Livro - Igreja Com Propósito
Livro - Igreja Com Propósito
Livro - Igreja Com Propósito
RICK WARREN
Lendo esta obra você será desafiado a pensar grande, motivado a fazer algo
sério e duradouro na causa, não por vã banalidade, mas no Espírito de Cristo,
ancorado na Palavra, para a glória de Deus Pai. Aprenderá também a definir mais
claramente o propósito e a razão de ser da sua igreja.
Surfar é a arte de pegar as ondas criadas por Deus. Ele faz as ondas e os
surfistas somente as pegam. Nenhum surfista tenta criar ondas. Se não houver
ondas, eles simplesmente não podem surfar naquele dia! No entanto, quando o
mar está bom para o esporte, eles fazem de tudo para aproveitar, mesmo que
seja para surfar durante um temporal.
Paulo disse sobre a Igreja de Corinto: “Eu plantei, Apolo regou, mas Deus deu o
crescimento” (1 Co 3:6). Note a parceria: Paulo e Apolo fizeram a parte deles,
mas Deus deu o crescimento. A soberania do Pai é um fator negligenciado em
quase todos os livros atuais que falam sobre crescimento de igreja.
Pegar uma onda de crescimento também não é tarefa fácil. Requer mais do que
desejo ou mesmo dedicação. É preciso discernimento, paciência, fé, habilidade e
do mais importante de tudo, equilíbrio. Pastorear uma igreja em crescimento, tal
como surfar, pode parecer fácil para o leigo, mas não é. Requer destreza e
competência.
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Na Igreja Saddleback nós nunca tentamos criar uma onda. Essa parte é feita por
Deus. Porém, temos tentado reconhecer as ondas que Ele coloca em nosso
caminho e temos aprendido a pegá-las. Estamos aprendendo a usar o
equipamento certo, bem como a importância do equilíbrio. Também aprendemos
a cair fora das ondas quando elas começam a morrer, o que ocorre tão logo
percebamos que Deus deseja fazer algo novo. O mais incrível é que, quanto mais
habilidosos nos tornamos em pegar as ondas de crescimento, mais ondas o Pai
nos envia.
Mais pessoas está se entregando a Cristo hoje do que em qualquer outra época.
Creio que Deus envia as ondas de crescimento onde quer que o seu povo esteja
preparado para pegá-las. Nunca, na história do cristianismo, existiram igrejas tão
grandes como algumas de hoje. Acredito que a maioria das igrejas ainda está
para ser construída. Talvez você seja a pessoa escolhida por Deus para fazer
isso.
Todas as coisas vivas crescem, não sendo necessário um trabalho especial para
fazer com que isso ocorra. É um processo natural em seres vivos saudáveis. Não
preciso mandar meus três filhos crescerem, por exemplo. Eles crescem
naturalmente. Desde que eu tire certos obstáculos, como má alimentação ou
ambientes inadequados, o crescimento deles será automático. Se minhas
crianças não crescerem, algo deve estar ocorrendo. A falta de crescimento
geralmente indica algo errado, possivelmente uma doença.
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Quando o corpo humano está fora de seu equilíbrio normal, dizemos que ele está
doente. Se o Corpo de Cristo está desequilibrado, fica doente. A saúde
acontecerá quando o equilíbrio do corpo voltar ao normal.
Paulo explica: “E não se mantendo único à Cabeça, da qual todo o corpo, provido
e organizado pelas juntas e ligaduras, via crescendo com o aumento concedido
por Deus” (Cl 2:19). Note que Deus quer que a igreja cresça. Se sua igreja é
genuinamente saudável, você não precisa se preocupar com o crescimento.
Aprecio também textos sobre a história da igreja. Fico surpreso como fato de
muitos conceitos atuais e considerados como “inovadores” ou “contemporâneos”
não contenham idéias novas. Muitos métodos que levantam a bandeira da
“mudança” têm sido usados de formas levemente diferenciadas. Alguns deles
funcionam e outros não. É uma verdade bem conhecida que, se desconhecemos
as lições do passado, fatalmente iremos repetir erros já cometidos.
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Minha maior fonte de aprendizado tem sido participar do que Deus tem feito na
igreja que eu pastoreio. Isso me ensinou o que nenhum livro, seminário ou
professor jamais poderia fazê-lo. Freqüentemente tenho sido humilhado pelo
poder divino que me mostra como Ele usa pessoas comuns de uma maneira
extraordinária.
Demorei vinte anos para escrever este livro porque não queria fazê-lo
prematuramente. Deixei que os conceitos tomassem forma, se desenvolvessem e
amadurecessem. Nada neste livro é teoria. A última coisa que precisamos é de
outra teoria sobre crescimento de igreja. Precisamos de respostas eficazes para
problemas reais enfrentados pelas comunidades.
Os princípios deste livro foram testados muitas vezes, não somente na Igreja
Saddleback, mas em muitas outras igrejas dirigidas por propósitos, de todos os
tamanhos, formas, localização e denominações. A maioria das ilustrações é da
Igreja Saddlaback porque estou mais familiarizado com a nossa comunidade.
Porém, todo o dia recebe uma carta de uma igreja que também adotou nossos
parâmetros e que tem sido capaz de pegar as ondas de crescimento que Deus
tem mandado.
Este livro foi escrito para qualquer pessoa interessada em ajudar sua igreja a
crescer. Tenho um grande amor por pastores e adoro passar um tempo com eles.
Sofro quando eles sofrem. Creio que são os líderes mais menosprezados em
nossa sociedade.
Ensinei para mais de vinte e dois mil pastores nos últimos quinze anos. Além
disso, líderes de igrejas de 42 países e 60 diferentes denominações
encomendaram as fitas do seminário.
Na estante de meu escritório, tenho mais de uma dúzia de livros escritos por
pessoas que treinei e que colocaram minhas idéias em livros antes de mim. Isso
não importa. Estamos no mesmo time. Fico satisfeito que pastores estejam sendo
ajudados com isso. Honestamente, uma das razões pelas quais esperei vinte
anos para escrever este livro é que estava muito ocupado trabalhando com as
idéias contidas nele!
Você já ouviu que “é sábio aprender pela experiência”. Porém, é mais sábio
aprender por meio das experiências dos outros. E menos doloroso! A vida é muito
curta para aprendermos tudo por experiências pessoais. Ficarei muito feliz se
puder poupar você da dor que experimentamos enquanto aprendíamos estes
princípios passando por provas e erros.
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Talvez você tenha experimentado alguns “arremessos para fora da onda” em seu
ministério. Talvez você tenha perdido algumas chances. Isto não significa que
deve desistir. O oceano não secou. Ao contrário, Deus hoje tem criado no mundo
as melhores ondas que já vi.
Capítulo 1
A maior parte de nossos êxitos tem ocorrido como resultados de lutas e erros
muitas vezes as nossas descobertas foram puramente acidentais!
A verdade é que temos mais erros do que acertos. Nunca tivemos medo do
fracasso. Chamamos tudo de “experiência”. Poderia escrever outro livro sobre as
histórias dos nossos fracassos e chamá-lo de “Mil Maneiras de Evitar o
Crescimento da Igreja”.
Naquele dia, após a leitura do artigo de McGarvan, senti que Deus estava me
guiando para que investisse o resto de minha vida descobrindo os princípios
bíblicos, culturais e de liderança, que produzem igrejas crescentes e saudáveis.
Foi o começo de uma longa jornada de estudos.
Convencido de que meu sonho traria glorias a Deus, decidi nunca olhar para trás.
Capítulo 2
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OS MITOS SOBRE O CRESCIMENTO DE IGREJAS
A verdade é que você não irá crescer se somente preocupar-se em ter uma igreja
grande. Durante toda a existência da nossa comunidade, só duas vezes tivemos
cultos com o alvo de alcançar um certo número de pessoas e ambos foram
realizados em nosso primeiro ano de existência. Não priorizamos a freqüência.
Nossa meta é alcançar e integrar o povo que Deus nos envia
Uma vez que estes termos estão definidos, é óbvio que qualidade e quantidade
não se opõem. Elas não se anulam mutuamente. Você não precisa escolher entre
as duas. Todas igrejas devem desejar ambas. Na verdade, um enfoque exclusivo
em quantidade ou qualidade produzirá uma igreja sem saúde. Não se engane
pensando que uma é mais importante do que a outra.
Uma igreja que não tem nenhum interesse em aumentar o seu número de
convertidos está, na verdade, falando para o resto do mundo: “vocês podem ir
para o inferno”.
Pedir um grande empenho não afasta as pessoas. O que faz com que isto ocorra
é a forma como muitas igrejas pedem esta dedicação. Na maioria das vezes as
igrejas falham em explicar o propósito, o valor e os benefícios de uma vida
comprometida, e não possuem um processo pelo qual as pessoas possam dar
passos gradativos para aumentar sua dedicação.
Existem também aqueles que, com medo de estar fora de moda, infantilmente
imitam as últimas novidades e tendências. Na sua tentativa de se aproximar da
cultura atual, comprometem a mensagem e perdem o sentido de ser separados.
Na maioria das vezes, estas igrejas enfatizam os benefícios do evangelho
enquanto ignoram a responsabilidade e o custo envolvido no ato de seguir a
Cristo.
Conheço centenas de pastores que são dedicados e suas igrejas não estão
crescendo. Eles são fiéis à Palavra de Deus, oram com sinceridade e freqüência,
e pregam mensagens sólidas. A dedicação deles é inquestionável, mas, ainda
assim, as igrejas pastoreadas por eles não crescem.
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Devemos sempre ser cautelosos para evitarmos duas posições extremistas no
ministério. Um extremo é assumir toda a responsabilidade pelo crescimento da
igreja. O outro é abdicar de toda e qualquer responsabilidade.
A Bíblia afirma claramente que Deus nos deu um papel crucial em relação à sua
vontade na Terra. O crescimento da igreja é uma parceria entre Deus e o homem.
Igrejas crescem pela atuação do poder de Deus, por meio dos esforços de
pessoas habilidosas. Ambos os elementos, o poder de Deus e o esforço humano
devem estar presentes. Não podemos fazer nada sem Deus, mas Ele não faz
nada sem nós! Deus usa pessoas para alcançar os seus propósitos.
Paulo ilustra esta parceria quando diz: “Eu plantei, Apolo regou, mas Deus deu o
crescimento”.
Primeiro existe mais de uma maneira de fazer com que uma igreja cresça.
Poderia mostrar igrejas que estão crescendo, mesmo usando estratégias
totalmente opostas. Algumas igrejas crescem mediante suas Escolas Dominicais,
ou pequenas reuniões nos lares. Outras usam música contemporânea, ou ainda
música tradicional. Há igrejas em crescimento com um programa de visitação
organizado, e há as que nunca tiveram tal programa.
Segundo são necessários todos os tipos de igrejas para atingir todos os tipos de
pessoas. Graças a Deus não somos todos iguais! Deus ama a variedade. Se toda
igreja fosse igual à outra, alcançaríamos somente um pequeno segmento deste
mundo. Na área musical, por exemplo, imagine os estilos de música necessários
para alcançar os vários tipos de culturas. De vez em quando ouço alguém dizer
que todas as igrejas deveriam se reunir em uma só denominação, em que todos
fôssemos iguais. Discordo totalmente. Creio que a diversidade é um benefício e
não uma fraqueza. Deus usa estratégias diferentes para alcançar grupos
diferentes de pessoas.
Por fim, nunca devemos criticar o que Deus está abençoando, mesmo que seja
um estilo de ministério que faça com que alguns de nós não nos sintamos muito à
vontade. É surpreendente como Deus freqüentemente abençoa as pessoas das
quais discordo ou cujos métodos não entendo. Sendo assim, tomo a seguinte
atitude: se vidas estão sendo transformadas pelo poder de Jesus Cristo, então
gosto do que você está fazendo! Todos nós somos troféus da graça de Deus.
Todos nós fomos chamados por Cristo para dar frutos. “Não fostes vós que me
escolhestes, mas fui eu que vos escolhi, e vos designei para que vades e deis
frutos, e o vosso fruto permaneça” (Jo 15:16).
Ser frutífero é a forma pela qual glorificamos a Deus. “Nisto é glorificado meu Pai,
em que deis muito fruto, e assim vos tornareis meus discípulos” (Jo 15:8). Um
ministério não traz glória a Deus, mas um ministério frutífero é verdadeira prova
de que somos verdadeiros discípulos de Cristo.
Deus quer que sua igreja seja tanto fiel como frutífera. Uma qualidade sem a
outra é como um avião com apenas uma asa. Resultados numéricos não são
uma justificativa para sua mensagem se tornar infiel, mas também não podemos
usar a fidelidade como uma desculpa para nos tornarmos ineficientes! Igrejas que
têm pouca ou nenhuma conversão geralmente tentam justificar a ineficiência
delas com a seguinte declaração: “Deus não nos chamou para sermos bem-
sucedidos. Ele nos chamou para sermos fiéis. Discordo totalmente, uma vez que
a Bíblia diz de forma clara que Deus espera tanto o sucesso como a fidelidade”.
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A liderança de um programa é sempre mais importante do que o programa em si.
Passei quinze anos construindo um time que é mais eficiente do que qualquer um
de nós agindo separadamente. Individualmente somos pessoas bastante
comuns. Mas quando estamos juntos, de alguma forma a mistura de nossos
dons, personalidades e histórias, cria uma poderosa combinação que intriga
especialistas em administração e que nos permite realizar obras impressionantes.
Deus o fez para que você fosse você mesmo. Ele quer usar seus dons, seu amor,
suas habilidades naturais, sua personalidade e sua experiência para impressionar
parte do seu mundo. Todos nós somos originais. Infelizmente, muitos de nós nos
tornamos cópia de uma outra pessoa. Você não pode fazer uma igreja crescer
sendo clone de outro líder.
Deus tem um ministério feito por encomenda para cada comunidade. Sua igreja
tem uma impressão digital única que Deus deu. Mas você pode aprender de
outros modelos sem se tornar uma cópia. Aprendemos melhor e mais rápido
observando outros exemplos. Na verdade, a maior parte do que aprendemos na
vida foi por meio da observação de outros modelos. Nunca tenha vergonha de
reproduzir um modelo. Isto é um sinal de inteligência! O texto de Provérbios 18:15
diz: “O coração do entendido adquire o conhecimento, e o ouvido do sábio o
busca”. Na verdade, ele está sempre aberto a novas experiências.
Creio que as pessoas que não conseguem aprender de outros modelos têm um
problema com o seu ego. A Bíblia diz: “Deus resiste aos soberbos, mas dá graça
aos humildes” (Tg 4:6). Por que Deus faz isso? Uma das razões é porque quando
as pessoas estão cheias de orgulho, são incapazes de aprender. Elas sabem
tudo. Percebi que, quando as pessoas pensam que têm todas as respostas, na
maioria das vezes significa que elas não sabem todas as questões. Minha meta é
aprender o máximo possível, com o máximo possível de pessoas. Tento aprender
por meio do criticismo de pessoas das quais eu discorde e até mesmo com meus
próprios inimigos.
Este livro fala sobre processo e não sobre programas. Ele oferece um sistema
para o desenvolvimento de sua igreja e para o equilíbrio de sues propósitos.
Toda igreja usa algum tipo de metodologia, intencionalmente ou não. A questão
não é usá-la ou não. O problema é quais os tipos de métodos que você usa e se
eles são bíblicos e eficientes.
Capítulo 3
14
O QUE MOTIVA SUA IGREJA?
Toda igreja é dirigida ou motiva da por alguma coisa. Existe uma força que a guia,
uma convicção motivadora por trás de tudo o que acontece. Este direcionamento
pode não estar escrito em nenhum lugar. Ele pode ser desconhecido para a
maioria das pessoas da congregação. Provavelmente nunca houve uma votação
para aprovar tal direcionamento. Mas, ainda assim, ele existe e influencia cada
aspecto da força da igreja. Qual é a força que direciona e motiva sua igreja?
Nas igrejas dirigidas pela tradição, a frase perfeita é “Nós sempre fizemos isso
deste jeito”. O alvo da igreja dirigida por tradições é simplesmente perpetuar o
passado. Mudanças são quase sempre vistas de uma forma negativa e a
estagnação é interpretada como sinônimo de “estabilidade”.
Nesta igreja o fato mais importante é: “O que o líder da igreja quer?”. Se o pastor
está servindo na igreja por muito tempo, certamente é a personalidade que a
motiva. Mas se a igreja tem uma história de sempre mudar de pastor, um leigo de
destaque da igreja certamente é esta força polarizadora. Um dos problemas
comuns de uma igreja dirigida por personalidades é que o planejamento é
sempre determinado pelo passado, necessidades e insegurança do líder, e não
pela vontade de Deus e pela necessidade do povo.
A questão que ronda a mente de cada pessoa numa igreja dirigida por finanças é:
“Quanto isso vai custar?”. Nada é tão importante quanto às finanças. O debate
mais quente nesta igreja é sempre sobre o orçamento. Mordomia e boa
arrecadação são elementos essenciais em uma igreja sadia, mas finanças nunca
podem ser um fator controlador. I item principal deve ser o que Deus quer que a
igreja faça. Igrejas não existem para produzir lucro. A razão da existência de uma
igreja não deve ser “quanto conseguimos economizar?”, mas, sim “quanto
conseguimos salvar?”. Tenho notado que muitas igrejas são dirigidas pela fé nos
seus primeiros anos, mas depois o dinheiro assume o controle.
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Igrejas dirigidas por programas
Se você olhar o calendário de uma igreja dirigida por eventos, ficará com a
impressão de que a meta daquela igreja é manter o povo ocupado. Sempre tem
alguma coisa acontecendo, todos os dias da semana. Assim que um grande
evento é realizado, já começam a trabalhar o próximo. Existe muito trabalho em
igrejas como esta, mas não necessariamente produtividade. Uma igreja pode ser
ocupada sem entender qual o propósito de tanta ocupação. Alguém precisa
questionar: “Qual o propósito de cada uma de nossas atividades?”. Numa igreja
dirigida por eventos, o número de pessoas que freqüenta as programações é a
principal medida de fidelidade e maturidade. Devemos nos preocupar com a
tendência de permitir que reuniões substituam o ministério como a principal
atividade dos crentes.
Os propósitos de Deus para a igreja incluem o evangelismo, mas isso não exclui
os outros propósitos. Atrair os “sem-igrejas” é o primeiro passo para se fazer
discípulos, mas não deve ser a força que controla a igreja.
A igreja deve ser sensível às almas famintas, mas não pode ser dirigida pelas
necessidades que elas têm.
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Modelo bíblico: Uma igreja dirigida por propósitos
Este livro foi escrito para oferecer um novo modelo, como uma alternativa bíblica
e sadia para a forma tradicional na qual as igrejas estão organizadas e operam.
Existem dois elementos básicos neste modelo. Primeiro, ele requer uma nova
perspectiva. Você deve começar a olhar para tudo que o que sua igreja faz, por
meio da ótica dos cinco propósitos do Novo Testamento, e ver como Deus deseja
que ela seja equilibrada em todos eles.
Nada precede o propósito. O ponto de partida de cada igreja deve ser a questão:
“Por que existimos?”. Até que saiba qual é a razão de existência de sua
comunidade, você não tem um alicerce, nem motivação e nem direção no
ministério. Se você está ajudando uma nova igreja a começar, sua primeira
missão deve ser definir os propósitos dela. É muito mais fácil colocar a base
correta quando se começa uma nova igreja, do que tentar endireitá-la depois que
ela existe há anos.
Win Arn, um consultor para igrejas, certa vez me falou sobre uma pesquisa que
fez. Ele pesquisou membros de quase mil igrejas fazendo a pergunta: “Por que a
igreja existe?”. Quais foram os resultados? Noventa e oito por cento das pessoas
disseram: “O propósito da igreja é tomar conta de minha família e de minhas
necessidades”. Para muitos o papel do pastor é simplesmente manter alegres as
ovelhas que já estão dentro do “pasto” e não perdê-las. “O propósito da igreja é
ganhar o mundo para Jesus Cristo” foi a resposta de 11% dos crentes!
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Capítulo 4
Se você quiser construir uma igreja sadia, forte e que cresça, precisa gastar
tempo alicerçando uma fundação sólida. É necessário esclarecer na mente de
todos os envolvidos exatamente o porquê da existência da igreja e o que ela deve
fazer. Existe um poder incrível em ter uma “declaração de propósito” claramente
definida. Se for curto o suficiente para que todos possam se lembrar, ela
produzirá cinco grandes benefícios para sua igreja.
Moral e missão sempre andam juntas. O texto de 1 Coríntios 1:10 diz: “que digais
todos a mesma coisa, e que não haja entre vós divisões, para que seja unido ao
mesmo sentido e no mesmo parecer”. Note bem que Paulo diz que a chave para
a harmonia na igreja é estar unida em um só propósito. Se sua missão não for
clara, seu moral será baixo.
Sem uma “declaração de propósitos” é fácil ficar frustrado, mesmo com todas as
distrações que nos rodeiam.
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Um propósito claro permite concentração
Uma luz bem focada tem uma tremenda força. Já uma luz difundida não tem
muito efeito. Por exemplo, se você enfocar a luz do sol através de lentes de
aumento, pode colocar fogo numa folha. Isto não será possível se a luz do sol
estiver fora de foco. Quando a luz é concentrada em níveis mais altos, como é o
caso do raio laser, ela pode até cortar placas de aço.
Em minha opinião, a maioria das igrejas tenta fazer muitas coisas ao mesmo
tempo. Isto é uma das barreiras que são ignoradas ao se construir uma igreja
sadia. Simplesmente cansamos o povo. Muitas vezes, igrejas pequenas se
envolvem em todos os tipos de atividades, eventos e programas, em vez de se
concentrar, como Paulo fez. Atiram em todas as direções, mas nunca acertam o
verdadeiro alvo.
As pessoas querem se unir a uma igreja que sabe para onde está indo. Quando
uma igreja deixa clara o seu destino, as pessoas ficam ansiosas para entrar a
bordo. Isto ocorre porque todos nós procuramos algo que nos preencha de
significado, propósito e direção. Quando Esdras disse ao povo o que Deus
esperava deles, o povo respondeu: “Levanta-te; a ti pertence este negócio. Nós
seremos contigo, portanto sê forte, e age” (Ed 10:4).
Se permitir que as pessoas se tornem membros de sua igreja sem entender o seu
propósito, você está procurando sarna para se coçar. Novos membros,
especialmente aqueles vindos de outras comunidades, geralmente têm interesses
pessoais e pressuposições sobre a igreja. Se você não souber lidar com eles de
uma forma clara e honesta, mais cedo ou mais tarde terá problemas e conflitos.
Também aprendi duas lições importantes sobre liderança: primeiro você não pode
deixar que pessoas negativas dirijam os departamentos da igreja. Aquela
experiência também me ensinou que a melhor hora para descobrir se alguém tem
um conflito com sua filosofia de ministério é antes de se juntar ao grupo. Explicar
o propósito da sua igreja para as pessoas antes que elas se unam a ela, não só
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reduzirá conflitos e decepções, como também as ajudará a reconhecer que
devem se unir a uma igreja de acordo com sua filosofia a gosto pessoal.
Um propósito claro ajuda na avaliação
Este processo leva algum tempo. Não acontece de uma hora para outra, nem
mesmo em algumas meses. Pode levar anos para que a transição seja feita. Se
você quer que sua igreja se torne uma igreja com propósitos, terá que liderá-la
por quatro fases críticas: primeiro você deve definir os propósitos. Segundo deve
comunicar constantemente estes propósitos para todos os membros da igreja.
Terceiro, precisa organizar sua igreja em função dos propósitos. Finalmente, deve
aplicar os propósitos em todos os aspectos de sua igreja.
Capítulo 5
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quatro passos que devem ser dados ao liderar sua igreja na definição e
redefinição dos propósitos.
Algumas das passagens que você pode incluir em seu estudo são:
Mateus 5:13-16; 9:35; 11:28-30; 16:15-19; 18:19, 20; 22:36-40; 24:14; 25:34-40; 28:18-20;
Marcos 10:43-45;
Lucas 4:18, 19; 4:43: 45;
João 4:23; 10:14: 18; 13:34, 35; 20:21;
Atos 1:8; 2:41-47; 4:32: 35; 5:42; 6:1-7;
Romanos 12:1-8; 15:1-7;
1 Coríntios 12:12: 31;
2 Coríntios 5:17; 6:1;
Gálatas 5:13-15; 6:1, 2;
Éfesios 1:22, 23; 2:19-22; 3:6; 3:14-21, 4:11-16; 5:23, 24;
Colossenses 1:24-28; 3:15, 16;
1 Tessalonicenses 1:3; 5:11;
Hebreus 10:24, 25; 13:7; 17;
1 Pedro 2:9, 10;
1 João 1:5-7; 4:7-21.
Lembre-se que a igreja é de Cristo, e não nossa. Ele fundou a igreja, morreu por
ela, enviou o seu Espírito Santo e um dia virá para buscá-la. Como proprietário da
igreja, Ele já estabeleceu os seus propósitos.
Também é nossa missão entender os propósitos de Cristo para a igreja e
implementá-los. Ainda que os programas mudem cada geração, os propósitos
não podem ser alterados. Podemos ser inovadores do estilo de ministério, mas
nunca podemos alterar sua essência.
Enquanto você revê o que a Bíblia fala sobre a igreja, tente achar as respostas
para as perguntas seguintes. Ao formular as respostas, concentre-se na natureza
e na missão da igreja.
1. Por que a igreja existe?
2. O que devemos ser como igreja (Quem e o que somos?).
3. Qual é a nossa missão como igreja? (O que Deus quer que façamos no
mundo?).
4. Como vamos fazer isto?
O escritor francês Francis Bacon sempre dizia: “Ler faz com que o homem se
expanda, mas escrever faz com que seja exato”. Quando queremos comunicar os
propósitos da igreja, devemos ser os mais precisos possíveis.
É bíblica
Uma declaração de propósitos eficiente expressa a doutrina da igreja do Novo
Testamento. Lembro mais uma vez que não decidimos quais são os propósitos da
igreja, somente os descobrimos. Cristo e o cabeça da igreja. Ele estabeleceu os
propósitos dela há muito tempo. Cabe agora a cada nova geração reafirmá-lo.
É específica
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As declarações de propósitos devem ser simples e claras. O maior erro que a
igreja pode cometer quando desenvolve uma declaração de propósito é tentar
abordar nela todos os assuntos. A tentação é adicionar vários tipos de coisas
boas nas frases, porque existe o medo de se deixar alguma coisa importante fora.
No entanto, quanto mais coisas você adiciona em sua declaração, mais dispersa
e difícil de ser cumprida ela se torna.
É transferível
A declaração de propósito transferível é pequena o suficiente para ser lembrada e
passada para cada pessoa na igreja. Quanto mais curta ela for, melhor.
É mensurável
Você deve ser capaz de olhar para sua declaração de propósito e avaliar se sua
comunidade vai realizá-la ou não. Você é capaz de verificar se está sendo
cumprida no final de cada ano? A eficiência de sua igreja não pode ser medida,
se não puder avaliar sua missão.
Uma grande declaração de propósito vai lhe dar um padrão específico que o fará
revisar e melhorar tudo o que sua igreja faz. Se você não pode avaliar a sua
igreja pela sua declaração de propósito, comece tudo de novo a partir do zero.
Faça com que a declaração seja mensurável. Se não for assim, não passa de
frases sem conteúdo.
“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo
o teu entendimento. Este é o primeiro e grande mandamento. O segundo
semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois
mandamentos depende toda a lei e os profetas”.
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Um compromisso com o Grande Mandamento e com a Grande Comissão
fará surgir uma grande igreja.
Acredito que cada igreja é definida pelo que se compromete a fazer e, pensando
nisto, criei esta frase: “Um compromisso com o Grande Mandamento e com a
Grande Comissão fará surgir uma grande igreja”. Esta frase tornou-se o lema de
nossa comunidade.
Estas duas passagens resumem tudo o que fazemos em nosso trabalho. Se uma
atividade ou evento cumpre um desses mandamentos, realizamos. Se ele não
cumpre, não executamos. Somos dirigidos pelo Grande Mandamento e pela
Grande Comissão. Juntos, eles nos dão os compromissos nos quais as igrejas
devem se concentrar até que Jesus Cristo retorne.
OS CINCO PROPÓSITOS DA IGREJA
A palavra que descreve este propósito é adoração. A igreja existe para adorar a
Deus. Não importa se estivermos sós, com um grupo pequeno, ou com cem mil
pessoas. Quando expressamos o nosso amor por Deus, o adoramos.
A Bíblia diz: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás” (Mt 4:10).
Observe que a palavra adorar vem antes de servir. Adorar a Deus é o primeiro
propósito da igreja. Algumas vezes, nos ocupamos trabalhando par Deus e não
temos tempo para adorá-lo.
A palavra que usamos para descrever este propósito é ministério. A igreja existe
para ministrar ao povo. Ministério é demonstrar o amor de Deus aos outros,
atendendo suas necessidades e curando suas feridas, em nome de Jesus. Cada
vez que você está tocando a vida de alguém com amor, está ministrando a essa
pessoa. A igreja deve ministrar para todos os tipos de necessidades: espiritual,
emociona, física e de relacionamentos. Jesus disse que até mesmo um copo de
água fresca bebido em seu nome seria considerado um ato que não passaria
sem recompensa. A igreja deve preparar os santos para a obra do ministério (Ef
4:12).
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Chamamos este propósito de evangelismo. A igreja existe para comunicar a
Palavra de Deus. Somos embaixadores de Cristo e nossa missão é evangelizar o
mundo. A palavra ir à Grande Comissão, no original grego, deve ser lida como
“enquanto você está indo”. É responsabilidade de cada crente compartilhar as
boas novas em qualquer lugar que vá. Devemos falar para todo o mundo que
Cristo veio, morreu na cruz, ressuscitou e nos prometeu que voltaria. Um dia,
cada um de nós prestará contas a Deus sobre o nosso posicionamento diante
desta responsabilidade.
A missão do evangelismo é tão importante que Jesus nos deu cinco Grandes
Comissões (Mt 28:19, 20; Mc 16:15; Lc 24:47-49; Jo 20:21; At 1:8). Jesus nos
ordena a ir e falar para o mundo a mensagem da salvação.
Enquanto houver uma pessoa no mundo que não conheça a Cristo, a igreja tem o
mandamento de continuar crescendo. O crescimento não é algo opcional, é uma
ordem de Jesus.
4° Propósito – Batizar
Como crentes, somos chamados para participar e não apenas acreditar. Não
somos feitos para viver como cavaleiros solitários; ao contrário, somos feitos para
pertencer à família de Cristo e ser membros de seu corpo. Batismo não é
somente um símbolo de salvação, é um símbolo de comunhão. Não significa
somente uma vida em Jesus, é a visualização da integração de uma pessoa
dentro do corpo de Cristo. Ele diz ao mundo: “Essa pessoa, de agora em diante,
é um de nós!”. Quando novos crentes são batizados, nós damos boas-vindas a
eles na comunhão da família de Deus. Não estamos sós. Somos o apoio uns dos
outros. Gosto muito do texto de Efésios 2:19: “Assim já não sois estrangeiro, nem
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forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus”. A igreja existe
para proporcionar comunhão aos crentes.
Como igreja, não somos somente chamados para alcançar pessoas, mas
também para ensiná-las. Depois de alguém se decidir por Cristo, deve tornar-se
discípulo. É responsabilidade da igreja desenvolver a maturidade espiritual das
pessoas. Esta é à vontade de Deus para cada crente. Paulo escreve: “Tendo em
vista o aperfeiçoamento dos santos, para o desempenho do ministério, para a
edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguem à unidade da fé e do pleno
conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da
plenitude de Cristo” (Ef 4:12, 13).
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Existem três elementos distintos que desejo que você observe em nossa
declaração. Inicialmente, ela é feita em termos de resultados, e não de
atividades. Cinco resultados mensuráveis estão descritos. Na maioria das igreja
que possuem uma declaração de propósito, normalmente são mencionadas
atividades (“Nós edificamos, evangelizamos, adoramos” etc). Isso faz com que se
torne difícil avaliar e quantificar os resultados que esperamos quando cumprimos
cada um de nossos propósitos. Para cada resultado podemos fazer perguntas
como: “Quantos em relação ao ano passado? Quantos foram trazidos para
Cristo? Quantos novos membros temos? Quantos demonstram maturidade
espiritual? Quais são os sinais de maturidade que estamos procurando? Quantos
foram equipados e mobilizados para o ministério? Quantos estão cumprindo a
missão de sua vida no mundo?”. Estas perguntas dão a medida de nosso
sucesso e nos forçam a avaliar se realmente estamos cumprindo o Grande
Mandamento e a Grande Comissão.
Em segundo lugar, quero que você perceba que nossa declaração é propícia para
encorajar a participação dos membros. As pessoas devem ser capazes de ver
como podem contribuir para que os alvos da igreja sejam alcançados. A missão
deve ser declarada de maneira que cada um possa não somente crer nela, mas
também participar. Se a declaração não permitir uma participação individual,
muito pouco será feito.
Por último, a coisa mais importante a ser observada é que colocamos os cinco
propósitos de forma seqüencial. Isto é de suma importância. Para se tornar uma
igreja com propósitos, os objetivos devem fazer parte de um processo.
Em vez de tentar fazer com que uma igreja cresça por meio de programas,
concentre-se no crescimento de pessoas mediante o uso de um processo. Este
conceito é o coração de uma igreja com propósitos. A consistência em um
propósito é a chave do processo.
Sua igreja deve definir tanto os propósitos como o processo para alcançá-los.
Fazer menos que isso é menosprezar a grande responsabilidade que nos foi
dada por Jesus Cristo.
27
Toda grande igreja tem seus propósitos definidos e depois busca uma forma de
atingi-los, por meio de um processo ou um sistema.
Não é somente um mero alvo para mirar, é definir a razão da existência de sua
congregação. Uma declaração de propósito clara propiciará direção, vitalidade,
limites e a força motivadora para tudo o que você faz. Igrejas com propósitos
serão as mais bem equipadas para o ministério durante todas as mudanças que
enfrentaremos no século 21.
Capítulo 6
Mesmo que o muro tenha sido completado nesse prazo, o povo ficou
desencorajado na metade da missão: persistiram trabalhando no projeto somente
26 dias! Neemias precisou renovar a visão deles. Desta história conseguimos
retirar o que chamo de “Princípio de Neemias”: visão é propósito devem ser
redeclarados a cada 26 dias, para manter a igreja na direção certa. Em outras
palavras, você deve comunicar os seus propósitos pelo menos uma vez por mês.
É de se admirar como seres humanos, e também igrejas, perdem a visão tão
rapidamente.
Escrituras
Símbolos
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Os grandes líderes sempre entenderam e utilizaram o tremendo poder dos
símbolos. As pessoas precisam de representações visuais para ajudá-las a
entender conceitos. Símbolos podem ser poderosas ferramentas de
comunicação, pois produzem grandes emoções.
Slogans
Slogans, temas e frases são lembrados muito depois das mensagens terem sido
esquecidas. Muitas empresas têm slogans reconhecidos internacionalmente:
“Sempre Coca-Cola” e “American Express, não saia de casa sem ele”. A história
tem provado que um simples slogan pode motivar pessoas a fazer coisas que
normalmente não fariam, como, por exemplo, dar as suas vidas num campo de
batalha.
Histórias
Jesus usava histórias simples para ajudar o povo a entender e se relacionar com
a sua visão. No evangelho de Mateus 13:34, está escrito: “Tudo isto disse Jesus
por parábolas à multidão, e nada lhes falava sem parábolas”.
Use histórias para dramatizar os propósitos de sua igreja. Quando falo sobre a
importância do evangelismo, por exemplo, conto o testemunho dos membros da
Saddleback que, recentemente, compartilharam sua fé com amigos e os
trouxeram para Cristo. Ao expor a importância da comunhão, leio cartas de
pessoas para as quais a solidão foi aliviada por meio de seu envolvimento com a
família de nossa igreja. Quando o assunto é discipulado, posso usar um
testemunho de como o crescimento espiritual de um casal salvou seu casamento,
ou como alguém resolveu problemas pessoais por meio da aplicação de
princípios bíblicos.
Na Saddleback temos alguns casos “lendários” que conto a toda hora. Isso ilustra
poderosamente o poder de nosso trabalho. Um de meus favoritos é o que relata
quando cinco leigos chegaram antes de mim numa visita hospitalar. Ao chegar lá,
29
a enfermeira não queria me deixar ver o paciente porque “muitos pastores já o
haviam visto!”. Tenho me orgulhado daqueles membros de minha comunidade. As
pessoas tendem a fazer algo quando são recompensadas. Assim, fazer com que
as pessoas dedicadas sejam heróis em sua igreja faz com que se dediquem mais
a ela.
Objetivos
Sempre dê passos de ação práticos, claros e concretos, que expliquem como sua
igreja pretende alcançar os propósitos. Apresente um plano detalhado para a
implementação deles. Planeje programas, agende eventos, construa prédios e
contrate pessoal para alcançar cada propósito. Estes são os objetivos que
realmente têm importância para o povo.
PERSONALIZE OS PROPÓSITOS
Deus quer que eu seja um modelo de seu caráter. Esta é a meta personalizada
para o discipulado. Deus deseja que todo crente cresça para se tornar
semelhante a Cristo. A definição bíblica para maturidade espiritual é “tornar-se
semelhante a Cristo”. Jesus estabeleceu um padrão para seguirmos. “Para isto
fostes chamados, porque também Cristo padeceu por vós, deixando-vos o
exemplo, para que sigais as suas pisadas (1 Pe 2:21)”.
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Em Timóteo 4:12, Paulo nos apresenta áreas específicas nas quais devemos
nos modelar ao caráter de Cristo: “Ninguém despreze a tua mocidade, mas sê
exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza”.
Note que a maturidade não é medida pelo conhecimento que alguém possua,
mas, sim, pelo estilo de vida que apresenta. É possível ser um grande
conhecedor da Bíblia, mas ainda ser imaturo.
Você já quis saber por que Deus nos deixa viver aqui na Terra com toda essa
dor, tristeza e pecado, após aceitarmos a Cristo? Por que Ele não nos
arrebata logo para o céu e nos poupa de todas essas coisas? Afinal de contas,
podemos adorar, comungar, orar, cantar, ouvir a Palavra de Deus e até nos
divertir lá no céu. Existem somente duas coisas que fazemos aqui na Terra e
não podemos praticar no céu: pecar e falar de Jesus aos não-crentes.
Pergunto aos membros da nossa igreja qual dessas duas coisas acham que
Cristo nos deixou aqui para fazer. Cada um de nós tem uma missão na Terra e
parte dela inclui falar de Jesus para os outros.
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Deus quer que exaltemos o seu nome. O Salmo 99:9 diz: “Exaltai ao Senhor
nosso Deus, e adorai-o no seu santo monte, pois o Senhor nosso Deus é
santo”. Cada um de nós tem uma responsabilidade pessoal de adorar a Deus.
O primeiro mandamento diz: “Não terás outros deuses diante de mim” (Ex
20:3). Existe um desejo de adoração que nasce com cada pessoa. Se não
adorarmos a Deus, acharemos outra coisa para adorar. Pode ser o trabalho, a
família, o dinheiro os esportes ou até a nós mesmos!
Muitos pastores não compreendem o poder do púlpito. Ele é como o leme num
barco, determinando qual a direção de uma igreja, de forma intencional ou não.
Se você é pastor, use o púlpito com um propósito! Onde é que você consegue,
semanalmente, a atenção de todos sem distrações? Onde quer que você pregue,
busque sempre uma oportunidade de dizer algo como “é por isso que a igreja
existe”. Não tenha medo de ser repetitivo, porque ninguém absorve a mensagem
na primeira vez. Eu repito as coisas constantemente, mas tento fazê-lo de
maneiras inovadoras. Chamo esse processo de “redundância criativa”.
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nossos propósitos e versículos correspondentes gravados no vidro da frente, para
que todos possam ler quando entrarem.
Nosso objetivo é que cada membro possa explicar os propósitos para outras
pessoas. A visão de qualquer igreja acaba se desgastando com o tempo, a não
ser que seja reforçada. Isso acontece porque as pessoas tornam-se distraídas
com outras coisas. Declare os seus propósitos regularmente. Ensine-os repetidas
vezes. Utilize o máximo meios diferentes para comunicá-los ao povo. Se você
continuar abanando o fogo dos propósitos, poderá superar a tendência da sua
igreja de se tornar apática e desencorajada. Lembre-se do “Princípio de
Neemias”.
Capítulo 7
Agora chegamos à parte mais difícil no caminho de tornar-se uma igreja com
propósitos. Muitas congregações fizeram aquilo que tenho falado nos capítulos
anteriores. Definiram seus propósitos, comunicando-os regularmente aos
membros e desenvolveram uma declaração de propósitos. Algumas até
reorganizaram as estruturas ao redor de seus objetivos. Porém, uma igreja com
propósitos deve ir um passo além e rigorosamente aplica-los em cada parte da
igreja: programação, agenda, orçamento, pessoal, pregação e assim por diante.
Integrar seus propósitos com cada área e aspectos da vida de sua igreja é a fase
mais difícil. Saltar de uma declaração de propósito para ações dirigidas por
propósitos requer uma liderança que seja totalmente comprometida com este
processo. A aplicação de seus propósitos demandará meses e talvez anos, de
oração, planejamento, preparo e experimentação. Vá devagar. Concentre-se no
progresso, não na perfeição. O resultado final em sua igreja será bem diferente
do resultado de minha comunidade, ou de qualquer outra igreja com propósito.
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O que acontece com a maioria das igrejas pequenas é que são somente núcleo e
nada mais. As mesmas cinqüenta pessoas participam de tudo o que a igreja faz.
São crentes há tanto tempo que têm poucos, ou mesmo nenhum amigo não-
crente para testemunhar. Uma igreja com esse problema necessita aprender
como desenvolver os outros quatro círculos.
Sempre vi a edificação de minha igreja como uma tarefa para toda a vida. Leva
tempo conquistar comprometimento, desenvolver qualidade e mover as pessoas
por meio do círculo de compromisso. Posso dizer para você como construir uma
igreja balanceada e sadia, mas não posso falar como fazer isso rapidamente.
Sempre deixe bem claro para a sua igreja o propósito de cada programa. Elimine
qualquer que não cumpra um propósito. Mude-o quando você achar outro que
desenvolva melhor seus objetivos. Programas devem sempre ser servos de seus
propósitos. Um culto na véspera de Natal para toda a comunidade; um culto de
Páscoa. Alguns de nosso eventos-pontes são essencialmente evangelísticos,
enquanto outros são considerados “pré-evangelísticos” e simplesmente fazem
com que os “sem-igreja” de nossa comunidade conheçam nossas atividades.
Culto para não-crentes. O maior programa para a multidão é o nosso culto de fim
de semana para os “sem-igreja”. Ele é planejado e desenvolvido para que os
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nossos membros possam trazer seus amigos não-salvos. O propósito desse culto
é ajudar, e não substituir, o evangelismo pessoal. Pesquisas têm demonstrado
que as pessoas se decidem por Cristo mais cedo quando existe um grupo de
apoio.
35
membros. Cada retângulo representa uma classe completa e um nível mais
profundo de compromisso.
Entendo que a igreja deve ser uma estação de envio de missionários. Contudo,
somente quando movemos os membros completamente ao redor das bases para
chegar no home-plate podemos cumprir a Grande Comissão.
Não espere que cada grupo pequeno faça as mesmas coisas. Permita que se
especializem.
Cada pessoa que contratamos para trabalhar na equipe de nossa igreja recebe
uma descrição de trabalho baseada em propósitos. Durante a entrevista, usamos
questões padronizadas, a fim de descobrir a qual dos propósitos da igreja o
candidato se sente mais propenso, e então o posicionamos de acordo com o
resultado. Não buscamos somente caráter e competência quando entrevistamos
um candidato; buscamos amor por um dos propósitos. Pessoas que sentem amor
por alguma coisa vão fazer o seu trabalho com mais motivação.
Se estivesse começando uma nova igreja hoje, recrutaria cinco voluntários para
posições na minha equipe: um diretor de música para ajudar a preparar os cultos
de adoração para a multidão; um diretor de membresia para ensinar a classe nº 1
e supervisionar os membros da congregação; um diretor de maturidade para
ensinar a classe nº 2 e supervisionar os programas de estudos bíblicos para os
comprometidos; um diretor de ministério para ensinar a classe nº 3, entrevistar
pessoas para o posicionamento ministerial e gerenciar os ministérios dos leigos
do núcleo, e por último, um para ensinar a classe nº 4 e administrar nosso
programa de evangelismo e missões na comunidade. Daria a essas pessoas um
salário parcial e, depois, quando a igreja crescesse, um salário integral. Com este
plano você pode ser dirigido por propósitos, independentemente do tamanho de
sua igreja.
Para produzir crentes equilibrados e sadios, você precisa planejar sua agenda de
mensagens de modo que inclua temas relacionados aos cinco propósitos da
igreja. Nossa série baseada em cada um dos propósitos da igreja levaria somente
26 semanas. Ainda sobraria mais de meio ano para pregar sobre outros assuntos.
Planejar sua pregação ao redor dos propósitos da igreja não significa que você
deva sempre pregar sobre a igreja. Personalize seus propósitos! Pregue sermões
com o tema dos cincos propósitos de Deus para cada crente. Por exemplo, aqui
estão alguns títulos de séries que preguei, nas quais apliquei os propósitos de
maneira personalizada: “Você está em forma para viver?”, uma série para
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mobilizar as pessoas para o ministério; “Os seis estágios da fé”, sobre as
circunstâncias que deus usa para amadurecer os crentes; “Aprendendo a ouvir a
voz de Deus”, sobre adoração; “Respondendo as perguntas mais difíceis da
vida”, baseada em Eclesiastes, para preparar as pessoas para evangelizar;
“Construindo grandes relacionamentos”, sobre I Coríntios 13, desenvolvida para
aprofundar os relacionamentos em nossa igreja. Quando você usa os cinco
propósitos como um guia para planejar sua agenda de mensagens, está
pregando com um propósito.
Separe dois meses de cada ano para trabalhar melhor em cada propósito.
Depois, dê a cada equipe (composta por funcionários ou voluntários) a missão de
enfatiza-lo durante este período.
Por exemplo, janeiro e junho podem ser os meses da maturidade. Durante o mês
da maturidade espiritual, você pode ler o Novo Testamento para a congregação,
memorizar versículos a cada semana, ou ter conferência ou estudo bíblico com
toda a igreja.
Fevereiro e julho podem ser os meses do ministério. Durante esse tempo você
pode ter feiras ministeriais para recrutar pessoas para o ministério. O pastor pode
pregar uma série de mensagens sobre o serviço ministerial. As pessoas também
podem ser encorajadas a se juntar a um grupo de serviço.
Março e agosto podem ser os meses dedicados a missões, com atividades como:
treinamento pessoal para evangelismo, uma conferência missionária e um projeto
missionário para todos os membros da igreja.
Abril e setembro podem ser os meses da membresia. Esses meses seriam bons
especialmente para recrutar freqüentadores para tornarem-se membros. Você
poderia planejar uma série de eventos para comunhão de toda a igreja tais como:
piqueniques, concertos e festivais.
Maio e outubro poderiam ser meses da exaltação, período com ênfase na
adoração pessoal e da congregação.
39
Separando esses meses do ano para cada um dos cinco propósitos, você ainda
terá dois meses livres. Neste caso, novembro e dezembro foram deixados de fora
para os preparativos do Natal.
Não se engane. Se voe não agendar os propósitos no calendário, eles não serão
enfatizados.
Na busca de aplicar os propósitos em cada área de sua igreja, você vai notar que
ela está ficando cada vez mais forte. Ao contrário de estar constantemente
buscando novos programas para manter as pessoas animadas e motivadas, você
poderá se concentrar apenas nos pontos essenciais. A aprendizagem se faz
pelos erros e pelos acertos. Se propósitos imutáveis guiam sua igreja, a cada ano
você poderá melhora-los. Quanto mais membros entenderem e se
comprometerem a cumprir os propósitos, mais forte sua igreja irá se tornar.
Capítulo 8
Seres humanos são bem diferentes uns dos outros. Nenhuma igreja pode
alcançar a todos. Vários tipos de igreja são necessários. Juntos, podemos
conseguir o que nenhuma congregação, estratégia ou estilo, pode alcançar por si
só.
Para nossa igreja, o método mais efetivo para evangelismo depende de nosso
alvo. Descubra quais os tipos de pessoas que vivem em sua área, decida qual o
grupo que sua igreja está mais bem equipada para alcançar e, depois, descubra
qual dos estilos de evangelismo melhor se encaixa com seu público-alvo.
Imagine o que aconteceria com uma estação de rádio que tentasse atingir o gosto
musical de todas as pessoas. Uma igreja que alternasse sua programação entre
41
clássico, heavy metal, sertanejo, rap, reggae e samba acabaria desagradando a
todos. Ninguém iria querer sintonizar.
Antes disso, Ele havia instruído os discípulos para também focar onde deveriam
ministrar. O evangelho de Mateus 10: 5, 6, diz: “Jesus enviou estes doze. E lhes
ordenou: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entreis em cidades de
samaritanos. Ide antes às ovelhas perdidas na casa de Israel”. Paulo mirava o
seu ministério para os gentios e Pedro para os judeus (Gl. 2:7). Ambos os
ministérios eram necessários, importantes e efetivos.
Até mesmo os evangelhos foram escritos para atingir públicos específicos. Você
já se perguntou por que Deus usou quatro escritores e quatros livros para
comunicar a vida de Cristo? Afinal, quase todas as passagens e ensinamentos no
evangelho de Marcos, são cobertas no evangelho de Mateus. Por que
precisamos dos dois livros? Por que o evangelho de Mateus é direcionado aos
leitores hebreus e o de Marcos aos gentios. A mensagem é a mesma, porém,
como foram escritas para públicos distintos, o estilo de comunicação é diferente.
Especificar seu alvo para evangelizar é um método inventado por Deus! Ele
espera que testemunhemos de maneira personalizada.
Uma das vantagens de ser igreja grande é que se tem recursos para atingir
vários públicos. Quando nosso trabalho começou, nos concentramos em apenas
um público: jovens, “sem-igrejas” e casais de classe média. Nos concentramos
neles porque eram o maior grupo no bairro e eram as pessoas com as quais eu
me relacionava com maior facilidade. Quando nossa igreja cresceu, pudemos
adicionar ministérios para alcançar jovens, adultos, adultos solteiros, prisioneiros,
anciãos, pais com crianças excepcionais, latinos, vietnamitas e coreanos, bem
como muitos outros grupos.
Para que você mire sua comunidade a fim de evangeliza-la, você deve descobrir
tudo que puder sobre ela. A igreja necessita definir seu alvo nos aspectos
geográfico, demográfico, cultural e espiritual.
Em seu ministério, mirar um alvo geográfico simplesmente significa que você irá
identificar o lugar onde moram as pessoas que deseja alcançar. Pegue um mapa
de sua cidade e marque onde sua igreja está localizada. Estime o tempo gasto no
43
trajeto de sua igreja até uma determinada localização e demarque as fronteira de
sua área ministerial. Este é o seu “lago de pesca evangelística”. Tente se informar
junto às agências de censo populacional sobre o número aproximado de pessoas
que moram a uma distância que propicie fácil acesso até sua igreja.
Em terceiro lugar, quanto mais sua igreja cresce, maior território ela alcança.
Temos pessoas que dirigem mais de uma hora para freqüentar nossa igreja
porque oferecemos um programa ou um grupo de apoio que elas não podem
encontrar em nenhum lugar mais próximo. Como regra, as pessoas estão
dispostas s a se deslocar para mais longe para participar de uma igreja maior que
tenha um ministério diversificado do que se deslocar para uma igreja menor com
um ministério limitado.
Uma vez definido o alvo geográfico, você saberá quantas pessoas estão em seu
lago de pesca. Isto é muito importante, uma vez que a população em sua área é
um fator crucial para determinar qual a estratégia a ser utilizada para trazê-la à
igreja.
Você não precisa somente saber quantas pessoas vivem na sua área, deve
também saber que tipo de pessoa vive lá.
Há somente alguns dados demográficos importantes que você deve saber sobre
as pessoas que vivem em sua área. Considero que os fatores mias importantes
quando se mira para uma comunidade a ser evangelizada são os seguintes:
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Cada um desses fatores vai influenciar o modo de ministrar para as pessoas e
como comunicar as boas novas.
Uma forma mais eficiente de testemunhar aos jovens seria mostrar para eles que
fomos feitos para Ter comunhão com Deus agora, por meio de Cristo. Por outro
lado, muitos anciãos têm um grande interesse em estar preparados para a
eternidade, porque sabem que o tempo deles aqui na Terra pode acabar a
qualquer momento.
Jovens casados possuem outros interesses, comparados aos dos outros jovens.
Os pobres enfrentam problemas diferentes dos que as pessoas de classe média.
Os ricos têm suas preocupações próprias. Os universitários tendem a ver o
mundo diferente, quando comparados com estudantes secundários. É importante
conhecer a perspectiva daqueles que você está buscando ganhar para Cristo.
Se você deseja que a sua igreja tenha impacto, torne-se um especialista em sua
comunidade. Pastores devem saber mais sobre ela do que qualquer outra
pessoa.
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Quais são as estações de rádio mais populares. Quanto mais você souber acerca
dessas pessoas, mais fácil será alcançá-las.
Um olho bem treinado é capaz de perceber distinções importantes entre as
pessoas que vivem na área de sua igreja.
Depois de definir seu alvo sob o aspecto cultural, você necessita descobrir a
história espiritual do povo de sua comunidade. Determine o que as pessoas na
sua área já sabem sobre o evangelho.
Sempre que testemunho a alguém que não tem relacionamento com Cristo, tento
descobrir algo que possa Ter em comum comigo, em relação à vida espiritual. Por
exemplo, quando estou conversando com um católico, sei que ele aceita a Bíblia,
mas provavelmente nunca a leu, aceita a trindade, o nascimento virginal e Jesus
Cristo como o Filho de Deus. Meu trabalho será o de comunicar as diferenças
entre uma religião baseada em obras e outra, baseada num relacionamento com
Cristo, por meio da graça.
Uma vez coletada todas as informações sobre sua comunidade, quero encorajá-
lo a criar um perfil do típico “sem-igreja” que sua comunidade deseja alcançar.
Combinar as características de residentes em sua área em uma única pessoa
“faz-de-conta” fará com que os membros da sua igreja possam entender quem é
46
o alvo. Se o trabalho de coletar dados for bem feito, os membros devem
reconhecer este personagem como um de seus vizinhos.
Saddleback Sam é o típico homem “sem-igreja” que vive em nossa área. Ele tem
cerca de quarenta anos e possui um ou mais diplomas universitários. (O Vale
Saddleback tem um dos maiores níveis de educação na América). É casado com
a “Saddleback Samantha” e tem dois filhos, “Steve e Selly”.
Outra característica importante de Sam é ser cético em relação ao que ele chama
de religião “organizada”. Ele provavelmente diz: “Eu acredito em Jesus. Só não
gosto da religião organizada”. Encaramos essa declaração com humor e
dizemos: “Então você vai gostar de nossa comunidade. Somos uma religião
desorganizada!”.
Sam prefere reuniões informais, uma vez que é do Sul da Califórnia. Gosta de se
vestir a vontade por causa do clima temperado. Levamos isso em conta quando
planejamos cultos para atraí-lo. Nunca uso terno e gravata quando prego nos
cultos da igreja. Intencionalmente me visto para combinar com a mentalidade
daqueles que estou tentando alcançar. Sigo a estratégia de Paulo dada em I
Coríntios 9:20: “Fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus...”. Em
minha situação, creio que Paulo diria: “Quando estou no sul da Califórnia, me
torno como um californiano do sul para ganhar os californianos!”. Não acho que a
forma de as pessoas se vestirem preocupava a Jesus. Preferimos ter um pagão
vindo de tênis e shorts do que não ter ninguém vindo porque não possui um
terno.
Por que gastamos tanto tempo em definir a pessoa típica que estamos tentando
alcançar? Porque quanto mais entendemos alguém, mais fácil é se comunicar
com ela.
Uma vez que você definiu e batizou o alvo de evangelismo na sua igreja, faça-me
um favor: envie-me uma cópia. Tenho o hobby de colecionar perfis evangelísticos
de igrejas.
Você pode imaginar um fotógrafo tirando fotos de algo sem ajustar o foco? Um
caçador se posicionaria no topo de um morro e começaria a atirar para todas as
direções sem mirar em nada? Sem um alvo, nossos esforços para o evangelismo
não passam de pensamento positivo. É claro que leva tempo para focalizar e
mirar, mas a recompensa é segura. Quanto mais seu alvo estiver focalizado, mais
chances você terá de atirar na mosca.
Capítulo 9
Por outro lado, o nome de John Wesley ainda é reconhecido por milhões de
crentes. Por quê? Ele era um pregador itinerante. Assim como Whitefield fazia
grandes cruzadas evangelísticas ao ar livre. Mas Wesley também era um
organizador.
Para que qualquer renovação numa igreja seja douradora, é necessário que haja
uma estrutura para nutri-la e apóia-la. É insuficiente simplesmente comunicar sua
“declaração de propósito”. Você deve organizar a igreja em função dos
propósitos. Lembre-se de que o equilíbrio é a chave para uma igreja sadia.
É uma tendência natural dos líderes enfatizar o que acham ser importante e
negligenciar coisas que não aprovam. Por todo o mundo, você pode encontrar
igrejas que se tornaram uma extensão dos talentos do pastor. A não ser que você
desenvolva os cinco propósitos, sua igreja terá a tendência de enfatizar o
propósito que melhor expressa os dons e afinidade do pastor.
Não existe apenas uma chave para uma igreja sadia e crescente. Existem
várias. A igreja não é chamada para fazer uma coisa só, ela é chamada para
fazer muitas coisas. É por isso que o equilíbrio é tão importante. Costumo
dizer ao meu time de colaboradores que a nona bem-aventurança é
“abençoados sois vós os equilibrados, pois durarão mais do que os outros”.
49
Paulo indica claramente em I Coríntios 12 que o Corpo de Cristo tem muitas
partes. Não é somente uma mão, uma boca ou um olho; é um sistema de
partes integradas e órgãos. Um corpo é composto de sistemas diferentes:
respiratório, circulatório, nervoso, digestivo etc. Quando todos estão
balanceados uns com os outros, a conseqüência é chamada de “saúde”. Falta
de equilíbrio é doença. Da mesma forma, equilibrar os propósitos do Novo
Testamento traz saúde espiritual ao corpo de Cristo, a igreja.
Olhe sua igreja sob uma nova perspectiva. Todos os membros estão
igualmente comprometidos com Cristo? Estão no mesmo nível de maturidade
espiritual? Nestes dois grupos existem pessoas em vários estágios de
crescimento espiritual. Na igreja com propósitos, identificamos cinco níveis de
compromisso. Eles estão relacionados com os propósitos da igreja.
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Os círculos de compromisso
A comunidade
A multidão
A congregação
Sempre tomamos providências para que não haja membros inativos em nosso
rol, resultando na remoção de centenas de nomes a cada ano. Não estamos
interessados numa grande lista, mas sim num rol verdadeiro, com pessoas
genuinamente ativas e envolvidas.
Ter mais freqüentadores do que membros significa que sua igreja está sendo
eficiente em atrair os “sem-igreja” e compilar uma lista de pessoas a serem
evangelizadas. Um bom indicador da eficiência do evangelismo da igreja é
quando tem pelo menos 25% de pessoas freqüentado como parte da multidão,
além dos membros da comunidade. Por exemplo, se você tem 200 membros,
deve ter 250 pessoas em média, de freqüência. Se o número for menor,
significa que ninguém está convidando não-crentes para vir com eles à
congregação. Hoje, em nossa comunidade, a multidão é 100% maior que a
congregação. Nossos cinco mil membros estão trazendo seus amigos não-
salvos; sendo assim, estamos com uma freqüência de aproximadamente dez
mil pessoas.
Os comprometidos
O núcleo
52
Temos uma estratégia para ajudar as pessoas a descobrir qual o ministério em
que melhor se encaixam. Isto inclui fazer o curso “Descobrindo meu
ministério”, preencher os requisitos de qualidade espiritual, uma entrevista
sobre ministério pessoal, ser escalado como ministro leigo da igreja e
freqüentar a reunião mensal de treinamento para o núcleo. Atualmente, temos
cerca de 1.500 pessoas neste grupo. Faço qualquer coisa por essas pessoas,
pois são o segredo de nossa força. Se eu morresse agora, a minha igreja
continuaria a crescer, por causa da base formada por este ministros.
O que acontece às pessoas quando chegam ao núcleo? Nós as mandamos de
volta À “comunidade” para trabalhar!
A mesma idéia está por trás dos círculos de compromisso. É uma estratégia
simples, que reconhece a ministração para pessoas em diferentes níveis. As
pessoas não são iguais. Elas têm diferentes necessidades, interesses e
problemas, dependendo de onde se encontram em sua jornada espiritual. Não
podemos confundir a função que exercemos em relação à comunidade,
multidão e o núcleo. Cada grupo requer um tratamento diferenciado. A
multidão não é uma igreja, mas pode vir a ser.
Capítulo 10
53
I Coríntios 14:23
“Andai em sabedoria para com os que estão de fora, aproveitando bem cada
oportunidade”.
Colossenses 4:5
Se você pegar um membro típico, que seja completamente honesto sobre sua
igreja, ele provavelmente irá dizer: “Eu amo a minha igreja. Amo o meu pastor.
Sou abençoado por tudo o que acontece em nosso cultos”.
As mensagens são para mim, as músicas são para mim, as orações são feitas
com palavras que eu entendo a até mesmo os avisos são para mim. Meus
amigos não entenderiam muito do nosso culto “. Ele se sente culpado de não
convidar os amigos, mas ainda assim não os convidas”.
Se você tem somente alguns cada ano, você terá ainda menos membros
adicionais ao rol. Uma multidão não é uma igreja, mas a igreja necessita de uma
multidão para crescer.
Planeje os cultos com o seu alvo em mente á cada semana, relembramos que
estamos tentando alcançar: Saddleback Sam e sua esposa Samantha. Uma
vez que você conheça o seu alvo, ele vai determinar os vários componentes
de seu culto: o estilo de música, o tema das mensagens, testemunhos,
expressões artísticas e muito mais.
Faça possível para facilitar a freqüência
Quase todas as igreja precisam acertar o passo de seus cultos. A televisão tem,
permanentemente, encurtado o período de atenção dos americanos.
Por outro lado, a maioria dos cultos da igreja se movimenta a passo de tartaruga.
Existe muita ”hora morta” entre os diferentes elementos da reunião. Quando um
ministro de música termina o louvor, ele anda e senta. Quinze segundos depois o
pastor começa a pensar em levantar-se. Finalmente, vai lentamente até o púlpito
e dá as boas – vindas ao povo. Enquanto isso os não-crentes já caíram no sono.
Trabalhe bastante para minimizar os tempos de transição. Assim que um período
do culto acabar, outro de começar imediatamente.
Nossos cultos duram cerca de 70 minutos em média. É possível fazer muita coisa
nesse tempo você usá-lo com sabedoria. Exemplo, sua hora da oferta pode ser
pela metade, duplicando o número de pessoas que a recolhem.
Em nossa igreja nós usamos a palavra IMPACT para nos lembrar de como
queremos que flua nossa música: Inspirado movimento: isso é o que queremos
na canção inicial. Usando uma música rápida para que você se levante, bata o
seu pé ou pelo menos de um sorriso. Queremos relaxar os músculos dos
visitantes, que geralmente entram bastante tensos. Quando o corpo está
relaxado, a atitude é menos defensiva.
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Faça com que os visitantes se sintam á vontade
Os visitantes já formaram uma opinião sobre a sua igreja nos primeiros dez
minutos de após a chegada. Como mencionei no capitulo 12, eles decidem se
vão voltar antes do pastor pregar. A primeira impressão e muito difícil de ser
mudada. Você deve, então, pensar em qual será a primeira impressão que você
quer que os visitantes tenham. Como diz o velho ditado: “A primeira impressão é
a que fica”.
Quando você estiver tratando com visitantes, é importante que entenda que a
primeira resposta emocional que eles têm é o medo. Se forem “sem- igreja”de
verdade, estão se perguntando: “ O que irá acontecer comigo aqui ?”. Eles
possuem os mesmos sentimentos e medos que você teria se lhe convidasse para
ir a uma mesquita pela primeira vez: “ Vão trancar as portas?”; “Eu vou ter de
falar alguma coisa?”; “Vão me deixar constrangidos?”.
Atraindo as multidões
Quando vou ao médico, não quero apenas ouvir o que está errado comigo, quero
que ele me dê alguns passos específicos para a minha melhora. O que as
pessoas precisam hoje são menos sermões “deve ser” e mais sermões “como
ser”.
Jesus disse: “Eu vim para que tenham vida...” (Jo 10:10). Ele não disse: “Eu vim
para que tenham religião”. O cristianismo é vida e não meramente doutrina. Jesus
era um pregador de aplicação de vida. Quando terminava o seu ensinamento
para a multidão, sempre queria que eles “fossem e fizessem o mesmo”.
Para mim, é desafiador e divertido ensinar teologia para os não-crentes sem dizer
a eles que estão aprendendo, fazendo isso sem usar termos teológicos.
Uma pesquisa do Gallup feita há alguns anos declarou que, de acordo com não
crentes, a igreja é o lugar mais chato para se estar.
Jesus cativava o interesse das grandes multidões com técnicas que você e eu
podemos usar. Ele contava histórias para ser compreendido. O Senhor era um
mestre na arte de contar histórias. Ele dizia? “Hei, você já ouviu aquela do...” e
contava uma parábola para ensinar certa verdade. A Bíblia mostra que esta era a
técnica preferida de Jesus quando se dirigia à multidão, e nada lhes falava sem
parábolas (Mt 13:14). Por alguma razão, os pregadores se esqueceram de que a
Bíblia é essencialmente um livro de histórias. Essa é a maneira pala qual Deus
escolheu comunicar a sua Palavra aos seres humanos.
Se você quiser mudar vidas deve preparar uma mensagem para empacar e não
para informar.
Jesus falava com uma linguagem simples, não usava jargões técnicos ou
teológicos. Ele pregava com palavras que as pessoas comuns podiam entender.
É importante lembrar que Jesus não usou a língua grega clássica de um
intelectual. Ele falou em aramaico, a linguagem usada nas ruas naquela época.
Suas mensagens eram recheadas de pássaros, flores, moedas perdidas e de
outros objetos do dia-a-dia que todas as pessoas conheciam.
Jack Hayford, Chuck Smith, Chuck Swindoll e eu, certa vez, ensinamos em um
curso de doutorado para pastores, a maneira como cada um de nós
preparávamos e pregávamos nossos sermões. No final do curso, os estudantes
mencionaram que nós quatro, sem combinarmos previamente, havíamos
enfatizado a mesma coisa: Faça com que seja simples! É muito fácil complicar o
evangelho e é claro que Satanás adora quando fazemos isso. O apóstolo Paulo
disse: “Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com sua astúcia,
assim também sejam de alguma sorte corrompido os vossos entendimentos, e se
apartem da simplicidade que há em Cristo”. É necessário muita meditação e
preparação para se comunicar verdades profundas de forma simples. Einstein
disse uma vez: “Você realmente não consegue entender alguma coisa, a não ser
que a comunique de uma forma simples”. Você pode ser brilhante, mas se não
conseguir compartilhar os seus pensamentos de um amaneira simples, eles não
terão muito valor. Acho que quanto mais simplicidade prego a mensagem, mais
Deus abençoa. Considero um elogio quando me chamam de um “simples”
pregador. Estou interessado em ver almas mudarem e não em impressionar
pessoas com meus conhecimentos.
Outro debate constante que afeta o evangelismo é como a igreja deve responder
à cultura. Existem duas posições extremadas:? Imitação e isolamento. Aqueles
que estão no campo da “imitação” defendem que a igreja deve tornar-se como a
nossa sociedade para poder ministrar a ela. As igrejas desse grupo sacrificam a
mensagem bíblica e a missão da igreja para serem assimiladas pela cultura.
Estão dispostas a apoiar os valores culturais da atualidade, como a adoração ao
sucesso e saúde, individualismo exacerbado, feminismo radical, padrões liberais
de sexualidade e até mesmo o homossexualismo. Em sua tentativa de serem
relevantes, sacrificam a teologia bíblica, distintivos doutrinários e o evangelho de
Cristo. A chamada para o arrependimento e o compromisso é diluída para atrair o
povo. O sincretismo destrói esse tipo de igreja.
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O outros extremos é o campo de “isolamento”. Esse grupo insiste que devemos
evitar qualquer adaptação à cultura, a fim de preservar a pureza da igreja. Ele
não consegue ver a distinção entre os valores pecaminosos de nossa cultura e
costumes não-pecaminosos, estilos e preferências que cada geração desenvolve.
Rejeita novas traduções da Bíblia, estilos de música atuais e qualquer tentativa d
mudar as tradições feitas pelo homem, tais como os horários e ordem dos cultos
de adoração com que estão acostumados. Os defensores do isolamento algumas
vezes têm códigos de vestimenta e listas do que é e do que não é permitido, a
respeito de assuntos aos quais a Bíblia não se refere (é natural à raça humana
erguer muros teológicos para defender as suas preferências pessoais).
As igrejas desse grupo confundem suas tradições culturais com ortodoxia. Não
reconhecem que os costumes, estilos e métodos, nos quais seus líderes se
sentem à vontade, um dia forma tachados como “modernos, mundanos e
heréticos” pela geração anterior de crentes.
Assim como o peixe de água salgada existe por toda a vida dentro do oceano
sem se tornar saturado com o sal, Jesus ministrou dentro do mundo sem se
tornar do mundo sem se tornar do mundo. Ele “...habitou entre nós” (Jô 1:14), e
foi tentado da mesma forma que somos, “...mas sem pecado” (Hb 4:15). Andou
entre o povo, falou sua língua, observou seus costumes, cantou suas canções,
participou de suas festas e usou seus eventos (veja Lc 13:1-15) para chamar a
tenção para que ele ensinava. Porém, fez tudo isto sem comprometer sua
missão.
Nos dias de Jesus, os fariseus usavam a desculpa da “pureza” para evitar todo
contato com os não-judeus. Hoje, ainda temos fariseus na igreja mais
preocupados com a pureza do que com as pessoas. Se sua igreja leva a sério a
Grande Comissão, você nunca vai ter uma igreja completamente pura porque
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você vai estar sempre atraindo não-crentes - com os seus estilos de vida
questionáveis – para os cultos. Para evangelizar, às vezes é necessário lidar com
a imaturidade delas.Sendo assim, você nunca terá uma igreja completamente
pura.
Se você leva a sério o ato de ministrar as pessoas da forma como Jesus o fez,
não se surpreenda se algum dia alguém o acusar de vender o evangelho para a
cultura ou de quebrar tradições. Você será criticado! Alguns defensores do
isolamento têm sido extremamente críticos em seus livros e artigos sobre as
igrejas que são sensíveis às necessidades dos pecadores. As maiorias dessas
críticas são caracterizações injustas, feitas pela ignorância e não representa o
que na verdade ocorre dentro de igrejas sensíveis aos pecadores.
Capítulo 12
As multidões
O que atraía grandes multidões para o ministério de Jesus? Ele fazia três coisas
coma as pessoas: as amava (Mt 9:36), ia de encontro às necessidades delas (Mt
15:30; Lc 6:17,18; Jô 6:2) e ensinava de uma forma interessante e prática (Mt
13:34; Mc 10:1, 12:37). Estes mesmos três ingredientes podem atrais muita gente
hoje.
Note o enfoque desta declaração. O amor dos nossos membros está centrado
nos visitantes e não nos outros irmãos. Conheço muitas igrejas onde os membro
amam uns aos outros e têm ema grande comunhão, mas estas igrejas estão
morrendo porque todo amor está voltado para eles mesmos. A comunhão se
tornou tão fechada que os visitantes são incapazes de entrar no grupo. Estas
igrejas não atraem não-crentes porque não os amam.
Toda congregação pensa que é uma igreja cheia de amor. AS pessoas que não
freqüentam a igreja, contudo, não pensam assim! Pergunte para qualquer
membro e ele dirá: “Nossa igreja é muito amigável e Kuroda”.O que ele está
realmente falando é : “Amamos uns aos outros, somos amigáveis e nos damos
bem com as pessoas que já estão aqui”. Amam as pessoas com quem se sentem
63
à vontade, mas essa comunhão calorosa não se estende aos não-crentes e
visitantes.
Algumas igrejas apontam para a sua falta de crescimento como prova de que são
bíblicas, ortodoxas ou cheias do Espírito. Dizem que o seu tamanho pequeno é a
prova de que são uma igreja pura e que não comprometem as suas crenças. Isto
pode significar, na verdade, que não amam as pessoas perdidas o suficiente para
saírem das quatro paredes e alcançá-las.As igrejas que crescem são aquelas que
tem crenças conservadoras e amam os não-crentes. Grandes igrejas são
construídas com amor a Deus, uns pelos outros e pelos não-crentes.
A razão pela qual algumas igrejas permanecem pequenas é porque não estão
amando. O amor aproxima as pessoas como um imã poderoso. A falta de amor
faz com que elas se afastem.
A segunda queixa mais comum que detectei na pesquisa que fiz antes de
começar nossa igreja era que “os membros da igreja não são amigáveis com os
visitantes. Não nos sentimos bem vindos”. Muitos antes de o pastor pregar, os
visitantes já decidiram se vão voltar ou não. Eles estão perguntando a si mesmos:
“somos bem vindos aqui?”
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expressar nosso amor para com os visitantes de uma forma que eles possam
compreender.
Você ama as pessoas para quem prega? Esse é o assunto mais importante. A
Bíblia diz: “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não
tivesse amor,seria como o metal que soa, ou como o sino que tine” (1Co 13:1).
Sob o ponto de vista divino, uma pregação sem amor não passa de barulho.
Todas as vezes que falo num culto direcionamento para a multidão repito para
mim mesmo:
Memorize nomes. A memorização de nomes mostra que você tem interesse pelas
pessoas. Nada soa tão bem para um visitante que volta pela segunda vez do que
ouvir você chamando-o pelo nome. Ainda que particularmente eu não tenha uma
boa memória, trabalho duro para me lembrar de nomes. Eu sabia o nome de
todas as pessoas de nossa igreja até chegar a 3.000 membros.
Muitos pastores gostam de se reunir antes do culto com a sua equipe e com os
líderes da igreja em uma sala para orar, enquanto as pessoas estão chegando.
Pessoalmente, acho que você deve orar pelo culto em outra hora. Não perca a
oportunidade de estar com o povo sempre que você tem uma chance.
Possuo uma equipe de oração composta por pessoas leigas que oram durante
cada uma de nossas reuniões. Também passo bastante tempo durante a semana
orando pelos nossos cultos. Nossa equipe também ora junto. Não temos,
contudo, reunião de oração antes dos cultos. Temos apenas uma chance por
semana de contatar muitas pessoas. Então, quando elas vêm, quero que cada
um dos membros da minha equipe e cada líder da igreja tenha contato direto com
elas.
Nos finais de semana, quando alguma outra pessoa de nossa equipe de pastores
vai pregar, normalmente passo todo o tempo dando uma olhada, conversando e
tocando em centenas de pessoas. Você nunca sabe como uma palavra mansa e
um toque de carinho podem fazer toda a diferença do mundo para alguém. Atrás
de cada sorriso existe uma ferida escondida, que uma simples expressão de
amor pode curar.
Uma das decisões mais importantes que o pastor deve tomar a cada semana é
se ele quer impressionar as pessoas ou influenciá-las. Você pode impressionar as
pessoas à distância, mas precisa se aproximar para amá-las e influenciá-las. A
proximidade determina o impacto. Creio que a razão de alguns pastores ficarem
distantes do povo é porque, de perto, eles não impressionam nem um pouco.
Se uma igreja quer atrair uma multidão o pastor e os membros precisam agir de
maneira amorosa para com os de fora. Você deve demonstrar a seguinte atitude:
“Se vier aqui, vamos amar você. Você será amado neste lugar”.
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Aceitar sem aprovar
Como todo bom pescador sabe, de vez em quando, pra trazer um peixe no
molinete, especialmente um que luta até o fim, você precisa dar um pouco de
linha. Se você puxar duro e sem parar, provavelmente o peixe vai quebrar a linha
ou até mesmo a vara de pescar, Você deve trabalhar com o peixe, deixando que
ele faça o que quer fazer. O mesmo acontece quando pescamos pessoas. De vez
em quando, você precisa dar alguma linha aos não-crentes para traze-los para
dentro do barco. Não os torture recriminando-os em relação ao que estão
fazendo de errado.
Não podemos esperar que não-crentes ajam como crentes que sejam
transformados, o livro de Romanos ensina que é impossível para não-crentes
agirem como pessoas convertidas, porque neles não habita o Espírito Santo.
Em nossa igreja, sabemos que muitos que freqüentam os nossos cultos têm
estilos de vida questionáveis, hábitos pecaminosos e até mesmo má reputação
pública. Isso não nos incomoda. Fazemos uma distinção entre multidão
(freqüentadores não-comprometidos) e a congregação (nossos membros). A
congregação, e não a multidão, é a igreja. O culto da multidão é aquele no qual
os membros podem trazer seus amigos não-crentes, para quem eles têm
testificando pessoalmente.
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“Já por carta escrevi que não vos associásseis com os que se prostituem. Com
isso não quero dizer propriamente com impuros deste mundo, ou com avarentos,
ou com os roubadores, ou com os idólatras. Nesse caso vos seria necessário sair
do mundo. Mas agora vos escrevo que não vos associeis com aquele que,
dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou
beberrão, ou roubador. Com, o tal nem ainda comais. Que me importa de julgar
os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro?”.
Jesus não disse: “Dê um jeito na sua vida e depois eu vou salva-lo”. Ele o amou,
mesmo antes de você mudar. Ele espera que você faça o mesmo com outras
pessoas.
Não existe método, em programa ou tecnologia que possa substituir o amor pelos
não-crentes. Nosso amor por Deus e pelas almas perdidas é o que motivou a
Saddleback a continuar crescendo. Isto também é o que me tem motivado a
pregar em quatro cultos a cada final de semana, por vários anos, por mais que
isso seja desgastante. O amor é o fator de motivação. O amor não me deixa
escolha.
Foi o amor, e não os pregos, que seguraram Jesus na cruz. Quando os crentes
amarem as pessoas com esta intensidade, a igreja deles vai atrair milhares de
pessoas.
Jesus geralmente atingia uma necessidade a fim de construir uma ponte para
evangelizar a pessoa. Já mencionei anteriormente que Ele, muitas vezes,
perguntava às pessoas: “O que quer que eu faça por você?. Deus usa todos os
tipos de necessidade humanas para chamar a atenção das pessoas. Quem
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somos nos para julgar o interesse de uma pessoa em Cristo é por uma razão
certa ou errada? Não imposta o motivo pelo qual as pessoas inicialmente e
busquem a Jesus, o que importa é que o procurem.
Duvido que qualquer pessoa tenha pedido a cristo para salva-la de forma altruísta
e sem interesses pessoais. Todos nós viemos a Cristo quando sentimos que ele
poderia satisfazer uma necessidade que tínhamos.
Tenho uma profunda convicção de que qualquer pessoas pode ser ganha para
Jesus se você descobrir a chave para abrir o coração dela Esta chave é aluna
para cada um e algumas vezes é difícil a encontrarmos. Pode levar algum tempo
para que seja identificada, mas o local mais provável em que pode ser achada é
onde as necessidades das pessoas estão. Esta era a formula que Jesus usava.
Uma igreja pode ficar próxima a uma estrada com cem mil carros passando na
frente dela por dia e, assim, ser ignorada. Os pastores são vistos na televisão
como criminosos aproveitadores ou pervertidos. Os programas da igreja
competem com tudo o que é oferecido por nossa cultura, obcecada por
entretenimento. A única maneira de a igreja capturar a atenção dos “sem-igreja” é
oferecer alguma coisa que as pessoas não podem conseguir em nenhum outro
lugar.
Está escrito em nosso estatuto: “Esta igreja existe para beneficiar os moradores
do Vale Saddleback, atendendo às suas necessidades espirituais, físicas,
emocionais, intelectuais e sociais. Nosso objetivo é ministrar para a pessoa como
um todo. Não limitamos nosso ministério ao que é conhecido como
“necessidades espirituais”. Acreditamos que Deus se importa com todos os
aspectos da vida das pessoas. Eles não podem ser compartimentalizados.
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Quais são as necessidades dos “sem-igreja” de sua comunidade? Não posso
responder a essa pergunta por você. Deve-se pesquisar, porque cada área tem
as suas necessidades próprias. Conheço uma igreja que descobriu, depois de
consultar a população, que havia a necessidade de se treinar as crianças a irem
no banheiro na hora certa! A área foi repleta por jovens casais que queriam ajudar
no treinamento fisiológico das crianças. Ao invés d ignorar essa necessidade
“não-espiritual”, a congregação usou o problema para evangelizar.
Existem necessidades universais entre os “Sem igreja”? Acredito que sim. Não
importa por onde eu tenha viajado, percebo que as pessoas têm, carências
similares. Estas incluem a necessidade de amor, aceitação, perdão, significado,
auto-expressão e propósito de vida. AS pessoas também estão procurando a
libertação do medo, culpa, preocupação, ressentimento, desencorajamento e
solidão. Se sua igreja estiver indo ao encontro desses tipos de necessidades,
você não deve se preocupar em fazer propaganda dos cultos. Vidas
transformadas são a maior propaganda de sua igreja.
Cada vez que sua igreja atende às necessidades de alguém, um bom comentário
sobre sua congregação começa a se espalhar em sua cidade. Quando uma
quantidade suficiente de bons comentários é espalhada, sua igreja irá atrair
pessoas que nenhum programa de visitação jamais poderia alcançar.
A Bíblia nos dia que Jesus tinha o costume de ensinar às multidões (Mc 10:1). Ela
também nos esclarece sobre as reações da multidão:
As pessoas ficavam maravilhadas com os seus ensinamentos (Mt
7:28)
As pessoas ficavam profundamente interessadas (Mt 22:33)
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As multidões gostavam de ouvir Jesus (Mc 12:37).
As multidões nunca tinham ouvido ninguém falar a elas de forma que Jesus falou
e estavam “maravilhadas com o seu ensino” (Mc 11:18). Nunca houve um
comunicador maior do que ele.
Para chamar a tenção dos não-crentes como Jesus fez, devemos comunicar a
verdade espiritual da forma que ele comunicou. Jesus – nenhum outro – deve ser
o nosso modelo de pregação. Infelizmente, alguns livros de homilética dão mais
atenção aos métodos de Aristóteles e à retórica grega do que aos ensinamentos
de Cristo.
Em João 12:49, Jesus admitiu: “Pois eu não falei de mi mesmo, mas o Pai, que
me enviou, me prescreveu o que dizer e de que falar”. Note que tanto o conteúdo
como o estilo de Jesus forma ensinados pelo Pai.
Quando Jesus pregou seu primeiro sermão em Nazaré, leu um texto de Isaías,
para anunciar qual seria a sua agenda de pregação: “O Espírito do Senhor está
sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar aos pobres. Enviou-me para
apregoar liberdade aos cativos, dar vista aos cegos, pôr em liberdade os
oprimidos, e anunciar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4:18,19).
O que chama a sua atenção? Existem três maneiras de passar pelo seu sistema
reticular de ativação: coisas que você dá valor, coisas que são diferentes e coisas
que lhe ameaçam. Este fato tem implicações profundas para aqueles que pregam
e ensinam. Se você quiser chamar a atenção da multidão desinteressada, deve
atar sua mensagem a um desses três fatores.
Ainda que a maioria dos não-crentes não esteja procurando a verdade, estão
procurando alívio. Isso nos dá a oportunidade de faze-lo interessados na
verdade. Descobri que, quando prego algo que alivia a dor ou soluciona
problemas, os não-crentes dizem: “Obrigado! O que mais há de verdade neste
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livro?”. Compartilhar os princípios bíblicos que atendem a uma necessidade cria
uma maneira de se introduzir mais princípios da Palavra.
Poucas pessoas que vieram para Cristo estavam buscando a verdade. Buscavam
alívio. Jesus ia ao encontro das necessidades delas, quaisquer que fossem:
lepra, cegueira, ou problemas de coluna. Depois que suas necessidades eram
solucionadas, sempre ficavam ansiosas por conhecer a verdade sobre este
homem que as ajudou em um problema que ninguém podia resolver.
O texto de Efésios 4:29 diz “ Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe,
mas só a que for boa para promover a edificação, conforme a necessidade, para
que beneficie aos que a ouvem”. Note que o que pregamos deve ser determinado
pela necessidade das pessoas para que estamos falando. Devemos falar
somente o que as beneficia. Se esta e é à vontade de Deus para as nossas
conversas, certamente deve ser à vontade dele para os nossos sermões.
Infelizmente muitos pastores determinam o conteúdo de suas mensagens mais
pelo que sentem que precisam falar, do que pelo que as pessoas precisam ouvir.
Uma das razões da dificuldade enfrentada por muitos pastores em estudar para
pregar é porque fazem a pergunta errada. Em vez de perguntar: “O que devo
pregar no próximo domingo?”, deveriam estar perguntando: “Para quem vou estar
pregando:” Pensar sobre a necessidade da audiência vai ajudar a determinar a
vontade de Deus para a sua mensagem.
Uma vez que Deus, em sua onisciência, já sabe quem vai estar assistindo ao
culto no domingo, por que lhe daria uma mensagem irrelevante para as
necessidades daqueles que Ele tem intenção de trazer? Por que Ele lhe daria
algo para pregar sobre um assunto que não serve de ajuda para aqueles que
precisam ouvir? As necessidades imediatas das pessoas são uma chave que
Deus usa para você começar a pregar em uma ocasião.
A multidão não determina se você vai ou não falar a verdade. A verdade não é
opcional, mas sua audiência determina quais as verdades que você deve
escolher para compartilhar. Para os não-crentes algumas verdades são mais
relevantes do que outras.
Alguma coisa pode ser verdade e irrelevante ao mesmo tempo? Com certeza. Se
você se envolvesse num acidente de carro e estivesse numa sala cirúrgica com
hemorragia, como se sentiria se o médico quisesse falar sobre a origem da
palavra no hospital ou se quisesse lhe contar a historia do estetoscópio? A
informação que ele passaria seria verdadeira, mas seria irrelevante porque não
poderia curar o seu ferimento. Você ia querer um medico que aliviasse a sua dor.
Capítulo 13
Nos próximos capítulos, vou explicar como planejamos o formato de nosso culto
que alcançou milhares de não-crentes para Cristo. Mas, primeiro, creio que seja
necessário esclarecer algumas razões teológicas e práticas. Tudo o que fazemos
em nossos cultos de final de semana é baseado em doze convicções profundas
que temos.
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2. Não precisamos de um prédio para adorar a Deus. O texto de Atos 17:24 diz:
“O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há, sendo ele Senhor do Céu e da
terra, não habita em templos feitos por mãos de homens”. Você provavelmente
espera uma ênfase como essa vinda de uma igreja que existe há quinze anos e
possui uma freqüência de mais de dez mil pessoas por Domingo, sem um prédio.
Acho que não preciso falar mais nada sobre isso.
3. Não existe um “estilo de adoração” que seja correto. Jesus somente fez dois
requerimentos para uma adoração legítima: “Deus é Espírito, e importa que os
que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4:24). Deus não fica
ofendido, ou mesmo aborrecido, pelos diferentes estilos de adoração, contanto
que sejam feitos “em espírito” e “em verdade”. Estou certo que Deus ama a
variedade! Lembre-se, foi idéia dele nos fazer diferentes uns dos outros.
O estilo de adoração em que você se sente mais à vontade tem a ver muito mais
com sua cultura do que com sua teologia. Os debates sobre os estilos de
adoração são quase sempre sociológicos e pessoais, embrulhados em termos
teológicos.
Toda igreja gosta de acreditar que o seu estilo de adoração é o mais bíblico. A
verdade é que não existe um estilo bíblico de adoração. A cada domingo, crentes
verdadeiros ao redor do mundo dão glórias a Jesus Cristo, usando milhares de
expressões e estilos igualmente válidos. Não importa o estilo, a adoração
verdadeira usa tanto o lado direito do cérebro como o lado esquerdo. Ela utiliza
tanto emoção como intelecto, seu coração e sua ente. É imprescindível adorar
em espírito e em verdade.
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2:6 diz “...ajuntou-se uma multidão...”. Sabemos que deve ter sido uma grande
multidão, porque quase três mil pessoas foram salvas naquele dia.
Acredito que existe um princípio maior por trás deste conselho para a igreja de
Corinto. O que Paulo está querendo dizer é que devemos estar dispostos a
ajustar nossas práticas de adoração quando não-crentes estão presentes. Deus
nos diz para sermos sensíveis às dificuldades deles em nossos cultos. Fazer um
culto sensível aos que não conhecem a Deus é um mandamento bíblico.
Mesmo que Paulo nunca tenha usado o termo “sensível aos não-crentes”, foi o
pioneiro desta idéia porque estava bastante preocupado em não colocar
nenhuma pedra de tropeço na frente dessas pessoas. Ele falou à igreja em
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Corinto: “Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios,
nem para a igreja de Deus” (1 Cor 10:32). Ele também aconselhou à igreja de
Colossos: “Andai em sabedoria para com os que estão de fora, aproveitando bem
cada oportunidade” (Cl 4:5).
Quando você tem convidados em sua casa para jantar, sua família age diferente
de quando vocês estão sozinhos? É claro que sim ! você presta atenção às
necessidades dos seus convidados, assegurando-se de que sejam servidos
primeiro. A comida pode ser a mesma, mas você usa pratos diferentes. A
conversa na mesa é geralmente mais amena e polida. Será que isso é ser
hipócrita? Não! Fazendo essas coisas, você está sendo sensível e mostrando
respeito para com os convidados. Da mesma maneira, a comida espiritual
permanece a mesma num culto sensível aos não-crentes, mas a apresentação é
mais elaborada, considerando a presença dos nossos convidados.
7. O culto de adoração não precisa ser superficial para ser sensível aos não-
crentes. A mensagem não deve ser comprometida, só compreensível. Fazer um
culto “ à vontade” para os sem-igreja não significa mudar a teologia. Significa
mudar o ambiente do culto. Mudar o ambiente pode ser feito por meio da maneira
com que você cumprimenta os visitantes, o estilo de música que é tocado, a
tradução da Bíblica que você usa para pregar e os tipos de avisos que são dados
no culto.
11. Não existe um padrão de desenvolvimento para este tipo de culto. Isso
acontece porque os não-crentes não são todos iguais! Alguns querem um culto
que faça com que se sintam uma parte integrante dele, outros querem se sentar
passivamente e assistir. Alguns gostam do silêncio, da meditação, outros gostam
de cultos com muita energia. O estilo que melhor funciona no sul da Califórnia,
provavelmente não funciona na Nova Inglaterra, ou vice-versa. São necessários
todos os tipos de culto par alcançar todos os tipos de pessoas.
Porém, existem três elementos que não podem ser comprometidos nesta reunião:
(1) tratar os não-crentes com amor e respeito; (2) relacionar o culto com as
necessidades deles; e (3) compartilhar a mensagem de uma maneira prática e
compreensível. Todos os outros elementos são secundários e a igreja não deve
se prender a eles.
A coisa que realmente atrai um grande número de não-crentes para a igreja são
vidas mudadas, muitas vidas mudadas. As pessoas querem ir a um lugar onde
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haja transformação de vidas, onde haja cura para as feridas e onde a esperança
possa ser restaurada.
Não trate estas sugestões como se fossem os Dez Mandamentos. Eu não faria
tudo o que fizemos na Saddleback se estivesse em outra parte dos Estados
Unidos ou em outro lugar. Você precisa descobrir o que funciona melhor para
alcançar os “sem-igreja” dentro do seu contexto local.
Jesus disse: “tal como o filho do homem não veio para ser servido, mas para
servir, e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mt 20:28). Antes que uma atitude
de servo sem egoísmo penetre nas mentes e corações de sues membros, sua
igreja não estará pronta para começar um culto que priorize os de fora.
Capítulo 15
79
Constantemente, pergunto o que faria de diferente se tivesse de começar a igreja
de novo. Minha resposta é essa: “Desde o primeiro dia eu colocaria mais energia
e dinheiro no ministério de música”. Nos primeiros anos de nossa igreja, errei ao
subestimar o poder da música e a parte musical dos cultos. Hoje, arrependo-me
do equívoco que cometi.
A música é uma parte importante de nossas vidas. Comemos com ela, dirigimos
com ela, compramos com ela, relaxamos com ela e alguns evangélicos até
dançam com ela! O maior passatempo da América não é o beisebol, é a música.
Muitas vezes, uma canção pode tocar pessoas de uma forma que um sermão
não consegue. A música pode ultrapassar as barreiras intelectuais e levar a
mensagem diretamente para o coração. É uma ferramenta forte do evangelismo.
No Salmo 40:3, Davi diz: “Pôs um novo cântico na minha boca, um hino de louvor
ao nosso Deus. Muitos o verão, e temerão...”. Note a clara conexão entre a
música e o evangelismo: ...”e confiarão no Senhor”.
O estilo de música que você escolhe para o culto vai ser uma das decisões mais
críticas e controvertidas tomadas na vida da igreja. também pode ser o fator mais
influente em determinar quem sua igreja vai alcançar para Cristo e se ela
crescerá ou não. Você deve combinar sua música com o tipo de pessoas que
Deus quer que você alcance.
A música utilizada posiciona sua igreja em sua comunidade. Ela determina quem
você é. Uma vez decidido o estilo de música que será usado no período de
adoração, você já direcionou sua igreja de uma forma mais significativa do que
você pode pensar. Ela vai determinar o tipo de pessoa que será atraído, o tipo de
pessoa que você vai manter e o tipo de pessoas que você irá perder.
Insistir que toda “boa” música foi escrita na Europa, há duzentos anos, é puro
elitismo cultural. Não existe nenhuma base bíblica para esse ponto de vista.
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Dependendo de onde cresceu, você gosta de música country, jazz, blues, pop ou
rock. Nenhum desses estilos é “melhor” do que outros.
Me divirto toda vez que escuto um crente que resiste à música contemporânea
dizer: “Precisamos voltar às raízes musicais”. Fico me perguntando quanto tempo
para trás ele quer ir. Voltar para o canto gregoriano? Voltar as melodias da igreja
de Jerusalém? Normalmente eles só querem voltar 50 ou 100 anos.
81
Mesmo a consagrada tradição de cantar hinos, em outros tempos foi considerada
“mundana” em igrejas batistas. Benjamin Keach, um pastor batista do século 17,
é visto como o introdutor de hinos nas igrejas batistas inglesas. Ele começou a
ensinar as crianças a cantar o que gostavam. Os pais, por outro lado, não
gostavam de cantar os hinos. Estavam convencidos de que aquelas canções
eram “estranhas à adoração evangélica”.
Mais catorze anos se passaram antes de a igreja concordar que cantar hinos era
apropriado para adoração. A controvérsia custou caro. Ela fez com que 22
membros da igreja de Benjamin Keach saíssem e se juntassem a uma “igreja
não-cantante”. Mesmo assim, a moda de se cantar hinos pegou em outras igrejas
e as “igrejas não-cantantes” logo começaram a chamar somente pastores que
gostavam de cantar. Como as coisas mudam! Você pode retardar o processo e
perder com isso, mas você não pode pará-lo.
A coisa mais impressionante para mim, nesse incidente com o pastor Keach, é a
sua incrível paciência. Ele levou 22 anos para mudar o estilo de adoração de sua
igreja. em uma igreja normal, é mais fácil mudar a teologia do que a ordem de
culto.
O debate sobre qual estilo de música deve ser usado na adoração vai ser um dos
maiores pontos de conflitos nas igrejas nos próximos anos. Toda igreja vai, mais
cedo ou mais tarde, enfrentar este assunto. Esteja preparado para uma discórdia
calorosa. James Dobson certa vez admitiu em seu programas Focus on the
Family [Foco na família] o seguinte: “De todos os temas que já cobrimos em
nosso programa de rádio, do aborto até a pornografia, o mais controverso foi
quando falamos sobre música. Você pode fazer com que as pessoas se
aborreçam quando discute o seu gosto musical, mais do que qualquer outro
assunto”. O debate sobre os estilos de música tem dividido e polarizado muitas
igrejas. Acho que é por isso que Spurgeon chamava o seu ministério de música
como o “Departamento de Guerra!”
Por que as pessoas levam tão a sério quando discordam sobre os estilos de
louvor? Isso ocorre porque a maneira que você adora está intimamente ligada
com a forma que Deus lhe fez. A adoração é a sua expressão pessoal de amor a
Deus quando alguém critica a forma que você adora, isto naturalmente é
encarado como uma ofensa pessoal.
82
A Saddleback é, sem dever desculpas a ninguém, uma igreja com música
contemporânea. Muitas vezes a imprensa se refere a nós como “o rebanho que
gosta de rock”. Usamos o estilo de música que a maioria das pessoas de nossa
igreja ouve no rádio.
O rock é o principal estilo musical que escolhemos para usar em nossa igreja.
Quando você revisa a música que pretende usar, considere tanto a letra como o
ritmo. Pergunte se as letras são doutrinariamente corretas, se são
compreensíveis para os “sem-igreja” e se a canção usa termos ou metáforas que
eles conseguem entender. Sempre identifique o propósito da canção. Ela é para
edificação, louvor, comunhão ou evangelismo?
Pergunte a você mesmo: “Como esse ritmo me afeta?”. A música exerce uma
grande influência nas emoções humanas. O tipo errado de música pode
prejudicar a atmosfera e o ambiente do culto. Todo pastor sabe muito bem a
agonia de tentar ressuscitar o culto depois de um número musical ter deixado
todo mundo deprimido. Decida qual o ambiente que você quer em seu culto e use
o estilo de música que crie tal ambiente. Em nossa congregação, acreditamos
que o louvor deve ser uma celebração, então usamos um estilo para cima,
ritmado e alegre. raramente cantamos uma canção lenta.
Acelere o tempo
Como já mencionei, a Bíblia diz que devemos servir “...ao Senhor com alegria” (Sl
100:2), mas muitos cultos de adoração soam mais como um funeral do que como
uma festa! John Bisagno, pastor da Primeira Igreja Batista de Houston, Texas,
83
com 15.000 membros, diz: “Músicas que parecem ter sido compostas para um
funeral e ministros de música que mais parecem estátuas vão matar uma igreja
mais rápido do que qualquer outra coisa no mundo!”.
É impossível cair no sono quando nossa igreja canta. Queremos que nossa
música tenha um impacto emocional e espiritual nas pessoas. Os “I”, “M”, “P” e
“T” de IMPACT de que falei no último capítulo são todas canções rápidas. As
canções “A” e “C” são mais lentas e inspiram à meditação. Os não-crentes
normalmente preferem músicas de celebração à de contemplação, porque ainda
não têm um relacionamento com Cristo.
Atualize as letras
Alguns membros vão insistir que existe boa teologia nos velhos hinos. Concordo.
Mas por que não substituir os termos arcaicos e colocar as músicas em um ritmo
contemporâneo?
Gostamos das canções antigas porque nos trazem lembranças emocionais que
mexem conosco.
Muitas igrejas fazem uso abusivo de certas canções devido à preferência pessoal
do pastor ou do ministro de música. O repertório musical está nas mãos do líder.
O que quer que o ministro de música ou o pastor gostem, não deve ser o fator
determinante no estilo de música que você usa. Ao contrário, use seu alvo para
determinar o estilo.
Com a tecnologia atual, qualquer igreja pode ter a mesma qualidade de som
disponível nos melhores estúdios. Tudo o que você necessita é um bom teclado
eletrônico com alguns acessórios. A beleza de se usar um teclado é que ele pode
ser usado para “preencher as brechas”, caso você não tenha muitos músicos. Por
exemplo, se você tem uma pessoa que toca teclado, trompete e um guitarrista,
mas não tem um baixista, ou um baterista, tudo o que tem a fazer é adicionar o
baixo e a bateria na programação do teclado. Se ninguém em sua igreja está
familiarizado com esta tecnologia, você pode receber instruções em qualquer boa
loja de instrumentos musicais.
Devemos decidir se a igreja vai ser um conservatório musical para a elite ou será
um lugar onde as pessoas comuns podem trazer seus amigos não-crentes para
ouvir uma música que compreendam e gostam.
Capítulo 16
Seres humanos são bem diferentes uns dos outros. Nenhuma igreja pode
alcançar a todos. Vários tipos de igreja são necessários. Juntos, podemos
conseguir o que nenhuma congregação, estratégia ou estilo, pode alcançar por si
só.
Para nossa igreja, o método mais efetivo para evangelismo depende de nosso
alvo. Descubra quais os tipos de pessoas que vivem em sua área, decida qual o
grupo que sua igreja está melhor equipada para alcançar e, depois, descubra
qual dos estilos de evangelismo melhor se encaixa com seu público-alvo.
Imagine o que aconteceria com uma estação de rádio que tentasse atingir o gosto
musical de todas as pessoas.
Antes disso, Ele havia instruído os discípulos para também focar onde deveriam
ministrar. O evangelho de Mateus 10: 5,6, diz: “Jesus enviou estes doze. E lhes
ordenou: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entreis em cidades de
samaritanos. Ide antes às ovelhas perdidas na casa de Israel”. Paulo mirava o
seu ministério para os gentios e Pedro para os judeus (Gl.2:7). Ambos os
ministérios eram necessários, importantes e efetivos.
Até mesmo os evangelhos foram escritos para atingir públicos específicos. Você
já se perguntou por que Deus usou quatro escritores e quatros livros para
comunicar a vida de Cristo? Afinal, quase todas as passagens e ensinamentos no
evangelho de Marcos, são cobertas no evangelho de Mateus. Por que
precisamos dos dois livros? Por que o evangelho de Mateus é direcionado aos
leitores hebreus e o de Marcos aos gentios. A mensagem é a mesma, porém,
como foram escritas para públicos distintos, o estilo de comunicação é diferente.
Especificar seu alvo para evangelizar é um método inventado por Deus! Ele
espera que testemunhemos de maneira personalizada.
Uma das vantagens de ser igreja grande é que se tem recursos para atingir
vários públicos. Quando nosso trabalho começou, nos concentramos em apenas
um público: jovens, “sem-igrejas” e casais de classe média. Nos concentramos
neles porque eram o maior grupo no bairro e eram as pessoas com as quais eu
me relacionava com maior facilidade. Quando nossa igreja cresceu, pudemos
adicionar ministérios para alcançar jovens, adultos, adultos solteiros, prisioneiros,
anciãos, pais com crianças excepcionais, latinos, vietnamitas e coreanos, bem
como muitos outros grupos.
Para que você mire sua comunidade a fim de evangeliza-la, você deve descobrir
tudo que puder sobre ela. A igreja necessita definir seu alvo nos aspectos
geográfico, demográfico, cultural e espiritual.
Em seu ministério, mirar um alvo geográfico simplesmente significa que você irá
identificar o lugar onde moram as pessoas que deseja alcançar. Pegue um mapa
de sua cidade e marque onde sua igreja está localizada. Estime o tempo gasto no
trajeto de sua igreja até uma determinada localização e demarque as fronteira de
sua área ministerial. Este é o seu “lago de pesca evangelística”. Tente se informar
junto às agências de censo populacional sobre o número aproximado de pessoas
que moram a uma distância que propicie fácil acesso até sua igreja.
Uma vez definido o alvo geográfico, você saberá quantas pessoas estão em seu
lago de pesca. Isto é muito importante, uma vez que a população em sua área é
um fator crucial para determinar qual a estratégia a ser utilizada para trazê-la à
igreja.
Você não precisa somente saber quantas pessoas vivem na sua área, deve
também saber que tipo de pessoa vive lá.
Há somente alguns dados demográficos importantes que você deve saber sobre
as pessoas que vivem em sua área. Considero que os fatores mias importantes
quando se mira para uma comunidade a ser evangelizada são os seguintes:
Idade: quantos existem em cada faixa etária?
Estado civil: quanto são solteiros? E casados?
Renda: qual é a renda média de cada família/
Ocupação: que tipo de profissão as pessoas exercem?
Jovens casados possuem outros interesses, comparados aos dos outros jovens.
Os pobres enfrentam problemas diferentes dos que as pessoas de classe média.
Os ricos têm suas preocupações próprias. Os universitários tendem a ver o
mundo diferente, quando comparados com estudantes secundários. É importante
conhecer a perspectiva daqueles que você está buscando ganhar para Cristo.
Se você deseja que a sua igreja tenha impacto, torne-se um especialista em sua
comunidade. Pastores devem saber mais sobre ela do que qualquer outra
pessoa.
90
Depois de definir seu alvo sob o aspecto cultural, você necessita descobrir a
história espiritual do povo de sua comunidade. Determine o que as pessoas na
sua área já sabem sobre o evangelho.
Sempre que testemunho a alguém que não tem relacionamento com Cristo, tento
descobrir algo que possa Ter em comum comigo, em relação à vida espiritual. Por
exemplo, quando estou conversando com um católico, sei que ele aceita a Bíblia,
mas provavelmente nunca a leu, aceita a trindade, o nascimento virginal e Jesus
Cristo como o Filho de Deus. Meu trabalho será o de comunicar as diferenças
entre uma religião baseada em obras e outra, baseada num relacionamento com
Cristo, por meio da graça.
Uma vez coletada todas as informações sobre sua comunidade, quero encorajá-
lo a criar um perfil do típico “sem-igreja” que sua comunidade deseja alcançar.
Combinar as características de residentes em sua área em uma única pessoa
“faz-de-conta” fará com que os membros da sua igreja possam entender quem é
o alvo. Se o trabalho de coletar dados for bem feito, os membros devem
reconhecer este personagem como um de seus vizinhos.
Saddleback Sam é o típico homem “sem-igreja” que vive em nossa área. Ele tem
cerca de quarenta anos e possui um ou mais diplomas universitários. (O Vale
Saddleback tem um dos maiores níveis de educação na América). É casado com
a “Saddleback Samantha” e tem dois filhos, “Steve e Selly”.
91
Outra característica importante de Sam é ser cético em relação ao que ele chama
de religião “organizada”. Ele provavelmente diz: “Eu acredito em Jesus. Só não
gosto da religião organizada”. Encaramos essa declaração com humor e
dizemos: “Então você vai gostar de nossa comunidade. Somos uma religião
desorganizada!”
Sam prefere reuniões informais, uma vez que é do Sul da Califórnia. Gosta de se
vestir a vontade por causa do clima temperado. Levamos isso em conta quando
planejamos cultos para atraí-lo. Nunca uso terno e gravata quando prego nos
cultos da igreja. Intencionalmente me visto para combinar com a mentalidade
daqueles que estou tentando alcançar. Sigo a estratégia de Paulo dada em I
Coríntios 9:20: “Fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus...”. Em
minha situação, creio que Paulo diria: “Quando estou no sul da Califórnia, me
torno como um californiano do sul para ganhar os californianos!”. Não acho que a
forma de as pessoas se vestirem preocupava a Jesus. Preferimos ter um pagão
vindo de tênis e shorts do que não ter ninguém vindo porque não possui um
terno.
Por que gastamos tanto tempo em definir a pessoa típica que estamos tentando
alcançar? Porque quanto mais entendemos alguém, mais fácil é se comunicar
com ela.
Uma vez que você definiu e batizou o alvo de evangelismo na sua igreja, faça-me
um favor: envie-me uma cópia. Tenho o hobby de colecionar perfis evangelísticos
de igrejas.
Você pode imaginar um fotógrafo tirando fotos de algo sem ajustar o foco? Um
caçador se posicionaria no topo de um morro e começaria a atirar para todas as
direções sem mirar em nada? Sem um alvo, nossos esforços para o evangelismo
não passam de pensamento positivo. É claro que leva tempo para focalizar e
mirar, mas a recompensa é segura. Quanto mais seu alvo estiver focalizado, mais
chances você terá de atirar na mosca.
Capítulo 17
TRANSFORMANDO
FREQÜENTADORES EM MEMBROS
Paulo tinha uma imagem do que é membresia. Para ele, ser um membro de igreja
não se referia a uma fria entrada para uma instituição, mas, sim, tornar-se um
membro vital do corpo de Cristo (Rm 12:4,5; 1Co 6:15, 12:12-27). Precisamos
recuperar essa imagem. Qualquer órgão que é retirado do corpo não apenas vai
fazer falta, deixando de cumprir a finalidade que lhe foi destinada, mas também
vai definhar e morrer rapidamente. O mesmo acontece com os crentes que não
têm compromisso com uma igreja local.
Muitas igrejas agem erroneamente dizendo que, uma vez que as pessoas
receberam a Cristo, a venda foi consumada e agora é problema do novo crente
seguir em seu compromisso e se juntar à igreja. Isto não faz sentido! Os nenês
na fé não sabem o que precisam! É responsabilidade da igreja tomar a iniciativa
em integrar as novas pessoas à congregação.
Uma vez que nossa igreja tem uma história, cultura e taxa de crescimento
diferente, você precisa fazer algumas perguntas importantes. As respostas vão
determinar o plano de integração que é melhor para a sua comunidade. O texto
de Provérbios 20:18 anuncia: “Os projetos se firmam pelos conselhos...” Aqui
estão as doze perguntas:
Depois, você precisa reconhecer que os membros têm suas próprias perguntas a
fazer. Essas perguntas também vão influenciar como desenvolver seu plano de
integração. Antes de as pessoas se comprometerem a unir-se à sua igreja,
querem saber a respostas para as seguintes perguntas:
O que esperam de mim como membro? Esta é uma questão de expectativa. Você
deve saber explicar as responsabilidades de tornar-se um membro tão
94
claramente como coloca os benefícios. As pessoas têm o direito de saber o que é
esperado delas antes que se envolvam na congregação.
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Uma série de estudos tem mostrado que a forma como as pessoas se unem a
uma organização influencia grandemente sua atuação dentro dela, depois que se
tornam membros. Isso também acontece coma igreja. A maneira pela qual as
pessoas se unem à congregação vai determinar a eficiência como membros por
muitos anos.
Por uma série de razões, acredito que o pastor da igreja deve ensinar a essa
classe, total ou pelo menos parcialmente. A oportunidade de conhecer a visão do
pastor para a igreja, sentir o amor dele pelos membros e ouvir o seu
compromisso em cuidar, alimentar e liderar, é muito importante para os novos
membros.
O curso de membresia deve responder às seguintes perguntas:
Se sua igreja tem como alvo os “sem-igreja”, você precisa incluir uma explicação
clara da salvação em sua classe de membresia, pois você pode ter muitas
pessoas que querem se unir à igreja e que ainda não são crentes! Nós sempre
explicamos que confiar em Cristo é o primeiro passo para tornar-se um membro.
Em todas as turmas temos pessoas que entregam suas vidas a Cristo!
Existem muitos elementos que você pode usar em sua classe de membresia para
que seja interessante e interativa: vídeo, currículos para serem preenchidos,
interação em grupos pequenos e boa comida, é claro. Não se esqueça de incluir
várias histórias que personalizem a trajetória, valores e direção de sua
comunidade. Em nossa igreja, fazemos até uma prova no final da turma, testando
os possíveis membros para verificar se aprenderam os propósitos e outros
conceitos importantes de nossa igreja.
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Participar da classe de membresia é item obrigatório para tornar-se membro da
Saddleback. As pessoas que não estão interessadas em aprender os propósitos
e estratégias da igreja não estão aptas para o tipo de compromisso que
requeremos. Se elas não se importam em entender as responsabilidades, não
poderão cumpri-las depois de se unir à igreja. Existem muitas outras
congregações às quais eles podem se juntar, em que nenhuma responsabilidade
é exigida.
Por que as igrejas possuem tantas pessoas em seu rol de membros que
apresentam pouca ou nenhuma evidência de compromisso com Cristo ou até
mesmo de conversão? Por que muitas igrejas acham difícil motivar os membros a
dar, servir, orar e compartilhar sua fé? A resposta é que a igreja permite que os
membros se juntem a ela sem manifestar nenhuma expectativa em relação a
eles. Você tem o que pediu.
O Senhor disse que o nosso amor uns pelos outros era a marca do discipulado
(veja João 13:34, 35). É lamentável que a maioria dos crentes tenha memorizado
João 3:16, mas nem saibam que 1 João 3:16 existe: “Nisto conhecemos o amor:
que Cristo deu sua vida por nós. E devemos dar a nossa vida pelos irmãos”.
Qual foi a última vez que você ouviu um sermão sobre este versículo? A maioria
das igrejas está silenciosos sobres o desenvolvimento deste nível de
compromisso de uns para com os outros.
Por toda a história da Bíblia e da igreja, os pactos espirituais foram feitos entre
pessoas para edificação e responsabilidade mútua. Na Saddleback, temos quatro
requisitos para tornar-se membro:
Um amigo me contou sobre uma pesquisa que fez. Ele perguntou: “Por que você
se juntou a essa igreja?”. Dos membros, 93% disseram: “Viemos para cá por
causa do pastor”. “E se o pastor sair da igreja, você sai também? Noventa e três
por cento das pessoas responderam:”Não”. Quando perguntou: “Por que você
não sairia?”, eles responderam: “Porque temos amigos aqui!”. Note a mudança
de aliança feita. Isto é normal e saudável.
Lyle Schaller realiza uma extensa pesquisa que mostra que quanto mais amigos
uma pessoa tem numa congregação, menores são as possibilidades dele ou dela
se tornarem inativos ou saírem da igreja. Por outro lado, vi em uma pesquisa que
perguntou a quatrocentas pessoas que haviam deixado as suas igrejas: “Por que
você deixou sua igreja?”. Mais de 75% responderam: “Ninguém se importava se
estávamos lá ou não”.
Não passa de mito que você precisa conhecer todo mundo na igreja para que se
sinta parte dela. O membro da igreja conhece, em média, 67 pessoas numa
congregação típica dos Estados Unidos, não importando se a igreja tem duzentas
ou duas mil pessoas freqüentando. Um membro não deve conhecer todo mundo
para que sinta que aquela igreja é dele, mas é necessário que ele conheça
algumas pessoas.
99
Enquanto alguns relacionamentos se desenvolvem espontaneamente, o fator
amizade é muito importante para ser deixado ao acaso. Você não deve esperar
que os membros façam amigos em sua igreja, você deve encorajar e planejar
atividades para facilitar isso.
Um dos ditados que uso para a nossa equipe e nossos ministros leigos é: “Nossa
igreja precisa crescer e diminuir ao mesmo tempo”. O que eu quero dizer com
100
isso é que temos de equilibrar o grande grupo das celebrações e os pequenos
grupos de células. Ambos são importantes para a saúde da igreja.
Como nossa igreja existimos por muitos anos em um prédio próprio, nós
dependíamos bastante dos grupos pequenos para educação e comunhão.
Mesmo agora, com nossa área de três mil metros quadrados, continuamos
usando os lares para essas reuniões. Existem quatro benefícios em se usar lares:
Não tenho espaço para dar uma explicação detalhada de nossa estratégia para
grupos pequenos e a estrutura deles. Direi somente isso: Grupos pequenos são a
forma mais eficiente de se trancar a porta da sua igreja. Nunca nos preocupamos
em perder as pessoas que estão conectadas a grupos pequenos. Sabemos que
já foram efetivamente integradas.
101
Em nossa igreja, usamos tudo o que é possível para comunicar mensagens
importantes para a congregação: fax, vídeo, cartas, cassetes, correntes de
oração, artigos no jornal, cartões de visita e até mesmo a internet
(www.saddleback.com)!
Relatórios dos pastores leigos. Estes relatórios são feitos pelos pastores leigos,
responsáveis pelos grupos pequenos. Eles nos posicionam sobre a saúde do
grupo e nos falam sobre o que está acontecendo na vida de cada um dos
participantes.
102
Quase todos os dias, recebem cartas de pessoas que se juntaram à nossa igreja
e que têm experimentado o poder curativo da koinonia. Esta é uma das que
recebi recentemente:
Finalmente, decidi que deveria tentar ir a uma igreja. Desde o momento em que
assisti o primeiro culto da Igreja Saddleback, me senti como se fosse o meu lugar.
Para encurtar a minha história: Cristo se fez real para mim. Eu me uni à igreja e
agora estou servindo num ministério que é muito significativo para mim. Eu gosto
de fazer parte de tudo isso! Sei que a dor de todas as pessoas é diferente, mas
todos nós precisamos de Deus. Minha dor era quase insuportável sem uma igreja
familiar. Quando eu participei da classe de membresia, eu tinha de segurar as
minhas lágrimas de alegria quando você falou sobre a Saddleback como uma
família. Isto ela realmente é! Eu estou muito agradecida aos meus irmãos e irmãs
daqui e por esta igreja, a qual eu posso chamar de lar!
Capítulo 18
O Novo Testamento deixa bem claro que Deus deseja que todo crente seja
espiritualmente maduro. Ele quer que cresçamos. Paulo disse em Efésios 4:14:
“... para que não sejamos mais meninos, inconstantes, levados ao redor por todo
vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia induzem ao erro”.
103
Muitas igrejas não possuem uma estratégia ampla para desenvolver a maturidade
dos crentes. Elas deixam tudo ao acaso, achando que os cristãos vão,
automaticamente, crescer e amadurecer se freqüentarem os cultos da
comunidade. Pensam que tudo que têm a fazer é encorajar as pessoas a
participar das reuniões e que o trabalho será feito.
Isto não é verdade. O crescimento espiritual não acontece após você ser salvo,
mesmo que freqüentes todos os cultos regularmente. As igrejas estão cheias de
pessoas que assistem aos cultos durante toda a vida e, ainda assim, são nenês
espirituais. Um membro integrado não é o mesmo que um membro maduro. Em
nosso diagrama do “processo de desenvolvimento de vida”. A missão de equipar
as pessoas com os hábitos necessários para a maturidade espiritual é chamado
de “Levando as pessoas para a Segunda base”.
Qualquer um pode ter uma boa forma física se fizer regularmente certos
exercícios e possuir bons hábitos alimentares. Da mesma maneira, a forma
espiritual é simplesmente uma questão de aprender alguns exercícios espirituais
e ser disciplinado em fazê-los, até que eles se tornem hábitos. O nosso caráter é
formado por hábitos que desenvolvemos.
O trecho de Efésios 4:13 diz: “até que todos cheguemos à perfeita varonilidade, à
medida da estatura da plenitude de Cristo”. Isto significa que a maturidade é um
destino aonde nós chegamos, ou seja, uma jornada. Mesmo com o desejo de
acelerar o processo, o crescimento espiritual é uma jornada que dura toda a vida.
105
Tenho passado muito tempo tentando entender os componente deste processo e
achar uma maneira de comunicá-los de uma forma simples e que nossos
membros possam compreender e se lembrar. Tenho convicção de que os crentes
vão crescer mais rápidos se você der uma trilha na qual possam crescer. O
resultado é a nossa filosofia de edificação, que chamamos de processo de
desenvolvimento de vidas.
Por esta razão, temos designado um pastor-auxiliar para cada uma das bases:
membresia, maturidade, ministério e missões. Cada pastor serve como um
“técnico de base”, alguém que ajuda os corredores a se deslocarem para a
próxima base.
Paulo acredita na conexão entre crença e atitude. Em cada uma de suas cartas,
enfatizou a importância de se praticar o que cremos. O versículo 8 de Efésios 5,
diz: “Pois outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Andai como filhos
da luz”.
Jesus resumiu isso desta maneira: “Pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7:16).
Pelos frutos, e não pelo conhecimento, é demonstrada a maturidade de uma
106
pessoa. Se você não colocar em prática o que sabe, você é um tolo, “que
construiu sua casa na areia” (veja Mateus 7:24-27).
Qualquer estratégia para que sua igreja promova o amadurecimento dos crentes,
deve ensiná-los a não apenas aprender a Palavra, mas também a amarem,
praticando e vivendo os preceitos nelas contidos.
107
João nos diz que a prova de que estamos andando na luz é que temos
“comunhão uns com os outros” (1 Jo 1:7). Se você não está tendo um
relacionamento regular com outros crentes, deveria considerar seriamente se
está realmente andando na luz.
Ele sugere ainda que devemos questionar se realmente somos salvos. Se não
amamos outros crentes. “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida,
porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte” (1 Jo 3:14). Se
o relacionamento com outros crentes é tão importante, por que as igrejas não dão
mais ênfase a isso?
A qualidade do seu relacionamento com Cristo pode ser vista por meio da
qualidade de seu relacionamento com outros irmãos. “Se alguém disser: Eu amo
a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso. Pois aquele que não ama a seu irmão,
a quem viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” (1 Jo 4:20). Note que
João me diz é impossível amar a Deus se você não ama os filhos que ele tem.
Jesus também ensinou que, se estivermos sem comunhão com o irmão, nossa
adoração é vã (veja Mateus 5:23, 24). Um cristão não pode estar em comunhão
com Deus e, ao mesmo tempo, sem comunhão com os crentes.
Uma das razões que muitos cristãos nunca falam de Jesus para ninguém é por
não saberem se relacionar com as pessoas. Como nunca estiveram em um grupo
pequeno ou desenvolveram amizades, têm pouca habilidade para desenvolver
relacionamentos. Eles não podem se relacionar com não-crentes porque não
conseguem se relacionar nem mesmo com os crentes. As pessoas devem ser
ensinadas a cativar amizades. Mesmo que isso pareça óbvio, poucas igrejas
despendem o tempo necessário para ensinar os membros a se relacionarem uns
com os outros.
A maturidade espiritual genuína inclui ter um coração que adora e louva a Deus,
constrói e desfruta de relacionamentos com amor, usa os seus dons e talentos a
serviço de outros e compartilha sua fé com as pessoas perdidas. Qualquer
estratégia da igreja para levar as pessoas à maturidade espiritual deve incluir
todas essas experiências: adoração, comunhão, estudo bíblico, evangelismo e
ministério. Em outras palavras, o crescimento espiritual ocorre com a participação
de todos os cinco propósitos da igreja. um cristão maduro faz mais do que
somente estudar a vida cristã, ele a experimenta.
O que quero dizer é que é um erro dizer que o estudo bíblico sozinho vai produzir
maturidade. Ele é apenas um dos componentes do processo de amadurecimento.
109
As pessoas também precisam de experiências para crescer na vida cristã. As
igrejas necessitam de uma estratégia equilibrada para o desenvolvimento de
discípulos.
Sempre gostei do nome que Elton Trubeblood dava para a igreja: “uma
companhia de comprometidos”. Seria maravilhoso se todas as igrejas fossem
conhecidas pelo compromisso de seus membros. Infelizmente as igrejas são
unidas por grupos avulsos, não por comprometidos.
Todas as vezes que você eleva os padrões para a liderança, acaba elevando um
pouco os padrões para todos os membros. Como diz o ditado popular, “a maré
alta também eleva os barcos”. Concentre-se em elevar o nível de compromisso
da liderança. Você irá descobrir que, ao fazer isso, também elevará as
expectativas de todos.
Você deve pedir às pessoas que tenham compromisso. Se não pedir às pessoas
para que se comprometam, você não vai obter compromisso nenhum. Se você
não pedir isso aos membros, esteja certo de que outros grupos vão fazê-lo:
clubes, partidos político ou ministérios paraeclesiásticos. A questão não é se as
pessoas voam se comprometer ou não, mas, sim, quem vai receber este
compromisso delas. Se a sua igreja não pedir e não esperar compromisso dos
membros, elas concluirão que o que a igreja está fazendo não é tão importante
quanto às outras atividades que eles têm.
Uma das coisas mais correta que uma igreja pode fazer para as pessoas é
esclarecer qual são os compromissos que devem ser feitos e quais os
compromisso que devem ser desfeitos. A razão de termos tantos cristãos fracos é
porque estão parcialmente comprometidos com outras causas, esquecendo-se do
que realmente é importante. Uma barreira para o crescimento espiritual de muitas
pessoas não é a falta de compromisso, e sim, um compromisso exagerado com
coisas erradas. As pessoas devem ser ensinadas a assumir compromissos de
maneira sábia.
Alguns pastores têm medo de pedir um grande compromisso, temendo que isto
faça com que as pessoas saiam da igreja. As pessoas não se ofendem por serem
requisitadas a assumir um grande compromisso, se existir um grande propósito
por trás dele. Uma distinção a ser lembrada é que as pessoas respondem a uma
visão apaixonante e não a uma necessidade. Esta é a razão pela quais muitas
campanhas de mordomia não funcionam: são concentradas nas necessidades da
igreja, e não na visão da igreja.
111
Seja específico quando pedir compromisso. Uma outra chave para o
desenvolvimento de compromissos é ser específica. Diga às pessoas exatamente
o que você espera delas. Em nosso trabalho não dizemos: “Seja comprometido
com Cristo”. Explicamos exatamente o que isto envolve. Pedimos às pessoas
para se comprometerem com Ele, depois se batizarem, depois se tornarem
membros, depois terem hábitos de maturidade, depois ministrarem e, finalmente,
cumprirem a missão de suas vidas. Como disse antes, desenvolvemos quatro
tipos de pactos que explicam exatamente o que cada um desses compromissos
significa.
A forma mais prática e poderosa para fazer com que os crentes sigam em direção
à maturidade é ajudá-los a estabelecer hábitos que promovam o crescimento
espiritual, geralmente chamado de disciplinas espirituais. Usamos o termo hábito
porque ele é menos ameaçador para os novos crentes. Ao mesmo tempo em que
ensinamos que ser um discípulo requer disciplina, acreditamos que estes hábitos
devem ser desfrutados, e não suportados. Não queremos que as pessoas
estejam com medo dos exercícios espirituais que vão fortalecê-las e conduzi-las
à maturidade.
Dostoievski disse certa vez: “A Segunda parte da vida de um homem é feita por
hábitos que ele adquiriu na primeira parte”. Pascal disse que “A força da virtude
de um homem é medida pelas suas ações habituais”. Os seres humanos são
113
criados por hábitos. Se você não desenvolve bons hábitos, irá desenvolver maus
hábitos.
As pessoas saem da classe n° 2 como crentes maduros? É claro que não! É por
isso que clamamos o curso de “Descobrindo a maturidade espiritual”. O propósito
é fazer com que as pessoas iniciem a jornada. Elas saem da classe
comprometida com o processo e com os hábitos necessários para o crescimento.
Ainda que tenham dificuldades no caminho, as pessoas saem dessa etapa
mudada permanentemente. É sempre muito emocionante quando as pessoas
fazem um compromisso de seu tempo, dinheiro e relacionamento com Cristo. As
suas faces estão cheias de esperança e expectativa de que vão crescer. E
crescem mesmo!
Mencionei antes que acredito que existem cinco medidas para o crescimento
espiritual: conhecimento, perspectiva, convicção, habilidades e caráter. Estes
quatro níveis de aprendizado são os blocos que constroem a maturidade.
114
Nosso programa de educação cristã é construído ao redor destes níveis de
aprendizado. Não existe espaço para falar sobre todos os treinamentos
oferecidos pelo nosso Instituto e Desenvolvimento de Vidas, mas quero explicar
como implementamos um programa-chave para facilitar cada nível de
aprendizado.
115
compreender porque Deus disse e porque fez. A perspectiva responde o porquê
das perguntas que temos na vida.
Primeiro. A perspectiva faz com que amemos a Deus ainda mais. Quando melhor
entendemos a natureza e os caminhos de Deus, mais o amamos. Paulo orou: “...
possais perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura e o
comprimento, e a altura, e a profundidade de...” (Ef 3:18).
116
Convicção. Os dicionários normalmente definem a palavra convicção como “uma
crença firma e forte”, mas é mais que isso. Suas convicções incluem seus
valores, compromissos e motivações. Gosto da definição que uma vez ouvi de
Howard Hendricks: “Uma crença é algo que você defende. Uma convicção é algo
pelo qual você entrega sua vida”. Saber o que fazer (conhecimento), porque fazer
(perspectiva) e como fazer (habilidades), não tem valor nenhum se você não tem
uma convicção para motivá-lo!
“Um homem sem convicção é uma porta fraca, segurada somente por um
ferrolho”.
Uma pessoa sem convicção está à mercê das circunstâncias. Se você não
determinar o que é importante e como vai viver, outras pessoas vão determinar
isso para você. Pessoas sem convicção geralmente seguem a multidão sem
pensar. Acredito que Paulo estava falando sobre convicção quando disse em
Romanos 12:2: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos
pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa,
agradável e perfeita vontade de Deus”.
As pessoas que causaram um maior impacto neste mundo, para o bem e para o
mal, não foram necessariamente as mais inteligentes, as mais ricas ou as mais
cultas. Foram pessoas com convicções mais fortes e mais profundas.
A vida de Jesus foi dominada por sua convicção de que fora enviado para fazer a
vontade do Pai. Esta convicção produziu uma consciência profunda do propósito
de sua vida e fez com que o Senhor não se distraísse com outros assuntos. Para
ganhar uma visão das convicções que Jesus tinha, estude todas as vezes que
Jesus a frase: ”Tenho de...”. Quando as pessoas desenvolvem convicções
semelhantes às de Cristo, desenvolvem também um propósito de vida.
117
Perspectivas de Vida 1
Bem e mal Deus tem permitido uma visão capaz de nos dar
opções. Boas novas podem ser extraídas de uma visão.
Após a vida A morte não é o fim, mas o começo. O céu e o inferno são lugares
reais.
Oração A oração pode fazer qualquer coisa que Deus pode fazer.
Segunda vinda Jesus está voltando para julgar o muno e para reunir os filhos de
Deus.
Muitos crentes hoje estão frustrados porque sabem o que fazer, mas nunca foram
ensinados como fazer. Eles já ouviram várias mensagens sobre a importância de
estudar a Bíblia, mas ninguém mostra como fazê-lo. Sentem-se culpados por não
possuírem uma vida de oração, mas ninguém reserva tempo para explicar como
eles podem fazer uma lista de oração, como louvar o caráter de Deus usando os
seus, nomes, ou como interceder por outros. A exortação sem explicação leva à
frustração. Quando exortamos as pessoas a fazer algo, somos responsáveis em
explicar exatamente como fazê-lo.
Se você quer que sua igreja produza cristãos eficientes, deve ensinar as
habilidades necessárias para a vida e o ministério cristão. A habilidade é o
segredo da eficiência. Lembre-se do versículo que compartilhei no capítulo 2: “Se
estiver embotado o ferro, e não se afiar o corte, então se deve pôr mais força,
mas a habilidade trará sucesso” (Ec 10:10).
119
do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da
estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4:13).
Isso significa que o objetivo de todo o nosso ensinamento deve ser a mudança de
vidas e não somente o ato de compartilhar informações. Paulo disse a Timóteo
que o propósito de sue ensinamento era desenvolver o caráter daqueles a quem
ensinava: “ora, o intuito deste mandamento é o amor que procede de um coração
puro, de uma boa consciência, de fé não fingida” (1 Tm 1:5).
O caráter nunca é construído em uma sala de aula, mas, sim, nas circunstâncias
da vida. Uma sala de aula onde a Bíblia é estudada é simplesmente um local
para se identificar às qualidades do caráter e aprender como ele pode ser
desenvolvido. Precisamos entender como Deus usa as circunstâncias para
desenvolver o caráter. Podemos responder corretamente quando Deus nos
coloca em situações construtivas. O desenvolvimento do caráter sempre envolve
uma escolha. Quando fazemos a escolha certa, nosso caráter é aprimorado e se
torna mais semelhante ao de Cristo.
Deus está muito mais preocupado com o nosso caráter do que com o nosso
conforto. Seu plano é nos aperfeiçoar, não nos mimar. Por esta razão, permite
120
todos os tipos de circunstâncias que elevam o nosso caráter: conflitos,
desapontamentos, dificuldades, tentações, tempos de seca e atrasos. Uma das
maiores responsabilidades do programa de educação de sua igreja é preparar
pessoas com conhecimento, perspectiva, convicções e habilidades necessárias
para suportar essas situações. Se você fizer isso, o caráter de cada uma será
aprimorado.
Aqui estão quatro perguntas que você deve fazer sobre o seu programa de
educação cristã:
121
Estes são os objetivos pelos quais trabalhamos continuamente. Paulo diz em
Colossenses 1:28: “A ele anunciamos, admoestando a todo homem, e ensinando
a todo homem em toda a sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito
em Cristo”.
Capítulo 19
Certa vez, Napoleão apontou para um mapa da China e disse: “Ali repousa um
gigante adormecido. Se um dia acordar, nada poderá detê-lo”. Acredito que a
igreja é um gigante adormecido. A cada Domingo, os bancos da igreja estão
cheios de membros que não estão fazendo nada com sua fé, a não ser mantê-la.”
As boas novas são que a pesquisa do Gallup descobriu que 40% de todos os
membros têm expressado um interesse me se envolver em um ministério,mas
nunca foram convocados ou simplesmente não sabem como fazê-lo. Este grupo
é uma mina de ouro inexplorada! Se você puder mobilizar esses 40% e adicionar
os 10% que já estão servindo, sua igreja pode ter 50% de membros ativos em
algum tipo de atividade. Você não ficaria feliz se metade de sua igreja fosse
formada de ministros leigos? A maioria dos pastores pensaria que eles morreram
e forma para o céu se isso acontecesse.
Certa vez conversava com algumas pessoas no pátio da igreja depois do culto, e
mencionei que estava precisando de alguém para criar um vídeo multimídia para
um evento. Uma das pessoas disse: “Por que você não pede a ela”. E apontou
para uma mulher a poucos metros de distância. Fui até aquela mulher, perguntei
o seu nome e o que fazia. Ela disse: “Sou diretora de produção da Walt Disney”.
Ela estava freqüentando a igreja havia um ano.
Outra vez, mencionei que precisava de uma florista para decorar nossa tenda
para o dia das Mães. Alguém me indicou uma pessoa na multidão e disse: “Ele é
quem desenha muitos dos carros que ganham os prêmios na Parada das Rosas”.
Fico assustado ao saber que um talento como esse pode ficar sem uso por causa
da minha ignorância.
A sua igreja nunca será mais forte do que seu núcleo de ministros leigos, que
executam as várias atividades da igreja. toda congregação precisa de um sistema
bem-planejado para descobrir, mobilizar e apoiar os dons de seus membros.
Você deve desenvolver um processo para levar as pessoas a um compromisso
mais profundo e ao serviço do reino. Este processo vai levar seus membros do
círculo dos comprometidos para dentro do núcleo de ministros leigos. Em nosso
diagrama do processo de desenvolvimento de vidas, chamamos isso de “levar as
pessoas para a terceira base”.
Não são todos os crentes que são pastores, mas todos são chamados ao
ministério. Deus chama todos para o ministério no mundo e na igreja. o serviço
no corpo não é opcional. No exército de Deus não existem voluntários.
Ser um cristão é ser como Jesus. Ele disse: “Pois o Filho do homem não veio
para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc
10:45). Servir e dar são características definitivas de um estilo de vida
semelhante ao de Cristo.
Em nossa igreja ensinamos que cada cristão é criado para o ministério (Ef 2:10),
salvo para o ministério (2 Tm 1:9), chamado para o ministério (1 Pe 4:10),
autorizado para o ministério (Mt 28:18-20), comandado para o ministério (Mt
20:26-28), preparado para o ministério (Ef 4:11, 12), necessário para o ministério
(1 Co 12:27), responsável pelo ministério, e será recompensado por seu
ministério (Cl 3:23, 24).
Não existem pessoas “pequenas” no corpo de Cristo, assim como não existem
ministérios “insignificantes”. Cada ministério é importante.
“Mas Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos
fossem um só membro, onde estaria o corpo? Pois há muitos membros, mas um
só corpo. O olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti! Nem ainda
a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós! Antes, os membros do corpo
que parecem ser mais fracos, são necessários...” (1 Co 12:18-22).
Alguns ministérios são visíveis, outros ficam por trás das cortinas, mas todos são
igualmente valiosos. Em nossas reuniões mensais de treinamento de ministérios
(TLAIS), enfatizamos e reconhecemos todos os ministérios de uma forma igual.
125
Não somente cada ministério é importante, cada ministro está também interligado
a todos os outros. Nenhum ministério é independente. Uma vez que nenhum
ministério sozinho pode realizar tudo o que a igreja é chamada a fazer, devemos
depender e nos juntar uns aos outros. É como um quebra-cabeças, sendo cada
pedaço necessário para completar o quadro. A primeira coisa que você nota é a
peça que está faltando.
Quando uma parte do corpo não funciona bem, as outras partes também não
funcionam. Um dos componentes que falta à igreja contemporânea é a
compreensão da interdependência. Devemos trabalhar juntos. A preocupação de
nossa cultura com o individualismo e a independência deve ser substituída pelos
conceitos bíblicos de interdependência e cooperação.
Quando Deus criou os animais, deu a cada um deles uma certa especialidade.
Alguns animais correm, outros pulam, outros nadam, outros se enterram e outros
voam. Cada um desempenha um papel em particular, baseado na forma pela
qual foram criados por Deus. A mesma coisa é verdade em relação aos homens.
Cada um de nós foi projetado de uma forma única ou moldado por Deus para
fazer certas coisas.
Uma mordomia sábia de sua vida começa pelo entendimento de seus dons
espirituais, de seu coração, de suas habilidades, de sua personalidade e de suas
experiências. Você é um ser único, maravilhosamente complexo, composto de
muitos fatores. Deus o formou de acordo com o que Ele quer que você faça. Seu
ministério é determinado por sua formação.
Deus é consistente em seu plano para nossas vidas. Ele não nos daria
habilidades inatas, temperamentos, talentos, dons espirituais e experiências de
vida para não serem usados! Por meio da identificação e do entendimento destes
fatores, podemos descobrir a vontade dele para as nossas vidas, a única forma
pela qual Ele pretende que o sirvamos.
126
Deus o moldou para o ministério desde que você nasceu. Ou melhor, Ele
começou a formá-lo antes de você nascer.
Dons espirituais. A Bíblia ensina claramente que Deus dá a cada crente certos
dons espirituais para serem usados no ministério (veja 1 Coríntios 12; Romanos
8; Efésios 4). São, contudo, apenas parte do todo. Geralmente os dons espirituais
são superenfatizados em detrimento de outros talentos igualmente importantes.
As habilidades naturais com as quais já nascemos, também vêm de Deus, bem
como nossas experiências. Os dons espirituais revelam uma parte da vontade
divina para o nosso ministério, mas isso não é tudo.
A maioria das igrejas diz: “Descubra seu Dom espiritual e então saberá que tipo
de ministério deve possuir”. Isto é um atraso. Creio de um jeito oposto: comece
experimentar trabalhar em diferentes ministérios e depois descobrirá os seus
dons! Até que comece realmente a se envolver no serviço, não vai saber em que
você é bom. Mesmo lendo todos os livros já publicados você ainda pode ficar
confuso sobre o que é dotado para fazer.
Outro problema é que, quanto mais maduro um crente se torna, mais é capaz de
manifestar características de uma série de dons. Ele pode demonstrar um
coração de servo, mas isso pode não ser um Dom, e sim manifestação de
maturidade espiritual.
Sua motivação dada por Deus serve como um sistema direcional interno para a
sua vida. Ela determina quais são seus interesses e o que lhe traz mais
satisfação. Ela também o motiva a ir a busca de certas atividades, assuntos e
ambientes. Não ignore seus interesses naturais. As pessoas raramente obtêm
êxito em trabalhos que não gostam de fazer. As que alcançam seus objetivos são
geralmente pessoas que gostam de fazer o que fazem.
Deus tem um propósito em dar a você interesses inatos. Sua batida emocional de
coração revela uma chave importante no entendimento das intenções do Senhor
em relação a você. Deus lhe deu um coração, mas é escolha sua usá-lo para o
bem ou para o mal, para razões egoístas ou para servir a Deus e os outros. A
Palavra nos recomenda: “...mas servi ao Senhor de todo o vosso coração” (1 Sm
12:20).
Uma das desculpas mais comuns utilizadas para não se envolver no ministério é
a de não possuir nenhum talento para oferecer. Nada pode estar mais longe da
verdade. Muitos estudos na América provam que a pessoa, em média, possui de
quinhentas a setecentas habilidades diferentes! O problema verdadeiro é que:
primeiro, as pessoas precisam de algum processo para identificar suas
habilidades. A maioria está usando habilidades que não estão conscientes de
possuir. Segundo precisam de um processo para ajudá-las a combinar suas
habilidades com o ministério certo.
Existem pessoas na sua igreja que possuem diversos tipos de habilidades e que
não estão sendo colocadas em uso: recrutar, pesquisar, escrever, entrevistar,
promover, decorar, planejar, entreter, consertar, desenhar e até mesmo cozinhar.
Nada deve ser jogado fora. “Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o
mesmo” (1 Co 12:5).
128
Personalidade. É óbvio que Deus não usa uma fôrma para criar as pessoas. Ele
ama a variedade. Criou introvertidos extrovertidos. Ele fez pessoas que amam a
rotina e amam a variedade; alguns “pensadores” e outros “sentimentais”; pessoas
que trabalham melhor sozinhas e outras que produzem melhor em equipe.
Sua personalidade vai afetar como e onde você usa seus dons espirituais e suas
habilidades. Por exemplo: duas pessoas podem ter o mesmo Dom de
evangelismo, mas uma é introvertida e outra é extrovertida. Este Dom será
expresso de maneiras diferentes.
Esta e a razão porque imitar o ministério de alguém nunca funciona, pois você
não tem a personalidade de quem está imitando. Deus o fez para que você seja
você mesmo!. Você pode aprender com os exemplos dos outros, mas precisa
filtrar as lições que aprende para que se encaixem com sua personalidade.
Experiências. Deus nunca joga experiências fora. Está escrito em Romanos 8:28:
“Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a
Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”.
Quando você usar os seus dons espirituais e habilidades na área onde o seu
coração deseja e da forma que sua personalidade e experiências se expressam
melhor, você vai ser mais eficiente e feliz em seu ministério. O resultado de um
trabalho na área correta são bons frutos.
129
O próximo passo na construção de um ministério para leigos, depois de ensinar
as bases bíblicas para eles, é simplificar sua estrutura organizacional. Uma das
principais razões de muitos membros de igreja não serem ativos é porque estão
tão ocupados freqüentando reuniões, que não têm tempo para o ministério
propriamente dito. Sempre me pergunto o que aconteceria com o cristianismo se
acabássemos com todas as reuniões. Afinal, Jesus não disse: “Eu vim para que
tenhais reuniões”. Mas se você perguntar a uma pessoa que não vai à igreja o
que ele mais nota sobre o estilo de vida de seus vizinhos crentes, ele
provavelmente ira dizer: “Eles saem toda hora para ir à igreja”. Será que é assim
que queremos ser conhecidos?
Minha impressão é que uma igreja típica seria mais sadia se eliminasse metade
das reuniões, dando mais tempo para o ministério e para o evangelismo pessoal.
Uma das razões dos membros de sua igreja não falarem de Jesus para os
vizinhos é porque não os conhecem. Eles estão sempre nas reuniões da igreja.
O bem de maior valor que as pessoas podem dar para sua igreja é o tempo. Uma
vez que tenham menos tempo livre, é melhor que tenhamos certeza que o estão
usando da melhor maneira. Se uma pessoa leiga se dirige a mim e diz: “Pastor,
tenho quatro horas por semana para dar ao ministério da igreja”, a última coisa
que faria seria colocá-la em alguma comissão. Quero envolvê-la num ministério e
não na manutenção da igreja.
As comissões também tomam decisões que eles esperam que outras pessoas
venham a implementar. Em nossa comunidade, os implementadores são os
130
“tomadores de decisões”. As pessoas que trabalham nos ministérios têm
oportunidade de tomar suas próprias decisões sobre aquele ministério. Não
separamos autoridade de responsabilidade, confiamos ambas às pessoas. Isso
faz com que as comissões sejam irrelevantes. Não delegamos autoridade para se
tomar decisões àqueles que não ministram.
Quem, então, faz a manutenção de nossa igreja? os funcionários fazem isso. Não
jogamos fora o valioso tempo de nosso membros. As pessoas realmente
apreciam o fato de que o tempo que dão para a igreja é direcionado para um
ministério de verdade.
Estou certo de que você está achando que este método é bastante radical. A
Saddleback é estruturada de uma forma exatamente oposta à maioria das igrejas.
Em uma igreja típica, os membros tomam conta da manutenção (administração)
da igreja e o pastor, supostamente, faz todo o ministério. Não é de se admirar que
a igreja não cresça! Não existe possibilidade de um homem atender a todas as
necessidades da igreja. mais cedo ou mais tarde, ele acabará se queimando e
terá de mudar para uma outra igreja em busca de alívio.
A razão deste livro não é compartilhar todas as minhas convicções sobre uma
estrutura de igreja bíblica, mas permita-me pedir a você para considerar esta
questão: “O que as palavras comissões, eleições, maioria, juntas, membros das
juntas, procedimentos parlamentares, votação e voto tem em comum?”.
Nenhuma destas palavras são encontradas no Novo Testamento. Impomos uma
forma americanizada de governo na igreja e, como resultado, a maioria delas
está cheia de burocracia, assim como o governo americano. Demora muito tempo
para alguma coisa ser feita. As estruturas organizacionais criadas pelo homem
têm prejudicado mais o crescimento sadio da igreja do que qualquer um de nós
pode imaginar.
Mesmo que o tipo de estrutura que uma igreja possua não faça com que ela
cresça, infelizmente controla o ritmo e o tamanho do crescimento. Cada igreja
deve, mais cedo ou mais tarde, decidir se vai ser estruturada para controlar ou
para crescer. Esta é uma das principais decisões que sua igreja precisa tomar.
Para que ela cresça, o pastor e as pessoas devem renunciar ao controle. Os
membros devem renunciar ao controle da liderança e o pastor precisa renunciar
ao controle do ministério.
Uma vez que uma igreja cresça acima de 500 membros, nenhuma pessoa ou
junta pode saber tudo o que está acontecendo nela. Há anos eu não sei o que
está acontecendo na minha igreja. não preciso saber sobre tudo o que acontece!
Você pode perguntar: “Então, como você a controla?”. Minha resposta é: “Eu não
controlo”. “Não é meu trabalho controlar a igreja. meu trabalho é liderá-la”. Existe
uma grande diferença entre liderar e controlar. Nossos pastores e nossa equipe
são responsáveis por manter a igreja doutrinariamente sadia e direcionada no
131
caminho certo, mas as decisões do dia-a-dia são feitas por pessoas que estão
trabalhando nos ministérios da igreja.
Nas poucas horas que você realmente precisa de uma comissão de pessoas para
estudar algo, crie um grupo com objetivos específicos, com começo e fim
previstos. Dê um tempo limitado para a equipe ser desfeita. A maioria das
comissões permanentes gasta uma quantidade enorme de tempo agendando
reuniões desnecessárias.
Existe uma série de razões pelas quais a Saddleback nunca vota em aprovar
pessoas em posições no ministérios leigos.
Evite contenda pessoal. Se você votar em aprovar qualquer pessoa que serve em
um ministério, exclui todas as outras que têm medo de rejeição. Aqueles que são
tímidos, ou que têm falta de confiança, nunca vão se candidatar para servir, com
medo de que sejam rejeitados pela comunidade ou por uma comissão.
132
Novos membros podem se envolver mais rapidamente. A votação coloca novos
membros em desvantagem. Um novo membro pode ser melhor qualificado para
servir do que um membro mais antigo, mas pode ser desconhecido para as
comissões que controlam o processo de indicação. Tenho visto pessoas
capacitadas deixadas fora do ministério por anos porque não faziam parte do
círculo fechado de decisão controlado pelos mais antigos da igreja.
Evite atrair pessoas que estão apenas interessadas em uma posição, poder ou
privilégio. Quando se elimina a votação, você atrai pessoas que estão
genuinamente interessadas em servir, em vez daquelas que só querem um título.
Certa vez, um homem reclamou para mim: “Estou deixando a igreja porque eu
quero ser presidente de uma comissão e aqui não há comissões!”. Pelo menos,
ele foi honesto. Acabou encontrando uma igreja menor, onde podia ter um título
que impressionasse e ser um peixe grande num lago pequeno. Ele não tinha
nenhum interesse no ministério, estava somente interessado no poder.
Certa ocasião, uma mulher veio até mim e disse: “Precisamos de um ministério
de oração”. “Concordo! Você é este ministério!”, respondi. Surpresa, ela me
perguntou: “Não preciso ser eleita ou passar por um processo de aprovação?”.
Ela havia imaginado que deveria passar por todos os tipos de situações políticas.
“É claro que não!”, concluí. Tudo o que precisa fazer é anunciar a formação da
reunião no boletim e começar.
133
Levar membros para o ministério deve ser um processo constante, não uma
ênfase especial. Existem três partes essenciais no Centro de Desenvolvimento
Ministerial da Saddleback.
134
mínimo antes do início do ministério, porque sentimos que as pessoas nem
mesmo sabem as questões corretas antes de estar realmente envolvidas.
Nunca criamos uma vaga ministerial para depois tentar preenchê-la. Isso não
funciona. O fator mais importante em um novo ministério não é a idéia, e sim a
liderança. cada ministério se ergue ou cai por sua liderança. sem o líder certo, um
ministério fica somente capengando, com a possibilidade de fazer mais mal do
que bem.
135
Confie no tempo de Deus. A equipe da Saddleback nunca inicia novos
ministérios. Podemos sugerir uma idéia, mas a deixamos no ar, até que Deus nos
dê a pessoa certa para realizá-la.
Estude o livro de Atos e você vai descobrir que qualquer tipo de organização
sempre seguia o que o Espírito Santo estava fazendo. Nenhuma vez no livro de
Atos você vê pessoas organizando um ministério e depois orando: “Agora, Deus,
por favor, abençoe nossa idéia”. Deus começava a mover o coração das pessoas
e um ministério começava espontaneamente a desabrochar e, quando crescia, os
cristãos colocava alguma estrutura par apoiá-lo.
O ministério de mulheres, por exemplo, começou com um estudo bíblico que Kay
ministrava em nossa casa. Ele começou a crescer e a se expandir até que
alguma estrutura e, mais tarde, funcionários, foram colocados para dar suporte.
Este padrão tem se repetido continuamente.
Diretriz n° 1: Não espere que a equipe trabalhe em seu lugar. Ajude as pessoas a
reconhecer que elas são igreja.
137
As pessoas respondem quando recebem autonomia para gerenciar. Elas
prosperam e crescem quando você confia nelas. Contudo, se você tratá-las como
crianças incompetentes, terá de trocar as fraldas e alimentá-las pelo resto de sua
vida. Quando você delegar autoridade com responsabilidade, ficará maravilhado
com a criatividade dos membros. O limite da criatividade das pessoas está na
estrutura em que você as coloca. Em nossa congregação cada um dos
ministérios leigos tem um supervisor designado que faz parte da equipe, mas, na
maioria das vezes, deixamos que os líderes tomem suas próprias decisões.
Se você é pastor, deixe que outros cometam seus próprios erros! Não insista em
cometê-los todos sozinho. Você gera o melhor que está dentro das pessoas
quando lhes dá um desafio, dando a elas controle e, principalmente, crédito.
Não espere que as pessoas tenham sucesso sem apoio. Cada ministério
necessita de algum tipo de investimento.
“Princípio de Neemias”. Ele declara que a visão deve ser renovada a cada 26
dias, que basicamente é uma vez por mês. É por isso que a reunião mensal do
TLAIS para o nosso “núcleo” é tão importante. É onde os nossos ministros leigos
necessitam ouvir sobre a visão e os valores são continuamente restaurados.
Está-se doente, não hesito em deixar de falar para a multidão de dez mil, mas é
preciso estar morrendo para deixar de estar com o “núcleo” na reunião do TLAIS.
É minha oportunidade de enfatizar o privilégio de servir a Cristo.
Capítulo 20
Duas igrejas nunca vão crescer de maneira idêntica. Deus quer que a igreja em
que você ministra seja única.
O Senhor pode permitir que você trabalhe por vários anos com poucos resultados
visíveis. Não se desencoraje! Debaixo da superfície existem coisas que estão
acontecendo que você não pode ver. As raízes estão crescendo, se preparando
para o que está por vir. Mesmo quando ainda não pode compreender o que Deus
está fazendo, você deve confiar nele. Aprenda a viver com a segurança de que
Ele sabe o que está fazendo.
As igrejas com propósitos são lideradas por líderes com propósitos. Atos 13:36,
um dos meus versículos favoritos, nos revela que Davi era dirigido por propósitos:
“Pois tendo Davi no seu tempo servido conforme a vontade de Deus, dormiu...”.
“Ele serviu ao propósito de Deus em sua própria geração”.
A principal meta destas páginas foi definir os propósitos divinos para a igreja e
identificar as aplicações práticas destes propósitos. Os propósitos de Deus para a
igreja são também os propósitos de Deus para cada cristão. Como seguidores de
Cristo devemos usar nossas vidas em adoração, ministério, evangelismo,
discipulado e comunhão. A igreja permite que façamos isso juntos. Não estamos
sós.
Espero que você tenha percebido minha paixão pela igreja, enquanto leu minhas
experiências. Eu amo a igreja de todo o meu coração. É o conceito mais brilhante
jamais criado. Pretendem-se ser como Jesus, temos de amar a igreja como Ele
amou e devemos ensinar outros a amá-la também. “...como também Cristo amou
a igreja, e a si mesmo se entregou por ela (...) Afinal de contas, nunca ninguém
odiou a sua própria carne, antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à
igreja; pois somos membros do seu corpo” (Ef 5:25,29,30). Muitos cristãos são
servidos pela igreja, mas não a amam.
Em sua geração
Ser contemporâneo sem comprometera verdade tem sido nosso objetivo desde o
princípio. A cada nova geração, as regras mudam um pouco. Se você fizer as
coisas da maneira que foram feitas no passado, vai estar onde sempre esteve. O
passado está atrás de nós. Podemos somente viver o hoje e nos prepararmos
para o amanhã.
Medindo o sucesso
Nós acreditamos no Deus que faz grandes milagres e esperamos que Ele nos
use, por sua graça, por meio da fé. Esta é nossa escolha. Esta deve ser a sua
escolha também.
Algumas vezes a situação numa igreja pode parecer sem esperança do ponto de
vista humano, mas estou firmemente convencido de que, como a experiência de
Ezequiel (Ez 37) provou, não importa quão seco os ossos estejam, Deus pode
soprar nova vida neles. Qualquer igreja pode ter vida se permitirmos que o
Espírito Santo implante em nós um novo sentido do seu propósito. Esta é a razão
de ser uma igreja com propósitos.
Minha esperança é que este livro tenha fortalecido sua fé, aumentando sua visão
e aprofundando o seu amor por Cristo e sua igreja. Espero que você o
compartilhe com aqueles que você ama em sua congregação. Aceite o desafio de
tornar sua comunidade uma igreja com propósitos! As maiores igrejas da história
ainda não foram erguidas. Você está disposto a aceitar esta missão? Oro para
que Deus o use para cumprir os seus propósitos nesta geração. Não existe
melhor uso para nossa vida na Terra!
142