5.5-A Notação Musical
5.5-A Notação Musical
5.5-A Notação Musical
A NOTAÇÃO MUSICAL
FASES DE DESENVOLVIMENTO
Os primeiros indícios de notação musical surgem por volta do ano 3000 a.C com as primeiras
civilizações - Egipto, Mesopotâmia e Grécia.
A civilização grega terá sido aquela que mais desenvolveu a notação através de um sistema de
símbolos e letras por cima do texto. Com o aparecimento do Império Romano este sistema
perdeu-se e foi esquecido.
Na Idade Média vamos assistir ao reaparecimento da escrita musical a partir do séc.IX, tendo
esta várias fases de desenvolvimento.
1ª FASE
Os manuscritos dos cânticos usados pelos coros apenas continham os textos escritos e todas as
melodias eram aprendidas e decoradas. À medida que o número de cânticos e os textos foram
aumentando tornou-se impossível a sua memorização total por parte dos monges cantores.
Então, surge uma notação muito rudimentar que inicialmente consistia em sinais ou acentos por
cima ou por baixo do texto litúrgico escrito e que indicavam as inflexões da altura da voz.
A estes sinais dá-se o nome de Neumas que indicavam apenas a subida e a descida da voz, sem
estabelecer qualquer relação intervalar entre eles – neumas adiastemáticos.
Os primeiros manuscritos com neumas datam do séc.IX e os últimos do séc.XIV.
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o Clivis ou Flexa – movimento agudo – grave.
o Scandicus – 3 notas ascendentes.
o Climacus – 3 notas descendentes.
o Torculus – 3 notas com subida e descida.
o Porrectus – 3 notas com descida e subida.
Através desta notação apenas se sabia a direção dos sons e não a posição exata. A notação era
apenas um auxiliar de memória e era inútil para quem não conhecia a melodia.
Não é possível sabermos quanto tempo durava a execução de cada cântico, nem os intervalos
que eram feitos, nem a nota com que começava a melodia.
2ª FASE
Nesta fase vamos começar a encontrar neumas com diferença de alturas entre eles, que já
indicavam uma posição dos sons, dando-nos já a informação do tamanho e da direcção dos
intervalos – neumas diastemáticos. A notação deixa de ser direcional e passa a ser posicional.
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Estes neumas surgem entre o final do séc.X e o início do séc.XI.
Ainda nesta fase, começa-se a usar uma linha por baixo ou por cima do texto escrito, à volta da
qual se dispunham os neumas. Essa linha não tinha altura fixa.
3ª FASE
Esta fase vai estar muito ligada a Guido d’Arezzo (c.1000-1050) – um dos
principais teóricos musicais da Idade Média – a quem será atribuído o
aumento das linhas de pauta.
À linha que já existia, Guido associa a altura do Fá e atribui-lhe uma letra
F = fá. Depois coloca uma segunda linha uma 5ª acima desta com a letra
C = dó.
A linha do Fá passará a ser pintada de vermelho e a linha do Dó de
amarelo ou verde.
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Estas letras irão passar a funcionar como claves e darão mais tarde origem a estas.
Algum tempo depois passa a ser habitual fazer-se um vinco no papel para orientar a linha da
escrita o que acaba por ser transformado na 3ª linha da pauta.
De início estas linhas eram apenas vincadas no pergaminho, mas com o uso e o tempo tornavam-
se invisíveis, daí surgir a necessidade de começarem a ser pintadas com tinta.
Entretanto, não se sabe se teria sido Guido d’Arezzo a introduzir, surge uma 4ª linha.
Em meados do séc.XI já aparecem muitos manuscritos com pautas de 4 linhas. Serão estas 4
linhas que servirão de base para as melodias do canto gregoriano, até aos dias de hoje.
Aos poucos, a forma e a utilização dos neumas vai permitindo uma utilização mas precisa da
pauta, permtindo o uso de todas as linhas e espaços.
A esta notação chamou-se Notação Quadrada devido à forma quadrada que é dada aos neumas.
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Notação Moderna do Canto-Chão
Outras indicações:
o Há um pequeno sinal no fim de cada pauta
(guia) que funciona como orientação para
indicar a 1ª nota da linha seguinte.
o Um * no texto indica onde o coro começa a
cantar, depois da introdução do solista.
o Dois ** indica que é cantado por 2 coros.
o Os sinais ij e iij indicam que a frase anterior
deve ser cantada 2 ou 3 vezes
respetivamente.
o Um pequeno sinal debaixo das notas –
episema vertical ou ictus rítmico é a base
do andamento, ou seja, dá a acentuação
(semelhante ao nosso 1º tempo do
compasso).
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