas águas termais
retornam à superfície através de falhas e fraturas e alcançam a superfície como fontes
geotérmicas ou gêiseres, mas, predominantemente, permanece presa no subsolo nos
vazios e poros rochosos. Esse armazenamento natural de água quente é chamado de
reservatório geotérmico. (Rodriguez, 2014)
O Sistema em que o trocador será empregado usa água salina com altas temperaturas e
pressão para aquecer N-pentano em um pré-aquecedor e novamente em um evaporador
até atingir a condição de vapor superaquecido. Após isso, o vapor do N-pentano é
utilizado para tocar um conjunto turbina-gerador. Após sair da turbina, o vapor de n-
pentano é resfriado em um condensador até retornar ao estado líquido e depois é
novamente colocado em circulação através de uma bomba. (Sukaryadi, et. al. 2015)
2. OBJETIVO
Realizar o dimensionamento de um trocador de calor do tipo casco e tubo que irá operar
como pré-aquecedor em planta de geração elétrica geotérmica
1. Recuperadores ou regeneradores;
2. De acordo com o processo de transferência;
3. Tipo de construção;
4. Mecanismo de troca de calor
5. De acordo com o Fluxo
Segundo Gara, O trocador de calor, com transferência de calor entre dois fluidos, é
chamado de recuperador quando um fluido que entrará em um processo passa por um
trocador de calor e retira (recupera) calor de um fluido que já está saindo do processo com
temperatura superior, ou seja, estes dois fluidos trocam calor pela parede que os separam.
Nos regeneradores a mesma passagem de fluxo é alternadamente ocupada por um dos
dois fluidos. O fluido quente armazena energia térmica na matriz durante sua passagem e
quando o fluido frio passa, posteriormente, este calor é transferido da matriz para ele.
Portanto, a energia térmica não é transferida através da parede entre dois fluidos como
nos recuperadores.
16
Contato Indireto: Esse é o mais comumente empregado nas plantas industriais, uma vez
que esse possibilita a troca de calor entre dois fluidos através de uma parede; ou seja, nos
trocadores de calor em que a transferência é indireta os fluidos não se misturam.
Possibilitando assim, uma maior possibilidade de aplicação na engenharia.
Contato Direto: Por outro lado, têm-se também os trocadores de transferência direta;
nesses há taxa de transferência de calor pode ser bem superior ao anterior, contudo, há a
mistura dos fluidos no equipamento. Essa característica acaba restringindo a
aplicabilidade desse tipo de aparato.
Comumente os trocadores de calor são referenciados de acordo com sua geometria. Dessa
forma, será apresentado nessa seção as principais geometrias disponíveis no mercado e
suas caraterísticas.
Os trocadores tubulares podem ser de tubo concêntrico, ou tubo duplo, casco e tubo ou
do tipo serpentina.
Contudo, há aplicações em que trocadores tubulares não são tão indicados, como em
alguns processos na indústria farmacêutica. Dessa forma utiliza-se trocadores do tipo
placa.
Esse tipo de trocador de calor pode ser conectado em série com diversos outros,
possibilitando assim obter determinadas percas de cargas exigidas por alguns processos.
É ideal quando se trabalha com fluidos em altas pressões.
A grande desvantagem desse trocador é seu alto custo de implementação; sendo superior
aos de outros trocadores de calor. Além de exigir uma grande área de implementação
comprado a área de troca térmica. Esse fato confere aos trocadores desse tipo um alto
custo por unidade de área de troca de calor.
Esses trocadores possuem grande robustez, podendo ser empregado em situações onde há
condições extremas de temperatura e pressão. Também é uma boa solução quando se
trabalha com fluidos corrosivos. São largamente empregados no resfriamento de óleo e
pré-aquecedores em diversas usinas.
Vale lembrar que a caixa de distribuição apresentada na imagem se refere à região onde
há uma “concentração” do fluído que passará pelos tubos, é ali que esse fluido é
distribuído nos tubos. Já as chicanas exerce o papel de conduzir o fluxo do fluido que
percorre o casco além de dar suporte aos tubos.
19
Esses equipamentos ganharam espaço nos anos 30, sobretudo na indústria de fármacos e
de alimentos. Uma vez que nesse período teve-se o advento de normas de instalações
industriais que versavam acerca de higiene e limpeza nas plantas. Devido a facilidade em
20
As placas do trocador possuem orifícios nos cantos para a passagem dos fluidos e são
seladas nas extremidades por gaxetas (também chamadas de juntas) de material
elastomérico. Quando as placas são alinhadas e prensadas no pedestal, forma-se entre elas
uma série de canais paralelos de escoamento. A parte central da placa é corrugada
(ondulada) para aumentar a turbulência do escoamento dentro destes canais e também
para aumentar a resistência mecânica do pacote de placas, que pode ter de 3 a 700 placas
dependendo da capacidade do pedestal. (Gut, Jorge. et al.)
Já as desvantagens ficam por conta das limitações impostas pelo sistema, uma vez que
não se recomenda sua utilização em processos em que a pressão de operação seja superior
a 1,5Mpa além de limitações também na temperatura de operação. Não se recomenda
colocar o trocador em situações de trabalho com temperaturas superiores a 150ºC; nesses
casos há necessidade de adequação estrutural.
Outras limitações impostas pelo trocador de placas são: alta perca de carga por atrito; não
se recomenda trabalhar com fluidos com altas viscosidades ou com materiais fibrosos
além de não ser a melhor opção em processos com mudança de fase.
3.2.4.1. Condução
A transferência de calor por condução ocorre quando há fluxo de calor de uma zona de
maior temperatura para uma zona de menor temperatura através de um meio sólido,
líquido ou gasoso.
A transferência de calor por condução pode ser equacionada segundo a lei de Fourier:
(𝑑𝑇)
𝑞̇ = −𝐴𝑘 𝑑𝑋
22
3.2.4.2. Radiação
A transferência de calor por radiação ocorre quando o calor é transmitido desde um corpo
com alta temperatura para um outro de menor temperatura sem a necessidade de meio de
contato, fato é que esse fenômeno pode ser identificado inclusive em regiões de vácuo.
Ao calor transmitido desta forma dá-se o nome de calor radiante. Esta forma de energia
se assemelha fenomenologicamente à radiação da luz, diferindo-se apenas nos
comprimentos de onda. A transmissão do calor radiante ocorre na forma de quanta
(porções discretamente definidas) de energia. Para ilustrar este fenômeno, tenta-se
imaginar como a energia solar é transmitida para os demais astros (a Terra, por exemplo),
sendo que há praticamente vácuo entre eles. (Morishita, 2004)
𝑞 = 𝜎 ∗ 𝐴1 ∗ (𝑇1 − 𝑇2 )
3.2.4.3. Convecção
𝑞 = ℎ𝑐 𝐴(𝑇1 − 𝑇2 )
Nos trocadores de calor que do tipo tubos, existe duas possibilidades do arranjo do
escoamento no interior do trocador. O primeiro deles é o fluxo paralelo, no qual ambos
fluidos se movem em uma mesma direção e o contra fluxo ou contracorrente, que como
a denominação já sugere, os fluidos quente e frio seguem em direção contrária.
Logo abaixo será abordado de forma mais específica as características desses dois tipos
de fluxo.
3.2.5.1. Paralelo
Devido essas características não é possível obter uma temperatura do fluido frio maior
que a de saída do fluido quente.
3.2.5.2. Contracorrente
Quando tratamos do fluido principal, temos que tanto a temperatura de entrada quanto a
de saída é um dado de fácil obtenção através de uma análise do processo; bem como sua
vazão. Entretanto, os mesmos dados para o outro fluido não se tornam tão trivial, pois
suas características poderão depender de diversos fatores.
26
A exemplo pode-se citar o caso dos resfriadores utilizando água como fluido refrigerante,
a temperatura de entrada da água dependerá de sua disponibilidade, podendo ser
proveniente de fontes naturais, ou torres de resfriamento. Para a temperatura de saída da
água, existem certos limites ligados, por exemplo a problemas de corrosão nos materiais
utilizados nos trocadores, ou mesmo pela capacidade instalada das torres de resfriamento,
não permitindo a saída da água com temperatura elevada. (ESSEL, 2006)
Outro fator que deve ser levado em consideração no projeto do trocador de calor é o
conhecimento a respeito das características físico-químicas dos fluídos de trabalho. É de
extrema necessidade possuir dados de viscosidade, condutividade térmica, densidade e
calor específico.
Alguns desses dados são tabelados, contudo alguns deles como a viscosidade e
condutividade térmica necessitam de maior cuidado para sua obtenção, uma vez que são
mais difíceis de serem encontrados.
Se tratando de tabelas para obtenção desses dados, deve-se lembrar sempre de considerar
as temperaturas de operação, maximizando assim a robustez do dimensionamento.
-Para gases e vapores costuma-se adotar valores entre 0,15 a 0,7 bar para pressões de
operação intermediárias e altas.
27
Esses valores são tabelados segundo a norma TEMA como apresentado na tabela abaixo:
28
Fonte: ESSEL,2016
Vale salientar que se o fator de incrustação não for considerado nos cálculos do projeto,
têm-se que poderá haver um depósito grande de sedimentos indesejados no trocador,
realidade que impactará diretamente na eficiência do projeto em curto prazo.
29
4.5.1. Tubos
Os tubos são os responsáveis por conduzir uns dos fluidos em seu interior, eles são fixados
nos extremos por placas porta tubos. O fluido entra no tubo por meio de um cabeçote
estacionário.
Em princípio a área de troca de um trocador pode ser disposta de várias maneiras, por
exemplo, pode-se ter um equipamento com tubos longos e com determinado diâmetro de
casco ou com a mesma área construir outro trocador com tubos curtos, porém, com maior
número de tubos, e, portanto, maior diâmetro de caco e de tubos menores. (Araújo, 2002)
Os tubos ainda podem ser aletados ou não aletados; é notório que quando se utiliza a
primeira opção há um ganho de área, consequentemente a troca térmica será maior.
Contudo, os tubos aletados são utilizados geralmente em trocadores de calor de
recuperação de calor. Já os tubos lisos são os mais empregados nas situações de
engenharia mais comuns.
Na maior parte das situações o fator limitante do comprimento dos tubos é o espaço
disponível na planta industrial para a instalação do equipamento. Nos trocadores onde há
a possibilidade de retirada do feixe para limpeza é de extrema necessidade que haja fora
do trocador um espaço disponível, que possa comportar os feixes, para que a atividade de
limpeza seja executada.
na escolha do diâmetro dos tubos. Devido a necessidade de limpeza periódica dos tubos,
recomenda-se que o diâmetro escolhido não seja menor ao de 20mm. (Araújo, 2002)
Há quatro tipos de disposição de tubo, definidos pelo TEMA com relação a direção do
fluxo do lado do casco do trocador:
Fonte: ESSEL,2016
4.6. Casco
O casco é a estrutura mais externa do trocador, podendo ter distintas geometrias sendo
que a mais comumente utilizada é a cilíndrica.
O casco abriga os toda a estrutura interna do trocador, sendo também um meio pelo qual
um dos fluidos irá passar.
Ainda segundo Araújo, os tamanhos típicos para o diâmetro interno estão no intervalo de
8 a 60 polegadas.
4.7. Bocais
Para dimensionar os bocais, deve-se atentar para selecionar as mesmas dimensões que
foram determinadas para as tubulações. Segundo Araújo, caso não haja ainda disponível
as informações da tubulação, existem tabelas pelas quais torna-se possível determinar os
bocais relacionando-os com o diâmetro do casco. Normalmente, estão entre 2 e 10
polegadas.
O uso das placas de impacto no trocador é de uso opcional uma vez que nem sempre
haverá a presença de sedimentos no processo.
Contudo, de acordo com o TEMA, para fluidos não corrosivos, não abrasivos e sem
mudança de fase, se o fator de impacto for maior de [2.2300kg/ (m s²)] deverá fazer uso
32
das placas. Para todos os demais fluidos esse valor cai para [744kg/ (m s²)]. O fator de
impacto é o produto da densidade do fluido e da velocidade ao quadrado. (Araújo, 2002)
4.9. Chicanas
As chicanas têm por função suportar os tubos, para evirar curvaturas e possível vibração,
e direcionar o escoamento do lado do casco, melhorando a transferência de calor e
evitando regiões mortas. (Araújo, 2002)
5. DIMENSIONAMENTO DO TROCADOR
A disposição dos fluidos nos tubos e na carcaça seguiu a norma TEMA, uma vez que se
recomenda fluidos mais corrosivos nos tubos, uma vez que facilitaria a manutenção do
sistema
Alocou-se a água geotérmica no interior dos tubos uma vez que esse fluido apresenta
índices elevados de sal que pode vir a acelerar o processo de corrosão do sistema.
5.3.2. No casco
𝑘𝑐𝑎𝑙
Calor Específico ( 𝑘𝑔 º𝐶) 4,2 2,675
∆𝒂 = 𝟏𝟑𝟐 º𝑪 ∆𝒃 = 𝟏𝟕, 𝟔𝟓 º𝑪
35
𝑴𝑳𝑻𝑫 = 𝟓𝟔, 𝟖𝟑 º𝑪
R= 0,1435
P= 0,7576
𝑭 ≅ 𝟎, 𝟗𝟓
∆𝑻𝒎 = 𝟓𝟑, 𝟗𝟗 º𝑪 ≅ 𝟓𝟒 º𝑪
36
𝑻𝒑𝒓𝒊𝒎𝒂 = 𝟓𝟒, 𝟓𝟗 º𝑪
Como 𝑇𝑝𝑟𝑖𝑚𝑎 ≥ 10º𝐶; não se recomenda optar por uma estrutura de espelho fixo, pois
nesse caso seria necessária a implementação de uma junta de expansão para compensar o
efeito de contração/expansão da estrutura. Dessa forma, determina-se o tipo A e U para o
tipo de feixe frontal e posterior respectivamente.
Já sobre o tipo de casco opta-se por um de único passo, uma vez que é comumente
utilizado em soluções de engenharia e há uma maior disponibilidade no mercado. Se
demostrando assim como uma boa alternativa econômica.
Fonte: TEMA
𝑫𝒕𝒖𝒃𝒐,𝒎𝒊𝒏 = 𝟎, 𝟎𝟑𝟑𝟓𝟖 𝒎
𝑫𝒄𝒂𝒔𝒄𝒐,𝒎𝒊𝒏 = 𝟎, 𝟎𝟔𝟗𝟎𝟑 𝒎
Como indicação da norma, como o fator de incrustação do fluido que passará pelos tubos
3"
é pequeno (<0,0005mºC/W) recomenda-se escolher tubos de ∅𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 = e ∅𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 =
4
1".
5.11.2. Comprimento
Fonte: ESSEL
Para a estimativa inicial nos munimos da informação de que o n-pentano entra em estado
de ebulição a 36,1 ºC. Dessa forma entra e sai do trocador em estado gasoso.
Assim, através do manual do ESSEL, pode-se estimar o coeficiente global entre 85 <
𝑈 > 110 (𝑚2 º𝐶)/𝑊.
Estima-se então:
𝒎𝟐 º𝑪
𝑼 = 𝟏𝟎𝟎
𝑾
Como será um único trocador de calor, também deverá ser essa a área do casco.
40
3"
∅𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 = ;
4
∅𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 = 1";
𝒏 ≅ 𝟑𝟖𝟎 𝒕𝒖𝒃𝒐𝒔
Onde:
n= número de tubos
Devido ao diâmetro dos tubos e sua quantidade; determinamos o diâmetro do casco como
sendo:
∅𝒄𝒂𝒔𝒄𝒐 = 𝟎, 𝟓𝟗𝟏𝒎
Seguindo a norma TEMA, para o presente projeto se optou por chicanas do tipo
segmental.
41
Fonte: ESSEL
5.15.1. Espaçamento
1
𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = ∅𝒄𝒂𝒔𝒄𝒐 ∗ ( ) ≅ 0,12𝑚
5
2,5𝑚
𝑛𝑐ℎ𝑖𝑐𝑎𝑛𝑎𝑠 = = 𝟐𝟏 𝒄𝒉𝒊𝒄𝒂𝒏𝒂𝒔
0,12𝑚
𝑯𝒄𝒉𝒊𝒄𝒂𝒏𝒂𝒔 = 𝟎, 𝟒𝟒𝒎
42
Segundo a norma TEMA, o corte horizontal deve ser utilizado quando se tem variações
de temperatura e saída de até 95~100ºC. Dessa forma, a forma de corte escolhida para o
presente projeto foi horizontal.
𝐕𝐦𝐭 = 𝟗, 𝟒𝟕 𝐦/𝐬
𝐑𝐞𝐭𝐮𝐛𝐨 = 𝟒𝟐𝟓𝟔𝟏𝟏
𝐏𝐫𝐭𝐮𝐛𝐨 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟔𝟑𝟔
𝐍𝐮𝐭 = 𝟗𝟔, 𝟗
𝐖
𝐡 = 𝟑𝟓𝟔𝟏 [ ]
𝐦𝟐∗𝐊
7. PERCA DE CARGA
Deve-se tomar mão do diagrama de moody (anexo 3) para determinar o fato de atrito Fd.
Toma-se:
Rugosidade= 0,0034
fd= 0,06
Re= 425611
44
𝐒 = 𝟕𝟓, 𝟒𝟐 [𝐦𝟐 ]
𝐅𝐩 = 𝟏, 𝟐𝟒𝟒
𝑺𝒄 = 𝟎, 𝟎𝟔𝟓𝟕𝟖 [𝒎𝟐 ]
𝐦
𝐆𝐜 = 𝐕𝐭 = 𝟐𝟖, 𝟕𝟔 [ ]
𝐬
𝑹𝒆𝒄 = 𝟕, 𝟐𝟖 ∗ 𝟏𝟎𝟑
𝐏𝐫𝐜 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟒𝟗𝟎𝟖
𝑾
𝒉𝒄𝒊 = 𝟐𝟔𝟒, 𝟕 [ ]
𝒎𝟐∗ º𝑪
∝= 1
46
𝒎
𝑽𝒃𝒄 = 𝟓, 𝟒𝟓𝟒 [ ]
𝒔
𝒁 = 𝟐, 𝟗
47
𝑾
𝑼𝒇 = 𝟗𝟖, 𝟏𝟓 [ ]
𝒎𝟐 − 𝑪
𝑨𝒇 = 𝟕𝟔, 𝟕𝟕 [𝒎𝟐 ]
A área necessária é 76,77m², contudo esse valor deve estar no intervalo de no máximo
5% de erro em relação a área de troca de calor estimada no início do dimensionamento.
A área prevista inicialmente foi de 75,35m².
Podemos concluir então que o desvio da área solicitada com a da área proposta é menos
de 2%. Portando, os parâmetros utilizados no dimensionamento suprem aquilo que é
solicitado pela norma.
48
8. CONCLUSÃO
Os cálculos foram realizados baseando nas normativas TEMA, uma vez que é o órgão
internacional que reguem as características gerais desse tipo de equipamento.
CARACTERÍSTICAS DO PRÉ-AQUECEDOR
Trocador de calor do tipo Casco e Tubos
Número de tubos 380
Comprimento dos tubos 2,5 [m]
Diâmtro dos tudos (externo) 0,0254 [m]
Disposição dos tubos Triangular 90º
Espessura dos tubos 0,00635 [m]
Número de cascos 1
Diâmetro do casco (interno) 0,06903 [m]
Número de chicanas 21
Espaçamento entre chicanas 0,12 [m]
Tipo de cabeçote frontal Cabeçote e tampas removíveis (A)
Tipo de casco Casco de um passe (E)
Tipo de cabeçote posterior Feixe tubular tipo U (U)
Tipo do trocador segundo TEMA AEU
49
9. REFERÊNCIAS
GUT, Jorge et al. Conhecendo os Trocadores de Calor a Placas. Dep. de Eng. Química
- Universidade de São Paulo.
ÇENGEL, Y.A. Transferência de Calor e Massa: Uma Abordagem Prática. 3ª
Edição, Editora McGrawHill, 2009.
50
ANEXO 1
Planta baixa do sistema de geração geotérmico. (Sukaryadi, et. al. 2015)
51
ANEXO 2
Diagrama para encontrar o fator de atrito f.
ANEXO 3
Diagrama de Moody.
ANEXO 4
Algoritmo de cálculo (EES).