(Beatriz) A Importancia Do Contrato de Prestacao de Servico de Maquiagem e o Codigo de Defesa Do Consumidor
(Beatriz) A Importancia Do Contrato de Prestacao de Servico de Maquiagem e o Codigo de Defesa Do Consumidor
(Beatriz) A Importancia Do Contrato de Prestacao de Servico de Maquiagem e o Codigo de Defesa Do Consumidor
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1. INTRODUO
Alguns relatos bblicos indicam que por volta do ano 500 a.C algumas
mulheres j tinham o habito de pintar a regio ao redor dos olhos (JEQUITI,
2011).
Nas sociedades primitivas, os homens e as mulheres usavam extratos
de plantas e de animais, alm de misturas de terras e pedras modas para
pintar o rosto e o corpo e, assim, adorar Deuses, enfeitar-se para festas,
marcar passagem de fases importantes da vida, invocar poderes mgicos e
estabelecer hierarquias sociais (CEZIMBRA, 2005).
A natureza sempre foi prdiga fornecedora de matria-prima para a
cosmtica, aafro, hena, terra vermelha, Kohl (carvo), fuligem, ndigo, frutas
silvestres roxas e vermelhas e outros produtos esto presentes na maquiagem
das mulheres da antiguidade (VITA, 2009).
A utilizao de substncias qumicas pelo homem, para fins cosmticos,
tem seus primeiros indcios na pr-histria (aproximadamente no ano 30000
a.C.), quando os homindeos utilizavam, por exemplo, corantes para a
realizao de pinturas em rochas (arte rupestre), pinturas corporais e at
mesmo tatuagens. Substncias oleosas e perfumes na forma de unguentos e
incensos tambm foram utilizados, bem como materiais para maquiagem
(SARTORI, LOPES e GUARATINI, 2011).
O fato que para atender uma demanda cada vez maior de pessoas,
principalmente mulheres, que desejavam se enfeitar com produtos para pintar o
rosto, a maquiagem foi sendo desenvolvida e aperfeioada atravs dos sculos
(JEQUITI, 2011).
O setor de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosmticos tem
mostrado grande expanso no mercado mundial e considerado um bom foco
de investimento. De acordo com dados da Associao Brasileira de Indstria
de Higiene Pessoal Perfumaria e Cosmticos (ABIHPEC).
O Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking do mercado mundial desses
produtos, ultrapassando a Frana e estando atrs apenas dos Estados Unidos
e Japo (DAUDT,2013).
Atualmente, devido uma economia cada vez mais complexa, os
melhores mecanismos para proteger os consumidores de atitudes abusivas e
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desleais por parte dos fornecedores, esto na informao e conscincia acerca
dos direitos consumistas. Portanto faz-se necessrio a canalizao de
esforos, por meio de prticas do Estado integrado sociedade, para que cada
indivduo conhea plenamente seus direitos e os faa valer nas relaes de
consumo (DIAS, 2006).
Dentro desse entendimento, ressalta-se que em maro de 1991 entrou
em vigor a Lei n 8.078/90, que mais conhecida como Cdigo de Defesa do
Consumidor. Esta lei veio para proteger as pessoas que fazem compras ou
contratam algum servio. Antigamente no existia uma lei que protegesse as
pessoas que comprassem um produto ou contratassem qualquer servio
(CARTILHA DO CONSUMIDOR, 1999)
Hoje os cosmticos so produzidos com alta tecnologia e, mais do que
enfeitar, tratam a pele com agentes hidratantes e protetores contidos em suas
formulas. o profissional que pretende atuar na rea de maquiagem de
extrema importncia que entenda toda a fundamentao terica da
maquiagem, bem como os produtos disponveis no mercado, tcnicas e
tambm qual o melhor mtodo se deve utilizar (CEZIMBRA, 2005).
O mercado de cosmticos envolve muito mais do que valores
monetrios, uma vez que vende tambm (alm de produtos fisicamente
palpveis), desejos e sensaes. As relaes do cotidiano tornaram-se
negociaes complexas envolvendo identidades, status e aspiraes pessoais
que vo alm das relaes de consumo enquanto simples processo de compra
e venda (VICENTIN, 2008).
Nesse sentido, o objetivo deste artigo discutir a importncia de um
contrato de prestao de servio de maquiagem, utilizando como base legal, o
Cdigo de defesa do consumidor.
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A legislao que trata das relaes de consumo o Cdigo de Defesa
do Consumidor, Lei 8.078/90. O regime jurdico de proteo do consumidor
aplicvel a toda atividade que se constitua relao de consumo. O Cdigo de
Defesa do Consumidor no traz a definio de relao de consumo, mas define
seus participantes, o consumidor e o fornecedor, e o seu objeto, a aquisio de
produtos e servios.
A seguir, referido Cdigo define fornecedor como toda pessoa fsica ou
jurdica, pblica ou privada, nacional ou estrangeira, que desenvolvem
atividades de produo, montagem, criao, construo, transformao,
importao, exportao, distribuio ou comercializao de produtos ou
prestao de servios. Portanto para que uma pessoa seja classificada como
fornecedora, faz-se necessrio que esta detenha a prtica habitual de uma
profisso ou comrcio (atividade), como tambm fornea o servio mediante
remunerao (IBRADEC, 2011).
De acordo com o Cdigo, no Art. 6, So direitos bsicos do
consumidor: I - a proteo da vida, sade e segurana contra os riscos
provocados por prticas no fornecimento de produtos e servios considerados
perigosos ou nocivos; II - a educao e divulgao sobre o consumo
adequado dos produtos e servios, asseguradas a liberdade de escolha e a
igualdade nas contrataes; III - a informao adequada e clara sobre os
diferentes produtos e servios, com especificao correta de quantidade,
caractersticas, composio, qualidade, tributos incidentes e preo, bem como
sobre os riscos que apresentem; IV - a proteo contra a publicidade
enganosa e abusiva, mtodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como
contra prticas e clusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos
e servios; V - a modificao das clusulas contratuais que estabeleam
prestaes desproporcionais ou sua reviso em razo de fatos supervenientes
que as tornem excessivamente onerosas; VI - a efetiva preveno e
reparao de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos; VII - o acesso aos rgos judicirios e administrativos com vistas
preveno ou reparao de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos
ou difusos, assegurada a proteo Jurdica, administrativa e tcnica aos
necessitados; VIII - a facilitao da defesa de seus direitos, inclusive com a
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inverso do nus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critrio do
juiz, for verossmil a alegao ou quando for ele hipossuficiente, segundo as
regras ordinrias de experincias
Como se pode notar, o Cdigo garante ao consumidor a proteo e a
segurana nas relaes de consumo. Dentro do contexto da prestao de
servio de maquiagem, o referido Cdigo ressalta a necessidade de contrato
do servio. Este contrato um documento que tem por objetivo deixar claro
para ambos, consumidor e fornecedor do servio, o objeto contratado.
Sendo a maquiagem um servio contratado, cabe tambm conceituar
servio, que para o Cdigo qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remunerao, inclusive as de natureza bancria, financeira, de
crdito e securitria, salvo as decorrentes das relaes de carter trabalhista
(IBRADEC, 2011).
Contrato um acordo por escrito que duas ou mais pessoas fazem.
Quando se faz um contrato, so relacionados os direitos e os deveres do
fornecedor e do consumidor. As regras estabelecidas nos contratos so
chamadas clusulas. Todo contrato deve ter: letras em tamanho de fcil leitura;
linguagem simples; as clusulas que limitem os direitos do consumidor bem
destacadas (CARTILHA DO CONSUMIDOR, 1999).
O cdigo orienta, em seu artigo 31:
A oferta e apresentao de produtos ou servios devem assegurar
informaes corretas, claras, precisas, ostensivas e em lngua
portuguesa sobre suas caractersticas, qualidades, quantidade,
composio, preo, garantia, prazos de validade e origem, entre outros
dados, bem como sobre os riscos que apresentam sade e segurana
GRVFRQVXPLGRUHV(BRASIL, 1990).
Assim, os servios ofertados devem ter orientaes claras e seguras,
as quais devero estar no contrato firmado entre as partes envolvidas,
consumidor e fornecedor. Como exemplo pode-se citar o contrato por adeso,
No Art. 54, do CDC (1990) explica que o contrato de adeso aquele
que o fornecedor entrega j pronto ao consumidor. O consumidor no tem
possibilidade de discutir as clusulas ou regras do contrato, que foram
redigidas pelo fornecedor. Este tipo de contrato foi elaborado pelo profissional
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para a realizao deste trabalho, as clausulas esto de acordo com o CDC, e
nelas estabelecem todos os deveres e direitos das partes envolvidas. Tal
contrato passa a existir a partir do momento em que o consumidor assina o
formulrio padronizado que lhe apresentado pelo fornecedor.
O PROFISSIONAL DA BELEZA.
2. MATERIAIS E MTODOS
MATERIAIS
Para a elaborao do croqui e da maquiagem, foram utilizados os
seguintes materiais: Leno umedecido (Ricca), tnico facial (Eudora),
hidratante facial (Nivea), primer facial (Mary Key), base cremosa (Revlon),
p facial (Mary Key), blush (Jordana),corretivo (Danni) fixador de sombra
(Nyx), sombras (Mary Key, naked2, The Balm), delineador
(Maybelline), mascara de clios (Revlon), clios postio (Crme #747L) e
batom (Quem disse Berenice).
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Para a fotografia foi utilizadas uma maquina fotogrfica digital para
registro das imagens, Fujifilm 10mega pixels, fujinon zoom lens 3x f=6.3 18.9
mm 1:3.1-5.6.
Por fim, para a realizao do croqui, usou-se papel Tracing Pad
MTODOS
Esse trabalho foi desenvolvido em duas etapas. Na primeira etapa foi
realizada uma reviso bibliogrfica com base nas Normas Tcnicas:
elaborao e apresentao de trabalho acadmico-cientfico/Universidade
Tuiuti do Paran, a partir de peridicos e literaturas cientficas relacionadas ao
tema. Utilizou-se banco de dados Scielo, Lilacs, Medline, Pubmed e Science
Direct. Os artigos selecionados foram publicados, entre os anos de 2005 a
2011. Foram utilizadas as seguintes palavras-chave em algumas
combinaes: Contrato de Maquiagem, prvia, Cdigo de Defesa do
Consumidor.
Na segunda etapa foi realizado um trabalho prtico demonstrando a
tcnica de elaborao de croqui para a prvia de maquiagem em noivas,
amparado por um contrato de servio de maquiagem. Foi selecionada uma
modelo voluntria, a qual assinou um termo de consentimento livre e
esclarecido (Em anexo).
Na referida modelo voluntria, realizou-se a prvia da maquiagem de
noiva. Aps a finalizao da tcnica foi elaborado o croqui, onde a maquiagem
foi transferida no papel Tracing Pad e anexada junto ao contrato de prestao
de servio de maquiagem.
A seguir, apresenta-se o passo a passo dos procedimentos realizados,
a partir de um protocolo elaborado pela pesquisadora:
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Protocolo bsico para a prvia de maquiagem:
Etapa 1 leno umedecido, para a higienizao da pele.
Etapa 6 batom.
3. RESULTADOS E DISCUSSO
Observou-se primeiramente a personalidade da modelo, Hallawell (2009)
IDODO aspecto mais importante na construo da imagem pessoal a relao
do rosto com o senso que cada pessoa tem da prpria identidadee com base
nestes dados discutiu-se as cores e tonalidades de pigmentos e sombras para
a elaborao da maquiagem.
Aps esta etapa, iniciou-se a tcnica, com a correo das sobrancelhas,
aplicao de corretivo em toda a plpebra e fixador na plpebra mvel, com
finalidade de prepara-la para a aplicao da sombra.
Em seguida realizou-se o degrade1 de sombras marrons no cncavo, para dar
efeito de esfumado e suavizar o olhar, sombra da cor perola no canto interno
dos olhos, no meio um marrom cintilante e no canto externo marrom escuro
para dar profundidade nos olhos e levantar o olhar.
A seguir, a aplicou-se o primer visando a preparao da pele para o
recebimento da base, a qual corrigiu as imperfeies,
Na sequencia, aplicou-se o p, o qual neutralizou o excesso de brilho na face.
Finalizou-se com a colocao dos clios postios, mscara de clios e batom
nos lbios.
O modelo de documento ser feito um contrato de adeso, onde as
clusulas so elaboradas pelo fornecedor do produto, no caso especifico de
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Variao de cores que vai da mais forte mais suave. Fonte: www.dicionarioinformal.com.br
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maquiagem, de acordo com o Art. 54 do CDC. A primeira parte contem as
informaes do contratante e do contratado, sendo estas, nome completo,
numero de identificao de CPF e RG, endereo fsico e meio de contato de
ambos. E em seguida especificando o objeto do contrato.
A segunda parte dividida em cinco clusulas, sendo a primeira obtendo
informaes dos produtos e servios prestados.
Na segunda clusula, define o local para ser realizada a prvia e a
cerimnia, onde a hora, a data de ambas informada, tambm a localizao,
como nome da rua, nmero do local, bairro, cidade, estado e CEP.
Os valores ficam especificados na terceira clusula, que informa o valor
total e os acrscimos, tambm os prazos e as formas de pagamento esto
includos nesta clusula. Dito isto em base no Art. 52 do CDC, onde fala que no
fornecimento de produtos ou servios que envolva pagamento do consumidor,
o fornecedor dever inform-lo sobre o preo do produto ou servio em moeda
corrente nacional, acrscimos legalmente previstos, soma total a pagar.
A clusula quarta, informa as advertncias, uma vez que em caso de
desistncia, o contratante s tem direito de recebimento dos valores j pagos,
se o aviso for entre sete dias da assinatura do contrato, onde no Art. 49 explica
que o consumidor pode desistir do contrato, no prazo de sete dias a contar de
sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou servio. Se o
consumidor exercitar o direito de arrependimento, os valores eventualmente
pagos sero devolvidos de imediato. Tambm informa a substituio de um
profissional competente se houver desistncia por parte do contratado por
motivos de fora maior contra a sua vontade, como em casos de enfermidade.
A quinta e ultima clusula estabelece o total acordo das partes, nos servios
descritos no contrato e o recolhimento das assinaturas.
4. CONSIDERAES FINAIS
Neste artigo foi discutido a importncia de um contrato de prestao de
servio de maquiagem, utilizando como base legal, o Cdigo de defesa do
consumidor.
Apresentou-se uma prvia de maquiagem de noiva, amparado com um
contrato de prestao de servio, de acordo com o Cdigo de Defesa do
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Consumidor mostrando assim, os direitos e deveres do profissional contratado
e do cliente contratante.
O trabalho realizado teve um resultado positivo, pois se demonstrou a
importncia de um contrato para os sujeitos envolvidos, enfatizando a
segurana e credibilidade dos servios. Consegue-se, atravs de um
documento, no caso, o contrato, descrever exatamente o que deve ser feito,
prevenindo situaes de desconforto para ambas as partes.
Para a contratante, o contrato lhe assegura a qualidade do servio
desejado, uma vez que, na prvia de maquiagem, , deve-se descrever
detalhadamente o que deseja, evitando assim, as no conformidades e
decepes com o resultado final da maquiagem, no dia do casamento, por
exemplo. Para o contratado, passa-se profissionalismo e evita situaes de
negligncia por parte do contratante. Logo, consegue-se finalizar a prestao
de servio e receber os pagamentos previamente contratados.
Esta rea da maquiagem, na qual o profissional Tecnlogo em Esttica
est apto a atuar, em funo da grade curricular, est em expanso, e cabe
aos profissionais envolvidos, conhecerem a legislao vigente, visando uma
segurana para as partes envolvidas e a satisfao dos servios realizados,
alm de reconhecimento profissional.
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5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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ROQUE, Nathaly Campitelli A prestao de servios e o Cdigo de Defesa
do Consumidor: Os cuidados que devem ser tomados pelo fornecedor
.Scientia FAER, Olmpia - SP, Ano 2, Volume 2, 1 Semestre. 2010
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ANEXOS:
CONTRATO DE PRESTAO DE SERVIOS
PRODUO DE NOIVA
CONTRATANTE: _________________________________________________,
noiva de ______________________________________________. Residente na
rua _____________________________, no bairro _________________,Curitiba,
Paran, portadora da cdula de identidade RG n ______________________ e
inscrita no CPF sob n _______________________.
Celular: ( ) ___________________.
E-mail: __________________________________________.
Objeto do Contrato:
Em caso de desistncia, o aviso deve ser feito no prazo de sete dias aps a
assinatura do contrato, caso contrrio o valor de entrada no ser devolvido.
Em caso de fora maior e situaes alheia a vontade do CONTRATADO,
especialmente em situaes de enfermidade, a qual possa ficar impedida de
comparecer na data do evento, esta se compromete a encaminhar profissional com
qualificao e competncia para realizar os trabalhos, sempre mediante aviso prvio
encaminhado a CONTRATANTE.
Clusula Quinta
_____________________________ _______________________________
Assinatura do contratante Assinatura da testemunha
_____________________________
Assinatura da contratada
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Dados de identificao
Ttulo do Projeto: A Importncia Do Contrato De Maquiagem De Noiva Para O
Profissional Da Maquiagem.
Pesquisador Responsvel: Simone Pertusatti. R.G:5.281.389-4
Instituio a que pertence o Pesquisador Responsvel: Universidade Tuiuti do
Paran.
Telefones para contato: (41) 95554339 e (41) 84810623.
Nome do voluntrio: Adriane Cristina de Souza.
Idade: 20 anos, R.G: 10.452.867-8
____________________________________
Adriane Cristina de Souza
____________________________________
Testemunha