Ciclo Vidro
Ciclo Vidro
Ciclo Vidro
BELO HORIZONTE
OUTUBRO DE 2017
ROTEIRO
Conforme a tabela 1, é possível observar que a sílica (SiO2), obtida através da areia,
é o principal componente usado na fabricação do vidro e por isso, em muitos casos, é a
jazida de areia que determina a localização da fábrica de vidro. Para a fabricação de vidros
de garrafa e de mesa, o teor de ferro não deve exceder a 0,45%, de modo a não interferir na
coloração do produto (SHEREVE, 1997).
O óxido de sódio (Na2O) provém principalmente da barrilha, podendo também ser
obtido através do bicarbonato de sódio, do sulfato de sódio e do nitrato de sódio. O nitrato
de sódio também auxilia na oxidação do ferro e acelera a fusão (SHEREVE, 1997).
A cal pode ser obtida através do calcário e da dolomita calcinada (CaCO 3.MgCO3),
que tem a vantagem de introduzir o MgO ao material. Os feldspatos têm a fórmula geral
R2O.Al2O3.6SiO2, sendo que R2O representa o Na2O, o K2O ou uma mistura dos dois.
Por serem baratos, puros e de fácil capacidade de fusão, são bastante utilizados na
fabricação do vidro. O teor de alumina presente em sua fórmula abaixa o ponto de fusão do
vidro e retarda sua desvitrificação (SHEREVE, 1997).
A história mais popular da origem do vidro diz que ele foi descoberto ocasionalmente
há mais de 4 mil anos por navegadores fenícios. Ao fazerem uma fogueira na praia, o calor
fez com que a areia, o salitre e o calcário das rochas reagissem formando o vidro
(CEMPRE, 2003).
No Brasil, a indústria do vidro teve início no século XVII com as invasões holandesas
em Olinda e Recife, em Pernambuco. Em 1810, foi instalada a primeira indústria de vidro no
Brasil, com produção através de processos de sopro e de prensagem. A fábrica, localizada
na Bahia, produzia vidros lisos, frascos, garrafões e garrafas, mas devido a dificuldades
financeiras e a concorrência com produtos estrangeiros foi fechada em 1825 (DUDAS,
2003).
No início do século XX foram desenvolvidos fornos contínuos que, além de
propiciarem a recuperação de calor, eram equipados com máquinas semi ou totalmente
automáticas para produção em série. O alto processo de industrialização do Brasil na
década de 50 atraiu investimentos do exterior para o setor de produção de vidros,
aumentando o número de empresas instaladas e a capacidade produtiva do país nos anos
subsequentes, atingindo em 2002 um total de 200 empresas dedicadas à produção de vidro
(DUDAS, 2003). Um dos tipos de garrafa de vidro utilizada para envase de refrigerante pode
ser observado na Figura 1.
A garrafa de vidro incolor com capacidade para 290 ml, conforme a figura 1, tem sido
o modelo deste material mais utilizado para o envase de refrigerantes desde a década de
80, devido à grande competição existente entre as embalagens de vidro de maior volume e
as garrafas PET de 2,0 L, com predominância desta última.
No entanto, a indústria do vidro tem reconquistado nos últimos anos seu espaço no
mercado de embalagens, demonstrando que o vidro preserva as características da bebida
por mais tempo e possui preço competitivo e estável, além de deixar a embalagem mais
sofisticada e ser fabricado a partir de matéria-prima renovável (CANÇADO, 2003).
3.2.3 Lavagem
A garrafa de vidro pronta segue então para o engarrafador, passando por uma etapa
de lavagem para a retirada de pó, sendo encaminhada a seguir para a etapa de envase.
3.2.4 Tampa
As folhas utilizadas para a fabricação das rolhas metálicas das garrafas de vidro são
fabricadas a partir de aço e têm um revestimento de óxido de cromo para proteção (IBS,
2004). O disco de vedação da rolha é composto de PVC termoencolhível que impede a
saída de gás do refrigerante.
O aço é uma liga de ferro e carvão produzido a partir da redução de minério de ferro
em alto forno. No final do processo de redução o ferro produzido e o carvão se fundem,
sendo chamados então de ferro gusa ou ferro de primeira fusão. Na etapa seguinte o ferro
gusa é encaminhado para a etapa de refino onde ocorrerá a queima de impurezas, sendo
transformado em aço.
3.2.5 Reciclagem
O vidro, se descartado no ambiente, não o polui. Isso porque seu material é inerte,
ou seja, não se degrada e nem se desfaz. No entanto, o vidro contribui muito para o volume
nos aterros sanitários, já que não pode ser compactado como o papel e acaba se
transformando em perigosos cacos cortantes. Dessa forma, o vidro pode se acumular no
ambiente ao ponto de não haver espaço suficiente para comportá-lo. Sendo assim, a
reciclagem desse material é muito importante para que isso seja evitado, já que o mesmo
pode ser reciclado infinitas vezes.