Familia Geronazzo 173 Anos Da Italia Ao Brasil
Familia Geronazzo 173 Anos Da Italia Ao Brasil
Familia Geronazzo 173 Anos Da Italia Ao Brasil
Autores
João Amauri Geronasso
Anselmo Geronasso
Apoiadores
Iracema Martins Mathoso da Silva
Lourenço Geronaso
Waldemar Geronasso
Antônio Ariel Geronasso
Novembro/2016
Ficha Técnica
Criação e texto: João Amauri Geronasso e Anselmo
Geronasso
Diagramação: Anselmo Geronasso
[email protected]/joã[email protected]
@famíliageronazzo
Sumário
INTRODUÇÃO ........................................................................ 1
ASSIM COMEÇOU A NOSSA HISTÓRIA .................................... 2
EMBARQUE ......................................................................... 10
OS IMIGRANTES ITÁLIANOS:................................................. 12
SERRA ACIMA.................................................................................................................... 13
PRIMEIRA MORADA: ......................................................................................................... 13
SEGUNDA MORADA .......................................................................................................... 14
TERCEIRA MORADA ........................................................................................................... 14
ARVORE GENEOLÓGICA DO LODOVICO ................................ 18
A HISTÓRIA E A VIDA DO DAVID GERONAZZO..................................................................... 19
A HISTÓRIA E A VIDA DE VICENTE GERONASSO .................................................................. 26
A HISTÓRIA E A VIDA DO JEANBATTISTA............................................................................. 34
A HISTÓRIA E A VIDA DO ANGELO GERONAZZO .................................................................. 35
A HISTÓRIA E A VIDA DO ANTÔNIO GERONASSO ................................................................ 35
A HISTÓRIA E A VIDA DO BENJAMIN GERONAZZO .............................................................. 42
A HISTÓRIA E A VIDA DA MARIA GERONASSO .................................................................... 46
A HISTÓRIA E A VIDA DE EDUARDO GERONASSO ................................................................ 52
CASAMENTOS: ..................................................................... 57
RELIGIÃO: ............................................................................ 58
IGREJA NA ITÁLIA.................................................................................................. 58
IGREJA NO BRASIL................................................................................................. 61
DIVERTIMENTOS DA FAMÍLIA: .............................................. 67
LODOVICO VOLTA PARA A ITÁLIA: ........................................ 68
SAÚDE NA ÉPOCA: ............................................................... 68
BENZEDORES DA FAMÍLIA: ................................................... 69
BODAS DE OURO ................................................................. 70
LEGADO E TRADIÇÕES TRANSMITIDOS PARA OS DESCENDENTES: 72
PROSAS, CONTOS OU VERDADES: ........................................ 75
DEPOIMENTOS DOS FAMILIARES E AMIGOS: ........................ 77
IZAURA JUSTINA GERONAZZO HANNEMANN ..................................................................... 77
IRACEMA MARTINS MATHOZZO DA SILVA.......................................................................... 78
MARIA GERONASSO JORGE ............................................................................................... 78
ROSA SKORA DO ROSÁRIO ................................................................................................. 79
ARICLE DE MATTOS CARON ............................................................................................... 80
JACI COELHO MARTINS FERRAZ ......................................................................................... 80
LOURENÇO GERONASSO ................................................................................................... 80
WALDEMAR GERONASSO .................................................................................................. 82
ARIEL GERONASSO ............................................................................................................ 83
VICENTE JOSÉ GERONAZZO................................................................................................ 83
DURAIR DO ROSÁRIO ........................................................................................................ 84
PALAVRAS FINAIS................................................................. 85
GALERIA DE FOTOGRAFIAS................................................... 86
AGRADECIMENTOS ............................................................ 102
BIBLIOGRAFIA .................................................................... 102
BIOGRAFIA DOS AUTORES .................................................. 103
0
INTRODUÇÃO
A Vida digna e honrada dos nossos antepassados nos dá orgulho
de sermos Geronazzo. Então, para contar a nossa História não
poderíamos ficar apenas no Ter, mas sim no Ser, pois o Ser é a essência
da Vida que eleva a Alma à Magnitude de Deus.
Este livro não tem fins lucrativos e não tem a presunção de
impor sua verdade, principalmente em denegrir a imagem dos
envolvidos, sendo assim, quisemos que o máximo possível de parentes
e amigos participassem de alguma forma, com uma linguagem simples
e própria de cada um.
No intuito de transmitir às novas gerações sobre um passado
ainda presente em nossas vidas e dizermos com carinho que
reverenciamos os nossos antepassados, principalmente o nosso
pioneiro Lodovico.
A aventura será contada desde a migração partindo da Itália,
pelo caminho seguido até firmar os pés no Brasil, passando pela as
tentativas de desvendarmos os acontecimentos.
Pedimos a Deus que consigamos transmitir a emoção que nós os
autores sentimos ao falar desta história e de alguma forma influenciar
ao sucesso a quem dedicar seu tempo à leitura deste livro.
1
ASSIM COMEÇOU A NOSSA HISTÓRIA
Olhando as fotografias do passado, sempre nos traziam
recordações e vontade de procurar saber como começou a nossa
Família no longínquo passado na Itália. Há muitas décadas a Família
Geronazzo vem crescendo abençoada pela Santíssima Trindade e
guiada por Santo Antônio.
Vivendo em harmonia, nas cidades e em suas “Aziendas“
significa fazendas, nas mais lindas paisagens e montanhas Alpinas na
região do Veneto. Como uma árvore frondosa, foi espalhando suas
sementes, desta árvore, um ramo com uma semente do “Nonno
Lodovico“ foi arrancada em dias tempestuosos e levado por fortes
ventos através dos mares e lançada em terras férteis, no Boa Vista em
Curitiba onde germinou, continuando o seu Legado.
Na minha infância (João Amauri), gostava de escutar as historias
dos nossos pioneiros contados pelos mais antigos. O tempo foi
passando e eu continuei querendo saber de que lugar da Itália e em
que ano chegaram os nossos Nonnos? Eu e minha esposa (Mailete)
fomos procurar saber qual o caminho teríamos que seguir: paroquias,
telefones, cartas, arquivos ou registros.
Nos arquivos de Treviso e paróquias da região, informavam que
os registros e arquivos haviam sido danificados por guerras e
enchentes. Como também relatou o historiador e professor Giancario
Follador nos seus livros sobre a região, inclusive que houve uma
imigração em massa por esses motivos. Alguns para Brasil, outros para
Argentina, EUA, França e Alemanha.
Os Cartórios parecem fazer questão de não informar nada para
Brasileiros descendentes de Italianos, tudo confuso, devido a grande
quantidade de estrangeiros procurando por heranças.
Veja, o Veneto só fez parte da Itália a partir de 1.866, seus
registros iniciam a partir de 1871, quem nasceu ou casou desta data
para trás é como se não existissem legalmente, sendo que nos
interessava para nós de 1.780 à 1.845, datas de nascimentos do Pai
(Vincenzo) e do Lodovico. Como não era obrigatório registrar os filhos,
até mesmo por não ter como, muitos tinham sua existência
documentada pelo batismo das igrejas, pra agravar a situação, alguns
pais escondiam seus filhos com medo que fossem convocados para o
2
serviço militar em tempos de guerras. Então não se encontra muita
coisa por lá, nem do Lodovico e nem dos seus pais.
Na década de 70, sem as facilidades da internet que temos
atualmente, fomos para a Itália na esperança de encontrar alguma
informação, em Nápoles informaram que era pouco provável de
encontrar Geronazzos, descobrimos que a concentração das Famílias
Geronazzo é mesmo a região do Veneto, confirmado pelo comentário
do Lodovico “vim do alto Itália com orgulho” (região Norte) e batia com
a mão cerrada na mesa.
5
enviamos alguns e-mails para órgãos do Governo e portal italiano sobre
os Geronazzos (só mais tarde teríamos à resposta de onde viemos).
6
Uma menção de agradecimento para o amigo Parziale (escultor
e pintor) que foi responsável por trazer a exposição da Sra.Giuliana para
o Brasil e nos recebeu em sua casa em Caraguatatuba no período da
exposição.
Com a indicação da região com grande concentração de
Geronazzos, eu o Lourenço telefonamos para Alessandro Geronazzo
que mora em Valdobbiadene em uma fazenda Agrícola, ele confirmou
que as Famílias de Geronazzo são agricultores em fazendas nos
arredores de Valdobbiadene. Indicou que existe uma vinícola de
Giuseppe Geronazzo na região de Valdobbiadene “Que por sinal é um
dos melhores Prosseco da Itália”.
Em 2005 veio à confirmação documental da origem do Lodovico
e Giuditta através da certidão de casamento do Tio David, onde consta
o local de nascimento em San Pietro di Barbozza diocese de Pádua em
Valdobbiadene, norte da Itália.
Observando a região do Veneto na imagem a seguir, da para
imaginar o ano de 1.843, quando nasceu o menino Lodovico e como foi
a sua infância em San Pietro di Barbozza, norte da Itália.
7
A casa de Pedra, o porão do vinho, da Farinha (para fazer os
bolinhos de chuva), do azeite de oliva, do salame, do Queijo e o sótão
repleto de Memorias. No dia a dia traquinando pela Azienda (fazenda),
vivendo nas belas paisagens das montanhas, cascatas, lagos e vinhedos.
No inverno ao redor da lareira, do lado de fora as nevascas cobrindo
com manto branco, vales, montanhas e adormecendo os rios. E na
primavera a beleza da neve derretendo pelas encostas, como num som
orquestrado formando cascatas e despertando novamente os rios. Nos
pomares se deliciando de uvas maduras e deliciosas, o perfume das
flores desabrochando num colorido de tons deslumbrantes.
Neste cenário foi crescendo e na juventude, trabalhando a terra,
semeando, colhendo uvas para produzir o vinho, em fim toda espécie
de frutas para que a Mama (Mãe) fizesse doces e compotas, o trigo
para massas fresquinhas, carnes com polenta, queijo e vinho.
O tempo foi passando, apaixonou-se e casou com a jovem
Giuditta a “Bisa” com festa regada a vinho e tarantela. Depois foram
chegando os filhos, Davide, Vincenzo, Jean Batista e Ângelo. Filhos que
poderiam ter a mesma infância dos pais, mas tempos difíceis viriam na
Itália, ora dominada pela França ora pela Áustria e os conflitos de
poderes com a Igreja Católica.
No ano de 1.871, a Itália foi unificada e declarada a sua
independência. Do Governo pouco podia se esperar, tudo muito difícil e
não se vivia em paz. Com as noticias que na América do Sul tinha terras
para plantar e liberdade para viver, tomaram a decisão de embarcar
para “América”.
Deus traçou para eles novos caminhos, para que formassem
uma grande Família fora da Itália, com coragem deixaram sua Pátria
Amada
8
Imagem ilustrativa da propaganda para a nova terra, no texto: “Na América – terras
no Brasil para os italianos. Navios em partida todas as semanas do Porto de Gênova.
Venha construir os seu sonho com a família” (fonte Internet)
9
EMBARQUE Lodovico e sua família foram de jardineira, uma espécie
de carroça puxada por cavalos, por mais de 400 km até o Porto de
Gênova, onde a espera para embarcar demorava dias, por fim
embarcaram no dia 18 de Janeiro de 1880 no Navio Baltimore.
OS IMIGRANTES ITÁLIANOS:
Os imigrantes que na época seguiram para o Estado do Paraná
foram instalados nas Colônias Alexandra e Nova Itália em Morretes, que
era vila desde 31 de outubro de 1.733 por ordem de D. João V
(informação da placa do marco zero esculpida em pedra). As famílias de
imigrantes viviam em condições precárias e era difícil trabalhar a terra
com poucas ferramentas, as moradias eram péssimas e que eles
mesmos tinham que construir. Devido ao clima muito quente contraiam
doenças e não conseguiam se adaptar ao lugar, as primeiras sementes
lançadas precariamente na terra não davam para o sustento das
famílias. Com isso, em 1.878 as Colônias foram fracassando, nos
arquivos não há registros da Família Geronazzo ter fixado residência nas
Colônias Alexandra e Nova Itália, porque chegaram em 1.880 e não
12
permaneceram lá, beneficiados pela decisão das autoridades de subir a
Serra. Aqui rendemos nossa homenagem a essa brava gente que por
anos passou dificuldades nas colónias do nosso litoral.
16
fornecimento de bracatinga para a fábrica da Lucinda e o venda de leite
de litro em litro na cidade. A tia Maria não construiu casa em separado,
quando casou com o tio Jovino ficaram morando na casa principal e
com a morte da bisa e do Lodovico, fizeram reforma na casa e viveram
até o fim de suas vidas.
17
ARVORE GENEOLÓGICA DO LODOVICO
LODOVICO GERONAZZO casou com GIUDITTA COPPA
18
Na foto o Lodovico sentado ao lado da filha Maria, em pé da esquerda para a direita o
Vicente, David, Antônio, Eduardo e Benjamin (acervo Casa da Memória)
O Tio David (Davide) depois que casou fez sua morada afastada
da sede, dentro do sítio a direita da estradinha da Boa Vista que ligava
com a propriedade dos Piakaski, seguindo para os lados da Barreirinha.
(atualmente Rua David Geronasso). Não conheci o tio David nem a tia
19
Nina, me recordo que com a morte do dele, quem ficou morando com a
mãe na casa foi o tio Antônio (Toni) e sua esposa Cecilia.
Ao redor da casa tinha uma fila de cedros, o poço, paiol,
estrebaria, a cocheira, carroças, parreiral e o quintal. No começo era
penoso para ele e a esposa (Nina) na lida com plantações, leiteria e
outros trabalhos do dia a dia. Com o tempo a família foi crescendo e os
seus doze filhos continuaram trabalhando no sítio, pois trabalhar fora
de casa era raro na época, estamos falando do ano de 1.939.
20
1) AMABILE GERONAZZO casou com ANGELIN CARLY
MARGARIDA CARLY
MERCEDES CARLY
ROSA CARLY
21
4) ANGELO LODOVICO GERONAZZO 1889 †1964 casou MARIA LUIZA LORO
22
JEANINE LUIZA DE LARA
JUREMA DE LARA casou com ANDREW HONCZARENKO
EDWARD HONCZARENKO
SAMANTHA HONCZARENKO
DAVID GERONAZZO NETO 1926 †1979 casou c/MARTINA
CRISTIANO DAVID GERONAZZO
WLADEMIR JOSÉ GERONAZZO
YVONNE GERONASSO casou c/CLAUDIO DO ESPIRITO SANTO
IRENE DALEDONE
23
HAMINTO DALEDONE
ZENIR DALEDONE
24
WALMIR NATAL 1966
WALMOR LUIZ 1967 casou com SILMA ALVES 1967
WALÉRIA CAROLINE
WILMAR JOSÉ 1968 casou com RENILDES FRANÇA 1963
GABRIELA FRANÇA GERONASSO 2005
VERA MARIA 1943 casou com CLAUDIO LAFUENTE JUNIOR 1943 †1993
CLAUDIA 1967 casou com MARCELO MENDONÇA
GULHERME 1987 casou c/ARRIANE PADILHA PINHO 1992
MARCELA LAFUENTE MENDOÇA 2004
NATALI A CORTES 1993 casou c/Everton L.CORTES 1990
BEATRIZ A.CORTES 2010
WALDEMIRO 1973 casou com JANETE
EDUARDO LAFUENTE
ALMIR ANTÔNIO 1947 †2010 casou c/MAFALDA SCHOKROCH 1959
VALÉRIO
VALERIA casou com JULIO
JULIANA
ARI NATAL GERONASSO 1952 casou com SOLANGE BIGAISKI 1959
ANDREZA DE FÁTIMA GERONASSO 1976 casou JOSÉ MARIA NUNES 1976
ISABELA GERONASSO NUNES 2007
GIOVANA GERONASSO NUNES 2011
LUIZ HENRIQUE GERONASSO 1978 casou PAULA C.M.BEKER 1986
IASMIN BEKER GERONASSO 2012
MICHELE CRISTINA GERONASSO casou ELIEZE EVAN CARLI 1977
MARIA EDUARDA GERONASSO CARLI 2006
PAULO HENRIQUE GERONASSO 1987 casou GRAZIELA F.ZANON 1988
11) JUDITH JULIETA 1915 †1991 casou c/HILDO ALVES DE LIMA 1913 †1995
27
1) JOÃO GERONASSO 1902 †1935 casou com MARIA LUNARDON †
4) ANGELINA GERONASSO 1909 †2010 casou com LUIZ IELEN 1905 †1959
35
Cópia do alvará do armazém em sociedade com Blanchet (acervo dos autores)
36
Azul até a cidade de Rio Branco do sul, os porcos vinham andando e lá
eram embarcados em vagões de trem e transportados para Curitiba,
onde eram desembarcados numa parada do trem na Colônia Argelina e
quando chegavam eram soltos no batatal para comer, tomar água e
ganhar peso, recuperando da viagem desgastante, para então serem
vendidos para o Garmatter.
37
Cópia do alvará da Barricaria na Colônia Argelina (acervo dos autores)
38
Os filhos tiveram assumir as atividades, meu Pai (Pedro) como o
homem mais velho da casa, com 15 anos idade assumiu os negócios
junto com a Nonna Cecília. Dizia o meu pai que as barricas cheias de
erva moídas eram transportadas por carroções, puxados por oito
cavalos, pela estrada da Graciosa até os Portos de Antonina e
Paranaguá. Perguntei pra ele por que a barricaria não prosperou, ele
disse que veio à crise de 1.929 e revolução de 1.930 paralisando quase
por completo a fabricação de barricas. Para agravar a situação apareceu
uma dívida que o cobrador sem documento para provar, disse que o
trato foi no fio do bigode e então a Nonna Cecília teve que entregar
como pagamento uma propriedade que tinha recebido como herança
dos Blanchet (área que fazia divisa com os fundos do antigo campo da
viação).
39
OLIVIO KLINGUELFUS † (Filho de criação)
41
OLÍVIO KLINGUELFUS 1922 †2000 casou ALICE KLINGUELFUS 1930†2012
42
BENJAMIN GERONAZZO casou com LUIZA PELLANDA
1) JUDITH GERONAZZO †
2) CATHARINA GERONAZZO 1910 †1972 casou com JOÃO GRABOWSKI
3) LUIZ GERONAZZO casou com HELENA SCHIAVON
4) MARIA GERONASSO † casou com JOÃO SIUTA 1908 †
46
Maria entregando leite em frente ao Teatro Guaíra (acervo Amauri do Rosário)
48
1) JUDITH DO ROSÁRIO casou com LUIZ OTTO MARTY
NADIR OTTO MARTY DO ROSÁRIO casou ANA DOS SANTOS (Anita) 1930
EDNA MARTY DO ROSÁRIO 1953 casou c/ARMANDO DOS SANTOS
ALEXANDRE DOS SANTOS
ALINE MARTY DOS SANTOS
JUCELIA MARTY DO ROSÁRIO 1955
ACIR OTTO MARTY casou com ARLETE KUNIKO
CLEIA MARTY
CLEISI MARTY
DANIELE
SABRINA
CLAUDIO MARTY
EMERSON e SIMONE MARTY (Gêmeos)
WILSON DO ROSÁRIO
52
EDUARDO casou com FELÍCIA BLANCHET
53
1)JOSÉ ALFREDO GERONASSO 1910 †1972 casou JUDITH BORDIGNON 1922 †2007
GLACI GERONASSO 1942 casou com JAMIL RAFAEL DA CRUZ 1940
LUIZ ALFREDO DA CRUZ 1964 casou MIRIAN GLADYS MILSONI 1965
JACKSON RAFAEL 1985 casou c/JULIANA
THAIS REGINA GERONASSO 1987 casou GUSTAVO RODRIGUES BENVENUTI 1988
BIANCA BENVENUTI 2005
BEATRIZ CRISTINA GERONASSO 1998
JEFERSON MATHEUS 2000
MARCO ANTÔNIO DA CRUZ 1965 casou SUELY DA SILVA 1968
SUELLEN LUANA 1983
EDUARDO 2005
ROSANE CRISTINA DA CRUZ 1967 casou HEITOR BORGIAS 1962
MONIQUE BORGIAS 1987
DANIELE BORGIAS 1989
MARLI GERONASSO casou com WILSON BECKER 1947
EDILENE BECKER 1965 casou MARCOS ANTONIO DE OLIVEIRA 1958
GUILHERME DE OLIVEIRA 1989
EDINEIA BECKER 1971 casou c/OSIMAR SARAGIOTTO 1966
CAMILA BECKER SARAGIOTTO 1998
EDNA BECKER 1973
JOSÉ ALFREDO GERONASSO FILHO 1958 casou ARMELINDA DA SILVA 1959
FABIO ALFREDO GERONASSO 1979
MAYARA GERONASSO 1988
56
CASAMENTOS: até a construção da Igreja no Boa Vista os
casamentos eram realizados nas Igrejas da Agua Verde, Capela da Santa
Cândida e Abranches. Quando casava alguém da Família, os
preparativos começavam uma semana antes, como tinham tudo em
casa, era só matar um boizinho, porco e as galinhas. Além do vinho que
já era de costume beber todos os dias, também faziam cerveja feita em
casa e capilé. As carnes e os bolos eram assados com carinho nos fornos
de lenha e tinham também compotas de vários tipos de frutas.
Na casa dos pais da noiva, um dia antes do casamento, as
mulheres arrumavam no paiol as grandes mesadas com tudo que se
tinha direito e no dia após a cerimonia religiosa iniciava a festança e o
baile que amanhecia ao som do gramofone ou da gaita do tio Alfredo,
do pandeiro do tio Arthur e um violeiro. Mais tarde surgiu a radiola de
78 rotações com os discos de vinil, ao som dos cantores: Vicente
Celestino, Carlos Galhardo, Silvio Caldas e outros.
Na época eram usadas almofadas pintadas a mão nos altares do
lado dos noivos, como se vê nas fotos antigas de casamento. A minha
mãe (conhecida por Lola) que pintava as almofadas.
Vista de San Pietro de Barbozza a partir da Igreja dos Geronazzo (acervo dos autores)
58
Igreja de Santo Antônio construída pela família Geronazzo (acervo dos autores)
64
O Frey Claudio com coragem e trabalhando de mangas
arregaçadas junto com nossa Família, lançou a pedra fundamental da
nova Igreja em 1.961. Com a mesma determinação que começou a
construção da primeira Igreja foi edificando até cobrir com o telhado a
igreja atual de Santo Antônio.
Como nos dava alegria de ver frei Claudio fazendo sua
caminhada com sua vestiaria Branca falando com sotaque Italiano e
brincando com a piazada. Visitava também as casas dos Paroquianos,
ele costumava vir na nossa casa almoçar e depois ficava um bom tempo
conversando com meu Pai. Perguntei “por que o Senhor come um
alimento de cada vez?” ele respondeu “como bem de vagar um
alimento, dou uma pausa e depois como outro, com isso cada alimento
dirige em camadas no estomago e não fermenta me fazendo uma boa
digestão” e no fim brindava com o vinho.
Era assim o convívio que tinha com gente e nos domingos era
bom ir a Missa das 10 horas rezadas por ele, depois ninguém tinha
pressa de voltar para casa, à conversa com os amigos, com as
namoradas se estendiam por um longo tempo no pátio da Igreja.
65
DOAÇÃO DOS SANTOS: Com a conclusão do salão capela, os fieis
fizeram doações das imagens de santos, conforme suas devoções
(imagem em tamanho natural):
66
DIVERTIMENTOS DA FAMÍLIA: Festas nas Igrejas, bailes nas
Sociedades Bacacheri, Barriqueiros e Abranches, corridas de cavalos,
jogos de bocha, festivais nos campos de futebol e os piqueniques.
67
Canchas de bocha existiam no nosso bosque, no armazém do
Nelson e também nas Sociedades do Bacacheri, do Ahú, do Morguenal
e outras. Além do Bocha, o truco e a “Mora” (jogo de tradição italiana)
acompanhada de um bom vinho.
Cancha de bocha no mato do Pedro, atualmente Bosque Boa Vista (acervo autores)
BODAS DE OURO
A família teve vários casais que alcançaram a felicidade de
completar 50 anos de casado, em homenagem citamos alguns a seguir:
70
Pedro (filho Antônio) e Lizoleta (filha Maria Luiza) e
posteriormente seu filho João Amauri e Mailete:
À esquerda: Anselmo, Fabio, Waldemar, Valeria, João Amauri, Mailete e sentados Lola
e Pedro (acervo dos Autores)
71
Lourenço (filho do Ricardo) e Odette:
Amassador de uva, processo que esmaga as bagas da uva para que apenas estourem e
barrica do Antônio (acervo dos autores)
73
A manutenção do legado do vinho “criolo”, como diz meu pai
(João Amauri) já teve a participação de todos os descendentes do
Antônio (filho do Lodovico). Até hoje, meu pai recebe com prazer a
todos que vierem a casa dele para uma prosa com o vinho, salame e
queijo em frente a um painel com utensílios utilizados pelos
antepassados.
74
As tradições foram transmitidas de pais para os filhos e
atualmente temos espalhados muitos descendentes em Curitiba e fora
dela, alguns preservam pequenos museus individuais nas suas
memórias, fotos e utensílios.
76
meu irmão Waldemar de curiosidade fomos cavoucar na madeira e
encontramos realmente os projetis encavalados.
77
IRACEMA MARTINS MATHOZZO DA SILVA, (neta do Antônio):
“Minha infância e dos meus primos foi junto da Nonna Cecilia.
Ela continuou recebendo alguns amigos Tropeiros da Lapa, que traziam
animais para vender e eu quando criança gostava de comer o arroz
carreteiro que eles preparavam. Recordo que dizia minha mãe (Amélia)
da amizade desses tropeiros com a nossa Família. Quando casei fomos
morar na Lapa. Quando o meu filho Sergio nasceu, o Setúbal (um dos
tropeiros) foi nos visitar, falamos daquele tempo, das cantorias e do
arroz carreteiro. Recentemente viajamos para Itália eu e o Paulo (meu
filho), fomos de carro até a região do Veneto, passamos por lugares
lindos, chácaras com parreirais, montanhas e cascatas. Nenê (apelido
do autor) sem saber direito o lugar da Itália que veio o Nosso Bisavô,
como sabemos hoje, graças a tua vontade de escrever esse livro, para
saber quem somos. Como você me disse outro dia, temos uma dívida de
gratidão para com o Lodovico e a Giuditta, o que eu também acho, pelo
sacrifício que fizeram para formar a nossa Família, aqui na Boa Vista.
Que pena que eles tiveram que deixar aqueles lugares lindos, com as
cidades antigas, casas de pedra, parreirais por todas as partes, mas
ainda bem que vieram para o Brasil. Que pena que as mulheres com
casamento troquem de sobrenome, embora eu não carregue o nome
“Geronasso“, mais carrego no sangue e me orgulho disso. Agradecida,
posso lembrar dos meus Bisavôs com carinho e Amor” Iracema.
79
ARICLE DE MATTOS CARON (da família Mattos do Cerro Azul):
“Meu avô Bento Silvino de Mattos contava que quando levavam
a porcada para o Seu Antônio (Boa Vista como era conhecido) do Serro
Azul até a Boa Vista, ele, a esposa Delfina (minha avó) e os empregados
partiam bem de madrugada tocando a porcada bem de vagar, quando
os porcos iam cansando e não queriam mais andar, eram colocados nas
carroças para se recuperarem. Na viagem iam muitas carroças
carregadas de comidas e rações. As paradas para descanso eram na
beira do rio Ponta Grossa e Itaperuçu. Uma curiosidade que ele contava,
que tinha ao longo do caminho um lírio branco perfumado e eles
apanhavam duas folhas enrolavam para fazer um copinho para tomar
água com o gosto do perfume. De Rio Branco a Curitiba os porcos iam
de trem, quando chegavam à Boa Vista, a dona Cecilia servia grandes
mesadas de comida, antes de dormir se reuniam com os tropeiros,
cantavam e contavam causos. No outro dia, após o café se despediam e
retornavam para o Cerro Azul” Aricle.
80
sobre os descendentes do patriarca Lodovico Geronazzo, chegado ao
Brasil em 1880.
Para traçar um perfil da pátria e o contexto da época do
Lodovico é difícil, pois a minha geração que a isso se propõe, se baseia
apenas em testemunhos de seus pais e avôs e pouca documentação. No
meu caso o que tenho a relatar se baseia em declarações ouvidas por
parte do meu pai Ricardo, neto do Lodovico, que lhe foram transmitidas
pelo Vicente.
No dizer de Ricardo, a personalidade do avô Lodovico era de um
homem integro e responsável pela condução dos destinos de seus
dependentes, sendo a maior legado deixada por ele a sua integridade,
não poupando esforços no sentido de manter a família unida na
conservação da área por ele adquirida em 1893, o que se pode avaliar,
pois os herdeiros mantiveram até 1921, somente desmembrada devido
à morte em 1918, alguns deles inclusive ampliaram comprando
algumas terras nas proximidades.
Isso se justifica, pois egressos da Itália atravessaram períodos de
crise e souberam valorizar o espaço aqui conquistado a custo de
sacrifícios, segundo Ricardo as jornadas de trabalho se prolongavam até
adiantadas horas da noite, no que o Lodovico era auxiliado pelo filho
David, não esquecendo da força das mulheres, a exemplo da sua esposa
Antônia (tia Nina).
Meu pai contava que trabalhou para o tio Jovino e no curtume
do Walter&Cia (situado na Munhoz da Rocha, atualmente no Honjo),
pois não existiam muitas oportunidades de trabalho fora de casa, tanto
que ele e o tio João foram para Mafra-SC trabalhar, meu pai conseguiu
um emprego na RVPSC (Rede de Viação Paraná-Santa Catarina),
conheceu e casou com minha mãe, mais tarde serviria ao Exercito no
15º Batalhão de Caçadores na praça Ruy Barbosa em Curitiba, após
retornar as atividades como ferroviário, com muita dificuldade se
voluntariou em 1932 no movimento revolucionário de Getúlio Vargas no
15ºBC, as dificuldades eram tantas, que escreveu em seu diário que se
encontra-se a morte em campanha, pelo menos o governo ajudaria na
manutenção da viúva e filho. Felizmente, retornou ostentando
promoções à Sargento por atos de bravura. Em 1938 com sua
experiência que tinha da RVPSC, foi transferido para o Batalhão
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Ferroviário de Rio Negro-PR como 1º Sargento Maquinista, onde se
aposentou como 1º Tenente.
Outro relato de Ricardo é que Lodovico falava que “se todo
imigrante da Itália fosse acolhido nessa terra, do nascer ao por do sol
ele tinha que beijar em agradecimento a este solo abençoado”.
Tenho muito orgulho em ter me espelhado no meu pai e
aprendido com a história dos antepassados, por isso deixo aqui
registrado um pensamento para as próximas gerações, citação do poeta
grego Eurípedes: a mais bela das glórias para uma criança nascida de
um pai virtuoso é imitar as virtudes de seu pai“ Lourenço.
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cima de um cavalo, bicicleta, com uma bola e correndo pelo campo da
propriedade.” Waldemar.
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formando sua família e o bairro da Boa Vista, que está presente nos
grandes momentos de sua vida.
Como “Bisneto” do Lodovico, sou grato a ele por ter tido um dos
filhos, como meu avô “Vicente”, do qual levo o nome e meu Pai
“Miguel”, que ensinou-me a respeitar e orgulhar-me desta família.
Meu pai, conhecido por muitos como “Miguelzinho” é lembrado
pelos seus discursos nos antigos comícios políticos do PDC (Partido
Democrático Cristão), liderados na época pelo Ney Braga e Ivo Arzua,
grandes amigos do meu pai e o do seu Pedro (pai do autor) que faziam
politica por amizade com a Kombi 61, sem cobrar nada.
Eram “festa de verdade” os casamentos principalmente das
famílias de Colombo, Mandasaia, Campinas dos Pintos, nos leilões da
Paroquia de Santo Antônio. Meu pai que tinha facilidade de fazer
amigos era requisitado com seu carro de praça para levar as noivas.
Hoje, as lembranças do Lodovico, Vicente e Miguel engrandecem
cada vez mais as nossas vidas, como família Geronazzo.” Vicente José.
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PALAVRAS FINAIS por João Amauri
SOMOS FRUTO DE UMA SEMENTE
TRAZIDA PELO IMIGRANTE
E PLANTADA NESTE CHÃO.
85
GALERIA DE FOTOGRAFIAS
Fotógrafos- muitas fotos antigas dos Geronazzos foram tiradas pelos
irmãos Weiss, fazemos aqui uma menção de honra para o trabalho
destes fotógrafos, pois propiciaram que hoje tenhamos esta recordação
da época. Conforme site “rededamemoria.bn.br” do Ministério da
Cultura, os irmãos Weiss iniciaram suas atividades trabalhando com o
fotógrafo Adolpho Volk em meados de 1890 com tecnologia trazida da
Alemanha, Joseph Weiss adquiriu a experiência e mais tarde juntou-se
ao seu irmão Augusto para criar o estúdio Weiss, o estúdio também
chamaria Foto Progresso, tendo alcançado o ápice de sucesso nos anos
1930.
Bodas de Prata de Eduardo e Felícia, ele com a flor na lapela e ela à esquerda de
branco, atrás dela a Maria e o Jovino em pé (acervo dos autores)
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Barricaria do Antônio e ao fundo casa onde mais tarde morou seu filho Abílio (acervo
dos autores)
87
Casal Amélia e Amantino com a filha Iracema à direita, o genro José e o neto Sergio
(acervo Iracema)
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Foto da 1ª Eucaristia na igreja Santo Antônio do Boa Vista (acervo Amauri do Rosário)
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Chácara do Pedro com a horta para consumo próprio (acervo dos Autores)
92
SANTINHOS DE FALECIMENTO: capa com imagens religiosas
93
SANTINHOS DE FALECIMENTO: parte interna com as condolências.
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95
Registro de não comparecimento ao serviço militar do Davide, com observação
"Emigrato America", site http://ricerchegenealogiche.archiviodistatotreviso.beniculturali.it
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97
Certidão atestando a entrada do David no Brasil (acervo Ligia Coelho Martins)
Telas a óleo de João Amauri, casa do Lodovico e casa do Antônio (acervo dos autores)
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Acima telha da Cerâmica Boa Vista do tio Jovino que a mais de 70 anos ainda cumpre
sua função e abaixo detalhe do nome impresso (acervo dos autores)
100
Obras de Giuliana Geronazzo (fonte http://www.giulianageronazzo.it)
Na foto da esquerda para a direita Giuliana Geronazzo, seu filho Giacomo, Alisson e
Anselmo registrado em visita na Brescia Itália (acervo dos autores)
101
AGRADECIMENTOS
BIBLIOGRAFIA
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BIOGRAFIA DOS AUTORES
João Amauri Geronasso
103
Uma grande Família com muitas
grafias (Geronasso e Geronaso)
agraciada pelos sobrenomes daqueles
que casaram com mulheres Geronazzo
DEUS OBRIGADO,
POR SERMOS FRUTOS DA SEMENTE
QUE VINGOU EM NOSSO CHÃO.
João Amauri