Procap - SFN PDF
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ANALISTA SFN
Analista do Banco Central do Brasil
2014
APOSTILA PROCAP CONCURSO 2013
ANALISTA SFN
Sumrio
O objetivo deste mdulo fornecer uma viso geral do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Para tanto,
apresentada breve viso histrica da sua evoluo, a partir do ps-guerra (1944), chegando sua atual
estrutura, contemplando os principais rgos normativos, as entidades supervisoras e os operadores do
SFN, dos quais fazem parte as instituies financeiras propriamente ditas. Alm destes, foram agregados ao
texto outros elementos relevantes na caracterizao do SFN (rgos, sistemas e temas atuais).
Tambm foi destacada a evoluo do SFN ps 1994, uma vez que a reduo acentuada dos ndices
de inflao levou a uma nova realidade no funcionamento do sistema econmico brasileiro e, portanto, das
instituies financeiras que atuam no pas.
Os assuntos que tm sido objeto de ateno recente, por parte do Banco Central do Brasil (BCB),
mereceram um texto mais abrangente, com informaes quantitativas sobre instituies financeiras, rede de
atendimento bancrio no pas, cooperativismo de crdito e principais instituies de determinado segmento.
Uma vez que a atuao do BCB e a estrutura e funcionamento do SFN decorrem basicamente do
arcabouo legal e regulamentar existente, foi inevitvel a citao de diversas leis e resolues. Em ltima
instncia, tais remisses facilitam a busca por informaes e podem auxiliar aos mais interessados em ampliar
seu conhecimento nos diversos assuntos mencionados.
No que se refere composio e aos principais rgos operadores do Sistema Financeiro Nacional,
a principal fonte de consulta foi o stio do Banco Central (BCB, disponvel em: <http://www.bcb.gov.
br/?SFNCOMP>, mltiplos acessos entre 11 e 26/11/2013). Quanto evoluo histrica do SFN, a principal
fonte de referncia foi a obra de Lopes E Rossetti, Economia Monetria (7. ed. So Paulo: Atlas, 1998, p.
426-436). Em ambos os casos, o texto original foi editado por questes de espao e, sempre que necessrio,
atualizado para incorporar as ltimas alteraes normativas disponveis at a concluso do presente trabalho,
em dezembro de 2013*.
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Analista: rea I
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MDULO I SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
INTRODUO
O objetivo desta unidade oferecer uma viso sobre a evoluo do SFN do final da Segunda Guerra
Mundial aos dias atuais, destacando os rgos normativos e as suas respectivas entidades supervisoras, nos
trs segmentos que o compem. O Banco Central do Brasil foi abordado de maneira sumria neste tpico,
uma vez que suas funes, estrutura e funcionamento sero objeto do mdulo 2.
A evoluo do Sistema Financeiro Nacional (SFN) brasileiro pode ser mais facilmente compreendida
a partir da diviso do tempo em diferentes perodos. Aqui sero considerados quatro perodos histricos:
Nesse contexto, a Sumoc foi criada em 1945, para servir de interlocutor junto ao Fundo Monetrio
Internacional (FMI) e exercer algumas funes de um banco central como rgo normativo, de assessoria,
interessante notar que este perodo foi marcado por significativo nmero de processos de fuso e de
incorporao de instituies financeiras, a partir de um nmero elevado de casas bancrias de pequeno porte,
remanescentes do perodo anterior guerra de 1939-1945. De fato, o nmero de matrizes de instituies
bancrias caiu de 404, em 1951, para 336, em 1964. No obstante, houve crescimento significativo da rede de
agncias no mesmo perodo, passando de 4.038 em 1951 para 6.826 em 1964. Tal expanso contemplou no
apenas as reas urbanas em expanso, mas tambm regies mais distantes, que foram sendo incorporadas
dinmica do desenvolvimento econmico do pas.
Para melhor compreenso das profundas alteraes do SFN ocorridas a partir de 1964-1965,
fundamental ter em mente o arcabouo legal criado neste perodo, a saber:
i. Lei n 4.380, de 21 de agosto de 1964, tambm chamada Lei do Plano Nacional de Habitao,
instituiu a correo monetria nos contratos imobilirios de interesse social, criou o Banco
Nacional de Habitao (BNH) e institucionalizou o Sistema Financeiro da Habitao (SFH).
ii. Lei n 4.595, de 31 de dezembro de 1964, tambm conhecida como Lei da Reforma Bancria
reestruturou o Sistema Financeiro Nacional, definiu as caractersticas e reas especficas de
atuao das instituies financeiras e transformou a Sumoc e seu conselho, respectivamente,
no Banco Central do Brasil e no Conselho Monetrio Nacional.
iii. Lei n 4.728, de 14 de julho de 1965, conhecida como Lei do Mercado de Capitais disciplinou
esse mercado e estabeleceu medidas para seu desenvolvimento.
A partir desta base legal, o SFN passou a contar com maior e mais diversificado nmero de intermedirios
financeiros no bancrios (isto , no captadores de depsitos), com reas especficas de atuao. Paralelamente
foi significativamente ampliada a pauta de ativos financeiros disponveis, abrindo-se novo leque de opes para
aplicao de poupanas e criando-se, dessa forma, condies mais efetivas ao desenvolvimento do processo
de intermediao financeira no pas.
As trs leis continuam em vigor e, apesar das modificaes e aperfeioamentos posteriores, fruto da
evoluo do SFN, elas mantm os fundamentos lanados poca.
Tambm importante destacar a edio da Lei n 6.385, de 7 de dezembro de 1976, que disps sobre
o mercado de valores mobilirios e criou a Comisso de Valores Mobilirios (CVM). Em decorrncia, o
controle do mercado de capitais passou do mbito do Banco Central para a CVM, ressalvadas as excees
listadas pela referida lei, que permanecem na competncia do BCB, tais como: autorizar as cmaras ou
prestadores de servio de compensao, de liquidao e de registro; e a fiscalizar o mercado financeiro e de
capitais. A autorizao para funcionamento das corretoras e distribuidoras de ttulos e valores mobilirios
da competncia do BCB. A referida lei, conquanto tenha sofrido modificaes mais profundas que as leis
anteriormente mencionadas, permanece em vigor.
Do ponto de vista da rede de agncias no pas, em 1970, apenas cinco anos aps a implantao dessas
reformas, havia 9.643 estabelecimentos com 517 sedes, incluindo instituies bancrias e no bancrias.
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Contudo, no segmento bancrio, observou-se, de forma mais acentuada, um movimento de concentrao e
o nmero de matrizes reduziu-se de 178 (1970) para 107 (1985).
No final da dcada de 1980, o SFN tambm foi marcado pela promulgao da Constituio Federal
de 1988 que, entre outras medidas, estabeleceu mudana significativa quanto quantidade de instituies
financeiras existentes no sistema. At ento, no denominado sistema de cartas patentes, o CMN fixava um
quantitativo mximo de instituies (inclusive agncias e pontos de atendimento) para o mercado, e o ingresso
no sistema dependia da aquisio dos pontos existentes para o tipo de instituio em questo, ao lado dos
demais critrios de capacitao moral, tcnica e financeira dos interessados.
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bancos, fato acentuado pelo corte de subsdios e pela poltica monetria restritiva. Esses fatores, conjugados
com o desaparecimento dos ganhos inerentes ao processo inflacionrio, at ento apropriados pelo segmento
financeiro, evidenciaram a fragilidade de algumas de suas instituies, que se mostraram incapazes de promover
os ajustes necessrios para sua sobrevivncia no novo ambiente econmico.
Dada a eminente situao de insolvncia de instituies financeiras, o Conselho Monetrio Nacional
e o Banco Central passaram a tomar medidas no sentido de reestruturar e fortalecer o sistema financeiro,
como o Programa de Estmulo Reestruturao e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro (Proer), o
Programa de Incentivo Reduo do Setor Pblico Estadual na Atividade Bancria (Proes) e a criao do
Fundo Garantidor de Crdito (FGC). Pela Lei 9.447, de 14.03.97, foram dados mais poderes ao Banco Central
no tratamento de assuntos relacionados com a responsabilidade civil dos acionistas controladores, na adoo
de medidas saneadoras de natureza preventiva e passveis de adoo pelo mercado e na flexibilizao de
regras para privatizaes. Pelo mesmo diploma legal, a apurao de responsabilidades de servios de auditoria
independente objetivaram reforar, ainda mais, a ao preventiva do Banco Central.
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estimular a formao de poupana;
zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeioamento do sistema financeiro.
Sua sede fica em Braslia e tem nove representaes regionais nas capitais dos Estados do Rio Grande
do Sul, Paran, So Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Cear e Par.
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UNIDADE 2 ENTIDADES OPERADORAS
INTRODUO
Esta unidade apresenta resumo das diversas entidades operadoras do Sistema Financeiro Nacional, que
efetivamente viabilizam as operaes de mercado, operam com o pblico (clientes) e, portanto, cumprem as
funes de intermediao financeira. A fim de ilustrar os mercados mencionados, so apresentados quadros
complementares, contendo os grandes nmeros e os principais agentes que operam nos principais segmentos.
i. Bancos mltiplos
Os bancos mltiplos so instituies financeiras privadas ou pblicas que realizam operaes ativas,
passivas e acessrias de diversas instituies financeiras. Devem constituir-se com, no mnimo, duas das
seguintes carteiras, sendo uma delas obrigatoriamente comercial ou de investimento:
I - comercial;
II - de investimento e/ou de desenvolvimento, a ltima exclusiva para bancos pblicos;
III - de crdito imobilirio;
IV - de crdito, financiamento e investimento; e
V - de arrendamento mercantil.
importante destacar que as instituies financeiras mltiplas oficiais, federais ou estaduais podem
operar simultaneamente as carteiras de investimento e de desenvolvimento (ex.: Banco do Nordeste do
Brasil S.A. e Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A.), enquanto os bancos mltiplos privados no podem
operar a carteira de desenvolvimento.
Os bancos mltiplos devem ser organizados sob a forma de sociedade annima e suas operaes esto
sujeitas s mesmas normas legais e regulamentares aplicveis s instituies singulares correspondentes s
suas carteiras. Na sua denominao social deve constar a expresso Banco (Resoluo CMN n 2.099, de
1994 e atualizaes).
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de bilhetes de loteria3 federal e dos concursos de prognsticos e da compra de ouro extrado em garimpos
e minas. Alm de centralizar o recolhimento e posterior aplicao de todos os recursos oriundos do Fundo
de Garantia do Tempo de Servio (FGTS), o banco pagador do Programa de Integrao Social (PIS), integra
o Sistema Brasileiro de Poupana e Emprstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitao (SFH). Ao final
de 2012, a Caixa detinha 71% das operaes de crdito imobilirio do pas4.
As bolsas de mercadorias e futuros podem assumir a forma jurdica de associao civil ou sociedade
annima, com objetivo de efetuar o registro, a compensao e a liquidao, fsica e financeira, das operaes
realizadas em prego ou em sistema eletrnico. Para tanto, devem desenvolver, organizar e operacionalizar
um mercado de derivativos livre e transparente, que proporcione aos agentes econmicos a oportunidade de
efetuarem operaes de hedging (proteo) ante flutuaes de preo de commodities agropecurias, ndices,
taxas de juro, moedas e metais, bem como de todo e qualquer instrumento ou varivel macroeconmica
cuja incerteza de preo no futuro possa influenciar negativamente suas atividades. Possuem autonomia
financeira, patrimonial e administrativa e so fiscalizadas pela CVM, ressaltando-se que a autorizao para
funcionamento da competncia do BCB.
3 RESSEGURADORES
Os resseguradores so entidades constitudas sob a forma de sociedades annimas que tm por objeto
exclusivo a realizao de operaes de resseguro e retrocesso. O Instituto de Resseguros do Brasil (IRB)
foi fundado, em 1939, como empresa de economia mista, vinculada ao Ministrio da Fazenda, com sede no
Rio de Janeiro. Desde 1/10/2013, transformou-se em empresa privada (IRB Brasil Resseguros S.A.)
e detm cerca de 47% do mercado total de resseguros no Brasil5.
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4 DEMAIS INSTITUIES FINANCEIRAS
Agncias de fomento.
Associaes de poupana e emprstimo.
Bancos de cmbio.
Bancos de desenvolvimento.
Bancos de investimento.
Bolsa de valores.
Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES).
Companhias hipotecrias.
Cooperativas de centrais de crdito.
Entidades fechadas de previdncia complementar.
Sociedades de crdito, financiamento e investimento.
Sociedades de crdito imobilirio.
Sociedades de crdito ao microempreendedor.
Sociedades seguradoras.
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prioritariamente ao setor privado. Devem ser constitudos sob a forma de sociedade annima, com sede na
capital do estado que detiver seu controle acionrio, devendo adotar, obrigatria e privativamente, em sua
denominao social, a expresso banco de desenvolvimento, seguida do nome do estado em que tenha
sede (Resoluo CMN n 394, de 1976).
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ix. Sociedades de Crdito, Financiamento e Investimento (SCFI ou Financeiras)
As sociedades de crdito, financiamento e investimento, tambm conhecidas por financeiras, foram
institudas pela Portaria do Ministrio da Fazenda n 309, de 30 de novembro de 1959. So instituies
financeiras privadas que tm como objetivo bsico a realizao de financiamento para aquisio de bens,
servios e capital de giro. Devem ser constitudas sob a forma de sociedade annima e na sua denominao
social deve constar a expresso crdito, financiamento e investimento. Tais entidades captam recursos por
meio de aceite e colocao de letras de cmbio (Resoluo CMN n 45, de 1966) e recibos de depsitos
bancrios (Resoluo CMN n 3.454, de 2007).
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Tabela 3: 20 Maiores seguradoras no Brasil (dez./2012)
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Tabela 4: 20 Maiores fundos de penso do Brasil (jun./2013)
Administradoras de consrcio.
Entidades abertas de previdncia complementar.
Sociedades de arrendamento mercantil.
Sociedades corretoras de cmbio.
Sociedades corretoras de ttulos e valores mobilirios.
Sociedades distribuidoras de ttulos e valores mobilirios.
Sociedades de capitalizao.
i. Administradoras de consrcio
As administradoras de consrcio so empresas responsveis pela formao e pela administrao de
grupos de consrcio, atuando como mandatrias de seus interesses e direitos. O grupo de consrcio uma
sociedade no personificada, com prazo de durao e nmero de cotas previamente determinados, e que
visa coleta de poupana para permitir aos consorciados a aquisio de bens ou servios. As atividades do
sistema de consrcio so reguladas pela Lei n 11.795, de 8 de outubro de 2008, bem como pela Circular
n 3.432, de 3 de fevereiro de 2009, e supervisionadas pelo Banco Central.
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iii. Sociedades Corretoras de Cmbio (SCC)
As sociedades corretoras de cmbio (SCC) so constitudas sob a forma de sociedade annima ou por
quotas de responsabilidade limitada, devendo constar na sua denominao social a expresso corretora de
cmbio. Tm por objeto social exclusivo a intermediao em operaes de cmbio e a prtica de operaes
no mercado de cmbio de taxas flutuantes. So supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resoluo
CMN n 1.770, de 1990).
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concedidos em forma de renda continuada ou pagamento nico, acessveis a quaisquer pessoas fsicas. So regidas
pelo Decreto-Lei n 73, de 21 de novembro de 1966, e pela Lei Complementar n 109, de 29 de maio de 2001.
As funes do rgo regulador e do rgo fiscalizador so exercidas pelo Ministrio da Fazenda, por intermdio
do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e da Superintendncia de Seguros Privados (Susep).
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UNIDADE 3 OUTROS PARTICIPANTES E TEMAS RELEVANTES NO SFN
INTRODUO
Alm dos rgos normativos, entidades supervisoras e operadores do SFN, existem outras instituies
e sistemas que exercem funes relevantes no mbito do SFN, discriminadas a seguir.
Titulares:
Abrasca Associao Brasileira das Companhias Abertas.
Anbima Associao Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.
Ancord Associao Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Ttulos e Valores Mobilirios,
Cmbio e Mercadorias.
Febraban Federao Brasileira das Associaes de Bancos.
Suplentes:
Abac Associao Brasileira de Administradoras de Consrcios.
Amec Associao de Investidores no Mercado de Capitais.
CECO/OCB Conselho Consultivo do Ramo Crdito da Organizao das Cooperativas Brasileiras.
Ibracon Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.
Fazem ainda parte do Conselho de Recursos trs procuradores da Fazenda Nacional, designados pelo
procurador-geral da Fazenda Nacional, com atribuio de zelar pela fiel observncia da legislao aplicvel
(manifestao indispensvel em todos os recursos), e um secretrio-executivo, nomeado pelo ministro de
Estado da Fazenda, responsvel pela execuo e pela coordenao dos trabalhos administrativos. Para tanto,
o Banco Central do Brasil e, subsidiariamente, a Comisso de Valores Mobilirios proporcionam o respectivo
apoio tcnico e administrativo.
Um dos representantes do Ministrio da Fazenda o presidente do Conselho e o vice- presidente
o representante designado pelo Ministrio da Fazenda entre os quatro representantes das entidades de
classe que integram o Conselho.
Entre suas diversas atribuies, compete ao CRSFN julgar, em segunda e ltima instncia, os recursos
de decises do Banco Central do Brasil:
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i. relativas a penalidades por infraes legislao cambial, de capitais estrangeiros e de crdito
rural e industrial (esta competncia originalmente pertencia ao CMN e foi transferida pela
Lei n 9.069, de 1995);
ii. proferidas com base no art. 33 da Lei n 8.177, de 1 de maro de 1991, relativas a penalidades
por infrao legislao de consrcios;
iii. proferidas com base no art. 9o da Lei no 9.447, de 14 de maro de 1997, referentes
adoo de medidas cautelares (a lei trata da responsabilidade solidria de administradores
de instituies financeiras submetidas a regime especial, entre outras matrias);
iv. referentes desclassificao e descaracterizao de operaes de crdito rural e industrial
e a impedimentos referentes ao Programa de Garantia da Atividade Agropecuria (Proagro);
e
v. relacionadas retificao de informaes, aplicao de multas e custos financeiros associados
a recolhimento compulsrio, encaixe obrigatrio e direcionamento obrigatrio de recursos.
Permanece com o CMN a competncia residual para julgar os demais casos ali previstos (contra
instituies financeiras, seus diretores, membros de conselhos administrativos, fiscais e semelhantes), por
fora do disposto no artigo 44, 5, da Lei 4.595/1964, a saber:
De acordo com o Relatrio de Atividades de 2012, de um total de 638 decises tomadas pelo CRSFN,
cerca de 82% foram confirmadas pelo colegiado. No sofreram alterao 77% das decises do BCB e 87% das
decises da CVM. No caso do BCB, em 358 processos julgados pelo CRSFN (inclusive 118 arquivamentos),
276 decises foram mantidas integralmente e 82 sofreram alterao7.
Em 2012, o prazo mdio de tramitao de um processo no CRSFN foi de 1.296 dias (3 anos, 6 meses e 21 dias).
O Fundo Garantidor de Crditos (FGC) uma associao civil sem fins lucrativos, com personalidade
jurdica de direito privado, com a misso institucional de proteger depositantes e investidores no mbito
do sistema financeiro, at os limites estabelecidos pela regulamentao, contribuir para manuteno da
estabilidade do SFN e prevenir crise bancria sistmica.
Foi autorizado a constituir-se pelo CMN por meio da Resoluo n 2.197, de 31.08.1995. Em novembro
do mesmo ano, foram aprovados o estatuto e o regulamento da nova entidade (Resoluo CMN n 2.211,
de 16 de novembro de 1995). Atualmente as normas e o regulamento do FGC so regidos pela Resoluo
CMN n 4.222, de 23 de maio de 2013).
O FGC tem por objetivos prestar garantia de crditos contra instituies dele associadas, nas situaes de:
7 Os recursos no CRSFN so decompostos em nmero de indiciados. Assim, em 2012, nos 215 recursos julgados verificaram-se 513 indiciados(as),
com aplicao de 638 decises/penalidades, das quais 358 oriundas do BCB e 280 da CVM.
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Tambm atribuio do FGC, consideradas as finalidades de contribuir para a manuteno da estabilidade
do Sistema Financeiro Nacional e preveno de crise sistmica bancria, a contratao de operaes de
assistncia ou de suporte financeiro, incluindo operaes de liquidez com as instituies associadas, diretamente
ou por intermdio de empresas por estas indicadas, inclusive com seus acionistas controladores.
So instituies associadas ao FGC a Caixa Econmica Federal e as instituies constitudas sob a
forma de banco mltiplo, banco comercial, banco de investimento, banco de desenvolvimento, sociedade de
crdito, financiamento e investimento, sociedade de crdito imobilirio, companhia hipotecria e associao
de poupana e emprstimo, em funcionamento no pas, que:
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Operaes compromissadas que tm como objetivo ttulos emitidos aps 8 de maro de
2012 por empresa ligada.
At maio de 2013, o FGC limitava-se a garantir R$ 70 mil por depositante ou investidor. Considerando-
se os saldos at R$ 70 mil, a cobertura do fundo chegava a 98,7% dos depositantes, contemplando 30,95%
do total de crditos existentes no sistema financeiro. A partir da edio da Resoluo CMN n 4.222, de 23
de maio de 2013, o FGC passou a garantir at R$ 250 mil, cobrindo 99,7% dos depositantes e 46,5% dos
crditos existentes em junho de 2013.
Quanto aos produtos bancrios cobertos pelo FGC, em junho de 2013 os depsitos a prazo
representavam 42,2%, os depsitos de poupana, 36,5%, e os depsitos vista, 12,5%, totalizando 91,2% do
saldo dos produtos garantidos pelo fundo.
O Fundo Garantidor de Cooperativismo de Crdito (FGCoop) foi criado nos mesmos moldes do
FGC, mas com a funo de proteger os depositantes das suas associadas (cooperativas singulares de crdito
e bancos cooperativos). As cooperativas centrais e as confederaes so associadas representantes, isto
, participam do FGCoop com o propsito exclusivo de representar as cooperativas singulares, no tendo
direito a qualquer tipo de garantia ou suporte financeiro prestado pelo FGCoop. A exemplo do FGC, tambm
uma associao civil sem fins lucrativos, com personalidade jurdica de direito privado, com abrangncia
nacional e sede em Braslia (DF).
Foi autorizado a constituir-se pelo CMN pela Resoluo n 4.150, de 30 de outubro de 2012, e, em
novembro do ano seguinte, foram aprovados o estatuto e o regulamento da nova entidade (Resoluo CMN
n 4.284, de 5 de novembro de 2013). Tambm isento do pagamento de imposto de renda (IR). A afiliao ao
FGCoop pelas cooperativas singulares de crdito e pelos bancos cooperativos que vierem a ser constitudos
deve ser comprovada ao BCB previamente ao incio de suas operaes.
O FGCoop tem por finalidades conforme o art. 2 do seu estatuto:
Proteger depositantes e investidores das instituies associadas, nos limites e nas condies
previstas no seu regulamento.
Contribuir para manuteno da estabilidade do Sistema Nacional de Crdito Cooperativo
(SNCC).
Contribuir para preveno de crise sistmica no segmento cooperativista.
vedado ao FGCoop ressarcir crdito de cooperados e clientes de instituies que no sejam suas associadas.
Os pagamentos do fundo so realizados por associada at o limite de R$ 250 mil por CPF/CNPJ, limitado
ao saldo existente em conta. A adeso das associadas ao FGCoop compulsria e a contribuio de 0,0125%
sobre as rubricas contbeis especificadas no regulamento, com limite mensal mnimo de contribuio de R$ 100,00.
O saldo do FGCoop formado por:
Inicialmente foram repassados cerca de R$ 129 milhes do FGC ao FGCoop, decorrentes das taxas
de cheques sem fundo de clientes de cooperativas de crdito e bancos cooperativos, recolhidos pelo FGC
desde o incio de seu funcionamento em 1995.
8 Conforme Resoluo CMN n 4.284, de 5.11.2013.
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4 SISTEMA DE INFORMAES DE CRDITO (SCR)
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O benefcio imediato do SCR para a sociedade o aumento de informaes que facilitam a tomada
da deciso de crdito, diminuindo os riscos de concesso e aumentando a competio entre as instituies
participantes do SFN. As informaes permitem que as instituies conheam melhor os tomadores de
crdito no SFN e, com base na exposio que apresentar, elas oferecerem melhores condies de taxa ou
prazo, para aqueles clientes com hbitos de pagamento regular.
A taxa de juros incidente nas operaes de crdito concedidas pelos intermedirios financeiros reflete
a taxa de captao, os custos operacionais da instituio, os tributos e as taxas pagos, acrescidos de uma
margem de lucro. A inadimplncia um custo implcito no preo do crdito e, quanto menor a certeza de
pagamento, maior a taxa cobrada ao tomador final. Ao conhecer melhor o risco do potencial contratante
do crdito, as instituies financeiras podem oferecer taxas menores queles tomadores com bom histrico
de pagamento. Nesse sentido, o SCR funciona como um bureau de crdito e registra informaes teis para
distino entre bons e maus pagadores, contribuindo para reduo do spread bancrio.
Entre os principais aspectos que distinguem o SCR em relao aos cadastros restritivos de crdito
(Serasa-Experian, Boa Vista, CCF e congneres), destacam-se:
Cada cliente pode consultar seus dados diretamente na internet na pgina do BCB ou das instituies
financeiras. As consultas realizadas diretamente no Banco Central tambm apresentam os dados detalhados
por instituio financeira. As consultas realizadas na instituio financeira apresentam o detalhamento apenas
das operaes realizadas com aquela instituio. Para operaes com outras instituies, os dados so
apresentados de forma agregada para todo o SFN.
O SCR submete-se disciplina do Cdigo de Defesa do Consumidor (CDC), razo pela qual apenas
os dados dos ltimos 60 meses ficam disponveis para consulta.
O Sistema Financeiro da Habitao (SFH) foi criado pela Lei n 4.380, de 1964, no mbito de uma
reformulao geral do Sistema Financeiro Nacional. A mesma lei instituiu a correo monetria, com o
objetivo de abrir o mercado para colocao de ttulos do governo e viabilizar financiamentos de longo prazo.
A correo monetria foi fundamental ao financiamento habitacional, ento limitado a pouqussimas
operaes realizadas pelas Caixas Econmicas e pelos institutos de previdncia existentes na poca. De um
lado, possibilitou a criao de instrumentos de captao de recursos de prazos mais longos e os depsitos
em caderneta de poupana e do Fundo de Garantia por Tempo de Servio (FGTS). Por outro lado, viabilizou
o crdito imobilirio.
A primeira fase do SFH, que vai de sua criao at a segunda metade dos anos 70, foi o perodo ureo
do Sistema. Os depsitos em caderneta de poupana cresceram, chegando a ocupar o primeiro lugar entre os
haveres financeiros no monetrios. Os recursos do FGTS tambm expandiram como resultado do aumento
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do nvel de emprego e da massa salarial. Surgiram as Sociedades de Crdito Imobilirio e as Associaes de
Poupana e Emprstimo, formando o Sistema Brasileiro de Poupana e Emprstimo (SBPE), integrado por
instituies financeiras especializadas na concesso de financiamentos habitacionais, tendo como fontes de
recursos os depsitos em caderneta de poupana e repasses dos recursos do FGTS pelo Banco Nacional
da Habitao (BNH).
Alm de administrar o FGTS, o BNH tambm era o rgo regulador e fiscalizador do SFH, incluindo
as instituies do subsistema SBPE.
Do lado dos financiamentos habitacionais, foram introduzidos mecanismos como o Fundo de Compensao
de Variaes Salariais (FCVS), mediante o qual a obrigao do muturio, que tivesse pagado todas as suas
prestaes, cessava depois de decorrido o prazo contratual do financiamento e o fundo absorveria eventuais
saldos devedores residuais, provocados pelo descompasso entre a periodicidade de aplicao dos ndices
de correo monetria aplicados aos saldos devedores e os ndices de reajustes aplicados s prestaes.
Com elevao da inflao, aes judiciais promovidas pelos muturios se multiplicaram, visando
compatibilizar as prestaes de casa prpria com a evoluo do salrio. O resultado foi o descasamento entre
os ndices de correo dos saldos devedores j concedidos (que seguiam indiretamente os ndices de inflao)
e o das prestaes desses financiamentos (muitos dos quais atrelados evoluo dos salrios). As Associaes
de Poupana e Emprstimo e as Sociedades de Crdito Imobilirio foram gradativamente substitudas, na
segunda metade da dcada de 1980, pelos bancos mltiplos na concesso de novos financiamentos. O Banco
Nacional de Habitao foi extinto em 1986 e suas atribuies passaram a ser desenvolvidas pelo Banco
Central do Brasil, pela Caixa Econmica Federal e pelo Ministrio da Fazenda.
Esse perodo coincidiu com o vencimento de boa parte dos contratos de financiamento habitacional,
concedidos com prazos de 15 a 20 anos, causando problemas relacionados ao FCVS.
A dcada de 1990 teve incio com a reteno pelo governo da poca de boa parte dos recursos da
poupana (e de outros ativos financeiros), afetando o setor de construo civil e de crdito imobilirio. Por
outro lado, os depsitos de poupana sofriam forte concorrncia por parte dos fundos de investimento.
O volume dos financiamentos imobilirios diminuiu significativamente. Os financiamentos realizados com
recursos dos depsitos do FGTS tambm registraram queda nesse perodo.
Paralelamente, a Associao Brasileira das Entidades de Crdito Imobilirio e Poupana (Abecip) e
as instituies financeiras analisaram vrios modelos de financiamento imobilirio praticados no exterior
e apresentaram uma proposta para o governo, para o Congresso e para o setor da construo civil, para
revigorar o crdito imobilirio no Brasil. Surgiu assim o Sistema de Financiamento Imobilirio, institudo pela
Lei n 9.514, de 20 de novembro de 1997. Por outro lado, a estabilizao da economia brasileira registrada
ao longo da dcada de 2000 deu novo nimo ao SFH. As taxas de juros aplicadas aos financiamentos foram
caindo e as menores taxas de inflao permitiram s empresas e s famlias fazer um planejamento de mdio
e longo prazo e a assumir compromissos de mais longo prazo.
Em dezembro de 2013, era possvel financiar um imvel em at 420 meses (35 anos) via SBPE.
O Banco Central do Brasil atua para ampliar e melhorar o acesso da populao a servios financeiros
desde a dcada de 1990, por meio de trs frentes principais: (i) expanso e fortalecimento dos canais de
acesso a servios financeiros, (ii) criao de instrumentos para melhor adequao dos servios aos segmentos
de menor renda, e (iii) garantia da qualidade na proviso de servios financeiros.
Quanto expanso dos canais de acesso, cabe destacar a importncia dos correspondentes que, alm
de levarem servios financeiros a municpios desassistidos, oferecem mais convenincia em reas j atendidas.
O desenvolvimento do modelo atual iniciou-se no final da dcada de 1990 e a garantia de sua estabilidade e
aprimoramento parte da agenda permanente do BCB. Entre 2000 e 2010, o nmero de correspondentes
no pas aumentou de 19.000 para 150.000. Hoje, eles esto presentes em todos os municpios brasileiros e
representam mais da metade do nmero de pontos de acesso a servios financeiros.
Em 2010, todos os 5.565 municpios brasileiros j contavam com pelo menos um ponto de acesso a
servios financeiros e, de forma geral, o sistema financeiro est fisicamente mais prximo do cidado. Em
2000, apenas 18% dos municpios possuam mais de cinco pontos de acesso para cada grupo de 10.000
adultos. Em 2010, o nmero de municpios com este nvel de atendimento j representava 94% do total. Nos
ltimos cinco anos, o nmero de indivduos com relacionamento ativo com instituio financeira aumentou
31%, chegando a 121 milhes de pessoas, que correspondem a 84% da populao adulta brasileira.
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Alm de incentivar a expanso e o fortalecimento dos canais de acesso a servios financeiros, o
BCB buscou promover iniciativas e criar as condies necessrias promoo da incluso financeira da
populao de menor renda. Em 2004, foram criadas as contas especiais de depsitos vista e de poupana,
popularmente conhecidas como contas simplificadas. Referidas contas so isentas da cobrana de tarifas e
possuem processo de abertura simplificado, com menor grau de exigncia em termos de documentao.
Iniciativas dessa natureza esto em consonncia com as demais aes do Governo Federal, particularmente
programas voltados a aumentar o acesso a crdito por parte da populao de menor renda, como o Programa
Nacional de Microcrdito Produtivo Orientado (PNMPO) e o Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (Pronaf).
Adicionalmente, para garantir ao consumidor o direito de escolha, a regulao determinou a portabilidade
gratuita do salrio, dos dados cadastrais e do crdito e vedou a cobrana de tarifa decorrente de liquidao
antecipada de contratos de crdito.
Para facilitar a comunicao entre cliente e instituio financeira, a regulamentao tornou obrigatria
a existncia de ouvidoria nas instituies reguladas. Outro progresso foi o aumento da transparncia na
prestao de servios financeiros, permitindo populao acesso a informaes mais objetivas e oportunas
quanto aos custos dos servios financeiros, oferecendo condies para comparao entre um provedor
e outro. Destacam-se a padronizao e uniformizao da terminologia das tarifas bancrias, cambiais e de
cartes de crdito e a obrigatoriedade de divulgao do custo efetivo total do crdito, que consolida em
um nico nmero todos os custos envolvidos na contratao de emprstimos e financiamentos. Ademais,
a fim de garantir melhor atendimento populao, tornou-se obrigatrio o treinamento e a certificao
dos funcionrios, inclusive em correspondentes. Muitos desses avanos resultam da relao entre o BCB
e as diversas instituies pblicas e privadas engajadas em aes voltadas adequada incluso financeira da
populao, entre os quais esto (i) o Ministrio da Fazenda (MF); (ii) o Ministrio Pblico Federal (MPF);
(iii) o Departamento de Proteo e Defesa do Consumidor (DPDC) do Ministrio da Justia (MJ); (iv) a
Comisso de Defesa do Consumidor da Cmara do Deputados; (v) o Ministrio do Desenvolvimento Social
e Combate Fome (MDS); (vi) o Ministrio do Desenvolvimento Agrrio (MDA); (vii) o Ministrio do
Trabalho e Emprego (MTE); (viii) as associaes de classe, como a Organizao das Cooperativas Brasileiras
(OCB), a Federao Brasileira de Bancos (Febraban), a Associao Brasileira de Bancos (ABBC), a Associao
Brasileira das Sociedades de Crdito ao Microempreendedor e Empresa de Pequeno Porte (ABSCM), a
Associao Brasileira dos Dirigentes de Entidades Gestoras e Operadoras de Microcrdito (ABCRED) e a
Associao Brasileira de Instituies Financeiras de Desenvolvimento (ABDE); (ix) o Servio Brasileiro de
Apoio s Micro e Pequenas Empresas (Sebrae); e (x) o Frum Permanente das Micro e Pequenas Empresas
(Frum Permanente das MPEs); alm do apoio da comunidade acadmica e de outras entidades, nacionais,
como a Secretaria de Assuntos Estratgicos da Presidncia da Repblica (SAE-PR) e o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatstica (IBGE), e internacionais, como a Aliana para Incluso Financeira (AFI), o Grupo
Consultivo de Assistncia aos Pobres (CGAP) e a Fundao Bill & Melinda Gates.
O debate iniciou, em 2002, com seminrios sobre microcrdito, ampliados posteriormente para
microfinanas e, a partir de 2009, sobre o tema da incluso financeira, em suas diversas dimenses.
A preocupao em promover a incluso financeira tem levado o Banco Central a participar tambm do
debate internacional sobre o assunto. No mbito do G-20, foi constitudo, em 2009, o Grupo de Especialistas
em Incluso Financeira (Financial Inclusion Experts Group FIEG), no bojo do qual foram criados o Subgrupo
de Acesso por meio da Inovao (Access Through Innovation Subgroup ATISG) e o Subgrupo de Finanas
para Pequenas e Mdias Empresas (Small and Medium Enterprise Finance SME). Em 2010, o Brasil exerceu
com a Austrlia a coliderana do subgrupo ATISG. Os trabalhos resultaram na definio dos Princpios para
Incluso Financeira Inovadora do G-20, a saber:
1. Liderana cultivar amplo compromisso governamental pela incluso financeira para ajudar
no combate pobreza.
2. Diversidade desenvolver polticas que promovam a competio e o fornecimento pelo
mercado de ampla gama de servios financeiros.
3. Inovao promover a inovao tecnolgica e institucional como meio de expandir o acesso
e o uso a servios financeiros inclusive, melhorando a infraestrutura disponvel.
4. Proteo praticar a proteo ao consumidor sob perspectiva ampla, levando em conta as
responsabilidades do governo, dos prestadores de servios financeiros e dos consumidores.
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5. Capacitao desenvolver educao e capacitao financeira.
6. Cooperao desenvolver um ambiente institucional com claras definies de
responsabilidade e de coordenao dentro do governo e tambm encorajar parcerias e
consultas diretas entre governo, setor privado e outros interessados.
7. Conhecimento melhorar a coleta e o trabalho de dados para embasar a formulao de
poltica, medir o progresso e desenvolver o aprendizado sobre o assunto.
8. Proporcionalidade praticar poltica e estrutura regulatria proporcional aos riscos envolvidos
nesses novos servios.
9. Estrutura considerar as seguintes sugestes para o sistema regulatrio, levando em conta
as especificidades de cada pas: (i) adoo de um regime apropriado de combate lavagem
de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, que leve em considerao o risco real e que
equilibre os benefcios da incluso financeira com os riscos relacionados aos produtos e aos
canais de acesso; (ii) estabelecimento de condies para o uso de agentes como intermedirios
entre instituies financeiras e o pblico; (iii) criao de um claro regime regulatrio para o
dinheiro eletrnico; (iv) desenvolvimento de incentivos baseados no mercado para promover
amplas interoperabilidade e interconexes nas movimentaes por meio eletrnico.
Na busca por promover melhor alinhamento a esses princpios, o G-20 lanou o Plano de Ao para
Incluso Financeira Inovadora, em dezembro de 2010, cujo principal instrumento de execuo a Parceria
Global para Incluso Financeira, da qual o Brasil faz parte.
Entre os atuais desafios, destacam-se: (i) aumentar a adequao da oferta de servios financeiros s
necessidades da economia e da populao; (ii) elevar o nvel de educao financeira da populao, combatendo
o sobre-endividamento; (iii) fomentar a poupana popular; (iv) fortalecer os mecanismos de proteo aos
usurios de servios financeiros; (v) fomentar o desenvolvimento sustentvel do microcrdito produtivo;
(vi) garantir a estabilidade e promover o aperfeioamento do modelo de correspondentes no pas; e (vii)
aprofundar o conhecimento sobre a realidade brasileira em relao incluso financeira.
Identificou-se, ademais, a necessidade de um esforo coordenado para enfrentar esses novos desafios, o
que motivou o lanamento da Parceria Nacional para Incluso Financeira (PNIF), em novembro de 2011, que
visa catalisar os esforos para promoo da adequada incluso financeira no pas, diante dos novos desafios
e em sintonia com os Princpios para Incluso Financeira Inovadora do G-20, anteriormente elencados. A
seguir, so apresentados a definio e os objetivos da Pnif.
Rede de atores pblicos e privados engajados em aes coordenadas para promoo da adequada
incluso financeira da populao brasileira.
Objetivo
Promover a adequada incluso financeira da populao brasileira.
Objetivos especficos
Alm da incluso financeira, outro tpico relevante a educao financeira da populao de um pas.
Pela educao financeira, as pessoas obtm melhor entendimento dos conceitos relacionados aos
aspectos financeiros, tais como consumo, poupana e crdito, alm do que so os produtos financeiros
disponveis, uma vez que eles tm crescido e se sofisticado. Assim, elas podem estar mais conscientes das
oportunidades e dos riscos associados aos produtos, tomando melhores escolhas ou identificando quando
e como procurar ajuda.
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Nesse sentido, de melhoria da educao financeira da populao, foi instituda a Estratgia Nacional de
Educao Financeira (Enef), visando promover a educao financeira e contribuir para o fortalecimento da
cidadania, colaborando para alcanar a eficincia e a solidez do Sistema Financeiro Nacional (SFN). O Banco
Central participou deste esforo para elaborar essa estratgia e integra o Comit Nacional de Educao
Financeira (Conef), responsvel por definir planos, programas e aes e por coordenar a execuo da Enef.
Ao Banco Central cabe:
7 FINANAS SUSTENTVEIS
Padres internacionais de sustentabilidade para instituies financeiras, que esto sendo desenvolvidos
nos ltimos 20 anos, estabelecem compromissos com a sustentabilidade, definem padres para anlises de
riscos socioambientais, para relatrios de sustentabilidade, para controle de riscos de corrupo, bem como
padres de investimento, de divulgao de emisses de carbono e de polticas para o clima.
O Brasil foi um dos primeiros pases a desenvolver um conjunto de princpios de sustentabilidade
que busca reunir os principais padres internacionais para as instituies que operam no pas, o Protocolo
Verde. Alm disso, um dos pases com maior nmero de instituies signatrias de padres internacionais
de sustentabilidade. Grandes bancos brasileiros so tambm referncias reconhecidas internacionalmente
em sustentabilidade.
Apesar desses importantes avanos, a sustentabilidade no sistema financeiro est ainda limitada a
um pequeno nmero de instituies. Na maioria dos grandes bancos e dos bancos de desenvolvimento,
a sustentabilidade vem sendo incorporada em suas polticas e processos, porm apenas 12% dos bancos
mdios e pequenos e 35% dos bancos de investimento possuem polticas de sustentabilidade (nov./2011).
Nas cooperativas de crdito e nas agncias de fomento, o tema est em processo de desenvolvimento e
essas instituies ainda no possuem polticas formais de sustentabilidade. A divulgao de informaes
sobre polticas de sustentabilidade tambm , ainda, restrita a pequeno nmero de instituies apenas 22
das 210 possuem relatrios de sustentabilidade.
Em uma anlise mais detalhada das polticas de sustentabilidade dos bancos, foram pesquisadas as aes
especficas, como gesto de riscos socioambientais, produtos financeiros para sustentabilidade, governana,
programas de educao, relacionamento com clientes e polticas relacionadas ao clima. A concluso dessa anlise
que apenas 8% das instituies financeiras no Brasil possuem polticas bem estruturadas de sustentabilidade.
Uma das formas de disseminar e consolidar a sustentabilidade no sistema financeiro via uma atuao
mais ativa do BCB. Em vrios pases, os bancos centrais esto assumindo papel ativo em regulamentar ou
incentivar a incorporao da sustentabilidade nos sistemas financeiros dos seus pases. No Brasil, o CMN
editou regulaes a respeito, e o BCB comeou um trabalho de orientao das instituies financeiras para
iniciar o debate, promover o aprendizado e a sustentabilidade para todo o SFN.
No SFN, as instituies podem ser classificadas em trs grandes grupos. Um pequeno grupo de bancos
lderes adota a sustentabilidade com uma abordagem estratgica que fortalece a capacidade competitiva.
Um grupo de instituies est em uma fase intermediria de incorporao da sustentabilidade, adota uma
abordagem gerencial e tem um foco prioritrio na gesto do risco. A maioria das instituies est, ainda, em
uma fase inicial, na qual existe a conscincia da importncia da sustentabilidade para as instituies financeiras,
mas preciso formular e implementar polticas e processos de gesto sustentveis. Tanto o BCB como os
bancos lderes tm papel importante em colaborar para a disseminao e consolidao da sustentabilidade
em todo o sistema financeiro brasileiro.
8 COOPERATIVISMO DE CRDITO
As sociedades cooperativas so sociedades de pessoas, com forma e natureza jurdica prprias, constitudas
para prestar servios aos associados, cujo regime jurdico, atualmente, o institudo pela Lei n 5.764, de
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16 de dezembro de 1971, e pela Lei Complementar n 130, de 17 de abril de 2009. No caso das cooperativas
de crdito, tambm esto sujeitas Resoluo CMN n 3.859, de 27 de maio de 2010, que disciplina sua
constituio e funcionamento.
As sociedades cooperativas so classificadas como: cooperativas singulares, ou de 1 grau, quando
destinadas a prestar servios diretamente aos associados; cooperativas centrais e federaes de cooperativas,
ou de 2 grau, aquelas constitudas por cooperativas singulares e que objetivam organizar, em comum e em
maior escala, os servios econmicos e assistenciais de interesse das filiadas, integrando e orientando suas
atividades, bem como facilitando a utilizao recproca dos servios; e confederaes de cooperativas, ou
de 3 grau, as constitudas por centrais e federaes de cooperativas e que tm por objetivo orientar e
coordenar as atividades das filiadas, nos casos em que o vulto dos empreendimentos transcender o mbito
de capacidade ou convenincia de atuao das centrais ou das federaes.
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Cooperativas de crdito so instituies financeiras constitudas sob a forma de sociedade cooperativa,
tendo por objeto a prestao de servios financeiros aos associados, como concesso de crdito, captao
de depsitos vista e a prazo, fornecimento de cheques, prestao de servios de cobrana, de custdia,
de recebimentos e pagamentos por conta de terceiros sob convnio com instituies financeiras pblicas e
privadas e de correspondente no pas, alm de outras operaes especficas e atribuies estabelecidas na
legislao em vigor. Alm disso, por fora do artigo 92 da citada Lei n 5.764/1971, a fiscalizao e o controle
das sociedades cooperativas de crdito so atribuies do Banco Central do Brasil.
As cooperativas de crdito so importante instrumento de desenvolvimento em muitos pases. Na
Alemanha, essas cooperativas possuem cerca de 15 milhes de associados e respondem por cerca de 20%
de todo o movimento financeiro bancrio do pas. Na Holanda, o banco cooperativo Rabobank atende a mais
de 90% das demandas financeiras rurais. Nos EUA, h mais de 12 mil unidades de atendimento cooperativo
apenas no sistema Cuna (Credit Union National Association), que rene cooperativas de crdito mtuo do
tipo Desjardins9. Alm dessas, os bancos cooperativos agrcolas respondem por mais de um tero dos
financiamentos agropecurios norte-americanos. Estima-se que 25% dos norte-americanos sejam associados
a uma cooperativa de crdito. Na literatura, h registros de que em 2000, 46% do total das instituies de
crdito da Europa eram cooperativas, participando com cerca de 15% da intermediao financeira.
J, no Brasil, o cooperativismo de crdito respondia, em dezembro de 2012, por 2,60% das operaes
de crdito realizadas no mbito da rea bancria do SFN e possua 3,85% do patrimnio lquido total da
rea bancria do SFN.
A partir da edio da Resoluo CMN n 3.106, em 25 de junho de 2003, o CMN autorizou a constituio
de cooperativas de crdito de livre admisso de associados dentro de sua rea de atuao, respeitados
certos limites populacionais e de capital mnimo, o que possibilitou acentuada expanso do cooperativismo
de crdito no Brasil. De fato, em outubro de 2013, das 1.210 cooperativas de crdito em funcionamento
no pas, 288 (23,8%) atuavam sob a forma de livre admisso de associados e agregavam 54% do total de 6
milhes de associados ligados a cooperativas de crdito no pas. Daquelas cooperativas de livre admisso,
200 delas tiveram origem em cooperativas de crdito rural e o principal benefcio da mudana foi a reduo
ou a eliminao dos riscos da sazonalidade, tpica dos ciclos de produo das atividades agrcola e pecuria.
9 Alphonse Desjardins foi o precursor do cooperativismo de crdito nas Amricas, ao fundar em 6 de dezembro de 1900, em Quebec, Canad,
a primeira cooperativa, hoje conhecidas como crdito mtuo, que pressupe alguma espcie de vnculos entre os scios. At 1915, 90% dos
emprstimos concedidos tinham valores inferiores a US$ 100.00.
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REFERNCIAS
BRASIL. Lei n 4.380, de 21 de agosto de 1964. Institui a correo monetria nos contratos imobilirios de
interesse social, o sistema financeiro para aquisio da casa prpria, cria o Banco Nacional da Habitao (BNH),
e Sociedades de Crdito Imobilirio, as Letras Imobilirias, o Servio Federal de Habitao e Urbanismo e d
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Repblica Federativa do Brasil, Poder Executivo, Braslia, DF, 31 jan. 1965.
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(BNDE) na categoria de empresa pblica, e d outras providncias. Dirio Oficial da Repblica Federativa do
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de instituies submetidas aos regimes de que tratam a Lei n 6.024, de 13 de maro de 1974, e o Decreto-lei
n 2.321, de 25 de fevereiro de 1987; sobre a indisponibilidade de seus bens; sobre a responsabilizao das
empresas de auditoria contbil ou dos auditores contbeis independentes; sobre privatizao de instituies
cujas aes sejam desapropriadas, na forma do Decreto-lei n 2.321, de 1987, e d outras providncias. Dirio
Oficial da Repblica Federativa do Brasil, Poder Executivo, Braslia, DF, 15 mar. 1997.
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______. Lei n 10.194, de 14 de fevereiro de 2001. Dispe sobre a instituio de sociedades de crdito ao
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______. Lei Complementar n 105, de 10 de janeiro de 2001. Dispe sobre o sigilo das operaes de
instituies financeiras e d outras providncias. Dirio Oficial da Repblica Federativa do Brasil, Poder Executivo,
Braslia, DF, 11 jan. 2001.
______. Lei Complementar n 109, de 29 de maio de 2001. Dispe sobre o Regime de Previdncia
Complementar e d outras providncias. Dirio Oficial da Repblica Federativa do Brasil, Poder Executivo,
Braslia, DF, 30 maio 2001.
______. Lei Complementar n 130, de 17 de abril de 2009. Dispe sobre o Sistema Nacional de Crdito
Cooperativo e revoga dispositivos das Leis nos 4.595, de 31 de dezembro de 1964, e 5.764, de 16 de dezembro
de 1971. Dirio Oficial da Repblica Federativa do Brasil, Poder Executivo, Braslia, DF, 17 abr. 2009, edio extra.
______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 52, de 4 de maio de 1967. Associaes de Poupana e
Emprstimos Autorizao para a Constituio e Funcionamento. Anteprojeto de Regulamento elaborado
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organizao e o funcionamento das sociedades distribuidoras de ttulos e valores mobilirios.
______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 1.655, de 26 de outubro de 1989. Disciplina a constituio,
a organizao e o funcionamento das sociedades corretoras de ttulos e valores mobilirios.
______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 1.770, de 28 de novembro de 1990. Estabelece condies
para a constituio, a organizao e o funcionamento das sociedades corretoras de cmbio.
______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 2.099, de 17 de agosto de 1994. Aprova regulamentos que
dispem sobre as condies relativamente ao acesso ao Sistema Financeiro Nacional, aos valores mnimos
de capital e patrimnio lquido ajustado, instalao de dependncias e obrigatoriedade da manuteno de
patrimnio lquido ajustado em valor compatvel com o grau de risco das operaes ativas das instituies
financeiras e demais instituies autorizadas a funcionar pelo Banco Central.
______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 2.122, de 30 de novembro de 1994. Aprova a constituio,
a organizao e o funcionamento de companhias hipotecrias.
______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 2.197, de 31 de agosto de 1995. Autoriza a constituio de
entidade privada, sem fins lucrativos, destinada a administrar mecanismo de proteo a titulares de crditos
contra instituies financeiras.
______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 2.211, de 16 de novembro de 1995. Aprova o estatuto e
o regulamento do Fundo Garantidor de Crditos FGC. (Revogado)
______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 2.309, de 28 de agosto de 1996. Disciplina e consolida
as normas relativas s operaes de arrendamento mercantil.
______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 2.624, de 29 de julho de 1999. Consolida as normas
sobre a constituio e o funcionamento de bancos de investimento.
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______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 2.690, de 28 de janeiro de 2000. Altera e consolida as
normas que disciplinam a constituio, a organizao e o funcionamento das bolsas de valores.
______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 2.735, de 28 de junho de 2000. Programa Nacional de
Desburocratizao. Disciplina a constituio e o funcionamento das sociedades de crdito imobilirio.
______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 2.828, de 30 de maro de 2001. Dispe sobre a constituio
e o funcionamento de agncias de fomento.
______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 2.874, de 26 de julho de 2001. Dispe sobre a constituio
e o funcionamento de sociedades de crdito ao microempreendedor. (Revogado)
______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 3.106, de 25 de junho de 2003. Dispe sobre os requisitos
e procedimentos para a constituio, a autorizao para funcionamento e alteraes estatutrias, bem como
para o cancelamento da autorizao para funcionamento de cooperativas de crdito. (Revogado)
______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 3.121, de 25 de setembro de 2003. Altera e consolida
as normas que estabelecem as diretrizes pertinentes aplicao dos recursos dos planos de benefcios das
entidades fechadas de previdncia complementar. (Revogado)
______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 3.454, de 30 de maio de 2007. Dispe sobre as condies
de captao de depsitos a prazo.
______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 3.658, de 17 de dezembro de 2008. Altera e consolida
a regulamentao relativa ao fornecimento, ao Banco Central do Brasil, de informaes sobre operaes
de crdito.
______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 3.859, de 27 de maio de 2010. Altera e consolida as
normas relativas constituio e ao funcionamento de cooperativas de crdito.
______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 4.150, de 30 de outubro de 2012. Estabelece os requisitos
e as caractersticas mnimas do fundo garantidor de crdito das cooperativas singulares de crdito e dos
bancos cooperativos integrantes do Sistema Nacional de Crdito Cooperativo (SNCC).
______. Conselho Monetrio Nacional. Resoluo n 4.284, de 5 de novembro de 2013. Aprova o Estatuto
e o Regulamento do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crdito (FGCoop) e estabelece a forma de
contribuio.
HOUAISS, Dicionrio Eletrnico da Lngua Portuguesa, Verso 1.0 Intranet, maro de 2004, Instituto Antnio
Houaiss. Produzido e distribudo por Editora Objetiva Ltda. Disponvel na intranet do BCB em: <http://www.
bc/houaiss/cgi-bin/houaissnet.dll/tab>. Acessos diversos entre 12 e 28 de novembro de 2013.
LOPES, Joo do Carmo; ROSSETTI, Jos Paschoal. Economia monetria. 7. ed. So Paulo: Atlas, 1998.
PINHEIRO, Marcos Antonio Henriques. Histria e Evoluo Coop. Crdito BsB. 2008. Disponvel em: <http://
www.bcb.gov.br/htms/public/microcredito/livro_cooperativas_credito.pdf>.
Sites
Disponvel em: <http://www.caixa.gov.br/>.
Disponvel em: <http://www.bcb.gov.br/crsfn/crsfn.htm>.
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O SFH. Disponvel em: <http://www.abecip.org.br/m3.asp?cod_pagina=453&submenu=sim&cod_pai=429&cod_
pai2=453>.
Plano de Ao para Fortalecimento do Ambiente Institucional, maio de 2012. Disponvel em: <http://www.
bcb.gov.br/nor/relincfin/Plano_de_Acao_PNIF.pdf>.
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Tabela 1: Quantitativo de instituies autorizadas por segmento
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Tabela 2: Quantitativo de instituies autorizadas por tipo, com sede nas Unidades da Federao (UF)
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Fonte: Unicad, disponvel em: <http://www.bcb.gov.br/?QEVSFN201311>.
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Fonte: Cadmu e Unicad, disponvel em: <http://www.bcb.gov.br/?QEVSFN201310>.
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10 A Resoluo CMN n 4.072, de 26.4.2012, adotou nova classificao de dependncias de instituies financeiras, definindo apenas: agncia, Posto de Atendimento
(PA), Posto de Atendimento Eletrnico (PAE) e Unidade Administrativa Desmembrada (UAD). A meno ao Posto de Atendimento Cooperativo (PAC) na tabela
apenas para segregar o atendimento prestado por postos de cooperativas de crdito.
Tabela 5: Bancos com maiores redes de agncias
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MDULO II BANCOS CENTRAIS E BANCO CENTRAL DO BRASIL
INTRODUO
Esta unidade tem como objetivo apresentar: as razes que motivaram o surgimento dos bancos centrais,
incluindo nesta trajetria o exemplo do Banco Central da Inglaterra, o primeiro a agrupar mais claramente
funes que passaram a definir uma instituio financeira com atribuies especiais; como foram agregadas
mais funes aos bancos centrais ao longo do desenvolvimento do sistema bancrio; as circunstncias
que condicionaram o surgimento do Banco Central do Brasil (BCB); e, por fim, os principais aspectos que
regem duas de suas funes, quais sejam: monopolista de emisso e banqueiro do governo. Outras funes
importantes sero abordadas nas prximas unidades: a) banco dos bancos; b) executor da poltica monetria
e cambial; e c) fiscalizador e supervisor do sistema financeiro.
O surgimento dos bancos centrais se deu como consequncia da ampliao das atividades bancrias.
Na maioria das vezes, a histria mostra que eles descenderam de bancos privados que tinham entre suas
atribuies financiarem o estado (CARVALHO, 2007, p. 14), ou como uma imposio do setor pblico ao
sistema financeiro, aps crises bancrias nacionais.
A atividade bancria originou-se dos antigos ourives, que desenvolveram a prtica de guardar ouro e
objetos de valor pertencentes a terceiros. Esses estabelecimentos funcionavam como depsitos de guarda
de volumes. O depositante deixava seu ouro e recebia um recibo. Quando da retirada, apresentava o recibo,
pagava uma taxa pela guarda e recebia o ouro de volta.
O dinheiro desejado por aquilo que pode comprar, e no por si mesmo. Possui uma qualidade annima,
de modo que uma unidade de valor to boa quanto outra. Com o ouro acontece o mesmo, uma pea com
quantidade de ouro to boa quanto outra com igual quantidade (SAMUELSON, 1975, p. 313).
Enfim, as casas de ourives transformaram-se em bancos ao perceberem essa qualidade e ao se darem
conta de que precisavam devolver a mesma quantidade de ouro, mas no necessariamente a pea depositada.
Descobriram tambm que, apesar de seus depsitos serem pagveis vista, no eram todos retirados ao
mesmo tempo. Dessa forma, podiam emprestar pelo menos uma parte dos depsitos a terceiros, cobrando
uma taxa de juros, pois os novos depsitos tendiam a cobrir as retiradas.
Assim se iniciava a prtica bancria de tomador e emprestador. A partir do sculo XVII, em alguns
pases europeus, determinados bancos comerciais privados comearam a se destacar entre os demais. Alm
disto, em virtude de suas relaes com o Tesouro, esses bancos recebiam o direito de emisso de moeda
conversvel em ouro. Com o passar do tempo, essas instituies concentraram algumas funes que, mais
tarde, definiriam o papel de um banco central:
i. Emisso de moeda.
ii. Atuao como banco de governo.
iii. Recebimento de depsito de reservas dos outros bancos.
iv. Concessor de emprstimo de ltima instncia.
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maneira mais fcil (GOODHART, 1988, p. 15). Observe-se que o BOE surgiu como uma instituio privada,
tendo se tornado pblico somente em 1946, aps a Segunda Guerra Mundial.
Com o passar do tempo, paralelamente ao desenvolvimento dos sistemas bancrios nacionais, os
bancos centrais foram assumindo novas atribuies, como gestor de meios de pagamentos, regulador e
supervisor do sistema financeiro (SOBREIRA, 2005, p. 29) e, basicamente a partir da crise de 1930, executor
das polticas monetria e cambial. Para conter as ameaas inflacionrias, difundiu-se, a partir dos anos 80, a
tese de independncia do Banco Central, que se apoia, em grande medida, na crena de que h uma verdadeira
funo original das autoridades monetrias, que perseguir a estabilidade de preos. Independncia do
banco central representa ter liberdade para decidir sobre a conduo das suas atribuies de forma a atingir
seus objetivos, sendo que suas decises muito dificilmente sero anuladas por outros rgos de governo
(BLINDER, 1999, p. 72). Mais sobre autonomia do banco central ser visto na unidade 4. Observe-se que a
independncia de seus bancos centrais foi pr-condio para a entrada dos pases na Unio Europeia (EU).
Nesse sentido, o BOE, apesar de j possuir autonomia operacional na prtica, se tornou independente por
lei, em 1997 (NBREGA, 2012).
Mais recentemente, na trajetria dos bancos centrais, vale destacar o caso do Banco Central Europeu
(BCE), responsvel pela moeda nica europeia, o euro, e o primeiro caso de um banco central de um
grande conjunto de pases. O BCE entrou em funcionamento em 1998, o que lhe proporcionou sete meses
de preparao para realizar a tarefa, sem precedentes, de substituir as moedas de um grupo de Estados
soberanos pela moeda nica, e definir uma poltica monetria para zona do euro (disponvel em: <https://
www.ecb.europa.eu/ecb/html/index.pt.html>. Acesso em: 13 nov. 2013).
interessante destacar que dadas as suas atribuies, um banco central transforma-se, automaticamente,
em assessor econmico do governo, pois responsvel pela execuo das polticas monetria e cambial, atua na
definio da poltica de crdito e participa em algumas instncias da execuo da poltica fiscal. Nesse sentido,
h de considerar que o grau de influncia de um banco central na tomada de decises macroeconmicas
depende do contexto poltico e administrativo em que se situa sua ao e tambm do prestgio e da atitude
de seu governador ou presidente.
A busca por uma instituio que organizasse o sistema monetrio e financeiro do Brasil iniciou em 1694,
com a criao da Casa da Moeda. Posteriormente, com a chegada da famlia Real portuguesa e a criao do Banco
do Brasil (BB), em 1808, j havia a conscincia da necessidade de criar um banco dos bancos com poderes de
emitir papel-moeda com exclusividade, alm de exercer o papel de banqueiro do Estado (BCB, 2013b).
O BB foi criado com algumas funes de banco central, pois cumpria o papel de banco de depsitos, desconto
e emisso. Alm do mais, era investido do poder de venda de produtos privativos da Administrao Pblica e
contratos reais, funes tpicas de banqueiro do governo. Um dos fatores que explica o grande retardamento
at a criao de um banco central propriamente dito no Brasil foi esse duplo papel exercido pelo BB.
Mesmo com o BB cumprindo algumas funes, at 1945 no existia uma organizao institucional que
realizasse o controle da oferta de moeda. Naquele ano, entre outros motivos, em funo da necessidade de
criar interlocutor para atuar com o Fundo Monetrio Internacional (FMI), o governo criou a Superintendncia
da Moeda e do Crdito (Sumoc), com as funes de exercer o controle sobre o mercado financeiro e de
combater a inflao, assim como de preparar o pas para a implantao de um banco central (BCB, 2013b).
Vale registrar que, nesse perodo, foi criado tambm o Conselho Superior da Sumoc, rgo normativo com
responsabilidade pela coordenao das polticas monetria, creditcia, cambial e bancria. Este conselho era
composto pelo ministro da Fazenda (presidente), pelo presidente do BB (vice-presidente), pelos diretores
das Carteiras de Cmbio e de Redesconto e da Caixa de Mobilizao e Fiscalizao Bancria, do BB e pelo
diretor executivo da Sumoc.
Segundo Lago, a partir de ento, a Sumoc passou a dividir as funes de banco central com o BB e o
Tesouro Nacional. A Sumoc tinha a atribuio de fixar os percentuais de depsitos compulsrios dos bancos,
as taxas do redesconto e da assistncia financeira de liquidez e tambm os juros sobre depsitos bancrios
(LAGO, 1982, p. 30). Alm do mais, supervisionava a atuao dos bancos comerciais, orientava a poltica
cambial e representava o Brasil em organismos financeiros internacionais.
O BB continuou desempenhando as funes de banco do governo, pois era depositrio dos recursos
do governo e de banco dos bancos, mediante o recebimento dos depsitos compulsrios e voluntrios dos
demais bancos. Ao Tesouro Nacional cabia definir as condies para emitir papel-moeda.
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Pela Lei n 4.595, de 31 de dezembro 1964, foi criado um banco central no Brasil. O Banco Central
do Brasil (BCB), autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Nacional (SFN), iniciou suas atividades
em maro de 1965.
Entretanto, at 1986, o BCB repartiu as funes de autoridade monetria com o BB, que continuou
recebendo os depsitos voluntrios das instituies financeiras. Adicionalmente, em 1965, passou a funcionar
a conta-movimento, que unia o BCB ao BB, permitindo o suprimento automtico de recursos ao BB,
viabilizando, assim, a realizao da poltica de crdito oficial e outras operaes do governo federal, sem o
prvio aprovisionamento de recursos.
Tambm merecem destaque no perodo, de 1965 a 1986, a criao da Reserva Monetria, que tinha
por finalidade assegurar a normalidade dos mercados financeiros e de capitais, tendo por fonte de recursos a
receita lquida do Imposto sobre Operaes Financeiras (IOF) e a incorporao de contas de natureza fiscal
no oramento monetrio, que foi a ferramenta usada para projetar as variaes nas contas consolidadas das
autoridades monetrias e dos bancos comerciais para determinado perodo de tempo. Essas projees mostram
a maneira como se pretende conduzir a poltica monetria, em termos de aumento de emprstimos ao governo
e ao setor privado, de acumulao de reservas cambiais, e de expanso dos meios de pagamento (disponvel
em http://www2.camara.leg.br/glossario/o.html. Acesso em: 22 nov. 2013). Segundo Amorim Netto (1968, p. 1):
o objetivo final do oramento monetrio era a previso da expanso dos meios de pagamento na
economia, tornando-o coerente com a previso de crescimento do produto fsico e uma certa
elevao no nvel geral de preos, mantida a velocidade-renda da moeda constante.
Na segunda metade da dcada de 1980, foi iniciado um grande processo de reordenamento financeiro,
que incluiu a transferncia das contas de carter fiscal, embutidas no oramento monetrio, para o oramento
fiscal. Com isso, o oramento fiscal comeou a apresentar dficits que antes no apareciam. O passo seguinte
foi o fim da conta movimento que ligava o BB e o Banco Central. Houve, ainda, a unificao oramentria e a
criao do Oramento-Geral da Unio (OGU). O BCB perdeu tambm a faculdade de administrar a poltica
de endividamento do governo.
Foram tambm redefinidas as funes do BB, do BCB e do Tesouro. Criou-se a Secretaria do Tesouro
Nacional (STN), como caixa nico de todas as despesas do governo federal.
Em 1988, foi criado o Oramento das Operaes de Crdito, o qual, como parte integrante do OGU,
passou a reunir todos os crditos antes embutidos no oramento monetrio. Com a criao do oramento
de crdito, o BCB perdeu sua funo de fomento, embora continuasse como agente financeiro do Tesouro,
mas sem o poder de adiantar, por conta do mesmo, recursos oficiais de crdito.
Naquele ano, com a edio do Decreto-Lei n 2.471, de 1 de setembro de 1988, foi tambm transferida
a receita do IOF para a Secretaria da Receita Federal (SRF), incorporando o tributo ao oramento da Unio.
Dessa maneira, a Reserva Monetria deixou de receber novos recursos originrios da arrecadao desse
imposto. A Reserva Monetria era um fundo utilizado para estabilizao do Sistema Financeiro Nacional,
podendo ser utilizado para evitar a quebra de instituies e eventuais riscos sistmicos. Atualmente, esse
fundo est em extino, pois perdeu sua motivao em funo da edio da Lei Complementar n101, de 20
de maio de 2000, tambm conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que, em seu art. 28, veda a
utilizao de recursos pblicos para socorrer instituies financeiras.
Na mesma poca, segundo o BCB, a Constituio Federal estabeleceu dispositivos importantes para
a atuao do BCB, dentre os quais se destacam o exerccio exclusivo da competncia da Unio para emitir
moeda e a exigncia de aprovao prvia pelo Senado Federal dos nomes indicados pelo Presidente da
Repblica para os cargos de presidente e diretores da instituio (BCB, 2013l).
Durante a dcada de 90 inicia-se o processo de transferncia da administrao da dvida pblica externa
do BCB para a Secretaria do Tesouro Nacional (STN). O processo completo de transferncia se encerra
em 2005, com a passagem da administrao da dvida externa pblica securitizada e negociada no mercado
internacional para a STN.
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Com estas mudanas, o BCB se aproximou do modelo de um banco central clssico.
Mais recentemente, destacaram-se como marcos da atuao do BCB a operacionalizao do Plano Real
(1994), primeira tentativa de estabilizao do poder aquisitivo da moeda bem-sucedida a partir de 1986, a
adoo do Regime de Metas para a Inflao (1999), a implantao do novo Sistema de Pagamentos Brasileiro
SPB (2002) e a implementao de medidas, visando incluso financeira (2009 em diante).
O Plano Real foi a primeira experincia de um plano econmico no Brasil em que a poltica monetria
foi pensada de forma independente pelo Banco Central. Com esse plano, houve substancial reduo da inflao
e sua consolidao em nveis administrveis. Em maro de 1994, os preos em Cruzeiro Real foram indexados
Unidade Real de Valor (URV). A URV foi igualada taxa de cmbio oficial do dlar norte-americano. Na
prtica, foi instalado um padro bimonetrio no pas, que permitia, porm, apenas uma moeda como forma de
pagamento, o Cruzeiro Real CR$ (FERNANDES, 2006, p. 3). A partir de 1 de julho de 1994, foram extintos
a URV e o Cruzeiro Real e criado o Real (R$), com os preos equiparados taxa da URV de 30/6/1994, em
CR$ 2.750,00. O Plano Real valeu-se de poltica monetria robusta, emisses controladas de moeda, melhoria
da poltica fiscal e do aumento de reservas internacionais, que permitiram, nos seus primeiros anos at 1999,
a administrao do cmbio na chamada ncora cambial. Outra condio importante para o sucesso do Real
foi a prvia renegociao da dvida externa, com a adequao ao Plano Brady. Este plano, coordenado pelo
ex-secretrio do Tesouro Norte-Americano Nicholas Brady, permitiu a permuta parcial da dvida externa
de pases da Amrica Latina por bnus globais, sendo reestruturadas as dvidas no pagas provenientes das
moratrias do Mxico, Argentina e Brasil na dcada de 1980 (FERNANDES, 2006, p. 3).
Com o fim da ncora cambial, a partir de junho de 1999, a poltica monetria no BCB passou a ser
conduzida sob o regime de metas para a inflao. Esse regime qualificado pelo comprometimento do
banco central em atuar de maneira a garantir que a inflao se situe dentro do intervalo estabelecido pelo
governo a partir de determinada meta. Esta meta e seu intervalo de tolerncia so anunciados previamente.
O regime de metas caracteriza-se usualmente por quatro elementos: comprometimento institucional com
a estabilidade de preos como objetivo da poltica monetria; conhecimento pblico de metas de mdio-
prazo para a inflao; estratgia de ao pautada pela transparncia sobre os planos, objetivos e razes que
justificaram as deliberaes de poltica monetria; e mecanismos para tornar as autoridades monetrias
responsveis pelo atingimento das metas. O regime de metas para a inflao envolve mais do que o simples
anncio de metas numricas para a inflao. A transparncia e a prestao de contas regulares sociedade
e a seus representantes so elementos essenciais desse regime (BCB, 2013l).
Um sistema de pagamentos abarca procedimentos e sistemas pelos quais so efetuadas as transferncias
para a liquidao de fundos entre instituies financeiras e, em ltima instncia, permite que a economia
do pas funcione. O atual Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) foi implantando em 22/4/2002 e trouxe
grandes inovaes ao mercado financeiro, destacando-se a possibilidade de liquidao de pagamentos no
prprio dia, pela transferncia eletrnica disponvel (TED), a impossibilidade de saldos negativos em contas
mantidas no BCB pelas instituies financeiras e a reduo do risco sistmico e do risco de crdito incorrida
pela autoridade monetria.
Mais recentemente, o BCB atua para ampliar e melhorar o acesso da populao a servios financeiros.
Em virtude dessa preocupao, desde 2009, o BCB realiza fruns anuais para tratar do assunto. O objetivo
da atuao do BCB a expanso e o fortalecimento dos canais de acesso a servios financeiros, a criao de
instrumentos para melhor adequao dos servios aos segmentos de menor renda e a garantia da qualidade
na proviso de servios financeiros. Nesse sentido, cabe destacar a edio da Medida Provisria n 615,
convertida na Lei n 12.865/2013, que cria as instituies de pagamentos e a conta de pagamentos, que deve
impulsionar os pagamentos por dispositivos mveis e facilitar a entrada no sistema financeiro a pessoas
de menor poder aquisitivo. Destaca-se tambm a importncia dos correspondentes no pas, que, alm de
levarem servios financeiros a municpios desassistidos, ampliam as convenincias em reas j atendidas.
Ainda, sobressai o fortalecimento das cooperativas de crdito, que so pea fundamental para o atendimento
a setores especficos, especialmente no que tange ao crdito rural e s associaes produtivas.
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ao meio circulante e destina-se a satisfazer a demanda de dinheiro indispensvel atividade econmico-
financeira do pas. Do ponto de vista operacional, o BCB atende s necessidades de numerrio do sistema
bancrio e, consequentemente, do pblico, por meio dos mecanismos de emisso e recolhimento.
No Brasil, a produo fsica de dinheiro compete, de forma exclusiva, a uma empresa pblica, a Casa
da Moeda do Brasil (CMB), conforme definido em lei. importante registrar que a CMB, sediada no Rio de
Janeiro, faz o desenvolvimento de projetos, arte grfica e impresso de cdulas e moedas, mas somente o
BCB emite moeda. O BCB , dessa maneira, um cliente da CMB, com quem se relaciona por meio de contrato
de fornecimento de cdulas e moedas.
Segundo o BCB,
Esta funo guarda em suas origens grande relao com o direito de emisso dos bancos centrais, pois
os governos, muitas vezes, o concediam a bancos que assumiam o compromisso de financi-los. Atualmente,
na maior parte dos pases, a instituio proibida de financiar o governo. Mesmo assim, o banco central o
principal banqueiro do governo, pois detm suas contas mais importantes, participa ativamente do manejo
do seu fluxo de fundos e o depositrio e administrador das reservas internacionais do pas.
Certamente, a centralizao de boa parte das operaes bancrias governamentais no banco central
fundamental, haja vista a estreita relao entre os oramentos pblicos, o seu fluxo de fundos e o mercado
financeiro. O governo o agente econmico com maiores receitas e despesas; consequentemente suas
operaes financeiras do lugar a movimentos sazonais que podem alterar significativamente o volume das
disponibilidades bancrias e do crdito. Nessas condies, a participao do banco central no manejo das
contas do tesouro fundamental para regular o crdito e os agregados monetrios.
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No Brasil, antes do desenvolvimento do mercado de ttulos da dvida pblica, o ajuste da disponibilidade
de recursos do governo aos seus compromissos de pagamento se dava mediante a concesso de crditos
de curto prazo pelo BCB, a ttulo de antecipao de receitas futuras de impostos. Esse ajustamento, na
atualidade, efetuado via colocao de ttulos emitidos pelo tesouro (BCB, 2013l).
Ainda, outra melhoria institucional foi a vedao do financiamento de dficits fiscais dos errios pblicos
pelos bancos centrais, em funo de suas decorrncias insalubres sobre o controle da inflao e o equilbrio
do balano de pagamentos (BCB, 2013l).
Como depositrio e executante da administrao dos recursos internacionais do pas, o Banco
Central precisa atentar para que a estrutura dos ativos, principalmente moedas e ttulos de outros pases,
e seus prazos, seja compatvel com o equilbrio entre rendimento, risco e incerteza dessas aplicaes. A
concentrao das divisas em um banco central permite-lhe atuar comprando e vendendo, com o intuito de
reduzir a volatilidade e a especulao no mercado de cmbio. Segundo o BCB,
isso importante principalmente nos pases altamente endividados, em que as transaes vinculadas
aos servios de amortizao da dvida externa podem desequilibrar o mercado cambial. Alm disso,
em vrios pases, os bancos centrais administram por conta do governo acordos de comrcio por
compensao e fundos de estabilizao cambial (BCB, 2013l).
No Brasil, em 1986, foi iniciado o processo de reordenamento das contas que atrelavam as operaes
do BCB, do BB e do Tesouro Nacional, tendo sido encerrada a conta movimento que ligava o BCB ao BB.
Naquele momento, ocorreu tambm a unificao oramentria das contas fiscais, com a criao da STN,
e transferncia para o TN da dvida externa depositada no BCB. O apartamento das contas do BCB e do
Tesouro teve como objetivo principal estabelecer claramente as diferenas institucionais entre a conduo
das polticas monetria e cambial e a execuo da poltica fiscal.
A Constituio Federal, de 1988, deu robustez s transformaes iniciadas dois anos antes, impedindo
emprstimos do BCB ao governo, mesmo que indiretamente, dessa maneira, no mais facultada ao BCB a
possibilidade do financiamento inflacionrio de dficits pblicos, nem mesmo para funes de fomento da
economia, contudo, para fins de poltica monetria, o BCB detm ttulos pblicos em sua carteira que, em
outubro de 2013, representavam 32,7% dos ttulos pblicos federais emitidos.
A partir da entrada em vigor da Lei de Responsabilidade Fiscal LRF (Lei Complementar n 101,
de 4 de maio de 2000), o BCB somente pode adquirir diretamente ttulos de emisso da Unio para o
refinanciamento da dvida mobiliria federal que estiver vencendo em sua carteira. Esta lei proibiu ao Tesouro
Nacional comprar ttulos da dvida pblica federal da carteira do BCB, mesmo com clusula de reverso,
a no ser para diminuir a sua dvida, e vedou o BCB de adquirir esses ttulos no mercado secundrio no
mesmo dia da emisso.
Alm disto, o BCB no pode mais emitir ttulos. Exclusivamente ttulos do Tesouro Nacional podem
ser usados para fins de poltica monetria, por meio de operaes de mercado aberto.
Tambm a execuo oramentria acompanhada pelo BCB, incluindo, alm das contas da Unio, as
finanas dos estados e dos municpios, bem como da administrao indireta das trs esferas de governo.
Este acompanhamento realizado devido enorme relevncia para o pas das relaes entre BCB e Tesouro
Nacional e ao grande impacto dos gastos do governo sobre a poltica monetria.
Ainda, como banqueiro do governo, o BCB atua, em nome do Tesouro Nacional, nos leiles de ttulos
pblicos federais, administra as reservas internacionais, representa o pas junto a organismos internacionais
e recebe as disponibilidades de caixa da Unio, na chamada Conta nica, mantida pelo Tesouro Nacional
(BCB, 2013l).
O Decreto-Lei n 200, de 25 de fevereiro de 1967, que gerou a reorganizao da Administrao
Federal e formulou as diretrizes para a reforma administrativa, definiu que o governo federal deveria
implementar a unificao dos recursos movimentados pelo Tesouro Nacional, por meio de seu caixa em
agente financeiro da Unio, para obter economia operacional e racionalizao dos processos atinentes
execuo de desembolsos financeiros. Essa determinao legal s foi totalmente cumprida quando todas as
disponibilidades do Tesouro Nacional, existentes nos diversos agentes financeiros, foram transferidas para o
BCB, em conta nica centralizada. As regras sobre a unificao dos recursos do Tesouro Nacional em conta
nica foram estabelecidas pelo Decreto n. 93.872, de 23 de dezembro de 1986.
Em sntese, na conta nica da Unio so lanados todos os dbitos e crditos advindos de transaes
do governo federal com a sociedade em geral. Segundo o Tesouro Nacional, nesta conta, esto todas as
disponibilidades financeiras da Unio, sendo, por isso, importantssima ferramenta de controle das finanas
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pblicas, pois comporta a racionalizao da administrao dos recursos financeiros, diminuindo a presso
sobre o caixa do Tesouro, alm de tornar mais rpidos os processos de transferncias e descentralizaes
financeiras e tambm os pagamentos a terceiros (BCB, 2013h).
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de que trata o Decreto-Lei n 1.952, de15 de julho de 1982, e d outras providncias.
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UNIDADE 2 FUNO DO BANCO CENTRAL DO BRASIL COMO BANCO DOS BANCOS
INTRODUO
disponibilizam contas (no Brasil, conta reservas bancrias e conta de liquidao) s instituies
financeiras, para que elas possam proceder liquidao financeira das suas operaes;
regulam, monitoram e fornecem sistemas de transferncia de fundos e de liquidaes de
obrigaes interbancrias;
fornecem liquidez para fluidez dos pagamentos; e
so prestamistas de ltima instncia.
No Brasil, o Banco Central do Brasil (BCB) executa essas tarefas por meio do Sistema de Pagamentos
Brasileiro (SPB). A implantao do atual SPB, em 2002, considerada um marco no Sistema Financeiro Nacional
(SFN), pois trouxe vrias inovaes, mas, como ser visto nesta unidade, o BCB, antes mesmo desse advento,
j atuava como provedor da liquidao interbancria.
Para melhor entendimento sobre essa atuao, sero vistos a seguir como atuava o BCB at 2002,
as razes para a mudana institucional implementada em 22 de abril daquele ano, como funciona o SPB
atualmente e como concedida liquidez ao sistema.
1 SISTEMA DE PAGAMENTOS
Os sistemas de pagamentos so dispositivos por meio dos quais so realizadas transferncias de fundos
entre instituies financeiras distintas. A execuo das transferncias de fundos abarca dois elementos bsicos.
O primeiro deles a troca de informaes entre as instituies pagadoras e recebedoras ou debitadas
e creditadas. A transferncia de fundos iniciada pela transmisso de uma mensagem, requisitando-a para
o recebedor. As mensagens de pagamento podem ser a crdito ou a dbito, ainda que, na prtica, todos os
sistemas modernos de transferncia de fundos sejam de transferncias a crdito, nos quais as mensagens de
pagamento e os valores se movimentam do pagador (instituio financeira IF remetente) para o recebedor
(IF destinatria).
O segundo a liquidao, ou seja, a transferncia real de fundos entre o remetente e o destinatrio. A
liquidao de fundos se baseia na transferncia de crditos em um banco central ou em um banco comercial.
Na prtica, na grande maioria dos sistemas, a liquidao se d por transferncias de crditos no banco central.
A finality, um conceito muito usado em sistema de pagamentos, ocorre quando as transferncias entre contas
no banco central se tornam definitivas, irrevogveis e incondicionais.
Os sistemas de transferncia interbancria de fundos podem ser classificados de diversas maneiras.
A primeira grande distino em sistemas de pagamentos so os sistemas de transferncias de fundos de
grandes valores, que normalmente executam poucas transaes de valores mdios expressivos, com prazos de
natureza mais crtica, que se diferenciam dos sistemas de transferncia de fundos a varejo, que movimentam
grande volume de pagamentos de valores relativamente baixos, podendo, nesse caso, ter prazos um pouco
mais elsticos de pagamentos, como, por exemplo, no caso dos cheques.
Outra forma comum de distinguir os sistemas consiste em dividi-los em de liquidao pelo valor
lquido e pelo valor bruto. Em um sistema de liquidao pelo valor lquido, o trmino da obrigao ocorre
em bases compensadas. A posio lquida de um participante calculada em bases bilaterais ou multilaterais.
Essa posio, que pode ser de crdito ou de dbito, chamada de posio lquida de compensao. Em um
sistema de liquidao pelo valor bruto, por outro lado, a liquidao de fundos ocorre a cada transao, ou
seja, sem a apurao dos saldos lquidos dos dbitos contra os crditos.
Os sistemas tambm podem ser classificados de acordo com o momento da liquidao. Eles podem ser
agrupados em dois tipos: sistema de liquidao em horrio especfico futuro ou em tempo real, dependendo
se o processamento ocorre de forma diferida ou em bases contnuas.
A partir disso, surgem duas figuras importantes: a liquidao lquida diferida (LDL), em que a liquidao
ocorre de forma compensada em horrios futuros, e a liquidao bruta em tempo Real (LBTR), em que a
liquidao feita transao a transao no momento em que estas ocorrem.
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O quadro a seguir resume as principais possibilidades:
A utilizao de sistemas LBTR traz alguns benefcios, tais como finality, dentro do mesmo dia, e reduo
do risco de crdito para os participantes. No entanto gera custos maiores, pois h maior necessidade de
capacidade de processamento do sistema e requer maior liquidez dos participantes.
Por outro lado, a utilizao de sistemas LDL pode trazer economia de liquidez, porm traz aumento
de risco de crdito.
A sistemtica de entrega contra pagamento (ECP), usada em sistemas que liquidam transaes com
ativos (ttulos, aes etc.), consiste na ocorrncia de dois eventos ao mesmo tempo: a transferncia definitiva
de ttulos do vendedor ao comprador (entrega) e a transferncia definitiva de fundos do comprador ao
vendedor (pagamento).
Outro conceito importante o de contraparte central. Esta figura ocorre quando uma instituio
interpe-se entre as partes contratantes de um negcio em um ou mais mercados financeiros, tornando-se
a compradora de todos os vendedores e a vendedora de todos os compradores.
At o advento do Plano Real, em 1994, as elevadas taxas de inflao pressionavam o mercado nacional,
e os ganhos financeiros superavam muitas vezes a lucratividade operacional dos empreendimentos. Assim, a
tecnologia existente era focada em aspectos que possibilitassem agilidade no processamento das transaes.
A organizao do sistema financeiro previa que apenas bancos comerciais, bancos mltiplos com carteira
comercial e caixas econmicas possussem conta no BCB. As outras instituies liquidavam suas operaes
por meio de convnios firmados com os titulares de conta no BCB.
O sistema anterior estava alicerado em quatro importantes sistemas, que tinham seus resultados
lquidos dirios lanados diretamente na conta de cada participante no BCB:
Sistema de Cmbio.
Sistema Especial de Liquidao e Custdia (Selic).
Central de Custdia e de Liquidao Financeira de Ttulos (Cetip).
Servio de Compensao de Cheques e Outros Papis (Compe).
Tais lanamentos efetuados pelos sistemas no passavam por nenhuma verificao de existncia de
saldo em conta da instituio financeira, considerando sempre a expectativa de que os lanamentos dos
prximos sistemas cobrissem ocasional saldo devedor, ou seja, havia possibilidade de saques a descoberto ao
longo do dia, que teoricamente seriam cobertos por crditos oriundos de outros sistemas que liquidassem
sua posio em horrio posterior.
O sistema no estava estruturado para que o BCB pudesse acompanhar as operaes realizadas pelas
instituies financeiras em tempo real. Como consequncia, o saldo das contas no BCB era observado com
base nas movimentaes do dia anterior, permitindo inclusive o estorno de operaes e de lanamentos
valorizados, comandados pelo BCB com datas anteriores.
Considerando a inexistncia de mecanismos de controle, o BCB era praticamente obrigado a arcar
com o risco de crdito, em eventual inadimplncia de alguma instituio. Habitualmente, o BCB no devolvia
os lanamentos sem cobertura e cobria a posio da instituio devedora, a fim de evitar problemas maiores
ao mercado decorrentes de uma crise sistmica, em que a eventual inadimplncia de um participante acabava
gerando a inadimplncia de outro, podendo se alastrar por todo o mercado. Essa armadilha institucional em que
o BCB se encontrava permitia aos participantes serem menos exigentes e menos crticos em suas avaliaes
de riscos, tanto envolvendo os sistemas quanto em relao s contrapartes com quem operavam (risco moral).
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1.2 Reestruturao do SPB
Em 1999, foi aprovado pela diretoria do BCB o projeto de reestruturao do sistema de pagamentos
brasileiro, com as seguintes diretrizes:
Ainda em 1999, foi editada uma Medida Provisria, posteriormente convertida na Lei 10.214, de 27
de maro de 2001. Esta lei pode ser considerada um marco em termos de inovao e modernizao das
relaes entre as instituies financeiras nacionais, visto que:
Com base na legislao, o Conselho Monetrio Nacional (CMN) estabeleceu os princpios bsicos de
funcionamento do novo SPB, que seguiram recomendaes do Bank for International Setlements (BIS), no seu
relatrio chamado Princpios Fundamentais para Sistemas de Pagamento Sistemicamente Importantes, editado
em janeiro de 2001. O CMN tambm deu poderes ao BCB para regulamentar, autorizar o funcionamento e
supervisionar os sistemas de compensao e de liquidao, sendo que, em se tratando de operaes com
valores mobilirios, as atribuies foram compartilhadas com a Comisso de Valores Mobilirios (CVM).
Posteriormente, o BCB regulamentou e instrumentalizou o SPB por meio de diversos documentos normativos.
As transferncias de fundos interbancrios passaram a poder ser liquidadas em tempo real, em carter
irrevogvel, por meio do STR, a partir da reestruturao do SPB, em 22 de abril de 2002.
Uma transao entre dois agentes econmicos realizada da seguinte maneira: a IF que ser debitada
elabora a mensagem necessria e a encaminha ao BCB, acontecendo, ento, seu processamento no STR. Se a
IF apresentar saldo suficiente, a transao liquidada e a instituio credora notificada sobre o lanamento
efetuado, terminando assim o ciclo financeiro. Caso a instituio a ser debitada no tenha saldo suficiente
naquele momento, a mensagem no liquidada e fica, na maioria dos casos, pendente de pagamento em uma
fila de espera. As ordens de pagamento pendentes so liquidadas, na ordem de entrada no STR, assim que a
instituio tenha obtido recursos, e o seu saldo seja suficiente.
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A principal plataforma tecnolgica para acesso ao STR a Rede do Sistema Financeiro Nacional (RSFN),
um arcabouo de comunicao de dados em rede, cuja finalidade suportar o trfego de mensagens entre os
participantes do sistema. Operacionalmente, ela formada por duas redes de telecomunicao independentes,
titular e reserva, a ser usada em caso de falha da primeira. Cada participante obrigatoriamente usurio das
duas vias, por onde trafegam as mensagens no padro XML (extensible markup language), de acordo com a
regulamentao estabelecida em manuais e normativos especficos, divulgados pelo BCB.
Como demonstrado na figura 1, alm do BCB, so integrantes do SPB:
As instituies financeiras, titulares de conta reservas bancrias (RB) ou de conta de
liquidao (CL), e a Secretaria do Tesouro Nacional (STN), detentora da conta nica, descritas
genericamente como detentores de conta de liquidao no STR.
A Centralizadora da Compensao de Cheques (Compe).
O Selic.
As oito cmaras de compensao e de liquidao.
A seguir, feita uma distino entre sistemas de transferncias de fundos, que simplesmente liquidam
valores e efetuam transferncias (sem necessariamente haver entrega de ativo dentro do seu sistema), e
sistemas de liquidao de ativos, que liquidam a operao financeira e tambm providenciam a entrega,
normalmente eletrnica, de ativos, sempre considerando a sistemtica de entrega contra pagamento.
O STR a base principal do SPB, desaguadouro de todos os demais sistemas que necessitem efetuar
qualquer lanamento nas contas dos participantes. Seu funcionamento e manuteno so de responsabilidade
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exclusiva do BCB, utilizando o mecanismo LBTR com base em ordem de crdito. Alm disso, toda movimentao
de fundos considerada final (ou irrevogvel e incondicional), ou seja, depois de efetuados os lanamentos
a dbito e a crdito dos participantes envolvidos, ela no poder ser revertida, a no ser por um novo
lanamento a ser iniciado pela instituio que, no lanamento original, tenha sido creditada, pois somente
ela poder autorizar um dbito em sua conta.
As contas reservas bancrias e as contas de liquidao funcionam como uma conta-corrente de
seus titulares no STR, junto ao BCB, em que ocorre a liquidao financeira das operaes realizadas com
a autoridade monetria ou com outras instituies do SFN. Essas contas mantidas no BCB no podem
apresentar saldo negativo.
A conta RB mantm as disponibilidades, em moeda nacional, dos bancos comerciais, bancos de
investimento, caixas econmicas, bancos de cmbio, bancos de desenvolvimento e bancos mltiplos.
A conta de liquidao destina-se ao registro, em moeda nacional, das disponibilidades e das operaes
das demais instituies financeiras e das cmaras de liquidao.
A conta RB de titularidade:
Obrigatria, para os bancos comerciais, bancos mltiplos com carteira comercial e para as
caixas econmicas.
Facultativa, para os bancos de investimento, bancos de cmbio, bancos mltiplos sem carteira
comercial e bancos de desenvolvimento.
A conta de liquidao de titularidade:
Obrigatria, para cmaras consideradas sistemicamente importantes. So consideradas
sistemicamente importantes as cmaras de liquidao de ativos e as de transferncias de
fundos que tenham possibilidade de que os efeitos da inadimplncia de um participante sobre
outros participantes (efeito-contgio) coloquem em risco a fluidez dos pagamentos no SPB.
Facultativa, para as demais cmaras e, a partir de 2009, para as demais instituies no
bancrias autorizadas a funcionar pelo BCB.
A conta de liquidao titulada por cmaras deve ter saldo zero ao final do dia, sendo eventuais recursos
remanescentes transferidos para conta corrente bancria previamente indicada para esse fim pelo titular.
Na Compe, so liquidados os cheques de valor inferior ao VLB-Cheque (R$ 250 mil). O Banco do
Brasil S.A., executante da Compe por concesso do BCB, fornece o apoio necessrio ao seu funcionamento.
Cheques acima desse valor devem ser liquidados bilateralmente no STR.
Esta cmara usa mecanismo de liquidao diferida lquida, ou seja, as transaes so acumuladas e
liquidadas por compensao multilateral em sesses de liquidao especficas.
A cada dia til, realizam-se duas sesses de compensao (noturna e diurna), apurando-se, em cada
sesso, um resultado multilateral nico, de mbito nacional, para cada participante.
O resultado da sesso noturna informado diretamente a cada participante no incio da manh do
dia seguinte, e o da sesso diurna, no meio da tarde do prprio dia da realizao da sesso. A liquidao
ocorre s 9h e s 17h15, respectivamente. As duas sesses so liquidadas, portanto, sempre em D+1 da data
do acolhimento dos documentos.
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No caso de inadimplemento de alguma IF, esta excluda e a Compe reprocessa o movimento, gerando
novos resultados que so ento encaminhados aos demais participantes. Complementarmente, a IF inadimplente
dever resolver diretamente com as demais a forma de regularizao tanto de seus saldos devedores como
de seus saldos credores, independentemente de eventuais sanes que podero ser adotadas por parte do
BCB em virtude do motivo alegado para a ocorrncia de tal situao.
A Compe adota em seus processos a truncagem de cheques, tecnologia que consiste na troca da imagem
digitalizada dos documentos, tornando dispensvel o envio fsico do cheque, da instituio acolhedora para
a instituio sacada (instituio do emissor do cheque).
O Sitraf um sistema operado pela Cmara Interbancria de Pagamentos (CIP), uma sociedade civil
sem fins lucrativos que tem os bancos como associados. O CIP-Sitraf opera de modo similar ao STR: uma
transferncia de fundos s pode ocorrer se o titular da conta a ser debitada encaminhar mensagem especfica
ao sistema, autorizando o dbito do valor em questo, e dispuser, para tanto, de saldo suficiente em uma
conta mantida na cmara. Havendo saldo disponvel, a cmara comunica imediatamente ao outro participante
da existncia de crdito sua disposio.
Os saldos credores de um participante da cmara podem ser originados do depsito inicial, de
crditos oriundos de outros participantes, ou de depsitos complementares. Para operar, o participante
deve, diariamente, at s 7h30, efetuar o pr-depsito estabelecido, mediante transferncia de sua conta no
STR para a conta da cmara. Este depsito inicial no obrigatrio, isto , se alguma IF, em determinado
dia, no tiver interesse em participar do sistema, basta no efetuar o depsito no horrio estabelecido. A
cmara, ento, comunicar aos demais participantes que aquela IF, naquele dia, no poder receber nenhum
crdito pelo sistema. Alm disso, o participante pode, a qualquer momento, encaminhar uma mensagem ao
STR transferindo valores complementares para sua conta na cmara.
Considerando que muitos tipos de transferncias que podem ser cursadas nesse sistema so similares
quelas do STR, o participante pode optar pelo sistema STR ou pelo Sitraf pelo qual transitar a
transferncia desejada, normalmente optando por aquele que lhe trouxer menor custo ou maior benefcio.
1.3.1.4 CIP-Siloc Sistema de Liquidao Diferida das Transferncias Interbancrias de Ordens de Crdito
O Siloc tambm operado pela CIP e liquida obrigaes interbancrias relacionadas a Documentos
de Crdito (DOCs) e boletos de pagamento de valor inferior ao VLB-Cobrana (R$ 250 mil), entre outros.
Boletos de pagamento acima desse valor devem ser liquidados bilateralmente no STR.
Da mesma forma que a Compe possui dois ciclos de liquidao multilateral (em D+1): um de manh,
envolvendo os documentos que foram emitidos (DOCs) ou transitaram (boletos de pagamento) no sistema
bancrio no dia anterior (D-1); e outro tarde, contemplando os acertos e as devolues do ciclo anterior.
So sistemas de liquidao de ativos pertencentes ao SPB: o Selic, a Cetip S.A. Mercados Organizados,
a Central de Cesses de Crditos C3 e a BM&FBovespa.
Nesse sistema, cuja operacionalizao realizada por meio de parceria entre o BCB e a Associao
Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), esto depositados os ttulos pblicos
federais considerados de total liquidez. Os ttulos pblicos sem total liquidez esto depositados na Cetip.
Funcionando em tempo real, as operaes nele cursadas passam por duas etapas principais. Na primeira,
ao receber uma mensagem envolvendo negociao de ttulo, o sistema verifica a disponibilidade daquele ttulo
na conta de custdia do vendedor. Na segunda, que ocorre somente aps o bloqueio de ttulos realizado
na primeira etapa, o sistema encaminha mensagem ao STR para verificar a existncia de saldo na conta do
comprador. Se o saldo for insuficiente, a mensagem ento rejeitada definitivamente nos dois sistemas (STR
e Selic), liberando-se os ttulos previamente bloqueados conforme procedimento estabelecido na primeira
etapa. Se o saldo for suficiente, ocorre ento a liquidao da operao, mediante transferncia dos recursos
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para a instituio financeira vendedora (no STR) e a transferncia definitiva dos ttulos para a instituio
financeira compradora (no Selic).
As transaes realizadas na Cetip envolvem basicamente ttulos de renda fixa privados CDBs, RDBs,
CDIs, LCs e ttulos pblicos no registrados no Selic estaduais, municipais e ttulos de responsabilidade
do Tesouro Nacional, mas praticamente sem liquidez, como Ttulos da Dvida Agrria (TDAs), e Certificados
de Dvida Pblica/INSS (CDP), entre outros.
A liquidao final ocorre por meio do STR, que poder ocorrer no prprio dia (D+0) ou no dia seguinte
(D+1), dependendo do tipo de operao e do horrio em que se concretizar.
As negociaes no mbito dessa cmara podem ser liquidadas de trs formas: por meio de compensao
multilateral de obrigaes, de compensao bilateral, e de compensao bruta em tempo real. No primeiro
caso, encontram-se as operaes geralmente realizadas no mercado primrio; no segundo, as com derivativos;
e no terceiro, as operaes realizadas no mercado secundrio. No caso de inadimplemento de uma das partes,
na compensao multilateral, dever ocorrer o reprocessamento de todo o movimento, com sua excluso
e a reabertura da janela de liquidao para os devidos acertos que se fizerem necessrios.
A efetiva transferncia de propriedade dos ttulos feita por meio do mecanismo de entrega contra
pagamento (EcP).
1.3.2.4 BM&FBOVESPA
i. Cmara de ativos
Os participantes desta cmara tm a possibilidade de efetuar negociaes, envolvendo ttulos pblicos
federais e ttulos privados emitidos por IFs, sempre tendo a cmara como contraparte central, inclusive no
caso de operaes do mercado de balco, que um mercado em que as transaes so realizadas fora do
ambiente de bolsa de valores, ou seja, diretamente entre as partes, sem local fsico definido, e com termos
que podem ser adequados s necessidades de cada parte.
Em termos de modo e prazo, as operaes cursadas podem ser definitivas ou compromissadas, que
so transaes em que uma parte compra ttulos com compromisso de revend-los em momento futuro
preestabelecido, enquanto a outra parte se obriga a recompr-los por valor normalmente superior. Observa-
se que, ao fazer uma operao compromissada, uma das partes est em ltima instncia concedendo um
emprstimo para a outra, com a garantia de um ttulo.
A liquidao multilateral das operaes pode ocorrer no mesmo dia (para aquelas vista, negociadas
at as 13h) ou em data futura pactuada. A transferncia dos ttulos negociados utiliza o mecanismo EcP.
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Vale lembrar que operaes de cmbio (principalmente as envolvendo outras moedas diferentes do
dlar norte-americano) tambm podem ser realizadas fora dessa cmara, com liquidao pelo valor bruto
no STR (em moeda nacional), enquanto a moeda estrangeira transferida diretamente entre os bancos
correspondentes no estrangeiro.
Para atender s necessidades de liquidez das instituies financeiras so fornecidas pelo BCB as
seguintes possibilidades:
Otimizao das operaes pendentes no STR: por um algoritmo calculado pelo sistema,
possvel que operaes que estejam trancando a liquidez sejam liquidadas.
Liberao de recursos de depsitos compulsrios para uso durante o dia, e a instituio
financeira precisa repor os recursos nas devidas contas no final do dia.
Operaes compromissadas intradia, em que o BCB compra da instituio financeira ttulos
pblicos federais com compromisso de revenda no mesmo dia a custo zero. Essa modalidade
de crdito intradia no tem relao com o emprstimo de ltima instncia, sendo uma
funcionalidade concebida para garantir a fluidez dos pagamentos, sendo por isso disponvel
para todas as IFs que possuem conta no STR, diferentemente das operaes de Redesconto
de 15 e 45 dias, que esto restritas a bancos. permitido que as operaes intradia pendentes
de liquidao, ao trmino dia, sejam convertidas automaticamente em operaes de um dia
til, mas com custo.
Operaes compromissadas de ttulos pblicos federais com prazo de um dia til e, para
satisfazer necessidades de liquidez decorrentes de descasamento de curtssimo prazo no
fluxo de caixa da IF, normalmente realizadas automaticamente, por converso e operaes
intradia. Para ter acesso a essas operaes, as instituies financeiras tm como custo a
variao da taxa Selic de um dia acrescida de 1% ao ano.
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1.5 Prestamista de ltima instncia
De at 15 dias teis: essa operao pode ocorrer na hiptese de alguma instituio bancria
apresentar problema de fluxo de caixa de curto prazo, no sendo, nesse caso, a dificuldade
qualificada como estrutural. Essas operaes podem ser renovadas at 45 dias teis. As
intervenes so discricionrias, no sentido de que dependem da exposio, pela instituio
interessada, de detalhamento de seu fluxo de caixa dirio projetado, comprovando as reais
necessidades de recursos previstas para o perodo e de prvia concordncia por parte do
BCB.
De at 90 dias corridos: essa transao pode ocorrer para viabilizar ajuste patrimonial de
banco com desequilbrio estrutural. Podem ser recontratadas desde que o prazo total no
supere 180 dias corridos. As operaes dependem da aceitao pela Diretoria Colegiada do
BCB, tanto da contratao, quanto da recontratao. Para que o assunto seja encaminhado
pelo BCB, a instituio bancria precisa apresentar pleito fundamentado, demonstrando as
necessidades de caixa projetadas para o perodo da operao e um programa de reestruturao,
visando sua capitalizao ou venda do controle acionrio.
Essas operaes, com prazo superior a um dia, apesar de serem disponibilizadas s instituies financeiras,
no tm sido utilizadas por elas, e no h registro de nenhuma operao realizada desde a implantao do
novo SPB, em 2002.
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REFERNCIAS
______. Circular Bacen n 3.057, de 31 de agosto de 2001. Aprova regulamento que disciplina o funcionamento
dos sistemas operados pelas cmaras e pelos prestadores de servios de compensao e de liquidao que
integram o sistema de pagamentos.
______. Circular Bacen n 3.100, de 28 de maro de 2002. Institui o Sistema de Transferncia de Reservas
STR e aprova seu regulamento.
______. Circular Bacen n 3.101, de 28 de maro de 2002. Regulamenta a conta Reservas Bancrias e institui
e regulamenta a Conta de Liquidao no Banco Central do Brasil.
______. Circular Bacen n 3.104, de 28 de maro de 2002. Regulamenta a troca eletrnica de mensagens e
institucionaliza grupos tcnicos no mbito do Sistema de Pagamentos Brasileiro.
______. Circular Bacen n 3.105, de 5 de abril de 2002. Institui o Redesconto do Banco Central, aprova seu
regulamento e consolida suas normas.
______. Circular Bacen n 3.254, de 31 de agosto de 2004. Estabelece procedimentos para liquidao interbancria
de cheques de valor igual ou superior ao VLB-Cheque, define esse valor, fixa o prazo mximo de bloqueio
do depsito desses cheques e d outras providncias.
______. Circular Bacen n 3.438, de 2 de maro de 2009. Regulamenta a conta Reservas Bancrias e a Conta
de Liquidao no Banco Central do Brasil.
______. Circular Bacen n 3.629 de 19 de fevereiro de 2013. Aprova o regulamento de comunicao eletrnica
de dados no mbito do Sistema Financeiro Nacional (SFN).
______. Circular Bacen 3.631, de 21 de fevereiro de 2013. Dispe sobre os acrscimos Taxa Selic para as
operaes de Redesconto do Banco Central.
______. Circular Bacen n 3.663, de 11 de julho de 2013. Altera o Regulamento anexo Circular n 3.105, de
5 de abril de 2002, que dispe sobre o Redesconto do Banco Central.
______. Lei 10.214, de 27 de maro de 2001. Dispe sobre a atuao das cmaras e dos prestadores de servios
de compensao e de liquidao, no mbito do sistema de pagamentos brasileiro, e d outras providncias.
______. Resoluo CMN n 2.882, de 30 de agosto de 2001. Dispe sobre o sistema de pagamentos e as
cmaras e os prestadores de servios de compensao e de liquidao que o integram.
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Orientao geral para desenvolvimento de sistemas nacionais de pagamentos Banco de Compensaes
Internacionais, Basileia, 2006, traduo de Luciano Andrade Frois. Disponvel em: <http://www.bcb.gov.br/htms/
spb/Orienta%E7%E3oDesenvolvimentoDeSistemasNacionaisDePagamentos.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2013.
Sistemas de Liquidao pelo Valor Bruto em Tempo Real, Banco de Compensaes Internacionais, Relatrio
produzido pelo Comit de Sistemas de Pagamentos e Liquidao dos Bancos Centrais dos Pases do Grupo
dos Dez, Basileia, 1997,Ttulo original: Real-Time Gross Settlement Systems, traduo e editorao eletrnica:
Jorge R. Carvalheira. Disponvel em: <http://www.bcb.gov.br/htms/spb/LBTR.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2013.
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UNIDADE 3 FUNO DO BANCO CENTRAL COMO SUPERVISOR E
FISCALIZADOR DO SFN
INTRODUO
A funo do Banco Central do Brasil (BCB) de superviso e fiscalizao do Sistema Financeiro Nacional
(SFN) um dos reflexos da sua misso de assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um
sistema financeiro slido e eficiente11.Tal funo decorre, primordialmente, da Lei no 4.595, de 31 de
dezembro de 1964, que criou o Conselho Monetrio Nacional (CMN) como rgo regulador do SFN, com
a competncia para regular a constituio, o funcionamento e a fiscalizao das entidades e das pessoas
participantes do SFN. Essa lei, que tambm deu origem ao BCB, atribuiu a essa Autarquia o dever de cumprir
e fazer cumprir as disposies do CMN.
O SFN compreende um conjunto de rgos normativos, entidades supervisoras e operadores do
sistema (bancos, corretoras, seguradoras, entre outros agentes). Por conta disso, para abordar a funo do
BCB como supervisor e fiscalizador do SFN, preciso discutir seu campo de atuao e a normatizao
correspondente. Portanto, a exposio inicia-se com essa discusso, que permite visualizar a hierarquia
dentro da qual se situa o BCB e os agentes e atividades que lhe cabe supervisionar e fiscalizar, bem como
autorizar o seu funcionamento.
Em seguida, considera-se o contexto internacional de superviso no qual est inserido o BCB, uma vez
que parte das suas aes como supervisor do SFN origina-se de orientaes de organismos internacionais,
contexto em que se insere o Comit de Superviso Bancria de Basileia, que emite acordos dos quais o Brasil
signatrio. Adicionalmente so abordados os assuntos relacionados regulao prudencial e estabilidade
financeira, assim como o Comit de Estabilidade Financeira do BCB (Comef), criado para avaliar a estabilidade
financeira e definir as diretrizes e as estratgias para mitigao do risco sistmico no SFN.
Posteriormente, avalia-se a forma pela qual o BCB organiza internamente as aes de superviso.
O ponto de partida a estrutura organizacional do banco, destacando as diretorias e os departamentos
diretamente envolvidos com as aes de superviso e fiscalizao. Em seguida, so abordadas as atividades
no mbito do diretor de Fiscalizao (Difis), apresentando o princpio de superviso focada em riscos e a
diviso das atividades em aes de superviso direta e superviso indireta. Alm disso, so abordadas as
atividades desempenhadas pelos departamentos da diretoria ligados a cada uma dessas formas de superviso.
Alm da Difis, tambm so considerados os trabalhos de superviso do Departamento de Regulao,
Superviso e Controle das Operaes do Crdito Rural e do Proagro (Derop), vinculado ao Diretor de
Organizao do Sistema Financeiro e Controle de Operaes de Crdito Rural (Diorf).
Finalmente, este captulo trata dos instrumentos administrativos punitivos que resultam das irregularidades
encontradas nas aes de superviso e fiscalizao desempenhadas pelo BCB. Ademais, tambm so discutidos
os regimes especiais de funcionamento impostos pelo BCB s instituies que apresentem a iminncia ou
a inevitabilidade de insolvncia.
Como natural na esfera da Administrao Pblica, as aes do BCB so resultado, exclusivamente, das
competncias que lhe so dadas pela legislao em vigor. Nesse sentido, o principal dispositivo legal que trata da
funo do BCB como supervisor e fiscalizador do SFN a Lei n 4.595, de 31 de dezembro de 1964, que criou o
Conselho Monetrio Nacional e o Banco Central do Brasil. Este dispositivo legal atribui ao BCB a competncia de
fiscalizar as instituies financeiras, englobando bancos comerciais, bancos mltiplos, bancos de desenvolvimento,
bancos de investimento, caixas econmicas e as sociedades de crdito, financiamento e investimento.
Alm da Lei n 4.595/64, existem outros dispositivos legais que tambm colocam no campo de superviso
e fiscalizao do BCB diversas atividades financeiras, tal como a Lei n 6.099, de 12 de setembro de 1974,
que determina que o BCB fiscalize todas as operaes de arrendamento mercantil.
Uma descrio completa da legislao que define o campo de atuao do BCB est contida no Manual
da Superviso (MSU) dessa autarquia. Por ora, o ponto relevante a destacar que o universo de superviso
e fiscalizao do BCB engloba as seguintes instituies:
11 Citao retirada da pgina principal do Bacen. Disponvel em: <www.bcb.gov.br>. Acesso em: 26 nov. 2013.
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a. bancos comerciais;
b. bancos mltiplos;
c. bancos de desenvolvimento;
d. bancos de investimentos;
e. bancos de cmbio
f. Caixa Econmica Federal (CEF);
g. sociedades de crdito, financiamento e investimento;
h. sociedades de crdito imobilirio;
i. sociedades corretoras de cmbio e de ttulos e valores mobilirios;
j. sociedades distribuidoras de ttulos e valores mobilirios;
k. associaes de poupana e emprstimos;
l. cooperativas de crdito;
m. sociedades de arrendamento mercantil;
n. administradoras de consrcio;
o. escritrios de representao de instituies financeiras sediadas no exterior (nos aspectos
relacionados preveno da lavagem de dinheiro);
p. sociedades de crdito ao microempreendedor;
q. agncias de fomento;
r. companhias hipotecrias;
s. agncias de turismo e meios de hospedagem autorizados pelo Bacen a operar no mercado
de cambio;
t. empresas brasileiras que administram cartes de crdito de uso internacional; e
u. Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos (ECT), nas transferncias internacionais de
recursos vinculadas a vales postais internacionais (BRASIL, 2013b, p. 5).
Cabe observar que, com relao s instituies mencionadas nos itens s, t e u, elas no fazem parte
do SFN. No entanto so includas dentro do universo fiscalizvel do Bacen por conta das atividades que
elas executam que so regulamentadas pelo CMN e pelo Bacen, sendo as aes de superviso e fiscalizao
desta autarquia voltadas exclusivamente para essas atividades.
Tomando por base os dados mensais divulgados pelo BCB em fevereiro de 201412, o universo de
superviso e fiscalizao possui a seguinte composio:
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Tabela 1: Composio
Tabela do do
1: Composio universo
universode
desuperviso
superviso eefiscalizao
fiscalizao do BCB
do BCB (fev./2014)
(fev./2014)
Segmento Nmero de
instituies
Banco mltiplo 132
Banco comercial 22
Banco de desenvolvimento 4
Banco de investimento 14
Banco de cmbio 3
Segmento Nmero de
instituies
Sociedade de crdito, financiamento e investimento 58
Agncia de fomento 16
Companhia hipotecria 8
Fonte: BCB.
Fonte: BCB.
A despeito da existncia
A despeitodedaleis, dando de
existncia amparo legalamparo
leis, dando ao BCB nasaosuas
legal BCBaes de superviso
nas suas aes de e fiscalizao,
geralmente, essessuperviso
dispositivos legais necessitam de detalhamento para sua aplicao
e fiscalizao, geralmente, esses dispositivos legais necessitam de detalhamento junto s entidades
supervisionadas epara
preveem uma regulamentao posterior por parte de um rgo
sua aplicao junto s entidades supervisionadas e preveem uma regulamentao competente. No caso das
matrias relacionadas ao SFN, a Lei n 4.595/1964 estabeleceu o CMN como rgo deliberativo mximo,
posterior por parte de um rgo competente. No caso das matrias relacionadas ao SFN, a Lei
incumbindo ao BCB a tarefa de cumprir e fazer cumprir as deliberaes desse Conselho.
n a4.595/1964
Dessa forma, prtica de estabeleceu o CMN
superviso e como rgo deliberativo
fiscalizao, alm demximo,
ter comoincumbindo ao BCB
referncia a
a legislao em vigor,
pauta-se, em grande medida,
tarefa pelas
de cumprir deliberaes
e fazer do CMN,desse
cumprir as deliberaes tornadas pblicas por meio de resolues divulgadas
Conselho.
pelo BCB. Alm disso, o BCB tambm edita os prprios normativos com o objetivo de implementar as
resolues do CMN,
126 podendo tais documentos ser de trs tipos:
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Analista: rea I: Mdulo II Unidade 3 Funo do Banco Central do Brasil como supervisor e fiscalizador do SFN
a) Circular: ato normativo que tem por finalidade divulgar deliberao da Diretoria Colegiada do
Banco Central.
b) Carta-circular: ato normativo que tem a finalidade de divulgar instruo, procedimento ou
esclarecimento a respeito de contedo de documentos normativos.
c) Comunicado: documento administrativo de mbito externo, que tem por finalidade divulgar
deliberao ou informao relacionada rea de atuao do Bacen (BRASIL, 2013b, p. 7).
Um primeiro aspecto que destaca a funo do BCB como supervisor e fiscalizador do SFN sua
competncia para autorizar o funcionamento das instituies financeiras e outras instituies interessadas
em participar do SFN. Tal competncia vem da Lei no 4.595/64, sendo o Diretor de Organizao do Sistema
Financeiro e Controle de Operaes do Crdito Rural (Diorf) e o Departamento de Organizao do Sistema
Financeiro (Deorf) responsveis por operacionalizar a concesso de autorizaes.
Os procedimentos empregados pelo Deorf relacionados concesso de autorizao para que determinada
instituio possa operar no SFN so dados pelo Manual de Organizao do Sistema Financeiro (Sisorf) (BRASIL,
2013d). Neste manual, tambm so encontradas instrues sobre outros atos societrios das instituies
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financeiras e das demais instituies autorizadas a funcionar pelo BCB que precisam de autorizao desta
autarquia, entre os quais se pode citar os seguintes (para a lista completa de atos, vide o Sisorf):
Em linhas gerais, a instituio interessada em algum tipo de autorizao a ser concedida pelo BCB deve
promover a instruo de processo junto ao Deorf, encaminhando um requerimento a esse departamento com
a exposio do pedido de autorizao em questo. Tal requerimento deve se basear nos modelos especficos
de requerimento trazidos no Sisorf e deve ser assinado pelos administradores cuja representatividade seja
reconhecida pelo estatuto, pelo contrato social ou por documento equivalente da instituio. Ademais, a
solicitao deve vir acompanhada da documentao exigida pela regulao vigente para a instruo do processo.
Alm da apresentao do requerimento e da documentao e dependendo do assunto tratado na
instruo de processo, a instituio solicitante deve registrar as informaes pertinentes ao seu pleito no
Sistema de Informaes sobre Entidades de Interesse do Banco Central do Brasil (Unicad).
Com relao ao exame do processo pelo Deorf, os principais elementos observados so:
Aps exame do processo, a deciso sobre o pleito proferida pela autoridade competente que,
dependendo do assunto, pode ser a Diretoria Colegiada do BCB, o Diorf, o chefe ou o chefe-adjunto do Deorf
e as chefias de subunidade. Caso ocorra o indeferimento do pleito, os interessados podem interpor recurso
ao Deorf. Caso a autoridade que proferiu a deciso no a reconsidere em funo do recurso, a deciso
encaminha autoridade superior, destacando que cabe Diretoria Colegiada ou ao Diorf, dependendo do
assunto, decidir sobre os recursos, em ltima instncia.
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Em 2004, o BCBS publicou uma reviso do Acordo de 1988, que ficou conhecida como Basileia II.
O objetivo dessa reviso foi aprimorar o arcabouo regulatrio de capital mnimo exigido, que passou a se
sustentar em trs pilares:
Pilar I requerimento mnimo de capital expandido para absorver perdas associadas a outros
riscos alm do risco de crdito, tais como os riscos de mercado e operacional.
Pilar II reviso pela superviso do processo de avaliao da adequao de capital das
instituies financeiras.
Pilar III transparncia das instituies com relao gesto de riscos e adequao de capital
para fortalecer a disciplina de mercado qual elas esto expostas.
No Brasil, a adoo dessa reviso segue um processo gradual definido em 2004 com um cronograma de
implementao das principais fases estabelecido no Comunicado do BCB n 12.746, de 9 de dezembro de 2004.
Mais recentemente, em funo da crise financeira internacional de 2007/2008, o BCBS entendeu que
era necessrio reforar Basileia II, especialmente no que se refere composio do capital mnimo exigido
e tambm com relao mensurao, gesto e superviso do risco de liquidez. Tal reforo do Acordo de
Basileia recebeu o nome de Basileia III que, no Brasil, tambm est sendo adotado a partir de um processo
gradual, com cronograma estabelecido no Comunicado do BCB n 20.615, 17 de fevereiro de 2011.
A regulao prudencial diz respeito a um conjunto de regras de funcionamento e gesto que procura
assegurar a manuteno das atividades regulares das instituies financeiras diante dos riscos aos quais
elas esto expostas. Tambm compreende as normas que buscam que a descontinuidade de determinadas
instituies no comprometa a estabilidade financeira do sistema como um todo.
No Brasil, no mbito do SFN e no contexto das instituies autorizadas a funcionar pelo BCB, pode-se
destacar como principais componentes da regulao prudencial os normativos emanados a partir da adoo
dos Acordos de Basileia, dos quais vale mencionar as principais resolues relacionadas.
A primeira delas a Resoluo no 4.193, de 1o de maro de 2013, que estabelece nveis mnimos de
patrimnio que as instituies devem ter para fazer frente aos riscos assumidos (originalmente, os nveis
mnimos de capital foram estabelecidos na Resoluo no 2.099, de 17 de agosto de 1994). A partir dessa
resoluo, as instituies financeiras e as demais instituies autorizadas a funcionar pelo BCB devem
apurar o montante de ativos que possuem, ponderados pelo risco (risk weighted assets RWA), levando em
considerao suas exposies aos riscos de crdito, de mercado e operacional. A partir dessa apurao, a
resoluo limita a alavancagem ao estabelecer nveis mnimos de patrimnio que as instituies devem manter
como percentual do RWA, com o objetivo de que os riscos assumidos no sejam exclusivamente financiados
com capitais de terceiros, mas tenham, tambm, a participao do capital prprio das instituies.
Em segundo lugar, cabe destacar a Resoluo no 4.019, de 29 de setembro de 2011, que define as
medidas prudenciais preventivas aplicveis s instituies financeiras e demais instituies autorizadas a
operar pelo BCB, quando identificadas determinadas situaes crticas relacionadas situao econmico-
financeira ou exposio a riscos de determinada instituio. Conforme o art. 3 daquela resoluo, as
medidas aplicveis so as seguintes:
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c) distribuio de resultados ou, no caso de cooperativas de crdito, de sobras, em montante
superior aos limites mnimos legais;
VIII limitao ou suspenso de:
a) prtica de modalidades operacionais ou de determinadas espcies de operaes ativas
ou passivas;
b) explorao de novas linhas de negcios;
c) aquisio de participao, de forma direta ou indireta, no capital de outras sociedades,
financeiras ou no financeiras;
d) abertura de novas dependncias;
IX alienao de ativos (CMN, 2011).
H, ainda, as Resolues que dispem sobre as estruturas de gerenciamento dos riscos operacional (no
3.380, de 29 de junho de 2006), de mercado (no 3.464, de 26 de junho de 2007), de crdito (no 3.721, de 30
de abril de 2009) e de liquidez (no 4.090, de 25 de maio de 2012). Essas normas exigem que a mensurao
e o controle de riscos sejam compatveis e adequados em relao natureza, ao porte e complexidade
das operaes realizadas pelas instituies e atribui poder discricionrio ao BCB para atuar de maneira
prudencial no sentido de exigir controles de risco adicionais quando o gerenciamento de risco realizado
pelas instituies no for considerado satisfatrio.
Alm da regulao ligada aos Acordos de Basileia, existem diversos normativos de carter prudencial
que atuam no sentido de limitar os riscos assumidos pelas instituies por meio da imposio de limites
operacionais. Tais limites sero apresentados mais frente quando forem discutidas as atividades de
monitoramento do SFN.
Finalmente, cabe mencionar que, na sua regulao prudencial, o BCB acompanha as atividades das
instituies de maneira consolidada dentro de conglomerados financeiros, de modo a capturar as operaes
e os riscos dos conglomerados com o resto do SFN. Esses conglomerados so compostos por entidades
financeiras [que] esto vinculadas [...] por participao acionria ou por controle operacional efetivo [...]
ou pela atuao no mercado sob a mesma marca ou nome comercial (BRASIL, 2013b, p. 34).
Mais recentemente, em decorrncia das recomendaes de Basileia III, a Resoluo no 4.280, de 31
de outubro de 2013, revogando a Resoluo n 4.195, de 1 de maro de 2013, reelaborou o critrio de
consolidao de operaes e riscos para melhor refletir a situao financeira e patrimonial das instituies.
Confirmou-se o conceito de conglomerado prudencial em que tambm so consolidadas empresas assemelhadas
a instituies financeiras que sejam controladas por instituies autorizadas a funcionar pelo BCB, tais como
administradoras de consrcios e sociedades seguradoras, entre outras. O conglomerado prudencial servir
de base para apurao dos requerimentos de capital, alm de outros limites operacionais.
Em maio de 2011, a Diretoria Colegiada do BCB instituiu o Comit de Estabilidade Financeira (Comef),
formado por presidente e diretores do BCB, todos com direito a voto. O comit cujo regulamento
apresentado no anexo Portaria n 78.276, de 16 de setembro de 2013 (o regulamento original, revogado,
data de 18 de maio de 2011) tem como objetivo avaliar a estabilidade financeira e definir as diretrizes e
as estratgias desta autarquia para a mitigao do risco sistmico no SFN, inclusive o decorrente de sua
interao com os sistemas financeiros de outras jurisdies.
O Comef rene-se trimestralmente de maneira ordinria em duas sesses, sendo a primeira destinada
apresentao e discusso dos temas selecionados, e a segunda sesso destinada definio de estratgias
e diretrizes para preservar a estabilidade financeira e mitigar o risco sistmico.
Da segunda sesso, participam apenas o presidente e os diretores do BCB, alm do secretrio do
Comit. J da primeira sesso, alm dos participantes mencionados, integram tambm o Comef os titulares
dos departamentos do BCB ligados ao assunto da estabilidade financeira (a lista dos departamentos pode
ser encontrada no regulamento do Comef) e da Procuradoria-Geral do Banco Central.
De acordo com seu regulamento, o Comef possui as seguintes competncias:
I Definir as estratgias e as diretrizes do Banco Central do Brasil para a conduo dos processos
relacionados estabilidade financeira;
II Emitir recomendaes para a conduo dos processos relacionados estabilidade financeira,
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incluindo os mecanismos de preveno e os planos de contingncia para situaes de risco, para
a soluo de crises financeiras e para a tomada de providncias cabveis pela Diretoria Colegiada
do Banco Central do Brasil;
III Determinar a realizao de estudos, pesquisas e trabalhos relativos estabilidade financeira
e preveno do risco sistmico;
IV Alocar responsabilidades para as Unidades envolvidas com vistas atuao integrada e coordenada,
conforme as respectivas atribuies definidas no Regimento Interno do Banco Central do Brasil; e
V Orientar a atuao do Banco Central do Brasil no Comit de Regulao e Fiscalizao dos
Mercados Financeiro, de Capitais, de Seguros, de Previdncia e Capitalizao (Coremec) e em fruns
similares, assim como no relacionamento com outras entidades detentoras de informaes teis
manuteno da estabilidade financeira (BRASIL, 2013e, anexo, art. 9)
O Coremec, institudo no mbito do Ministrio da Fazenda (MF), em 25 de janeiro de 2006, tem como
finalidade promover a coordenao e o aprimoramento da atuao das entidades da Administrao Pblica
Federal que regulam e fiscalizam as atividades relacionadas captao pblica da poupana popular.
Com a criao do Comef, o BCB buscou um aprimoramento institucional para dar suporte sua
misso de assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro slido e eficiente.
Para desempenhar suas atribuies legais, o BCB organiza-se internamente de modo a melhor executar
as atividades de sua competncia. No que se refere s aes de superviso e fiscalizao, elas se concentram,
em grande medida, nos departamentos vinculados ao Diretor de Fiscalizao (Difis), muito embora existam
departamentos de outras reas que tambm desempenham aes desse tipo.
No que se refere aos departamentos vinculados ao Difis, as aes de superviso e fiscalizao so
realizadas pelas seguintes unidades:
Este texto segue a prtica adotada dentro do Manual da Superviso do Bacen (BRASIL, 2013b), que
trata as atividades de competncia da Difis pelo termo superviso, muito embora englobe tambm atividades
de fiscalizao.
As atividades de superviso so realizadas com os seguintes objetivos:
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No que se refere ao item (a), esse objetivo reflete o modelo de superviso adotado pelo BCB que
tem como foco a avaliao de riscos e controles, originado das recomendaes do BCBS e preconiza que a
superviso precisa ir alm de uma atividade prescritiva baseada na verificao de demonstraes contbeis
e do atendimento s normas regulamentares e legais. De acordo com o BCBS, a superviso deve priorizar a
avaliao dos riscos assumidos pelas entidades supervisionadas, assim como a capacidade destas de gerenciar
e controlar tais riscos e mant-los em nveis suportveis diante do capital alocado. Dessa forma, o item (a)
reflete uma ao de superviso focada em riscos, discutida em mais detalhes abaixo.
A verificao das conformidades com leis e regulamentaes, de que trata o item (b) acima, o que
pode ser chamado de atividades essencialmente de fiscalizao do BCB.
O objetivo de fomentar a divulgao de informaes a que se refere o item (c) visa estimular a disciplina
de mercado imposta aos bancos por acionistas, investidores, depositantes, entre outros agentes. Ademais,
esse objetivo tambm implica, para a superviso do BCB, um processo de disponibilizao de informaes
para o pblico em geral por meio dos seus canais de comunicao, tais como internet e correio eletrnico.
Com relao ao item (d), a origem desse objetivo da superviso vem da Lei n 9.613, de 3 de maro de
1998, que dispe sobre os crimes de lavagem ou ocultao de bens, direitos e valores e sobre a preveno
da utilizao do sistema financeiro para os ilcitos previstos nessa lei, e d outras providncias. Essa lei atribuiu
a um conjunto de pessoas fsicas e jurdicas, entre as quais se incluem as instituies supervisionadas pelo
BCB, a responsabilidade pela identificao e pelo registro de seus clientes e a comunicao de operaes
financeiras com indcios dos crimes previstos na lei ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(COAF). Em funo disso e levando em conta o disposto na Conveno Internacional para Supresso do
Financiamento do Terrorismo, o BCB editou a Circular n 3.461, de 24 de julho de 2009, que estabelece que
as instituies financeiras e as demais instituies autorizadas a funcionar pelo BCB devem implementar
polticas, procedimentos e controles internos para prevenir a utilizao dessas instituies nas prticas dos
crimes previstos na Lei n 9.613. Nesse contexto, o foco da superviso est em avaliar a adequao e a
qualidade dessas polticas, procedimentos e controles internos.
O item (e), referente ao atendimento a denncias, reclamaes e pedidos de informaes, envolve a
avaliao das denncias e das reclamaes para o encaminhamento dentro do BCB. Ademais, o atendimento
aos pedidos de informaes, no mbito das atividades de superviso, envolve o compartilhamento de dados
e informaes com rgos externos vinculados aos Poderes Executivo, Legislativo e Judicirio, nas esferas
federal, estadual e municipal, alm do Ministrio Pblico (MP) e da Advocacia-Geral da Unio (AGU).
Conforme visto, um dos objetivos da superviso ter uma postura prudencial junto s entidades
supervisionadas no que se refere aos riscos por elas incorridos e com relao aos controles aplicados sobre
esses riscos, sendo que o foco primordial das aes de superviso est sobre os seguintes fatores: (i) risco
de crdito, (ii) risco de liquidez, (iii) risco de mercado, e (iv) risco operacional.
Essa postura prudencial significa exigir das instituies estruturas de gerenciamento de riscos compatveis
com a natureza das operaes realizadas, com a complexidade dos produtos operados e com a dimenso
das exposies a risco. Pressupe, tambm, a competncia do BCB para atuar preventivamente sobre as
entidades supervisionadas, determinando a adoo de medidas corretivas, quando for o caso.
O embasamento normativo para a superviso focada em riscos so as resolues do CMN que definem
os riscos descritos acima e tratam dos controles necessrios para gerenciar esses riscos. Mais especificamente,
os normativos em questo so os seguintes:
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Resoluo CMN n 3.721, de 30 de abril de 2009: dispe sobre a implementao de estrutura
de gerenciamento do risco de crdito, definido como
a possibilidade de ocorrncia de perdas associadas ao no cumprimento pelo tomador ou contraparte
de suas respectivas obrigaes financeiras nos termos pactuados, desvalorizao de contrato
de crdito decorrente da deteriorao na classificao de risco do tomador, reduo de ganhos
ou remuneraes, s vantagens concedidas na renegociao e aos custos de recuperao (art. 2).
Alm dos riscos mencionados acima, que devem possuir uma estrutura de gerenciamento prpria,
tambm faz parte das atividades de superviso a verificao das exposies das instituies aos riscos de
reputao (ou imagem) e de estratgia. No entanto no existem normativos especficos que estabeleam
uma estrutura de gerenciamento para esses riscos.
Nestes casos, a superviso atua na avaliao da necessidade de capital das instituies diante de
todos os seus riscos relevantes, incluindo os riscos de reputao e estratgia se eles forem particularmente
importantes para as instituies. O normativo que dispe sobre esse assunto a Resoluo CMN n
3.988, de 30 de junho de 2011, que trata da implementao de estrutura de gerenciamento de capital,
sendo que as definies dos riscos de reputao e de estratgia podem ser encontradas na Circular BCB
n 3.547, de 7 de julho de 2011:
Ainda com relao aos normativos descritos acima, cabe destacar que todos preveem a competncia
do BCB para atuar preventivamente quando considerar que as estruturas de gerenciamento de riscos no
so adequadas diante das exposies a risco, ou quando este entender que o nvel dessas exposies no
compatvel com o capital disponvel para fazer frente s eventuais perdas.
Como destaca Porter (1999), a maior parte dos pases apresenta um padro de superviso bancria dividido
em duas funes-chave: acompanhamento indireto (off-site supervision ou superviso indireta) e inspees
diretas (on-site supervision ou superviso direta). Conforme explica o autor, cabe superviso indireta:
Coletar e aferir a exatido de todos os relatrios que as instituies financeiras autorizadas devem
submeter autoridade supervisora;
Conduzir uma anlise financeira dos relatrios submetidos periodicamente, aplicando anlise
por nvel (conformidade com requerimentos ou padres), tendncia (comparao com perodos
anteriores) e por grupo (comparao com bancos de caractersticas semelhantes);
Redigir sumrios financeiros peridicos (normalmente, mensais ou trimestrais) sobre os achados
principais da superviso indireta;
Prestar informaes completas (verbalmente e por escrito) ao pessoal da superviso direta
sobre o que se conhece dos bancos pela superviso indireta principalmente s vsperas de uma
inspeo direta;
Alertar todas as autoridades supervisoras graduadas para os sinais de advertncia de problemas
futuros (early warning system) descobertos na anlise indireta; e
Participar de decises de superviso no que tange a medidas a serem adotadas com relao a
bancos problemticos (PORTER, 1999, p. 4).
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Por sua vez, a superviso direta tem as seguintes funes e responsabilidades:
Aferir a exatido dos relatrios submetidos autoridade supervisora;
Avaliar a conformidade com todos os regulamentos, normas e com outros aspectos relacionados
com o arcabouo legal;
Avaliar a adequada condio financeira dos bancos como um todo incluindo adequao de capital,
qualidade dos ativos, rendimentos, liquidez e qualidade da administrao;
Avaliar como o risco est sendo administrado nos bancos, incluindo: riscos de crdito, de mercado,
de liquidez, de cmbio, de taxa de juros e operacional;
Recomendar a todas as autoridades supervisoras graduadas medidas a serem tomadas com relao
a bancos problemticos; e
Comunicar aos funcionrios da superviso indireta os resultados das inspees e as reas em
relao s quais os funcionrios da superviso indireta devem ficar alerta (PORTER, 1999, p. 4).
No Brasil, a superviso executada pelo BCB tambm segue o modelo de superviso direta e indireta.
Essa diviso organizada pelo Difis nas atribuies dos seus departamentos. A superviso indireta executada
pelo Desig, enquanto a superviso direta de responsabilidade do Desup, Desuc e Decon.
A atribuio da superviso indireta representada pelo Desig realizar o monitoramento das instituies
financeiras e das demais instituies autorizadas a operar pelo BCB. O escopo desse monitoramento so
as demonstraes contbeis e as exposies de risco de mercado, liquidez, crdito e de imagem dessas
instituies, assim como o risco sistmico e a estabilidade financeira. Nesse escopo, o monitoramento
desdobra-se nas seguintes atividades, conforme explica o Manual da Superviso (BRASIL, 2013b):
a) Monitoramento consiste em informar tempestivamente rea de superviso situaes ou eventos
que fujam aos padres de comportamento esperado, em relao a questes regulamentares (limites
operacionais, normas contbeis, etc.), ou avaliao de riscos (liquidez, mercado, crdito, situao
econmico-financeiro, etc.), possibilitando a ao tempestiva dos departamentos responsveis;
b) Anlise da estabilidade financeira consiste em manter a alta administrao informada sobre o
comportamento, a evoluo dos riscos sistmicos (crdito, liquidez, mercado, contgio, etc.) e sobre
situaes, tendncias e alteraes no sistema ou subsistema que afetem a estabilidade financeira,
eficincia ou a solvncia do SFN, incluindo aqui, entender como eventos externos podem afetar a
estabilidade do SFN; e
c) Divulgao de informaes de interesse da superviso por meio da produo de informaes
para o pblico interno e externo, com vistas a contribuir para a compreenso da estabilidade
financeira, eficincia e solvncia do sistema financeiro nacional e de suas instituies (BRASIL,
2013b, p. 15).
Esta atividade trabalha com informaes contbeis e extracontbeis para detectar situaes de alterao
relevante na estrutura patrimonial de instituies individuais, de conglomerados financeiros, de grupos de
instituies por segmento de atividade, assim como do sistema financeiro como um todo. A anlise dessas
informaes realizada a partir de trs dimenses:
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ii. Pariforme: baseia-se na comparao de determinada unidade de anlise com seus pares.
iii. Intrnseca: avalia determinada unidade de anlise com caractersticas inerentes prpria
unidade de anlise.
A partir dessas anlises, o Desig pode produzir sinalizaes que so direcionadas Difis para a
conduo de processos relacionados estabilidade financeira, ou superviso direta, para servir de apoio
nas atividades de inspeo. Tais sinalizaes, encaminhadas aos devidos destinatrios pelo Sistema Integrado
de Monitoramento (SIM) do BCB, podem ser de trs tipos: variaes significativas de grupos (VSG), de
indicadores (VSI) e de escores (VSE).
O BCB estabelece por meio de diversos normativos um conjunto de limites operacionais que devem
ser seguidos pelas instituies financeiras e pelas demais instituies autorizadas a funcionar por essa
autarquia. O objetivo do monitoramento desses limites assegurar a higidez do SFN, sendo esses limites
das seguintes naturezas:
i. limite de imobilizao;
ii. limite de compatibilizao do PR com o PRE (Basileia);
iii. limite de patrimnio lquido (PL) mnimo;
iv. limite de capital realizado mnimo;
v. limite de endividamento de sociedade de crdito ao microempreendedor;
vi. limite de financiamento de ttulos e valores mobilirios (TVM) operaes;
vii. limite de financiamento de TVM garantias;
viii. limite de fundo de liquidez de Agncia de Fomento;
ix. limite de exposio cambial;
x. limite de operaes compromissadas;
xi. limite de crdito ao setor pblico;
xii. limite de exposio ao risco de crdito;
xiii. limite de patrimnio lquido ajustado (PLA) mnimo para administradoras de consrcios;
xiv. limite de alavancagem para administradoras de consrcios.
Da mesma forma que acontece com o monitoramento econmico-financeiro, o acompanhamento dos
limites operacionais tambm produz sinalizaes para trabalhos de superviso direta.
Monitoramento de riscos
O monitoramento de riscos tem como foco os riscos de crdito, liquidez, mercado e o risco sistmico.
No que se refere ao monitoramento dos trs primeiros tipos de riscos, seu objetivo alertar a rea de
superviso sobre a ocorrncia, ou possibilidade de ocorrncia, de eventos de crdito, liquidez ou mercado
que possam comprometer a continuidade dos negcios da instituio monitorada ou que representem
fatores de instabilidade para o SFN. J no caso do monitoramento do risco sistmico, o foco est em produzir
informaes sobre a solidez do SFN e a capacidade deste de absorver choques.
Para execuo desse monitoramento de riscos, o Desig faz uso de um conjunto amplo de bancos de
dados e fontes de informaes. No caso especfico do risco de crdito, as principais informaes utilizadas so
oriundas do Sistema de Informaes de Crdito do Banco Central (SCR), que traz dados sobre emprstimos e
financiamentos, operaes de adiantamentos e de arrendamento mercantil, coobrigaes e garantias prestadas,
compromissos de crdito no cancelveis, entre outras operaes que impliquem em risco de crdito.
Para o monitoramento do risco de liquidez, as principais informaes consideradas so as movimentaes
de reservas bancrias, os documentos contbeis e as informaes solicitadas pelo BCB por meio do
demonstrativo de risco de liquidez (DRL), disciplinado pela Carta-Circular n 3.374, de 30 de janeiro de
2009, assim como as posies das entidades supervisionadas em ativos e derivativos registrados no Brasil
nas seguintes centrais de custdia:
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Sistema Especial de Liquidao e de Custdia (Selic).
Cmara de Custdia e Liquidao (Cetip).
BM&FBovespa.
Por sua vez, o monitoramento do risco de mercado tambm conta com os registros das centrais de
custdia e faz uso das informaes prestadas ao BCB pelas entidades supervisionadas por meio de documentos
exigidos por essa autarquia, cabendo destacar o Demonstrativo de Risco de Mercado (DRM), disciplinado
pela Carta-Circular n 3.628, de 27 de dezembro de 2013.
Quanto s informaes utilizadas ao acompanhamento do risco sistmico, elas dizem respeito evoluo
de agregados do sistema financeiro, tais como montante de operaes de crdito e nvel de inadimplncia no
sistema, por exemplo. Ademais, para avaliar a capacidade do SFN em absorver choques, o Desig executa testes
de estresse de cenrios macroeconmicos, avalia o risco de contgio e monitora indicadores de estabilidade
financeira, tais como a rentabilidade do sistema e a interdependncia entre instituies.
Monitoramento de mercados
i. rentabilidade do sistema;
ii. risco de crdito;
iii. risco de liquidez;
iv. risco de solvncia; e
v. interdependncia entre instituies.
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7.1.3 Superviso direta no BCB
Os trabalhos desempenhados por Desup, Desuc e Decon esto divididos em atividades de inspeo
e acompanhamento.
As inspees, conforme destaca o Manual da Superviso do Bacen, consistem em elemento essencial
do processo de superviso para a avaliao da situao econmico-financeira, da gesto, da observncia da
legislao e da regulamentao aplicveis, e de assuntos ou de reas de relevncia da Entidade Supervisionada
(BRASIL, 2013b, p. 22).
Alm disso, ainda conforme o Manual da Superviso, as inspees podem ser de diferentes modalidades:
O papel do BCB de superviso e controle do crdito rural deriva da Lei n 4.829, de 5 de novembro
de 1965, que institucionalizou o crdito rural e criou o Sistema Nacional de Crdito Rural (SNCR), que
conduz os financiamentos sob as diretrizes da poltica creditcia formulada pelo CMN e direcionados aos
produtores rurais (pessoa fsica ou jurdica) e s cooperativas de produtores rurais. Atualmente, o SNCR
formado pelos seguintes agentes:
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vi. Sociedades de crdito, financiamento e investimento.
vii. Instituies integrantes do Sistema Brasileiro de Poupana e Emprstimo.
Como pode ser observado pelas instituies listadas acima, todas esto sob a superviso do BCB,
pelo que natural esperar que as atividades relacionadas ao crdito rural exercidas por essas instituies
sejam supervisionadas por aquela autarquia. De fato, a lei determina, em seu artigo 5o, que o cumprimento
das deliberaes do Conselho Monetrio Nacional, aplicveis ao crdito rural, ser dirigido, coordenado
e fiscalizado pelo Banco Central da Repblica do Brasil. Ademais, o artigo 6o da mesma lei define as
competncias do Banco Central como rgo de controle do SNCR:
No mbito do BCB, a principal referncia que pauta as atividades de superviso e controle das
operaes de crdito rural e do Proagro o Manual de Crdito Rural, MCR (BRASIL, 2013c), que incorpora
as deliberaes do CMN e as normas do BCB relacionadas ao crdito rural, que devem ser seguidas por
todos que operem no SNCR. Nesse sentido, o MCR pode ser utilizado pelos participantes do SNCR como
um documento de normas bsicas para concesso de crdito rural, sempre atentando, no entanto, para a
legislao pertinente.
O controle e a superviso do crdito rural so baseados na verificao dos diversos dispositivos
regulamentares trazidos no MCR que, de maneira sumria, tratam dos seguintes aspectos do crdito rural:
i. Condies bsicas.
ii. Operaes de crdito.
iii. Finalidades especficas.
iv. Crditos a cooperativas.
v. Cooperativas de crdito.
vi. Recursos para concesso dos crditos.
vii. Instrumentos especiais de poltica agrcola.
viii. Programa Nacional de Apoio ao Mdio Produtor Rural (Pronamp).
ix. Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcaf).
x. Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
xi. Programas especiais.
xii. Programas com recursos do BNDES.
xiii. Programa de Garantia da Atividade Agropecuria (Proagro).
xiv. Renegociao de Dvidas Originrias de Operaes de Crdito Rural.
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i. Processo administrativo punitivo.
ii. Medidas cautelares.
iii. Termo de comparecimento.
iv. Classificao de instituies supervisionadas na situao em evidncia.
Os processos administrativos punitivos podem ter origem nas diversas unidades do BCB envolvidas
com algum tipo de atividade de superviso e fiscalizao. Conforme consta na pgina do BCB na internet13,
abaixo so apresentadas algumas dessas unidades:
advertncia;
multa;
suspenso do exerccio de cargos;
inabilitao para o exerccio de cargos de direo na administrao ou na gerncia de
instituies supervisionadas;
cassao da autorizao de funcionamento e de administrao de grupos de consrcio;
suspenso de realizar novas operaes, no caso de administradoras de consrcio, se configurados
riscos ao pblico consumidor;
regime especial de fiscalizao, no caso de administradoras de consrcio;
proibio temporria de praticar atividade de auditoria em instituies supervisionadas.
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A severidade das penalidades, como, por exemplo, os valores das multas ou os
perodos de inabilitao variam conforme o tipo de infrao e o dispositivo legal que trata do
A severidade
assunto. Conformedasapresenta
penalidades,
o como,
BCB por
em exemplo, os valores
sua pgina das multas
na internet, o ou os perodos das
detalhamento de inabilitao
variam conforme o tipo de infrao e o dispositivo legal que trata do assunto. Conforme apresenta o BCB
penalidades
em sua pginaaplicadas nosoprocessos
na internet, administrativos
detalhamento punitivos
das penalidades o seguinte:
aplicadas nos processos administrativos punitivos
o seguinte:
Tabela 2:Tabela
Penalidades aplicadas
2: Penalidades por
aplicadas dispositivo
por legal
dispositivo legal
Suspenso do
Por at 3 anos No se aplica No se aplica Por at 3 anos. No se aplica
exerccio de cargos
Inabilitao para o
Por at 20 anos Por at 10 anos No se aplica Por at 20 anos No se aplica
exerccio de cargos
Suspenso de novas
No se aplica No se aplica No se aplica Por at 2 anos. No se aplica
operaes
Proibio para
praticar atividade de No se aplica No se aplica At 20 anos No se aplica No se aplica
auditoria
Fonte: BCB. Disponvel em: <www4.bcb.gov.br/fis/PAD/port/Menu/ProcessoAdministrativo.asp>. Acesso em:
8 nov. 2013.Fonte: BCB. Disponvel em: <www4.bcb.gov.br/fis/PAD/port/Menu/ProcessoAdministrativo.asp>. Acesso em: 8 nov. 2013.
Finalmente, uma vez comunicada a deciso do processo ao acusado, este tem a possibilidade de apresentar
recursoFinalmente,
junto ao Conselho
uma vezde comunicada
Recursos do aSistema
decisoFinanceiro Nacional
do processo CRSFN14
ao acusado, , rgo
este tem integrante
a da
estrutura do Ministrio da Fazenda com a atribuio de julgar em segunda e ltima instncia recursos contra
possibilidade de apresentar
decises de processos recurso junto ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional
administrativos.
149
9.2 Medidas cautelares
Conforme o Manual da Superviso do Bacen (BRASIL, 2013b) e o anexo Resoluo CMN no 1.065,
de 5 de dezembro de 1985, identificadas infraes regulamentares ou legais, ou diante da existncia de fortes
indcios da existncia dessas infraes, as medidas cautelares so empregadas para limitar as atividades
desempenhadas na entidade supervisionada pelos indiciados enquanto se apuram as responsabilidades.
As medidas cautelares que podem ser empregadas procuram:
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i. Descumprimento de limites operacionais ou da exigncia de nveis mnimos de capital.
ii. Falhas ou ausncia de controles internos que comprometam ou possam comprometer o
funcionamento regular da entidade supervisionada.
iii. Deficincias ou procedimentos que comprometam ou possam comprometer o funcionamento
regular da entidade supervisionada.
iv. Fornecimento inadequado ou incompleto ao BCB de informaes que comprometam os
trabalhos de superviso e monitoramento desta autarquia.
Dentro da sua misso de assegurar a solidez e eficincia do SFN, um dos objetivos da superviso ter
uma postura prudencial, ou preventiva, no sentido de monitorar e avaliar riscos e controles das instituies.
Alm disso, o BCB tambm dispe de instrumentos para lidar com situaes em que os riscos incorridos
pelas instituies resultaram em importantes desequilbrios patrimoniais. Nestes casos, impem-se regimes
especiais a determinada instituio quando se constata a iminncia ou a inevitabilidade de sua insolvncia.
Existem trs modalidades de regimes especiais: a interveno, a liquidao extrajudicial, ambas
disciplinadas pela Lei no 6.024, de 13 de maro de 1974, e a administrao especial temporria (Raet),
definida no Decreto-Lei no 2.321, de 25 de fevereiro de 1987. Conforme explica o BCB (BRASIL, 2013f), o
funcionamento de cada uma dessas modalidades ocorre da seguinte forma:
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REFERNCIAS
BRASIL. Banco Central do Brasil. Portaria no 29.971, de 4 de maro de 2005. Traz como anexo o Regimento
Interno do Banco Central do Brasil. Dirio Oficial da Repblica Federativa do Brasil, 10 mar. 2005.
______. BCB. Relatrio de Gesto do Exerccio de 2012. Braslia, maro de 2012. Disponvel em: <www.bcb.
gov.br/Pre/audit/relgest/Relatorio_de_Gestao_BC_2012.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2013.
______. BCB. Manual de Crdito Rural (MCR). Disponvel em <www.bcb.gov.br/?OUTROSMAN>. Acesso em:
7 nov. 2013c.
______. O Banco Central e as novas tcnicas de saneamento do Sistema Financeiro Nacional aps a estabilizao
monetria. Disponvel em: <www.bcb.gov.br/htms/livrosfn.asp?idpai=ARTREGESP>. Acesso em: 27 nov. 2013f.
______. BCB. Portaria no 78.276, de 16 de setembro de 2013e, Dirio Oficial. Altera o Regulamento do
Comit de Estabilidade Financeira (Comef). Dirio Oficial da Repblica Federativa do Brasil. Acesso em: 17 set.
2013.
PORTER, Robert S. Coordenao de superviso direta e indireta: aspectos e abordagens recomendadas. In:
SEMINRIO PARA SUPERVISORES BANCRIOS DE ECONOMIAS EMERGENTES. Banco Mundial, 1999.
Disponvel em <http://www.bcb.gov.br/?PUBSUPERV>. Acesso em: 12 nov. 2013.
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UNIDADE 4 EXECUTOR DAS POLTICAS MONETRIA E CAMBIAL E AUTONOMIA DOS
BANCOS CENTRAIS E DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
O autor deste texto se prope a apresentar, em linhas gerais, quais foram os principais critrios
relacionados poltica monetria adotada pelo Banco Central do Brasil (BCB), aps 1964, ano da promulgao
da Lei n 4.595, de 31 de dezembro. Partiu-se do exame dos principais instrumentos disponveis e da descrio
da sua operacionalizao. nfase maior foi centrada na anlise do Sistema de Metas para a Inflao e suas
caractersticas, sistema que foi adotado em 1999, ano a partir do qual passou a balizar a execuo da poltica
monetria no pas.
A abordagem da poltica monetria em sua definio mais bsica corresponde atuao dos Bancos
Centrais, por meio de instrumentos de efeito direto ou induzido, com o propsito de controlar a liquidez
de um sistema econmico, visando manuteno do poder de compra da moeda. Essa atuao tem por
objetivo manter a quantidade de moeda em circulao compatvel com: 1) a estabilidade do nvel geral de
preos, 2) as necessidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento, e 3) a manuteno da
estabilidade cambial.
De acordo com Passos e Nogami (2003), a poltica monetria pode ser entendida como o conjunto
de medidas adotadas pelo governo com o objetivo de controlar a oferta de moeda e as taxas de juros, de
forma a assegurar a liquidez geral da economia do pas.
Alguns fatores externos, entretanto, como crises financeiras globais ou choques de preos de commodities,
dificultam o alcance daqueles objetivos citados. A experincia recente evidenciou, por exemplo, um excesso
de liquidez no sistema financeiro internacional criado pelas polticas de afrouxamento monetrio (quantitative
easing) adotadas nos pases desenvolvidos diretamente afetados pela crise financeira de 2008. Tais polticas
de afrouxamento monetrio demonstraram a dificuldade na execuo da poltica monetria convencional e
no controle da excessiva liquidez nos pases emergentes via taxa bsica de juros. Nesses pases, o controle
do excesso de liquidez se deu tambm com a adoo das chamadas medidas macroprudenciais (decises
administrativas dos Bancos Centrais que afetam a liquidez para crdito no sistema bancrio e visam controlar
o risco sistmico do setor bancrio).
Marco importante na histria econmica brasileira foi a promulgao da Lei n 4.595, de 31 de dezembro
de 1964, que definiu como competncia privativa do Banco Central a execuo das polticas monetria e
cambial. Essa mesma lei no definiu, entretanto, limites claros de separao na relao entre o Banco Central,
o Banco do Brasil e o Tesouro Nacional.Tal fato dificultava a atuao do Banco Central na conduo da poltica
monetria, cabendo-lhe inclusive a responsabilidade por contas do oramento fiscal, como as relativas dvida
pblica, existindo no perodo o oramento monetrio, que estabelecia metas de expanso ou contrao dos
meios de pagamentos, para determinar nveis desejados de crditos e de oferta de moeda. Alm disso, desde
1965, a chamada conta-movimento ligava o Banco do Brasil (BB) e o Banco Central.
Essa conta era utilizada como fonte de suprimento monetrio automtico ao Banco do Brasil sem
o prvio aprovisionamento de recursos, o que permitia financiar os gastos do governo, contribuindo para
expandir a liquidez no sistema financeiro. Dada situao s foi corrigida em fevereiro de 1986 com a extino
da conta movimento. Atualmente e de acordo com o desejo do legislador em 1964, as prerrogativas de
executor da poltica monetria so de competncia prtica, formal e exclusiva do Banco Central do Brasil.
Passando questo de natureza operacional, verifica-se que os Bancos Centrais dispem de trs
instrumentos clssicos para influenciar os meios de pagamento no sistema econmico e implementar suas
polticas monetrias:
i) recolhimentos compulsrios;
ii) operaes de redesconto bancrio, na prtica no so mais utilizadas como instrumento de
poltica monetria; e
iii) operaes de mercado aberto.
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1.1.1 Recolhimentos compulsrios
como forma de aliviar a presso de alta na taxa de cmbio quando o fluxo cambial positivo
de certa forma, a excessiva entrada de dlares no pas, fruto das polticas de quantitative easing adotadas
nos pases desenvolvidos. Esta modalidade de compulsrio foi, entretanto, retirada em julho de 2013, como
forma de aliviar a presso de alta na taxa de cmbio quando o fluxo cambial positivo destinado ao Brasil
comeou a diminuir e reverter.
Durante a crise de 2008, houve fuga de depsitos de instituies bancrias de menor porte para
instituies de grande porte. Nesse contexto, o Banco Central procurou promover o alvio da constrio
de liquidez. Entre as medidas adotadas na poca, destacam-se os abatimentos do recolhimento compulsrio
e as dedues de depsitos compulsrios direcionados a: i) aquisio de dlares, de forma a compensar os
efeitos contracionistas das vendas de reservas internacionais sobre a liquidez domstica; e ii) aquisio de
ativos de bancos de pequeno e mdio porte.
Resumidamente, o gerenciamento do sistema de recolhimentos compulsrios visa basicamente a
trs objetivos: 1) controle dos agregados monetrios e creditcios, por meio dos efeitos do recolhimento
compulsrio sobre o multiplicador monetrio e sobre os spreads bancrios; 2) controle da liquidez de
curto prazo do setor bancrio, pela gerao de uma demanda relativamente estvel e previsvel por reservas
bancrias ou liberao de reservas excedentes para o sistema financeiro; e 3)proteo do sistema bancrio
contra riscos de liquidez e solvncia (associado a medidas macroprudenciais).
A definio da operacionalizao dos recolhimentos compulsrios est a cargo do Departamento de
Operaes Bancrias e de Sistema de Pagamentos (Deban).
15 Conta de liquidao junto ao Banco Central obrigatria para prestadores de servios de compensao e liquidao considerados sistemicamente
importantes. Ela facultativa, entretanto, para instituies no bancrias autorizadas a funcionar pelo Banco Central.
16 Define-se a taxa Selic como a taxa mdia ajustada dos financiamentos dirios apurados no Sistema Especial de Liquidao e de Custdia (Selic)
para ttulos pblicos federais.
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Operacionalmente, o ajuste dirio da liquidez precedido por estimativa para avaliar se haver excesso
ou falta de reservas no sistema, com base em informaes sobre operaes que afetam as reservas bancrias
que incluem, entre outras, as operaes de cmbio e as aes do Tesouro Nacional (recolhimento de tributos
ou realizao de gastos, resgate ou emisso de ttulos pblicos).
O importante destacar que, ao comprar ttulos pblicos federais, o Banco Central entrega em
contrapartida liquidez (depsitos) s instituies financeiras. Tal operao leva, consequentemente, a um
aumento nos preos desses ttulos e diminuio de suas taxas de rendimentos (queda na taxa bsica de
juros). Em sentido oposto, quando o Banco Central vende ttulos governamentais, recolhe, em contrapartida,
moeda do sistema bancrio, diminuindo a liquidez na economia, provocando queda dos preos dos ttulos e
aumento dos seus rendimentos (alta na taxa bsica de juros).
Cabe-se destacar que o artigo 34 da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n 101, de 4
de maio de 2000) impediu a emisso de ttulos da dvida pblica pelo Banco Central para fins de poltica
monetria17. Por essa lei, o Banco Central s pode comprar diretamente ttulos emitidos pela Unio para
refinanciar a dvida mobiliria federal que estiver vencendo em sua carteira. E, no mercado secundrio, somente
a partir do dia seguinte ao da realizao do leilo de ttulos do Tesouro Nacional (TN). Portanto, o Tesouro
Nacional emite os ttulos para fins de poltica fiscal no mercado primrio e o Banco Central utiliza esses
ttulos emitidos para fins de poltica monetria via operaes de mercado secundrio no mercado aberto18.
A operacionalizao das operaes de mercado aberto est a cargo do Departamento de Operaes
do Mercado Aberto (Demab).
A partir da experincia inovadora do Banco Central da Nova Zelndia em 1990, vrias economias
adotaram o sistema de metas para a inflao como ncora nominal de preos. Foi o caso, por exemplo, de
pases como Chile e Israel em 1991, Mxico em 1999 e frica do Sul em 2000.
Em um regime no qual a ncora nominal da poltica monetria a prpria meta, a credibilidade do
Banco Central fundamental na formao das expectativas de inflao. Nesta circunstncia, a autoridade
monetria deve atuar de forma sistemtica e transparente, tornando a poltica monetria, dessa forma, o
mais previsvel possvel e, consequentemente, mais influente sobre as expectativas dos agentes econmicos.
De fato, desde a introduo no Brasil do sistema de metas para a inflao, a conduo da poltica monetria
pelo Banco Central tem se tornado cada vez mais transparente.
17 No existem mais ttulos emitidos pelo Banco Central no mercado. O ltimo lote de NBC-E venceu em 16/11/2006.
18 O mercado primrio compreende o lanamento de novos ttulos no mercado. uma forma de captao de recursos para o emissor desses
ttulos. Uma vez ocorrido o lanamento inicial no mercado primrio, os ttulos passam a ser negociados no mercado secundrio, onde ocorre
apenas a troca de propriedade desses ttulos.
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A transparncia e a prestao de contas regulares sociedade e a seus representantes so elementos
essenciais de um regime de metas para a inflao. Isto ocorre por meio da divulgao, at o ltimo dia de
cada trimestre civil, do Relatrio de Inflao, que avalia o nvel de atividade do pas, o cenrio internacional,
as polticas creditcia, monetria e fiscal implementadas, bem como a evoluo dos preos e as perspectivas
para a inflao. Adicionalmente, expedido comunicado informando sobre a deciso a respeito da taxa
Selic logo aps o fim da reunio Copom e, at seis dias teis aps a data de sua realizao, publicada ata,
contendo o cenrio macroeconmico e os principais riscos a ele associados, com base nos quais foram
tomadas as decises de poltica monetria.
A autonomia operacional do Banco Central, de maneira que ele possa gerir a poltica monetria no
sentido do cumprimento das metas de inflao, tambm fator importante para o sucesso de um sistema
de metas para a inflao.
De maneira geral, um sistema de metas para a inflao caracteriza-se por quatro elementos bsicos:
Foi o art. 1 do Decreto n 3.088, de 21 de junho de 1999, que estabeleceu como diretriz para o regime
de poltica monetria a sistemtica de metas para a inflao. Ainda no que disps esse decreto, compete
ao Banco Central executar as polticas necessrias para o cumprimento das metas fixadas pelo CMN.
Como forma de regulamentar os dispositivos do Decreto n 3.088, de 21 de junho de 1999, o Banco
Central publicou a Resoluo n 2.615, de 30 de junho de 1999, que resolveu:
Art. 1 Determinar que o ndice de preos relacionado s metas para a inflao, referido no art.
1, pargrafo 1, do Decreto n 3.088, de 21 de junho de 1999, o ndice Nacional de Preos ao
Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE).
Pargrafo nico. O Conselho Monetrio Nacional, mediante proposta do Ministro de Estado da
Fazenda, determinar ndice substituto eventual, na impossibilidade de se aferir o ndice de que
trata o caput deste artigo.
O sistema brasileiro de metas para a inflao foi, portanto, implementado em julho de 1999, seis meses
aps a adoo por parte do Banco Central do regime de cmbio flexvel, funcionando como ncora nominal
que garantisse a estabilidade de preos na economia, na impossibilidade de continuar utilizando uma ncora
cambial ou optar pelo controle dos agregados monetrios.
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Tabela 2: Histrico de metas para a inflao no Brasil
Observe-se que, caso a meta no seja cumprida, o presidente do Banco Central do Brasil divulgar
publicamente as razes do descumprimento, por meio de carta aberta ao ministro de Estado da Fazenda,
que dever conter:
Inegavelmente, o sistema de metas para a inflao brasileiro foi bem-sucedido no controle da inflao
nos ltimos anos. Conforme se pode observar no grfico a seguir, desde a implementao do sistema de
metas para a inflao em 1999, a taxa de inflao medida pelo IPCA se situou fora do intervalo de tolerncia
apenas nos anos de 2001, 2002 e 200319.
19 Conforme o boletim Focus do dia 29 de novembro de 2013, as expectativas de inflao (IPCA) eram de 5,81% a.a. para 2013 e 5,92% a.a. para
2014.
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Grfico 1: Metas para a inflao e expectativas de mercado
O Comit de Poltica Monetria (Copom) foi criado pela Circular n 2.698, de 20 de junho de 1996, e
inicialmente tinha como objetivo estabelecer diretrizes da poltica monetria e definir a taxa bsica do Banco
Central (TBC). J a Circular n 2.966, de 8 de fevereiro de 2000, modificou a questo referente definio
da taxa bsica que passou a ser a taxa Selic e seu eventual vis, a partir da adoo do Sistema de Metas para
a inflao. Essa ltima circular acrescentou ainda como atribuies do Copom a de anlise do Relatrio de
Inflao, a que se refere o Decreto n 3.088, de 21 de junho de 1999.
A atual estrutura e funcionamento do Copom est definida na Circular n 3.593, de 16 de maio de
2012, que traz como membros do Copom o presidente e os diretores do Banco Central do Brasil.
O Copom rene-se ordinariamente oito vezes por ano e o calendrio anual dessas reunies ordinrias
deve ser divulgado at o fim do ms de junho do ano anterior.
As reunies ordinrias so realizadas em duas sesses, a primeira sesso s teras-feiras, reservada s
apresentaes tcnicas de conjuntura econmica, e a segunda sesso s quartas-feiras, destinada s decises acerca
das diretrizes de poltica monetria que devem ser publicadas no mesmo dia aps o fechamento dos mercados,
por meio de Comunicado do Diretor de Poltica Monetria, indicando o voto de cada membro do Copom.
O Copom pode ainda se reunir extraordinariamente por convocao de seu presidente, presentes, no
mnimo, o presidente, ou seu substituto, e metade do nmero de diretores.
Alm dos membros do Copom, participam da primeira sesso das reunies ordinrias s teras-feiras
os chefes das seguintes unidades, que informam sobre os seguintes assuntos:
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vi) Departamento de Assuntos Internacionais (Derin): conjuntura econmica
internacional.
i) Departamento de Operaes Bancrias e de Sistema de Pagamentos (Deban): condies de
vii)liquidez
Departamento de Relacionamento
e de funcionamento do sistemacom Investidores e Estudos Especiais (Gerin):
bancrio.
ii) Departamento
expectativasdedeOperaes do Mercado
mercado para Aberto
variveis (Demab): mercado monetrio e operaes
macroeconmicas.
de mercado aberto.
iii) Departamento Econmico (Depec): conjuntura econmica domstica.
iv) Departamento
Cabe aos membros dedoEstudos
Copomedefinir,
Pesquisas
por (Depep): avaliao
meio de voto prospectiva
(maioria simples),das tendncias
a meta para da
inflao.
a taxa v)
Selic e seu eventual
Departamento das vis. O presidente
Reservas do Banco
Internacionais Central
(Depin): tem voto
mercados de qualidade
financeiros e pode
internacionais e
de cmbio.
ainda vi)
alterar a meta para a taxa Selic, no mesmo sentido do vis, sem necessidade de
Departamento de Assuntos Internacionais (Derin): conjuntura econmica internacional.
vii) Departamento
convocao de Relacionamento
de reunio extraordinria com Investidores
do Copom. De acordo ecom
Estudos Especiais
a Circular (Gerin):deexpectativas
n 3.593, 16 de
de mercado para variveis macroeconmicas.
maio de 2012, os votos do Copom passaram a ser abertos ao pblico.
Cabe aosAsmembros do Copom
atas das reunies dodefinir,
Copompor someio de voto no
divulgadas (maioria
prazo simples), a meta
de at seis para aaps
dias teis taxaa Selic
e seu eventual vis. O presidente do Banco Central tem voto de qualidade e pode ainda alterar a meta
para adata
taxade sua no
Selic, realizao, trazendo
mesmo sentido doainda o registro
vis, sem nominal
necessidade de dos votos proferidos
convocao de reuniopelos membros do
extraordinria
Copom. De acordo com a Circular n 3.593, de 16 de maio de 2012, os votos do Copom passaram a ser
do Copom, contendo a avaliao sobre o cenrio macroeconmico e os principais riscos a ele
abertos ao pblico.
associados,
As atas das com base do
reunies nosCopom
quais foram tomadas asnodecises
so divulgadas prazo dede at
poltica monetrias.
seis dias teis aps a data de sua
realizao, trazendo ainda o registro nominal dos votos proferidos pelos membros do Copom, contendo a
avaliao sobreUma vez definida
o cenrio a meta para
macroeconmico a taxa
e os Selic,riscos
principais no segundo dia de reunio
a ele associados, do nos
com base Copom,
quais oforam
tomadas as decises
Banco Central de atuapoltica monetrias.
no mercado aberto para fazer que a taxa efetiva Selic convirja para aquela
Uma vez definida a meta para a taxa Selic, no segundo dia de reunio do Copom, o Banco Central atua
meta estipulada.
no mercado aberto para fazer que a taxa efetiva Selic convirja para aquela meta estipulada.
O presente texto tem por finalidade descrever os principais aspectos relativos ao funcionamento do
mercado de cmbio e apresentar a funo de executor da poltica cambial e de administrador das reservas
internacionais desempenhadas pelos Bancos Centrais.
O economista David Ricardo, com sua teoria das vantagens comparativas, j descrevia, no sculo XIX,
os benefcios do comrcio internacional. As trocas de bens e servios entre as naes elevam os nveis de
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bem-estar acima do que seria possvel sem o comrcio e impulsionam o crescimento e o desenvolvimento
econmico, mas, para que o comrcio internacional floresa, necessrio o desenvolvimento de um mercado
de cmbio, que permita converter as moedas dos pases entre si.
Mercado de cmbio , portanto, onde se converte a moeda de determinado pas na moeda de outro de
forma a viabilizar as transaes internacionais. no mercado de cmbio que se forma a taxa de cmbio fruto
das condies de oferta e demanda por moedas estrangeiras. Importadores de bens e servios e viajantes
ao exterior, por exemplo, demandam moeda estrangeira para realizar pagamentos fora do pas ao passo
que exportadores, investidores no residentes e turistas em visita ao pas demandam a moeda nacional.
da interao desses agentes econmicos que se determina o preo em moeda nacional de uma unidade de
moeda estrangeira, ou seja, a taxa de cmbio.
Como argumenta Friedman (1953), a taxa de cmbio no deve ser alvo de poltica econmica, mas,
sim, flutuar livremente de acordo com a lei de oferta e demanda do mercado de cmbio, porm, de modo
geral, a poltica cambial visa manter a estabilidade, ou reduzir as flutuaes do preo da moeda nacional
em relao s moedas estrangeiras, de forma a garantir um crescimento econmico sustentvel, evitando
volatilidade excessiva na taxa de cmbio que comprometa a balana comercial, o balano de pagamentos e
a competitividade das empresas domsticas.
A taxa de cmbio uma varivel importante, pois afeta, entre outras, questes como:
A funo de executor da poltica cambial dos Bancos Centrais varia de acordo com as orientaes de
poltica econmica adotadas em cada pas. Essa funo requer, via de regra, a aquisio e a manuteno de
ativos em moeda estrangeira e/ou ouro (divisas) para que a autoridade monetria possa atuar nos mercados de
cmbio, garantindo o poder de compra de suas moedas e assegurando o desempenho adequado das transaes
de comrcio exterior. Como ocorreu no Brasil na dcada de 80, a falta de divisas pode comprometer o
desempenho da economia pelos desequilbrios relacionados s transaes internacionais.
Os Bancos Centrais podem adotar diferentes regimes para executar suas polticas cambiais. Dornbusch
(1991) distingue dois sistemas cambiais bsicos:
i. sistemas de taxas fixas (cmbio fixo), em que os Bancos Centrais compram e vendem suas
moedas a um preo fixo em termos da moeda de referncia ou cesta de moedas; e
ii. sistemas de taxas flexveis (cmbio flutuante), em que os Bancos Centrais permitem que a taxa
de cmbio se ajuste livremente para equilibrar a oferta e a demanda por moeda estrangeira.
Nas operaes com cmbio fixo, o Banco Central troca moeda nacional por moeda estrangeira (ou
vice-versa) de forma a estabilizar a taxa de cmbio. Comprando ou vendendo reservas internacionais, o Banco
Central altera a base monetria. Neste regime cambial com mobilidade internacional de capital, limita-se a
capacidade da autoridade monetria de influir na quantidade de moeda. O estoque monetrio passa a ser
determinado endogenamente, ajustando-se, portanto, oferta cambial. Uma vez que o Banco Central no
controla o estoque monetrio, a poltica monetria passa a ser passiva.
Para sustentar um regime de cmbio fixo, o Banco Central deve manter um volume adequado de
reservas para atender aos eventuais aumentos da demanda por divisas. Alm disso, a manuteno de taxas
de cmbio fixas depende que: i) as taxas de inflao dos diferentes pases sejam prximas; e ii) os agentes
econmicos acreditem na sustentabilidade do cmbio fixo. O Brasil, por exemplo, no conseguiu sustentar
o regime de cmbio fixo e bandas cambiais que vigorou de outubro de 1994 a janeiro de 1999. As taxas
de inflao mais elevadas que o resto do mundo e a desconfiana dos agentes econmicos no cmbio fixo
levaram o pas a adotar, em janeiro de 1999, o sistema atual de cmbio flutuante.
Como visto na parte de Poltica Monetria e de Sistema de Metas para Inflao, o cmbio fixo pode
funcionar como ncora para conter um processo inflacionrio, mas sua sustentao complexa, dado que
as reservas cambiais so finitas sob fluxo de capitais ou ataques especulativos.
J em um sistema de taxas de cmbio flexveis com mobilidade internacional de capital, a taxa de
cmbio que se ajusta s variaes na quantidade de moeda. Assim, o estoque monetrio controlvel pela
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autoridade monetria, o que determina que a poltica monetria considerada ativa. A taxa de juros bsica,
nesse regime, pode ser fixada de acordo com o objetivo principal de estabilidade de preos.
Em um regime de cmbio flutuante, o Banco Central no tem compromisso em sustentar a taxa de
cmbio. Qualquer mudana na demanda e na oferta de moeda estrangeira acomoda-se, portanto, por meio
da taxa de cmbio. O Banco Central define a poltica monetria sem se preocupar com determinada taxa
cambial, permitindo que ela flutue em resposta s condies econmicas vigentes.
Segundo Simonsen e Cysne (1995), teoricamente o cmbio flutuante tem trs grandes atrativos:
Os crticos do regime de taxas flutuantes argumentam que ele no assegura qualquer estabilidade
cambial, introduzindo um significante componente de risco nas atividades empresariais e nos projetos
industriais. A competitividade da indstria domstica pode, em ltima instncia, depender da taxa de cmbio
determinada pelo mercado.
Na prtica, os pases adotam um sistema hbrido entre cmbio fixo e flutuante, que conhecido
no mercado e nos meios acadmicos como flutuao suja (dirty floating). Neste regime, o Banco Central
intervm, quando julgar conveniente, para amenizar a excessiva volatilidade e os movimentos especulativos
da taxa de cmbio.
O Brasil experimentou diversos regimes cambiais ao longo de sua histria econmica. Na dcada de
50 at 1968, foi adotado um sistema de taxas de cmbio mltiplas e leiles de cmbio. Entre 1968 e 1990, foi
adotado um sistema de cmbio fixo, com minidesvalorizaes frequentes, seguidas por maxidesvalorizaes.
Essas minidesvalorizaes consistiam basicamente em ajustar a taxa de cmbio pela diferena entre as taxas
de inflao domstica e externa da moeda de referncia, no caso, o dlar norte-americano, em intervalos
de tempo. Os ajustes eram menores ou maiores em funo do desempenho do saldo total do balano de
pagamentos. No incio, os ajustes eram mensais, mas j, no final da dcada de 80, a taxa de cmbio passou a
ser reajustada diariamente pelo Banco Central.
Com o advento do Plano Collor em 1990, as minidesvalorizaes foram substitudas por um regime
de taxas flutuantes, administradas com restries cambiais (sem livre conversibilidade). Com a implantao
do Plano Real, nos trs primeiros meses, utilizou-se o regime de cmbio flutuante. A partir de outubro de
1994, adotado o regime de cmbio fixo, que, em maro de 1995, trocado pelo regime de bandas cambiais,
abandonado em janeiro de 1999 e substitudo pelo sistema atual de cmbio flutuante.
De acordo com o art. 4, inciso V, da Lei n 4.595/1964, compete ao Conselho Monetrio Nacional,
segundo diretrizes estabelecidas pelo presidente da Repblica, fixar as diretrizes e as normas da poltica
cambial, inclusive quanto compra e venda de ouro e quaisquer operaes em Direitos Especiais de Saque
(moeda do Fundo Monetrio Internacional FMI) e em moeda estrangeira. J o art. 11 dessa mesma Lei diz
que compete ao Banco Central do Brasil atuar para assegurar o funcionamento regular do mercado cambial,
a estabilidade relativa das taxas de cmbio e o equilbrio no balano de pagamentos, podendo para esse fim
comprar e vender ouro e moeda estrangeira, bem como realizar operaes de crdito no exterior, inclusive as
referentes aos direitos especiais de saque, e separar os mercados de cmbio financeiro e comercial (redao
dada pelo Decreto-Lei n 581, de 14 de maio de 1969).
A responsabilidade, portanto, pela normatizao das operaes de poltica cambial do Conselho
Monetrio Nacional, ao passo que sua execuo cabe ao Banco Central com o intuito, de acordo com o
arcabouo normativo, de garantir o funcionamento regular do mercado cambial, a estabilidade relativa das
taxas de cmbio e o equilbrio no balano de pagamentos.
A Resoluo n 3.568, de 29 de maio de 2008, define melhor em seus art. 1, 2 e 19 o que se entende
por mercado de cmbio no Brasil:
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[...] Art. 1 O mercado de cmbio brasileiro compreende as operaes de compra e de venda
de moeda estrangeira e as operaes com ouro-instrumento cambial, realizadas com instituies
autorizadas pelo Banco Central do Brasil a operar no mercado de cmbio, bem como as operaes
em moeda nacional entre residentes, domiciliados ou com sede no Pas e residentes, domiciliados
ou com sede no exterior.
Art. 2 As autorizaes para a prtica de operaes no mercado de cmbio podem ser concedidas
pelo Banco Central do Brasil a bancos mltiplos, bancos comerciais, caixas econmicas, bancos de
investimento, bancos de desenvolvimento, bancos de cmbio, sociedades de crdito, financiamento
e investimento, sociedades corretoras de ttulos e valores mobilirios, sociedades distribuidoras
de ttulos e valores mobilirios e sociedades corretoras de cmbio.
Art. 19. A taxa de cmbio livremente pactuada entre os agentes autorizados a operar no mercado
de cmbio ou entre estes e seus clientes [...].
Como visto, no h um nvel considerado timo/ideal para a taxa de cmbio em um regime de cmbio
flutuante, como adotado pelo pas em janeiro de 1999. No contexto deste regime cambial, portanto, a taxa
de cmbio ser determinada pelas condies de oferta e demanda por moeda domstica e estrangeira no
mercado de cmbio, e a atuao do Banco Central, usando suas reservas internacionais, visa principalmente
diminuir o excesso de volatilidade na taxa de cmbio e evitar situaes extremas de falta ou excesso de
liquidez de divisas no mercado interbancrio.
O Banco Central tambm atua no mercado de cmbio a partir de 2004 com o intuito de aumentar
as reservas internacionais do pas via aquisio, principalmente, do supervit do balano de pagamentos. Tal
atuao parte do esforo para reduo da vulnerabilidade externa do pas, com a consequente diminuio
da possibilidade de contgio do mercado domstico por choques externos.
A atuao do Banco Central como executor da poltica cambial compreende monitoramento do
mercado de cmbio e interveno via operaes de compra e de venda de moeda estrangeira, mediante
entrega ou recebimento de moeda nacional, no mercado interbancrio com instituies credenciadas para
essa finalidade, chamadas de dealers de cmbio. Essas operaes so realizadas pelo Departamento das
Reservas Internacionais (Depin). O Banco Central pode, ainda, lanar mo das operaes de compra e venda
de divisas com compromisso de recompra e dos swaps cambiais.
As operaes de swap referenciadas em taxas de juros e variao cambial so instrumentos que tm
sido frequentemente usados pelo Banco Central para execuo da poltica cambial, conforme autorizao da
Resoluo n 2.939, de 26 de maro de 2002. Com base nesse instrumento, a autoridade monetria oferece
contraparte remunerao em dlar (variao cambial), em troca da remunerao em juro (taxa Selic). No
swap cambial reverso, o Banco Central oferece contraparte remunerao em juro (taxa Selic) em troca de
remunerao em dlar (variao cambial).
O swap cambial tem como objetivo prover os agentes econmicos com hedge (proteo) cambial via
liquidao financeira em reais. Dessa forma, o Banco Central no precisa vender dlar no mercado spot
(mercado vista com liquidao em D+2), o que reduziria suas reservas internacionais, para fornecer hedge
(proteo) cambial ao mercado. De acordo com o disposto na Circular n 3.009, de 26 de maro de 2002,
as operaes de swap so conduzidas pelo Departamento de Operaes do Mercado Aberto (Demab).
Com a recente alta do dlar e acentuada volatilidade na taxa de cmbio, o Banco Central anunciou
pelo Comunicado n 24.370, de 22 de agosto de 2013, um programa de leiles de swap cambial e de venda
de dlares com compromisso de recompra. O objetivo deste programa de prover hedge (proteo) cambial
aos agentes econmicos e liquidez ao mercado de cmbio. A vigncia do programa, inicialmente prevista at
31 de dezembro de 2013, passou a ter durao, pelo menos, at 30 de junho de 2014.
Conforme o art. 1 da Carta Circular n 3.601, de 31 de maio de 2013,
[...] As operaes de compra e de venda de moeda estrangeira pelo Banco Central do Brasil, no
mercado interbancrio, sero realizadas pelo Departamento das Reservas Internacionais (DEPIN)
exclusivamente com instituies credenciadas para esta finalidade (dealers), nas seguintes modalidades:
I diretamente com instituies credenciadas;
II sistema informatizado leilo eletrnico;
III sistema de leilo telefnico;
IV negociao via plataforma eletrnica [...].
O Banco Central no tem realizado recentemente operaes diretas com as instituies credenciadas
(dealers). A atuao de compra e venda de moeda estrangeira tem se dado na modalidade de sistema
informatizado leilo eletrnico. A negociao via plataforma eletrnica e sistema de leilo telefnico
so usadas como contingncia no caso em que o sistema de leilo eletrnico no estiver funcionando.
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90
Como as polticas cambial e monetria so correlacionadas, quando o Banco Central intervm no
mercado de cmbio, comprando ou vendendo moeda estrangeira contra a moeda nacional, ele o faz por
meio de crdito ou dbito na conta de reservas bancrias das instituies financeiras. Dessa forma, no caso
da compra, ocorre expanso da base monetria e, no caso da venda, contrao.
Conforme disposto no art. 2 da Carta Circular n 3.601, de 31 de maio de 2013, os dealers de cmbio
so selecionados entre as instituies autorizadas a operar no mercado de cmbio. O credenciamento
limitado a uma instituio por conglomerado financeiro, mediante avaliao de desempenho realizada com
base na apurao de mdia ponderada dos seguintes itens:
i) relacionamento com a mesa de cmbio do Banco Central do Brasil atribuda nota, com
peso 3,0, para avaliar a qualidade das informaes prestadas mesa de cmbio e o pronto
atendimento s demandas operacionais ou tecnolgicas;
ii) participao nos leiles de cmbio e swaps cambiais atribuda nota, com peso 2,0, com base
no volume e qualidade das propostas apresentadas;
iii) participao nas consultas para formao da PTAX atribuda nota, com peso 2,0, de acordo
com o desvio das cotaes fornecidas em relao taxa final de cada consulta;
iv) mercado interbancrio atribuda nota, com peso 0,5, para medir o desempenho relativo
do dealer de acordo com o volume negociado no mercado interbancrio de cmbio; e
v) importao, exportao e cmbio financeiro atribuda nota, com peso 2,5, para medir o
desempenho relativo do dealer de acordo com o volume de operaes negociadas no
mercado primrio de cmbio.
A Circular n 3.506, de 23 de setembro de 2010, definiu que as taxas de cmbio de compra e de venda
de dlares dos Estados Unidos, divulgadas pelo Banco Central do Brasil, denominadas taxas PTAX, so
calculadas com base em dados obtidos mediante consultas s instituies credenciadas pelo Banco Central
Unidade 4 Executor das polticas monetria e cambial e autonomia dos bancos centrais e do
(dealers), realizadas quatro vezes ao dia de forma automtica e eletrnica. AsBanco taxasCentral
PTAXdode compra e de
Brasil
venda do dia correspondero, respectivamente, s mdias aritmticas das taxas de compra e das taxas de
venda obtidas nas consultas.
Apesar de no haver normatizao, na prtica a PTAX, publicada pelo Banco Central diariamente
contrato,
desde 1988,que usada
usada comono benchmark
clculo dasem obrigaes financeirasfinanceiras
diversas transaes contratuaise,de ttulos
para privados eem valores
fins contbeis
denominados
governamentais em moedas estrangeiras,
e instrumentos devido credibilidade pelo fato de ser calculada por um ente oficial,
derivativos.
o Banco Central. Outro aspecto o uso da PTAX como uma taxa referencial, ou seja, uma taxa fora do
controle Adas
tabela abaixo relaciona
contrapartes em umos atuais dealers
contrato, que de cmbio.
usada no clculo das obrigaes financeiras contratuais
de ttulos privados e governamentais e instrumentos derivativos.
A tabela abaixo relaciona os atuais dealers de cmbio.
Tabela 4: Relao das Instituies Dealers de cmbio do Banco Central
Tabela 4: Relao das Instituies Dealers de cmbio do Banco Central
Basicamente, a alterao nas reservas internacionais do Banco Central ocorre por suas transaes de
compra e venda de divisas no mercado de cmbio, fruto do resultado positivo do balano de pagamentos.
O volume das reservas vem aumentando consideravelmente na ltima dcada, passando de cerca de US$
50 bilhes, em 2004, para cerca de US$ 376 bilhes, em 2013 (dados do Banco Central, de 16/12/2013).
Dentro desse contexto, o Banco Central vem atuando de forma a comprar o fluxo cambial resultado do
saldo positivo do balano de pagamentos, conforme mostra o grfico abaixo acerca da evoluo das atuaes
acumuladas desde janeiro de 2002 do Banco Central no mercado spot (mercado vista com liquidao em
D+2) de cmbio.
Grfico 2: Atuaes
Grfico acumuladas
2: Atuaes acumuladas desde jan./2002
desde jan./2002 nono spotspot
mercado
mercado de cmbio
de cmbio
As reservas internacionais brutas compreendem ativos externos disponveis, sob controle do Banco
Central, cujasAsprincipais
reservasfunes
internacionais brutas compreendem
so: i) financiar ativos externos
eventuais desequilbrios disponveis,
no balano sob ii)
de pagamentos,
servircontrole
como um doseguro,
Banco proteo, um colcho
Central, cujas de liquidez,
principais funes com
so: oi) objetivo
financiardeeventuais
reduzir adesequilbrios
vulnerabilidade da
economia nacional s flutuaes externas; iii) servir como base para intervenes no mercado de cmbio,
no balano
evitando excessivadevolatilidade
pagamentos, ii) servir
na taxa como eum
de cmbio; iv)seguro, proteo,
assegurar um colcho
o pagamento de liquidez,
de obrigaes comcomo
externas
importaes e servio
o objetivo da dvida
de reduzir externa.
a vulnerabilidade da economia nacional s flutuaes externas; iii) servir
A administrao das reservas internacionais de competncia privativa do Banco Central do Brasil,
comocom
de acordo baseopara
art. intervenes
10, inciso VIII,no
da mercado de cmbio,
Lei n 4.595/1964. O evitando excessiva
Senado Federal, volatilidade naestabeleceu
posteriormente, taxa
no art. 3 de sua Resoluo n 82, de 18 de dezembro de 1990, piso mnimo de reservas internacionais,
de cmbio; e iv) assegurar o pagamento de obrigaes externas como importaes e servio
correspondente a quatro vezes a mdia de importaes dos ltimos doze meses.
da dvida externa.
[...] Art. 3. Respeitados os limites do art. 2, o desembolso de divisas destinado satisfao de
A administrao das reservas
compromissos internacionais comprometer
externos no dever de competncia privativa
a manuteno do nvel dedo Banco
reservas compatvel
com as necessidades mnimas de importao.
Central do Brasil, de acordo Pargrafo
com o nico. art. Para
10, osinciso
efeitos VIII, da Lei entende-se
desta Resoluo, n 4.595/1964.
por nvel deOreservas
Senado de divisas
compatvel com as necessidades mnima de importao, aquele que assegura recursos suficientes
Federal, posteriormente, estabeleceu no art. 3 de sua Resoluo n 82, de 18 de dezembro de
para manter a mdia das importaes dos ltimos doze meses, contados a partir da publicao
desta Resoluo, durante o perodo mnimo de quatro meses [...].
1990, piso mnimo de reservas internacionais, correspondente a quatro vezes a mdia de
A gesto das reservas internacionais por parte do Banco Central do Brasil atende aos princpios
importaes
de liquidez, dos ltimos
segurana doze meses.
e rentabilidade, ancora-se em uma governana bem definida e os resultados so
acompanhados diariamente por sistema informatizado. O arcabouo de gesto baseado em trs pilares:
i) carteira de referncia (benchmark);
[...] Art. 3.ii) limites operacionais;
Respeitados e iii)
os limites do art. 2, avaliao de de
o desembolso resultados. Tambm
divisas destinado so
monitorados, diariamente, os satisfao
riscos dede mercado, de crdito,
compromissos de no
externos liquidez
devere comprometer
operacional.a manuteno do
nvel de reservas compatvel com as necessidades mnimas de importao.
Pargrafo nico. Para os efeitos desta Resoluo, entende-se por nvel de reservas de
divisas compatvel com as necessidades mnima de importao, aquele que assegura
recursos suficientes para manter a mdia das importaes dos ltimos doze meses,
contados a partir da publicao
Cespe/UnB desta Resoluo, durante o perodo mnimo de
quatro meses
Programa [...].
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Diretoria Colegiada
Diretor de Assuntos
Diretor de Poltica
Internacionais e de Gesto
Monetria
de Riscos Corporativos
Comit de Estratgias
Pode-se dividir a gerncia efetiva das reservas internacionais em dois nveis: o de longo prazo e o de
curto prazo. NoPode-se dividir
nvel de longo aprazo
gerncia efetiva
(gerncia das reservas
passiva), internacionais
est o Deris (Departamento em dedois nveis:
Riscos o de
Corporativos
e Referncias Operacionais),
longo prazo responsvel
e o de curto prazo. por:
No i)nvel
desenvolver
de longoos prazo
modelos de alocao
(gerncia estratgica
passiva), est dos recursos;
o Deris
ii) propor ao diretor de Assuntos Internacionais e de Gesto de Riscos Corporativos e ao diretor de Poltica
(Departamento
Monetria a carteira de de referncia
Riscos Corporativos
(benchmark), eos Referncias Operacionais),
limites operacionais responsvel
e os critrios por: i) de
de mensurao
resultados; iii) definir e desenvolver os modelos de risco; e iv) elaborar relatrios trimestrais de risco e de
desenvolver os modelos de alocao estratgica dos recursos; ii) propor ao diretor de
performance.
No nvel de
Assuntos curto prazo (gerncia
Internacionais ativa),
e de Gesto de est o comit
Riscos de estratgias,
Corporativos presidido
e ao diretor pelo diretor
de Poltica de Poltica
Monetria
Monetria, que se rene trimestralmente com o Departamento das Reservas Internacionais (Depin) para
propora carteira de referncia
as estratgias (benchmark),
de desvios ao benchmarkos limites operacionais
com o objetivo e osde
principal critrios
melhoriade do
mensurao de das
retorno total
reservas.
179
O processo de administrao das reservas est submetido a cinco tipos diferentes de controles:
dois tipos de controles internos: i) Diviso de Monitoramento (Dimon) do Departamento das Reservas
Internacionais (Depin); ii) Auditoria interna do Banco Central do Brasil (Audit); e trs controles externos:
iii) Controladoria-Geral da Unio (CGU); iv) Tribunal de Contas da Unio (TCU); e v) Auditoria Externa
Independente (Price Waterhouse Coopers, no momento).
Desde julho de 2001, a poltica de investimentos das reservas internacionais visa ao hedge (proteo)
cambial do passivo externo soberano. A preocupao, considerando objetivos estratgicos de longo prazo,
atender aos compromissos externos soberanos e reduzir a exposio do pas a oscilaes cambiais. A
partir de 2004, com a reduo desse passivo externo e o aumento no volume das reservas internacionais,
esse hedge passou a incorporar o total da dvida externa soberana. Em setembro de 2008, com a elevao
adicional do volume das reservas, estendeu-se o conceito de hedge para o total do passivo externo registrado,
incluindo a dvida externa privada.
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93
Investimento (aplicar a parcela das reservas no comprometida com os pagamentos de curto
A tendncia na poltica de investimentos de elevar a diversificao em moedas e ativos. O montante
prazo).
das No internacionais
reservas passado, o Departamento
que atualmentede Reservas Internacionais
supera a dvida (Depin)
externa total contava
registrada com uma
(exceto emprstimos
intercompanhias) da ordem de USD 70 bilhes, o que refora a possibilidade de uma estratgia de
carteira de FX (moeda estrangeira), mas tais exposies atualmente esto englobadas e fazem
investimento de longo prazo, buscando a diversificao de investimento em termos de moedas e ativos.
parteAs
tanto da Carteira
reservas de Curto
internacionais Prazo
so quanto
divididas em da Carteira
trs deque
carteiras Investimento.
cumprem papis distintos no processo de
investimento: Carteira de Ouro, Carteira de Curto Prazo (que atende s necessidades de liquidez, inclusive
para intervenoDistribuio
no mercado pordemoedas
cmbio)eme dez./2012:
Carteira de77,4% em dlar
Investimento norte-americano,
(aplicar a parcela das6,4%
reservas no
comprometida em comdlar
os pagamentos de curto prazo). No passado, o Departamento de Reservas
canadense; 5,2% em euro; 3,0% em dlar australiano; 3,0% em libra Internacionais
(Depin) contava com uma carteira de FX (moeda estrangeira), mas tais exposies atualmente esto englobadas
esterlina;
e fazem parte tanto 2,3% em
da Carteira de iene;
Curto1,0%
Prazoem ourodae Carteira
quanto 2,1% emdeoutras moedas, tais como
Investimento.
coroa sueca e coroa dinamarquesa. O Banco Central comeou a diminuir sua
Distribuio por moedas em dez./2012: 77,4% em dlar norte-americano, 6,4% em dlar
exposio
canadense; em
5,2%euro e aumentar
em euro; 3,0% emodlar
investimento
australiano;em ativos
3,0% denominados
em libra em em iene;
esterlina; 2,3%
1,0% em ouro e 2,1% em outras moedas, tais como coroa sueca e coroa dinamarquesa. O
dlares norte-americanos antes mesmo da ecloso da crise europeia. Observa-se
Banco Central comeou a diminuir sua exposio em euro e aumentar o investimento em
uma
ativosconcentrao
denominados em dlaresnorte-americanos
em dlares norte-americanosantesdevido
mesmotanto condio
da ecloso de europeia.
da crise
Observa-se uma concentrao em dlares norte-americanos devido tanto condio de
hedge
hedge (proteo)
(proteo) cambial
cambial do
do total
total da
da dvida
dvida externa
externa quanto
quanto aa uma
uma preferncia
preferncia de
de risco da
Diretoria
risco Colegiada.
da Diretoria Colegiada.
Grfico 3: Distribuio das reservas por moedas
Grfico 3: Distribuio das reservas por moedas
181
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Grfico 4: Distribuio
Grfico 4: Distribuiodas
dasreservas porativos
reservas por ativos
de mdio
juros) dedas carteiras em resposta
dez./2012:ao recrudescimento da crise financeira
Prazo
Prazo mdio de investimento
investimento em dez./2012:
em 2,79
2,79 anos de
anos de prazo
prazo mdio
mdio de fim
de fim de perodo.
de
Observou-se uma significativa diminuio
internacional nos pases desenvolvidos. do prazo mdio dos investimentos em 2009 e
perodo.
2010 como Observou-se
fruto da reduouma dasignificativa
duration (riscodiminuio do prazo
taxa de juros) mdioemdos
das carteiras resposta ao
recrudescimento da crise financeira internacional nos pases desenvolvidos.
investimentos em 2009 e 2010 como fruto da reduo da duration (risco taxa
Grfico 5: Distribuio das reservas por prazo mdio fim de perodo
de juros) das5: carteiras
Grfico emdasresposta
Distribuio ao prazo
reservas por recrudescimento
mdio fim deda crise financeira
perodo
Em fevereiro
Em fevereiro de 2012,de 2012, diversificar
visando visando diversificar
investimentosinvestimentos
e conferiremais conferir mais flexibilidade
flexibilidade ao processo de
gerenciamento
ao processo de gerenciamento das reservas, alm de promover um intercmbio mais de
das reservas, alm de promover um intercmbio mais efetivo de conhecimentos mercados
efetivo
financeiros internacionais, o Banco
Fonte: Central retomou
BCB, novembro de 2013. o Programa de Gerenciamento Externo das Reservas
(PGER),de institudo
conhecimentos de mercados
em outubro de 2000, que financeiros internacionais,
conta atualmente com cinco o Banco
gerentesCentral retomou o
externos.
Os mandatos dos gerentes externos foram implementados aps um processo seletivo que levou mais
Programa de Gerenciamento Externo das Reservas (PGER), institudo em outubro de 2000,
de um ano, Emnofevereiro de 2012, visando
qual as instituies candidatasdiversificar investimentos
foram avaliadas quanto eexpertise
conferirnamais flexibilidade
gesto de ttulos de renda
que conta
fixa, aes, atualmente
commodities com cinco
e moedas, gerentes
inclusive externos.
para clientes como Bancos Centrais, fundos soberanos ou outras
ao processogovernamentais.
organizaes de gerenciamento As das reservas,
instituies alm de promover
contratadas um intercmbio
so periodicamente mais
avaliadas efetivo
quanto capacidade
182
nadetransferncia
conhecimentos de mercados financeiros internacionais, o Banco Central retomou o no PGER
de tecnologia e ao desempenho apresentado.
Cespe/UnB No final de 2012, o volume alocado
era de USD 6,14 bilhes (1,63%Programado totalde Capacitao Banco
das reservas emCentral do Brasil (BCB)/2014
dezembro de 2012).
Analista: rea I: Mdulo II Unidade 4 Executor das polticas monetria e cambial e autonomia dos bancos centrais e do Banco Central
Programa de Gerenciamento Externo das Reservas (PGER), institudo em outubro de 2000,
do Brasil
2.1.4 Administrao de riscos
que conta atualmente com cinco gerentes externos.
182 A tendncia na administrao das reservas o monitoramento dirio dos riscos de mercado, de
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crdito, de liquidez e operacional.
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do Brasil
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Risco de mercado: medido pelo valor em risco (VAR), tendo por moeda-base o USD. Alm
disso, utiliza-se tambm o teste de estresse para medir a sensibilidade das reservas a fatores
de risco. O VAR total em 2012 foi de 2,18% a.a., menor percentual para o perodo de 2004
a 2012. O resultado
transao, consolidado
e o outro das reservas
para a carteira como internacionais,
um todo. Cadaconsiderando-se as gerncias
transao est sujeita a
interna e externa, foi de 1,85% a.a., em 2012. Existe um limite mximo de VAR diferencial
limites
entre que de
a carteira definem qualidade
referncia mnima
e a carteira realdedecrdito
2% aa. (rating), volume mximo de
exposio por contraparte e prazo mximo dessa exposio. Os limites agregados para
Risco de liquidez: alm dos limites mximos de aquisio e participao de cada emisso
a carteira
de ttulos na tm comodeobjetivo
carteira restringir
investimento, o aBanco
exposio de crdito
Central total.ainda o risco de liquidez,
monitora
utilizando ndices de custo de liquidez que levam em considerao a diferena entre as ofertas
de compra e venda (spread bid-offer) dos ttulos pertencentes s carteiras de investimento.
Risco operacional: mensurado no apenas qualitativamente como
Risco de crdito: o risco de crdito do Banco Central baixo. Os ttulos que compem as
quantitativamente.
carteiras A partir
de investimentos de 2002, criou-se
e as contrapartes um apresentam
financeiras mdulo de qualidade
risco operacional
de crdito no
mnimo Aa conforme a Moodys, uma das agncias de risco que atua no mercado, qualificando
com o objetivo de alimentar um banco de dados sobre as falhas operacionais
produtos financeiros ou ativos (de empresas, governos ou pases), atribuindo notas e
classificaes
verificadassegundo o grau de
nas operaes de risco de que
aplicao dasno paguem
reservas suas dvidas e obrigaes. Para o
internacionais.
controle do risco de crdito das instituies financeiras, foram estabelecidos dois tipos de
limites: um deles por transao, e o outro para a carteira como um todo. Cada transao
estResultados
2.1.5 sujeita a limites que definem
da aplicao qualidade mnima de crdito (rating), volume mximo de
das reservas
exposio por contraparte e prazo mximo dessa exposio. Os limites agregados para a
carteira tm como objetivo restringir a exposio de crdito total.
A tendncia registrada nos ltimos cinco anos tem sido de diminuio da rentabilidade
Risco operacional: mensurado no apenas qualitativamente como quantitativamente. A partir
gerencial,de
em2002,
reflexo ao ambiente
criou-se de baixas
um mdulo taxasoperacional
de risco de juros nocom
mercado internacional.
o objetivo de alimentar um banco
de dados sobre as falhas operacionais verificadas nas operaes de aplicao das reservas
O internacionais.
Banco Central calcula a rentabilidade das reservas, utilizando sistema gerencial
desenvolvido internamente, o qual permite a avaliao das carteiras em base diria, seguindo padro
2.1.5 Resultados da aplicao das reservas
internacional, possibilitando tambm o acompanhamento das estratgias de investimento em
A tendncia registrada nos ltimos cinco anos tem sido de diminuio da rentabilidade gerencial, em
mercados distintos. O dlar norte-americano a moeda base para apurao dos resultados.
reflexo ao ambiente de baixas taxas de juros no mercado internacional.
O Banco A rentabilidade gerencial
Central calcula em 2012 foi
a rentabilidade dasde 1,84%. O
reservas, resultadosistema
utilizando consolidado das reservas,
gerencial desenvolvido
internamente, o qual permite a avaliao das carteiras em base diria, seguindo padro internacional,
considerando-se
possibilitando tambm oasacompanhamento
gerncias internadas
e externa, foide
estratgias deinvestimento
1,85% (sendo emque a rentabilidade
mercados dodlar
distintos. O
norte-americano
PGER foi de a2,40%).
moeda base para apurao dos resultados.
A rentabilidade gerencial em 2012 foi de 1,84%. O resultado consolidado das reservas, considerando-se
as gerncias interna e externa, foi de 1,85% (sendo que a rentabilidade do PGER foi de 2,40%).
Grfico 6: Rentabilidade gerencial das reservas
Grfico 6: Rentabilidade gerencial das reservas
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99
UNIDADE 5 MODELOS DE BANCOS CENTRAIS EM OUTROS PASES E ORGANISMOS E
INSTITUIES FINANCEIRAS INTERNACIONAIS
INTRODUO
Esta unidade aborda, inicialmente, modelos de trs bancos centrais, selecionados basicamente em
funo da sua representatividade no cenrio econmico internacional, pois representam as trs maiores
economias do mundo. Nesse sentido, o Federal Reserve System (FED) o banco central da maior economia
mundial, o Banco Central da China (Banco Popular da China) tambm foi considerado, tendo em vista suas
caractersticas que decorrem da organizao econmica chinesa, e o Banco Central Europeu, tambm por
ser a primeira instituio supranacional do gnero. Em relao s instituies financeiras consideradas, todas
tm relacionamento prximo com o Banco Central do Brasil (BCB).
De acordo com De Grauwe (2000), os bancos centrais podem ser classificados, quanto aos seus
objetivos e desenho institucional, em dois tipos: o alemo e o anglo-francs.
No modelo anglo-francs, o banco central persegue vrios objetivos: estabilidade de preos, estabilizao
dos ciclos econmicos, pleno emprego e estabilidade do sistema financeiro. A estabilidade de preos apenas
um dos objetivos, sem necessariamente ter prioridade em relao aos outros. Institucionalmente, este
modelo est associado a uma menor autonomia do banco central em relao ao governo e ao parlamento.
Por exemplo, decises sobre poltica monetria podem precisar de autorizao formal do governo, tornando
o banco central um mero executor.
No tipo alemo, o banco central persegue a estabilidade de preos, geralmente com prioridade em
relao aos demais objetivos, se houverem. Este modelo est associado a bancos centrais com maior autonomia.
Decises sobre taxas de juros, por exemplo, podem ser tomadas sem necessidade de autorizao do governo
ou do parlamento. Um banco central desse tipo est mais isolado de outras dimenses da poltica econmica
e, consequentemente, possui maior liberdade para perseguir seu principal objetivo.
Os trs bancos centrais descritos neste trabalho podem ser classificados segundo estes tipos. O
Federal Reserve System pode ser considerado um banco central do tipo anglo-francs, pois a estabilidade de
preos no tem prioridade destacada em relao a outros objetivos, como pleno emprego e estabilidade do
crescimento do produto. O Banco Central da China tem muito pouca autonomia em relao ao governo.
Vrios setores da economia esto representados no rgo executor de poltica monetria. Alm disso, a
centralizao poltica do pas e a capacidade de interveno direta nos mercados faz que o banco central seja
apenas um dos instrumentos da poltica econmica como um todo. J o Banco Central Europeu facilmente
classificado como um banco do tipo alemo, pois a estabilidade de preos tem prioridade mxima em relao
a outros objetivos, e sua organizao o deixa distante de intervenes polticas, especialmente pelo seu
carter de instituio supranacional.
O FED foi criado em 23 de dezembro de 1913 pelo Federal Reserve Act, como um sistema de bancos
centrais, composto por 12 bancos (Federal Reserve Banks) com jurisdies especficas e com capital subscrito
por bancos privados. Os Federal Reserve Banks, comandados cada um por um President, respondem a um rgo
federal central sediado na capital, Washington, DC, o Federal Reserve Board. Ao integrar o sistema, adquiriam
o monoplio de emisso de dinheiro, alm de atuar como banco dos bancos ao promover operaes de
redesconto e emprstimos de ltima instncia para os bancos integrantes do sistema, alm de servir de
depositrio de reservas para os demais bancos. Na prtica, o FED constituiu-se como um sistema misto, no
qual as funes de autoridade monetria eram partilhadas entre representantes de bancos privados e uma
superviso governamental.
20 Esta seo baseada em Federal Reserve System (2013), Mishkin (2001), Estrela, Rosek, Orsi, Schneider, (2008) e Saddi (1997).
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O sistema mostrou-se pouco efetivo para enfrentar situaes decorrentes principalmente da grande
depresso iniciada em 1929-1930, basicamente pelo controle exercido pelo Secretrio do Tesouro. Em
consequncia, o Banking Act, de 1935, concedeu maior autonomia ao Conselho, retirou os mandatos do
secretrio do Tesouro e do Comptroller of the Currency e criou o Federal Open Market Committee (FOMC), que
se tornou o mais importante rgo de poltica monetria. O Banking Act tambm aumentou a autonomia do
FED ao expandir a durao dos mandatos dos diretores, de 8 para 14 anos, e transferir poder dos Federal
Reserve Banks regionais para o Federal Reserve Board. Em 1951, o Treasury Fed Accord reestabeleceu a
autonomia do FED, parcialmente suspensa durante a Segunda Guerra Mundial, ao desobrig-lo de financiar o
Tesouro pela compra de ttulos emitidos por este, limitando fortemente a capacidade do Tesouro de impactar
unilateralmente a poltica monetria.
O Depository Institutions Deregulation and Monetary Control Act (DIDMCA), de 1980, eliminou quaisquer
distines regulatrias do FED sobre bancos associados e no associados. O DIDMCA tambm promoveu
medidas liberalizantes como a permisso de fuso entre os bancos, o fim do teto para as taxas de juros e a
permisso para que cooperativas de crdito e instituies de poupana e emprstimos oferecessem contas
correntes a seus clientes.
1.1.2 Organizao
O FED est estruturado de forma descentralizada por meio dos Federal Reserve Banks regionais. Os
principais rgos componentes do FED so: a Junta de Governadores, o Federal Open Market Committee
(FOMC), os 12 Federal Reserve Banks regionais e os bancos-membros.
A Junta de Governadores constituda por sete membros indicados pelo presidente da Repblica,
aprovados pelo Senado Federal e detentores de um mandato de 14 anos, sem possibilidade de reconduo.
O chairman do FED e o vice so indicados pelo presidente da Repblica, entre os membros do Federal
Reserve Board, para um mandato de quatro anos, com possibilidade de reconduo. Normalmente, a Junta se
rene vrias vezes por semana, sendo que, ocasionalmente, as reunies so abertas ao pblico. Sua principal
responsabilidade formular a poltica monetria, por meio da exigncia de depsitos compulsrios dos
bancos e do estabelecimento da taxa de redesconto. Esta ltima funo dividida com os Federal Reserve
Banks regionais. Outra responsabilidade da Junta diz respeito superviso e regulao do sistema bancrio,
especialmente pelo controle da oferta de crdito.
1.1.4 FOMC
O FOMC constitudo por 12 membros, sendo sete do Federal Reserve Board e cinco entre os 12
presidentes dos Federal Reserve Banks regionais, sendo o de Nova Iorque membro permanente, enquanto os
demais tm mandatos de um ano, em base rotativa.Tradicionalmente o chairman do FOMC eleito o chairman
da Junta de Governadores, enquanto o presidente do Federal Reserve Bank de Nova Iorque eleito vice-
chairman. A funo bsica do FOMC executar a poltica monetria, por meio do estabelecimento da taxa
de juros no mercado interbancrio e da superviso das operaes de mercado aberto e do mercado cambial.
So realizadas oito reunies ao ano com participao restrita pela natureza confidencial das informaes
discutidas. Os assuntos tratados so inflao, emprego, produo, construo, crdito, agregados monetrios,
taxas de juros, investimento, poltica fiscal e mercado cambial. Aps as discusses, cada membro do FOMC
expressa sua viso sobre o estado da economia e as perspectivas sobre a direo apropriada para a poltica
monetria, fazendo, a seguir, sua recomendao de poltica. Finalmente, o Comit deve chegar a um consenso
sobre a poltica a ser tomada. O FOMC publica anualmente oito edies do livro bege, que antecede as
suas reunies, e um documento de pesquisa produzido pelos Federal Reserve Banks, a partir de sondagens
junto s empresas e s instituies financeiras sobre o estado da economia em cada distrito.
Os Federal Reserve Banks, constitudos com o objetivo de descentralizar as operaes do FED, atuam
sob a superviso da Junta de Governadores. Cada um tem nove diretores. Os 12 Federal Reserve Banks esto
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101
Unidade 5 Modelos de bancos centrais em outros pases e organismos e instituies financeiras
internacionais
localizados em Boston, Nova Iorque, Filadlfia, Cleveland, Richmond, Atlanta, Chicago, St. Louis, Minneapolis,
Kansas City, Dallas e So Francisco. Cada um responsvel por um distrito, cujo tamanho foi estabelecido
em proporo distribuio da populao americana quando o FED foi criado.
MapaMapa
1: Distribuio
1: Distribuioregional doFED
regional do FED
Fonte: FED.
Fonte: FED.
Os Federal
Os Federal ReserveReserve Banks
Banks so so instituies
instituies sem finssem fins lucrativos,
lucrativos, mas gerammasreceita
geramporreceita
meiopordos juros
ganhos
meiopor
dosmeio da ganhos
juros aquisio
pordemeio
ttulos
dado governo,de
aquisio nottulos
mbitododagoverno,
execuonodambito
polticada
monetria,
execuoeda por meio
da proviso de servios financeiros s instituies bancrias. Na execuo da poltica monetria, os Federal
poltica
Reserve Banksmonetria,
cumprem eo por
papelmeio da proviso
de controlar de servios
os agregados financeiros
monetrios e o s instituies
crdito, bancrias.
principalmente por meio
da fixao da taxa de redesconto bancrio, que deve ser aprovada pela Junta de Governadores. Alm disso,
Na execuo da poltica monetria, os Federal Reserve Banks cumprem o papel de controlar
os Federal Reserve Banks prestam servios como depositrios de contas do Tesouro relacionadas a seguro
os agregados
desemprego, monetrios
impostos e o crdito,
etc., distribuio principalmente
de numerrio, por meio
compensao da fixao
de cheques, da taxadedefundos e
transferncias
operaes de cmaras de compensao. O Federal Reserve Bank de Nova Iorque tem papel especial no FED
em redesconto bancrio,
relao aos demais, que
pois, emdeve ser aprovada
seu distrito, pela Junta
esto sediados de Governadores.
os maiores Alm do
bancos comerciais disso,
pas,os
alm das
mesas de operaes
Federal Reservede Banks
ttulos eprestam
de cmbioservios
do FED. Destaca-se ainda que ele
como depositrios de contas
o nico doFederal Reserve Bank
Tesouro
membro do Bank for International Settlements (BIS).
relacionadas a seguro desemprego, impostos etc., distribuio de numerrio, compensao de
1.1.6 Bancos-membros
cheques, transferncias de fundos e operaes de cmaras de compensao. O Federal
Reserve Bank de Nova do
Um banco-membro Iorque
FEDtem papelinstituio
uma especial no FED em
privada querelao
detm aos demais, pois,
participao em seu do seu
no capital
respectivo Federal Reserve Bank regional. Detm aes que do direito parte dos lucros do FED, mas que,
distrito, estodesediados
diferentemente os empresas,
aes de maiores bancos comerciais
no podem do pas, alm das
ser transacionadas mesas
e nem de operaes
garantem poder de
decisrio
proporcional. Aproximadamente
ttulos e de cmbio do FED. 38%Destaca-se
dos 8.039 bancos comerciais
ainda que ele oamericanos so membros
nico Federal Reserve do FED.
Bank
membro do Bank for International Settlements (BIS).
1.1.6 Bancos-membros
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8.039 bancos comerciais americanos so membros do FED.
Organograma 1:1:Organizao
Organograma Organizao eefuncionamento
funcionamento do FED
do FED
Senado Presidente
aprova nomeia
elege 3
diretores para
nomeia 3
cada banco
Junta de diretores para Federal Reserve Bancos
cada banco
Governadores Banks paga
Membros
dividendos
FOMC
Instrumentos
de poltica
Depsito Operaes de Taxa de monetria
Compulsrio Mercado Aberto Redesconto
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1.1.9 Accountability
Durante a dcada de 2000, como resultado de taxas de juros muito baixas e expanso no acesso ao
crdito, os preos dos imveis registraram acentuada elevao nos Estados Unidos at alcanar seu pico em
2006. Com a queda nos preos dos imveis, o valor das hipotecas situava-se frequentemente acima dos valores
de mercado dos imveis, enfraquecendo as garantias. O nmero de proprietrios de imveis inadimplentes
passou a crescer acentuadamente, aumentando muito o risco dos ttulos lastreados em hipotecas (subprimes)
e provocando fortes perdas s instituies financeiras.
No outono de 2008, duas grandes instituies financeiras faliram: o banco de investimentos Lehman
Brothers e a instituio de poupana e emprstimo Washington Mutual. Pela extensa rede de conexes financeiras,
as falncias podem provocar perdas em srie, que contaminam todo o sistema financeiro, principalmente pela
crise de confiana sobre a liquidez e a solvncia das instituies. Com isso, o mercado de crdito encolheu
significativamente, no mercado interbancrio e no varejo, o que provocou forte queda na demanda por bens
durveis, especialmente automveis, imveis e investimento. Inevitavelmente, o pas entrou em recesso.
Diante desse quadro, o FED promoveu uma expanso no crdito de curto prazo s instituies financeiras,
utilizando esquemas similares ao redesconto, ao flexibilizar as condies sob as quais os bancos podiam
tomar recursos emprestados junto a ele. Outros emprstimos foram feitos ao JP Morgan Chase e para o
American International Group (AIG). Na primavera de 2009, o FED procedeu a um teste de stress sobre os 19
maiores bancos do pas, criando um programa de ajuda com recursos federais para aquelas instituies que
apresentassem dificuldades: Troubled Asset Relief Program. Com o aprofundamento da crise e para tentar
estimular a atividade econmica, o FOMC reduziu as taxas de juros dos fundos federais para prximo de
zero em dezembro de 2008, a mais baixa taxa em 50 anos. Alm disso, o FED adotou instrumentos de poltica
monetria menos convencionais, como a autorizao de aquisio de ttulos lastreados em hipotecas no
valor de US$ 1,25 trilho por parte de agncias de emprstimos imobilirios, como a Freddie Mac and Fannie
Mae, o que resultou na queda das taxas de juros desses emprstimos.
A instituio que atualmente representa as funes de banco central na China atualmente denominada
Banco Popular da China (BPC). O BPC foi fundado em 1948, a partir da fuso de trs bancos: Banco Huabei,
Banco Beihai e Banco Agrcola Xibei. Entre 1950 e 1978, o BPC foi o nico banco existente no pas, exercendo
simultaneamente operaes de banco comercial e de banco central, em um contexto de economia de
planejamento central. At 1985, todos os bancos chineses eram estatais. Como resultado da transio parcial
de uma economia socialista para uma economia de mercado, o BPC ganhou status definitivo de banco central
somente em 1995.
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A China iniciou uma reforma monetria e financeira em 1998, que promoveu a unificao cambial, a
liberalizao parcial do mercado de moeda estrangeira e o aumento da conversibilidade da moeda chinesa,
o Renminbi Yuan. Desde maro de 2003, foram retiradas do BPC as atribuies de superviso do sistema
financeiro do pas, passando essa competncia a ser da Comisso de Regulao Bancria.
Em julho de 2005, embora no fossem atendidas as presses internacionais para promover a flexibilizao
da moeda chinesa, a taxa de cmbio do Renminbi Yuan foi desatrelada do dlar americano e vinculada a uma
cesta de moedas, o que trouxe maior flexibilidade cambial, sob um regime de bandas de taxa de cmbio. Em
2013, o Renminbi Yuan tornou-se a oitava moeda mais transacionada nos mercados internacionais de cmbio.
2.2 Organizao
O BPC formalmente dependente, pois vinculado hierarquicamente ao vice-premier. Sua sede fica
em Pequim e h 11 escritrios regionais, alm de 303 sub-representaes municipais. Tambm conta com seis
escritrios de representao fora do pas. A poltica monetria executada sob o comando do Conselho de
Estado, embora livre de intervenes de outras instncias de governo. Assim, o BPC submete suas decises
de taxa de juros, oferta de moeda e taxa de cmbio aprovao prvia do Conselho de Estado. No entanto
o BPC est legalmente proibido de financiar o Tesouro.
O presidente do BPC indicado pelo Premier e aprovado pelo Congresso Popular Nacional. Aps a
aprovao, ele nomeado, de ofcio, para o cargo pelo presidente da Repblica. Pode ser substitudo a qualquer
momento, tambm de ofcio, pelo presidente. A mesma regra de nomeao e substituio vale para os vice-
presidentes do BPC. A alta gerncia do BPC composta por um presidente, responsvel pela administrao
geral da instituio, e vice-presidentes, responsveis pela gesto de reas especficas.
O BPC possui um Comit de Poltica Monetria, com responsabilidades, composio e procedimentos
operacionais definidos pelo Conselho de Estado. uma instncia consultiva na elaborao da poltica monetria
pelo BPC, exercendo sua assessoria com base em pesquisas macroeconmicas. Seus componentes so:
2.3 Funes
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3 BANCO CENTRAL EUROPEU (BCE)22
O BCE foi institudo em junho de 1998 com sede em Frankfurt, Alemanha. a instituio responsvel
pela poltica monetria da zona do euro. O BCE integra o Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC),
tambm composto pelos bancos centrais nacionais dos pases da Unio Europeia (BCNs), inclusive aqueles que
no adotaram o euro como moeda. O BCE adota atualmente um regime de metas de inflao, no qual a taxa
de inflao deve ficar abaixo de 2% ao ano, medida por um ndice resultante de uma ponderao de ndices
de preos nacionais. A inflao do euro ficou acima dessa meta somente em 2008 (3,28%) e 2011 (2,72%).
3.1 Antecedentes
3.1 Antecedentes
O BCE fruto de um processo de unio econmica que se transformou em unio monetria. O Tratado
de Maastricht (TM), assinado em 7/2/1992 e entrando em vigor em 2/11/1993, foi uma emenda ao Tratado
de Roma de O1957. BCESubstituiu
fruto dea denominao
um processoComunidade Europeia por
de unio econmica que Unio Europeia. Aem
se transformou ratificao
unio do
TM pelos parlamentos nacionais foi difcil, pois, em razo do alto desemprego na poca, os eleitores ficaram
monetria.
incertos sobre a Oefetividade
Tratado de da Maastricht (TM),resultando
Unio Europeia, assinado em
em aprovaes
7/2/1992 e por
entrando empequenas.
margens vigor emO TM
criou a Unio Econmica e Monetria (UME), que culminou com a introduo da moeda comum, o euro, e a
2/11/1993, foi uma emenda ao Tratado de Roma de 1957. Substituiu a denominao
criao gradual do BCE. O artigo 121 do TM estabeleceu trs estgios de implantao da nova moeda, num
Comunidade
processo denominado Europeia por Unio para
de convergncia Europeia.
o euro.A ratificao do TM pelos parlamentos nacionais
No primeiro estgio, que j estava em andamento mesmo antes do TM, os pases deveriam abolir
foi difcil,
quaisquer pois,ao
restries emfluxo
razo
de do alto dentro
capital desemprego na poca,
do bloco. os eleitores
A cooperao ficaram
monetria incertos
entre sobreCentrais
os Bancos a
Nacionais foi reforada
efetividade e ainda
da Unio era permitido
Europeia, algum
resultando em realinhamento
aprovaes porentre as moedas.
margens Este O
pequenas. estgio durou at
TM criou
31 de dezembro de 1993.
aNo
Unio Econmica
segundo estgio, euma
Monetria (UME), que
nova instituio culminou
foi criada: com a introduo
o Instituto MonetriodaEuropeu.
moeda comum,
Operou oapenas
durante este estgio, sendo, na prtica, o precursor do BCE. Suas principais atribuies eram reforar a
euro, e a criao gradual do BCE. O artigo 121 do TM estabeleceu trs estgios de
cooperao entre os bancos centrais e a coordenao das polticas monetrias e preparar o estabelecimento
implantao
do Sistema Europeu da de
nova moeda,
Bancos num processo
Centrais. denominado
Este estgio durou atde31convergncia
de dezembropara o euro.
de 1998.
No primeiro estgio, que j estava em andamento mesmo antes do TM, os pases
22 Esta seo baseada em De Grauwe (2000) e Saddi (1997).
deveriam abolir quaisquer restries ao fluxo de capital dentro do bloco. A cooperao
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monetria entre os Bancos Centrais
Programa Nacionais
de Capacitao foi reforada
Banco Central e ainda era permitido algum
do Brasil (BCB)/2014
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realinhamento entre as moedas. Este estgio durou at 31 de dezembro de 1993.
106
210 Cespe/UnB
No terceiro estgio, as taxas de cmbio entre as moedas nacionais deveriam se tornar irrevogavelmente
fixas. Neste estgio, o euro passou a existir, porm somente na forma escritural, e o BCE comeou a operar.
A transio para o estgio final de implantao da moeda nica envolveu critrios de convergncia para
pases do bloco que adotassem o euro, que se baseavam em:
i. estabilidade dos preos: o pas no poderia ter uma taxa de inflao que superasse em mais
de 1,5 ponto percentual (p.p.) a taxa de inflao mdia apurada a partir dos trs melhores
resultados, no perodo mnimo de um ano;
ii. desempenho fiscal, especificamente dvida e dficits pblicos: os critrios estabelecidos foram
de 3% para a relao entre dficit oramentrio programado ou verificado e o produto interno
bruto (PIB) a preos de mercado (PIBpm) e de 60% para a relao entre a dvida pblica e
o PIBpm;
iii. taxas de juro a longo prazo: a taxa mdia de longo prazo de cada pas no poderia ser superior
em mais de 2 p.p. dos trs pases que tivessem menor inflao; e
iv. estabilidade das taxas de cmbio: deveriam ser respeitadas as margens de flutuao previstas
na UME (em torno de 2,25%) pelo perodo de dois anos.
O terceiro estgio foi finalizado com a entrada em circulao do euro, em primeiro de janeiro de 2002.
At primeiro de julho do mesmo ano, houve um perodo de transio, no qual foi permitida a coexistncia
das moedas nacionais e do euro. A partir desta data, as moedas nacionais dos pases que aderiram ao euro
foram extintas.
3.2 Organizao
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Organograma 2: Estrutura organizacional do Sistema Europeu de Bancos Centrais
Conselho de
Governo
BCE
3.3 Funes
O capital do BCE atingiu aproximadamente 10,8 bilhes de euros em julho de 2013, provindo dos
BCNs dos Estados-Membros da Unio Europeia, proporcional ao PIB e populao de cada pas participante.
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populao de cada pas participante.
populao de cada pas participante.
Tabela 1: Participao
Tabela Participao dos BCN pertencentes zona do euro
Tabela 1: 1:
Participao dos BCN
dos BCNpertencentes
pertencentes zona do euro
zona do euro
Participao no
Banco central nacional Participao no
Banco central nacional capital (%)
capital (%)
Nationale Bank van Belgi/Banque Nationale de Belgique (Blgica) 2,41
Nationale Bank van Belgi/Banque Nationale de Belgique (Blgica) 2,41
Deutsche Bundesbank (Alemanha) 18,76
Deutsche Bundesbank (Alemanha) 18,76
Eesti Pank (Estnia) 0,17
Eesti Pank (Estnia) 0,17
Banc Ceannais na hireann/Central Bank of Ireland (Irlanda) 1,11
Banc Ceannais na hireann/Central Bank of Ireland (Irlanda) 1,11
Bank of Greece (Grcia) 1,94
Bank of Greece (Grcia) 1,94
Banco de Espaa (Espanha) 8,25
Banco de Espaa (Espanha) 8,25
Banque de France (Frana) 14,13
Banque de France (Frana) 14,13
Banca dItalia (Itlia) 12,45
Banca dItalia (Itlia) 12,45
Central Bank of Cyprus (Chipre) 0,13
Central Bank of Cyprus (Chipre) 0,13
Banque Centrale du Luxembourg (Luxemburgo) 0,17
Banque Centrale du Luxembourg (Luxemburgo) 0,17
Bank entrali ta Malta/Central Bank of Malta (Malta) 0,06
Bank entrali ta Malta/Central Bank of Malta (Malta) 0,06
De Nederlandsche Bank (Pases Baixos) 3,96
De Nederlandsche Bank (Pases Baixos) 3,96
Oesterreichische Nationalbank (ustria) 1,93
Oesterreichische Nationalbank (ustria) 1,93
Banco de Portugal (Portugal) 1,76
Banco de Portugal (Portugal) 1,76
Banka Slovenije (Eslovnia) 0,32
Banka Slovenije (Eslovnia) 0,32
Nrodn banka Slovenska (Eslovquia) 0,68
Nrodn banka Slovenska (Eslovquia) 0,68
Suomen Pankki Finlands Bank (Finlndia) 1,24
Suomen Pankki Finlands Bank (Finlndia) 1,24
Total 69,56
Total 69,56
Fonte: BCE.
Fonte: BCE.
Fonte: BCE.
Tabela 2: Participao
Tabela Participaodos
dos BCN nopertencentes
pertencentes zona do euro
Tabela 2: 2:
Participao dos BCN
BCNno
no pertencentes zona do euro
zona do euro
Participao no
Banco central nacional Participao no
Banco central nacional capital (%)
capital (%)
(Bulgria) 0,86
(Bulgria) 0,86
esk nrodn banka (Repblica Checa) 1,45
esk nrodn banka (Repblica Checa) 1,45
Danmarks Nationalbank (Dinamarca) 1,47
Danmarks Nationalbank (Dinamarca) 1,47
Hrvatska narodna banka (Crocia) 0,59
Hrvatska narodna banka (Crocia) 0,59
Latvijas Banka (Letnia) 0,27
Latvijas Banka (Letnia) 0,27
Lietuvos bankas (Litunia) 0,40
Lietuvos bankas (Litunia) 0,40
Magyar Nemzeti Bank (Hungria) 1,37
Magyar Nemzeti Bank (Hungria) 1,37
Narodowy Bank Polski (Polnia) 4,85
Narodowy Bank Polski (Polnia) 4,85
Banca Naional a Romniei (Romnia) 2,44
Banca Naional a Romniei (Romnia) 2,44
Sveriges Riksbank (Sucia) 2,26
Sveriges Riksbank (Sucia) 2,26
Bank of England (Reino Unido) 14,43
Bank of England (Reino Unido) 14,43
Total 30,44
Total 30,44
Fonte: BCE.
Fonte: BCE. Fonte: BCE.
3.5 Independncia
214 Cespe/UnB
214
A independncia ou a autonomia do BCE no
Programa de Capacitao Cespe/UnB
exerccio
Banco Central doda poltica
Brasil monetria est prevista em seus
(BCB)/2014
Programa
5 de Capacitao Banco Central do Brasil (BCB)/2014
estatutos. Analista:
O BCE,
Analista:
rea
osI:I:Mdulo
rea bancos II Unidade
Mdulo II centrais
Modelos de bancos
Unidade 5 nacionais ou
Modelos de bancos
centrais
qualquer em outros pases
membro
centrais em outros
e organismos
pases edos
e instituiesrgos
respectivos
organismos
financeirasde deciso
e instituies financeiras
internacionais
esto proibidos de solicitar ou receber instrues das instituies, dos rgos ou dos organismos da
internacionais
Unio Europeia e dos governos dos Estados-Membros. Os governadores dos bancos centrais nacionais e
os membros da Comisso Executiva do BCE no podem ser destitudos, exceto por incapacidade ou falta
grave. Seus mandatos tm durao mnima de cinco anos, e os membros da Comisso Executiva do BCE,
um mandato no renovvel de oito anos. A gesto financeira do BCE independente da gesto financeira da
Unio Europeia, pois possui oramento prprio, financiado pelos bancos centrais nacionais. No permitido
ao SEBC conceder emprstimos a organismos da Unio Europeia ou entidades nacionais do setor pblico.
Esta medida visa proteger o sistema de influncias polticas. Em termos de funcionamento, o SEBC tambm
independente. O BCE possui todos os instrumentos e competncias necessrios conduo de uma poltica
monetria autnoma, o que lhe confere um alto nvel de independncia em relao aos maiores bancos
centrais do mundo.
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109
3.6 Accountability
O BCE tem compromisso com princpios de accountability previsto em seus estatutos na forma de
prestao regular e transparente de informaes relevantes sobre sua atuao por meio da publicao de
boletins mensais, relatrio trimestral e conferncias de imprensa regulares. O relatrio anual apresentado
ao Parlamento Europeu, ao Conselho da Unio Europeia, Comisso Europeia e ao Conselho Europeu. O
Presidente do BCE presta regularmente informao sobre a poltica monetria do BCE e as suas outras
atribuies nas audincias trimestrais ao Parlamento Europeu. Outros membros da Comisso Executiva do
BCE tambm comparecem perante o Parlamento Europeu para abordar questes especficas.
O BCE enfrenta auditoria externa e fiscalizado pelo Tribunal de Contas Europeu. Um comit de
auditoria de alto nvel presta apoio ao Conselho do BCE no exerccio das suas responsabilidades relativas
integridade das informaes financeiras, superviso dos controles internos, cumprimento das leis, regulamentos
e cdigos de conduta aplicveis e desempenho de funes de auditoria.
O FMI foi criado em 27 de dezembro de 1945, no mbito do Acordo de Breton Woods, quando 29
pases, incluindo o Brasil, subscreveram seu Convnio Constitutivo, e iniciou suas operaes financeiras em
1 de maro de 1947. Em novembro de 2013, o FMI possua 188 pases-membros.
23 Esta seo baseada em Martinez-Diaz (2008), Estrela (2009), Estrela, Rosek, Orsi e Schneider (2008) e Almeida (2008).
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110
iii. promover a estabilidade cambial, manter ordenadas as prticas cambiais entre os pases
membros e evitar depreciaes cambiais competitivas;
iv. auxiliar no estabelecimento de um sistema multilateral de pagamentos de transaes correntes
entre os pases membros e na eliminao das restries cambiais que dificultem a expanso
do comrcio internacional;
v. infundir confiana aos pases membros, colocando os recursos gerais do Fundo temporariamente
sua disposio, sob garantias adequadas, possibilitando a correo de desequilbrios nos
balanos de pagamento, sem recorrer a medidas prejudiciais prosperidade nacional ou
internacional;
vi. em harmonia com os objetivos acima, abreviar a durao e reduzir o grau de desequilbrio
nos balanos de pagamentos internacionais dos pases membros.
Na busca desses objetivos, o FMI passou a exercer funes regulatrias e de financiamento. O FMI
funciona como uma cooperativa internacional de crdito, reunindo recursos financeiros de diversos pases para
serem utilizados por membros que estejam enfrentando crises de balano de pagamentos. A principal atuao
do FMI conceder assistncia financeira para pases com problemas no balano de pagamentos, de modo a
permitir que sejam reestabelecidas as condies para o crescimento econmico sustentado. A assistncia visa
tornar os pases aptos a recompor suas reservas internacionais, estabilizar suas moedas e continuar pagando
suas importaes, sem que seja necessrio impor restries comerciais ou controle de capitais.
Os recursos emprestados so originrios de quotas de vrios pases, que autorizam o FMI a emprest-
los aos membros em dificuldades e a tomar as precaues necessrias para garantir seu pagamento. As
operaes financeiras do FMI com seus pases-membros so realizadas na forma de swap. Nestes, os pases
com problemas no balano de pagamentos trocam com o Fundo as prprias moedas pelo equivalente em
moedas conversveis de outros pases-membros, pagando uma taxa pela disponibilizao pelo perodo no
qual fica sacado.
Os emprstimos so fornecidos mediante acordo, que deve ser aprovado pelo Conselho Executivo
do Fundo. Os acordos, que estipulam condies ao pas solicitante, baseiam-se em programas econmicos,
apresentados sob a forma de carta de intenes, memorandos de polticas econmicas e memorandos
tcnicos de entendimento. A liberao das parcelas dos emprstimos programada levando em conta a
implementao do programa econmico.
O FMI publica, duas vezes ao ano, estudos sobre as perspectivas da economia mundial e relatrios de
estabilidade financeira global.
4.3 Organizao
5 membros nomeados diretamente pelos seguintes pases: Estados Unidos (nico pas cujo
poder de voto grande o suficiente para permitir individualmente o veto para matrias mais
importantes), Japo, Alemanha, Frana e Reino Unido;
19 membros indicados por cada constituency, que devem ser aprovados pela Assembleia-Geral
para mandatos de dois anos, renovveis.
O Conselho Executivo responsvel pela administrao do Fundo, incluindo poltica operacional,
emprstimos e atividades de superviso. Rene-se pelo menos trs vezes por semana.
O Diretor-Gerente, que o chairman e chief executive officer do Fundo, escolhido pelo Conselho
Executivo, tendo um mandato de cinco anos, podendo ser reconduzido. Sob o seu comando est o corpo tcnico
(staff) da instituio, que colabora com os pases-membros na elaborao dos programas de ajustamento e
assistncia tcnica, que envolve a elaborao de polticas fiscais e monetrias, desenvolvimento institucional,
treinamento de funcionrios etc.
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111
polticas fiscais e monetrias, desenvolvimento institucional, treinamento de funcionrios etc.
Assembleia de
Governadores
assessoramento
delegao
de p oder
IMFC
assessoramento
Conselho
Executivo rep resentao
surveillance
nomeao e
sup erviso
nomeao
ou eleio
Autoridades
dos pases
Diretor-Gerente
nomeao e Surveillance,
gerenciamento assessoramento,
Informes,
p esquisa e assistncia
relatrios tcnica
Corpo Tcnico
O poder de deciso no FMI baseado em quotas e votos bsicos.Votos bsicos representam uma parcela
219
que dividida igualmente entre todos os pases-membros. Outra parcela representada por quotas, que so
proporcionais ao capital que cada pas possui no Fundo e expressas em Direitos Especiais de Saque (DES).
Diferentemente da maioria dos organismos multilaterais que captam seus recursos no mercado financeiro,
a subscrio de quotas a maior fonte de recursos financeiros do FMI, alm de determinar, para cada pas,
seu poder de voto e ser uma referncia sobre o montante que ele pode tomar emprestado. Em dezembro
de 2010, a Assembleia de Governadores aprovou novas reformas das quotas e votos, com a concluso da
14 Reviso Geral das Quotas e uma emenda ao Convnio Constitutivo.
O clculo da quota passou a ser feito, ponderando PIB (50%), abertura (30%), variabilidade das transaes
externas (15%) e reservas internacionais (5%) segundo a seguinte metodologia:
Y = mdia dos ltimos trs anos disponveis do PIBpm, convertido taxa de cmbio mdia
entre valor de mercado (60%) e paridade do poder de compra (40%);
O = mdia de 5 anos da soma de receitas e despesas de transaes correntes do balano
de pagamentos;
V = desvio-padro para um perodo de 13 anos das receitas de transaes correntes e fluxos
lquidos de capital do balano de pagamentos;
R = mdia de 12 meses dos nveis de reservas internacionais;
k = fator de compresso para diminuir a disperso entre economias avanadas e economias
em desenvolvimento.
A partir da nova frmula de clculo, Brasil, Rssia, ndia e China passaram a estar entre os 10 maiores
quotistas do Fundo.
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Tabela 3:3:Quota
Tabela Quota ee poder devoto
poder de votononoFMI
FMI (2010)
(2010)
Alm disso, a reviso determinou que todos os membros da Diretoria Executiva passassem a ser eleitos.
Alm disso, a reviso determinou que todos os membros da Diretoria Executiva
4.5 Direitos especiais
passassem de saque (DES)
a ser eleitos.
At o acordo de Bretton Woods, o comrcio internacional era regulado pelo padro-ouro, cuja manuteno
no era4.5mais possvel.
Direitos Para substituir
especiais de saque o padro-ouro,
(DES) foram apresentadas duas propostas: a da Inglaterra, que
propunha a criao de uma moeda fiduciria internacional, o bancor, que serviria para liquidao dos dbitos
entre bancos centrais; a dos Estados Unidos (proposta White), que indicava o dlar como moeda internacional,
mediante seu compromisso de assegurar sua conversibilidade em ouro, que foi adotada basicamente pelo apego
At o acordo de Bretton Woods, o comrcio internacional era regulado pelo padro-
ao padro-ouro e pela credibilidade da economia norte-americana. Dentro do sistema ento estabelecido,
ouro,
cada pas cuja manter
deveria manuteno
paridadeno era fixa
cambial maisem possvel.
relao aoPara
dlar, substituir
com margens o de
padro-ouro,
flutuao deforam
apenas 1%,
para mais ou para menos. Salvo os Estados Unidos, nenhum pas se obrigava a converter sua moeda em ouro.
apresentadas
O sistema dasduas propostas:
paridades a da Inglaterra,
fixas procurava evitar aque propunha
repetio a criao experincia
da calamitosa de uma moeda fiduciria
das desvalorizaes
competitivas da dcada
internacional, de 1930.
o bancor, queOs principais
serviria para ativos de reservas
liquidao definidos
dos dbitos entreno Acordo
bancos de Bretton
centrais; a dosWoods
eram o ouro, ou dlares, que, a partir da dcada de 1960, foram acumulados em decorrncia dos dficits
Estados
no balano de Unidos (proposta
pagamentos White),Unidos,
dos Estados que indicava
principalo provedor
dlar como moeda internacional,
de liquidez mediante
ao sistema. Esses dficits, at
1971, podiam ser convertidos em ouro pelos pases superavitrios mediante saques sobre as reservas-ouro
seu compromisso de assegurar sua conversibilidade em ouro, que foi adotada basicamente
americanas. Problemas relativos convertibilidade do dlar em ouro, causados por desequilbrios fiscais e
pelo apego
do balano ao padro-ouro
de pagamentos dos Estadose pela credibilidade
Unidos fizeram quedapropostas
economia norte-americana.
fossem apresentadas Dentro do
para controlar a
expanso dos ativos de reserva, bem como para criar novos ativos. Em 1969, a Primeira Emenda ao Convnio
sistemado
Constitutivo ento
FMI estabelecido,
criou os DES, cada pas deveria
que desde manter aparidade
ento passaram cambial
ser a unidade fixa em
de conta do relao
FMI e deaooutras
organizaes internacionais,
dlar, com margens decomo o Banco
flutuao de Mundial
apenas 1%,e, desde
paraabril deou
mais 2003, Bank of International
parao menos. Settlements
Salvo os Estados
(BIS). A quota de participao e a capacidade de tomar emprstimos so tambm denominadas em DES.
Unidos,
O valor nenhum
do DES pas se obrigavaa apartir
determinado converter
de uma suacesta
moedade em ouro.
quatro moedas, revisada a cada cinco anos,
com ponderao de acordo com o peso dos pases nas transaes internacionais. Os mtodos de seleo das
O sistema das paridades fixas procurava evitar a repetio da calamitosa experincia
moedas e seus pesos precisaram ser revisados quando o marco alemo e o franco francs foram substitudos
das desvalorizaes
pelo euro. competitivas
O critrio de seleo passou ada dcada
incluir de 1930. Os
as exportaes principais
da Unio ativoscomo
Europeia de umreservas
todo, no
sendo consideradas as exportaes intrabloco. A taxa de juros bsica do DES determinada semanalmente,
definidos
com base no Acordo
na mdia ponderadade Bretton
das taxasWoods eram
de juros o ouro, ou dlares,
representativas que,de
de dbitos a partir
curto da dcada
prazo de
no mercado
monetrio
1960,dos pases
foram cujas moedas
acumulados constituem odos
em decorrncia DES.dficits no balano de pagamentos dos Estados
Unidos, principal provedor de liquidez ao sistema. Esses dficits, at 1971, podiam ser
convertidos em ouro pelos pases superavitrios mediante saques sobre as reservas-ouro
americanas. Problemas relativos convertibilidade do dlar em ouro, causados por
desequilbrios fiscais e do balano de pagamentos dos Estados Unidos fizeram que propostas
221
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dos pases cujas moedas constituem o DES.
Grfico 1: Participao
Grfico 1: Participao das moedasque
das moedas quecompem
compem o DES
o DES (2011)
(2011)
LIBRA:
11,3%
IENE: 9,4%
DLAR: 41,9%
EURO: 37,4%
Fonte: FMI.
Fonte: FMI.
4.6 Surveillance
Surveillance um processo promovido pelo FMI de monitoramento e consulta sobre polticas econmicas
dos pases-membros. A responsabilidade do FMI por surveillance deriva do seu papel original no Acordo de
Bretton Woods como supervisor do arranjo de taxas de cmbio fixas ajustveis entre os pases. De acordo com
a Seo 1 do artigo IV do FMI, as polticas econmicas dos pases-membros que esto sujeitos surveillance
devem se empenhar para promover o crescimento econmico equilibrado com razovel estabilidade de
preos222
e evitar manipular a taxa de cmbio paraCespe/UnB obter vantagem competitiva no comrcio internacional.
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Em um contexto de globalizao, a poltica econmica de um
Analista: rea I: Mdulo II Unidade 5 Modelos de bancos centrais pas frequentemente
em outros tem impactos
pases e organismos e instituies financeirasem outros
pases. Assim, a surveillance contribui para melhor previso sobre riscos para que se possa proceder aos
internacionais
ajustes necessrios no momento correto.
Ao se associar ao FMI, o pas concorda em sujeitar sua poltica econmica ao escrutnio do mesmo,
com o objetivo de identificar vulnerabilidades dos fundamentos macroeconmicos que possam contribuir
para desestabilizar o sistema financeiro internacional. Para tanto, a surveillance cobre os seguintes aspectos:
A surveillance pode ocorrer em trs nveis: pas, regional e global. A surveillance por pas feita por
meio de misses do corpo tcnico do Fundo para exame das polticas econmicas. A surveillance regional
envolve o exame por parte do FMI das polticas econmicas implementadas sob unies monetrias, como a
zona do euro, por exemplo. E a surveillance global realizada por meio de revises do Conselho Executivo
do FMI sobre tendncias econmicas globais, que baseiam as publicaes: World Economic Outlook, Global
Financial Stability Report e Fiscal Monitor, todas publicadas duas vezes por ano.
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4.7 Padro Especial de Disseminao de Dados (SDDS)
O SDDS uma divulgao padronizada de dados dos pases-membros do FMI, cuja subscrio est
aberta desde abril de 1996. Contm 18 categorias de dados, cobrindo quatro setores da economia: real,
financeiro, fiscal e externo, incluindo dvida externa, reservas internacionais, nvel de atividade, inflao,
finanas pblicas, transaes dos bancos centrais etc. A subscrio dos pases-membros voluntria e no
tem custos; em dezembro de 2013, 71 pases, incluindo o Brasil, faziam parte do SDDS. A responsabilidade
sobre a confiabilidade e o prazo de atualizao das informaes inteiramente do pas subscritor.
Ao longo dos anos, o FMI desenvolveu vrios instrumentos de emprstimos (facilities), criados para
atender s circunstncias especficas dos pases-membros. O montante emprestado, as taxas de juros e os
prazos variam de acordo com as diferentes polticas adotadas e os problemas apresentados pelos balanos
de pagamentos.
Com a crise financeira mundial de 2008/2009 e o aumento da necessidade de provimento de recursos
em carter preventivo, o processo de reviso das linhas precisou ser agilizado, como aumento da flexibilidade
e atratividade dos instrumentos de concesso de emprstimos, reduzindo a sinalizao poltica negativa
oriunda do acesso ao Fundo.
As caractersticas das principais linhas de crdito disponveis so (ESTRELA, 2009):
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4.9 O Brasil e o FMI
Em 1954, o Brasil tomou um emprstimo do Eximbank americano a partir de um aval do FMI, que a
seguir recomendou a realizao de uma reforma cambial. Em 1959, o presidente Juscelino Kubitschek anunciou
o rompimento do pas com o FMI, depois de um ano de vigncia de um emprstimo stand by, alegando
interesses imperialistas nas exigncias do FMI em relao austeridade das polticas fiscal e monetria. Em
1961, o pas fechou um acordo com o FMI, mas a instabilidade poltica e econmica registrada a partir de
ento congelou as relaes do pas com o FMI por vrios anos.
Aps o primeiro choque do petrleo, em 1973, o governo brasileiro optou pelo endividamento externo
para manter taxas de crescimento econmico elevadas e recorreu a um aval do FMI para obter emprstimos
junto a bancos internacionais. Em decorrncia da crise da dvida externa, iniciada com a moratria mexicana
em agosto de 1982, o Brasil perdeu o acesso a recursos externos, e as reservas internacionais foram reduzidas
drasticamente.
O pas fechou um acordo com o FMI e promoveu um ajuste macroeconmico de grandes propores,
incluindo maxidesvalorizaes cambiais e ajuste fiscal. Embora o setor externo tenha apresentado rpida
recuperao, a taxa de inflao mudou de patamar, passando de 120% para 200% ao ano, com a economia
sofrendo a maior recesso da histria, causando queda do PIB em torno de 4% em 1983.
Em fevereiro de 1987, o governo declarou a moratria da dvida externa, aps a tentativa fracassada
de estabilizao do Plano Cruzado, poca em que novamente as reservas internacionais atingiram nveis
criticamente baixos, como resultado de superaquecimento da economia e do congelamento da taxa de cmbio.
Nos anos seguintes, em razo da incapacidade do pas de combater a inflao, da instabilidade poltica e o
do aumento do custo poltico de manter relaes com o FMI, houve um novo afastamento.
A partir de 1982, o principal instrumento de relacionamento do governo brasileiro com o FMI foi
representado pelas cartas de intenes. Foram 13 cartas, assinadas pelo governo brasileiro desde ento,
sendo que parte das metas (condicionalidades), que consistiam essencialmente de ajuste das contas pblicas
e medidas de solvncia externa, no foi cumprida.
Em 1998, o pas voltou a fechar um acordo com o FMI, pois a crise da sia provocou um efeito contgio
que, combinado com uma crise de confiana por parte do mercado financeiro internacional na capacidade
do governo de manter a poltica cambial, traduziu-se em grande fuga de capital do pas.
A presso sobre a taxa de cmbio e a queda das reservas internacionais levaram o pas a recorrer ao
FMI. Foram disponibilizados US$ 41 bilhes, mas uma amenizao dos efeitos da crise fez que o pas no
necessitasse sacar o total. Em agosto de 2002, o governo brasileiro fechou um acordo de US$ 30 bilhes com
o FMI aps enfrentar uma fuga de capital do pas diante das incertezas causadas pela transio poltica. Em
dezembro de 2005, a partir da melhora das contas externas, o governo brasileiro quitou antecipadamente
a dvida com o FMI (US$ 15,57 bilhes restantes de um emprstimo de US$ 30 bilhes realizado em 2002).
Em 2009, o Brasil adquiriu US$ 10 bilhes em ttulos do FMI, quando do aumento da participao dos pases
emergentes nas suas quotas, tambm para reforar a capacidade deste em promover atuaes de combate
aos efeitos da crise do subprime.
O Banco Internacional para a Reconstruo e Desenvolvimento (Bird) foi criado, a exemplo do FMI,
a partir do Acordo de Bretton Woods, em 1944. Seu objetivo inicial era promover a recuperao econmica
dos pases europeus devastados pela Segunda Guerra Mundial e o desenvolvimento econmico dos pases
mais pobres. Sua sede fica em Washington, DC. Atualmente 186 pases so membros do Banco Mundial.
5.1 Finalidades
Cespe/UnB
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116
(iii) coordenar os seus emprstimos ou garantir financiamentos de outras fontes, de modo que
sejam atendidos, em primeiro lugar, os projetos mais teis e mais urgentes; e
(iv) conceder emprstimos para reconstruo e desenvolvimento, cuidando para que sejam
complementares aos capitais privados, sem competir com esses ou substitu-los.
Alm das quotas dos pases-membros, o Banco Mundial tambm se capitaliza via captao de recursos
no mercado internacional de capitais.
O Banco Mundial pode realizar os seguintes tipos de operaes: emprstimos diretos, com recursos
prprios; emprstimos diretos, com recursos obtidos por meio da colocao no recurso de ttulos por
ele emitidos junto ao mercado de ttulos; avalizar emprstimos obtidos diretamente pelos interessados
no mercado financeiro. A poltica de emprstimos do Banco Mundial tem sido orientada para atendimento
preferencial ao setor de prestao de servios pblicos, ou seja, transportes, energia eltrica, irrigao,
drenagem, telecomunicaes, gua e esgotos.
um grande financiador de projetos de desenvolvimento para os pases em desenvolvimento de
renda mdia e o principal catalisador de financiamentos para o mesmo fim, provenientes de outras fontes.
Entretanto, uma vez que o Banco Mundial essencialmente um financiador de governos e no de empresas,
sua atuao comeou a ser limitada pelo fato de os governos, em decorrncia de problemas fiscais crnicos,
passarem a depender crescentemente do setor privado para fazer seus investimentos.
No Brasil, a partir de 2007, a poltica de financiamento de projetos pblicos com recursos externos
passou a beneficiar mais os estados e os municpios. Isso levou reviso da estratgia de trabalho desses
organismos internacionais no pas, redirecionando recursos aos estados e aos municpios e s agncias de
desenvolvimento, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES).
5.2 Governana
A administrao do Banco Mundial fica a cargo de uma Junta de Governadores e de uma Diretoria
Executiva de 24 membros, cinco deles escolhidos pelos maiores acionistas, e os demais eleitos pelos outros
Unidade 5 Modelos de bancos centrais em outros pases e organismos e instituies financeiras
pases-membros, estrutura semelhante do FMI. O presidente do Banco Mundial tradicionalmente internacionais
um
cidado americano, enquanto o presidente do FMI tradicionalmente um europeu. O poder de voto de
cada pas-membro est vinculado s suas subscries de capital que, por sua vez, esto baseadas no poder
econmico relativo de cada pas.
Tabela 4: 4:
Tabela Poder
Poderde
devoto
voto no BancoMundial
no Banco Mundial (2010)
(2010)
Pas Poder de voto (%)
EUA 16,39
Japo 7,86
Alemanha 4,49
Frana 4,30
Reino Unido 4,30
Brasil 2,24
Fonte: Banco Mundial.
Fonte: Banco Mundial.
Em 2009, o Banco Mundial promoveu uma reforma em seu sistema de representatividade, com o objetivo
de aumentar Em 2009, oe oBanco
a participao Mundial
peso dos pases empromoveu uma ereforma
desenvolvimento em dentro
em transio seu sistema de As
da instituio.
mudanas so concentradas
representatividade, em otrs
com reas: aumento
objetivo dos votos
de aumentar bsicos, alocao
a participao de quotas
e o peso extras em
dos pases a alguns
membros especficos e aumento do nmero de Diretores Executivos eleitos (para a frica).
desenvolvimento e em transio dentro da instituio. As mudanas so concentradas em trs
5.3 Composio
reas: aumento dos votos bsicos, alocao de quotas extras a alguns membros especficos e
aumento
O Grupodo nmero
Banco de Diretores
Mundial Executivos
uma agncia eleitos
multilateral de(para a frica).constituda por cinco instituies
financiamento
associadas, sendo que duas compem o Banco Mundial propriamente dito e as outras trs so a ele afiliadas:
5.3 Composio
Cespe/UnB
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O Grupo
ANALISTA SFN: Mdulo IIBanco
UnidadeMundial
5 Modelos deuma
Bancosagncia
Centrais emmultilateral de financiamento
Outros Pases e Organismos constituda
e Instituies Financeiras por
Internacionais
Afiliadas:
(iii) Corporao Financeira Internacional (CFI): criada em 1956, opera em base comercial
provendo emprstimos e emitindo ttulos com o objetivo de apoiar projetos do setor
privado em pases em desenvolvimento, prestando, tambm, servios de consultoria. Similar
instituio privada, busca rentabilidade.
(iv) Agncia Multilateral de Garantia ao Investimento (Miga): criada em 1988, tem como
objetivo prover garantias a investidores estrangeiros contra riscos no comerciais em pases
em desenvolvimento e, em conjunto com os governos, atrair investimentos externos.
(v) Centro Internacional para Soluo de Disputas sobre Investimento (CISDI): criado
em 1966, tem como objetivo oferecer conciliao e arbitragem na soluo de controvrsias
sobre investimento estrangeiro.
O BID foi criado em 1959, a partir de uma proposta do presidente Juscelino Kubitschek, com o apoio de
pases latino-americanos. Sua sede fica em Washington, DC, com representaes em 26 pases muturios, alm
de escritrios regionais em Tquio e em Paris. A ideia de uma instituio para promover o desenvolvimento
da Amrica Latina surgiu na I Conferncia Pan-Americana, em 1890, uma iniciativa pioneira para a criao
de um sistema interamericano.
6.1 Organizao
Unidade 5 Modelos de bancos centrais em outros pases e organismos e instituies financeiras
A autoridade mxima do BID a Assembleia de Governadores, composta por todos osinternacionaispases membros,
representados por ministros das Finanas ou Economia ou presidentes dos bancos centrais. Rene-se uma
vez por ano e delega poderes Diretoria Executiva, composta pelo presidente do BID (mandato de cinco
anos), 14 diretores executivos, com mandatos de trs anos, e Gerentes. responsvel pelas atividades
operacionais O
da poder de voto de cada pas proporcional ao capital subscrito. Os 26 pases da
instituio.
O poder de voto de cada pas proporcional ao capital subscrito. Os 26 pases da Amrica Latina e
Amrica
do Caribe que Latina e do Caribe
so membros que detm
do Banco so membros
50,02% do
do Banco detm
poder de voto.50,02% doacionista
O maior poder deso
voto. O
os Estados
Unidos, comacionista
maior 30,01%. so os Estados Unidos, com 30,01%.
Tabela
Tabela5:5:Poder devoto
Poder de votononoBID
BID
PAS VOTO (%)
EUA 30,00
Argentina 10,75
Brasil 10,75
Mxico 6,91
Venezuela 5,76
Japo 5,00
Canad 4,00
Chile 2,95
Colmbia 2,95
Outros 20,93
Fonte: BID.
Fonte: BID.
6.2 Atuao
Desde 1962, o BID um emissor de ttulos de dvida AAA, a mais alta classificao de crdito (rating)
que pode ser atribuda a um emissor, o que faz que seus custos de captao sejam relativamente baixos.
A dvida do BID respaldada por pases-membros com boa classificao de crdito. Sua solidez financeira
deriva tambm de sua situao de credor preferencial e de sua gesto financeira e de riscos conservadora.
Isso possibilita que o BID cobre taxas de juros mais baixas em suas operaes.
6.3 Composio
O BIS (Bank of Internacional Settlements) uma organizao internacional que tem o objetivo de promover
a cooperao entre os bancos centrais, especialmente no que tange superviso bancria. a mais antiga
instituio financeira internacional, fundada em 20 de janeiro de 1930, no contexto das reparaes de guerra
impostas sobre a Alemanha, a partir do Tratado de Versalhes, aps a Primeira Guerra Mundial.
O BIS tinha como propsito coordenar e facilitar a liquidao dos bnus de guerra da Alemanha, da
a origem do nome da instituio. Seus membros fundadores foram os Bancos Centrais da Alemanha, da
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Blgica, dos Estados Unidos, da Frana, da Itlia e do Reino Unido. Sua sede fica em Basileia, Sua, tendo
representaes em Hong Kong e na Cidade do Mxico. Em 30 de novembro de 2013, o seu capital alcanou
US$ 26,7 bilhes e seus ativos totais US$ 319,5 bilhes. O Banco Central do Brasil membro do BIS desde
1997, tendo participao no capital da instituio equivalente a 0,55%.
(i) promover a discusso e facilitar a colaborao entre bancos centrais, por meio de encontros
peridicos;
(ii) promover o dilogo com outras autoridades responsveis pela estabilidade do sistema
financeiro;
(iii) conduzir pesquisas sobre questes econmicas, monetrias e de finanas internacionais
que contribuam para a estabilidade financeira;
(iv) servir como contraparte para bancos centrais em suas transaes financeiras; e
(v) agir como agente ou fideicomissrio em operaes financeiras internacionais.
O BIS tem a estrutura legal de uma companhia limitada. Em janeiro de 2001, o BIS decidiu pelo fechamento
de seu capital a agentes privados, restringindo tal participao a bancos centrais. vedado o recebimento
de depsitos e a proviso de servios financeiros para indivduos ou empresas privadas.
O BIS possui trs rgos administrativos: a Assembleia-Geral, a Diretoria Executiva e a Administrao.
A Assembleia-Geral composta pelos presidentes dos bancos centrais membros que se renem a cada dois
meses para decidir e votar sobre questes regulatrias e de governana, incluindo plano de ao, oramento
e estratgia da instituio. A Diretoria Executiva rene-se pelo menos seis vezes por ano e composta pelos
presidentes dos bancos centrais da Blgica, da Frana, da Alemanha, da Itlia, do Reino Unido e dos Estados
Unidos e no mximo nove presidentes dos demais bancos centrais membros. A Administrao exercida
pelo gerente-geral.
7.2 Atuao
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8 CEMLA26
O Centro de Estudos Monetrios Latino-Americanos (CEMLA) foi criado em 1952, por ocasio do
Terceiro Encontro de Tcnicos dos Bancos Centrais em Havana. uma associao civil sem fins lucrativos,
com sede na Cidade do Mxico. Atualmente composto por 53 instituies, entre as quais 30 membros
associados com poder de voto, compostos por bancos centrais latino-americanos, e 20 instituies sem
poder de voto, compostas por bancos centrais de alguns pases no latino-americanos, como membros
colaboradores, alm de Banco Mundial, Comisso Econmica para a Amrica Latina e o Caribe (Cepal),
BIS, BID e outros organismos financeiros, como parceiros de colaborao tcnica. A misso do CEMLA
promover maior sensibilizao diante das questes monetrias e financeiras em toda a regio por meio de
formao, disseminao e pesquisa. O oramento do CEMLA financiado por meio de contribuies anuais
dos seus membros associados e colaboradores, tendo suas contas auditadas periodicamente pelo Banco do
Mxico. Os principais objetivos do CEMLA so:
O CEMLA edita diversas publicaes, entre as quais as revistas Monetria, publicada desde 1978,
em ingls e espanhol, com periodicidade semestral, e Money Affairs, publicada desde 1988, em ingls, com
periodicidade tambm semestral, que analisam tcnica e cientificamente os temas propostos. Alm disso,
tambm desenvolve estudos com vista elaborao de projetos nas reas de: sistemas de pagamentos,
estatstica e banco de dados e de convergncia macroeconmica.
A organizao do CEMLA compe-se de: Assembleia de Governadores, Junta de Governo, diretor e
subdiretor. A Assembleia de Governadores o seu rgo mximo, reunindo-se anualmente, ou sempre que
necessrio. O poder de voto proporcional cota de contribuio.
A Junta de Governo composta por presidentes de bancos centrais de membros associados, sendo
o do Mxico um participante permanente, na condio de pas-sede. Seus representantes so eleitos pela
Assembleia para um mandato de quatro anos. A Junta atua assessorando a Assembleia. O diretor-geral
eleito pela Assembleia para um mandato de cinco anos para funes administrativas e tcnicas.
9 MERCOSUL27
O Mercosul (Mercado Comn del Sur) uma iniciativa de integrao econmica instituda pelo Tratado
de Assuno em 26/3/1991, assinado pelos presidentes de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A sede
administrativa do Mercosul fica em Montevidu, Uruguai. O principal objetivo do acordo foi formar um
Mercado Comum entre os Estados-Partes, um estgio de integrao no qual h a eliminao de barreiras
tarifrias e no tarifrias, a adoo de uma tarifa externa comum (TEC), e a liberalizao dos fluxos de capital
e trabalho entre os pases. Alm disso, o Tratado de Assuno teve como objetivo a coordenao de polticas
macroeconmicas e setoriais e de harmonizao de legislaes pertinentes.
9.1 Antecedentes
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J na dcada de 1980, processos de integrao foram prejudicados pela ocorrncia de desequilbrios
macroeconmicos, na forma de inflaes elevadas, crises de dvida externa e desacelerao do crescimento
econmico na maioria dos pases latino-americanos. O excesso de protecionismo comercial, a sobreposio
de acordos comerciais e a falta de avano dos acordos preexistentes tambm criaram obstculos integrao
econmica da regio. A primeira iniciativa de integrao regional foi a Associao Latino-Americana de Livre
Comrcio (ALALC), criada em 1960 pelo Tratado de Montevidu. Era integrada por nove pases: Brasil,
Argentina, Chile, Uruguai, Peru, Colmbia, Equador, Mxico e Paraguai. Tinha como objetivo a construo de
um mercado comum regional, por meio da criao de uma zona de livre comrcio no prazo de doze anos.
Evolui muito pouco em termos de aumento da corrente de comrcio entre os pases. Por fim, a economia
latino-americana foi fortemente atingida pela sequncia dos dois choques do petrleo na dcada de 1970.
A ALALC foi oficialmente extinta em 1981.
A Associao Latino-Americana de Integrao (Aladi) foi instituda em 1980 pelo Tratado de Montevidu,
substituindo a Alalc. um bloco econmico composto por 12 pases-membros: Argentina, Bolvia, Brasil,
Chile, Colmbia, Cuba, Equador, Mxico, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Oficialmente ainda est em
vigor, mas perdeu espao para outras iniciativas de integrao econmica, como a Comunidade Andina e o
prprio Mercosul.
Em 1986, foi assinada a Ata de Integrao Brasileiro-Argentina, que estabeleceu os princpios fundamentais
do Programa de Integrao e Cooperao Econmica (Pice), que se tornaria o embrio do Mercado Comum
do Sul (Mercosul). Seus princpios foram: flexibilidade, para permitir ajustamentos no ritmo e nos objetivos;
gradualismo, para avanar em etapas anuais; simetria, para harmonizar as polticas especficas que interferem
na competitividade setorial, e equilbrio dinmico, para propiciar uma integrao setorial uniforme.
O Mercosul conta com trs rgos com capacidade decisria: o Conselho do Mercado Comum, o
Grupo Mercado Comum (GMC) e a Comisso de Comrcio, um rgo de representao parlamentar, que
a Comisso Parlamentar Conjunta, um rgo consultivo, que o Foro Consultivo Econmico-Social, e um
de apoio burocrtico-operacional, que a Secretaria Administrativa. Sua estrutura decisria de natureza
intergovernamental, aproveitando-se da infraestrutura e do pessoal existente no setor pblico dos Estados-Partes.
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O Conselho do Mercado Comum o rgo superior, responsvel pela conduo poltica do Mercosul
e pelo cumprimento dos objetivos do Tratado de Assuno. Manifesta-se por meio de decises e se rene
uma vez a cada seis meses, ou quando necessrio. O GMC, rgo executivo, tomas as providncias para
o cumprimento das decises do Conselho e trabalha pelo avano do Mercado Comum. Manifesta-se por
meio de resolues. A Comisso de Comrcio, rgo assistente do GMC, trabalha pela aplicao da poltica
comercial comum aos Estados-Partes. Manifesta-se por diretivas. O Parlamento do Mercosul trabalha pela
implementao dos procedimentos internos dos Estados-Partes, bem como pela harmonizao de legislaes
nacionais. O Foro Consultivo Econmico-Social, rgo representativo dos setores econmicos e sociais,
manifesta-se por meio de recomendaes ao GMC. A Secretaria Administrativa tem sede em Montevidu.
Toda normativa de aplicao obrigatria pelos Estados-Partes. Para plena vigncia, se a norma assim
determinar, cada pas deve incorpor-las ao seu ordenamento jurdico. Nenhum dos rgos supranacional,
sendo todos eles intergovernamentais.
A estrutura orgnica coordenada por uma Presidncia pro tempore (temporria), exercida por sistema
de rodzio semestral entre os Estados-Partes. As decises so tomadas por consenso, critrio politicamente
vivel apenas quando o grupo de pases pequeno.
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mundiais do petrleo e outros produtos primrios desde a dcada de 1990.
Tabela 6: Ranking
Tabela dos
6: Ranking dosfundos
fundos soberanos emnovembro
soberanos em novembro de 2013
de 2013
A aplicao dos recursos do FSB ocorre por meio da integralizao de cotas de um fundo privado,
denominado Fundo Fiscal de Investimento e Estabilizao (FFIE), que um fundo de patrimnio prprio
separado do patrimnio do cotista (a Unio), de natureza privada, e est sujeito a direitos e obrigaes prprias.
um fundo exclusivo multimercado registrado na Comisso de Valores Mobilirios (CVM), que tem
como administradora o Banco do Brasil Gesto de Recursos Distribuidora de Ttulos e Valores Mobilirios
S.A. (BB DTVM). Os recursos do FSB esto, hoje, na sua totalidade, investidos em cotas do FFIE.
As informaes sobre rentabilidade do FSB, inclusive cotas do FFIE, contm, no mnimo, o valor de
mercado dos ativos que compem a carteira do FSB, separando os ativos externos e internos, bem como sua
variao acumulada no trimestre e nos ltimos 12 meses, gastos com a taxa de administrao do FSB e seus
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percentuais em relao ao patrimnio lquido mdio semestral, e informaes sobre as despesas relativas
sua operacionalizao. As informaes so elaboradas e apuradas semestralmente, nos termos previstos pelo
rgo central de contabilidade, conforme determina o art. 9 da Lei n 11.887, devendo ser encaminhadas
ao Congresso Nacional trimestralmente. necessria a contratao de auditoria independente para auditar
as contas do FFIE. A remunerao do administrador do FFIE est fixada atualmente em 0,05% a.a.
As fontes de recursos do FSB so:
O CDFSB ter a assessoria de duas cmaras em sua estrutura de governana: a Cmara Consultiva
Tcnica (CCT) e a Cmara de Planejamento de Investimentos (CPLIN). A CCT tem as seguintes atribuies:
manifestar-se previamente sobre a poltica de investimentos e suas revises; sobre as propostas de investimentos;
acompanhar a execuo da poltica de investimentos; acompanhar o nvel geral de exposio a riscos do Fundo,
bem como a adequao de suas polticas de mitigao e sugerir ajustes na composio de carteiras efetivas.
A CPLIN ter como atribuio assessorar, discutir e propor solues pertinentes ao CDFSB e ao ministro
da Fazenda em aspectos tticos e operacionais relacionados poltica de investimentos do FSB.
O FFIE encerrou o primeiro semestre de 2012 com rentabilidade acumulada de -10,75% e valor dos
ativos de R$ 13.876.052.170,21 em 30 de junho de 2012, ante R$ 15.546.527.700,46, em 31 dezembro de
2011, perodo no qual a carteira do FFIE registrou a alocao de 76,91% dos seus ativos em aes, 22,95%
em ativos de renda fixa e 0,14% em outros ativos. O desempenho do Fundo foi negativamente impactado
quando comeou a alocar parte de seus ativos em renda varivel, em julho de 2010. No perodo entre 2010
e 2012, o mercado acionrio brasileiro teve um desempenho fraco.
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Grfico 2: Evoluo dos ativos do FFIE (em R$ bilhes)
Grfico 2: Evoluo dos ativos do FFIE (em R$ bilhes)
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