Fichamento Do Livro o Principe

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UNC – UNIVERSIDADE DO CONTESTADO – CURITIBANOS - SC.

Curso: Direito
Disciplina: Ciência Política e Teoria Geral do Estado
Professor: xxxxxx

FICHA DESTAQUES / REFERENTE DE OBRA CIENTÍFICA

1. NOME COMPLETO DO AUTOR DO FICHAMENTO:

xxxxxxxxxx

2. OBRA EM FICHAMENTO:

Machiavelli, Nicollò. O PRINCIPE (escrito em 1505, publicado em 1515) –


Edição. Ridendo Castigat Mores; versão para eBook; junho 2000. 164 p.

3. ESPECIFICAÇÃO DO REFERENTE UTILIZADO:

Transcrever, a critério do fichador, as formulações mais importantes que traduzam


a essência da obra em fichamento.

4. DESTAQUES CONFORME O REFERENTE UTILIZADO:

4.1. CAPÍTULO I - DE QUANTAS ESPÉCIES SÃO OS PRINCIPADOS E DE


QUE MODOS SÃO ADQUIRIDOS.

4.1.1. “Todos os Estados, os governos tiveram e tem autoridade sobre os


homens, foram e são ou repúblicas ou principados. Os principados são:
ou são hereditários, quando seu sangue senhorial é nobre há já longo
tempo ou novos. [...] Estes domínios assim obtidos estão acostumados. Ou
a viver submetido a um príncipe, ou a ser livres, sendo adquiridos com
tropas de outrem ou com as próprias, bem como pela fortuna ou por
virtude”.[p.10]

4.2. CAPÍTULO II - DOS PRINCIPADOS HEREDITÁRIOS.

4.2.1. “Digo, pois, que para a preservação dos estados hereditários e afeiçoados
à linhagem de seu príncipe, as dificuldades são assaz menores que nos
novos, pois é bastante não preterir os costumes dos antepassados e depois,
contemporizar com os acontecimentos fortuitos, de forma que, se tal
príncipe for dotado de ordinária capacidade sempre se manterá no poder,
a menos que uma extraordinária e excessiva força dela venha a privá-lo; e,
uma vez dele destituído, ainda que temível seja o usurpador, volta a
conquista-lo.”[p.11]
4.3. CAPÍTULO III - DOS PRINCIPADOS MISTOS.

4.3.1. “Mas é nos principados novos que residem as dificuldades. Em primeiro


lugar, se não é o caso de principado novo, totalmente. e sim de membro
reunido a Estado hereditário (caso em que pode apelidar-se principado
misto), as suas mudanças procedem sobretudo de uma dificuldade
inerente a todos os principados novos, isto é, que os homens trocam de
boa mente de senhor, pensando melhorar, e esta crença leva-os a tomar
armas contra seu senhor atual. Realmente, enganam-se e vêem pela
própria experiência terem piorado. Tal depende de outra necessidade
natural e comum que leva um novo príncipe a ofender os novos súditos
com a sua tropa e através das contínuas ofensas que uma recente
conquista provoca. Deste modo, teus inimigos são todos os que se julgam
ofendidos com o fato de estares ocupando o principado; e do mesmo
modo não podes ter por amigos os que ali te colocaram, porque estes não
podem ser satisfeitos como desejavam. Não poderás usar de remédios
violentos contra eles, comprometido como estás com eles, pois ainda que
fortíssimo sejas nos exércitos, precisas das boas graças dos habitantes para
entrar numa província.[...].”[p.13,14]

4.3.2. “É bem verdade que, reconquistando posteriormente as regiões rebeladas,


mais dificilmente se as perdem, eis que o senhor, em razão da rebelião é
menos vacilante em assegurar-se da punição daqueles que lhe faltaram
com a lealdade, em investigar os suspeitos e em reparar os pontos mais
fracos.[...]”[p.14]

4.3.3. “O conquistador, para conservá-los, deve ter em mira duas regras:


primeira, extinguir a linhagem do antigo príncipe; segunda, não modificar
leis e impostos. Desse modo, em prazo brevíssimo, estará feita a união ao
antigo Estado.”[p.15]

4.3.4. “Mas, quando se conquista, porém, província de língua, costumes e


legislação diferentes, principiam então as dificuldades, fazendo-se
necessário uma grande habilidade e boa fortuna para mantê-la. Um dos
modos mais eficazes é o príncipe ir habitá-la.”[p.16]

4.3.5. “Deve, ainda, quem se encontre à frente de uma província diferente, como
foi dito, tornar-se chefe e defensor dos menos fortes, tratando de
enfraquecer os poderosos e cuidando que em hipótese alguma ai penetre
um forasteiro tão forte quanto ele. [...]”[p.18]

4.3.6. “Os Romanos, nas províncias conquistadas, observaram boa política a tal
respeito: Organizaram colônias, sustentaram os menos poderosos sem
aumentar-lhes as forças, subjugaram os mais poderosos e não permitiram
que os estrangeiros mais dotados tomassem força.”[p.19]

4.3.7. “Tira-se daí a regra geral, que jamais ou muito raramente falha: quando
um é causa do poder de outro, arruína-se, pois aquele poder origina-se da
astúcia ou da força, e qualquer destas se torna suspeita ao novo
poderoso.”[p.25]
4.4. CAPITULO IV - POR QUE O REINO DE DARIO QUE ALEXANDRE
OCUPARA NÃO SE REBELOU CONTRA SEUS SUCESSORES APÓS A
MORTE DE ALEXANDRE.

4.4.1. “[...] os principados de que se conserva memória, tem sido governados de


duas formas diversas: ou por um príncipe, sendo todos os demais servos
que, como ministros por graça e concessão sua, ajudam a governar o
Estado, ou por um príncipe e por barões, os quais não por graça do senhor
mas por antiguidade de sangue, tem aquele grau de ministro. Estes barões
tem Estados e súditos próprios que os reconhecem por senhores e a eles
dedicam natural afeição. Os Estados que são governados por um príncipe
e servos, tem aquele com maior autoridade, porque em toda a sua
província não existe alguém reconhecido como chefe senão ele, e se os
súditos obedecem a algum outro, fazem-no em razão de sua posição de
ministro e oficial, naõ lhe dedicando o menor amos.”[p.27]

4.5. CAPÍTULO V - DE QUE MODO DEVE-SE GOVERNAR AS CIDADES


OU PRINCIPADOS QUE, ANTES DE SEREM OCUPADOS, VIVIAM COM
AS SUAS PRÓPRIAS LEIS.

4.5.1. “Quando são conquistados Estados que se habituaram a governar-se por


leis próprias e em liberdade, por três modos se pode conservar a posse:
primeiro, arruiná-los; segundo, ir morar neles; terceiro, deixar que vivam
com suas leis, arrecadando um tributo e criando um governo de poucos,
que se mantenham amigos nesse governo, tendo sido formado por aquele
príncipe, sabe que não sobreviverá sem a sua amizade e poder, e,
evidentemente, tudo fará para conservá-lo. Por meio de seus próprios
cidadãos, com maior facilidade se conservará o governo de uma cidade
acostumada. à liberdade, do que de outra qualquer maneira.”[p.31]

4.5.2. “Quem se faz senhor de uma cidade por tradição livre, e não a destrói, por
ela se verá destruído. Estas cidades trazem sempre por bandeira, nas
revoltas, a liberdade e suas antigas leis, que jamais esquecem, nem com o
passar do tempo nem com a influência dos benefícios recebidos.”[p.32]

4.5.3. “Assim sendo, para manter-se uma república conquistada, o caminho mais
aconselhado é destruí-la ou habitá-la pessoalmente.”[p.33]

4.6. CAPÍTULO VI - DOS PRINCIPADOS NOVOS QUE SE CONQUISTAM


COM AS ARMAS E VIRTUDES PROPRIAS.

4.6.1. “Digo, pois que no principado completamente novo, onde exista um novo
príncipe, encontra-se menor ou maior dificuldade para mantê-lo, segundo
seja mais ou menos virtuoso quem o conquiste. E dado que o fato de
elevar-se alguém à qualidade de príncipe faz supor valor ou fortuna.
Certamente qualquer destas razões tem o condão de. mitigar muitos
óbices. Entretanto. é rotineiro observar que muitos dos que foram menos
afortunados maior espaço de tempo se mantiveram no poder. Muitas
facilidades ainda decorrem do fato de ser o príncipe novo obrigado a
habitar o Estado conquistado por não possuir outros domínios.”[p.36]

4.7. CAPÍTULO VII - DOS PRINCIPADOS NOVOS QUE SE CONQUISTAM


COM AS ARMAS E FORTUNA DOS OUTROS.

4.7.1. “Aqueles que apenas por sorte se tornam príncipes, pouco esforço fazem
para isso, é claro, mas conservam-se muito dificultosamente. Não têm
óbice algum em alcançar a honra, porque estão voando para aí; aparece,
porém, toda espécie de dificuldade após a chegada. É o que só acontecerá
quando o Estado for concedido ao príncipe, seja por dinheiro, seja por
favor de quem o concede.”[p.40]

4.8. CAPÍTULO VIII - DOS QUE CHEGARAM AO PRINCIPADO POR MEIO


DE CRIMES.

4.8.1. “Dois são os modos de se tornar príncipe, e que não podem ser atribuídos
inteiramente à fortuna ou ao valor. Não me parece bem, pois, calar estes
casos, ainda que deles se pudesse falar mais longamente onde se trata das
repúblicas, destes modos são: atingir o principado pela maldade. por
caminhos celerados, contrário a todas as leis humanas e divinas; e tornar-
se príncipe pelo favor de seus conterrâneos.”[p.51]

4.8.2. “Não se podendo considerar ação meritória a matança de seus


concidadãos, trair os amigos, não ter fé, não possuir nem religião nem
piedade, ainda assim pode-se com isso conquistar o mando, nunca a
glória.”[p.53]

4.9. CAPÍTULO IX - DO PRINCIPADO CIVIL.

4.9.1. “Um principado estabelecem-no o povo ou os grandes, conforme a ocasião


que uma destas partes tiver; notando os grandes que não podem resistir
ao povo, iniciam a criar a reputação de um de seus elementos e o tornam
príncipe, para poder à sua sombra, satisfazer os seus apetites. O povo, do
mesmo modo, vendo que não resistirá aos grandes, dá reputação a um
cidadão e o elege príncipe para defender-se sob sua autoridade. O que
sobe ao principado auxiliado pelos grandes, mantém-se com maiores
dificuldades do que o que se elege pelo povo; acha-se aquele que tem
muita gente ao redor que lhe parece igual a ele e por isso não pode
comandá-la nem manejar como quiser.”[p.59]
4.9.2. “[...]. Conclui-se disso que um príncipe prudente deve cogitar na maneira
de tornar-se sempre necessário aos seus súditos e de estes terem
necessidade do Estado, depois, continuarão sendo-lhe fiéis.”[p.63]

4.10. CAPÍTULO X - COMO SE DEVEM MEDIR AS FORÇAS DE TODOS OS


PRINCIPADOS.
4.10.1. “É conveniente que se faça, ao serem examinadas as qualidades destes
principados, outra consideração: se um príncipe possui tanta força em seu
Estado que possa manter-se por si mesmo em caso de vir a precisar. ou se
necessita do auxílio de terceiros.”[p.64]

4.10.2. “Deste modo, um príncipe que tenha uma cidade fortificada, e não se
faça odiado, não poderá ser atacado e ainda que o fosse, o atacante
retornaria de cabeça baixa. Pois as coisas do mundo são de tal modo várias
que impossível seria a alguém permanecer ociosamente um ano a cercá-
lo.”[p.66]

4.11. CAPÍTULO XI - OS PRINCIPADOS ECLESIÁSTICOS.

4.11.1. “Resta-nos apenas, agora, falar dos principados eclesiásticos. Para estes,
aparece toda espécie de obstáculos, antes de serem possuídos, porque são
obtidos ou pelo mérito ou pela fortuna. Conservam-se, porém, sem
qualquer das duas, pois são sustidos pela rotina da religião. Suas
instituições tornam-se tão fortes e de tal natureza que conservam os seus
príncipes no poder, tenham a vida e o procedimento que bem quiserem.
Estes apenas possuem Estados e não os defendem; possuem súditos, e não
governam.”[p.68]

4.12. CAPÍTULO XII – DE QUANTAS ESPÉCIES SÃO AS MILÍCIAS, E DOS


SOLDADOS MERCENÁRIOS.

4.12.1. “[...] é preciso que um príncipe estabeleça, sólidos fundamentos; sem


isso, sua ruína é positiva. E as principais bases que os Estados possuem,
novos, velhos ou mistos, são boas leis e bons princípios. E como boas leis
não existem onde não há armas boas, e onde existem boas armas
conveniente é que estejam boas leis, falarei apenas das armas.”[p.72]

4.12.2. “[...]as forças com as quais um príncipe conserva o seu Estado são
próprias ou mercenárias, auxiliares ou mistas. As mercenárias e auxiliares
são inúteis e perigosas. Tendo alguém o seu Estado firmado em tal espécie
de forças jamais estará seguro; elas não são ligadas ao príncipe, são
ambiciosas, faltas de disciplina, infiéis, insolentes para com os amigos,
mas acovardam-se diante dos inimigos, não têm temor de Deus, nem
fazem fé nos homens, e o príncipe apenas retarda a própria ruína na
medida em que retarda o ataque.”[p.73]

4.13. CAPÍTULO XIII - DOS SOLDADOS AUXILIARES, MISTOS E


PRÓPRIOS.

4.13.1. “Tais tropas por si mesmas podem ser boas e úteis, mas frequentes vezes
acarretam prejuízos ao que a pede porque se perderem está abatido e, se
vencerem, será seu prisioneiro.”[p.80]
4.13.2. “Concluo portanto, que sem possuir forças próprias nenhum príncipe
está garantido. Antes, está à mercê da fortuna, não havendo virtude que a
defenda nos contratempos.”[p.84]

4.14. CAPÍTULO XIV - DOS DEVERES DO PRÍNCIPE PARA COM SUAS


TROPAS.

4.14.1. “Deve o príncipe, portanto, não ter outra finalidade nem outro
pensamento, nem qualquer outra atividade como prática, senão a guerra,
seu regulamento e disciplina, pois essa é a única arte que se atribui a quem
comanda.”[p.86]

4.14.2. “Não deve, portanto, o príncipe deixar de se preocupar com a arte da


guerra e praticá-la na paz ainda mesmo mais do que na guerra e isto se
consegue de dois modos: pela ação ou somente pelo pensamento.”[p.87]

4.15. CAPÍTULO XV - DAS RAZÕES PELAS QUAIS OS HOMENS E


SOBRETUDO OS PRÍNCIPES, SÃO LOUVADOS OU VITUPERADOS.

4.15.1. “[...]é preciso que o príncipe seja tão prudente que saiba evitar os
defeitos que lhe tirariam o governo e praticar as qualidades próprias para
lhe garantir a posse dele, se lhe é possível; não podendo, porém, com
menor preocupação, deixe-se que os fatos sigam seu curso natural. E
mesmo não lhe importe incorrer na pecha de ter certos defeitos, sem os
quais dificilmente salvaria o governo. porque, se considerar bem tudo,
achar-se-ão coisas que parecem virtudes e, se praticadas, lhe provocariam
a ruína e outras que parecerão vícios e que, seguidas, trazem bem-estar e
tranquilidade ao governante.”[p.92]

4.16. CAPÍTULO XVI - DA LIBERALIDADE E DA PARCIMÔNIA.

4.16.1. “A liberalidade usada para que se espalhe a tua fama de liberal, não é
virtude; se ela se pratica de modo virtuoso e como se deve, será ignorada e
não escaparás da má fama de seu contrário.”[p.93]

4.16.2. “E dentre as coisas que um príncipe deve evitar para si é tornar-se


necessitado ou odioso. E a liberalidade leva a uma ou outra coisa. Deste
modo, pois, é mais prudente ter fama de miserável, a que acarreta má
fama sem ódio, do que, para obter fama de liberal, ser levado a incorrer
também na de rapace, o que constitui infâmia odiosa.”[p.96]

4.17. CAPÍTULO XVII - DA CRUELDADE E DA PIEDADE - SE É


PREFERÍVEL SER AMADO OU TEMIDO.

4.17.1. “[...]cada príncipe deve querer ser considerado piedoso e não cruel; não
obstante. deve cuidar de empregar de modo conveniente essa
piedade.”[p.97]
4.17.2. “E dentre todos os príncipes os novos são os que podem menos fugir à
pecha de cruéis, pois os Estados novos estão repletos de perigo.”[p.97]

4.17.3. “Não deve ser, pois, crédulo o príncipe nem precipitado, nem assustar-
se a si mesmo, mas agir equilibradamente, prudente e humanitário, para
que a confiança demasiada não o faça incauto e a desconfiança excessiva
não o torne intolerável.”[p.98]

4.17.4. “Concluo, portanto, (tornando ao assunto sobre se melhor é ser temido


ou amado) que um príncipe sábio amando os homens como quer ser
amado, e sendo temido por eles como quer, deve firmar-se no que é seu e
não sobre o alheio. Empenhando-se apenas em evitar o ódio, como
dissemos.”[p.101]

4.18. CAPÍTULO XVIII - DE QUE MANEIRAS DEVEM OS PRÍNCIPES


GUARDAR A FÉ DA PALAVRA DADA.

4.18.1. “Quão louvável seja a um príncipe manter a fé e viver de modo íntegro,


sem astúcia, todos o entendem; entretanto, observa-se, pela experiência,
em nossos tempos, que príncipes existiram que fizeram grandes coisas,
mas em pequena conta tiveram a palavra empenhada, e pela astúcia
souberam transtornar a cabeça dos homens, superando enfim, as que
ficaram leais.”[p.102]

4.18.2. “O príncipe. contudo não necessita possuir todas as qualidades acima


mencionadas. Sendo suficiente que aparente possuí-las.”[p.104]

4.19. CAPÍTULO XIX - DE COMO SE DEVE EVITAR O SER DESPREZADO


OU ODIADO.

4.19.1. “O que o torna sobretudo odioso, como acima disse, é o ser rapace e
usurpador dos bens e das mulheres de seus súditos. Não se tirando aos
homens bens e honras, vivem satisfeitos e apenas se deverá dar combate à
ambição de poucos, que pode ser sofreada de muitos modos e facilmente.
Torna-o desprezível o ser tido como volúvel, leviano, efeminado, covarde,
irresoluto.”[p.107]
4.19.2. “O príncipe que formar de si tal opinião, adquire grande reputação; e
contra quem goza de reputação dificilmente se conspira e dificilmente é
atacado enquanto for considerado excelente e tenha a reverência dos
seus.”[108]

4.19.3. “Concluo, pois, afirmando que a um príncipe pouco devem importar as


conspirações se ele é querido do povo, porém se este é seu inimigo e o
odeia, deve temer tudo e todos.”[p.110]
4.20. CAPÍTULO XX - SE AS FORTALEZAS E TANTAS OUTRAS COISAS
QUE COTIDIANAMENTE SÃO FEITAS PELO PRÍNCIPE SÃO ÚTEIS OU
NÃO.

4.20.1. “Alguns príncipes, para conservarem com segurança o Estado, deixaram


desarmados os seus súditos, outros repartiram as cidades conquistadas
mantendo facções para combaterem-se mutuamente, outros alimentaram
inimizades contra si próprios, outros entregaram-se à conquista do apoio
daqueles que lhe eram suspeitos no princípio de seu governo, alguns
outros construíram fortalezas, outros, mesmo, as arruinaram.”[p.122]

4.20.2. “[...]o príncipe que tiver mais temor de seu povo do que dos
estrangeiros, deve construir fortificações, mas o que tiver mais temor dos
estrangeiros do que do povo, não precisa preocupar-se com isso.”[p.127]

4.20.3. “Considerando-se, portanto, todas estas coisas, louvarei os que


edificarem fortalezas e ainda os que não as construírem, e lamentarei os
que, confiando em tais meios de defesa, não se preocuparem com o fato de
o povo os odiar.”[p.128]

4.21. CAPÍTULO XXI - O QUE UM PRÍNCIPE DEVE REALIZAR PARA SER


ESTIMADO.

4.21.1. “Nada torna um príncipe tão estimado como as grandes empresas e o


dar de si raros exemplos.”[p.129]

4.21.2. “E principalmente deve um príncipe agir no sentido de, em cada atitude,


conquistar reputação de grande homem. Também é estimado um príncipe
quando sabe ser realmente amigo ou inimigo, isto é, quando sem
nenhuma preocupação, age francamente em favor de alguém contra um
terceiro.”[p.130]

4.21.3. “E os príncipes tímidos, para fugirem a estes perigos, seguem, com


freqüência, aquela linha de neutralidade e geralmente são mal
sucedidos.”[p.131]

4.21.4. “Do mesmo modo, deve um príncipe mostrar-se amante das virtudes e
honrar aqueles que se destacam numa arte qualquer.”[p.133]

4.22. CAPITULO XXII - DOS MINISTROS DOS PRÍNCIPES.

4.22.1. “E a primeira conjetura que se faz, a respeito das qualidades de


inteligência de um príncipe, está na observação dos homens que estão ao
seu redor. Sendo estes competentes e fiéis, pode-se tê-lo como sábio. por
saber reconhecer as qualidades daqueles e conservá-los fiéis.”[p.135]

4.22.2. “[...]quando perceberes que o ministro pensa mais em si mesmo do que


em ti, e que em todas as suas ações procura tirar proveito pessoal, podes
estar certo de que ele não é bom, e nunca poderás confiar-te nele; aquele
que dirige os negócios do Estado não deve jamais pensar em si mesmo,
mas sempre no príncipe e nunca recordar-lhe coisas que estejam fora da
esfera do Estado.”[p.136]

4.22.3. “[...]o Príncipe. para garantir-se do ministro, deve pensar nele,


honrando-o, fazendo-o rico, fazendo com que ele contraia obrigações para
contigo[...].”[p.136]

4.23. CAPÍTULO XXIII - DE COMO SE EVITAM OS ADULADORES.

4.23.1. “Um príncipe prudente deve, pois, portar-se de uma terceira maneira,
escolhendo no seu Estado homens sábios e apenas a estes deve conceder o
direito de dizer-lhe a verdade a respeito, porém, somente das coisas que
ele lhes inquirir. Deve consultá-los sobre todas as coisas e ouvir-lhes a
opinião, e deliberar depois como julgar melhor e, com conselhos daqueles,
conduzir-se de modo tal que eles percebam que com quanto mais
liberdade falarem mais facilmente serão suas opiniões seguidas.”[p.138]

4.23.2. “Um príncipe deve, pois, aconselhar-se sempre, mas quando ele julgar
que o deve e não quando os outros desejarem; antes, deve tirar a todos a
vontade de aconselhar algo sem que ele o peça.”[p.140]

4.23.3. “O que se conclui daí é que os bons conselhos, venham de onde vierem.
nascem da prudência do príncipe e não a prudência do príncipe dos bons
conselhos.”[p.140]

4.24. CAPÍTULO XXIV - POR QUE OS PRÍNCIPES DA ITÁLIA PERDERAM


SEUS ESTADOS.

4.24.1. “Um príncipe novo é muito mais vigiado em seus atos do que um
hereditário, e quando esses atos mostram virtude, atraem muito mais aos
homens e os obrigam muito mais do que a antiguidade do sangue [...]. E
desse modo ele gozará a dupla glória de ter fundado um principado novo
e de o ter engalanado e fortalecido com boas leis, boas armas e exemplos
bons, da mesma maneira que um príncipe antigo terá a dupla vergonha.
porque, tendo nascido príncipe, perdeu o Estado por sua minguada
prudência.”[p.142]

4.25. CAPíTULO XXV - DE QUANTO PODE A SORTE NAS COISAS


HUMANAS E DE QUE MANEIRA SE DEVE RESISTIR-LHE.

4.25.1. “Não desconheço que muitos têm e tiveram a opinião de que as coisas
do mundo são dirigidas pela fortuna e por Deus, de modo que a
prudência humana não pode corrigi-las, e mesmo não lhes traz nenhum
remédio. Por esse motivo, poder-se-ia acreditar que não deve alguém
preocupar-se muito com elas, mas deixar-se dirigir pela sorte.”[p.145]

4.26. CAPÍTULO XXVI - EXORTAÇÃO AO PRÍNCIPE PARA LIVRAR A


ITÁLIA DAS MÃOS DOS BÁRBAROS.
4.26.1. “Não se deve, pois, deixar escapar-se essa oportunidade, a fim de fazer
com que a Itália, após tanto tempo, encontre um redentor. Não tenho
palavras para manifestar o amor e o entusiasmo com que ele seria recebido
em todas as províncias que sofreram ataques e invasões estrangeiras, nem
com que sede de vingança, com que obstinada fé com que piedade, com
que lágrimas. Que portas se lhe fechariam? Que povos lhe negariam a
obediência? Que inveja lhe faria face? Qual italiano seria capaz de recusar
lhe seu favor? Já fede, para todos, este domínio de bárbaros. Tome,
portanto, a vossa ilustre casa esta tarefa com alquile ânimo e aquela fé com
que as boas causas são esposadas, a fim de que, sob o seu brasão, esta
pátria se enobreça [...].”[p.156]

5. REGISTROS PESSOAIS DO AUTOR DO FICHAMENTO

Concluindo o Fichamento da Obra “O Principe” de Nicolau Maquiavel,


onde o autor elaborou um manual de orientações práticas que foi dado ao Príncipe
Lorenzo de Médice como um presente, o qual envolve experiências e reflexões do
autor. Maquiavel analisa a sociedade de maneira fria e calculista e não mede
esforços quando trata de como obter e manter o poder de qualquer forma,
ensinando como se deve agir e manipular as pessoas para se conseguir o que quer.
Na obra Maquiavel tenta indicar o caminho para que o Príncipe consiga
governar de uma forma correta, orienta que quando chegamos ao poder devemos
sempre manter o povo ao seu lado pois quando o povo está com ele, dificilmente
ele será derrubado do poder. No final, Maquiavel deixar claro que nem sempre o
governo seguira um caminho, que quase tudo dependera da sorte do Príncipe, mas
ele deve estar preparado para enfrentar qualquer problema. Concluindo,
Maquiavel aponta erros comuns a todos os governos que podem vir a criar
instabilidade no poder.

Curitibanos (SC), 10 de maio de 2014.

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