Texto 1 - Requisitos Ergonomicos Cartaz PDF

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 6

REQUISITOS ERGONMICOS PARA A CONSTRUO DE UM CARTAZ

Ergonomics requirements to develop posters

Vera Nojima
Doutor - Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro PUC-Rio
Keila Cavalcanti
Mestre - Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro PUC-Rio

Palavras-chave: cartaz, comunicao, ergonomia

Resumo: O cartaz a vos do emissor impressa e imediata, acessvel por meio de um golpe de vista, convidando o leitor
a apreender a informao. Para garantir o sucesso na transmisso da mensagem para o pblico alvo, um cartaz deve ser
construdo por seu contedo imagtico e textual sob o aspecto da significao, levando em conta fatores ergonmicos
dentro da estrutura compositiva.

Key words: posters, communication, ergonomics

Abstract: The poster is the emissions voice printed and instantaneous, accessible by means of a glance, inviting the
reader to apprehend the information. In order to guarantee the success in transmission of message to the target audience,
one poster must be developed by its picture and textual content from the meaning aspects, think over ergonomic
requirements in the compositive structure.

O cartaz anuncia espetculos, produtos, difunde A essncia do cartaz est na propriedade de


idias, transmite toda a sorte de informao. sintetizar a informao, transmitindo-a de forma
rpida. Isso porque o observador pode estar distante
Comunica visualmente, isto , expressa-se por meio ou mesmo em movimento em relao ao cartaz, por
de imagens, palavras, formas, cores, materiais exemplo, andando, dentro de um veculo, do outro
expressos graficamente e percebidos pela viso. O lado da rua. A mensagem deve ser clara e concisa. A
fundamental que o cartaz chame a ateno do ateno do observador deve ser conquistada,
observador, destaque-se no meio, j que feito para permitindo a interao imediata com o cartaz.
ser visto distncia, em um primeiro momento.
Pressupe a produo seriada e demanda um projeto A combinao dos elementos compositivos de um
grfico para sua realizao. O cartaz um dos cartaz deve, pois, resultar em uma forma atrativa
produtos da atividade profissional em Design para divulgar a mensagem, facilitando o processo de
Grfico. comunicao.

Segundo FERRARA e MIRANDA (1981, p.5), o O cartaz veculo de persuaso que busca provocar
cartaz est ligado a todo um processo de produo - mudanas comportamentais e no modo de pensar de
sistemas de informao (o que se diz num cartaz), um determinado receptor.
concepes de representao (como se faz o layout)
e tcnicas de reproduo (diversidade de aplicao). Estmulo (o cartaz deve se destacar no ambiente,
chamar ateno dentre a paisagem) e redundncia
A expresso visual, a forma do contedo, alm da (sua repetio, atravs da exposio em diversos
situao de exposio so elementos que lugares) so instrumentos prprios desse meio e que
determinam o grau de eficcia do cartaz junto ao o designer deve utilizar para tornar vivel e bem
pblico alvo pretendido. Cabe ao cartaz persuadir sucedida a informao.
(fazer-saber) e manipular (fazer-fazer) sua audincia.
Alm de tomar conhecimento da mensagem, o quais contamos para o desenvolvimento do
receptor convencido a agir de acordo com ela, seja pensamento e da comunicao visuais.
para assistir a um espetculo, comprar um produto,
etc. O cartaz um importante veculo de A composio grfica de um cartaz pode influenciar
publicidade. a direo do olhar, da leitura, e a apreenso da
mensagem. O arranjo resultante ir interferir no
Para ser bem sucedido, o projeto de um cartaz deve processo comunicativo entre cartaz e pblico.
considerar, antes de tudo, aspectos estruturais,
ergonmicos e semiticos, de acordo com o contexto O uso da cor, por exemplo, estabelece contrastes e
comunicativo - lugar, pblico, etc. - em que ser harmonias entre os elementos grficos. Podem
inserido. Tais instrumentos serviro de base para ocorrer em trs instncias: matiz, saturao e
determinar o grau de eficcia do cartaz em relao luminosidade. Acorde EISEMAN e HERBERT
ao pblico alvo. (1990, p.12-13), matiz o comprimento de onda (de
luz) dominante, refletida por um objeto, o que se
percebe como cor: amarelo, azul, vermelho so
matizes diferentes. Saturao descreve a intensidade
de uma cor - a maior ou menor quantidade de
cinza ou pureza que ela possui determina o seu
grau de saturao. Luminosidade ou valor a
quantidade de luz refletida pela cor -
exemplificando, o amarelo mais luminoso que o
vermelho. Ainda, as tonalidades so resultado da
mistura entre um matiz puro com cinza e as nuances,
com o branco.

A harmonia por matiz indica que elementos de uma


composio possuem tonalidades ou nuances de
mesma cor, como azul claro e azul escuro.

Baseado no uso do crculo cromtico, onde as cores


se dispem circularmente de acordo com o espectro
visvel, DANGER (1973, p.22) classifica os matizes
FIGURA 1. Prmio Design Museu da Casa Brasileira, DPZ, em anlogos e opostos. Matizes anlogos, prximos
1997. no crculo cromtico, se harmonizam: amarelo,
laranja e vermelho (cores quentes) ou verde
azulado, azul e violeta (cores frias). Matizes
A construo grfica do cartaz opostos ou complementares esto afastados
simetricamente: vermelho e verde, amarelo e violeta.
Ao considerar-se o cartaz como produto de design, Diferentes arranjos de cores, considerando simetrias
relevante avali-lo inicialmente sob o ponto de vista e proximidades no crculo cromtico, contribuem
estrutural, construtivo. Isso porque os elementos de para a harmozinao de uma composio.
um cartaz - cor, formas, imagens, letras - devem
interagir de maneira a possibilitar a converso de A escolha dos contrastes cromticos pode alterar a
uma idia, conceito, vontade, etc., em mensagem. O distino entre figura e fundo. TISKI-
cartaz o resultado de uma construo grfica, de FRANCKOWIAK (1997, p.173) trata da
uma elaborao composicional, formada de interferncia dos contrastes cromticos na
elementos irredutveis. Como confirma DONDIS composio:
(1991, p.82): Podemos dizer que um bom contraste
Todos esses elementos, o ponto, a linha, a favorece a nitidez de contornos
forma, a direo, o tom, a cor, a textura, a diferenciando a figura do fundo. As
escala, a direo e o movimento, so os semelhanas no tm a mesma
componentes irredutveis dos meios visuais. propriedade, pois formam seqncias
Constituem ingredientes bsicos com os rtmicas lentas e amorfas, como por
exemplo, um cartaz em fundo azul, com
letras em azul claro. [...] Os contrastes
chamam ateno em primeiro lugar, Os requisitos ergonmicos do cartaz
ajudam na memorizao dos detalhes e na
distino dos mesmos no espao, sugerem O cartaz, exposto diante de um pblico, possui uma
profundidade, distncia e interface, que corresponde parte que entra em
tridimensionalidade. contato com o olhar do observador. Quando h
dificuldades na interao observador-cartaz, em
A diminuio do grau de contraste entre texto verbal relao luminosidade do ambiente, tamanho
e fundo pode contribuir para a reduo da inadequado de letra ou pouco contraste entre figura e
legibilidade de uma frase no cartaz, acabando por fundo, o trabalho de leitura da mensagem pelo
desestimular a leitura. JOLY (1999, p.84) traa uma indivduo dificultado e pode-se assumir que no
sntese da relao entre composio e leitura: foram considerados alguns aspectos essenciais da
A composio, ou geografia interior da Ergonomia. Particularmente, a Ergonomia
mensagem visual, um de seus instrumentos Informacional a rea que lida com as questes de
plsticos fundamentais. Ela possui, com conforto e eficincia da transmisso de informaes
efeito, um papel essencial na hierarquizao entre um meio de comunicao visual (como o
da viso e assim, na orientao da leitura da cartaz) e o indivduo. MORAES (1998, p.11) assim
imagem. define a Ergonomia:
A Ergonomia como cincia trata de
Aos diferentes destaques dados aos elementos de
desenvolver conhecimentos sobre as
composio de um sistema de comunicao visual
capacidades, limites e outras caractersticas
chamamos de pregnncia1. KRESS e LEEUWEN
do desempenho humano e que se relacionam
(1998, p.212) definem a pregnncia como:
com o projeto de interfaces, entre indivduos
... uma complexa relao de troca entre um e outros componentes do sistema. Como
nmero de fatores: tamanho, preciso de prtica, a Ergonomia compreende a
foco, contrastes tonais, contrastes aplicao de tecnologia da interface homem-
cromticos [...], localizao no campo visual sistema a projeto ou modificaes de
[...], perspectiva [...], e tambm alguns sistemas para aumentar a segurana,
fatores bastante especficos, como a conforto e eficincia do sistema e da
aparncia de uma figura humana ou um qualidade de vida.
smbolo cultural poderoso.
de mbito da Ergonomia a deteco e soluo de
PEDROSA (1982) completa, definindo pregnncia problemas de transmisso da mensagem entre o
como uma srie de processos mentais que auxiliam objeto visual e o usurio. MORAES (Ibidem, p.77)
na percepo das mensagens visuais, na abordagem classifica os principais problemas que podem
dos elementos psicolgicos da compreenso. ocorrer na rea de Ergonomia Informacional:
Deficincia da deteco, discriminao e
A resultante grfica do cartaz deve ser pregnante, ou
identificao de informaes, em telas,
seja, h que se destacar no contexto, em relao a
painis, mostradores e placas de sinalizao,
outros cartazes, por exemplo, e seus prprios
resultantes da m visibilidade, legibilidade e
elementos compositivos devem se destacar diante
compreensibilidade de signos visuais, com
dos olhos do observador. Os contrastes cromticos
prejuzos para a percepo e para a tomada
desempenham um papel importante na distino dos
de decises.
elementos compositivos, contribuindo para a
elevao do grau - potencial - de pregnncia de um
A Ergonomia, atravs dos estudos de warnings -
cartaz. A pregnncia um fator inerente
traduzindo literalmente, advertncias2 - e de cones
composio do cartaz e depende, ao mesmo tempo,
de sinalizao, trata de alguns aspectos que se
do olhar do observador.
alinham aos princpios de funcionamento do cartaz e
ao processo de transmisso de sua mensagem ao
pblico que pretende atingir. Os dois propsitos
principais das advertncias so comunicar
informao sobre riscos em potencial eficazmente e
1
A pregnncia tambm pode ser entendida como o destaque relativo reduzir comportamentos perigosos que poderiam
entre os elementos da prpria composio e em relao a seu entorno
fsico - como a parede onde est afixado um cartaz. A pregnncia
relativa ao interesse do indivduo (GREIMAS, A. & COURTS J.,
2
1991, p. 196). De acordo com o COLLINS GEM Dictionary: advertncia, aviso.
ocorrer de outro modo, sem a sua presena.3 O Exemplificando, um cartaz que esteja em condies
cartaz, tomado como advertncia, deve possuir timas de iluminao, afixado em local detectvel
alguns aspectos que facilitem a decodificao da visualmente pelo pblico pretendido e com elevado
informao pelo pblico. Entre as caractersticas contraste, como de texto com o fundo, depende de
ergonmicas indispensveis ao cartaz esto a um observador com um tempo mnimo disponvel
visibilidade, ou grau de discriminao visual, a para a visualizao da informao e com boa
legibilidade e a leiturabilidade, relacionadas e capacidade visual - o que, por sua vez, afetada pela
interdependentes, e, ainda, a compreensibilidade. idade e pela existncia ou no de correo ptica
conveniente. Alm disso, se o contedo do cartaz for
O termo visibilidade empregado para caracterizar inteiramente estranho a esse observador, o olhar no
um objeto como acessvel viso do observador. se fixar, prejudicando a visibilidade do impresso.
Considerando-se o cartaz, entre os fatores ambientes
que influenciam a visibilidade esto a iluminao, a Garantida a detectabilidade e a visibilidade do cartaz
localizao e o contraste. Caractersticas do no ambiente, outra caracterstica desejvel a
indivduo podem alterar a visibilidade de um cartaz - legibilidade. A legibilidade resulta de aspectos como
como o tempo disponvel diante da pea grfica, a uso de contrastes cromticos, tamanho de letra e
capacidade visual4 e familiaridade com a mesmo a localizao do cartaz facilitando a
informao, seja em relao forma ou ao contedo decodificao das informaes contidas no
verbal. A Comisin Internacional de Iluminacin - impresso. Segundo a Illuminating Engeneering
CIE (1986) assim define a visibilidade: Society of North America - IESNA (Sociedade de
A maioria da informao a respeito do Engenharia de Iluminao dos Estados Unidos),
entorno chega ao homem atravs dos olhos assim se caracteriza a legibilidade:
e, portanto, de natureza visual. O termo A legibilidade de um aviso
visibilidade (de um objeto) se usa como primariamente uma funo de tamanho de
uma medida da facilidade, rapidez e preciso letra e desenho, espaamento de letra,
com que o objeto pode ser detectado e contraste entre letra e fundo e a
reconhecido visualmente. luminosidade do aviso. Letras blocadas
possuem maior legibilidade que estilos
MORAES et al. (1996) completa que a ornamentais, cursivos ou de formas
discriminao visual uma habilidade dependente especiais, embora os ltimos possam ser
de caractersticas individuais e que influencia a usados para aumentar a diferenciao. Alm
visibilidade. Entre os elementos que interferem em disso, letras estendidas so mais legveis que
tal habilidade esto os relativos ao objeto, como as longas e finas.5
forma, tamanho, contraste e tempo de exposio; ao
sujeito e/ou ambiente, como o ngulo de viso em SANDERS e McCORMICK (1987), citados por
relao ao impresso e se o sujeito est em MORAES et al. (1996) tambm definem
movimento, e apenas ao ambiente, como o legibilidade:
ofuscamento e a intensidade de iluminamento. Ainda O atributo de um caracter alfanumrico
segundo MORAES et al., apud SANDERS & que permite a cada pessoa identific-lo em
McCORMICK (1987) visibilidade : relao a outros caracteres. Significa o
...a qualidade de caracter ou smbolo que o mesmo que discriminabilidade todo
faz separadamente visvel em relao a seu smbolo, mesmo que detectado, deve ser
entorno. Significa o mesmo que discriminado em relao a outros smbolos
detectabilidade a capacidade do estmulo codificados implica, em termos de
ser pelos mecanismos sensoriais humanos, percepo, na identificao e no
no modo mais elementar da percepo. reconhecimento.

Assim, a legibilidade pode ser considerada como


3 uma caracterstica inerente ao texto verbal, inserido
WOGALTER (1999)
4
A capacidade visual depende de fatores tais como a forma e a
no cartaz. Considera o reconhecimento de um
transparncia dos elementos do sistema ptico dos olhos, a capacidade contedo verbal a partir das unidades fundamentais
de acomodao, a convergncia e o alinhamento dos olhos e a (as letras e suas caractersticas) que constituem o
sensibilidade espectral da retina. A capacidade visual reduzida devido a
erros de refrao pode ser corrigida usando as lentes adequadas. As
capacidades visuais so reduzidas pelo processo de envelhecimento.
5
(CIE, 1986, p. 17). IESNA (1995, p. 837).
texto. a discriminao dos elementos essenciais A letra ou a luminosidade do fundo e o
que formam as palavras. Conforme a IESNA, o contraste entre letra e fundo so fatores que
tamanho de letra para um anncio - no caso, para um influenciam a legibilidade de uma letra e a
cartaz - deve ser de, usualmente, o dobro do mnimo velocidade em que ela reconhecida. O
requerido para legibilidade. Assim, por exemplo, se contraste entre a luminosidade mdia de um
a distncia de leitura de um cartaz exige o texto em anncio e seu entorno determina, em larga
um corpo mnimo de 30 pontos (com altura medida, a maneira na qual o aviso se
equivalente a 1,4 cm), deve-se aplicar 60 pontos. destaca. Brilho e contraste atraem a
ateno.[...] A cor um fator importante
A leiturabilidade, por sua vez, responde pela para a legibilidade. s vezes a cor
quantidade de texto na composio, tamanho da incorporada no aviso porque promove o
frase ou texto, o que estimular ou no a aquisio contraste. Ela pode ajudar a atrair ateno e
da informao por parte do pblico. uma pode tornar um aviso mais diferenciado.
decorrncia da legibilidade. CAPLAN et al. (1983),
citado por MORAES et al (1996) trata da Da mesma forma, tipos de letra maiores ou mais
leiturabilidade: contrastantes com o fundo que outros, na mesma
Refere-se facilidade de leitura de com posio, atraem maior ateno para si. Como
palavras e nmeros, assumindo-se que os atestam KRESS e LEEUWEN (1998, p.212), o uso
caracteres so legveis individualmente. desses contrastes torna alguns elementos textuais
Afetam a leiturabilidade o uso de caixa alta mais pesados que outros na composio,
ou baixa, espacejamento, margens e layout. conferindo-lhes maior destaque e promovendo,
consequentemente, maior pregnncia:
SANDERS e McCORMICK (1987), citados por ... o peso visual cria uma hieraquia de
MORAES et al. (Ibidem), completam o conceito de importncia entre os elementos de textos
leiturabilidade como: integrados espacialmente, permitindo que
...a qualidade que torna possvel alguns atraiam mais a ateno para si
reconhecer a informao que um mesmos que outros.
determinado material contm quando
representado por caracteres alfanumricos Os contrastes de cor, luminosidade e tamanho
grupados em conjuntos com significado favorecem a hierarquizao da informao,
(como palavras, enunciados, sentenas ou permitindo tratamentos diferenciados ao texto ou
textos contnuos). Depende mais do imagem, de acordo com sua maior ou menor
espacejamento dos caracteres e grupos de relevncia no todo da mensagem. Considerando-se
caracteres, da sua combinao em sentenas que a elaborao e aplicao de um cartaz atenda a
ou outras formas, do espao entre as linhas todos os requisitos ergonmicos aqui mencionados,
entrelinhamento e das margens, do que da o impresso deve possuir, por conseqncia, a
caracterstica especfica de cada caracter. capacidade da diferenciao. Como esclarece a
IESNA:
Um dos elementos de um bom aviso que
A legibilidade o primeiro requisito ergonmico seja diferenciado e individual. Ele deve criar
que permite a boa leitura de um texto no cartaz, uma impresso prazerosa e favorvel, deve
criando condies para sua leiturabilidade. Essas ter apelo pblico e deve ser lembrado
duas caractersticas so influenciadas diretamente facilmente.
por fatores como o contraste de cor (matiz) e tom
(luminosidade), alm do tamanho e da forma de Diferenciao a caracterstica que o cartaz possui
letra. O uso de contrastes cromticos - como por como um todo, resultado da interao de texto e
matiz e luminosidade - pode contribuir para o imagem, e que chega aos olhos do observador,
aumento da ateno. Exemplificando, letras criando uma sensao de satisfao visual.6
amarelas sobre um fundo azul tm maior destaque
ou atratividade do que sendo brancas sobre fundo
cinza. O contraste pela cor/luminosidade um fator 6
satisfao visual um termo utilizado para descrever a aceitabilidade
relacionado pregnncia, contribuindo para a das condies visuais. (...) afetada pelo ambiente luminoso e pelas
preferncias individuais. (...) Os fatores que afetam a preferncia
diferenciao de contraste. Como justifica a IESNA individual so, parte do gosto pessoal, os relacionados com a
(1995, p. 837): experincia passada, as condies climticas, a sensibilidade ao brilho
de cada indivduo, a bagagem cultural, etc.
Na composio de um cartaz, os aspectos Bibliografia
compositivos e ergonmicos so instrumentos que DANGER, Eric. A cor na Comunicao. Rio de
buscam garantir as condies bsicas para o Janeiro: Forum, 1973.
destaque, a visualizao e a leitura do impresso.
Alm disso, preciso tambm avaliar o cartaz como DONDIS, Donis. A sintaxe da linguagem visual.
um elemento vinculado a um contexto cultural, So Paulo: Martins Fontes, 1991.
imbudo de significado. O cartaz , nesse aspecto, EISEMAM, Leatrice & HERBERT, Lawrence. The
signo, e convida visualizao, leitura e Pantone book of color. New York: arryN. Abrams
interpretao do contedo que expe. Inc., 1990.
FERRARA, Jos Armando & MIRANDA, Orlando.
O cartaz deve estar no campo de viso do usurio, O cartaz no Teatro. So Paulo: Gov. do Estado de
em local em que o tempo requerido para a sua So Paulo, 1981.
compreenso seja compatvel com o perodo de
ILLUMINATING ENGINEERING SOCIETY OF
permanncia estimado do observador, que o cartaz
NORTH AMERICA. Lighting handbook reference
resista ou no sofra a ao de rudos visuais
and application. New York: IESNA, 1995.
circunstantes.
KRESS, G. & LEEUWEN, T.. Reading images the
No estgio inicial da percepo, as caractersticas grammar of visual design. Nova york: Routledge,
intrnsecas da pea grfica tm um papel decisivo 1998.
para a captao e a reteno do olhar: as JOLY, Martine. Intriduction lanalyse de limage.
propriedades das imagens, a associaes entre Paris: Nathan, 1999.
cores, formas, letras, figuras, estimulam a
MORAES, A.. BALSTER, M. e HERZOG, P..
observao, que, ento, deve ser atenta e duradoura.
Legibilidade das famlias tipogrficas. Rio de
Como recomendado pela Ergonomia informacional,
Janeiro: AenD Anais P&D Design, 1996.
textos legveis, curtos, em tipografia com estilos,
corpos e entrelinhas apropriados, contrastados com TISKI-FRANCKOWIAK, Irene T.. Homem,
o fundo levam leiturabilidade, favorecendo as comunicao e cor. So Paulo, cone, 1997.
condies para a compreenso da leitura. WOGALTER, Michael S.. Factors influencing the
effectiveness of warnings in SWAGA, Harma J. G. e
A efetivao de um processo de comunicao se d outros. Visual Information for everyday use
pela relao entre o conhecido e o novo: Design and research perspectives. London: Taylor
redundncia/informao e pelo incomum. A & Francis, 1999.
singularidade a propriedade de os elementos YOUG, Stephen. Increasing warning notability:
textuais atrarem o olhar pelo uso incomum. Em um pictorial effects, colour, icons and borders in
cartaz, o texto pode tornar-se singular apenas pela Ergonomical Perspectives about warnings. Houston.
inclinao da linha de base. Exemplificando, Rice University, 1999.
mantendo-se a tipografia, a disposio do texto no
espao grfico chama leitura. A utilizao dessa
propriedade auxilia na pregnncia do impresso,
facilitando o trajeto da informao. A singularidade
est associada aos requisitos ergonmicos de leitura.

Vera Nojima
[email protected]
Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro PUC-Rio
Departamento de artes & Design Progrograma de Ps
graduao em Design.
Rua Marques de So Vicente, 225 Gvea, rio de Janeiro RJ
22453-900

Keila Cavalcanti
Pontifcia Universidade Catlica do Rio de Janeiro PUC-Rio
Departamento de artes & Design Progrograma de Ps
graduao em Design.
Rua Marques de So Vicente, 225 Gvea, rio de Janeiro RJ
22453-900

Você também pode gostar