Arte, Técnica e Estética
Arte, Técnica e Estética
Arte, Técnica e Estética
CAMPINAS
2009
III
Livros Grtis
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FICHA CATALOGRFICA ELABORADA PELA
BIBLIOTECA DO INSTITUTO DE ARTES DA UNICAMP
IV
V
Dedico este trabalho aos Professores e amigos
que estiveram ao meu lado, sempre me
compreendendo nos momentos de stress e
colaborando com profcuas opinies. Acredito
que s h futuro na experimentao se for
munido de verdade e dedicao, e estas foram
palavras de ordem ao me debruar sob esta
pesquisa.
VII
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Ernesto Giovanni Boccara, por ter acreditado no mergulho proposto
meu pai Cassimiro Carvalho Chaves e minha me Walkyria Correa Chaves que
sempre me apoiaram e me deram amor suficiente para sempre correr a traz dos meus
sonhos.
Ao meu amigo Prof. Clarence Jos de Mattos que prestou proveitosas informaes
Por fim aos meus amigos Francisco Bello e Adelino Silva que auxiliaram e
eterno agradecimento.
IX
"A grandeza no consiste em receber honras,
mas em merec-las"
(Aristteles)
XI
RESUMO DA DISSERTAO
XIII
ABSTRACT
The project aims to conduct research on the field of Animation Film. In Chapter 1, there is
an investigation into the Animation Film, tracing a historical parameter of its creation,
evolution and their aesthetic references, divided on the nomenclature "stylistic schools. To
close the chapter, a background of two films that followed the patterns analyzed. Chapter 2
discusses the evolution of the Animation Film, understanding the paradigms of techniques
and technologies; Thus, a combination of techniques, I selected the movie "Horton Hears a
Who" for having a well-crafted aesthetic, building two different worlds that interact in
unique ways. In chapter 3, examines the processes in the manufacture of precious
productions animation using three-dimensional perspective as artistic and aesthetic factor.
There is a possible angle in this first chapter, on the techniques of animation using the
modeling "clay", using factor analytic film "Corpse Bride". The second possible angle, this
chapter, the technical possibilities of digital animation, so I selected the movie "Monster
House," because it is a sophisticated technological development to provide a compelling
story and a substantial plot. In Chapter 4, I checked the possible conclusions about the past,
present and future of Animation Film, is about the technical apparatus of view or the
insertion of new technologies in the construction of concise stories. For this, articulated the
tensions between art, technology and aesthetics as cause and reciprocity between them to
understand the formation and the similarities identification of spectators.
XV
Sumrio
Introduo..............................................................................................................................1
Captulo I ..............................................................................................................................5
Captulo II ...........................................................................................................................53
XVII
Captulo III .........................................................................................................................77
Captulo IV .......................................................................................................................111
Bibliografia Complementar..............................................................................................125
XVIII
Introduo
1
SOLOMON, Charles. - The Art of Animated Image: an Anthology (Los Angeles: The
American Film Institute, 1987).
1
A denominao "cinema" origina-se no cinematgrafo,
inveno.
percepo do movimento.
2
Arte: do latim ars,artis ', isto , maneira de ser ou de agir, habilidade natural ou
adquirida, conhecimento tcnico, habilidade, artifcio, maneira, modo, jeito, profisso,
ofcio, manufatura, habilidade calculada, por vezes, inocente, mas, outras vezes,
implicando dissimulao, artimanha, astcia, engano.Micaellis dicionrio escolar da
lingua portuguesa, So Paulo, Melhoramentos,2002.
2
Algumas das capacidades da animao cinematogrfica sero
virtuais.
afirmar que: a arte no reproduz o que vemos, ela nos faz ver.4.
3
Klee, Paul Dirios, So Paulo, Martins Fontes, 1990.
4
Idem - pg 125.
3
Captulo I
animao
5
EISNER, Will.- Quadrinhos e arte seqencial. So Paulo: Martins Fontes, 1989.
5
O desenvolvimento da animao passa pela evoluo dos
brinquedos ptcos.
sntese do movimento.
6
O mdico Peter Mark Roget apresentou Sociedade Real Britnica o artigo intitulado The
persistence of vision with regard to moving objects em 1824. No artigo, Roget defendia
ainda que o olho humano combine imagens vistas em seqncia em uma nica - em
movimento - se forem exibidas rapidamente, com regularidade e iluminao adequada. A
esse fenmeno foi dado o nome de persistncia da viso ou persistncia retiniana.
6
Por volta de 1828 e 1832 tm-se a criao dos primeiros
desenhos animados.
7
O fenmeno da persistncia retiniana, como princpio destes
7
MACHADO, Arlindo. - Pr-cinemas e ps-cinemas, Campinas, Papirus Editora, 1997
8
Estas descobertas permitiram a criao de muitos aparelhos
9
O aprimoramento permitiu a visualizao de figuras na
uma vez que eles estavam testando a capacidade de uma nova mdia
para projet-las.
cinema.
8
WELLS, Paul.- Understanding Animation. London and New York: Routledge, 1998.
10
Junto das primeiras experincias cinematogrficas pode-se
de animao.
animao).
animao
9
Frame: corresponde a cada um dos quadros (fotogramas) que compem um filme ou
vdeo.
11
No fim desta dcada, os trickfilms deixaram de ser novidade;
animao.
10
SOLOMON, Charles. - The Art of Animated Image: an Anthology (Los Angeles: The
American Film Institute, 1987.
11
CRAFTON, D. Before Mickey: the animated film 1898 1928. Chicago: The University
of Chicago Press, 1993.
12
Aos filmes de animao deste perodo foi dado o nome de
12
Flipagem: a ao de passar as folhas rapidamente, movimentando-as pela borda com
os dedos. A tcnica, at hoje utilizada na animao de desenhos, tem sua origem no
dispositivo ptico mecnico tambm conhecido pelo nome de flipbook. Em animao,
utiliza-se a flipagem para se testar os quadros que esto sendo desenhados.
13
Atribui-se ao francs mile Cohl a paternidade do cinema de animao. Em seus
trabalhos de animao seus personagens possuem contornos bem ntidos ou so apenas
simples linhas esquemticas. A propriedade fundamental de seus filmes a metamorfose.
Seu primeiro filme animado, "Fantasmagorie" (1908), com durao de dois minutos,
consiste em um fluxo de imagens onricas, sem uma estrutura narrativa, mas determinada
por uma lgica interna.
14
As tcnicas do desenho animado, criadas por mile Cohl foram: metamorfose e o uso de
linhas aleatrias para criar novos personagens. As tcnicas do desenho animado, criadas
por Windsor McCay foram: deformaes de propores, exageros de expresses e
estiramentos/compresses dos corpos dos seres, enriquecendo suas narrativas fora do
comum com personagens que misturavam estranheza e comicidade.
15
Caractersticas fsicas, psicolgicas, sociais, ideolgicas e/ou morais.
13
Foram vrios anos de arte - experimental at se chegar a
artstico.
16
Os 12 princpios bsicos da animao podem e devem ser levados em considerao aos
animadores, tanto para a animao tridimensional quanto para a bidimensional, so:
Comprime e Estica (squash e stretch), Antecipao, Enquadramento, Animao Direta
(Straight ahead) ou Pose a Pose (Frame to frame), Follow Through, Slow In e Slow Out,
Arcos, Aes secundrias, Exagero, Design atraente, Aparncia e Desenho slido.
17
THOMAS, Frank; JOHNSON, Ollie. The Illusion of Life. New York: Abbeville Press,
1981.
18
Obra narrativa a partir da manipulao de imagens seqenciais, que geram a percepo de
movimento no tempo e espao pela tcnica de filmagem frame a frame.
14
plano surge a criao de personagens animados19 que se tornariam
entretenimento
19
Seres imaginrios que apresentam aspectos visuais e auditivos atravs dos quais
referenciam a personalidade humana (podendo apresentar caractersticas fsicas,
psicolgicas, sociais, ideolgicas e/ou morais) e ganham vida nos filmes de animao.
20
So inmeros os exemplos de personagens animados, criadas neste perodo: o palhao
Koko, o marinheiro Popeye, Betty Boop, o gato Felix e Mickey Mouse (apenas para citar
alguns que se fazem presentes ainda hoje na programao matinal das redes de televiso e
esto vivas no imaginrio popular h mais de setenta anos).
15
-mento dos personagens e objetos sobre uma folha de acetato -
cinematogrficas.
21
Trabalhar em equipe, em uma mesma obra utilizando o emprego de mesas de luz, de
rguas de registro e de folhas de acetato transparente, a diviso especializada de tarefas e a
rotoscopia.
22
BARBOSA JNIOR, Alberto Lucena. - Arte da animao. Tcnica e esttica atravs da
histria. So Paulo: SENAC, 2002. p. 63-64.
16
O cinema de animao da dcada de 40, do sc. XX, evoluiu,
Ocidente.23
produo.
23
CRAFTON, D. Before mickey: the animated film 1898 1928. Chicago: The University
of Chicago Press, 1993.
17
24
de cartoon . Neste perodo seriam fundados novos estdios de
a computao grfica.
24
Desenho humorstico acompanhado ou no de legendas, de carter extremamente crtico
retratando de forma sintetizada algo que envolve o dia-a-dia de uma sociedade.
18
25
desenhos. Esta tcnica possibilitou ao desenho animado uma
suavizando o movimento.
25
RIGBY, Rita. Hanna-Barberas Morning Toons. Step-by-Step Magazine, Editora
Dynamic Graphics, Ilinois, Novembro/Dezembro de 1988.
19
As produes cinematogrficas do gnero animao sofreram
20
espao nas salas de cinema em todo o mundo, intensificando sua
animao cinematogrfica
plano de contedo. 26
26
BARTHES, Roland. Elementos de semiologia. So Paulo: Cultrix, 1985.
27
SANTAELLA, Lcia; NOTH, Winfried. IMAGEM Cognio, Semitica, Mdia. So
Paulo: Iluminuras, 2001.
21
caractersticas humanas em uma exibio cinematogrfica devido a
cinematogrficas.
28
Micaellis dicionrio escolar de lingua portuguesa, So Paulo, Melhoramentos, 2002.
22
Considerarei os traos estilsticos que os artistas, diretores e
perfeio dos traos que compem os desenhos para ser uma arte
29
Leitmotiv (do alemo, motivo condutor ou motivo de ligao) termo composto,
expresso idiomtica naquele originrio vernculo, para significar genericamente qualquer
causa lgica conexiva entre dois ou mais entes quaisquer.
30
MALTIN, Leonard. Of mice and Magic: A history of american animated cartoons. New
York: Plume Book, 1987.
23
Iniciarei pelo padro de animao oriental, a fim de compor o
31
O Teatro de Sombras surgiu na China, por volta de 5.000 a.C. e consistem em uma
projeo, sobre paredes ou telas de linho, de figuras humanas, animais ou objetos. O
espetculo costuma atrair multides graas ao seu peculiar encanto artsticas.
24
ganhou a denominao de anime32. O anime a animao de
32
Para os japoneses, anime tudo o que seja desenho animado, seja ele estrangeiro ou
nacional. Para os ocidentais, anime todo o desenho animado que venha do Japo.
25
estdios Walt Disney, MGM, Hanna Barbera (animao tradicional)
26
1.3 Padres Estticos, Interpretaes e Anlises possveis sobre
das
interpretaes e anlises.
27
-fico conhecido como fico cientfica), o filme Akira um exemplo
psicocinticas).
juventude, sobre a
28
dia Akira vai despertar. A cidade japonesa de Tquio foi destruda e
destes grupos, liderado por Kaneda, est envolvido numa luta com
33
De acordo com Lawrence Person: "Os personagens do cyberpunk clssico so seres
marginalizados, distanciados, solitrios, que vivem margem da sociedade, geralmente
em futuros despticos onde a vida diria impactada pela rpida mudana tecnolgica,
uma atmosfera de informao computadorizada ambgua e a modificao invasiva do
corpo humano." (PERSON, Lawrence. Notes Toward a Postcyberpunk Manifesto. Nova
Express, Austin, 1998)
29
enfurecido, e amplia seus poderes, sua forma fsica sofre algumas
incontrolvel.
motoqueiros cyberpunks.
30
ao encontro dos outros amigos. Ento, a energia comprimida e
filme AKIRA
modelo VOLVOISMO.
31
O toyotismo surgiu no Japo, nas fbricas da empresa Toyota
administradores.
quanto pela empresa, sobretudo pelo trabalhador que nunca far nada
32
sobretudo a robtica, que tem seu maior desenvolvimento no Japo
organizacional. 34
flexibilizao de funes.
34
STIGLITZ, Joseph E. A Globalizao e seus malefcios: A promessa no cumprida de
benefcios globais. Ed. Futura, So Paulo, 4 Edio - 2003
33
terceirizao de servios com a conseqente subcontratao de
trabalhistas.35
35
GIUCCI, Guillermo. A vida cultural do automvel: percursos da modernidade cintica.
Ed. Civilizao Brasileira, So Paulo, 2004
34
36
de uma poltica econmica restritiva e restrita. Este fato foi
35
transformou a informao em espetculo. Arriscamo-nos a confundir
trazer a salvao.
36
calma e segura para entender os acontecimentos. O ritmo frentico
harmonia.
37
em sua produo cinematogrfica. Tinha inicialmente dois
38
Como introduo ao filme exibido um pequeno
est indo para seu casamento. Mesmo atrasado pega vrios atalhos
39
No entanto, o Sr. Incrvel salva as pessoas do assistente e entrega o
me acontecer?.
consigo, e est na fase difcil entre ser uma criana e ser um adulto;
40
esconder. Enquanto Flecha, um garoto questionador e hiperativo
professor.
41
aparatos tecnolgicos ser o novo heri, provando ento sua tese de
munida de uniforme para toda a famlia, vai com os filhos para uma
42
aparecem para salvar a cidade e destruir o rob.
mais comum. 38
filme OS INCRVEIS
38
Trexo retirado da entrevista concedida por Brad Bird (diretor do filme OS INCRVEIS)
contida no DVD duplo, lanado em 2004.
43
na economia norte-americana que no conseguia reproduzir os
fez de tudo para ser seu ajudante), transformou-o num vilo, criando
44
Budy, vai apostar todas suas fichas na criao de armas e aparatos
39
SENNETT, Richard. A Cultura do Novo Capitalismo. Ed. Record, So Paulo, 2006
45
A poltica americana norteava-se no etnocentrismo no qual a
dos EUA. 40
40
SENNETT, Richard. A Cultura do Novo Capitalismo. Ed. Record, So Paulo, 2006
46
imprevisvel de seus esquemas de segurana e por no saber de
diante da populao.
41
BAUMAN, Zygmunt. Tempos Lquidos. Ed. Jorge Zahar, Rio de Janeiro, 2007
47
A sociedade contempornea passou por mudanas, em
modernidade. Esta, por sua vez, possui diversos pases como agentes
42
STIGLITZ, Joseph E.. Globalizaao - Como dar certo. Ed. CIA DAS LETRAS, So
Paulo, 2007
48
O que se mundializou, por exemplo, no foi somente o Mc
43
SENNETT, Richard. A Cultura do Novo Capitalismo. Ed. Record, So Paulo, 2006
49
fraternais em benefcio do individualismo. Contra essa tendncia,
50
invencvel passou a sofrer a possibilidade concreta e real de ser
mutante.
44
SENNETT, Richard. A Corroso do Carter. Ed. Record, So Paulo, 2004
51
Captulo II
animao
53
. O filme deve adquirir um tom de imaginao conceitual que
45
consiga alcanar a realidade sem precisar copi-la. As
tridimensional.
45
Cabrera, Julio - O Cinema Pensa, So Paulo, Rocco, 2006.
54
tecnolgicas, convergiram para as produes de animaes
de dimenses visveis.
55
cinematogrfica. Seriam necessrios outros instrumentos para,
cinematogrficas
56
posteriormente serem colocados sobre uma folha de acetato. Aps
propriamente.
tecnolgicos.
de animao vetorial.
47
Uma Graphics Tablet (ou mesa digitalizadora, no Brasil) um dispositivo perifrico de
computador que permite a algum desenhar imagens diretamente no computador,
geralmente atravs de um software de tratamento de imagem. Graphics Tablet consiste em
uma superfcie plana sobre a qual o utilizador pode "desenhar" uma imagem usando um
dispositivo semelhante a uma caneta, denominado "stylus". A imagem geralmente no
aparece no tablet propriamente dito, mas exibida na tela do computador.
57
Roger Rabbit), de 1988, dirigido por Robert Zemeckis, produzido
58
fazer uma descrio das particularidades da produo. Em seguida,
interpretao e anlise.
Quem
pblico.
59
das escolas estilsticas ocidentais), numa construo esttica criativa,
60
qualquer realidade e na quarta fase que a realidade o seu
prprio simulacro. 48
digital.
48
BAUDRILLARD, Jean. Simulacros e Simulao. Coleo Antropos. ed. Relgio
D"gua, Lisboa 1991.
61
O movimento do personagem principal (Horton) foi otimizado
49
Palavra utilizada no software para denominar a ferramenta utilizada no processo de incluir
um esqueleto ao seu personagem modelado em uma superfcie tridimensional. Os Rigs so
utilizados para queo objeto ou personagem possa ganhar movimentos na animao.
62
Estes exageros seriam para tornar mais divertida as
Horton.
63
A cena que abre o filme apresenta as caracteristicas bsicas
determinados desafios.
conservadora e autoritria.
64
Antes de a Canguru chegar at Horton, ele se coloca a
vivo, mas segundos depois, imagina que poderia ser uma famlia e,
gro.
gro branco. Ele comenta com a canguru que existe algum no gro
e que uma vida e precisa de sua ajuda. Mas ela no acredita nele e
padres, se quiser continuar sendo parte dela tem que agir dentro
das regras.
65
que no pode ser diretamente percebida, oferece ao indivduo uma
lndia, com um prefeito dito justo e dedicado, porm tolo com suas
filho primognito suceder seu pai na prefeitura. Mas seu filho Joj
50
ELIAS, Norbert . A Sociedade dos indivduos..Jorge Zahar, Rio de Janeiro 1992.
66
Voltando ao mundo macro, o espectador observa Horton,
est louco.
os membros da comisso.
67
amigos presenciais somente virtuais, a passagem prope uma
51
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Liquida. Jorge Zahar, Rio de Janeiro.1 Edio -
2001.
68
Por perceber que habitam um mundo microscpio, o prefeito
69
que ali existe uma pessoa e no importa o tamanho dela. Uma pessoa
uma pessoa.
com medo, decide atravessar a ponte, pois sua meta salvar o gro
entusiasmado, dizendo que se sente to bem e sabe que deve ser sua
nova motivao.
alertado por sua esposa que deveria colocar suas filhas para dormir.
eu sei que estou sendo um pouco duro quanto ao seu futuro. Voc
pode ser qualquer tipo de prefeito, no precisa ser do meu tipo. Pode
70
autoritrio que impe ao filho o seu futuro, constrangendo-o na
uma moita de grama e diz que veio avis-lo do perigo que corre. O
flor, pois, afinal dera sua palavra. Horton alerta o prefeito sobre o
a todos.
71
Horton persistente e segue o abutre, escalando uma montanha
72
Para escapar, Horton precisaria retratar-se diante de todos os
era tudo uma criao. Mesmo com medo, ele decide tomar partido
quem gritarem o mais alto que puderem para mostrar que esto
iguais.
73
A compatibilizao entre contedo e tcnica no filme Horton
74
atividade do alfaiate ou do marceneiro. Nesses produtos residuais,
inserido no grande. 52
existir. Ele est atento a tudo que possa referir-se ao manter uma
52
BENJAMIM, Walter. Reflexes sobre a criana, o brinquedo e a educao. Editora 34
e Livraria Duas Cidades, So Paulo, 2002 pp.103 e 104.
75
A perseverana das suas aes garante as adeses futuras (no
Amar o perdido,
Deixa confundido,
Este corao.
No pode o olvido,
Apelo do no.
As coisas findas,
Estas ficaro.
53
ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia Poetica. Editora Record, So Paulo, 33
Edio - 2001
76
Captulo III
animao cinematogrfica.
77
considerao sua tcnica de manipulao de materiais e sua esttica
78
imagens com pequenos movimentos graduais de um objeto ou
fotografa.
54
BARBOSA JNIOR, Alberto Lucena. - Arte da animao. Tcnica e esttica atravs
da histria. So Paulo: SENAC, 2002. p. 63-64.
79
aprimoravam gradativamente, na busca de novos materiais e formas
80
mundo na criao de bonecos para animao em Stop motion. Este
se necessrio.
81
Com esta tcnica foi possvel aos animadores verificar o que
55
filmavam. O auxlio do computador e do vdeo assist , nas
55
A origem do Video Assist - Embora existam verses que deturpam a real veracidade das
coisas, o sistema de Video Assist tem como mentor e impulsionador o comediante Jerry
Lewis. Embora ajam rumores que ele apenas tenha comprado a idia a um ingls (Lewis
patenteou o sistema) que foi para as Amricas com uma idia nova para ajudar a fazer
filmes. A verdade que foi Lewis a estrear um sistema auxiliar de modo a facilitar o
desempenho, como ator e realizador em simultneo, tendo usado pela primeira vez no filme
"The Bellboy" em 1960, usando na altura uma cmera de vdeo anexada cmera de filmar
para que assim pudesse ver o desenrolar da ao.
82
eles tendiam ao desequilbrio por serem bem altos, magros e de ps
o rosto.
83
destreza, percia e ligeireza ao filme, tornando-o, no apenas uma
56
Frase retirada da declarao de Johnny Depp (ator que faz empresta sua voz ao
protagonista, Vitor Van Dorf no filme A Noiva cadver), contida nos extras do DVD.
57
Ferrtipo - Imagem produzida pelo processo de coldio mido sobre uma fina plaqueta de
ferro esmaltada com laca preta ou marrom. Inventado pelo norte-americano Hamilton
Smith, como uma derivao do processo de coldio mido, em 1856. (denominao retirada
da Enciclopdia Ita Cultural Artes visuais)
58
Daguerretipo - Imagem produzida pelo processo positivo criado pelo francs Louis-
Jacques-Mand Daguerre (1787-1851). No daguerretipo, a imagem era formada sobre uma
fina camada de prata polida, aplicada sobre uma placa de cobre e sensibilizada em vapor de
iodo, sendo apresentado em luxuosos estojos decorados - inicialmente em madeira revestida
de couro e, posteriormente, em baquelite - com passe-partout de metal dourado em torno da
imagem e a outra face interna dotada de elegante forro de veludo.
59
Desaturar Nomenclatura dada ao filtro que converte uma imagem para tons de cinza,
configurando a saturao de cada cor do pixel para zero.
84
estria baseada livremente em algum perodo vitoriano60,
60
A Era Vitoriana no Reino Unido foi o perodo do reinado da Rainha Vitria, em
meados do Sculo XIX, a partir de Junho de 1837 a Janeiro de 1901.
61
Frase retirada da declarao de Mike Johnson (um dos diretores de A Noiva cadver)
sobre a produo do filme, contida nos extras do DVD.
85
3.2.2. Resumo da Estria e possvel anlise do filme A Noiva
Cadver
estria de amor.
Vitor liberta a borboleta, que inicia seu voo saindo pela janela e
62
Os filmes "Noirs" foram historicamente filmados em preto-e-branco e eram
caracterizados pelo alto contraste, com razes na cinematografia caracterstica do
Expressionismo alemo.
86
detalhes do casamento, j que o enlace servir para erguer o status
da famlia na sociedade.
famlias.
87
Afetado pelo fato, o jovem foge da igreja e corre na direo de
88
Do outro lado, no mundo dos mortos, a noiva cadver
ela deveria conhecer seus pais, que ainda esto vivos. A noiva
89
pais dela a ajud-lo, mas sua famlia no aceita. Ela foge para tentar
seu quarto. Diante de uma situao difcil, o Lord sugere para os pais
90
Victoria aproveita-se do momento e foge, seguindo a
Lord decide beber o lquido que est em uma taa sobre a mesa. Na
taa havia o veneno que seria bebido pelo noivo como aliana do
91
Este formato de animao cinematogrfica somente foi
computao grfica.
92
forma mais aguda, a verossimilhana com os modos dos seres
93
64
Foi a animao Toy Story , de 1995, considerada
real.
64
O filme Toy Story foi produzido pelo estdio Pixar e lanado pela Walt Disney Pictures
em parceria com a Buena Vista Distribution em novembro de 1995
Esta simulao pode ser caracterizada pela experimentao como um campo simblico,
sabendo que o real pode ser simulado dando lugar aos sistemas que compem um real
atravs dos signos. Lcia Santaella prope que o "Signo uma coisa que representa uma
outra coisa: seu objeto.Ele s pode funcionar como signo se carregar esse poder de
representar, substituir outra coisa diferente dele. (SANTAELLA, Lucia. O que
Semitica. So Paulo: Brasiliense. 1983)
94
o filme A Casa Monstro trata-se de um aprimoramento de
personagens.
Casa Monstro
domnio.
95
Em uma animao tridimensional digital, tradicionalmente
inicialmente.
sorrisos.
filmagens.
96
Durante o processo da Performance capture os
97
Este esqueleto humano foi revestido de pele para, enfim, gerar
Monstro
98
suspense/terror na medida certa. Pois, se por um lado, o filme lida
chegar ao cho a folha, entre outras, levada com o vento feito por
frente.
99
sarem. Boco, amigo de D.J., chega por trs do carro. Os pais
est fora da casa junto a seu amigo e, ainda, assustado por ver seu
qual ligou foi da casa do vizinho. O garoto liga para seu amigo
100
casa no meio da noite. Ao sair ouve uma estria sinistra, contada
D.J. diz a seu amigo que est sendo aterrorizado pelo vizinho, Sr.
101
e correm para alert-la do perigo. No conseguem chegar a tempo. A
acredita no fato de ter algo errado com a casa. Sem que haja
(uma criao ou uma lenda ?), que mata seus inimigos. Esclarece,
acabar com a casa. Decidem pela entranda na casa e para isso criam
102
crianas so trazidas para dentro da casa dentro do carro, mas
da casa.
mas seu dio passa casa, ficando esta possuda pelo dio de
103
crianas saem para pedir doces, pois noite de halloween. Sr.
destruindo o monstro.
garotos, que foram quarenta e cinco anos preso e agora ele e sua
halloween.
104
Em A Noiva Cadver, num ambiente da Era Vitoriana, os
que ter vida neste perodo britnico. O perodo vitoriano, com sua
e esposas para que um dos cnjuges ficasse com o dote, era uma
105
incio arranjado, para resolver a falncia das duas famlias torna a
entre dois jovens que com esta atitude subverte o clima vitoriano de
constrangimento felicidade.
entre as crianas com os adultos, pois estes devem dar aos jovens
totalidade deste ltimo e algo mais alm disso, algo que no pode ser
106
sem modificaes profundas; pois o reino da fantasia depende,
teste de realidade. 65
possveis;
65
FREUD,Sigmund. Obras Completas, in Estranho. Editora Imago, 1989 - pg 28
107
e esse problema eliminado desde o incio pelos postulados do
(...)66
66
FREUD,Sigmund. Obras Completas, in Estranho. Editora Imago, 1989 - pg 28
67
Idem - pg 31
108
holloween com a certeza de terem passado por uma experincia
haviam sido reprimidos revivem uma vez mais por meio de alguma
que,
68
FREUD,Sigmund. Obras Completas, in Estranho. Editora Imago, 1989 - pg 28
109
gradativamente, vai conquistando o espectador convocando-o a
110
Captulo IV
4. Concluses possveis
de seduzir o pblico.
111
O advento do computador e a insero das tecnologias digitais
112
e o desconhecimento do uso de culos especiais para este tipo de
causado ao pblico.
113
que feito por softwares especficos, reduzindo as oscilaes na
realistas.
69
Renderizao o processo pelo qual se pode obter o produto final (udio ou filme Live
action ou animao) de um processamento digital de acordo com softwares especficos.
70
O termo Programao procedural (ou programao procedimental) pode se referir um
paradigma de programao baseado no conceito de chamadas a procedimento.
Procedimentos, tambm conhecidos como rotinas, subrotinas, mtodos, ou funes (que no
devem ser confundidas com funes matemticas, mas so similares quelas usadas na
programao funcional) simplesmente contm um conjunto de passos computacionais a
serem executados. Onde um determinado procedimento pode ser chamado a qualquer hora
durante a execuo de um programa, inclusive por outros procedimentos ou por si mesmo.
71
Poligonal um conjunto de segmentos de reta consecutivos e no pertencentes a mesma
reta. Uma malha poligonal uma coleo de faces (onde cada uma um conjunto de
vrtices) que definem um objeto tridimensional nos campos da computao grfica e da
modelagem tridimensional. As faces geralmente so constitudas de tringulos ou
quadrilteros, uma vez que estas formas simplificam o processo de renderizao.
114
O dispositivo por si no contem o elemento artstico, ele est
animao.
115
que possui atualmente na indstria do entretenimento. Os filmes de
entretenimento.
veramos. 72
72
Cabrera, Julio - O Cinema Pensa, So Paulo, Rocco, 2006.
116
A opo por assuntos mais condizentes faz com que os filmes
verdadeira.
117
BIBLIOGRAFIA BSICA
COMENTADA
119
AUMONT, Jacques - O Olho Interminvel, So Paulo, Cosac Naify, 2004
Este livro contribuir para respaldar a compreenso das formas de olhar uma obra
de arte, notadamente a do cinema de animao tridimensional. Nele encontrei referncias
ricas que sero utilizadas ao longo da confeco da dissertao, melhorando o
entendimento sobre a esttica montagem dos personagens e dos cenrios.
121
DUBOIS, Phillippe - Cinema, Vdeo, Godard, So Paulo, Cosac e Naify, 2004.
________________ - O Ato Fotogrfico, Campinas, Papirus, 2004.
DUBY, George - Idade Mdia, Idade dos Homens, So Paulo, Companhia das letras, 1989.
KOTT, Jan Shakespeare, Nosso Contemporneo, So Paulo, Cosac e Naify, 2003.
122
SHOHAT, Ella e STAM, Robert Crtica da Imagem Eurocntrica, So Paulo, Cosac e
Naify, 2006.
WILLIAMS, Richard - The Animators Survival Kit, London-New York, Faber and
Faber, 2001
123
MACHADO, Arlindo - Arte e Mdia, Rio de Janeiro, Jorge Zahar,2007.
__________________ - Pr-cinemas e Ps-cinemas, Campinas, Papirus, 1997.
__________________ - Sujeito na Tela, So Paulo, Paulus Editora, 2007.
SANTAELLA, Lcia - A Teoria Geral dos Signos, So Paulo, Thomson Pioneira, 2000.
__________________ - O Que Semitica, So Paulo, Brasiliense, 2003.
__________________- A Percepo, So Paulo, Experimento, 1998.
As obras fazem um apanhado muito bem escrito por Lcia Santaella sobre a obra
lgica e filosfica de Charles Sanders Peirce, um dos mais importantes pensadores
americanos de todos os tempos. Os dois primeiros livros oferecem um panorama
aprofundado sobre os principais fundamentos da teoria geral dos signos, suas leis e a
estruturao geral do pensamento, como as linguagens significam as coisas. O terceiro livro
trata de um tema que perpassa as reas da psicologia, esttica, msica, artes e filosofia e,
apresentada neste sob o ponto de vista da Semitica, que supera a dicotomia tradicional
(aquele que percebe e aquilo que percebido) interpolando entre eles o universo dos
signos, ou seja, uma viso tridica e dialtica da percepo.
Os livros acima citados traro a minha pesquisa um enriquecimento
incomensurvel, pois daro o arcabouo necessrio para a percepo e compreenso dos
signos impressos nos filmes de animao tridimensional.
124
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
125
ANDRADE, Carlos Drummond de - Antologia Poetica. Editora Record, So Paulo, 33
Edio 2001
BAUDRILLARD, Jean - Simulacros e Simulao. Coleo Antropos. Ed. Relgio
D"gua, Lisboa 1991.
BARTHES, Roland - Elementos de semiologia. So Paulo. Cultrix, 1985.
_______________ - Critica E Verdade. So Paulo. Ed. Perspectiva, 3 Edio - 1999.
BAUMAN, Zygmunt - Tempos Lquidos. Ed. Jorge Zahar, Rio de Janeiro, 2007
BENJAMIN, Walter - Reflexes sobre a criana, o brinquedo e a educao. Editora 34 e
Livraria Duas Cidades, So Paulo, 2002
________________ - A Historia De Uma Amizade. Ed. Perspectiva, So Paulo, 2006
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GIUCCI, Guillermo - A vida cultural do automvel: percursos da modernidade cintica.
Ed. Civilizao Brasileira, So Paulo, 2004
KLEE, Paul Dirios, So Paulo, Martins Fontes, 1990.
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Cultura, So Paulo, 1 Edio 2009.
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Animated Filmmaking. Three Rivers Press, 1 Edio 1998.
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Campinas, 1994.
MANSSOUR, Isabel Harb; COHEN, Marcelo - Introduo Computao Grfica.
Tutorial aceito para apresentao no SIBGRAPI 2006 e publicao na Revista de
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1998
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SANTOS, Milton - Por Uma Outra Globalizao: Do pensamento nico a conscincia
universal. Ed. Record, So Paulo, 17 Edio 2004
SENNETT, Richard - A Cultura do Novo Capitalismo. Ed. Record, So Paulo, 2006
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128
Livros Grtis
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