Lei Das Financas Locais PDF
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do no arbtrio e da solidariedade recproca, e carece de lticas de convergncia a que Portugal se tenha vinculado
audio prvia dos rgos constitucional e legalmente no seio da Unio Europeia.
competentes dos subsetores envolvidos. 2 A coordenao referida no nmero anterior efe-
tua-se atravs do Conselho de Coordenao Financeira,
Artigo 9. sendo as autarquias locais ouvidas antes da preparao
do Programa de Estabilidade e Crescimento e da Lei do
Princpio da equidade intergeracional
Oramento do Estado, nomeadamente quanto sua parti-
1 A atividade financeira das autarquias locais est cipao nos recursos pblicos e evoluo do montante
subordinada ao princpio da equidade na distribuio de global da dvida total autrquica.
benefcios e custos entre geraes, de modo a no onerar 3 Para efeitos do disposto no presente artigo, podem
excessivamente as geraes futuras, salvaguardando as igualmente ser estabelecidos deveres de informao e re-
suas legtimas expetativas atravs de uma distribuio porte adicionais tendo em vista habilitar as autoridades na-
equilibrada dos custos pelos vrios oramentos num qua- cionais com a informao agregada relativa organizao
dro plurianual. e gesto de rgos e servios das autarquias locais.
2 O princpio da equidade intergeracional implica a
apreciao da incidncia oramental: Artigo 12.
a) Das medidas e aes includas no plano plurianual Conselho de Coordenao Financeira
de investimentos; 1 O Conselho de Coordenao Financeira (CCF)
b) Do investimento em capacitao humana cofinan- composto por:
ciado pela autarquia;
c) Dos encargos com os passivos financeiros da au- a) Um representante do membro do Governo respon-
tarquia; svel pela rea das finanas;
d) Das necessidades de financiamento das entidades b) Um representante do membro do Governo respon-
participadas pela autarquia; svel pela rea das autarquias locais;
e) Dos compromissos oramentais e das responsabili- c) Um representante da Direo-Geral do Oramento;
dades contingentes; d) Um representante do Gabinete de Planeamento, Es-
f) Dos encargos explcitos e implcitos em parcerias tratgia, Avaliao e Relaes Internacionais do Ministrio
pblico-privadas, concesses e demais compromissos fi- das Finanas;
nanceiros de carter plurianual; e) Um representante da Autoridade Tributria e Adu-
g) Da despesa fiscal, nomeadamente compromissos aneira (AT);
futuros decorrentes de isenes fiscais concedidas, pelos f) Um representante da Direo-Geral das Autarquias
Locais (DGAL);
municpios, ao abrigo do artigo 16..
g) Dois representantes da Associao Nacional de Mu-
nicpios Portugueses (ANMP);
Artigo 10.
h) Dois representantes da Associao Nacional de Fre-
Princpio da justa repartio dos recursos pblicos guesias (ANAFRE).
entre o Estado e as autarquias locais
1 A atividade financeira das autarquias locais de- 2 Os representantes previstos nas alneas a) a f) do
senvolve-se no respeito pelo princpio da estabilidade das nmero anterior so designados por despacho dos membros
relaes financeiras entre o Estado e as autarquias locais, do Governo responsveis pelas reas das finanas e das
devendo ser garantidos os meios adequados e necessrios autarquias locais.
prossecuo do quadro de atribuies e competncias 3 O CCF presidido pelo representante do membro
que lhes cometido nos termos da lei. do Governo responsvel pela rea das finanas, a quem
2 A participao de cada autarquia local nos recur- compete convocar as reunies e dirigir os respetivos tra-
sos pblicos determinada nos termos e de acordo com balhos.
os critrios previstos na presente lei, visando o equilbrio 4 O CCF rene ordinariamente duas vezes por ano,
financeiro vertical e horizontal. at 15 de maro e at 15 de setembro, antes da apresentao
do Programa de Estabilidade e Crescimento e da Lei do
3 O equilbrio financeiro vertical visa adequar os
Oramento do Estado, respetivamente, e, extraordinaria-
recursos de cada nvel de administrao s respetivas atri-
mente, por iniciativa do seu presidente ou de um tero dos
buies e competncias, nos termos da lei.
seus membros.
4 O equilbrio financeiro horizontal pretende pro- 5 Nas reunies ordinrias do CCF participa um repre-
mover a correo de desigualdades entre autarquias do sentante do Conselho de Finanas Pblicas, com estatuto
mesmo grau resultantes, designadamente, de diferentes de observador.
capacidades na arrecadao de receitas ou de diferentes 6 Ao CCF compete promover a troca de informao
necessidades de despesa. entre os seus membros, nomeadamente entre os represen-
tantes da administrao central e das autarquias locais.
Artigo 11. 7 Os membros do CCF tm acesso antecipado, no-
Princpio da coordenao entre finanas meadamente seguinte informao:
locais e finanas do Estado
a) Projees dos principais agregados macroeconmi-
1 A coordenao entre finanas locais e finanas do cos com influncia no Oramento do Estado, na segunda
Estado tem especialmente em conta o desenvolvimento reunio ordinria do ano;
equilibrado de todo o Pas e a necessidade de atingir os b) Linhas gerais da poltica oramental do Governo, nome-
objetivos e metas oramentais traados no mbito das po- adamente quanto s medidas com impacto na receita fiscal;
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c) Aos documentos de prestao de contas relativas ao h) O rendimento de bens prprios, mveis ou imveis,
exerccio anterior, ainda que numa verso provisria, na por eles administrados, dados em concesso ou cedidos
primeira reunio ordinria do ano; para explorao;
d) Estimativas da execuo oramental do exerccio em i) A participao nos lucros de sociedades e nos resulta-
curso, na segunda reunio ordinria do ano; dos de outras entidades em que o municpio tome parte;
e) Projetos dos quadros plurianuais de programao j) O produto de heranas, legados, doaes e outras
oramental, ainda que numa verso provisria, na segunda liberalidades a favor do municpio;
reunio ordinria do ano. k) O produto da alienao de bens prprios, mveis ou
imveis;
8 Pode, ainda, ser definida a prestao de informao l) O produto de emprstimos, incluindo os resultantes
adicional estabelecida no nmero anterior, mediante da emisso de obrigaes municipais;
regulamento a aprovar para o efeito pelo CCF. m) Outras receitas estabelecidas por lei ou regulamento
9 A informao referida nas alneas c) a e) do n. 7 a favor dos municpios.
disponibilizada pelo CCF no Sistema Integrado de Infor-
Artigo 15.
mao das Autarquias Locais (SIIAL), at 10 dias antes
da data da realizao da reunio respetiva. Poderes tributrios
10 O CCF remete aos membros do Governo respon- Os municpios dispem de poderes tributrios relativa-
sveis pelas reas das finanas e das autarquias locais, at mente a impostos e outros tributos a cuja receita tenham
30 dias aps a realizao das reunies previstas no n. 4, direito, nomeadamente:
um relatrio onde conste a informao trocada e as res-
petivas concluses. a) Acesso informao atualizada dos impostos mu-
nicipais e da derrama, liquidados e cobrados, quando a
Artigo 13. liquidao e cobrana seja assegurada pelos servios do
Estado, nos termos do n. 6 do artigo 17.;
Princpio da tutela inspetiva b) Possibilidade de liquidao e cobrana dos impostos
1 O Estado exerce tutela inspetiva sobre as autarquias e outros tributos a cuja receita tenham direito, nos termos
locais e as restantes entidades do setor local, a qual abrange a definir por diploma prprio;
c) Possibilidade de cobrana coerciva de impostos e
a respetiva gesto patrimonial e financeira.
outros tributos a cuja receita tenham direito, nos termos a
2 A tutela inspetiva s pode ser exercida segundo as definir por diploma prprio;
formas e nos casos previstos na lei, salvaguardando sempre d) Concesso de isenes e benefcios fiscais, nos ter-
a democraticidade e a autonomia do poder local. mos do n. 2 do artigo seguinte;
e) Compensao pela concesso de benefcios fiscais
relativos a impostos e outros tributos a cuja receita tenham
TTULO II direito, por parte do Governo, nos termos do n. 4 do artigo
Autarquias locais seguinte;
f) Outros poderes previstos em legislao tributria.
em caso de discordncia expressa do respetivo municpio para os municpios de receitas tributrias que lhes sejam
comunicada dentro daquele prazo, atravs de verba a ins- prprias.
crever na Lei do Oramento do Estado. 9 Os crditos tributrios ainda pendentes por refern-
5 Para efeitos do nmero anterior, consideram-se cia a impostos abolidos so considerados para efeitos de
grandes projetos de investimento, aqueles que esto defi- clculo das transferncias para os municpios relativamente
nidos nos termos e nos limites do n. 1 do artigo 41. do aos impostos que lhes sucederam.
Estatuto dos Benefcios Fiscais.
6 Os municpios so ouvidos antes da concesso, por Artigo 18.
parte do Estado, de isenes fiscais subjetivas relativas a
Derrama
impostos municipais, no que respeita fundamentao da
deciso de conceder a referida iseno, e so informados 1 Os municpios podem deliberar lanar anualmente
quanto despesa fiscal envolvida, havendo lugar a com- uma derrama, at ao limite mximo de 1,5 %, sobre o
pensao em caso de discordncia expressa do respetivo lucro tributvel sujeito e no isento de imposto sobre o
municpio. rendimento das pessoas coletivas (IRC), que corresponda
7 Excluem-se do disposto do nmero anterior as proporo do rendimento gerado na sua rea geogrfica
isenes automticas e as que decorram de obrigaes por sujeitos passivos residentes em territrio portugus
de direito internacional a que o Estado Portugus esteja que exeram, a ttulo principal, uma atividade de natureza
vinculado. comercial, industrial ou agrcola e no residentes com
8 Os municpios tm acesso respetiva informao estabelecimento estvel nesse territrio.
desagregada respeitante despesa fiscal adveniente da 2 Para efeitos de aplicao do disposto no nmero
concesso de benefcios fiscais relativos aos impostos anterior, sempre que os sujeitos passivos tenham estabe-
municipais. lecimentos estveis ou representaes locais em mais de
9 Nos termos do princpio da legalidade tributria, um municpio e matria coletvel superior a 50 000 o
as isenes totais ou parciais previstas no presente artigo lucro tributvel imputvel circunscrio de cada muni-
apenas podem ser concedidas pelos municpios quando cpio determinado pela proporo entre os gastos com a
exista lei que defina os termos e condies para a sua massa salarial correspondente aos estabelecimentos que o
atribuio. sujeito passivo nele possua e a correspondente totalidade
dos seus estabelecimentos situados em territrio nacional.
Artigo 17. 3 Quando o volume de negcios de um sujeito pas-
Liquidao e cobrana dos impostos sivo resulte em mais de 50 % da explorao de recursos
naturais que tornem inadequados os critrios estabelecidos
1 Os impostos municipais so liquidados e cobrados nos nmeros anteriores, podem os municpios interessa-
nos termos previstos na respetiva legislao. dos propor, fundamentadamente, a fixao de um critrio
2 As cmaras municipais podem deliberar proceder especfico de repartio da derrama, o qual, aps audio
cobrana dos impostos municipais, pelos seus prprios do sujeito passivo e dos restantes municpios interessados,
servios ou pelos servios da entidade intermunicipal fixado por despacho dos membros do Governo respon-
que integram, desde que correspondente ao territrio da sveis pelas reas das finanas e das autarquias locais.
NUTS III, nos termos a definir por diploma prprio. 4 A assembleia municipal pode, sob proposta da
3 Os municpios que integram entidades intermu- cmara municipal, deliberar lanar uma taxa reduzida de
nicipais podem transferir a competncia de cobrana dos derrama para os sujeitos passivos com um volume de ne-
impostos municipais para o servio competente daque- gcios no ano anterior que no ultrapasse 150 000.
las entidades, nos termos a definir por diploma prprio. 5 Nos casos no abrangidos pelo n. 2, considera-se
4 Quando a liquidao e ou cobrana dos impostos que o rendimento gerado no municpio em que se situa a
municipais seja assegurada pelos servios do Estado, os sede ou a direo efetiva do sujeito passivo ou, tratando-
respetivos encargos no podem exceder: se de sujeitos passivos no residentes, no municpio em
a) Pela liquidao, 1,5 % dos montantes liquidados; ou que se situa o estabelecimento estvel onde, nos termos
b) Pela liquidao e cobrana, 2,5 % dos montantes do artigo 125. do Cdigo do IRC, esteja centralizada a
cobrados. contabilidade.
6 Entende-se por massa salarial o valor dos gastos
5 A receita lquida dos encargos a que se refere o relativos a despesas efetuadas com o pessoal e reconhe-
nmero anterior transferida pelos servios do Estado cidos no exerccio a ttulo de remuneraes, ordenados
para o municpio titular da receita at ao ltimo dia til ou salrios.
do ms seguinte ao do pagamento. 7 Os sujeitos passivos abrangidos pelo n. 2 indicam
6 A AT fornece ANMP informao, desagregada na declarao peridica de rendimentos a massa salarial
por municpios, relativa s relaes financeiras entre o correspondente a cada municpio e efetuam o apuramento
Estado e o conjunto dos municpios e fornece a cada mu- da derrama que seja devida.
nicpio informao relativa liquidao e cobrana de 8 Quando seja aplicvel o regime especial de tribu-
impostos municipais e transferncias de receita para o tao dos grupos de sociedades, a derrama incide sobre
municpio. o lucro tributvel individual de cada uma das sociedades
7 A informao referida no nmero anterior dis- do grupo, sem prejuzo do disposto no artigo 115. do
ponibilizada por via eletrnica e atualizada mensalmente, Cdigo do IRC.
tendo cada municpio acesso apenas informao relativa 9 A deliberao a que se refere o n. 1 deve ser co-
sua situao financeira. municada por via eletrnica pela cmara municipal AT
8 So devidos juros de mora por parte da adminis- at ao dia 31 de dezembro do ano anterior ao da cobrana
trao central quando existam atrasos nas transferncias por parte dos servios competentes do Estado.
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destes impostos no penltimo ano relativamente quele a 2 A participao geral de cada municpio no FEF
que a Lei do Oramento do Estado se refere, excluindo: resulta da soma das parcelas referentes ao FGM e ao FCM.
3 Os municpios com maior capitao de receitas
a) A participao referida na alnea c) do nmero anterior; municipais, nos termos dos n.os 1, 2 e 4 do artigo 33., so
b) No que respeita ao IVA, a receita consignada, de contribuintes lquidos do FCM.
carter excecional ou temporrio, a outros subsetores das
administraes pblicas. Artigo 28.
3 Para efeitos do disposto no nmero anterior, en- Fundo Geral Municipal
tende-se por receita lquida o valor inscrito no mapa de O FGM corresponde a uma transferncia financeira do
execuo oramental, segundo a classificao econmica, Estado que visa dotar os municpios de condies finan-
respeitante aos servios integrados. ceiras adequadas ao desempenho das suas atribuies,
4 Para efeitos do disposto na alnea c) do n. 1, em funo dos respetivos nveis de funcionamento e in-
considera-se como domiclio fiscal o do sujeito passivo vestimento.
identificado em primeiro lugar na respetiva declarao Artigo 29.
de rendimentos.
Artigo 26. Fundo de Coeso Municipal
ministrativo afeto a estes programas, transportes e interface 2 Para efeitos do disposto na alnea b) do nmero
com outros servios municipais de sade e de ao social; anterior, a populao de cada municpio ponderada de
f) As despesas de funcionamento de programas de promo- acordo com os seguintes ponderadores marginais:
o da sade desenvolvidos nos centros de sade e nas escolas;
g) As despesas de funcionamento de creches, estabeleci- a) Os primeiros 5000 habitantes 3;
mentos de educao pr-escolar, equipamentos na rea dos b) De 5001 a 10 000 habitantes 1;
idosos, designadamente estruturas residenciais e centros c) De 10 001 a 20 000 habitantes 0,25;
de dia, nomeadamente as remuneraes do pessoal, os d) De 20 001 a 40 000 habitantes 0,5;
servios de alimentao e atividades culturais, cientficas e) De 40 001 a 80 000 habitantes 0,75;
e desportivas levadas a cabo no quadro de assistncia aos f) Mais de 80 000 habitantes 1.
utentes daqueles servios;
h) As despesas de funcionamento de programas de ao 3 Os elementos e os indicadores para aplicao dos
social de mbito municipal no domnio do combate to- critrios referidos nos nmeros anteriores so comunica-
xicodependncia e da incluso social. dos, de forma discriminada, Assembleia da Repblica,
juntamente com a proposta de Lei do Oramento do Estado.
3 As despesas de funcionamento previstas no nmero
anterior podem, na parte aplicvel, integrar a aplicao de Artigo 33.
programas municipais de promoo da igualdade de g-
nero, nomeadamente na perspetiva integrada da promoo Compensao associada ao Fundo de Coeso Municipal
da conciliao da vida profissional e familiar, da incluso 1 A CF de cada municpio diferente consoante
social e da proteo das vtimas de violncia. esteja acima ou abaixo de 1,25 vezes a capitao mdia
nacional (CMN) da soma das coletas dos impostos mu-
Artigo 31. nicipais referidos na alnea a) do artigo 14. e da partici-
Transferncias financeiras para os municpios pao no IRS referida na alnea c) do n. 1 do artigo 25..
1 So anualmente inscritos na Lei do Oramento do 2 Entende-se por CMN o quociente da soma dos
Estado os montantes e as datas das transferncias financei- impostos municipais referidos na alnea a) do artigo 14.
ras correspondentes s receitas municipais previstas nas pela populao residente mais a mdia diria das dormidas
alneas a) a c) do n. 1 do artigo 25.. em estabelecimentos hoteleiros e parques de campismo.
2 Os montantes correspondentes participao dos 3 Quando a capitao mdia do municpio (CMMi)
municpios nas receitas referidas no nmero anterior, com seja inferior a 0,75 vezes a CMN, a CF assume um valor
exceo da relativa ao FEF, so inscritos nos oramentos positivo igual diferena entre ambas multiplicadas pela
municipais como receitas correntes e transferidos por duo- populao residente mais a mdia diria das dormidas em
dcimos at ao dia 15 do ms correspondente. estabelecimentos hoteleiros e parques de campismo de
3 Cada municpio, atravs do seu rgo executivo, acordo com a seguinte frmula:
pode decidir da repartio dos montantes referidos na al- CFi = (1,25 * CMN CMMi) * Ni
nea a) do n. 1 do artigo 25. entre receita corrente e de ca-
pital, no podendo a receita corrente exceder 90 % do FEF.
em que CMN a capitao mdia nacional, CMMi a ca-
4 Os municpios informam a DGAL, anualmente,
at 30 de junho do ano anterior ao ano a que respeita o pitao mdia do municpio e Ni a populao residente,
oramento, de qual a percentagem do FEF que deve ser mais a mdia diria das dormidas em estabelecimentos
considerada como transferncia corrente, na ausncia da hoteleiros e parques de campismo no municpio i.
qual considerada a percentagem de 90 %. 4 Quando a CMMi seja, em trs anos consecutivos,
5 A DGAL indica, at 31 de agosto de cada ano, os superior a 1,25 vezes a CMN, a CF assume um valor ne-
valores das transferncias a efetuar para os municpios no gativo igual a 22 % da diferena entre ambas multiplicadas
ano seguinte. pela populao residente, mais a mdia diria das dormidas
Artigo 32. em estabelecimentos hoteleiros e parques de campismo de
acordo com a seguinte frmula:
Distribuio do Fundo Geral Municipal
CFi = 0,22 (1,25 CMN CMMi) * Ni
1 A distribuio do FGM pelos municpios obedece
aos seguintes critrios:
5 O valor global do FCM menos a CF a atribuir aos
a) 5 % igualmente por todos os municpios; municpios, mais as compensaes fiscais dos municpios
b) 65 % na razo direta da populao, ponderada nos contribuintes lquidos para o FCM destinado CDO.
termos do nmero seguinte, e da mdia diria de dormidas 6 O montante definido no nmero anterior distri-
em estabelecimentos hoteleiros e parques de campismo, budo por cada municpio na razo direta do resultado da
sendo a populao residente das Regies Autnomas pon- seguinte frmula:
derada pelo fator 1,3;
c) 25 % na razo direta da rea ponderada por um fator N (ndice i) * IDO (ndice i) com IDO (ndice i) =
de amplitude altimtrica do municpio e 5 % na razo direta = IDS IDS (ndice i)
da rea afeta Rede Natura 2000 e da rea protegida; ou
d) 20 % na razo direta da rea ponderada por um fator em que N (ndice i) a populao residente no municpio i,
de amplitude altimtrica do municpio e 10 % na razo IDO (ndice i) o ndice municipal de desigualdade de
direta da rea afeta Rede Natura 2000 e da rea protegida, oportunidades do municpio, IDS o ndice nacional de
nos municpios com mais de 70 % do seu territrio afeto desenvolvimento social e IDS (ndice i) o ndice de de-
Rede Natura 2000 e de rea protegida. senvolvimento social do municpio i.
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7 A aplicao dos critrios referidos nos nmeros an- lhe foi afeta, no ano subsequente deduzida verba a que
teriores garante sempre a cada municpio 50 % das transfe- teria direito ao abrigo do FSM a diferena entre a receita
rncias financeiras, montante esse que corresponde ao FGM. de FSM e a despesa correspondente.
8 As transferncias a que se refere o nmero ante- 3 Para efeitos do disposto no nmero anterior, a
rior correspondem soma das participaes previstas nas contabilidade analtica por centro de custos deve permitir
alneas a) e b) do n. 1 do artigo 25.. identificar os custos referentes s funes educao, sade
9 O cumprimento do disposto no n. 7 assegurado e ao social.
pela forma prevista no n. 2 do artigo 35.. Artigo 35.
10 Para efeitos de clculo do ndice de compensao Variaes mximas e mnimas
fiscal (ICF), a coleta do IMI a considerar a que resultaria
se a liquidao tivesse tido por base a taxa mxima prevista 1 Da participao de cada municpio nos impostos do
no Cdigo do IMI. Estado, por via do FEF e do FSM, no pode resultar:
11 Os valores do ndice de desenvolvimento social a) Uma diminuio superior a 5 % da participao nas
nacional e de cada municpio tm natureza censitria e transferncias financeiras do ano anterior para os munic-
constam de portaria do membro do Governo responsvel pios com capitao de impostos locais superior a 1,25 vezes
pela rea das autarquias locais. a mdia nacional em trs anos consecutivos, nem uma
12 A determinao do ndice de desenvolvimento diminuio superior a 2,5 % da referida participao, para
social consta de decreto-lei. os municpios com capitao inferior a 1,25 vezes aquela
mdia durante aquele perodo;
Artigo 34. b) Um acrscimo superior a 5 % da participao relativa
Distribuio do Fundo Social Municipal s transferncias financeiras do ano anterior.
1 A repartio do FSM fixada anualmente na Lei 2 A compensao necessria para assegurar os mon-
do Oramento do Estado, sendo distribuda proporcional- tantes mnimos previstos na alnea a) do nmero anterior
mente por cada municpio, de acordo com os seguintes efetua-se pelos excedentes que advenham da aplicao
indicadores: da alnea b) do mesmo nmero, bem como, se necess-
a) 35 % de acordo com os seguintes indicadores rela- rio, mediante deduo proporcional diferena entre as
tivos s inscries de crianas e jovens nos estabeleci- transferncias previstas e os montantes mnimos garantidos
mentos de educao pr-escolar e ensino bsico de cada para os municpios que tenham transferncias superiores
municpio: aos montantes mnimos a que teriam direito.
3 O excedente resultante do disposto nos nmeros an-
i) 4 % na razo direta do nmero de crianas que fre- teriores distribudo de forma proporcional pelos munic-
quentam o ensino pr-escolar pblico; pios que no mantenham, em trs anos consecutivos, a CMN.
ii) 12 % na razo direta do nmero de jovens a frequen-
tar o 1. ciclo do ensino bsico pblico; Artigo 36.
iii) 19 % na razo direta do nmero de jovens a frequen-
tar o 2. e 3. ciclos do ensino bsico pblico; Fundo de Financiamento das Freguesias
As freguesias tm direito a uma participao nos im-
b) 32,5 % de acordo com os seguintes indicadores re- postos do Estado equivalente a 2 % da mdia aritmtica
lativos ao nmero de utentes inscritos na rede de sade simples da receita do IRS, IRC e do IVA, nos termos re-
municipal: feridos no n. 2 do artigo 25., a qual constitui o Fundo de
i) 10,5 % na razo direta do nmero de beneficirios Financiamento das Freguesias (FFF).
dos programas municipais de cuidados de sade conti-
nuados; Artigo 37.
ii) 22 % na razo direta do nmero de utentes inscritos Transferncias financeiras para as freguesias
nos centros de sade concelhios;
1 So anualmente inscritos na Lei do Oramento
c) 32,5 % de acordo com os seguintes indicadores re- do Estado os montantes das transferncias financeiras
lativos ao nmero de utentes e beneficirios das redes correspondentes s receitas das freguesias previstas no
municipais de creches, estabelecimentos de educao pr- artigo anterior.
escolar, equipamentos na rea dos idosos, designadamente 2 Os montantes do FFF so transferidos trimestral-
estruturas residenciais e centros de dia e programas de ao mente at ao dia 15 do primeiro ms do trimestre corres-
social de cada municpio: pondente.
i) 5 % na razo direta do nmero de inscritos em pro- 3 Os critrios a ser utilizados no clculo do FFF de-
gramas de apoio toxicodependncia e de incluso social; vem ser previamente conhecidos, por forma que se possa,
ii) 12,5 % na razo direta do nmero de crianas at aos em tempo til, solicitar a sua correo.
trs anos de idade, que frequentam as creches e jardins-
de-infncia; Artigo 38.
iii) 15 % na razo direta do nmero de adultos com mais Distribuio do Fundo de Financiamento das Freguesias
de 65 anos residentes em lares ou inscritos em centros de
dia e programas de apoio ao domiclio. 1 A distribuio pelas freguesias dos montantes apu-
rados nos termos do artigo anterior determinada de acordo
com os seguintes critrios:
2 Tratando-se de uma transferncia financeira con-
signada a um fim especfico, caso o municpio no realize a) Tipologia de rea urbana;
despesa elegvel de montante pelo menos igual verba que b) Densidade populacional;
Dirio da Repblica, 1. srie N. 169 3 de setembro de 2013 5509
e) Receitas provenientes dos preos cobrados nas situa- c) Mapa das entidades participadas pelo municpio,
es referidas no n. 8 do artigo 21.. identificadas pelo respetivo nmero de identificao fis-
cal, incluindo a respetiva percentagem de participao e
Artigo 44. o valor correspondente.
Quadro plurianual municipal
Artigo 47.
1 Atendendo ao disposto no artigo 41., o rgo exe-
Regulamentao
cutivo municipal apresenta ao rgo deliberativo municipal
uma proposta de quadro plurianual de programao ora- Os elementos constantes dos documentos referidos no
mental, em simultneo com a proposta de oramento mu- presente captulo so regulados por decreto-lei, a aprovar
nicipal apresentada aps a tomada de posse do rgo exe- at 120 dias aps a publicao da presente lei.
cutivo, em articulao com as Grandes Opes do Plano.
2 O quadro plurianual de programao oramen-
tal define os limites para a despesa do municpio, bem CAPTULO V
como para as projees da receita discriminadas entre Endividamento
as provenientes do Oramento do Estado e as cobradas
pelo municpio, numa base mvel que abranja os quatro
exerccios seguintes. SECO I
3 Os limites so vinculativos para o ano seguinte ao Regime de crdito e de endividamento municipal
do exerccio econmico do oramento e indicativos para
os restantes. Artigo 48.
4 O quadro plurianual de programao oramental
atualizado anualmente, para os quatro anos seguintes, no Princpios orientadores
oramento municipal. Sem prejuzo dos princpios da estabilidade oramental,
da solidariedade recproca e da equidade intergeracional, o
Artigo 45. endividamento autrquico orienta-se por princpios de rigor
Calendrio oramental e eficincia, prosseguindo os seguintes objetivos:
1 Sem prejuzo do disposto no nmero seguinte, o a) Minimizao de custos diretos e indiretos numa pers-
rgo executivo apresenta ao rgo deliberativo, at 31 de petiva de longo prazo;
outubro de cada ano, a proposta de oramento municipal b) Garantia de uma distribuio equilibrada de custos
para o ano econmico seguinte. pelos vrios oramentos anuais;
2 Nos casos em que as eleies para o rgo execu- c) Preveno de excessiva concentrao temporal de
tivo municipal ocorram entre 30 de julho e 15 de dezembro, amortizao;
a proposta de oramento municipal para o ano econmico d) No exposio a riscos excessivos.
seguinte apresentada no prazo de trs meses a contar da
data da respetiva tomada de posse. Artigo 49.
Regime de crdito dos municpios
Artigo 46.
1 Os municpios podem contrair emprstimos, in-
Oramento municipal
cluindo aberturas de crdito junto de quaisquer instituies
1 O oramento municipal inclui, nomeadamente, os autorizadas por lei a conceder crdito, bem como celebrar
seguintes elementos: contratos de locao financeira, nos termos da lei.
2 Os emprstimos so obrigatoriamente denomina-
a) Relatrio que contenha a apresentao e a fundamen- dos em euros e podem ser a curto prazo, com maturidade
tao da poltica oramental proposta, incluindo a iden- at um ano ou a mdio e longo prazos, com maturidade
tificao e descrio das responsabilidades contingentes; superior a um ano.
b) Mapa resumo das receitas e despesas da autarquia lo- 3 Os emprstimos de mdio e longo prazos podem
cal, que inclui, no caso dos municpios, de forma autnoma, concretizar-se atravs da emisso de obrigaes, caso em
as correspondentes verbas dos servios municipalizados, que os municpios podem agrupar-se para, de acordo com
quando aplicvel; as necessidades de cada um deles, obterem condies de
c) Mapa das receitas e despesas, desagregado segundo financiamento mais vantajosas.
a classificao econmica, a que acresce, de forma aut- 4 A emisso de obrigaes em que os municpios
noma, o dos servios municipalizados, quando aplicvel.
podem agrupar-se regulada em diploma prprio.
d) Articulado que contenha as medidas para orientar a
5 O pedido de autorizao assembleia municipal
execuo oramental.
para a contrao de emprstimos obrigatoriamente acom-
panhado de informao sobre as condies praticadas em,
2 O oramento municipal inclui, para alm dos men- pelo menos, trs instituies autorizadas por lei a conceder
cionados em legislao especial, os seguintes anexos:
crdito, bem como de mapa demonstrativo da capacidade
a) Oramentos dos rgos e servios do municpio com de endividamento do municpio.
autonomia financeira; 6 Os contratos de emprstimo de mdio e longo
b) Oramentos, quando aplicvel, de outras entidades prazos, incluindo os emprstimos contrados no mbito
participadas em relao s quais se verifique o controlo dos mecanismos de recuperao financeira municipal
ou presuno do controlo pelo municpio, de acordo com previstos na seco seguinte, cujos efeitos da celebrao
o artigo 75.; se mantenham ao longo de dois ou mais mandatos, so
Dirio da Repblica, 1. srie N. 169 3 de setembro de 2013 5511
objeto de aprovao por maioria absoluta dos membros da no pode ultrapassar, em 31 de dezembro de cada ano,
assembleia municipal em efetividade de funes. 1,5 vezes a mdia da receita corrente lquida cobrada nos
7 vedado aos municpios, salvo nos casos expres- trs exerccios anteriores.
samente permitidos por lei: 2 A dvida total de operaes oramentais do mu-
a) O aceite e o saque de letras de cmbio, a concesso de nicpio engloba os emprstimos, tal como definidos no
avales cambirios, a subscrio de livranas e a concesso n. 1 do artigo 49., os contratos de locao financeira e
de garantias pessoais e reais; quaisquer outras formas de endividamento, por iniciativa
b) A concesso de emprstimos a entidades pblicas dos municpios, junto de instituies financeiras, bem
ou privadas; como todos os restantes dbitos a terceiros decorrentes de
c) A celebrao de contratos com entidades financei- operaes oramentais.
ras ou diretamente com os credores, com a finalidade de 3 Sempre que um municpio:
consolidar dvida de curto prazo, sempre que a durao
do acordo ultrapasse o exerccio oramental, bem como a a) No cumpra o limite previsto no n. 1, deve reduzir,
cedncia de crditos no vencidos. no exerccio subsequente, pelo menos 10 % do montante
em excesso, at que aquele limite seja cumprido, sem
8 A limitao prevista na alnea a) do nmero ante- prejuzo do previsto na seco III;
rior inclui as operaes efetuadas indiretamente atravs b) Cumpra o limite previsto no n. 1, s pode aumen-
de instituies financeiras. tar, em cada exerccio, o valor correspondente a 20 % da
margem disponvel no incio de cada um dos exerccios.
Artigo 50.
Emprstimos de curto prazo 4 Para efeito de responsabilidade financeira, o in-
cumprimento da obrigao prevista no nmero anterior
1 Os emprstimos a curto prazo so contrados ape- equiparado ultrapassagem do limite previsto no n. 1,
nas para ocorrer a dificuldades de tesouraria, devendo ser nos termos e para os efeitos da Lei de Organizao e Pro-
amortizados at ao final do exerccio econmico em que
foram contratados. cesso do Tribunal de Contas, aprovada pela Lei n. 98/97,
2 Sem prejuzo do disposto no n. 5 do artigo ante- de 26 de agosto.
rior, a aprovao de emprstimos a curto prazo pode ser
deliberada pela assembleia municipal, na sua sesso anual Artigo 53.
de aprovao do oramento, para todos os emprstimos Calamidade pblica
que o municpio venha a contrair durante o perodo de
vigncia do oramento. 1 O limite previsto no n. 1 do artigo anterior pode
ser excecionalmente ultrapassado pela contrao de em-
Artigo 51. prstimos destinados ao financiamento da recuperao
Emprstimos de mdio e longo prazos
de infraestruturas municipais afetadas por situaes de
calamidade pblica, decretadas nos termos da lei, pelo
1 Os emprstimos a mdio e longo prazos podem ser perodo mximo de 10 anos e mediante autorizao prvia
contrados para aplicao em investimentos ou ainda para dos membros do Governo responsveis pelas reas das
proceder de acordo com os mecanismos de recuperao finanas e das autarquias locais.
financeira municipal. 2 Para efeitos do disposto no nmero anterior, o
2 Os investimentos referidos no nmero anterior municpio apresenta DGAL pedido fundamentado com
so identificados no respetivo contrato de emprstimo
e, caso ultrapassem 10 % das despesas de investimento a indicao do montante de emprstimo a contrair, bem
previstas no oramento do exerccio, so submetidos, in- como a previso do perodo temporal necessrio reduo
dependentemente da sua incluso no plano plurianual de da dvida total at ao limite legal.
atividades, a discusso e a autorizao prvia da assembleia 3 A DGAL informa os membros do Governo respon-
municipal. sveis pelas reas das finanas e das autarquias locais do
3 Os emprstimos tm um prazo de vencimento pedido apresentado pelo municpio e instrui o processo com
adequado natureza das operaes que visam financiar, os dados sobre a sua situao face ao limite da dvida total.
no podendo, em caso algum, exceder a vida til do res- 4 A deciso de autorizao prevista no n. 1 consta de
petivo investimento, nem ultrapassar o prazo de 20 anos. despacho a publicar no Dirio da Repblica e identifica o
4 Os emprstimos tm um prazo de utilizao do montante de emprstimo autorizado, bem como o perodo
capital mximo de dois anos, no podendo o incio da temporal da exceo ao limite da dvida total.
amortizao ser diferida para alm desse perodo, salvo 5 Findo o perodo da exceo para o emprstimo
nos casos legalmente previstos. referido no n. 1, caso se mantenha numa situao de in-
5 As amortizaes anuais previstas para cada em- cumprimento do limite da dvida total, o municpio comea
prstimo no podem ser inferiores a 80 % da amortizao
a cumprir a obrigao de reduo prevista na alnea a) do
mdia de emprstimos, tal como definida no n. 4 do ar-
tigo 40.. no n. 3 do artigo anterior at que o referido limite seja
cumprido.
Artigo 52. 6 O disposto no n. 1 no prejudica a obrigao de
reduo do excesso prevista na alnea a) do n. 3 do artigo
Limite da dvida total anterior nos casos em que o municpio j se encontre a
1 A dvida total de operaes oramentais do muni- violar o limite da dvida total data de contratao do
cpio, incluindo a das entidades previstas no artigo 54., emprstimo a que alude o presente artigo.
5512 Dirio da Repblica, 1. srie N. 169 3 de setembro de 2013
4 O alerta referido nos nmeros anteriores emitido 8 A sano prevista no artigo 60. aplicvel sempre
pela DGAL, no prazo de 15 dias, a contar da data limite do que o municpio viole a obrigao estabelecida no n. 3.
reporte de informao constante do artigo 78..
5 Os alertas referidos nos n.os 1 e 2 incluem ainda Artigo 59.
a evoluo do rcio referido no n. 1 ao longo dos trs
Plano de saneamento
exerccios anteriores.
1 A elaborao do plano de saneamento financeiro
Artigo 57. inclui a previso do perodo temporal necessrio recu-
Mecanismos de recuperao financeira municipal
perao da situao financeira do municpio, bem como
a apresentao de medidas especficas necessrias para
1 Os municpios que ultrapassem o limite da dvida atingir uma situao financeira equilibrada, nomeadamente
total previsto no artigo 52. recorrem aos seguintes meca- nos domnios:
nismos de recuperao financeira, nos termos dos artigos
seguintes: a) Da conteno da despesa corrente, com destaque para
a despesa com o pessoal;
a) Saneamento financeiro; b) Da racionalizao da despesa de investimento pre-
b) Recuperao financeira. vista, bem como as respetivas fontes de financiamento;
c) Da maximizao de receitas, designadamente em
2 A adeso aos mecanismos de recuperao finan- matria de impostos locais, taxas e operaes de alienao
ceira facultativa ou obrigatria consoante o nvel de de patrimnio.
desequilbrio financeiro verificado a 31 de dezembro de
cada ano. 2 Do plano de saneamento deve ainda constar:
3 Sem prejuzo das situaes legalmente previstas,
o Estado no pode assumir responsabilidade pelas obri- a) A calendarizao anual da reduo do nvel da dvida
gaes dos municpios e das freguesias, nem assumir os total, at ser cumprido o limite previsto no artigo 52.;
compromissos que decorram dessas obrigaes. b) A previso de impacto oramental, por classificao
econmica, das medidas referidas nas alneas do nmero
Artigo 58. anterior, para o perodo de vigncia do plano de sanea-
mento financeiro.
Saneamento financeiro
1 O municpio deve contrair emprstimos para sa- 3 O estudo e o plano de saneamento financeiro so
neamento financeiro, tendo em vista a reprogramao da elaborados pela cmara municipal e propostos respetiva
dvida e a consolidao de passivos financeiros, quando, assembleia municipal para aprovao.
no final do exerccio: 4 O municpio remete DGAL cpia do contrato do
emprstimo e do plano de saneamento financeiro, no prazo
a) Ultrapasse o limite da dvida total previsto no ar- de 15 dias, a contar da data da sua celebrao.
tigo 52.; ou 5 Durante o perodo do emprstimo o municpio
b) O montante da dvida, excluindo emprstimos, seja fica obrigado a:
superior a 0,75 vezes a mdia da receita corrente lquida
cobrada nos trs exerccios anteriores. a) Cumprir o plano de saneamento financeiro;
b) No celebrar novos emprstimos de saneamento fi-
2 Sem prejuzo do disposto no nmero anterior, o nanceiro;
municpio pode contrair emprstimos para saneamento c) Remeter DGAL os relatrios semestrais sobre a
financeiro, desde que verificada a situao prevista no execuo do plano de saneamento, no prazo mximo de
n. 1 do artigo 56.. 30 dias, a contar do final do semestre a que reportam.
3 Caso a dvida total prevista no artigo 52. se situe
entre 2,25 e 3 vezes a mdia da receita corrente lquida co- 6 Sem prejuzo do disposto na alnea c) do nmero
brada nos trs exerccios anteriores, o municpio obrigado anterior, o acompanhamento do plano de saneamento cabe
a contrair um emprstimo para saneamento financeiro ou a ao municpio, atravs da elaborao de relatrios semes-
aderir ao procedimento de recuperao financeira previsto trais sobre a execuo do plano financeiro pela cmara
nos artigos 61. e seguintes. municipal e da sua apreciao pela assembleia municipal.
4 O resultado das operaes referidas nos nmeros 7 Sem prejuzo do disposto no nmero anterior, nos
anteriores no pode conduzir ao aumento da dvida total casos de adeso obrigatria ao saneamento financeiro, o
do municpio. seu acompanhamento cabe DGAL, atravs da apreciao
5 Os pedidos de emprstimos para saneamento fi- dos relatrios referidos na alnea c) do n. 5, devendo dar
nanceiro dos municpios so instrudos com um estudo conhecimento aos membros do Governo responsveis pelas
fundamentado da sua situao financeira e um plano de reas das finanas e das autarquias locais.
saneamento financeiro para o perodo a que respeita o
emprstimo. Artigo 60.
6 Os emprstimos para saneamento financeiro tm Incumprimento do plano de saneamento
um prazo mximo de 14 anos e um perodo mximo de
carncia de um ano. 1 O incumprimento do plano de saneamento reco-
7 Durante o perodo de vigncia do contrato, a apre- nhecido na primeira sesso anual da assembleia municipal,
sentao anual de contas assembleia municipal inclui, sendo a cpia da deliberao respetiva remetida DGAL,
em anexo ao balano, a demonstrao do cumprimento do no prazo mximo de 15 dias, e determina a reteno das
plano de saneamento financeiro. transferncias a efetuar nos termos do nmero seguinte
5514 Dirio da Repblica, 1. srie N. 169 3 de setembro de 2013
para pagamento instituio financeira respetiva ou aos d) A existncia de uma direo executiva e de uma co-
credores, conforme a causa de incumprimento invocada. misso de acompanhamento, que incluiro representantes
2 A reteno prevista no nmero anterior precedida do Estado e dos municpios;
de audio do municpio, sendo efetuada mensalmente pela e) A obrigao de o controlo e fiscalizao da gesto do
DGAL e tendo como limite mximo 20 % do respetivo FAM serem exercidos por um revisor oficial de contas;
duodcimo das transferncias correntes do Oramento do f) A previso de que beneficiam da assistncia finan-
Estado no consignadas. ceira atravs do FAM os municpios que se encontrem nas
3 Sem prejuzo do disposto no n. 1, nos casos de situaes previstas no n. 3 do artigo 58. e no artigo 61.;
adeso obrigatria ao saneamento financeiro, o incumpri- g) A existncia obrigatria de um programa de ajusta-
mento do plano de conhecimento oficioso pela DGAL, mento a executar pelos municpios beneficirios de assis-
aquando da apreciao dos relatrios referidos na alnea c) tncia financeira;
do n. 5 do artigo anterior, dando conhecimento aos mem- h) A definio de um regime de acompanhamento tc-
bros do Governo responsveis pelas reas das finanas e nico e financeiro contnuo do programa de ajustamento
das autarquias locais, bem como os presidentes dos rgos municipal e do contrato;
executivo e deliberativo do municpio em causa, que in- i) A possibilidade de recusa de assistncia financeira
formam os respetivos membros na primeira reunio ou pelo FAM, nomeadamente quando o municpio no re-
sesso seguinte. na condies para o cumprimento do servio da dvida;
4 Os montantes retidos ao abrigo do presente artigo j) Previso de que o incumprimento das clusulas con-
so afetos ao Fundo de Regularizao Municipal (FRM). tratuais ou do programa de ajustamento municipal constitui
fundamento bastante para a sua resoluo.
Artigo 61.
Recuperao financeira municipal
SECO IV
deliberativos durante sesso ordinria do ms de junho prestao de contas anuais depois de aprovados, incluindo,
do ano seguinte quele a que respeitam. sendo caso disso, os consolidados.
3 Os documentos de prestao de contas das entida- 2 Para efeitos da prestao de informao dos da-
des referidas no n. 1, que sejam obrigadas, nos termos da dos sobre a dvida pblica, os municpios, as entidades
lei, adoo de contabilidade patrimonial, so remetidos intermunicipais, as entidades associativas municipais e
ao rgo deliberativo para apreciao juntamente com a as entidades pblicas reclassificadas remetem DGAL
certificao legal das contas e o parecer sobre as mesmas informao sobre os emprstimos contrados e sobre os
apresentados pelo revisor oficial de contas ou sociedade ativos expressos em ttulos de dvida emitidos nos 10 dias
de revisores oficiais de contas, nos termos previstos no subsequentes ao final de cada trimestre e aps a apreciao
artigo seguinte. das contas.
3 Para efeitos de acompanhamento e monitorizao
Artigo 77. do limite da dvida total, os municpios remetem DGAL
Certificao legal de contas informao necessria, nos 10 dias subsequentes ao final
de cada trimestre e aps a apreciao das contas.
1 O auditor externo, responsvel pela certificao
4 As freguesias ficam obrigadas a enviar DGAL as
legal de contas, nomeado por deliberao do rgo delibe-
respetivas contas, nos 30 dias subsequentes data da sesso
rativo, sob proposta do rgo executivo, de entre revisores
oficiais de contas ou sociedades de revisores oficiais de do rgo deliberativo em que aquelas contas foram sujeitas
contas. a apreciao, bem como os mapas trimestrais das contas,
2 Compete ao auditor externo que procede anual- nos 10 dias subsequentes ao perodo a que respeitam.
mente reviso legal das contas: 5 Para efeitos de acompanhamento da evoluo das
despesas com pessoal, as autarquias locais remetem tri-
a) Verificar a regularidade dos livros, registos contabi- mestralmente DGAL os seguintes elementos:
lsticos e documentos que lhes servem de suporte;
b) Participar aos rgos municipais competentes as irre- a) Despesas com pessoal, incluindo as relativas aos
gularidades, bem como os factos que considere reveladores contratos de avena e de tarefa, comparando com as rea-
de graves dificuldades na prossecuo do plano plurianual lizadas no mesmo perodo do ano anterior;
de investimentos do municpio; b) Nmero de admisses de pessoal, de qualquer tipo,
c) Proceder verificao dos valores patrimoniais do e de aposentaes, rescises e outras formas de cessao
municpio, ou por ele recebidos em garantia, depsito ou de vnculo laboral;
outro ttulo; c) Fundamentao de eventuais aumentos de despesa
d) Remeter semestralmente aos rgos executivo e deli- com pessoal, que no resultem de atualizaes salariais,
berativo da entidade informao sobre a respetiva situao cumprimento de obrigaes legais ou transferncia de
econmica e financeira; competncias da administrao central.
e) Emitir parecer sobre os documentos de prestao
de contas do exerccio, nomeadamente sobre a execuo 6 Para efeitos da troca de informao prevista nas
oramental, o balano e a demonstrao de resultados alneas c) a e) do n. 7 do artigo 12., nomeadamente no
individuais e consolidados e anexos s demonstraes que respeita estimativa de execuo oramental, os mu-
financeiras exigidas por lei ou determinados pela assem- nicpios preparam essa informao e introduzem-na no
bleia municipal. SIIAL at 31 de agosto de cada ano.
7 A informao a prestar nos termos dos nmeros
3 No caso dos municpios, a certificao legal de anteriores remetida por ficheiro constante da aplicao
contas individuais inclui os servios municipalizados, sem informtica fornecida pela DGAL.
prejuzo de deliberao da assembleia municipal, sob pro- 8 Em caso de incumprimento, por parte das autar-
posta da cmara municipal, no sentido da realizao da quias locais e das entidades intermunicipais, dos deveres
certificao legal de contas destas entidades poder ser de informao previstos no presente artigo, bem como
efetuada em termos autnomos, o que tambm ocorre dos respetivos prazos, so retidos 10 % do duodcimo
quanto aos servios intermunicipalizados previstos no n. 5 das transferncias correntes no ms seguinte ao do in-
do artigo 8. da Lei n. 50/2012, de 31 de agosto.
cumprimento, sem prejuzo do valor que seja anualmente
4 Compete, ainda, ao auditor externo pronunciar-se
estabelecido no decreto-lei de execuo oramental.
sobre quaisquer outras situaes determinadas por lei,
designadamente sobre os planos de recuperao financeira, 9 Os montantes a que se refere o nmero anterior so
antes da sua aprovao nos termos da lei. repostos no ms seguinte quele em que a entidade visada
passa a cumprir os prazos de prestao de informao,
Artigo 78. juntamente com a transferncia prevista para esse ms.
10 Para efeitos de acompanhamento da situao
Deveres de informao financeira das autarquias locais pode a DGAL solicitar
1 Para efeitos da prestao de informao relativa- informao alm da referida nos nmeros anteriores.
mente s contas das administraes pblicas, os munic- 11 As disposies do presente artigo so estendidas
pios, as entidades intermunicipais, as entidades associativas mediante portaria dos membros do Governo responsveis
municipais e as entidades pblicas reclassificadas, quando pelas reas das finanas e das autarquias locais s entida-
aplicvel, remetem DGAL os seus oramentos, quadro des do subsetor local que tenham natureza e forma de em-
plurianual de programao oramental e contas mensais presa, fundao ou associaes pblicas, pela DGAL, se e
nos 10 dias subsequentes, respetivamente sua aprovao quando estas no integrarem a informao prestada pelas
e ao perodo a que respeitam, bem como os documentos de autarquias locais e pelas entidades intermunicipais.
5518 Dirio da Repblica, 1. srie N. 169 3 de setembro de 2013
Artigo 85. artigo, entram em vigor no ano de 2016, tendo como ano
Financiamento das freguesias de referncia para a classificao dos ndices do ISDR
divulgados pelo INE, I. P., no ano anterior.
1 O regime de transferncias para as freguesias pre-
visto no artigo 38. inicia a sua vigncia no ano de 2016. Artigo 90.
2 Nos anos de 2014 e 2015, o montante das transfe-
rncias para as freguesias corresponde ao valor transferido Plataforma de transparncia
em 2013 ou, em caso de agregao, soma dos valores O Governo deve criar uma plataforma eletrnica em
transferidos para as freguesias agregadas. stio na Internet, de acesso pblico e universal, na qual
publicada, de modo simples e facilmente apreensvel,
Artigo 86. informao relevante relativa a cada municpio, designa-
Saneamento e reequilbrio
damente:
Para os contratos de saneamento e reequilbrio existentes a) Informao prestada pelos municpios DGAL ao
data de entrada em vigor da presente lei, bem como para abrigo dos respetivos deveres de reporte;
os planos de ajustamento previstos na Lei n. 43/2012, de b) Dados sobre a respetiva execuo oramental;
28 de agosto, aplicam-se as disposies constantes da Lei c) Decises no mbito dos respetivos poderes tribu-
n. 2/2007, de 15 de janeiro, e do Decreto-Lei n. 38/2008, trios.
de 7 de maro, alterado pelo Decreto-Lei n. 120/2012, de
19 de junho. Artigo 91.
Artigo 87. Norma revogatria