Trocador de Calor Do Tipo Casco e Tubo Dimensionamento

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INSTITUTO LATINO

AMERICANO DE
TECNOLOGIA,
INFRAESTRUTURA E
TERRITÓRIO (ILATIT)

ENGENHARIA DE ENERGIA

TROCADOR DE CALOR TIPO CASCO E TUBO


ESTUDO E DIMENSIONAMENTO

VICTOR OLIVEIRA

Foz do Iguaçu
2017
INSTITUTO LATINO
AMERICANO DE
TECNOLOGIA,
INFRAESTRUTURA E
TERRITÓRIO (ILATIT)

ENGENHARIA DE ENERGIA

VICTOR OLIVEIRA

TROCADOR DE CALOR TIPO CASCO E TUBO


ESTUDO E DIMENSIONAMENTO

Trabalho apresentado à
disciplina de fenômenos de
transporte II; como método
avaliativo presente na matriz
curricular para o semestre
2017.2.

Professor: Alexandre Alves

Foz do Iguaçu
2017
RESUMO

No presente trabalho busca-se desenvolver um estudo acerca dos principais trocadores de


calor disponíveis no mercado. Será abordado suas principais características e aplicações.
Junto a isso, visto a grande disponibilidade de energia geotérmica em grande parte dos
países da américa latina, este trabalho irá apresentar alguns conceitos da geração de
energia elétrica advinda de fontes geotérmicas; bem como o dimensionamento de um pré-
aquecedor, equipamento de engenharia indispensável para indústria de geração de energia
elétrica advinda de fontes termais.

Para o dimensionamento do pré-aquecedor, adotou-se o trocador de calor tipo casco e


tubo. Dessa forma, utilizou-se das normas TEMA para o memorial de cálculo.

Palavras-chaves: trocador de calor, pré-aquecedor, geração energia, casco e tubo;


ABSTRACT

In this present work seeks to develop a study about the mains devices of heats exchanges
available on the industry. Will be to show the mains characteristics and applications of
them. By the other way, because of the large available of geothermal energy in the most
part of the countries of Latin American, this paper will show too some concepts of the
generation of electric energy by geothermal sources as well as dimensioning of a pre-heat
device, engineering solution that is indispensable for the industry that generate electricity
by thermal source.

For the dimensioning of the pre-heat device, was adopted the model of shell and tubes
device. Was used the TEMA norms to develop of the calculus.

Keywords: heat exchange, pre-heat, generation of energy, shell and tubes.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Trocador de calor do tipo tubo duplo........................................................................... 17


Figura 2: Imagem esquemática trocador de calor casco e tubo ................................................... 19
Figura 3:Trocador de calor do tipo placas ................................................................................... 19
Figura 4: Representação esquemática trocador de calor do tipo placas ..................................... 20
Figura 5: Condução de calor através de um corpo genérico ....................................................... 21
Figura 6: Mecanismo de convecção sob uma superfície plana ................................................... 23
Figura 7:Distribuição de temperaturas no trocador de calor no fluxo paralelo ......................... 24
Figura 8:Distribuição de temperaturas no trocador de calor no contra corrente ......................... 25
Figura 9: Opções de disposição dos tubos .................................................................................. 30
Figura 10: Componetes do trocador casco e tubo segundo TEMA ............................................. 37
Figura 11: Perfil trocador do tipo AEU ....................................................................................... 37
Figura 12: Disposição dos tubos no trocador .............................................................................. 39
Figura 13: Chicanas de corte horizontal ...................................................................................... 41
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Resistências de depósito para água (fator de incrustação) .......................................... 28


Tabela 2: Escolha de disposição dos tubos ................................................................................. 30
Tabela 3: Dados iniciais do projeto ............................................................................................. 33
Tabela 4: Dados termodinâmicos dos fluidos ............................................................................. 34
Tabela 5: Características gerais do trocador de calor .................................................................. 48
LISTA DE SÍMBOLOS

𝑄 Taxa de calor

𝑚 Vazão mássica

𝑃 Pressão

∆𝑇𝑎 Variação de temperatura de entrada

∆𝑇𝑏 Variação de temperatura de saída

𝑀𝐷𝐿𝑇 Media locarítimica de diferença de temperatura

𝑃 Parámetro de fator de correção de temperatura

𝑅 Parâmetro de fator de correção de temperatura

𝐹 Fator de correção de temperatura

∆𝑇𝑚 Temperatura corrigida

∆𝑃𝑏𝑡𝑢𝑏𝑜 Perca de carga no cabeçote

∆𝑃𝑏𝑐𝑎𝑏 Perca de carga no bocal

∆𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙𝑡𝑢𝑏𝑜𝑠 Perca total de carga nos tubos

𝑇′ Parâmetro de temperatura

𝐷𝑡 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜 Diâmetro mínimo dos tubos

𝐷𝑐 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜 Diâmetro mínimo do casco

𝐴 Área estimada

𝑈 Coeficiente global de transferência de calor

𝐴′ Área de troca de calor no lado do casco

𝑛 Número de tubos

𝑉𝑡𝑢𝑏𝑜 Velocidade do fluido no tubo


𝑉𝑐𝑎𝑠𝑐𝑜 Velocidade do fluido no casco

𝑅𝑒 𝑡𝑢𝑏𝑜 Número de Reynolds do escoamento no tubo

𝑅𝑒 𝑐𝑎𝑠𝑐𝑜 Número de Reynolds do escoamento no casco

𝑉𝑏𝑡 Velocidade do fluido no bocal do tubo

de Diâmetro externo dos tubos

di Diâmetro interno dos tubos

𝑒 Espessura dos tubos

𝐿 Comprimento dos tubos

𝑉𝑚𝑡 Velocidade média do fluido escoando dentro dos tubos

𝑃𝑟𝑡𝑢𝑏𝑜 Número de Prandtl no tubo

𝑁𝑢𝑡 Número de Nurseu no tubo

𝜀 Rugosidade

𝐹𝑝 Fator corretivo para o fluxo no casco

𝑔 Aceleração gravitacional
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 12
1.1. Energia geotérmica ...................................................................................................... 12
1.1.1. Planta geotérmica ................................................................................................ 13
2. OBJETIVO ........................................................................................................................ 14
2.1. Objetivo Específico ..................................................................................................... 14
2.1.1. Apresentar os principais tipos de trocadores de calor disponíveis no mercado,
bem como os fenômenos envolvidos no processo de transferência. ................................... 14
3. DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE UM TROCADOR DE CALOR .................... 15
3.1. Definição ..................................................................................................................... 15
3.2. Classificação de um trocador de calor ......................................................................... 15
3.2.1. Recuperadores ou regeneradores. ........................................................................ 15
3.2.2. De acordo com o processo de transferência. ....................................................... 16
3.2.3. Tipo de Construção ............................................................................................. 16
3.2.3.1. Tubo duplo ...................................................................................................... 16
3.2.3.2. Casco e Tubo ................................................................................................... 17
3.2.3.3. Tipo Placas ...................................................................................................... 19
3.2.4. Mecanismo de troca de calor ............................................................................... 21
3.2.4.1. Condução......................................................................................................... 21
3.2.4.2. Radiação .......................................................................................................... 22
3.2.4.3. Convecção ....................................................................................................... 23
3.2.5. De acordo com o Fluxo ....................................................................................... 24
3.2.5.1. Paralelo ............................................................................................................ 24
3.2.5.2. Contracorrente ................................................................................................. 25
4. CARACTERÍSTICAS DOS TROCADORES CASCO E TUBO ................................. 25
4.1. Temperatura de operação ............................................................................................ 25
4.2. Propriedades dos Fluidos ............................................................................................ 26
4.3. Perdas de cargas admissíveis e velocidades de circulação .......................................... 26
4.4. Fatores de Incrustação ................................................................................................. 27
4.5. Componentes Mecânicos............................................................................................. 29
4.5.1. Tubos ................................................................................................................... 29
4.5.1.1. Comprimento dos tubos .................................................................................. 29
4.5.1.2. Diâmetro dos tubos.......................................................................................... 29
4.5.1.3. Disposição dos tubos ....................................................................................... 30
4.6. Casco ........................................................................................................................... 31
4.7. Bocais .......................................................................................................................... 31
4.8. Placas de impacto ........................................................................................................ 31
4.9. Chicanas ...................................................................................................................... 32
5. DIMENSIONAMENTO DO TROCADOR .................................................................... 32
5.1. Sobre o dimensionamento ........................................................................................... 32
5.2. Dados iniciais .............................................................................................................. 33
5.3. Localização dos fluidos de trabalho ............................................................................ 33
5.3.1. Nos tubos ............................................................................................................. 33
5.3.2. No casco .............................................................................................................. 33
5.4. Definições termodinâmicas ......................................................................................... 33
5.5. Balanço de calor e massa ............................................................................................ 34
5.6. Cálculo Da Temperatura Média: ................................................................................. 34
5.6.1. Média logarítmicas das temperaturas .................................................................. 35
5.6.2. Determinação do fator de correção F .................................................................. 35
5.6.3. Correção da média da temperatura ...................................................................... 35
5.7. Determinação do tipo de trocador ............................................................................... 36
5.8. Conclusão acerca do tipo de trocador.......................................................................... 36
5.9. Esboço do trocador ...................................................................................................... 37
5.10. Dimensionamento dos bocais .................................................................................. 38
5.10.1. Diâmetro mínimo dos tubos ................................................................................ 38
5.10.2. Diâmetro mínimo do casco.................................................................................. 38
5.11. Dimensionamento dos tubos ................................................................................... 38
5.11.1. Diâmetro e espessura ........................................................................................... 38
5.11.2. Comprimento ....................................................................................................... 38
5.11.3. Disposição dos tubos ........................................................................................... 39
5.12. Estimativa do coeficiente global de transferência de calor de da área de
transferência ............................................................................................................................ 39
5.12.2. Estimativa da área de troca de calor .................................................................... 39
5.13. Determinação do número de tubos .......................................................................... 40
5.14. Dimensionamento do casco ..................................................................................... 40
5.15. Dimensionamento chicanas ..................................................................................... 40
5.15.1. Espaçamento........................................................................................................ 41
5.15.2. Altura das chicanas.............................................................................................. 41
5.15.3. Posição do corte .................................................................................................. 42
6. VERIFICAÇÃO DOS CÁLCULOS DE DIMENSIONAMENTO ............................... 42
6.1. Velocidade média do fluido dentro do tubo (Vmt) ..................................................... 42
6.2. Determinação dos números adimensionais para o escoamento nos tubos................... 42
6.2.1. Regime do fluxo .................................................................................................. 42
6.2.2. Número de Prandtl para o escoamento Prtubo: .................................................. 42
6.2.3. Número de Nursel ............................................................................................... 42
6.3. Determinação do coeficiente de convecção ................................................................ 42
7. PERCA DE CARGA ......................................................................................................... 43
7.1. Perca de carga através dos bocais................................................................................ 43
7.1.1. Velocidade do fluido no bocal do tudo ............................................................... 43
7.1.2. Perca de carga no bocal do tubo .......................................................................... 43
7.1.3. Perca de carga no cabeçote.................................................................................. 43
7.1.4. Perca de carga por atrito nos tubos ...................................................................... 43
7.1.5. Perca de carga total no sistema de tubos ............................................................. 44
7.2. Perca de carga no casco ............................................................................................... 44
7.3. Determinar o valor da área (S) de troca de calor dos tubos......................................... 44
7.4. Determinar o fator de correção (Fp) para o fluxo na carcaça....................................... 44
7.5. Determinar o valor da área (Sc) ................................................................................... 44
7.6. Determinar o valor da área efetiva (Sefetiva) ................................................................. 44
7.7. Determinar a velocidade do fluido no casco (Gc) ....................................................... 45
7.8. Determinar o perfil de escoamento no casco............................................................... 45
7.9. Determinar o número de Prandtl ................................................................................. 45
7.10. Determinar o coeficiente de convecção do entre o fluido de trabalho e o caso ...... 45
7.11. Determinar a temperatura externa do casco ............................................................ 45
7.12. Determinar fator de correção isotérmico para o casco ............................................ 45
7.13. Queda de pressão no casco ...................................................................................... 46
7.14. Queda de pressão nos bocais ................................................................................... 46
7.14.1. Cálculo de velocidade dos fluidos dos bocais ..................................................... 46
7.14.2. Fator de perca nos bocais .................................................................................... 46
7.14.3. Perca de carga nos bocais .................................................................................... 47
7.15. Perca de carga total no casco ................................................................................... 47
7.16. Coeficiente global de transferência de calor ........................................................... 47
7.17. Área necessária para a troca de calor ...................................................................... 47
8. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 48
9. REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 49
ANEXO 1 ................................................................................................................................... 50
ANEXO 2 ................................................................................................................................... 51
ANEXO 3 ................................................................................................................................... 52
ANEXO 4 ................................................................................................................................... 53
12

1. INTRODUÇÃO

Os trocadores de calor são essenciais em inúmeras aplicações residenciais, comerciais e,


mais frequentemente, em indústrias de processo contínuo para aquecer, resfriar, vaporizar
ou condensar fluidos. Com base nas aplicações particulares, o tipo de trocador, sua
capacidade térmica e condições operacionais são os principais fatores determinantes no
projeto. O sistema de controle aplicado aos trocadores de calor, embora em muitos casos
seja desprezado, é tão importante quanto o rendimento do mesmo, contribuindo também
para a economia de energia em um cenário industrial tão exigente e competitivo, no qual
a otimização de custos, qualidade do produto e produtividade são fatores de sucesso ou
fracasso da empresa. (Galli, 2002)

Dentre os vários tipos de trocadores de calor empregados em processos industriais,


o mais usado é o tipo casco e tubos. Este trocador consiste, resumidamente, de um casco
cilíndrico que contém tubos em seu interior. Um dos fluidos de trabalho escoa pelo
casco e o outro fluido, pelos tubos do feixe. A troca térmica é realizada através
das paredes dos tubos. Os componentes principais deste equipamento são o casco, o
feixe de tubos e os cabeçotes de entrada e retorno. (Souza, 2012)

No presente trabalho empenha-se em dimensionar um trocador de calor utilizado em uma


central geotérmica binária. O equipamento aqui dimensionado será empregado como um
pré-aquecedor do fluido de trabalho.

1.1. Energia geotérmica

Segundo Ozgener et. al. (2007), com a possível escassez de combustíveis fósseis e as
preocupações crescentes sobre os problemas ambientais que os mesmos causam, o uso de
recursos energéticos renováveis tende a aumentar e diversificar. A energia geotérmica,
definida como a energia térmica proveniente do interior da Terra, pode ser capaz de
solucionar alguns desses problemas atuais de energia e do meio ambiente, se tornando
um recurso fundamental para tornar a sociedade mais sustentável (apud Arboit et. al,
2013)

O calor do núcleo altamente denso da Terra aflui por convecção térmica continuamente
para o manto e mais raramente para a crosta terrestre. Quando o manto da Terra recebe
calor suficiente, dilata e frequentemente derrete-se formando magma. O volume de
13

magma produzido é maior que o volume original da rocha por causa da sua menor
densidade. Continuamente aquecido, o magma acumula também pressão que
finalmente poderá ser descarregada, provocando erupções vulcânicas e apresentando-
se na superfície na forma que costumamos chamar de lava. Mesmo possuindo forma
líquida, o magma predominantemente permanece no próprio manto terrestre, aquecendo,
com temperaturas de até 400ºC as rochas e, não raramente, a água encontrada na
camada imediatamente envolvente, a crosta terrestre. Algumas dessas águas termais
retornam à superfície através de falhas e fraturas e alcançam a superfície como fontes
geotérmicas ou gêiseres, mas, predominantemente, permanece presa no subsolo nos
vazios e poros rochosos. Esse armazenamento natural de água quente é chamado de
reservatório geotérmico. (Rodriguez, 2014)

1.1.1. Planta geotérmica

O Sistema em que o trocador será empregado usa água salina com altas temperaturas e
pressão para aquecer N-pentano em um pré-aquecedor e novamente em um evaporador
até atingir a condição de vapor superaquecido. Após isso, o vapor do N-pentano é
utilizado para tocar um conjunto turbina-gerador. Após sair da turbina, o vapor de n-
pentano é resfriado em um condensador até retornar ao estado líquido e depois é
novamente colocado em circulação através de uma bomba. (Sukaryadi, et. al. 2015)

A planta baixa do sistema é apresentada no anexo 1.


14

2. OBJETIVO

Realizar o dimensionamento de um trocador de calor do tipo casco e tubo que irá operar
como pré-aquecedor em planta de geração elétrica geotérmica

2.1. Objetivo Específico


2.1.1. Apresentar os principais tipos de trocadores de calor disponíveis no mercado, bem
como os fenômenos envolvidos no processo de transferência.
15

3. DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DE UM TROCADOR DE CALOR


3.1. Definição

Os trocadores de calor são equipamentos ou dispositivos que facilitam a troca de calor


entre dois ou mais fluidos que se encontram em temperaturas diferentes. Os trocadores
de calor podem ser usados em uma variedade de aplicações, como por exemplo em
aquecedores de ar, em sistemas de ar-condicionado, em industrias alimentícias, industrias
químicas, em processos de aciaria e em produção de potencia em usinas. (Guara, 2012)

Há uma infinidade de trocadores de calor disponíveis no mercado. Dessa forma, cabe ao


profissional projetista a tarefa de escolher e apontar qual equipamento deve ser utilizado
para sanar determinadas demandas dentro dos processos industriais.

3.2. Classificação de um trocador de calor

Dado a larga possibilidade de aplicação, os trocadores de calor podem ser classificados


de acordo com as seguintes características:

1. Recuperadores ou regeneradores;
2. De acordo com o processo de transferência;
3. Tipo de construção;
4. Mecanismo de troca de calor
5. De acordo com o Fluxo

3.2.1. Recuperadores ou regeneradores.

Segundo Gara, O trocador de calor, com transferência de calor entre dois fluidos, é
chamado de recuperador quando um fluido que entrará em um processo passa por um
trocador de calor e retira (recupera) calor de um fluido que já está saindo do processo com
temperatura superior, ou seja, estes dois fluidos trocam calor pela parede que os separam.
Nos regeneradores a mesma passagem de fluxo é alternadamente ocupada por um dos
dois fluidos. O fluido quente armazena energia térmica na matriz durante sua passagem e
quando o fluido frio passa, posteriormente, este calor é transferido da matriz para ele.
Portanto, a energia térmica não é transferida através da parede entre dois fluidos como
nos recuperadores.
16

3.2.2. De acordo com o processo de transferência.

Há uma distinção entre os trocadores de acordo com o processo de transferência, podendo


ser ele direto ou indireto.

Contato Indireto: Esse é o mais comumente empregado nas plantas industriais, uma vez
que esse possibilita a troca de calor entre dois fluidos através de uma parede; ou seja, nos
trocadores de calor em que a transferência é indireta os fluidos não se misturam.
Possibilitando assim, uma maior possibilidade de aplicação na engenharia.

Contato Direto: Por outro lado, têm-se também os trocadores de transferência direta;
nesses há taxa de transferência de calor pode ser bem superior ao anterior, contudo, há a
mistura dos fluidos no equipamento. Essa característica acaba restringindo a
aplicabilidade desse tipo de aparato.

3.2.3. Tipo de Construção

Comumente os trocadores de calor são referenciados de acordo com sua geometria. Dessa
forma, será apresentado nessa seção as principais geometrias disponíveis no mercado e
suas caraterísticas.

Os trocadores mais empregados na engenheira são os tubulares. A característica geral


desses equipamentos é a presença de tubos circulares, por onde percorre um fluido no seu
interior e um outro no exterior; sendo eles em diferentes temperaturas. Possibilitando
assim a troca de calor.

Os trocadores tubulares podem ser de tubo concêntrico, ou tubo duplo, casco e tubo ou
do tipo serpentina.

Contudo, há aplicações em que trocadores tubulares não são tão indicados, como em
alguns processos na indústria farmacêutica. Dessa forma utiliza-se trocadores do tipo
placa.

3.2.3.1. Tubo duplo

Os trocadores de tubo duplo consistem na presença de dois tubos concêntricos; onde um


fluido percorre por dentro do tubo de menor raio e o outro fluído no espaço externo entre
os dois tubos. Uma ilustração pode ser visualizada na imagem abaixo.
17

Figura 1: Trocador de calor do tipo tubo duplo

Fonte: Newton-Rafo, 2012.

Esse tipo de trocador de calor pode ser conectado em série com diversos outros,
possibilitando assim obter determinadas percas de cargas exigidas por alguns processos.
É ideal quando se trabalha com fluidos em altas pressões.

Entre as principais vantagens dessa implementação são: facilidade de construção e


montagem, facilidade de manutenção e pode-se ter fácil acesso para limpeza em ambos
lados de escoamento, dependendo das conexões das extremidades.

Para maximizar a troca de calor no equipamento, há a possibilidade de implementar aletas


nos tubos.

A grande desvantagem desse trocador é seu alto custo de implementação; sendo superior
aos de outros trocadores de calor. Além de exigir uma grande área de implementação
comprado a área de troca térmica. Esse fato confere aos trocadores desse tipo um alto
custo por unidade de área de troca de calor.

3.2.3.2. Casco e Tubo

O trocador de calor casco e tudo é o mais comumente empregado na indústria química


em razão de sua ampla faixa de uso. Pode ser projetado para qualquer aplicação. Pode ser
utilizado para amplas faixas de vazão, temperatura e pressão. Normalmente, é o único
tipo que pode ser aplicado a processos que necessitam de grandes áreas de troca de calor
(acima de 5.000m²), pressões acima de 30 bar e temperaturas superiores a 260ºC. Pode
ser construído com distintos materiais, possibilitando assim a operação com fluidos
corrosivos. Pode operar com líquidos, gases ou vapores, como condensador ou
vaporizador. (Araújo, 2002)
18

Esses equipamentos são compostos por um casco cilíndrico, contendo um conjunto de


tubos, colocados paralelamente ao eixo longitudinal do casco.

Os tubos são presos, em suas extremidades a placas perfuradas denominadas espelhos e


a cada furo corresponde a um tubo do feixe. Os espelhos são presos de alguma forma ao
casco. Os tubos que compõe o feixe atravessam várias placas perfuradas, as chicanas, que
servem para direcionar o fluido que escoa por fora dos tubos e também para suportar os
tubos. No trocador um dos fluidos escoará pelo interior dos tubos e outro por fora dos
tubos. (Gessi, 2011)

Esses trocadores possuem grande robustez, podendo ser empregado em situações onde há
condições extremas de temperatura e pressão. Também é uma boa solução quando se
trabalha com fluidos corrosivos. São largamente empregados no resfriamento de óleo e
pré-aquecedores em diversas usinas.

De acordo com as classificações dos autores Yunus A. Çengel e Afshin J. Ghajar, os


trocadores de calor casco e tubo são classificados, de acordo com o número de passes
envolvidos no casco e nos tubos. Trocadores de calor nos quais todos os tubos fazem
meia-volta no casco, por exemplo, são chamados trocadores de calor de um passe no
casco e dois passes nos tubos. Do mesmo modo, um trocador de calor que envolve dois
passes no casco e quatro passes nos tubos é chamado trocador de calor de dois passes no
casco e quatro passes nos tubos.

Na figura abaixo pode-se verificar como se dá o esquema de funcionamento de um


trocador do tipo casco e tubos. Está ilustrado a entrada e saída do casco, por onde deve
circular o fluido que percorrerá pelo casco; a entrada e saída de tubos, locais por onde
circulam o fluido que passará por dentro dos tubos.

Vale lembrar que a caixa de distribuição apresentada na imagem se refere à região onde
há uma “concentração” do fluído que passará pelos tubos, é ali que esse fluido é
distribuído nos tubos. Já as chicanas exerce o papel de conduzir o fluxo do fluido que
percorre o casco além de dar suporte aos tubos.
19

Figura 2: Imagem esquemática trocador de calor casco e tubo

Fonte: Araújo, 2002.

3.2.3.3. Tipo Placas

Os trocadores de calor do tipo placas garantem ao processo uma grande capacidade de


intercâmbio de calor em um espaço físico reduzido, uma vez que os fluidos escoam por
estreitos canais e realizam a troca através de finas placas metálicas. Essa característica
possibilita o trabalho com pequenas vazões e grandes gradientes de temperatura.

Figura 3:Trocador de calor do tipo placas

Disponível em: http://www.dantherm.com.br/prod_trocador_placas.htm

Esses equipamentos ganharam espaço nos anos 30, sobretudo na indústria de fármacos e
de alimentos. Uma vez que nesse período teve-se o advento de normas de instalações
industriais que versavam acerca de higiene e limpeza nas plantas. Devido a facilidade em
20

desmontar os trocadores placas, eles acabaram conquistando mercado e se submetendo a


constantes avanços tecnológicos desde então.

Quando se trata de trocadores do tipo placas, há diversas subcategorias, contudo, nesse


trabalho objetiva-se apenas apresentar as características gerais desse tipo de trocador.

Como pode-se observar na figura abaixo, os trocadores de placas são construídos


basicamente por diversas placas finas metálicas prensadas e agrupadas em um pedestal.
O pedestal possui uma placa fixa, uma placa de aperto móvel, barramentos inferiores,
superiores e parafusos de aperto. As placas fixa e de aperto possuem bocais para a
conexão das tubulações.

Figura 4: Representação esquemática trocador de calor do tipo placas

Fonte: Gut, Jorge. et al.

As placas do trocador possuem orifícios nos cantos para a passagem dos fluidos e são
seladas nas extremidades por gaxetas (também chamadas de juntas) de material
elastomérico. Quando as placas são alinhadas e prensadas no pedestal, forma-se entre elas
uma série de canais paralelos de escoamento. A parte central da placa é corrugada
(ondulada) para aumentar a turbulência do escoamento dentro destes canais e também
para aumentar a resistência mecânica do pacote de placas, que pode ter de 3 a 700 placas
dependendo da capacidade do pedestal. (Gut, Jorge. et al.)

Como já citado, entre os maiores benefícios desse equipamento está a facilidade de


limpeza e higienização. Contudo, ele também é indicado pela flexibilidade, podendo ser
incrementada a área de troca de calor adicionando mais placas; também possui bons
índices econômico, uma vez que devido ao seu tamanho reduzido é possível utilizar
materiais mais nobres em sua construção, fato que não se consegue em trocadores maiores
como os casco e tubos e tubos duplos.
21

Já as desvantagens ficam por conta das limitações impostas pelo sistema, uma vez que
não se recomenda sua utilização em processos em que a pressão de operação seja superior
a 1,5Mpa além de limitações também na temperatura de operação. Não se recomenda
colocar o trocador em situações de trabalho com temperaturas superiores a 150ºC; nesses
casos há necessidade de adequação estrutural.

Outras limitações impostas pelo trocador de placas são: alta perca de carga por atrito; não
se recomenda trabalhar com fluidos com altas viscosidades ou com materiais fibrosos
além de não ser a melhor opção em processos com mudança de fase.

3.2.4. Mecanismo de troca de calor

Na presença de um gradiente de temperatura no interior do trocador de calor ou quando


há contato de dois sistemas com temperaturas diferentes há um processo de transferência
de energia. O fenômeno através do qual a energia é transferida é conhecido como
transferência de calor e pode-se se dá de três formas: condução, convecção e radiação.

3.2.4.1. Condução

A transferência de calor por condução ocorre quando há fluxo de calor de uma zona de
maior temperatura para uma zona de menor temperatura através de um meio sólido,
líquido ou gasoso.

Figura 5: Condução de calor através de um corpo genérico

Disponível em: https://fenomenosdetransporte2unisul.wordpress.com/2013/06/17/lei-de-fourier-3/

A transferência de calor por condução pode ser equacionada segundo a lei de Fourier:

(𝑑𝑇)
𝑞̇ = −𝐴𝑘 𝑑𝑋
22

Na formulação acima, 𝑞̇ representa a taxa de calor que percorre o meio, k a condutividade


térmica do material, A representa a área da seção através da qual o calor flui por condução
(medida perpendicularmente à direção do fluxo), e dT/dx representa o gradiente de
temperatura na seção. Nesta formulação, toma-se como convenção a direção de aumento
na coordenada x como fluxo positivo de calor. Sabendo-se que, pela segunda lei da
termodinâmica, o calor flui da região de maior temperatura para a região de menor
temperatura, deve-se adotar o sinal negativo para o produto acima, conforme mostra a
equação. (Morishita, 2004)

3.2.4.2. Radiação

A transferência de calor por radiação ocorre quando o calor é transmitido desde um corpo
com alta temperatura para um outro de menor temperatura sem a necessidade de meio de
contato, fato é que esse fenômeno pode ser identificado inclusive em regiões de vácuo.

Ao calor transmitido desta forma dá-se o nome de calor radiante. Esta forma de energia
se assemelha fenomenologicamente à radiação da luz, diferindo-se apenas nos
comprimentos de onda. A transmissão do calor radiante ocorre na forma de quanta
(porções discretamente definidas) de energia. Para ilustrar este fenômeno, tenta-se
imaginar como a energia solar é transmitida para os demais astros (a Terra, por exemplo),
sendo que há praticamente vácuo entre eles. (Morishita, 2004)

Da mesma forma que na condução, têm-se na radiação um equacionamento que relaciona


a emissividade do material, área de radiação e temperaturas para quantificar a quantidade
de calor que é transferida através desse fenômeno.

𝑞 = 𝜎 ∗ 𝐴1 ∗ (𝑇1 − 𝑇2 )

Na fórmula acima, a emissividade do material é representada por 𝜎, o termo 𝑇2


representa a temperatura do corpo que está posicionado externamente, ou seja, que
envolve, enquanto o termo 𝑇1 representa a temperatura do corpo que está posicionado
internamente, ou seja, que é envolvido.
23

3.2.4.3. Convecção

A convecção é o processo de transporte de energia pela ação combinada da condução de


calor, armazenamento de energia e movimento de mistura. A convecção é importante
principalmente como mecanismo de transferência de energia entre uma superfície sólida
e um líquido ou gás. (Bohn, MS. Et al. 1977)

Figura 6: Mecanismo de convecção sob uma superfície plana

Fonte: Urcer, 2013

Em um fluido, onde a mobilidade das partículas é grande, as partículas aquecidas pelo


contato direto com a superfície sólida tendem a migrar para locais onde as temperaturas
são mais baixas. Esta movimentação de partículas acarreta uma transferência de energia
de uma posição para a outra, caracterizando a transmissão de calor por convecção. Para
exemplificar, toma-se novamente o exemplo do bule com água adotado para a condução.
Inicialmente, o calor do bule (superfície sólida) é transmitido para as moléculas de água
que estão em contato direto com o mesmo, por condução. Após estas moléculas
possuírem uma certa quantidade de energia (calor), elas migrarão para outras posições do
fluido onde a temperatura é menor, transmitindo o calor para outras partículas. Isto pode
ser visivelmente constatado ao se observar este fenômeno. À medida que o líquido vai
se esquentando, este começa a se movimentar cada vez mais rápido, transmitido o calor
para as demais partículas. Neste caso, como o líquido se movimenta livremente devido à
diferença de temperatura, diz-se que se trata de convecção livre. Em casos onde a mistura
é causada por algum agente externo, como bombas ou ventiladores, por exemplo, diz-se
que se trata de convecção forçada. (Morishita, 2004)

A expressão que quantifica a transferência de calor por condução:

𝑞 = ℎ𝑐 𝐴(𝑇1 − 𝑇2 )

Na fórmula acima, ℎ𝑐 representa o coeficiente médio de transmissão de calor por


convecção, o qual depende dependente da geometria da superfície, da velocidade do
fluido e das propriedades físicas do fluido, incluindo sua temperatura. Em geral, ℎ𝑐 é
𝑘𝑐𝑎𝑙
medido em ℎ0 𝐶𝑚2 . A grandeza A representa a área de transmissão de Calor, em m², e ∆T
24

é a diferença de temperaturas entre a da superfície 𝑇𝑠 e a do fluido em um local


especificado 𝑇∞ . (Morishita, 2004)

3.2.5. De acordo com o Fluxo

Nos trocadores de calor que do tipo tubos, existe duas possibilidades do arranjo do
escoamento no interior do trocador. O primeiro deles é o fluxo paralelo, no qual ambos
fluidos se movem em uma mesma direção e o contra fluxo ou contracorrente, que como
a denominação já sugere, os fluidos quente e frio seguem em direção contrária.

Logo abaixo será abordado de forma mais específica as características desses dois tipos
de fluxo.

3.2.5.1. Paralelo

Nessa configuração, ambos fluidos entram no trocador na mesma extremidade e o


percorrem no mesmo sentido. Na extremidade de entrada têm-se a maior diferença de
temperatura do fluido quente e a menor temperatura do fluido frio, portanto, a maior
diferença de temperatura entre os fluidos. Contudo, essa variação de temperatura entre os
fluidos vai diminuindo ao longo do comprimento do equipamento. (Araújo, 2002)

Devido essas características não é possível obter uma temperatura do fluido frio maior
que a de saída do fluido quente.

A figura abaixo demostra graficamente como ocorre a distribuição de temperaturas no


trocador do tipo tubo duplo para o fluxo paralelo.

Figura 7:Distribuição de temperaturas no trocador de calor no fluxo paralelo

Fonte: Araújo, 2002


25

3.2.5.2. Contracorrente

Já nesse tipo de operação os fluidos entram no equipamento em extremidades opostos,


percorrendo em sentidos contrários. A diferença de temperatura entre os fluidos é mais
homogênea ao longo do trocador, comparando-se com a operação em paralelo. (Araújo,
2002)

Novamente temos a distribuição de temperaturas no trocador:

Figura 8:Distribuição de temperaturas no trocador de calor no contra corrente

Fonte: Araújo, 2002

4. CARACTERÍSTICAS DOS TROCADORES CASCO E TUBO

Nessa fase do presente trabalho buscaremos conhecer de forma mais profunda e


detalhadas as características dos trocadores de calor casco e tubo. Fatores que devem ser
considerados para seu dimensionamento bem como características físicas de construção

4.1. Temperatura de operação

A temperatura de operação dos fluidos no trocador é normalmente um dado primário do


processo ao qual o trocador será inserido. Contudo, há situações em que o projetista tem
o dever de determinar essa temperatura.

Quando tratamos do fluido principal, temos que tanto a temperatura de entrada quanto a
de saída é um dado de fácil obtenção através de uma análise do processo; bem como sua
vazão. Entretanto, os mesmos dados para o outro fluido não se tornam tão trivial, pois
suas características poderão depender de diversos fatores.
26

A exemplo pode-se citar o caso dos resfriadores utilizando água como fluido refrigerante,
a temperatura de entrada da água dependerá de sua disponibilidade, podendo ser
proveniente de fontes naturais, ou torres de resfriamento. Para a temperatura de saída da
água, existem certos limites ligados, por exemplo a problemas de corrosão nos materiais
utilizados nos trocadores, ou mesmo pela capacidade instalada das torres de resfriamento,
não permitindo a saída da água com temperatura elevada. (ESSEL, 2006)

4.2. Propriedades dos Fluidos

Outro fator que deve ser levado em consideração no projeto do trocador de calor é o
conhecimento a respeito das características físico-químicas dos fluídos de trabalho. É de
extrema necessidade possuir dados de viscosidade, condutividade térmica, densidade e
calor específico.

Alguns desses dados são tabelados, contudo alguns deles como a viscosidade e
condutividade térmica necessitam de maior cuidado para sua obtenção, uma vez que são
mais difíceis de serem encontrados.

Se tratando de tabelas para obtenção desses dados, deve-se lembrar sempre de considerar
as temperaturas de operação, maximizando assim a robustez do dimensionamento.

4.3. Perdas de cargas admissíveis e velocidades de circulação

Os trocadores de calor possuem muitas vezes uma considerável parcela do investimento


da empresa para a realização de dados processos. Assim sendo, busca-se sempre uma
maior eficiência desses aparatos.

Para maiores velocidades têm-se o incremento considerável do coeficiente global de


transferência de calor, dessa forma, aumentando a velocidade pode-se adotar
equipamentos de menores dimensões. Contudo, junto com o aumento de velocidade vem
um outro problema a ser considerado: perca de carga.

Para contornar essa perca, torna-se necessário a utilização de bombas e compressores


mais potentes no sistema, o que torna aumentando os custos mais uma vez.

Segundo o manual disponibilizado pela Essel, há ainda intervalos de perca de carga


recomendados para diversos fluidos e diversas condições:

-Para gases e vapores costuma-se adotar valores entre 0,15 a 0,7 bar para pressões de
operação intermediárias e altas.
27

-Para gases e vapores operando no vácuo, ou pressões próximas da atmosfera costuma-se


adotar valores entre 0,02 a 0,15bar.

Como as cargas, as velocidades mínimas também são definidas tendo em vista os


problemas de deposição de sólidos nas diversas partes dos equipamentos. Para líquidos,
costuma-se utilizar velocidades máximas de 3 a 4m/s e mínima 0,9m/s.

4.4. Fatores de Incrustação

O fator de incrustação é uma variável importante no dimensionamento do trocador uma


vez que há deposições de sujeiras ou lama devido as reações de polimerização dos
próprios fluidos de trabalho.

Esses fatores variam de acordo com o fluido e sua temperatura de operação.

Esses valores são tabelados segundo a norma TEMA como apresentado na tabela abaixo:
28

Tabela 1: Resistências de depósito para água (fator de incrustação)

Fonte: ESSEL,2016

De forma geral deve-se considerar que o fator de incrustação é suave em temperaturas


abaixo de 120ºC.

Vale salientar que se o fator de incrustação não for considerado nos cálculos do projeto,
têm-se que poderá haver um depósito grande de sedimentos indesejados no trocador,
realidade que impactará diretamente na eficiência do projeto em curto prazo.
29

4.5. Componentes Mecânicos

4.5.1. Tubos

Os tubos são os responsáveis por conduzir uns dos fluidos em seu interior, eles são fixados
nos extremos por placas porta tubos. O fluido entra no tubo por meio de um cabeçote
estacionário.

Em princípio a área de troca de um trocador pode ser disposta de várias maneiras, por
exemplo, pode-se ter um equipamento com tubos longos e com determinado diâmetro de
casco ou com a mesma área construir outro trocador com tubos curtos, porém, com maior
número de tubos, e, portanto, maior diâmetro de caco e de tubos menores. (Araújo, 2002)

Os tubos ainda podem ser aletados ou não aletados; é notório que quando se utiliza a
primeira opção há um ganho de área, consequentemente a troca térmica será maior.
Contudo, os tubos aletados são utilizados geralmente em trocadores de calor de
recuperação de calor. Já os tubos lisos são os mais empregados nas situações de
engenharia mais comuns.

4.5.1.1. Comprimento dos tubos

Na maior parte das situações o fator limitante do comprimento dos tubos é o espaço
disponível na planta industrial para a instalação do equipamento. Nos trocadores onde há
a possibilidade de retirada do feixe para limpeza é de extrema necessidade que haja fora
do trocador um espaço disponível, que possa comportar os feixes, para que a atividade de
limpeza seja executada.

Dessa forma de forma prática, se tivermos um equipamento com tubos de 8 metros de


comprimento, deveremos dispor de pelo menos mais oito metros de área livre após a
instalação do trocador.

4.5.1.2. Diâmetro dos tubos

A seleção do diâmetro do tubo depende da natureza da incrustação do fluido, do espaço


disponível e do custo. Utilizando-se tubos com diâmetro reduzido e pequeno espaçamento
entre eles, obtêm-se trocadores mais compactos, entretanto, pode-se ter dificuldades na
limpeza, principalmente na parte externa dos tubos, por onde escoa o fluido do lado do
casco. A incrustação que se forma pela utilização do equipamento é um fato importante
30

na escolha do diâmetro dos tubos. Devido a necessidade de limpeza periódica dos tubos,
recomenda-se que o diâmetro escolhido não seja menor ao de 20mm. (Araújo, 2002)

4.5.1.3. Disposição dos tubos

Há quatro tipos de disposição de tubo, definidos pelo TEMA com relação a direção do
fluxo do lado do casco do trocador:

-Quadrado (90º), quadrado rodado (45º)

-Triangular (30º) e triangular (60º)

Figura 9: Opções de disposição dos tubos

Fonte: ESSEL,2016

A disposição triangular ou triangular rodado é o que dá para o trocador, o menor custo


por unidade de área, já que possibilita um menor diâmetro do casco para uma mesma área
de troca térmica. Entretanto, em termos de manutenção de limpeza este tipo dever ser
utilizado somente quando os fatores de incrustação do lado do casco forem inferiores a
0,0004. Para fatores de incrustação maiores, e tipo arranjo quadrado ou quadrado rodado
deve ser utilizado. (ESSEL, 2016)

A tabela abaixo é uma recomendação para a escolha da disposição dos tubos.

Tabela 2: Escolha de disposição dos tubos


31

Fonte: ESSEL, 2016

4.6. Casco

O casco é a estrutura mais externa do trocador, podendo ter distintas geometrias sendo
que a mais comumente utilizada é a cilíndrica.

O casco abriga os toda a estrutura interna do trocador, sendo também um meio pelo qual
um dos fluidos irá passar.

Segundo Araújo, os cascos são padronizados: para diâmetros de até 24 polegadas


utilizam-se tubos comerciais, acima disso são construídos a partir de chapas soldadas.
Costumam ter espessura de parede de no mínimo 3/8 de polegadas.

Ainda segundo Araújo, os tamanhos típicos para o diâmetro interno estão no intervalo de
8 a 60 polegadas.

4.7. Bocais

Os bocais se caracterizam como seções de tubos soldados ao casco, com flanges,


possibilitando assim a conexão da tubulação.

Para dimensionar os bocais, deve-se atentar para selecionar as mesmas dimensões que
foram determinadas para as tubulações. Segundo Araújo, caso não haja ainda disponível
as informações da tubulação, existem tabelas pelas quais torna-se possível determinar os
bocais relacionando-os com o diâmetro do casco. Normalmente, estão entre 2 e 10
polegadas.

4.8. Placas de impacto

Para proteger os tubos do impacto da entrada da alimentação, principalmente quando há


partículas sólidas, são utilizadas as placas de impacto. São placas planas ou curvas, com
espessura de aproximadamente 6mm e um pouco maiores que o bocal. Para sua instalação
é necessário que todos os tubos sejam retirados do feixe. (Araújo, 2002)

O uso das placas de impacto no trocador é de uso opcional uma vez que nem sempre
haverá a presença de sedimentos no processo.

Contudo, de acordo com o TEMA, para fluidos não corrosivos, não abrasivos e sem
mudança de fase, se o fator de impacto for maior de [2.2300kg/ (m s²)] deverá fazer uso
32

das placas. Para todos os demais fluidos esse valor cai para [744kg/ (m s²)]. O fator de
impacto é o produto da densidade do fluido e da velocidade ao quadrado. (Araújo, 2002)

4.9. Chicanas

As chicanas têm por função suportar os tubos, para evirar curvaturas e possível vibração,
e direcionar o escoamento do lado do casco, melhorando a transferência de calor e
evitando regiões mortas. (Araújo, 2002)

O espaçamento entre as chicanas é padronizado pelas normas de trocadores de calor, que


definem valores máximos e mínimos. De acordo com o TEMA, o espaçamento mínimo
é igual a um quinto do diâmetro interno do casco ou a duas polegadas, aquele que for
maior. O espaçamento máximo entre chicanas é definido pelo comprimento máximo de
tubo não suportado. Esse comprimento é fornecido por tabelas que consideram o diâmetro
externo e material do tubo. (Araújo, 2002)

Araújo também afirma que a redução do espaçamento da chicana, na etapa do projeto,


tende a elevar o coeficiente de troca de calor do lado do casco, entretendo, o aumento do
número de chicanas tende a aumentar os vazamentos da corrente principal no casco,
reduzindo o efeito da diminuição do espaçamento.

5. DIMENSIONAMENTO DO TROCADOR

5.1. Sobre o dimensionamento

O dimensionamento foi realizado tomando mão de uma ferramenta computacional,


Engereering Equation Solver (EES). Os resultados apresentados nos tópicos seguintes
são representações do resultado final gerado pelo algoritmo (anexo 4) criado no
software.
33

5.2. Dados iniciais

Para o desenvolvimento do projeto, tomou-se os seguintes dados iniciais:

Tabela 3: Dados iniciais do projeto

Fluido Vazão (Kg/s) T1 (ºC) T2 (ºC) P1 (kPa) P2 (kPa)

Geotérmico quente 6,756 174 159,65 700 684,951


(água salgada)
N-Pentano - frio 42 142 1529,02 1528,68

(Sukaryadi, et al. 2015)

*A vazão mássica do N-pentano será determina através do balanço de calor e massa.

5.3. Localização dos fluidos de trabalho

A disposição dos fluidos nos tubos e na carcaça seguiu a norma TEMA, uma vez que se
recomenda fluidos mais corrosivos nos tubos, uma vez que facilitaria a manutenção do
sistema

5.3.1. Nos tubos

Alocou-se a água geotérmica no interior dos tubos uma vez que esse fluido apresenta
índices elevados de sal que pode vir a acelerar o processo de corrosão do sistema.

5.3.2. No casco

Já no casco passará N-pentano, fluido de trabalho que será aquecido no trocador.

5.4. Definições termodinâmicas

As propriedades termodinâmicas do sistema estão ligadas diretamente com a temperatura.


No presente trabalho utilizou-se o banco de dados do EES (Equation Engereering
Solution) para determinar algumas dessas propriedades. Recorreu-se também a literatura
para a obtenção de dados acerca do fluido de trabalho, água geotérmica salgada.
34

Tabela 4: Dados termodinâmicos dos fluidos

Fluido Geotérmico quente N-Pentano frio

Temperatura média (ºC) 166,88 92

𝑘𝑐𝑎𝑙
Calor Específico ( 𝑘𝑔 º𝐶) 4,2 2,675

Condutividade Térmica (W/(m*K)) - 0,09353

Viscosidade Cinemática (N*s/m) 0,00106 0,0001285

Fator de Incrustação 0,00035 0,00035


(m² ºC) /W

5.5. Balanço de calor e massa

𝑸̇𝒕 = 𝑸̇𝒒 = 𝟒𝟎𝟔, 𝟖 𝒌𝑾


𝒎̇𝒕 = 𝒎𝒕 = 𝟏, 𝟓𝟐𝟏 𝒌𝒈/𝒔

5.6. Cálculo Da Temperatura Média:

∆𝑇𝑎 = 𝑇𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎, 𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 − 𝑇𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎, 𝑓𝑟𝑖𝑜

∆𝑇𝑏 = 𝑇𝑠𝑎í𝑑𝑎, 𝑞𝑢𝑒𝑛𝑡𝑒 − 𝑇𝑠𝑎í𝑑𝑎, 𝑓𝑟𝑖𝑜 =

∆𝒂 = 𝟏𝟑𝟐 º𝑪 ∆𝒃 = 𝟏𝟕, 𝟔𝟓 º𝑪
35

5.6.1. Média logarítmicas das temperaturas

𝑴𝑳𝑻𝑫 = 𝟓𝟔, 𝟖𝟑 º𝑪

5.6.2. Determinação do fator de correção F

Onde P é o coeficiente de efetividade e R é uma relação da capacidade de troca térmica.


Os valores para um dos coeficientes são:

R= 0,1435
P= 0,7576

Dessa forma, através da leitura do gráfico no anexo 2, pode-se determinar o fator de


correção F:

𝑭 ≅ 𝟎, 𝟗𝟓

5.6.3. Correção da média da temperatura

Dessa forma, a correção da temperatura fica da seguinte forma:

∆𝑻𝒎 = 𝟓𝟑, 𝟗𝟗 º𝑪 ≅ 𝟓𝟒 º𝑪
36

5.7. Determinação do tipo de trocador

Utiliza-se a seguinte expressão para auxiliar na determinação do tipo de feixe

𝑻𝒑𝒓𝒊𝒎𝒂 = 𝟓𝟒, 𝟓𝟗 º𝑪

Como 𝑇𝑝𝑟𝑖𝑚𝑎 ≥ 10º𝐶; não se recomenda optar por uma estrutura de espelho fixo, pois
nesse caso seria necessária a implementação de uma junta de expansão para compensar o
efeito de contração/expansão da estrutura. Dessa forma, determina-se o tipo A e U para o
tipo de feixe frontal e posterior respectivamente.

Já sobre o tipo de casco opta-se por um de único passo, uma vez que é comumente
utilizado em soluções de engenharia e há uma maior disponibilidade no mercado. Se
demostrando assim como uma boa alternativa econômica.

5.8. Conclusão acerca do tipo de trocador

Dessa forma, opta-se na escolha de uma estrutura de construção do tipo AEU


37

Figura 10: Componentes do trocador casco e tubo segundo TEMA

Fonte: TEMA

5.9. Esboço do trocador

Segundo as configurações escolhida, o trocador do tipo AEU tem o seguinte perfil:

Figura 11: Perfil trocador do tipo AEU

Fonte: Araújo, 2002


38

5.10. Dimensionamento dos bocais


5.10.1. Diâmetro mínimo dos tubos

𝑫𝒕𝒖𝒃𝒐,𝒎𝒊𝒏 = 𝟎, 𝟎𝟑𝟑𝟓𝟖 𝒎

5.10.2. Diâmetro mínimo do casco

𝑫𝒄𝒂𝒔𝒄𝒐,𝒎𝒊𝒏 = 𝟎, 𝟎𝟔𝟗𝟎𝟑 𝒎

5.11. Dimensionamento dos tubos

O dimensionamento se dá de acordo ao manual da ESSEL, que se baseia na normativa


TEMA.

5.11.1. Diâmetro e espessura

Como indicação da norma, como o fator de incrustação do fluido que passará pelos tubos
3"
é pequeno (<0,0005mºC/W) recomenda-se escolher tubos de ∅𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 = e ∅𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 =
4

1".

5.11.2. Comprimento

Não havendo limitação de espaço, a norma recomenda tubos de 6 metros de comprimento.


Contudo, outros valores de são também padronizados pela norma TEMA, sendo eles: 2,5-
3-3,6-4,8- e 6m.

No presente processo, optou-se por um trocador menor, de 2,5m.


39

5.11.3. Disposição dos tubos

Segundo a norma, devido as características do processo em que o trocador será inserido,


será adotado a disposição triangular 30º. Pois essa configuração assegura o menor custo
por unidade de área, já que possibilita menor diâmetro do casco para uma mesma troca
térmica.

Figura 12: Disposição dos tubos no trocador

Fonte: ESSEL

5.12. Estimativa do coeficiente global de transferência de calor de da área de


transferência
5.12.1. Estimativa inicial do coeficiente global de trocador de calor

Para a estimativa inicial nos munimos da informação de que o n-pentano entra em estado
de ebulição a 36,1 ºC. Dessa forma entra e sai do trocador em estado gasoso.

Assim, através do manual do ESSEL, pode-se estimar o coeficiente global entre 85 <
𝑈 > 110 (𝑚2 º𝐶)/𝑊.

Estima-se então:

𝒎𝟐 º𝑪
𝑼 = 𝟏𝟎𝟎
𝑾

5.12.2. Estimativa da área de troca de calor

𝑨𝒆𝒔𝒕𝒊𝒎𝒂𝒅𝒂 = 𝟕𝟓, 𝟑𝟓𝒎²

Como será um único trocador de calor, também deverá ser essa a área do casco.
40

5.13. Determinação do número de tubos

3"
∅𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 = ;
4

∅𝑒𝑥𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 = 1";

𝒏 ≅ 𝟑𝟖𝟎 𝒕𝒖𝒃𝒐𝒔

Onde:

n= número de tubos

de= diâmetro externo;

L= comprimento dos tubos;

e= espessura dos tubos

Atc= Área de troca de calor

5.14. Dimensionamento do casco

Devido ao diâmetro dos tubos e sua quantidade; determinamos o diâmetro do casco como
sendo:

∅𝒄𝒂𝒔𝒄𝒐 = 𝟎, 𝟓𝟗𝟏𝒎

5.15. Dimensionamento chicanas

Seguindo a norma TEMA, para o presente projeto se optou por chicanas do tipo
segmental.
41

Figura 13: Chicanas de corte horizontal

Fonte: ESSEL

5.15.1. Espaçamento

O espaçamento mínimo entre as chicanas deve ser 1/5 do diâmetro do caso ou 2


polegadas. Será utilizado o maior entre os dois.

1
𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = ∅𝒄𝒂𝒔𝒄𝒐 ∗ ( ) ≅ 0,12𝑚
5

𝐸𝑠𝑝𝑎ç𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑝𝑜𝑙𝑒𝑔𝑎𝑑𝑎𝑠 = 2" = 0,0508𝑚

Dessa forma, elege-se o espaçamento de 0,12m entre as chicanas.

Como o comprimento dos tubos é se 2,5m; têm-se o número de chicanas:

2,5𝑚
𝑛𝑐ℎ𝑖𝑐𝑎𝑛𝑎𝑠 = = 𝟐𝟏 𝒄𝒉𝒊𝒄𝒂𝒏𝒂𝒔
0,12𝑚

5.15.2. Altura das chicanas

A altura de corte das chicanas variam de 20 a 30% de superfície livre em relação ao


diâmetro do casco; contudo é normalmente utilizado o valor de 25%. Logo, considerando
25%, a altura ocupada pela chicana será de 75%.

𝐻𝑐ℎ𝑖𝑐𝑎𝑛𝑎𝑠 = 0,75 ∗ ∅𝒄𝒂𝒔𝒄𝒐

𝑯𝒄𝒉𝒊𝒄𝒂𝒏𝒂𝒔 = 𝟎, 𝟒𝟒𝒎
42

5.15.3. Posição do corte

Segundo a norma TEMA, o corte horizontal deve ser utilizado quando se tem variações
de temperatura e saída de até 95~100ºC. Dessa forma, a forma de corte escolhida para o
presente projeto foi horizontal.

6. VERIFICAÇÃO DOS CÁLCULOS DE DIMENSIONAMENTO

6.1. Velocidade média do fluido dentro do tubo (Vmt )

𝐕𝐦𝐭 = 𝟗, 𝟒𝟕 𝐦/𝐬

6.2. Determinação dos números adimensionais para o escoamento nos tubos


6.2.1. Regime do fluxo

𝐑𝐞𝐭𝐮𝐛𝐨 = 𝟒𝟐𝟓𝟔𝟏𝟏

Como 𝑅𝑒 > 4000, classificamos o escoamento como turbulento.

6.2.2. Número de Prandtl para o escoamento Prtubo :

𝐏𝐫𝐭𝐮𝐛𝐨 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟔𝟑𝟔

6.2.3. Número de Nursel

𝐍𝐮𝐭 = 𝟗𝟔, 𝟗

6.3. Determinação do coeficiente de convecção


43

𝐖
𝐡 = 𝟑𝟓𝟔𝟏 [ ]
𝐦𝟐∗𝐊

7. PERCA DE CARGA

7.1. Perca de carga através dos bocais


7.1.1. Velocidade do fluido no bocal do tudo

𝐕𝐛𝐭𝐮𝐛𝐨 = 𝟗, 𝟒𝟕𝟑 [𝐦/𝐬]

7.1.2. Perca de carga no bocal do tubo

∆𝐏𝐛𝐭𝐮𝐛𝐨 = 𝟐𝟎𝟏, 𝟗𝟎𝟕 [𝐤𝐏𝐚]

7.1.3. Perca de carga no cabeçote

∆𝐏𝐜𝐚𝐛 = 𝟑𝟒𝟏𝟎 [𝐤𝐏𝐚]

7.1.4. Perca de carga por atrito nos tubos

Deve-se tomar mão do diagrama de moody (anexo 3) para determinar o fato de atrito Fd.

Toma-se:

Rugosidade= 0,0034
fd= 0,06
Re= 425611
44

∆𝐏𝐟𝐫𝐢 = 𝟗𝟑, 𝟐𝟑𝟕 [𝐤𝐏𝐚]

7.1.5. Perca de carga total no sistema de tubos

∆PtotalTubos = 1408 ∗ 103 [Pa]

∆𝐏𝐭𝐨𝐭𝐚𝐥𝐓𝐮𝐛𝐨𝐬 = 𝟏𝟒𝟎𝟖 [𝐤𝐏𝐚]

7.2. Perca de carga no casco


7.3. Determinar o valor da área (S) de troca de calor dos tubos

𝐒 = 𝟕𝟓, 𝟒𝟐 [𝐦𝟐 ]

7.4. Determinar o fator de correção (Fp) para o fluxo na carcaça

𝐅𝐩 = 𝟏, 𝟐𝟒𝟒

7.5. Determinar o valor da área (Sc)

𝑺𝒄 = 𝟎, 𝟎𝟔𝟓𝟕𝟖 [𝒎𝟐 ]

7.6. Determinar o valor da área efetiva (Sefetiva)

𝑺𝒆𝒇𝒆𝒕𝒊𝒗𝒂 = 𝟎, 𝟎𝟓𝟐𝟖𝟗 [𝒎𝟐 ]


45

7.7. Determinar a velocidade do fluido no casco (Gc)

𝐦
𝐆𝐜 = 𝐕𝐭 = 𝟐𝟖, 𝟕𝟔 [ ]
𝐬

7.8. Determinar o perfil de escoamento no casco

𝑹𝒆𝒄 = 𝟕, 𝟐𝟖 ∗ 𝟏𝟎𝟑

O escoamento é de perfil turbulento pois Re>4000.

7.9. Determinar o número de Prandtl

𝐏𝐫𝐜 = 𝟎, 𝟎𝟎𝟎𝟒𝟗𝟎𝟖

7.10. Determinar o coeficiente de convecção do entre o fluido de trabalho e o caso

𝑾
𝒉𝒄𝒊 = 𝟐𝟔𝟒, 𝟕 [ ]
𝒎𝟐∗ º𝑪

7.11. Determinar a temperatura externa do casco

𝐓𝐞𝐱𝐜 = 𝟗𝟐, 𝟎𝟏 [º𝐂]

7.12. Determinar fator de correção isotérmico para o casco

∝= 1
46

O fator de correção isotérmico deu igual a 1; logo não há necessidade de correção.

7.13. Queda de pressão no casco

∆𝐏𝐜 = 𝟎, 𝟐𝟒𝟕𝟔 [𝐤𝐏𝐚]

7.14. Queda de pressão nos bocais


7.14.1. Cálculo de velocidade dos fluidos dos bocais

𝒎
𝑽𝒃𝒄 = 𝟓, 𝟒𝟓𝟒 [ ]
𝒔

7.14.2. Fator de perca nos bocais

𝒁 = 𝟐, 𝟗
47

7.14.3. Perca de carga nos bocais

∆𝑷𝒃𝒄 = 𝟏𝟓, 𝟔𝟓𝟕 [𝒌𝑷𝒂]

7.15. Perca de carga total no casco

∆𝑷𝒕𝒄𝒂𝒔𝒄𝒐 = 𝟑𝟏, 𝟓𝟔𝟑 [𝒌𝑷𝒂]

7.16. Coeficiente global de transferência de calor

𝑾
𝑼𝒇 = 𝟗𝟖, 𝟏𝟓 [ ]
𝒎𝟐 − 𝑪

7.17. Área necessária para a troca de calor


𝑄𝑡̇
𝐴𝑓 =
(𝑈𝑓 ∗ ∆𝑇𝑚 )

𝑨𝒇 = 𝟕𝟔, 𝟕𝟕 [𝒎𝟐 ]

A área necessária é 76,77m², contudo esse valor deve estar no intervalo de no máximo
5% de erro em relação a área de troca de calor estimada no início do dimensionamento.
A área prevista inicialmente foi de 75,35m².

Podemos concluir então que o desvio da área solicitada com a da área proposta é menos
de 2%. Portando, os parâmetros utilizados no dimensionamento suprem aquilo que é
solicitado pela norma.
48

8. CONCLUSÃO

Através do presente trabalho pode-se desenvolver um trocador de calor que servirá


como pré-aquecedor para uma planta de geração elétrica que utiliza água geotérmica
como fonte de calor.

Através da introdução teórica presente nos primeiros capítulos do trabalho, pode-se


perceber que há diversos tipos de trocadores de calor que poderia servir como possível
solução de engenharia para o pré-aquecedor. Contudo, para o dimensionamento para do
componente, elegeu-se como solicitado pelo mestre da disciplina pela qual esse trabalho
foi solicitado, o trocador de calor do tipo casco e tubo.

Os cálculos foram realizados baseando nas normativas TEMA, uma vez que é o órgão
internacional que reguem as características gerais desse tipo de equipamento.

Para assegurar dados termodinâmicos, como viscosidade e densidade dos fluidos,


utilizou-se o EES como ferramenta auxiliar no desenvolvimento dos cálculos. Solução
que conferiu maior segurança e agilidade ao dimensionamento.

Segundo o que foi apresentado, o pré-aquecedor será construído segundo as seguintes


características:

Tabela 5: Características gerais do trocador de calor

CARACTERÍSTICAS DO PRÉ-AQUECEDOR
Trocador de calor do tipo Casco e Tubos
Número de tubos 380
Comprimento dos tubos 2,5 [m]
Diâmtro dos tudos (externo) 0,0254 [m]
Disposição dos tubos Triangular 90º
Espessura dos tubos 0,00635 [m]
Número de cascos 1
Diâmetro do casco (interno) 0,06903 [m]
Número de chicanas 21
Espaçamento entre chicanas 0,12 [m]
Tipo de cabeçote frontal Cabeçote e tampas removíveis (A)
Tipo de casco Casco de um passe (E)
Tipo de cabeçote posterior Feixe tubular tipo U (U)
Tipo do trocador segundo TEMA AEU
49

9. REFERÊNCIAS

SUKARYADI,Didi.et al. Heat Exchanger Design On The Geothermal Binary Cycles


In Dieng Geothermal Area, Indonesia. Proceedings World Geothermal Congress 2015.
Thermal Energy Production From Low Temperatijre Geotiiermal Brine - Technological
Aspecrs And Energy Efficiency. UNU Geothermal Training Programme,1993.
ARAÚJO, Everaldo. Trocadores de Calor. São Carlos. UFSCar,2002.
PURWANINGSIH, Fitri Oktaviani. et al. Geothermal Brine, From Waste to
Alternative Thermal Energy Source. PROCEEDINGS, 41st Workshop On Geothermal
Reservoir Engineering, 2016.
ARBOIT, Nathana Karina Swarowski et al. Potencialidade De Utilização Da Energia
Geotérmica No Brasil–Uma Revisão De Literatura. Revista do Departamento de
Geografia, v. 26, p. 155-168, 2013.
RODRÍGUEZ, Carlos Eymel Campos. Análise Paramétrica das Opções Tecnológicas
para a Geração de Eletricidade a Partir de Fontes Geotérmicas Melhoradas de
Baixa Temperatura. 2014.
Çengel, Y.A. e Cimbala, J.M. 2007. Mecânica dos Fluidos - Fundamentos e
Aplicações, McGraw-Hill Interamericana do Brasil Ltda, 2007.

GUT, Jorge et al. Conhecendo os Trocadores de Calor a Placas. Dep. de Eng. Química
- Universidade de São Paulo.
ÇENGEL, Y.A. Transferência de Calor e Massa: Uma Abordagem Prática. 3ª
Edição, Editora McGrawHill, 2009.
50

ANEXO 1
Planta baixa do sistema de geração geotérmico. (Sukaryadi, et. al. 2015)
51

ANEXO 2
Diagrama para encontrar o fator de atrito f.

Fonte: Araújo, 2002


52

ANEXO 3
Diagrama de Moody.

Fonte: Çengel, Y.A. 2007.


53

ANEXO 4
Algoritmo de cálculo (EES).

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