Franz Boas e A Escola Americana PDF
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INTRODUO
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duas autoras. Falaremos ainda da importncia das idias por elas inauguradas e as
influncias de suas anlises nos estudos posteriores sobre gnero, sexualidade,
migraes, carter nacional e racismo. Nas consideraes finais, faremos um apanhando
geral das idias da escola de Cultura e Personalidade, suas principais contribuies e as
crticas levantadas a esta escola.
1. Franz Boas e a Escola Americana
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Quando Boas entra no cenrio da antropologia, esta cincia estava ainda atrelada
aos conceitos de evoluo e progresso, era a poca do Evolucionismo Vitoriano. Em
1858 Charles Darwin havia lanado A origem das espcies enquanto Hebert Spencer
num ensaio intitulado A hiptese do desenvolvimento observava que o mais simples
e o mais pobre sempre o mais antigo que o complexo e o mais rico. (BERNADI,
1974:172).
O evolucionismo cultural era portanto a escola que estava no auge. Estudos
como Cultura Primitiva (1871) de E. B. Tylor, Sociedade Antiga (1878) de L.
Morgan e O Ramo de Ouro (1890) de J. Frazer traziam o referencial terico e
metodolgico desta escola. Dentre as principais caractersticas desta escola podemos
destacar a amplitude do objeto de estudo que abrangia o fenmeno da cultura como
fenmeno prprio da espcie humana. Como acreditavam na unidade psquica do
homem era fcil catalogar em estgios distintos a evoluo e progresso de todas as
sociedades que culminaria assim na civilizao, ou no modelo scio - cultural no qual
estavam inseridos estes pesquisadores. Esta anlise por sua vez era diacrnica o que
levou de certa forma os evolucionistas a criarem um tempo novo, ou seja, o tempo
cultural. De fato o que importava no era o estgio de cultura vivido pelo povo em
questo. Da se pode dizer que para os evolucionistas os nveis de cultura determinavam
o tempo e no este os nveis de cultura. (MELLO, 1986:210).
Alm das caractersticas acima citadas, os evolucionistas adotaram ainda mtodo
comparativo em suas pesquisas. Sem a utilizao do trabalho de campo, estes tericos
se voltaram para a anlise de pesquisas de segunda mo e desta forma produziram
vastos volumes com uma infinidade de excentricidades que estes comparavam sem
muito rigor cientfico.
Desta forma em 1896, seis anos aps a publicao do livro de James Frazer O
Ramo de Ouro, Boas escreve As limitaes do mtodo comparativo. Este texto
clebre da antropologia produziu uma revoluo nesta cincia por levantar crticas aos
evolucionistas e ao seu mtodo comparativo e ainda propor novas questes tericas e
metodolgicas para a antropologia. Lido pela primeira vez em um encontro da
American Association for the Advancement (AAA), Celso de Castro afirma que;
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antes de supor que os fenmenos aparentemente
semelhantes pudessem ser atribudos as mesmas causas
o que no ficava de modo algum provado -, era preciso
perguntar, para cada caso, se eles no teriam sido
transmitidos de um povo a outro. Ao contrrio do mtodo
dedutivo dos evolucionistas, Boas defendia o mtodo de
induo emprica, evitando amarrar os fenmenos em
uma camisa - de fora terica. O novo mtodo
histrico, por ele defendido em oposio ao
comparativo, exigia que se limitasse a comparao a um
territrio restrito e bem definido. A precondio para leis
gerais seria, portanto, o estudo de culturas tomadas
individualmente e de regies culturais delimitadas.
(CASTRO, 2004:16)
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distribudos de maneira varivel entre as diferentes raas.
Assim, o quadro composto pelas caractersticas mentais
de uma raa presumivelmente no coincidiria com o
quadro composto pelas caractersticas mentais de outra
raa. No entanto, as evidncias apresentadas no
justificam afirmar que as caractersticas de uma raa
seriam mais avanadas que as de outra, embora sejam
diferentes. (STOCKING, JR, 2004:294)
Desta forma quando Boas fazia uso da psicologia era na tentativa de mostrar que
vrios casos de fenmenos diversos so baseados em processos psquicos semelhantes
que oferecem ao investigador uma linha de estudo promissora para a antropologia.
Portanto a influncia de Boas ainda hoje bastante forte. Suas concepes de
cultura, raa, suas anlises sobre lingstica e o fenmeno da migrao e a diligncia em
tornar a antropologia menos etnocntrica ainda reverbera na antropologia dos dias
atuais. Para alm de suas inovaes no campo da antropologia, Boas ainda foi
responsvel pela primeira gerao de antroplogos como Kroeber, Lowie, Sapir,
Herskovitz, Linton, R. Benedict e M. Mead. Segundo George Stocking Jr. possvel
distinguir fases temporais de desenvolvimento e distinguir tambm o que poderamos
chamar de boasianos estritos (Spier, Lowie, Herskovits), boasianos evoludos (R.
Benedict e M. Mead) e boasianos rebeldes (kroeber, Radin e Sapir) (STOCKING,
2004:35)
Aps esse breve passeio pela Escola Americana inaugurada por Boas iremos
agora analisar o desenvolvimento desta escola que culminou na escola
Configuracionista de Cultura e Personalidade.
1.2 O Configuracionismo.
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problemas scio-psicolgicos no de modo algum oposto abordagem histrica.
(BOAS apud MELO, 1986:236).
Desta forma o configuracionismo tentou encontrar explicao para a
individualidade ou especificidade das culturas particulares. Partindo do pressuposto que
um mesmo trao cultural tomado de emprstimo por duas culturas distintas pode sofrer
transformaes neste fenmeno de adoo que Boas e alguns configuracionistas a
exemplo de R. Benedict e E. Sapir desenvolveram suas idias. Os Configuracionistas
acreditavam que cada cultura particular como um indivduo e esta individualidade de
cada cultura seria a sua configurao.
No grupo dos configuracionistas vrias vertentes foram criadas. Uma delas
Cultura e Linguagem, que tinha como principal representante Edward Sapir,
desenvolveu-se a partir de caminhos que mesclavam a antropologia com uma outra
cincia, - a lingstica. Esta vertente foi responsvel pelo o posterior avano nos estudos
de sociolingstica e etnolingustica, ou seja, ambas as disciplinas tem o projeto de fazer
a juno entre lngua, por um lado, e cultura, grupo tnico ou sociedade por outro. Em
linhas gerais esta vertente tentou demonstrar que,
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chamada Cultura e Personalidade que vai relacionar mentalidade, a psicologia dos
indivduos com a cultura por eles vivida.
Esta escola foi responsvel por levar ao pblico no acadmico livros de
qualidade que se tornam best-sellers da antropologia. Os nmeros impressionam: dois
milhes de cpias para Padres de cultura e 350 mil para O crisntemo e a espada.
Tanto Ruth Benedict como Margaret Mead, venderam milhares de livros nos Estados
Unidos fazendo uma comparao da sociedade americana com outras sociedades.
O dilogo com a psicologia foi o ponto marcante desta vertente. A idia central
desta escola foi estabelecer uma relao entre cultura e as personalidade individuais, ou
seja, como se cultura fizesse a escolha daquilo que iria minimizar, acentuar ou ignorar
nas vidas humanas. Algumas caractersticas dos indivduos, da sua personalidade teriam
um valor para a cultura que o incentivaria ou o reprimiria. Assim, a cultura, vai ser
definida pelo o padro de caractersticas sistematicamente impressas nas personalidades
individuais. O conjunto das personalidades assim marcadas d o tom, a colorao,
o feitio que a cultura vai adquirir. (ROCHA, 1984:49). Esta escola desenvolveu-se
a partir do interesse de Boas pelo o gnio de um povo e resultou na dcada de 1930,
em estudos de aculturao, de padro de cultura e de cultura e personalidade.
Segundo Laburthe Tolra e Warneir (1997),
Na verdade no podemos deixar de citar que esta escola foi uma reao clara as
anlises de Freud sobre a civilizao, personalidade, religio, totemismo e etc., ou seja,
questes que a antropologia debatia desde seus primrdios. Para exemplificar esta
premissa vejamos o que Freud diz sobre a formao da sociedade ou civilizao;
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coisas. Os preceitos do tabu constituram o primeiro
direito ou lei. A vida comunitria dos seres humanos
teve, portanto, um fundamento duplo: a compulso para o
trabalho, criada pela necessidade externa, o poder do
amor, que fez o homem relutar em privar-se de seu objeto
sexual a mulher e a mulher, em privar-se daquela
parte de si prpria que ela fora separada seu filho. Eros
e Ananke [Amor e Necessidade] se tornaram os pais
tambm da civilizao. (FREUD, 1997:55)
Desta forma Freud acreditava que o interdito ou o tabu do incesto foi uma
escolha que nem sempre foi vista com bons olhos pelo o grupo comunal, na verdade ele
afirma que a fase totmica traz com ela a proibio de uma escolha incestuosa de
objeto, o que constitui, talvez, a mutilao mais drstica que a vida ertica do homem
em qualquer poca j experimentou (FREUD, 1997:59).
Os configuracionistas por sua vez, reagiram a obra de Freud criticando suas
concepes sexistas, o evolucionismo psquico, os instintos biolgicos, diminuram a
importncia do sexo, rejeitaram algumas teorias de cunho antropolgico e investiram
por sua vez em alguns casos clnicos de Freud.
Na verdade boa parte das crticas levantadas a Freud por esta escola diz respeito
fora que este dava aos instintos em detrimento da cultura. Ralph Linton diz,
Mas ento deveramos nos perguntar como esta escola entendia o conceito de
cultura? Segundo Ralph Linton no seu livro Cultura e Personalidade escrito em 1945,
a mudana processada na pesquisa cientfica com relao cultura teve importncia
fundamental quando se deu a passagem do colecionamento de curiosidades para a
concepo de que mais importante do que as diferenas so as similitudes entre as
culturas. Desta forma o fato de que todas as sociedades possuem alguma espcie de
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organizao de parentesco e familiar tem portanto maior significado do que o fato como
observa Linton que as mulheres tibetanas possuem vrios maridos.
A segunda transformao diz respeito segundo o autor acima mencionado, a
verificao de que h muitos problemas que s podem ser resolvidos pelo estudo do
modo de vida de sociedades particulares como um todo. Assim, embora os indivduos
possam reagir a situaes particulares de modos particulares, suas personalidades so
plasmadas pela sua experincia com o modo de vida de sua sociedade como um todo.
Linton ento vai afirmar que o termo cultura refere-se,
Mais adiante Linton acrescenta dizendo que o trabalho do cientista social deve
comear pela investigao de culturas, e dos modos de vida que so caractersticos de
sociedades particulares. Cultura representaria, portanto uma generalizao baseada na
observao e comparao de uma srie de culturas. Mais outro questionamento se
impe. E o que seria uma configurao? Linton resolve esta questo afirmando que para
os interesses especiais dos estudiosos da personalidade uma cultura seria a
configurao de conduta aprendida e resultados de conduta cujos elementos
componentes so partilhados e transmitidos pelos membros de uma sociedade
particular (LINTON, 1979:43) e o termo configurao implica que as vrias condutas
e resultados de conduta que compem uma cultura so organizados dentro de um todo
padronizado (LINTON, 1979: 43).
Passo a Passo Linton vai explicar melhor o que ele entende por conduta
aprendida, resultado de conduta, partilha e transmisso da mesma. Vejamos.
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Esta conduta apreendida limita as atividades que devem ser classificadas como
parte da configurao de qualquer dada cultura quelas cujas formas tem sido
modificadas pelo processo de aprender. Linton ento afirma que nem a conduta
instintiva, nem as necessidades bsicas ou tenses que fornecem as derradeiras
motivaes da conduta no indivduo jamais foram encaradas como partes da cultura, a
despeito de sua evidente influncia sobre a cultura. Para ele o termo conduta deve ser
entendido no seu sentido mais amplo, incluindo todas as atividades do indivduo, quer
pblicas ou privadas, fsicas ou psicolgicas. J a expresso resultado de conduta
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A escola de cultura e personalidade como dissemos anteriormente toda baseada
na psicologia e na psicanlise. Para os propsitos de suas pesquisas R. Linton conceitua
personalidade como,
O conjunto das qualidades mentais do indivduo, isto , a
soma total de suas faculdades racionais, percepes,
idias, hbitos e reaes emocionais condicionadas. ... O
conjunto dessas qualidades forma uma configurao
nica, cujas partes funcionam todas constantemente
relacionadas entre si. (LINTON, 2000:439)
Esta personalidade por sua vez afeta a cultura como a cultura a personalidade. A
personalidade, portanto apresentaria dois aspectos: o de seu contedo e o de sua
organizao. O contedo consistiria nos elementos componentes da personalidade e a
organizao na maneira pela qual estes elementos esto relacionados e orientados entre
si e com a configurao total. Esta personalidade por sua vez possui dois nveis de
organizao: A superficial dependente que seria com as orientaes das culturas, da
existncia de certos interesses dominantes ou de certas finalidades especficas
conscientes, que o indivduo estabelece por si mesmo, e a central que d a
personalidade um carter distintivo. Linton ento vai afirmar que a existncia de
semelhanas de organizao central em vrias personalidades responsvel pelo o que
os psiclogos chamam de tipos psicolgicos como o introvertido, o extrovertido, o
megalomanaco e o paranico.
Assim a cultura responsvel por boa parte do contedo da personalidade e de
sua organizao superficial. Desta forma Linton se pergunta mesmo afirmando no ter
respostas devido carncia de dados, se a cultura pode atingir ou modificar o ncleo
central da personalidade. Certo para este autor que ao nascer o indivduo no possui
uma personalidade e sim a capacidade de desenvolv-la. O indivduo entra em cena com
certas qualidades fisiologicamente determinadas como a existncia de um crebro e de
um sistema nervoso que lhe d potencialidade de pensamento e desta forma ao longo
dos anos, nas suas relaes com o meio ambiente e com outros humanos, ou seja, com a
cultura, ele vai formando o que seria a sua personalidade. Linton ainda faz uma ressalva
afirmando que a formao da personalidade no finda, sim, um processo que est em
constante desenvolvimento e modificao.
Vejamos agora como tais conceitos forma desenvolvidos pelos os componentes
desta escola a exemplo de Ruth Benedict e Margaret Mead.
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1.3 Ruth Benedict e Margaret Mead
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nao militarmente preparada e tecnologicamente bem equipada, mas que no pertencia
tradio cultural do Ocidente.
Quem eram os japoneses e como era preciso se comportar diante deles, tentando
entender 'como teriam se comportado os japoneses e no como nos teramos
comportado no lugar deles, que R. Benedict vai desenvolver sua pesquisa. Sem poder
percorrer o Japo, lendo obras antropolgicas anteriores, aproximando-se da literatura e
do cinema japons e, sobretudo valendo-se da colaborao de nipo-americanos, Ruth
Benedict conseguiu compor um painel fascinante.
Em O Crisntemo e a Espada percebe-se a influncia decisiva do filsofo
Friedrich Nietzsche. R. Benedict com fez Nietzsche props uma distino entre culturas
apolneas e culturas dionisacas. Desta forma a inteno era demonstrar que em diversas
pocas, assim como diferentes sociedades, podem ser caracterizadas pelo predomnio de
Apolo ou de Dionsio ou pela combinao das duas tendncias. Se
por
um
lado
Apolo
aparece
como
o
Deus
de
todas
as
faculdades
criadoras,
Dionsio visto como o
Deus da exaltao, do encantamento ou do xtase.
A concluso da autora de que a cultura japonesa um feixe de contradies,
mas de contradies prodigiosamente integradas. A mo que cultiva o crisntemo
empunha decididamente a espada, que j no um instrumento de agresso, mas um
smbolo de auto-superao.
No menos importante no cenrio da antropologia americana foi Margaret Mead.
Com seis doutoramentos honoris causa, Mead usou declaradamente a etnografia para
dirigir mensagens aos norte-americanos e produzir novas idias no que se refere
construo de gnero e sexualidade. De acordo com Rita Laura Segato,
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Outra inovao creditada a Mead foi o uso de fotografia e filmes como parte da
pesquisa cientfica em antropologia. Desta forma boa parte do material coletado por ela
est no American Museum of Natural History em Nova York, local no qual ela
trabalhou por 50 anos sendo responsvel pela seco de etnografia do Pacfico Sul.
De suas pesquisas vrios livros foram editados como Coming of Age in
Samoa, Macho e Fmea, e Sexo e Temperamento. Segundo Alix de Carvalho em
Coming of Age in Samoa, a problemtica tratada a adolescncia que apresentada
como livre da represso sexual. Este estudo trouxe gua ao moinho dos debates em
curso, sobre a educao puritana das moas americanas, contra a qual se levantava o
feminismo em ascenso. Para Carvalho, Mead observa que em Samoa ... as
adolescentes vivem uma sexualidade esfuziante e livre, no notando dificuldades
psicolgicas ligadas a represso sexual. (Carvalho, 2005:83). Defendendo o
relativismo cultural, Mead assinala que a cultura um fator determinante dos
comportamentos sociais do ser humano, demonstrando que desde a infncia o ser
humano envolvido pelos padres culturais.
Entre 1931 e 1935, M. Mead empreende uma nova pesquisa na Oceania que
resultou no livro Sexo e Temperamento. Os trs grupos estudados so os Arapeshs, os
Mundungumors e os Tchambulis, sociedades que manifestam modos radicalmente
diferentes na diferenciao dos sexos.
Os Arapehs vivem nas montanhas num ambiente natural inspito e as s relaes
entre os sexos so marcadas pela solidariedade e cooperao, o casamento marcado
pela harmonia e entendimento. J os Mundungumors possuem uma vida facilitada pela
agricultura propcia, contudo suas relaes so marcadas desde a infncia pela
frustrao, inveja, agressividade e o estupro a forma costumeira da cpula. Por outro
lado os Tchambulis vivem em um ambiente lacustre no qual se verifica a inverso nos
papis embora a dominao masculina seja ainda de bom tom. Aqui as mulheres
possuem o poder econmico, so ativas, ponderadas, serenas e dinmicas. Os homens
por sua vez so competitivos e ferozes no que diz respeito beleza e ao cerimonial,
estabelecendo relaes extremamente tensas e complicadas.
Alix de carvalho afirma que M. Mead em Sexo e Temperamento observa que:
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procedimentos familiares e institucionais, e a anlise da
construo da personalidade. (CARVALHO, 2005:85)
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cultura e personalidade. Buscamos tambm entender os principais conceitos desta
escola passeando mesmo que de forma concisa pelas principais monografias dos seus
integrantes, a fim de demonstrar o carter atual destes autores que foram responsveis
pelos primeiros passos na direo de estudos sobre sexualidade, gnero, carter
nacional, migraes, racismo etc.
CONSIDERAES FINAIS
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