Bioetica, Legislacao e Biossegurança
Bioetica, Legislacao e Biossegurança
Bioetica, Legislacao e Biossegurança
Braslia-DF.
Elaborao
Produo
APRESENTAO................................................................................................................................... 4
UNIDADE I
TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA............................................... 9
CAPTULO 1
POSSIBILIDADES E LIMITES DA CINCIA...................................................................................... 9
CAPTULO 2
BIOTICA............................................................................................................................... 14
UNIDADE II
BIOSSEGURANA................................................................................................................................ 18
CAPTULO 1
INTRODUO BIOSSEGURANA A EVOLUO HISTRICA, CONCEITO DE
BIOSSEGURANA E ASPECTOS ATUAIS GERAIS......................................................................... 18
CAPTULO 2
CONTEXTUALIZANDO A BIOSSEGURANA: RISCOS CONSOLIDADOS
E NORMAS ESTABELECIDAS.................................................................................................... 24
CAPTULO 3
BIOSSEGURANA NA ATUALIDADE: NOTCIAS, QUESTES POLMICAS, TICAS E LEGAIS ............ 34
UNIDADE III
TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA............................................. 41
CAPTULO 1
BIOSSEGURANA, BIOLOGIA MOLECULAR E TRANSGNICOS .................................................. 41
CAPTULO 2
BIOSSEGURANA, BIOLOGIA MOLECULAR E SADE HUMANA.................................................. 47
CAPTULO 8
BIOSSEGURANA E MEIO AMBIENTE....................................................................................... 54
REFERNCIAS .................................................................................................................................... 68
ANEXO............................................................................................................................................... 72
Apresentao
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa rene elementos que se entendem
necessrios para o desenvolvimento do estudo com segurana e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinmica e pertinncia de seu contedo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas metodologia da Educao a Distncia EaD.
Pretende-se, com este material, lev-lo reflexo e compreenso da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos especficos da rea e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convm ao profissional que busca a formao continuada para
vencer os desafios que a evoluo cientfico-tecnolgica impe ao mundo contemporneo.
Elaborou-se a presente publicao com a inteno de torn-la subsdio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetria a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
4
Organizao do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os contedos so organizados em unidades, subdivididas em captulos, de
forma didtica, objetiva e coerente. Eles sero abordados por meio de textos bsicos, com questes
para reflexo, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradvel. Ao
final, sero indicadas, tambm, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrio dos cones utilizados na organizao dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocao
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou aps algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questes inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faa uma pausa e reflita
sobre o contedo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocnio. importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experincias e seus sentimentos. As
reflexes so o ponto de partida para a construo de suas concluses.
Praticando
Ateno
5
Saiba mais
Sintetizando
Exerccio de fixao
Atividades que buscam reforar a assimilao e fixao dos perodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relao a aprendizagem de seu mdulo (no
h registro de meno).
Avaliao Final
6
Introduo
O trinmio Biotica, Biossegurana e Legislao consiste em assunto da maior relevncia para
o estgio de desenvolvimento atual em todo mundo, sendo particularmente importante no Brasil,
principalmente em funo de nossas caractersticas climticas, de solo, das reservas hdricas, das
matas ainda preservadas e da densidade demogrfica. Os temas poderiam ser considerados disciplinas
isoladas, mas sero vistos aqui neste Caderno de Estudos e Pesquisa: as questes da tica e a vida
(biotica), dos riscos para a vida em nosso planeta (biossegurana) e uma legislao consistente com
o conhecimento atual e com os valores individuais e culturais que no podem ser segmentados sem
uma superposio de aspectos interdependentes. Recorrendo a um trecho ao final do livro A Estirpe
do Homem, em que Charles Darwin comenta que muitos pontos de vista apresentados naquele livro
so especulativos e podero ser falsos. No entanto, comenta Darwin fatos falsos so extremamente
danosos para o avano do conhecimento, porm, opinies falsas causam pouco mal, pois despertam o
desafio e o prazer em provar-se a falsidade, e feito isto, aquele caminho na direo do erro fechado,
ao mesmo tempo em que se abrem novos caminhos para o avano consistente.
nesse contexto que iniciamos nossa discusso a respeito desses temas reguladores do
desenvolvimento cientfico e humano.
Bons estudos!
Objetivos
Estabelecer limites daquilo que se pode esperar da cincia, com seus mtodos e
tcnicas.
Entender o contexto atual dos riscos associados aos organismos vivos, as diferenas
entre riscos consolidados j incorporados no estgio atual de nossa civilizao e
aqueles em que ainda dependemos de pesquisa e de observao a longo prazo.
7
Conhecer os principais rgos reguladores de biossegurana no Brasil, em que
possam buscar a legislao e suas normas bsicas e analisar e discutir aspectos
polmicos, utilizando a linguagem apropriada.
8
TICA NA CINCIA:
FUNDAMENTOS, ASPECTOS UNIDADE I
CONCEITUAISE BIOTICA
CAPTULO 1
Possibilidades e limites da cincia
Pressuposto essencial desta abordagem: Existe um mundo fsico que procuramos entender
utilizando o processo conhecido como mtodo cientfico. Entende-se que o mundo fsico
caracterizado por grandezas que seguem mtricas bem definidas, com unidades de medida
padronizveis e reprodutveis.
Assim, quando nos referimos energia, esta poder ser expressa em Joules, que a unidade do
Sistema Internacional de medidas, ou em Calorias, que , por exemplo, usada para exprimir o
contedo energtico de alimentos. Para lembrar, 1 caloria corresponde a 4,18 joules.
Caso se faa meno fora do pensamento, esta somente ser considerada se for quantificvel, como
o caso de captar-se sinais eltricos emitidos pelo crebro para acionar dispositivos que exeram
fora. Este o caso de laboratrios que desenvolvem projetos de pesquisa, como aquele coordenado
pelo dr. Miguel Nicolelis na Universidade de Duke, USA, e no Instituto de Neurocincias associado
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Para conhecer melhor o trabalho desenvolvido pelo dr. Miguel Nicolelis, visite o
site <http://www.natalneuro.org.br/>.
Iniciou-se, ento, o detalhamento classificatrio dos mtodos da Cincia, dividindo-se nos seguintes
aspectos: Exploratria, Descritiva, Experimental, Explicativa, Levantamento, Estudo de caso,
Bibliogrfica, Documental, Participativa, Campo, Laboratrio, Quantitativa, Qualitativa. Assim,
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UNIDADE I TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA
A complexidade natural da vida em geral e mais especificamente da vida humana sempre gerou
conflitos de interesses e disputas difceis. Os avanos no conhecimento tm ampliado os recursos
para anlise e as respostas inequvocas, como o caso da identificao gentica. No entanto, estes
mesmos avanos tm trazido, tona, questes cada vez mais complexas de julgar com base nas leis,
na moral e na tica vigentes em cada sociedade.
Os aspectos mais relevantes que estabelecem um claro divisor de guas entre a abordagem do
Mtodo Cientfico, de forma reducionista e segmentada, e outras abordagens como a das crenas,
do senso comum e da filosofia so:
No caso das cincias da vida, o nvel de entendimento dos fenmenos passou da simples especulao
de poderes sobrenaturais, que atingiu o auge na Idade Mdia, ao entendimento de processos que
podem ser explicados com o uso de equipamentos de deteco e controle, alcanando resoluo em
escala atmica e molecular. A gentica tem possibilitado o entendimento de processos que ocorrem
de forma quase universal nos seres vivos.
Desde a mais simples bactria at o mais culto e sbio dos seres, todos podem ser
identificados pela gentica. Simplificadamente, qualquer organismo vivo pode ser
representado por sequncias de quatro nucleotdeos.
Por outro lado, fundamental que se reconhea as limitaes do Mtodo Cientfico. Com todo
conhecimento e tecnologia disponvel, o homem no capaz de criar, mesmo as formas elementares
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TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA UNIDADE I
de vida, a partir dos tomos e molculas que formam os organismos vivos. Uma vez que entendemos
como um dispositivo funciona, podemos desmont-lo e mont-lo novamente voltando este a
funcionar normalmente. Porque no podemos fazer o mesmo com uma clula viva? De fato, um
avano considerado fantstico foi alcanado pelo grupo de cientistas do Instituto Craig Venter, em
Maryland, Estados Unidos, com um mtodo para transplantar DNA humano em bactrias.
A primeira etapa vencida em direo a esta nova descoberta foi feita em 2007, quando o genoma
da bactria Mycoplasma mycoides foi inserido na bactria Mycoplasma capricolum. Depois disso,
a bactria se transformou na sua invasora. De fato, este mtodo apenas uma nova forma de
engenharia gentica, precisamos ser cuidadosos, os cientistas esto modificando a vida, tentando
produzir novas formas de vida baseadas em organismos existentes.
Neste ponto importante que o leitor relacione os espetaculares avanos nas tcnicas de
diagnstico, novos tratamentos de doenas e produo de novos alimentos como conhecimento
construdo, a partir da experincia associada com modelos e padres de medida. fundamental
que se estabelea, com muita clareza, a diferena que existe naquilo que a abordagem cientfica faz
de forma espetacular, e aquilo que ns gostaramos que a cincia proporcionasse e que est alm de
seus limites.
O que o mtodo cientfico faz muito bem e de fato melhor do que qualquer outra abordagem?
Resposta: Construir o conhecimento com base em modelos, testando e aperfeioando os detalhes
relevantes, sem retrocessos, corrigindo as teorias e modelos tornando-os mais simples, abrangentes
e consistentes. de fato, um processo anlogo construo de um complexo de edifcios, em
permanente reforma de detalhes, mas sempre mais slido, com mais unidades, mais andares e
conexes entre as partes.
Alm dos recursos tcnicos e de formao que foram objeto das disciplinas
Fundamentos de Bioqumica, Tcnicas de Biologia Molecular e Clonagem, Dogma
Central da Biologia Molecular e Introduo Bioinformtica e Biologia Celular,
sugere-se ao leitor que revise conceitos de Metodologia Cientfica, juntamente com
o captulo sobre Biotica Complexa escrito pelo professor Jos R.Goldim, da UFRGS,
em <http://www.bioetica.ufrgs.br/complexamrigs09.pdf>.
Finalmente, ressaltamos que a complexidade do assunto, principalmente naquilo que se refere tica
e justia, nos fora uma abordagem utilitria no sentido dado por John Sturt Mill (1806-1873).
Assim, este Caderno de Estudos e Pesquisa limita-se ao exerccio do uso do mtodo cientfico na
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UNIDADE I TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA
Como exemplos prticos, a seguir notcias associadas a fraudes e falcias que ilustram como o
desconhecimento pode ser explorado por interesses econmicos imediatos, com srias consequncias
para a sociedade.
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TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA UNIDADE I
Fonte: <http://hypescience.com/24299-10-ousados-charlatoes-da-medicina/>.
Fonte: <http://www.orau.org/ptp/collection/quackcures/radith.htm>.
Com esses exemplos, fica ilustrada a facilidade com que a esperana de melhor sade e bem-estar
leva a crenas nocivas.
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CAPTULO 2
Biotica
Nortearemos este captulo com base em uma discusso detalhada e objetiva de biotica, que foi
apresentada pelos professores e pesquisadores Jos R. Goldim e Mrcia S. Fernandes, do laboratrio
de pesquisa em Biotica e tica na Cincia HCP, da UFRGS, em seminrio do Programa de Ps-
Graduao da Faculdade de Direito da USP, em 17/8/2010, em So Paulo-SP. Por outro lado, uma
referncia importante e interessante dada na Declarao Universal sobre Biotica e Direitos
Humanos, disponvel em <http://unesdoc.unesco.org/images/0014/001461/146180por.pdf>.
Aps um perodo sem sistematizao mais relevante, surge Van Rensselaer Potter, nos Estados
Unidos da Amrica do Norte, com as publicaes Cincia da Sobrevivncia, em 1970, e Biotica
ponte entre as cincias e as humanidades, em1971.
Biotica no uma disciplina, nem mesmo uma nova disciplina; eu duvido se ela
ser mesmo uma disciplina. Ela se tornou um campo de encontro para numerosas
disciplinas, discursos e organizaes envolvidas com questes levantadas por
questes ticas, legais e sociais trazidas pelos avanos da medicina, cincia e
biotecnologia. ONeall O. Autonomy and Trust in Bioethics. Cambridge: Cambridge,
2002:1.
Concluindo as definies, reproduzimos a definio apresentada pelo professor Jos Roberto Goldim em
seu trabalho Biotica (Origens e Complexidade. Revista HCPA, 2006). Disponvel em: www.bioetica.ufrgs.
br>. Biotica uma reflexo complexa, compartilhada e interdisciplinar sobre a adequao das aes que
envolvem a vida e o viver.
Biotica Restrita, que trata somente dos seres humanos, sade e pesquisa.
Para a Biotica Restrita, pode-se adotar modelos com base em princpios de justia, respeito s
pessoas, autonomia e livre arbtrio e fazer o bem. O modelo casustico tem como referncia a tica dos
casos, separando os casos claros e bvios dos casos difceis ou problemticos. O modelo das virtudes
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TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA UNIDADE I
Biotica na legislao
Segundo Fermin Roland Schramm e Marlene Braz (2006), a biotica uma tica aplicada que visa
a analisar os conflitos e as controvrsias morais implicados pelas prticas no mbito das Cincias da
Vida e da Sade do ponto de vista de um sistema de valores.
A biotica, segundo estes autores, se distingue da mera tica terica, mais preocupada com a forma
e com os conceitos dos argumentos ticos, embora a biotica formal desenvolveu-se para resolver os
conflitos ticos concretos. Estes conflitos surgem das interaes humanas em sociedades seculares
e em sistemas modernos. Assim, a biotica no recorre a princpios de autoridade transcendentes,
mas to somente imanentes pela negociao entre agentes morais, por princpios, considerados
cognitiva e eticamente competentes.
Por isso, a biotica segundo Schramm e Braz (2006) tem trplice funo:
Do ponto de vista legal, a biotica tem assuntos atuais e complexos, envolvendo os direitos e as
implicaes legais para os humanos, em especial da sade humana. Nesses aspectos, podemos
destacar:
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UNIDADE I TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA
Na lista descrita, pode-se perceber a complexidade das questes morais e jurdicas envolvidas
quando se trata de sistematizar e interpretar as leis.
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TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA UNIDADE I
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BIOSSEGURANA UNIDADE II
CAPTULO 1
Introduo biossegurana
Neste captulo procura-se dar uma viso geral e integrada da biossegurana, sem as inmeras
normas e detalhes tcnicos. Toma-se, assim, como referncia desta seo o artigo publicado pelos
engenheiros Marco Antonio F. da Costa e Maria de Ftima B. da Costa da Fiocruz/EPSJV e Fiocruz/
ENSP na Revista CIPA n 253, de janeiro de 2002, BIOSSEGURANA: elo estratgico de SST,
disponvel em <http://www.fiocruz.br/biossegurancahospitalar/dados/material10.htm>.
Posteriormente, os autores acima organizaram e publicaram o livro com acesso digital livre na
pgina eletrnica da Fiocruz: Biossegurana de OGM: uma viso integrada, Rio de Janeiro, Publit,
2009. Esta obra envolveu 35 especialistas e trata o tema Biossegurana como um todo indo bem
alm dos OGMs como sugere o ttulo. A obra est disponvel em <http://www.fiocruz.br/ioc/
media/101027_Biosseguranca%20de%20OGM_V1.pdf>.
O conceito atual de biossegurana comeou a se definir na dcada de 1970, com a discusso sobre
os impactos da engenharia gentica na sociedade, na reunio de Asilomar, na Califrnia, em 1975,
e citada no recente artigo de Paul Berg: Meetings that Changed the World: Asilomar 1975: DNA
modification secured, na revista Nature 455, 290-291 (18 September/2008).
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BIOSSEGURANA UNIDADE II
Segundo Goldim (1997), esta reunio um marco na histria da tica aplicada pesquisa, pois
foi a primeira vez que se discutiu os aspectos de proteo aos pesquisadores e demais profissionais
envolvidos nas reas onde se realiza o projeto de pesquisa.
Na dcada de 1990, em seminrio realizado no Instituto Pasteur, em Paris, foram includos temas
como tica em pesquisa, meio ambiente, animais e tecnologia envolvendo DNA recombinante.
J nesta viso mais moderna de biossegurana, Teixeira & Valle (1996) definem quea biossegurana
o conjunto de aes voltadas para a preveno, minimizao ou eliminao de riscos inerentes
s atividades de pesquisa, produo, ensino, desenvolvimento tecnolgico e prestao de servios,
visando sade do homem, dos animais, preservao do meio ambiente e qualidade dos
resultados.
No Brasil, as tcnicas envolvendo a engenharia gentica so explicitadas, por exemplo, por Costa
(1996), referindo-se a acidentes em ambientes biotecnolgicos, e Fontes (1998) apontando os riscos
das atividades da biologia. Nota-se que ainda no final da dcada de 1990 as tecnologias como do
DNA recombinante ainda no eram explicitamente consideradas como problema de biossegurana.
A Comisso Tcnica Nacional de Biossegurana CTNBio regulamenta que toda entidade que utilizar
tcnicas e mtodos de engenharia gentica dever criar uma Comisso Interna de Biossegurana
(CIBio), alm de indicar para cada projeto especfico um(a) Pesquisador(a) Principal, definido na
regulamentao como Tcnica Principal Responsvel. As CIBios so componentes essenciais
para o monitoramento e vigilncia dos trabalhos de engenharia gentica, manipulao, produo e
transporte de OGMs e para fazer cumprir a regulamentao de Biossegurana.
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UNIDADE II BIOSSEGURANA
O termo biosseguridade refere-se a ameaas vida decorrentes de aes intencionais, como o caso
de atos criminosos envolvendo armas qumicas oubiolgicas.
Nos Estados Unidos da Amrica do Norte so utilizados dois termos distintos biosafety e biosecurity
(Figura 3), enquanto em pases de origem latina como, por exemplo, Espanha, Frana e Itlia o
termo biossegurana utilizado tanto para a segurana contra fenmenos naturais quanto para
ameaas intencionais.
Biosecurity Biosafety
Biosseguridade Biossegurana
Fonte: <http://pt.engormix.com/MA-avicultura/saude/artigos/biosseguridade-moderna-avicultura-fazer-t19/165-p0.htm>.
Em portugus, o termo biossegurana tem sido utilizado em todas as situaes que envolvam riscos
para indivduo, sociedade e biodiversidade, decorrentes da tecnologia, dos agentes biolgicos e dos
interesses econmicos. O conceito de biossegurana tem carter intrinsecamente multidisciplinar,
ainda sem uma clara identidade prpria. De fato, a biossegurana mais um processo educacional
com uma grande diversidade de opes pedaggicas com o objetivo principal de preservao
da vida humana no contexto da diversidade biolgica estabelecida naturalmente, com ou sem a
interferncia humana. Este processo educacional deve levar a uma conduta que resulta do somatrio
de conhecimentos, hbitos, comportamentos e sentimentos para a harmonizao do homem no
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BIOSSEGURANA UNIDADE II
meio ambiente. Assim, a questo da comunicao e da percepo do risco nos diversos segmentos
sociais parte integrante da biossegurana.
A seguir, breve comentrio sobre a anlise feita por Judith Martins Costa (UFRGS),
Mrcia Santana Fernandes (UNIRITTER/UFRGS) e Jos Roberto Goldim (HCPA/UFRGS/
PUCRG), da Lei n 11.105, de 24/3/2005 (http://www.bioetica.ufrgs.br/ibiosseg.htm):
A preocupao com a preciso da linguagem tcnica para que conceitos sejam utilizados corretamente
mostra o importante papel da Universidade e de pesquisadores e estudiosos na construo de
legislao adequada para o bem da sociedade.
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UNIDADE II BIOSSEGURANA
No Brasil, tivemos ares de uma verdadeira batalha entre aqueles que defendem e aqueles que rejeitam
esta tecnologia. No faltam argumentos, muitas vezes desprovidos de linguagem e rigor tcnico de
ambos os lados.
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BIOSSEGURANA UNIDADE II
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CAPTULO 2
Contextualizando a biossegurana:
riscos consolidados e normas
estabelecidas
Contexto da biossegurana
Em consequncia dos avanos no conhecimento e das novas aplicaes tecnolgicas, o tema
Biossegurana toma carter altamente dinmico dependendo da capacidade humana em reconhecer
rapidamente o agente de risco. Este reconhecimento depende, principalmente, da sensibilidade
dos testes capazes de identificar novos agentes como vrus e bactrias que sofrem transformaes
naturais ou induzidas intencionalmente.
Alm da CTNBio, que o rgo nacional de referncia, o assunto biossegurana e riscos tratado
em detalhes pelo Sistema de Informao em Biossegurana SIB, coordenado pelo Ncleo de
Biossegurana NuBio (<http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/StartBIS.htm>). Traduzindo-
se como recurso tcnico de informaes contextualizadas sobre riscos. A biossegurana e as questes
associadas com Biotica, Biotecnologia e Biodiversidade relacionadas com problemas ambientais,
tecnolgicos e legais so abordadas neste sistema pblico de informaes.
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BIOSSEGURANA UNIDADE II
Fonte: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe_sIAC/mapa-riscos>
Os riscos biolgicos ocorrem por meio de micro-organismos que, em contato com o homem, podem
provocar inmeras doenas. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com tais riscos.
o caso das indstrias de alimentao, hospitais, limpeza pblica (coleta de lixo), laboratrios etc.
amostras biolgicas;
animais.
H uma classificao dos agentes patognicos selvagens que leva em considerao os riscos para
o manipulador, para a comunidade e para o meio ambiente. Esses riscos so avaliados em funo
do poder patognico do agente infeccioso, da sua resistncia no meio ambiente, do modo de
contaminao, da importncia da contaminao (dose), do estado de imunidade do manipulador e
da possibilidade de tratamento preventivo e curativo eficazes.
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UNIDADE II BIOSSEGURANA
Classe 1. Classifica os agentes que no apresentam riscos para o manipulador, nem para a
comunidade (ex.: E. coli, B. subtilis).
Classe 4. Os agentes desta classe apresentam risco grave para o manipulador e para a
comunidade, no existe tratamento e os riscos em caso de propagao so bastante graves
(ex.: vrus de febres hemorrgicas como foi o caso do bola isolado em 1976).
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BIOSSEGURANA UNIDADE II
o uso do avental, das luvas descartveis (e/ou lavagem das mos antes e aps a
manipulao), da mscara e dos culos de proteo (para evitar aerossis ou
projees nos olhos) e demais Equipamentos de Proteo Individual (EPIs)
necessrios;
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UNIDADE II BIOSSEGURANA
Fonte: http://biomedicosbrasil.blogspot.com.br/2012/02/biosseguranca-3-parte.html.
Fonte: http://arnica.farmacia.ufmg.br/nuclear/pags_fotos/autoclave.htm.
A classificao de riscos, com base em aspectos tais como virulncia, modo de transmisso, estabilidade
do agente, concentrao e volume, origem do material potencialmente infeccioso, disponibilidade de
medidas profilticas eficazes, disponibilidade de tratamento eficaz, dose infectante, tipo de ensaio e
fatores referentes ao trabalhador, descrita e regulamentada no Manual de Classificao de Riscos de
Agentes Biolgicos publicado pelo Ministrio da Sade (<http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/
manuais/classificacaoderiscodosagentesbiologicos.pdf>).
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BIOSSEGURANA UNIDADE II
A biblioteca virtual do Ministrio da Sade disponibiliza uma vasta literatura sobre o assunto sem,
no entanto, estruturar os assuntos de forma didtica. Uma busca com a palavra-chave biossegurana
resultou em 594 fontes de informao de Literatura Tcnico-Cientfica.
Existe o risco desses agentes provocarem dano sade humana, podendo causar infeces, efeitos
txicos, efeitos alergnicos, doenas autoimunes e a formao de neoplasias e malformaes.
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UNIDADE II BIOSSEGURANA
Naturalmente, convivemos com animais e plantas que produzem substncias alergnicas, irritativas
e txicas com as quais os trabalhadores entram em contato, como pelos e plen, ou por picadas e
mordeduras. Por exemplo, em janeiro de 2012 praias do Paran foram invadidas por guas-vivas,
que um organismo altamente irritante quando entra em contato com a pele humana.
Alm das instituies pblicas nacionais e internacionais, existem associaes privadas como a
ANBio Associao Nacional de Biossegurana (<www.anbio.org.br>), filiada ABSA (Associao
Americana de Segurana Biolgica) e a EBSA (Associao Europeia de Segurana Biolgica), que
disponibilizam material educacional e normas tcnicas para a biossegurana.
30
BIOSSEGURANA UNIDADE II
Vigilncia e riscos
O portal da Anvisa consiste em referncia importante nos aspectos de vigilncia e preveno de
riscos (<http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/anvisa/home>).
Especificamente em relao pesquisa com material biolgico, a Fiocruz mantm portal com as
informaes mais relevantes. A seguir, para orientao do estudante transcrevemos algumas
informaes disponibilizadas no portal <http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/StartBIS.htm>.
A avaliao de risco pode ser qualitativa ou quantitativa e pode ser dividida como segue:
tipos e subtipos;
variantes dos agentes infecciosos envolvendo vetores diferentes ou raros;
dificuldade de avaliar as medidas do potencial de amplificao do agente;
consideraes dos recombinantes genticos.
So alguns dos vrios desafios na conduo segura de um laboratrio. Diante de tal complexidade,
no processo de avaliao de risco para o trabalho com materiais biolgicos perigosos, nem sempre
os mtodos de amostragem quantitativa estaro disposio.
Informaes a respeito dos agentes manipulados que devero ser considerados durante uma
avaliao de risco e que norteiam a classificao dos agentes etiolgicos humanos e animais quanto
ao risco podem ser encontradas em <http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/virtual%20tour/
hipertextos/up1/classificacao_de_riscos.html>.
As principais so:
virulncia;
modos de transmisso;
estabilidade do agente;
concentrao e volume;
origem do material potencialmente infeccioso;
31
UNIDADE II BIOSSEGURANA
endemicidade;
alterao gnica;
via de inoculao.
Esta comisso formada por representantes de diversos ministrios, conforme pode ser verificado
no portal da CTNBio (<www.ctnbio.gov.br>) e resumido a seguir:
32
BIOSSEGURANA UNIDADE II
Observa-se que uma grande comisso, com participantes das mais variadas competncias
especficas e em diferentes profundidades e vises.
33
CAPTULO 3
Biossegurana na atualidade: notcias,
questes polmicas, ticas e legais
Os diferentes riscos
A biossegurana envolve necessariamente o conceito de risco. O risco uma funo do local
(ambiente) e dos agentes biolgicos.
Com a promulgao da nova Lei de Biossegurana, em 24 de maro de 2005 (Lei n 11.105), incorporou-
se as clulas-tronco no contexto da biossegurana, trazendo questes ticas e religiosas para completar
a j complexa situao legal, que envolve a sade do trabalhador, os direitos do consumidor e o meio
ambiente.
Esta coleo de artigos fruto de projeto aprovado pelo CNPq por meio do edital 026/2007, e
coordenado pelos pesquisadores da Fiocruz, Marco Antonio F. da Costa e Maria de Ftima Barrozo
da Costa. A obra utilizada em curso de atualizao em biossegurana de OGM por alunos de ps-
graduao, pesquisadores e profissionais da rea. O livro reflete as experincias, vivncias e reflexes
de 35 autores envolvidos de diferentes formas com o tema biossegurana.
Para manter a mesma estrutura desta unidade, dividiremos a discusso a seguir nos temas:
Agricultura e Alimentos, Animais em Geral e Sade Humana.
34
BIOSSEGURANA UNIDADE II
Esses detalhes ajudam a entender a polmica gerada pelos transgnicos e a dificuldade para a
opinio pblica, que sem as ferramentas tcnicas fica merc da inteno dos legisladores e dos
formadores de opinio (imprensa, polticos e palpiteiros).
Porm, tratando-se de produtos novos para o consumo humano surge naturalmente a preocupao
quanto a serem estes alimentos realmente saudveis. Os avanos da cincia permitem a deteco
de contaminantes em nveis incrivelmente baixos, porm, os detalhes dos processos fisiolgicos vo
bem alm do conhecimento da composio qumica, sendo assim necessrios testes em animais
e acompanhamento do consumo humano para que se estabeleam parmetros de confiabilidade
quanto a riscos.
35
UNIDADE II BIOSSEGURANA
Do ponto de vista do Direito existe uma defasagem entre os fatos e as normas na rea da biotecnologia:
Esta defasagem tem trs causas principais: as incertezas e a provisoriedade dos achados cientficos;
a fluidez da tica contempornea e a pluralidade de expectativas dos diversos segmentos sociais.
(MINAHIM, 2005, p. 48)
Nos aspectos do Direito Penal, surge a necessidade de minimizar riscos aos bens e interesses do
cidado, em razo das possveis ameaas at certo ponto desconhecidas.
Neste cenrio caracterstico da sociedade de risco, tem surgido a proliferao de normas penais
em branco, em que as sanes no emanam do Poder Legislativo, podendo esta complementao
vir de outros rgos reguladores. Este o caso da Lei da Biossegurana (Lei n 11.105/2005) que
estabelece, em seu art. 27, o crime de descarte ou liberao de OGM no meio ambiente, em desacordo
com as normas estabelecidas pela CTNBio e pelos rgos e entidades de registro e fiscalizao. A
pena fixada a de recluso de um a quatro anos, e multa, a qual pode ser agravada de um sexto a
um tero se resultar dano propriedade alheia; de um tero at a metade, se resultar dano ao meio
ambiente; da metade at dois teros, se resultar leso corporal de natureza grave em outrem; e de
dois teros at o dobro, se resultar a morte de outrem.
Por sua vez, o art. 29 da Lei n 11.105/2005 tipifica as condutas de produzir, armazenar, transportar,
comercializar, importar ou exportar OGM ou seus derivados, sem autorizao ou em desacordo com
as normas estabelecidas pela CTNBio e pelos rgos e entidades de registro e fiscalizao. Cuida-se,
tambm, de crime de perigo abstrato, previsto apenas na forma dolosa. A anlise dos dispositivos
citados permite concluir que se inserem dentro das discusses relativas ao recente relacionamento
entre Biotica e Direito Penal, na medida em que uma adequada compreenso do dispositivo citado
somente pode ser efetivada a partir da compreenso do debate atual entre as duas disciplinas.
36
BIOSSEGURANA UNIDADE II
A questo dos alimentos transgnicos ainda controversa, gerando insegurana para a populao
mundial. Os riscos envolvendo a segurana dos alimentos geneticamente modificados tm
criado mobilizao social em todo o mundo e a anlise sistemtica e criteriosa de cada situao
fundamental para que ocorram avanos reais.
As dificuldades geram a sensao de insegurana e, por isso, necessitam abordagens que vo alm
do alcance do mtodo cientfico. Porm, avanos na rea dependem fundamentalmente dos avanos
no conhecimento e na qualidade da informao divulgada para a populao.
Nos anos 1980, a produo dos primeiros animais transgnicos e a identificao do defeito gentico
associado distrofia muscular de Duchenne tiveram destaque. O perodo tambm foi marcado
pelo anncio do desenvolvimento da tcnica de polimerase chain reaction (PCR), central para os
procedimentos em bioqumica e biologia molecular.
A comparao da cobertura da mdia sobre os alimentos transgnicos mostra que nos anos
1999/2000 a questo cientfica e tcnica se sobreps aos aspectos de regulamentao e questes
legais.
37
UNIDADE II BIOSSEGURANA
Fonte: <http://www.redetec.org.br/inventabrasil/xylela.htm>.
Em 2011, a Comisso Tcnica Nacional de Biossegurana (CTNBio) aprovou a liberao para cultivo
comercial do feijo geneticamente modificado resistente ao vrus do mosaico dourado, a primeira
planta transgnica aprovada comercialmente. Produzida aps quase 10 anos de estudos, promovidos
pela Embrapa Recursos Genticos e Biotecnologia (Cenargen) e a Embrapa Arroz e Feijo. Segundo
Fernando Arago, pesquisador do Cenargen e um dos responsveis pelo projeto: Nos testes de
campo realizados, mesmo com muita presena da mosca branca, inseto que transmite o vrus do
mosaico, a planta transgnica no foi infectada pela doena.
O vrus do mosaico dourado pode causar perdas de at 100% na produo, segundo estimativas da
Embrapa Arroz e Feijo. Evitar estas perdas poderia resultar no aumento da produo de alimento
para cerca de 10 milhes de pessoas.
Esta a viso do pesquisador envolvido diretamente na pesquisa e deve ser olhada com a cautela,
considerando-se opinies de pessoas com qualificao equivalente e sem envolvimento direto.
H 60 anos, a Declarao Universal dos Direitos Humanos j previa, como direito bsico do
homem, a participao no avano cientfico e em seus benefcios. A ampla difuso de informaes
condio indispensvel para a busca desta ao participativa da sociedade no campo cientfico,
dando espao para o controle social da cincia e, em especial, da biotecnologia exercido por meio
da influncia sobre a legislao e da presso poltica por acesso s inovaes teraputicas, entre
outros mecanismos que o regime democrtico assegura. A mdia, principal fonte de informaes
sobre C&T na atualidade, tem na parceria entre cientistas e jornalistas um aliado nessa tarefa. Com
38
BIOSSEGURANA UNIDADE II
essa sinergia, possvel dar palavra comunicao seu sentido original de colocar em comum,
contribuindo para que o acesso a enfoques plurais sobre o tema permita municiar as opinies que
cada cidado chamado a ter sobre a biotecnologia e as aes dos indivduos em relao a sua sade.
O caso da ovelha Dolly, em 1997, primeiro mamfero clonado a partir de clula no reprodutiva
de um adulto, predominou inicialmente como grande feito cientfico. Porm, logo suscitou
questionamentos ticos, e ampliando a discusso para a possibilidade de aplicao da tcnica em
humanos e passando a envolver outros atores como sociedade civil e igreja.
Ainda no ano 2000, o coelho fluorescente do artista plstico brasileiro Eduardo Kac, pioneiro da
bioarte que vive em Chicago, nos Estados Unidos, gerou polmica internacional. Segundo Kac, a
obra intitulada GFP Bunny inclua no apenas a criao de uma coelha com Green Fluorescent
Protein (Protena Fluorescente Verde, ou GFP), mas compreendia tambm o dilogo pblico gerado
pelo projeto.
Em 2001, a criao de um porco com focinho e cascos amarelos por pesquisadores norte-americanos
ganhou espao na mdia. Desde ento, uma onda de animais geneticamente modificados com
marcadores de cores vem sendo noticiada.
Por outro lado, as pessoas tm visto a cincia e em particular a medicina no corresponder a suas
expectativas em relao sade pblica e sade pessoal, enquanto as fantsticas notcias de
criao de porcos com focinhos e cascos amarelos e coelhos fosforescentes ganha espao na mdia.
Uma viso mais otimista da cincia fantstica foi o prmio, o Nobel de Qumica de 2008,
dedicado descoberta e ao desenvolvimento de protenas fluorescentes coloridas, que, aplicadas
biotecnologia, constituem importantes marcadores para verificao do sucesso na insero de
genes.
39
UNIDADE II BIOSSEGURANA
Resultado bem mais relevante para os desenvolvimentos em sade humana do que a produo de
animais fluorescentes.
Ser que sem os animais fluorescentes, a sociedade daria ateno aos marcadores
fluorescentes?
Ainda em 2008, a imprensa americana divulgou que por US$ 50 mil um gato foi clonado, a partir
do DNA de um que teria morrido.
Em maio de 2008, o Supremo Tribunal Federal decidiu pela autorizao do uso de embries
humanos nas pesquisas com clulas-tronco. Em outubro de 2008, pesquisadores da Universidade
de So Paulo divulgaram a obteno da primeira linhagem de clulas-tronco embrionrias humanas
no pas.
Encerramos, assim, este captulo, que pretendeu abordar algumas ideias essenciais da biossegurana,
despertando a curiosidade para uma srie de estudos de caso, que o objeto da Unidade III.
40
TICA NA CINCIA:
FUNDAMENTOS, ASPECTOS UNIDADE III
CONCEITUAISE BIOTICA
CAPTULO 1
Biossegurana, biologia molecular e
transgnicos
Parece existir uma multiplicidade de fatores interferindo na controvrsia. Dentre essas destacamos:
a recusa dos consumidores assumirem riscos sem clareza dos benefcios diretos;
41
UNIDADE III TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA
42
TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA UNIDADE III
vez mais percebido pela sociedade. Na sociedade global que segue as leis de mercado,
os consumidores so juzes decisivos. Por isso, as atitudes dos consumidores tm um
valor fundamental para as aplicaes da tecnologia (percepo e valorao social).
Em nvel europeu, desde 1991 pesquisas de opinio tm sido aplicadas a cada trs
anos (eurobarmetro). Dentre os 15 pases tradicionais da Unio Europeia, as
diferenas entre eles so as seguintes:
A hierarquia consensual em relao aceitao dos OGM para a Engenharia Gentica. Da maior
para a menor aceitao a escala : Micro-organismos plantas animais seres humanos. No
que se refere aplicao, teremos da maior para a menor aceitao: Terapias diagnsticos
agricultura alimentao.
Alimentos transgnicos
O desenvolvimento da engenharia gentica permitiu a retirada de genes de uma espcie e sua
posterior introduo em outro indivduo de espcie diferente. Com essa nova ferramenta em mos,
o homem foi capaz de reproduzir genes de interesse, criando o que chamamos hoje de Organismos
Geneticamente Modificados (OGMs).
A produo de OGMs faz parte da nova era da biotecnologia. A Lei n 11.105, de 24 de maro de
2005, estabelece normas de segurana de atividades que envolvem um OGM, definindo-o como um
organismo, cujo material gentico (DNA ou RNA) tenha sido modificado por qualquer tcnica de
Engenharia Gentica.
43
UNIDADE III TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA
A utilizao mais significativa de transgnicos tem sido na agricultura. Com a tcnica da transgenia
possvel criar plantas resistentes a pragas e a agrotxicos, criar organismos resistentes a solos
inadequados ou condies climticas desfavorveis ou at mesmo que sejam capazes de produzir
nutrientes especficos de interesse alimentcio ou industrial. Nessa ltima categoria temos os
chamados Alimentos Funcionais e os Nutracuticos.
Podemos classificar a discusso sobre transgnicos em quatro dimenses: sade, agricultura, ambiente
e tica.
Em 29 de janeiro de 2000, a Conferncia das Partes para a Conveno sobre Diversidade Biolgica
(CBD) adotou uma complementao Conveno que ficou conhecida como Protocolo de Cartagena
sobre Biossegurana. Este visa a proteo da diversidade biolgica, o manuseio, o transporte e a
utilizao dos organismos vivos modificados.
Uma dificuldade seria causada pela prpria vantagem da soja resistente ao herbicida, pois, se surgir
a necessidade da eliminao da soja transgnica, seriam necessrios novos herbicidas, uma vez que
so naturalmente resistentes ao Roundup (glifosato).
Os impactos ao meio ambiente seriam, por exemplo, possveis modificaes bioqumicas do solo
causadas pelos organismos transgnicos (visto que qualquer ser vivo capaz de intervir e modificar
o meio em que vive) e as modificaes nas frequncias gnicas das populaes primitivas.
44
TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA UNIDADE III
A questo tica permeia todas as demais discusses a respeito dos transgnicos. As disputas entre
os rgos reguladores e as empresas interessadas na comercializao de produtos transgnicos tm
sido constante e exigem posicionamentos com fundamentao tcnica.
A reflexo que se procura fazer : as aes que utilizam os mtodos da biologia molecular esto
sujeitas a riscos. Embora os testes possam fornecer evidncias de impacto ambiental resultando na
proibio de uso, o oposto, ou seja, afirmar que com certeza no ocorrer impacto praticamente
impossvel. Vale lembrar o caso dos antibiticos, indispensveis para a manuteno da vida humana
nos padres atuais, seu uso indiscriminado tem ocasionado o surgimento de espcies resistentes
e extremamente danosas vida humana. Assim, absolutamente necessrio que o conhecimento
avance, para que o estabelecimento de critrios, normas e regras de comportamento possibilitem o
bem-estar e avanos de nossa civilizao.
Esta a primeira planta transgnica aprovada comercialmente produzida aps quase 10 anos de
estudos, promovidos pela Embrapa Recursos Genticos e Biotecnologia (Cenargen) e a Embrapa
Arroz e Feijo.
45
UNIDADE III TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA
se legislao vigente, porm a prpria interpretao da lei requer bem mais do que ser a favor ou
contra. necessrio incluir-se considerandos, tanto na viso favorvel quanto em contrrio. A
partir dos considerandos com conhecimento tcnico e familiaridade com a terminologia necessria
a anlise das vantagens e desvantagens, alm da legalidade ou no da deciso.
Com a tecnologia Bt, a planta se protege produzindo a protena chamada de Bt1, que atua sobre as
lagartas que a atacam na fase de florao e frutificao.
46
CAPTULO 2
Biossegurana, biologia
molecular e sade humana
No Brasil, a inseminao em sunos teve seu destaque a partir de 1975, em nvel comercial,
principalmente na regio Sul, onde nasceram as primeiras centrais de inseminao artificial. Hoje
o Brasil est em primeiro lugar na Amrica Latina, em nmero de fmeas inseminadas, porm, em
porcentagem de rebanho, o Chile o primeiro. O uso da inseminao artificial est em constante
aumento em todo o mundo, mesmo aps certo receio, inicialmente, grandes empresas como a
Agroceres-PIC, a PIC (Inglaterra), e outras, esto investindo nesta tecnologia.
O primeiro beb humano, nascido por tcnicas de fertilizao in vitro nasceu em 1978, nos Estados
Unidos da Amrica. Em 1984, na Austrlia, nasceu o primeiro beb gerado a partir de embrio
congelado.
47
UNIDADE III TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA
Este um tema de alta sensibilidade, pois envolve o conceito do momento de incio da vida humana.
muito importante que fique absolutamente clara a distino entre Vida Humana e Vida.
No contexto deste curso a frase respeito Vida sem especificarmos seu alcance, torna-se vaga e sem
significado. O simples ato de lavar as mos, com sabonete, implica a destruio sumria de milhes
de clulas e de microorganismos. Bactrias podem ser nocivas, benficas e mesmo essenciais, tudo
depende da natureza destas, onde se encontram, da concentrao destes organismos e de parmetros
especficos para cada caso.
Poderamos tambm formular a pergunta: estamos nos referindo o respeito vida animal ou
vegetal? Mas e as bactrias, fungos etc. Neste ponto, solicita-se que o estudante relembre como os
organismos vivos so classificados.
A clula a unidade estrutural e funcional biolgica dos organismos vivos, envolvida por membranas
e preenchida por uma soluo aquosa de agentes qumicos, dotada de uma extraordinria capacidade
de criar cpias de si mesma. As clulas podem variar de tamanho, forma, funo, e os organismos
vivos podem conter desde uma nica clula at trilhes delas.
48
TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA UNIDADE III
A teoria da evoluo conforme apresentada no livro O que Vida? de Lynn Margulis e Dorion
Sagan, mostra aspectos que valem a pena considerar no contexto das sensveis questes relativas ao
uso de tcnicas da biologia molecular atualmente. Transcrevemos a seguir um trecho do eplogo do
livro O que Vida? e que se considera relevante no contexto desta discusso.
Conscientes da no exclusividade dos humanos, retoma-se a discusso das questes ticas e legais
do tema biossegurana em sade, tomando como foco central a questo das clulas-tronco.
Nessas apresentaes, a viso das questes legais e ticas so discutidas e interpretadas e serviro
de referncia para o texto que segue.
Alguns termos como dignidade da pessoa humana, estado de direito, pessoa fsica e pessoa jurdica,
jurisprudncia, nascituro, embrio, pr-embrio, blastcito, reproduo assistida, clonagem
teraputica, clonagem reprodutiva e anencefalia, sero utilizados, embora se pretenda que o texto
seja autoexplicativo, recomenda-se ao leitor que se familiarize com estes conceitos.
Procurando associar o contedo com notcias recentes, tornando a leitura menos densa e mais
acessvel, transcrevemos a seguir um resumo jornalstico e consistente sobre clonagem e clulas-
tronco, divulgado em fevereiro/2012, no Jornal Paran online (<http://ciencias-mix.blogspot.com.
br/2012_02_01_archive.html>).
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UNIDADE III TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA
A clonagem artificial ou induzida consiste em produzir um novo ser vivo a partir de clulas somticas,
isto , clulas de alguma parte do corpo do indivduo. Neste processo assexuado no h participao
de clulas sexuais. O novo ser gerado geneticamente idntico ao ser do qual foi retirada a clula
somtica.
A clonagem reprodutiva utiliza o ncleo de uma clula somtica que transferido para um vulo
cujo material gentico havia sido previamente retirado. Esta clula colocada numa barriga de
aluguel para que se inicie a gestao. um processo caro e com baixo ndice de eficincia. A maioria
dos embries morre durante a gestao. Outro percentual elevado morre aps o nascimento. Alm
disso, h grandes danos genticos durante o processo o que acarreta seres com srios problemas
de sade e malformaes fsicas. Vale ressaltar que as caractersticas genticas do novo indivduo
sero iguais s do indivduo que cedeu a clula somtica, e no daquele que cedeu o vulo ou da
barriga de aluguel.
A clonagem teraputica segue o mesmo princpio da clonagem reprodutiva, mas o objetivo final
outro. Consiste na retirada de clulas embrionrias indiferenciadas que podero originar tecidos ou
rgos e no um novo indivduo. As clulas embrionrias possuem uma grande capacidade de se
diferenciar em clulas de qualquer tecido adulto, e neste caso tero o mesmo material gentico da
clula do tecido doador do ncleo.
A clonagem reprodutiva j aplicada desde 1952. Neste ano de 2012, cientistas anunciaram a
clonagem de sapos. Mas foi em 1997 que o mundo recebeu o anncio da clonagem do primeiro
mamfero adulto, no caso, uma ovelha de seis anos. Este processo originou a famosa ovelha Dolly. Ela
apresentou problemas de sade, como envelhecimento precoce e uma doena degenerativa dos
pulmes que a levou a ser sacrificada.
baixa eficincia;
envelhecimento precoce.
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TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA UNIDADE III
Clulas-tronco so clulas capazes de se multiplicar e formar vrios tipos celulares presentes nos
tecidos do corpo, tais como os tecidos sanguneo, sseo, nervoso, muscular etc.Clulas-tronco podem
ser encontradas em rgos de um indivduo adulto, no cordo umbilical e em clulas embrionrias.
A utilizao de clulas-tronco tem por objetivo reparar rgos e tecidos danificados em nosso
organismo. Como exemplo, podemos citar a recuperao do tecido cardaco danificado em um
enfartado. Vrias doenas degenerativas tambm seriam beneficiadas com a recuperao de tecidos,
como a esclerose mltipla. Dessa forma, a medicina aposta no avano de pesquisas com clulas-tronco
para o benefcio de pacientes.
A outra polmica gira em torno do benefcio que a clonagem humana traria. Aqui a comunidade
cientfica em grande parte no v nenhuma vantagem nesta abordagem. Neste momento, a
clonagem de seres humanos apenas obra de fico, contudo j levanta muitas dvidas.
Outro temor o de que embries se tornem uma moeda valiosa. No mundo existem milhares de
embries congelados oriundos de programas de fertilizao. H, ainda, a dvida se pesquisas com
embries tenham somente objetivo teraputico e no reprodutivo. Deve haver um meio de disciplinar
o uso de clulas-tronco e as questes relativas tica com seres vivos, especialmente com a vida
humana, proibindo a comercializao de clulas-tronco.
51
UNIDADE III TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA
Neste ponto importante destacar a diferena de viso dos chamados Natalistas, que consideram
pessoa humana aquele indivduo que saiu com vida do ventre materno, que corresponde antiga
viso de que at o nascimento existia somente a me como pessoa humana e, portanto, desnecessria
a discusso dos direitos do nascituro.A linha Concepcionista de pensamento estende os direitos
do nascituro ao momento da concepo, abrindo a questo dos direitos de herana e patrimoniais
mesmo antes da separao da me.
Para dar ao estudante uma viso mais clara das dificuldades e dos avanos relativos
a este tema transcrevemos os esclarecimentos jurdicos, que podem ser lidos na
ntegra em: http://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/997295/sobre-o-nascituro.
1a) Teoria natalista: parte da interpretao literal e simplificada da lei, dispe que a
personalidade jurdica comea com o nascimento com vida, o que traz a concluso
de que o nascituro no pessoa, portanto, tem apenas expectativa de direitos. Nega
seus direitos fundamentais, tais como o direito vida, investigao de paternidade,
aos alimentos, ao nome e at a imagem.
52
TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA UNIDADE III
Nota-se que o esprito da lei, ou as ideias que nortearam a redao da lei, tem como objetivo final a
garantia do bem-estar dos indivduos e assim deve ser interpretada, conciliando aes inovadoras
com a dignidade humana.
Os indivduos com doenas genticas como diabetes, Alhzeimer, Parkinson, Distrofias, e outras, tm
o direito de ter esperana de cura e, se para isto for necessrio o uso de pr-embries vivos e que
ainda no possam ser caracterizados como indivduos?
No outro extremo desta reflexo, temos a morte, que atualmente caracterizada pela interrupo de
atividades cerebrais. Somos assim induzidos a levar este raciocnio para o momento de formao de
identidade, personalidade e individualidade que corresponderia 14a semana, quando o crebro est
se formando.
Anencefalia
Outro aspecto conceitual importante o caso dos anencfalos (que podem ter todas as caractersticas
de ser humano, porm, neles certas partes essenciais do crebro no se desenvolveu). instrutivo
acompanhar os comentrios de Ives Gandra da Silva Martins, advogado tributarista, professor
emrito da Universidade Mackenzie e da Escola de Comando do Estado-Maior do Exrcito,
presidente do Conselho de Estudos Jurdicos da Federao do Comrcio do Estado de SP. Disponvel
em: (<http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/13137>), transcrito em parte, a seguir.
O Cdigo Civil brasileiro, no art. 2, declara que a lei pe a salvo desde a concepo os direitos do
nascituro; aps diversas consideraes, os comentrios finalizam da seguinte forma:
O leitor pode ter a impresso de que o assunto no pertinente ao tema Biossegurana, no entanto,
o exerccio de compreender esses crticos aspectos da linha divisria entre vida humana e organismo
vivo essencial, para que se desenvolva no estudante a competncia analtica dessas situaes
novas, tpicas da sociedade atual. Os aspectos Vida, Vida Animal, Vida Vegetal e Vida Humana
ainda carecem de entendimento e consequentemente dependem de trabalho de reflexo e anlise
nada triviais.
Um aspecto que no ser tratado neste curso, mas que merece ateno, principalmente do
ponto de vista da Biologia Molecular e do futuro na sade, so os alimentos Funcionais ou
Nutracuticos, que so tratados em detalhe na publicao: Alimentos do Futuro: Orgnicos,
Funcionais e Transgnicos, produzido por Christianne de Vasconcelos Affonso e Jaqueline Girnos
Sonati. Disponvel em <http://www.lifecompany.com.br/artigos/4.pdf>.
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CAPTULO 8
Biossegurana e meio ambiente
A megabiodiversidade brasileira coloca o Brasil como principal alvo dos interesses de pesquisa e
desenvolvimento utilizando as tcnicas da biologia molecular na agricultura. Nosso clima tropical
e subtropical, com diferentes biomas e germoplasma de grande variedade, coloca o Brasil em
vantagem competitiva.
Os riscos potenciais incluem aspectos ambientais e efeitos sobre a sade humana e animal.
54
TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA UNIDADE III
Mudana no uso de herbicidas. Mudana nos padres de cultivo e/ou uso do solo.
Os aspectos cientficos a considerar na avaliao de risco ambiental devem ser baseados em dados
cientficos e conduzidas caso a caso, considerando:
55
UNIDADE III TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA
o fluxo de genes entre espcies distintas (fluxo gnico vertical) e entre gneros
distintos (fluxo gnico horizontal);
Controle e monitoramento
Anlise da avaliao de risco (papel da biossegurana). O avaliador deve considerar situaes
especficas, e alm de analisar os perigos particulares e os riscos deve, ainda, considerar possibilidades
diretas, indiretas como o deslocamento ou erradicao de populaes de organismos.
Mitigao
No sendo possvel a certeza absoluta de no risco sempre necessrio considerar a possibilidade
de imprevistos. A introduo de DNA exgeno pode ter efeitos no intencionais previsveis ou no
previsveis. Nas situaes previsveis ou nas imprevistas, sero necessrias aes de correo ou
mitigatrias. Um exemplo plausvel de situao imprevista ou no intencional (efeito pleiotrpico)
pode ocorrer pelo desequilbrio causado pela eliminao de algum inseto predador.
Aes mitigatrias so opes que, mesmo com algum nvel de risco, minimizariam o impacto
ambiental. Os estudos de biossegurana ambiental de plantas Geneticamente Modificadas dependem
de caractersticas da planta receptora e do transgene nela inserido.
Anlise genotpica
O mtodo de transformao utilizado indica a provvel natureza e a dimenso de rearranjos que
podem ser criados no locus transgnico.
56
TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA UNIDADE III
o nmero de cpias;
A escolha de construes e eventos transgnicos, nas etapas iniciais dos estudos, facilita as anlises
de biossegurana, reduzindo seu tempo de realizao e tambm os pontos de risco potencial,
favorecendo a liberao de produtos seguros.
o evento transgnico deve possuir poucos loci transgnicos. A condio ideal seria
um nico locus;
cada locus transgnico deve possuir poucas cpias do transgene. A condio ideal
seria uma nica cpia;
57
UNIDADE III TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA
Anlise fenotpica
Nesta anlise para biossegurana deve-se:
A anlise dos componentes moleculares pode tambm ser feita para comparao ao longo das
diferentes fases fenolgicas da planta GM ou para anlise da resposta sob condies de estresse
abitico ou bitico.
A anlise do proteoma pode ser feita pela eletroforese bidimensional, Western-Blot, sequenciamento
peptdico e espectrometria de massas.
A epigentica um novo campo da biologia que estuda os mecanismos pelos quais o ambiente
modula de maneira estvel e hereditria a expresso gnica sem alterar o cdigo gentico.
Transmisso do transgene
Uma anlise de risco robusta requer a expresso e transmisso correta dos transgenes por sucessivas
geraes.
58
TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA UNIDADE III
O padro de herana por mltiplas geraes, em cada variedade de planta na qual o transgene
introduzido por cruzamento e em diferentes ambientes, parmetro relevante para a avaliao de
riscos.
O fato de um evento ou futuro evento no cumprir com esses itens no implica que ele seja
considerado de risco. Essas opes de escolha apenas funcionam como agentes facilitadores das
anlises de segurana, e podem ser importantes conforme se avana no conhecimento cientfico
e nas observaes das liberaes j realizadas at o momento. Existem inmeras estratgias de
conteno biolgica de OGM, as quais dependem da finalidade da obteno da cultura transgnica
e das caractersticas reprodutivas da planta.
macho esterilidade (por exemplo berinjela, tomate e crucferas) por ablao celular
do plen ou inanio metablica (Ribarits et al., 2008);
59
UNIDADE III TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA
A expresso e transmisso correta dos transgenes nas sucessivas geraes uma caracterstica
importante para uma anlise de risco confivel. Costuma-se fazer esta anlise verificando-se os
padres de herana por mltiplas geraes, em ambientes diferentes e em cada variedade de planta
na qual o transgene introduzido por cruzamento. Esses estudos costumam ser separados em:
Fluxo de genes
A transferncia de genes na natureza entre a planta GM e as espcies aparentadas outra preocupao
da biossegurana. E se ela existir, quais so as consequncias desse fluxo de genes?
A simples transferncia de plen de uma planta transgnica para uma cultivar comercial no implica
necessariamente fluxo gnico.
o plen tem que fecundar a flor, produzindo uma semente hbrida vivel;
Ainda, assim, dependendo da presso de seleo ambiental, o efeito pode ser interrompido no
ocorrendo fluxo gnico.
60
TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA UNIDADE III
O fluxo gnico pode ser vertical ou horizontal. O fluxo gnico vertical a transferncia de genes
entre e dentro de populaes de uma mesma espcie ou espcies afins, que se cruzam naturalmente.
O fluxo se d pela migrao de plen diretamente ou com auxlio das sementes transportadas. Este
fluxo ser desejvel para aumentar a variabilidade da espcie. Entretanto, indesejvel quando
ocorre:
A transferncia horizontal de genes originais ou modificados geneticamente poder ocorrer, mas sua
introgresso e sua estabilidade na populao dependero de um conveniente interesse ambiental,
nem sempre existente.
Considerando o baixo impacto esperado (um trilho de vezes menor que os estimados atualmente)
e a baixa frequncia, os mtodos atuais de monitoramento no tm a sensibilidade adequada para
detectar um eventual fluxo horizontal de uma planta geneticamente modificada para um micro-
organismo (Heinnemann e Traavik, 2004).
Diversas estratgias podem ser adotadas no manejo do risco de fluxo gnico. Para adoo de uma
estratgia adequada, estudos de biologia de reproduo e conhecimento dos sistemas agrcolas so
importantes.
O uso de transgene com herana materna (cloroplastos e mitocndria) evita a disperso por plen,
assim como a macho esterilidade. A esterilidade da semente tambm pode ser utilizada.
A legislao brasileira atual probe o uso de qualquer estratgia de restrio de uso de um gene,
mediada por transgenese.
O conhecimento da biologia floral e dos mecanismos reprodutivos, bem como dos agentes
carreadores do plen, pode auxiliar no confinamento do transgene ao material transformado.
Plantas cleistogmicas ou apomticas apresentam baixas ou nenhuma taxa de reproduo cruzada,
o que reduz a possibilidade de fluxo gnico. Nos casos em que a possibilidade de fluxo gnico vertical
alta, estratgias de isolamento geogrfico pela criao de zonas de excluso, barreiras fsicas,
bordaduras e limitao de trnsito de material propagativo podem ser adotadas. Nos campos de
plantas GM podem-se realizar a destruio de plantas voluntrias.
61
UNIDADE III TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA
Uma vez definidas as funes ecolgicas, a avaliao de efeitos sobre os organismos no alvo deve ser
iniciada selecionando-se as espcies que sero utilizadas nos estudos, uma vez que praticamente
impossvel a avaliao de toda a biodiversidade envolvida em cada sistema a ser analisado. Utilizando
a metodologia proposta por Hilbeck et al. (2006), que segue o modelo ecolgico, o processo de
seleo de espcies deve levar em conta os critrios de:
62
TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA UNIDADE III
nveis de expresso.
Esses fatores determinaro os possveis efeitos negativos diretos e indiretos sobre os organismos
no alvo.
Quantificar a nova protena nos tecidos da planta que esto sendo utilizados nos
bioensaios, para a comprovao de que a protena est sendo expressa em nveis
txicos.
Comparar o efeito das plantas GM com o efeito de outro mtodo de controle de pragas
e tambm com reas sem a aplicao de inseticidas. Essa etapa tem importncia
econmica, mas tambm oferece informaes ambientais importantes para tomada
de deciso posterior avaliao de risco.
Quantificar a nova protena nos tecidos da planta que est sendo utilizada nos
bioensaios, para a comprovao de que a protena est sendo expressa em nveis
txicos.
63
UNIDADE III TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA
Para o caso das plantas GM resistentes a insetos, seu efeito sobre a dinmica populacional dos inimigos
naturais pode ser necessrio e depender da espcie da planta transformada, da localizao geogrfica
na qual a planta cultivada e do manejo da cultura como um todo. Por exemplo, plantas de milho e
algodo, que tm ciclos de vida e arquitetura diferentes, vo diferir nas comunidades de artrpodes a
elas associadas. Consequentemente, o impacto sobre a fauna de espcies no alvo da remoo de uma
espcie-alvo vai diferir entre as duas culturas.
Analogamente aos casos de plantas transgnicas, muitas das informaes j existentes sobre
os micro--organismos de ocorrncia natural podem fornecer dados preciosos sobre como as
avaliaes de risco dos MGM devem ser conduzidas.
Atualmente, tem-se desenvolvido genes reprteres que tornam os MGM capazes de utilizar
substratos especficos. Estes genes reprteres devem:
64
TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA UNIDADE III
herana estvel;
no representar qualquer efeito sobre a sobrevivncia da linhagem; e
nenhuma capacidade de ser transferido para outros membros da comunidade
microbiana.
O risco potencial de uma liberao de OGM deve ser objeto de mltiplas avaliaes, considerando
inclusive aspectos socioeconmicos e os problemas advindos da ausncia de barreiras polticas
ou fronteiras que restrinjam a disseminao do organismo. Alm disso, a biodiversidade est
relacionada aos valores e s tradies culturais das comunidades, que no podem ser relegadas a
nvel inferior de considerao. A seguir so relacionados os principais pontos na avaliao de riscos
de OGM na agricultura.
Os efeitos potenciais de OGM sobre o ambiente so, por fora de lei especfica no Brasil, analisados
em detalhes pela Comisso Tcnica Nacional de Biossegurana (CTNBio).
65
UNIDADE III TICA NA CINCIA: FUNDAMENTOS, ASPECTOS CONCEITUAISE BIOTICA
A tica estabelece que o ecossistema tenha valor intrnseco e cada um de ns responsvel por manter
sua sustentabilidade. Assim, uma melhor compreenso da interao entre OGM e ecossistemas
torna-se necessria. Somente respostas cientificamente fundamentadas, com informaes claras e
confiveis, podero subsidiar a opinio pblica e os rgos governamentais, assegurando decises
que efetivamente tragam benefcios para o meio ambiente.
66
Para (No) Finalizar
Ao final dessa disciplina, encerramos o curso de Biologia Molecular. Relembramos vrios aspectos
bsicos do funcionamento da vida, alm de apresentarmos vrias tcnicas modernas que nos
permitem manipular o DNA. Tcnicas essas que so amplamente utilizadas nos dias de hoje,
resultando em avanos tecnolgicos nunca antes imaginados. Esse grande progresso nessa rea da
Cincia est longe de terminar, sendo que cada vez mais so necessrios profissionais capacitados
para executar tarefas nessas reas e, alm disso, refletir sobre esses avanos tecnolgicos.
Nesse contexto, como foi estudado, as questes Biotica, Biossegurana e Legislao esto inter-
relacionadas pela prpria natureza das questes. Cabe a esse ramo da pesquisa regulamentar as
questes ticas e de biossegurana. O assunto atual e a literatura ainda no est bem estabelecida, j
que a cada dia novas questes surgem.
67
Referncias
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69
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cs3.pdf >
<http://www.saudepublica.bvs.br/>
<http://virtualbiosecuritycenter.org/education-center>
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<http://professoraugustomw.blogspot.com/>
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70
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71
Anexo
Legislao na biossegurana
A relao a seguir tem o objetivo de mostrar ao estudante alguns aspectos da legislao relativos
Biossegurana e Biotica.
Leis em biossegurana
Indicao: Membros.
Disponvel em <http://www.ctnbio.gov.br/index.php?action=/content/view&cod_objeto=1348>.
Disponvel em <http://www.ctnbio.gov.br/index.php?action=/content/view&cod_objeto=1361>.
Disponvel em <http://www.ctnbio.gov.br/index.php?action=/content/view&cod_objeto=2213>.
72
ANEXO
Disponvel em <http://www.saude.gov.br/portarias/2002.htm>.
Expedir, na forma dos anexos I, II, III, IV e V, diretrizes e normas para a preveno e o controle das
infeces hospitalares.
Dispe sobre os procedimentos mnimos para o gerenciamento de resduos, com vistas a preservar a
sade pblica e a qualidade do meio ambiente, revoga os itens I, V, VI, VII e VIII, da Portaria Minter
n 13, de 1 de maro de 1979.
Altera a Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispe sobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente,
seus fins e mecanismos de formulao e aplicao, e d outras providncias.
73
ANEXO
Dispe sobre a criao do Instituto Nacional do Semirido INSA, unidade de pesquisa integrante
da estrutura bsica do Ministrio da Cincia e Tecnologia, e d outras providncias.
74
ANEXO
Leis em biossegurana
Referente lei que regulamenta os incisos II, IV e V do 1o do art. 225 da Constituio Federal,
estabelece normas de segurana e mecanismos de fiscalizao de atividades que envolvam
organismos geneticamente modificados OGM e seus derivados, cria o Conselho Nacional de
Biossegurana CNBS, reestrutura a Comisso Tcnica Nacional de Biossegurana CTNBio,
dispe sobre a Poltica Nacional de Biossegurana PNB, revoga a Lei no 8.974, de 5/1/1995, e a
Medida Provisria no 2.191-9, de 23/8/2001, e os arts. 5o, 6o, 7o, 8o, 9o, 10 e 16 da Lei no 10.814, de
15/12/2003, e d outras providncias.
Referente lei que estabelece normas para o plantio e comercializao da produo de soja
geneticamente modificada da safra de 2004, e d outras providncias.
75
ANEXO
Regulamenta dispositivos da Lei n 11.105, de 24 de maro de 2005, que regulamenta os incisos II,
IV e V do 1 do art. 225 da Constituio, e d outras providncias.
Revoga o Decreto n 4.178, de 1 de abril de 2002, que dispe sobre a extino de cargos da Carreira
Cincia e Tecnologia.
Regulamenta o art. 3 da Medida Provisria n 223, de 14 de outubro de 2004, que estabelece normas
para o plantio e comercializao da produo de soja da safra de 2005, e d outras providncias.
Regulamenta o art. 3 da Medida Provisria n 131, de 25 de setembro de 2003, que estabelece normas
para o plantio e comercializao da produo de soja da safra de 2004 e d outras providncias.
76
ANEXO
Regulamenta a Lei n 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispe sobre a pesquisa, a experimentao, a
produo, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercializao, a propaganda
comercial, a utilizao, a importao, a exportao, o destino final dos resduos e embalagens, o registro,
a classificao, o controle, a inspeo e a fiscalizao de agrotxicos, seus componentes e afins, e d
outras providncias.
Aprova o texto da Conveno sobre Diversidade Biolgica, assinada durante a Conferncia das
Naes Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada na Cidade do Rio de Janeiro, no
perodo de 5 a 14 de junho de 1992.
77
ANEXO
Regulamenta a Lei n 6.902, de 27 de abril de 1981, e a Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981, que
dispem, respectivamente, sobre a criao de Estaes Ecolgicas e reas de Proteo Ambiental e
sobre a Poltica Nacional do Meio Ambiente, e d outras providncias.
LABORATRIO ANIMAL
78
ANEXO
Dispe sobre as normas de classificao dos experimentos com vegetais geneticamente modificados
quanto aos nveis de risco e de conteno.
Dispe sobre as normas para o trabalho em conteno com organismos geneticamente modificados
OGMs.
Dispe sobre as normas simplificadas para liberao planejada no meio ambiente de vegetais
geneticamente modificados que j tenha sido anteriormente aprovada pela CTNBio.
Dispe sobre as normas para importao de microrganismos geneticamente modificados para uso
em trabalho em conteno.
Dispe sobre as normas para trabalho em conteno com animais geneticamente modificados.
Dispe sobre as normas para importao de animais geneticamente modificados (AnGMs) para uso
em trabalho em regime de conteno.
Dispe sobre as normas para o trabalho em regime de conteno com animais no geneticamente
modificados onde organismos geneticamente modificados OGMs so manipulados.
79
ANEXO
Dispe sobre as normas para a elaborao e a apresentao dos mapas e croquis solicitados para
liberao planejada no meio ambiente de organismos geneticamente modificados OGM.
Dispe sobre a liberao planejada no meio ambiente e comercial da soja Roundup Ready.
Dispe sobre os procedimentos para a realizao de audincias pblicas pela Comisso Tcnica
Nacional de Biossegurana.
Dispe sobre as normas para avaliao da segurana alimentar de plantas geneticamente modificadas
ou de suas partes e d outras providncias.
Disponvel em <http://www.mct.gov.br/legis/biosseg.htm>.
Biotica
Aprova normas de pesquisa envolvendo seres humanos para a rea temtica de pesquisa com novos
frmacos, medicamentos, vacinas e testes diagnsticos.
Norma complementar Resoluo CNS n 196/1996, referente rea especfica sobre pesquisas em
seres humanos, coordenadas do exterior ou com participao estrangeira e pesquisas que envolvam
remessa de material biolgico para o exterior.
80
ANEXO
Dispe sobre os procedimentos vinculados elaborao, anlise e aprovao dos Estudos de Impacto
Ambiental. Disponvel em <http://www.lei.adv.br/1356-88.htm>.
Laboratrio Vegetal
Normas para Certificao de Soja em Gro sem a presena de Organismo Geneticamente Modificado
OGM, por meio de kits imunocromatogrficos.
81