Impacto Dos Avanços Da Tecnologia Nas Transformações Arquitetônicas
Impacto Dos Avanços Da Tecnologia Nas Transformações Arquitetônicas
Impacto Dos Avanços Da Tecnologia Nas Transformações Arquitetônicas
O I M P A C T OD O S
A V A N O S D A
TECNOLOGIANAS
TRANSFORMAES
ARQUITETNICAS
D O S E D I F C I O S
H O S P I T A L A R E S
So Paulo
2010
Hermnia Silva Machry
O I M P A C T O D O S A V A N O S D A
TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES
ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS
HOSPITALARES
So Paulo
2010
AUTORIZO A REPRODUO E DIVULGAO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRNICO, PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
E-mail: [email protected]
FICHA CATALOGRFICA
CDU 725.51
FOLHA DE APROVAO
Aprovado em __/__/____
Banca Examinadora
This dissertation is about the architectural adaptation process that medical buildings
undergo in face of physical and functional changes brought by technological
innovations in medicine.
Especially after the second half of the 20th century, the scientific progress in
medicine accelerated with the discovery of new diseases, new treatments and new
forms and tools of diagnosis. The existence and improvement of these healthcare
activities have been supported more and more by technology and its machinery,
which were absorbed by medical buildings in the form of equipment, demanding
special space and infrastructure. Existing hospitals were forced to adapt to the
technical needs, and were submitted to an intense pace of architectural
transformation, fighting against their obsolescence.
CAPTULO 1
Figura 1.01: Complexo do Hospital das Clnicas com a localizao do InCor .......... 38
Figura 1.02: Bloco I do InCor em 1975 ..................................................................... 39
Figura 1.03: Conjunto de edifcios do InCor em 2000 ............................................... 39
Figura 1.04: Implantao atual do InCor ................................................................... 39
Figura 1.05: Corte longitudinal do complexo atual do InCor .................................... 41
Figura 1.06: Imagem atual do Complexo do HIAE .................................................... 42
Figura 1.07: Imagem do primeiro edifcio construdo ................................................ 43
Figura 1.08: Imagem atual do Bloco BC, primeira ampliao do HIAE e atual
entrada do Hospital ............................................................................... 44
Figura 1.09: Construo do Bloco A, em 1989 ......................................................... 44
Figura 1.10: Construo do Bloco A, em 1989, ao lado do Bloco BC ....................... 44
Figura 1.11: Vista do Complexo do Morumbi do HIAE, em 1990 .............................. 44
Figura 1.12: Edifcio 1 da nova fase de ampliao, denominado Pavilho Vicky e
Joseph Safra ou Bloco A1 ..................................................................... 45
Figura 1.13: Maquete fsica de toda a quarta fase de ampliao do HIAE ............... 46
Figura 1.14: Maquete fsica da futura ampliao do HIAE ........................................ 46
Figura 1.15: Implantao geral do Complexo do HIAE, incluindo os edifcios
previstos para o futuro .......................................................................... 47
Figura 1.16: Corte geral do Complexo do HIAE, incluindo os edifcios previstos
para o futuro .......................................................................................... 47
Figura 1.17: Esquema das obras de renovao do Bloco A do HIAE, em 1999 ....... 49
Figura 1.18: trio entre os Bloco A e B, que era antes uma rea externa ................ 49
Figura 1.19: Volume anexo de ligao entre os Blocos C e D .................................. 49
Figura 1.20: Estudo da Implantao do Hospital Sarah Braslia ............................... 51
Figura 1.21: Implantao do HDAL com o eixo principal de circulao do edifcio ... 53
Figura 1.22: Implantao do HDAL com os vetores de expanso do edifcio ........... 53
Figura 1.23: Esquema de circulaes do HDAL: Eixo transversal principal no
trreo, e indicao dos percursos para os outros pavimentos .............. 53
Figura 1.24: Esquema funcional do HDAL ................................................................ 53
Figura 1.25: Planta de Implantao do Hospital Sarah Braslia (em 2007) .............. 54
Figura 1.26: Corte do Hospital Sarah Braslia (em 2007) ......................................... 54
Figura 1.27: Imagem atual do conjunto de edifcios do HDAL .................................. 55
CAPTULO 2
CAPTULO 3
CAPTULO 4
CAPTULO 5
CAPTULO 6
CAPTULO 8
CAPTULO 9
CAPTULO 10
CAPTULO 11
CAPTULO 12
Figura 12.01: Configurao das reas de circulao Pavto AB InCor, em 1976 ... 318
Figura 12.02: Configurao das reas de circulao Pavto AB InCor, em 2009 ... 318
Figura 12.03: Configurao das reas de circulao 4 pavto HIAE, em 1998 ..... 319
Figura 12.04: Configurao das reas de circulao Subsolo 1 HIAE, em 1998 .. 319
Figura 12.05: Configurao das reas de circulao 4 pavto HIAE, em 2009 ..... 319
Figura 12.06: Configurao das reas de circulao Subsolo 1 HIAE, em 2009 .. 319
Figura 12.07: Configurao das reas de circulao Subsolo 1 HDAL, em 1980 . 320
Figura 12.08: Configurao das reas de circulao Subsolo 2 HDAL, em 1980 . 320
Figura 12.09: Configurao das reas de circulao Subsolo 1 HDAL, em 2007 . 320
Figura 12.10: Configurao das reas de circulao Subsolo 2 HDAL, em 2007 . 320
CAPTULO 14
Figura 14.01: Hospital Memorial Frana-Estados Unidos, Saint-L, 1955 ............... 357
Figura 14.02: Northwick Park Hospital (Implantao) ............................................... 361
Figura 14.03: Northwick Park Hospital . 362
Figura 14.04: Hospital St. Albans e seus Vetores de expanso ............................. 362
Figura 14.05: Greenwich Hospital Plantas com zoneamento funcional ................. 364
Figura 14.06: Greenwich Hospital Volumetria ......................................................... 364
Figura 14.07: Greenwich Hospital Elevao .......................................................... 364
Figura 14.08: Programa Harness .............................................................................. 367
Figura 14.09: Programa Nucleus .............................................................................. 368
Figura 14.10: Programa Nucleus (rua hospitalar organizando os mdulos
funcionais) ........................................................................................... 369
Figura 14.11: Programa Nucleus (rua hospitalar organizando os mdulos
funcionais) ........................................................................................... 369
Figura 14.12: Centro de Sade e Hospital Linha de Frente ................................... 371
Figura 14.13: Hospital Pr-fabricado Consrcio BDSL, Siemens, Servlease ........ 372
Figura 14.14: Hospital Regional, 1990 Mayerhofer e Toledo Arquitetura .............. 373
Figura 14.15: Maquete do Hospital Geral Padro HGU, reproduzido vrias vezes
na segunda fase do PMS .................................................................... 374
Figura 14.16: Hospital Geral Itaim Paulista ............................................................... 375
Figura 14.17: Hospital Geral Graja ......................................................................... 375
Figura 14.18: Hospital Geral Vila Alpina ................................................................... 375
Figura 14.19: Hospital Geral Pirajussara .................................................................. 375
Figura 14.20: Hospital Geral Carapicuba ................................................................. 375
Figura 14.21: Hospital Geral Itapevi .......................................................................... 375
Figura 14.22: Hospital Geral Diadema ...................................................................... 375
Figura 14.23: Hospital Geral Itaquaquecetuba .................................................... 375
LISTA DE QUADROS
AB Ambulatrio
ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas
AIA American Institute of Architetcs (Instituto Americano de Arquitetos)
AMIGO Advanced Image-guided Operating Suit
ANVISA Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria
APO Avaliao Ps Ocupao
CAP Caixa de Aposentadoria e Penses
CAPES Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior
CAT Computerized Axial Toography
CATV Circuito Aberto de TV
CDI Centro de Diagnstico por Imagem do Hospital Srio Libans
CEME Central de Medicamentos
CEPE Centro de Estudos e Pesquisas do Hospital Srio Libans
CFTV Circuito Fechado de TV
CME Central de Material Esterilizado
CNEN Comisso Nacional de Energia Nacional
COE Cdigo de Obras e Edificaes do Municpio de So Paulo
CPD Central de Processamento de Dados
CR Digitalizador de Raios-X
CSR Centro de Simulao Realstica do Hospital Israelita Albert Einstein
CTRS Centro de Tecnologia Rede Sarah
DML Depsito de Material de Limpeza
DOP Departamento de Edifcios e Obras Pblicas do Estado de So Paulo
EAS Estabelecimentos Assistenciais de Sade
ECG Eletrocardiograma e
ECGE Eletrocardiograma de Esforo
HC Hospital das Clnicas
HDAL Hospital de Doenas do Aparelho Locomotor Sarah Kubitschek
HIAE Hospital Israelita Albert Einstein
HG Hospitais Gerais
HGU Hospital Geral Padro
HSL Hospital Srio Libans
IAB Instituto de Arquitetos do Brasil
IAP Institutos de Aposentadoria e Penses
ICESP Instituto do Cncer de So Paulo
ICr Instituto da Criana
INAMPS Instituto Nacional de Assistncia Mdica da Previdncia Social
INCA - Instituto Nacional do Cncer
InCor Instituto do Corao
INPS Instituto Nacional de Previdncia Social
InRad Instituto de Radiologia
IPEN Instituto de Pesquisas Energticas e Nucleares
IPq Instituto de Psiquiatria
IOT Instituto de Ortopedia e Traumatologia
IT Instruo Tcnica do Corpo de Bombeiros
MIT Massachusetts Institute of Technology
MRI Magnetic Resonance Imaging
MS Ministrio da Sade
NASA National Aeronautics and Space Administration
NUTAU Ncleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo
OMS Organizao Mundial de Sade
PABX Private Automatic Branch Exchange
PACS Picture Archiving and Communication System (Sistema de Comunicao e
Arquivamento de Imagens)
PAMB Instituto dos Ambulatrios
PET Positron Emission Tomography
PMS Programa Metropolitano de Sade
PPA Plano de Pronta Ao
PRODESP Companhia de Processamento de Dados de Estado de So Paulo
RDC 50 Resoluo no 50 da ANVISA, regulamentadora dos projetos de EAS
RH Recursos Humanos
RI Radiologia Vascular Intervencionista
RM Ressonncia Magntica
RMGSP Regio Metropolitana da Grande So Paulo
S1 Subsolo 1 do Hospital Sarah Kubitschek de Braslia
S2 Subsolo 2 do Hospital Sarah Kubitschek de Braslia
SBIBAE Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein
SESP Servio Especial de Sade Pblica
SINPAS Sistema Nacional de Previdncia Social
SUS Sistema nico de Sade
TC Tomografia Computadorizada
TI Tecnologia da Informao
UBS Unidade Bsica de Sade
UTI Unidade de Tratamento Intensivo
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
USP Universidade de So Paulo
SUMRIO
1 INTRODUO 31
3 METODOLOGIA 85
12 CONCLUSES 317
13 BIBLIOGRAFIA 339
14 ANEXOS 357
1 INTRODUO
31
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
32
1 INTRODUO
33
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
1
GIACOMO, 1994:52.
34
1 INTRODUO
uma unidade funcional com salas espalhadas pelo prdio em locais distantes uns
dos outros). Este processo costuma levar, por sua vez, a alteraes nas relaes
funcionais da instituio, aumentando as distncias e a utilizao dos sinais visuais
de informaes.
1.2 OBJETIVOS
1.2.1 Geral
1.2.2 Especficos
35
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Ciente desta situao, no demorou muito para que a ela fossem atribudos muitos
dos labirintos existentes neste hospital, principalmente no pavimento do
Ambulatrio, onde esto as atividades de diagnstico por imagem da instituio. L
ficou visualmente flagrante que o nmero de reformas foi extenso, e que muitos
puxadinhos foram construdos como medidas emergenciais. A pesquisa surgiu
quando se decidiu procurar a causa desta configurao arquitetnica contingente.
36
1 INTRODUO
37
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Com quase 33 anos de funcionamento, o InCor (Figuras 1.02 e 1.03) abriu suas
portas em 1977 com menos da metade de sua rea atual, chegando hoje a 75 mil
m que envolvem Bloco I (30 mil m) e Bloco II (45 mil m). Com um setor prprio
responsvel pela arquitetura do edifcio, est constantemente expandindo-se e
alterando-se, convivendo com as dificuldades de sofrer modificaes estando em
atividade 24 horas por dia, todos os dias da semana.
38
1 INTRODUO
anexas, sendo que uma delas, o Anexo III, ainda no est concluda.
Figura 1.02: Bloco I do InCor em 1975. Figura 1.03: Conjunto de edifcios do InCor em 2000.
Fonte: Departamento de Fonte: Departamento de Documentao Cientfica do InCor.
Documentao Cientfica InCor.
39
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Ao prdio do Bloco I foi dada uma soluo vertical frente ao terreno disponvel e
grande declividade. Este fato induziu existncia dos trs nveis de acesso
presentes na edificao: Praa (atravs de grande rampa), Ambulatrio (pavimento
semi-enterrado) e entrada de servios (subsolo). Desde a sua abertura o Bloco I j
demonstrou necessidade de ampliao, o que deu incio ao desenvolvimento do
projeto do Bloco II.
Foi nos anos 1980 que se tornou necessrio expandir alm do lote original. Por esta
razo, o arquiteto Nelson Daruj, que coordenava a equipe de arquitetura do
Hospital, iniciou o projeto do que hoje o Bloco II. Este, que era para ser apenas
uma edificao complementar ao Bloco I, ganhou grande proporo ao assumir
uma rea superior do primeiro edifcio. Ocupou inteiramente o terreno disponvel,
que foi cedido pelo hospital vizinho Emlio Ribas.
40
1 INTRODUO
41
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
42
1 INTRODUO
Idealizado como uma unidade autnoma, o projeto original de Rino Levi2 seguiu a
tipologia base e torre, apostando em dois volumes articulados em T. O edifcio
construdo (atual Edifcio Manoel Tabacow Hidal ou Bloco D), porm, abandonou
esta volumetria, consolidando-se em um bloco nico (Figura 1.07). Neste, os sete
pavimentos mais altos eram ocupados por reas de internao, enquanto nos trs
primeiros pavimentos e dois subsolos havia reas de ambulatrio, laboratrios,
administrao, centro cirrgico, partos e servios de apoio.
2
Rino Levi faleceu durante a construo do HIAE, em 1965.
43
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
3
SBIBAE: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.
44
1 INTRODUO
4
Trecho do Memorial Descritivo do Plano Diretor do HIAE.
45
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Edifcio 1: Bloco A1
(Pavilho Vicky e Joseph Safra)
Edifcio 2
Edifcio 3
46
1 INTRODUO
O segundo edifcio da quarta etapa (Edifcio 2) est projetado para ocupar o espao
existente entre os dois edifcios mais altos do Hospital (Blocos A e D), preenchendo
o atual Ptio de Servios com um volume de cinco pavimentos e um subsolo. O
Edifcio 2 se integrar aos edifcios existentes para configurar uma unidade de
assistncia de alta complexidade integrada, aproximando Unidade de Pronto
47
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
O terceiro edifcio (Edifcio 3), em fase de construo, est ligado ao apoio logstico
da edificao, unificando e camuflando as reas de carga e descarga, acesso de
funcionrios e velrios. Formada por um conjunto de volumes baixos, est situada
na parte mais alta do terreno, logo a frente do Bloco D. Alm destes trs edifcios foi
planejado o Auditrio Moise Safra, que est sendo construdo no local da antiga
creche, e um volume de passarelas (Edifcio 5), que liga o Bloco A (existente) e o
novo Bloco A1 (Edifcio 1).
Quadro 01: Os nmeros do crescimento do HIAE com o mais recente plano de expanso
Hoje Expanso
rea 86 mil m 229 mil m
Leitos 489 720
Salas de cirurgia 28 40
Consultrios 100 250
Leitos de pronto atendimento 10 59
Vagas no estacionamento 1.250 4.000
Assentos no auditrio 200 500
Salas de aula 4 12
5
Idem.
48
1 INTRODUO
rea de entrada do edifcio foi requalificada com uma grande marquise em estrutura
metlica, cujo projeto do arquiteto Siegbert Zanettini.
Mais tarde, o vo entre o Bloco BC e o Bloco A foi fechado por uma cobertura,
transformando a rea em um grande trio. (Figura 1.18). Em meados dos anos
2000 foi construdo um volume de ligao entre os Blocos C e D (Figura 1.19),
separando mais o fluxo de pacientes internos e externos.
Figura 1.18: trio entre os Bloco A e B, que Figura 1.19: Volume anexo de ligao
era antes uma rea externa. entre os Blocos C e D.
Fonte: Revista Construo no 2486, 1995. Fonte: Acervo do Centro Histrico da SBIBAE.
49
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
O HDAL (ou Sarah Centro) foi projetado pelo arquiteto Joo Filgueiras Lima (Lel) a
partir de 1976 em um terreno onde j havia o Centro de Reabilitao Sarah
Kubitschek. Este, projetado na dcada de 1960 por Glauco Campello, foi construdo
a partir da iniciativa da Fundao das Pioneiras Sociais, criada em 1960.9
De acordo com MINIOLI (2007:5), em 1968 o Dr. Aloysio Campos da Paz Junior
assumiu a presidncia desta Fundao e a direo do Centro de Reabilitao. Num
processo de organizao do trabalho mdico e racionalizao administrativa da
instituio, surgiu o desejo de transform-la em um hospital cirrgico com 66 leitos
e um centro de pesquisa com produo cientfica e formao de recursos humanos.
Com a necessidade flagrante de uma nova estrutura fsica para colocar este plano
em prtica, em 1975 foram iniciados por Campos da Paz, Lel e Eduardo Kertsz
(ento coordenador dos Programas de Sade do Ministrio do Planejamento),
esboos para o novo projeto.
6
Ver Captulo 4, item 4.3.
7
Rede Sarah de Hospitais de Reabilitao. Disponvel em: <www.sarah.br>
8
Idem.
9
MINIOLI, 2007:5.
50
1 INTRODUO
51
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Para colocar em prtica as trs ltimas premissas, foram estabelecidos eixos muito
claros no edifcio, os quais guiariam a organizao das suas atividades, a
distribuio dos seus fluxos e o direcionamento das suas futuras expanses. O eixo
transversal dos edifcios existentes foi prolongado, tornando-se o principal eixo de
circulao nos nveis do trreo e dos subsolos (Figura 1.21). Todos os setores
ficaram localizados direita e esquerda desse eixo, de forma que pudessem ser
ampliados independentemente das outras reas (Figura 1.22) e respeitar a
modulao de 1,15 x 1,15 m. Da mesma forma, o bloco de internao foi disposto
paralelamente aos blocos existentes, podendo ser ampliado na direo norte-sul, e
tendo insolao na direo leste-oeste. (MINIOLI, 2007:14)
52
1 INTRODUO
Figura 1.23: Esquema de circulaes do HDAL: Eixo transversal principal no trreo, e indicao dos
percursos para os outros pavimentos.
Fonte: MINIOLI, 2007:14.
53
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figuras 1.25 e 1.26: Planta de implantao e corte do Hospital Sarah Braslia (em 2007).
Fonte: MINIOLI, 2007:12.
54
1 INTRODUO
No projeto do Hospital Sarah Braslia, bem como nas instituies que o seguiram,
os ambientes foram preparados para os pacientes das diversas especialidades
mdicas e teraputicas, com piscinas, ginsios para fisioterapia, unidades de
exames complementares ao diagnstico, blocos de servios operacionais, entre
vrios outros espaos. Contudo, segundo LIMA (1999:16), nesse projeto no foi
possvel explorar convenientemente as tcnicas de terapia ao ar livre, pois o prdio
foi implantado na rea urbana de Braslia, em lote relativamente pequeno.
55
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
56
2
O EDIFCIO HOSPITALAR: PLURALIDADE
DIMENSIONAL E SISTMICA
2 O EDIFCIO HOSPITALAR COMO PLURALIDADE DIMENSIONAL E SISTMICA
59
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
1
ROSENFIELD, 1969:3
60
2 O EDIFCIO HOSPITALAR COMO PLURALIDADE DIMENSIONAL E SISTMICA
TOLEDO (2006) refora este pensamento quando comenta que a setorizao dos
ambientes hospitalares se aproxima, de certa maneira, do zoneamento de usos de
uma cidade.3
2
Traduo livre do autor de: Major tertiary/quaternary care teaching hospitals are like small cities in that they
support large numbers of people in a wide variety of work environments. They also accommodate a broad range of
space-types, as does a city or town, including: commercial space (offices/medical offices/practices), industrial space
(materiel management, engineering and maintenance shops, food production), residential space (patient and
resident bed-rooms, bathrooms, living space) and high tech space (diagnostic imaging, clinical and research
laboratories, surgical suite, etc.). CHRISTIE, CHEFURKA e NESDOLY. Disponvel em <muhc-
healing.mcgill.ca/english/Speakers/chefurka_p.html>
3
TOLEDO destaca aqui que os primeiros regulamentos urbansticos propostos para as cidades inglesas do sculo
XIX tiveram sua origem em normas de higiene adotadas nos hospitais em funcionamento deste perodo, como
Benvolo (1963, p.xii) e Mumford (1961, p. 603-4) afirmaram.
61
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
4
BUNGE, Mrio. 1974.
62
2 O EDIFCIO HOSPITALAR COMO PLURALIDADE DIMENSIONAL E SISTMICA
Para ALLEN e KARLYI (1976 e 1983, apud KOTAKA, 1992:6), por sua vez, entre
os fatores considerados essenciais esto a definio do papel a desempenhar, a
flexibilidade, a modulao, a facilidade de manuteno, a tecnologia apropriada, os
custos, a previso de futuras ampliaes e a localizao.
Projetar um edifcio uma atividade que sempre segue os mesmos passos, onde
se analisa um terreno, suas diversas condicionantes urbansticas, geogrficas e um
programa de necessidades, onde esto implcitas variveis de ordem funcional,
tcnica, econmica, social, legal, poltica e ambiental (no sentido de preservao
ambiental). Em suma, a compreenso destes elementos e de suas interaes se
traduz num desenho arquitetnico e, mais tarde, em arquitetura, sendo o mtodo de
traduo varivel entre os arquitetos. O processo, todavia, universal e aplicvel
a todos os tipos de edifcios, destituindo a arquitetura de adjetivos. No caso dos
hospitais, o que muda , basicamente, o programa de necessidades, que
complexo (mais elementos e mais exigncias) e cobra do arquiteto e dos outros
profissionais envolvidos um pouco mais de ateno e conhecimento.
63
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Atualmente, pode-se dizer que a grande maioria dos hospitais pblicos e privados
encontra-se inserida em reas urbanizadas, onde ficam mais prximos dos seus
usurios e das redes de abastecimento. Sendo instituies associadas escala
coletiva, suas edificaes representam amarraes importantes no desenho e na
organizao das cidades, agregando uma arquitetura de grande porte e atividades
64
2 O EDIFCIO HOSPITALAR COMO PLURALIDADE DIMENSIONAL E SISTMICA
65
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
66
2 O EDIFCIO HOSPITALAR COMO PLURALIDADE DIMENSIONAL E SISTMICA
67
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
... os percursos que devem ser feitos por profissionais, pacientes, carrinhos
e equipamentos, bem como os trajetos de energia eltrica, gua e gases
medicinais, dependem da proviso de corredores, dutos, poos de
elevador, escadas, condutores eltricos ou tubulaes. O conjunto formado
por esses elementos dinmicos e estticos, que o arquiteto (Karman)
denomina valncia, est sujeito a diversas variveis como comprimento,
largura, horrio, velocidade, tempo, presso, potncia e temperatura, entre
outras. Essas variveis constituem as covalncias.
68
2 O EDIFCIO HOSPITALAR COMO PLURALIDADE DIMENSIONAL E SISTMICA
O conforto trmico, por sua vez, tem sido cada vez mais uma premissa de projeto
para os edifcios hospitalares, onde a ventilao natural recomendada inclusive
como elemento teraputico. Segundo o arquiteto Joo Filgueiras Lima, a
69
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Como em qualquer outro edifcio, para proporcionar conforto ilumnico ou visual nos
ambientes hospitalares tambm se priorizam as estratgias passivas,
recomendando-se iluminao natural ao maior nmero possvel de seus
compartimentos. Neste caso, uma orientao favorvel e uma configurao
arquitetnica que oferea superfcies translcidas estrategicamente localizadas no
s tende a reduzir o consumo de energia, como tambm ameniza a sensao de
enclausuramento do usurio.
70
2 O EDIFCIO HOSPITALAR COMO PLURALIDADE DIMENSIONAL E SISTMICA
Os aspectos relacionados ao
conforto acstico tambm so uma
premissa na hora de projetar
hospitais, assim como qualquer
Figura 2.02: Esquema de ventilao natural e outro edifcio. Com o adensamento
resfriamento aplicado ao Hospital Sarah de Salvador.
Fonte: LATORRACA, 1999. das cidades, a emisso de rudos
aumentou principalmente por
causa da intensificao do trfego
de veculos. Como todas as outras
condicionantes de projeto, o
referencial sonoro influencia a
arquitetura de vrias maneiras,
Figura 2. 03: Corte do Hospital da Rede podendo-se observar nos projetos
Sarah Rio de Janeiro
Fonte: LEAL, 2008:46. o empenho em bloquear a entrada
do som atravs de barreiras fsicas como vidros duplos nas aberturas (que acabam
atrapalhando a aplicao de estratgias de ventilao natural) e vegetao.
Internamente tambm h preocupao com a propagao indesejada do som,
como no caso dos diversos equipamentos da instituio.
71
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 2.04: Entrada do Bloco D do Figura 2.05: rea de estar na unidade de internao do
Hospital Israelita Albert Einstein (So Hospital e Maternidade So Luiz Anlia Franco. Projeto do
Paulo). arquiteto Siegbert Zanettini.
Projeto de Siegbert Zanettini. Fonte: Acervo da autora.
Fonte: Zanettini Arquitetura
Planejamento Consultoria Ldta.
72
2 O EDIFCIO HOSPITALAR COMO PLURALIDADE DIMENSIONAL E SISTMICA
2.1.5 Normatizao
O sistema normativo brasileiro evoluiu muito desde a dcada de 1970, sendo que,
do ponto de vista da arquitetura, as normas que possuem o maior impacto nos
edifcios hospitalares so a Resoluo RDC no 50 da ANVISA (Agncia Nacional de
Vigilncia Sanitria), os Cdigos de Obras e Edificaes (regularizao dos
edifcios junto s prefeituras municipais) e as Instrues Tcnicas do Corpo de
Bombeiros (garantia de segurana contra incndio e regularizao dos edifcios
junto ao Corpo de Bombeiros).
2.1.6 Sustentabilidade
73
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Nos projetos, esta preocupao tornou-se mais presente no final do sculo XX,
resultando no aprimoramento das tcnicas de captao de energia solar,
reutilizao de gua e ventilao e iluminao naturais. Entre 1999 e 2001 o
Ministrio da Sade do Brasil promoveu uma intensa campanha educativa dirigida
aos servios de sade, especialmente hospitais, com o objetivo de estimular a
racionalizao e a reduo do uso de energia eltrica e gua. (BITENCOURT, s/d)
A dinmica destas transformaes, por sua vez, pode tambm ser tratada como
uma questo de sustentabilidade. Ao se adaptar sem grandes obras ou
desperdcios s suas constantes transformaes, os hospitais tornam-se
construes mais durveis e, logo, sustentveis. Sendo assim, cabe aos projetistas
evitar que as frequentes demolies e obsolescncia dos edifcios os levem ao final
de sua vida til.
74
2 O EDIFCIO HOSPITALAR COMO PLURALIDADE DIMENSIONAL E SISTMICA
SCHMIDT (2003) descreve que na maior parte dos edifcios hospitalares visitados
durante a sua pesquisa a distribuio fsica encontrada era dividida entre o Centro
de Diagnstico e Terapia (prximos aos acessos principais e voltados ao paciente
externo), a Internao (coroando o edifcio), o Setor Cirrgico (entre a rea de
Diagnstico e a rea de Internaes) e os Setores Tcnicos (nos pavimentos
subsolo ou em unidades separadas).
ZEIN (1983), em uma entrevista com Joo Carlos Bross, relata que o arquiteto
indica a existncia de trs grandes zonas funcionais nos hospitais, que so a zona
de Diagnstico e Tratamento, a zona de Internao e a zona das chamadas
Atividades-meio, ligadas ao conforto dos funcionrios, administrao e ao
armazenamento e manipulao de suprimentos em geral. Em sua teoria, o arquiteto
destaca as duas primeiras zonas como as Atividades-fim, que agregam a maior
diversidade de atividades com o paciente e o maior nmero de equipamentos
mdicos. As Atividades-meio, por outro lado, configuram um setor de produo que
pode ser caracterizado como industrial, envolvendo os sistemas de produo,
transporte e entrepostagem de suprimentos (alimentos, roupa, material estril,
material de almoxarifado, medicamentos e material de enfermaria).
No projeto para o Hospital de Campo Limpo foram descritas como reas quentes
aquelas onde esto as atividades que mais consomem energia e infraestrutura,
identificadas como as unidades de diagnstico e tratamento (exames, ambulatrio,
centro cirrgico e obsttrico, UTI). Estas exigiriam uma melhor dinmica no
processo de ateno e uma maior facilidade e rapidez na tomada de deciso sobre
75
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 2.06: Fluxograma genrico para EAS. Figura 2.07: Fluxograma genrico para EAS.
Fonte: GUELLI (2003) Fonte: GUELLI (2003)
5 o
Revista Projeto n 214, novembro de 1997, p. 89.
6
Informao obtida em uma palestra do arquiteto Irineu Breitman, em novembro de 2009, no Rio de Janeiro.
76
2 O EDIFCIO HOSPITALAR COMO PLURALIDADE DIMENSIONAL E SISTMICA
entre a organizao colocada pela RDC 50, que de carter burocrtico, e a real
organizao fsica de um hospital.
77
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Quadro 02:
Organizao Fsico-funcional adotada como base.
2.2.1 Internao
78
2 O EDIFCIO HOSPITALAR COMO PLURALIDADE DIMENSIONAL E SISTMICA
79
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
7
Como coloca a arquiteta Sung Mei Ling, as reas administrativas funcionam como um edifcio de escritrios e
admitem mais flexibilidade. (CORBIOLI, 2003)
80
2 O EDIFCIO HOSPITALAR COMO PLURALIDADE DIMENSIONAL E SISTMICA
As reas de Apoio Tcnico e Logstico, por outro lado, ocupam reas muito
especficas, na medida em que constituem a base industrial dos hospitais. Estas
reas so compostas por setores de Lavanderia, Cozinha, Farmcia, e
Infraestrutura Predial, cuja funo basicamente fazer a instituio funcionar. Por
este motivo, o Apoio Tcnico e Logstico, apesar de representar os bastidores da
instituio, merece ateno especial no projeto.
Segundo a arquiteta Sung Mei Ling (CORBIOLI, 2003), reas como cozinha,
central de esterilizao, lavanderia ou manuteno tm funcionamento semelhante
ao de fbricas. Junto lavanderia, a Central de Material Esterilizado (CME), por
exemplo, alimenta todas as atividades de Diagnstico e Tratamento, como
cirurgias, exames e atendimento de urgncia e emergncia, mantendo com as
mesmas um fluxo constante de roupas e utenslios (sujos e limpos). A cozinha e a
farmcia, por sua vez, manipulam e enviam alimentos e medicamentos tambm
para as reas de internao. Sobre a sua localizao no prdio, o arquiteto Augusto
Guelli aponta que a boa distribuio comea pela identificao dos agentes do
processo, sendo que o que no interage com o paciente, como os servios de
lavanderia, nutrio e farmcia, pode ficar fora do edifcio, desde que exista um
entreposto para assegurar o suprimento. (CORBIOLI, 2003)
81
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
82
3
METODOLOGIA
3 METODOLOGIA
3 METODOLOGIA
No intuito de formar uma base terica referencial para a pesquisa aqui apresentada,
uma das etapas mais importantes do trabalho foi o levantamento de dados
secundrios. Este foi continuamente realizado desde antes do ingresso ao
programa de mestrado at as ltimas semanas de redao da dissertao,
abrangendo:
85
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
A partir desta etapa foram selecionados textos com contedos mais especficos,
ligados ao fenmeno das reformas e expanses dos hospitais, bem como aos seus
aspectos tecnolgicos. Dentro deste escopo, foi inicialmente priorizada a busca de
informaes sobre os procedimentos e equipamentos ligados medicina
diagnstica.
86
3 METODOLOGIA
87
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
88
3 METODOLOGIA
Por recomendao dos pares durante o exame de qualificao, foi realizada uma
visita ao Hospital Sarah de Braslia (HDAL) para o enriquecimento da pesquisa.
Devido quantidade de informaes e desenhos encontrados sobre o hospital,
decidiu-se transform-lo tambm num estudo de caso. Apesar da sua localizao
no ser em So Paulo, este hospital encaixou-se nos critrios estabelecidos aos
outros hospitais estudados.
O InCor teve a vantagem de j ter sido local de trabalho da autora, o que facilitou
muito a coleta de dados. Foi liberado o acesso aos desenhos mais antigos do
prdio, que estavam armazenados de forma aleatria no seu Departamento de
Arquitetura. A coleta de informaes sobre o edifcio tambm foi viabilizada sem
qualquer restrio, sendo que a nica dificuldade encontrada foi de fato a eventual
incerteza sobre o contexto de algumas das transformaes arquitetnicas
apontadas pelos desenhos.
No HIAE a coleta de dados j foi bem mais lenta e difcil. Aps a primeira visita de
reconhecimento ao edifcio, foi difcil entrar nele pela segunda vez, pois a equipe
tcnica no estava disponvel para acompanhar a visita. Causa disto foi a
concluso da construo de uma das ampliaes do Complexo do Morumbi, que
deixou muito ocupada a equipe de projetos e obras da instituio. Mais difcil ainda
foi a coleta de desenhos antigos, sendo que a planta mais antiga conseguida foi a
de 1998. Esta foi, por sua vez, disponibilizada pelo arquiteto Domingos Fiorentini,
autor de alguns dos projetos de ampliao do HIAE. Os outros desenhos foram
liberados apenas no final da pesquisa, e complementados por um material
fornecido pelo arquiteto Arthur Britto.
89
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Primeiramente a anlise foi feita sobre cada pavimento como um todo, comparando
as suas plantas em diferentes momentos e detectando as mudanas mais
evidentes na sua configurao arquitetnica. O passo seguinte foi a anlise
individualizada de cada unidade funcional das reas estudadas. As plantas foram
ento ampliadas, observando de perto as intervenes mais localizadas.
Etapas da anlise:
90
4
ANTECEDENTES HISTRICOS DOS
EDIFCIOS HOSPITALARES BRASILEIROS
4 ANTECEDENTES HISTRICOS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES BRASILEIROS
4.1.1 No Brasil
1
WATANABE, 1972.
93
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
A primeira Santa Casa a surgir foi a de Santos (povoado que originaria a Vila de
Santos, na Capitania de So Vicente), construda em 1543. Segundo SILVA (1999),
depois dela seguiram as Santas Casas de Salvador (1549), Ilhus (1553), Olinda
(1560), Rio de Janeiro (1582), Sergipe (1597), So Paulo (1603), Itamarac (1611),
Joo Pessoa (1618), Igarau (1629), So Lus (1657), Belm (1667), Vila Rica
(1739), So Joo Del Rey (1783), Diamantina (1790) e Campos (1791).
Sustentadas por recursos privados (doaes), em 1985 havia 455 Santas Casas
cadastradas no Brasil, em praticamente todos os estados, embora nem todas
possussem hospitais. Segundo WATANABE (1974), todas as Santas Casas foram
cpias parciais ou totais do hospital de todos os santos de Lisboa, sem nenhum
planejamento prvio. LIMEIRA (2006:36) completa dizendo que, aparentemente,
no havia critrios para a sua construo, pois podiam se instalar em casas
doadas e adaptadas para as obras sociocaritativas que, com o tempo, eram
ampliadas ou transferidas para prdios novos e construdos para tal fim.
94
4 ANTECEDENTES HISTRICOS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES BRASILEIROS
coletivas2.
Por volta de 1875, a Santa Casa de So Paulo comeou a planejar uma reforma
devido s ms condies do prdio (falta de higiene e materiais), constatadas pelo
mdico Antnio Caetano de Campos. Ele fez um relatrio que mudou um pouco o
pensamento e a condio das prticas em sade no Brasil da poca, dando incio a
uma forma moderna de pensar o hospital. A reforma exigida ocorreu e, aps
concurso pblico, foi escolhido o projeto do arquiteto Luiz Pucci para a construo
de um novo edifcio para o Hospital. Este, que sede da atual Santa Casa de So
Paulo, foi inaugurado em 1884, com tipologia pavilhonar. (SILVA, 1999)
Por causa das aes destes sanitaristas, da dcada de 1920 em diante o Estado
2
BRENER, 2006, apud LIMEIRA, 2006.
95
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Neste perodo foi criado o Ministrio da Sade (1953), justificado pelo aumento das
aes de sade pblica necessrias. De acordo com VISCONTI (1999), ...
3
MARINELLI, 2003:17.
96
4 ANTECEDENTES HISTRICOS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES BRASILEIROS
4
ALMEIDA, ZIONI e CHIORO, 1997:24-25.
97
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
4.1.2 Em So Paulo
5
ALMEIDA, ZIONI e CHIORO, 1997:31.
98
4 ANTECEDENTES HISTRICOS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES BRASILEIROS
Este perodo foi marcado pela construo de algumas instituies, tais como o
Instituto Bacteriolgico, Laboratrio de Anlises Qumicas e Bromatolgicas,
Laboratrio Qumico e Farmacutico (1891); o Instituto Vacinognico (1891); o
Desinfectrio Central de So Paulo, (1893); o Instituto Serunterpico (1901); o
99
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Nesta mesma poca ocorreu o concurso para o novo edifcio da Santa Casa de
Misericrdia de So Paulo (Figura 4.01), no qual foi escolhido o projeto do arquiteto
italiano Luigi Pucci, como comentado anteriormente. O Hospital foi construdo no
Arouche (atual bairro Santa Ceclia), em estilo neogtico, e inaugurado em 1884
com menos de 150 leitos. Foi, segundo TOLEDO (2002) fortemente influenciado
pelos conceitos adotados no Hospital francs Lariboisire (ver item 5.4).
100
4 ANTECEDENTES HISTRICOS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES BRASILEIROS
6
Disponvel em <www.hospitalmandaqui.com.br/hospital/historia.asp>
7
Revista Acrpole, novembro de 1942
101
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
8
Idem.
9
www.sppt.org.br/wp/?p=186
102
4 ANTECEDENTES HISTRICOS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES BRASILEIROS
Pea importante no planejamento de hospitais paulistas dos anos 1950 foi o mdico
Odair Pacheco Pedroso. Como consultor hospitalar, ele trabalhou direta ou
indiretamente, nos estudos preliminares, instalao, organizao ou direo do
projeto de 215 hospitais, tais como a Santa Casa de Misericrdia de Santos, o
Hospital Emilio Ribas e o Hospital do Servidor Pblico Estadual. Tambm
participou, em 1951, da elaborao da Codificao das Normas Sanitrias para
Obras e Servios, bem como da reviso do Cdigo de Obras Arthur Saboya, do
Municpio de So Paulo. Nos projetos que assessorou, Pedroso ajudou a traduzir a
modulao americana, de 3 e 10, para a modulao brasileira de 1,20x1,20m,
utilizada at hoje. Nos inmeros cursos e palestras que proferiu pelo Brasil,
10
FERNANDES, 2003:34.
103
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
11
PERALTA, 2002
12
ALMEIDA, ZIONI e CHIORO, 1997:22-24.
104
4 ANTECEDENTES HISTRICOS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES BRASILEIROS
Rino Levi foi um arquiteto que se destacou neste contexto chegando a formas que
romperam com as tipologias hospitalares preexistentes (exemplos americanos dos
anos 1920 edifcios em X, em H ou em duplo H, etc). Em seus hospitais, Levi se
orientava a partir de trs diretrizes que moldavam o edifcio: o agrupamento de usos
afins, agrupados em volumes independentes e organizados segundo relaes
funcionais adequadas; o fluxograma de circulao, organizadores dos volumes e
definidos como circuitos especializados; e a flexibilidade das plantas, possibilitada
atravs de vedaes internas removveis, shafts de instalaes e modulao dos
elementos da construo.
A srie de hospitais de Rino Levi se inicia com a vitria no concurso para o projeto
da Maternidade da USP (premiado em 1951 na 1 Bienal de So Paulo, porm
nunca construdo), passando por vrios projetos importantes em So Paulo e
culminando, entre 1959 e 1960, com sua contratao pelo Governo da Venezuela
para a implantao no pas de uma rede de hospitais pblicos.
13
Depoimento do arquiteto Irineu Breitman em palestra no Rio de Janeiro, em novembro de 2009.
105
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 4.04: Maternidade Universitria USP Figura 4.05: Hospital da Cruzada Pr-Infncia
1944 Arq. Rino Levi. 1950 Arq. Rino Levi.
Fonte: PERALTA, 2002. Fonte: MACHADO, 1992:220.
Figura 4.06: Maternidade Universitria USP: corte. Figura 4.07: Maternidade Universitria USP:
Fonte: ANELLI e GUERRA, 2001:156. perspectiva com esquema funcional.
Fonte: ANELLI e GUERRA, 2001:157.
O primeiro hospital de Rino Levi a ser construdo foi o Hospital do Cncer, em 1947
(Figuras 4.08 e 4.09). Segundo ainda Anelli e Guerra, uma de suas inovaes foi a
utilizao do sistema de viagem direta nos elevadores, simplificando a separao
dos fluxos sem eliminar a segregao dos pacientes pagantes dos no-pagantes,
que ocorria desde a recepo.
106
4 ANTECEDENTES HISTRICOS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES BRASILEIROS
Em 1953 foi a vez de Oscar Niemeyer, com seu projeto para o Hospital
Gastroclnicas (atual Hospital Dr. Edmundo Vasconcelos) em So Paulo. Alguns
anos depois o arquiteto projetou, em parceria com Hlio Uchoa, o Hospital Sul-
Amrica (1959 atual Hospital Geral da Lagoa) no Rio de Janeiro. Em ambos os
edifcios a tipologia adotada foi tambm a mista, contando, na poca, com o mais
equipado centro cirrgico da Amrica do Sul. (CAVALCANTI, 2001:289) Tambm
em 1959 foi projetado o Hospital de Base de Braslia, de Niemeyer e Germano
Galler.
14
TOLEDO, 2002:53-54
107
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 4.10 Hospital Gastroclnicas (Atual Hospital Dr. Figura 4.11: Hospital Sul Amrica (atual
Edmundo Vasconcelos), So Paulo. Hospital Geral da Lagoa), Rio de Janeiro.
Fonte: Revista Projeto, 176, 1994:57 Fonte: CAVALCANTI, 2001:288.
108
4 ANTECEDENTES HISTRICOS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES BRASILEIROS
Figura 4.12: Hospital Regional Dr. Homero de Figura 4.13: Hospital Infantil Joana de Gusmo
Miranda Gomes Florianpolis 1980 Irineu Breitman.
So Jos 1980 Irineu Breitman Fonte: BOING, 2003.
Fonte: Hospital Regional de So Jos Dr.
Homero de Miranda Gomes.
109
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Mais tarde, entre 1975 e 1980, Lel projetou para Braslia a primeira instituio da
Rede Sarah de Hospitais do Aparelho Locomotor, que por sua vez constitui um dos
objetos de estudo desta pesquisa. A construo do Hospital Sarah de Braslia foi
vanguarda na estandardizao da construo hospitalar no Brasil, marcando o
incio de uma das experincias mais ricas e inovadoras que o planejamento
hospitalar no pas j teve notcia.
110
4 ANTECEDENTES HISTRICOS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES BRASILEIROS
15
Recentemente a cama-maca foi modificada: agora, alm de mvel, ela possui um sistema que permite sua
mobilidade vertical, para maior comodidade do paciente. (ANTUNES, 2008:62)
16
EKERMAN, 2005
111
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
112
5
DINMICA DE TRANSFORMAES
CIENTFICAS E TECNOLGICAS A
SERVIO DA MEDICINA
5 DINMICA DE TRANSFORMAES CIENTFICAS E TECNOLGICAS SERVIO DA MEDICINA
A tecnologia pode ser definida como o conjunto dos conhecimentos cientficos, dos
processos e mtodos usados na criao e utilizao de bens e servios (HOUAISS,
2004). Para a evoluo da medicina ela elemento chave, e sem a qual no teria
sido possvel o atual refinamento e sucesso no tratamento de muitas doenas. A
cincia s evoluiu em toda a sua amplitude com a ajuda dos artifcios tecnolgicos,
que permitiram enxergar e analisar o interior do corpo humano, bem como os seus
variados componentes. Os Estabelecimentos Assistenciais de Sade, por sua vez,
acompanharam todo o processo de absoro desta tecnologia
115
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
1
WIKIPDIA. Disponvel em <pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_humoral>
2
WIKIPDIA. Disponvel em <en.wikipedia.org/wiki/Timeline_of_medicine_and_medical_technology>
116
5 DINMICA DE TRANSFORMAES CIENTFICAS E TECNOLGICAS SERVIO DA MEDICINA
Durante muito tempo estas instituies foram concebidas como abrigo para
peregrinos, viajantes, pobres e, eventualmente, enfermos. De acordo com TOLEDO
(2002:13), a principal funo do hospital era a de servir como estrutura de
separao e excluso, isolando os mais pobres e os enfermos da sociedade de
forma a minimizar eventuais riscos sociais e epidemiolgicos.
At o sculo XVIII estar prximo de Deus era mais importante que a medicina
propriamente dita, sendo desenvolvida nestas edificaes uma organizao
espacial estruturada de acordo com os padres religiosos da poca. Na Grcia e
Roma antigas apareceram os primeiros edifcios realmente destinados a atender
doentes em busca da cura, (templos chamados Asklepieia) aplicando, todavia,
mtodos de tratamento baseados em experincias espirituais (cura da alma e no
do corpo).
O Imprio Romano marca o perodo em que SILVA (1999) julga ser a real origem
do hospital ocidental. Foi com os romanos que apareceram dois importantes
modelos de arquitetura sanitria na forma das Termas e, principalmente, das
Valetudinrias. As termas tratavam os doentes atravs de banhos termais e a
valetudinria era uma espcie de hospital militar de campanha, dando assistncia
aos legionrios e escravos das grandes propriedades agrcolas.
117
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
3
Idem.
4
Idem.
118
5 DINMICA DE TRANSFORMAES CIENTFICAS E TECNOLGICAS SERVIO DA MEDICINA
119
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Ainda sob a influncia religiosa, a morfologia bsica do hospital medieval foi a nave
(Figura 5.03), cuja forma polivalente refletiu o avano das tecnologias estruturais.
Com vos cada vez maiores, houve melhora significativa na qualidade da
ventilao e iluminao. A separao dos doentes por patologias e sexo tambm foi
aplicada organizao funcional dos edifcios, cujos meios de abastecimento de
gua foram ento estudados e reconhecidos como importantes fatores na melhoria
das condies de higiene. (MIQUELIN, 1992)
120
5 DINMICA DE TRANSFORMAES CIENTFICAS E TECNOLGICAS SERVIO DA MEDICINA
Durante toda a Idade Mdia e at o sculo XVII, a medicina ficou presa aos
ensinamentos e doutrinas antigas. Estudiosos como Galeno e Descartes
contriburam muito para as novas descobertas desmistificando o pensamento
antigo, que ainda vigorava, e valorizando o pensamento cientfico5. Com isto, ...
... foi necessria a ampliao do poder da viso para que a natureza fosse
desvendada em seus menores elementos. Sendo o primeiro microscpio
inventado em 1590, por Johannes e Zacharias Jansen de Middelburg, na
Holanda. Em 1610, Galileu adaptou o telescpio para observar objetos
pequenos e, mais tarde, Leeuwenhoek foi pioneiro no uso da protozoologia
e bacteriologia. (...) Em 1676, ele descobriu os infusrios, organismos
ciliados microscpicos, iniciando a microbiologia. (MARINELLI, 2003:73)
5
MARINELLI, 2003:73.
121
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Durante o sculo XVIII surgiu a figura do mdico como a conhecemos hoje, cuja
prtica baseada em conhecimentos cientficos slidos6, sendo que em 1736 foi
realizada pelo francs Claudius Aymand a primeira apendicectomia bem sucedida.
Como se pode notar, a Renascena foi um perodo muito frtil no meio intelectual
da medicina. Entretanto, tais avanos demoraram a serem colocados em prtica, e
no significaram grandes mudanas no cotidiano da populao at o sc. XIX.
Continuavam as epidemias frequentes, as mesmas crenas, as prticas de sade
familiares, os doentes amontoados nos hospitais a espera da morte, etc.
Houve, todavia, srias mudanas nos conceitos originais dos edifcios hospitalares,
que paulatinamente se moldaram arquitetonicamente aos avanos cientficos e
tecnolgicos da poca. A partir deste perodo o advento das tcnicas de diagnstico
e tratamento de doenas (medicamentos e cirurgia) alavancou o crescimento e a
especializao das atividades nos hospitais, inserindo-os no contexto urbano,
expandindo a sua abrangncia e atraindo mais usurios.
6
MARGOTTA, 1998, apud MARINELLI, 2003:73.
122
5 DINMICA DE TRANSFORMAES CIENTFICAS E TECNOLGICAS SERVIO DA MEDICINA
seguiu-se o Ospedale Maggiore de Milo (1456), projetado por Filarete e tida por
vrios autores como o mais importante hospital do Renascimento italiano.
Figura 5.04: Ospedalle Maggiore, Milo, 1456. (a) planta; (b) perspectiva.
Fonte: SILVA, 1999.
Segundo SILVA (2001), apesar deste processo de evoluo dos hospitais, a prtica
mdica (clnica e cirurgia) at o sc. XVIII se desenrolava totalmente fora destas
instituies. Assim, vrios autores estabelecem que o hospital contemporneo
enquanto tipologia e enquanto instituio originou-se entre os sculos XVII e
XVIII, perodo em que a medicina foi paulatinamente se desvinculando da religio.
Os melhores hospitais que sobreviveram a este perodo esto localizados na
Frana.
Neste perodo foram lanadas novas bases tecnolgicas para o projeto de edifcios
de hospitais. O Royal Naval Hospital (Inglaterra, 1756-1764) foi o prottipo de uma
123
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 5.05: Royal Naval Hospital, Inglaterra, 1756-1764. (a) planta; (b) perspectiva.
Fonte: ROSENFIELD, 1969.
Como nesta poca as taxas de mortalidade eram muito altas (inclusive no Htel-
Dieu), a salubridade dos hospitais foi severamente questionada, criticando aspectos
como a superlotao, a ventilao das salas e a higiene dos procedimentos
cirrgicos. Este movimento caracterizou um momento histrico de aproximao
entre a tcnica profissional e a arquitetura dos hospitais.
124
5 DINMICA DE TRANSFORMAES CIENTFICAS E TECNOLGICAS SERVIO DA MEDICINA
Em 1788 Tenon publicou seus cinco relatrios em uma obra intitulada Mmories sur
ls hspitaux de Paris (Memrias sobre os hospitais de Paris), que reunia os
trabalhos desenvolvidos na pesquisa de hospitais da poca. No quinto relatrio o
mdico apresentou a organizao hospitalar que substituiria o Hotel-Dieu, a qual
consistia na execuo de quatro novos hospitais. As recomendaes de Tenon
foram, entre muitas outras:
Por Tenon tambm foi estudada a volumetria das edificaes para estabelecer a
relao entre as dimenses de cada pavilho de enfermos e o nmero de leitos das
enfermarias, tentando assim assegurar o volume mnimo ideal de ar renovado e
fixar em trs o nmero ideal de pavimentos. Em suas normas para a organizao
125
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 5.06: Hospital Lariboisiere, Paris, 1846-1854. (a) planta; (b) croqui.
Fonte: LE MANDAT, 1989, apud MIQUELIN, 1992.
126
5 DINMICA DE TRANSFORMAES CIENTFICAS E TECNOLGICAS SERVIO DA MEDICINA
127
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
7
Bright Hub. Disponvel em <www.brighthub.com/health/technology/articles/7302.aspx>
8
REZENDE, 2002.
128
5 DINMICA DE TRANSFORMAES CIENTFICAS E TECNOLGICAS SERVIO DA MEDICINA
Em 1895 o fsico alemo Wilhelm Conrad Rntgen descobriu o uso mdico dos
Raios-X, cujo aparelho revolucionou a medicina ao permitir que os mdicos
obtivessem imagens do corpo dos pacientes sem precisar abri-los. De acordo com
REZENDE (2002), podemos apontar a inveno da radiologia como o marco inicial
da era tecnolgica na sade. Por dcadas foi a tecnologia mais avanada para
prevenir e detectar doenas, permitindo posteriormente o surgimento da
radioterapia.
9
REZENDE, 2002.
129
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
130
5 DINMICA DE TRANSFORMAES CIENTFICAS E TECNOLGICAS SERVIO DA MEDICINA
Figura 5.08: Johns Hopkins Hospital, EUA, 1890. (a) planta; (b) perspectiva.
Fonte: JAMES, 1986, apud BOING,2003.
No sculo XIX houve tambm a especializao dos hospitais para cuidar um nico
tipo de doena. Tomando Londres como exemplo, temos o hospital de olhos, de
1805; o hospital Torcico, de 1814; o hospital de ouvidos, de 1816; o hospital do
Cncer, de 1835; o hospital ortopdico, de 1838, e assim muitos outros.
(PEVSNER, 1980:186)
131
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
O modelo tpico deste tipo de edifcio era dividido em seis partes bsicas
configuradas pelo subsolo, trreo, primeiro andar, andares intermedirios, ltimo
10
Em 1902 foi construdo em Buffalo, Estados Unidos, o primeiro edifcio especialmente projetado para receber
um sistema de ar condicionado, que foi o Larkin Administration Building, do arquiteto Frank Lloyd Wright.
(associatedhvacr.com/ACHistory.aspx)
132
5 DINMICA DE TRANSFORMAES CIENTFICAS E TECNOLGICAS SERVIO DA MEDICINA
Figura 5.09: Otawa Civic Hospital. (a) planta; (b) corte; (c) perspectiva.
Fonte: MIQUELIN, 1992.
133
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Nos anos 1920 os Estados Unidos foi o pas que mais fez avanos na rea mdica,
incluindo a descoberta da insulina (1921) e das primeiras vacinas para a difteria
(1923), a coqueluche (1926), a tuberculose (1927) e o ttano (1927). L foi tambm
criado o primeiro respirador artificial (1927).
11
MARINELLI, 2003:76.
134
5 DINMICA DE TRANSFORMAES CIENTFICAS E TECNOLGICAS SERVIO DA MEDICINA
A tipologia que surgiu dessa realidade foi a Torre e Base, que misturava as
vantagens da tipologia pavilhonar, com amplos setores no subsolo e trreo,
somados torre destinada a internaes e centro cirrgico. Com essa tipologia
nasceu tambm a necessidade mxima da modulao e do uso de tecnologias
passveis de modificaes que gerassem poucos transtornos. (SCHMIDT, 2003)
135
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 5.10: Hospital Memorial Frana-Estados Unidos, Saint-L, 1955. (a) planta; (b) perspectiva.
Fonte: MIQUELIN, 1992.
Frente s perdas das duas guerras, os avanos dos meios de cura s doenas e o
movimento de reconstruo das cidades devastadas, a indstria se empenhou
muito no desenvolvimento de tecnologias para a construo em srie e a
estandardizao em geral. Impulsionado por esta era da mquina e pela ascenso
dos conceitos modernistas, o hospital procurou se tornar uma mquina de cura
atravs de uma sistematizao e especializao funcional cada vez maior.
O novo hospital, originado nos EUA nas dcadas que se seguiram ao fim
da Segunda Guerra Mundial, cresce em tamanho e complexidade e deve
abrigar convenientemente a tecnologia que surgia, apresentando um
programa compartimentado em reas para: diagnstico, tratamento,
cirurgia, administrao, refeio e apoios. At 1980, nos anos do Estilo
Internacional, prevaleceu o lema menos mais entre os arquitetos. O
hospital transformou-se em um local para aplicao dos princpios
modernistas, num esforo em expressar os ditos da era da medicina
tecnolgica. (...) A expressividade do Estilo Internacional era aclamada por
administradores como a expresso arquitetnica perfeita na idade da
medicina de alta tecnologia. Agora era possvel reduzir o hospital sua
essncia estrutural e permitir que se tornasse um recipiente de mquinas
para curar. (VERDERBER e FINE, 2000, apud DALMASSO, 2005)
136
5 DINMICA DE TRANSFORMAES CIENTFICAS E TECNOLGICAS SERVIO DA MEDICINA
12
MARINELLI, 2003:7.
137
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
5.7.1 Dcada de 50
5.7.2 Dcada de 60
Nos anos 1960 houve o incio da informtica em sade (que consiste na utilizao
da tecnologia e dos recursos em informtica na rea da sade individual e coletiva)
13
1956: Lavanderia no hospital; 1960: Cozinha no Hospital. (KOTAKA, 1992:4)
14
1964: Hospitais especializados e suas caractersticas e Plantas, projeto e construo de hospitais e
estabelecimentos para hospitais; 1965: Projetos de normas disciplinadoras das construes hospitalares.
(KOTAKA, 1992:4)
15
Disponvel em <muhc-healing.mcgill.ca/english/Speakers/chefurka_p.html>
138
5 DINMICA DE TRANSFORMAES CIENTFICAS E TECNOLGICAS SERVIO DA MEDICINA
No mesmo perodo foi dada ateno especial aos sistemas de instalaes (gua,
gases medicinais, energia, telefonia, etc.) nos edifcios hospitalares. Surgiu nos
Estados Unidos o pavimento tcnico como ferramenta estratgica de compactao
das instalaes prediais. Eles passaram a formar, junto aos dutos verticais (Shafts),
um sistema independente na infraestrutura do edifcio, constituindo uma evoluo
do forro falso para esconder as instalaes e, sobretudo, facilitar a manuteno
com p-direito adequado para o acesso dos profissionais.
5.7.3 Dcada de 70
As tcnicas de imagem digital foram implantadas como uso clnico pela primeira
vez, nos anos 1970, possibilitando o surgimento da Tomografia Computadorizada
(TC ou CAT Computerized Axial Toography 1975). Em seguida foi desenvolvido
o exame de Ressonncia Magntica (RM ou MRI Magnetic Resonance Imaging),
que foi introduzido nos hospitais para diagnstico em 1983.
139
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Nesta poca tambm surge nos Estados Unidos a Engenharia Clnica, uma nova
especialidade tcnica da rea mdica que tinha como objetivo a segurana eltrica
dos equipamentos, evoluindo para o conceito atual. Tal necessidade adveio de
inmeros acidentes, nesse campo, com pacientes e profissionais da sade.
(CORNIALI e LEITE, 2003:104)
16
Algumas destas necessidades, porm, j haviam sido apontadas pelos estudos da Gr-Bretanha nos anos 1960.
(ver Anexo 2)
140
5 DINMICA DE TRANSFORMAES CIENTFICAS E TECNOLGICAS SERVIO DA MEDICINA
5.7.4 Dcada de 80
Nos anos 1980 e 1990 pesquisas assinalaram o aumento das reas por leito, na
medida em que aumentou a demanda de pacientes e foram incorporados novos
servios nas instituies (servios de diagnstico por imagem, por exemplo). Alm
disso, aumentou a necessidade de privacidade do paciente, agora com maior poder
aquisitivo. Para isso foram construdas mais enfermarias (sutes) individuais, as
quais ganharam mais espao e se tornaram mais sofisticadas.
5.7.5 Dcada de 90
141
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Segundo PEARSON (1995), nos Estados Unidos os anos 1990 foram marcados
pela crise em muitos hospitais, onde se falava em fechar algumas instituies,
diminuir os investimentos em assistncia mdica e negar atendimento aos
imigrantes ilegais no pas. Em Nova Iorque recomendou-se a venda ou locao de
onze hospitais pblicos, e em Los Angeles o oramento para o sistema de hospitais
e clnicas pblicas foi cortado pela metade.
17
PEARSON (1995)
142
5 DINMICA DE TRANSFORMAES CIENTFICAS E TECNOLGICAS SERVIO DA MEDICINA
Em 2006, pela primeira vez (no Brasil) um rob realizou sozinho uma cirurgia de
corao distncia. Isto ocorreu no Centro Cirrgico do Hospital Srio-Libans, em
So Paulo, 20 anos aps a primeira cirurgia com interveno robtica no mundo,
que ocorreu na Frana em 1988. (OLIVEIRA, 2008)
143
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Sua viso de tecnologia est totalmente modificada, pois saiu dos sistemas
totalmente mecnicos para usufruir da eletro-pneumtica,eletrnica e suas
variaes, portanto est projetando mquinas com alto contedo
tecnolgico e com uma viso de que esse equipamento ter uma vida til
18
Disponvel em <muhc-healing.mcgill.ca/english/Speakers/chefurka_p.html>
144
5 DINMICA DE TRANSFORMAES CIENTFICAS E TECNOLGICAS SERVIO DA MEDICINA
145
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
146
6
INOVAES TECNOLGICAS
RECENTES
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
No Brasil a informtica aplicada medicina entrou com certo atraso em relao aos
EUA e Europa, tendo incio nos primeiros anos da dcada de 1970,
simultaneamente em alguns centros universitrios, principalmente no Hospital da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Instituto do Corao e nos
demais Hospitais do Complexo HC de So Paulo e Ribeiro Preto. Segundo
MARINELLI (2003:117), o Hospital Albert Einstein implantou seu pronturio na rede
interna (pronturio eletrnico) em 1998, e o Instituto do Corao o fez em 2000. O
Hospital Srio Libans foi um dos pioneiros na conexo entre hospitais atravs do
sistema de videoconferncia, onde foi implantado um projeto piloto nas enfermarias,
possibilitando a conversa entre o paciente e o mdico. L houve tambm a primeira
Telecirurgia brasileira.
1
Clicsaude. Disponvel em: <www.clicsaude.com.br/pub/materiaview.asp?cod_materia=229, 2006>
149
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
2
Traduo livre da autora para: Ultimately, the electronic storage and sharing of information and records might
allow more functions to happen outside the hospital. (PEARSON, 1997:166)
150
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
6.1.3 Telemedicina
J na dcada de 1970 muitos pases, como Inglaterra, Canad, Sucia, Japo, etc.,
se interessaram por esta ferramenta, embora a maioria dos seus projetos tenha, na
poca, fracassado pela baixa velocidade da telecomunicao digital na poca. Na
dcada de 1990, todavia, a Telemedicina ressurgiu, por causa dos avanos
tecnolgicos, do maior conhecimento da tecnologia por parte dos profissionais da
sade e do preo mais acessvel das telecomunicaes. (MARINELLI, 2003)
151
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
3
Entre os sinais biolgicos implementados com sucesso em telediagnstico esto: eletrocardiograma,
eletroencefalograma, presso e fluxo sanguneo, eletromiografia, eletrooculograma, potenciais evocados cerebrais,
eletrogastrograma, temperatura corprea, ritmo cardaco e freqncia cardaca. (MARINELLI, 2003:118)
4
O cardiobipe o principal sistema de telemonitoramento. Este sistema consiste em um aparelho porttil de ECG
que o paciente encosta no peito, pressiona um boto por alguns segundos e em seguida transmite para a central,
encostando o aparelho no bocal do telefone. (MARINELLI, 2003:118)
152
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
153
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
5
MARINELLI, 2003:148-149
6
No projeto destas salas devem ser levadas em considerao fontes de interferncia eletromagntica, vibrao,
altura do p-direito e ele deve ser provido de sistema de ar-condicionado. (MARINELLI, 2003:157)
154
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
As redes sem fio (Wireless), por sua vez, constituem um sistema de comunicao
de dados flexvel implementado como uma extenso, ou como uma alternativa s
redes de cabeamento estruturado. Este sistema de rede utiliza a tecnologia de
radiofrequncia ou infravermelho e transmite os dados atravs do ar, diminuindo a
necessidade de cabos. (...) O usurio acessa a rede sem a preocupao com o
lugar para se conectar. (MARINELLI, 2003:145)
Porm, as redes locais sem fio ainda no possuem tecnologia para substituir as
redes locais com fio, pois implicam em investimentos altos e possuem uma
velocidade de transmisso considerada baixa em comparao ao sistema cabeado.
(MARINELLI, 2003)
7
Ministrio da Educao. Disponvel em:
<paraiso.etfto.gov.br/docente/admin/upload/docs_upload/material_dbe64d7c19.pdf>
155
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
H ainda a promessa de redes de eletricidade sem fio (Witricity), que ainda esto
em fase experimental8. Apesar dos recentes avanos, so muitos os obstculos
para transmitir-se energia entre elementos mais distantes.
Sobre esta experincia em Indiana, todavia, o arquiteto Arthur Brito comenta que na
prtica no foi de todo satisfatria, pois houve a resistncia de mdicos e da prpria
legislao ferramenta digital.
Alm dos hospitais sem papel h ainda os hospitais sem fios, que so ainda uma
utopia por causa da falta de eficincia e confiabilidade da tecnologia wireless em
procedimentos mdicos. Com exceo da Internet em Sade9, a maioria das aes
diretamente relacionadas ao tratamento do paciente ainda exigem um nvel de
eficincia muito alto, melhor oferecido pelos meios fsicos de transmisso de dados
e imagens (fios e cabos).
8
Cientistas americanos conseguiram transmitir com sucesso eletricidade entre dois aparelhos sem o uso de
cabos ou fios. No experimento, realizado por pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e
relatado na revista cientfica Science, foi acesa uma lmpada de 60W localizada a dois metros de distncia da
fonte de energia. (FILDES, 2007)
9
A internet em sade utilizada para a disseminao do conhecimento mdico e das informaes sobre as
prprias instituies de sade (servios oferecidos), incluindo a realizao de procedimentos administrativos a ela
vinculados (marcao de exames e consultas, registro on-line de pacientes a serem internados, transaes
financeiras, etc.).
156
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
10
Traduo livre da autora para: physicians at the brand-new hospital make their rounds toting wireless devices to
check lab results, view X-rays, update charts, order prescriptions and send and receive e-mail. (KING, 2005)
11
Traduo livre da autora para: At bedsides, nurses use wireless devices on wheels, or WOWs, to record
progress notes and check doctors' orders. () What's conspicuously absent everywhere is paper. (KING, 2005)
157
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
158
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
12
Cirurgia auxiliada por um instrumento de fibra ptica que, inserido no corpo do paciente, permite a sua
visualizao em tempo real.
159
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Patologia Clnica, por sua vez, tambm se aperfeioou com a preciso dos seus
novos equipamentos, mecanizando as anlises clnicas em laboratrio.
6.2.1 Radiologia
160
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
Na Radiologia Digital, o filme convencional foi substitudo por uma pelcula especial,
sensvel aos Raios-X, que lido por um equipamento moderno de computao e
proporciona uma imagem de alta resoluo. O equipamento utilizado o
Digitalizador, tambm chamado de CR (Figura 6.03).
161
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Com a tecnologia digital, foi criado em 1972 por Godfrey Hounsfield o equipamento
de Tomografia Computadorizada (TC). O TC um aparelho de Raios-X munido de
uma ampola que emite esses Raios enquanto gira 360o em torno do paciente. O
computador processa as informaes e reconstri artificialmente uma imagem
tridimensional dos rgos.
162
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
A mquina original de Hounsfield levava horas para conseguir uma nica fatia de
dados de imagem e mais de 24 horas para reconstruir estes dados numa nica
imagem. Os sistemas atuais dos Tomgrafos podem conseguir uma imagem em
menos de um segundo e reconstruir a imagem instantaneamente.
13
WIKIPDIA. Disponvel em: <pt.wikipedia.org/wiki/Cardiologia_intervencionista>
14
Prtese metlica, cilndrica, em forma de uma malha. Disponvel em :
<pt.wikipedia.org/wiki/Cardiologia_intervencionista>
15
Idem.
163
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
16
WIKIPDIA. Disponvel em: <wikicomputacao.blogspot.com/2007/11/entao_06.html>
17
Revista Corpore. Disponvel em <revistacorpore.com.br/index.php/Radiologia-Intervencionista/017-Radiologia-
Intervencionista-Cirurgias-precisas-e-menos-invasivas.html>
164
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
6.2.2 Radioterapia
18
Idem.
19
Idem.
165
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
radiao sair de forma controlada. Isto permite que o tumor seja tratado
preservando os tecidos normais sua volta. Como a emisso de radiao
constante, o tempo de tratamento e todos os outros parmetros fsicos envolvidos
so cuidadosamente controlados e verificados atravs de um programa de controle
de qualidade permanente. 20
20
CENTRO DE TERAPIA ONCOLGICA. Disponvel em <www.ctopetropolis.com.br/radioterapia.htm>
21
Idem.
22
INSTITUTO DE MEDICINA NUCLEAR. Disponvel em <www.ipen.br>
166
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
Figura 6.13: Escaneador de Medicina Nuclear interpretao das imagens. Alm dos
na dcada de 1970.
Fonte: ROSENFIELD, 1971:290
procedimentos de diagnostico, outros
23
Idem.
167
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Os equipamentos de apoio
(computadores) tambm diminuram
Figura 6.15: Cintilgrafo com giro 360, produzido com o passar dos anos, estando
e instalado no ano 2000, no InCor.
Fonte: Acervo da autora. ligados evoluo da informtica.
168
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
24
SIEMENS. Disponvel em <www.siemens.com.br/templates/coluna1.aspx?channel=5239>
25
U.S. Department of Veterans Affairs (www.va.gov/facmgt/standard/dguide/nucmed/nucmed01.pdf)
169
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Para a produo do material radioativo utilizado nos exames PET existe o Cclotron,
um equipamento utilizado para produzir os radioistopos. So usados para
sintetizar os radiofrmacos (produtos biolgicos ou drogas que contm elementos
radioativos), produzidos a partir de reaes nucleares26. Por este motivo, o
Cclotron um equipamento especial, caro e de uso bastante controlado, sendo
que so raros os estabelecimentos que tm interesse em possu-lo.
26
Instituto de Medicina Nuclear. Disponvel em <www.ipen.br>
27
A CNEN licencia e fiscaliza instalaes nucleares e radioativas, como reatores, fbricas do ciclo do combustvel
e instalaes que utilizam radioistopos, na medicina, indstria e atividades de pesquisa. As licenas para a
aprovao do local, construo, operao e desativao seguem procedimentos baseados em normas tcnicas e
padres internacionais. (Comisso Nacional de Energia Nuclear, disponvel em <www.cnen.gov.br>)
28
Instituto de Medicina Nuclear. Disponvel em <www.ipen.br>
170
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
29
SABBATINI, 1997. Disponvel em <www.cerebromente.org.br/n01/pet/petcyclo_port.htm>
171
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Em relao ao campo magntico o avano foi significativo, haja vista que j existe
um equipamento de Ressonncia autoescudado capaz de conter a expanso do
campo para fora do Magneto.
30
Arquiteto Henrique Jatene (InCor) e Arquiteto Michel Jospin (InRad).
172
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
6.2.5 Laboratrios
173
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
174
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
6.2.6 Cirurgia
31
WIKIPDIA. Disponvel em <pt.wikipedia.org/wiki/Cirurgia>
175
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 6.30: Equipamentos de uma Sala Figura 6.31: Sala cirrgica com equipamentos para
Cirrgica hoje. Telecirurgia Hospital Srio Libans.
Fonte: PCE. Fonte: Sociedade Beneficente de Senhoras, 2008.
176
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
32
MARINELLI e CAMARGO, 2004.
177
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
O objetivo geral, por sua vez, o de integrar toda a informao acessvel num nico
ambiente, o qual deve estar operacionalmente apto a realizar a terapia. Outra
caracterstica deste projeto a multidisciplinaridade, envolvendo mais tipos de
profissionais num mesmo procedimento.
Para dar suporte tcnico s atividades que ocorrem dentro de qualquer edifcio
existe um verdadeiro arsenal de equipamentos e instalaes, constituindo a sua
infraestrutura e garantindo que ele tenha suprimentos como energia, gua e ar
tratados. Nos hospitais, pela sua variedade e especificidade funcional, esta
33
Traduo livre da autora para: The goal of this project is to develop the next generation of interventional/intra-
operative suite equipped with state-of-the-art integrated image-guidance technology and instrumentation comprising
high field MRI (3 Tesla), PET-CT, X-ray fluoroscopy, ultrasound and optical imaging, integrated with various therapy
devices and with a navigational system that provides accurate registration of the patients anatomy. (ROUGHAN,
2009)
178
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
179
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Sobre a demanda de energia nos EAS, Hernandez afirma que houve um aumento
significativo nos ltimos 20 anos. At o final da dcada de 1990 num hospital eram
necessrios em mdia dois transformadores de energia de 500 kVA, enquanto hoje
34
Disponvel em <www.karman.com.br/jkfala/pensandoB.php>
180
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
Segundo LANDI (1980), existem mais de quarenta sistemas individuais que podem
ser requeridos para a infraestrutura predial de um hospital, entre eles: sistema de
gua fria, gua quente, esgoto, guas pluviais, proteo contra incndio, gs
combustvel, ar comprimido, vapor, vcuo, oxignio, dixido de carbono, nitrognio,
xido de nitrognio, gua destilada, tratamento de gua, tratamento de esgoto, lixo,
material radioativo, cidos, transporte pneumtico, leo combustvel, gases
queimados de caldeira, ventilao de ambientes, ar condicionado, iluminao,
eletricidade, para-raios, telefone, deteco e alarme contra incndio,
processamento de dados, aterramento, elevadores, etc. A seguir sero comentados
alguns destes sistemas, descrevendo o arcabouo tecnolgico que representam
aos edifcios hospitalares.
35
Local onde entra a energia da rede pblica.
181
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
182
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
O sistema de fludo-mecnicas nos hospitais bem especfico, pois alm dos gases
comuns (GLP e/ou gs natural) existem os sistemas de gases medicinais, ar
comprimido e vcuo.
183
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
36
Disponvel em <www.fem.unicamp.br>
184
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
37
Os gases refrigerantes usados neste incio da histria da refrigerao eram a amnia, o dixido de enxofre e o
cloreto de metil. (...) Os compressores frigorficos de ento, dada a limitao tecnolgica da poca, eram tidos
como mquinas perigosas, sujeitas a exploso. (...) Somente em 1932 o cientista Thomas Midgely Jr inventou o
Refrigerante 12, mais conhecido como Freon 12. (...) Enfim, um gs ideal, maravilhoso. Isto , at descobrirem
que o Freon destri o oznio da atmosfera, to importante para barrar o excesso de radiao solar ultra-violeta na
superfcie da Terra. (FRANA, s/d)
38
Cabano Engenharia. Disponvel em <www.cabano.com.br/centrais_de_%C3%A1gua_gelada.htm>
185
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 6.39: Tubulao de gua gelada do Figura 6.40: Chillers do sistema de Ar Condicionado
sistema de Ar Condicionado do Hospital e do Hospital e Maternidade So Luiz Unidade Anlia
Maternidade So Luiz Unidade Anlia Franco.
Franco. Fonte: Acervo da autora.
Fonte: Acervo da autora.
O sistema de proteo contra incndio, por sua vez, est vinculado s instalaes
hidrulicas e eltricas do prdio. Como em qualquer outro tipo de edificao,
adiciona aos reservatrios uma quantidade significativa de gua, dependendo da
demanda, e possui um equipamento para bombear a gua aos hidrantes (Bomba
de Incndio Figura 6.43). Sua tubulao vermelha serve separadamente a rede
de chuveiros automticos (Sprinklers) e a rede de Hidrantes e/ou Mangotinhos,
exigindo tambm um sistema rigoroso de manuteno para garantir o
funcionamento adequado em caso de emergncia.
186
6 INOVAES TECNOLGICAS RECENTES
187
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
188
7
HOSPITAL CONTEMPORNEO:
CENRIO DE TRANSFORMAES
7 HOSPITAL CONTEMPORNEO: CENRIO DE TRANSFORMAES
191
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
192
7 HOSPITAL CONTEMPORNEO: CENRIO DE TRANSFORMAES
1
Disponvel em <muhc-healing.mcgill.ca/english/Speakers/chefurka_p.html>
2
Idem.
3
Traduo livre da autora para: In the past, they have not been designed or located properly within the facility to
take care of the many services they now try to provide. (TAYLOR, 1968:167)
193
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Os pacientes internos, por sua vez, tambm alteraram muito as enfermarias por
causa da exigncia cada vez maior de espao, sofisticao e privacidade. O
conceito de hotelaria transformou muito as reas de internao, originando obras
para aumentar o tamanho e a quantidade de quartos privativos.
Sobre questes de ordem poltica, CAETANO (apud LIMEIRA, 2006:83) alerta que
um erro projetar um Departamento segundo a idiossincrasia de um dado mdico
(como to frequentemente acontece), sendo que o hospital continuar de p depois
de ele ter desaparecido. clara nos hospitais a disputa de poder entre os
profissionais, o que s vezes dificulta nestas instituies um planejamento mais
global e integrado.
Num hospital pblico, por exemplo, a verba estatal, ou seja, de uma fonte indireta,
um proprietrio distante. Por isto acredita-se que ele apresenta uma situao
organizacional descentralizada, onde no h um pensamento coletivo para a
aplicao dos recursos. Isto significa que os usurios do hospital com o poder de
deciso gerenciam sob interesses individualizados, cada um angariando recursos
para a melhoria do seu setor, separadamente. Esta segregao poltica causa
segregao tambm no espao, com intervenes arquitetnicas pontuais e, s
vezes, planejadas sem a viso global do edifcio. Como visto em alguns hospitais
pblicos visitados e mencionados por alguns arquitetos entrevistados para esta
pesquisa, ocorrem casos onde o diretor de um setor especfico, tendo conseguido
recursos para a aquisio de um determinado equipamento e a realizao de uma
194
7 HOSPITAL CONTEMPORNEO: CENRIO DE TRANSFORMAES
determinada reforma, solicita espaos que poderiam ser compartilhados com outros
setores, minimizando a obra, mas exigindo concesses. H, porm, dificuldade
para convencer cada rea a ceder, estando o poder poltico com estes diretores,
enquanto que um hospital privado geralmente gerido pelos prprios donos da
instituio, centralizando mais a tomada de deciso. Isto tende a facilitar, em alguns
casos, a otimizao da utilizao dos espaos, estabelecendo as mesmas
prioridades a todos os setores e aumentando o controle sobre qualquer reforma.
Por este motivo, mais comum em hospitais privados o uso de planos diretores
como ferramenta de controle das obras de expanso e renovao do edifcio.
H ainda o caso especial da Rede Sarah, que um hospital pblico com uma
estrutura poltica bastante particular4, onde a figura do arquiteto detm grande parte
do poder de deciso sobre as modificaes do edifcio. H l um histrico forte de
participao da arquitetura na raiz do planejamento da rede de hospitais, com uma
rgida padronizao dos seus elementos construtivos e mobilirio, mantida mesmo
aps anos de funcionamento.
4
A Rede Sarah gerida pela Associao das Pioneiras Sociais (APS), tem como objetivo retornar o imposto pago
por qualquer cidado, prestando-lhe assistncia mdica qualificada e gratuita, formando e qualificando profissionais
de sade, desenvolvendo pesquisa cientfica e gerando tecnologia. O carter autnomo da gesto desse servio
pblico de sade faz da Associao a primeira Instituio pblica no-estatal brasileira. (www.sarah.br)
195
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Pode-se dizer que a grande maioria dos hospitais com mais de dez anos de
funcionamento tiveram que passar por reformas, e o fazem durante quase todo o
tempo, nos diferentes nveis de intervenes. A renovao e expanso de edifcios
hospitalares existentes um fenmeno que pode ser clareado com alguns
exemplos, que sero apresentados a seguir.
A Santa Casa de Santos, que foi o primeiro edifcio hospitalar do Brasil a ser
construdo (1543), passou por uma importante reforma e ampliao iniciada em
1929. As obras se arrastaram por vrios anos e tornaram-se contnuas no hospital,
segundo o depoimento do Dr. Hugo Santos Silva6.
5
Traduo livre da autora para: In Western Europe, some hospitals still occupy buildings that were once medieval
monasteries, but even relatively new hospitals have failed to keep pace with changing patterns of disease and
treatment. (MCKEE e HEALY, 2002:9)
6
Revista Acrpole, setembro de 1943:130.
196
7 HOSPITAL CONTEMPORNEO: CENRIO DE TRANSFORMAES
A experincia da Santa Casa de So Paulo (Figuras 7.01 e 7.02), por sua vez, foi
repleta de reformas e expanses, como apresenta MIQUELIN (1992). Segundo ele,
o processo no planejado de crescimento e reformas conduziu este Hospital-
escola a um conjunto desorganizado de edifcios, interligados atravs de tneis e
passagens subterrneas com aproximadamente 1 km de extenso. O papel de
ensino desta Santa Casa pode ter contribudo para a multiplicao de edifcios
departamentais estanques, duplicando servios, recursos humanos e materiais. O
padro de crescimento e transformaes da Santa Casa um exemplo interessante
do que pode ocorrer num processo natural e, portanto, desordenado, de
desenvolvimento da anatomia do edifcio hospitalar. (FERNANDES, 2003:25)
197
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 7.03: Hospital Samaritano antes da Figura 7.04: Simulao do Hospital Samaritano
ltima ampliao. com a ltima ampliao.
Fonte: Hospital Samaritano. Fonte: Revista Finestra no 50, agosto de 2007
7
Revista Finestra. Disponvel em <www.arcoweb.com.br/arquitetura/botti-rubin-arquitetos-hospital-samaritano-17-
09-2007.html>
8
MARINELLI, 2003:14.
198
7 HOSPITAL CONTEMPORNEO: CENRIO DE TRANSFORMAES
O Hospital Oswaldo Cruz, que iniciou suas atividades em 1923, num edifcio de dois
pavimentos e um subsolo, somando um total de 30 leitos, hoje possui uma estrutura
fsica muito maior. Em 1928 foi construda a sua primeira ampliao, com um
pavimento a mais no prdio existente, o aproveitamento do sto, a instalao de
um elevador e a construo do segundo prdio. Em 1966 foi construdo um edifcio
anexo de trs pavimentos com internao e rea administrativa, e na dcada de
1970 foram construdos o Centro de Diagnstico e Check-up, uma Clnica de
Reabilitao e a Farmcia. Para acompanhar o ritmo acelerado do desenvolvimento
tecnolgico, em 1980 foram construdos um novo Centro Cirrgico e uma nova UTI.
Na dcada de 1990 foi construdo o Centro de Diagnstico formado por dois
pavimentos subterrneos abaixo do jardim interno. E no final dos anos 1990
iniciou-se a construo de um edifcio de 14 pavimentos. (MARINELLI, 2003:68)
9
Retrofit uma palavra inglesa que significa readequao ou reajustamento. Em outras palavras, quer dizer
adaptar algo do passado s mudanas promovidas por uma nova era. (MARINELLI, 2003:158)
10
ZANETTINI ARQUITETURA PLANEJAMENTO CONSULTORIA LTDA. Disponvel em:
<www.zanettini.com.br/hosp_edmundovasconscelos.html>
199
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
11 o
Revista Projeto n 214, novembro de 1997.
200
7 HOSPITAL CONTEMPORNEO: CENRIO DE TRANSFORMAES
O mesmo ocorreu com o Baptist Memorial Medical Center, na cidade de North Little
Rock, Arkansas (Estados Unidos). Neste caso o novo hospital, projetado por um
escritrio de Dallas (HKS), reduziu pela metade o nmero de leitos do anterior,
compactando as reas de exames para reduzir a necessidade de mover os
pacientes entre diferentes departamentos. No projeto os quartos de internao so
flexveis o suficiente para deixar que mais procedimentos de diagnstico e
tratamento ocorram junto ao leito. (PEARSON, 1997)
201
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
12
Banco de dados do Sistema nico de Sade
13
Disponvel em <www.clicsaude.com.br/pub/materiaview.asp?cod_materia=229>
202
7 HOSPITAL CONTEMPORNEO: CENRIO DE TRANSFORMAES
Aps o primeiro edifcio do HSL (Bloco A), muitos outros foram construdos, sendo
que a primeira expanso resultou, em 1971, no edifcio localizado atrs do Casaro
Branco (Bloco B), onde foi implantada a primeira Unidade de Tratamento Intensivo
(UTI) do Brasil14.
Com uma equipe mdica em crescimento, a estrutura do HSL foi aos poucos se
modernizando por causa das novidades trazidas pelos seus profissionais, muitas
vezes envolvidos com a universidade. Em 1972 foi ento inaugurado um novo
prdio, conhecido hoje como Bloco B. Com dez pavimentos, foi ocupado pelas
reas de Radiologia (trreo), Radioterapia Geral e Supervoltagem, Unidades de
Terapia Intensiva e Semi-intensiva, entre outras. Com o incentivo s atividades de
ensino na nova estrutura do hospital, foi criado em 1978 o Centro de Estudos e
Pesquisas (CEPE).
14
Sociedade Brasileira da Histria da Medicina. Disponvel em:
<www.sbhm.org.br/index.asp?p=instituicoes_view&codigo=13 >
203
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
L+M (arquiteto Lauro Miquelin e arquiteta Sung Mei Ling) em 2007, e a construo
do Bloco D, em andamento.
Segundo entrevista ao engenheiro do HSL Vincius Ferreira, nos ltimos trs anos
houve duas ou trs trocas de equipamentos de tomografia no hospital, ilustrando o
dinamismo das suas renovaes tecnolgicas na rea de diagnstico. Em visita ao
hospital em 2008, o novo Centro de Diagnstico por Imagem (CDI) estava ainda em
obras, as quais claramente representavam um obstculo para o cotidiano da
instituio. Sempre um problema a ser minimizado, o canteiro de obras dentro do
hospital normalmente gera desvios de circulao e adaptaes provisrias, como
de fato ocorreu no HSL.
O Hospital So Camilo Pompia (Figuras 7.10 e 7.11), por sua vez, est
construindo uma ampliao, que gerou nos edifcios existentes uma srie de
renovaes para acompanhar a sofisticao tecnolgica dos novos blocos. Em
2002, o arquiteto Siegbert Zanettini elaborou um novo plano diretor junto com toda
equipe do hospital. Nesse plano, o prdio existente seria integrado a dois novos
blocos para formar um conjunto nico, com quase 40 mil m. Esses blocos foram
identificados, andar por andar, com o existente. (HORTA, 2005)
204
7 HOSPITAL CONTEMPORNEO: CENRIO DE TRANSFORMAES
Figura 7.10: Ampliao do Hospital So Figura 7.11: Esquema das fases de ampliao do
Camilo Pompia. Hospital So Camilo Pompia.
Fonte: Acervo do arquiteto Siegbert Fonte: HORTA, 2005.
Zanettini.
205
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 7.12: Corredor externo do Hospital de Clnicas de Figura 7.13: Unidade provisria
Barcelona nos anos 1930, mostrando o p-direito alto que, composta de contineres, localizada
posteriormente, foi dividido em dois pavimentos. no vo entre dos edifcios do Hospital
Fonte: CORBELLA, 2006:23. de Clnicas de Barcelona.
Fonte: CORBELLA, 2006:226.
206
8
INTERAO ARQUITETNICA COM OS
AVANOS TECNOLGICOS
8 INTERAO ARQUITETNICA COM OS AVANOS TECNOLGICOS
Ao longo da sua existncia, cada setor do hospital teve que alterar-se de formas
diferentes em virtude da varivel tecnolgica, ora ampliando-se para dar espao a
equipamentos e procedimentos totalmente novos, ora rearticulando os seus
ambientes pela simples substituio de um aparelho obsoleto.
Nesta parte da dissertao, ento, o intuito foi descrever com maior profundidade
como ocorre este processo de transformao do edifcio hospitalar frente os
avanos da tecnologia, procurando relacionar cada unidade funcional s suas
prprias reformas e expanses.
8.1 INTERNAO
As camas ficaram mais largas ao longo das ltimas dcadas, pois passaram a
agregar cada vez mais funes. A autonomia dos pacientes em relao
movimentao do leito (ngulos de reclinao) evoluiu muito atravs de artifcios
mecnicos e eletrnicos acoplados nas laterais da cama. Os seus assessrios
tambm se modificaram para atender melhor o paciente, tornando-se em muitos
casos mais ergonmico quando deslocado.
A cama, em si, com toda a sua nova parafernlia, passou a se movimentar mais
pela instituio, com o intuito de minimizar as transferncias do paciente para
outros equipamentos de transporte. Assim, todo o hospital viu-se obrigado a
aumentar os vos de suas portas, que hoje chegam a ultrapassar 1,20m de largura.
209
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
210
8 INTERAO ARQUITETNICA COM OS AVANOS TECNOLGICOS
211
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
pouco menores. Por outro lado, as melhorias tcnicas muitas vezes significaram a
criao de novos ambientes, seja para abrigar novas mquinas ou novas atividades
que apareceram junto ao exame (Sala Tcnica, Sala de Preparo, Sala de
Recuperao, etc).
Segundo entrevista cedida pelo engenheiro Vincius Ferreira, muito raro o caso
onde a troca de um equipamento no signifique uma alterao do espao. Em sua
opinio, estas alteraes no esto to ligadas carga eltrica ou ao tamanho das
mquinas, mas sim sua funcionalidade, rapidez e sua movimentao. A
incorporao de novas funes e o aumento da agilidade do exame geralmente
modificam o fluxo de pacientes e ocasionam alteraes externas sala de exame,
como nas reas de Espera, Preparo e Recuperao. A movimentao do
equipamento, que se posiciona em relao parte do corpo a ser examinada,
modifica o espao mnimo necessrio sua volta.
1
Traduo livre da autora para: Even if it has taken years to bring the project to a head, the hospital usually wants
immediate action. The owner is eager to begin construction and impatient with time taken for planning. (WHEELER,
1971)
212
8 INTERAO ARQUITETNICA COM OS AVANOS TECNOLGICOS
2
A exposio prolongada radiao ionizante pode provocar anemia, leucemia, cncer de pele, c6ancer sseo,
entre outros. (www.clicsaude.com.br/pub/materiaview.asp?cod_materia=229, 2005)
213
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
8.2.1 Radiologia
3
Traduo livre da autora para: In the past so many departments have suffered from loss of efficiency due largely
to the use of stereotyped plans and failure to give due consideration to the fact that whatever space is reckoned to
be sufficient to deal with todays problems, it is inevitably inadequate in the long term. (TERRY e MCLAREN,
1971:11)
214
8 INTERAO ARQUITETNICA COM OS AVANOS TECNOLGICOS
(revelao dos filmes de Raios-X), salas de interpretao dos laudos, salas para o
arquivamento dos laudos e salas de chefias administrativas. Os ambientes que
mais se modificaram foram a sala do exame e a rea de revelao do filme.
As salas de alguns exames, por sua vez, passaram a exigir menos espao,
enquanto outros tipos de equipamento continuaram grandes por realizarem na
mesma mquina o exame de diversas partes do corpo. Nestes casos, porm, pode-
se notar que as mquinas ficaram mais articuladas e mais leves, embora o espao
necessrio para a realizao do exame pouco mudou em funo da presena do
plano horizontal para o paciente, cujas medidas continuaram as mesmas. Alm
disso, diferentes reas passaram a ser definidas pela inovao nos movimentos de
cada equipamento.
215
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
216
8 INTERAO ARQUITETNICA COM OS AVANOS TECNOLGICOS
As substncias radioativas, por sua vez, devem ser preparadas antes de ingeridas
pelo paciente, sendo armazenadas e manipuladas com segurana em uma sala
separada e de acesso controlado (Radiofarmcia ou Sala Quente). O recebimento
das substncias realizado manualmente ou por carros de transporte, requerendo
ateno especial. Deve ser evitada a passagem destas substncias por reas de
acesso ou permanncia de pacientes.
217
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
218
8 INTERAO ARQUITETNICA COM OS AVANOS TECNOLGICOS
Em alguns hospitais brasileiros, por exemplo, foram observados casos onde reas
antes destinadas a apenas um equipamento de RM, foram facilmente ocupadas por
dois deles, provando a diminuio das dimenses da mquina.
219
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
8.2.4 Laboratrios
Na maioria dos hospitais visitados durante esta pesquisa foi observado que os
laboratrios so reas que demandam muitas reformas, embora estas sejam de
pequena escala. Isto se explica pelo fato de que cada equipamento que adquirido
ou deslocado exige uma srie de ajustes nas instalaes eltricas, hidrulicas e
fludo-mecnicas. As bancadas tambm so frequentemente modificadas, ora
220
8 INTERAO ARQUITETNICA COM OS AVANOS TECNOLGICOS
Figuras 8.06, 8.07 e 8.09: Laboratrio em 2009 (Hospital Sarah Kubitschek de Braslia).
Fonte: Acervo da autora.
8.2.5 Radioterapia
No caso do Alta Bates Cancer Center (Califrnia, Estados Unidos), por exemplo,
houve dificuldade na hora de adaptar um edifcio existente, onde o p-direito de
2,4m era insuficiente para a instalao do novo equipamento de radioterapia. Um
221
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
novo edifcio teve que ser construdo para atender os quase 5m de p direito
exigidos. (PEARSON, 1997)
8.2.6 Cirurgia
Segundo TOLEDO (s/d), houve nos hospitais uma queda de barreiras fsicas com
as descobertas cientficas e tecnolgicas do final do sculo XIX.
222
8 INTERAO ARQUITETNICA COM OS AVANOS TECNOLGICOS
No Brigham and Womens Hospital, por sua vez, a unio da prtica cirrgica com o
auxlio diagnstico foi mais longe com a construo de um prottipo com trs salas
contguas (Figuras 8.11 e 8.12) para a interao simultnea entre a cirurgia e as
4
Em entrevista autora (fevereiro de 2009)
223
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
5
Traduo livre da autora para: The operating/angiography room (OAR), is outfitted with a state-of-the-art,
electronically controlled patient table surrounded by imaging modalities and therapy devices, including a ceiling-
integrated navigation system, a fluoroscopy unit, 3D ultrasound, and a near-infrared imaging system. The patient
table top can be changed to optimize the procedure for surgery or angiography. () The ceiling mounted MRI
scanner can be moved out of the MR room and into the operating/angiography room. With this innovation, the
patient does not need to be transferred into the operating/angiography table for MR imaging. These features enable
flexibility in workflow to tailor procedures to the needs of the doctor and patient. (National Center for Image Guided
Therapy - www.ncigt.org/pages/AMIGO)
6
Traduo livre da autora para: The design process for technology intensive image-guided surgery rooms has
layers of complexity that will require a myriad of constituents including clinicians, technologists, nursing staff,
biomedical personnel, material management, facility planning staff, architects/medical planners, engineers, and
equipment planners/vendors. No one individual is cognizant of all of the required parameters; the process requires
collaboration among all of them. (ROUGHAN, 2009)
224
8 INTERAO ARQUITETNICA COM OS AVANOS TECNOLGICOS
Figuras 8.11 e 8.12: Projeto das salas cirrgicas do Programa AMIGO, implantado no
Brigham and Womens Hospital (Boston, EUA).
Fonte: National Center for Image Guided Therapy.
O que era outrora domnio nico do cirurgio foi invadido por vrios clnicos
diferentes, entre os quais cardiologistas intervencionistas, radiologistas, e
gastroenterologistas. Cdigos esto atualmente sendo reescritos e a
distino entre salas de cirurgia e salas de procedimentos intervencionistas
est mais turva. A questo inevitvel se uma caixa pode ser criada onde
um tamanho sirva para tudo. 7(ROUGHAN, 2009)
7
Traduo livre da autora para: What was once the sole domain of the surgeon has been invaded by several
different clinicians, among them interventional cardiologists, radiologists, and gastroenterologists. Codes are
currently being rewritten and the distinction between ORs and interventional procedure rooms is further blurred. The
Inevitable question is whether a box can be created where one size fits all (ROUGHAN, 2009)
225
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Foi possibilitado o ensino distncia em tempo real, e por isso os Anfiteatros cada
vez mais tm se preparado tecnologicamente para receber sistemas de
videoconferncia e possuir salas onde os profissionais de sade possam acessar a
internet e buscar novos conhecimentos e se atualizarem. (MARINELLI, 2003:131)
At a segunda metade do sculo XX, como pode ser observado nas imagens
abaixo, nas salas de cirurgia dos hospitais escola eram projetados espaos
especiais para que os alunos pudessem assistir aos procedimentos. Com as
ferramentas atuais isso no mais necessrio, permitindo ainda que um maior
nmero de alunos assista cada cirurgia, em um ambiente mais apropriado
atividade didtica.
226
8 INTERAO ARQUITETNICA COM OS AVANOS TECNOLGICOS
Figura 8.14: Sala de cirurgia Hospital de Figura 8.15: Sala de cirurgia com observatrio
Clnicas de Barcelona nos anos 1920. superior.
Fonte: CORBELLA, 2006:72. Fonte: Post-Gazzete.
227
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
228
8 INTERAO ARQUITETNICA COM OS AVANOS TECNOLGICOS
229
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
230
8 INTERAO ARQUITETNICA COM OS AVANOS TECNOLGICOS
Com as visitas a alguns hospitais durante esta pesquisa, foi possvel constatar que
o sistema de ar condicionado um dos que mais impactaram arquitetonicamente os
edifcios, pela dimenso e complexidade dos equipamentos envolvidos. Os Chillers
e as Torres de Resfriamento constituem equipamentos grandes e com necessidade
de ventilao, o que induz que a sua localizao seja geralmente na cobertura dos
edifcios. A tubulao envolvida nesta fase de congelamento da gua tambm
bastante volumosa, ocupando espaos significativos nos bastidores do edifcio.
231
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Shafts novos esto sendo abertos do trreo ao ltimo pavimento, instalando uma
nova espinha dorsal eletroeletrnica (sistema de barramento Bus-way). O sistema
de transporte vertical, obsoleto, tambm est sofrendo alteraes.
Segundo o engenheiro responsvel pela obra, Gilberto Baron, uma das grandes
razes para o reforo estrutural nas lajes foi a abertura dos Shafts no edifcio, pois
a laje existente nervurada. A escada existente foi demolida para o aumento do
hall dos elevadores, sendo que os nveis tambm se modificaram em alguns
pavimentos. A laje com maior reforo estrutural a laje do 4 pavimento, onde
232
8 INTERAO ARQUITETNICA COM OS AVANOS TECNOLGICOS
233
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
234
9
ESTUDO DE CASO 1:
INSTITUTO DO CORAO
9 ESTUDO DE CASO 1: INSTITUTO DO CORAO
237
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
238
9 ESTUDO DE CASO 1: INSTITUTO DO CORAO
Em 1993 a obra foi mais impactante com a construo de um edifcio anexo para a
nova unidade de Ressonncia Magntica. Aproveitando a rea adicionada ao
239
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
240
9 ESTUDO DE CASO 1: INSTITUTO DO CORAO
3.1.1 Radiologia
241
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Estas mudanas podem ser observadas na planta de 2009 (Figura 9.10), onde se
percebe que a sala de preparo ocupa parte de um corredor que deveria servir de
acesso ao Arquivo Mdico. A rea foi ocupada por no haver outra disponvel no
andar, muito menos dentro da unidade de Radiologia.
242
9 ESTUDO DE CASO 1: INSTITUTO DO CORAO
Nos ltimos dois anos o InCor incorporou mais dois equipamentos de TC,
reformando para isso duas salas de Raios-X. Com o desenvolvimento da tecnologia
digital no processo de revelao do exame, parte das antigas Cmaras Clara e
Escura foram ocupadas. A expanso foi necessria porque os equipamentos
exigiram mais espao interno da sala, bem como reas para Comando e Sala
Tcnica. A configurao espacial resultante pode ser observada na planta de 2009
(Figura 9.10).
243
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
3.1.2 Laboratrio
244
9 ESTUDO DE CASO 1: INSTITUTO DO CORAO
Figura 9.13: Planta do Laboratrio de Anlises Clnicas do InCor a partir de 1995 (pavimento AB).
Fonte: Departamento de Arquitetura do InCor.
245
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 9.14: Centrfugas ocupando reas de Figura 9.15: Refrigeradores ocupando reas de
circulao junto aos Laboratrios de Pesquisa do circulao junto aos Laboratrios de Pesquisa do
InCor (10 pavimento). InCor (10 pavimento).
Fonte: Acervo da autora Fonte: Acervo da autora.
246
9 ESTUDO DE CASO 1: INSTITUTO DO CORAO
Figura 9.17: Planta da unidade de Figura 9.18: Planta da unidade de Ecocardiografia
Ecocardiografia em 1984 (pavimento AB). em 1987 (pavimento AB).
Fonte: Departamento de Arquitetura do InCor. Fonte: Departamento de Arquitetura do InCor.
Figura 9.19: Planta da unidade de Ecocardiografia em 1993 (pavimento AB).
Fonte: Departamento de Arquitetura do InCor.
247
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
248
9 ESTUDO DE CASO 1: INSTITUTO DO CORAO
foram parcialmente transferidas para outra parte do mesmo andar. Esta nova rea
incluiu a administrao de um procedimento chamado Holter, e obstruiu um dos
acessos principais ao eixo de circulao vertical da instituio.
249
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
250
9 ESTUDO DE CASO 1: INSTITUTO DO CORAO
251
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
252
9 ESTUDO DE CASO 1: INSTITUTO DO CORAO
Aps a instalao dos dois equipamentos de RM, um deles foi trocado em 2008,
permitindo a diminuio tanto da sala do exame quanto da sua Sala Tcnica.
Apesar de adaptar-se um espao menor horizontalmente, o novo equipamento
exigiu um p-direito maior, gerando dificuldades para a execuo da reforma.
Com o espao ganho na sala de RM foi aberto um corredor nos seus fundos,
conectando quatro novas salas de mdicos. Foi possvel tambm o aumento da
sala de Interpretao de Laudos.
Em visita a esta rea, constatou-se que apesar das novas salas adicionadas para
os mdicos, h hoje a superlotao das mesmas. Abrigando atividades
relacionadas interpretao e discusso de laudos, absorve tambm algumas
atividades de pesquisa, por estar localizada em um hospital-escola.
253
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
254
9 ESTUDO DE CASO 1: INSTITUTO DO CORAO
255
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 9.30: Puxadinhos nas redes de Figura 9.31: Ajustes aparentes no Sistema de Ar
instalaes prediais do InCor, incluindo Condicionado vistos na fachada de fundos do InCor.
os dutos de ar condicionado, a Fonte: Acervo da autora.
tubulao de gua dos hidrantes, etc.
Fonte: Acervo da autora.
Figura 9.32: Central de Utilidades do Bloco II do InCor. Figura 9.33: Sala de CPD.
Fonte: Acervo da autora. Fonte: Acervo da autora.
256
9 ESTUDO DE CASO 1: INSTITUTO DO CORAO
9.3 CONCLUSES
257
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 9.34:
Mapa elaborado para orientar a
circulao dos usurios
(principalmente dos pacientes
externos) no pavimento AB. No
desenho ficam evidentes as linhas
coloridas como ferramentas de
orientao.
Fonte: InCor.
258
9 ESTUDO DE CASO 1: INSTITUTO DO CORAO
Diante da pesquisa apresentada neste captulo pode-se concluir ainda que, nos
edifcios hospitalares, os espaos de armazenagem de arquivos mdicos esto
lentamente desaparecendo e abrindo espaos valiosos para outras atividades. No
InCor foi possvel acompanhar este processo, sendo que a digitalizao dos
processos na Radiologia, por exemplo, est permitindo a ampliao de outras reas
como as de espera (projeto para 2010).
259
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
260
10
ESTUDO DE CASO 2:
HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN
10 ESTUDO DE CASO 2: HOSPITAL ALBERT EINSTEIN
263
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
264
10 ESTUDO DE CASO 2: HOSPITAL ALBERT EINSTEIN
Pode-se supor tambm que a Medicina Nuclear tenha ali se instalado por volta de
1982, ano de inaugurao do Bloco BC que coincide com a poca em que este tipo
de exame chegou aos EAS brasileiros. provvel ainda que as reas de Mtodos
Grficos e Pneumologia tenham migrado do Bloco D para o Bloco A, como ocorreu
com as de Ultrasonografia, Endoscopia e Colonoscopia.
265
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
1
Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Centro Histrico. Gesto Jozef Fehr: Primeiro Perodo 1979-
1989.
266
10 ESTUDO DE CASO 2: HOSPITAL ALBERT EINSTEIN
No lado oposto do corredor surgiu mais uma sala de Eco e uma sala de Tilt Test,
que formaram uma rea comum e ocuparam a unidade de Engenharia Clnica. Esta
passou a ocupar uma rea da Radiologia no Bloco D, possibilitada pela
transferncia de um dos tomgrafos para a Unidade Avanada Einstein Alphaville.
267
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Em meados nos anos 2000 foi adicionado um anexo de ligao entre os Blocos C e
D. Assim, algumas casas de mquinas, antes mais espalhadas pelos Blocos B e D,
desapareceram e deram lugar a salas maiores localizadas neste novo volume.
Embora esta informao no tenha sido confirmada, suspeita-se que estes
ambientes maiores tenham sido construdos para centralizar as instalaes de ar
condicionado do pavimento (Fan-coils).
268
10 ESTUDO DE CASO 2: HOSPITAL ALBERT EINSTEIN
10.1.1 Radiologia
269
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 10.04: Planta da Unidade de Radiologia do Figura 10.05: Planta da Unidade de Radiologia do
HIAE em 1998 (4 pavto). HIAE em 2009 (4 pavto).
Fonte: Fiorentini Arquitetura de Hospitais. Fonte: Departamento de Projetos e Obras HIAE.
270
10 ESTUDO DE CASO 2: HOSPITAL ALBERT EINSTEIN
Figura 10.06: Antiga Cmara Escura, hoje Figura 10.07: Cmara Clara ou Unidade Tcnica,
utilizada para servios de apoio. onde feita a revelao (digital) dos exames de
Fonte: Acervo da autora Radiologia.
Fonte: Acervo da autora.
271
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Vale lembrar que transferir uma Casa de Mquinas uma tarefa complexa, pois lida
com um sistema interligado horizontalmente e verticalmente a vrios locais do
edifcio. As reformas nestas reas demandam ajustes no forro falso e, logo,
interferncias em outros ambientes. Mudanas nas instalaes de ar-condicionado,
por exemplo, implica desativar temporariamente a climatizao em alguns
ambientes, o que pode, no caso de exames de diagnstico, significar o fechamento
da sala por determinado perodo de tempo. Isto gera por conseguinte prejuzo
instituio.
10.1.2 Hemodinmica
272
10 ESTUDO DE CASO 2: HOSPITAL ALBERT EINSTEIN
273
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
10.1.3 Laboratrio
Figura 10.10:
Planta do Laboratrio do HIAE em 1998 (4 pavto).
Fonte: Fiorentini Arquitetura de Hospitais.
274
10 ESTUDO DE CASO 2: HOSPITAL ALBERT EINSTEIN
Figura 10.11:
Planta do Laboratrio do HIAE em 2009 (4
pavto).
Fonte: Departamento de Projetos e Obras
HIAE.
275
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 10.12: Planta da Medicina Figura 10.13: Planta da Unidade de Medicina Nuclear
Nuclear do HIAE em 1998 (4 pavto). do HIAE em 2009 (4 pavto).
Fonte: Fiorentini Arquitetura de Fonte: Departamento de Projetos e Obras HIAE.
Hospitais.
276
10 ESTUDO DE CASO 2: HOSPITAL ALBERT EINSTEIN
277
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
ocorreu com a supresso de duas salas de Ultrasonografia. Uma delas deu lugar a
uma sala de Tilt Test, enquanto a outra deu lugar para o novo acesso ao Bloco A1
(Figura 10.19).
O Tilt Test foi encontrado tanto na unidade de Ultrasom como na unidade de Eco.
Isto se justifica por este ser um exame de localizao flexvel, com necessidades de
infraestrutura pouco especficas. Est vinculado ao diagnstico de cardiologia,
278
10 ESTUDO DE CASO 2: HOSPITAL ALBERT EINSTEIN
279
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
280
10 ESTUDO DE CASO 2: HOSPITAL ALBERT EINSTEIN
281
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
10.22), havia trs salas de exame, apoiadas por trs respectivas Salas Tcnicas e
salas de Comando.
Figura 10.22: Planta da Unidade de Ressonncia Magntica (RM) do HIAE em 1998 (Subsolo 1)
Fonte: Fiorentini Arquitetura de Hospitais.
282
10 ESTUDO DE CASO 2: HOSPITAL ALBERT EINSTEIN
Em 2009 (Figura 10.23) muitas mudanas foram constatadas. Uma sala de RM foi
adicionada, sendo que dois equipamentos existentes foram trocados e geraram
reformas. O equipamento mais antigo da unidade (Figura 10.25) est localizado no
canto superior direito da planta, possuindo uma proteo radiolgica mais
sofisticada por tratar-se de um campo magntico mais abrangente. A sua Sala
Tcnica diminuiu, enquanto as dos equipamentos posteriores aumentaram. A
mesma sala receber um novo equipamento em 2010, segundo o engenheiro
Reinaldo Gabarron.
magneto por razes de proteo mecnica. Com esta reforma foram ainda
ajustadas as reas adjacentes, sendo que a sala de Comando anterior, que servia
283
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
tambm como circulao, ficou isolada entre dois corredores, tambm recebendo
ao seu lado uma nova rea de Espera para acamados.
O Centro de Simulao Realstica (CSR Figura 10.26) foi uma unidade adicionada
no HIAE aps 1998, ocupando parte do antigo estacionamento. Ali a tecnologia
tambm desempenha papel importante, na medida em que seus ambientes incluem
salas de cirurgia simuladas em robs. A presena destas reas gerou o aumento da
infraestrutura no andar, no intuito de atender a presena de mais equipamentos.
284
10 ESTUDO DE CASO 2: HOSPITAL ALBERT EINSTEIN
285
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 10.28: Planta da Unidade de Ressonncia Magntica do HIAE em 2009 (Subsolo 1).
Fonte: Departamento de Projetos e Obras HIAE.
286
10 ESTUDO DE CASO 2: HOSPITAL ALBERT EINSTEIN
Figura 10.29: Ptio de Servios em 2009 (Subsolo 1), Figura 10.30: Central de Gases.
mostrando as Torres de Resfriamento na cobertura da Central Fonte: Acervo da autora.
Trmica, os Contineres e, ao fundo, a Central de Geradores e
outras duas Casas de Mquinas encostadas no Bloco A.
Fonte: Acervo da autora.
10.3 CONCLUSES
287
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
288
10 ESTUDO DE CASO 2: HOSPITAL ALBERT EINSTEIN
e condutores pelo forro. Este fato facilitou tambm a manuteno destes espaos
tcnicos verticais, na medida em que no h necessidade de entrar nas unidades
para a realizao de reparos.
289
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
290
11
ESTUDO DE CASO 3:
HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK BRASLIA
11 ESTUDO DE CASO 3: HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK DE BRASLIA
Este foi o pavimento mais modificado do HDAL at hoje. Entre as reas que
estiveram ou esto presentes neste andar esto os setores de Diagnstico por
Imagem (Radiologia, Ressonncia Magntica e Medicina Nuclear), o Centro
Cirrgico, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o Laboratrio de Movimentos, os
Laboratrios de Anlises Clnicas e o Banco de Sangue, concluindo as unidades
funcionais com mais tecnologias agregadas. Ainda no S1 podemos indicar a
presena dos Vestirios de funcionrios, do Arquivo Mdico, da Anatomia
Patolgica, do Centro de Criatividade e das reas de Ensino e Pesquisa (Biblioteca
e Auditrios).
293
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
294
11 ESTUDO DE CASO 3: HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK DE BRASLIA
295
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
3.1.1 Radiologia
296
11 ESTUDO DE CASO 3: HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK DE BRASLIA
297
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 11.09: Digitalizadora (CR) na atual rea Figura 11.10: rea de Comando comum entre as
de revelao digital trs salas adjacentes de Tomografia.
(antigas Cmaras Clara e Escura). Fonte: Acervo da autora.
Fonte: Acervo da autora.
Na direo transversal, porm, a flexibilidade ficou mais restrita, por causa das
diferentes dimenses dos vos entre pilares, que dificultaram um layout diverso do
daquele definido inicialmente.
3.1.2 Laboratrio
298
11 ESTUDO DE CASO 3: HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK DE BRASLIA
O acrscimo de espao do
Laboratrio foi motivado,
segundo Vasconcellos, pelo
avano cientfico, na medida em
que foi descoberta a Patologia
Molecular e uma grande rea
precisou ser dedicada ela.
Segundo Marcelo Buzzi, que
trabalha na rea, a Patologia
Molecular tende a crescer e
substituir a Patologia Clnica.
299
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
300
11 ESTUDO DE CASO 3: HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK DE BRASLIA
301
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
302
11 ESTUDO DE CASO 3: HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK DE BRASLIA
distanciando-se da temperatura de
conforto dos usurios, em especial
os funcionrios, cuja permanncia
nas reas mais prolongada.
Assim, mais uma alterao se
tornou necessria, na medida em
que o sistema de climatizao deve
ser subdividido para criar ambientes
de temperaturas diferentes (um
Fan-coil para cada temperatura).
A rea de Medicina Nuclear, por sua vez, no permaneceu muito tempo no hospital.
Com muitas especificidades em relao ao espao fsico e aos procedimentos
envolvidos, a sala de Cintilografia recentemente deu lugar a uma sala de Simulao
do exame de RM, especialmente construda para diminuir a fobia do paciente
durante o exame propriamente dito. Nesta sala existe um equipamento falso, que
simula a sensao de claustrofobia. As salas de Vdeo MR e Vdeo CT, criadas
tambm para preparar psicologicamente o paciente com vdeos explicativos sobre
os exames de Ressonncia Magntica e Tomografia, no foram muito utilizadas, e
so hoje ocupadas por salas de Ultrasonografia.
303
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
304
11 ESTUDO DE CASO 3: HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK DE BRASLIA
Na planta de 2007 possvel perceber que em uma rea onde existiam duas salas
cirrgicas, passou a existir somente uma. Esta a sala na qual se introduziu o
Tomgrafo deslizante, o qual trouxe ainda espaos maiores para preparo e para
equipamentos (Sala Tcnica). Uma regio perifrica de instalaes foi criada,
servindo a esta e a outras duas salas de alta tecnologia, tambm maiores que as
comuns. O elevador monta-cargas ali existente, anteriormente utilizado para
transportar arquivos em papel entre o Arquivo Mdico e o Ambulatrio, acabou
sendo til para transportar os equipamentos vindos da Casa de Mquinas inferior.
305
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
306
11 ESTUDO DE CASO 3: HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK DE BRASLIA
1
No Rio as galerias so substitudas pelo piso tcnico, para dar mais flexibilidade ainda ao projeto. As galerias de
instalaes foram usadas tambm como vias de ventilao natural (Sarah de Salvador).
307
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
2
A maior mudana no ambiente foi a instalao de arquivos deslizantes.
308
11 ESTUDO DE CASO 3: HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK DE BRASLIA
reas de trabalho. Houve a substituio desta Autoclave por outra mais avanada,
onde as substncias utilizadas no eram txicas. O resultado foi uma obra para
incorporar o equipamento s reas de trabalho comuns.
309
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 11.26: Galeria de Instalaes do Subsolo 2 Figura 11.27: Condutores de gua gelada do
do Sarah Centro. sistema de Ar Condicionado.
Fonte: Acervo da autora. Fonte: Acervo da autora.
310
11 ESTUDO DE CASO 3: HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK DE BRASLIA
11.3 CONCLUSES
Concorda-se com MINIOLI (2007), que diz que o esquema estrutural do prdio e o
respeito a padronizao concebida durante estas reformas fez com que o conjunto
permanecesse harmonioso. Acredita-se que fatores de ordem poltica e
tecnolgica foram os que mais influenciaram para a preservao da organizao
espacial do hospital, desde a fase de projeto nos anos 1970.
O projeto estrutural original exemplo dessa premissa. (...) Ento o partido deveria
permitir sua repetio, com o objetivo de simplificar e dar unidade construo,
sem perder a sua caracterstica ao longo do tempo, pelas mudanas nas funes
dos ambientes. (MINIOLI, 2007:62)
311
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
No setor de Ressonncia Magntica, por sua vez, todas as salas de exame fazem
limite com uma grande Casa de Mquinas, a qual possui acesso independente ao
exterior do edifcio. Nesta regio, como ficou evidente durante uma visita rea,
reformas so realizadas de forma mais organizada e isolada, na medida em que a
obra fica totalmente voltada para as reas tcnicas. Estas, por sua vez, possuem
ligao direta com as galerias do S2, atravs de um plano inclinado. Com isso fica
flexvel o ajuste nas instalaes que vo servir a rea reformada.
Aps as anlises foi possvel concluir que outro fator importante para as ampliaes
do edifcio foi a modulao padronizada da sua estrutura, nico elemento esttico
do edifcio. O seu desenho tambm favoreceu a distribuio das instalaes
prediais por diversos caminhos embutidos.
Concorda-se com MINIOLI (2007:62) quando ela comenta que pela complexidade
de usos de um hospital, ficaria ainda mais dificultada sua funcionalidade e
manuteno, se o sistema construtivo fosse resolvido de maneira distinta para cada
setor. A modulao estrutural, como tambm apontado por Minioli, foi uma
312
11 ESTUDO DE CASO 3: HOSPITAL SARAH KUBITSCHEK DE BRASLIA
313
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
314
12
CONLCUSES
12 CONCLUSES
12 CONCLUSES
Por meio dos relatos de vrios autores e dos casos acompanhados de perto sobre
a adaptao arquitetnica dos edifcios hospitalares aos condicionantes
tecnolgicos nas reas de diagnstico, tratamento e infra-estrutura, conclui-se que
se trata de um processo complexo e instransponvel. Lidar com ele, por sua vez,
uma tarefa difcil que deve ser facilitada atravs da produo de uma arquitetura
mais flexvel, na medida em que a nica certeza a de que haver transformao.
Edifcios grandes e complexos como os hospitais nunca estaro finalizados, sendo
construes dinmicas como a prpria medicina e tecnologia.
317
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
318
12 CONCLUSES
Figura 12.03: Configurao das reas de Figura 12.04: Configurao das reas de
circulao do 4 pavimento circulao do Subsolo 1
do HIAE, em 1998. do HIAE, em 1998.
Figura 12.05: Configurao das reas de Figura 12.06: Configurao das reas de
circulao do 4 pavimento circulao do Subsolo 1
do HIAE, em 2009. do HIAE, em 2009.
O Hospital Sarah de Braslia aparece aqui como a experincia mais bem conduzida.
O seu zoneamento funcional e a sua malha de circulao horizontal (Figuras 12.07,
12.08, 12.09 e 12.10) apresentaram poucas alteraes significativas desde o incio
da vida til do edifcio.
319
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Figura 12.09: Configurao das reas de circulao do Figura 12.10: Configurao das reas de
Subsolo 1 circulao do Subsolo 2
do Hospital Sarah de Braslia, em 2007. do Hospital Sarah de Braslia, em 2007.
12.1.1 Diferenas
320
12 CONCLUSES
No caso do HIAE, que uma instituio privada, o poder de deciso est mais
centralizado, porm nas mos de um conjunto muito grande de pessoas. Mesmo
assim, tratando-se de cofres privados, a impresso a de que, neste caso, os
investimentos so mais bem distribudos entre as diferentes reas, no se
distanciando tanto da viso global do conjunto fsico do hospital.
12.1.2 Semelhanas
321
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Outra semelhana que merece ser mencionada entre todos os trs edifcios a
flutuao da localizao de exames de Ultrasonografia, bem como a presena
destes nas reas de Radiologia e Hemodinmica.
Isto o que est ocorrendo, por exemplo, no Hospital Albert Einstein, que est
aplicando este pensamento com unidades satlites da prpria instituio
especializadas no atendimento ambulatorial e de diagnstico (Imagenologia e
Laboratrio).
322
12 CONCLUSES
323
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
1
http://muhc-healing.mcgill.ca/english/Speakers/chefurka_p.html
2
Traduo livre da autora para: Flexibility means: adaptable or variable, not rigid, responsive to changing
conditions." (CHRISTIE, CHEFURKA, NESDOLY)
324
12 CONCLUSES
3
Traduo livre da autora para: The challenge to all involved in planning, construction and management of
healthcare facilities, is to anticipate, to the greatest degree, where changes are most likely to occur and to consider
"flexibility" throughout all stages of the planning, design, construction and post-occupancy phases to ensure that the
ultimate goals of client satisfaction, desirable clinical outcomes, efficient work environment, and effective use of
limited capital dollars, are all achieved. (CHRISTIE, CHEFURKA, NESDOLY)
325
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
4
Traduo livre da autora para: The concept of locating individual departments adjacent to soft spaces, that can
absorb the expansion of hard spaces, is essential to accommodating the ongoing needs of the department.
Planning for small and continuous change is as important as the major building expansion project. (CHRISTIE,
CHEFURKA, NESDOLY)
326
12 CONCLUSES
Isto pode ocorrer tanto dentro de uma mesma unidade funcional quanto entre
unidades diferentes. Dentro de uma rea de Ressonncia Magntica, por exemplo,
que possui salas mais simples como as administrativas e de mdicos (interpretao
de laudos), estas devem estar locadas na periferia das salas de exames e salas
tcnicas, que agregam maior complexidade e costumam alterar sua posio ou
forma em caso de reforma. Como comum a necessidade de expanso de setores
como o de RM como um todo, tambm importante manter nas suas adjacncias
reas mais flexveis tambm. Apesar das congruncias em termos de infra-
estrutura, seria desfavorvel colocar lado a lado reas como as de RM e de
Tomografia, na medida em que ambas tendem a transformar-se de forma
impactante.
327
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
328
12 CONCLUSES
5
SCHMIDT,2003:162.
329
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Se realmente revisado e adaptado com frequncia, o Plano Diretor pode ser uma
ferramenta muito til para o desenvolvimento das transformaes arquitetnicas.
Como numa cidade, so necessrias regras para o crescimento de um hospital,
afim de que no se crie o caos entre as relaes funcionais e formais do edifcio.
6
Disponvelem<http://muhc-healing.mcgill.ca/english/Speakers/chefurka_p.html>
330
12 CONCLUSES
De acordo com MENDES (2006), o plano diretor deve ser lgico e dinmico,
alinhado s necessidades da instituio e com ferramentas de deciso e de
atualizao que possibilitem a sua manuteno, j que se no for flexvel,
abandonado e no sobrevive s intempries.
7
Traduo livre da autora para: Considering drastic changes in healthcare service delivery systems, medical
technology developments, advances in construction and engineering technology and especially in information
technology, 30 years of sustainable effectiveness is quite remarkable. (NAGASAWA, 2007)
331
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
diretores precisam ter pessoas chave ou times de pessoas que esto presentes e
dando suporte durante todo o processo8.
Durante esta pesquisa, o melhor exemplo disso foi encontrado nas unidades da
Rede Sarah, nas quais o arquiteto Lel est sempre presente, antes como arquiteto
interno da instituio Sarah e hoje como consultor de outros arquitetos da Rede.
8
Traduo livre da autora para: Its (master plan) success depends on the clients understanding of architectural
ideas and the willingness of successive hospital authorities to honour the architects original vision. Thus, master
plans need to have key individuals or teams of people that are present and supportive throughout the entire
process. (NAGASAWA, 2007)
332
12 CONCLUSES
Neste sentido, GOMEZ (2002) comenta que preciso formar profissionais que
entendam o momento histrico que estamos vivendo, pois uma nova arquitetura se
faz urgente nos hospitais. notvel que a tendncia seja diminuir o ritmo de
construes fsicas hospitalares e aumentar a manuteno nas existentes. E para
que isso ocorra, preciso entender o cenrio que se apresenta, diz Gomez,
completando que quem estiver preparado para essa nova realidade, saber se
manter atuando em projetos desta natureza.
333
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
A pesquisa aqui realizada deixa tambm uma srie de outras questes a serem
investigadas futuramente.
Como pde ser visto nesta dissertao, intenso o processo de avano da cincia
e da tecnologia, que interfere muito em grande parte das atividades presentes na
sociedade contempornea. Assim, estes avanos devem ser cada vez mais
reconhecidos e compreendidos como condicionantes de projeto, pois interferem
muito no ambiente construdo. Nesta direo, os novos meios de comunicao
virtual so objetos a serem observados nos diversos campos que se aplicam,
prevendo seus desdobramentos na arquitetura.
334
12 CONCLUSES
Por tudo que foi exposto nesta pesquisa, cr-se ainda na necessidade de valorizar
mais o papel do arquiteto junto aos edifcios hospitalares, disseminando a
importncia da sua atuao como detentor de poder de deciso em relao s
transformaes arquitetnicas dos edifcios em geral.
335
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
336
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353
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
354
14
ANEXOS
14 ANEXOS
14 ANEXOS
14.1 ANEXO 1
Figura 14.01: Hospital Memorial Frana-Estados Unidos, Saint-L, 1955. (a) planta; (b) perspectiva.
Fonte: MIQUELIN, 1992.
357
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
2
MIQUELIN,1992
358
14 ANEXOS
14.2 ANEXO 2
359
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
mais reduzidos (bloco horizontal com internao e bloco vertical com servios
mdicos e apoio logstico). O Relatrio Nuffield representou, segundo MIQUELIN
(1992), um dos momentos mais importantes do processo de reviso crtica das
morfologias verticais que vinham sendo construdas na Amrica do Norte desde
1920 (existem dois exemplos que cristalizam os conceitos desta fase: Otawa Civic
Hospital, Canad, e Good Samaritan Hospital, EUA).
A partir da publicao das building notes em 1962 cada regio da Gr-Bretanha foi
convocada a preparar um programa de renovao, reforma e construo de novos
hospitais, programa este que foi incorporado no que ficou conhecido como Hospital
Plan for England and Wales (Plano Hospitalar para a Inglaterra e Pas de Gales) e
um plano similar para a Esccia. O plano, inicialmente muito ambicioso
(investimentos da ordem de 750 milhes de libras esterlinas de 1962 a 1975), foi
revisado e antecipou a necessidade de maior rigidez no controle de custos,
mantendo, entretanto, a sua rota inicial de estabelecer uma rede de Hospitais
Gerais Distritais.
360
14 ANEXOS
361
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
Outra caracterstica importante deste hospital a de que ele foi projetado para
permitir a expanso individualizada de cada um dos seus edifcios departamentais,
repetindo o conceito de Vetores de expanso utilizado no Hospital St. Albans.
Figura 14.04: Hospital St. Albans e seus adotou um sistema construtivo misto
Vetores de expanso.
(concreto armado fundido no local e
Fonte: MIQUELIN, 1992:67.
362
14 ANEXOS
O projeto para o Greenwich Hospital foi de autoria dos arquitetos Howard Goodman
e W. Tatoon Brown, sendo adotado o partido de um edifcio vertical compacto com
quatro pavimentos (incluindo subsolo) cujo percentual maior era dependente de
iluminao e ventilao artificiais. O projeto foi tambm uma experincia realizada
pelo Ministrio da Sade visando avaliar o efeito deste layout na eficincia da
edificao, haja vista terem sido foram previstos para a mesma custos mais baixos.
3
Os autores defenderam-se desta crtica ao dizerem que as distncias so longas somente entre
departamentos com pouca relao entre si, sendo que as relaes existentes no exigem rapidez na
comunicao. (MIQUELIN, 1992 pg. 69)
363
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
LEGENDA:
a- Arquivos
b- Vestirios
c- Ateliers
d- Almoxarifado
e- Caldeiras
f- Creche
g- Estacionamento
h- Ar Condicionado
1. Consultas
2. Pr-Parto
3 e 4. Atendimento dia
5. Radiologia
6. Geriatria
8. Psiquiatria
9. Reeducao
10. Urgncias
11. Dispensrio
12. Cozinha
13. Ginecologia
14. Cirurgia
15. Ortopedia
16. Partos
17. Bloco Operatrio
Figura 14.05: Greenwich Hospital Plantas com 18. Reanimao
zoneamento funcional. 19. Administrao
Fonte: MIQUELIN, 1992:70. 20. Clnica
21. Pediatria
22. Isolamento
23. Ensino
24. Laboratrio de Patologia
364
14 ANEXOS
O Greenwich Hospital fechou suas portas em 2001 e foi demolido em 2006 devido a
razes desconhecidas pela autora deste trabalho.4
O Programa Best Buy foi concebido em 1967 a partir de dois hospitais prottipos
um na cidade de Bury St. Edmunds e outro na cidade de Frimley (Frimley Park
Hospital) que foram orados pela metade dos custos normais da poca. Dentro
de um cenrio econmico recessivo, este programa explorou a economia de tempo,
dinheiro e espao atravs de uma possvel reduo do nmero de leitos e
integrao com as unidades ambulatoriais j existentes na comunidade. O projeto
baseou-se em edifcios compactos e baixos (dois pavimentos) mantendo
sobrepujantes as comunicaes horizontais. Como em Greenwich, a rea de
internao foi colocada na parte mais perifrica do pavimento superior do prdio,
havendo um anel de circulao principal separando esta regio de zonas internas
densamente servidas por instalaes (Bloco Operatrio e Obsttrico, UTIs e reas
centralizadas de tratamento) e com pequenos ptios para iluminao e ventilao
naturais. Neste programa tambm surgiram os servios de apoio externos
(atendimento ambulatorial, lavanderia, esterilizao, farmcia, reas de
processamento e armazenamento de materiais e cozinha alimentos pr-
processados5), cuja utilizao se tornou recorrente em vrios hospitais nas dcadas
seguintes.
4
www.derelictlondon.com/id747.htm
5
Em Bury St. Edmunds os alimentos pr-processados nunca chegaram a ser utilizados, tornando a
cozinha inadequada. (MIQUELIN, 1992: 72)
365
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
East Anglia foi a nica regio a tirar vantagens do investimento inicial e voltou a
utilizar o Projeto Best Buy no final dos anos 1970, sendo que verses modificadas
dos projetos originais foram construdas em Kings Lynn, Grat Yarmouth e
Huntingdon.
366
14 ANEXOS
Cada departamento, por sua vez, foi estandardizado em vrios tamanhos de forma
a permitir a escolha do modelo e contedo mais adequados para o local. Sendo
A crise do petrleo em 1974 intensificou ainda mais a busca por custos menores na
construo, o que findou abruptamente a expectativa de espaos mais generosos
na construo de novos hospitais ou nas suas ampliaes e recuperaes. Neste
6
Esta informao consta em um texto de 1992, devendo estar alterada. MIQUELIN (1992), pg. 75.
367
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
LEGENDA:
a. Ambulatrio
b. Laboratrio
c. Pronturio
d. Emergncia
e. Ortopedia
f. Administrao
g. Aulas
h. Radioogia
i. Hospital-dia
j. Terapia Intensiva
k. Tratamento
l. Centro Cirrgico (4
salas)
m. Internao (28
leitos)
368
14 ANEXOS
369
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
14.3 ANEXO 3
O Centro de Sade e Hospital Linha de Frente foi uma proposta apresentada pelo
arquiteto Jarbas Karman em 1980 Revista Projeto, para a criao do prottipo de
uma instituio de sade. Esta partiria da prestao de atendimento ambulatorial e
cresceria at tornar-se um hospital geral de 100 leitos. O Plano Diretor que
direcionou o projeto definiu um modelo de expanso composto de mdulos de
aproximadamente 200m cada, chegando a 4.000m (20 mdulos) na etapa final.
(MIQUELIN, 1992)
370
14 ANEXOS
371
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
A Internao
H Unidade de Terapia Intensiva
B Ambulatrio
I Servios de apoio logstico
C Emergncia
J Internao, Maternidade, Berrio
D Administrao
K Internao Pediatria
E Radiologia, Laboratrio e Apoio
L Internao de clnica mdica
F Queimados
M Internao de clnica cirrgica
G Bloco Operatrio
372
14 ANEXOS
1 Emergncia
2 Radiologia, Imagem e Laboratrio
3 Ambulatrio
4 Recepo, Administrao,
Vestirios
5 Materiais, Sub-estao, Oficinas
6 Cozinha, Refeitrio, Lavanderia
7 Docas, Ar Condicionado, Necrotrio
8 Bloco Operatrio e Unidade de
Terapia Intensiva
373
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
374
14 ANEXOS
Figura 14.16: Hospital Geral Itaim Paulista. Figura 14.17: Hospital Geral Graja.
Fonte: FERNANDES, 2003. Fonte: FERNANDES, 2003.
Figura 14.20: Hospital Geral Carapicuba. Figura 14.21: Hospital Geral Itapevi.
Fonte: FERNANDES, 2003. Fonte: FERNANDES, 2003.
Figura 14.22: Hospital Geral Diadema. Figura 14.23: Hospital Geral Itaquaquecetuba.
Fonte: FERNANDES, 2003. Fonte: FERNANDES, 2003.
375
O IMPACTO DOS AVANOS DA TECNOLOGIA NAS TRANSFORMAES ARQUITETNICAS DOS EDIFCIOS HOSPITALARES
376